UNIDADE 6 AMÉRICA: ECONOMIAS COM BASE MINERAL E AGROPECUÁRIA

Nesta Unidade, vamos conhecer um conjunto de países da América cujas economias têm por base a produção e a exportação de recursos minerais e agropecuários. A economia desses países depende de bens primários de baixo valor agregado, cujos preços sofrem grandes oscilações no mercado internacional. O rendimento gerado pela mineração e pela agropecuária não eliminou as grandes desigualdades sociais existentes entre suas populações.

Fotografia.  Vista de um morro inteiramente desmatado e escavado. Da base ao topo há degraus de escavação expondo o solo e o interior da elevação. No centro da foto, uma parte plana e uma estrutura laranja. Há vias de acesso a veículos nas laterais.
Vista de uma mina de extração de cobre a céu aberto, no Chile (2021).

América: economias com base mineral e agropecuária

Mapa. América: economias com base mineral e agropecuária. Mapa da América Central e da América do Sul destacando os países com economia diversificada de base mineral e os com economia de base agropecuária.  Países com economia diversificada de base mineral, em rosa-claro: Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Trinidad e Tobago e Haiti.  Países com economia de base agropecuária, em marrom: Uruguai, Paraguai, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador, Belize, Jamaica, Cuba, República Dominicana e Bahamas.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.000 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em rênguinerél, M. L’espace mondial. Paris: Magnard, 1998; Gutiê, A. Les hommes et la Terre. Paris: breál, 1996; ÍSOLA, Leda; CALDINI, Vera. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2005. página 113; bôs, françoá êti áli. (organizador). Images économiques du monde: géopolitique-géoéconomie 2014. Paris: Armand Colin, 2013. página 140-183.

Ícone. Boxe Verifique sua bagagem. Composto por uma placa amarela com um semáforo no centro.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Qual é a importância da atividade mineradora para as sociedades humanas?
  2. Além do cobre, que outros recursos minerais são extraídos no Chile e em outros países latino-americanos com economia diversificada de base mineral?

PERCURSO 21 AMÉRICAS: ECONOMIAS COM BASE MINERAL

1. Dois subconjuntos

As economias da América com base mineral (mapa) dividem-se em dois subconjuntos: economias dominadas pelas transnacionais da mineração – Guiana e Suriname, baseadas na exploração de bauxita – e economias diversificadas com base mineral – Venezuela (petróleo e gás natural), Colômbia e Equador (petróleo), Peru (prata, ouro, cobre, estanho etcétera), Bolívia (prata, estanho etcétera) e Chile (cobre, lítio etcétera).

Economias da América com base mineral: recursos minerais, energia, agricultura e indústria – 2014

Mapa. Economias da América com base mineral: recursos minerais, energia, agricultura e indústria, 2014. Mapa da América do Sul com os países de base mineral destacados em rosa e os recursos minerais e energéticos, agricultura e indústria em cada país.  Minerais   Bauxita: Suriname, Guiana.   Ferro: Chile, Peru e Venezuela.  Ouro: Chile, Colômbia.   Tungstênio: Bolívia.  Prata: Peru, Bolívia, Chile.  Chumbo/zinco: Peru.  Níquel: Colômbia.  Cobre: Chile, Peru.  Diamante: Venezuela.  Nitrato: Chile.  Estanho: Bolívia.  Indústria Área industrial: próximo a Lima no Peru, em Bogotá na Colômbia, em Santiago e Valparaiso no Chile e em Caracas na Venezuela.  Centro industrial: Santiago, Concepcion e Valparaiso no Chile, Santa Cruz de la Sierra e La Paz na Bolívia, Lima, Callao e Bayovar no Peru, Quito, e Esmeraldas no Equador, Tumaro, Bogotá, Medelin, Cali, Buenaventura, Coveñas, Cartagena e Santa Marta na Colômbia, Caracas, Puerto la Cruz, Puerto Cabello, Ciudad Guyana e Maracaibo na Venezuela, e Paramaribo em Suriname. Pesca  Zona de grande piscosidade: norte do Chile, toda a extensão do litoral do Peru até o sul do Equador.   Zona de menor psicosidade: todo o litoral da América do Sul, exceto a faixa de grande piscosidade.  Porto de pesca: no litoral de Chile, Peru, sul do Equador, Venezuela e Guiana. Agricultura e criação de gado.  Área de criação de gado: centro-sul do Chile, centro-oeste e noroeste da Bolívia, centro-sul e norte do Peru, centro do Equador, centro-norte da Colômbia e centro-norte da Venezuela.  Uva: Chile.  Cana-de-açúcar: Peru.  Cacau: Equador.  Trigo: Guiana, Venezuela, Chile, Colômbia.  Café: Colômbia, Venezuela.  Milho: Equador.  Energia.  Carvão: Colômbia.  Petróleo: Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia.  Gás natural: Bolívia, Peru, Venezuela e Colômbia.  Oleoduto: entre Bolívia e Chile, norte do Peru, norte do Equador, centro e norte da Colômbia e norte da Venezuela.  Gasoduto: centro e sul da Bolívia, no Chile, na Colômbia e na Venezuela.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 540 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2016. página 190-206.

Grafismo indicando atividade.

Aponte os recursos minerais e de energia que são explorados na Bolívia.

2. Economias diversificadas com base mineral

Os países que fazem parte do subconjunto de economias diversificadas com base mineral possuem setor agrícola importante, com culturas destinadas a abastecer os mercados interno e externo.

• Agricultura e pesca

Entre os produtos agrícolas exportados por esses países, destacam-se: banana (Equador), café (Peru e Colômbia), algodão (Peru), açúcar (Peru e Venezuela), soja (Bolívia), frutas (Chile).

Favorecidos pela Corrente de rrambolti – corrente marítima fria do Oceano Pacífico –, o Peru e o Chile destacam-se na pesca marítima (consulte a página 193). Essa corrente, ao se deslocar pela costa chilena e peruana, transporta o plâncton, que alimenta os peixes, tornando as águas altamente piscosasglossário . Na classificação dos principais países pesqueiros mundiais, em 2018 o Peru estava na segunda posição e o Chile, na décima – a China ocupava a primeira posição.

Fotografia. Fotografia de uma pequena embarcação de pesca com cinco tripulantes usando macacões azul, amarelo e laranja. Com o uso de uma haste grande, um tripulante manipula a rede na lateral do barco enquanto outro a segura com uma corda. Ao fundo, os outros três observam.
Pescadores na Província de Pisco, no Peru (2019).

3. Concentração e questão da terra na América Latina

Como estudamos no Percurso 19, México e Argentina possuem grande concentração de terras nas mãos de poucos proprietários rurais. Esse padrão se reproduz em toda a América Latina, com exceção de Cuba.

O peso da herança colonial ainda se faz sentir na realidade rural de muitos países latino-americanos. Nesses países, inseridos no capitalismo mundial na condição de colônias de exploração, o acesso à terra ou à propriedade sempre foi um privilégio de poucos. Assim, desde o período colonial, ocorreu forte concentração da terra nas mãos de poucos em detrimento da maioria, gerando, como consequência, uma estrutura fundiáriaglossário injusta ou antidemocrática.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa lendo.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

VIEZEER, Moema.

“Se me deixam falar…” Domitila, depoimento de uma mineira boliviana. décima quinta edição São Paulo: Global, 2003.

Depoimento emocionante da esposa de um trabalhador das minas de estanho da Bolívia na década de 1970. Mostra a pobreza dos mineiros, as condições precárias de trabalho e o autoritarismo governamental.

Essa situação prolongou-se ao longo da história desses países – como também do Brasil –, chegando até os dias atuais, apesar da mobilização de camponeses na luta pela reforma agráriaglossário .

Fotografia. Vista superior de uma avenida com duas vias segregadas por um uma olha central sob a luz do dia. Na pista do lado esquerdo, há uma manifestação de pessoas hasteando bandeiras em tons verdes e com vários dizeres. Na pista do lado direito, há movimentação de veículos com ônibus e motocicletas. Na calçada do lado esquerdo, carros estacionados, pessoas caminhando e postes de iluminação e transmissão de energia.
Agricultores paraguaios participam da 26ª Marcha dos Trabalhadores Rurais em busca de reforma agrária para reivindicar uma distribuição igualitária da terra em Assunção, Paraguai (2019).

No Chile, por exemplo, as áreas agricultáveis são limitadas, ora em decorrência dos climas árido e semiárido, ao norte de seu território, ora por causa do clima frio ao sul. Tal limitação da área cultivável é agravada pela concentração da propriedade da terra.

Segundo publicação da organização internacional ócsfã, dos quase 30 milhões de hectares que perfazem a área das propriedades rurais no Chile, menos de 1% dos proprietários rurais detinha, em 2016, quase 75% do total dessa área, e 99% deles, apenas cêrca de 25% – para efeito de comparação, no Brasil, a área total das propriedades rurais é superior a 350 milhões de hectares, e somente 0,3% dos proprietários rurais detêm 32,8% dessa área, enquanto 99,7% possuem 67,2% dela. A concentração de terras também se verifica em outros países aqui estudados. No Paraguai e no Peru, 1% dos proprietários rurais detêm, respectivamente, 71% e 77% das terras usadas pela agropecuária. Tal realidade é motivo de descontentamento e protestos por parte dos trabalhadores rurais.

Na Colômbia, a luta empreendida pelo governo contra o narcotráfico e a guerrilha das Farcglossário levou camponeses e pequenos proprietários rurais a vender suas terras e migrar para as cidades, acentuando ainda mais a concentração da terra e o inchaço das cidades.

Fotografia.  Em uma área aberta, um grupo de pessoas reunidas performa uma atividade tradicional indígena Mapuche. No primeiro plano, pessoas carregando instrumentos redondos com roupas típicas e bandeiras azuis. Atrás, mais pessoas acompanham as pessoas do primeiro plano.
Não são apenas os camponeses latino-americanos que são excluídos do acesso à terra. O povo indígena Mapúche, que habita a região centro-sul do Chile e o sudeste da Argentina, também luta pelos seus direitos. Há anos suas terras têm sido ocupadas por empresas florestais e mineradoras. Na foto, mapuches participam de uma manifestação durante a comemoração do Dia de Colombo em Santiago, Chile (2020).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você sabe se no Brasil há mobilização de camponeses pela reforma agrária? Se sim, cite um exemplo.

Ícone. Seção Navegar é preciso. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa sentada com as mãos sobre o teclado de um computador.

NAVEGAR É PRECISO

Indepaz – Instituto de Estudios para el Desarrollo y la Paz

https://oeds.link/ZXfyaC

No site dessa organização não governamental são disponibilizados vídeos e publicações sobre os direitos humanos e a respeito das condições de vida e das lutas por direitos enfrentadas pelos trabalhadores rurais na Colômbia.

4. O caso do Chile: agricultura de alta especialização e cobre

Estendendo-se de norte a sul por .4300 quilômetros, desde a fronteira com o Peru até a Terra do Fogo, e de leste a oeste com largura média de 177 quilômetros, o Chile apresenta .756102 quilômetros quadrados de área territorial. É menor que o estado de Mato Grosso, que possui .903207 quilômetros quadrados.

A Cordilheira dos Andes, localizada na porção leste do país, atravessa-o de norte a sul e delimita a fronteira com a Argentina e a Bolívia. Ao norte da cordilheira, destacam-se os picos de maior altitude, como o Nevado Ojos del Salado, de origem vulcânica, com .6880 metros.

Na porção oeste, próximo ao Oceano Pacífico, estende-se também de norte a sul a Cordilheira da Costa, com altitudes inferiores à dos Andes.

Entre a Cordilheira dos Andes e a Cordilheira da Costa abrem-se depressões ou vales, sendo o principal deles o Vale Central, na Depressão Intermediária, onde se localiza a capital Santiago, região intensamente aproveitada para a agricultura (observe o mapa e o perfil topográfico).

Chile: relevo

Mapa. Chile: relevo Mapa das unidades de relevo no Chile.  A maior parte do território chileno está situada entre os paralelos 50 graus sul e  o Trópico de Capricórnio. Cordilheira da Costa: extensa faixa de norte a sul do país, próximo à costa oeste. Cordilheira dos Andes: extensa faixa do centro-sul até o norte, na porção leste, junto à fronteira com a Argentina.  Cordilheira Ocidental: faixa no centro-sul do país e trechos no extremo sul, a oeste. Cordilheira Oriental: faixa no centro-sul do país, junto à Argentina.  Depressão intermediária: estreita faixa no norte do país, entre a Cordilheira da Costa a oeste, áreas de Pré-Cordilheira e Cordilheira dos Andes a leste.  Falésias e planícies fluviomarinhas: estreita faixa na costa oeste, no sentido norte-sul.  Planície da estepe fria de Magalhães: área no extremo sul do país. Pré-cordilheira: faixas no centro-sul e no centro-norte do país.  Zona de campos de gelo: sul e extremo sul do país. Cidades em destaque: Coihaique, Punta Arenas, Puerto Montt, Temuco, Concepción, Talca, Rancágua, Santiago, Valparaíso, La Serena, Copiapó, Antofagasta, Iquique.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.

Fonte: ATLAS geográfico de Chile para la educación. quarta edição Santiago: Instituto Geográfico Militar, 1994. página 46.

Chile: perfil oeste-leste de relevo na latitude de 33graus Sul (Santiago)

Gráfico. Chile: perfil oeste-lestre de relevo na latitude de 33 graus Sul (Santiago). Gráfico para representar a variação de altitude em um perfil de relevo na direção oeste-leste na latitude 33 graus Sul.  No eixo vertical, estão os valores de altitude e no horizontal a distância percorrida no terreno de 0 a 150 quilômetros.   Planícies costeiras: com altitude na faixa dos 200 metros, estendem-se por aproximadamente 40 quilômetros da costa oeste na direção leste.   Após 40 quilômetros, a altitude começa a aumentar e no quilômetro 50 chega a cerca de 1.800 metros. É a a Cordilheira da Costa. A 60 quilômetros da costa oeste, inicia-se a Depressão intermediária,    com aproximadamente 1.000 metros de altitude. A Depressão Intermediária estende-se por cerca de 30 quilômetros. Assim, entre 90 e 100 quilômetros da costa oeste, a altitude volta a subir. É a pré-cordilheira, que se inicia em 1.000 metros e chega a 3.300 metros de altitude por volta de 110 quilômetros da costa.  É o início da Cordilheira do Andes, que chega a 4.200 metros a 140 quilômetros de distância da costa.

Fonte: córner, Ana Maria Errazuriz (coordenação). Manual de Geografía de Chile. segunda edição Santiago: Editorial Andres Bello, 1992. página 76.

Grafismo indicando atividade.

Na latitude de 33 Sul, a Cordilheira dos Andes atinge mais de 4.000 metros de altitude. Qual é a altitude máxima da Cordilheira da Costa nessa latitude?

Regiões naturais

Com base no clima, reconhecem-se três regiões naturais no Chile: o Norte, o Centro e o Sul.

O Norte

A Região Norte do Chile apresenta climas árido e semiárido por causa da corrente marítima fria de rrambolti, que impede a chegada de massas de ar úmidas, provenientes do Oceano Pacífico, ao continente.

O Centro

É a principal região do Chile e apresenta climas temperado e mediterrâneo no litoral. Aí se localizam, além da capital, Santiago, com cêrca de 8,5 milhões de habitantes na área metropolitana, de acordo com estimativas para 2025, as cidades de Valparaíso, onde fica o principal porto do país, e Viña del Mar, com praias muito procuradas por turistas.

As águas dos rios andinos permitem a irrigação das terras, que produzem cereais e frutas, entre elas a uva, que abastece a destacada indústria de vinhos do país. O Centro é, ainda, a principal região industrial do Chile.

O Sul

No Sul do Chile há predominância de clima frio e úmido por causa das altas latitudes e das massas de ar úmidas provenientes do Oceano Pacífico. A vegetação de coníferas possibilita a exploração madeireira, que, em conjunto com a criação de gado ovino, a exploração de carvão mineral, ferro e manganês, a pesca e o turismo, constitui as principais atividades econômicas da região.

• População

As projeções para 2025 indicam que a população chilena atingirá mais de 20 milhões de habitantes. A maior parte dessa população está na região central do país (observe o mapa).

Após a independência e entre final do século dezenove e início do vinte, o Chile recebeu imigrantes europeus, principalmente alemães, espanhóis e russos. Por isso, a população é composta de cêrca de 87% de eurameríndios e descendentes de europeus e 13% de ameríndios.

Chile: densidade demográfica – 2020

Mapa. Chile: densidade demográfica, 2020. Mapa do sul da América do Sul com destaque para o Chile, representando a sua densidade demográfica em habitantes por quilômetro quadrado e as cidades mais povoadas em milhões de habitantes.  Menos de 3,00 habitantes por quilômetro quadrado: porção no extremo sul do país.   De 3,01 a 10,0 habitantes por quilômetro quadrado: porção ao norte, em parte da fronteira do Chile com a Bolívia e a Argentina. Abrange a cidade de Antofagasta, que possui de 300.000 a 1 milhão de habitantes.  De 10,01 a 30,0 habitantes por quilômetro quadrado: pequena área no extremo norte, na fronteira com a Bolívia e o Peru, área na porção central do território, onde está a cidade de Coquimbo, com 300.000 a 1 milhão de habitantes e porção no sul do país.  De 30,01 a 60,0 habitantes por quilômetro quadrado: porção central do país, onde está a cidade de Concepción, com 300.000 a 1 milhão de habitantes.   De 60,01 a 200,0 habitantes por quilômetro quadrado: porção no centro do território, onde estão as cidades de Santiago, com 5 a 10 milhões de habitantes, e Valparaíso, com 300.000 a 1 milhão de habitantes.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 310 quilômetros.

Fonte: Instituto Nacional de Estadística. Resultados Censo 2017. Disponível em: https://oeds.link/EIe9CO; UN-HABITATGlobal State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: UN-Habitat, 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acessos em: 10 março 2022.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Com base na descrição das regiões naturais do Chile, responda por que a Região Norte e a Região Sul possuem as menores densidades demográficas, se comparadas com o Centro do país.

A liderança na produção de frutas

O Chile é um dos líderes na produção e na exportação de frutas. Isso ocorre por vários fatores: condições naturais favoráveis de clima e solo; modernos sistemas de irrigação dos pomares; técnicas avançadas de manejo; mão de obra especializada; centros de pesquisa; excelente infraestrutura logística; rigoroso sistema sanitário; incentivos governamentais; além de outros fatores.

A fruticultura chilena é uma atividade de alta especialização. Os principais produtos são: maçã, pera, uva, mirtilo, morango, damasco, framboesa, cereja, quiuí, pêssego; frutas secas, como uva-passa, ameixa, damasco, noz etcétera; além de frutas em conserva ou calda.

A importância da fruticultura no Chile é tão grande que, em 2020, ocupava a 2ª posição no valor das exportações desse país – a 1ª posição era ocupada pelo cobre, com cêrca de 23%. As frutas representavam quase 9% do valor total das exportações, e o vinho chileno, que já conquistou o mundo, cêrca de 2,5% das exportações.

• A água dos Andes, os rios e a energia solar na irrigação

Os rios do Chile geralmente nascem nos Andes e correm em direção ao Oceano Pacífico. São rios de pequena extensão, pois a distância entre os Andes e o oceano é curta, em média 177 quilômetros.

Os rios chilenos são predominantemente alimentados pelo derretimento das geleiras. Os rios Mataquito e Maule, por exemplo, transportam sedimentos vulcânicos, formando solos muito férteis, e são de enorme importância para a irrigação na agricultura, particularmente na fruticultura, onde se incluem os vinhedos.

Destaca-se no Vale Central o Rio Maipo, que, além de abastecer a região metropolitana de Santiago, fornece água também para a irrigação das áreas de fruticultura.

Técnicas modernas e altamente especializadas, tanto para a produção de uvas como para a fabricação de vinhos, colocaram o Chile entre os dez primeiros países na produção mundial de vinho.

A região seca e de grande radiação solar no norte do Chile tornou-se produtora de uva graças ao aproveitamento de energia solar. Os painéis solares transformam a energia solar em eletricidade, usada para acionar as bombas hidráulicas que retiram a água subterrânea e irrigam os vinhedos.

Fotografia. Vista de uma plantação em fileiras paralelas com arbustos verdes e avermelhados. Ao fundo, área desmatada entremeada de áreas com árvores.
Vista panorâmica de um vinhedo em Santa Cruz, no Vale de Colchagua, Chile (2019). Localizada próximo a Santiago, essa região tem a melhor rota do vinho do Chile, com vinícolas bem estruturadas.

A exploração mineira

O cobre é o principal recurso mineral explorado no Chile, representando 23% do valor total das exportações chilenas em 2020 – os outros minérios representaram 33%.

Em 1971, o presidente Salvador alênde nacionalizou a exploração das minas de cobre que se encontravam nas mãos, principalmente, de empresas estadunidenses. Em 1973, com a implantação da ditadura do General Augusto Pinochê, a exploração de cobre foi aberta a empresas estrangeiras que, até os dias atuais, operam no país em conjunto com a empresa estatal Corporação Nacional do Cobre do Chile (codélco).

No Chile, os sindicatos dos trabalhadores de mineração são bastante ativos. Eles lutam por melhores salários e condições de trabalho, segurança nas minas, compromissos sociais das empresas etcétera.

Fotografia. Do lado direito da foto, uma pessoa está em pé e de lado, usando uma capa laranja, botas cinzas, capacete verde e máscara de proteção. Ao redor, um paredão de pedra acinzentada.
Trabalhador na mina de cobre El Teniente, na Província de Cachapoal, Chile (2018). El Teniente é a maior mina subterrânea de cobre do mundo, com 3 mil quilômetros de galerias subterrâneas.
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NAVEGAR É PRECISO

Instituto Nacional de Estatística do Chile (íne)

https://oeds.link/h9oYhz

Nesse site, que corresponde ao í bê gê É do Brasil, você acessa mapas, informações e dados estatísticos sobre esse país (em espanhol).

5. Demais países de economia com base mineral

Tanto na Guiana como no Suriname, as mineradoras transnacionais controlam a produção de bauxita, usada para a fabricação de alumínio.

A Venezuela, em 2020, estava entre os 25 países maiores produtores de petróleo e abrigava a maior (17,5%) das reservas mundiais. O petróleo é seu principal produto de exportação e chegou a representar, com os minerais, quase 94% do valor total de suas exportações. Com a variação do preço do petróleo no mercado internacional

somada à instabilidade política nos últimos anos, o país entrou em uma profunda crise social e econômica: desemprego, desabastecimento, emigração para a Colômbia, o Brasil e outros países.

A Colômbia possui cêrca de 56% do valor total de suas exportações originárias do setor de combustível e mineral – petróleo, carvão mineral e minério de ferro.

No Equador, o petróleo é também o principal produto de exportação, além da banana, da qual o país é o maior exportador mundial.

O Peru destaca-se na produção mundial de prata, cobre, estanho, molibdênioglossário , ouro, chumbo e zinco. O setor de combustível e mineral representa mais de 50% do valor total das exportações peruanas, dirigidas principalmente para a China.

A Bolívia coloca-se entre os cinco maiores produtores mundiais de antimônioglossário , estanho e tungstênio, além de ter a maior jazida de lítio do mundo, usado como matéria-prima de baterias de smartphones, de computadores portáteis e de veículos elétricos. A atividade industrial boliviana ainda é reduzida: petroquímica, siderurgia, agroalimentar, têxtil etcétera.

A Bolívia é um país mediterrâneo – situado entre terras, ou seja, não tem saída para o oceano. Em razão disso, depende da via marítima dos países vizinhos para suas exportações e importações. A região leste, onde se localiza a cidade de Santa Cruz dê lá siérra, é o centro econômico do país. As culturas de soja, milho e outros produtos e a descoberta de gás natural e petróleo na região dinamizaram sua economia.

Santa Cruz de la Sierra está ligada por ferrovia ao Porto de Santos, no litoral paulista. É por essa ferrovia que a soja boliviana é transportada para exportação. Já o gás natural é transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil e vendido ao Brasil.

Gasoduto Bolívia-Brasil

Mapa. Gasoduto Bolívia-Brasil. Mapa da porção central da América do Sul, com destaque para o centro do Brasil e porção leste da Bolívia. O mapa representa o percurso do gasoduto Brasil-Bolívia.  De Canoas no Rio Grande do Sul, o gasoduto percorre a costa leste de Santa Catarina pelas cidades de Siderópolis e Biguaçu, entra no sul do Paraná por Araucária e passa em Capão Bonito,  entra no estado de São Paulo e chega em Paulínia, no interior, onde há um ramal que segue para Guararema, cidade próxima ao litoral do estado. De Paulínia, o gasoduto segue na direção oeste do estado de São Paulo percorrendo as cidades de São Carlos, Iacanga, Penápolis, Mirandópolis e cruza a divisa com Mato Grosso do Sul em Três Lagoas, seguindo para Ribas do Rio Pardo, Campo Grande (capital do estado), Anastácio, Miranda, Corumbá e Mutun na fronteira com a Bolívia. Em território boliviano, o gasoduto segue para as cidades de Yacuses, Roboré, Chiquitos, Izozog e Rio Grande. De Rio Grande, sai um ramal de volta para o Brasil pelo estado de Mato Grosso até a cidade de Cuiabá, capital do estado.   À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.

Fonte: Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil sociedade anônima Disponível em: https://oeds.link/HCIPQA. Acesso em: 8 fevereiro 2022.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Quais são as Grandes Regiões do Brasil, segundo o í bê gê É, servidas pelo Gasoduto Bolívia-Brasil?

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Instituto Nacional de Estatística e Censos do Equador (inéqui)

https://oeds.link/8Sr8LQ

Nesse site, você encontra mapas, informações e dados estatísticos sobre o território, a população e a economia do país (em espanhol). Clique em “Cartografia” e acesse os mapas do Equador.

Ícone. Seção Cruzando saberes. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa atravessando na faixa de pedestres.

Cruzando saberes

Supertelescópio instalado no Chile

“Você já imaginou ver o nascimento de uma estrela? Descobrir galáxias distantes e estrelas tão grandes quanto o Sol? Pois saiba que essas aventuras estão prestes a se tornar realidade com a construção do Observatório alma no Deserto de Atacama, no Chile [inaugurado em março de 2013].

‘Todo astrônomo gostaria [de] construir o maior telescópio possível, mas um telescópio gigante é tecnicamente inviável’, conta o astrônomo Antonio ráles, da Universidade do Chile. ‘Para alcançar a potência que desejamos, precisaríamos de uma antena de 15 quilômetros de extensão, o que seria impossível.’

A ideia do alma, então, é espalhar várias antenas menores sobre um terreno conhecido como platô [planalto] de Chajnantor. Juntas, elas funcionarão como um grande telescópio. O deserto parece ser o local ideal para construir um observatório como este, já que é bem alto – e, assim, mais próximo do céu – e seco – em locais onde chove muito, a umidade pode prejudicar a captação das imagens.

Ao todo, o alma contará com 66 antenas recebendo sinais do espaço, das quais 26 já foram instaladas. Ao capturar ondas emitidas pelos astros, as antenas são sincronizadas e conseguem formar imagens com alta precisão, identificando de onde veio a informação – isto é, se foi de uma galáxia distante, de estrelas ou de outros planetas.

A diferença desse observatório para os demais está na frequência das ondas que consegue receber. O alma consegue captar ondas com frequências muito baixas, que quase nenhum outro telescópio consegue captar.

Agora, reparem no tamanho do desafio que o alma se propôs: entender o que aconteceu após o Big Bang, fenômeno que deu origem ao Universo! Para isso, será necessário observar as primeiras galáxias e estrelas formadas, que estão a anos-luzglossário da Terra. Será que o novo observatório será capaz de solucionar esse mistério? Agora, é esperar para ver.”

rézniqui, Gabriela. Supertelescópio instalado no Chile. Ciência Hoje das Crianças, 2 janeiro 2012. Disponível em: https://oeds.link/f3JATO. Acesso em: 2022.

Fotografia. Em uma área aberta, diversos telescópios dispostos em fileiras. No centro da foto, um telescópio e sua base com uma cerca de proteção no solo e a grande estrutura redonda posicionada em direção ao céu.
Vista do Observatório alma (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), que possui a maior rede de telescópios do mundo, localizada em um planalto no Deserto de Atacama, norte do Chile (2018), a cêrca de 5.000 metros de altitude.

 Interprete

1. Segundo o texto, por que a localidade onde foi construído o Observatório Alma é ideal?

 Argumente

2. Por que as pesquisas científicas são importantes?

6. A Corrente de rrambolti

O norte do Chile apresenta climas árido e semiárido por causa da corrente marítima fria de rrambolti. Ela impede a chegada de massas de ar úmidas, provenientes do Oceano Pacífico, ao continente. Conheça a seguir a Corrente de rrambolti e entenda por que ela beneficia a economia de alguns países sul-americanos banhados pelo Oceano Pacífico.

Corrente de rrambolti

Ilustração. Corrente de Humboldt. Ilustração representando a porção oeste do território da América do Sul e o Oceano Pacífico. A ilustração se assemelha a uma imagem de satélite, com áreas de planície na cor verde e as áreas de maior altitude nas cores bege e marrom, com textura. Na imagem, há a localização da cidade de Guayaquil, no Equador, na porção oeste e norte da América do Sul, Callao, no Peru, na porção oeste e no centro do continente, e o Deserto de Atacama no Chile, na porção sudeste da América do Sul.  No Oceano Pacífico, há uma seta azul representando a corrente marítima de Humboldt. Ela provém do sul e segue em direção ao norte, próxima à latitude da cidade de Callao, no Peru. Acima da seta, um termômetro marcando a temperatura de 16,8 graus Celsius. À esquerda da seta, o texto: 
Alexander von Humboldt (1769-1859) foi um naturalista, cientista e viajante alemão que em 1802 foi à costa americana do Pacífico. No litoral peruano, numa latitude tão tropical como a da Bahia (Brasil), deparou-se com pinguins e um clima intrigantemente fresco. 
Humboldt mediu a temperatura da água no litoral de Callao, de onde saiu para Guayaquil. Graças à corrente marítima que vem do sul chileno, essa viagem costeira levava 5 dias, muito rápido para a época, mas a volta podia demorar semanas.
O cientista foi o primeiro a verificar que as águas dessa corrente marítima eram bem mais frias que as águas que as circundavam. Humboldt concluiu que a corrente tinha origem no Polo Sul e era a responsável pelas temperaturas amenas do litoral sul-americano do Pacífico.

Correntes marítimas no mundo

Ilustração. Correntes marítimas no mundo. Ilustração representando o planisfério com destaque para as correntes marítimas frias (identificadas em setas azuis) e correntes marítimas quentes (indicadas em setas vermelhas).  As correntes frias estão localizadas em maior volume nos extremos do globo, nas regiões do Ártico e Antártica. Algumas setas seguem em direção ao Equador. A partir do extremo sul, uma corrente fria percorre próxima da costa oeste da América do Sul e outra na costa sudoeste da África. Da região Ártica seguem correntes frias em direção ao nordeste do Canadá, costa oeste dos Estados Unidos, oeste do sul da Europa e noroeste da África e leste do Japão.  As correntes marítimas quentes concentram-se em sua maior parte no hemisfério sul, especialmente nas zonas intertropicais, mas percorrem todas as direções em formatos circulares no Oceano Pacífico, Atlântico Sul e Norte, Oceano Índico, Mar do Sul da China, leste do Japão e oeste do Canadá.

A Corrente de rrambolti e o Deserto de Atacama

Ilustração. A Corrente de Humboldt e o Deserto do Atacama. Bloco-diagrama representando a ação da corrente de Humboldt na formação do Deserto do Atacama. Do lado esquerdo do bloco-diagrama, o oceano e a zona costeira que possui uma praia e uma grande encosta de montanha com aclive muito acentuado até o topo coberto de gelo. Acima do oceano, inicia-se uma seta na cor vermelha que sofre uma elevação. Por baixo dessa elevação, no sentido perpendicular, há uma seta azul no oceano representando a Corrente de Humboldt. Ao passar sobre a corrente de Humboldt, a seta vermelha se transforma em azul e atravessa uma área  com muitas nuvens e chuva.  Para explicar essas nuvens, há o texto: A Corrente de Humboldt resfria o ar atmosférico, provocando a condensação do vapor de água de massas de ar úmidas provenientes do oceano e causando chuvas. À direita do diagrama, um texto relacionado à costa continental: Quando essas massas de ar atingem o norte do território chileno, já perderam a umidade e se tornaram massas de ar secas. É aí que surge o Deserto de Atacama, considerado o deserto mais árido do planeta.

Fontes das ilustrações: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 26; Santiago: Ocho Libros, 2005. página 73-77;

• A indústria da pesca

Com alimento em abundância, as águas da costa oeste da América do Sul atraem muitos cardumes, principalmente de sardinhas, anchovas e carapaus do Pacífico. Tal fato permite ao Peru e ao Chile ocuparem, respectivamente, a segunda e a décima posições entre os dez países maiores produtores de pescado no mundo e, na América do Sul, destacarem-se como primeiro e segundo produtores.

Mundo: produção de pescado (em porcentagem) – 2018

Gráfico. Mundo: produção de pescado em porcentagem, 2018.  Gráfico circular representando a produção mundial de pescado por maiores produtores, em porcentagem do total produzido.  China: 15%.  Peru: 8%.  Indonésia: 8%.  Rússia: 6%.  Estados Unidos: 6%.  Índia: 4%.  Vietnã: 4%.  Japão: 4%.  Noruega: 3%.  Chile: 3%.  Outros Países: 39%.

Fonte do gráfico: fáo. The state of world fisheries and aquaculture 2020. Sustainability in action. , 2020. página 13.

PERCURSO 22 URUGUAI E PARAGUAI: ECONOMIAS COM BASE AGROPECUÁRIA

1. Economias com base agropecuária

Além do Uruguai e do Paraguai, localizados na América do Sul, os países que compõem a América Central possuem suas economias baseadas na agropecuária, com algumas exceções.

Neste Percurso, estudaremos o Uruguai e o Paraguai, e nos dois próximos, a América Central.

2. O Uruguai

Com área territorial de .176215 quilômetros quadrados – menor que o estado do Paraná (.199299 quilômetros quadrados) –, o Uruguai situa-se no sudeste da América do Sul, estendendo-se na direção norte-sul, entre as latitudes 30graus Sul e 35graus Sul.

A maior parte do território uruguaio está inserida na Bacia do Prata, como ocorre com o Paraguai e a Argentina. Por isso, esses três países formam a chamada América Platina.

É comum ainda referir-se ao Uruguai como país do Cone Sul, pois, com o Chile e a Argentina, localiza-se na porção do território sul-americano que se afunila na direção sul, semelhante à fórma de cone. O Paraguai e o sul do Brasil, desde o estado de São Paulo, também podem ser considerados pertencentes ao Cone Sul.

• Condições naturais

O relevo uruguaio (observe o mapa), de baixa altitude, é formado por planaltos com altitudes médias de 300 metros e apresenta ondulações suaves denominadas no país de cuchillas. Na rede hidrográfica, destacam-se dois rios que nascem no Rio Grande do Sul: o Rio Negro, que atravessa o país de nordeste a sudoeste, e o Rio Uruguai, que delimita a fronteira entre o Uruguai e a Argentina.

Uruguai: físico

Mapa. Uruguai: físico. Mapa do território do Uruguai representando as altitudes do território em metros.  A maior parte do Uruguai apresenta altitudes na faixa dos 0 aos 150 metros: nas porções noroeste, oeste, sudoeste, sul, sudeste, leste, parte do nordeste e em parte do centro.  Ao norte do país, na fronteira com o Brasil, próximo ao município de Rivera, as altitudes chegam a 600 metros e no extremo sul, próximo às cidades de Minas e de San Carlos, há uma pequena área com altitude na faixa dos 600 metros. Entre as cidades de Durazno, Treinta Y Tres, no centro, e a noroeste, próximo a Salto e ao sul de Artigas, as altitudes variam entre 150 e 300 metros. Cidades:  Sudeste do país: La Paloma e Rocha.  Sul do país: Montevidéu (capital), San Carlos, Minas, Las Piedras, Santa Lúcia, e Florida.  Sudoeste: Cardona, Carmelo. Oeste: Mercedes, Fray Bentos, Paysandú e Guichón. Centro: Trinidad e Durazno. Leste: Treinta y Tres. Nordeste: Melo.  Norte: Rivera.  Noroeste: Salto e Artigas.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 90 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em SADER, Emir (coordenação). Latinoamericana: enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006. página .1224; í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 40.

O clima é temperado, com chuvas bem distribuídas no decorrer do ano; o inverno é frio, mas não é frequente a queda de neve. A cobertura vegetal predominante é de Campos, mesmo domínio predominante na Campanha Gaúcha do Rio Grande do Sul. Os campos formam excelentes pastagens para os rebanhos, principalmente de bovinos e ovinos, que são a base da economia uruguaia.

Fotografia. Em uma área de campo gramado, diversas vacas marrons com manchas brancas no rosto e nas patas repousam em pé. No primeiro plano, à direita, duas vacas estão se alimentando, com a cabeça em um repositório. Ao fundo, árvores e o céu nublado.
Rebanho de vacas em Lavalleja, Uruguai (2021). Nesse país, algumas fazendas de gado participam de um projeto para mitigar o impacto da pecuária nas mudanças climáticas, com a rotação do gado para manter a pastagem alta e a melhora da dieta dos rebanhos.

• População

A população de mais de 3,5 milhões de habitantes (estimativa para 2025) do Uruguai encontra-se irregularmente distribuída no território. O norte, ocupado por grandes estânciasglossário , é escassamente povoado. O sul, sobretudo na área metropolitana de Montevidéu, é a área mais povoada, com densidades demográficas acima de 25 habitantes por quilômetro quadrado (observe o mapa).

A cidade de Montevidéu (observe a foto), capital do Uruguai, com mais de 1,7 milhão de habitantes, apresenta cêrca de 50% da população total do país, que é predominantemente urbana (95%).

Em sua maior parte, a população uruguaia é formada por descendentes de espanhóis e italianos (cêrca de 87%). Os eurameríndios correspondem a apenas 5%, e os afrodescendentes, a 7,5%. Por não haver apresentado, durante o período colonial, produtos tropicais e metais preciosos que interessassem à metrópole espanhola e necessitassem de mão de obra escrava para a sua exploração, o Uruguai tem pequena participação dos afrodescendentes na sua população se comparado com o Brasil.

Uruguai: densidade demográfica – 2020

Mapa. Uruguai: densidade demográfica, 2020.  Mapa do território uruguaio representando a densidade demográfica em habitantes por quilômetro quadrado e as cidades mais povoadas em mil habitantes. Cidades mais povoadas. De 1 a 5 milhões de habitantes: Montevidéu, localizada no sul do país.  De 50 a 100.000 habitantes: Ciudad de la Costa, ao sul, e Salto, a noroeste. De 40 a 50.000 habitantes: Paysandú a oeste, Rivera ao norte, Las Piedras ao sul e Maldonado no sudeste. De 30 a 40.000 habitantes: San José de Mayo e Minas ao sul, Mercedes a sudoeste, Tacuarembó ao norte, Artigas a noroeste e  Melo a leste. De 20 a 30.000 habitantes: Durazno no centro,  Treinta y Tres a leste, Colonia del Sacramento a sudoeste, Pando e Florida ao sul, San Carlos e Rocha no sudeste.  Habitantes por quilômetro quadrado. Menos de 1 habitante por quilômetro quadrado: áreas ao norte do país.  Entre 1 a 10 habitantes por quilômetro quadrado: porção central, leste e noroeste.  Entre 10 e 25 habitantes por quilômetro quadrado: extremo oeste, próximo à fronteira com a Argentina, e faixa de oeste a leste no centro do território.   Entre 25 e 50 habitantes por quilômetro quadrado: porção sudeste e sudoeste.   Entre 50 e 100 habitantes por quilômetro quadrado: ao sul do país, em área que engloba as cidades de Florida, Minas, San Carlos e San José de Mayo. Também onde estão as cidades de Rivera (ao norte), Salto e Paysandú (a oeste).  Mais de 100 habitantes por quilômetro quadrado: área ao redor da capital, região da capital, Montevidéu, e das cidades Las Piedas, Pando e Ciudad de La Costa.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 90 quilômetros.

Fontes: Atlas National GeographicAmérica do Norte e Central São Paulo: Abril, 2008. volume 1. página 95; Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 155; . Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: , 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acesso em: 13 junho 2022.

Grafismo indicando atividade.

Onde se localizam as menores densidades demográficas no território uruguaio?

Fotografia. Vista de uma densa área urbana no centro da foto e mar no primeiro plano e ao fundo. Na cidade há edifícios mais altos e modernos ao fundo e construções mais baixas na parte da cidade mais próxima ao mar. Algumas construções mais baixas são amplas e com arquitetura mais antiga. Na parte inferior da foto e à esquerda, há uma grande navio azul com de contêineres vermelhos, azuis e brancos. O navio está atracado junto a uma plataforma onde há contêineres empilhados também.
Vista de Montevidéu, com área portuária da cidade no primeiro plano, no Uruguai (2020).

• Economia

A agropecuária é a base da economia do Uruguai. O país é um tradicional exportador de carne bovina, couro e lã, obtida do rebanho de ovinos. Além desses produtos, figuram na pauta de exportação do país o trigo, a soja, o arroz e o milho.

Fotografia. 
Rebanho de ovinos atravessam uma estrada de terra em uma zona rural, no centro da imagem. Atrás do rebanho, uma cerca separa a estrada de terra de uma área gramada e do lado direito um homem montado sobre um cavalo com roupa vermelha e chapéu observa o rebanho.
Rebanho de ovinos no Departamento de Tacuarembó, no Uruguai (2018).

Na primeira metade do século vinte, um amplo sistema de serviços de educação e saúde foi constituído no Uruguai, sendo por isso chamado, na época, de “Suíça da América do Sul”. Atualmente, as exportações de carne, lã e couro já não propiciam o mesmo dinamismo econômico; ainda assim, o Uruguai possui nível de vida superior ao de muitos países da América Latina, tendo como destaque os índices de escolaridade. Em 2019, o í dê agá do país foi muito elevado (0,817); a taxa de analfabetismo de adultos, baixa (1,3%); a esperança de vida, de 77,9 anos; e a taxa de mortalidade infantil; de 6,4por mil – indicadores sociais melhores que os do Brasil.

A partir da década de 1960, a economia uruguaia começou a ser abalada pela queda do preço da lã e da carne no mercado internacional. Diante disso, a oligarquia pecuarista passou a aplicar parte significativa de seus recursos no exterior e na especulação financeira e pouco na melhoria da produção interna.

A atividade industrial é reduzida e está relacionada, principalmente, ao processamento de produtos de origem animal: carne, couro e lã. Nos últimos anos têm crescido a exportação de celulose, a indústria vinícola e o setor financeiro (bancos), levando o país a ter participação expressiva no setor bancário latino-americano.

Como fundador e país-membro do Mercosúl, como estudaremos na Unidade 7, o Uruguai tem intensificado o comércio entre os integrantes do bloco, o que contribuiu para o crescimento de seu Píbi. Observe no mapa a distribuição das atividades econômicas no território uruguaio.

Uruguai: economia

Mapa. Uruguai: economia.  Mapa do Uruguai representando as atividades econômicas do país, com destaque para as principais indústrias e infraestruturas, vegetação e produção agropecuária. Principais indústrias e infraestruturas  Automobilística: centro do país.  Química: em Montevidéu.  Mecânica: em Montevidéu.  Agroalimentar: a sudoeste. Conserva de carne: em Montevidéu e a sudoeste. Têxtil: em Montevidéu e no centro-leste. Indústria da madeira: no leste.  Aeroporto internacional: em Montevidéu.  Rodovias: 3 rodovias cruzam o território na direção norte-sul do país a oeste, centro e leste; m2 rodovias atravessam a faixa litorânea sudoeste, sul e sudeste, passando por Montevidéu.  Zona industrial: faixa próxima a Montevidéu.  Vegetação e produção agropecuária  Bovino: no centro e ao norte do país.  Ovino: no centro-norte.  Pastagem: maior porção do território, englobando centro-sul, norte, noroeste, nordeste e leste.  Terras cultiváveis: faixa próxima à fronteira que se estende pelo oeste, sudoeste e sul do país. Pequenas áreas no norte, no leste e no sudeste.  Florestas: faixa a sudeste e mancha pontual na porção nordeste do país.  À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 90 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 60.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Qual é a principal atividade econômica do Uruguai desenvolvida na fronteira com o Brasil?

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Instituto Nacional de Estatística do Uruguai (íne)

https://oeds.link/4pt8uH

O instituto corresponde ao í bê gê É do Brasil, e no seu site (em espanhol) é possível encontrar mapas, informações e dados estatísticos sobre saúde e educação, por exemplo.

3. O Paraguai

O Paraguai tem uma área territorial de .406752 quilômetros quadrados – pouco maior que a do estado de Mato Grosso do Sul (.357148 quilômetros quadrados). Localizado na porção centro-sul da América do Sul, o país abriga uma população de ..7758263 habitantes (estimativa para 2025).

Assim como a Bolívia, o Paraguai é um país que não tem litoral. Para fazer comércio com o exterior, no caso dos produtos que não podem ser transportados pela aviação comercial, o Paraguai depende da Argentina e do Brasil. Em seu território corre o Rio Paraguai, de norte a sul, que, em solo argentino, fórma, com o Rio Paraná, o Rio da Prata. Por meio dessa travessia Paraguai-Paraná, o país tem um de seus acessos ao mar. Entretanto, é pelo território brasileiro que o Paraguai realiza parte significativa do comércio com o exterior. Na década de 1960, o Brasil ofereceu ao Paraguai uma saída para o mar. Tal proposta tinha o objetivo de atrair o Paraguai para a área de influência do Brasil, afastando-o de maior aproximação com a Argentina. A saída do Paraguai para o mar foi concretizada com a construção da Ponte da Amizade sobre o Rio Paraná (inaugurada em 1965) e a construção de rodovia que liga a capital do país, Assunção, ao porto de Paranaguá, no estado do Paraná. Nesse porto, o Paraguai possui um terminal de uso exclusivo.

Paraguai: posição geográfica

Mapa. Paraguai: posição geográfica. Mapa de parte do sul da América do Sul, com a divisão política entre os países, capitais, cidades, rodovias e ferrovias. O Paraguai está no centro do mapa. A noroeste do Paraguai está a Bolívia, a oeste e sul do Paraguai está a Argentina e a leste o Brasil.  Capital: Assunção. Cidades: Pedro Juan Caballero, Concepción e Encarnación. Pelo Paraguai passam  rodovias que ligam o país à Bolívia, à Argentina e ao Brasil. Da capital Assunção sai uma rodovia que chega a Foz do Iguaçu, na fronteira do Paraguai com o Brasil, e se desmembra em duas, uma em direção a Curitiba e Paranaguá (a BR227), no litoral, e outra em direção a São Paulo.  Da capital Assunção sai uma ferrovia que atravessa o nordeste da Argentina, passa no sul do Brasil, e volta à  Argentina até chegar a Buenos Aires.   O Paraguai é atravessado pelo rio Paraguai e pelo rio Paraná. No Brasil, capital: Brasília. Cidades: Goiânia, São Paulo, Curitiba, Foz do Iguaçu e Paranaguá.  Na Bolívia, capitais: La Paz e Sucre. No Uruguai, capital: Montevidéu. Na Argentina (porção norte), capital: Buenos Aires. Cidades: San Miguel de Tucumán, córdoba e Rosário. No Chile (porção norte), capital: Santiago. Cidades: Viña del Mar e Valparaíso. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 290 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 75.

Grafismo indicando atividade.

Com quais países o Paraguai faz fronteira?

Ícone. Seção Navegar é preciso. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa sentada com as mãos sobre o teclado de um computador.

NAVEGAR É PRECISO

Instituto Nacional de Estadística – Paraguai

https://oeds.link/77bXMt

O órgão é responsável pelo levantamento de dados estatísticos da sociedade e economia do Paraguai. No site, em espanhol, é possível encontrar mapas, informações e dados estatísticos sobre esse país.

Regiões naturais

O Rio Paraguai marca a divisão do país em duas regiões naturais: a Oriental e a Ocidental.

A Região Oriental

Nessa região predominam os planaltos ondulados de baixas altitudes – continuação dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná da classificação do relevo realizada pelo geógrafo brasileiro Jurandir L. S. Ross. Formada por solos férteis, resultantes da decomposição do basalto, é a principal região agrícola do país. Além da soja, principal produto de exportação do Paraguai, cultivam-se milho, tabaco, cana-de-açúcar, trigo, algodão, entre outros (observe a foto da página seguinte).

Essa região, coberta por remanescentes de Floresta Tropical, caracteriza-se pelo clima tropical, com boa distribuição de chuvas.

Fotografia. Vista de uma área recém plantada em uma zona rural, com fileiras de terra e plantas nascendo. À direita, no horizonte, árvores e áreas mais elevadas.
Campo de cultivo de cana-de-açúcar na região de Guaira, no Paraguai (2020).

A Região Ocidental

A oeste do Rio Paraguai localiza-se a Região Ocidental, chamada também de Gran Chaco. Formado por planícies, o Gran Chaco caracteriza-se pelo clima quente e chuvoso no verão e seco no inverno. Mas, à medida que se avança para noroeste, em direção à Bolívia, torna-se mais seco, com baixa precipitação e predomínio de Estepes.

Essa é a área de maior biodiversidade do país. É uma região pouco povoada, onde se instalaram a criação de gado extensiva, a cultura do algodão e o extrativismo vegetal do quebracho, planta da qual se extraem o tanino, usado para curtir e amaciar o couro bovino, e o quinino, matéria-prima para a fabricação de medicamentos pela indústria farmacêutica.

• Economia

A economia paraguaia tem por base a agropecuária. Algodão, soja, sementes oleaginosas, óleos vegetais e carne bovina são exportados principalmente para os países do Mercosúl, do qual o Paraguai é país integrante, e para Rússia, Chile, Itália, Turquia e Estados Unidos.

A eletricidade é outra fonte de renda do Paraguai. Sócio do Brasil na Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, o país vende o excedente de energia elétrica ao Brasil.

Há no Paraguai o comércio ilegal de artigos importados e a pirataria de produtos – falsificação de marcas –, o que acaba prejudicando o Brasil, pois muitos brasileiros, ao comprar esses artigos – eletroeletrônicos, perfumes etcétera –, não pagam impostos ao Estado. Essa situação é agravada pelo fato de que muitos trabalhadores que participam da produção de artigos piratas são explorados e não gozam da proteção das leis trabalhistas. Além disso, há também o comércio ilegal de armas e munições que abastece facções criminosas.

Paraguai: economia

Mapa. Paraguai: economia. Mapa do Paraguai representando as atividades econômicas no país.  Capital: Assunção.  Cidade Principal: Ciudad del Este.  Principais indústrias e infraestruturas  Química: próximo a Ciudad del Este, no sudeste do país.   Agroalimentar: no sul do país.  Indústria de carne bovina em conserva: próximo a Ciudad del Este, no sudeste do país.  Têxtil: no sudoeste do país.  Siderurgia: em Assunção, no sudoeste do país, e no sul.  Mineração: no leste do país, próximo à fronteira com Brasil, e na região centro-sul.  Petróleo: no centro norte do país.  Cimento: próximo a Assunção, no sudoeste.  Central hidrelétrica: a leste, na fronteira com Brasil, e no extremo norte. Aeroporto internacional: em Assunção.  Rodovia: maior concentração no sul.  Vegetação e produção agropecuária  Cereais: sul e centro-norte.  Soja: ao sul e a leste.  Bovino: a leste, no centro, a oeste e sudoeste do país.   Suíno: sul, centro leste e sudeste.  Caprino: a leste e no centro do território.   Café: centro leste e centro norte.  Cana-de-açúcar: centro oeste.  Algodão: sudoeste e leste.  Tabaco: sudoeste. Pastagem: na porção oeste e sudoeste do território, no centro-leste, no nordeste e no norte do país.  Terras cultiváveis: área no centro, no centro sul e no extremo sul do país. Florestas: toda a porção noroeste do país.   À direita, rosa dos ventos e a escala de zero a 140 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Le grand atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 62 e 63; ATLAS National Geographic. América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. volume 1. página 42.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Guerra do Brasil: toda a verdade sobre a Guerra do Paraguai.

Direção: Sílvio Béc. Brasil: embrafílme, 1987. Duração: 79 minutos

Numa mistura de ficção e fatos reais, o filme procura desfazer os vários mitos que cercam a Guerra do Paraguai.

Fotografia. Vista de um rio extenso no centro e de uma ponte branca sobre ele conectando as duas margens do rio. Na margem do lado esquerdo, uma área verde antecede a área urbana, e o mesmo ocorre na margem direita.
Vista da Ponte Internacional da Amizade, construída sobre o Rio Paraná, que liga a cidade brasileira de Foz do Iguaçu (Paraná) à cidade paraguaia de Ciudad del Este (2019). Apesar da fiscalização existente, a ponte é “porta de entrada” para o Brasil do comércio ilegal, envolvendo contrabando de produtos e tráfico de drogas e armas.

• A Lei de Maquila e a industrialização do Paraguai

Em busca de desenvolvimento econômico, no ano 2000 o Paraguai criou uma lei chamada Lei de Maquila, que incentiva a industrialização no país.

Ela foi criada com base no modelo mexicano. Entretanto, difere-se pela não obrigatoriedade de exportação do produto industrializado para um único país – as maquiladoras mexicanas exportam apenas para os Estados Unidos.

Para atrair empresas, a Lei de Maquila oferece um conjunto de vantagens que, somadas às que já existiam no Paraguai, têm atraído investimentos industriais de outros países, principalmente do Brasil.

A Lei de Maquila proporciona isenção de impostos para a importação de matérias-primas e de maquinários para as empresas industriais que desejarem se instalar no país. Quanto aos impostos, as empresas no regime dessa lei pagam apenas 1% sobre o faturamentoglossário . Em contrapartida, para usufruir esses baixos impostos, a empresa deve destinar sua produção total, durante um ano, para o mercado externo.

Além dessa lei, a legislação trabalhista paraguaia é outro atrativo. Os encargos trabalhistas são menores, em torno de 30% do salário do trabalhador; no Brasil, é de 100%.

Por outro lado, enquanto no Brasil o trabalhador tem direito a férias de 30 dias após cada ano de trabalho em uma empresa, no Paraguai as férias são de apenas 12 dias por ano. Somente terá direito a 30 dias após 10 anos de trabalho.

Outro fator que atrai indústrias para o Paraguai é o custo da energia elétrica: menos de 50% do preço do quilowatt-hora no Brasil.

A Lei de Maquila e os outros fatores apontados têm atraído empresas industriais: do total das indústrias que se instalaram no Paraguai, cêrca de 80% são brasileiras.

Segundo economistas, a atração de indústrias para o Paraguai, entre outros fatores, como crises políticas e econômicas, tem contribuído para a desindustrialização do Brasil, ou seja, para a redução da participação do emprego industrial no conjunto do emprego total do país.

Quanto à distribuição espacial das indústrias, sob o regime da Lei de Maquila, o governo paraguaio criou duas zonas francasglossário na Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil (localize a cidade no mapa da página anterior).

Fotografia. Interior de um ambiente com destaque para um corredor separando duas zonas de maquinário. No corredor, pessoas de calça e camisetas brancas com  mangas azuis operam os painéis das máquinas. No piso escuro, uma linha amarela divide o corredor ao meio.
Trabalhadores de uma indústria de autopeças que exporta sua produção para o Brasil, em sãn lorenzo, Paraguai (2016).
Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos 21 e 22

Registre em seu caderno.

1. Observe o mapa e responda às questões.

Mapa. Mapa com a divisão política da América do Sul. Alguns países estão na cor amarelo claro neutro e outros estão em diferentes cores. Os países em cor neutra são Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Uruguai, Paraguai e Argentina. Cada país colorido está identificado por um número. 1, em verde: país na porção noroeste do continente, faz fronteira com Guiana, Brasil e Colômbia.  2, em amarelo: país na porção noroeste, faz fronteira com Venezuela, Panamá, Brasil, Equador e Peru.  3, em lilás: país na porção noroeste, faz fronteira com Colômbia e Peru.  4, em vermelho: país na porção oeste, faz fronteira com Equador, Colômbia, Brasil, Bolívia e Chile. 5, em rosa: país na porção oeste, faz fronteira com Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Peru. 6, em laranja: país na porção sudoeste, faz fronteira com Argentina, Bolívia e Peru. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 730 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 41.

  1. Quais são os países correspondentes aos números 1, 2, 3, 4, 5 e 6 no mapa acima?
  2. Imagine que três amigos brasileiros (Amanda, Bruno e Carlos) fizeram uma viagem por esses países. Leia o relato de cada um, indique qual deles não cometeu nenhum equívoco e aponte os erros cometidos pelos outros. Amanda: “O país 1 abriga as maiores reservas mundiais de petróleo; o país 2 tem na exportação de petróleo a sua maior fonte de divisas; os países 3 e 4 são exportadores de banana e prata, respectivamente; os países 5 e 6 destacam-se na exportação de gás natural e cobre, respectivamente”. Bruno: “Nos países 4 e 6, a pesca é favorecida pela corrente marítima fria de rrambolti; o país 5 é mediterrâneo; os países 2 e 4 se destacam na exportação de produtos minerais, sendo que o primeiro exporta petróleo, e o segundo, prata, cobre e outros”. Carlos: “Dos países representados, o país 1 é o mais estável politicamente na atualidade; enquanto o país 3 é ‘cortado’ pela linha equatorial, os países 5 e 6 são ‘cortados’ pelo Trópico de Capricórnio; o país 2 se localiza em menor latitude em relação ao país 4; e o país 5 se localiza em maior longitude em relação ao país 3”.
  1. O que você entende por padrão de concentração da terra?
  2. Em relação ao Chile, responda:
    1. Qual é o recurso mineral com maior peso no valor das exportações?
    2. Qual é o setor agrícola que se destaca pela alta especialização?
  3. O Uruguai e o Paraguai possuem economias com base agropecuária. Indique o que eles produzem.
  4. Observe o mapa da página 188 e responda.
    1. Com base nos paralelos do mapa, em que zona de iluminação e aquecimento da Terra a maior parte do território chileno se situa?
    2. Lembre-se de que a latitude é um dos fatores geográficos que influenciam o clima. Com base nisso e excluindo outros fatores, a região chilena “atravessada” pelo paralelo 50graus Sul é menos ou mais fria que a região “atravessada” pelo paralelo 30graus Sul? Por quê?

6. Observe o mapa e responda.

América do Sul: precipitação média anual

Mapa. América do Sul: precipitação média anual. Mapa da América do Sul representando a precipitação média anual (em milímetros) no território. Menos de 500 milímetros de precipitação média por ano: pequena área no norte da Venezuela; interior do nordeste brasileiro e faixa oeste do continente, desde o norte do Peru até o extremo sul do continente, englobando as cidades de Lima e Santiago.   De 500 a 1.000 milímetros de precipitação média por ano: parte do nordeste do Brasil, faixa estreita cruzando o Peru e Bolívia de norte a sul, nordeste e leste da Argentina e noroeste do Paraguai, sudoeste e sul do Uruguai e no norte da Colômbia e da Venezuela.  De 1.000 a 2.000 milímetros de precipitação média por ano: maior parte do território do Brasil, exceto em sua porção noroeste,  nordeste e parte do sul, oeste, norte e leste da Bolívia, quase em todo o Paraguai, no norte do Uruguai, nordeste da Argentina, faixa oeste no Peru e na Colômbia e grande parte do território da Venezuela. Acima de 2.000 milímetros de precipitação média por ano: noroeste do Brasil, leste e norte do Peru, sul e porção central na Colômbia, e maior parte do território de Guiana, Suriname e Guiana Francesa.  À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 730 quilômetros.

Fonte: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istitúto djêográfico de agostíni, 2016. página 50-54.

  1. A precipitação média anual da capital do Equador é semelhante à de que outras cidades da América do Sul?
  2. Qual área do território brasileiro possui precipitação média anual que corresponde à que ocorre no litoral do Oceano Pacífico da América do Sul, no trecho compreendido entre o norte do Peru e a área um pouco mais ao sul de Santiago, no Chile?
  3. Calcule a distância, em linha reta e em quilômetros, entre a capital do Chile e a do Equador.

7. Observe o climograma de lá pás, capital da Bolívia, e responda à questão.

lá pás (Bolívia): climograma

Gráfico. La Paz (Bolívia): climograma Gráfico de colunas e de linha para representar a temperatura média e a precipitação média por mês na cidade de La Paz.   No eixo vertical esquerdo, valores de temperatura média (em graus Celsius). No eixo vertical direito, valores de precipitação média (em milímetros). No eixo horizontal, os meses do ano, de janeiro a dezembro. Janeiro.  Precipitação média: 120 milímetros. Temperatura média: 9 graus Celsius.  Fevereiro. Precipitação média: 100 milímetros. Temperatura média: 9 graus Celsius.   Março. Precipitação média: 90 milímetros. Temperatura média: 9 graus Celsius  Abril. Precipitação média: 50 milímetros. Temperatura média: 8 graus Celsius.  Maio. Precipitação média: 20 milímetros. Temperatura média: 7 graus Celsius.  Junho. Precipitação média: 10 milímetros. Temperatura média: 6 graus Celsius.  Julho. Precipitação média: 10 milímetros. Temperatura média: 6 graus Celsius.  Agosto. Precipitação média: 20 milímetros. Temperatura média: 7 graus Celsius.  Setembro. Precipitação média: 40 milímetros. Temperatura média: 9 graus Celsius.  Outubro. Precipitação média: 50 milímetros. Temperatura média: 10 graus Celsius.  Novembro. Precipitação média: 80 milímetros. Temperatura média: 10 graus Celsius.  Dezembro. Precipitação média: 90 milímetros. Temperatura média: 10 graus Celsius.  La Paz. Latitude: 16 graus e 30 minutos Sul. Longitude: 68 graus e 9 minutos Oeste. Altitude: 3.782 metros.

Fontes: ATLAS National Geographic São Paulo: Abril, 2008. volume 1. página 36; DATEANDTIME.INFO. Coordenadas geográficas de lá pás, Bolivia. Disponível em: https://oeds.link/dz0OEc. Acesso em: 8 fevereiro 2022.

Qual dos fatores geográficos do clima exerce grande influência nas médias térmicas de La Paz?

8. Observe, a seguir, a reprodução da tela e responda à questão.

Pintura. Uma pessoa montada em um cavalo em uma área de pastagem no primeiro plano. Ela usa chapéu e segura um laço de corda com os braços abertos para o alto, olhando em direção a uma boiada, que pasta em uma área de grama verde. Atrás dos bois, duas pessoas montadas em dois cavalos observam a cena. Ao fundo, árvores e céu azul.
Os tropeiros (sem data), de Adriana Raquel Ramos Capeci, natural de Paysandú, no Uruguai.

Que relação há entre a cobertura vegetal predominante no Uruguai, retratada na tela, e a atividade econômica reproduzida? (Para recordar o tipo de vegetação, consulte o mapa da página 123).

9. Em dupla, visitem o comércio local e verifiquem quais frutas consumidas na sua região são provenientes do Chile. Apresentem à turma as informações obtidas.

PERCURSO 23 AMÉRICA CENTRAL: ECONOMIAS COM BASE AGROPECUÁRIA

1. Os dois conjuntos de países e territórios dependentes

A América Central compreende dois conjuntos de unidades políticas: a América Central Continental, ou Ístmica; e a América Central Insular, o Caribe ou as Antilhas (observe o mapa).

A América Central Continental corresponde à estreita faixa de terras emersas – o istmo – que une a América do Norte à América do Sul, tendo a oeste o Oceano Pacífico e a leste o Mar do Caribe, ou Mar das Antilhas. Nessa porção se situam sete países.

Já a América Central Insular é formada por ilhas, que são comumente divididas em três grupos:

Grandes Antilhas: compreendem arquipélagos e ilhas de maior dimensão, como Cuba, Ilha Hispaniola – onde se localizam o Haiti e a República Dominicana –, Porto Rico (Estados Unidos da América) e Jamaica.

Pequenas Antilhas: abrangem várias ilhas de pequena dimensão, entre elas Anguilla, Antígua e Barbuda e Guadalupe.

Bahamas: arquipélago com mais de 700 ilhas, ao norte de Cuba.

Na América Central Continental, todas as unidades políticas são independentes. Na América Central Insular, além de países independentes, existem territórios (ilhas ou arquipélagos) pertencentes ao Reino Unido, à França, aos Países Baixos e aos Estados Unidos, que são resquícios do colonialismo dos séculos anteriores.

América Central: político

Mapa. América Central: político. Mapa da América Central com sua divisão política, as capitais e principais ilhas.  Na parte continental, do sul do México em direção à América do Sul, os países: Guatemala, com capital na cidade de Guatemala.  Belize, com capital em Belmopán.  El Salvador, com capital em San Salvador. Honduras, com capital em Tegucigalpa.  Nicarágua, com capital em Manágua.  Costa Rica, com capital em San José.  Panamá, com capital em Panamá. No Mar das Antilhas (Mar do Caribe), as Grandes Antilhas, com os seguintes países insulares e ilhas.  Bahamas, com capital em Nassau. Cuba, com capital em Havana. Jamaica, com capital em Kingston. Haiti, com capital em Porto Príncipe. República Dominicana, com capital em Santo Domingo. Porto Rico (Estados Unidos), com capital em San Juan.  Ilhas Cayman (Reino Unido). Ilhas Turks e Caicos (Reino Unido) Nas Pequenas Antilhas, as ilhas: Ilhas Virgens (Reino Unido), Ilhas Virgens (Estados Unidos), Ilhas Anguilla (Reino Unido),   Ilhas San Martin (França), Ilhas Eustatius (Países Baixos), Guadalupe (França), Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, Ilha Montserrat (Reino Unido), Martinica (França), Santa Lúcia, São Vicente  e Granadinas, Barbados, Granada, Trinidad e Tobago, com capital Port of Spain, Bonaire (Países Baixos), Curaçao (Países Baixos) e Aruba (Países Baixos).   À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 39.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Cite uma ilha das Pequenas Antilhas pertencente à França e outra, ao Reino Unido.

2. América Central Continental

Como observamos no mapa da página anterior, a América Central Continental fórma uma estreita faixa de terras emersas que une a América do Norte à América do Sul.

• Países, área e população

A América Central Continental é formada por sete países: Guatemala, Belize (ex-Honduras Britânicas, independente em 1981), Honduras, él salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. Juntos, somam .521039 quilômetros quadrados de área territorial – menor em .65481 quilômetros quadrados que o estado de Minas Gerais (.586514 quilômetros quadrados). Consulte o quadro a seguir.

América Central Continental: área territorial e população estimada – 2025

País

Área (km2)

População (habitantes)

Belize

22.965

434.000

Costa Rica

51.100

5.302.000

El Salvador

21.040

6.779.000

Guatemala

108.889

19.582.000

Honduras

112.492

10.692.000

Nicarágua

130.376

7.008.000

Panamá

74.177

4.635.000

Total

521.039

54.297.000

Fontes: elaborado com base em CALENDARIO atlante De Agostini 2016. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. página 371, 506, 543, 649, 667, 833, 874; . World population prospects 2019. Volume I: comprehensive tables: , 2019. página 29.

• Relevo

Do ponto de vista geológico, a América Central é resultado do encontro das placas tectônicas do Caribe, de Cocos e de násca, há mais de 1 milhão de anos. Daí se entende por que é uma área montanhosa e com mais de 80 vulcões, muitos deles em atividade, cujas erupções, ao longo do tempo, causaram numerosas mortes e destruição.

Fotografia. No primeiro plano, vista de uma extensa área plana com trechos de solo exposto e vegetação. Ao fundo, montanhas e um vulcão no centro. No alto, céu azul com algumas nuvens brancas. Há muito sol e as nuvens fazem sombra em alguns trechos da planície.
Vista do vulcão San Cristobal, um dos vulcões mais ativos da Nicarágua, localizado na Cordilheira dos maribíos (2019).

3. América Central Insular

As Grandes e Pequenas Antilhas somam .225000 quilômetros quadrados de área territorial, ou seja, são menores que o estado de São Paulo (.248219 quilômetros quadrados). Desse total, .207022 quilômetros quadrados cabem às Grandes Antilhas (Cuba, Porto Rico, Jamaica e a Ilha ispanióla, onde se situam o Haiti e a República Dominicana). Observe o gráfico.

Grandes e Pequenas Antilhas: participação percentual na área total

Gráfico. Grandes e Pequenas Antilhas: participação percentual na área total.  Gráfico circular representando a participação das Grandes e das Pequenas Antilhas na área total da América Central Insular. Grandes Antilhas: 92%.  Pequenas Antilhas: 8%.

Fonte: elaborado com base em geográfica: atlas ilustrado do mundo. Lisboa: Dinalivro, 2005. página 387 a 405.

Condições naturais

As ilhas que formam as Grandes Antilhas correspondem a áreas ou pontos elevados de uma enorme cadeia de montanhas submarinas que se estende de leste a oeste, desde as Ilhas Virgens (localize-as no mapa da página 202) até a América Central Continental. Além desse ramo, há outro que se inicia a leste de Porto Rico e descreve um grande arco, formando as Pequenas Antilhas.

As cordilheiras da América Central Continental fazem parte desse conjunto montanhoso submarino, formado durante a era Cenozoica – são dobramentos modernos. Por isso, em geral, o relevo é montanhoso.

Localizadas em zona tropical – portanto, em baixas latitudes – e submetidas à ação das correntes marítimas quentes e dos ventos alísios, as ilhas têm em geral clima tropical, com temperaturas médias anuais ao nível do mar em torno de 26 graus Célsius. A precipitação, no entanto, varia: é maior nas encostas leste e nordeste das montanhas – a barlaventoglossário –, onde sopram os ventos alísios que transportam a umidade; nas encostas oeste e sudoeste – a sotaventoglossário –, a umidade é menor, pois, quando os ventos alísios ultrapassam a barreira montanhosa, já perderam grande parte de sua umidade.

Em decorrência da distribuição irregular das chuvas, a vegetação original é diversificada. Ocorrem florestas tropicais nas áreas úmidas e vegetação rala e espinhosa, como Savanas e Estepes, nas áreas menos úmidas.

População

A população das Antilhas foi estimada, para 2025, em cêrca de 45 milhões de habitantes. O país mais populoso é o Haiti, com 12,1 milhões de habitantes, seguido por Cuba e pela República Dominicana, ambos com 11,3 milhões de habitantes. Entre as cidades, as capitais desses países também são as mais populosas: São Domingo (República Dominicana) tem 3,4 milhões de habitantes; Porto Príncipe (Haiti), 2,9 milhões; e Havana (Cuba), 2,2 milhões.

Fotografia. Vista de uma área montanhosa com muita cobertura vegetal nativa e vales entre as vertentes. No alto, céu com nuvens.
Blue Mountain, a montanha de maior altitude da Jamaica (2019).
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

O dia em que o Brasil esteve aqui.

Direção: João Dornelas e Caito ortís. Brasil: Prodigo Filmes, 2005. Duração: 70 minutos.

Documentário sobre uma partida de futebol entre as seleções do Brasil e do Haiti, ocorrida em 2004, e suas implicações políticas.

4. América Central Continental e Insular: economia

A base da economia dos países da América Central Continental é a agropecuária, com destaque para a produção de café, cacau, açúcar, algodão, frutas tropicais e carne. O principal parceiro comercial são os Estados Unidos, que recebem, em média, 36% das exportações desses países.

Fotografia. Uma mulher é fotografada da cintura para cima. Ela posa para a foto segurando uma bacia com três cacaus, que são frutos com formato oval nas cores marrom e amarelo. Ela possui cabelos pretos presos e veste uma camiseta rosa. Ao seu lado, uma árvore com um cacau pendurado, galhos e folhas verdes alongadas.
Trabalhadora colhendo cacau em área rural na Nicarágua (2019).

Quanto aos países da América Central Insular, a economia está baseada na agricultura. Cana-de-açúcar, banana, tabaco, algodão e café são os principais produtos exportados. A exceção fica a cargo de Jamaica e trinidá í tobágo, que têm na bauxita e no petróleo, respectivamente, seus principais produtos de exportação.

O setor industrial limita-se à agroindústria açucareira e às indústrias de bens não duráveis (tecidos, roupas, calçados, alimentos etcétera).

Outras fontes de renda nas Antilhas são o turismo e o setor financeiro (bancos). Com belas praias, a região é rota de cruzeiros marítimos, que desembarcam milhares de turistas todos os anos.

Em alguns arquipélagos, como Bahamas, Ilhas caimâm e Ilhas Virgens, o setor financeiro é considerado um paraíso fiscalglossário , que atrai pessoas e empresas de várias partes do mundo que movimentam dinheiro ilegalmente.

Essa prática tem sido condenada por organismos internacionais, que exigem maior contrôle do Estado sobre o sistema financeiro desses países.

Fotografia. No primeiro plano, do lado direito, uma pessoa vista de costas, dos ombros para cima, usando uma mochila, toalha de banho azul no pescoço e um chapéu de tecido azul. À sua frente há uma praia com faixa de areia branca, um rochedo entre a areia e o mar e a água em tons de azul. Ao fundo, área com vegetação.
Turista admirando a paisagem em Paradise Island, Bahamas (2022).

5. América Latina: tanta riqueza e tanta pobreza

Há enorme contradição na América Latina. Por que os países latino-americanos, ricos em recursos naturais, minérios, biodiversidade, energia e potencial agrícola, possuem boa parte da população vivendo na condição de pobreza e de pobreza extrema?

É o peso da herança colonial que se faz sentir até os dias atuais?

Em parte, a resposta é sim. Para garantir o monopólio comercial, as metrópoles espanhola e portuguesa proibiram as iniciativas de industrialização das colônias e organizaram os espaços geográficos segundo as suas necessidades: exploração mineral e exportação de produtos agrícolas com base em grandes propriedades – os latifúndios, que são a raiz histórica da concentração da propriedade agropecuária até os dias atuais.

Além disso, as metrópoles sustentavam suas economias por meio do trabalho escravo indígena, na América Andina, e do negro africano, nas Antilhas e no Brasil. Seus descendentes formam, até os dias atuais, uma parte significativa da população pobre da América Latina, resultado da estruturação de sociedades divididas em senhores e escravos.

Há, ainda, grande dívida social em relação a essas populações. Nos últimos anos tem havido políticas sociais dirigidas a elas, mas não são suficientes.

A permanência de baixos indicadores sociais e a insuficiente mão de obra especializada comprometem o desenvolvimento e o crescimento econômico da América Latina. Historicamente, isso existe porque as elites que governaram os países latino-americanos nunca tiveram preocupações sociais, ou seja, nunca se empenharam em tirar da pobreza milhões de pessoas que vivem nessas condições (observe a foto).

Fotografia. Vista de uma rua de paralelepípedo com casas à direita. As casas estão com as paredes desgastadas e são em tons de amarelo e branco, com portas e janelas voltadas para a rua. Possuem cobertura de telha e fios de eletricidade pendurados no telhado e algumas janelas possuem grades de ferro. Na rua há duas motos estacionadas e em uma delas há 2 pessoas. O céu é cinza e os raios de sol iluminam a fiação, a rua e as paredes.
Vista de rua com moradias na Cidade da Guatemala, capital da Guatemala (2019).

Apenas o que foi exposto não explica a questão. Outros fatores existem, como a corrupção e a impunidade dos bandidos de colarinho brancoglossário , a má distribuição da riqueza, a falta de reforma agrária e de assentamentos rurais, o baixo crescimento da economia, o desemprego elevado, além de outros.

Assim, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (cepál), em 2021, em relação aos rendimentos, cêrca de 18,3% da população dos países latino-americanos vivia na condição de pobreza e 13,8% vivia na pobreza extrema. Esses percentuais correspondiam, respectivamente, a 114 milhões e a 86 milhões de pessoas.

Desse modo, é inaceitável naturalizar a pobreza, ou seja, defender que ela sempre existiu historicamente. Tal postura mascara a realidade social, pois a pobreza não é natural, mas uma criação humana, isto é, fruto de como as sociedades estão estruturadas ou organizadas, e, assim sendo, pode ser erradicada pela ação dos próprios seres humanos.

Ícone. Seção Rotas e encontros. Composto por uma placa amarela com o desenho de duas mãos se cumprimentando.

Rotas e encontros

O reggae na Jamaica: origem e identidade de um povo

reticências O reggae nasce no final dos anos 1960 na Jamaica, uma das ilhas caribenhas, e se torna um rít mundial no início dos anos de 1970. Como gênero musical, o reggae é proveniente de uma longa linhagem de canções de trabalho e canções religiosas, que depois se chamou mento, ska, rocksteady, e finalmente reggae. Essa linhagem foi fortemente influenciada pela música norte-americana, como o blues, o swing das big-bands, e depois o rhythm and blues, o jazz e o rock. A instrumentação do reggae é próxima à de uma banda de rock em que bateria, guitarra, baixo e percussão são fundamentais, podendo também aparecer teclados ou o órgão eletrônico. A tecnologia das gigantes aparelhagens de som (sound systems) também foi importante para o desenvolvimento do reggae assim como também do hip-hop, visto que era por este meio que a população pobre tinha acesso ao que estava sendo produzido externa e internamente na ilha em termos musicais. É importante notar que o reggae é uma música da periferia de um centro urbano composta de migrantes de áreas rurais ou interioranas. Ela é, em suas origens, praticada por descendentes de negros e, portanto, tem raízes africanas, e possui forte conteúdo contestador, político, revolucionário e religioso. O reggae é um dos produtos do movimento de conscientização negra dos anos de 1970 e teve como seu primeiro grande ídolo djími clífi e mais tarde, o mais famoso deles, bób márlei. reticências

FERNANDES, Adriana. As transformações do reggae jamaicano no Brasil: o caso do xote nordestino. Revista Brasileira do Caribe, Goiânia, volume sete, número 14, página 473-474, janeiro a junho 2007. Disponível em: https://oeds.link/h4BM6r. Acesso em: 8 fevereiro 2022.

Fotografia.  Um homem é fotografado da cintura para cima. Ele tem cabelos escuros com dreads e usa bigode. Está vestindo uma jaqueta jeans, tem uma guitarra pendurada na parte da frente do corpo e está cantando em um microfone com pé de apoio. Uma das mãos dele está fechada e o braço estendido para frente. Fundo escuro.
bób márlei, o maior expoente do reggae, em show em Estocolmo, na Suécia (1978).

 Interprete

1. Por que o reggae foi uma manifestação importante de conscientização política da população mais pobre da Jamaica? Explique.

 Argumente

2. No passado, músicas e outras expressões artísticas com caráter de protesto foram proibidas em vários países. Hoje, a maior parte dos países, como o Brasil, defendem a livre expressão artística como um direito. Escreva um parágrafo argumentando contra ou a favor da existência desse direito e entregue a seu professor para que ele organize um debate.

PERCURSO 24 CUBA

1. País de terras baixas e clima tropical

Situado na entrada do Golfo do México, entre a Flórida (Estados Unidos), da qual dista apenas 170 quilômetros, e a Península de Iucatã (México), o arquipélago cubano, formado pela Ilha de Cuba, pela Ilha da Juventude e por outras numerosas ilhas de pequena dimensão, é o maior das Antilhas (observe o mapa). Com .109884 quilômetros quadrados de área territorial, é pouco maior que o estado de Pernambuco (.98068 quilômetros quadrados). Sua largura varia entre 30 quilômetros e 200 quilômetros, e seu comprimento, de noroeste a sudeste, é de aproximadamente .1250 quilômetros. Sua população, em 2025, está estimada em cêrca de 11,3 milhões de habitantes.

Cuba: físico, cidades e população

Mapa. Cuba: físico, cidades e população.  Mapa da ilha de Cuba, representando as altitudes em metros, cidades e número de habitantes, localização do aeroporto e estradas principais.  Cidade com mais de 1.000.000 de habitantes: Havana.  Mais de 500.000 habitantes: Guantánamo, Holguín, Santiago de Cuba, Bayamo, Camagüey, Las Tunas, Santa Clara, Cienfuegos, Marianao, Pinar del Río.  Mais de 50.000 habitantes: Mayari, San Luis, Palma Soriano, Manzanillo, Florida, Ciego de Ávila, Sancti Spíritus, Cabaiguán, Placetas, Santo Domingo, Sagua la Grande, Colón, Santo Domingo, Cárdenas Guanabacoa, San Cristóbal.  Mais de 10.000 habitantes: Minas de Matahambre, Consolación del Sur, Nueva Gerona, Mariel, Artemisa, Guanajay, Varadero, Jovellanos, Perico, Cifuentes, Caibarién, Condado, Taguasco, Morón, Chambas, Esmeralda, Céspedes, Vertientes, Nuevitas, Crucero, Santa Cruz del Sur, Guáimaro, Puerto Padre, Jesús Menéndez, Cueto, Jiguani, Bartolomé Maso, Niquero, El Salvador, Moa, Baracoa.  Menos de 10.000 habitantes: La Fé, Santa Fé, Guanabo, Juraguá.   Altitude (em metros). As áreas com altitude na faixa dos 500 metros estão no extremo sudeste da ilha, próximo a Santiago de Cuba, onde há a Sierra Maestra, que possui o Pico Turquino, com 1.994 metros de altitude. Na porção central da ilha há uma pequena área com cerca de 500 metros e outras na faixa dos 200 metros.  As demais áreas do território possuem altitudes abaixo de 200 metros. Em Cuba, os rios principais são os Rios Cauto e Salado, no leste, e Hanábana, no centro-oeste. Aeroporto: na porção oeste do país. Estradas principais: presentes em todo território, atravessam e ilha de leste a oeste e conectam todas as cidades distribuídas pelo território.   À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 70 quilômetros.

Fonte: Capital: I’encyclopédie du monde. Paris: Nathan, 2005. página 228.

Seu relevo é predominantemente plano, formado por baixos planaltos e planícies aluviais de solo fértil. No sudeste do território surge a siérra maéstra (localize-a no mapa), onde se situa o pico culminante da ilha, o Pico Turquino, com .1944 metros de altitude.

O clima cubano é tropical úmido, com temperatura média anual superior a 26 graus Célsius e precipitação entre .1200 e .2000 milímetros anuais. A ilha está sujeita a fenômenos decorrentes das grandes instabilidades climáticas que ocorrem no Caribe, como os furacões.

A vegetação da ilha foi intensamente devastada ao longo de seu processo de ocupação, mas ainda há florestas tropicais e, nas áreas de maior altitude, pinheiros.

Fotografia.  Vista de uma extensa área plantação com folhas bem verdes, largas e próximas ao solo. Ao fundo, vista de uma montanha com vegetação na encosta, e uma casa no sopé da montanha com pessoas na frente. Céu azul.
Campo de tabaco de charuto, em Vinales, na Província de pinár dél río, Cuba (2020).

2. O socialismo em Cuba

Após a tentativa frustrada de derrubar o governo cubano em 1953, a revolução comandada por fidél Castro e Ernesto tchê guevára tornou-se vitoriosa em 8 de janeiro de 1959, quando os revolucionários entraram em Havana e implantaram um novo governo.

Fotografia em preto e branco. No centro, destaque para um jipe com vários homens em cima e em pé, um motorista e mais dois homens sentados na frente do capô empunhando fuzis. Ao lado do jipe, pessoas caminham na rua. De cada lado há um homem em bicicleta e um deles está com um dos braços levantados para cima, de mão erguida.
Revolucionários cubanos liderados por fidél Castro (de pé, no jipe, ao centro), Camilo cienfuêgos (à esquerda de Castro) e Ernesto tchê guevára (sentado à frente no capô do jipe) entram em Havana, em 8 de janeiro de 1959, após derrotarem as tropas do ditador Fulgêncio Batista, que governava o país.
Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

tchê

Direção: istíven souderbãrg. França/Espanha/Estados Unidos: Wild Bunch, 2008. Duração: 126 minutos

Ernesto Tchê Guevara, um jovem médico, é apresentado a fidél Castro. Juntos, planejam a retomada de Cuba, país sob o domínio ditatorial de Fulgêncio Batista.

• O alinhamento com a União Soviética

O novo governo, sob o comando de fidél Castro, inicialmente nacionalizou várias empresas estrangeiras e realizou a reforma agrária. Tais atitudes levaram os Estados Unidos e os refugiados que haviam se instalado na Flórida após a revolução a organizar a invasão da ilha. Em abril de 1961, com o apoio logístico da fôrça Aérea dos Estados Unidos, eles desembarcaram em um ponto da ilha denominado Baía dos Porcos, mas foram derrotados.

Fotografia em preto e branco. Um grupo de pessoas. Quatro estão agachadas e atrás delas há cinco pessoas em pé, todos de frente para a foto. Eles usam chapéus e trajes militares e seguram fuzis nas mãos. Ao fundo, árvores e uma casa.
Membros da milícia de fidél Castro na montanha Escambry (1961), uma das áreas de Cuba onde ocorreram combates durante a invasão da Baía dos Porcos por exilados cubanos apoiados pelos Estados Unidos.

Após romper relações diplomáticas com os Estados Unidos, em dezembro de 1961, fidél Castro anunciou a adesão ao socialismo e o alinhamento com a União Soviética. Assim, Cuba, que fôra durante muito tempo o “quintal” dos Estados Unidos, deixou de ser área de influência estadunidense e passou a gravitar em torno da União Soviética.

Como o mundo vivia, nesse período, a Guerra Fria – a disputa por áreas de influência entre os Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (socialista) –, em 1962 o governo estadunidense decretou o bloqueio econômico a Cuba. Com o bloqueio, a ilha perdeu investimentos e o mercado dos Estados Unidos para suas exportações. Diante disso, o comércio externo de Cuba dirigiu-se para o Leste Europeu (Alemanha Oriental, Polônia, Hungria e outros países que, à época, eram também socialistas) e para a União Soviética.

Com a implantação do socialismo, as reformas econômicas se aprofundaram. As empresas industriais, comerciais, bancárias e parte das terras agrícolas passaram para o contrôle do Estado.

Fotografia. Vista da fachada de um muro amarelado com uma palavra escrita em letras grandes e vermelhas "ANTIMPERIALISTAS". Na frente do muro, um carro branco antigo estacionado e a rua.
Nessa foto, dos anos 1990, vemos uma pintura em um muro de Havana, capital de Cuba, onde se lê “antimperialistas”, mensagem que expressa oposição à política externa dos Estados Unidos.
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

PORTELA, Fernando; SILVA, José Herculano da.

Cuba em perspectiva. décima quarta edição São Paulo: Ática, 2008.

Três jovens brasileiros partem em viagem para Cuba na companhia de Doutor Preciado, um herói da Revolução Cubana, e descobrem um país de grande beleza natural e de aspectos sociopolíticos positivos e negativos.

• A crise econômica

O fim da Guerra Fria, a desagregação da União Soviética e o colapso do socialismo no Leste Europeu a partir de 1989 atingiram a economia cubana, e seus efeitos são sentidos até os dias atuais. Os principais parceiros comerciais da ilha, vivendo problemas internos, reduziram as compras de açúcar cubano e cortaram a ajuda militar e técnica fornecida desde muito tempo.

• As reformas recentes

No início de 2008, após 49 anos no poder, fidél Castro afastou-se do governo por problemas de saúde e foi substituído pelo irmão Raúl Castro, que o acompanhou desde a juventude. O novo dirigente cubano iniciou algumas reformas no regime, entre elas a cessão de terras a agricultores – com o intuito de elevar a produção de alimentos e diminuir a dependência da importação –, uma nova política habitacional e a liberação de várias atividades econômicas para a iniciativa privada. No fim de 2013, aproximadamente 400 mil cubanos já estavam trabalhando no setor privado. Além disso, houve maior aproximação e intercâmbio com a Europa e a América do Sul.

No fim de 2014, iniciaram-se negociações de reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, com o empenho do então presidente estadunidense baráqui obâma em suspender o bloqueio econômico. Entretanto, o Congresso dos Estados Unidos precisaria aprovar o fim do embargo econômico, fato que não ocorreu durante a presidência de baráqui obâma. Esse embargo continuou sob a presidência de dônald tramp (2017-2021) e de jou baiden, eleito em dezembro de 2020 e cuja posse ocorreu em janeiro de 2021 – a suspensão do embargo não havia ocorrido até meados de 2022.

Mesmo após a eleição do novo presidente cubano, Miguel días canél, em abril de 2018, que substituiu Raúl Castro (irmão de fidél), as relações entre os Estados Unidos e Cuba continuaram, então, pautadas pelo embargo econômico. Com o advento da pandemia de covíd-19 e a diminuição da entrada de turistas estrangeiros em Cuba, que é uma considerável fonte de renda para o país, sua situação econômica se agravou. Diante dessa situação, em várias cidades explodiram protestos populares contra o governo cubano.

Fotografia. Centenas de pessoas aglomeradas em uma rua; algumas estão com as mãos para cima. À esquerda, casarões em estilo barroco, um ao lado do outro e em cores distintas. Eles possuem muitas janelas, sacadas e portas e têm entre dois e três andares.
Pessoas participam de manifestação contra o governo do presidente Miguel días canél em Havana, Cuba (2021).

3. Os progressos sociais e as dificuldades econômicas

Os planos governamentais do socialismo cubano para o desenvolvimento da agricultura e para a industrialização não obtiveram sucesso. Para contornar a crise da década de 1990, o governo, à época, abriu a economia aos investimentos estrangeiros no setor turístico e hoteleiro. Até 2019, antes da pandemia de covíd-19, esse setor atraía cêrca de 3 milhões de turistas por ano, contribuindo para ajudar a debilitada economia cubana; nos anos 2020 e 2021, com as restrições à circulação de pessoas durante a pandemia, que impactaram os voos internacionais, Cuba recebeu 1,4 milhão e 574 mil turistas, respectivamente.

O acesso a bens de consumo em Cuba é restrito. Há muitas moradias modestas, a frota de veículos é bastante antiga e há problemas no transporte coletivo.

Em contraste com o aspecto material precário e a falta de liberdade política, Cuba realizou grandes avanços na educação e nos serviços de saúde, ambos gratuitos para toda a população.

Fotografia. Vista de uma  rua no primeiro plano, por onde passam dois carros antigos, um azul, na frente, e outro vermelho, atrás Na calçada atrás dos carros, pessoas caminham. Atrás, destaque para uma grande construção neoclássica horizontal, com muitas janelas, portas e uma grande cúpula dourada no topo da estrutura.
Veículos antigos circulando em Havana, capital de Cuba (2021).

4. A economia cubana e o circuito da cana-de-açúcar

A economia cubana depende do turismo e das exportações de produtos minerais – principalmente de níquel e de cobaltoglossário –, de açúcar, de tabaco (charutos famosos no mundo todo) e da exportação de serviços na área médica.

Uma empresa estatal cubana em associação com uma transnacional canadense explora o níquel, cuja produção coloca o país na 10ª posição entre os maiores produtores mundiais desse metal – a 1ª posição é das Filipinas; o Brasil está na 7ª posição. Quanto ao cobalto, Cuba ocupa a 8ª posição em produção.

Fotografia. Vista de uma área de extração mineral. Do lado direito, a encosta desmatada de um morro com muita terra e lama. Na parte de baixo, um trator deposita material terroso na caçamba de um caminhão. Ao fundo, à esquerda, área não desmatada com muitas árvores.
Exploração em uma das maiores minas de níquel a céu aberto do mundo, em Moa, Cuba (2016).

Em 2020, do valor total das exportações cubanas, a mineração representou 38%; a indústria do tabaco, 13,7%; e a do açúcar, 10,7%.

Das exportações cubanas, cêrca de 39,6% se destinaram a países da América e, desse valor, 68,3% foram dirigidas ao Canadá e apenas 0,4%, ao Brasil (observe o quadro e o gráfico).

Em 2020, a balança comercial cubana foi deficitária, ou seja, o valor das importações correspondeu a mais que o quádruplo do valor das exportações, o que criou dificuldades econômicas para o país.

Cuba: exportações segundo o continente de destino (em % do valor exportado) – 2020

Continente

Percentual do valor das exportações totais

América

39,6%

Europa

31,9%

Ásia

27,2%

África

1,2%

Oceania

0,1%

Fonte: Oficina Nacional de Estadística e Información. Series Estadísticas Sector Externo Enero-Diciembre 2020. Havana: Onei, 2021. Disponível em: https://oeds.link/emTUTv. Acesso em: 9 fevereiro 2022.

Nota: Na Europa, o principal parceiro comercial de Cuba são os Países Baixos; na Ásia, é a China; e, na África, é a África do Sul.

Cuba: importações segundo o continente de origem (em porcentagem do valor importado) – 2020

Gráfico. Cuba: importações segundo o continente de origem (em porcentagem do valor importado), 2020. Gráfico circular representando as importações cubanas por continente, em porcentagem.  América, em amarelo: 38,3 por cento.  Europa, em verde: 37,3 por cento.  Ásia, em laranja: 21,5 por cento.  África, em azul: 1,9 por cento.  Oceania, em lilás: 1,0 por cento.

Fonte: Oficina Nacional de Estadística e Información. Series Estadísticas Sector Externo Enero-Diciembre 2020. Havana: Onei, 2021. Disponível em: https://oeds.link/emTUTv. Acesso em: 9 fevereiro 2022.

Nota: Na Europa, o principal fornecedor é a Espanha; na Ásia, é a China; e, na América, é a Venezuela.

• O circuito da cana-de-açúcar

Observe o mapa, que representa o uso do solo na América Central Insular (Caribe ou Antilhas), onde se inclui Cuba.

Até 1990, Cuba era o maior exportador mundial de açúcar. Em 2017, caiu para a 11ª posição, e em 2021, para 16ª – a 1ª posição foi do Brasil, com mais de 29 milhões de toneladas exportadas, enquanto Cuba exportou apenas 450 mil toneladas.

América Central Insular: uso do solo

Mapa. América Central insular: uso do solo. Mapa das principais ilhas da América Central representando o uso do solo. Vegetação e produção agrícola  Bovino: porção central de Cuba e centro da República Dominicana.  Banana: extremo leste da Jamaica, sul e leste da República Dominicana.  Café: porção central e norte do Haiti e sudeste de Cuba. Peixe: porção sul e leste de Cuba, norte do Haiti e porção sul das Bahamas.   Crustáceo: sudoeste e oeste da Jamaica, próximo às Ilhas Cayman, sul da república Dominicana e do Haiti, nas Bahamas, Trinidad e Tobago e nas Pequenas Antilhas.   Cana-de-açúcar: toda a porção central de Cuba, em Porto Rico, pequenas Antilhas, Barbados, Haiti e República Dominicana.  Tabaco: sudeste de Cuba. Grandes cidades: Santo Domingo na República Dominicana, Porto Príncipe no Haiti, Kingston na Jamaica, Havana, Camaguey e Santiago de Cuba em Cuba e San Juan, em Porto Rico (Estados Unidos). Pastagens: áreas no centro da República Dominicana, no sul da Jamaica, e nas no centro de Cuba. Terras cultiváveis: maior parte do Haiti, faixa central de Cuba, Porto Rico, leste da Jamaica, Pequenas Antilhas, Barbados e Trinidad e Tobago. Floresta: leste da República Dominicana, oeste e leste de Cuba, oeste da Jamaica, Bahamas e faixa central do Haiti.  No canto superior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 250 quilômetros.

Fonte: LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 44.

Grafismo indicando atividade.

Dos produtos agrícolas representados no mapa de uso do solo em Cuba, qual deles predomina?

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

SADER, Emir.

Cuba, Chile, Nicarágua: socialismo na América Latina. décima segunda edição São Paulo: Atual, 2011.

O autor aborda temas como a luta pelo poder revolucionário em Cuba, a experiência socialista chilena e o processo revolucionário na Nicarágua.

A falta de modernização no cultivo de cana-de-açúcar, como o plantio de variedades de maior rendimento e mais resistentes a pragas, coloca a produtividade canavieira cubana abaixo da brasileira.

Ao longo dos anos, outros problemas também fragilizaram o circuito produtivo da cana-de-açúcar em Cuba: a gestão do Estado no setor canavieiro; a falta de investimentos na atividade açucareira; o fim da União Soviética (principal parceiro comercial do país que, em troca do fornecimento de petróleo, comprava grande parte da sua produção de açúcar); o embargo econômico dos Estados Unidos; e os furacões que assolam a ilha – em setembro de 2017, o furacão Irma destruiu cêrca de 300 mil hectares de cana-de-açúcar.

A cana-de-açúcar cubana é transportada por rodovias e ferrovias até as usinas. Uma vez transformada em açúcar e outros subprodutos, é escoada até o mercado interno e os portos para exportação.

Fotografia. Área de um canavial com folhagem seca e amarelada na base e verde claro no topo. No primeiro plano, um homem de boné, camisa, calça e botas segura um facão em uma mão e na outra um pé de cana-de-açúcar. Atrás dele, um cavalo.
Trabalhador colhendo cana-de-açúcar em Cuba (2017).

O sistema ferroviário estatal, administrado por Ferrocarilles de Cuba, tem extensão de .8367 quilômetros, o que corresponde à média de 76 quilômetros de ferrovia por .1000 quilômetros de seu território; no Brasil essa relação é de cêrca de 3,6 quilômetros de ferrovia por .1000 quilômetros quadrados – uma densidade ferroviária bem menor que a de Cuba.

As ferrovias cubanas ligam toda a extensão da ilha, desde Guantánamo e Santiago de Cuba, na porção oriental, até Guane, na porção ocidental (observe o mapa). As linhas férreas ligam todas as capitais das províncias cubanas aos portos marítimos. Uma pequena parte da rede ferroviária é eletrificada e o restante, acionado por óleo diesel, o que impõe ao país despesas com a importação de petróleo, do qual é dependente.

Cuba: economia e transportes

Mapa. Cuba: economia e transportes.  Mapa de Cuba representando atividades econômicas no país, altitudes, e infraestrutura (base naval, rodovias, ferrovias e portos). Altitude (metros):  As áreas com altitude na faixa dos 500 metros estão no extremo sudeste da ilha, próximo a Santiago de Cuba. Na porção central da ilha há uma pequena área com cerca de 500 metros e outras na faixa dos 200 metros.  As demais áreas do território possuem altitudes abaixo de 200 metros. Base naval: Guantánamo, no extremo sudeste.  Capital: Havana, localizada no noroeste do país.  Cidades: Guantánamo e Santiago de Cuba no extremo sudeste. Holguín, Las tunas e Manzanillo, no sudeste, Camaguey, Cidade de Ávila, Santa Clara, Sancti Spiritus e Cienfuegos na porção central do país. Matanzas, Pinar del Río e Guane, na porção oeste do país.  Rodovia: de norte ao sul e leste a oeste, conectam as cidades da faixa central da ilha e as fachadas litorâneas do território.  Ferrovia: atravessa o país do extremo oeste ao extremo leste, conectando Guane, a capital Havana e Guantánamo, no extremo leste. Porto: Havana.  Arroz: atividade presente em todo o território de forma espalhada.   Café: nas áreas de altitudes mais elevadas.   Cana-de-açúcar: atividade praticada em todo o território, de leste a oeste.   Tabaco: sul, centro-leste e norte.  Sisal: área ao centro, no oeste e na porção leste.   Gado: predomínio nas porções oeste e central. Cimento: áreas nas porções central, oeste e sudeste.   Têxteis: próxima a Havana, na porção oeste, e à cidade de Holguín, no leste.  Turismo: predomínio na porção oeste do litoral norte e em uma ilha ao sul de Cuba, no mar do Caribe.  Níquel: na porção sudeste.  Cobre: na porção sudeste, leste e no extremo da porção oeste.  Cromo: a sudeste.  Manganês: a sudeste.  Refinaria de petróleo: a sudeste.  Principais engenhos de açúcar: em todo o território, de leste a oeste. À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 80 quilômetros.

Fonte: SADER, Emir (coordenação). latinoamericana: enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. Rio de Janeiro: Laboratório de Políticas Públicas da uérj/São Paulo: Boitempo, 2006. página 370.

Nota: Guantánamo é uma base naval cedida aos Estados Unidos por um tratado entre esse país e Cuba, em 1903, e que foi renovado em 1934.

Grafismo indicando atividade.

Onde se localizam os principais engenhos de açúcar?

Ícone. Seção Rotas e encontros. Composto por uma placa amarela com o desenho de duas mãos se cumprimentando.

Rotas e encontros

Caleidoscópio cultural

“Havana, a capital de Cuba, transpira animação. Com sua mistura um tanto surreal de colonialismo e comunismo, ela tem também um irresistível charme pré-revolucionário, da década de 1950. Com sua criatividade e espontaneidade, a cidade pode ser considerada a capital cultural do Caribe. E é também uma vitrine espetacular de arquitetura. Seu centro, Havana Vieja, foi declarado Patrimônio da Humanidade pela unêsco por causa de suas mansões do século 18, fruto da riqueza trazida pelas esquadras de navios a caminho da Espanha. Mais tarde, grandes fortunas oriundas do açúcar e da escravidão inauguraram uma leva de edifícios lu­xuosos, e praças com pavimento de pedra foram rodeadas por edifícios com elegantes adornos. No século 20, a moderna Havana ganhou efusivas expressões Art Décoglossário , Beaux Artsglossário e modernistas, com um toque tropical. Um projeto de restauração, hoje em sua terceira década e centrado em quatro praças antigas, continua a transformar edifícios históricos em hotéis, restaurantes e museus ecléticos, que vão do grandioso Museo de la Revolución ao esotérico e delicioso Museo de Naipes (Museu dos Baralhos), na Plaza Vieja.

A cena artística de Havana é das melhores da América Latina. A grande tradição literária de Cuba se mostra na Plaza de Armas, onde visitantes e moradores se juntam na feira de livros usados, e em bares como El Floridita e La Bodeguita del Medio reticências. As ruas antigas são cheias de galerias. A música e a dança, do sentimental songlossário à animada salsa, são as correntes subterrâneas que animam a vida cubana. A alta cultura tem como emblema o Balé de Cuba Muitos dos lugares pouco mudaram desde a década de 1950, dando um vislumbre de uma era passada e fazendo com que os visitantes voltem sempre.”

dóil crêigui. As melhores viagens das Américas. São Paulo: Publifolha, 2010. página 38-39.

Fotografia. Vista da fachada de uma construção arquitetônica antiga e em tons de rosa claro. Na parte frontal, janelas grandes verticais com a parte de cima arredondada. No centro e no alto do edifício, uma cúpula. As laterais do edifício possuem dois andares com muitas janelas grandes de vidro. No térreo, entradas com arcos e pilares e na frente, a calçada e a rua.
Museu da Revolução em Havana Velha, em Cuba (2019).

 Interprete

1. O caleidoscópio é um tubo com um jogo interno de espelhos que reflete, a cada movimento, diferentes combinações de cores ou fórmas. Com base nisso, explique por que o texto leva o título “Caleidoscópio cultural”.

 Contextualize

2. Em sua opinião, de que maneira a mistura de elementos culturais está presente em seu dia a dia ou no cotidiano de sua cidade?

Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos 23 e 24

Registre em seu caderno.

  1. De que fórma você interpreta a existência de ilhas e arquipélagos pertencentes ao Reino Unido, à França, aos Países Baixos e aos Estados Unidos na América Central Insular?
  2. Alguns arquipélagos da América Central Insular são considerados paraísos fiscais. Sobre esse aspecto econômico, responda:
    1. O que são paraísos fiscais?
    2. Por que eles são condenados por organismos internacionais?
  3. Analise as afirmações a seguir sobre Cuba e corrija, no caderno, as falsas.
    1. No relevo de Cuba predominam elevadas altitudes.
    2. Na siérra maéstra, no sudeste da Ilha de Cuba, localiza-se o ponto culminante da ilha, o Pico Turquino.
    3. Os solos pouco férteis e a predominância de climas frios prejudicam as atividades agrícolas em Cuba.
    4. O território cubano está sujeito a fenômenos climáticos que ocorrem no Caribe, como os furacões.
  4. De que fórma o fim da União Soviética e o colapso do socialismo real no Leste Europeu, a partir de 1989, provocaram impacto na economia cubana?
  5. Segundo o argumento da naturalização da pobreza de parte da população da América Latina, como também de outros países do mundo, ela sempre existiu historicamente, logo é natural. Por que não podemos aceitar esse argumento?
  6. Descreva o circuito da cana-de-açúcar em Cuba.
  7. Faça a leitura e a interpretação do mapa a seguir com base no que é solicitado.

América Central: físico

Mapa. América Central: físico.  Mapa da América Central representando as altitudes das porções continentais e insulares e as profundidades marítimas, em metros. As áreas centrais de República Dominicana, Haiti, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá possuem as altitudes mais elevadas, acima de 1.000 metros. No centro da República Dominicana, chega a 2.000 metros. Em Cuba, Jamaica, Bahamas, faixas litorâneas dos países do continente e nas Pequenas Antilhas estão as áreas com altitudes entre zero e 200 metros.  As áreas marítimas próximas ao continente, ao norte e sul do Golfo do México, a oeste do Mar das Antilhas e ao redor das Bahamas e das Pequenas Antilhas estão as porções marítimas com as menores profundidades, próximas a 200 metros. Ao sul das Grandes Antilhas e no Oceano Atlântico estão as áreas de maior profundidade, abaixo de 4.000 metros. Com relação aos paralelos e meridianos: Trópico de Câncer atravessa a capital de Cuba, Havana, e ilhas nas Bahamas. Ao sul do Trópico de Câncer, o paralelo 18 graus norte atravessa o norte de Belize, a capital da Jamaica, Kingston, e está um pouco ao sul das cidades de Porto Príncipe (no Haiti), São Domingo (na República Dominicana) e San Juan (em Porto Rico).  Bahamas e Grandes Antilhas são atravessadas pelo meridiano 75 graus Oeste. Entre as capitais Belmopan e Kingston há no mapa cerca de 3,5 centímetros. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 68.

  1. Qual é a latitude aproximada da capital de Cuba?
  2. Segundo a latitude da capital de Cuba, em qual zona de transição climática ela se encontra?
  3. Calcule a distância, em linha reta e em quilômetros, entre as capitais de Belize e da Jamaica e explique como você chegou a esse resultado.
  4. Onde se localiza a maior altitude da América Central?

8. Com base no quadro, escolha cinco países da América Latina e construa um gráfico de colunas com os dados referentes à pobreza, em 2020 (dica: no gráfico, use o eixo vertical de 10 centímetros, sendo que cada 1 centímetros corresponderá a 10%). Em seguida, responda à questão.

América Latina: algumas taxas de pobreza (em % da população) – 2020

País

Pobreza

Bolívia

32,3

Chile

14,2

Colômbia

39,8

Costa Rica

19,4

Equador

30,6

El Salvador

30,7

Honduras*

52,3

México

37,4

Panamá*

14,6

Paraguai

22,3

Peru

28,4

República Dominicana

21,8

Uruguai

5,0

Fonte: COMISIÓN ECONÓMICA PARA AMÉRICA LATINA. Panorama social de América Latina 2021Santiago: cepál, 2022. página 89.

asterisco Dado de 2019.

Qual é o país com maior percentual de sua população em condição de pobreza? E com menor percentual? Aponte os respectivos percentuais.

9. Leia o fragmento de texto e responda.

Terremotos e erupções vulcânicas na faixa do Pacífico e furacões na zona atlântica constituem aspectos importantes de uma geografia das desgraças. Em 1541, Santiago de Guatemala sofre sua primeira destruição; lêon, na Nicarágua, é mudada de lugar em 1610 para escapar a tremores e erupções; em 1773, a magnífica arquitetura de Santiago de Guatemala rui reticências; Manágua sucumbe em 1931 e 1972. A lista seria interminável. Conviver com terremotos e vulcões é parte indissolvível da vida na América Central

brinhóli éctor péres. América Central: da colônia à crise atual. São Paulo: Brasiliense, 1983. página 9.

Por que existem vulcões e terremotos na América Central?

10. Vamos abrir uma agência de viagens? Em grupo, escolham um país da América Central, busquem informações sobre suas atrações turísticas, históricas, ecológicas etcétera e criem um folder turístico. Acrescentem imagens e informações que possam ser úteis ao turista.

Glossário

Piscoso
Em que se encontra considerável quantidade de peixes.
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Estrutura fundiária
Classificação das propriedades rurais segundo sua dimensão e distribuição entre os proprietários.
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Reforma agrária
Redistribuição das propriedades rurais pelo Estado em benefício dos trabalhadores rurais sem terra ou com terra de dimensão insuficiente.
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fôrças Armadas Revolucionárias da Colômbia; organização fundada em 1966, que se autointitula socialista e que combateu, por meio de ações violentas, assassinatos e sequestros, os governos que se sucederam.
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Molibdênio
Metal que, por sua resistência à corrosão, é usado em ligas metálicas aplicadas em aviões, foguetes etcétera.
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Antimônio
Metaloide (que não tem as propriedades de metal, mas se assemelha a ele) empregado em ligas metálicas.
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Ano-luz
Medida astronômica que se refere à distância que a luz viaja no vácuo no período de um ano, correspondente a cêrca de 9,5 trilhões de quilômetros.
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Estância
Propriedade rural usada para agricultura ou pecuária.
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Faturamento
Soma de todos os valores arrecadados por uma empresa pela realização de sua atividade comercial, podendo ser diário, semanal, mensal ou anual.
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Zona franca
Área delimitada no interior de um país, beneficiada por lei, com incentivos fiscais (impostos) e tarifas alfandegárias (taxas pagas sobre os direitos de importação e exportação) especiais.
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Barlavento
Corresponde à encosta voltada para o vento.
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Sotavento
Encosta oposta à de barlavento, ou seja, ao abrigo do vento.
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Paraíso fiscal
País ou território com instituições financeiras que não cobram taxas nem impostos de depósitos bancários, que permitem a abertura de contas não identificadas e não se importam com a origem do dinheiro (que pode ter sido obtido com o narcotráfico, o contrabando de armas e mercadorias, o desvio de dinheiro público, entre outras ações ilícitas).
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Bandido de colarinho branco
Pessoa de alta posição social, tanto de empresa privada como pública ou ainda do cenário político, que comete crimes relacionados a desvios de dinheiro e fraudes, que se vale de informações privilegiadas etcétera. O termo “colarinho branco” é uma alusão ao fato de que esse criminoso usa paletó, gravata e camisa branca. Trata-se de crimes que afetam toda a sociedade, pois, ao se apropriar de dinheiro público, são desviados recursos da educação, saúde, infraestrutura, erradicação da pobreza etcétera.
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Cobalto
Metal branco; elemento químico de símbolo “”. Empregado nas indústrias cerâmicas (colorantes), nas formulações para secantes de pinturas em óleo sobre tela, no refino de petróleo, na radiologia e na radioterapia, na produção de ligas para aços especiais, entre outros usos.
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Estilo decorativo caracterizado pelo uso de materiais novos e por uma acentuada geometria de fórmas aerodinâmicas, retilíneas, simétricas e ziguezagueantes.
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Estilo arquitetônico originário da Escola de Belas Artes de Paris e influenciado pela arte greco-romana e renascentista; caracteriza-se pelo uso de ornamentos, colunas, estátuas, flores etcétera.
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Estilo de música originário de Cuba que mistura a guitarra espanhola aos ritmos e instrumentos de percussão africanos.
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