UNIDADE 8 ÁFRICA: HERANÇAS, CONFLITOS E DIVERSIDADES
Prepare-se para conhecer aspectos da África. Estudaremos como ocorreu a apropriação de territórios africanos por países europeus no século dezenove e a consequente implantação de colônias, fato que deixou profundas marcas nas sociedades africanas atuais. Conheceremos ainda duas regionalizações da África e alguns problemas que a atingem neste início do século vinte e um.
As características da África no mundo atual guardam resquícios do passado colonial a que o continente foi por séculos submetido. Nesse contexto, a exploração dos recursos naturais e o domínio europeu sobre praticamente todas as regiões africanas deixaram um legado que resultou em graves problemas sociais, econômicos e políticos que perduram até hoje. Nas últimas décadas, ocorreu o processo de independência dos países do continente e a maior participação de algumas nações no contexto internacional. Apesar disso, os desafios a serem superados ainda são muitos.
Quanto aos aspectos físico-naturais e às questões ambientais da África, destacam-se a grande diversidade de formações vegetais, a riqueza mineral e a necessidade de conservação de áreas naturais diante do avanço de atividades econômicas predatórias.
VERIFIQUE SUA BAGAGEM
- Como a maioria dos países africanos participa da economia global?
- Além da foto desta página, que outras imagens poderiam representar o continente africano?
PERCURSO 29 África: o meio natural
1. Extensão e localização
Com ..30216362 quilômetros quadrados – cêrca de 20% das terras emersas do globo terrestre (..150377393 ) quilômetros quadrados –, a África é o terceiro maior continente em extensão territorial, superado pela América (..42192781 ) quilômetros quadrados e pela Ásia (..45074481 ). quilômetros quadrados
A maior parte do continente africano se localiza na zona tropical, como pode ser observado no mapa, que também mostra suas delimitações.
África: político
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 83.
Nota: Em 19 de abril de 2018, o rei da Suazilândia alterou a denominação em inglês de seu país para “ éssuótini”, que na língua suázi quer dizer “terra dos suázis”, substituindo, assim, a antiga denominação “Swaziland”, surgida com o colonialismo britânico. Portanto, neste livro, nos mapas que representam temáticas históricas ou outras anteriores à 2018, manteremos o nome Suazilândia, pois era a denominação empregada até aquele ano e também por corresponder a “terra dos suázis”; e em outros mapas empregaremos o nome atual do país, éssuótini.
Aponte os países africanos que são “cortados” pelos trópicos de Câncer e Capricórnio.
2. Relevo e hidrografia
No relevo da África destacam-se extensos planaltos, atravessados por rios caudalosos que formam planícies fluviais, aproveitadas para a agricultura, e montanhas de elevadas altitudes: a Cadeia do Atlas, na porção norte do continente; o Monte Camerun, próximo ao Golfo da Guiné; os Montes dráquensbêrguê , na África do Sul; e os montes ruvênzori, Quênia e Quilimanjaro – este, situado na Tanzânia, com .5895 métros de altitude, é ponto culminante do território da África.
Dois grandes desertos se destacam na paisagem africana: o Saara, com cêrca de ..9000000 , quilômetros quadrados o que corresponde quase à área da Europa (..10365387 ), quilômetros quadrados e o kalarrári, com cêrca de .600000 quilômetros quadrados – área semelhante à do estado de Minas Gerais (.586514 ) quilômetros quadrados –, localizado ao sul do continente (no mapa, localize os dois desertos).
África: físico
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 44
Aponte as altitudes do vale e do delta do Rio Nilo.
PAUSA PARA O CINEMA
Cinco semanas num balão.
Direção: írvim álem. Estados Unidos: Irwin Allen Productions, 1962. Duração: 101 minutos
O filme, inspirado no livro de ficção de Júlio Verne, retrata a viagem de um explorador do século dezenove em um território desconhecido na África a bordo de um balão. O objetivo dessa viagem é anexar a região ao império britânico.
3. Clima
Com a maior parte do território localizada na zona de baixa latitude ou intertropical, a África se caracteriza, de modo geral, pelo clima quente. Entretanto, em virtude das maiores altitudes do relevo em determinadas porções (as montanhas) e por apresentar terras nas regiões extratropicais, o continente também possui clima temperado em algumas áreas (consulte o mapa e os climogramas da página seguinte).
África: climas
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.
Nota: O clima mediterrâneo é um clima temperado típico das regiões continentais de latitude 30 graus - norte40 graus norte e 30 graus - Sul40 graus Sul. Identificado inicialmente em trechos dos países banhados pelo Mar Mediterrâneo e posteriormente nos Estados Unidos (Califórnia), esse clima também recebeu essa denominação no Chile e na África do Sul. Apresenta, de modo geral, verões secos e quentes e invernos amenos e úmidos.
Qual é o tipo de clima dominante na região de menor latitude do continente africano?
O clima desértico apresenta as maiores amplitudes térmicas diárias no continente. Durante o dia, o calor é intenso, pois a temperatura pode chegar a 50 graus Célsius. À noite, em virtude da rápida perda de calor pela irradiação, as temperaturas caem para 15 graus Célsius ou menos.
Assuã (Egito): climograma
Fonte: SISTEMA de clasificación bioclimática mundial. Centro de Investigaciones Fitosociológicas. Disponível em: https://oeds.link/4SDOGj. Acesso em: 11 fevereiro 2022.
Que tipo de clima predomina em Assuã?
Pretória (África do Sul): climograma
Fonte: Atlas National Geographic. África dois. São Paulo: Abril, 2008. página 90.
Indique as características térmicas de Pretória no inverno e a precipitação no verão.
4. A vegetação natural e a ação antrópica
Pelo menos seis formações vegetais naturais podem ser encontradas na África, conforme mostra o mapa A da página seguinte.
Assim como na Ásia e na América, as florestas tropicais e equatoriais da África sofreram grande devastação no decorrer dos anos pela ação antrópica (mapa B da página seguinte). O desmatamento se deve à transformação dessas áreas em terras cultiváveis, à exploração madeireira etcétera.
África: formações vegetais naturais
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. São Paulo: Moderna, 1992. página 6.
Aponte a formação vegetal natural que se localiza na faixa de transição entre a Vegetação desértica e a Savana e descreva-a.
África: alteração antrópica da vegetação natural
Fonte: elaborado com base em . Les hommes et la Terre. Paris: Belin, 1996. página 144-145.
De modo geral, a devastação das florestas tropicais africanas avança em ritmo muito mais rápido do que o reflorestamento e a reprodução natural, ameaçando as possibilidades de regeneração e manutenção dessa cobertura vegetal.
O uso inadequado do solo é evidenciado na evolução dos processos de erosão, assoreamento de rios e destruição de ecossistemas, o que intensifica a ameaça de desertificação de grandes áreas do continente (mapa C).
África: desertificação
Fonte: elaborado com base em êti áli. Mensch und Raum. und Schroedel, 1998. página 92. volume 7-8. (Coleção Homem e Espaço).
NO SEU CONTEXTO
No Brasil, que formação vegetal corresponde à Floresta Equatorial africana? E à Savana?
QUEM LÊ VIAJA MAIS
ortís, Airton.
Aventura no topo da África. Rio de Janeiro: Record, 1999.
O livro narra a jornada do autor em uma viagem ao cume do Quilimanjaro, na Tanzânia, apresentando características naturais, além de costumes e culturas dos povos que encontrou pelo caminho.
PERCURSO 30 A ÁFRICA E O IMPERIALISMO EUROPEU
1. O início da apropriação de territórios pelos europeus
Como resultado das Grandes Navegações marítimas nos séculos quinze e dezesseis, a América, a Ásia e a África foram incorporadas ao horizonte geográfico e comercial europeu. Consequentemente, o colonialismo foi implantado e o comércio se mundializou (com exceção da Oceania, cuja incorporação ao mundo europeu ocorreu somente no século dezoito).
Para assegurar o desenvolvimento comercial ou o capitalismo comercial, os europeus – particularmente portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, holandeses e belgas – fundaram feitorias ou entrepostos comerciais na África e na Ásia e em colônias na América.
África: século XVI
Fonte: elaborado com base em quínder, rrérman; ríguelmân, Werner. Atlas histórico mundial: de los orígenes a la Revolución Francesa. Madrid: Istmo, 1970. página 232.
Que país contava com o maior número de feitorias na África no século dezesseis?
• O comércio de escravos
Durante quase quatro séculos, a África exerceu o papel de principal fornecedora de mão de obra escravizada na América. Segundo alguns autores, cêrca de 10 milhões de negros africanos desembarcaram em nosso continente, já descontados desse total os que morreram durante a viagem pelo Atlântico – número que provavelmente excedeu a 1 milhão – e aqueles que, ao resistirem ao aprisionamento, morreram em combate.
2. De feitorias a colônias europeias
No século dezenove, com o desenvolvimento do capitalismo industrial e a crescente necessidade de matérias-primas para sustentar o processo de industrialização, alguns Estados europeus transformaram a maior parte do continente africano e das feitorias existentes em colônias europeias.
• A Conferência de Berlim (1884) e a partilha da África
Em meados do século dezoito, percebeu-se que a grande fonte de riqueza não era mais exclusivamente o comércio ou a acumulação de ouro, como pregavam os defensores do capitalismo comercial, mas, sim, a produção de mercadorias.
Desse modo, o domínio de técnicas de produção em escala (grande quantidade) tornou-se a meta de alguns países europeus, levando-os a realizar as Revoluções Industriais (séculos dezoito a vinte) e a implantar o capitalismo industrial.
Em consequência, acirrou-se a competição entre as potências pelo contrôle de fontes de abastecimento de matérias-primas (sobretudo minérios) para a indústria, mercados compradores e áreas para o investimento de capitais excedentesglossário .
Considerando que as feitorias implantadas na África, como também na Ásia, já não atendiam plenamente aos interesses da burguesia industrial e dos Estados colonialistas europeus, estes passaram a se apropriar de territórios africanos e a implantar colônias (isso também ocorreu na Ásia), inaugurando o que conhecemos por neocolonialismo.
Para dar caráter legal à partilha da África e regulamentá-la, os países colonialistas europeus convocaram a Conferência de Berlim, em 1884. Nessa conferência, ficou decidido que o direito de posse do país europeu sobre o território conquistado na África seria respeitado e reconhecido pelos demais e cada território ocupado teria uma autoridade representando o país conquistador. Assim, a Conferência estabeleceu princípios ou regras para evitar conflitos entre as potências colonialistas europeias na partilha do continente.
PAUSA PARA O CINEMA
amistá.
Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos: DreamWorks SKG, 1997. Duração: 154 minutos
O filme conta a história de africanos escravizados embarcados no navio lá amistá em direção à América. Revoltados, dominam o navio, mas este acaba chegando aos Estados Unidos, onde, presos, enfrentam um julgamento dramático.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
olítch, Nelson bacíqui; CANEPA, Beatriz.
África: terra, sociedades e conflitos. segunda edição São Paulo: Moderna, 2013.
Nessa obra, você vai descobrir a multiplicidade de idiomas, etnias e tradições do continente africano.
CALDAS, Sérgio Túlio.
Com os pés na África. São Paulo: Moderna, 2016.
Acompanhe o personagem Tulio em sua viagem por dois países africanos, Angola e Marrocos. Por meio do seu diário, o livro mescla ficção e fatos reais, revelando a herança do neocolonialismo nas Áfricas negra e árabe ainda hoje, no mundo globalizado e cosmopolita.
• A apropriação formal
Servindo-se de poderosos exércitos, as potências colonialistas europeias invadiram territórios africanos (e também asiáticos), transformando-os em colônias. Assim, do contrôle informal ou indireto que exerciam com as feitorias, passaram para o contrôle formal ou direto (mapas A e B).
No entanto, essa apropriação não foi marcada pela submissão africana. Vários povos resistiram. No Império Mandingo, por exemplo, que se estendia por vasta região da África Ocidental, destacou-se samori turê, um dos chefes que se opunham à dominação francesa e que, durante 17 anos, resistiu com seu povo à invasão europeia. turê morreu em 1900, depois de ter sido aprisionado pelas fôrças colonialistas e desterrado para o Gabão.
África – 1880
asteriscoBôeres foram colonizadores holandeses que se estabeleceram nos séculos dezenove e vinte na atual África do Sul.
Fonte: O CORREIO da unêsco. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, ano 12, número 7, página 14, julho 1984.
África e potências dominadoras – 1914
Fonte: O CORREIO da unêsco. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, ano 12, número 7, página 15, julho 1984.
Comparando os mapas A e B, responda: em 1880, o Egito era dominado por qual país? E em 1914, com o avanço do neocolonialismo?
3. O impacto do neocolonialismo na África
O impacto do neocolonialismo dos séculos dezenove e vinte na África não foi exclusivamente negativo. Contudo, vale destacar que os aspectos positivos decorreram no geral de providências destinadas a proteger os interesses dos colonizadores. É o caso da implantação de ferrovias e rodovias, cujos traçados ligavam zonas de exploração mineral e de produtos agrícolas com os portos. Essa infraestrutura era voltada à exportação da produção para a Europa, e não à integração territorial. O mesmo se aplica à experiência administrativa e aos serviços de saúde implantados pelos europeus no continente.
Os impactos negativos são numerosos: vão do enfrentamento militar, com o saldo de muitas mortes de africanos, ao aparato policial e repressor implantado pelos países europeus.
Merece destaque ainda o impacto no sistema produtivo artesanal, destruído em grande parte pela entrada dos produtos industrializados europeus, como também no sistema produtivo agrícola africano, que estava organizado para atender às necessidades alimentares de seu povo. Ele foi desmontado pelo colonizador, que se apropriou das melhores terras e substituiu a agricultura de produtos alimentares pela plantation, ou seja, pela grande propriedade agrícola monocultora de produtos destinados à exportação (algodão, café, amendoim, cacau etcétera.).
A criação de fronteiras políticas artificiais pelo colonizador na África foi outro impacto desfavorável. Ao fixarem as fronteiras das colônias segundo seus interesses, os europeus ignoraram o fato de que povos com línguas, tradições e costumes diferentes, até mesmo historicamente rivais, seriam confinados em um mesmo território. Após a independência das colônias, as fronteiras foram mantidas, e conflitos étnicos e disputas pelo poder passaram a assolar a África, explicando as inúmeras guerras civis que ainda ocorrem hoje no continente africano.
4. O racismo: outro legado do colonialismo
Entre as mazelas deixadas pelo colonialismo, o racismo é uma das mais brutais. Para justificar a dominação ou a legitimidade da conquista, o colonizador apoiou-se em um conjunto de ideias ou ideologias preconceituosas e ligadas à intolerância que ainda não foram completamente superadas.
Pregou a superioridade do homem branco e, ao mesmo tempo, a inferioridade do colonizado, destacando a “missão civilizatória” que o primeiro tinha a realizar. Assim, no processo de colonização africana, os brancos criaram comunidades próprias, separadas da população negra (segregação).
PAUSA PARA O CINEMA
Mandela: luta pela liberdade.
Direção: bili august. Bélgica: Banana Films, 2007. Duração: 140 minutos
Sobre o pano de fundo da África do Sul durante o regime de segregação (apartheid), o filme narra a história de um carcereiro branco que considera os negros seres inferiores. O que ele não espera é conhecer Nelson Mandela, fato que mudará sua vida.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
bernd, Zilá.
O que é negritude. São Paulo: Brasiliense, 1998. (Coleção Primeiros Passos).
O livro discorre sobre a tomada de consciência da população negra do Brasil sobre a valorização da cultura afrobrasileira.
• A política do apartheid
Um exemplo cruel e violento de racismo ocorreu na África do Sul. O país esteve sob regime oficial de segregação racial até as eleições multirraciais realizadas em abril de 1994, nas quais Nelson Mandela foi eleito o primeiro presidente negro do país. Antes das eleições, a minoria branca (14% de uma população total de 41 milhões, em 1994) detinha o poder político e econômico e, amparada em leis por ela criadas – conhecidas pelo nome de apartheid (segregação, separação) –, dominava a maioria negra (75% da população total) e o restante da população, formada por outras etnias ou povos (11%).
Entre as leis que sustentavam o apartheid estavam: a proibição do casamento inter-racial, a obrigatoriedade do registro da raça na certidão de nascimento, a proibição ao negro de comprar terras, entre outras. Essas leis foram abolidas entre 1984 e 1993, mas, ao longo de vários anos, a política do apartheid reprimiu os movimentos que lutavam por igualdade de direitos entre brancos e negros e provocou milhares de mortes, marcando profundamente a sociedade sul-africana até os dias atuais.
5. A descolonização africana
A África é predominantemente formada por países que romperam com a condição de colônias europeias há cêrca de cinquenta anos. Do ponto de vista histórico, trata-se de um fato recente.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, existiam apenas quatro países independentes no continente africano: Libéria, Etiópia, Egito e União Sul-Africana, posteriormente denominada África do Sul. A independência desses países, no entanto, era apenas formal. Etiópia, Egito e África do Sul estavam sob influência política, econômica e militar da Grã-Bretanha, e a Libéria, dos Estados Unidos.
A independência de Gana, antiga Costa do Ouro, em 1957, desencadeou uma onda de processos de independência no continente africano. Entre 1960 e 1980, a maioria das colônias africanas livrou-se do domínio europeu. Faltava a Namíbia, que somente em 1990 conquistou sua independência.
A descolonização dos países africanos, de modo geral, não aconteceu de fórma pacífica. Houve casos, como o da Argélia, em que a independência foi obtida por meio de longa luta armada contra a dominação francesa. Consulte o mapa “África: político”, na página 248, que mostra os atuais países da África, e o compare com o mapa desta página.
África: político – 1947
Fonte: dubí jórj. Atlas historique. Paris: Larousse, 1987. página 257.
Rotas e encontros
Nova Biblioteca de Alexandria
A primeira biblioteca
“A mais célebre biblioteca de todos os tempos, a Biblioteca Real de Alexandria, foi estabelecida por volta do século terceiro , durante o reinado de Ptolomeu antes de Cristo . Demetrius Phalereus de Atenas, discípulo de Aristóteles, foi o primeiro dois curadorglossário da biblioteca, que nessa ocasião já abrigava cêrca de 700 mil manuscritos e pergaminhosglossário . Durante séculos, a biblioteca manteve-se erguida, mas a sua destruição, que muitos acreditam ter ocorrido por volta do século três , sempre gerou controvérsias. Outros acreditam que ela tenha sido destruída durante o reinado do imperador romano Aureliano, e há ainda aqueles que defendem a tese de ela ter sido destruída acidentalmente na invasão de Júlio César, entre os anos 47 e 48 Depois de Cristo . antes de Cristo
A nova biblioteca
Essa foi a primeira biblioteca do mundo, cuja construção foi patrocinada globalmente, que tem o objetivo de guardar e manter todo o conhecimento escrito da humanidade. Um grande e talvez inatingível sonho, mas sem dúvida uma missão honrosa. Portanto, nada seria mais apropriado que construir a Nova Biblioteca de Alexandria em um local próximo àquele em que foi erguida a mais célebre biblioteca da Antiguidade clássica. A ideia inicial de reavivar a biblioteca surgiu na Universidade de Alexandria, em 1974. Na ocasião da abertura do complexo, em outubro de 2002, o projeto havia custado , duzentos e vinte milhões de dólares sendo que cem milhões de dólares vieram de doações estrangeiras e os outros cento e vinte milhões de dólares do governo do Egito.
Obra-prima
A apenas 40 metros do Mar do Mediterrâneo, próximo da Universidade, a biblioteca de 11 andares consiste em um círculo inclinado para o mar; com 160 metros de diâmetro, parcialmente submerso em uma piscina, a fim de contra-atacar a alta umidade da parte norte do Egito. O telhado truncado permite minimizar os danos dos ventos marítimos e deixa a luz natural entrar. Como a biblioteca contém um acervo valioso e as consequências de um incêndio seriam devastadoras, o edifício conta com os mais atuais equipamentos de prevenção contra o fogo.
A sala principal de leitura tem capacidade para acomodar até uma. setecentas pessoas distribuídas nos oito terraços. O telhado abobadadoglossário permite a entrada indireta de luz solar no edifício e oferece belas vistas do porto e do mar.”
arrêrn, Alison êti áli. 100 maravilhas do mundo moderno. São Paulo: Ciranda Cultural, 2008. página 147.
Interprete
1. Quantos séculos separam a existência da primeira Biblioteca de Alexandria da nova construção?
Argumente
2. Suponha que o governo de um país fictício decidiu banir documentos históricos e livros das bibliotecas argumentando que as pesquisas on-line poderiam substituí-las. Pesquise informações para avaliar tal decisão.
Contextualize
3. No município ou no bairro onde você mora existe ou existem biblioteca ou bibliotecas? Você a ou as frequenta? Se sim, que gênero de livros você costuma ler? Se não, aponte a razão de não viver essa experiência.
Atividades dos percursos 29 e 30
Registre em seu caderno.
1. Uma agência turística especializada em pacotes de viagem à África oferece em seu catálogo as seguintes opções de passeio:
• Com base em seus conhecimentos, responda às questões.
- Em qual pacote o turista terá a oportunidade de conhecer a Savana africana?
- Quais montes o turista que optar pelo primeiro pacote vai avistar? Onde eles se localizam?
- Que clima predomina na região do segundo pacote? Que paisagem o turista verá quando entrar em território egípcio?
- Que aspectos publicitários você identifica em ambos os folders para atrair turistas?
- As florestas tropicais ou equatoriais da África, como também a Savana, foram bastante alteradas pela intervenção humana. Aponte algumas dessas intervenções.
- Em relação à Conferência de Berlim, responda às questões.
- Quando ocorreu e quais eram seus objetivos?
- Quais foram os impactos dessa conferência no continente africano?
- Em grupo, pesquise informações sobre o apartheid e crie uma história em quadrinhos ambientada nesse contexto.
- Observe o mapa a seguir e responda às questões da página seguinte.
África: línguas e etnias
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 86.
Versão adaptada acessível
4. A proposta da atividade, de criação de uma história em quadrinho ambientada no contexto do apartheid, pode ser adaptada para a construção de uma versão tátil. Como sugestão, pode-se utilizar materiais maleáveis, como o barbante, para criar os contornos dos personagens, ou relacionar texturas de determinados materiais a diferentes elementos da história.
- Cite uma etnia principal para cada grupo linguístico.
- A delimitação das fronteiras dos Estados africanos realizada pelos europeus respeitou a distribuição das etnias ou dos grupos linguísticos africanos? Dê exemplos. Se necessário, recorra ao mapa da página 248.
- Quais foram os resultados dessa política colonialista europeia?
- Aponte quais são os países africanos que, com o Brasil, formam a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ( cê pê éle pê).
6. A questão ambiental na África é preocupante como em todos os demais continentes. Observe no mapa a seguir alguns problemas ambientais da África. Compare-o com o mapa político apresentado na página 248 para responder às questões.
África: questões ambientais
Fonte: LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Galimár, 2013. página 73.
- Aponte os países atingidos pela desertificação na porção leste e no centro-sul da África.
- Aponte o problema ambiental que ocorre na floresta tropical e suas consequências.
- Em que país se localiza um parque ou reserva nacional no interior da floresta tropical? Qual é a importância da criação desses parques ou reservas?
7. áli á mazrúi, historiador africano, assim descreveu os africanos:
“Os africanos reticências não são forçosamente o povo mais maltratado, mas são com certeza o mais humilhado da história moderna”.
boên, ábert adú. O legado do colonialismo. O Correio da unêsco. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, ano 12, número 7, página 37, julho 1984.
• Explique em quais fatos da história africana o historiador pode ter se inspirado para escrever esse texto.
8. O texto a seguir foi proferido pelo rei machêmba, chefe dos iáos de (atual Tanzânia), ao oficial alemão rrêrman vôn víssman, que comandava uma investida militar na região em 1890.
“Escutei tuas palavras, mas não vi qualquer motivo para obedecer-te – antes preferiria morrer. reticências Se o que queres é amizade, estou pronto a oferecer-te, hoje e sempre; mas, quanto a ser teu súdito reticências, isso nunca! reticências Se o que queres é a guerra, estou pronto para ela, mas ser teu súdito, jamais! Não cairei a teus pés, porque és uma criatura de Deus, assim como eu sou reticências. Sou sultão aqui na minha terra. Tu és sultão lá na tua. Então, vê bem, não digo que tens de obedecer-me, porque sei que és um homem livre. Quanto a mim, não irei ao teu encontro; se és bastante forte, vem tu ao meu.”
boên, ábert adú. A África sob dominação colonial: 1880-1935. éfe gê vê. O Correio da unêsco. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, ano 12, número 7, página 14-15, julho 1984.
- Qual é a postura do rei machêmba perante o oficial alemão?
- Qual terá sido a atitude do conquistador europeu para motivar essa fala do rei machêmba?
PERCURSO 31 ÁFRICA: POPULAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E ECONOMIA
1. África: o segundo continente mais populoso
A África é considerada o berço da humanidade. As mais antigas evidências da presença do gênero ômo foram encontradas na região dos Grandes Lagos, na África Oriental, em terras hoje pertencentes ao Quênia, à Tanzânia e à África do Sul.
Depois da Ásia, a África é o continente mais populoso do planeta. Para 2025, sua população está estimada em cêrca de 1,5 bilhão de habitantes, o equivalente a 18,4% da população mundial, também estimada em quase 8,2 bilhões de habitantes.
Continentes: população ( em porcentagem) – 2025
Fonte: elaborado com base em UNITED NATIONS. World population prospects 2019. Volume I: comprehensive tables. New York: , 2019. página 22.
2. A distribuição da população
A exemplo dos demais continentes, a África apresenta regiões de maior e de menor concentração populacional. A distribuição da população é condicionada por vários fatores, entre eles o clima, o relevo, o solo, a infraestrutura de transportes e de comunicações instalada e a disponibilidade de recursos técnicos e de capitais para superar as adversidades do meio natural.
Os desertos do Saara e de kalarrári, em decorrência de sua aridez, dificultam a fixação humana. Nessas áreas, as densidades demográficas são inferiores a 1 habitante por quilômetro quadrado (observe o mapa da página seguinte). Já em trechos do Vale do Rio Nilo e do baixo curso do Rio Níger, em razão da presença de terras férteis, as densidades demográficas são superiores a 100 . habitantes por quilômetro quadrado Em muitos trechos das fachadas litorâneas tanto do Mar Mediterrâneo como dos oceanos Atlântico e Índico, locais de contato histórico entre o mundo europeu e o asiático e onde se localizam muitas capitais africanas, as densidades demográficas são mais elevadas.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
SOUZA, Marina de Mello e.
África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2013.
A obra mostra a diversidade de culturas africanas e sua inserção nas economias colonial e neocolonial e o desenvolvimento da cultura afro-brasileira em decorrência da escravidão.
PAUSA PARA O CINEMA
Os deuses devem estar loucos.
Direção: djêimi uís. botsuâna/África do Sul: CAT Films, 1980. Duração: 108 minutos
Nessa comédia, você vai se divertir e conhecer diferentes aspectos culturais dos bosquímanos, grupo étnico que vive em comunidades nômades no Deserto de kalarrári.
África: densidade demográfica – 2020
Fontes: elaborado com base em ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini. página 118; ú êne- abitá. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. , 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acessos em: 15 março 2022.
Onde se situa o maior vazio demográfico da África?
• Cidades e seus problemas
A África, em 2022, tinha três aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes: Cairo, no Egito, com 21,7 milhões; quimcháça, na República Democrática do Congo, com 15,6 milhões; e Lagos, na Nigéria, com 15,4 milhões.
Não são apenas essas três regiões metropolitanas que apresentam problemas urbanos, mas praticamente todas as cidades do continente. Entre os principais problemas, destacam-se: precariedade do abastecimento de água, da rede coletora de esgotos e da coleta e destinação do lixo em geral; falta de habitação; mobilidade urbana ineficiente; número insuficiente de hospitais etcétera.
Apenas cêrca de um terço da população da região metropolitana de Lagos é abastecida por rede de água tratada; o restante usa poços com grande possibilidade de contaminação.
Segundo a Unicef, em 2017, cêrca de 10% das mortes de crianças com menos de 5 anos de idade na África ocorriam na Nigéria; e a diarreia, causada por água contaminada, tem grande participação nessas mortes, que poderiam ser evitadas.
3. A regionalização com base nos critérios étnico e cultural
Com base nos critérios étnico e cultural, o continente africano pode ser regionalizado em dois conjuntos: África do Norte e África Subsaariana (observe o mapa).
África: regionalização étnica e cultural – 2019
Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 83; ROSA, Jussara Vaz; GIRARDI, Gisele. Novo atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2005. página 101; L’atlas Gallimard Jeunesse. Paris: Gallimard Jeunesse, 2002. página 122-123.
asterisco Palavra árabe que significa “costa do deserto”, ou margem; corresponde a uma faixa de terras de extensão variável, entre o Deserto do Saara ao norte e a zona de Estepe e Savana ao sul, que se estende de leste a oeste, desde a Etiópia até o Senegal.
Nota: O Magrébi tradicional abrange os países indicados no mapa. Essa denominação, no entanto, foi estendida ao Saara Ocidental, à Líbia e à Mauritânia, cujo conjunto formou a União do Magrébi Árabe ( úma) em 1989.
• África do Norte
A África do Norte compreende sete unidades políticas. São seis Estados independentes e um território que busca a independência – o Saara Ocidental, ex-Saara Espanhol, ocupado pelo Marrocos desde 1975.
Com a invasão dos árabes nos séculos sete e oito, ocorreu a arabização da África do Norte. Esse fato explica, portanto, a predominância regional da população árabe, da língua árabe e da prática do islamismo.
Destaca-se na África do Norte a sub-região denominada Magrébi. Em árabe, “ márribô magríbi” significa “o Poente”, ou seja, “onde o sol se põe”, em relação ao centro do islamismo, situado na Península Arábica (atual Arábia Saudita). O Magrébi tradicional compreende o Marrocos, a Argélia e a Tunísia, que pertenceram ao império colonial francês.
A Cadeia do Atlas favorece o povoamento na África do Norte, sobretudo no Magrébi. Entre o Atlas e o Mar Mediterrâneo, estendem-se planícies férteis de clima mediterrâneo, densamente povoadas, onde se cultivam vários produtos, como cereais, uvas, oliveiras, e ocorre a exploração mineral de fosfato. Ao sul da Cadeia do Atlas surge o Deserto do Saara, cujo principal recurso mineral é o petróleo.
• África Subsaariana
Essa região, que abrange os países da África situados ao sul do Deserto do Saara, apresenta população predominantemente negra (observe o mapa) e minorias brancas descendentes dos colonizadores europeus e asiáticos (indianos, chineses, indonésios etcétera.). Destaca-se aí a multiplicidade de crenças e religiões – islamismo, cristianismo, judaísmo, crenças tradicionais africanas etcétera.
África: participação da população negra na população total ( em porcentagem) – 2019
Fontes: elaborado com base em Charliê Jác ( organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 164; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2019. página 83.
Além dos aspectos culturais e étnicos apresentados, a África Subsaariana se caracteriza por ser uma região do continente africano onde a pobreza atinge grande parcela da população. É aí que se localizam os países com os menores IDHs (baixos) do mundo em 2019, como Sudão do Sul (0,433), cháde (0,398), República Centro-Africana (0,397) e Níger (0,394).
Embora cêrca de 60% da população economicamente ativa da África Subsaariana se dedique à agricultura, o déficit de alimentos gera subnutrição e fome. Essa situação é agravada pelas secas na região do Sael e pelas guerras civis, que arrasam plantações e dificultam a entrega de alimentos pela ajuda humanitária.
A agricultura na África Subsaariana apresenta uma distorção: enquanto as plantations (cacau, café, algodão, amendoim, chá, banana etcétera), controladas principalmente por empresas europeias, ocupam cêrca de 40% da superfície agrícola, abrangendo as melhores terras cultiváveis, a agricultura de subsistência ocupa as terras menos férteis e convive com a falta de crédito e de assistência técnica, apresentando baixa produtividade. A oposição entre a agricultura de exportação e a agricultura de subsistência é uma herança do colonialismo que perdura nos dias atuais, como estudamos no Percurso 30.
4. A regionalização com base na economia
É possível regionalizar a África tendo por base a economia dos países que a compõem. Assim, distinguem-se dois conjuntos: países com certo desenvolvimento industrial e países cuja base da economia são os produtos primários.
África: regionalização com base na economia – 2019
Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 83; bôs, françoá êti áli. ( organizador). Images économiques du monde: géopolitique-géoéconomie 2014. Paris: Armand Colin, 2013. página 262-271 e 294-344.
Aponte como está regionalizada Angola, ex-colônia portuguesa.
• Países com desenvolvimento industrial
África do Sul e Egito são os dois países mais industrializados da África. Conheça a seguir as principais características de cada um deles.
África do Sul
A África do Sul é o país de economia mais desenvolvida da África. Favorecido pela abundância de recursos minerais em seu território e por investimentos estrangeiros, esse país desenvolveu uma atividade industrial diversificada, com indústrias de bens de consumo (têxtil, alimentícia, de vestuário etcétera) e indústrias de bens de produção (máquinas, equipamentos, metalúrgica, siderúrgica, química etcétera), além de indústria naval, de armamentos, automobilística e outras. Destaca-se ainda como primeiro produtor mundial de cromo, de manganês e de platina, o segundo de titânio e o quinto de diamante (2019). As principais cidades do país concentram os maiores centros industriais (mapa A da página seguinte).
PAUSA PARA O CINEMA
Amor sem fronteiras.
Direção: mártin quêmpbél. Estados Unidos: Mandalay Pictures, 2003. Duração: 125 minutos
Após conhecer um médico que se dedica às causas humanitárias na África, uma socialáit se dispõe a ajudá-lo arrecadando medicamentos e comida para refugiados na Etiópia. Essa experiência vai mudar sua vida e sua maneira de encarar o mundo para sempre.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
ARAUJO, Kelly Cristina.
Áfricas no Brasil. São Paulo: Scipione, 2004.
Nesse livro, você vai encontrar um panorama sobre a influência dos povos africanos na formação da identidade nacional brasileira.
África do Sul: principais indústrias – 2019
Fontes: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 82; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 83.
Quais são as principais atividades econômicas da cidade de Port Elizabeth?
Muitos problemas persistem, como a pobreza que atinge principalmente a população negra. Para 2025, a população total estimada é de 62,8 milhões de habitantes: 80,2% dela constituída por negros de diversas etnias, 8,5% de origem europeia (destacando-se os ingleses e holandeses), cêrca de 8,8% de eurafricanos e 2,5% de asiáticos (principalmente descendentes de indianos). A população branca, embora minoritária, detém cêrca de 60% da renda nacional e usufrui das melhores condições de vida no país.
O grande desafio da África do Sul é enfrentar as heranças do apartheid e construir uma sociedade democrática de base multiétnica, menos desigual e sem preconceitos, além de erradicar a pobreza que atinge parte significativa dos sul-africanos.
PAUSA PARA O CINEMA
Um grito de liberdade.
Direção: ríchardi atenborou. Reino Unido: Universal Pictures, 1987. Duração: 119 minutos
Nos anos 1970, durante o apartheid, Daniel uuds, um jornalista branco, e istífin bíco, importante ativista contrário ao regime político da África do Sul, tornam-se grandes amigos. Após a morte de bíco, uuds decide contar a sua história, desagradando o regime vigente.
Egito
Chamado de “País do Nilo”, o Egito, com 111,7 milhões de habitantes (estimativa para 2025), é o segundo país mais populoso da África, superado apenas pela Nigéria (233,3 milhões).
Depois da África do Sul, o Egito é o país mais industrializado do continente.
Duas concentrações industriais se destacam: uma localizada na capital, Cairo, e que se estende para o norte até a Alexandria e para o leste até Suez; a segunda localizada no sul, em Assuã.
Egito: principais indústrias – 2015
Fontes: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 75; FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 43.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
FERREIRA, Olavo Leonel.
Egito: terra dos faraós. São Paulo: Moderna, 2005.
Breve relato sobre a história do Egito que apresenta as principais conquistas culturais, científicas, arquitetônicas, econômicas e políticas desse país.
O principal setor industrial egípcio é o têxtil, no qual sobressaem as unidades de tratamento de algodão, cujos produtos são largamente exportados. São importantes também as indústrias química, moveleira, alimentícia, do vidro e da cerâmica, do papel, siderúrgicas de pequeno porte e refinarias de petróleo.
As principais jazidas de petróleo estão distribuídas ao longo da Península do Sinai, no Mar Vermelho (localize-o no mapa B da página anterior). Além de abastecer o mercado interno, o petróleo daí extraído destina-se à exportação, constituindo importante fonte de divisas para o país.
Em relação à agricultura, várias barragens foram construídas no Rio Nilo no século vinte com a finalidade de represar as águas e controlar a vazão no decorrer do ano. Dessas barragens saem redes de canais que permitem a irrigação permanente das terras, possibilitando que sejam feitas várias semeaduras e colheitas no decorrer do ano.
• Países cuja base da economia são os produtos primários
Esse conjunto de países africanos pode ser dividido em: países de economia de base agrária e países de economia de base mineral.
Países de economia de base agrária
A produção agrícola na África se organiza em fórmas de produção diferentes. De maneira geral, encontra-se a agricultura de subsistência e a agricultura comercial ( planteition).
A agricultura de subsistência consiste em obter da terra uma produção de alimentos com o objetivo de suprir as necessidades alimentares dos próprios produtores e suas famílias. Realiza-se geralmente em pequenas propriedades, com técnicas e instrumentos rudimentares. Porém, essa produção agrícola pode gerar excedentes, que são comercializados pelos camponeses. Identifique no mapa da página seguinte os principais produtos cultivados.
Como já estudamos, a agricultura comercial foi introduzida na África pelo colonizador, na fórma de planteition, destinada a abastecer de matérias-primas a indústria europeia (têxtil, alimentícia, de óleos vegetais etcétera).
Nas áreas de clima mediterrâneo da África do Norte e da África do Sul, são cultivados trigo, oliveiras, cevada, centeio e frutas.
Países de economia de base mineral: pressões sobre a natureza
A África é um continente rico em recursos minerais. Assim como os produtos da agricultura comercial, a atual produção de minérios, realizada principalmente por empresas estrangeiras, também destina-se à exportação. Em sua maioria, ela é processada ou beneficiada no exterior, fato que impossibilita aos países africanos agregar maior valor às suas exportações de minérios e obter mais divisas.
Dos produtos minerais, um dos maiores destaques é o petróleo. Além de ser explorado no Egito, nas margens do Mar Vermelho e na Península do Sinai, é extraído na Líbia e na Argélia. Na África Subsaariana, empresas petrolíferas atuam principalmente em Angola, no Congo, no Gabão, em Camarões e na Nigéria. A Nigéria, além de ser o maior produtor de petróleo do continente, situava-se, em 2020, entre os doze maiores produtores do mundo.
África: economia – 2019
Fontes: elaborado com base em Charliê Jác ( organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012, página 165; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2019. página 83.
Onde se localiza a principal área irrigada na África destinada à prática da agricultura?
Diferentemente da estrutura empresarial da extração petrolífera, o garimpo é praticado em condições dramáticas em determinadas áreas da África. Parte da mão de obra é constituída por crianças, muitas vezes submetidas à escravidão e a condições de trabalho precárias. Há casos em que os próprios pais vendem os filhos a agenciadores de mão de obra infantil, com a crença na falsa promessa de que vão frequentar escolas.
Como estudamos em relação à América Latina, a exploração mineral na África é também responsável por impactos ambientais e sociais: contaminação de águas de superfície e subterrâneas; desfiguração do relevo original; assoreamentos de rios etcétera; além de desalojamento de populações nas áreas de mineração.
Sem os cuidados ambientais e sociais necessários, essas pressões sobre a natureza são impactantes à população africana. E, para agravar a situação, os lucros obtidos pela extração mineral são, em sua maior parte, enviados para as sedes das empresas de mineração localizadas no exterior; a menor parte fica com os países africanos por meio dos impostos, que nem sempre são aplicados para beneficiar a população em saúde, educação, transporte, habitação etcétera. Tal situação constitui, assim, verdadeira espoliação ou apropriação dos recursos naturais e da mão de obra africana por parte de empresas de mineração e por governos de países africanos.
NO SEU CONTEXTO
Existe trabalho infantil no Brasil? Você conhece algum caso?
PERCURSO 32 A ÁFRICA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI
1. Um continente ainda fragilizado
A África iniciou o século vinte e um com graves problemas políticos, econômicos e sociais. Após quase cinco séculos de exploração colonial e cêrca de um pouco mais de cinquenta anos da descolonização ou da formação dos Estados nacionais, o continente vive uma difícil situação, tendo como causa vários fatores.
A seguir, vamos analisar esses aspectos, abordando suas principais características.
• Aspectos políticos, corrupção e governos ditatoriais
O recente processo de formação dos Estados nacionais africanos ainda não foi capaz de superar os efeitos negativos da arbitrária delimitação de fronteiras por parte do colonizador europeu. Dessa herança, o principal reflexo político são as guerras.
A ausência de democracia, as fraudes nas eleições governamentais e as práticas de corrupção ocorrem em muitos Estados africanos. Apoiados por oligarquias nacionais e por setores das fôrças armadas, governantes permanecem no poder por longo tempo, exercendo poderes ditatoriais.
Os regimes ditatoriais são obstáculos ao desenvolvimento econômico e social, pois impedem que haja transparência nas decisões políticas, impõem leis restritivas à liberdade de expressão e permitem que os recursos nacionais sejam manipulados conforme os interesses dos ditadores e dos grupos que os apoiam, e não de acordo com o que a população necessita (saúde, educação etcétera).
As guerras civis
O fim das guerras de independência não representou o fim dos conflitos armados na África até os dias atuais. As causas dos conflitos são diversas: rivalidades interétnicas (caso de Burundi e Ruanda, de Darfur, no Sudão etcétera); lutas por libertação de territórios subjugados a um poder central (a guerra entre a Eritreia e a Etiópia, por exemplo); lutas pelo domínio político-econômico do Estado (guerra de Angola, Costa do Marfim etcétera); disputas por recursos minerais, entre eles o petróleo; rivalidades religiosas; pirataria na Somália e outras.
Além de causar milhares de mortes, os conflitos armados desorganizam a produção, aprofundam os problemas econômicos, consomem recursos financeiros que poderiam ser aplicados no desenvolvimento nacional e agravam os quadros de pobreza e miséria em muitos países (observe a foto e consulte o mapa da página seguinte).
QUEM LÊ VIAJA MAIS
PENNAFORTE, chárlis.
África: horizontes e desafios no século vinte e um. São Paulo: Atual, 2006.
O autor fornece uma visão ampla da África, abordando desde o processo de colonização e suas implicações territoriais e culturais, passando pelas guerras civis, pelos seus recursos naturais, chegando a mostrar o continente como um espaço de periferia do capitalismo.
Os conflitos na África – 1960-2019
Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 83; têtár, frânqui ( organizador). Grand atlas 2014: comprendre le monde en 200 cartes. Paris: Autrement, 2013. página 35; UNITED NATIONS. United Nations peacekeeping operacionsmap. n. 4259 rev. New York: , 2019.
Nota: Em 2019, os conflitos continuaram em Mali, no Saara Ocidental, na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana, no Sudão e no Sudão do Sul. Consulte no mapa do Percurso 25, na página 220, as missões de paz da ônu na África em 2019.
Cite um país do Magrébi tradicional que recentemente esteve envolvido em um importante conflito.
• Aspectos sociais
As condições desfavoráveis em que se encontram muitas sociedades africanas refletem, em parte, o legado de exclusão e desigualdade socioeconômica gerado durante a colonização e mantido por governos posteriormente instalados.
Epidemias
As epidemias e doenças são o resultado da pobreza em que vive grande parcela da população africana. Em 2020, a África concentrou 95% dos casos de malária registrados no mundo e 25% dos casos de tuberculose. Em 2021, a epidemia do vírus Ebola ainda não estava controlada em alguns países africanos.
A epidemia de aidis ainda é alarmante na África. Em 2020, de cada cem pessoas infectadas no mundo com agá í vê (Vírus da Imunodeficiência Humana, sigla em inglês), 67 estavam no continente africano.
A precariedade do ensino, a falta de educação sexual, a pobreza da população, os serviços públicos de saúde inadequados e precários, o elevado custo dos medicamentos e a pouca determinação por parte de alguns governos em combater a aids são fatores que contribuem para a disseminação dessa enfermidade em algumas regiões da África.
PAUSA PARA O CINEMA
Hotel Ruanda.
Direção: . Reino Unido/Estados Unidos/Itália/África do Sul: United Artists, 2004. Duração: 128 minutos
Com base em fatos reais, narra eventos marcantes que aconteceram durante a Guerra Civil de Ruanda, na década de 1990.
NAVEGAR É PRECISO
– Programa Conjunto das Nações Unidas sobre agá í vê/.
https://oeds.link/BtEoEC
Conheça o Programa das Nações Unidas que mobiliza e apoia os países para que alcancem o acesso universal à prevenção, ao tratamento e aos cuidados no que se refere ao agá í vê.
Desnutrição
A África é um continente com grande ocorrência de desnutrição. Tanto a fome crônica, decorrente da ingestão diária insuficiente de calorias e nutrientes para a manutenção da saúde, como a fome aguda, caracterizada pela falta quase absoluta de alimentos, resultam de causas sociais, econômicas e políticas (guerras entre Estados, guerras civis etcétera), agravadas por adversidades naturais (secas, inundações e pragas nas lavouras).
Como exemplo, há o caso da Somália (foto). Nos anos 1990, esse país esteve envolvido em guerras étnicas internas. Além disso, grandes secas dizimaram plantações e criações de gado, impondo à população grandes dificuldades de acesso aos alimentos. Como a ajuda humanitária coordenada pela ônu não pôde chegar com eficiência aos necessitados em virtude do conflito armado, milhares de pessoas morreram de inanição.
• Refugiados
Em 2020, do total de 26,4 milhões de refugiados no mundo, pouco mais de 17,7 milhões, cérca de 67%, eram refugiados da África e do sudoeste da Ásia – sírios, afegãos, iraquianos, iemenitas etcétera – que, fugindo de guerras e da pobreza, tentavam chegar ao sul da Europa pela rota da Líbia e por outras rotas. De acordo com a Organização Internacional para Migrações ( ó í ême), mais de 20 mil migrantes morreram tentando atravessar o Mar Mediterrâneo entre 2014 e 2020. Muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas caso houvesse em seus países de origem estabilidade política, emprego e, sobretudo, solidariedade.
• Aspectos econômicos
De modo geral, os países africanos não conseguiram se inserir no processo de globalização que marcou o mundo nos últimos vinte anos. A África integra o comércio mundial predominantemente como exportadora de produtos primários e importadora de bens industrializados.
Uma das causas dessa posição dos países africanos na economia global é a carência de energia elétrica e de infraestrutura de transporte e de comunicação – fatores fundamentais para o desenvolvimento industrial –, que limita os investimentos na produção. As redes de transportes mais modernas restringem-se a ligar zonas produtoras agrícolas e minerais aos portos de exportação.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
VISENTINI, Paulo G. Fagundes; RIBEIRO, Luiz Dario Teixeira; PEREIRA, Analúcia danilevícs.
Breve história da África. Porto Alegre: Leitura vinte e um, 2007.
O livro mostra que, apesar das marcas profundas da exploração europeia da África, o continente está em desenvolvimento.
PAUSA PARA O CINEMA
Adú.
Direção: Salvador Calvo. Espanha: , 2020. Duração: 119 minutos
O filme conta a história de três personagens que vivenciam o contexto dos deslocamentos populacionais forçados no norte da África. O filme contribui para refletir sobre as dificuldades, os riscos e o sofrimento de emigrantes e refugiados africanos no mundo atual.
Com exceção da África do Sul e do Egito, os países africanos apresentam baixo nível de industrialização e de investimento em pesquisa científica e formam pouca mão de obra especializada.
A seguir, apresentamos alguns indicadores que demonstram a inserção periférica da África na globalização.
O comércio exterior
As exportações da África representaram, em 2020, aproximadamente, 2,2% do total mundial – em 2003, representaram 2,4%; em 1993, 2,5%; em 1973, 4,8%; e em 1953, 6,5% –, o que demonstra sua posição secundária na globalização em curso. As importações representaram apenas 2,9% do total mundial. Desse modo, a África é o continente com o menor valor de operações no comércio exterior.
O Píbi africano
Em 2020, a soma do Píbi de todos os países africanos correspondeu a cêrca de 2,4 trilhões de dólares. No mesmo ano, o Píbi brasileiro foi de mais de 1,4 trilhão de dólares. Nesse ano, a África respondeu por aproximadamente 2,8% do Píbi mundial. Dentro do continente, destacam-se África do Sul, Egito e Nigéria, com cêrca de 47% do Píbi africano.
Os investimentos diretos estrangeiros ( í dê é)
As empresas transnacionais realizam operações financeiras para adquirir empresas ou implantar filiais em diversos países do mundo. Essas operações são chamadas de investimentos diretos estrangeiros ( í dê é). A análise dos í dê é indica quanto um país está inserido no processo de globalização.
Na África, esses investimentos, dirigidos prioritariamente para o setor extrativo mineral – mesmo na África do Sul e no Egito com economias diversificadas –, são modestos se comparados aos dos outros continentes, exceto à Oceania. Em 2020, os países mais contemplados com í dê é foram: Egito, Congo, África do Sul, Nigéria, Etiópia e Moçambique.
Mundo: investimentos diretos estrangeiros por continentes (em bilhões de dólares) – 2019-2020
Fonte: elaborado com base em UNCTAD World investment report 2021: investing in sustainable recovery. New York: , 2021. página 248-251.
• Aspectos culturais
Inicialmente, é necessário refutar a imagem preconceituosa que ainda perdura na mente de muitas pessoas: a de que a África é habitada por povos atrasados e que sua cultura é pobre.
Não existe uma África, mas várias. Trata-se de um continente com países, etnias e culturas diversos, um mosaico de povos com conhecimentos filosóficos, tecnologias próprias, tradições particulares e ricas manifestações artísticas na música, arquitetura, escultura, dança, poesia e literatura oral – elementos que o colonialismo tentou apagar.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
CASTRO, Haroldo.
Luzes da África: pai e filho em busca da alma de um continente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
Acompanhe a viagem de carro do autor e de seu filho por vários países africanos. Por meio de 130 fotos, 19 mapas e uma narrativa empolgante, são apresentados aspectos pouco explorados desse continente.
Os colonizadores procuraram romper os laços que ligam os povos africanos às suas tradições e ao passado. Fecharam escolas, lançaram à destruição objetos e locais de culto e implantaram uma educação colonial a serviço da conquista, como instrumento de dominação.
Por outro lado, introduziram instituições políticas e tecnologias desconhecidas pelos africanos e receberam destes vários conhecimentos sobre o meio físico da África e uma rica cultura de tradição oral.
Após 1930, a literatura escrita africana teve um grande avanço. A ampliação da educação letrada, da alfabetização e de cursos universitários estimulou a produção literária de vários escritores africanos, que, em suas obras, expõem sua visão de mundo, muitas vezes questionando as relações entre o colonizador e o colonizado.
2. Ciência, tecnologia e trabalho
A Revolução Técnico-Científico-Informacional ocorrida nos últimos anos beneficiou os países africanos, assim como a outros do mundo. Contudo, por outro lado, os países da África sofreram impacto quanto à necessidade da formação de mão de obra para lidar com as novas tecnologias.
Na África, com apoio dos Estados africanos, do Banco Mundial e de empresas, tem havido investimentos em universidades não somente para a formação de recursos humanos, mas também para pesquisas voltadas a várias áreas do conhecimento.
Em 2016, cêrca de 370 milhões de dólares foram investidos em startups (empresas em fase inicial que desenvolvem produtos ou serviços inovadores, com potencial de rápido crescimento) de tecnologia na África. Em Gana, cêrca de 200 mil agricultores são usuários de um sistema de consulta telefônica que dispõe, em tempo real, de informações sobre o clima e o preço das safras, e 250 mil são associados a um aplicativo que aluga temporariamente tratores. Em Uganda, onde quase 80% da população não tem acesso à eletricidade, há startups que extraem energia da biomassa para amenizar o problema.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
COSTA, Aline G. Neves; SANTOS, Natanael dos.
Trajetórias do africano no espaço geográfico brasileiro. Campinas: África Brasileira, 2013.
Buscando reconstituir a história dos africanos no país, a obra trata da participação que eles tiveram na construção do Brasil.
Próximo a Nairóbi, no Quênia, está em construção a cidade tecnológica de cônza. Também conhecida como a “Savana do Silício”, sua implantação objetiva atrair empresas do setor de informação, comunicação e tecnologia, investir na educação para qualificar e capacitar mão de obra local e incentivar pesquisa e desenvolvimento.
Tanto no meio urbano africano como no rural, houve alterações nos tipos de trabalho motivadas pelo surgimento de novas tecnologias, como, aliás, em todo o mundo. A formação científica e tecnológica se tornou um capital muito importante não somente para quem o possui, mas para todo país que busca seu desenvolvimento econômico e social.
3. Atuação das organizações internacionais mundiais e regionais na África
Além da atuação da ônu na África por meio de suas fôrças de paz, do trabalho da unicéfi em prol das crianças, da fáo com programas para o desenvolvimento da agricultura e assistência alimentar, da unêsco com programas educacionais e proteção da rica cultura africana e de outros órgãos e agências, cumpre destacar as organizações internacionais regionais.
• Organizações internacionais regionais
Os Estados africanos, a exemplo do que existe na América e em outros continentes, uniram-se e formaram associações entre si: as organizações internacionais regionais, como é o caso da União Africana ( U A). Essa organização foi criada em 2002, em substituição à antiga Organização da Unidade Africana. Seus objetivos são: mediação de conflitos, defesa da democracia, modernização das instituições políticas, defesa dos direitos humanos, além de outros.
Com exceção do Marrocos, todos os países africanos são membros da U A, que reconhece o desejo de independência do Saara Ocidental, o que não é aceito pelo governo marroquino, que tem o domínio sobre ele.
Verifique no mapa as outras organizações internacionais regionais da África.
África: organizações internacionais regionais econômicas – 2021
Fontes: elaborado com base em GAMBLIN, André ( organizador). Images économiques du monde: panorama annuel 2005. Paris: Armand Colin, 2004. Contracapa; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 83.
NO SEU CONTEXTO
De que maneira as organizações internacionais regionais atuam na integração do continente africano?
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Tecnologia e inovação na África
Locução
Apesar dos problemas que muitos países africanos enfrentam, como pobreza, fome e corrupção, há investimentos em inovações tecnológicas para melhorar a vida de suas populações.
Com a disseminação da internet de alta velocidade e smartphones na África, o continente passou a ser visto como um novo mercado de consumo de tecnologia.
A jovem força de trabalho africana atrai empresas do setor tecnológico.
Nos últimos anos, tem havido muitos investimentos em países como Quênia, Ruanda, Nigéria e África do Sul.
Jovens empreendedores africanos, inspirados pelo Vale do Silício estadunidense, criaram um centro de inovação tecnológica em Nairóbi, no Quênia, chamado iHub, onde compartilham ideias e participam de cursos e competições para resolver problemas relacionados a softwares.
Há outros importantes centros de inovação africanos, como o Co-Creation Hub, em Lagos, Nigéria, e o Outbox, em Kampala, Uganda.
Com o uso da tecnologia, moradores de localidades remotas podem comprar alimentos, roupas e outros produtos pela internet, recebendo-os em domicílio.
Nas zonas rurais, pastores recorrem a aplicativos que os ajudam a controlar o gado.
Também existem aplicativos utilizados por estudantes e professores de escolas carentes para a leitura de livros didáticos em dispositivos móveis.
Outro exemplo de inovação tecnológica desenvolvida na África é o Cardiopad, um tablet que realiza exames do coração, como eletrocardiogramas.
Ele foi criado por um jovem engenheiro de Camarões e pode ser útil em lugares como as zonas rurais, onde a população encontra maiores dificuldades para conseguir atendimento médico.
O instrumento possui uma bateria de alta duração, e o resultado do exame pode ser enviado diretamente para o computador ou celular do cardiologista responsável.
Para combater a falsificação de remédios, problema particularmente grave na África, foi criado em Gana o mPedigree, um sistema que verifica a autenticidade dos medicamentos.
Para usá-lo, basta enviar, por SMS, o código de barras do medicamento para uma central de verificação.
Em poucos segundos, atesta-se pelo celular se o produto é verdadeiro ou falsificado.
No Quênia, milhões de pessoas que não tinham conta bancária passaram a ter a possibilidade de transferir dinheiro ou fazer pagamentos usando o celular por meio de um serviço de compra de créditos pré-pagos inventado no país.
Apesar dos avanços tecnológicos no continente, cerca de 60% da população na África Subsaariana ainda não tem acesso à eletricidade.
E entre as pessoas que possuem computadores, há dificuldades para aprender a utilizar as ferramentas tecnológicas.
Os efeitos desse conjunto de problemas impactam toda a sociedade africana. Mas fica a expectativa de que a tecnologia contribua para o desenvolvimento econômico e social do continente.
Atividades dos percursos 31 e 32
Registre em seu caderno.
- Em relação à regionalização do continente africano na África do Norte e na África Subsaariana, faça o que se pede.
- Explique as diferenças étnicas e culturais entre as duas regiões.
- O Magrébi é uma sub-região de qual dessas grandes regiões? Que países o compõem e por que ele recebe essa denominação?
- Que paisagem natural “separa” a África do Norte da África Subsaariana?
- Explique por que, apesar de a maior parte da população da África Subsaariana se dedicar à agricultura, a região sofre de déficit de alimentos.
- O fato de ser o país mais industrializado do continente torna a África do Sul isenta dos problemas econômicos e sociais comuns aos demais países africanos? Explique.
- Aponte as principais causas dos atuais conflitos no continente africano.
- Diferencie fome crônica de fome aguda.
- Quais fatores estão relacionados diretamente à dificuldade de inserção dos países africanos no processo de globalização?
- Explique com suas palavras:
- o que são investimentos diretos estrangeiros ( í dê é);
- a situação da África em relação aos investimentos diretos estrangeiros e o que isso significa para a economia do continente.
- Qual foi a participação do continente africano, em 2020, no comércio e no Píbi em relação ao mundo? Comente.
- Sobreponha uma folha de papel vegetal ao mapa da página 267 e trace o contorno do continente e as fronteiras dos países africanos. Depois, reproduza no papel vegetal os símbolos que representam os locais de extração de urânio, petróleo, gás natural, ferro, ouro e diamante. Observe o mapa com atenção para identificar a localização de todos os símbolos. Copie, em seguida, as manchas que correspondem às regiões industriais e trace as linhas que representam os trajetos dos oleodutos e dos gasodutos existentes no continente. Para finalizar, inclua em seu mapa um paralelo e um meridiano, a rosa dos ventos, a escala e o nome dos oceanos. Lembre-se de criar a legenda e dar um título para o mapa que você acabou de elaborar. Após a confecção do mapa, analise as informações da representação.
- Observe a anamorfose da página seguinte: as populações mais numerosas que foram acometidas pela pandemia de covíd-19 (doença do Coronavírus, da sigla em inglês), no período indicado, causam dilatação da superfície real dos países, enquanto as menos numerosas causam encolhimento.
Versão adaptada acessível
9. Retome o conteúdo estudado no Percurso 31 e escolha um dos mapas reproduzidos neste percurso para construir uma versão tátil desse mapa. Para isso, pode-se utilizar papéis de diversos tipos, materiais emborrachados, pedaços de tecidos, linhas de diferentes espessuras, botões, sementes, entre outros. Depois de escolher o mapa que será representado, siga as orientações:
- Utilize linhas ou barbantes para fazer o contorno do território mostrado no mapa que você elegeu representar.
- Identifique o assunto que está sendo representado e de que maneira as informações aparecem no mapa (símbolos cartográficos e cores).
- Organize a legenda relacionando cada um dos símbolos cartográficos e das cores empregadas a um material de textura diferente.
- Em seguida, de acordo com a legenda, utilize essas diferentes texturas para demonstrar, no mapa tátil, as informações do fenômeno representado no mapa original.
- Indique o título no mapa tátil e represente a rosa dos ventos, um paralelo e um meridiano.
- Após a confecção do mapa tátil, apresente-o a seus colegas e analise as informações da representação.
Mundo: casos de covíd-19 (jan. 2020-nov. 2021)
Fonte: WORLD MAPPER. Covid-19/coronavirus cases: january 2020-november 2021. Disponível em: https://oeds.link/C6TWYm. Acesso em: 11 fevereiro 2022.
- Aponte o continente em que a participação de pessoas adoecidas pela covíd-19 na população dos países, no período indicado, foi menor.
- Consulte o planisfério político da página 278 e aponte o país africano com maior participação de pessoas adoecidas em sua população, no período representado na anamorfose.
- Identifique na América do Sul os países com maior número de pessoas adoecidas em suas populações.
- Com base no mapa B da página 265, responda.
- Por que a atividade econômica egípcia não se desenvolveu nas porções central e oeste do país?
- Onde está a principal reserva petrolífera do Egito?
- Em 2020, a soma do Píbi da Nigéria, do Egito e da África do Sul, que foram os maiores entre os países africanos, foi de 1.133 bilhões de dólares. Enquanto o Píbi do continente africano foi de 2.391 bilhões de dólares, o da Nigéria foi de 432 bilhões; o do Egito, 365 bilhões, e o da África do Sul, 336 bilhões. Elabore um gráfico de setores que represente a participação percentual desses três países no Píbi total africano nesse ano.
- Trabalhe com o mapa da página 264. Desenhe uma rosa dos ventos em um papel transparente e proceda como indicado.
- Coloque o centro da rosa dos ventos sobre a capital bangui, na República Centro-Africana, de modo que o norte dela coincida com o norte do mapa. Indique dois países africanos que se localizam a leste da República Centro-Africana, um a oeste, um a sudoeste e dois a noroeste.
- Se deslocarmos o centro da rosa dos ventos para Dodoma, uma das capitais da Tanzânia, haverá alteração de rumos ou direções? Explique.
- Os países indicados no item a se encontram em quais direções, tendo por base a alteração do centro da rosa dos ventos realizada no item b?
Versão adaptada acessível
13. Trabalhe com o mapa da página 264. Construa uma rosa dos ventos em um pedaço de cartolina, papel cartão ou material emborrachado (EVA) e proceda como indicado.
- Coloque o centro da rosa dos ventos sobre a capital Bangui, na República Centro-Africana, de modo que o norte dela coincida com o norte do mapa. Indique dois países africanos que se localizam a leste da República Centro-Africana, um a oeste, um a sudoeste e dois a noroeste.
- Se deslocarmos o centro da rosa dos ventos para Dodoma, uma das capitais da Tanzânia, haverá alteração de rumos ou direções? Explique.
- Os países indicados no item a se encontram em quais direções, tendo por base a alteração do centro da rosa dos ventos realizada no item b?
Caminhos digitais
Fake news e o uso ético e responsável das tecnologias de comunicação
Não é novidade para ninguém que, na internet, uma informação, seja ela um vídeo, uma imagem ou uma mensagem, pode se disseminar de fórma muito rápida e alcançar milhões de pessoas. E isso pode acontecer seja quem for o produtor dessa informação. Esse “poder” característico da internet, embora também explorado por jornais e agências de notícias, retirou desses meios de comunicação e informação mais tradicionais a exclusividade da produção e da distribuição de informações em grande escala.
Atualmente, além das pessoas em geral, esportistas, artistas, lideranças políticas, ativistas, sacerdotes, filósofos e grupos com interesses particulares em determinados assuntos podem produzir conteúdo factual ou opinativo, sendo também formadores de opinião, muitas vezes com centenas, milhares ou mesmo milhões de “seguidores”. Suas mensagens podem influenciar as opiniões políticas, as preferências culturais, os desejos e as fórmas de consumo e até os valores de quem os acompanha por uma rede social, canal de vídeo on-line, blog, entre outros.
Além disso, qualquer pessoa pode ser um retransmissor dessas mensagens, notícias e informações produzidas por inúmeras fontes. O resultado é a “inundação” de informações e notícias que chega pela internet a quem esteja conectado, principalmente por meio das redes sociais.
Todas essas mudanças impulsionaram a chamada “guerra de informação”, ou seja, a disputa entre várias fontes de informação pela atenção dos internautas, tanto por motivos realmente informativos como comerciais e ideológicos. Além dos agentes de jornalismo tradicional, como revistas, jornais, canais de televisão e agências nacionais e internacionais de notícias, existem os grupos de jornalismo independente ou investigativo, os agregadores de notíciaglossário , os blóguis pessoais, os canais de vídeo na internet, entre outros. Por isso, identificar a fonte de qualquer notícia ou fato é muito importante para entender as motivações que podem estar por trás de cada mensagem que recebemos.
Outra consequência da “enxurrada” de informações na internet é a dificuldade para identificarmos e distinguirmos quais conteúdos de notícias e informações são verdadeiros e quais são falsos ou criados com a intenção de enganar – as denominadas fake news (em inglês, fake = “ falsa ou falsas ”, news = “ notícia ou notícias”) – que são rapidamente compartilhados e espalhados por pessoas até mesmo com a ajuda dos botsglossário ). O único meio para navegar pelo turbilhão de informações da internet fugindo das notícias mentirosas e não tomando por fatoglossário uma opiniãoglossário é criar o hábito de pensar e ler criticamente o que nos chega e verificar as informações noticiadas (acompanhe dicas sobre isso no boxe “Fique ligado!”).
Além das fake news, existem muitas outras armadilhas que circulam pela web apresentando-se como informação verdadeira. Um exemplo são os “caça-cliques”, links com títulos e imagens bastante atrativos e muito comuns em diversos tipos de sites e redes sociais. Por exemplo: “Revelada a fórmula secreta de cientista para a sabedoria”. Geralmente, esses conteúdos são falsos e estão associados a mecanismos comerciais de venda de cliques em serviços de propagandas de produtos ou serviços. Existem também notícias satíricas, cuja intenção é ridicularizar alguém ou alguma situação, mas cujo teor humorístico e fantasioso pode passar despercebido pelo leitor distraído. E há, ainda, notícias e matérias jornalísticas tendenciosas, que podem manipular dados, gráficos, construções de frases, ocultando informações relevantes para o assunto tratado ou que transformam opiniões em fatos e informações, de fórma indistinta.
Todos esses tipos de notícias, mentiras e opiniões chegam até nós com a mesma aparência e, claro, sem nenhuma identificação a qual tipo pertencem. Sem um esforço crítico e as habilidades para confrontar dados, identificar a autoria, encontrar incoerências, pesquisar outras fontes, entre outros hábitos responsáveis, corre-se o risco de a “enxurrada” de notícias e informações servir à desinformação.
Confira
- O texto afirma que atualmente existem muitos formadores de opinião e muitas fontes de notícia, diferentemente do período anterior à internet. Por quê?
- O que o texto chama de “inundação” ou “enxurrada” de informações pela internet?
- O que são fake news? Como o texto sugere que as pessoas podem se proteger delas, evitando que sejam entendidas como verídicas?
Fique ligado!
- Busque informações sobre os autores de artigos ou notícias que lê na internet. Ao acessar um portal de notícias, blog pessoal, canal em plataforma de vídeos ou qualquer outro site informativo, verifique isso por meio da seção “Sobre nós”. Se não encontrar nenhuma informação sobre o autor ou a seção “Sobre nós”, é melhor ficar atento.
- Seja um internauta investigativo. Ao ler reportagens com imagens muito chamativas, faça uma pesquisa reversa de imagens nos buscadores que dispõem desse serviço. Nesse tipo de pesquisa, o buscador identifica outros sites em que a mesma imagem já foi usada. Assim, você pode averiguar se aquela notícia é uma fraude.
- Busque informações em fontes diversas. Principalmente nas redes sociais, que personalizam e escolhem os conteúdos que aparecerão para você com base no que você diz “gostar” ou “não gostar”; é muito fácil ficar preso a um universo restrito de fontes, opiniões e visão de mundo. Evite ficar preso a essas “bolhas digitais”.
- Avalie criticamente as informações obtidas na internet antes de tomar decisões, divulgá-las ou posicionar-se em um debate. Ao participar de fóruns de discussão ou comentar postagens de outros usuários, não se pronuncie de maneira rude. Não faça na internet o que você não faria presencialmente.
- Não repasse boatos (notícias não verificadas ou antigas sobre alguém ou alguma instituição, que são divulgadas para causar confusão), nem correntes (mensagens com conteúdo falso, que pedem para ser compartilhadas com um grande número de pessoas, muitas vezes prometendo algo bom se você compartilhar ou algo muito ruim, caso você não as repasse).
- Títulos em CAIXA-ALTA, associados a imagens intrigantes, são algumas estratégias usadas nas reportagens ou artigos “caça-cliques”. Fique atento a esses sinais.
- Crie o hábito de validar as notícias e informações que lê. Existem sites que podem auxiliar na verificação de fatos, reportagens que estão sendo muito divulgadas na internet e até frases ditas por pessoas públicas. São os sites de fact-checking, ou “checagem de fatos”.
Glossário
- Capital excedente
- Quantia de bens ou de valores que extrapola o necessário à manutenção da produção e pode ser investida em outras áreas ou mesmo na melhoria do sistema produtivo.
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- Curador
- Encarregado de administrar.
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- Pergaminho
- Escrito ou documento feito de pele de ovino ou caprino.
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- Abobadado
- Que tem o formato de abóbada; abaulado.
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- Agregador de notícias
- Sites ou serviços on-line que compilam notícias de diferentes fontes e as retransmitem para seus usuários.
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- Programas de computador que automatizam procedimentos e simulam ações humanas, repetidas vezes e de maneira padrão. A palavra bot vem de robot, que, em inglês, significa “robô”. Calcula-se que mais da metade do tráfego da internet é feito por esses robôs digitais e são usados para atacar pessoas públicas, divulgar boatos, fazer um tema se transformar em tendência, podendo inclusive ser transformada em uma importante arma política.
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- Fato
- Ação, evento ou processo que já se realizou ou que está ocorrendo e que pode ser verificado por meio de evidências.
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- Opinião
- Uma opinião é uma afirmação ou um conjunto de ideias que se baseiam em uma crença ou em um ponto de vista, não podendo, assim, ser verificada por meio de evidências.
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