UNIDADE 3 A ASCENSÃO DOS ESTADOS UNIDOS E DA CHINA NO CENÁRIO INTERNACIONAL E NOS BRICS
Nesta Unidade, você conhecerá aspectos dos Estados Unidos, historicamente uma potência econômica mundial, e compreenderá as razões de a China ter se tornado uma nova potência econômica, que já compete em escala global com aquele país. Juntos, iremos estudar também assuntos relacionados ao bríquis, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que vem aumentando seu protagonismo comercial no cenário mundial.
No final dos anos 1970, a China iniciou um processo de reformas econômicas e abertura comercial que levou o país a se transformar, tornando-se, em 2010, a segunda maior economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, país que ainda hoje exerce hegemonia econômica e cultural em âmbito global.
VERIFIQUE SUA BAGAGEM
- Troque ideias com seus familiares, colegas e professor sobre as relações políticas e comerciais entre os Estados Unidos e a China.
- O que você sabe sobre a China e a presença de empresas chinesas no Brasil?
Orientações e sugestões didáticas
Unidade 3
Esta Unidade aborda conhecimentos relativos às formações dos territórios e das sociedades dos Estados Unidos e da China, chamando a atenção para a influência que ambos exercem, atualmente, no cenário econômico internacional e sublinhando as relações que esses países estabelecem com o Brasil. Caracteriza também os bríquis, ressaltando as relações econômicas que os países desse grupo estabelecem entre si, a situação do Brasil no grupo, comparando as interações entre os países-membros do bríquis com as estabelecidas com os Estados Unidos. Por fim, trata dos fatores locacionais da indústria e da distribuição industrial em escala global, salientando Estados Unidos, China e Brasil.
A Unidade possibilita trabalhos interdisciplinares com História e Matemática que explorem a dimensão temporal do espaço geográfico e a linguagem matemática para expressão e compartilhamento de informações.
Aproveite os boxes de indicação de filmes e livros, Pausa para o cinema e Quem lê viaja mais, respectivamente. Eles podem contribuir para instigar a curiosidade dos alunos e aprofundar os temas abordados.
Respostas
- Espera-se que por meio da troca de ideias com outras pessoas os alunos identifiquem tensões políticas nas relações entre os dois países, como a relativa a taiuã (Ilha de Formosa), considerada pela China como pertencente a seu território, enquanto os Estados Unidos apoiam a existência de taiuã separada e independente da China continental; ou, ainda, as críticas frequentes que Estados Unidos e outras nações dirigem à China a respeito da violação dos direitos humanos, como a prisão de opositores ao seu governo, a ausência de uma imprensa livre e o contrôle do Estado sobre o acesso à internet e outros meios de comunicação. Sobre as relações comerciais entre os dois países, espera-se que os alunos identifiquem a intensidade e importância delas (em 2020, por exemplo, a China foi o maior parceiro comercial dos Estados Unidos) e também as tensões existentes entre eles na disputa por mercados mundiais, no âmbito da chamada “guerra comercial”.
- Resposta pessoal. É uma oportunidade para verificar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do assunto, motivando-os a estudá-lo. Ressalte o crescimento dos investimentos chineses no Brasil, nos últimos anos, como parte da estratégia chinesa de ampliar sua influência econômica no mundo envolvendo, por exemplo, a compra de empresas no setor energético e agropecuário, a instalação de empresas e os investimentos em obras de infraestrutura de transporte em outros países.
PERCURSO 9 A ASCENSÃO DOS ESTADOS UNIDOS NO CENÁRIO INTERNACIONAL
1. Estados Unidos: localização e divisão administrativa
Localizado na América do Norte, entre o Canadá e o México, o território estadunidense ocupa 22,2% da América e 6,1% das terras emersas do planeta. No sentido leste-oeste, estende-se por .4500 km e, no sentido norte-sul, por .2500 quilômetros. Com ..9833517 quilômetros quadrados – incluindo o Alasca e o Havaí –, é o quarto país mais extenso do globo, depois da Rússia, do Canadá e da China; e é o terceiro mais populoso, com mais de 335 milhões de habitantes, em 2021.
Politicamente, os Estados Unidos dividem-se em 50 estados autônomos – 49 continentais, incluindo o Alasca, além do Havaí – e o Distrito de Colúmbiaglossário .
Estados Unidos: divisão política – 2022
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página80.
Orientações e sugestões didáticas
Percurso 9
Esta Unidade aborda a formação socioespacial dos Estados Unidos, enfatizando o processo de expansão territorial e a definição de suas fronteiras. Além disso, apresenta a maneira com que esse país se inseriu no cenário internacional, ampliando sua influência no âmbito do continente americano e em escala global.
Ao introduzir o estudo deste Percurso, sugerimos resgatar os conhecimentos sobre a posição dos Estados Unidos nas diferentes regionalizações do espaço mundial, conteúdo abordado nos Percursos 3 e 4.
Habilidade da Bê êne cê cê
• ê éfe zero oito gê ê zero sete
Os conteúdos estudados neste Percurso contribuem para que os alunos compreendam e analisem a ascensão e o papel dos Estados Unidos enquanto potência mundial capaz de influenciar o cenário internacional. Mapas do Percurso representam o processo de formação do território estadunidense e a influência geopolítica desse país sobre a América Latina. O texto da seção Cruzando saberes apresenta a iniciativa chinesa Cinturão e Rota, inaugurada em 2013, e o programa estadunidense América Cresce (Growth in the Americas), oficialmente anunciado em 2019. Por meio desse texto é possível refletir com os alunos sobre a mudança histórica em relação à hegemonia dos Estados Unidos na América Latina e como essa região se tornou um palco de disputa entre investimentos chineses e estadunidenses.
Interdisciplinaridade
Conteúdos deste Percurso poderão ser desenvolvidos com o professor de História, como: a) colonização inglesa na América; b) a independência dos Estados Unidos; c) a conquista do oeste e as tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e seus territórios; d) a Guerra Civil Americana; as relações entre os Estados Unidos da América e os países da América Latina nos séculos dezenove e vinte. A abordagem conjunta desse último conteúdo, por exemplo, poderá contribuir para desenvolver a habilidade ê éfe zero oito agá ih dois cinco: “Caracterizar e contextualizar aspectos das relações entre os Estados Unidos da América e a América Latina no século dezenove”.
2. Os antecedentes da formação da grande potência
O início da formação dos Estados Unidos deu-se no comêço do século dezessete, quando foram criadas as primeiras colônias europeias estáveis: Jamestown (Virgínia), em 1607, e Nova Amsterdã, que, fundada por holandeses em 1614, foi tomada pelos ingleses em 1664, quando passou a se chamar Nova iórque. Posteriormente, onze colônias foram fundadas, formando as chamadas Treze Colônias Inglesas.
As Treze Colônias Inglesas
Fonte: elaborado com base em ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de e outrosAtlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: fei , 1991. página 62.
• A independência e a conquista do oeste
Em 4 de julho de 1776, as Treze Colônias Inglesas se uniram e se declararam livres do domínio inglês.
Após a independência, os diversos governos que se sucederam no poder dos Estados Unidos incentivaram a expansão territorial do país em direção ao oeste.
Estados Unidos: a expansão territorial – 1783-1853
Fonte: Charliê Jác ( organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 139.
Orientações e sugestões didáticas
Ao interpretar os mapas que mostram a expansão territorial dos Estados Unidos (1783-1853) com os alunos, se julgar conveniente, apresente e explique o ditado “Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”. Ao se expandirem, os Estados Unidos incorporaram mais de 50% do território mexicano. Esse processo inspirou-se no Destino Manifesto, que será estudado em seguida.
Os mapas de 1783 a 1853 possibilitam que os alunos compreendam a ordem cronológica da expansão territorial dos Estados Unidos. Chame a atenção deles para as distintas fórmas de conquista do território: cessão e aquisição. Explique que os processos de expansão territorial podem envolver violências contra aqueles que habitam as áreas recém-conquistadas. Nesta etapa dos estudos, explore princípios do raciocínio geográfico, como localização, extensão (territorial) e distribuição (da população).
Atividade complementar
Solicite aos alunos que pesquisem sobre a conquista de um trecho do território dos Estados Unidos. Para isso, sugerimos que a turma seja dividida em grupos, de modo que cada um se responsabilize pela investigação de uma área específica. Eles poderão buscar informações sobre: a) a quem pertencia a área antes da conquista; b) quando a área passou a pertencer aos Estados Unidos; c) se a conquista envolveu conflitos armados; d) se ocorreu algo semelhante no Brasil. Oriente as pesquisas e sugira aos alunos que compartilhem com os demais colegas o que aprenderam, em data previamente combinada.
O Ato de Propriedade Rural e o Destino Manifesto
O Ato de Propriedade Rural (Homestead Act) e a fôrça das ideias do Destino Manifesto foram importantes para a conquista do oeste. Pelo primeiro, o governo dos Estados Unidos concedia a posse de 160 acresglossário de terra a quem a cultivasse por, no mínimo, cinco anos.
Essa lei, instituída em 1862, atraiu imensas ondas de imigrantes europeus, principalmente irlandeses e ingleses, favorecendo o povoamento do interior e a formação de um mercado interno de consumoglossário . A formação desse mercado foi importante para assegurar a industrialização do país, que se desenvolvia a passos largos nos estados do nordeste.
O Destino Manifesto, por sua vez, correspondia ao conjunto de ideias escritas pelo jornalista , em 1845, que também tiveram papel importante na ocupação do oeste. Defendia que brancos e djôn él ô súlivan puritanosglossário eram os eleitos, ou seja, os únicos responsáveis por desenvolver o país e a quem Deus havia confiado a missão de criar uma sociedade-modelo na América. Assim, considerava que os indígenas eram incapazes de levar essa tarefa adiante, visto que, até então, ainda não o tinham feito – para os indígenas, a terra era concebida como fonte de vida; e para os migrantes e colonos, como fonte de lucro.
O avanço para o oeste, a sua conquista e seu povoamento sofreram resistência de grupos indígenas. Os conquistadores, organizados militarmente e munidos de armas de fogo, realizaram verdadeiros massacres de povos indígenas, o que também ocorreu na América Latina, na Austrália e na Nova Zelândia.
Orientações e sugestões didáticas
O Ato de Propriedade Rural e o Destino Manifesto foram fatores importantes no processo de conquista do oeste, que gerou tensões entre conquistadores (em geral, brancos de ascendência europeia ou europeus) e povos que habitavam previamente essas áreas. Aprofunde essa temática avaliando os impactos negativos do avanço da fronteira dos Estados Unidos para os povos indígenas originários.
É interessante comparar o Ato de Propriedade Rural (Homestead Act), de 1862, dos Estados Unidos, com a Lei de Terras do Brasil, de 1850, para compreender os objetivos de ambos.
O que estabelecia a Lei de Terras de 1850, no Brasil? Ela extinguia o regime de acesso à terra pela posse, isto é, pela ocupação pura e simples. De acordo com essa lei, a terra somente poderia ser adquirida por meio da compra em hasta pública, ou seja, em leilões efetuados por leiloeiros oficiais, mediante pagamento à vista (esse critério perverso excluía do acesso à terra os despossuídos e favorecia plenamente os grandes proprietários). O dinheiro obtido com a venda de terras deveria ser empregado no custeio da viagem de imigrantes ou colonos estrangeiros para trabalhar na grande lavoura, em vista da ameaça de falta de mão de obra, decorrente da proibição do tráfico de escravos pela Lei Eusébio de Queiroz, de 1850. Ainda de acordo com a Lei de Terras, toda área que não estivesse ocupada ou produtiva deveria voltar para as mãos do Estado e ser considerada terra pública.
A interpretação dessa lei leva a compreender, de fórma inequívoca, que ela foi elaborada para reafirmar a grande propriedade rural no Brasil, mantendo assim os privilégios de que gozavam seus proprietários. Favoreceu principalmente os fazendeiros de café (de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais) interessados em desenvolver a plantation e, sobretudo, desejosos de manter o poder político e econômico.
Enquanto a Lei de Terras do Brasil colocava obstáculos ao trabalhador livre para o acesso à terra, o Homestead Act (Ato de propriedade rural), de 1862, nos Estados Unidos, doava terra a todos aqueles que desejassem nela trabalhar e produzir riquezas.
Interdisciplinaridade
Com o professor de História, compare a extensão longitudinal dos Estados Unidos com a do Brasil, chamando a atenção dos alunos para semelhanças e diferenças no processo de formação territorial desses dois países.
• A política intervencionista externa
Após a conquista do oeste, os Estados Unidos dirigiram sua política externa para regiões fóra de seu território.
Para dar fôrça à presença e à supremacia dos Estados Unidos no continente americano, ou seja, sobre os demais países que buscavam suas independências da Espanha ou de Portugal (como o Brasil), em 1823 o então presidente dos Estados Unidos, James Monrow, lançou a doutrina “América para os americanos”, que ficou conhecida como Doutrina Monroe. Essa doutrina defendia que os Estados Unidos, em nome de sua segurança, não permitiriam que nenhum país europeu restabelecesse domínio sobre qualquer território localizado no continente americano. Nasceu, com essa doutrina, a tutelaglossário dos Estados Unidos sobre os países da América Latina, que, consequentemente, norteou as relações de dominação entre esse país e os demais países do continente até recentemente.
A Doutrina Mônrou e o Destino Manifesto serviram, portanto, de pretexto para os Estados Unidos realizarem intervenções diretas e indiretas em países da América Latina quando seus interesses geopolíticos e econômicos fossem contrariados. Consulte, no mapa, algumas intervenções diretas realizadas entre 1898 e 1934 e, no mapa da página seguinte, intervenções diretas e indiretas realizadas entre 1954 e 1994.
A conduta política imperialistaglossário dos Estados Unidos na América Latina não se limitou a essas intervenções diretas. Posteriormente, realizaram intervenções indiretas por meio de fornecimento de armas ou de ações de apoio a opositores políticos internos de governantes de países latino-americanos que se inclinavam para o socialismo, o nacionalismo ou que ameaçassem os interesses estadunidenses: Guatemala (1954), Brasil (1964) e Chile (1973), entre outros.
América Latina: intervenções diretas dos Estados Unidos – 1898-1934
Fonte: FRANCO Júnior., Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de O. Atlas: História geral. segunda edição São Paulo: Scipione, 1994. página 67.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Transcrição do áudio
[locução / título] O Canal do Panamá
[locução / título] O Canal do Panamá
[locução]
Você sabia que a maior parte do comércio internacional é feita por via marítima?
[locução]
Diariamente, diversos navios cargueiros cruzam os oceanos transportando toneladas de mercadorias.
Em muitos casos, milhares de quilômetros são percorridos de um porto a outro em trajetos que podem durar vários dias até atingir seu destino final.
[locução]
Com o advento da globalização, o comércio e a economia fluem em escala planetária.
Para diminuir a distância entre os mercados internacionais, foram construídos dois grandes canais de navegação que se tornaram atalhos marítimos estratégicos.
[locução]
O primeiro, inaugurado em 1869, é o Canal de Suez, que se localiza no Egito e liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, evitando a volta em torno da costa da África.
[locução]
O segundo, sobre o qual falaremos agora, é o Canal do Panamá, que interliga os oceanos Atlântico e Pacífico por um trecho navegável de 80 quilômetros.
Antes de sua construção, só era possível chegar de um oceano a outro navegando por duas semanas em torno da costa da América do Sul. Imagine!
Atualmente, os navios levam cerca de 10 horas para atravessar o canal.
[locução]
As obras para cortar o istmo panamenho se iniciaram no século XIX com o mesmo construtor do Canal de Suez, o francês Ferdinand de Lesseps.
Porém, uma série de fatores dificultava a conclusão das obras. A febre amarela, por exemplo, vitimou muitos trabalhadores da construção.
Além disso, as obras causaram devastação e o alagamento de grandes áreas de floresta.
[locução]
A construção só foi finalizada no século XX, em 1914, com a intervenção financeira dos Estados Unidos, cujo interesse primordial era se beneficiar comercialmente com a existência do canal e ter o domínio dessa região estratégica para a economia mundial.
Em 1903, os Estados Unidos já haviam apoiado a independência do Panamá em relação à Colômbia.
E em retribuição a esse apoio e à conclusão da construção do canal, o Panamá cedeu ao país norte-americano uma faixa do território panamenho e concedeu a ele o direito de administração da nova passagem.
[locução]
No entanto, a situação não se conservou assim por muito tempo.
Após diversas pressões e conflitos, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas condenou a posse do Canal do Panamá pelos Estados Unidos, que acabaram por renunciar ao controle em 1977.
A partir de então, o controle foi gradualmente devolvido ao governo panamenho, em um longo processo consolidado apenas em 1999.
[locução]
O canal funciona da seguinte forma: no trecho mais estreito do istmo, isto é, a faixa de terra que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, foram instaladas eclusas e criados lagos artificiais por onde as embarcações navegam.
Ao entrarem, os navios aguardam a primeira eclusa se encher de água até ficar nivelada com a eclusa seguinte.
E assim as embarcações atravessam o território panamenho, passando por áreas situadas a até 26 metros acima do nível do mar.
[locução]
Na saída, o processo se inverte: os navios aguardam a eclusa se esvaziar até se nivelar com a eclusa seguinte, ou até que alcance o nível do mar e as embarcações possam seguir viagem.
[locução]
Em 2016, foram concluídas as obras de ampliação das eclusas do Canal do Panamá para comportar os atuais navios de carga, muito maiores que as embarcações usadas na época de sua construção.
[locução]
Nos dias atuais, o Canal do Panamá tem uma importância muito grande para o comércio internacional.
Ele permite maior fluidez de mercadorias e facilita as trocas comerciais entre muitos países.
Orientações e sugestões didáticas
Comente que, na segunda metade do século dezenove, os Estados Unidos também realizaram a expansão em direção ao Oceano Pacífico, apoderando-se de várias ilhas e arquipélagos: Havaí, Midway, Marshall, além de outros. Explique que, sob a lógica imperialista, os Estados Unidos visaram a ilhas e arquipélagos no Oceano Pacífico, inspirados nas ideias geopolíticas de Alfred táier márran (1840-1914), que foi professor e presidente do Colégio de Guerra Naval dos Estados Unidos. Segundo a teoria de márran, o poder marítimo é elemento-chave para a supremacia de um país. Essas ideias nortearam a conquista de ilhas e arquipélagos no Oceano Pacífico e a instalação de bases navais no Havaí, nas ilhas de Guam, Samoa Americana e outras, além de Porto Rico, na América Central.
Faça a leitura e a interpretação do mapa com os alunos. Pergunte: “Por que os Estados Unidos estabeleceram bases navais no Canal do Panamá?”; “Que intervenções representadas no mapa foram as mais próximas do Brasil?”. Espera-se que os alunos identifiquem que o Panamá é uma passagem geoestratégica entre os oceanos Atlântico e Pacífico e que as intervenções na Venezuela e as bases navais no norte da América do Sul foram as mais próximas do Brasil, entre aquelas que constam no mapa.
Atividade complementar
Para que os alunos conheçam aspectos da influência geopolítica dos Estados Unidos sobre países latino-americanos, solicite que pesquisem informações sobre a atuação internacional da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos ( cía). Eles poderão buscar, por exemplo, informações relacionadas ao apoio aos regimes ditatoriais implantados em países latino-americanos na segunda metade do século vinte e a casos recentes de espionagem a governantes de diferentes países (a esse respeito, consulte a seção Caminhos digitais, nas páginas 152 e 153).
América Latina: intervenções diretas e indiretas dos Estados Unidos – 1954-1994
Fonte: elaborado com base em , íve. Atlas géopolitique. Paris: Larousse, 2007. página 26.
Esses antecedentes, somados à existência de grandes reservas de recursos naturais em território estadunidense – petróleo, minério de ferro, solo propício à agricultura, recursos hídricos etcétera –, a investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas e à inventividade de seu povo, entre outros, tornaram os Estados Unidos uma potência mundial. Em 1840, já eram o quinto país do mundo em produção industrial; em 1860, o quarto; em 1870, o segundo; e em 1895 ocupavam a liderança mundial, competindo com Alemanha, Reino Unido, França, Japão e Rússia.
Em 2021, os Estados Unidos ainda eram considerados o país de maior Píbi do mundo, com diversos polos de inovação tecnológica, como vimos no Percurso 4; nesse ano, também era a maior potência militar mundial; e sua influência econômica e cultural abrange todo o planeta.
A sua intensa produção cinematográfica, televisiva e musical exerce influência em hábitos e costumes em todo o mundo, divulgando valores e modos de viver de sua sociedade.
Apesar de constituir uma grande potência, os Estados Unidos possuem problemas internos, entre eles a pobreza de parte da população, que depende de ajuda governamental para obter alimentos, e o preconceito que afeta, principalmente, negros e hispânicos.
Estudaremos, na Unidade 4, a economia, o espaço urbano-industrial e outros assuntos referentes aos Estados Unidos.
NO SEU CONTEXTO
Você percebe em seu dia a dia alguma influência cultural estadunidense?
Orientações e sugestões didáticas
Para responder à pergunta do boxe No seu contexto, o aluno poderá citar: filmes, séries de televisão, músicas, modos de vestir ( djins, bonés etcétera), hábitos alimentares e aplicativos de smartphone, entre outros.
Oriente os alunos na análise do mapa. Estimule a interpretação com questionamentos que permitam verificar o que sabem a respeito da política externa dos Estados Unidos no período representado no mapa e atualmente.
Aprofunde a questão do boxe No seu contexto, perguntando se a influência cultural estadunidense é um aspecto do imperialismo desse país. Peça que justifiquem sua opinião, considerando o que foi estudado até aqui. Verifique se os argumentos dos alunos são coerentes.
O boxe No seu contexto permite aos alunos compreender que problemáticas referentes à escala e ao cenário internacionais podem impactar o cotidiano das pessoas em seus lugares de vivência no Brasil ou estar relacionadas a ele.
Interdisciplinaridade
Com o professor de História, é importante analisar o contexto geopolítico mundial do período representado no mapa (1954-1994), destacando a Guerra Fria (1947-1989), para a melhor compreensão das intervenções diretas e indiretas dos Estados Unidos na América Latina. Se possível, faça o mesmo em outras regiões, abordando também as intervenções da União Soviética.
Cruzando saberes
Leia o texto e descubra como a América Latina, desde o início da década de 2010, tem sido alvo da disputa por influência cultural, econômica e política entre China e Estados Unidos.
A América Latina e o seu desenvolvimento financiado por Estados Unidos e China
“‘Quem come do meu feijão, prova do meu cinturão!’, diziam os pais aos filhos, há muitos anos, principalmente em cidades interioranas do Brasil, deixando claro os papéis de quem mandava e quem deveria obedecer Por analogia, o bordão popular se aplica ao contexto geopolítico da América Latina que, desde o início da década de 2010 transformou-se em palco de uma disputa por influência cultural, econômica e política, protagonizada por China e Estados Unidos via aportes financeiros em infraestrutura e áreas estratégicas, como a tecnologia 5Gglossário e insumos de saúde.
Em termos institucionais, a China foi a precursoraglossário , com a iniciativa Cinturão e Rota, inaugurada em 2013; seis anos após, os norte-americanos estruturaram o programa América Cresce (Growth in the Americas), como um dos vetores do America First [Primeiro os Estados Unidos, em tradução livre], mote do governo dônald trãmp [presidente dos Estados Unidos, com mandato entre 2017 e 2021].
Em 08 de maio de 2018, sob a gestão do Chanceler , a Estratégia do Comando Sul ( Réquis TilersonSOUTHCOM, na sigla em inglês), braço do Departamento de Defesa dos Estados Unidos responsável por monitorar atividades na América Latina, no Canal do Panamá e no Caribe, publicou o documento ‘Promessa Duradoura para as Américas’, descrevendo a China como sinônimo de corrupção, violação dos direitos humanos, risco à democracia, à soberania e ao desenvolvimento econômico dos países latino-americanos. Os americanos, a seu turno, figuram como os paladinosglossário da prosperidade da região. É nesse contexto, de contra-ataque aos ímpetos chineses, que surge o América Cresce.
Estruturado em agosto de 2019 reticências, o América Cresce tem como prioridade catalisar o acesso de países latino-americanos a investimentos do setor privado.
reticências
Segundo o professor róbert ívan élis, pesquisador da relação trilateral América Latina-China-Estados Unidos, o programa americano não almeja rivalizar com as empresas estatais chinesas no campo da infraestrutura, mas objetiva impulsionar os investimentos privados a fim de gerar prosperidade e, agindo com transparência e conforme os princípios da boa governança, comprovar ser uma opção mais benéfica e sustentável para a região do que as ‘práticas às vezes predatórias da China.’ .
Fonte: OLIVEIRA, Breno Silva. Crescer na marra ou entrar na rota pelo cinturão: a América Latina e o seu desenvolvimento financiado por Estados Unidos e China. Observatório de Regionalismo. 11 agosto 2021. Disponível em: https://oeds.link/13hPQW. Acesso em: 7 março 2022.
Interprete
1. Por meio de quais iniciativas a China e os Estados Unidos buscam ampliar os seus interesses econômicos, políticos e culturais na América Latina?
Argumente
2. Imagine que você vai representar o Brasil em uma conferência internacional e fará um discurso em público. Redija-o e, com base em argumentos, fatos, informações e ideias, considere os impactos socioambientais e os interesses econômicos das iniciativas chinesa e estadunidense.
Orientações e sugestões didáticas
Comente com os alunos que a América Latina se tornou o palco de uma disputa pela hegemonia mundial entre China e Estados Unidos, fato que representa uma mudança histórica porque a hegemonia no comércio e investimentos na região era tradicionalmente ocupada pelos Estados Unidos. Solicite aos alunos que consultem o mapa “América Latina: presença chinesa – 2020”, na página 109. Esclareça que, em escala global, a iniciativa Cinturão e Rota propõe o desenvolvimento de uma rede multimilionária de projetos de infraestrutura, na Ásia, África, Europa e América. Para subsídios a respeito das duas iniciativas, sugerimos consultar: ipéa. As relações entre China e América Latina. Revista Tempo do Mundo, Brasília, número 24, 2020. Disponível em: https://oeds.link/p0SVak. Acesso em: 9 maio 2022.
Competências
A atividade 2 da seção Cruzando saberes possibilita que os alunos mobilizem seus conhecimentos geográficos sobre a interação sociedade/natureza para refletir sobre a resolução de problemas ambientais. Permite exercitar a capacidade de argumentar, defendendo ideias com base em princípios éticos, sustentáveis e solidários, como também o pensamento científico, crítico e criativo. Assim, desenvolve a Competência Específica de Ciências Humanas 6 e a Competência Específica de Geografia 1, definidas pela Bê êne cê cê (ver quadros das competências nas páginas cinco a sete deste manual).
Respostas
- Por meio da iniciativa chinesa Cinturão e Rota, inaugurada em 2013, e do programa estadunidense América Cresce, oficialmente anunciado em 2019.
- Os alunos poderão ser orientados a realizar uma pesquisa na internet sobre os impactos socioambientais e os interesses econômicos articulados com a iniciativa chinesa, Cinturão e Rota, e com o programa estadunidense, América Cresce. Poderão, por exemplo, argumentar sobre: os investimentos em projetos e setores que representam grande risco ao meio ambiente e aos direitos de povos indígenas (ferrovias, rodovias e outras obras de engenharia); a polêmica a respeito de a China ter por objetivo global controlar todos os elos em cadeias de suprimentos e sua expansão em setores-chave como soja e energia; as preocupações sobre o peso da dívida que poderá ser contraída por economias mais frágeis e quais os verdadeiros benefícios econômicos que os investimentos poderão trazer para elas etcétera. O objetivo é levar os alunos a comunicar-se, acessar e produzir informações e conhecimentos com vistas a resolver problemas e exercer protagonismo. Com base nos materiais consultados, espera-se também que exercitem a argumentação – formulando e defendendo ideias com base em princípios éticos, sustentáveis e solidários –, além do pensamento científico, crítico e criativo. Após a elaboração dos discursos, os alunos poderão apresentá-los em sala de aula, partilhando e discutindo informações, ideias e sentimentos sobre o assunto em questão.
PERCURSO 10 A ASCENSÃO DA CHINA NO CENÁRIO INTERNACIONAL
1. China: localização e divisão administrativa
A República Popular da China, localizada na Ásia Oriental, é o país mais populoso do mundo – em 2021, estimava-se mais de 1,4 bilhão de habitantes. Com ..9596960 , quilômetros quadrados a China ocupa 25% da superfície do continente asiático e é o terceiro maior país do mundo em extensão territorial, superado apenas por Rússia e Canadá.
China: divisão administrativa – 2022
Fontes: elaborado com base em Charliê Jác ( organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2011. página cento e dezesseis bonifáce pascál. Atlas des relations internationales. Paris: Armand Colin, 2020. página 161.
Nota: A cidade de Macau, com 28,2 , p quilômetros quadradosertenceu a Portugal do século dezesseis até o final de 1999. Nesse ano, Macau voltou a ser território chinês após um acordo com Portugal. Os portugueses a receberam em 1557, como presente do imperador chinês em reconhecimento à ajuda no combate ao pirata tcháu tseláo. Atualmente, a economia de Macau baseia-se no turismo e na indústria têxtil. Em 2021, sua população era estimada em 630 mil habitantes. Róng Kóng, que pertenceu aos ingleses, é outra região administrativa especial da China.
2. China: da dominação estrangeira ao socialismo e à abertura da economia
Durante o século vinte, a China passou por várias situações políticas e econômicas, como veremos a seguir.
• Dominação estrangeira e revolução socialista
Rússia, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Japão e Estados Unidos mantinham, desde o século dezenove, bases comerciais ou áreas de influência no território chinês, como mostra o mapa da página seguinte.
Orientações e sugestões didáticas
Percurso 10
Este Percurso discute a influência estrangeira sobre a China nos séculos dezenove e vinte, a posição do país no contexto da Guerra Fria e sua inserção no mundo globalizado. Avaliam-se as estratégias econômicas e políticas desse país no cenário internacional, as relações estabelecidas com os Estados Unidos e com o Brasil.
Ao longo do Percurso, o trabalho interdisciplinar com o professor de História pode contribuir para que os alunos compreendam aspectos políticos e culturais da China. A atividade proposta no boxe No seu contexto sugere que os alunos avaliem como a relação Brasil-China se apresenta em seu cotidiano.
Solicite aos alunos, com base em seus conhecimentos prévios, que comparem a posição da China nas diferentes regionalizações do mundo durante o período da Guerra Fria (conteúdo abordado nas páginas 28 a 30) e nas regionalizações atuais (páginas 32 a 34; 36 e 37). Esse exercício poderá contribuir para a aprendizagem dos assuntos abordados neste Percurso.
Os aspectos populacionais da China, como condicionantes naturais à distribuição da população e à política demográfica do “filho único” (implantada em 1979 e abolida em 2015), entre outros, serão estudados no livro do 9º ano desta coleção.
Habilidade da Bê êne cê cê
• ê éfe zero oito gê ê zero sete
Ao enfatizar a inserção da China no mundo globalizado, os estudos propostos no Percurso 10 aprofundam a capacidade de compreensão das relações internacionais, entre as quais destacam-se aquelas estabelecidas entre a China, os Estados Unidos e o Brasil. Para discutir os eventos geopolíticos e geoeconômicos que marcaram o território e a sociedade chinesa do século vinte até os dias atuais, sugerimos que se explorem os mapas das páginas 87 e 88. Os fundamentos do crescimento econômico chinês são abordados especialmente nos conteúdos que se referem à ascensão da China como potência no século vinte e um. Enfatize de que maneira esse processo impacta o Brasil e se manifesta no cotidiano do aluno – como exemplo, explore as trocas comerciais entre os dois países.
China: A penetração estrangeira – 1912
* Conflito ocorrido na China entre 1899 e 1900 em que grupos nacionalistas chineses se opunham à presença de estrangeiros.
Fontes: elaborado com base em KINDER, Hermann; Ríguelmãn, Vérner. Atlas histórico mundial: de la Revolución Francesa a nuestros días. , 1971. página 96; . Atlas historique: l’historie du monde en 317 cartes. Paris: Larousse, 1987. página 228.
O neocolonialismoglossário e o imperialismo submeteram a China aos interesses capitalistas mundiais, transformando o país em fornecedor de matérias-primas e comprador de produtos industriais.
Em oposição à dominação estrangeira, grupos nacionalistas chineses se organizaram, dando início à luta de libertação nacional. Posteriormente, passaram a disputar o poder central com os socialistas chineses. Como resultado da vitória dos socialistas em 1º de outubro de 1949, foi proclamada a República Popular da China, sob a liderança de máo tsé tung. Com a implantação do socialismo, afastou-se a dominação estrangeira e estreitaram-se os laços com a União Soviética (lembre-se de que nesse período ocorria a Guerra Fria e a bipolarização geopolítica do mundo).
chiân cái chéqui, líder da frente nacionalista que disputava o poder, fugiu para o arquipélago de taiuã (ou Formosa), distante apenas 160 da China continental, onde fundou a República da China e consolidou o capitalismo. Até os dias atuais, por causa da pressão da República Popular da China, a ônu não reconhece taiuã como Estado (confira a localização de taiuã no mapa da página anterior).
PAUSA PARA O CINEMA
O último imperador.
Direção: Bernardo bertolútchi. China/Estados Unidos/Inglaterra: Record Picture Company, 1987. Duração: 162 minutos
O filme narra a saga do último imperador da China, pu í, da infância à chegada ao trono, até se tornar preso político dos soviéticos em 1950.
• A abertura econômica e a implantação da economia socialista de mercado
De 1949 a 1976, durante o governo de máo tsé tung, a população chinesa passou por grandes dificuldades, convivendo com a fome, que matou milhares de camponeses. As reformas sociais e econômicas promovidas por máo tsé tung não foram plenamente bem-sucedidas e, após a morte dele, a ala reformista do Partido Comunista Chinês assumiu o poder e implantou reformas na sociedade chinesa que a tornaram uma potência econômica.
Orientações e sugestões didáticas
Oriente os alunos durante a interpretação do mapa. Estimule-os a dizer o que compreenderam sobre as informações representadas, questionando-os a respeito das influências estrangeiras na porção leste e sul do território. Pergunte: “Que países desafiavam o poder chinês no norte de seu território?”; “E no oeste dele?”. É importante perceberem que a China apresentava esferas de influência provenientes de diferentes direções, especialmente pelas potências ocidentais do início do século vinte.
Interdisciplinaridade
Em conjunto com o professor de História, trabalhe com os alunos a formação territorial chinesa, destacando o fato de que o país detém uma história milenar, considerando-se o período de governo do primeiro imperador da dinastia tchin (221-206 antes de Cristo) até os dias atuais. Os esforços de conquista, unificação e proteção territorial chinesa começaram ainda nessa dinastia. As ameaças estrangeiras foram frequentes, o que levou, já nos governos tchin, à construção da Grande Muralha da China, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela unêsco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde 1987.
Além da contribuição anterior dada pelo professor de História, sugerimos também que os temas “neocolonialismo” e “imperialismo” sejam desenvolvidos para que os alunos percebam bem as relações entre as duas disciplinas e compreendam em que contexto ocorreu a dominação estrangeira na China. Alargue mais a exposição, mostrando a formação de impérios coloniais em outras regiões da Ásia e no continente africano. Quanto à América, é oportuno se referir à Doutrina Monroe, citada na página 83, para que compreendam a razão de as potências europeias não se lançarem sobre a América Latina com o objetivo de formarem colônias no período considerado neocolonialismo.
As reformas incluíram o desenvolvimento industrial, a modernização da agricultura e a reintrodução da propriedade de terra e investimentos em educação, ciência e tecnologia, nas fôrças armadas e em outros setores econômicos e sociais.
Foram criadas Zonas Econômicas Especiais ( zê ê ês) para receber investimentos de outros países. Visando atrair empresas estrangeiras para as zê ê ês, o governo chinês ofereceu redução de impostos, além de infraestrutura portuária, aeroportuária, rodoviária, ferroviária, abastecimento de água, redes de esgoto, de comunicações etcétera, e facilidades para exportação e importação.
Os dirigentes chineses deram o nome de economia socialista de mercado ao modelo implantado no país, que se caracteriza pela forte presença de empresas estatais (do Estado), em associação ou não ao capital estrangeiro, e pela centralização política, isto é, o poder político na China é exercido pelo Partido Comunista Chinês.
China: dinamismo econômico – 2015
* Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta ediçãoSão Paulo: Moderna, 2016. página 50.
Como o oeste do território chinês está representado nesse mapa?
Orientações e sugestões didáticas
O oeste do território chinês é um espaço pouco povoado e onde existem grandes reservas de matérias-primas. Comente com os alunos que ele é árido e abriga os desertos de tácla macã e góbi, além de possuir montanhas e planaltos elevados, que dificultam a fixação humana.
• Abertura na economia, mas ausência de democracia
Democracia é o regime de governo em que a população de um país participa das decisões políticas de fórma direta ou indireta.
Mas a abertura da economia chinesa não foi acompanhada pela abertura política. Na China, apesar de existirem pequenos partidos além do Partido Comunista, a atuação deles é pouco expressiva, sufocada pela atuação do Partido Comunista Chinês.
Desse modo, a China possui uma estrutura política autoritária e ditatorial que, na prática, tem por base o monopartidarismo. No país não se pratica a democracia e não há liberdade de expressão escrita ou falada, ou seja, a imprensa – jornais, revistas, redes de televisão etcétera – é censurada pelo governo, e a internet está sob contrôle governamental.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
BRIDI, Sônia; ZERO, Paulo.
laouái (Estrangeiro): histórias de uma repórter brasileira na China. sexta edição Florianópolis: Letras Brasileiras, 2011.
O livro retrata a cultura chinesa do ponto de vista de uma jornalista brasileira.
Orientações e sugestões didáticas
Desde 1990, o governo chinês tem investido na criação e no desenvolvimento de zê ê ês na África e no Sudeste Asiático. Os principais objetivos dessa política são deslocar setores industriais chineses para países onde a mão de obra é ainda mais barata e incrementar as vendas de maquinário industrial chinês. Na atualidade, governo e empresários chineses investem no desenvolvimento de indústrias de mercadorias com alto valor agregado.
Na atividade referente ao mapa, se possível, providencie um mapa físico e um mapa das paisagens naturais da China e peça aos alunos que façam associações entre o uso da terra e o relevo. Desse modo, será possível facilitar a compreensão da interação sociedade/natureza e explorar as conexões entre distintos fenômenos, trabalhando, assim, um princípio do raciocínio geográfico. Relembre aos alunos que, na China, o litoral é um espaço de abertura econômica para o investimento estrangeiro.
Atividade complementar
Para despertar a curiosidade dos alunos acerca da fórma de governo na China nos dias atuais, solicite a eles que pesquisem informações sobre o Partido Comunista Chinês, que exerce o contrôle das instituições políticas mais importantes, nomeadamente o Congresso Nacional do Povo, o Comitê Militar e o Conselho de Estado.
3. China: potência do século ? vinte e um
As reformas econômicas implantadas na China a partir de 1976 alteraram profundamente o país. No decorrer dos anos 1990 até 2000, o Píbi chinês apresentou um crescimento elevado, em torno de 10% ao ano; de 2010 a 2019, cresceu 7,7% ao ano, em média.
Mundo: crescimento anual do Píbi – 2019
Fonte: THE WORLD BANK. GDP growth (annual %). Disponível em: https://oeds.link/t0gIPi. Acesso em: 7 março 2022.
O crescimento da economia chinesa também foi favorecido pelos seguintes fatores: a chamada “Economia do Conhecimento”, com grandes e contínuos investimentos em educação, pesquisa científica e tecnológica; disponibilidade de recursos naturais em seu território; investimentos maciços em infraestrutura de transportes; investimentos em construção de habitações, edifícios comerciais etcétera.; incentivo à exportação e à produção por meio de facilidades fiscais e tributárias; existência de grande mercado consumidor interno; mão de obra abundante, relativamente qualificada e a baixo custo; além de outros.
Orientações e sugestões didáticas
Em 1984, metade do que a China exportava eram produtos primários, minerais e agrícolas. Entre os produtos industrializados, a maior parte era de baixa tecnologia, como roupas e tecidos. Em 2017, 94% das exportações chinesas eram itens industrializados, sendo mais da metade máquinas e equipamentos de alto valor agregado, como computadores e peças automotivas.
Para que os alunos possam estabelecer comparações e compreender o significativo crescimento econômico chinês em décadas recentes, comente que no Brasil, nos anos 1980, o crescimento do PIB ficou na média anual de 1,7%; nos anos 1990, em 2,6% ao ano; na década de 2000, em 3,6% ao ano; e, entre os anos 2011 e 2014, cresceu 1,5% ao ano, em média; mas, em 2015, decresceu 3,8% em relação ao ano anterior; e, em 2016, decresceu 3,6% em relação a 2015, a maior recessão da história do Brasil. Entre 2017 e 2019, cresceu 1,5% em média, mas em 2020 decresceu 4,1%, atingindo 7,5 trilhões de reais; mas, em 2021, com o crescimento de 4,6%, chegou a 8,7 trilhões de reais, superando a perda provocada em 2020 pelos efeitos da covíd-19, segundo o í bê gê É.
Se julgar conveniente, comente ainda que o crescimento econômico da China tem provocado sérias consequências ao meio ambiente, assunto que estudaremos no livro do 9º ano desta coleção. Há alguns anos, por exemplo, o governo chinês instituiu em diversas cidades um sistema de alerta de poluição do ar classificado por cores. Assim, quando o sinal de alerta está vermelho (índice mais alto), fábricas fecham, os veículos não podem circular e a população é orientada a ficar em casa. Os principais responsáveis pelos elevados índices de poluição na China são as usinas de carvão.
O parque industrial da China é diversificado: produz desde mercadorias simples até as mais sofisticadas, exportadas para todo o mundo.
As pesquisas científicas e os avanços técnicos chineses permitiram ao país participar da conquista espacial e também ampliar e modernizar as suas fôrças militares. Em 2003, o país realizou seu primeiro voo tripulado no espaço e pretendia, em 2022, finalizar a construção de sua estação espacial. Os lançamentos para o espaço são realizados de uma base no Deserto de Gobi.
• China: exportação e importação
Em 2020, a China foi o maior exportador de mercadorias do mundo – aproximadamente 94% de suas exportações são constituídas de produtos industrializados. É também grande importadora de petróleo, minério de ferro, soja, carne, aço, algodão e outros produtos, sendo o Brasil um de seus fornecedores.
Suas exportações em 2020 atingiram o valor de cêrca de 2,6 trilhões de dólares – quase o dobro do valor do Píbi do Brasil nesse ano (1,4 trillhão de dólares) – e suas importações totalizaram quase 2,1 trilhões. Nas exportações, a China superou os Estados Unidos, que somaram nesse mesmo ano o valor de 2,4 trilhões de dólares.
NO SEU CONTEXTO
Em suas compras ou nas de sua família, você já observou se há produtos originários da China? Se sim, quais?
Orientações e sugestões didáticas
Para responder às perguntas do boxe No seu contexto, espera-se que o aluno tenha sua curiosidade despertada e observe a origem dos produtos que usa, além de perceber a presença chinesa na economia brasileira.
4. Relações China-Estados Unidos e China-Brasil
A China deu um grande salto na economia nas últimas décadas, aumentando de modo substancial sua presença nas relações com os Estados Unidos e o Brasil.
• Relações China-Estados Unidos
O crescimento da economia chinesa e o seu desenvolvimento científico e tecnológico têm causado preocupação ao governo estadunidense. Os Estados Unidos não consideram a China inimiga, mas a reconhecem como forte concorrente na geopolítica mundial.
Há algumas tensões nas relações entre os dois países, marcadas principalmente pela situação de taiuã. Enquanto a China considera a Ilha de Formosa pertencente a seu território, os Estados Unidos apoiam a existência de taiuã separada e independente da China continental.
Orientações e sugestões didáticas
Comente que, além de vantagens como mão de obra barata, baixos impostos e excelente infraestrutura, o governo manteve subvalorizada a moeda do país, tornando os produtos chineses relativamente mais baratos para o comprador externo.
Atividades complementares
A foto possibilita a referência ao Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres ( cíbers – sigla em inglês). Trata-se de um programa de cooperação técnico-científica, firmado em 1988 entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil ( ínpi) e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial ( QUÉST). O foco desse programa são os satélites de sensoriamento remoto. Peça aos alunos que procurem informações sobre os resultados desse programa. Para estimulá-los, pergunte: “Quantos satélites foram lançados?”; “Quando os satélites foram lançados?”; “Quais são as características dos satélites lançados?”; “Em sua opinião, o programa cíbers é importante?”. Estimule-os a justificar as respostas.
Outra atividade que pode ser proposta é que pesquisem sobre a Base de Alcântara, no estado do Maranhão, para estabelecerem paralelo com o desenvolvimento aeroespacial chinês.
Outro ponto de tensão diz respeito aos direitos humanos. Os Estados Unidos, juntamente com países europeus, Japão e Austrália, criticaram, no Conselho de Direitos Humanos da ônu, em 2016, a posição chinesa em relação à prisão de defensores dos direitos humanos no país. Também há pressões para a existência de uma imprensa livre e o fim do contrôle do Estado sobre o acesso à internet e outros meios de comunicação.
Entretanto, as tensões políticas são superadas pelos interesses comerciais dos dois países. A China, em 2020, foi o maior parceiro comercial dos Estados Unidos: 17,5% do valor total das exportações de mercadorias chinesas destinou-se aos Estados Unidos, enquanto 19% do valor total das importações estadunidenses foi proveniente da China.
• Relações China-Brasil
A China, desde 2009, tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. Em 2021, do valor total das exportações brasileiras para outros países, 22,4% foi realizado para a China; e a importação de produtos chineses pelo Brasil representou 23,5% do valor total das importações brasileiras.
Entretanto, em 2021, as exportações brasileiras para a China eram compostas, principalmente, de produtos primários: o minério de ferro constituiu cêrca de 33% do valor total das exportações; a soja, 31%; e o petróleo bruto, 16% – produtos que não têm valor agregadoglossário .
Já as importações de produtos chineses pelo Brasil são predominantemente de bens industrializados, portanto de maior valor agregado, fato que beneficia amplamente a economia chinesa.
A influência cultural chinesa no Brasil está relacionada ao crescimento da chegada de imigrantes chineses ao país a partir de meados do século vinte. Destacam-se: a arte marcial tai chí chuan; a gastronomia chinesa; a celebração do ano-novo chinês no bairro da Liberdade, em São Paulo; e a adoção de práticas da medicina tradicional chinesa, como é o caso da acupuntura.
NAVEGAR É PRECISO
Embaixada da China no Brasil
https://oeds.link/R9G04r
O portal disponibiliza diversas informações sobre a China e as relações sino-brasileiras.
Orientações e sugestões didáticas
Comente com os alunos que líu xiaobô foi libertado condicionalmente em 26 de junho de 2017, por causa de doença grave, e morreu em 13 de julho do mesmo ano.
Temas contemporâneos transversais
O conteúdo oportuniza abordar os temas Saúde e Educação em Direitos Humanos. Debata a questão dos direitos humanos na China com os alunos a fim de sensibilizá-los para esse importante tema. Comente que o país estabelece como prioridade o direito ao desenvolvimento, à saúde e à habitação. Trata-se, portanto, de uma visão não tradicional dos direitos humanos, diferente daquela presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ônu em 1948, que indicamos como leitura e sobre a qual sugerimos que os alunos reflitam (disponível em: https://oeds.link/eF4z7A; acesso em: 16 fevereiro 2022).
Estabeleça um momento de conversa sobre a opinião dos alunos quanto à fórma chinesa de interpretação dos direitos humanos.
Competência
O debate sobre direitos humanos na China mobiliza a Competência Geral da Educação Básica 7: “Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta”.
Atividades dos percursos 9 e 10
Registre em seu caderno.
- Os Estados Unidos declararam sua independência da metrópole inglesa antes ou depois do Brasil em relação à metrópole portuguesa?
- Aponte a consequência da promulgação do Ato de Propriedade Rural (Homestead Act), de 1862, para o povoamento do território dos Estados Unidos.
- Explique o que foi o Destino Manifesto e sua relação com a conquista e o povoamento do interior dos Estados Unidos.
- O que foi a Doutrina Monroe? Como ela influenciou a relação dos Estados Unidos com os demais países da América?
- Caracterize o modelo chinês de “economia socialista de mercado”.
- Qual é a importância das zê ê ês (Zonas Econômicas Especiais) para o dinamismo da economia chinesa?
- A China é um país democrático? Explique.
- Por que taiuã é um impasse existente entre a China continental e os Estados Unidos?
- A República Popular da China foi, em 2018, a maior emissora mundial de dióxido de carbono – um dos gases que causam o efeito estufa. Interprete o mapa e faça o que se pede.
Mundo: emissão de dióxido de carbono por habitante (em tonelada por habitante) – 2018
Fonte: THE WORLD BANK. CO2 emissions (metric ton per capita). Disponível em: https://oeds.link/F8XpQa. Acesso em: 7 março 2022.
- Se a China foi o maior emissor de dióxido de carbono do mundo em valores absolutos em 2018, por que no mapa ela não está representada entre os maiores emissores?
- Aponte um país cuja emissão de dióxido de carbono para a atmosfera está no intervalo de 9,8 a 16,5 toneladas por habitante em 2018. Se necessário, consulte o planisfério ao final do livro, na página 278.
- Agora, aponte um país cuja emissão situou-se abaixo de duas vírgula duas toneladas por habitante.
- Em sua opinião, é possível relacionar a emissão de dióxido de carbono ao desenvolvimento econômico dos países? Justifique.
Orientações e sugestões didáticas
Respostas
- Os Estados Unidos tornaram-se independentes antes, em 1776, enquanto o Brasil declarou-se independente em 1822.
- Essa lei atraiu imigrantes europeus, favoreceu a ocupação do interior e a formação de um mercado interno de consumo, o que, por sua vez, contribuiu para a industrialização do país.
- O Destino Manifesto foi um conjunto de ideias, escritas em 1845 pelo jornalista djôn él ô súlivan, que justificava a ocupação das terras da América do Norte pelos estadunidenses – defendendo que brancos e puritanos eram os eleitos por Deus para criar uma sociedade modelo na América, considerando os indígenas incapazes dessa realização. Esses postulados deram respaldo à conquista do oeste, à incorporação de terras indígenas e à declaração de guerra àqueles que oferecessem resistência.
- A Doutrina Monroe baseia-se no lema “A América para os americanos”, criado em 1823 pelo presidente dos Estados Unidos, James Monrow. De acordo com essa doutrina, os Estados Unidos, em nome de sua segurança, não poderiam permitir que nenhum país europeu restabelecesse domínio sobre territórios do continente americano. Em verdade, essa doutrina foi uma estratégia dos Estados Unidos para manter os demais países da América sob sua influência, afastando os interesses europeus pelo continente.
- Forte presença de empresas estatais com associação ou não ao capital estrangeiro, economia de mercado e centralização do poder político nas mãos do Partido Comunista Chinês.
- As Zonas Econômicas Especiais ( zê ê ês) permitem às empresas estrangeiras investir capital e tecnologia, em associação ou não com empresas estatais chinesas. As empresas investidoras usufruem de benefícios oferecidos pelo Estado, como diminuição de impostos e facilidades na exportação e importação.
- Não, o Estado chinês é dominado pelo Partido Comunista. Não há liberdade de expressão escrita ou falada, e os meios de comunicação – jornais, revistas, televisão etcétera – e a internet são censurados.
- Quando da revolução socialista na China, em 1949, a frente nacionalista chinesa, que disputava o poder com os socialistas, refugiou-se no arquipélago de taiuã ou Formosa, onde foi fundada a República da China. A ônu, por pressão da República Popular da China (do continente), não reconhece taiuã como Estado, e os Estados Unidos se relacionam com ela como país independente. Nos dias atuais, esse é um dos impasses entre a República Popular da China e os Estados Unidos.
-
- O mapa representa a emissão de dióxido de carbono por habitante, ou seja, o valor relativo, e não absoluto; trata-se, portanto, da emissão per cápita. Como a população da China é a maior do mundo, o valor total das emissões se “dilui” nessa distribuição.
- Podem ser apontados: Canadá, Estados Unidos, Rússia, Cazaquistão, Turcomenistão, Arábia Saudita, Omã, Coreia do Sul e Austrália.
- Podem ser apontados: Brasil, República do Congo, Etiópia, dibutí, Níger, Chade, Papua Nova Guiné, além de outros países americanos, africanos e do sul da Ásia.
- Comente com os alunos que o maior desenvolvimento econômico de um país representa elevada industrialização e grande frota de automotores que consomem derivados de petróleo, atividades emissoras de dióxido de carbono para a atmosfera.
10. Interprete o mapa e responda às questões.
O “colar de pérolas” chinês e o “colar de contenção” dos Estados Unidos – 2020
Fonte: LOBO, abél Gil. La geopolítica de China y su collar de perlas. El Orden Mundial, 4 setembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/5ID77s. Acesso em: . 2022.
- Aponte os continentes por onde passa o “colar de pérolas” chinês.
- Como você explica a expressão “‘colar de pérolas’ chinês”, usada no título?
- Justifique a outra expressão, “colar de contenção”.
11. Interprete o quadro e responda às questões a seguir.
País |
PIB (trilhões de dólares) |
PIB per capita (mil dólares) |
Estrutura do PIB (%) |
||
---|---|---|---|---|---|
Agropecuária |
Indústria e mineração |
Serviços |
|||
Estados Unidos |
21 |
65 |
1 |
19 |
80 |
China |
14 |
10 |
7 |
39 |
54 |
* Valores arredondados.
Fontes: THE WORLD BANK. World Development Indicators: Structure of output. Table . Disponível em: https://oeds.link/X1PWLh GDP per capita (current US$). Disponível em: https://oeds.link/fwMrjy. Acessos em: 7 março 2022.
- Em 2019, enquanto o valor do Píbi da China correspondeu a cêrca de 66% do valor do Píbi dos Estados Unidos, o valor do Píbi per cápita chinês correspondeu a 15% do valor dos Estados Unidos. Por que esses percentuais foram diferentes?
- O peso da agropecuária na formação do Píbi dos Estados Unidos é maior ou menor que o da China? Justifique.
12. Em 1948, a ônu aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos ( dê u dê agá). Nela, constam os direitos básicos de todo cidadão. Realize uma pesquisa em publicações e sites da ônu para ter acesso ao texto da declaração e, em grupo, escolham um artigo que, de acordo com a visão de vocês, não é respeitado nos Estados Unidos ou na China. Pesquisem dados que possam dar suporte a essa suposição e construam um infográfico para apresentá-los.
Orientações e sugestões didáticas
-
- Ásia, África e Europa.
- As bases e os portos administrados pela China, desde o nordeste do país chegando até a Grécia, são comparados a joias (pérolas) para o contrôle do fluxo naval comercial em toda a região delineada pelo “colar”.
- Os Estados Unidos possuem bases militares na região Ásia-Pacífico, que se estendem desde o Oriente Médio e sudoeste da Ásia, passando pela Austrália e chegando até a base de iocôta, no Japão, constituindo, também na fórma de “colar”, uma barreira de contrôle e disputa militares nessas regiões.
-
- Porque a população da China (1,4 bilhão de habitantes, em 2019) é bem superior à dos Estados Unidos (329 milhões de habitantes, em 2018).
- É menor, pois a agropecuária dos Estados Unidos corresponde a 1% do seu Píbi, enquanto na China, a 7%.
12. Ao orientar e conduzir a atividade com os alunos, consulte a dê u dê agá no endereço eletrônico: https://oeds.link/eF4z7A (acesso em: 8 março 2022). Essa abordagem favorece a pesquisa, seleção e organização de informações tendo em vista a construção de uma argumentação que será exposta por meio de um infográfico. Assim, além de favorecer uma postura ativa e o uso pedagógico da tecnologia, a atividade incentiva o aluno a fazer uso de textos multissemióticos, alinhando informações verbais e não verbais para expor seu ponto de vista. Há plataformas on-line que possibilitam a criação gratuita de infográficos; procure explorá-las previamente para apresentá-las aos alunos.
PERCURSO 11 OS BRICS E O COMÉRCIO INTERNACIONAL
1. O que são os ? bríquis
No início dos anos 2000, o economista britânico Jim constatou que Brasil, Rússia, Índia e China possuíam crescimento econômico acima da média de outros países. Em 2009, esses países se uniram para estabelecer uma cooperação econômico-financeira e em outras áreas, como ciência, tecnologia, energia, agricultura e turismo. No ano seguinte, a África do Sul foi admitida no grupo, constituindo os bríquis – sigla formada pelas iniciais desses países, considerando o nome em inglês da África do Sul (South Africa).
O economista ressaltava que, durante a década de 2000 e as seguintes, esses países se tornariam potências emergentes. De fato isso ocorreu principalmente com a China, como vimos no Percurso 10, e com a Índia, cujo Píbi apresentou crescimento médio de 7,9% ao ano entre 2003 e 2006 e, entre 2012 e 2019, um crescimento anual de cêrca de 6,5% em média.
No ano 2000, o Píbi da Rússia cresceu 10% e manteve-se estável entre 2001 e 2008, cujo crescimento foi, em média, de 6,5% ao ano. Mas desde a crise financeira iniciada em 2008 e a queda dos preços do petróleo e do gás natural, seus principais produtos de exportação, o crescimento da economia russa tem sido modesto. Em 2009, o país apresentou um percentual negativo de –7,8% e, no período de 2010 a 2019, o crescimento médio do Píbi desse país foi de 2%.
Esse também é o caso do Brasil, que entre 2000 e 2012 teve um crescimento médio de 3,5%. Mas, principalmente de 2013 a 2018, em decorrência de crises políticas internas, apresentou crescimento econômico baixo e até mesmo negativo, em média –0,2%. Em 2019, o crescimento do Píbi do país foi de 1,4%.
Quanto à África do Sul, seu Píbi cresceu em média 3,4% ao ano, entre 2001 e 2010, e 1,5% em média ao ano, entre 2011 e 2019.
bríquis e países emergentes – 2020
Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 32; . Miles to go: emerging markets must balance overcoming the pandemic, returning to more normal policies, and rebuilding their economies. Finance & Development, volume 58, número 2, página 7, junho 2021.
Nota: Como citamos no Percurso 4, a regionalização possui um caráter transitório, ou seja, enquanto em 2004, como mostra o mapa da página 36, apenas alguns países eram considerados emergentes, em 2020 outros foram acrescentados a essa classificação ou categoria: Colômbia, Polônia, Indonésia etcétera.
Orientações e sugestões didáticas
Percurso 11
Este Percurso apresenta características econômicas e sociais dos bríquis, ressaltando as relações que o Brasil estabelece com os outros países desse grupo e também com os Estados Unidos. A caracterização dos bríquis possibilita aos alunos comparar os indicadores sociais e econômicos desses países e, assim, desenvolver o princípio de analogia do raciocínio geográfico, especialmente buscando identificar padrões econômicos de produção, distribuição e intercâmbio comercial.
Ao longo da abordagem, busque salientar, além das relações econômicas, as características distintas entre os integrantes dos bríquis. Ressalte que esses países são bastante diversos do ponto de vista político, cultural, religioso, histórico . Procure, sempre que possível, enfatizar a importância da cooperação entre as nações e promover a valorização da diversidade que as caracteriza, superando preconceitos e promovendo o respeito às diferenças.
Promova uma conversa inicial que permita identificar o que os alunos sabem sobre os países dos bríquis. Questione se eles conhecem alguém nascido em algum desses países e o que sabem a respeito da cultura deles. Estimule-os a participar expondo suas impressões.
Ao discutir o desempenho econômico dos bríquis na década de 2000, explique que a crise financeira global iniciada em 2008 surgiu de problemas originados pela falta de pagamentos de hipotecas de casas ou imóveis nos Estados Unidos (quando o dono do imóvel o oferece como garantia e obtém empréstimo do banco). A crise aprofundou-se com a “quebra” do Banco Lehman Brothers, e o pânico alastrou-se. O crédito a empresas pelo sistema bancário foi restringido, afetando diretamente a produção e o emprego. Pela importância da economia dos Estados Unidos no mundo, a crise estendeu-se para outros países.
Habilidade da Bê êne cê cê
• ê éfe zero oito gê ê zero nove
O Percurso 11 apresenta as características dos bríquis e sua importância no cenário internacional, especialmente no que se refere à economia. Esses estudos possibilitam aos alunos analisar os padrões econômicos mundiais. Além disso, ao fornecer dados de distintos países, favorecem o desenvolvimento de princípios do raciocínio geográfico, como as analogias e diferenciações. São descritas, por exemplo, as características produtivas, de distribuição e os fluxos comerciais entre os bríquis e entre eles e os Estados Unidos. A análise de quadros e gráficos do Percurso poderá contribuir para a melhor compreensão dos dados apresentados.
• Pandemia de covíd-19 e as perspectivas econômicas dos bríquis
Entre o final de 2019 e o início de 2020, a pandemia do vírus sárs-cóv-2 que causa a doença covíd-19 criou uma nova realidade sanitária, social e econômica em escala mundial. Os governos adotaram diversas medidas para conter o número de infecções de suas populações e tratar os doentes: restringiram a circulação das pessoas e elevaram os investimentos em equipamentos de proteção individual, aparelhos hospitalares, desenvolvimento de vacinas e programas sociais voltados a amparar os trabalhadores mais afetados pela pandemia. Mas a instabilidade dos mercados e a interrupção dos investimentos, da produção industrial, dos serviços e dos fluxos de pessoas e mercadorias acarretaram uma crise econômica global, que afetou principalmente os países menos desenvolvidos.
Em 2020, o Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul apresentaram percentuais de crescimento negativos do Píbi, refletindo a retração de suas economias. Apenas a China apresentou 2,3% de crescimento nesse ano.
NO SEU CONTEXTO
Em vista da crise sanitária e econômica provocada pela pandemia da covíd-19, algum membro de sua família ou alguém que você conhece perdeu o emprego nesse período? Você sabe quais foram as consequências do desemprego?
Orientações e sugestões didáticas
Ao responder às perguntas do boxe No seu contexto, espera-se que o aluno tenha a percepção da realidade social e econômica das pessoas com as quais convive. Quanto às consequências da perda do emprego, caso algum familiar ou conhecido tenha passado por essa situação, ele poderá ressaltar, livremente, as dificuldades: atraso no aluguel ou prestação da casa própria, da conta de energia elétrica, restrição na alimentação, lazer etcétera, além do abatimento psicológico.
: aspectos demográficos e indicadores socioeconômicos bríquis
As populações da China e da Índia somadas correspondem a cêrca de 36% da população mundial. Se, por um lado, esse contingente populacional exige desses Estados grandes investimentos sociais, por outro, representa grande mercado de consumo, permitindo que as economias desses países tenham a sua autossustentação com base no mercado interno.
Os indicadores sociais e econômicos dos bríquis revelam desigualdades entre eles e também em relação aos países desenvolvidos. Nestes, as taxas de natalidade estão em torno de por mil; as taxas de mortalidade infantil de menores de 1 ano variam de 2 por mil a 5; por mil a esperança de vida média é superior a 80 anos; e a média de anos de estudo situa-se em 13 anos; o í dê agá é muito elevado; e o Píbi per cápita está acima de 30 mil dólares. Apenas a China e a Índia estiveram entre os dez países com maior Píbi, em 2020, e os demais eram desenvolvidos.
Indicadores |
Brasil |
Rússia |
Índia |
China |
África do Sul |
---|---|---|---|---|---|
Taxa de natalidade (%) |
14 |
10 |
18 |
11 |
20 |
Taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano em ‰) |
12 |
5 |
28 |
7 |
28 |
Esperança de vida média (anos) |
76 |
73 |
70 |
77 |
64 |
Média de anos de estudo |
8 |
12 |
7 |
8 |
10 |
IDH |
elevado |
muito elevado |
médio |
elevado |
elevado |
PIB per capita (mil dólares) |
9 |
12 |
2 |
10 |
7 |
Fontes: elaborado com base em . Human development reports. Table 1. Disponível em: https://oeds.link/MRGfRb; THE WORLD BANK. Indicators. Disponível em: https://oeds.link/mXFbdz. Acessos em: 16 fevereiro 2022.
Nota: Os valores do quadro foram arredondados.
Comparando as médias de anos de estudo dos países dos bríquis em relação às dos países desenvolvidos, a que conclusão você chega?
Orientações e sugestões didáticas
Na comparação com os países desenvolvidos, espera-se que o aluno perceba que as médias de anos de estudo dos países que compõem os bríquis estão muito aquém das dos países desenvolvidos, com exceção da Rússia. Tal situação tem implicações no desenvolvimento socioeconômico deles.
NAVEGAR É PRECISO
Centro de Estudos e Pesquisas bríquis
https://oeds.link/kHzzHZ
O portal disponibiliza artigos, livros e indicadores sobre diversos temas envolvendo os bríquis, como: resolução de conflitos, cooperação internacional, mudanças climáticas e agenda ambiental.
Orientações e sugestões didáticas
Comente que a maioria dos países que compõem os bríquis sediou grandes eventos esportivos em anos recentes. A China sediou os Jogos Olímpicos de Inverno em 2022 e os Jogos Olímpicos de 2008 e o Brasil, os de 2016. A África do Sul sediou a Copa do Mundo de 2010, o Brasil a de 2014 e a Rússia a de 2018. De modo geral, as cerimônias de abertura desses eventos costumam fazer referência a características culturais dos países. Se julgar conveniente, sugira aos alunos que assistam a essas cerimônias como fórma de introdução aos estudos.
Aprofunde a compreensão dos alunos a respeito das consequências e dos impactos socioeconômicos da pandemia de covíd-19. Comente que, segundo o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2021 ( ônu), o percentual de pessoas no mundo vivendo em extrema pobreza aumentou de 8,4%, em 2019, para 9,5%, em 2020. Tal retrocesso não ocorria desde o ano de 1998.
Competência
Estimule a curiosidade dos alunos para a interpretação dos dados socioeconômicos apresentados no quadro (cujos valores foram arredondados). Ele contribui para mobilizar e exercitar a Competência Geral da Educação Básica 4, que diz respeito ao uso da linguagem matemática, entre outras, “ reticências para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo”.
Interdisciplinaridade
Com o professor de Matemática, promova atividades de pesquisa de dados socioeconômicos dos bríquis. Os dados devem ser sistematizados em fórma de tabela e, posteriormente, transformados em gráficos. Por fim, os alunos devem analisar a evolução dos dados no período, criando hipóteses sobre as variações encontradas ao longo do tempo e entre os países.
• Píbi elevado, condições de vida comprometedoras
Observando os indicadores sociais dos bríquis, percebemos que há muitos pontos críticos: pobreza; baixa média de anos de estudo da população; mortalidade infantil de menores de um ano em patamares bem superiores aos dos países desenvolvidos e expectativa de vida média inferior à dos países desenvolvidos. Os casos mais graves são os da Índia, da África do Sul e do Brasil, considerando que nesses países cêrca de 19%, 12% e 6% da população, respectivamente, ainda vivia em pobreza extrema na década passada. Concluímos, assim, que não é suficiente possuir um Píbi entre os doze maiores (consulte novamente o gráfico da página 33), como é o caso do Brasil e da Índia, se parte de suas populações vive em condições precárias.
Cabe aos governantes dos Estados ou países, juntamente com as suas populações, trabalhar em prol da erradicação da pobreza em que vivem milhões de seus concidadãosglossário . Além disso, cabe também a eles a criação de oportunidades para que todos tenham acesso a educação, saúde, moradia, trabalho, alimentação e lazer.
3. Padrões econômicos de produção e distribuição
Ao longo da história, os padrões de produção de bens e serviços foram alterados graças ao desenvolvimento das técnicas de produção.
• Emprego de tecnologia
Historicamente, a produção de mercadorias e serviços sempre dependeu do uso de tecnologias. No passado recente, por exemplo, um documento – como uma carta, uma cédula de identidade, uma ação judicial etcétera – era datilografado usando a tecnologia da máquina de escrever; para sua impressão ou duplicação, usava-se o papel carbono ou a fotocopiadora; para o envio ao destinatário, o correio. Hoje existe o computador e a internet, que agilizaram esse processo de produção de serviços, produzindo mais em menor tempo e enviando o documento digitalizado em “tempo real”.
Orientações e sugestões didáticas
Em 2020, o Píbi total dos bríquis foi de 19,8 trilhões de dólares, correspondendo a 23,4% do Píbi mundial. Nesse ano, o Píbi do Brasil foi de 1,4 trilhão; da Rússia, 1,5 trilhão; da Índia, 2,7 trilhões; da China, 14,7 trilhões; e da África do Sul, 0,3 trilhão (em dólares).
Segundo a Comissão Econômica para a América Latina ( cepál), a pobreza extrema no Brasil diminuiu entre 2017 e 2020, passando de 5,7% para 5,1% da população total. Em 2022, a pesquisa Montanha-Russa da Pobreza, do Centro de Políticas Sociais da éfe gê vê, constatou que a taxa de pobreza (rendimento abaixo de 105 reais por mês), no Brasil, em 2021, foi de 5,9%.
Ao abordar a importância da tecnologia no processo de produção e comercialização de mercadorias e serviços na atualidade, retome o mapa dos principais polos de inovação tecnológica em 2021 no mundo da página 32.
Atividade complementar
Aprofunde as discussões sobre a população dos bríquis, a proporção que representa no total da população mundial e suas condições de vida. Para isso, peça aos alunos que investiguem: “Qual é o contingente populacional residente em cada país?”; “Qual é o percentual dessas populações somadas em relação ao total de pessoas no mundo?”; “A população dos bríquis está principalmente em áreas urbanas ou rurais?”; “Quais são as implicações disso?”. Permita que debatam essas questões, solicitando que argumentem e justifiquem suas opiniões.
Tema contemporâneo transversal
A discussão sobre as condições de vida nos bríquis pode ser feita considerando a desigualdade social e a pobreza de parte significativa de suas populações, privando-as de viver dignamente. Trata-se de uma oportunidade pedagógica para abordar o tema Educação em Direitos Humanos. Busque apresentar aos alunos dados como o índice de gíni, que representa o grau de concentração de rendimento em determinado país ou região. Segundo o Banco Mundial, a África do Sul era o país com maior desigualdade entre os bríquis (índice de gíni 63,0 em 2014), seguida de Brasil (53,4 em 2019), China (38,5 em 2016), Rússia (37,5 em 2018) e Índia (35,7 em 2011). Vale ressaltar que o índice varia de 0 a 100: quanto maior o valor, maior a desigualdade de rendimento entre o grupo mais pobre e o mais rico da população.
O emprego de tecnologias simples ou tradicionais, mais avançadas ou de última geração está diretamente relacionado à quantidade produzida e à produtividade obtida na atividade industrial, na agropecuária, na pesca comercial, na extração mineral e na prestação de serviços e em outras atividades.
A partir do início dos anos 1970, com a Revolução Técnico-Científico-Informacional, ou seja, com o desenvolvimento da informática, da robótica, das telecomunicações e de outras áreas do conhecimento, como a biotecnologia e a química finaglossário , a produção industrial sofreu profundas alterações.
Além de elevar a produção e a produtividade da atividade econômica, essa revolução fez surgir novas tecnologias: computadores, smartphones, tablets, gê pê ésse etcétera, resultantes de investimentos em ciência e tecnologia (observe o quadro).
Ao interpretar o quadro, observe que os Estados Unidos lideram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Quanto aos países que compõem os bríquis, na segunda posição encontra-se a China; na sétima, a Índia; na nona, o Brasil; e na décima, a Rússia. Vê-se, assim, que os padrões mundiais avançados de produção estão relacionados ao investimento em pesquisa e desenvolvimento ( pê ê dê).
País |
Investimentos (bilhões de dólares em PPC) |
Percentual do PIB investido |
---|---|---|
Estados Unidos |
476 |
2,7 |
China |
371 |
2,0 |
Japão |
170 |
3,4 |
Alemanha |
110 |
2,9 |
Coreia do Sul |
73 |
4,3 |
França |
61 |
2,3 |
Índia |
48 |
0,8 |
Reino Unido |
44 |
1,7 |
Brasil |
42 |
1,3 |
Rússia |
40 |
1,1 |
Fonte: elaborado com base em UNESCO INSTITUTE FOR STATISTICS. How much does your country invest in R&D? Disponível em: https://oeds.link/fBQiHw. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
NAVEGAR É PRECISO
tê vê bríquis
https://oeds.link/1vhiAm
Plataforma multimídia que oferece uma imersão nas tradições, história, cultura, economia, esporte e tendências modernas dos países dos bríquis.
Orientações e sugestões didáticas
Competência
O papel das tecnologias na produção do espaço é tema que contribui para desenvolver a Competência Específica de Geografia 2: “Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história”. Mostre aos alunos que, em 2019, os bríquis (com exceção da África do Sul) estavam entre os dez países que mais realizaram investimentos em pesquisa e desenvolvimento (considerando os valores absolutos investidos).
Aprofunde com os alunos a noção de produtividade como resultado da divisão da produção física obtida – por exemplo, unidades de uma mercadoria, quilogramas ou toneladas ou litros de certo produto etcétera. – por um dos fatores usados na produção – terra, trabalho, capital (dinheiro ou meios de produção).
Caso tenham dúvidas acerca do termo biotecnologia, explique que se refere ao conjunto de conhecimentos científicos e tecnológicos de modificação genética de organismos vivos (vegetais e animais), com o objetivo de alcançar vantagens com a modificação realizada.
Tema contemporâneo transversal
O tema Ciência e Tecnologia pode ser trabalhado chamando a atenção dos alunos para a importância dessas variáveis nos processos produtivos mais modernos.
Atividade complementar
Com o objetivo de consolidar conhecimentos e praticar a construção de gráficos, sugerimos que os alunos, com os dados do quadro, construam dois gráficos: um com os dados da segunda coluna e o outro com os da terceira. Enfatize a necessidade de inserir os respectivos títulos e fontes e de elaborar um texto interpretativo sobre eles.
• A distribuição de produtos e as corporações transnacionais
A distribuição de produtos e serviços para os consumidores, onde quer que se encontrem, tornou-se muito ágil, nos últimos anos, graças ao desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação, que permitem a conexão entre lugares, pessoas e empresas de modo instantâneo.
Entretanto, a competição na produção e na distribuição mundial de produtos agrícolas e industriais é muito desigual. Das corporações internacionais do agronegócio, por exemplo, sete dominam a produção mundial de sementes e agrotóxicos; quatro dominam a importação e a exportação de matérias-primas agrícolas, como a soja, o milho e o trigo; e dez controlam a indústria de alimentos.
A influência das corporações transnacionais é tanta que, até mesmo no processo de organização e reorganização do espaço geográfico rural, elas comandam o que deve ser plantado. Assim, o uso da terra é realizado nos países segundo os interesses ou a conveniência dessas corporações.
• O intercâmbio comercial
Entre os países, há o comércio de produtos agrícolas, de matérias-primas (vegetal, mineral e animal), de bens industrializados e de serviços (financeiro, técnico etcétera). A essas trocas ou a esses intercâmbios comerciais dá-se o nome de comércio exterior, que abrange a exportação – venda de produtos ou serviços de um país para outro – e a importação – compra de produtos ou serviços de outro país.
A relação, em dinheiro (dólar, real etcétera), entre os valores das exportações e das importações de um país recebe o nome de balança comercial. Quando o valor das exportações ultrapassa o das importações realizadas por um país, no período de um ano ou mês, diz-se que esse país teve um superávit comercial ou saldo positivo e, assim, torna-se credor dos países para os quais exportou. Ao contrário, quando o valor das importações supera o das exportações, diz-se que a balança comercial teve déficit comercial ou saldo negativo, ou seja, é deficitária, e o país nessa condição fica em dívida com o exterior.
Orientações e sugestões didáticas
Os meios de comunicação e de transporte desempenham importante papel na realização das trocas comerciais internacionais. Tenha isso em mente e peça aos alunos que elaborem hipóteses sobre os principais modais de transporte usados nos intercâmbios comerciais entre os países dos bríquis. Oriente-os a realizar pesquisa a respeito da extensão da malha de transporte terrestre e da infraestrutura portuária e aeroportuária nesses países. Destaque que a China tem realizado massivos investimentos em infraestruturas de transporte com o objetivo de integrar o interior do país ao litoral e dar suporte à logística portuária que atende ao comércio exterior.
Resgate os conhecimentos prévios dos alunos sobre o que são multinacionais e transnacionais, assunto estudado no livro do 6º ano desta coleção (Percurso 30 da Unidade 8).
Segundo o Ministério da Economia, em 2021 as exportações do Brasil atingiram o valor de 280,6 bilhões de dólares e as importações, 219,4 bilhões de dólares. Houve, portanto, superávit comercial (saldo positivo) de 61,2 bilhões de dólares, o que foi favorável para o país.
O comércio exterior do Brasil com os outros países dos bríquis tem aumentado nos últimos anos. Quanto ao comércio com os Estados Unidos – que foi, em 2021, o segundo maior parceiro comercial do Brasil (o primeiro foi a China) –, os valores das exportações e das importações têm oscilado ao longo dos anos. Consulte o quadro e os gráficos referentes ao ano de 2021.
País |
Exportação |
Importação |
Saldo comercial |
---|---|---|---|
China |
87,8 |
47,7 |
40,1 |
Índia |
4,8 |
6,7 |
−1,9 |
Rússia |
1,6 |
5,7 |
−4,1 |
África do Sul |
1,2 |
1,0 |
0,2 |
Estados Unidos |
31,1 |
39,4 |
−8,3 |
TOTAL |
126,5 |
100,5 |
26,0 |
Fonte: elaborado com base em BRASIL. Ministério da Economia. Balança comercial: dados consolidados. Disponível em: https://oeds.link/TPdMIc. Acesso em: 17 fevereiro 2022.
Nota: Os valores do quadro foram arredondados.
Brasil: trocas comerciais ( em porcentagem do valor comercializado) – 2021
Fonte: elaborados com base em BRASIL. Ministério da Economia. Balança comercial: dados consolidados. Disponível em: https://oeds.link/TPdMIc. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
Nota: Os valores do quadro foram arredondados.
Aponte a participação percentual do valor das trocas comerciais brasileiras, em 2021, realizadas com os demais países dos bríquis e compare com as trocas realizadas com os Estados Unidos.
Orientações e sugestões didáticas
Em relação às trocas comerciais brasileiras, 34% do valor exportado pelo Brasil em 2021 correspondeu às exportações para os demais países dos bríquis, enquanto as exportações para os Estados Unidos representaram 11,1% do valor total. Por outro lado, os bríquis representaram 27,9% das importações feitas pelo Brasil em 2021 e os Estados Unidos, 18%. Concluímos, assim, que as exportações para os demais países dos bríquis feitas pelo Brasil superam as dos Estados Unidos em 22,9% em relação ao valor total das exportações; e das importações, em 9,9%.
De acordo com o quadro, do total de 87,8 bilhões de dólares exportados pelo Brasil para a China em 2021, cêrca de 70,2 bilhões de dólares ou 80% desse total correspondem a três produtos: minério de ferro (33%), soja (31%) e petróleo bruto (16%). Como citamos no Percurso 10, essas exportações não possuem valor agregado.
Quanto às importações realizadas pelo Brasil da China em 2021, predominam os produtos de valor agregado, como os industrializados – por exemplo, peças para aparelhos de telefonia e televisores, terminais portáteis de telefonia móvel etcétera
Orientações e sugestões didáticas
Durante a leitura do quadro, ressalte que o Brasil manteve relações comerciais superavitárias com dois países dos bríquis (China e África do Sul), mas deficitárias com os outros dois (Índia e Rússia) e com os Estados Unidos, em 2021.
Atividade complementar
Estimule os alunos a pesquisar e a refletir sobre quais são os principais produtos exportados pelo Brasil a cada um dos países dos bríquis e quais são os principais produtos importados. Para isso, sugira que consultem informações disponibilizadas no site do Ministério da Economia, por meio das estatísticas da balança comercial do Brasil ou da base de dados do Comex Stat, ferramenta oficial para consulta e extração de dados consolidados do comércio exterior brasileiro. É importante que, após recolherem as informações, haja debate sobre os resultados encontrados, instigando a formulação de questões e de hipóteses. Problematize, por exemplo, quais são as consequências do padrão do comércio exterior brasileiro no uso do território brasileiro.
PERCURSO 12 DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA E OS CAPITAIS ESTADUNIDENSE E CHINÊS NO MUNDO E NO BRASIL
1. A indústria e seus fatores locacionais
A palavra “locacional” nos remete à localização. Assim, os fatores locacionais da indústria são aqueles que exercem influência na decisão de implantar uma indústria em determinada área do espaço geográfico. Eles influenciam a distribuição espacial das atividades industriais em escala global, assim como no interior dos países, em suas regiões e localidades.
As corporações empresariais estão sempre em busca da melhor localização no espaço geográfico para obter custos baixos de produção, maior lucro ou, ainda, uma localização espacial que melhor atenda a suas necessidades particulares com o objetivo de ampliar o mercado consumidor.
Os fatores locacionais se alteram ao longo do tempo, acompanhando as transformações do capitalismo, do mercado mundial e o avanço das tecnologias de produção. Eles deram origem a dois principais padrões de localização industrial: a concentração industrial e a dispersão industrial.
2. Concentração industrial e fatores locacionais tradicionais
Durante a Primeira e a Segunda Revoluções Industriais, dos séculos dezoito a vinte, os fatores locacionais para a instalação de indústrias já eram importantes. É o caso das vias de transporte – ferrovias, rios navegáveis etcétera –, indispensáveis para o transporte de matérias-primas e o escoamento das mercadorias para o mercado comprador.
Durante a Primeira Revolução Industrial, o carvão mineral era a principal fonte de energia para acionar máquinas, e a proximidade das minas ou jazidas foi crucial para a localização industrial, principalmente entre o final do século dezoito e o final do século dezenove. É o caso, entre outros, da industrialização alemã no Vale do rúr, com sua grande bacia carbonífera, e da industrialização inglesa na região de Yorkshire, rica em carvão mineral (consulte o mapa e a ilustração da página seguinte).
A partir da Segunda Revolução Industrial, no final do século dezenove, a localização industrial passou a ser influenciada pelo uso crescente de novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade, assim como pela modernização de meios e infraestruturas de transporte. Por exemplo, os navios petroleiros e a construção de oleodutos e de redes de transmissão de energia asseguraram o abastecimento de indústrias, favorecendo a tendência à dispersão espacial. No entanto, até meados do século vinte, a instalação de novas indústrias continuou a ocorrer, em grande parte, em áreas já industrializadas, beneficiando as empresas já existentes.
Orientações e sugestões didáticas
Percurso 12
Este Percurso explora temas que se relacionam ao rearranjo das atividades industriais no mundo, possibilitado pelos avanços técnico-científicos especialmente nos meios de comunicação e de transporte. Identifica-se que, principalmente após os anos 1970, os fatores geográficos tradicionais passaram a ter menor influência na localização industrial, estando em curso, desde então, processos de desconcentração, descentralização e recentralização dessas atividades.
Explore os mapas, as fotos e a seção Cruzando saberes, apresentando questionamentos que instiguem a curiosidade dos alunos.
Habilidades da Bê êne cê cê
- ê éfe zero oito gê ê um quatro
- ê éfe zero oito gê ê um nove
Os estudos realizados no Percurso 12 contribuem para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê um quatro, pois propõem a análise das dinâmicas de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades industriais em escala mundial. Ressalta-se o papel de liderança econômica dos Estados Unidos e da China e suas respectivas influências na economia brasileira e, de modo mais amplo, no mundo. Na exploração desses temas, atente aos princípios de localização e conexão do raciocínio geográfico. Evidencie que as atividades econômicas têm múltiplas determinações, como a presença de recursos naturais ou de infraestrutura de comunicação e de transporte. Trabalhe a importância de fatores locacionais tradicionais com base no mapa na página 101.
Os cartogramas da África nas páginas 108 e 110 (atividade 8) possibilitam o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito gê ê um nove. Nos mapas da página 108, incentive os alunos a comparar, entre os anos de 2000 e 2019, os principais países de origem das importações dos países africanos.
Explore as fotos, como as da página 102, no decorrer do Percurso, para instigar comparações sobre a evolução dos objetos técnicos industriais. Explique a dispersão industrial pelo mundo com base no mapa da página 103. Por fim, na seção Cruzando saberes, destaque o processo de recentralização das indústrias, demonstrando os seus vínculos com o processo de automação.
Alemanha: regiões industriais
Fontes: elaborado com base em LAMBIN, Jean-Michel; , Christian. Histoire Géographie: initiation économique 4e. sexta edição Paris: Hachette, 1992. página279; Charliê Jác ( organizador). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2010. página 58.
Localize o Rio rúr e identifique os tipos de indústria concentrados em seu vale.
Orientações e sugestões didáticas
Os tipos de indústria concentrados no Vale do rúr são a automobilística, química, de transformação, siderurgia e metalurgia pesada.
• A localização industrial no Brasil e seus fatores em meados do século vinte
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve uma expansão capitalista em direção a vários países, inclusive ao Brasil, com instalação de filiais de transnacionais industriais, comerciais e de serviços.
No Brasil, instalaram-se principalmente na Região Sudeste, mais particularmente nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.
No estado de São Paulo, por exemplo, certas localidades, como os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema – o chamado a bê cê dê –, além do município de São Paulo, foram escolhidas pelas montadoras de automóveis pelos seguintes fatores locacionais: existência da Rodovia Anchieta e da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que, ao colocar em contato o planalto paulista com o Porto de Santos, facilitava a importação e a exportação de matérias-primas, máquinas etcétera; maior disponibilidade de energia elétrica necessária à atividade industrial; mão de obra especializada formada nas antigas montadoras instaladas no Brasil, como a fórd, em 1919 (observe as fotos A e B na página seguinte), e a djêneral mótors, em 1925; proximidade do mercado consumidor de maior poder aquisitivo, representado por esse estado e o do Rio de Janeiro; instalação de linhas de telefonia; abastecimento de água e rede de esgoto; e incentivos fiscais oferecidos pelo governo brasileiro.
Orientações e sugestões didáticas
Convém ressaltar, com base na gravura apresentada, que as indústrias causam impactos ambientais significativos, especialmente na Primeira e na Segunda Revolução Industrial, quando as regulações ambientais ainda não eram uma preocupação das sociedades.
Se considerar oportuno, relacione imperialismo e neocolonialismo europeus, dos séculos dezenove e parte do vinte, sobre a África e a Ásia, com a implantação de colônias, motivados pelas necessidades de garantir o abastecimento de matérias-primas para as indústrias europeias, ampliar o mercado de compra de produtos industrializados e a aplicação de capitais excedentes.
Explique aos alunos que os benefícios fiscais são concedidos por governos a empresas na fórma de renúncia de parte ou de todos os impostos, para atrair investimentos em atividades econômicas.
Contextualize a discussão sobre a industrialização brasileira, perguntando aos alunos se há indústrias próximas à residência deles. Em caso afirmativo, também pergunte: “O que essa indústria produz?”; “Quando ela foi instalada?”; “Por que esse local foi escolhido para a instalação dessa indústria”, “Você conhece alguém que trabalha nessa indústria?”. Se a resposta for afirmativa para essa última pergunta, sugira ao aluno que busque informações sobre como é o trabalho que essa pessoa realiza. Promova um debate com base nessas questões, permitindo que os alunos compartilhem as informações obtidas e conversem sobre elas.
Com o objetivo de superar possíveis dificuldades que os alunos possam apresentar na compreensão da influência de fatores naturais, de infraestrutura ou econômicos na localização industrial, acompanhe-os na leitura do mapa. Peça-lhes que indiquem fatores que influenciam a distribuição industrial no Vale do rúr, de modo que compreendam algumas causas do processo de concentração industrial. Eles devem notar a presença de indústrias de transformação e recordar seu papel na produção de matérias-primas transformadas para outras indústrias.
Assim como o setor automobilístico, outras empresas industriais de diversos ramos se instalaram nas regiões dos municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro em decorrência desses e de outros fatores locacionais.
3. Dispersão espacial da indústria no mundo e no Brasil
Acompanhando o desenvolvimento do capitalismo e da Revolução Técnico-Científico-Informacional, a partir de 1970 até os dias atuais os fatores locacionais vêm se alterando.
Contando com os avanços dos meios de transportes e de comunicações, as corporações transnacionais passaram a buscar novas áreas para a instalação de suas indústrias com o objetivo de conseguir menores custos de produção, competitividade no mercado internacional e garantia de lucros.
Mão de obra mais barata, incentivos fiscais, sindicatos pouco atuantes, menores preços de terrenos e aluguéis foram, assim, alguns fatores locacionais estratégicos e valorizados pelas empresas para descentralizar a produção industrial. Isso ocorreu tanto nos países de origem dessas empresas como também em outros, por meio da instalação de suas fábricas em novas regiões e localidades.
Orientações e sugestões didáticas
Explique aos alunos que a descentralização corresponde a um movimento realizado de um centro ou polo para o exterior ou para a periferia. No caso da Geografia da Indústria, a descentralização refere-se a um processo em que, por ação de empresas ou governos e de suas políticas de desenvolvimento industrial, estimula-se a implantação de indústrias em outras regiões que não aquelas onde há concentração industrial, com o objetivo de incentivar a competitividade e gerar maiores lucros (no caso das empresas) ou dinamizar a economia e o emprego dessas outras regiões (no caso dos governos).
Demonstre que a concentração de indústrias em grandes cidades também pode ser percebida por investidores de capitais industriais como desvantagem. Isso porque o crescimento das cidades, os engarrafamentos, o excesso de poluição ou legislação ambiental, o preço dos terrenos disponíveis para construção de uma planta industrial, a presença de organizações sindicais etcétera. podem significar custos maiores que os da instalação de fábricas em áreas sem indústrias ou de menor concentração industrial. Os governantes dessas áreas, por sua vez, com o objetivo de desenvolver a economia local e criar postos de trabalho, podem oferecer incentivos fiscais e menores cargas tributárias, incentivando a dispersão em relação às áreas tradicionalmente industrializadas.
• Panorama mundial
Em escala global, esse contexto impulsionou um novo padrão de localização industrial, o da dispersão espacial da atividade industrial. Observe o mapa.
Mundo: dispersão industrial
Fonte: L‘ATLAS du Monde Diplomatique: mondes émergents. Paris: Le Monde Diplomatique, 2012. página 46.
Por exemplo, atraídas pelos fatores locacionais, empresas estadunidenses e canadenses se dirigiram para o México, Brasil, Argentina, Índia e China; outras da Europa Ocidental instalaram-se na Índia, na China, em países do norte da África, do Oriente Médio e da Europa Oriental. Desse modo, ocorreu um impulso na industrialização de regiões em países em desenvolvimento, resultado da descentralização da produção industrial global que estava concentrada, inicialmente e em grande parte, nos países desenvolvidos ou nos países centrais do capitalismo mundial (Estados Unidos, Japão e alguns países europeus, como França e Alemanha, entre outros).
Nas últimas décadas, como também mostra o mapa, indústrias da China se dirigiram do litoral desse país para o interior, para as Filipinas e Malásia; e indústrias da Índia foram instaladas no Paquistão, na Indonésia e em Bangladesh.
A descentralização da produção industrial ocorre em escala mundial – ou seja, entre países e regiões do mundo (observe a foto de trabalhadores no interior de uma fábrica, na página seguinte) – e também em escala nacional, isto é, no interior de muitos países.
Orientações e sugestões didáticas
O mapa revela as diferentes fases do processo de dispersão da atividade industrial. Chame a atenção para a periodização sugerida. Destaque a relação das áreas destacadas com as Revoluções Industriais no período correspondente. Explique as características das indústrias de cada polo e período destacado no mapa e estabeleça relações com os conteúdos estudados no Percurso 11, solicitando aos alunos que observem os polos industriais nos bríquis. Pergunte: “Quais são suas características?”. Promova uma discussão sobre o tema.
• O caso do Brasil
Recentemente, por exemplo, novas empresas foram implantadas na Região Nordeste e em outras regiões brasileiras, enquanto outras já existentes se deslocaram espacialmente da concentração industrial da Grande São Paulo e da Grande Rio de Janeiro, migrando para o interior desses estados e para as demais regiões do Brasil. Isso ocorreu, principalmente, em razão da atuação de governos dos estados e municípios brasileiros, que buscaram atrair indústrias por meio de incentivos fiscais e empréstimos em dinheiro a longo prazo e a juros baixos, além de implantar infraestrutura necessária – abastecimento de água, rede de esgoto, telefonia fixa e móvel, internet, energia elétrica, proximidade com rodovias, portos etcétera (fatores locacionais).
No Brasil e em outros países, a descentralização das atividades industriais resultou na diminuição do ritmo de crescimento de indústrias localizadas em metrópoles ou nos grandes centros urbanos e na transferência de unidades de produção desses locais ou de regiões tradicionais altamente industrializadas para outras regiões e para cidades médias e menores.
Orientações e sugestões didáticas
Contextualize as informações discutidas na página, perguntando aos alunos se a indústria mais próxima do local onde moram foi instalada no contexto de concentração (antes de 1970) ou dispersão industrial (após os anos 1970). Peça-lhes que elaborem hipóteses sobre por que isso ocorreu, considerando as discussões realizadas até aqui.
Considere e retome com os alunos os conhecimentos prévios deles a respeito das características do atual processo de dispersão espacial da indústria brasileira, assunto abordado no livro do 7º ano desta coleção (Percurso 9 da Unidade 3).
Competência
Chame a atenção dos alunos para as transformações dos processos produtivos no interior da indústria. Se antes a planta industrial reunia todos os processos envolvidos na produção, hoje as distintas etapas do processo produtivo podem estar repartidas no espaço geográfico, até mesmo em escala planetária. Isso somente é possível por causa da evolução dos meios de transporte e de comunicação. Destaque o papel do desenvolvimento dos objetos técnicos relacionados a esses setores e à indústria, a fim de mobilizar a Competência Específica de Geografia 2: “Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história”.
Localização flexível e fragmentação da produção
Com a globalização e a expansão do capital, muitas empresas instalaram um regime flexível de produçãoglossário e de trabalho, o que contribui para a dispersão espacial da indústria no espaço mundial.
Por exemplo, uma empresa transnacional da indústria automobilística ou de smartphones pode elaborar um projeto em um centro de pesquisa e desenvolvimento ( pê ê dê) localizado no Japão, nos Estados Unidos ou na Europa e produzir diversas peças em vários países do mundo, realizando a montagem do produto final com esses componentes em outro país, enquanto o centro financeiro e os centros de pesquisa da empresa permanecem geralmente no país de origem da transnacional (observe o mapa). Esse processo visa obter vantagens como redução dos custos de matérias-primas e mão de obra, redução ou isenção de impostos por parte dos países onde instalou suas unidades produtivas.
Mundo: a cadeia produtiva de smartphones de uma empresa transnacional – 2016
Nota: Nesse mapa, optamos por manter o traçado proposto pela fonte original, que não obedece rigidamente às convenções cartográficas.
Materiais empregados na fabricação dos smartphones
Fonte do mapa e da ilustração: Plusieurs torus du monde pour un smartphone. ín: . Manuel d'économie critique. Paris: Le Monde Diplomatique, 2016. página 118-119.
Possuindo um eficiente sistema de distribuição e contando com sofisticados meios de transporte e de comunicação, que “encurtam o espaço mundial”, as transnacionais conseguem que os seus produtos cheguem a todos os lugares do mundo; além disso, também exercem a terceirização de trabalho, que compreende a realização de parcerias com pessoas e empresas para execução de certas tarefas.
Orientações e sugestões didáticas
Atividade complementar
A fim de superar possíveis dificuldades de compreensão sobre o regime flexível de produção e o processo de dispersão industrial, interprete o mapa com os alunos. Pergunte: “Em quais países as matérias-primas são extraídas para a posterior produção dos componentes dos smartphones?”; “Onde smartphones são montados?”. Pergunte ainda em quais países estão localizados o centro de concepção e o principal centro de distribuição dos smartphones e solicite que indiquem possíveis razões para explicar tal fato.
Cruzando saberes
Indústria 4.0 e recentralização produtiva
“Recentralizar” significa tornar a centralizar. Em relação à indústria, indica o retorno de certas atividades industriais, que antes haviam sido deslocadas para outros países, aos centros do capitalismo. Isso vem se tornando possível com a chamada indústria 4.0.
“Depois da máquina a vapor, da energia elétrica e dos computadores, o mundo começa a viver a quarta revolução industrial. É a indústria 4.0, que está se desenvolvendo principalmente em países como Alemanha e Estados Unidos. No novo modelo, máquinas e peças se ‘comunicam’ através de redes, resultando numa produtividade muito maior. Digitalização, internet das coisas, espaços sáiberfísicos são palavras que estão no dicionário da nova era. reticências [A seguir, entrevista fornecida pelo empresário Breno Matias Miguel à Folha de Londrina].
O que caracteriza a indústria 4.0?
São três grandes características. Primeiro, é a presença de redes de comunicação industrial. A segunda é uma base de dados de informações referentes a produtos e processos. E a terceira é a implementação de sistemas sáiberfísicos, ou seja, a capacidade de máquinas, equipamentos e peças conversarem (entre si), se entenderem dentro do ambiente fabril. reticências
Quando se fala nesse modelo industrial, as referências são Alemanha e Estados Unidos. Ele está restrito a esses dois países?
Não dá para dizer isso. Na verdade as manufaturas estão migrando. Estão parando de produzir na Ásia. Estão voltando para a sua casa, para a Alemanha, os Estados Unidos. Já não é mais tão interessante produzir na Ásia.
Por quê? A mão de obra não é mais tão barata na Ásia?
Porque esses países evoluíram. A China evoluiu. Não é mais aquele país que faz produtos de baixa qualidade. O mercado evoluiu. A China começou a consumir também. Então, as fábricas estão voltando para seus países de origem com alto grau de automação. Porque isso que vai mantê-las competitivas, produzindo com mais eficiência, menos erros, menos pessoas, de uma fórma mais flexível.
E é a indústria 4.0 que vai dar competitividade aos países que têm mão de obra cara?
Exatamente. Para que produzir com um monte de gente, um monte de máquina, se você pode produzir mais com menos recursos, de fórma mais enxuta, mais eficiente? Mas mesmo na indústria 4.0, você continua tendo intervenção humana. Só que é uma mão de obra mais eficiente, com mais valor agregado. reticências”
BORTOLIN, Nelson. Inovação: Indústria 4.0 ainda é coisa do futuro no País. Folha de Londrina, Opinião, 19 julho 2015.
* í ó tê – Internet of Things (sigla em inglês para a expressão Internet das Coisas).
Fonte: elaborada com base em BRUNO, Flavio da S. A quarta revolução industrial do setor têxtil e de confecção: a visão de futuro para 2030. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2016. página 50.
Interprete
1. Quais são as características da indústria 4.0?
Argumente
2. Por que indústrias da Alemanha e dos Estados Unidos estão parando de produzir na Ásia e voltando para seus países de origem?
Orientações e sugestões didáticas
Temas contemporâneos transversais
A seção Cruzando saberes propõe a abordagem do processo de recentralização produtiva, permitindo a exploração de assuntos relacionados aos temas Trabalho e Ciência e Tecnologia. Chame a atenção dos alunos para as possíveis transformações decorrentes da Quarta Revolução Industrial no mundo, como também para iniciativas, dificuldades e impasses do Brasil em implementá-la. Peça a eles que reflitam especialmente sobre as condições de trabalho e o perfil dos trabalhadores das indústrias 4.0. Além disso, ressalte as mudanças recentes ocorridas na China relativas ao mercado de trabalho e ao mercado consumidor.
Interdisciplinaridade
Com o professor de História, sugerimos trabalhar a evolução tecnológica da produção industrial, destacando suas principais transformações ao longo do tempo, tanto na organização do processo produtivo como nas fontes de energia usadas para a produção. A linha do tempo que ilustra a seção pode contribuir para a compreensão do aluno acerca desse processo. Tenha em vista que, em relação à Primeira Revolução Industrial, ocorrida no século , a dezoito abordagem proposta poderá contribuir para desenvolver a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero três do componente curricular História: “Analisar os impactos da Revolução Industrial na produção e circulação de povos, produtos e culturas”.
Respostas
- A indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial corresponde a um novo modelo de produção industrial, com a presença de redes de comunicação industrial, base de dados de informações referentes a produtos e processos e implementação de sistemas sáiberfísicos, ou seja, a capacidade de máquinas, equipamentos e peças “conversarem” (entre si), a fim de realizarem de maneira articulada, inteligente e instantânea a produção dentro do ambiente industrial.
- A evolução da indústria e dos mercados de consumo e trabalho nos países asiáticos encareceu o custo da produção, tornando a Ásia uma opção menos interessante para muitas empresas. Algumas indústrias preferem voltar a seus países (recentralização industrial) impulsionadas pela indústria 4.0, visando produzir mais com menos recursos, de fórma mais eficiente, com o emprego de tecnologias e mão de obra qualificada.
4. Os capitais estadunidense e chinês no mundo e no Brasil
Enquanto os capitais estadunidenses estão presentes há muitos anos em vários países do mundo, inclusive no Brasil, a expansão dos capitais chineses é um fato recente.
• O capital estadunidense
O Brasil sempre esteve historicamente ligado aos Estados Unidos: nas relações diplomáticas e econômicas, nos investimentos que este faz no Brasil, na sua influência cultural na sociedade brasileira – na música, no cinema, no turismo, no vestuário etcétera
Suas transnacionais estão presentes no Brasil desde o início do século vinte – são exemplos a General Electric, General Motors, Kodak, í bê ême, Avon e Johnson & Johnson, além de muitas outras.
Até o ano de 2008, os Estados Unidos foram nosso principal parceiro comercial, como vimos anteriormente, sendo que, a partir de 2009, a China ultrapassou-os no comércio exterior com o Brasil.
A presença do capital estadunidense em outros países do mundo também é muito expressiva, bem como sua influência cultural, científica e tecnológica. Suas universidades – Stanford, Berkeley, Princeton, Chicago, Yale, Harvard e Columbia, além de outras – são frequentadas por estudantes de todo o mundo em busca de conhecimento avançado. O conhecimento é o grande capital no mundo atual, e os Estados Unidos se destacam nessa área.
No decorrer de todo o século vinte e ainda no século vinte e um, os Estados Unidos realizaram a desconcentração das atividades econômicas não somente no interior de seu território como também no mundo. Instalaram-se em vários países com o objetivo de ampliar o número de consumidores para seus bens e serviços, obtendo, assim, grandes somas em dinheiro ou lucros que, por sua vez, são reinvestidos em novas unidades de produção e em pesquisas científicas, para poder manter a participação no mercado e assegurar a competitividade mundial.
Orientações e sugestões didáticas
Temas contemporâneos transversais
Enfatize o papel da educação no mundo atual. Chame a atenção dos alunos para o fato de que a educação é estratégica para a inserção vantajosa de um país na Divisão Internacional do Trabalho. Explique que os países mais desenvolvidos, em geral, destacam-se nos índices relativos à Educação, Ciência e Tecnologia. Ressalte que as instituições de Ensino Superior são também responsáveis pela produção de conhecimentos e avanços tecnológicos. Nessa perspectiva, poderão ser desenvolvidas questões relacionadas aos temas Trabalho e Ciência e Tecnologia.
Atividade complementar
Crie uma oportunidade para que os alunos discutam, sob a sua supervisão, o papel da Educação e também da formação de mão de obra especializada para o desenvolvimento de um país e para a concretização dos objetivos e metas individuais, relacionados aos projetos de vida deles.
• O capital chinês
Vimos no Percurso 10 que a China se tornou uma potência econômica, competindo no cenário mundial com os Estados Unidos e demais países desenvolvidos – Japão, Alemanha, França, Reino Unido etcétera
Tudo indica que o plano dos dirigentes chineses é transformar a China na maior potência econômica até antes da metade deste século, bem como exercer grande influência na geopolítica mundial. Seus investimentos no mundo são grandes e diversificados: vão desde a compra de estúdios de cinema (nos Estados Unidos), fábricas tradicionais de pneumáticos, indústrias de agrotóxicos – tornando-se o maior vendedor desses produtos no mundo –, redes tradicionais de hotelaria, instituições financeiras, até a compra de terras na África, no Brasil e em outros países da América Latina, além de outros investimentos em vários ramos da atividade econômica.
A presença chinesa na África
Na África, por exemplo, os investimentos chineses em 2020 foram calculados em mais de 43 bilhões de dólares. Além do recente crescimento das relações comerciais entre a China e diversos países africanos, capitais chineses têm financiado obras de infraestrutura nesse continente. Em troca, os países africanos contratam empresas chinesas de engenharia para a realização dessas obras e assinam contratos de fornecimento de matérias-primas para a China. A China também aproveita-se do contexto em que poucos investimentos são realizados na África pelos Estados Unidos e países europeus para marcar sua presença no continente.
África: principais países de origem das importações dos países africanos – 2000 e 2019
Fonte: China‘s African trade takeover. In: Statista, 25 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/6ePELJ. Acesso em: 4 março 2022.
Nota: O Sudão do Sul tornou-se independente em 2011. Essa é a razão de não estar representado no mapa de 2000.
Entre os principais países de origem das importações dos países africanos, qual foi aquele que praticamente conseguiu manter sua área de influência como principal fonte de importações entre os anos 2000 e 2019?
Orientações e sugestões didáticas
Na comparação entre os anos 2000 e 2019, a África do Sul foi o país que praticamente manteve sua área de influência como principal fonte de importações de alguns países da África.
Convém explicar que os investimentos chineses na África envolvem obras de infraestrutura, energia, comércio, cooperação militar, mas também o oferecimento de bolsas de estudo e parcerias culturais. Destaque a importância de cada um desses aspectos para o estabelecimento de uma área de influência chinesa no continente africano, geralmente considerado de maneira periférica pelos países europeus e pelos Estados Unidos.
O mapa da atividade 8, na página 110, poderá contribuir para esses esclarecimentos junto aos alunos.
Comente com os alunos que em 2016, em conjunto com as autoridades da Etiópia e de dibutí, a China inaugurou uma ferrovia de 750 quilômetros entre as respectivas capitais desses países, ádis abéba e dibutí – esta capital é um ponto geopolítico estratégico no Golfo de Aden (peça aos alunos que localizem esses países e o golfo no mapa da atividade 8, na página 110). Também em dibutí, a China construiu a sua primeira base naval fóra de seu território. Além disso, entre a capital do Quênia – a cidade de Nairóbi – e o porto na cidade de Mombasa, a China construiu uma ferrovia que beneficiará não somente este país, mas também a própria China, quanto à importação de matérias-primas e à entrada de suas exportações.
A presença chinesa no Brasil e na América Latina
Com relação à América Latina e, mais particularmente, ao Brasil, as iniciativas diplomáticas e os investimentos chineses têm crescido nas três últimas décadas, seguindo, portanto, o objetivo de ampliar as influências econômicas e geopolíticas desse país no mundo. Observe e interprete o mapa e os gráficos.
América Latina: presença chinesa – 2020
América Latina: principais países beneficiados pelos investimentos chineses (em bilhões de dólares) – 2005-2016
América Latina: principais setores dos investimentos chineses ( em porcentagem) – 2005-2016
América Latina e China: total das transações comerciais (em bilhões de dólares) – 2000-2017
Fonte do mapa e dos gráficos: báutsmen, Alexis (). Atlas géopolitique mondial. Édition 2021. Paris: Éditions du Rocher, 2020. página 133.
Orientações e sugestões didáticas
O Ministério da Economia, por meio da Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior, publica boletins de investimentos estrangeiros no Brasil. Os boletins estão disponíveis no site do ministério, e reúnem informações a respeito dos investimentos estrangeiros em diferentes setores da economia brasileira, desde 2003. Entre 2003 e 2018, o foco dos investimentos chineses no Brasil esteve nos setores de extração de petróleo e gás natural; geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e gás natural; extração de minerais metálicos; e metalurgia.
No contexto da pandemia global da covíd-19, em 2020 e nos anos seguintes, as relações entre os Estados e as estratégias de cooperação e autopromoção internacional, particularmente da China com outros países, ficaram conhecidas como “diplomacia das máscaras”. Para aprofundar o tema, sugerimos a leitura do texto: OLIVEIRA, Alana Camoça Gonçalves de; FERNANDES, Felipe Gusmão Carioni. Soft power em tempos de quarentena: as estratégias da diplomacia chinesa em meio à pandemia de covíd-19. Boletim de Economia e Política Internacional, Brasília, número 27, página 93-107, maio/ agosto 2020.
Atividade complementar
Auxilie os alunos na leitura e interpretação das informações representadas no mapa e nos gráficos desta página. Comente que entre 2015 a 2017 a China investiu cêrca de 21 bilhões de dólares no Brasil, comprando 21 empresas, entre elas parte da Companhia Paulista de fôrça e Luz ( cê pê éfe éle), distribuidora de energia elétrica com séde em Campinas ( São Paulo). Para garantir o abastecimento de soja, cujo farelo é usado como ração para seus rebanhos de suínos e galináceos, a China tem buscado o contrôle da comercialização desse grão: no Brasil, por exemplo, comprou parte de uma empresa processadora de grãos, entre eles a soja, com séde no estado de Mato Grosso. Esclareça que várias empresas chinesas se estabeleceram no Brasil, seguindo a tendência mundial de desconcentração das atividades econômicas: (máquinas e equipamentos), (eletrônicos), Lenovo (comunicação) e Chery e Jac (automóveis e caminhões), além de outras. Com base no mapa, explique que a China propôs a construção da Ferrovia Bioceânica, ligando o leste do Brasil ao litoral do Peru, no Oceano Pacífico, de onde é mais fácil chegar à China, não somente para atender aos seus interesses de recebimento de soja e de outras matérias-primas, mas também para firmar a presença chinesa na infraestrutura de transportes na América do Sul.
Atividades dos percursos 11 e 12
Registre em seu caderno.
- As taxas de mortalidade infantil expressam as condições de vida de um país. Quais dos países dos bríquis apresentaram a maior taxa de mortalidade infantil em 2019?
- Apresentar o Píbi elevado é suficiente para manter o bem-estar da população de um país?
- Aponte a relação entre Revolução Técnico-Científico-Informacional e a produção e a produtividade de mercadorias e serviços.
- Explique o que é balança comercial.
- Cite dois fatores locacionais tradicionais e dois surgidos após a Revolução Técnico-Científico-Informacional.
- O que é descentralização industrial?
- Quais são os objetivos da investida do capital chinês no mundo?
- Os países africanos são para a China importantes fornecedores de petróleo, terras para a agricultura e matérias-primas, além de constituírem um mercado de consumo para os produtos chineses. Em vista desses interesses, a China tem investido muito na África. Observe o mapa e faça o que se pede.
África: principais investimentos chineses – 2018
Fonte: sanrruãn tierrí. Atlas de la Chine: Les nouvelles échelles de la puissance. Paris: Édition Autrement, 2018. página 87.
hidrocarbonetosglossário
Coltanglossário
Orientações e sugestões didáticas
Respostas
- África do Sul e Índia com 28 por mil. Tal fato retrata as condições precárias de vida, considerando que a taxa de natalidade é um indicador bastante eficaz, pois expressa as condições de saúde de uma população.
- Não. Os casos da China, da Índia e do Brasil esclarecem a questão: são países de elevado Píbi (entre os doze maiores), mas parte de suas populações vive em situação de pobreza, além de outras carências, como saúde, educação, habitação etcétera. O Píbi é um dado absoluto, não levando em conta o nível de desigualdade de rendimento da população.
- A Revolução Técnico-Científico-Informacional alterou a produção e a produtividade de mercadorias e serviços, elevando-as de modo sem precedentes, além de possibilitar o surgimento de novos produtos. Os conhecimentos por ela conquistados possibilitaram agilizar a produção e a troca de informações.
- Balança comercial é a relação entre o valor das exportações e o das importações de um país em um determinado período (mensal ou anual, geralmente). Quando o valor das exportações ultrapassa o das importações, diz-se que tal país teve superávit comercial; quando ocorre o contrário, diz-se que houve déficit comercial.
- Tradicionais: proximidade de fontes de matérias-primas, energia, meios de transporte, mercado consumidor etcétera. Após a Revolução Técnico-Científico-Informacional: mão de obra barata, incentivos fiscais, centros de pesquisa e desenvolvimento etcétera.
- Refere-se a um processo em que, por ação de empresas ou governos e de suas políticas de desenvolvimento industrial, estimula-se a implantação de indústrias em outras regiões, diferentes daquelas onde há concentração industrial, com o objetivo de ganhar competitividade e gerar maiores lucros (empresas) ou dinamizar a economia e o emprego dessas outras regiões (governos).
- Os investimentos chineses no mundo, particularmente na África e na América Latina (incluindo o Brasil), têm o objetivo de transformar a China em uma potência econômica mundial e, em consequência, fortalecer sua influência na ordem mundial ou geopolítica global. Procuram, também, garantir suprimentos de matérias-primas para o desenvolvimento econômico do país, alimentos para sua numerosa população e obras de infraestrutura para suas empresas de engenharia civil.
- Em quais países africanos a China investia na produção de hidrocarbonetos, em 2018?
- Identifique os países africanos com a presença de zonas econômicas especiais chinesas, em 2018.
9. Leia o fragmento de texto e responda à questão.
“ Interessa-se [a China] hoje pela África
— onde não tem passado colonial, e, portanto,
não tem passivo [dívida] – e pela América Latina, para
garantir a energia e as matérias-primas que lhe faltam. .”
bonifáce, Pascal; vêdrine, úberti. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. página 97.
• Se a China não teve passado colonial na África, que países tiveram?
- Realize uma pesquisa sobre a presença econômica chinesa no seu cotidiano e no dos brasileiros em geral, com foco principalmente nas compras de produtos de origem chinesa (roupas, aparelhos eletrônicos etcétera). Faça uma lista, compare-a com as de seus colegas e conversem sobre eventuais vantagens e desvantagens.
- Interprete a tirinha e responda às questões.
- Em qual continente se localizam os países citados?
- Qual dos países citados pertence aos bríquis?
- Você concorda que a tirinha representa a internacionalização da produção e do consumo? Justifique.
12. No município onde você mora há indústrias? Onde se localizam? Pesquise . Depois, considere o centro de seu município como referência para aplicar a rosa dos ventos (com as indicações dos pontos cardeais e colaterais) e aponte em que direção as indústrias se localizam.
Orientações e sugestões didáticas
- a) Na Namíbia, Sudão do Sul, Sudão, Chade, Líbia, Níger, Argélia e Tunísia.
- Em Maurício, Zâmbia, Etiópia, Egito, Argélia e Nigéria.
- Países europeus, como Reino Unido, França, Portugal, Bélgica, Espanha, Itália e Alemanha, que implantaram colônias na África principalmente no século dezenove.
- O objetivo da atividade é o de contextualizar os assuntos tratados na unidade sobre a presença econômica da China no Brasil, de modo que os alunos a observem por meio de produtos de origem chinesa em seu cotidiano ou no de pessoas próximas.
- a) No continente asiático.
- China.
- Espera-se que o aluno realize uma leitura inferencial, relacionando a situação retratada pela tirinha aos seus conhecimentos sobre a distribuição mundial das indústrias e o caráter global da circulação das mercadorias. E, por meio dessa análise, possa concluir que o diálogo da tirinha representa a internacionalização da produção e do consumo.
- Resposta pessoal. É possível que os alunos apontem que as indústrias localizam-se às margens de rodovias, rios ou próximo de fontes de matéria-prima, entre outros fatores locacionais que podem ser identificados.
Glossário
- Distrito de Colúmbia
- Distrito federal dos Estados Unidos onde se localiza uóshinton , a capital do país. Não se deve confundi-la com o estado de dê cê ; daí o uso da abreviatura uóshinton dê cê (Distrito de Colúmbia).
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- Acre
- Medida de área equivalente a .4047 . métros quadrados
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- Mercado interno de consumo
- Conjunto de compradores ou consumidores do próprio país.
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- Puritano
- Membro de uma seita cristã protestante muito rígida em seus princípios; perseguidos na Inglaterra, muitos emigraram para os Estados Unidos.
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- Tutela
- Subordinação ou submissão imposta por alguém mais poderoso.
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- Imperialista
- De imperialismo, dominação econômica, militar, cultural e política de um Estado ou de um grupo de Estados sobre outro Estado ou grupo de Estados.
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- Tecnologia 5G
- Nova geração de internet móvel, com potencial de aumentar a capacidade de armazenamento de dados e a velocidade de conexão, além de permitir que mais dispositivos estejam conectados à rede.
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- Precursor
- Aquele que vai à frente, anunciando algo novo; pioneiro.
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- Paladino
- No texto, em sentido figurado, aquele sempre pronto a defender, garantir ou promover causas justas.
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- Neocolonialismo
- Neo, do grego, significa novo. Trata-se de uma nova fórma de colonialismo, em alusão ao que ocorreu no século . Foi caracterizado pelo processo de dominação política e econômica posto em prática pelas principais potências do século dezesseis . dezenove
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- Valor agregado
- Quantidade de trabalho depositado na fabricação de um produto; quanto mais tecnologia for necessária para produzi-lo, maior será o valor agregado.
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- Concidadão
- Indivíduo que, em relação a outro, nasceu ou vive no mesmo país.
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- Química fina
- Ramo da Química que produz substâncias de alto grau de pureza, usadas na fabricação de medicamentos etcétera
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- Regime flexível de produção
- Modo de divisão da fabricação de um produto em várias unidades produtivas espalhadas por diversos países, ou seja, a produção é fragmentada.
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- Hidrocarboneto
- Composto orgânico formado por hidrogênio e carbono; o petróleo e o gás natural são formados por hidrocarbonetos.
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- Coltan
- Mistura de dois minerais, a columbita (extraída do nióbio) e a tantalita (extraída do tântalo).
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