UNIDADE 3 EUROPA: DIVERSIDADE E INTEGRAÇÃO

Nesta Unidade, você vai conhecer de que fórma a hegemonia e a influência da Europa foram exercidas em várias regiões do planeta e as razões da divisão do mundo em Ocidente e Oriente. Também compreenderá o meio natural e sua estreita relação com a ocupação humana e os usos da terra na Europa. Juntos, vamos explorar os aspectos populacionais desse continente, com destaque para a dinâmica demográfica e a questão da imigração. Estudaremos, ainda, a formação da União Europeia, a economia e as desigualdades socioeconômicas entre países europeus.

Os países europeus apresentam grande variedade paisagística, com diferentes tipos de clima, formações vegetais e fórmas de relêvo. Além disso, é vasta a diversidade cultural e linguística na Europa.

Nesse continente, apesar da integração econômica, política e social promovida pela União Europeia (u ê) em determinados territórios, observam-se, também, distintas realidades quanto ao desenvolvimento socioeconômico, à produtividade industrial e aos indicadores demográficos e sociais, tanto entre os países que não pertencem ao bloco quanto entre seus países-membros.

Fotografia A. Vista para a fachada do edifício que abriga a sede da Comissão Europeia. No centro, a entrada do edifício e acima, a porção da fachada revestida de madeira. Sobre o revestimento, uma placa vertical ocupando praticamente todos os andares do edifício. A placa é azul e contém alguns textos, o mapa-múndi e a bandeira da União Europeia. Nas laterais, a porção da fachada revestida de vidros e estruturas de metais. Acima, céu azul e algumas nuvens.
Fotografia B. Vista para um campo de refugiados situado à beira-mar. No primeiro plano, diversas tendas brancas dispostas lado a lado e pessoas circulado entre elas. Algumas árvores esparsas e via de circulação de veículos sem asfalto. No segundo plano, o mar.
Na foto A, fachada da séde da Comissão Europeia em Bruxelas, capital da Bélgica (2020). Esse órgão executivo da União Europeia é responsável por colocar em prática as políticas comunitárias desse bloco econômico, que respondeu por 18% do Píbi mundial em 2020. Na foto B, campo de refugiados na Ilha de Lesbos, na Grécia (2020).
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VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. O que você sabe sobre os países do continente europeu? Há alguma característica desses países que desperta a sua curiosidade?
  2. Você é capaz de indicar alguns dos países que pertencem à u ê? Saberia descrever a importância política, econômica e social desse bloco para os seus Estados-membros?
  3. Diariamente, chegam aos países da Europa centenas de migrantes e refugiados de diferentes partes do mundo. Em sua opinião, por que esse continente é um dos principais destinos migratórios do mundo?

PERCURSO 9 ORIENTE E OCIDENTE: UMA INVENÇÃO EUROPEIA

1. Europa: continente ou península da Eurásia?

Do ponto de vista físico, a Europa fica na porção oeste da grande massa continental da Eurásia (Europa e Ásia), em uma grande penínsulaglossário . Observe o mapa.

Eurásia: físico

Mapa. Eurásia: físico. Mapa físico da Eurásia indicando o pico mais elevado, os principais rios e mares e as diversas altitudes da superfície do continente, que varia de zero a 2.500 metros ou mais.
Pico mais elevado: Everest, 8.848 metros de altitude.
Principais rios: Danúbio, Volga, Tobol, Dinieper, Eufrates, Tigre, Don, Amu Daria, Indo, Ganges Mekong, Yang Tsé-Kiang, Amur, Lena Huang-Ho e Ienissei e Kolina.
Principais mares: Negro, Cáspio e Aral.
Altitudes de 2.500 metros ou mais concentram-se principalmente nos Montes Kunlun, Planalto do Tibete, Himalaia, Montes Zagros, Islândia, Planalto da Arábia, Alpes, Pirineus, Cárpatos, Alpes Escandinavos, Cáucaso, Montes Altai, Montes Verkoiansk e Hindu Kush.
As altitudes de 200 metros a 2.500 metros concentram-se principalmente na Península Ibérica, Apeninos, Balcãs, Taurus, Planalto do Decã, Planalto Central Siberiano, Montes Urais, Montes Kolima, Japão, Península Coreana, Montes Iablonovi, Ilhas Britânicas, Indonésia e Ilha de Bornéu.
Grande parte do território eurasiático tem altitudes entre zero e 200 metros, com destaque para a Planície da Sibéria, Planície Sarmática e a Planície do Rio Indo.
Na porção norte do Mar Cáspio, há a Depressão Caspiana, cujas altitudes são abaixo do nível do mar.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.080 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 88 e 94; í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 42 e 46.

Grafismo indicando atividade

Qual é a fórma de relêvo predominante na Europa?

Os Montes Urais, os mares Negro e Cáspio e a Cordilheira do Cáucaso são considerados os limites naturais entre a Europa e a Ásia. Historicamente, eles representaram obstáculos físicos para a integração entre os povos do leste e do oeste da Eurásia.

Sob os aspectos histórico, político e social, entretanto, a Europa é considerada um continente em virtude dos fatores que a distinguem tanto do conjunto mundial quanto da Ásia (observe o mapa da página seguinte). A Europa foi o centro de movimentos importantes, com desdobramentos em todo o mundo, como a democracia grega, o direito romano, o renascimento cultural e artístico, o capitalismo, a Revolução Industrial (1750), a Revolução Francesa (1789) e a implantação do socialismo.

Europa: político – 2021

Mapa. Europa: político, 2021. Mapa político da Europa, representando os países, as respectivas capitais e os microestados.
Islândia – Reikjavik. 
Noruega – Oslo. 
Suécia – Estocolmo. 
Finlândia – Helsinki. 
Rússia (Parte Europeia) – Moscou. 
Belarus – Minsk. 
Ucrânia – Kiev. 
Estônia – Tallin. 
Letônia – Riga. 
Lituânia – Vilna. 
Dinamarca – Copenhague. 
Reino Unido – Londres. 
Irlanda – Dublin. 
Países Baixos – Amsterdã. 
Alemanha – Berlim. 
Polônia – Varsóvia.
Bélgica – Bruxelas. 
França – Paris. 
República Tcheca – Praga. 
Eslováquia – Bratislava. 
Moldávia – Kichinev. 
Romênia – Bucareste. 
Hungria – Budapeste. 
Áustria – Viena. 
Croácia – Zagreb. 
Bulgária – Sofia. 
Macedônia – Skopje. 
Grécia – Atenas. 
Itália – Roma. 
Espanha – Madri. 
Portugal – Lisboa. 
Albânia – Tirana.
Grécia – Atenas. 
Sérvia – Belgrado. 
Macedônia do Norte – Skopje. 
Turquia (parte europeia) –  Istambul.
Montenegro (7) - Podgorica. 
Malta – Valeta. 
Eslovênia – Liubliana. 
Luxemburgo – Luxemburgo.
Malta – Valeta. 
Microestados: 1 – Andorra, divisa da França com Espanha. 2 – Mônaco, entre França e Itália. 3 – Liechtenstein, entre Suíça e Áustria. 4 – San Marino, Itália. 5 – Vaticano, Itália. 6 – Bósnia-Hezergovina, capital Sarajevo. 7 – Montenegro. 8 – Kosovo, capital Pristina (até meados de 2022, Kosovo ainda aguardava o reconhecimento internacional de sua independência.), entre Bulgária e Sérvia. 
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 330 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 43.

asteriscoAté meados de 2022, Kosovo ainda aguardava o reconhecimento internacional de sua independência.

Grafismo indicando atividade

Que países têm uma parte do território localizada na Europa e outra na Ásia?

A formação dos primeiros blocos econômicos ocorreu na Europa, onde, ao longo da história, houve muitos conflitos internos para a formação de Estados nacionais. A Europa também foi campo de batalha de duas guerras mundiais – a primeira, entre 1914 e 1918, e a segunda, entre 1939 e 1945 –, que causaram a morte de milhões de pessoas e não apenas alteraram as fronteiras entre seus Estados, mas também resultaram na formação de novos países. Observe, nos mapas da página seguinte, a divisão política europeia durante e após a Primeira Guerra Mundial.

Comparando o mapa desta página com os dois mapas da página seguinte, nota-se que as fronteiras de muitos países europeus se alteraram desde o início do século vinte, sobretudo nas porções central e leste do continente. Ao final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, por exemplo, o fim do Império Austro-Húngaro resultou na formação da Tchecoslováquia, da Áustria, da Hungria, da Iugoslávia e da Polônia. Atualmente, as áreas da antiga Tchecoslováquia correspondem à República Tcheca e à Eslováquia – a dissolução ocorreu com base em um acôrdo estabelecido em 1993.

Europa: divisão política em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial

Mapa A. Europa: divisão política em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial. Mapa mostrando a organização do espaço político europeu durante Primeira Guerra Mundial.
Tríplice Aliança (1882) e aliados: Império Otomano (Turquia – 1918, capital: Constantinopla), Bulgária (capital: Sófia), Império Austro-Húngaro (capital: Viena),  Alemanha (capital: Berlim). 
Tríplice Entente (1902) e aliados: Império Russo (capital: São Petersburgo), Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda (capital: Londres), França (capital: Paris), Portugal (capital: Lisboa), Grécia (capital: Atenas), Romênia (capital: Bucareste), Sérvia (capital: Belgrado). 
Maio 1915: Itália (capital: Roma) entra na guerra, mas do lado da Tríplice Aliança. 
Países neutros: Suécia (capital: Estocolmo), Noruega (capital: Cristiânia), Dinamarca (capital: Copenhague), Islândia (pertencente à Dinamarca; capital da Islândia: Reikjavik), Espanha (capital: Madri), Suíça (capital: Berna), Países Baixos (capital: Amsterdã). 
Países invadidos pelas forças da Alemanha e da Áustria-Hungria: Albânia (capital: Durrës), Montenegro (capital: Cetinje), Bélgica (capital: Bruxelas). 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 480 km.

Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. décima sexta edição São Paulo: Ática, 1998. página 27.

Europa: divisão política após a Primeira Guerra Mundial – 1922

Mapa B: Europa: divisão política após a Primeira Guerra Mundial, 1922. Mapa mostrando a organização do espaço político europeu após Primeira Guerra Mundial.
Novos países por independência do Império Russo: Finlândia (capital: Helsink); Estônia (capital: Tallin); Letônia (capital: Riga); Lituânia (capital: Kaunas).
Novos países por independência do Império Austro-Húngaro: Polônia (capital: Varsóvia); Tchecoslováquia (capital: Praga); Hungria (capital: Budapeste); Iugoslávia (capital: Belgrado); Áustria (capital: Viena).
Novo país por independência da Dinamarca: Islândia (capital: Reikjavik).
Novo país por independência do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda: Irlanda (capital: Dublin).
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 480 quilômetros.

Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. décima sexta edição São Paulo: Ática, 1998. página 27.

Grafismo indicando atividade

Comparando este mapa com o mapa A, aponte uma alteração ocorrida no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e outra no Império Austro-Húngaro.

A “dança das fronteiras” dos países ou Estados europeus continuou após a Primeira Guerra Mundial, como também após a Segunda: a Estônia, a Letônia e a Lituânia foram incorporadas à União Soviética em 1940; e, em 1991, com a dissolução da União Soviética, essas três repúblicas soviéticas tornaram-se Estados soberanos, juntamente com Belarus, Ucrânia, Rússia e Moldávia, que faziam parte da União Soviética (localize esses países no mapa da página anterior).

2. Hegemonia europeia e divisão do mundo em Ocidente e Oriente

A expansão marítimo-comercial europeia nos séculos quinze, dezesseis e dezessete foi o marco inicial da construção da hegemonia da Europa no mundo entre esses séculos e a Primeira Guerra Mundial.

Ao incorporar a África, a América e a Oceania ao seu horizonte geográfico e fundar colônias na América e feitorias na África e na Ásia, a Europa ampliou consideravelmente o seu espaço comercial, permitindo que se realizasse a “acumulação primitiva do capital”, ou seja, o processo de acumulação de riquezas, que, posteriormente, nos séculos dezoito e seguintes, possibilitou a alguns países europeus, como Inglaterra, França, Bélgica, Itália, Alemanha etcétera, a realização da Primeira e da Segunda Revolução Industrial e a implantação do capitalismo industrial e do neocolonialismo ou imperialismo.

No século dezenove, esses países se lançaram sobre a África e a Ásia, substituindo as feitorias do século dezesseis pela apropriação de territórios e a implantação de impérios coloniais. Apesar da resistência de povos africanos e asiáticos, a superioridade técnica, principalmente em armamentos, facilitou a conquista.

Observe os mapas desta página e da seguinte, que representam a hegemonia europeia no mundo em dois períodos históricos: durante o capitalismo comercial e durante o capitalismo industrial.

Mundo: colônias e feitorias europeias – século dezesseis

Mapa. Mundo: colônias e feitorias europeias, século dezesseis. Mapa mostrando a hegemonia europeia na organização do espaço mundial no século dezesseis.
Área de influência:
Árabe: porção sudoeste da Península Arábica e litoral leste da África.
Espanhola: porção central da Península Ibérica, Filipinas, sul da América do Norte,  sul e ilhas da América Central e porção central e oeste da América do Sul.
Francesa: porção central da Europa, leste da América do Norte (Louisiana) e pequena porção no norte da América do Sul.
Holandesa: pequena porção no norte da Europa e da América do Sul, extremo sul da África e Indonésia.
Inglesa: Grã-Bretanha, costa leste da América do Norte, pequena porção no norte da América do Sul, litoral da Austrália e Nova Zelândia (século dezenove).
Portuguesa: costa oeste da Península Ibérica e porção leste da América do Sul.
Colônias e feitorias:
Árabes: Cairo (no norte da África), Meca (na Península Arábica) e Mogadício (na costa leste da África).
Espanholas: não há.
Francesas: alguns pontos na costa noroeste da África, na Ilha de Madagascar e costa litorânea da Índia.
Holandesas:  noroeste da África, extremo sul do continente, porção sul da Índia, litoral ao sul da Índia, região sudeste da Ásia (Índias Holandesas), ilhas do litoral da China e ilha no sul do Japão.
Inglesas: alguns pontos na costa noroeste da África e porção norte da Índia, região litorânea da Índia.  
Portuguesas: diversos pontos situados na costa oeste e leste da África, costa oeste da Índia e litoral da China.
Estados:
Africanos: diversas porções do centro-norte e centro-sul da África. 
Indianos: interior e leste da Índia. 
Muçulmanos: porção norte, noroeste, oeste, sul, e nordeste da Índia. 
Impérios:
Asteca: centro-sul do México. 
Inca: costa oeste da América do Sul.
Maia: porção central da América Central.
Otomano: norte da África e da Península Arábica, oeste do Oriente Médio, sudeste da Europa.
Muralha da China: norte da China.
Cidade (data de fundação):
Jamestown (1606), na costa leste da América do Norte. 
Havana (1515), no litoral atlântico da América Central. 
Quito (1534) e Santiago (1541), na costa oeste da América do Sul.
Buenos Aires (1536), São Paulo (1554), Santa Cruz (1504) e São Salvador (1549) na costa leste da América do Sul.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.900 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em Quínder, Rírman; Rilgamán Véarná. Atlas histórico mundial: de los orígenes a la Revolución Francesa. Madrid: Istmo, 1970. página 232, 236, 240, 242 e 298.

Grafismo indicando atividade

A presença europeia no mundo, no século dezesseis, já era significativa. Aponte o país europeu que tinha o maior número de feitorias na costa oriental da África e na Ilha de Madagascar.

Mundo: territórios controlados por nações europeias, Japão e Estados Unidos no final do século dezenove

Mapa. Mundo: territórios controlados por nações europeias, Japão e Estados Unidos no final do século dezenove. Mapa mostrando a hegemonia europeia na organização do espaço mundial no século dezenove.
Grã-Bretanha (RUN): Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, ilhas da Oceania, Índia, União Sul-Africana, porção nordeste da África, extremo sudoeste da Península Arábica, pequenas porções na costa oeste da África, Canadá e pequena porção no norte da América do Sul. 
França (FRA): França, porção centro-oeste da África, Ilha de Madagascar, Indochina, pequena porção no norte da América do Sul.
Alemanha (ALE): Alemanha, norte da Europa e pequenas porções ao longo da costa oeste e pequena porção na costa leste da África.
Itália (ITA): Itália, extremo norte (Tripolitânia) e leste da África (Somália).
Países Baixos (PBS): pequena porção no norte da Europa e ilhas da Indonésia (Índias Neerlandesas).
Bélgica (BEL): pequena porção no norte da Europa e centro da África (Congo Belga).
Portugal (POR): Portugal, na costa oeste da Península Ibérica, Angola e Moçambique no sul da África.
Espanha (ESP): Espanha no centro da Península Ibérica e costa noroeste da África (Rio de Oro).
Japão (JAP): Japão e pequena porção no sudeste da Ásia (ou no leste da China). 
Dinamarca (DIN): pequena porção no norte da Europa, Islândia e Groenlândia.
Estados Unidos (EUA): Estados Unidos, Alasca e Filipinas. 
Na porção inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.390 quilômetros.

Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: fei , 1991. página 138-139.

Grafismo indicando atividade

Territórios das Américas Central e do Sul foram colonizados, principalmente, por Espanha e Portugal. Por que essas áreas não estão representadas como colônias nesse mapa?

Observa-se que a influência europeia no mundo foi grande nos dois períodos históricos representados, do século dezesseis ao dezenove. E continuou pelo século vinte, pois a descolonização africana e asiática ocorreu somente na segunda metade do século vinte, com exceção da Índia, em 1947.

A influência europeia também se estendeu pelo mundo por meio de instituições, leis, religiões, fórmas e sistemas de govêrno, línguas, artes, filosofias, ciências, tecnologias etcétera A Europa ditava a moda na maneira de vestir e na de pensar e na educação formal, e a língua francesa era falada entre as classes sociais mais abastadas em diferentes países do mundo.

Após a Primeira Guerra Mundial, com a emergência dos Estados Unidos à condição de potência industrial, a hegemonia europeia começou a declinar, apesar de manter até os dias atuais grande presença política, econômica e científica nas relações internacionais.

O Ocidente inventou o Oriente

Apesar de as noções de oriente – lado do horizonte em que o Sol “nasce” – e ocidente – lado do horizonte em que o Sol “se põe” – serem usadas desde o século trêsantes de Cristo pelo Império Romano, que dividiu o seu vasto território conquistado em duas partes para melhor administrá-lo, sob o ponto de vista histórico-político-geográfico essas expressões somente se consolidaram durante as grandes navegações marítimo-comerciais europeias dos séculos quinze e dezesseis.

Foi em 1596 que o cartógrafo e matemático belga Gerrár Kremer, conhecido como Mêrcator, elaborou um planisfério representando a Europa na porção central e superior dele (observe o planisfério da página seguinte). Essa representação cartográfica atendia plenamente à ideia de supremacia da Europa no mundo, naquele período. Ela é, portanto, eurocêntrica e deve ser entendida como a expressão de seu etnocentrismoglossário .

A representação de Mêrcator é usada no Brasil e em outros países e demonstra a influência europeia no mundo. Na Unidade 7, você também aprenderá sobre essa visão eurocêntrica do mundo, que o dividiu em Oriente Próximo, Oriente Médio e Extremo Oriente.

Planisfério de Mêrcator

Mapa. Planisfério mostrando os continentes, paralelos e meridianos. Os continentes situados na porção norte do planeta e a Antártida são apresentados de forma distorcida, com a área maior do que o tamanho real. Na porção inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 5.440 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 10.

O Meridiano de Greenwich: outro exemplo de visão eurocêntrica

Em 1884, em Washington, capital dos Estados Unidos, foi realizada a Conferência Internacional do Meridiano. Foi aí decidido que o Meridiano Principal deveria ser o meridiano que passa no Observatório Real de Greenwich, localizado na cidade de mesmo nome, próximo a Londres, capital do Reino Unido. Essa escolha mostra a supremacia inglesa, maior potência naval e econômica do mundo à epoca.

Outros meridianos poderiam ser escolhidos como principal ou de longitude 0grau. A escolha do Meridiano de Greenwich também expressa a consolidação da visão eurocêntrica do mundo.

Fotografia. No primeiro plano, escadaria que dá acesso a um edifício histórico ao lado de um muro de tijolo com o letreiro: Royal Observatory Greenwich. No segundo plano, o edifício histórico composto por uma fachada com portas de vidros, colunas, frontão triangular, chaminés e uma cúpula redonda na parte de trás. O edifício é revestido por blocos  na cor laranja.
Observatório Real de Greenwich, em Londres, Reino Unido (2022).

Orientalismo e Ocidentalismo

Entendido como a visão que o Ocidente tem do Oriente ou de seus povos, o Orientalismo é marcado desde tempos históricos passados por imagens distorcidas e até mesmo preconceituosas, desconsiderando-se que muitas contribuições culturais e científicas foram dadas pelo Oriente.

Não há dúvidas de que o etnocentrismo do Ocidente serviu aos interesses das potências ocidentais e justificou ideologicamente os atos de apropriação de territórios no Oriente para a subordinação de seus povos e para a formação de impérios coloniais nos séculos dezenove e vinte sob a lógica do neocolonialismo e do imperialismo (consulte o mapa da página anterior), que enriqueceram os países colonialistas europeus.

Desse modo, podemos dizer que as relações históricas entre “Ocidente” e “Oriente” foram marcadas por relações de poder e de dominação que, até o momento atual, não desapareceram por completo. Exemplos recentes dessas relações foram as invasões ao Afeganistão, em 2001, e ao Iraque, em 2003, lideradas pelos Estados Unidos em coligação com forças militares do Reino Unido e de outros países, que, a pretexto de combater o terrorismo, tinham interesses econômicos e geopolíticos.

Se, por um lado, as críticas que se fazem a regimes não democráticos e à supressão dos direitos das mulheres em muitos países do Oriente são verdadeiras, por outro lado, não podemos esquecer que o Ocidente se comporta de fórma ambígua em relação a isso: apoia regimes autoritários se forem convenientes aos seus interesses, ou os reprova se não forem. Essa ambiguidade ocorreu também em muitos países ocidentais que viveram sob regimes ditatoriais, como Chile, Brasil, Argentina, Uruguai etcétera

PERCURSO 10 EUROPA: CARACTERÍSTICAS FÍSICO-NATURAIS E POPULAÇÃO

1. Regiões naturais

Considerando características de clima, vegetação e relêvo, o continente europeu pode ser regionalizado em três porções: Europa do Norte, Europa Oceânica e Continental e Europa do Sul.

Europa do Norte

Situada, em sua maior parte, em latitudes superiores a 60grausnorte, nela predominam o clima polar, com a vegetação de Tundra, e o clima frio, com a Floresta Boreal, chamada também de Floresta de Coníferas ou Taiga, intensamente explorada pela atividade madeireira e pela indústria de papel e celulose. Em relação ao relêvo, destacam-se os Alpes Escandinavos e a Planície Lacustre da Finlândia.

Europa Oceânica e Continental

Nessa região, que compreende as grandes planícies europeias situadas entre as terras de clima frio, ao norte, e as cadeias de montanhas, ao sul, predominam os climas temperado continental e oceânico. Na porção oriental, ocorre o clima semiárido, abrangendo a porção oeste do Mar Cáspio com vegetação de estepes.

O meio natural encontra-se profundamente alterado pela ação humana. Essa região abriga grandes cidades, como Paris, Londres, Berlim e Moscou.

Fotografia. Vista aérea para uma área rural composta por diversos lotes com tamanhos e tipos de cultivos distintos. Entre os lotes, há algumas casas e árvores esparsas. Ao fundo, colinas cobertas por floresta. Acima, céu azul.
Nas planícies da Europa Oceânica e Continental estão localizadas cidades importantes da Europa, resultantes de um longo processo de desenvolvimento e ocupação do território. Na foto, planície com campos de cultivo na região de Dordonha, na França (2019).

Europa do Sul

Região voltada para o Mar Mediterrâneo, que se estende desde a Espanha até o Cáucaso e apresenta as seguintes formações do relêvo: as Altas Montanhas (Pireneus, Alpes, Cárpatos e Cáucaso), que, em razão das elevadas altitudes e do clima frio, dificultam a fixação humana; as Montanhas Mediterrâneas (os Montes Apeninos, na Itália, os Alpes Dináricos e os Bálcãs, que compreendem Grécia, Albânia, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Croácia etcétera); e as planícies e os planaltos mediterrâneos.

O clima mediterrâneo caracteriza parte das montanhas, as planícies e os planaltos dessa região, cuja paisagem natural sofreu intenso processo de ocupação humana. Nessa área, localizam-se cidades importantes, como Lisboa, Madri, Marselha e Milão. Observe o mapa e os climogramas da página seguinte.

Fotografia. Vista aérea para uma ocupação urbana na costa litorânea. À direita, faixa de areia da praia, falésia, quebra-mar e construções com piscina à beira-mar. Ao lado, avenida extensa e movimentada e área urbana bastante adensada e arborizada, com diversos tipos de edificações. À esquerda, o mar em tons de verde e azul. Ao fundo, montanhas e céu azul.
A porção sul da Europa apresenta, historicamente, intensa ocupação do seu território, entre outros motivos, pela facilidade de deslocamentos fluvial e marítimo. Na foto, vista do Mar Mediterrâneo em Málaga, no sul da Espanha (2019).

Europa: meio natural e ação humana

Mapa. Europa: meio natural e ação humana. Mapa representando os domínios naturais das diferentes regiões do continente europeu.
Europa do Norte.
Domínio da Tundra, de planícies subpolares e de montanhas (clima polar): Islândia e Alpes Escandinavos, entre Noruega e Suécia.
Domínio da Taiga e de terrenos onde se desenvolvem plantas rasteiras e silvestres; região de frio menos intenso a oeste graças à influência marítima (clima frio): o entorno dos Alpes Escandinavos e norte da Grã Bretanha e Irlanda.
Europa Oceânica e Continental.
Domínio das planícies, meio natural profundamente alterado pela ação humana e substituído pela agricultura (clima temperado): centro sul da Grã Bretanha, Irlanda, porções no norte e centro do continente, porção leste (Planalto de Valdai, Planalto do Volga, Planalto Central Russo).
Meio montanhoso com domínio de floresta com muitos trechos modificados pela ação humana (clima temperado): interior da Grã Bretanha, e interior da grande planície europeia no centro-oeste da Europa. 
Domínio do clima semiárido: Depressão Caspiana e porção sul dos Montes Urais.
Europa do Sul.
Domínio do clima frio de alta montanha: Pirineus, Alpes, Cáucaso e Cárpatos. 
Montanhas mediterrâneas marcadas, em muitas áreas, pela total destruição do meio físico (clima mediterrâneo): porção leste do Planalto de Castela, Apeninos, Alpes Dináricos e Balcãs.
Planícies e planaltos mediterrâneos totalmente modificados pela ação humana (clima mediterrâneo): Planície Lacustre da Finlândia, Planície Sarmática, entorno da Depressão Caspiana e litoral da Itália. Na porção inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 340 quilômetros. 
Embaixo do mapa, destaque para o climograma de algumas cidades.
Cidade de Murmansk (Rússia), clima Polar: precipitação abaixo dos 100 milímetros o ano todo e temperatura oscilando entre menos 20 e 10 graus Celsius ao longo dos meses.
Cidade de Sonnblick (Áustria), clima Frio de alta montanha: precipitação média em torno de 120 milímetros com pouca oscilação ao longo dos meses e temperatura oscilando entre menos 10 e 2 graus Celsius ao longo dos meses.
Cidade de Arkhangelsk (Rússia), Frio: precipitação baixa ao longo dos meses do ano, entre 30 e 80 milímetros e temperatura oscilando entre menos 10 e 20 graus Celsius ao longo dos meses.
Cidade de Londres (Reino Unido), Temperado: precipitação média em torno de 50 milímetros com maior concentração no outono e temperatura oscilando entre menos 3 e 15 graus Celsius ao longo dos meses.
Cidade de Roma (Itália), Mediterrâneo: precipitação média em torno de 100 milímetros no inverno e 30 milímetros no verão e temperatura oscilando entre menos 10 e 28 graus Celsius ao longo dos meses.
Cidade de Astrakhan (Rússia), Semiárido: precipitação baixa ao longo dos meses do ano, entre 10 e 50 milímetros e temperatura oscilando entre 2 e 30 graus Celsius ao longo dos meses.

Fontes: elaborado com base em beidóuer, êni (organizador). Géographie. Paris: Hatier, 1997; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição São Paulo: Moderna, 2013. página 22; Centro de Investigaciones Fitosociológicas. Sistema de clasificación bioclimática mundial. Disponível em: https://oeds.link/o5Hd5k. Acesso em: 16 março. 2020; Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 504.

Grafismo indicando atividade

Que região natural da Europa foi menos modificada pela ação humana? Explique.

2. Rios: o uso intenso de uma herança natural

A Europa apresenta rica e bem distribuída rede hidrográfica, que, historicamente, constituiu vias naturais de circulação – fator essencial para a prosperidade de várias regiões e cidades – e continua exercendo papel relevante na navegação, na produção de energia elétrica, na irrigação de terras para a agricultura, na piscicultura e no turismo.

Três rios que percorrem o território europeu se destacam pela importância econômica: Volga, Danúbio e Reno (localize-os no mapa da página anterior).

Rio Volga

O mais extenso rio da Europa nasce no Planalto de Valdai, na porção europeia da Rússia, percorre .3690 quilômetros, descreve uma ampla curva em tôrno de Moscou e deságua em um grande delta no Mar Cáspio.

Embora suas águas fiquem congeladas no inverno, esse rio é responsável por cêrca de 50% do tráfego fluvial russo. Além disso, ao longo de seu curso, há várias barragens e hidrelétricas.

Rio Danúbio

Com .2860 quilômetros, o Rio Danúbio nasce na Alemanha e atravessa oito países até desembocar no Mar Negro. Quatro capitais são banhadas por esse rio: Viena (Áustria), Bratislava (Eslováquia), Belgrado (Sérvia) e Budapeste (Hungria).

A bacia hidrográfica do Rio Danúbio tem muita importância para a economia da Europa centro-oriental, pois permite que embarcações cheguem ao Mar Negro e, então, ao Mar Mediterrâneo, que constitui uma plataforma comercial para atingir os mercados mundiais.

Rio Reno

Esse rio é um eixo fundamental para a integração econômica entre Suíça, Alemanha, França e Países Baixos. Com .1326 quilômetros da nascente (nos Alpes Suíços) à foz (no Mar do Norte), fica próximo ao principal porto europeu, o de Roterdã, nos Países Baixos.

Fotografia. À direita, vista de um rio com algumas embarcações atracadas nas margens e ponte com estruturas arqueadas. À esquerda, parque linear com árvores e passeio público às margens do rio e torres de edifícios históricos. Acima, céu azul com muitas nuvens.
Embarcações no Rio Reno, em Colônia, a quarta maior cidade em população da Alemanha, que abriga um dos mais importantes portos fluviais do país (2019).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Na região em que você vive há algum rio navegável? Indique a importância econômica da navegação nesse rio.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Túnel Mont Blanc

“A cidade francesa de Chamonix e a cidade italiana de Courmayeur estão a menos de 13 quilômetros uma da outra em qualquer mapa, mas até recentemente não havia nenhum caminho fácil entre as duas. As estradas tinham longos desvios pelos desfiladeiros de Alpine para leste ou oeste, enquanto os pedestres enfrentavam uma caminhada de três dias pelo maciço central de Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa Ocidental. Embora as primeiras propostas para o túnel tenham sido postas em evidência no século dezenove, foi somente após a Segunda Guerra Mundial que os governantes franceses e italianos reconheceram a possibilidade desse projeto. Após uma análise promissora, experimentada pelo lado italiano em 1949, foi assinado um acôrdo para prosseguir mais tarde, naquele ano – embora outros dez anos tiveram de ser aguardados para o início da construção.

O projeto todo do Túnel Mont Blanc desafiou engenheiros até o limite de suas habilidades. O túnel de 12 quilômetros era o mais longo já empreendido e, no início do século vinte e um, ainda permanece, de longe, o túnel mais profundo do mundo, com .2480 metros abaixo do solo enquanto penetra o centro da montanha.

Condições difíceis

Utilizando métodos de engenharia que nunca haviam sido testados anteriormente nessa escala, o túnel foi escavado por uma máquina gigante para abrir túneis, que avançava a uma proporção de até 8 metros por dia. O trabalho era frequentemente interrompido por desastres, inclusive inundações e desmoronamentos de tetos, enquanto as condições na superfície eram, às vezes, raramente melhores no meio ambiente sombrio e de elevada altitude. Certa ocasião, o campo de trabalho italiano foi realmente destruído por uma avalanche. Apesar dessas contrariedades, as duas equipes se encontraram no centro da montanha no dia 14 de agosto de 1962, com uma saliência de menos de 13 centímetros entre os alinhamentos de seus túneis. reticências

arrêrn, Alison et al. 100 maravilhas do mundo moderno. São Paulo: Ciranda Cultural, 2008. página 68.

Fotografia em preto e branco. Destaque para uma pista de asfalto dentro um túnel de concreto. A pista é dupla e há um automóvel antigo circulando sobre a faixa da direita. Na parede direita do túnel, há duas placas: Italia e France. E no teto, há lustres com luzes acesas.
Túnel Mont Blanc visto do lado francês, em Chamonix Mont-Blanc, França (1965).
Mapa. Continente europeu. Destaque para a localização do Túnel Mont Blanc na fronteira entre a França e a Itália. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.030 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 89.

 Interprete

1. Explique por que o projeto do Túnel Mont Blanc foi desafiador.

 Argumente

2. Considerando o exemplo do texto, explique de que maneira o conhecimento científico pode contribuir para estimular a integração de diferentes lugares.

3. Ocupação e uso da terra

Há estreita relação entre as características físico-naturais da Europa, a ocupação humana e os usos da terra. Comparando o mapa da página 81 com os mapas A e B desta página, podemos observar que, do extremo norte ao extremo sul, o clima, o relêvo e o solo exerceram grande influência na ocupação humana e nos usos da terra desse continente, assim como nos demais continentes.

Observe no mapa A, por exemplo, que regiões da Alemanha, da Bélgica e dos Países Baixos, como as “atravessadas” pelos rios Reno e Elba, apresentam densidades elevadas (de 109 a mais de .1000 habitantes por quilômetro quadrado), pois, no decorrer do tempo, os rios facilitaram a ocupação humana e intensificaram o dinamismo econômico.

Europa: densidade demográfica e principais cidades – 2019

Mapa A. Europa: densidade demográfica e principais cidades, 2019. Mapa representando as áreas mais adensadas e as maiores cidades do continente europeu.
Habitantes por quilômetro quadrado:
Menos de 35 habitantes por quilômetro quadrado: centro e norte da Noruega, Finlândia e Suécia; oeste da Irlanda; interior de Portugal e Espanha; poções do interior da França, da Grécia e dos países do Báltico (Estônia, Letônia, Lituânia).
De 35 a 70 habitantes por quilômetro quadrado: interior da Irlanda, porções do sul da Noruega, Suécia, Finlândia; porções no interior de Portugal, Espanha, França, Áustria, Grécia.
De 70 a 109 habitantes por quilômetro quadrado: trechos da costa litorânea de Portugal, Espanha e França; porção norte e sul da Itália; interior da Alemanha; sul da Polônia e República Tcheca.
De 109 a 300 habitantes por quilômetro quadrado: trechos da costa litorânea de Portugal, Espanha e França; diversas regiões da Itália, da Alemanha, Países Baixos, Bélgica, República Tcheca e Suíça.
De 300 a 1.000 habitantes por quilômetro quadrado: área central e trechos da costa leste da Espanha; pequeno trecho da costa litorânea de Portugal; porção norte da Itália; entorno de Paris e áreas do interior e costa mediterrânea da França; porção sul de Países Baixos; norte da Bélgica; porções do interior da Alemanha; entorno de Bucareste (Romênia).  
Acima de 1.000 habitantes por quilômetro quadrado: Lisboa, Paris, Berlim, Varsóvia, Praga, Belgrado, Istambul, Belgrado; áreas espalhadas no interior da Polônia, Alemanha, Itália, Áustria. 
Dados não disponíveis: Reino Unido, Bósnia-Hezergovina, Rússia (Parte europeia).  
Principais cidades (em milhões de habitantes): 
Acima de 3 milhões de habitantes: Berlim e Madri.
Mais de 1 a 3 milhões de habitantes: Roma, Belgrado, Varsóvia, Bucareste, Paris, Praga, Istambul. 
De 500 mil a 1 milhão de habitantes: cidades do norte da Itália, parte oeste da Alemanha; cidades do norte e sul da Espanha; cidades do interior da França, da Romênia; cidades da costa leste e interior da Bulgária, da Polônia; cidades do interior da Áustria, Bélgica e da República Tcheca; cidades do sudoeste de Países Baixos.
Na porção inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 400 quilômetros.

Fontes: EUROSTAT. Statistical Atlas Eurostat regional yearbooktuên tuên uãn: population density, 2019. Disponível em: https://oeds.link/LiNjXA Cities: Population on 1 January, 2017. Disponível em: https://oeds.link/encbfC. Acessos em: 16 março 2022.

Europa: uso da terra – 2020

Mapa B. Europa: uso da terra, 2020. Mapa representando os tipos de usos da terra predominantes do continente europeu.
Terras improdutivas: extremo norte do continente e norte da Itália. 
Florestas: predominantemente no norte do continente, principalmente Suécia, Finlândia e nordeste da Rússia. 
Criação de gado: porções no norte do continente, no Reino Unido, norte e sul da Península Ibérica, sul da França e margem leste do Mar Adriático. 
Culturas e criação de gado: porção norte e leste da Península Ibérica; centro da França, costa leste do Reino Unido, interior da Itália e da porção central do continente.
Cultura de cereais (trigo, milho, aveia etc.): porção sudeste do continente (Ucrânia e sul da parte europeia da Rússia, principalmente); norte da Itália e da França; pequenas porções na Alemanha, Bélgica, Hungria, Romênia.
Agricultura mediterrânea (frutas, oliveiras, arroz etc.): porção sul e oeste da Península Ibérica; sul da França, litoral da Itália e da Grécia.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 53; EUROPEAN Space Agency. Europe land-cover mapped in 10m resolution. 20 março 2020. Disponível em: https://oeds.link/PfICuT. Acesso em: 24 março 2022.

Grafismo indicando atividade

Como você caracteriza o uso da terra na Península Ibérica?

No extremo norte, próximo à latitude do Círculo Polar Ártico (66graus norte), abrangendo a Península da Escandinávia e o Norte da Finlândia e da Rússia, em razão do clima polar, as densidades demográficas são baixas, menos de 35 habitantes por quilômetro quadrado, chegando a 1 habitante por quilômetro quadrado em determinadas regiões, e as terras são improdutivas, mas há criação de renas por “povos do frio”, que estudaremos no Percurso 32.

Próximo à latitude 60graus norte, também por causa do clima, as densidades demográficas são baixas e o domínio nessa região é da Taiga, formação florestal de coníferas (pinheiros e outros), explorada para a extração de madeira e celulose para as fábricas de papel (foto A).

Fotografia A. Vista para uma floresta composta por árvores de troncos e folhas finos e solos cobertos por vegetação rasteira e musgo. Entre as árvores, uma máquina de extração de madeira vermelha suspende um tronco; no solo, alguns troncos cortados.
Extração de madeira em floresta de coníferas na região central da Finlândia (2019).

Entre as latitudes de 40graus norte e 60grausnorte, já no domínio de clima temperado e de extensas planícies, as densidades demográficas são mais elevadas e abrigam grandes e importantes cidades europeias, como Londres, Paris, Berlim, Praga e Varsóvia (consulte o mapa A da página anterior); é a principal área de cultivo de cereais (trigo, aveia, milho etcétera) e de associação entre culturas variadas, como a beterraba açucareira e a pecuária (foto B); entre essas latitudes e no extremo leste da Europa e do lado ocidental do Mar Cáspio, e estendendo-se para o norte, o clima é semiárido, com manchas de população ente 35 e 70 habitantes por quilômetro quadrado e de áreas com menos de 35 habitantes por quilômetro quadrado, e pratica-se a agricultura irrigada do algodão e da beterraba açucareira e a criação de gado.

Fotografia. B. Destaque para uma colheitadeira circulando sobre um terreno coberto por um tipo de cultivo de folhas em hastes longas, finas e amarronzadas. Acima, céu azul com nuvens.
Colheita mecanizada de trigo em fazenda na região da Normandia, França (2021).

Na Europa do Sul, nas proximidades do paralelo 40grausnorte, além das altas montanhas – Pireneus, Alpes etcétera –, onde ainda há nomadismo pastoril, as densidades demográficas apresentam grande variação: de 70 a mais de .1000 habitantes por quilômetro quadrado; cidades importantes aí se localizam, como Lisboa, Madri, Roma, Belgrado, Bucareste e Istambul (localize-as no mapa A da página anterior); é o domínio do clima mediterrâneo e da agricultura mediterrânea, em que se destacam a produção de tabaco, uva, azeitona, frutas cítricas e a criação de gado, entre outros.

4. Aspectos populacionais

Com 746 milhões de habitantes (estimados para 2025), a Europa representa 9,1% da população mundial, percentual superior apenas ao da Oceania, com 45 milhões de habitantes, ou seja, 0,5% do total mundial.

Mundo: população por continente (em milhões de habitantes) – 2025*

Continente

População

Ásia

4.822.629

África

1.508.935

América

1.061.747

Europa

745.791

Oceania

45.335

Mundo

8.184.437

Mundo: população por continente (em porcentagem) – 2025asterisco

Gráfico. Mundo: população por continente (em porcentagem), 2025 (estimativas). Gráfico circular representando a porcentagem de população em cada continente. Ásia: 59%. África: 18,4%. América: 13%. Europa: 9,1%. Oceania: 0,5%.

asteriscoEstimativas.

Fonte: elaborados com base em UNITED NATIONS. World population prospects Tiu taussand end nainetin. Volume um: comprehensive tables. New York: ú êne, 2019. página 23.

O crescimento populacional na Europa é modesto se comparado ao dos outros continentes, sobretudo se considerado no período após a Segunda Guerra Mundial. A taxa de crescimento demográfico estimada para o período 2025-2030 é negativa (0,12%; a população diminuirá), enquanto a dos demais continentes é positiva e estará, no mesmo período, entre 0,56% e 1,11%; na África será de 2,25%.

Isso se deve ao fato de a Europa já ter completado há alguns anos sua transição demográfica, ou seja, a passagem de uma fase com altas taxas de natalidade e de mortalidade para um patamar de baixas taxas. A diminuição da natalidade está relacionada às melhorias educacionais e ao uso de práticas anticonceptivas. A redução das taxas de mortalidade decorre, em especial, de progressos da medicina e da melhoria das condições de higiene, de saneamento e de alimentação.

O resultado da transição demográfica é um crescimento populacional baixo ou mínimo. Em muitos países da Europa, ocorrerá um crescimento natural negativo da população – isso acontece quando a natalidade é inferior à mortalidade.

Europa: exemplos de países com crescimento natural negativo da população (em ‰) – 2025-2030*

País

Taxa de natalidade (‰)

Taxa de mortalidade (‰)

Alemanha

9,1

11,8

Bulgária

8,5

16,0

Grécia

6,6

13,5

Hungria

9,1

11,8

Itália

7,0

11,4

Portugal

7,7

11,7

asteriscoEstimativas.

Fonte: elaborado com base em UNITED NATIONS. World population prospectsTiu taussand end nainetin. Volume um: comprehensive tables. New York: ú êne, 2019. página 121,123, 165 e 167.

População jovem em declínio e idosa em elevação

Por causa do crescimento natural ou vegetativo baixo da população europeia, ou até negativo em alguns países, a proporção de jovens no continente tem diminuído ao longo dos anos. Ao mesmo tempo, com o elevado padrão de vida da maioria da população (com alimentação e assistência médica adequadas, rendimento mensal médio ou alto etcétera), a esperança de vida média aumentou. Consequentemente, a proporção de idosos no total da população também aumentou.

Em 2005, a população europeia com mais de 65 anos era numericamente igual à de 0 a 14 anos. Estima‑se que, se for mantida a tendência atual, em 2050 a população idosa deverá ultrapassar a população de até 14 anos em mais de 87 milhões de pessoas.

Europa: esperança de vida média (em anos) – 2025-2030asterisco

Mapa. Europa: esperança de vida média (em anos), 2025 a 2030 (estimativas). Mapa representando a esperança de vida média ao nascer da população do continente europeu.
Esperança de vida média ao nascer (em anos):
De 72,9 a 76 anos: Rússia, Belarus, Ucrânia e Moldávia.
De 76,1 a 79 anos: Romênia, Bulgária, Eslováquia, Hungria, Macedônia do Norte, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Lituânia e Letônia.
De 79,1 a 82 anos: Estônia, Polônia, República Tcheca, Croácia, Turquia e Albânia.
De 82,1 a 84,9 anos: Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Áustria, Eslovênia, Itália, Suíça, França, Espanha, Grécia, Portugal, Islândia e Kosovo.
À esquerda, rosa dos ventos e, abaixo, escala de 0 a 470 quilômetros.

asteriscoEstimativas.

Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 42; UNITED NATIONS. World population prospectsTiu taussand end nainetin. Volume um: Comprehensive tables. New York: ú êne, 2019. página 193, 195, 209, 211 e 213.

Falta de mão de obra e pesados encargos sociais para o Estado

Diante do baixo ou negativo crescimento natural da população e do aumento numérico da população idosa, se não houvesse fluxos migratórios para a Europa ocorreria um colapso socioeconômico no continente. A população em idade ativa ou apta a trabalhar seria insuficiente, e os Estados não teriam condições financeiras de arcar com as aposentadorias e com as despesas com saúde, sobretudo da população idosa.

Desse modo, muitos países europeus vivem um dilema: ao mesmo tempo que adotam políticas de restrição à entrada de imigrantes, necessitam deles.

Incentivos à natalidade

Alguns países europeus têm estimulado a natalidade por meio da concessão de alguns benefícios. Na Alemanha, por exemplo, o governo estendeu o prazo da licença‑-maternidade para até três anos após o nascimento da criança, sem córte de salário; há também outros benefícios, como abonos em dinheiro, disponibilidade de vagas em berçários e creches, ampla assistência médica e redução de impostos. Essa política demográfica de natalidade tem sido seguida por outros países europeus.

Fotografia. À esquerda, diversas mulheres idosas sentadas lado a lado e encostadas em uma fachada de tijolo. Todas costuram e há algumas rocas de madeira na frente delas. À direita, outra mulher idosa sentada sobre o gramado também costura ao lado de uma roca de madeira.
Idosas em atividade de tecelagem na cidade de rétifilde, no Reino Unido (2021).

Migrações internas e imigração

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, seguiu‑se um período de recuperação econômica na Europa, no qual se destacaram os seguintes países: França, Reino Unido, Alemanha e Itália. Consequentemente, intensificaram‑se os fluxos migratórios intracontinentais para esses Estados, principalmente de portugueses, espanhóis, gregos e turcos, cujos países não absorviam a mão de obra disponível.

Após o fim do socialismo nos países do Leste Europeu e na União Soviética, no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, outro fluxo migratório intracontinental se formou. Populações dos países que deixaram de ser socialistas (Polônia, Hungria, Albânia, Romênia etcétera) se deslocaram para os países europeus que ofereciam melhores condições de vida.

Entre os albaneses migrantes, por exemplo, muitos foram ilegalmente para a Itália, que passou a adotar medidas severas para conter esse fluxo.

Além das migrações intracontinentais, destaca‑se o fluxo de migrantes ilegais da África, da Ásia e da América Latina em direção à Europa. Esses migrantes têm enfrentado forte resistência de setores da sociedade europeia que os responsabilizam pelo desemprêgo e por outros problemas econômicos, o que leva as autoridades europeias a adotar políticas de imigração rígidas e restritivas e a intensificar a fiscalização nas fronteiras, por exemplo, por meio da Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras (Frontex).

A questão da imigração despertou, em parcelas da população europeia, o preconceito, a segregação, o racismo e a xenofobia.

Esse ambiente de aversão à população imigrante acentua o dilema europeu de restringir a imigração e de necessitar dos imigrantes para compensar o baixo ou negativo crescimento populacional no continente. A alternativa encontrada por alguns países foi estimular a entrada somente de imigrantes qualificados profissionalmente (leia o texto da próxima página).

Observe, no mapa, a quantidade de imigrantes em países europeus.

Europa: imigrantes por país – 2020

Mapa. Europa: imigrantes por país,  2020. Mapa representando o número de imigrantes em cada país do continente europeu.
De 13.262 a 103.180 imigrantes: Lituânia, Eslováquia, Croácia e Islândia.
Mais de 103.180 a 199.674 imigrantes: Eslovênia, Romênia e Bulgária. 
Mais de 199.674 a 358.239 imigrantes: Finlândia, Estônia, Letônia e Hungria. 
Mais de 358.239 a 643.406 imigrantes: Noruega, Portugal, Dinamarca, Polônia e República Tcheca.
Mais de 643.406 a 1.473.453 imigrantes: Irlanda, Grécia, Suécia, Bélgica e Países Baixos. 
Mais de 1.473.453 a 10.398.022 imigrantes: Itália, Espanha, França, Alemanha, Áustria e Suíça.
Sem dados: os demais países europeus não citados anteriormente.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: EUROSTAT. Population by citizenship: foreigners. Disponível em: https://oeds.link/Y30e04. Acesso em: 18 março 2022.

Grafismo indicando atividade

Cite pelo menos um país europeu em que se destaca a grande quantidade de imigrantes.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Reforçar a migração legal de mão de obra para reduzir a imigração irregular

[…] Para responder aos desafios demográficos da Europa e adequar eficazmente as competências dos imigrantes às necessidades do mercado de trabalho, o Parlamento Europeu quer novas regras em matéria de migração laboralglossário legal por parte da União Europeia (u ê).

O relatório, que apela principalmente à criação de um grupo de talentos à escala da u ê e à melhoria da mobilidade e a novos canais de migração, foi adotado pelo Parlamento a [em] 24 de novembro de 2021.

Embora a integração dos migrantes em situação irregular seja um desafio, esta deve ser vista como uma oportunidade, segundo o relatório. Encorajar a migração laboral através de canais legais aumentaria o emprêgo para os migrantes e refugiados, beneficiando assim a u ê, ao contribuir para as receitas fiscais e acelerar o crescimento econômico e a inovação.

Reduzir os canais de imigração irregular

A política da u ê em matéria de migração define-se pela ênfase colocada no contrôle rigoroso das fronteiras e nos regressos efetivos, embora muito pouco tenha sido feito para promover vias seguras e legais de acesso à Europa.

Uma investigação conduzida pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) constatou que 77% dos migrantes em situação irregular tinham sido alvo de perseguições ou da entrada em conflito no seu país de origem, o que os pode ter forçado a vir para a Europa de fórma irregular devido à falta de alternativas regulares.

Numa resolução de maio de 2021, o Parlamento afirmou que 'o aumento do número de canais de migração legal adequados contribuiria para reduzir a migração irregular reticências e a exploração laboral, reforçaria a igualdade de oportunidades para todos os trabalhadores e ofereceria uma via legal aos que consideram a hipótese de migrar para a União'.

Responder às exigências do mercado de trabalho

A pandemia da covíd-19 ressaltou o papel dos ‘trabalhadores’ essenciais em setores como a agricultura, a construção, a manufatura e a saúde que são responsáveis por manter as economias e as sociedades em funcionamento. Os eurodeputadosglossário solicitam à Comissão [Europeia] que implemente um sistema ambicioso de admissão de nacionais de países terceiros com baixas e médias qualificações para complementar a diretiva relativa ao Cartão Azul [licença especial] para migrantes altamente qualificados reticências.

O relatório propõe a criação de uma reserva de talentos à escala da u ê para os trabalhadores que migram legalmente, bem como uma plataforma que combine os perfis dos candidatos com as necessidades das indústrias estabelecidas na u ê, permitindo aos Estados-Membros ultrapassar o problema de escassez de mão de obra. […]

‘Uma Europa forte e competitiva precisa de migração legal para enfrentar adequadamente os desafios demográficos e econômicos que a União enfrenta’, sublinhou al salani [membro do grupo riniu iurôpi, Suécia]. […]

PARLAMENTO EUROPEU. Reforçar a migração legal de mão de obra para reduzir a imigração irregular. Atualidade, 17 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/ZY7Q3l. Acesso em: 18 março 2022.

 Interprete

1. Por quais razões o Parlamento Europeu incentiva a criação de novas regras para a imigração legal de trabalhadores para a u ê?

 Argumente

2. Se você fosse um eurodeputado, quais sugestões apresentaria ao Parlamento para enfrentar o problema da imigração irregular na Europa?

 Contextualize

3. Qual é a sua opinião sobre o Brasil receber refugiados?

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 9 e 10

Registre em seu caderno.

  1. A Eurásia é uma grande massa continental que abrange a Europa e a Ásia. Entretanto, no decorrer da história, certas características naturais representaram obstáculos à maior integração entre seus povos. Aponte quais são esses obstáculos.
  2. Considerando apenas o século vinte, podemos dizer que houve significativas alterações de fronteiras entre os países europeus e até mesmo a formação de novos Estados. Cite pelo menos um exemplo.
  3. Vários acontecimentos históricos explicam a hegemonia europeia no mundo. Responda às questões.
    1. Aponte, resumidamente, dois desses acontecimentos históricos.
    2. Cite outro evento histórico relativo à cartografia ou à representação cartográfica do mundo e explique o nome que ele recebe.
    3. O que é etnocentrismo?
  4. Há relação entre relêvo, clima, ocupação humana e usos da terra. Cite um exemplo na Europa dessa relação que se caracteriza por baixa densidade demográfica e solo improdutivo.
  5. Imagine que um conjunto de cientistas interessados em estudar as regiões naturais da Europa tenha se dividido em dois grupos: A e B. O primeiro montou estações de pesquisa em terra firme e o segundo organizou bases de estudo em navios ancorados. Observe o mapa a seguir, que ilustra essa divisão, e responda às questões.
Mapa. Mapa representando a localização das estações de pesquisa e as bases de estudo do continente europeu.
Estação de pesquisa:
1. Suíça.
2. Espanha.
3. Países Baixos.
4. Áustria, em cuja capital, Viena, passa o Rio Danúbio.
Base de estudo:
5. Rússia, entre a parte europeia e a parte asiática, nas proximidades do Mar Cáspio. 
6. Moldávia, na costa com o Mar Negro, situado entre Europa e Ásia, onde deságua o Rio Danúbio.  
7. Suécia.
8. França.
Do lado esquerdo, rosa dos ventos. Na parte inferior, escala de 0 a 730 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 42 e 43.

  1. Que bases de estudo estão em limites naturais entre a Europa e a Ásia?
  2. A estação de pesquisa número 4 localiza-se no vale de um importante rio europeu, que tem sua foz na base de estudo número 6. Que rio é esse e qual é a sua importância?
  3. Em que meio natural europeu se encontram as estações de pesquisa 1, 2 e 3?

6. Interprete o mapa e responda às questões.

Europa: migração ilegal – 2018

Mapa. Europa: migração ilegal, 2018. Mapa representando as rotas dos fluxos de migrantes e a localização das operações terrestres e marítimas.
Operações terrestres Frontex:  representadas por linha vermelha na fronteira entre a Grécia e a Turquia e entre  os países dos Bálcãs; linha vermelha na fronteira entre a Bulgária e a Turquia; linha vermelha na fronteira entre a Romênia, Moldávia, Hungria, Eslováquia, Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia, Belarus, Rússia e Finlândia.
Operações marítimas Frontex: representadas por linha roxa na porção oeste do Mar Negro; linha roxa no Mar Mediterrâneo entre a África e a Itália, e próximo ao litoral do Chipre, Grécia, França, Espanha e Portugal; linha roxa no Mar do Norte próximo ao litoral da Inglaterra, Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Polônia; e linha roxa no Mar Báltico, próximo à fronteira da Finlândia.
Rotas: seta laranja do Mediterrâneo Central em direção à Itália, indicando a entrada de 118.962 migrantes; seta do Mediterrâneo Ocidental em direção à  Espanha, indicando a entrada de 23.143 migrantes; seta da África Ocidental em direção à Espanha, indicando a entrada de 421 migrantes; seta dos Balcãs em direção ao norte da Europa, indicando a entrada de 12.178 migrantes; seta dos Balcãs saindo da Albânia em direção à Grécia, indicando a entrada de 6.396 migrantes; seta do Mediterrâneo Oriental saindo da Turquia em direção ao Leste Europeu, indicando a entrada de 42.305 migrantes; seta do Mar Negro em direção ao Leste Europeu, indicando a entrada de 537 migrantes; seta da Fronteira Oriental (Ucrânia  e Belarus) em direção à Polônia, indicando a entrada de 776 migrantes.
Na parte superior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 520 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 93.

a) Qual foi a Róta por onde ocorreu o maior fluxo de migrantes ilegais para a Europa? E em que quantidade?

b. Identifique o país do qual saiu o segundo maior fluxo de migrantes em situação ilegal com destino à Europa. Indique, na sequência, a quantidade de migrantes.

7. Analise o gráfico para responder às questões.

Europa: chegadas anuais de refugiados e migrantes pelas rótas marítimas do Mediterrâneo e do Noroeste Africano – 2015-2021

Gráfico. Europa: chegadas anuais de refugiados e migrantes pelas rotas marítimas do Mediterrâneo e do Noroeste Africano, de 2015 a 2021. Gráfico de colunas mostrando o número de refugiados e migrantes vindos das rotas no Mar Mediterrâneo e Noroeste Africano. Os anos estão apresentados no eixo horizontal.
2015: 1.034.300 chegadas anuais.  
2016: 380.300 chegadas anuais. 
2017: 178.700 chegadas anuais. 
2018: 141.400 chegadas anuais. 
2019: 123.700 chegadas anuais. 
2020: 95.700 chegadas anuais. 
2021: 123.300 chegadas anuais.

Fonte: u êne agá cê érre. Europe situations: data and trends. December tuên tuên uãn. página 1. Disponível em: https://oeds.link/zdeicK. Acesso em: 18 março 2022.

a) Em 2020 e em 2021, quantos foram os refugiados e migrantes que chegaram à Europa pelas rótas marítimas do Mediterrâneo e do Noroeste Africano?

b) O gráfico mostra uma diminuição da chegada de migrantes e refugiados à Europa entre 2015 e 2020. Com base nas informações do mapa da atividade 6, indique um fator que pode ter contribuído para essa redução.

8. Com base em seus conhecimentos e nas informações do mapa da página 87, faça o que se pede.

a) Explique por que na Europa a população jovem está em declínio e a idosa, em elevação.

b) Em duplas, escolham um país cuja esperança de vida média seja acima de 82 anos e outro em que a esperança de vida seja de até 76 anos. Indiquem fatores sociais e econômicos que possam explicar a diferença entre ambos. Na sequência, pesquisem dados e informações sobre a qualidade de vida dos dois países com o intuito de testar as suposições da dupla, confirmando-as ou contestando-as. Por fim, organizem uma apresentação para compartilhar os resultados da pesquisa com a turma. Se possível, elaborem uma apresentação usando recursos digitais, como slides.

9. Observe os climogramas da página 81 e aponte as principais diferenças entre o clima mediterrâneo (Roma) e o clima temperado (Londres).

10. Façam uma pesquisa em grupos sobre a ilha italiana de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo, e descubram qual é a importância dela nos fluxos migratórios que se dirigem para o continente europeu. Anotem as informações e conversem com os colegas sobre o que descobriram. Depois, redijam no caderno um texto resumindo as principais ideias levantadas pelos grupos da turma.

PERCURSO 11 A CONSTRUÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

1. Etapas da formação de uma potência econômica

A União Europeia desempenha no mundo um protagonismo importante, tanto nos planos científico e tecnológico quanto nos planos industrial, agrícola, cultural e comercial. Entre outras razões, isso se deve às condições particulares de um longo processo no qual foi construída a interdependência de seus países-membros com base na integração econômica. Conhecer um pouco dessa história é essencial para compreender a importância da u ê nos dias atuais.

O Plano Marshall

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Europa – principal campo de batalha do conflito – encontrava‑se devastada. Grande parte das cidades, das indústrias, dos campos de cultivo e dos meios de transporte (ferrovias, aeroportos, rodovias, portos marítimos e fluviais etcétera) estava destruída.

Fotografia em preto e branco. Vista aérea para uma cidade com edifícios destruídos e escombros. À direita, uma estátua de um santo em perfil, com os braços abertos.
Vista de drêsden, cidade alemã bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial, após ataques das fôrças aliadas em fevereiro de 1945.

Em 1947, o secretário de Estado dos Estados Unidos, djêordjiMarshall, e seus assessores elaboraram um plano para a recuperação econômica europeia. O Plano Marshall, como ficou conhecido, foi aplicado em 1948 e oferecia, entre outras vantagens, a importação de produtos estadunidenses a preços baixos, créditos para a importação de equipamentos e empréstimos a juros reduzidos e com vencimento em longo prazo.

Além dos interesses econômicos dos Estados Unidos, havia no Plano márchal motivações geopolíticas: a principal era manter o sistema capitalista nos países europeus ocidentais, em vista do avanço do socialismo nos países da Europa Oriental – Polônia, Hungria, Alemanha Oriental e outros.

O benelúcs

Entre 1943 e 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, a Bélgica, os Países Baixos e Luxemburgo mantinham negociações sobre a formação de um bloco econômico para impulsionar suas economias. Assim, os recursos oferecidos pelo Plano Marshall facilitaram a implantação do benelúcs – “Be” de Bélgica, “ne” de niderlénd (Países Baixos) e “lúcs” de Luxemburgo –, união aduaneira ou alfandegária cujo primeiro passo foi dado em 1º de janeiro de 1948, quando os três países assinaram um acôrdo de eliminação das barreiras comerciais entre eles.

O Benelux foi a primeira experiência de integração econômica entre países. Seu sucesso inspirou a formação de outros blocos na Europa e em todo o mundo.

A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço

Com séde em Luxemburgo, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (céca) foi criada em 1952, reunindo França, Itália, Bélgica, Alemanha Ocidental (atual Alemanha), Luxemburgo e Países Baixos. Trata‑se de uma união aduaneira do carvão mineral, do aço, do minério de ferro e do ferro-velho objetivando também as expansões econômica, do emprêgo e do nível de vida da população dos países-membros.

A céca superou as divergências entre a França e a Alemanha em relação às jazidas de minério de ferro e carvão mineral e ao parque siderúrgico localizado na fronteira entre os dois países. As regiões do Vale do Ruhr e de Sarre, na Alemanha, e da Alsácia e Lorena, na França, haviam sido disputadas por esses países no século dezenove e na primeira metade do século vinte, mas, ao instituir uma soberania compartilhada sobre essas regiões, a céca pôs fim a essas discórdias.

Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (céca) – 1952

Mapa. Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), em 1952. Mapa representando os países da Ceca, as principais regiões industriais e as bacias carboníferas da região central da Europa.
Países da Ceca: Itália, França, Alemanha Ocidental, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo.
Principais regiões industriais: norte da Itália, norte e sudeste da França, entorno da cidade de Berlim; sul, norte e noroeste da Alemanha Ocidental; interior da Bélgica, entorno de Roterdã.
Bacias carboníferas: fronteira da Bélgica e França, entorno de Bruxelas (Bélgica) e de Düsseldorf e Dortmund (Alemanha Ocidental). 
Na parte inferior, a rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em CHARLIER, Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2009. Paris: Nathan, 2008.página51 e 52; bonifássi, pascál (dir.). Atlas des relations internationales. Paris: Hatier, 1997. página 110.

O Mercado Comum Europeu e a Comunidade Econômica Europeia

A experiência bem-sucedida da céca levou os seis países fundadores a assinar, em 1957, o Tratado de Roma, que instituiu o Mercado Comum Europeu (ême cê ê), ampliando a abrangência do acôrdo anterior e permitindo a livre circulação de pessoas, capitais e serviços entre os países-membros.

O êxito alcançado pelo ême cê ê incentivou outros países europeus a aderir ao bloco. Em 1973, ingressaram a Dinamarca, o Reino Unido e a Irlanda; em 1981, a Grécia, que não havia aderido à organização ainda em virtude da ditadura em vigor no país entre 1962 e 1974 – o ingresso no ême cê ê estava condicionado à vigência da democracia no país pretendente.

Foi esse também o caso de Espanha e Portugal. A Espanha viveu uma ditadura fascista exercida por Francisco Franco entre 1939 e 1975, enquanto Portugal esteve sob a ditadura comandada por Oliveira Salazar e Marcelo Caetano entre 1932 e 1974. Em 1986, esses dois países ingressaram no ême cê ê. Da Europa dos Seis, passou‑se para a Europa dos Doze. Em 1985, o ême cê ê, já formando uma grande comunidade de países ou Estados, passou a se chamar Comunidade Econômica Europeia (cê ê ê).

A União Europeia

O fim do socialismo no Leste Europeu, por volta do final dos anos de 1980, a desagregação da União Soviética, em dezembro de 1991, e o consequente encerramento da Guerra Fria e da “ameaça soviética” permitiram a reunificação alemã em 1990.

Quando a Alemanha se tornou o país economicamente mais poderoso da Europa, criou-se um clima de tensão e de preocupação pela possibilidade de ressurgirem antigas rivalidades, principalmente com a França.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

União Europeia

https://oeds.link/ouabMO

Saiba mais sobre a formação da União Europeia e conheça as principais características sociais, econômicas, políticas, entre outras, dos países que integram o bloco.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

Mártin, André; jáf, Ivan.

União Europeia. São Paulo: Ática, 2008.

Usando a ficção e, posteriormente, fazendo uma síntese geográfica da União Europeia, os autores disponibilizam ao leitor diversos conhecimentos sobre aspectos históricos da Europa e da União Europeia.

A alternativa encontrada para solucionar politicamente a questão foi aprofundar ainda mais a integração europeia. Assim, em 1992 assinou‑se o Tratado de mastríchi (na cidade holandesa de mesmo nome), que substituiu o Tratado de Roma de 1957 e tinha como objetivos implantar a união econômica e monetária e uma política externa e de defesa comuns. Com isso, o bloco passou a se chamar formalmente União Europeia. A assinatura desse tratado encerrou as desconfianças anteriores, pois solidificou a aliança franco‑alemã e deu origem a um bloco econômico poderoso (a França é o principal parceiro comercial da Alemanha e vice‑versa).

Estabeleceram‑se, assim, a livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas; a eliminação de tarifas para o comércio entre os países‑membros; a adoção de um passaporte único; a introdução de uma moeda única, o euro (euro); a criação do Banco Central Europeu, que passou a regular a nova moeda; e a criação do Parlamento Europeu, organismo de decisões políticas da u ê.

Fotografia. Notas de dinheiro nos valores de dez, vinte, cinquenta, cem, duzentos e quinhentos euros. E algumas moedas.
Cédulas e moedas de euro.
Fotografia. Vista para a fachada de conjunto de edifícios modernos e espelhados. À frente do prédio, o símbolo do euro, composto pela letra E, em azul, e 12 estrelas amarelas ao redor.
Símbolo do euro em frente ao Banco Central Europeu, na cidade de Frankfurt, Alemanha (2019).

Em 1995, três anos após a assinatura do tratado, Suécia, Finlândia e Áustria passaram a integrar a União Europeia, formando a Europa dos Quinze.

Em 1º de janeiro de 1999, o euro começou a vigorar, sendo adotado, inicialmente, por 12 dos então 15 países da u ê; Reino Unido, Suécia e Dinamarca não o adotaram.

Em 2004, após cumprirem várias exigências, foram admitidos na União Europeia mais dez países: Chipre, Eslovênia, Eslováquia, Hungria, Polônia, Malta, Letônia, Lituânia, Estônia e República Tcheca (vale destacar que, à exceção das ilhas de Chipre e Malta, os demais Estados estiveram, até 1991, sob a influência do bloco soviético). Constituiu-se, assim, a Europa dos Vinte e Cinco.

Com a admissão da Bulgária e da Romênia, em 2007, e da Croácia, em 2013, a União Europeia passou a contar com 28 países. Mas, em 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido saiu da u ê, e ela passou a contar com 27 países – Europa dos Vinte e Sete –, formação que se manteve até meados de 2022 (observe o mapa).

União Europeia (u ê) – 2021

Mapa. União Europeia (UE), 2021. Mapa representando os países-membros da União Europeia.
Países-membros até 2004 (UE 15): Finlândia, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, França, Portugal, Espanha, Irlanda, Reino Unido, Áustria, Eslovênia, Malta, Itália e Grécia. 
Países-membros desde 2004 (UE 25): Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Chipre. 
Países-membros desde 2007 (UE 27): Romênia e Bulgária.
Croácia, membro desde 2013 (UE 28): Croácia.
Reino Unido, ex-membro desde 2020 (UE 27): Reino Unido.
Países candidatos a ingresso na UE (em negociação): Turquia, Sérvia, Montenegro, Macedônia do Norte. 
Países da Zona do Euro: Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Eslováquia, Áustria, Eslovênia, França, Bélgica, Irlanda, Alemanha, Países Baixos, Portugal, Espanha, Malta, Chipre, Itália e Grécia. 
Na porção inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 510 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2014. página 70 e 71; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 93.

Grafismo indicando atividade

Indique os países que adotaram o euro como moeda nacional.

A u ê e o acôrdo de Chenguen

A União Europeia fortaleceu ainda mais os vínculos entre seus países-membros graças ao acôrdo de Chenguen, assinado em uma localidade de mesmo nome, em Luxemburgo, no ano de 1985. Em 1997, esse acôrdo passou a fazer parte das normas jurídicas da u ê.

Por meio desse acôrdo, foi criado o espaço Chenguen, que permitiu a livre circulação de pessoas, ou seja, cidadãos europeus e nacionais de outros países podem desde então transitar livremente em seu espaço geográfico, sem a necessidade de pedir ou mostrar um visto (autorização oficial) cada vez que entram em um de seus países integrantes ou saem deles.

Há uma fronteira externa única onde são realizados os contrôles de acesso ao espaço. Cabe ao país recebedor de turistas de outros países que não pertencem ao espaço Chenguen verificar se eles podem ou não entrar na Europa. Uma vez autorizados, têm livre circulação nos países que o integram.

acôrdo de Chenguen: países integrantes

Mapa. Acordo de Schengen: países integrantes. Mapa representando a situação dos países integrantes da União Europeia dentro do Acordo de Schengen.
País-membro da UE que pertence ao espaço Schengen (22): Finlândia, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, França, Portugal, Espanha, Áustria, Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Itália, Malta e Grécia.
País-membro da UE que não pertence ao espaço Schengen: Irlanda, Croácia, Hungria, Romênia e Bulgária.
País não membro da UE que pertence ao espaço Schengen: Noruega, Suíça e Islândia. 
Na parte superior, rosa dos ventos e escala de 0 a 550 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 46.

Grafismo indicando atividade

Aponte um país europeu que não integra a u ê, mas pertence ao acôrdo de Chenguen.

2. A saída do Reino Unido da União Europeia

Em 1975, parte da população e dos políticos do Reino Unido já tinha manifestado intenções de sair da Comunidade Econômica Europeia, nome da atual u ê à época. Para tanto, foi realizado um referendoglossário junto a sua população, e o resultado dos votantes foi o de que o Reino Unido deveria permanecer.

Entretanto, em 2016, por pressões de partidos políticos nacionalistas do Reino Unido, o primeiro-ministro, David Cameron, convocou um novo referendo. Então, 51,9% dos votantes demonstraram o desejo de que o Reino Unido saísse da u ê, e 48,9%, não.

Os argumentos usados pelo movimento de saída se basearam no fundamento de que o país precisa ter melhor contrôle de suas fronteiras, adotando, especialmente, uma política rígida sobre imigração e, ainda, reduzir as despesas advindas de suas contribuições monetárias destinadas à manutenção político-administrativa da u ê.

Esse movimento de saída da u ê ficou conhecido pela imprensa como Brexit, que combina duas palavras da língua inglesa: as duas primeiras letras de Britain, para se referir à Grã-Bretanha (nome de uma das ilhas que compõem o Reino Unido); e exit, que corresponde à saída. Logo, esse termo indica a saída da Grã-Bretanha da u ê, na verdade a saída do Reino Unido, que compreende a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales, localizados na ilha da Grã-Bretanha, e mais a Irlanda do Norte, em uma ilha a oeste da Grã-Bretanha.

Finalmente, em 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido deixou a u ê.

Fotografia. Vista para uma multidão de pessoas aglomeradas e de costas, segurando bandeiras do Reino Unido. Há fumaça sobre as pessoas. À direita, um telão com a imagem da bandeira do Reino Unido.
Manifestação em Londres no Dia do Brexit, quando o Reino Unido deixou oficialmente a u ê (2020).

PERCURSO 12 EUROPA: ECONOMIA E REGIONALIZAÇÃO

1. União Europeia: poderoso bloco econômico

Com mais de 447 milhões de habitantes em 2021, dos quais uma parcela significativa tem alta renda mensal, a União Europeia (u ê) dispõe de um mercado interno numeroso e com grande poder aquisitivo, o que influencia diretamente os rumos da economia mundial.

Segundo o Banco Mundial, em 2020 o Píbi europeu (incluído o da Rússia e excluído o da Turquia) foi de 21 trilhões de dólares. Os 27 países da União Europeia foram responsáveis por 73,2% desse total (15,3 trilhões de dólares) e, no mesmo ano, por 18,1% do Píbi mundial (84,7 trilhões de dólares), seguidos pelos Estados Unidos (24,7%). A participação do Brasil no Píbi mundial em 2020 foi de aproximadamente 1,7%.

O comércio externo da u ê corresponde a cêrca de 15% do total mundial, o que torna o bloco uma potência comercial.

Apesar dos indicadores positivos, não há homogeneidade no bloco. É possível distinguir países em diferentes níveis de industrialização e a predominância de países com renda per capitaglossário elevada (observe o mapa desta página e o mapa A da página seguinte).

Europa e União Europeia: regionalização – 2021

Mapa. Europa e União Europeia: regionalização, 2021. Mapa representando a organização do espaço industrial no continente europeu.
União Europeia:
Países de elevada industrialização: Suécia, Países Baixos, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, França, Itália e Áustria. 
Países de menor industrialização: Finlândia, Irlanda e Dinamarca. Países de industrialização recente: Portugal, Espanha e Grécia. 
Países de fraca industrialização: Chipre, Malta. 
Países ex-socialistas (Leste Europeu): Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Bulgária, Croácia e Romênia. 
De elevada industrialização em relação ao conjunto do Leste Europeu: Polônia, República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Eslovênia. 
De menor industrialização em relação ao conjunto do Leste Europeu: Romênia, Bulgária, Croácia, Estônia, Letônia, Lituânia. 
Não pertencem à União Europeia: 
País de elevada industrialização: Reino Unido.
A “outra Europa”: Suíça, Islândia, Noruega, Turquia, Sérvia, Albânia, Macedônia do Norte, Bósnia-Herzegovina, Kosovo e 
Montenegro.
Países da CEI localizados na Europa: Belarus, Ucrânia, Rússia e Moldávia. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 470 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2014. página 70-71; BOST, François et al. (organizador). Images économiques du monde 2014: géopolitique-géoéconomie. Paris: Armand Colin, 2013. página 184-253; bonifáce, pascál (dir.). L’année stratégique 2014: analyse des enjeux internationaux. Paris: Dalloz/Iris, 2013. página 131-173.

NOTA: A “outra Europa” reúne países que, embora não integrados à u ê, são influenciados direta ou indiretamente pelas decisões tomadas no bloco. Você vai conhecê­‑los melhor ainda neste Percurso. A Comunidade dos Estados Independentes (sei), organização criada em 1991 após a desagregação da União Soviética, será estudada na próxima Unidade.

Europa e União Europeia: renda per cápita – 2020

Mapa A. Europa e União Europeia: renda per capita, 2020. Mapa representando a renda per capita dos países do continente europeu.
Renda per capita (dólares): 
De 3.570 a 15.890 dólares: Rússia, Belarus, Ucrânia, Romênia, Moldávia, Polônia, Sérvia, Bulgária, Macedônia do Norte, Hungria, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Albânia. 
De 17.880 a 27.360 dólares: República Tcheca, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslovênia, Grécia, Malta, Portugal e Espanha. 
De 32.290 a 49.780 dólares: Finlândia, Alemanha, Itália, França, Reino Unido, Bélgica e Áustria.
De 51.060 a 65.620 dólares: Islândia, Irlanda, Suécia, Países Baixos e Dinamarca.
De 78.290 a 82.620 dólares: Noruega, Luxemburgo e Suíça.
Sem dados: Chipre,  Montenegro, Turquia e Kosovo.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 42; THE WORLD BANK. djí pí dí per cápita (current US$). Disponível em: https://oeds.link/pHmUYk. Acesso em: 19 fevereiro 2022.

Grafismo indicando atividade

Em que classificação de renda per cápita se encontram Bélgica, Portugal e Bulgária?

Centro e periferias da u ê

Apesar de a União Europeia ter se constituído como um espaço econômico forte, apresenta desigualdades socioeconômicas espaciais.

Em seu interior coexistem espaços de elevada industrialização, de economia dinâmica e de alto nível de vi- da – o centro ou núcleo central – com espaços periféricos de diferentes categorias, mais ou menos integrados ao espaço central.

No entanto, em razão dos dinamismos econômico, financeiro, cultural, educacional e científico, a influência do espaço central é difusa, pois extravasa os limites da u ê e se distribui espacialmente pela Europa (mapa B).

Além das diferenças entre os paí­ses que compõem a u ê, há também disparidades econômicas regionais dentro deles. Alguns exemplos dessas diferenças serão estudados adiante, nas páginas 104 e 105.

Europa e União Europeia: organização parcial do espaço

Mapa B. Europa e União Europeia: organização parcial do espaço. Mapa mostrando as áreas centrais e periféricas da economia europeia, bem como a localização e tamanho das metrópoles, os principais eixos de circulação e trocas, os fluxos de investimentos e os portos mais movimentados do continente.
Centro: espaço de economia dinâmica: porção central do continente, incluindo cidades do Reino Unido (Londres), Países Baixos (Amsterdã, Roterdã), Bélgica (Bruxelas, Antuérpia), França (Paris, Le Havre, Lion), Alemanha (Dusseldorf, Frankfurt, Munique, Colônia), Suíça (Zurique), Áustria, Itália (Milão, Turim, Gênova), Luxemburgo.
Periferia muito integrada ao centro: porção do entorno mais próximo ao centro, incluindo cidades da Itália, França, Espanha, Inglaterra, Irlanda, Áustria, Alemanha, República Tcheca, Finlândia Suécia e Noruega, tais como Madri, Barcelona, Toulouse, Lyon, Marselha, Genova, Florença, Roma, Dublin, Bremen, Copenhague, Oslo, Bergen, Estocolmo, Hamburgo, Berlim, Praga, Viena, Trieste.
Periferia dinamizada por deslocalizações e investimentos: porções situadas no sul de Portugal e Espanha e países do nordeste do continente, incluindo cidades como Lisboa, Sevilha, Budapeste, Varsóvia.
Periferia de dinamismo localizado: porções situadas no norte de Portugal e Espanha, sul da Itália e Grécia, incluindo cidades como Porto, Nápoles, Atenas.
Periferia em vias de integração: inclui os territórios da Romênia e Bulgária.
Periferia aguardando integração: inclui os territórios dos países desmembrados da ex-Iugoslávia, e a porção europeia da Turquia, com destaque para a cidade de Istambul.
Metrópole mundial: Londres e Paris.
Metrópole europeia: Viena, Madri, Barcelona, Roma, Estocolmo, Istambul.
Metrópole nacional: Lisboa, Milão, Munique, Berlim, Amsterdã e Bruxelas.
Outras cidades: Porto, Toulouse, Sevilha, Marselha, Lyon, Turim, Florença, Nápoles, Zurique, Atenas, Budapeste, Varsóvia, Helsinki, Praga, Oslo, Copenhague, Frankfurt, Dusseldorf, Antuérpia, Dublin e Bremen.
Principal eixo de circulação e trocas: eixos existentes entre as cidades do espaço de economia dinâmica e da periferia muito integrada ao centro, incluindo Amsterdã, Paris, Madri; Bruxelas, Zurique, Barcelona, Marselha; Antuérpia, Frankfurt, Milão.
Fluxo de investimento: do espaço de economia dinâmica em direção aos países do Leste Europeu e Reino Unido.
Porto movimentado: Marselha, Le Havre, Hamburgo, Amsterdã, Bruxelas, Antuérpia, Roterdã, Genova, Trieste. Na parte superior direita, mapa-múndi com destaque para o continente europeu. Na porção direita, a rosa dos ventos e a escala de 0 a 410 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 92.

Grafismo indicando atividade

Indique os países que compõem o centro dinâmico da economia europeia.

As potências econômicas da u ê e o Reino Unido

Alemanha, França e Itália são as potências econômicas da u ê e, somadas ao Reino Unido, constituem as potências da Europa. Juntas, as três primeiras representam cêrca de 55% do Píbi total da u ê e as quatro, 53% do europeu (incluindo a Rússia).

Nesse grupo, destacam-se a Alemanha e a França, que, além de terem desempenhado papel central na formação da união monetária do bloco, exercem grande influência sobre as decisões comunitárias relativas à política externa.

Nos últimos anos, esses dois países vêm procurando reforçar um posicionamento europeu em questões internacionais, oferecendo, assim, uma alternativa à escalada do poderio militar e diplomático dos Estados Unidos. Tal posicionamento não é compartilhado pelo Reino Unido, que historicamente se alinha aos governos estadunidenses na política externa.

A Itália, embora faça parte da zona do euro e apresente produção industrial importante, tem poucas empresas transnacionais em comparação com outros países do núcleo da u ê. Isso se deve, em parte, aos baixos investimentos do govêrno em pesquisa: a Itália destina apenas 1,3% de seu Píbi para esse fim, enquanto a média dos países do núcleo da u ê situa-se entre 1,6% e 3,2%.

Sem adotar o euro, o Reino Unido participou da u ê até janeiro de 2020. Isso pode ser explicado, em parte, com medidas que buscaram oferecer um contrapêso à importância do eixo franco­‑alemão dentro da u ê.

Enquanto o Reino Unido é um grande importador de alimentos para atender às necessidades de sua população, a França é o maior produtor agrícola da Europa.

Os quatro países contam com atividade industrial diversificada, destacando­‑se não só a indústria de transformação de bens duráveis e não duráveis, mas sobretudo a indústria de bens de capital ou de produção (máquinas e equipamentos) e a indústria de bens intermediários (matérias-primas para outras empresas), além de terem diversos centros de alta tecnologia (informática, robótica, biotecnologia, engenharia genética, química fina, energia nuclear, eletrônica, aeronáutica, aeroespacial etcétera). O mapa mostra a distribuição das principais indústrias das economias mais relevantes da Europa.

Alemanha, França e Itália (u ê) e Reino Unido: indústria

Mapa. Alemanha, França e Itália (UE) e Reino Unido: indústria. Mapa do espaço industrial nos países centrais do continente europeu.
Região industrial: no entorno de Glasgow e de Newcastle, no norte do Reino Unido; entorno de Liverpool, Sheffield e Birmingham, na parte centro-oeste do Reino unido; no entorno de Cardiff e de Londres, no sul do Reino Unido; entorno de Lille, Le Havre, Paris, Metz e Nantes, no centro-norte da França; entorno de Lyon, Bordeaux, Toulouse e Marselha, no sul da França; no entorno de Milão, Turim, Gênova, Veneza, Bolonha e Livorno, no norte da Itália; no entorno de Nápoles, no sul da  Itália; no entorno de Hamburgo, Bremen, Hanover, Berlim, Leipzig e Dresden, no norte da Alemanha; no entorno de  Frankfurt, Stuttgart, Nuremberg e Munique, no sul da Alemanha; entorno de Zurique, no norte daa Suíça; Roterdã e porção sul dos Países Baixos; Bélgica.  
Siderúrgica: em Tarente, no sul da Itália; em Terni, no centro da Itália; Gênova, Milão e Turim, no norte da Itália; em Marselha e Lyon, no sul da França; Metz e Lille, no norte da França; em Berlim, Hanover e Bremen, no norte da Alemanha; em Newcastle e Sheffield, no norte do Reino Unido; Birmingham e Cardiff, no sul do Reino Unido; no sul da Bélgica; em Roterdã, no sul de Países Baixos.  
Metalúrgica: em Glasgow, Newcastle, Liverpool e Sheffield, no norte do Reino Unido; Cardiff, Southampton e Londres, no sul do Reino Unido; em Lille, Paris, Metz e Nantes, no norte da França; Bordeaux, Lyon, Toulouse e Marselha, no sul da França; Hamburgo, Bremen, Hanover, Berlim, Leipzig e Dresden, no centro-norte da Alemanha; Frankfurt, Nuremberg, Stuttgart e Munique, no sul da Alemanha; Turim, Gênova, Bolonha, Veneza, no norte da Itália; Roma e Nápoles, no sul da Itália; em Roterdã, no sul de Países Baixos; na parte central da Bélgica.
Naval: litoral de Glasgow, Newcastle, Belfast e Liverpool, no norte do Reino Unido; litoral de Cardiff, no sul do Reino Unido; litoral de Le Havre, Lille, Brest e Nantes, na costa norte e oeste da França;  litoral de Marselha, no sul da França; litoral de Trieste e de Gênova, no norte da Itália; litoral de Palermo, no sul da Itália; litoral de Rostock, Hamburgo e Bremen, norte da Alemanha.  
Automobilística: em Birmingham e Londres, no sul do Reino Unido; sul da zona industrial de Metz, na costa leste da França; em Hanover, Leipzig, Berlim, no norte da Alemanha; em Frankfurt, Stuttgart e Munique, no sul da Alemanha; em Turim, no norte da Itália; em Nápoles, sul da Itália; norte da Bélgica.
Aeronáutica: Liverpool, no centro-oeste do Reino Unido; Cardiff, no sul do Reino Unido; em Hamburgo, no norte da Alemanha; em Munique, no sul da Alemanha; em Rouen, no norte da França; em Bordeaux e Toulouse, no sul da França; em Turim, no norte da Itália. 
Química: em Glasgow, Newcastle e Liverpool, no centro-norte do Reino Unido; em Londres, Cardiff e Southampton, no sul do Reino Unido; em Lille, Le Havre, Paris, Namtes e Metz, no norte da França; em Clemont-Ferrand, Lyon, Bordeaux e Montpellier, no sul da França; em Milão, Turim, Gênova, Veneza, Bolonha e Livorno, no norte da Itália; em Nápoles e Bari, no sul da Itália; em Berlim e Leipzig, no norte da Alemanha e em algumas áreas na porção oeste; em Frankfurt e Munique, no sul da Alemanha; no centro e no leste da Bélgica.  
Têxtil: em Glasgow, Liverpool e Belfast, no norte do Reino Unido; Birmingham
e Londres, no sul do Reino Unido; em Lille, Le Havre e Paris, no norte da França; áreas do leste da França; Lyon, no sul da França; em Milão, Veneza, Trieste e Gênova, no norte da Itália; em Hanover, e Dresden, no norte da Alemanha; em Stuttgart e Munique, no sul da Alemanha; no sul de Países Baixos; no oeste da Bélgica.
Eletrotécnica: em Glasgow, no norte da Reino Unido; em Londres, no sul do Reino Unido; em Paris, no norte da França; em Lyon e Montpellier, no sul da França; em Turim e Bolonha, no norte da Itália; em Bramen e Leipzig, no norte da Alemanha e na porção oeste do país; em Frankfurt, Nuremberg e Munique, no sul da Alemanha; no centro-sul de Países Baixos; no oeste da Bélgica.
De alta tecnologia: em Cambridge e Londres, no sul do Reino Unido; em Paris, no norte da França; no sul da França; no centro-sul e em Munique, na Alemanha. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 280 quilômetros.

Fonte: Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 58.

Grafismo indicando atividade

Cite um centro de eletrotécnica da Alemanha, da França e do Reino Unido.

2. A “outra Europa”

Os países da chamada “outra Europa”, ou seja, que não integram a União Europeia nem a Comunidade dos Estados Independentes, podem ser divididos em dois grupos: o primeiro é formado por Noruega, Islândia, Suíça e Turquia (parte europeia), e o segundo é formado pela Albânia e por países que se originaram da desagregação da ex­‑Iugoslávia nas décadas de 1990 e 2000 – Bósnia­‑Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedônia do Norte (o Kosovo, até meados de 2022, ainda aguardava reconhecimento internacional de sua independência).

Noruega

Localizada no Atlântico Norte, a oeste da Península Escandinava e em alta latitude, a Noruega tem cêrca de um terço do território ao norte do Círculo Polar Ártico. Com o maior í dê agá do mundo (0,957, em 2019), é um país de nível de vida elevado.

As principais atividades econômicas são a extração de petróleo e de gás natural, a pesca (principalmente de salmão e bacalhau) e a produção de eletricidade – exportada para a u ê. Destaca­‑se, ainda, a sua forte marinha mercante.

Fotografia. Vista área para uma área urbana ao entardecer. À esquerda, via de circulação expressa à beira-rio. À direita, o curso de água e margens coberta por vegetação rasteira e árvores esparsas. Ao fundo, um aglomerado de edifícios modernos e espelhados e gruas de construção.
Oslo, capital da Noruega (2021). A cidade contava com uma população de quase 700 mil habitantes em 2020.

Islândia

Com apenas 368 mil habitantes (2021) e elevado nível de condições de vida, a Islândia localiza­‑se no extremo norte do Oceano Atlântico e sua economia tem por base a pesca.

Além de geleiras, a Islândia tem vulcões em atividade e gêiseres (fontes de água quente com erupção periódica), cujo calor é aproveitado para aquecimento de estufas, onde são cultivadas plantas, e também para aquecimento doméstico.

Fotografia. Vista aérea para uma área urbana à beira-mar, com adensamento predominantemente horizontal e bastante arborizado. Grande parte das construções possui telhados coloridos. Ao fundo, o mar e o céu azul.
Vista de rêiquiavíc, capital da Islândia (2019), que em 2021 abrigava mais de 135 mil habitantes.

Suíça

Com Píbi de 752 bilhões de dólares e quase 8,7 milhões de habitantes em 2020, a Suíça, localizada na porção central da Europa, é um país de elevado nível de vida.

O país dispõe de mão de obra muito qualificada e dinamismo industrial nos ramos químico, farmacêutico, de máquinas e ferramentas, e em atividades relacionadas à engenharia de precisão, como a produção de relógios e cronômetros, exportados mundialmente.

Com um setor de serviços bastante desenvolvido, a Suíça tornou­‑se uma potência bancária. O país não integra a União Europeia por temer que sua condição de paraíso fiscal seja alterada por exigência dessa organização.

Fotografia. Vista aérea para um rio no centro e área urbana adensada em suas margens, com muitas construções históricas, edifícios, casas e árvores. As duas margens são conectadas por algumas pontes sobre o rio. Ao fundo, montanhas cobertas por vegetação e acima, céu azul.
Com mais de 436 mil habitantes em 2021, Zurique é a cidade mais populosa da Suíça e é um centro de pesquisas científicas e tecnológicas. Na foto, vê‑se o centro histórico da cidade e o Rio Limmat (2020).

Turquia

A Turquia tem cêrca de 10% de seu território na Europa. É nessa porção que se situa Istambul, a cidade turca mais populosa, com cêrca de 15,5 milhões de habitantes (2020).

A parte europeia da Turquia está separada da porção asiática pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos, que permitem a comunicação entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo. Por serem a única Róta marítima da Ucrânia, da Rússia, da Geórgia, da Bulgária e da Romênia para o Mar Mediterrâneo, esses estreitos têm muita importância geopolítica e comercial na região.

Turquia: a importância geopolítica dos estreitos de Bósforo e Dardanelos

Mapa. Turquia: a importância geopolítica dos estreitos de Bósforo e Dardanelos. Mapa representando a área de ocupação do povo curdo na Turquia e no Oriente Médio.
Conectando a parte europeia da Turquia à parte asiática está o Estreito de Bósforo. O país faz fronteira com a Grécia e Bulgária no lado europeu e com a Geórgia, Armênia, Irã, Iraque e Síria no lado asiático. Ao norte do país está localizado o Mar Negro e ao sul o Golfo de Antalya e de Iskenderum.
A área de ocupação do povo curdo está representada por uma mancha translúcida, abrangendo o extremo leste da Turquia, a fronteira entre o país e o Irã e o Iraque e pequena porção no norte da Síria.
As cidades de Erzurum, Diyabarkir, na Turquia, estão localizadas na área de ocupação do povo curdo. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 240 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em ENCICLOPÉDIA do mundo contemporâneo. São Paulo/Rio de Janeiro: Publifolha/Terceiro Milênio, 2002. página 573.

Há anos a Turquia vem tentando ingressar na u ê. Entretanto, essa instituição faz uma série de exigências ao país pretendente: ter regime político plenamente democrático, respeitar os direitos humanos, combater a corrupção administrativa, controlar a inflação etcétera

Principalmente na questão dos direitos humanos, a Turquia apresenta problemas. Os curdos que vivem no país, cujo número está calculado em 12 milhões – o equivalente a 15% da população turca –, são reprimidos por causa de sua intenção separatista. Espalhados por Turquia, Armênia, Iraque, Irã e Síria, eles formam um povo sem Estado; sua população, calculada em 25 milhões, luta pela formação do Curdistão.

Além da questão curda, a u ê exige que a Turquia reconheça a soberania de Chipre, cuja porção norte está ocupada pelos turcos desde 1974, que lá implantaram um Estado federado turco.

3. Desagregação da Iugoslávia e os novos países

Com o fim do socialismo na União Soviética, em 1991, e suas consequências na Europa e no mundo, a Iugoslávia, que existiu como Estado ou país até esse ano, em virtude de conflitos internos, começou a se desagregar, dando origem a novos países: Macedônia do Norte, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia e Montenegro (localize-os no mapa da página 96). Quanto ao Kosovo, apesar de ter declarado a independência da Sérvia em 2008, nem todos os países da comunidade internacional o reconheceram.

Observe, no mapa, a economia diversificada desses países por meio das principais indústrias e parte da infraestrutura que favorece a integração territorial entre eles. Tomando por base o Píbi de cada um deles e relacionando-os às suas respectivas populações, ou seja, o Píbi per cápita, nota-se que suas economias são desiguais: em 2020, o da Eslovênia foi de .25517 dólares, e o da Croácia, .14134; os PIBs per cápita dos demais ficaram abaixo de 8 mil dólares (o do Kosovo foi o menor: .4346 dólares) – para efeito de comparação, o Píbi per cápita do Brasil foi de .6799 dólares nesse mesmo ano.

Países da ex-Iugoslávia e cossôvo: principais indústrias e infraestrutura

Mapa. Países da ex-Iugoslávia e Kosovo: principais indústrias e infraestrutura. Mapa mostrando o espaço industrial dos países da ex-Iugoslávia e Kosovo. 
Principais indústrias e infraestrutura:
Siderúrgica: norte da Eslovênia. 
Farmacêutica: oeste da Eslovênia.
Turística: oeste da Eslovênia.  
Esportes de inverno: norte da Eslovênia. 
Alumínio: litoral da Bósnia-Herzegovina, Croácia e Montenegro. Automobilística: norte e sul Eslovênia e interior da Sérvia. 
Química: oeste da Eslovênia, leste e oeste da Croácia, norte da Sérvia e norte da Macedônia do Norte. 
Mecânica: sul e norte da Macedônia do Norte, sul de Kosovo, norte, centro e sul da Sérvia, sul de Montenegro, leste e oeste da Croácia e norte da Eslovênia.
Agroalimentar: oeste de Kosovo, norte da Macedônia do Norte, norte e sul da Sérvia, oeste da Croácia, oeste da Bósnia-Herzegovina. 
Energia hidrelétrica: sul da Bósnia-Herzegovina e oeste da Croácia. 
Minas: sul da Bósnia-Herzegovina e sul de Montenegro. 
Construção naval: litoral da Croácia.
Madeireira: litoral da Croácia.
Têxtil: interior da Croácia e da Sérvia.
Capitais: pontos pretos e brancos em todos os países.
Principais cidades: pontos vermelhos em todos os países.
Aeroportos internacionais: Sérvia, Bósnia-Herzegovina e Croácia. 
Principais rotas: conecta todos os países do norte ao sul e do leste ao oeste. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 120 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 109 e 113.

Grafismo indicando atividade

Aponte as principais indústrias da Eslovênia.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Terra de ninguém.

Direção: Danis tanovich. Bélgica: márc bachê e frederíque dimá, 2001. Duração: 98 minutos

Aborda a crueldade da guerra da Bósnia (1992-1995) por meio de diálogos entre dois soldados inimigos que se encontram na linha de combate e um terceiro, preso a uma mina. Para tentar resolver o problema, um sargento francês procura chamar a atenção do mundo para o episódio, enfrentando ordens superiores.

4. Impactos da industrialização na produção e circulação de produtos e culturas

A Europa é o berço da passagem da produção manufatureira para a maquinofatureira, representada pelas Revoluções Industriais. É também o berço, juntamente com os Estados Unidos, o Japão e outros, de novos processos industriais e de produtos e serviços com base na economia do conhecimento, ou seja, aquela assentada na Revolução Técnico-Científico-Informacional.

A Europa enfrenta forte concorrência mundial em relação às produções científica, tecnológica e de inovação. O investimento dos países do continente em cê tê e í (Ciência, Tecnologia e Inovação) é menor em relação ao de Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Austrália. Por outro lado, quando comparados aos de Brasil, Índia, Rússia e África do Sul – países emergentes –, os investimentos europeus direcionados ao setor são consideravelmente maiores.

Considerando os países-membros da União Europeia, a dianteira em inovação tecnológica é ocupada por Suécia, Dinamarca, Finlândia, Países Baixos e Alemanha, conforme mostra o mapa desta página.

As inovações tecnológicas têm forte impacto na produção industrial e na de serviços. Além de novos produtos e serviços disponibilizados, aumentam a produção e a produtividade e ampliam o mercado de trabalho, principalmente para a mão de obra especializada. O espaço Chenguen da u ê e de outros países europeus que aderiram a ele, como estudamos no Percurso anterior, permitiu a livre circulação de mão de obra e de pesquisadores de diversos países entre suas fronteiras, como também uma maior integração cultural entre os seus países.

União Europeia: comparação dos países-membros em inovação tecnológica – 2021

Mapa. União Europeia: comparação dos países-membros em inovação tecnológica,  2021. Mapa representando o desempenho em inovação dos países da União Europeia.
Desempenho em inovação:
Modesto: Letônia, Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, Macedônia do Norte, Croácia e Eslováquia. 
Moderado: Lituânia, República Tcheca, Chipre, Itália, Espanha, Grécia e Eslovênia. 
Notável: Estônia, Áustria, França, Alemanha, Países Baixos, Portugal e Irlanda. 
Campeão: Suécia, Finlândia, Bélgica e Dinamarca.
Na porção esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 440 quilômetros.

Fonte: LESUR, Alexandra. L’Europe de la recherche. Toute l’Europe, Synthèse, 3 dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/6PRAGg. Acesso em: 31 maio 2022.

Grafismo indicando atividade

Com base neste mapa, aponte um país de inovação modesta, um de moderada, um de notável e outro campeão em inovação. Se necessário, consulte o mapa político da Europa, na página 75.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

olítch, Nelson Bacic.

A desintegração do Leste: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Iugoslávia, Europa Oriental. São Paulo: Moderna, 1993. (Coleção Polêmica).

O autor inicia o livro discorrendo sobre o Leste Europeu, sua formação e os movimentos que levaram seus países à economia de mercado. Para o que estudamos, é interessante conhecer o contexto a fim de compreender a desintegração da Iugoslávia.

Ícone. Seção Rotas e encontros.

Rotas e encontros

Embrapa envia nova remessa de sementes para o Banco de isvalabard, na Noruega

“Na próxima sexta-feira [10/01/2020] a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai enviar para a Noruega .3438 materiais genéticos que fazem parte do seu acervo para compor o maior banco mundial de sementes do mundo, o de isvalabard, situado na cidade de Longyearbyen. Criado para funcionar como uma cópia de segurança para conservação a longo prazo das sementes de bancos de germoplasma de todo o planeta, ele está situado no interior de uma montanha e foi planejado para resistir a catástrofes climáticas e explosões nucleares. Por isso, o banco nórdico é considerado o mais seguro em termos físicos e ambientais.

Serão .3037 acessos de arroz, 87 de milho, 119 de cebola, 132 de pimentas Capsicum e de 68 Cucurbitáceas (abóboras, morangas, melão, pepino, maxixe e melancia), que serão mantidas a uma temperatura de 18 graus negativos. Acessos são amostras de sementes representativas de diferentes populações de uma mesma espécie. O clima glacial do Ártico assegura baixas temperaturas mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. As baixas temperaturas e umidade garantem uma baixa atividade metabólicaglossário , mantendo a viabilidadeglossário das sementes por séculos. […]

As sementes que serão enviadas pela Embrapa estão acondicionadas em embalagens aluminizadas hermeticamente fechadas, identificadas com código de barras, e organizadas em caixas plásticas. As caixas serão enviadas pelos Correios até Oslo, na Noruega. De Oslo, seguirão até o arquipélago de isvalabard, no Círculo Polar Ártico. […]

CIPRIANO, Robson. Brasil enviará no dia 10 nova remessa de sementes para o Banco Mundial de Sementes de isvalabard, na Noruega. Embrapa, 9 janeiro 2020. Disponível em: https://oeds.link/w6jygZ. Acesso em: 18 março 2022.

Fotografia. Vista para uma construção de concreto triangular com uma porta de vidro e uma passarela na entrada com duas pessoas em pé. Ao redor da construção, superfície inclinada coberta de neve e céu azul noturno.
Banco Global de Sementes de isvalabard, abrigo subterrâneo que guarda amostras de sementes na Ilha de ispítisbérguen, na Noruega (2020).

 Interprete

1. Explique por que o banco mencionado no texto é "considerado o mais seguro em termos físicos e ambientais".

 Argumente

  1. Você acha essa iniciativa importante? Por quê?
  2. Explique a relação entre a localização geográfica do Banco de isvalabard e os objetivos para os quais ele foi criado.

5. Pobreza e disparidades econômicas na União Europeia

Nos últimos anos, a pobreza e a desigualdade econômica se acentuaram na União Europeia. A crise econômica e financeira mundial iniciada em 2008 aumentou o desemprêgo e contribuiu para a redução da renda média mensal per capitaglossário de parcelas da população em vários países-membros do bloco. Mais recentemente, nos anos 2020 e seguintes, a pandemia mundial da covíd-19 acentuou essa situação, pois resultou em medidas restritivas à entrada e à circulação de pessoas nos países da u ê, por longos períodos, afetando suas economias, sobretudo naqueles onde a atividade turística ocupa posição de destaque no Produto Interno Bruto (Píbi). No início de 2022, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia agravou os problemas econômicos nos países da u ê.

Observe o mapa que representa as desigualdades econômicas entre os países da u ê, de acôrdo com o consumo real per cápita, com base no chamado PPC (Paridade de Poder de Compra)glossário . Esse indicador socioeconômico é calculado por meio de estimativas que medem o consumo individual real de bens e serviços pelas famílias, retratando o custo de vida nos países. Em 2020, por exemplo, nove países-membros da u ê registraram consumo real per cápita, em pê pê cê, acima da média do bloco – com destaque para Luxemburgo, Alemanha e Dinamarca –, enquanto, em outro extremo, cinco apresentaram o mesmo indicador muito abaixo da média dos países desse conjunto – Bulgária, Croácia, Eslováquia, Letônia e Hungria.

União Europeia: consumo individual real per cápita (em pê pê cê) – 2020

Mapa União Europeia: consumo individual real per capita (em PPC), 2020. Mapa representando a média de consumo individual nos países da União Europeia.
Média da União Europeia igual a 100.
Média da Zona do Euro igual a 105 euros: 
Acima da média da UE: Suécia, Finlândia, Áustria, França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e Dinamarca. 
Menos de 25% abaixo da média da UE: Lituânia, Estônia, República Tcheca, Eslováquia, Chipre, Polônia, Romênia, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda e Grécia,
Mais de 25% abaixo da média da UE: Letônia, Hungria, Eslováquia, Croácia e Bulgária. 
Ao lado, rosa dos ventos e, na parte inferior. escala de 0 a 480 quilômetros.

Fonte: EUROPEAN COMMISSION. Eurostat. First estimates of purchasing power parities for 2020. Disponível em: https://oeds.link/m5drha. Acesso em: 22 março 2022.

População em risco de pobreza na União Europeia

Mesmo nos países mais ricos da u ê, o percentual de pessoas em risco de pobreza é significativo. O conceito de pobreza varia de acôrdo com as diferentes realidades sociais. Na u ê, são consideradas em risco de pobreza as pessoas com renda mensal inferior a 60% da renda média mensal per cápita em seus países, pessoas que sofrem por severas privações materiais e sociais e pessoas que residem em domicílio com intensidade de trabalho muito baixaglossário . Em 2020, estimava-se que 21,9% da população do bloco, o que correspondia a cêrca de 96,5 milhões de pessoas, estavam em risco de pobreza ou exclusão social.

A pobreza no Leste Europeu é agravada pelas diferenças étnicas. Na região nordeste da Romênia e no noroeste da Bulgária, que abrigam ciganos e outras etnias minoritárias, a pobreza atinge mais de 50% da população. Já a Costa Mediterrânea e o Leste Europeu agrupam os países mais pobres do bloco. Nessas regiões, entre os fatores que impedem a recuperação e o crescimento econômico estão o endividamento público e a crise financeira, que reduzem os investimentos e a oferta de bens e de serviços pelo Estado.

União Europeia: pessoas em risco de pobreza ou exclusão social (porcentagem no total da população) – 2020

Gráfico. União Europeia: pessoas em risco de pobreza ou exclusão social (porcentagem no total da população),  2020. Gráfico de colunas mostrando a porcentagem de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia. A porcentagem no total da população está apresentada no eixo vertical e, os países, no eixo horizontal.
Romênia: 35,8% 
Bulgária: 34% 
Grécia: 28% 
Itália: 27% 
Letônia: 27% 
Espanha: 27% 
Lituânia: 24,5% 
Estônia: 23% 
Alemanha: 22% 
União Europeia: 21,9% 
Irlanda: 21% 
Croácia: 20,5% 
Bélgica: 20% 
Portugal: 20% 
Malta: 20% 
Luxemburgo: 20% 
Hungria: 19% 
França: 18,5% 
Suécia: 17,5% 
Chipre: 17,5% 
Polônia: 17% 
Dinamarca: 17% 
Áustria: 17% 
Finlândia: 16% 
Países Baixos: 16% 
Eslovênia: 14% 
Eslováquia: 13,5% 
República Tcheca: 11,5%

Fonte: EUROPEAN COMMISSION. Eurostat Statistics Explained. Disponível em: https://oeds.link/bLWhEb. Acesso em: 22 março 2022.

Nota: Os dados da Letônia são de 2019 e os da Irlanda e da Itália, de 2018; os demais são de 2020.

Grafismo indicando atividade

Pode-se afirmar que o percentual da população em risco de pobreza e exclusão social se apresenta da mesma fórma em todos os países da União Europeia? Explique.

desemprêgo na u ê

De 2008 a 2017, o desemprêgo aumentou em 21 países dos 28 que então compunham a União Europeia (Reino Unido deixou o bloco em 2020), e a taxa média de desemprêgo passou de 2,6% para 4,0%. Em 2021, em decorrência das dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19 iniciada no ano anterior, o desemprêgo na u ê chegou aos 7,1%, e para os anos 2022 e 2023, respectivamente, previa-se a redução para 6,7% e 6,5%, em razão do aumento do número de pessoas vacinadas e da retomada acentuada das atividades econômicas.

União Europeia: taxa de desemprêgo (em porcentagem) – 2020

Mapa. União Europeia: taxa de desemprego (em porcentagem), 2020. Mapa mostrando a porcentagem de desempregados nos países da União Europeia.
Taxa de desemprego (em porcentagem), 2020: 
De 2,6% a 4,6%: Alemanha, Polônia, República Tcheca, Hungria.
Mais de 4,6% a 5,8%: Dinamarca, Países Baixos e Eslovênia.
Mais de 5,8% a 6,75%: Eslováquia, Bélgica, Luxemburgo, Irlanda, Áustria, Romênia, Bulgária.
Mais de 6,75% a 7,7%: Estônia, Croácia.
Mais de 7,7% a 9,55%: Suécia, Finlândia,  Letônia, Lituânia, Portugal, França, Itália, Chipre.
Mais de 9,55% a 17,9%: Espanha e Grécia.
Ao lado, rosa dos ventos e, na parte inferior, escala de 0 a 480 quilômetros.

Fonte: EUROPEAN COMMISSION. Eurostat. Total unemployment rate. Disponível em: https://oeds.link/jirLyx. Acesso em: 22 março 2022.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 11 e 12

Registre em seu caderno.

  1. Em relação ao Plano Marshall, responda às questões.
    1. O que foi esse plano?
    2. De que maneira suas ações eram realizadas?
    3. Quais eram os interesses estadunidenses em sua implementação?
  2. Explique a importância do benelúcs para a formação da União Europeia.
  3. Em relação à céca, responda:
    1. É possível apontar a céca como a evolução de qual bloco econômico? Explique.
    2. Em quais produtos estava baseada essa união aduaneira?
    3. Qual foi o legado fundamental desse bloco?
  4. A Comunidade Econômica Europeia passou a se chamar União Europeia com a assinatura do Tratado de mastríchi em 1992. Explique o que foi esse tratado.
  5. Em relação ao perfil econômico da União Europeia (u ê), responda às questões.
    1. Quais são os aspectos demográficos do seu mercado interno?
    2. De quanto foi o Píbi da u ê em 2020? Qual foi sua participação em relação ao Píbi mundial?
    3. Que países constituem as potências econômicas da u ê? E da Europa?
  6. Explique o que são centro ou núcleo e periferia econômica da União Europeia.
  7. Interprete o mapa e responda às questões.

Europa: representações

Mapa. Europa: representações. Mapa destacando o continente europeu, asiático e africano e as diferentes representações da Europa.
Diferentes representações da Europa:
Visão clássica do Atlântico aos Montes Urais: linha verde traçada entre a porção asiática e europeia da Rússia, na região dos Montes Urais, e segue na fronteira entre a Rússia e o Cazaquistão, Mar Cáspio, Azerbaijão, Geórgia e Mar Negro.
Visão geopolítica do tempo da Guerra Fria: linha roxa traçada na fronteira entre o antigo território da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a Europa, isto é, na fronteira entre a Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Ucrânia, Moldávia e os demais países da Europa, e incorporando a Islândia, no Oceano Atlântico.
Visão nova: do Atlântico ao Pacífico: faixa da Rússia: linha vermelha traçada na fronteira entre a Rússia e o Cazaquistão, Mongólia, China e a Coreia do Norte, no Oceano Pacífico.
Espaços reconhecidos como não europeus: África, Oriente Médio, Ásia (exceto Rússia), Groenlândia. 
Casos controvertidos 
1. Arquipélago das Canárias (Espanha): localizado no norte da costa oeste da África. 
2. Arquipélago da Madeira (Portugal): localizado no norte da costa oeste da África, acima do Arquipélago das Canárias. 
3. Arquipélago dos Açores (Portugal): localizado no Oceano Atlântico Norte, próximo à Península Ibérica. 
4. Chipre (aderiu à UE em 2004): localizado ao sul da Turquia. 
5. Cáucaso (Geórgia, Azerbaijão e Armênia): localizado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio.
6. Terras árticas diversas (Groenlândia, Ilhas Spitsbergen): localizadas, respectivamente ao noroeste e norte da Península Escandinava.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.180 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em beidóuer, êni (organizador). Géographie. Paris: Hatier, 1997. página 11.

  1. Qual dessas representações é baseada exclusivamente em aspectos naturais?
  2. Que visão geopolítica foi superada com a criação da União Europeia?

8. Interprete o mapa e faça o que se pede.

Espanha: uso da terra e principais atividades industriais

Mapa. Espanha: uso da terra e principais atividades industriais.  Mapa com destaque para a Espanha, representando os principais usos da terra e atividades industriais do país. 
Petróleo: costa leste.
Gás natural: em Bilbao, no norte, e na porção nordeste.
Oleoduto: entre Madri, na porção central do país, Bilbao (costa norte) e Barcelona (costa leste); área interior na porção sul até a costa sudoeste. 
Gasoduto: Valência e Cartagena, na costa leste; área interior na porção sul até Málaga (costa sul).
Transporte de gás natural liquefeito (GNL): ao redor da Península Ibérica, pelo Mar Mediterrâneo e Oceano Atlântico. 
Refino de petróleo: Bilbao (costa norte); Valência (costa leste); Málaga e outras áreas na costa sul; porção interior no sul do país; Huelva (costa sudoeste). 
Porto petrolífero:  em Málaga, no sul do país, e, também, na costa sudoeste. 
Porto de gás natural liquefeito (GNL): em Barcelona, no leste do país. 
Risco de poluição marinha: costa leste e trecho na costa sul (Málaga).
Florestas: fragmentos no norte, nordeste,  centro e sul do país.
Pastagens: áreas espalhadas, predominantemente no centro e norte do país. 
Terras cultivadas: áreas espalhadas, predominantemente no centro e sul do país. 
Pântano: em todo o litoral. 
Regiões de alta montanha: fronteira com a França e com Portugal. 
Indústria têxtil: Valência e Barcelona. 
Exportação agrícola: Valência, Málaga, Sevilha e Huelva. 
Indústria química: Barcelona, Huelva, Madri e Bilbao. 
Estaleiro: Barcelona, Corunha, Cartagena e Bilbao.  
Construção automobilística: Barcelona, Valência, Vigo, Zaragoza e Madri. 
Indústria pesada: Barcelona, Zaragoza, Sevilha, Valência, Bilbao e Madri. 
Engenharia elétrica: Bilbao, Barcelona, Valência, Sevilha e Madri.
Indústria pesqueira: Huelva, Corunha, Vigo. 
Criação de ovelhas: no centro e no norte. 
Cultivo de azeitonas: interior da porção sul do país e costa leste. 
Cultivo de limões: costa sul e Valência. 
Cultivo de videiras: oeste, na fronteira com Portugal. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 290 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Capital: l’encyclopédie du monde. Paris: Nathan, 2006. página 254 e 255; Charliê Jác (organizador). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 80.

Com base nessa representação cartográfica, faça a interpretação do uso da terra na Espanha. Para auxiliá-lo, consulte novamente o mapa B da página 84.

  1. Construa um gráfico de colunas representando o Píbi da Europa e da União Europeia em 2020 com os dados constantes do texto do subtítulo “União Europeia: poderoso bloco econômico”, na página 96. Dê um título ao gráfico e cite a fonte “Banco Mundial”.
  2. Observe o gráfico a seguir e responda às questões.

Europa: exportação e importação de mercadorias por países selecionados (em bilhões de dólares) – 2020

Gráfico. Europa: exportação e importação de mercadorias por países selecionados (em bilhões de dólares), 2020. Gráfico de barras mostrando o volume de exportações e importações de alguns países europeus. Os países estão apresentados no eixo vertical central e o volume de exportações no eixo horizontal à esquerda e o de  importações no eixo horizontal à direita.
Alemanha: exportação: 1.400 bilhões de dólares; importação: 1.190 bilhões de dólares. 
Países Baixos: exportação: 675 bilhões de dólares; importação: 600 bilhões de dólares.  
Itália: exportação: 500 bilhões de dólares;  importação: 450 bilhões de dólares.   
França: exportação: 490 bilhões de dólares; importação: 590 bilhões de dólares.   
Bélgica: exportação: 440 bilhões de dólares; importação: 380 bilhões de dólares. 
Reino Unido: exportação: 430 bilhões de dólares; importação: 620 bilhões de dólares.  
Suíça: exportação: 310 bilhões de dólares; importação: 300 bilhões de dólares. 
Espanha: exportação: 300 bilhões de dólares; importação: 310 bilhões de dólares. 
Polônia: exportação: 290 bilhões de dólares; importação: 280 bilhões de dólares. 
República Tcheca: exportação: 200 bilhões de dólares; importação: 180 bilhões de dólares.

Fonte: WORLD TRADE ORGANIZATION. World trade statistical review tuên tuên uãn. Geneva: dáblio tê ó, 2021. página58.

  1. A balança comercial da Alemanha apresentou, em 2020, superávit ou déficit? Explique.
  2. Aponte os países que tiveram saldo negativo no comércio exterior. Como você descobriu?

11. Leia o texto e responda às questões.

[…] De fato, o alargamento do leste da u ê consolidou firmemente a democracia, a liberdade e o Estado de direito para milhões de pessoas que tinham vivido atrás da Cortina de Ferro. A adesão à União Europeia foi um símbolo de esperança e de um futuro melhor para milhões de pessoas. […]

COMISSÃO EUROPEIA. Alargamento da u ê: 10 anos de crescimento. Panorama, número 49, página 18, verão 2014. Disponível em: https://oeds.link/2m1LJE. Acesso em: 18 fevereiro 2022.

  1. Como você interpreta o trecho “o alargamento do leste da u ê consolidou firmemente a democracia, a liberdade e o Estado de direito”?
  2. Em sua opinião, por que a adesão dos países ex-socialistas à u ê foi tida como perspectiva de um futuro melhor?

12. Em grupo, escolham um país europeu que vocês gostariam de conhecer. Busquem informações sobre ele em enciclopédias, revistas de viagens ou na internet. Elaborem um painel apresentando os aspectos turísticos do país escolhido, sejam eles naturais ou culturais. Ilustrem o trabalho com mapas e fotos. Exponham o painel no mural da escola ou em plataformas digitais que permitam o compartilhamento das informações selecionadas.

Glossário

Península
Ponta de terra emersa cercada de água por todos os lados, exceto um, que a une ao continente.
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Etnocentrismo
Tendência a privilegiar as normas e os valôres de sua própria sociedade ao interpretar as outras; a valorizar seu grupo, sua região ou sua nacionalidade em detrimento de outros, podendo desenvolver preconceitos em relação a eles.
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Laboral
Relativo a trabalho, profissão, atividade funcional.
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Eurodeputado
Deputado do Parlamento Europeu (composto de 705 deputados eleitos nos 27 Estados-membros da u ê).
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Referendo
Procedimento que permite à população de um país se manifestar por meio do voto sobre assuntos ou questões de interesse nacional.
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Renda per capita
Literalmente, “renda por cabeça”. É o resultado da divisão da renda total de um país pelo total de sua população. Por se tratar de uma média, não mostra a desigualdade de renda entre a população de um país.
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Metabólico
De metabolismo: conjunto dos processos físicos e químicos pelos quais se mantém a vida em um organismo.
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Viabilidade
Que é viável; que mantém as condições para germinação.
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Renda média mensal per capita
Renda recebida por uma pessoa em fórma de salário por seu trabalho, lucro, juros, aluguel, arrendamento ou remuneração por serviços prestados.
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PPC (Paridade de Poder de Compra)
Método para calcular o poder de compra da população dos países. Considerando que os bens e serviços têm preços diferentes nos diversos países, o pê pê cê mede quanto determinada moeda, convertida geralmente em dólar ou euro, pode comprar em cada um deles.
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Intensidade de trabalho muito baixa
Segundo a u ê, tempo de trabalho igual ou inferior a 20% do potencial total de tempo de trabalho das pessoas de uma família em idade ativa durante o ano anterior.
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