UNIDADE 5 ÁSIA: DIVERSIDADE FÍSICA E CULTURAL E CONFLITOS
Esta Unidade abordará a diversidade física ou natural do continente asiático, o uso da terra, o colonialismo e o imperialismo europeus, suas transformações territoriais, as tensões e os conflitos no decorrer do tempo, os aspectos populacionais e culturais e suas desigualdades socioeconômicas.
A Ásia é o continente mais extenso da Terra e apresenta grande amplitude latitudinal, com paisagens variadas, diferentes tipos de clima, formações vegetais e fórmas do relêvo, incluindo cadeias montanhosas, penínsulas e ilhas. No que se refere ao desenvolvimento agropecuário asiático, em função das diferenças socioeconômicas e culturais de seus países, coexistem a aplicação de técnicas agrícolas modernas – com o intenso emprêgo de maquinários e recursos tecnológicos –, e de práticas milenares – como o uso de arado com tração animal.
A Ásia apesenta também grande diversidade étnica, linguística e religiosa. Contudo, os eventos históricos que se desenvolveram nesse continente, principalmente a colonização de seus territórios no século dezenove e o processo de descolonização no século vinte, acirraram conflitos e disputas territoriais entre povos e Estados. Atualmente, apesar de abrigar grandes potências mundiais e parte das maiores e mais populosas cidades do mundo, apresenta profundas desigualdades sociais e econômicas entre os seus países.
VERIFIQUE SUA BAGAGEM
- O que você sabe sobre os aspectos físico-naturais do continente asiático?
- Você sabe por que em algumas regiões se pratica a agricultura em terraços?
- Em sua opinião, é importante para um povo manter suas tradições culturais? Por quê?
PERCURSO 17 ÁSIA: DIVERSIDADE FÍSICA, USO DA TERRA E REGIONALIZAÇÕES
1. A diversidade do meio natural
Formada por 49 países e com cêrca de 45 milhões de quilômetros quadrados de extensão – o que corresponde a 30% das terras emersas do globo terrestre –, a Ásia é o maior continente do planeta. Observe o gráfico e, em seguida, o mapa.
Mundo: área dos continentes em relação às terras emersas (em porcentagem)
Fonte: elaborado com base em CALENDARIO atlante De Agostini 2016. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. página 63.
Ásia: político – 2022
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 49.
A leste de Greenwich, a Ásia estende-se do meridiano graus ao meridiano graus. No entanto, a Península Chukchi é cortada pelo meridiano de graus oeste. Assim, uma pequena parcela do território asiático localiza-se no Hemisfério Ocidental, onde se encontra o Estreito de Béring, que separa a Ásia da América.
Nesse vasto território, destaca-se a diversidade de paisagens naturais, com muitos tipos de clima, vegetação e fórmas de relêvo, que você vai conhecer a seguir.
• Clima e vegetação
O território asiático estende-se das regiões de altas latitudes até as de baixas latitudes, o que, associado a outros fatores, explica a diversidade de tipos de clima – do polar ao equatorial – e, consequentemente, a existência de diferentes paisagens naturais no continente (observe o mapa A).
Ásia: tipos de clima
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.
Qual é o clima predominante das altas latitudes do continente asiático? E o das baixas latitudes?
Assim como há diversidade climática, encontram-se variadas formações vegetais nesse continente: Tundra e Floresta de Coníferas em altas latitudes, Estepes e Vegetação de Deserto em regiões de pouca umidade, florestas temperadas e subtropicais nas médias latitudes e florestas equatoriais e tropicais nas regiões de baixas latitudes. Porém, grande parte dessas áreas foi intensamente desmatada pela exploração madeireira e pelo avanço da prática agrícola (observe o mapa B).
Ásia: vegetação natural e áreas de cultivo – 2019
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 22.
Quais são as formações vegetais naturais existentes na Ásia que também podem ser encontradas em território brasileiro?
• relêvo
O continente asiático também apresenta diferentes fórmas de relêvo, com destaque para os extensos e elevados planaltos e as grandes planícies (observe o mapa). Um desses planaltos, o Planalto do Pamir – denominado o “telhado do mundo” –, localiza-se a mais de 4 mil metros de altitude (observe a foto A da página seguinte).
Destaca-se ainda, com terras de altitudes elevadas, o Planalto do Tibete. cêrca de três quartos da sua superfície situam-se em altitudes acima de .3500 metros. Nesse planalto surgem grandes cadeias montanhosas; e seu clima se caracteriza pela baixa pluviosidade e por médias térmicas também baixas.
Entre as planícies, destacam-se a Planície da Sibéria, na porção noroeste do continente; a Planície Indo-Gangética, no baixo curso dos rios Indo e Ganges, ao sul do Planalto do Tibete; e as planícies aluviais dos rios roangui rô (Rio Amarelo) e Yang (Rio Azul), na porção sudeste.
Ásia: físico
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 48.
Qual é a mais extensa planície asiática? Em que país ela se localiza?
Grandes cadeias montanhosas também atravessam a Ásia. É o caso da Cordilheira do Himalaia, que, com .2400 quilômetros de comprimento e 400 quilômetros de largura, separa as porções norte e sul do continente, constituindo uma barreira natural para o avanço das massas de ar frio que vêm do norte e para as massas de ar quente provenientes do sul. No Himalaia localiza-se o Pico Everest (.8848 metros) – o de maior elevação do planeta (observe a foto B) –, além de mais de setenta picos com altitudes superiores a 7 mil metros.
Grandes depressões absolutas também marcam o relêvo asiático, com destaque para a do Mar de Aral, a do Mar Cáspio e a do Mar Morto, considerada a mais profunda das terras emersas, com 395 metros abaixo do nível do mar.
• Penínsulas e ilhas
Com um litoral bastante recortado, a Ásia destaca-se ainda pelas várias penínsulas, como a Península da Anatólia – onde se situa a Turquia –, a Península Arábica, a Península da Indochina, entre outras (observe novamente o mapa da página 139).
Quanto às ilhas e aos arquipélagos, a maior concentração ocorre na porção sudeste do continente. O maior arquipélago é o da Indonésia – chamada de país-arquipélago, pois é formada por cêrca de treze mil e setecentas ilhas. Há também o arquipélago das Filipinas, com cêrca de 7 mil ilhas, e o arquipélago japonês, com aproximadamente 3 mil ilhas.
Tanto o Himalaia como os arquipélagos são de formação geológica recente, destacando-se o arco vulcânico indonésio e as cadeias vulcânicas das Filipinas e do Japão. Essas áreas estão sujeitas a terremotos, tsunamis e fenômenos vulcânicos, com graves consequências para as populações que as habitam.
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Transcrição do áudio
A instabilidade tectônica e a matriz energética japonesa
[Locutora]: Localizado na Ásia Oriental, o arquipélago japonês está situado na área de encontro de três placas tectônicas, o que faz com que o país apresente forte instabilidade geológica, marcada pela ocorrência de fenômenos como vulcões, terremotos e tsunamis.
A instabilidade tectônica do Japão sempre influenciou vários aspectos da sociedade e da economia japonesas e, mais recentemente, esse fato levou o país a reavaliar também a sua matriz energética.
Em 2011, um terremoto seguido de um tsunami atingiu a costa do Japão e causou danos a uma usina nuclear na cidade de Fukushima, provocando um grave acidente nuclear.
Com o vazamento de material radioativo, milhares de pessoas precisaram deixar suas casas e muitas não retornaram até hoje. Embora nenhuma morte tenha sido diretamente associada ao acidente nuclear, o risco de contaminação por radiação permanece elevado na região.
O acidente de Fukushima encorajou o Japão a repensar o uso da energia nuclear. Desde o acidente, o país tem procurado reduzir sua dependência em relação a essa fonte de energia. O desafio, porém, é grande.
Com um território pequeno e pouca disponibilidade de recursos energéticos, o país precisa diminuir o consumo da energia nuclear sem aumentar a sua dependência dos recursos energéticos provenientes de outros países e do uso de combustíveis fósseis, que também estão associados a problemas ambientais como a poluição atmosférica, a intensificação do efeito estufa e o risco de aquecimento global.
Como alternativa, o Japão vem investindo em fontes de energia eólica, solar e a gerada por hidrogênio, o que colabora para aumentar a autossuficiência e a segurança energética do país.
A expectativa é de que essas fontes renováveis de energia permitam a substituição dos combustíveis fósseis e também reduzam a dependência da energia nuclear no país.
Embora o objetivo seja desafiador, as mudanças devem começar a se refletir na matriz energética japonesa nos próximos anos. Esse é um exemplo de como questões sociais, econômicas e políticas podem estar diretamente relacionadas aos aspectos naturais de um país.
• Rios extensos e caudalosos
O território asiático é cortado por rios de grande extensão. Entre os que nascem nas terras de altitudes elevadas da Mongólia e dos Montes Altai e correm para o Ártico, destacam-se os rios Lena, b e Ienissei. No inverno, parte dos cursos desses rios se congela, dificultando a navegação.
Nas terras altas do Himalaia, nascem os rios brâmapútra, Ganges e Indo, que ao longo do tempo formaram imensas planícies aluviais no baixo curso, intensamente aproveitadas para a agricultura.
Da mesma fórma, os rios Yang (Rio Azul), roangui rô (Rio Amarelo) e mêkongui nascem em altitudes elevadas da porção central da Ásia; os dois primeiros cortam o território chinês, e o terceiro atravessa a Península da Indochina (observe a imagem de satélite A), formando também planícies aluviais, muito usadas para a atividade agrícola. Vale destacar ainda os rios Tigre e Eufrates. Localizados em território iraquiano, esses rios foram fundamentais para o nascimento e a manutenção das sociedades mesopotâmicas na Antiguidade.
• Pressões sobre o meio ambiente: o caso do Mar de Aral
Entre as várias pressões sobre o meio ambiente causadas pelo ser humano na Ásia, cumpre destacar a do Mar de Aral. Apesar do nome, tratava-se de um grande lago localizado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão (localize-o no mapa da página 139). As águas dos rios sír Daria e Amu Daria, que o alimentavam, foram, em parte, desviadas para irrigar um grande projeto de plantio de algodão. Esse fato, somado ao clima desértico que predomina na região, levou o Aral a secar (observe a foto aérea B e a imagem de satélite C).
Há cinquenta anos, ele cobria uma área de 62 mil quilômetros quadrados e, atualmente, está reduzido a cêrca de 20 mil. Esse foi um dos piores desastres ambientais provocados pelo ser humano.
2. O uso da terra
Como estudamos anteriormente, o território asiático apresenta grande extensão latitudinal. Essa característica, juntamente com outros fatores geográficos do clima, como a altitude, a maritimidade, a continentalidade, o solo etcétera, tem estreita relação com o uso da terra no continente.
Relacionando, assim, o mapa da página 139 (Ásia: físico) com o mapa desta página, podemos observar que o uso da terra no continente asiático está condicionado pelos fatores geográficos do clima, como em qualquer parte do mundo.
Entretanto, devemos considerar que, com o uso de tecnologias aplicadas à agropecuária, como a irrigação de terras, o ser humano altera os condicionamentos impostos pelo meio natural ao uso da terra, podendo, até mesmo, causar enormes danos ambientais, como o ocorrido no Mar de Aral. Coexistindo com práticas agrícolas modernas, há na Ásia técnicas tradicionais e o emprêgo de fôrça animal (observe a foto da página 144).
Ásia: uso da terra
Fonte: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2014. página 100-101.
Aponte o fator geográfico que dificulta o desenvolvimento da agricultura na Península Arábica.
3. Regionalização segundo a localização dos países no continente
Estudamos, nos mapas da página 138, a regionalização do continente asiático, com base nos tipos de clima e de formações vegetais naturais e áreas de cultivo, respectivamente. Trata-se, no primeiro caso, da aplicação de um critério de ordem natural ou física – os tipos de clima. Já no segundo caso, corresponde a um critério de ordem natural ou física – tipos de formação vegetal natural – e de ordem humana ou social, isto é, consideraram-se ainda a intervenção humana no território e a produção de espaços geográficos – áreas cultivadas.
Estudaremos, em seguida, outra regionalização com base na localização dos países no continente asiático, cujo critério também é de ordem natural (observe o mapa).
Ásia: regionalização com base na localização dos países – 2021
Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 49, 51; geográfica: atlas ilustrado do mundo. Lisboa: dína livros, 2005. página 147, 148, 158, 166; Atlas National Geographic: Ásia um. São Paulo: Abril, 2008. volume 7. página 30, 70, 84; Atlas National Geographic. Ásia dois. São Paulo: Abril, 2008. volume 8. página 6, 48, 62.
Com os conhecimentos que você adquiriu, a maioria dos países da Ásia Central faziam parte de qual país ou Estado até 1991?
Além dessas regionalizações, várias outras podem ser realizadas, dependendo do interesse ou do objeto de estudo de quem pretende pesquisar a Ásia ou outros continentes ou qualquer espaço geográfico, como o município onde você mora.
PERCURSO 18 O COLONIALISMO E O IMPERIALISMO NA ÁSIA
1. Do relativo isolamento à chegada dos europeus
• Apropriação de territórios asiáticos por países europeus
A partir do final do século quinze, com a expansão marítimo-comercial europeia, os contatos com os povos asiáticos se estreitaram.
O estabelecimento de feitorias foi a solução encontrada pelas potências europeias à época – Portugal, Espanha, Reino Unido, França e Países Baixos (Holanda) – para entrar em contato com as nações asiáticas e africanas. Os europeus não se preocuparam em fundar colônias, isto é, não se apropriaram de territórios e de sua população, tal como fizeram na América nos séculos quinze e dezesseis e, posteriormente, na Oceania, no século dezoito.
Até praticamente meados do século dezoito, as relações dos europeus com os povos asiáticos tinham por base apenas o interesse comercial. Não havia interferência na vida política dos diversos reinos, impérios ou Estados asiáticos, mas havia a vassalagem ou subordinação econômica aos interesses europeus.
A expansão do capitalismo industrial, determinada pelas necessidades da Revolução Industrial europeia por matérias-primas, por mercados consumidores e por áreas para investimento de capitais excedentes, aguçou ainda mais as disputas entre as potências europeias pela apropriação de territórios na Ásia, na África e na Oceania. Outras nações, além das europeias, passaram também a participar das disputas pela “partilha” do mundo. Entraram em cena os Estados Unidos, o Japão e a Rússia.
As relações indiretas de dominação e exploração baseadas nas feitorias, existentes desde o século , foram substituídas pela conquista territorial e pela intervenção política por meio da implantação de colônias e dezesseis possessõesglossário .
A partir daí, o continente asiático foi sendo dividido entre potências por meio da implantação do neocolonialismo e do imperialismo europeus, russo e japonês (observe o mapa da página seguinte).
NO SEU CONTEXTO
Enquanto na Ásia as colônias europeias foram implantadas no século dezenove, o colonialismo europeu foi implantado na América em que período e quais países se apropriaram de territórios desse continente?
Ásia: o imperialismo – 1850-1914
Fonte: , dubí . Atlas historique Duby: toute l’histoire du monde en 300 cartes. Paris: Larousse, 2010. página 244.
A Indochina, possessão francesa no fim do século dezenove, corresponde atualmente a quais países que se libertaram da França? Consulte o mapa da página 137.
2. A descolonização
Passaram-se mais de quatrocentos anos desde a fundação de feitorias pelas potências colonialistas europeias na Ásia no século dezesseis até praticamente meados do século vinte, quando começou o enfraquecimento do sistema colonial ou de dominação política e econômica, pelo menos em sua fórma oficial e direta.
Apesar de as colônias ou possessões terem obtido sua independência formal em relação às metrópoles – França, Reino Unido, Países Baixos, Japão, Portugal, Bélgica etcétera –, isso não representou para elas a autonomia total. Todas se viram atadas às novas fórmas de colonialismo no mundo, expressas principalmente nas relações econômicas.
A grande descolonização aconteceu no período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial em razão de movimentos internos que ocorreram nas colônias em prol da independência, alguns deles por meio de conflitos armados.
Entre 1945 e 1950, várias colônias asiáticas obtiveram sua independência: Índia, Paquistão e Ceilão (atual Síri Lanca) libertaram-se do Reino Unido; Filipinas, dos Estados Unidos; Indonésia, dos Países Baixos; Laos e Vietnã, da França (leia o texto da seção Cruzando saberes); a China, em 1949, realizou a revolução socialista liderada por máo tsé tung, acabando com a dominação exercida pelos britânicos, alemães, japoneses e outras nacionalidades; a Coreia libertou-se do Japão. Em 1953, o Camboja libertou-se da França; em 1957 e 1965, Malásia e Cingapura obtiveram, respectivamente, independência em relação ao Reino Unido.
Os países da Ásia ocidental, mais conhecida com o nome de Oriente Médio, ficaram durante muito tempo sob a dominação estrangeira. A Síria e o Líbano, por exemplo, depois de séculos sob domínio do Império Otomano (de 1516 até o fim da Primeira Guerra Mundial), tornaram-se mandatosglossário franceses em 1918. A independência formal do Líbano ocorreu somente em 1943 (observe a foto), e a da Síria, em 1946.
Os demais países do Oriente Médio somente se tornaram formalmente independentes de suas metrópoles depois da Segunda Guerra Mundial, com exceção do Irã, que nunca foi formalmente colônia estrangeira. Cumpre ainda esclarecer que as fronteiras e até mesmo a criação de alguns países do Oriente Médio resultaram de interesses das potências colonialistas.
Cruzando saberes
O colonialismo no Vietnã e seus desdobramentos
“ A atual República Socialista do Vietnã () érre ésse vê situa-se na região do Sudeste Asiático reticências na Península da Indochina reticências. Os países do Sudeste Asiático foram objeto da expansão colonial europeia a partir do século dezenove. reticências Entre 1940 e 1942, no auge da Segunda Guerra Mundial, todos os países da região caíram sob o domínio do Japão, que só se retirou após a trágica derrota de 1945.
A França se estabeleceu como potência colonial na Indochina entre 1862 e 1893. Em 1941, quando a colônia já estava sob ocupação do Japão, surgiu um movimento de resistência nacional dos vietnamitas, o Viet Minh, liderado pelos comunistas. Com a derrota japonesa, a França retomou o domínio sobre a colônia, mas teve que enfrentar o Viet Minh, que agora defendia a independência do Vietnã. A guerra anticolonial se estendeu de 1946 a 1954, até a derrota francesa na célebre Batalha de Dien Bien Fú.
Na mesa de negociações em Genebra (Suíça), decidiu-se a divisão do Vietnã em dois países separados pelo paralelo 17 graus norte: o Vietnã do Norte, de regime comunista, alinhado com a [ex-] União Soviética e a China reticências, e o Vietnã do Sul, que passou a funcionar como aliado regional dos Estados Unidos reticências. A primeira guerra da Indochina, um conflito de libertação nacional, é indissociável da segunda, que ocorreria anos depois e se concluiria pela reunificação vietnamita.
Entre 1954 e 1960, o Vietnã do Sul viveu um período de intensa turbulência política, já que os seguidores do Viet Minh não aceitavam as decisões negociadas em Genebra. Era o ensaio para um novo conflito. A segunda guerra da Indochina, ou Guerra do Vietnã, estendeu-se entre 1960 e 1975 e envolveu, de um lado, o Vietcong (guerrilha comunista sul-vietnamita apoiada diretamente pelo Vietnã do Norte) e, de outro, as fôrças do govêrno do Vietnã do Sul apoiadas pelos Estados Unidos [observe o mapa]. O objetivo do Vietcong era reunificar territorialmente o Vietnã e mudar a natureza do regime do Vietnã do Sul.
reticências
Nos primeiros seis anos do conflito, os vietcongues conseguiram obter o contrôle sobre amplas áreas do Vietnã do Sul, o que provocou o envolvimento direto de tropas norte-americanas, numa impressionante escalada militar. O esfôrço dos Estados Unidos reverteu o cenário da guerra. Em janeiro de 1968, quando parecia iminente a derrota dos vietcongues, ocorreu a Ofensiva do Tet (feriado do ano lunar chinês). reticências O ano de 1968 registrou o maior número de mortos e feridos norte-americanos em toda a guerra. reticências
Aos poucos, como consequência, os Estados Unidos foram se desengajando militarmente. reticências Os acordos de Paris, de 1973, assinalaram a retirada das fôrças combatentes norte-americanas. Entre janeiro e abril de 1975, o Vietnã do Sul foi tomado pelas fôrças comunistas. Em 1976, depois do ato final da guerra, o Vietnã foi reunificado. reticências Em 1995, 20 anos após o término da Guerra do Vietnã, os Estados Unidos e o Vietnã estabeleceram relações diplomáticas.”
olítch, Nelson bacíqui. Uma visão cartográfica da Guerra do Vietnã. Mundo. Geografia e Política Internacional, ano 23, número 2, página 12, abril 2015.
O Vietnã do Sul entre 1973 e 1975
Fonte: olítch, Nelson bacíqui. Uma visão cartográfica da Guerra do Vietnã. Mundo. Geografia e Política Internacional, ano 23, número 2, página 12, abril 2015.
Interprete
• A interferência militar dos Estados Unidos no Vietnã (1960 a 1975) esteve relacionada a qual contexto geopolítico mundial? Explique.
Atividades dos percursos 17 e 18
Registre em seu caderno.
- Em relação aos aspectos físicos da Ásia, identifique e assinale, em seu caderno, as afirmativas corretas e as incorretas e, em seguida, explique que você considerou incorreta(s).
- A diversidade dos tipos de clima da Ásia, entre outros fatores, está relacionada à posição de sus terras na superfície terrestre, ou seja, estende-se desde as regiões de altas latitudes até as de baixas latitudes.
- A Cordilheira do Himalaia domina a paisagem das altas montanhas asiáticas. Sua formação geológica antiga garante sua estabilidade geológica.
- A uniformidade climática criou na Ásia uma formação vegetal homogênea com a dominância de florestas tropicais.
- Os rios que atravessam a Ásia não são caudalosos nem extensos. Suas planícies não são usadas para a agricultura.
- Sobre o Mar de Aral, responda.
- Onde esse lago está localizado?
- Por que esse lago está secando?
- Esse lago ocupava uma área de quantos quilômetros quadrados há cinquenta anos? E atualmente?
- Como em qualquer região de nosso planeta, o uso da terra na Ásia está condicionado a certos fatores naturais. Aponte-os.
- Há relação entre expansão do capitalismo industrial e apropriação de territórios asiáticos por países europeus no século dezenove e transformação deles em colônias? Explique.
- A regionalização de um território ou de um espaço geográfico pode ser realizada de acôrdo com o interesse ou objeto de estudo de quem pretende pesquisá-lo. Excluindo as regionalizações que você estudou, que outra podemos aplicar à Ásia?
- Leia o fragmento de texto a seguir e responda à questão.
“ Os índices demográficos para os países asiáticos mais desenvolvidos são idênticos aos de muitos países do ocidente: baixo crescimento populacional e esperança de vida longa. ”
geográfica: atlas ilustrado do mundo. Lisboa: dína livros, 2005. página 144.
• Faça uma pesquisa sobre o crescimento demográfico e a esperança de vida média na Ásia e indique a que países asiáticos o fragmento de texto se refere.
7. Observe o climograma de Manila, capital das Filipinas. Depois, consulte o mapa da página 137 e responda às questões da página seguinte.
Manila (Filipinas): climograma
Fonte: Capital: l’encyclopédie du monde 2006. Paris: Nathan, 2005. página 482.
- Com base na latitude de Manila, em que zona de iluminação e aquecimento da Terra essa cidade se localiza?
- Tendo por base a longitude de Manila, ela se localiza no Hemisfério Ocidental ou no Oriental? Como você sabe?
- Aponte os meses de maior média de temperatura em Manila.
- Aponte os meses de maior média de precipitação em Manila.
- Os meses de maior precipitação em Manila são os mesmos que ocorrem nas Grandes Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil?
8. Em uma carta meteorológica, isoterma é a linha que une os pontos de igual temperatura média em determinado período. Observe, a seguir, os mapas das isotermas do continente asiático dos meses de janeiro e julho. Depois, responda às questões.
Ásia: isotermas de janeiro
Ásia: isotermas de julho
Fonte: Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 99.
- Por que as isotermas do mês de janeiro na Ásia são menores que as de julho?
- Se você for viajar para Moscou no mês de janeiro, que tipo de roupa deverá providenciar?
- É possível viajar para Teerã, capital do Irã, no mês de julho apenas com roupas leves?
- Karachi é uma cidade importante do Paquistão. Ela fica mais próxima de qual isoterma no verão?
PERCURSO 19 ÁSIA: TRANSFORMAÇÕES TERRITORIAIS, TENSÕES E CONFLITOS
1. A mobilidade das fronteiras
Do ponto de vista histórico-geográfico, as fronteiras entre os países ou Estados sempre apresentaram mobilidade, ou seja, expandiram-se ou retraíram-se e, em muitos casos, desmembraram-se, dando origem a novos países.
Observe os mapas desta e da próxima página, comparando-os também com o mapa da página 137. Eles representam três momentos históricos e seus impactos no espaço geográfico asiático, evidenciando o surgimento de novos países e alterações de fronteiras em sua divisão política.
• A transitoriedade das fronteiras na Ásia
Vê-se que há uma transitoriedade na definição de fronteiras entre os países. Diante disso, cabem duas perguntas: no futuro, o mapa político da Ásia continuará igual ao de hoje?; será que muitos povos que vivem em territórios que historicamente lhes pertencem, mas que estão sob a tutela de um Estado que lhes nega a independência, vão se tornar livres para formar seus próprios Estados?
Ásia: político – 1937
Fontes: elaborado com base em Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 101; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 100.
QUEM LÊ VIAJA MAIS
ARBEX Júnior, José.
Islã: um enigma de nossa época. segunda edição São Paulo: Moderna, 1996.
O autor realiza uma abordagem ampla, desde a origem do Islã, seus fundamentos religiosos e suas relações com a política e com a cultura.
ôbraian, joueine; PALMER, Mártin.
O atlas das religiões: o mapeamento completo de todas as crenças. São Paulo: Publifolha, 2008.
Com textos e ilustrações bem elaborados e de fácil leitura, oferece uma síntese de diversas religiões e crenças.
olítch, Nelson bacíqui.
Geopolítica dos oceanos, mares e rios. São Paulo: Moderna, 2011.
Sugerimos a leitura de tópicos sobre a Ásia, como: “Tensões e rivalidades no Pacífico asiático”; “Mares fechados: geopolítica, economia e impactos ambientais” e “Discórdia e cooperação nas águas do subcontinente indiano”.
Ásia: político – 1989
Fonte: Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 101.
Comparando este mapa com o da página anterior, aponte a alteração que ocorreu na Índia.
Quanto à primeira pergunta da página anterior, provavelmente o mapa político da Ásia deverá apresentar alterações em um futuro próximo ou distante. Quanto à segunda, é possível que novos Estados surjam, pois existem movimentos ou mobilizações de povos em busca da formação de seus próprios países. São os casos de tibetanos e uigures, na China; de curdos, na Turquia, Síria, Iraque e Irã; de tâmeis, no Síri Lanca; além de outros.
2. Ásia: tensões, conflitos e intolerância
A descolonização asiática, assim como a da África, e a formação de novos países não representaram o fim de conflitos entre eles, como também no interior de suas fronteiras. Em alguns casos, os conflitos se transformaram em guerras de grandes proporções, como a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953; a Guerra do Vietnã, entre 1960 e 1975; e os persistentes conflitos entre árabes-palestinos e israelenses, que acontecem desde 1947 até os dias atuais, sem contudo resultarem na obtenção da paz, na definição de suas fronteiras e na convivência pacífica entre seus povos (estudaremos esse assunto no Percurso 28).
Mas, além de guerras, persistem os conflitos motivados por interesses econômicos, questões religiosas e preconceitos étnicos ou culturais que impedem a convivência pacífica entre os povos.
NO SEU CONTEXTO
Qual é sua atitude e a de seus familiares em relação às diferenças entre indivíduos e grupos sociais?
PAUSA PARA O CINEMA
Maomé – O mensageiro de Alá.
Direção: mustafá acádi. Líbia: Continental, 1976. Duração: 220 minutos
O filme conta a história de como Maomé se tornou profeta e construiu a primeira mesquita do mundo.
O anseio pelo contrôle econômico e político sempre foi uma constante na vida de muitos governantes em aliança estreita com as elites locais que, ao mesmo tempo que se beneficiam do poder, lhes dão sustentação política – é esse um dos componentes da Guerra Civil na Síria, iniciada em 2011 e que, até meados de 2022, quando ainda estava em curso, já havia causado mais de 500 mil mortes e o deslocamento forçado de 6,8 milhões de refugiados. Você estudará esse assunto também no Percurso 28.
• A intolerância gera conflitos
Cumpre ressaltar que em muitas sociedades as pessoas são vítimas do racismoglossário , do preconceito e da segregação, o que dificulta o convívio harmônico e ameaça a sobrevivência dos que enfrentam uma ou mais dessas situações constante ou esporadicamente.
Muitos grupos sociais ainda apresentam resistência em conviver com as diferenças. Não entendem que a humanidade é biologicamente, quanto à aparência física, e culturalmente diversa. A diversidade não representa desigualdade entre os povos ou entre as etnias. Ao contrário, representa riqueza. Após tantos anos de ações desrespeitosas e agressivas para com o outro e para com grupos sociais, grande parte das pessoas continua intolerante. Não compreendemos, ainda, que é na diversidade ou na diferença que está a unidade da humanidade.
No entanto, há discriminaçãoglossário religiosa, étnica, de classe social, de nível de instrução e outras que impedem ou dificultam a convivência pacífica entre grupos sociais do mundo.
• A intolerância na Ásia: alguns exemplos
Na Ásia, os exemplos de intolerância se multiplicam. Para citar apenas alguns: assim como não existe apenas uma única religião cristãglossário , também não podemos falar em uma única religião islâmicaglossário , pois esta se divide em várias correntes, entre elas a sunitaglossário e a xiitaglossário , que passam por muitos episódios de confronto, principalmente em países do Oriente Médio; os , minoria étnico-religiosa do noroeste da Índia, estado de Punnjab, e indianos; os síquis , grupo étnico que professa o islamismo e habita o oeste de Mianmar (ex-Birmânia), perseguidos por praticantes do budismo nesse país; os rôrringuiás uigures e tibetanos, respectivamente, habitantes do oeste e sudoeste da China, reprimidos e subordinados pelo govêrno chinês, que é ocupado pela maioria étnica rã (foto A da página seguinte).
Além disso, cabe ressaltar acontecimentos recentes provocados por grupos terroristas que se autodenominam islâmicos. Equivocadamente, muitas vezes esse terrorismo é confundido com fundamentalismo islâmicoglossário . O terrorismo deve ser entendido como o modo pelo qual grupos político-religiosos radicais tentam impor sua vontade por meio de práticas violentas ou atentados que têm causado milhares de mortes no Afeganistão, no Paquistão, no Iraque, na Indonésia e também nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, na Espanha e no Reino Unido, além de outros (foto B).
Observe no mapa os principais conflitos na Ásia e suas causas, indicadas na legenda do mapa.
Ásia: conflitos concluídos ou em curso – 2010-2021
Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 47; bonifáce, pascál; , Ríber . Atlas des crises et des conflits. 2e édition revue et augmentée. Paris: Armand Colin, 2013. página 88; , frênqui organização. Grand atlas 2014: comprendre le monde en 200 cartes. Paris: Autrement, 2013. página 30-31; , et al. organização. Images économiques du monde 2016: géopolitique-géoéconomie. Paris: Armand Colin, 2015. página 245, 246, 303, 318, 419, 430; UN Peacekeeping. Disponível em: https://oeds.link/HKV9kk. Acesso em: 11 abril 2022.
• Conquista de direitos culturais na Ásia
Durante o século vinte, os projetos de construção e de desenvolvimento nacional quase sempre estiveram ligados à ideia de nação culturalmente homogênea. Como resultado, perseguições culturais e até extermínios étnicos se somaram a discriminações históricas contra minorias.
Respeitar e proteger a diversidade são atitudes essenciais para a convivência e a vida em sociedade. Nesse sentido, a Declaração Universal dos Direitos Humanos – que delineia os direitos humanos básicos e que foi adotada pela ônu em 1948 –, contribuiu para o crescimento da luta por liberdade cultural e tornou as políticas de reparação em medidas cada vez mais aceitas na redução de tensões sociais e na promoção do respeito às diferenças. Observe quatro casos em que minorias étnicas conquistaram direitos culturais na Ásia.
- O direito às terras ancestrais nas Filipinas: após décadas de luta e confrontos violentos, os indígenas das Filipinas obtiveram, em 1997, o direito às terras que historicamente ocupavam e ao usufruto de seus recursos. Com isso, o Estado passou a garantir a manutenção do modo de vida dessas minorias, embora a lei tenha beneficiado, até os dias atuais, apenas uma parte dos 8 milhões de indígenas do país.
- Multilinguismo no Síri Lanca: de 1983 a 2009, o Síri Lanca viveu uma guerra civil motivada por ressentimentos históricos entre a minoria tâmil e a maioria cingalesa e por políticas excludentes, como a imposição do uso da língua cingalesa. Em 2011, o govêrno anunciou, como parte do processo de reconciliação nacional, o ensino tanto do cingalês como do tâmil e do inglês nas escolas do país.
- O modo de vida tradicional dos nenets na Rússia: após séculos de perseguição ao seu modo de vida, os nenets, um povo de pastores do norte da Rússia, passaram a ser reconhecidos pelo govêrno como um povo autônomo. Isso garante aos nenets direitos exclusivos, como a permissão para percorrer rótas migratórias em território russo, prática milenar desse povo. A migração tem o objetivo de engordar as renas, base da alimentação dos nenets.
- Respeito à diversidade de crenças na Índia: o hinduísmo é a religião de quase 1 bilhão de indianos. Mesmo com essa expressiva maioria, a constituição da Índia não adota nenhuma crença como oficial. As leis buscam garantir os direitos essenciais dos cidadãos e protegem a diversidade cultural do país, ao permitir que sejam praticados costumes e tradições das diferentes comunidades religiosas em diversos aspectos da vida, como o divórcio e a herança.
NO SEU CONTEXTO
Em sua opinião, por que alguns países têm adotado políticas que visam proteger a diversidade cultural ou reparar injustiças cometidas contra minorias?
PERCURSO 20 ÁSIA: POPULAÇÃO, DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS
1. Ásia: berço de civilizações
A palavra “Ásia” deriva de ássuá e iázia, nome dado pelos egípcios e pelos hititas (povo da Antiguidade que habitou o norte da Síria por volta de 1900 antes de Cristo) à costa ocidental e às regiões meridionais da Ásia Menor (área hoje chamada Turquia). Admite-se também que a palavra derive da língua semíticaglossário , significando “lugar onde o sol nasce”.
A história da humanidade tem profundas raízes no continente asiático. Foi lá que teve início o cultivo de plantas (agricultura), a domesticação de animais (criação) e o emprêgo de metais como cobre, bronze e ferro (metalurgia) para a fabricação de vários utensílios.
Grandes civilizações se desenvolveram no continente asiático, como a chinesa, a hindu e a mesopotâmica. Também na Ásia se formaram os primeiros Estados, representando, portanto, as primeiras tentativas de organização econômica, política, cultural e social realizadas pelo homem.
2. População
A Ásia é o continente mais populoso do planeta. Estima-se que, em 2025, terá mais de 4,8 bilhões de habitantes. É na Ásia que se encontram cinco dos dez países mais populosos do mundo – sem considerar a Rússia, pois parte de seu território se localiza na Europa.
Mundo: estimativa dos dez países mais populosos – 2025
Fonte: elaborado com base em UNITED NATIONS World population prospects 2019. Volume um: comprehensive tables. New York: ú êne, 2019. página 23, 25, 27, 29, 31 e 33.
Entre os dez países mais populosos do mundo, quais se localizam na Ásia?
• Relações entre relêvo, clima, rios e distribuição da população
A densidade demográfica da Ásia é de 107 habitantes por quilômetro quadrado, a mais elevada entre os continentes – Europa, 72 habitantes por quilômetro quadrado; África, 50 habitantes por quilômetro quadrado; América, 25 habitantes por quilômetro quadrado; e Oceania, 5 habitantes por quilômetro quadrado. No entanto, como ocorre nos outros continentes, a população está desigualmente distribuída pelo seu território.
O mapa da página seguinte representa a distribuição da população asiática de acôrdo com níveis de densidade demográfica, assim como as maiores aglomerações urbanas do continente (10 milhões ou mais de habitantes).
Como ocorre em todas as partes do mundo, a distribuição da população pelo território tem estreita relação com o relêvo, o clima, os rios e a economia. A população sempre procura se fixar em regiões ou áreas que lhe sejam favoráveis do ponto de vista físico ou natural, ou seja, em relêvo, clima e abastecimento de água – rios, lagos, águas subterrâneas etcétera – que permitam assegurar sua sobrevivência. A economia também exerce influência na distribuição territorial da população. Regiões e áreas com maior dinamismo econômico – oferta de empregos, melhores salários etcétera – tornam-se áreas de atração populacional.
Observando o mapa e relacionando-o com os mapas das páginas 138 (mapa A) e 139 do Percurso 17, podemos perceber:
- As maiores concentrações de população ocorrem nas planícies formadas por rios importantes e que apresentam climas favoráveis à fixação humana – climas tropical, equatorial e subtropical. É esse o caso da Planície Indo-Gangética – Rio Indo, na Índia e no Paquistão, e Rio Ganges, na Índia e em Bangladesh –, da Planície Mesopotâmica – rios Tigre e Eufrates, no Iraque –, da Planície do Mekong – Rio Mekong, no Vietnã, Camboja e Laos –, da Planície da China – Rio ou Azul e o baixo curso do Rio roangui rô ou Amarelo –, e ainda das planícies do centro-sul do arquipélago japonês e das ilhas de Sumatra e Java, na Indonésia, além de outras.
- Em contrapartida, existem grandes vazios populacionais – áreas pouco povoadas e desabitadas. Para saber as razões, localize essas áreas no mapa e encontre as respostas nos mapas das páginas 138 e 139 mencionados acima. Você vai perceber que o relêvo e o clima dificultam ou restringem a ocupação humana, constatação também perceptível com base na análise da foto B, na página seguinte.
Ásia: densidade demográfica e aglomerações urbanas – 2020
Fontes: í bê gê É. Altas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 70; - ú êne abitá. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. : nairóbi- íu en abitá, 2020. página 3. Disponível em: https://oeds.link/OL4M2q. Acesso em: 24 fevereiro 2022.
Nota: A parte europeia da Rússia está representada no mapa, possibilitando que se compare a densidade demográfica dessa região com a do restante desse país, na parte asiática.
Três vales de rios destacam-se pelas grandes aglomerações populacionais. Quais são eles?
3. Diversidade cultural
A Ásia destaca-se pela grande diversidade étnica, linguística e religiosa entre os vários povos que habitam o continente. O mongólico é o mais numeroso, encontrado nas porções oriental, central e do norte.
Na China, as três línguas mais faladas – mandarim, uú e cantonês – são escritas da mesma maneira, mas oralmente são muito diferentes. Na Índia há também um mosaico de línguas.
Nas antigas repúblicas soviéticas da Ásia – Cazaquistão, Uzbequistão etcétera –, a língua russa foi imposta e tornada obrigatória por Moscou. Após a desagregação da União Soviética, houve o resgate das línguas originais.
Ásia: religiões
Fonte: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2014. página 99.
Nota: A parte europeia da Rússia está representada no mapa, possibilitando que se faça comparação das religiões com o restante desse país na parte asiática.
Aponte a religião predominante na Península da Indochina e os países que estão localizados nela.
NO SEU CONTEXTO
Assim como a Ásia, o Brasil apresenta diversidade étnica? Explique.
4. As grandes cidades asiáticas e seus problemas
A Ásia destaca-se no conjunto dos continentes por possuir as cidades mais populosas. Consulte no quadro a seguir as dez aglomerações urbanas ou áreas metropolitanas mais populosas da Ásia.
Aglomeração urbana |
País |
População |
---|---|---|
Tóquio-Yokohama |
Japão |
39.105.000 |
Jacarta |
Indonésia |
35.362.000 |
Délhi |
Índia |
31.870.000 |
Manila |
Filipinas |
23.971.000 |
Seul-Incheon |
Coreia do Sul |
22.394.000 |
Mumbai |
Índia |
22.186.000 |
Xangai |
China |
22.118.000 |
Guangzhou-Foshan |
China |
21.489.000 |
Pequim (Beijing) |
China |
19.437.000 |
Calcutá |
Índia |
18.698.000 |
Fonte: elaborado com base em DEMOGRAPHIA. Demographia World Urban Areas: 17th annual edition, junho 2021. página 20. Disponível em: https://oeds.link/6XQSUj. Acesso em: 22 fevereiro 2022.
Nota: Em 2021, o aglomerado urbano de São Paulo possuía ..22495000 habitantes; da Cidade do México, ..21505000; de Nova iórque ( Estados Unidos da América), ..20902000; e do Rio de Janeiro, ..12486000.
Grande parte das cidades asiáticas, como muitas outras de todo o mundo, apresenta diversos problemas urbanos de maior ou menor gravidade. A megalópole Tóquio- iôcorrâma, no Japão; a área metropolitana de Seul- íntchon, na Coreia do Sul; as de Xangai e bêijim, na China; além de outras, enfrentam problemas graves de poluição atmosférica causada pela enorme frota de veículos automotivos em circulação.
Segundo o IQAir World Air Quality Report 2021 (em português, Relatório Mundial da Qualidade do Ar 2021), 49 das 50 cidades mais poluídas do mundo estavam na Ásia, enquanto dos 50 países com as piores médias de poluição do mundo, 30 estavam no continente. A Índia destaca-se nesse levantamento (35 das 50 cidades mais poluídas), seguida por Paquistão, China, Cazaquistão e Bangladesh. A queima de combustíveis fósseis em veículos e usinas movidas a carvão mineral é a principal responsável por esse problema. Nos últimos anos, o aumento no uso de fontes limpas de energia e a inserção de temas ambientais na agenda política de alguns países, como a China, vêm contribuindo para a diminuição nos índices de poluição em certas regiões.
Já nas outras cidades listadas no quadro os problemas se avolumam: insuficientes redes de abastecimento de água, de tratamento de esgôto sanitário, de coleta e destinação adequada de lixo, de transporte urbano, além da profusão de moradias precárias etcétera
NAVEGAR É PRECISO
Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2021
https://oeds.link/FFUFC4
A página mostra os resultados do Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2021, elaborado pela Organização Mundial da Saúde. Entre os destaques do site estão o mapa interativo, em que é possível ver os níveis de poluição em várias cidades do mundo entre 2017 e 2020, e a apresentação, por país ou região, de informações textuais, mapas e gráficos acêrca das condições do ar e dos desafios que devem enfrentar nos próximos anos.
Nas cidades de bêijim e Xangai, o govêrno chinês adotou medidas para conter o crescimento populacional decorrente do êxodo rural por meio da expulsão de migrantes, levando em conta não somente o problema habitacional, mas também a questão do abastecimento de água, considerando que as fontes se mostram insuficientes para atender a todos.
Outro fato grave vem ocorrendo em Xangai. Trata-se da subsidência do solo em decorrência da construção de arranha-céus em um sítio urbano de solo instável de planície, associado à intensa exploração de água subterrânea para abastecer seus habitantes, o que constitui um exemplo de pressão realizada sobre o ambiente físico-natural ao lado de muitos outros, como desmatamentos, erosão do solo etcétera
5. Desigualdades socioeconômicas
A análise das taxas de mortalidade infantil é um bom indicativo das condições socioeconômicas dos países.
Assim sendo, observe o mapa e observe as desigualdades das taxas de mortalidade infantil de menores de 5 anos entre os países asiáticos.
Ásia: taxas de mortalidade infantil de menores de 5 anos (em por mil nascidos vivos) – 2025-2030
Fontes: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 47; UNITED NATIONS. World population prospects 2019. Volume um: Comprehensive tables. New York: ú êne, 2019. página 231, 233 e 235.
Aponte dois países asiáticos com taxa de mortalidade na infância abaixo de 5 por mil e três acima de 40 por mil.
Versão adaptada acessível
Com base nas informações descritas sobre o mapa, aponte dois países asiáticos com taxa de mortalidade na infância abaixo de 5 por mil nascidos vivos e três acima de 40 por mil nascidos vivos.
Cruzando saberes
Felicidade Interna Bruta
“ O Butão, país localizado na Cordilheira do Himalaia, entre a Índia e a China, ficou conhecido mundialmente pela criação do índice da Felicidade Interna Bruta ( fíb), uma medida que avalia a felicidade dos habitantes a cada dois anos. A fíb importa tanto ou mais para o govêrno butanês do que o Produto Interno Bruto ( Píbi), que mede a produção anual de riquezas.
O termo foi criado pelo rei djiguimé sinhê uantchá, em 1972, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do seu país crescia miseravelmente. A criação da fíb assinalou o seu compromisso de construir uma economia adaptada à cultura do país, baseada nos valôres espirituais budistas.
Enquanto os modelos tradicionais de desenvolvimento têm como objetivo primordial o crescimento econômico, o conceito da fíb baseia-se no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento espiritual e o desenvolvimento material são simultâneos, complementando-se e reforçando-se mutuamente.
Os pilares da fíb
A fíb tem como pilares a promoção de um desenvolvimento socioeconômico sustentável e igualitário, a preservação e promoção dos valôres culturais, a conservação do meio ambiente natural e o estabelecimento de uma boa governança.
O que se pode tirar desse exemplo do Butão é que, para que o desenvolvimento sustentável realmente aconteça por completo, deve-se atentar para as necessidades da sociedade, reduzindo os impactos sobre o meio ambiente ocasionados pela busca por um lucro imediato, pois isso acarretará problemas no futuro, impactando diretamente a sociedade.
Com esses quatro pilares como base, o Butão conseguiu sair da situação de pobreza extrema sem explorar seus recursos naturais. Seus índices de analfabetismo e de mortalidade infantil tiveram uma considerável queda, aumentou a procura por turismo na região e tudo isso trouxe um positivo impacto na economia. Isso nos faz questionar sobre como estamos conduzindo nosso desenvolvimento e nos alerta mais uma vez a repensá-lo.”
MINDLIN, Sérgio. ônu proclama 20 de março como Dia Internacional da Felicidade. Instituto Ethos, Notícias, 4 junho 2012. Disponível em: https://oeds.link/NWYi5a. Acesso em: 23 fevereiro 2022.
Interprete
1. Aponte os pilares da fíb.
Argumente
2. Qual, entre os quatro pilares da fíb, seria o mais importante para elevar a Felicidade Interna Bruta do Brasil? Pesquise dados para fundamentar sua afirmação. Contraponha seu argumento ao de seus colegas.
Contextualize
3. Na localidade onde vive ou em outra, ou mesmo em sua casa, você já viu pessoas colocarem em prática o conceito de desenvolvimento sustentável?
Viaje sem preconceitos
4. Se você estivesse em viagem turística ao Butão e visitasse uma escola de lá, como justificaria sua visita a um estudante butanês?
Atividades dos percursos 19 e 20
Registre em seu caderno.
- Explique o que você entende por transitoriedade de fronteiras no mapa político da Ásia.
- A descolonização asiática representou a paz no continente? Explique.
- Aponte alguns tipos de intolerância entre pessoas e grupos sociais existentes na Ásia, como também em outras sociedades.
- Explique a diferença entre grupos terroristas que se autodeclaram islâmicos e o fundamentalismo islâmico.
- Explique por que a história da humanidade tem profundas raízes na Ásia.
- Explique o que é aglomeração urbana e aponte a mais populosa da Ásia.
- Considerando que a produção científica é uma das bases do desenvolvimento econômico, interprete a anamorfose e responda às questões.
Mundo: publicações científicas – 2016
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 12.
- Aponte o país asiático que mais se destacou na produção científica mundial e a quantidade de artigos científicos publicados em 2016.
- Além do país apontado no item anterior, quais outros países asiáticos também se destacaram na produção científica anual nesse ano? Aponte a quantidade de artigos publicados.
- Qual continente mais se destacou na produção científica nesse ano?
8. Observe o mapa e responda às questões.
A diáspora chinesa na Ásia de sudeste
Fonte: bonifáce, pascál (.). Atlas des relations internationales. Paris: Hatier, 2013. página 167.
- Explique o título do mapa.
- Aponte os países da Ásia de sudeste em que a população de origem chinesa corresponde a 31% da população total.
- Localize em um atlas geográfico o nome da ilha ao sul da China de onde partiram chineses para povoar países da Ásia de sudeste.
- A população de origem chinesa na Indonésia corresponde a qual intervalo percentual de sua população?
- Elabore um croqui relativo às densidades demográficas mais altas e mais baixas da Ásia e às maiores aglomerações urbanas do continente. Para realizar esta atividade, reproduza o mapa da página 157, em seu caderno ou em uma folha de papel sulfite ou cartolina. Depois, pinte seu croqui usando cores para caracterizar apenas as áreas mais densamente povoadas e mais “vazias” em termos populacionais. Como no mapa de referência, a cor mais forte representa as regiões de maior densidade e a mais clara, as de menor. Já as maiores aglomerações urbanas (mais de 10 milhões) podem ser identificadas por algum símbolo; pesquise sobre pontos representativos dessas cidades para elaborar essa etapa. Por fim, dê um título ao croqui e cite a fonte.
- Leia o fragmento de texto e responda às questões.
“ Na área do Mar da China Meridional, além de tensões entre China e taiuã, há outras duas questões oceânicas. ”
olítch, Nelson bacíqui. Geopolítica dos oceanos, mares e rios. São Paulo: Moderna, 2011. página 25.
- Você sabe explicar qual é a razão das tensões entre China e taiuã?
- Com base no mapa da página 154, aponte as “duas questões oceânicas” citadas no fragmento de texto.
11. Em grupo, elaborem um texto sobre as atrações turísticas, históricas e culturais de um país da Ásia central e se possível o ilustre com fotos. Posteriormente, troque o texto com outro grupo com o objetivo de preencher eventuais lacunas.
Versão adaptada acessível
9. Selecione um tema estudado na Unidade 5 para a elaboração de uma representação cartográfica tátil. Partindo da análise das imagens presentes nos Percursos, utilize papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras, botões, entre outros, para criar contornos e preencher formas. Texturas lisas e ásperas, de cores e formatos diferentes, são boas opções para representar as áreas que farão parte de sua produção.
Desembarque em outras linguagens
chunmiô massuno
GEOGRAFIA E PAISAGISMO
O monge paisagista chun miô Masuno nasceu em 1953. Formado em Agronomia pela Escola de Agricultura de tamagáua, no Japão, foi aprendiz do renomado paisagista catissúo sáito. Para criar seus jardins, Masuno se inspira em massúo sossequí, monge calígrafo, poeta e paisagista do século treze, que certa vez disse: “Não há nada de especial na água ou numa montanha; elas só se tornam especiais na mente das pessoas”. Professor de Design Paisagístico no Japão e no Canadá, Masuno já ganhou muitos prêmios e condecorações, entre eles o Prêmio do Ministério da Educação do Japão, em 1999, e a Menção do Ministério das Relações Exteriores, em 2003. Entre 2012 e 2017 publicou a série de livros Zen gardens (Jardins ).
Um monge, vários jardins
Os jardins fazem parte da cultura do Japão e constituem uma significativa manifestação artística. O jardim japonês expressa a essência da natureza em um espaço restrito e repleto de simbologias.
Com elementos da paisagem natural do Japão, o paisagista chunmiô massuno expressa emoções e sentimentos ao compor seus jardins de fórma harmoniosa, contrastando texturas lisas e ásperas, horizontais e verticais, esbeltas e volumosas.
Para muitas pessoas, o jardim japonês é apenas um lugar bonito pelo qual gostariam de transitar. No entanto, para , os jardins são lugares muito especiais – verdadeiros templos para aqueles que buscam o equilíbrio mental. O trecho a seguir, retirado de uma obra de Masuno, reforça essa concepção:
“Os templos de quiôto e Nara atraem muitos visitantes. Seus jardins existem há centenas de anos. Quando vemos esses jardins, automaticamente acabamos nos sentando. Apesar de podermos contemplá-los de pé ou andando, por alguma razão queremos sentar. Esse ato incentiva a contemplação.
O que pensamos varia de pessoa para pessoa, mas, quando vemos um jardim, alguns de nós podem refletir sobre o jardim em si. Ao fazer isso, transcendemos centenas de anos e somos capazes de travar diálogo silencioso com as pessoas que o criaram.
No fluxo relaxante de um estado contemplativo, tentamos encontrar nossa própria existência. É uma oportunidade de reexaminar nosso dia a dia. reticências”
, chun miô. Zen – A arte de viver com simplicidade: 100 práticas para uma vida feliz. Rio de Janeiro: Fontanar, 2019. página 155.
Caixa de informações
- Em que se baseia a construção de um jardim japonês?
- Para Masuno, qual é a função de um jardim?
Interprete
3. Em sua opinião, de que maneira os jardins japoneses, como os de , questionam o distanciamento da população urbana em relação à natureza?
Entenda no quadro a seguir alguns símbolos do jardim japonês.
Os símbolos do jardim japonês
A pedra possui vários significados: um monte, uma montanha, a família, entre muitos outros.
A água simboliza a purificação; reflete imagens e induz as pessoas a enxergarem a si mesmas; o som suave que emite ao passar entre as pedras estimula a reflexão.
O bambu enverga-se ao vento, mas não se quebra; sugere assim o comportamento resiliente que deveria ser copiado pelos seres humanos: adaptação a situações difíceis sem se deixar vencer.
As carpas, além de conferirem cor e movimento ao jardim, são símbolo de fertilidade e prosperidade; admiradas pela capacidade de nadar contra a correnteza, são verdadeiro símbolo de determinação e superação de obstáculos.
Mãos à obra
4. Reúna-se com um colega. Juntos, vocês vão construir um pequeno jardim japonês. Inspirem-se em paisagens naturais; se não houver cenários desse tipo por perto, pesquisem fotos em revistas e na internet. Vocês podem usar diversos materiais, como ramos, folhas e pequenos seixos. É importante, no entanto, atentar não apenas para a presença desses elementos na natureza, mas também para a simbologia que cada um terá no jardim de vocês.
Glossário
- Possessão
- Região ou território sob o domínio de um Estado estrangeiro; pode ser entendida como colônia de um país.
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- Mandato
- Decisão pela qual a Liga das Nações confia a uma grande potência a administração de um território a fim de progressivamente conduzi-lo ao . autogovêrno
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- Racismo
- Crença ou pensamento, sem base científica, que sustenta que há superioridade de uma “raça” sobre outras.
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- Discriminação
- Ato ou efeito de discriminar, ou seja, diferenciar; tratamento preconceituoso dado a indivíduos, grupos sociais, étnicos etcétera
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- Cristão
- Aquele que pratica uma das religiões cristãs: ortodoxa (cristão ortodoxo ou do Oriente), católica ou protestante (cristãos do Ocidente).
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- Islâmico
- Também chamado de muçulmano, refere-se àquele que pratica a religião fundada pelo profeta Maomé, no século , na atual Arábia Saudita. Seu livro sagrado é o Alcorão ou Corão, que reúne as mensagens de Deus (Alá, para os muçulmanos ou islâmicos ou ainda maometanos). sete
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- Sunita
- Corrente do islamismo que considera os quatro primeiros califas chefes supremos dessa religião e sucessores de Maomé.
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- Xiita
- Corrente do islamismo que considera verdadeiras apenas as tradições de Maomé transmitidas por meio dos descendentes de Ali e Fátima, genro e filha do profeta.
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- Fundamentalismo islâmico
- Corrente do islamismo que defende os valôres tradicionais dessa religião e prega a adoção do Corão, seu livro sagrado, como base da Constituição do Estado e da organização de diversos aspectos da vida em sociedade.
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- Semítica
- Família linguística originária da Ásia Ocidental que compreende as línguas dos hebreus, assírios, fenícios e árabes.
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