UNIDADE 6 ÁSIA: GRANDES ECONOMIAS

Prepare-se para conhecer o Japão e os chamados Tigres Asiáticos – Cingapura, taiuã, Róng Kóng e Coreia do Sul –, os quais se destacam pelo elevado nível de desenvolvimento social e econômico. Você também estudará a China em seus aspectos populacionais, as características econômicas de seu espaço geográfico e o uso da terra. Finalizaremos com o estudo da Índia, conhecendo vários aspectos desse país emergente.

O transporte por oceanos e mares é essencial para a economia global. Em 2020, indicadores sobre o comércio de mercadorias por via marítima mostram que, no mundo, o maior fluxo de circulação de contêineres glossário se concentrou nos portos da Ásia, com cêrca de dois terços da movimentação deles. Dos dez principais portos do mundo em capacidade de carga, sete eram chineses. Ainda aparecem nesse ranking os portos de Cingapura e de Busan, na Coreia do Sul.

Fotografia. Vista aérea de uma zona portuária. No primeiro plano, vista de um porto construído sobre uma ilha, com uma concentração de contêineres empilhados em um extenso pátio. À esquerda, uma ponte usada para conectar a ilha ao continente. No segundo plano, ao fundo, vista de outras ilhas.
Vista aérea do Porto de Xangai, China (2021).

Mundo: dez principais portos de contêineres (em milhões de ê vê pêasterisco) – 2020

Gráfico. Mundo: dez principais portos de contêineres (em milhões de Equivalente a Vinte Pés) em 2020. Gráfico de barras onde são expostos o número de armazenamento em contêineres nos dez principais portos do mundo nessa categoria em 2020. No eixo vertical estão as cidades. No eixo horizontal, a quantidade em milhões de Equivalente a Vinte Pés. 
Xangai (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 43. 
Cingapura (Cingapura): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 37. 
Ningbo-Zhoushan (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 29. 
Shezhen (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 23. 
Guangzhou (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 24. 
Qingdao (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 22. 
Busan (Coreia do Sul): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 22. 
Tianjin (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 17. 
Hong Kong (China): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 17. 
Roterdã (Países Baixos): Milhões de Equivalente a Vinte Pés: 15.

Fonte: unquitádi. Review of maritime transport 2021. New York: United Nations, 2021. página 18.

asterisco ê vê pê: (Equivalente a Vinte Pés): medida correspondente à dimensão-padrão de um contêiner (20 pés de comprimento, 8 pés de altura e 8 pés de largura). 1 pé equivale a 30,48 centímetros.

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  1. O que vem à sua mente quando você ouve falar sobre grandes economias da Ásia? Comente.
  2. Qual é a importância dessas grandes economias para o destacado desempenho da Ásia no comércio marítimo global?

PERCURSO 21 O JAPÃO

1. Japão: país marítimo e potência mundial

Localizado em um arquipélago do Hemisfério Norte, o Japão está em uma zona de média latitude, no extremo leste da Ásia.

Conheça a seguir as principais características naturais, populacionais e econômicas desse país, que se industrializou na segunda metade do século dezenove e é hoje uma das maiores potências econômicas do planeta.

O meio natural e a distribuição da população

Formado por quatro ilhas de maior extensão – rônchu, rocáido, Kyushu e Shikoku – e por mais de 3 mil ilhas menores, o território japonês totaliza uma área de .377976 quilômetros quadrados – pouco maior que o estado de Mato Grosso do Sul, com .357148 quilômetros quadrados. O Japão se localiza na zona de encontro das placas tectônicas do Pacífico, das Filipinas e Euro-Asiática, o que explica a ocorrência de terremotos e tsunamisglossário e a existência de vulcões ativos em seu território.

Japão: relêvo e placas tectônicas

Mapa. Japão: relevo e placas tectônicas. Mapa do território japonês com as altitudes do relevo evidenciadas por cores. Além disso, constam os picos mais altos com suas alturas, representados por meio do elemento gráfico de um triângulo, e os limites entre as placas tectônicas, representados por uma linha vermelha tracejada. 
Altitudes de 0 a 200 metros (cor verde): áreas litorâneas das ilhas de Kyushu, Shikoku, Honsh e Hokkaido. 
Altitudes 200 a 1.000 metros (cor amarela): áreas centrais das quatro ilhas.
Altitudes acima de 1.000 metros (cor laranja): áreas centrais das quatro ilhas.
Os picos mais elevados estão localizados na faixa central da Ilha de Honshu: Pico Djonen, 1.124 metros; Pico Asama, 2.542 metros; Pico On, 3.185 metros; Monte Fuji, 3.776 metros. 
Limites de placas tectônicas: o território do Japão está localizado entre a borda leste da Placa Euro-Asiática, a borda norte da Placa das Filipinas e a borda oeste da Placa do Pacífico, justamente na zona de convergência entre essas três placas tectônicas.  
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.

Fonte: , . Géographie: l’organisation de l’espace mondial. Paris: Belin, 1995. página 183.

Grafismo indicando atividade

Em que ilha se concentram os picos montanhosos do país? Essa ilha está próxima ou distante das zonas de contato entre placas?

Aproximadamente 70% do território japonês é constituído por montanhas, o que dificulta a agricultura, mas contribui para a preservação da cobertura vegetal. Apesar do relêvo acidentado, com o uso da tecnologia tornou-se possível unir as quatro ilhas principais por pontes e túneis, o que permitiu a integração de seu território.

Por ser um arquipélago, o Japão é um país de extenso litoral, com cêrca de 28 mil quilômetros expostos à ação das massas de ar úmido provenientes do oceano (observe o mapa A).

Japão: precipitações anuais e isotermas

Mapa A. Japão: precipitações anuais e isotermas. Mapa do território japonês com as áreas de incidência de chuvas, especificadas por uma escala de cores. Mostra também os fluxos das correntes marítimas e as direções dos ventos, ambos representados por setas, além das isotermas, identificadas por linhas. 
Chuvas anuais:
Mais de 2.000 milímetros (em roxo): porção do interior da ilha de Honshu, e sul da ilha de Shikoku. 
De 1.000 a 2.000 milímetros (em lilás): porção leste e nordeste, e oeste da ilha de Honshu.
Menos de 1.000 milímetros (em lilás claro) parcela do território da ilha de Hokkaido e do norte da Ilha de Honshu. Correntes marítimas: 
Corrente marítima fria (seta azul): Oyashio. Flui do norte do território japonês em direção ao sul. 
Corrente marítima quente (seta vermelha): Kuroshio. Flui do sul do território japonês em direção ao norte. 
Ventos frios e secos (monção de inverno) setas roxas: partem do território da Coreia do Norte, China e Rússia em direção ao Japão, cruzando o Mar do Japão (Mar do Leste). 
Ventos úmidos (monções de verão) setas laranjas: fluem a partir do Oceano  Pacífico, na direção sudeste-noroeste em direção ao Japão, atravessando parte do Oceano Pacífico. 
Isoterma de janeiro (linha azul), marcando 0 grau Célsius: norte da Ilha de Honshu. 
Isoterma de julho (linha vermelha), marcando 26 graus Célsius: sul do território japonês, atravessando a faixa central da Ilha Kyushu. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 200 quilômetros.

Fonte: , . Géographie: l’organisation de l’espace mondial. Paris: Belin, 1995. página 183.

Grafismo indicando atividade

As isotermas assinaladas no mapa correspondem a que estações do ano?

A população japonesa, que era de mais de 125 milhões de habitantes em 2022, concentra-se nas planícies litorâneas, que, por sua vez, constituem as principais áreas de desenvolvimento econômico do país, onde se localizam os centros industriais e as grandes cidades, como Tóquio, ossáka, nagóia, entre outras (mapa B). É nessa região que também se desenvolvem a pesca, a agricultura de arroz em campos alagados e outros cultivos.

Japão: densidade demográfica e aglomerações urbanas – 2020

Mapa B. Japão: densidade demográfica e aglomerações urbanas em 2020. Mapa do território japonês onde são especificados os números de habitantes por quilômetro quadrado através do uso de cores. Além disso, as concentrações urbanas são evidenciadas por meio do uso de círculos proporcionais. 
Habitantes por quilômetro quadrado: 
Menos de 50 habitantes (amarelo): predomina na ilha de Hokaido e partes centrais das demais três ilhas. 
De 50 a 100 habitantes (laranja claro): pequenas áreas concentradas próximo às áreas centrais das quatro ilhas. 
Mais de 100 a 200 habitantes (laranja escuro): áreas concentradas próximo às áreas litorâneas das quatro ilhas. 
Mais de 200 a 700 habitantes (vermelho): localizadas nas porções litorâneas das quatro ilhas. 
Mais de 700 habitantes (marrom): em regiões litorâneas. Sul de Hokkaido, sudeste e sul de Honshu e norte de Kyushu.
Aglomerações urbanas: Mais de 10 milhões de habitantes: sudeste e sul de Honshu, nas cidades de Tóquio e Osaka.
Mais de 5 a 10 milhões de habitantes: Norte de Kyushu, cidade de Fukuoka. 
Mais de 1 a 5 milhões de habitantes: sul e norte de Honshu, e sul de Hokkaido. Cidades de Hiroshima, Sendai e Sapporo. 
De 300 mil a 1 milhão de habitantes: espalhados ao longo de todo o território japonês.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.

Fontes: Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 93; UN-HABITAT. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. , 2020. página 11.

2. A Era meidjí e a economia japonesa hoje

Em 1868, foi restaurado o poder imperial no Japão, subtraindo-se dos xogunsglossário o poder feudal que exerciam desde o século doze. Subiu ao trono, então, o jovem imperador Misturrito, conhecido por meidjí.

A Era meidjí (1868-1912) foi um período de grandes mudanças na história do Japão: nesse curto intervalo de tempo, graças ao incentivo do Estado, o país concluiu sua revolução industrial. Assim, apoiadas pelo imperador, algumas famílias formaram poderosos grupos econômicos e industriais, chamados de zaibatsú.

Após a Segunda Guerra Mundial, o país recebeu maciços investimentos dos Estados Unidos, que temiam as investidas soviéticas na ilha. Com isso, o govêrno japonês investiu em educação, tecnologia e formação de mão de obra qualificada, atingindo um crescimento industrial tão vertiginoso que alguns observadores internacionais chegaram a afirmar que o país passava por um “milagre econômico”.

Atualmente, as principais empresas japonesas formam verdadeiros impérios industriais, empregando milhares de pessoas e atuando praticamente em todo o mundo.

A organização da produção industrial japonesa baseia-se em dois grupos de empresas: as grandes corporações industriais e as pequenas e médias empresas, que fornecem às grandes as peças necessárias à fabricação de produtos mais complexos.

Entre as principais corporações industriais estão as transnacionais (Toyota, Nissan, shitáchi, rôndá, Nippon etcétera) – o faturamentoglossário anual de cada uma supera bilhões de dólares. Algumas transnacionais formam grandes conglomerados e atuam em diversos ramos de produção – eletrônico, petroquímico, de mineração, metalúrgico, bancário, automobilístico etcétera –, exercendo enorme influência na economia mundial, tanto na esfera financeira como na política.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

O último samurai.

Direção: Eduard Zuíque. Estados Unidos: Warner Bros. Pictures, 2004. Duração: 155 minutos

No Japão do século dezenove, um jovem imperador viverá o dilema de optar entre a modernização ocidental trazida por seus parceiros estadunidenses e o apego às tradições milenares defendidas pelos samurais.

Agricultura: pouco espaço, muita tecnologia

Como você viu, cêrca de 70% do território japonês é ocupado por montanhas, o que limita a área de cultivo no arquipélago. As terras agricultáveis ocupam apenas 12% da superfície, cêrca de 4,5 milhões de hectares.

Para compensar o pouco espaço disponível para a agricultura, a terra é trabalhada para obter elevada produtividade, com o emprêgo de adubos, máquinas, irrigação, rotação de culturas e muitos outros procedimentos técnicos. Todas as áreas são aproveitadas, mesmo as situadas em colinas e morros, e a agricultura japonesa chega a obter, em uma mesma área, até quatro colheitas anuais.

As propriedades rurais são pequenas, com área média cultivável de 1,7 hectare. Mas, de modo geral, predominam as propriedades com menos de 1 hectare, que, somadas, representam cêrca de 71% do total (observe a foto da página seguinte).

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

A estrutura fundiária do Japão é semelhante à do Brasil?

Fotografia. Imagem de um trator vermelho em primeiro plano com um implemento acoplado na parte de traz, em um terreno aplainado, com solo exposto e revolvido pelo maquinário. Em segundo plano, uma vegetação abundante. Em terceiro plano, uma montanha alto com nuvens no topo.
A engenharia mecânica japonesa desenvolveu maquinário agrícola de dimensões mais adequadas às pequenas propriedades que predominam no país. Na foto, trator de pequeno porte usado na preparação do solo para plantio próximo ao Monte tsukubá, no Japão (2021).

Os principais produtos agrícolas do Japão são: arroz, trigo, cevada, batata, hortaliças e frutas. O arroz ocupa 60% da área cultivada e apresenta o maior índice de produtividade do mundo. Nos últimos anos, entretanto, esse cereal, cuja produção era totalmente consumida pela população interna, tem apresentado excedentes em razão das mudanças dos hábitos alimentares da sociedade japonesa. Isso levou as autoridades a incentivar a produção de frutas e hortaliças e a criação de gado bovino (observe o mapa).

A produção agrícola, apesar de elevada, é insuficiente para atender ao consumo do país. O Japão produz cêrca de 75% de suas necessidades alimentares, mas depende da importação de produtos como trigo, açúcar, milho, soja e carne.

Japão: uso da terra e do mar – 2019

Mapa. Japão: uso da terra e do mar, em 2019. Mapa do território japonês evidenciando diferentes formas de uso da terra e do mar. Para isso são empregados símbolos e cores para destacar os produtos cultivados, além de diferentes coberturas do solo e de atividades econômicas. 
Bovino: pontos no norte e no sul do mapa.  
Suíno: costa leste, oeste e sul. 
Pesca: faixa leste, oeste às margens do Mar do Japão (Mar do Leste) e no Oceano Pacífico.  
Cereal: faixa leste e sul.  
Cítricos: na faixa leste, centro ao sul.  
Frutas: faixa oeste, do norte ao centro.  
Chá: faixa leste, do centro ao sul. 
Arroz: faixa leste e oeste, do centro ao sul. 
Gramíneas e leguminosas: norte, na faixa leste. 
Tabaco: centro e sul na faixa leste.  
Pastagens: norte e sul. 
Terras cultiváveis: faixa leste e oeste nas margens do Mar do Japão e do Oceano Pacífico.  
Floresta: centro do território do sul ao norte. Região industrial: pontos no norte, leste, oeste e sul.  
Limite norte de cultura: Norte: Arroz (uma colheita no verão), Amoreira, Arroz (duas colheitas por ano). No centro, chá, laranja. No sul, banana.  
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Le grand atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 164; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 106.

O espaço industrial e os recursos minerais limitados

Apesar da posição ocupada pelo Japão na economia mundial, com o terceiro maior Píbi do mundo (2020), o desenvolvimento industrial desse país depende da importação de matérias-primas, pois o território japonês é limitado em recursos minerais. Assim, o Japão importa todo o petróleo de que necessita, cêrca de 90% do minério de ferro e do manganês, 80% do cobre e muitas outras matérias-primas necessárias para abastecer suas indústrias.

Para superar essa limitação, o país adotou uma agressiva política de exportação. Com preços competitivos, resultado do desenvolvimento de inovações tecnológicas na produção, conquistou grandes mercados, não somente asiáticos, mas também americanos e europeus. Além disso, investiu maciçamente na atividade mineradora fóra de seu território, garantindo o suprimento de matérias-primas importantes, e estimulou a pesquisa científica e tecnológica, tornando-se líder em inovações, por exemplo, na robótica. Observe a organização do espaço industrial japonês no mapa da página seguinte.

Japão: espaço industrial – 2019

Mapa. Japão: espaço industrial - 2019. Mapa do território japonês representando as atividades industriais por meio dos elementos gráficos, pontos e cores. 
Principais indústrias e infraestruturas:
Bebidas (símbolo de uma garrafa): Sapporo, Osaka. 
Indústria automobilística (símbolo de um carro): Fukushima, Tóquio, Yaizu, Toyama, Tsuruga, Osaka, Tokuyama, Kitakyushu, Sapporo. 
Química (símbolo de um tubo de ensaio) Fukushima, Hitachi, Yokohama, Kyoto, Kitakyushu, Osaka, Chiba. 
Tecnologia de ponta (símbolo de um satélite)
Mecânica (símbolo de uma engrenagem): Nagoya, Osaka, Tokuyama. 
Bancos (símbolo de um sifrão): Tóquio. 
Siderúrgica (símbolo de uma panela de ferro): Tóquio, Nagoya, Osaka, Kyoto, Matsuyama, Kitakyuhu e região de Nagasaki.  
Pesquisa e desenvolvimento (símbolo de um microscópio): norte em Sendai, centro em Tóquio, Yokohama, Osaka. 
Construção naval (símbolo de um navio): região de Tóquio, Osaka, Kyoto, Matsuyama e Nagasaki. 
Têxtil (símbolo de uma camisa): centro em Yaizu, Tókio e Tsuaruga, no norte em Hachinohe e no sul em Osaka e Matsuyama.  
Esportes de inverno (símbolo de uma pessoa esquiando): no norte m Sapporo, no centro em Toyama. 
Aeroportos internacionais (símbolo de um avião): no sul em Fukuoka, no centro-sul em Kyoto e no centro-leste na região de Tóquio.  
Estradas principais (linhas vermelhas): concentradas no centro, com extensões ao norte e sul, interligando todo território.  
Áreas industriais (mancha rosa): mais incidência na porção central da Ilha Honshu, com pontos nas porções ao norte da ilhas Kyushu e Shikoku, além da parte central e sul da Hokkaido. 
Shinkasen (trem de grande velocidade) (linha tracejada): maior incidência no centro do território, com trechos no sul e norte nas cidades de Fukuoka até o centro em Kyoto e de Tóquio para o norte em Sendai. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 130 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Le grand atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 165; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 106.

• Pecuária e pesca

Assim como a agricultura, a pecuária enfrenta problemas de espaço no Japão. Apesar de não existirem áreas para a ampliação de pastagens, tem crescido o consumo de carne, leite e derivados, o que é suprido por meio de importações.

O rebanho era pequeno em relação à população de mais de 125 milhões de pessoas em 2022: o gado bovino de córte e o leiteiro totalizaram apenas 4 milhões de cabeças, o que corresponde à relação de uma cabeça de gado para cada grupo de trinta e uma pessoas (no Brasil essa relação era de mais de uma por habitante). O rebanho de suínos era mais numeroso: somava aproximadamente 9,1 milhões de cabeças em 2022.

Merece atenção a atividade pesqueira. O Japão destacou-se, em 2018, como o terceiro país na produção de peixe, superado apenas apenas por China e Chile. Os produtos da pesca têm grande importância na alimentação da população, sendo a principal fonte de proteínas.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Podcast Japan HouseSão Paulo

https://oeds.link/jYChvj

Conheça melhor aspectos da cultura japonesa ouvindo os conteúdos sobre a pluralidade de sua gastronomia, considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela unêsco.

PERCURSO 22 OS TIGRES ASIÁTICOS

1. Cingapura, Róng Kóng, taiuã e Coreia do Sul

No imaginário oriental, como ocorre na cultura popular de outros povos, figuras de animais representam determinadas ideias. O tigre, originário da Ásia, por simbolizar a astúcia e a fôrça, é usado para designar os territórios e países que, em curto intervalo de tempo, apresentaram um intenso e contínuo desenvolvimento econômico e social, ou que se industrializaram com muita rapidez. É o caso de Cingapura, Róng Kóng, taiuã ou Formosa e Coreia do Sul, os chamados Tigres Asiáticos, cuja industrialização ocorreu a partir de 1960.

Em virtude do desenvolvimento industrial tardio – se comparado ao de países que fizeram a revolução industrial nos séculos dezoito, dezenove e início do vinte, como a Inglaterra, o Japão e outros –, os Tigres Asiáticos também são chamados de Novos Países Industriais, grupo que reúne ainda Brasil, México, Argentina, África do Sul, China, Turquia e os Tigres Asiáticos de segunda geração: Indonésia, Tailândia, Malásia e Filipinas.

Nesse grupo, porém, os Tigres Asiáticos se destacam pelo desenvolvimento social, que acompanhou o crescimento econômico, o que não ocorreu nos demais países de industrialização recente.

cêrca de 50 anos, os Tigres Asiáticos estavam em posição igual ou inferior à do Brasil em relação ao desenvolvimento econômico e social. No período 2020-2025, porém, a taxa de mortalidade infantil de menores de um ano nos Tigres Asiáticos foi estimada em 4por mil, e no Brasil em 11por mil. As diferenças também são evidentes na comparação do Píbi per cápita: trinta e um mil seiscentos e vinte e dois dólares na Coreia do Sul, cinquenta e nove mil setecentos e noventa e oito dólares em Cingapura e seis mil setecentos e noventa e sete dólares no Brasil (2020).

Conheça a seguir as principais características físicas, históricas e econômicas desses países.

Os Tigres Asiáticos – 2021

Mapa. Os Tigres Asiáticos, de 2021. Mapa representando grande parte do leste e sudeste da Ásia, destacando os quatro territórios e países que integram o grupo dos Tigres Asiáticos: Hong Kong, em laranja; Taiwan e sua capital, Taipé, em vermelho; Coreia do Sul e sua capital, Seul, em verde; e Cingapura, em roxo. 
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 520 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 47 e 51.

Cingapura

A cidade-estado de Cingapura localiza-se no sudeste da Ásia, no extremo sul da Península da Malásia, em uma ilha de 719 quilômetros quadrados, rodeada por mais de cinquenta ilhotas. Estende-se por 48,8 quilômetros de leste a oeste e 22,9 quilômetros de norte a sul, unindo-se ao continente asiático por uma ponte rodoferroviária e por um aqueduto que lhe assegura o abastecimento de água. Em 2021, apresentava quase 5,5 milhões de habitantes.

O relêvo é de baixa altitude, com elevações que, em geral, não excedem os 150 metros; o clima equatorial úmido caracteriza-se pela pequena amplitude térmica anual.

A localização estratégica de Cingapura – ponto de apôio das rótas comerciais entre o Oceano Pacífico, a África e a Europa – sempre despertou o interesse de países colonialistas. Em 1812, foi ocupada pelos ingleses, que a mantiveram sob domínio até 1965, quando a ilha obteve a independência.

Nas três últimas décadas do século vinte, o crescimento econômico foi intenso e Cingapura firmou-se no cenário mundial como grande centro financeiro e industrial, com empresas de tecnologia avançada e exportação de produtos de alto valor agregadoglossário , como os do setor de informática.

Fotografia. Vista uma paisagem urbana. Em primeiro plano, vista de um campo verde, no canto inferior à direita. Ao centro, uma avenida larga, com diversas faixas de rolamento cortando a paisagem, conectando as duas concentrações de construções, com diversos edifícios e arranha-céus modernos. À esquerda, um corpo de água, e acima, o ceú azul com algumas nuvens.
Vista do centro financeiro de Cingapura (2019).

Róng Kóng

Róng Kóng abrange a ilha de mesmo nome (80,7 quilômetros quadrados), duzentas e trinta e cinco ilhas nas proximidades, a Península de Kowloon (47 quilômetros quadrados) e a zona situada ao norte dessa península, chamada de Novos Territórios (982,5 quilômetros quadrados). Até 1842, a região pertencia à China, mas, a partir desse ano, a Ilha de Róng Kóng passou ao domínio britânico em caráter perpétuo e, em 1898, os Novos Territórios foram arrendados pelo prazo de 99 anos.

Após a Revolução de 1949, que implantou o socialismo na China, as relações entre esse país e Róng Kóng foram abaladas. Com receio de perder Róng Kóng para os chineses ou para o socialismo, os Estados Unidos e o Reino Unido investiram na industrialização da colônia e na formação de um importante centro financeiro e de serviços, reforçando a presença ocidental e capitalista.

Em 1997, ao final do prazo de arrendamento, toda a área foi devolvida à China, incluindo a Ilha de Róng Kóng, que não poderia sobreviver sem os Novos Territórios, correspondentes a cêrca de 90% da área total (.1110,2 quilômetros quadrados).

Ao passar para o domínio da China socialista, Róng Kóng tentou garantir a autonomia econômica, com receio de afugentar empresas e capital, e implantou o conceito de “um país, dois sistemas”, ou seja, o socialismo na China e o capitalismo em Róng Kóng, conquistando o status de Região Administrativa Especial da China. Em 2021, apresentava 7,4 milhões de habitantes.

Róng Kóng – 2021

Mapa. Hong Kong - 2021. Mapa representando as porções de terras que constituem o território de Hong Kong.  
Ilha de Hong Kong e outras (na cor laranja): parte ao sul, abrangendo as ilhas de Lantau, Tung Lung e Hong Kong, com as principais cidades Victoria e Aberdeen. 
Península de Kowloon (na cor marrom): parte do território situada no extremo sul da porção continental.
Novos territórios (na cor rosa): porção continental do território, ao norte da Ilha de Hong Kong, atravessado pelo paralelo Norte (22 gaus e 23 minutos) e pelo meridiano Leste (114 graus e 15 minutos).  
Fronteira internacional: linha vermelha tracejada, contorna todo o território de Hong Kong abrangendo porções marítimas. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 0 quilômetros.

Fonte: cía. The world factbook. Disponível em: https://oeds.link/QeOjo5. Acesso em: 24 fevereiro 2022.

Grafismo indicando atividade

Em que hemisférios situa-se Róng Kóng? Como foi possível responder a essa pergunta?

taiuã

Localizado na Ilha de Formosa, na Ásia oriental, taiuã é um país insular, separado do continente por um estreito de 150 quilômetros de largura, no Oceano Pacífico. Com .36197 quilômetros quadrados de área, apresentava quase 23,6 milhões de habitantes em 2020.

Fotografia. Vista de uma paisagem urbana. No primeiro plano, área com vegetação. Em segundo plano, diversos edifícios de arquitetura moderna. No centro da foto, um arranha-céu de grande altura, muito acima dos demais, se destaca na paisagem.
Vista parcial da cidade de Taipé, capital de taiuã (2021), localizada na porção norte da ilha, que abrigava, em 2020, 2,7 milhões de habitantes em sua área metropolitana.

Também chamado de Formosa, separou-se da China continental em 1949, quando a revolução liderada por máo tsé tung (1893-1976) derrubou o govêrno e implantou o socialismo.

Nessa época, estava no poder o Partido Nacionalista , liderado por chiân cái chéqui. Com a revolução, esse líder político e milhares de chineses do continente se refugiaram na Ilha Formosa e aí fundaram um novo Estado com o nome de República Nacionalista da China, atual República da China. Até os dias atuais, a República Popular da China (continental) não reconhece a ilha como Estado, pois a considera uma de suas províncias e pretende reincorporá-la ao seu território.

Da mesma fórma que Róng Kóng, taiuã recebeu ajuda dos Estados Unidos e do Banco Mundial para se industrializar durante as décadas de 1950 e 1960. Interessava aos Estados Unidos que taiuã permanecesse sob sua influência e não fosse incorporada pela China. O crescimento industrial foi acelerado entre 1953 e 1985; com taxa de crescimento médio de 8,5% ao ano, o país entrou para o “clube” dos Novos Países Industriais.

taiuã: economia

Mapa. Taiwan: economia. Mapa do território de Taiwan onde são evidenciados por meio de pontos, com diferentes símbolos, os lugares onde os produtos são cultivados, além de diferentes coberturas do solo e de atividades econômicas.
Agricultura e pesca:
Arroz de inverno (cereais, legumes) (em verde): costa oeste em maior incidência e costa leste em pequena incidência.  
Culturas secas sobre terraços aluviais (em  amarelo): pontos no centro leste e norte do oeste.  
Cultura secas sobre terraços artificiais (em laranja): pontos no oeste do norte ao sul.  
Culturas secas de planície (em roxo): pontos na faixa oeste na região de Taichung no centro, Taipe, no norte e Tainan, no sul e no leste em Ilan no norte e em Hualien no centro, Taitung e Tapanlieh no sul.  
Cana-de-açúcar (símbolo de um pé de cana): na faixa leste, no norte e centro. Na faixa oeste, presente em toda costa. 
Chá (símbolo de planta): norte e faixa oeste.  
Pesca (símbolo de peixe): costa leste no norte e costa oeste no sul.  
Energia e minas:  
Central térmica (símbolo de calor): sul da costa oeste. 
Central hidrelétrica (símbolo de água): centro  e norte do território. 
Central nuclear (símbolo de uma usina): Norte do território.  
Gás natural (losango em verde): região norte, em Miaoli. 
Carvão (losango em preto): na porção norte, próximo a Hsintien. 
Ouro (losango em amarelo): faixa costeira norte.  
Enxofre (losango em marrom): porção norte, próximo à costa leste. 
Infraestrutura de transporte:  
Via férrea (linha preta tracejada): margeando a faixa costeira ao redor de toda a ilha.  
Via de alta velocidade (linha em marrom): faixa oeste do norte ao sul. 
Rodovia (linha em vermelho): região norte na faixa oeste de Miaoli até Chilung no norte na costa leste.  
Aeroporto internacional: Fengshan, na faixa oeste ao sul e no norte entre as cidades de Taipe e Chilung.
Indústria:
Regiões industriais:faixa leste, nas cidades de Taichung, Changhwa, Chiayi, Touliu, Tainan, Pingtung, Fengshan, Hsinchu, Chungli, Taoyuan, Taipe, , Chilung.  
Portos principais: na faixa leste: Taitung, Suao, Hualien. NO sul, Tapanlieh. No oeste:  Fengshan, Gaoxiong, Tainan, Changhwa, Tahu, Taipe e no norte: Chilung.  
Centro de indústria pesada (siderurgia, metalurgia, química de base): norte em Chilung, faixa oeste em Miaoli, centro, Chiayi e sul em Pingtung.  Centro de indústria de bens intermediários (mecânica, produtos químicos, papel etc): faixa leste do norte ao sul e na faixa oeste em Hualien, Suao, Hsintien.  
Centro de indústria leve (mecânica de precisão, têxtil, agroalimentar eetc.): na faixa leste em Taitung, na faixa leste em Pingtung, Tainan, Hsinying, Touliu, Changhwa, Taichung, Chungli, Taoyuan. 
Refinaria de petróleo: faixa oeste em Gaoxiong (Kaohsiung) e norte em Taipe.  
Alta tecnologia: norte e sul na faixa oeste.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 40 quilômetros.

Fonte: Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 118.

• Coreia do Sul

Localizada na porção sul da Península da Coreia, entre os mares Amarelo e do Japão, a Coreia do Sul, com área de .97500 quilômetros quadrados e população de quase 52 milhões de habitantes (2020), estende-se por 800 quilômetros de norte a sul e 200 quilômetros de leste a oeste. Ao norte, o paralelo 38graus, que resultou do armistício celebrado entre as duas Coreias e pôs fim ao que ficou conhecido como Guerra da Coreia (1950-1953), separa a Coreia do Sul da Coreia do Norte, país socialista.

Como aconteceu com outros Tigres Asiáticos, a disputa por áreas de influência no mundo durante a Guerra Fria levou os Estados Unidos a apoiar o desenvolvimento econômico sul-coreano e a instalar bases militares no país.

Entre 1970 e 1980, a Coreia do Sul apresentou um crescimento econômico industrial elevado, ingressando também no “clube” dos Novos Países Industriais. Nesse período, diversificou a economia, investiu em pesquisas científicas e tecnológicas e formou empresas de tecnologia avançada e grandes conglomerados empresariais, os chamados tchaiból – conjunto de empresas pertencentes a uma mesma organização que atua em diferentes ramos e controla a maior parte da produção do país: riúndái, Lucky Goldstar (éle gê), deuvú, sânkiôn (ésse ká), sânguiun e sâmsúng; as quatro últimas correspondem aos conglomerados empresariais coreanos que figuram na lista das cem maiores transnacionais do mundo em faturamento.

Coreia do Sul: economia

Mapa. Coreia do Sul: economia. Mapa do território sul coreano onde são evidenciados por meio de pontos, com diferentes símbolos, os lugares onde os produtos agrícolas são cultivados, além de diferentes coberturas do solo e de atividades econômicas.
Infraestrutura de transportes:
Via férrea: linhas atravessando todos o território, interligando as cotas leste e oeste e as porções norte e sul.  
Rodovia: trecho no sul entre o leste e oeste e o centro do mapa. E no norte, ligando o centro e a faixa leste e oeste.  
Via de alta velocidade: liga Pusan, no litoral sudeste a Seul, no porção noroeste. De Seul a Mokpo, no litoral sudoeste, atravessando a parte oeste do território. 
Aeroporto internacional: Inchon, ao redor de Seul e em Masan. 
Indústria:  
Regiões industriais: na região nordeste, em Kangnung e Samchok; no litoral sul e sudeste, em Masan, Pusan, Ulsan, Pohang; na parte centro-leste, em Kimchon e Taegu; na porção centro-oeste, em Chongju e Taejon; na porção leste, em Kusan e Chonju; na porção sudoeste, em Mokpo e Kwangju; na região noroeste, que compreende Seul, Inchon, Suwen e Songnam.  
Principais portos: Samchok, Pohang, Ulsan, Yosu e Inchon. 
Centro de indústrias pesadas (siderurgia, processamento de metais pesados, indústria química de base): Ulsan, Yosu, Seul. 
Industria de centros diferenciados (metalurgia, construção mecânica, produtos químicos, papéis): Samchok, Seul, Chongju, Taegu, Masan, Chonju, Kusan, Mokpo, Kwangju, Yosu. 
Centro de indústrias leves (mecânica de precisão, têxtil, agroalimentar): Taegu, Ulsan, Masan, Mokpo, Kwangju, Kunsan, Songnam, Suwen, Chongju.  
Refino de petróleo: Masan, Yosu, Suwen.  
Tecnologia de ponta: Seul.  
Energia/minas: 
Central térmica: Seul, Yosu. 
Central hidrelétrica: Chuncho, Chonju. 
Central nuclear: na faixa leste, entre Ulsan e Pusan. 
Carvão: Taejon, Kwangju e Kangnung. 
Minério de ferro: Kangnung. 
Tungstênio: próximo a Wonju. 
Chumbo e zinco: faixa oeste, ao norte.  
Ouro: faixa oeste. 
Agricultura e pesca 
Campos de arroz: espalhados por todo mapa, com maior incidência na faixa oeste. 
Cultivo em terraços aluviais: pontos no norte na faixa leste. 
Agricultura em terraços articiciais: 
Cultivo em área de várzea: pontos no norte, centro e faixa leste. 
Frutas: pontos na faixa leste, em Pohang e na faixa oeste. 
Tabaco: no centro em Chongju. 
Amoreira: centro e faixa oeste. 
Pesca: litoral nordeste, sul e noroeste. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 60 quilômetros.

Fonte: Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 118.

Grafismo indicando atividade

De acôrdo com o mapa, quantas regiões industriais existem na Coreia do Sul?

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Tab Uol – Geopolítica do KPOP

https://oeds.link/iUyPD6

Revista Super Interessante – A diplomacia do K-pop

https://oeds.link/dtzGTE

As páginas apresentam informações que ajudam a compreender o fenômeno musical K-pop como parte da estratégia da Diplomacia Cultural da Coreia do Sul para projetar uma imagem positiva desse país no mundo.

Titulo do Infografico

Texto do Infografico

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Legenda da imagem
    Imagem meramente ilustrativa

    Gire o seu dispositivo para a posição vertical

    Ícone. Seção Atividades dos percursos.

    Atividades dos percursos 21 e 22

    Registre em seu caderno.

    1. Explique a relação entre a localização do Japão e a ocorrência de fenômenos como terremotos e tsunamis, além da existência de vulcões ativos.
    2. Relacione as características do relêvo do arquipélago japonês à distribuição da população no território.
    3. Pesquise informações sobre as transformações ocorridas no Japão durante a Era meidjí. Depois, com base nessas informações, elabore uma história em quadrinhos, com um ou mais personagens, que tenha relação com o contexto desse período.
    4. Podemos afirmar que, em virtude de o território japonês ser rico em recursos minerais, o seu Píbi (Produto Interno Bruto) é o terceiro do mundo, ultrapassado apenas pelo dos Estados Unidos e o da China? Explique.
    5. Os Tigres Asiáticos, incluídos no grupo dos Novos Países Industriais, diferenciam-se de outros países desse conjunto, como Brasil, México, Argentina, China etcétera Se sim, em que eles se diferenciam?
    6. Leia as proposições, aponte em seu caderno a incorreta e explique a sua incorreção.
      1. Cingapura é uma cidade-Estado localizada em uma ilha no extremo sul da Península da Malásia.
      2. Róng Kóng foi domínio francês até o ano de 1997, quando, então, foi incorporada à China com status de Região Administrativa Especial da China.
      3. taiuã, na Ilha de Formosa, pertenceu à China Continental até 1949. Separou-se desta em razão da revolução socialista ocorrida naquele ano.
      4. A Coreia do Sul, há cêrca de cinquenta anos, encontrava-se em posição igual ou inferior à do Brasil no que se refere ao desenvolvimento econômico e social. Hoje, encontra-se muito além do Brasil.
    7. Observe os mapas e responda às questões.

    O imperialismo japonês na Ásia – 1845-1918

    Mapa. O imperialismo japonês na Ásia - 1845 a 1918. Mapa mostrando um recorte do leste asiático com as áreas dominadas pelos japoneses, no período entre os anos 1845 a 1918. 
Incorporações japonesas em 1845 (em laranja): o arquipélago do Japão, destacando as seguintes cidades: Tóquio, Yokohama, Kyoto, Osaka, Kobe, Shimonoseki, Kagoshima. Ilhas de Okinawa e Formosa. 
Incorporações japonesas em 1905 (em roxo): Coreia, destacando as cidades de Seul e Pusan. 
Área de influência antes de 1914 (hachura vermelha): porção no leste da China, em Fuchou. 
Ocupação japonesa após 1918 (hachura verde e cinza): litoral da Rússia, Vladivostok; ocupação japonesa na Manchúria (1905), um território pertencente à China, mas que estava sob ocupação da russa, destacando as cidades de Liaoyang, Dairen, Harbim.  
Fronteira chinesa até 1910 (linha em vermelho): delimitação da região da  Manchúria. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 470 quilômetros.

    Fonte: elaborado com base em Quínder, Rírman; Rilgamán Véarná. Atlas histórico mundial: de la Revolución Francesa a nuestros días. Madri: ístimo, 1971. volume 2. página 126.

    Japão: projetos expansionistas – 1927-1945

    Mapa. Japão: projetos expansionistas - 1927 a 1945. Mapa do leste asiático onde estão sinalizadas as investidas expansionistas realizadas pelo Japão, visando a conquista e proteção territorial, além da concentração de riquezas naturais. 
Anel de segurança (círculo verde): Japão, Coreia, Taiwan, porção Leste da China, de norte a sul, que incluía Manchukuo, no território da Manchúria, o Protetorado Japonês de 1932 e a região ao sul, ocupada em 1937. 
Zona de defesa (círculo marrom): extensa área que englobava parte do sudeste asiático e da Oceania, incluindo Nova Guiné, Sia, Indochina, Filipinas, Bornéu, Malásia, Índias Holandesas, Birmânia, ocupado em 1939.
Área de matérias-primas (círculo tracejado verde): porção no sudeste asiático, incluindo Malásia, Siao, Filipinas, Bornéu, Índias Holandesas,  Indochina, ocupado em 1940. 
Disponibilidade de recursos naturais:
Bauxita (quadrado preenchido): região da Malásia. 
Borracha (quadrado vazado): região da Malásia (Índias Holandesas). 
Cobre (triângulo vazado): região de Siao, na Indochina.  
Estanho (estrela): região da Indochina e na Malásia, nas Índias Holandesas.  
Minério de ferro (círculo vazado): região da Indochina e Malásia.  
Petróleo (triângulo preenchido): Taiwan, Malásia e região norte da Indochina.  
Zinco (círculo preenchido): região norte da Indochina. 
Acima, rosa dos ventos, e abaixo, escala de 0 a 1.200 quilômetros.

    Fonte: elaborado com base em Quínder, Rírman; Rilgamán Véarná. Atlas histórico mundial: de la Revolución Francesa a nuestros días. Madri: ístimo, 1971. volume 2. página 190.

    Versão adaptada acessível

    3. Pesquise informações sobre as transformações ocorridas no Japão durante a Era Meiji. Depois, com base nessas informações, elabore uma história em quadrinhos utilizando materiais como papéis, palitos, linhas, botões, retalhos de tecido, entre outros. Esses recursos podem servir de base para a criação de personagens que tenham relação com o contexto do período mencionado, bem como para a produção de cenários e diálogos entre eles.

    1. Que territórios foram ocupados pelo Japão a partir da segunda metade do século dezenove e da primeira metade do século vinte?
    2. O que explica essa expansão territorial?
    3. Qual é o contexto político mundial do projeto expansionista japonês no segundo mapa?
    4. Como o Japão supera, atualmente, a limitação de recursos naturais?

    8. Construa um gráfico de colunas que represente a estrutura do Píbi dos Tigres Asiáticos, com base nos dados do quadro a seguir. Lembre-se de inserir título, legenda e fonte dos dados. Em seguida, observe qual dos setores apresenta menor participação no Píbi e crie uma hipótese sobre as causas e consequências desse fato. Com a orientação do professor, investigue sua hipótese.

    Tigres Asiáticos: estrutura do PIB* (em %) – 2020

    País ou território

    Agropecuária

    Indústria

    Serviços

    Cingapura

    0

    27

    73

    Coreia do Sul**

    2

    36

    62

    Hong Kong

    0

    7

    93

    Taiwan

    1

    38

    61

    Nota: asteriscovalôres arredondados; dois asteriscos dados de 2019.

    Fontes: STATISTICS KOREA. Explore Korea through Statistics 2020. Daejeon: Kostat, 2020. página 39; MINISTRY OF TRADE AND INDUSTRY. Economic Survey of Singapore 2020. , 2021. página 2; grós doméstiqui pródâquiti bai caindi ov équitiviti. Disponível em: https://oeds.link/p4MPgK. Acesso em: 24 fevereiro 2022.

    9. No Japão, a educação é prioridade. Leia o fragmento de texto e responda.

    cêrca de 120 anos foi introduzido ali o ensino obrigatório, que na atualidade alcança 100% das crianças até 15 anos (seis anos do primário mais três anos do primeiro ciclo secundário). Desses, 95 passam para o segundo ciclo do curso, composto por mais três anos (15 a 18 anos de idade) .”

    PERALVA, Osvaldo. Um retrato do Japão. quinta edição São Paulo: Moderna, 1990. página 128.

    1. Essa edição do livro do jornalista Osvaldo Peralva foi publicada em 1990. Portanto, em que ano o ensino obrigatório foi introduzido no Japão?
    2. Há alguma relação entre a política educacional implantada no Japão e seu desenvolvimento social e econômico?
    1. Da mesma fórma que Estados Unidos e países europeus – Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos etcétera – adotaram uma política imperialista nos séculos dezenove e vinte, o Japão lançou-se a essa investida sobre países ou povos asiáticos. Faça uma pesquisa histórica sobre o Japão, apontando os espaços geográficos que foram incorporados ao seu império.
    2. A pesca é muito desenvolvida no Japão e é importante para a economia e a alimentação de sua população. No entanto, há denúncias de ônguis e órgãos mundiais de proteção ambiental contra a pesca realizada por algumas embarcações japonesas. Pesquise, em grupo, essas denúncias e busquem informações sobre a existência de pesca predatória no Brasil.

    PERCURSO 23 A CHINA E A ÍNDIA

    1. China: o dragão asiático

    São várias as lendas ou interpretações da figura do dragão no imaginário chinês, surgidas como fórma de explicar e dar significado às ossadas de dinossauros que eram encontradas. Historicamente, o mito do dragão no Oriente envolve o bem.

    Uma das lendas orientais narra que o dragão foi requisitado pelo deus-criador para participar da criação do mundo, simbolizando, portanto, a sabedoria.

    Na China, os antigos imperadores intitulavam-se “filhos do dragão”, e até hoje muitos chineses se consideram descendentes dessa figura mitológica.

    Berço de uma das mais antigas civilizações, a China é um dos países cuja economia mais cresceu no mundo nos últimos anos, tornando-se o “dragão” da economia global. Seu Píbi, em 2020, foi de 14,7 trilhões de dólares, superado somente pelo dos Estados Unidos (20,9 trilhões de dólares).

    2. A população chinesa

    A China é o país mais populoso do mundo – em 2021, apresentava mais de 1,4 bilhão de habitantes. Para conter o crescimento populacional acelerado adotou, em 1979, a política demográfica do filho único.

    A política do filho único e sua revisão

    Diante do grande crescimento demográfico da China, em 1979 o govêrno adotou, nas zonas urbanas, a lei “um casal, um filho”. Nas zonas rurais, foram permitidos dois filhos por casal, considerando que eles representavam fôrça de trabalho para a família no campo.

    Essa lei gerou vários problemas, como abandono de bebês, abortos, esterilizações em massa e extermínio de recém-nascidos. Além disso, os pais que tinham o segundo filho perdiam o emprêgo e suas crianças eram impedidas de frequentar a escola.

    No ano de 2015, foi abolida a política do filho único, em decorrência da necessidade de ampliar a fôrça de trabalho e amenizar o impacto do envelhecimento da população. Segundo estimativas, a proporção da população com mais de 60 anos poderia chegar a 35% em 2053.

    Fotografia. Pessoas caminham em uma calçada em um dia ensolarado. Acima, há um muro colorido, onde um homem está pintando alguns dizeres em mandarim. Mais acima, o desenho de uma família, composta por um homem, uma mulher e uma criança.
    Chineses passam diante de painel em rua da cidade de Chengdu, no sudoeste da China, com dizeres sobre a política do filho único (1994).

    • A desigual distribuição da população pelo território

    Apesar de numerosa, a população da China se distribui de maneira desigual pelo território. Observe o mapa A.

    A parte leste, de clima temperado e subtropical, com terras férteis e predomínio de planícies (observe o mapa B), é a mais industrializada e povoada, com áreas cuja densidade demográfica supera 600 habitantes por quilômetro quadrado.

    Na porção oeste, árida e com altitudes mais elevadas, encontra-se o deserto de Takla Makan, e na porção norte – onde está o deserto de Gobi – verificam-se baixas densidades demográficas: vastas porções desses territórios registram menos de 1 habitante por quilômetro quadrado.

    China: densidade demográfica e aglomerações urbanas – 2019

    Mapa A. China: densidade demográfica e aglomerações urbanas - 2019. Mapa do território da China demarcando as áreas com diferentes níveis de densidade demográfica, em habitantes por quilômetro quadrado, destacadas em tonalidades de cor que variam do mais claro, em amarelo (áreas com baixa densidade), para o mais escuro, em marrom (áreas com elevada densidade). O mapa também localiza as principais aglomerações de habitantes por meio de círculos proporcionais que variam em ordem crescente de 1,0 a 5,0 milhões até mais de 10 milhões habitantes.
Densidade demográfica (habitantes por quilômetro quadrado): 
Menos de 1,0 habitante: extensa faixa na região oeste, ao redor das regiões de Tibete, Deserto de Takla Makan, Urumqi. 
De 1,0 a 50,0 habitantes: Urumqi, faixa no centro: Changchun, Shenyang, Baotou, Chegdu. 
De 200,1 a 600,0 habitantes: Harbin, Kunming, Lanzhou. 
Mais de 600,0 habitantes: faixa centro-leste: Wuhan, Xi''an, Harbin. 
População (em milhões de habitantes): 
concentrada na faixa leste: Wuhan, Xi'an, tianjin, Nanquim, Hangzhou. 
De 1,0 a 5,0 milhões de habitantes: Harbin, Dalian, Qingdao, Fufhou, Guiyang, Kunming, Chegdu, Lanzhou, Pequim. 
De 5,1 a 10,0 milhões de habitantes: Wuhan, Guangzhou, Tianjin. 
Mais de 10,0 milhões de habitantes: Nanquim, Pequim.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

    Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 104.

    Grafismo indicando atividade

    Compare este mapa com o mapa B e aponte a fórma de relêvo da parte mais povoada da China.

    China: aspectos fisiográficos

    Mapa B. China: aspectos fisiográficos. Mapa do território chinês com as especificações dos elementos naturais feitas por meio de cores e itens gráficos. 
Cursos de água com diques (linhas azuis agrupadas): na faixa leste nas margens do Mar da China Oriental e Mar Amarelo e Mar da China Meridional.  
Áreas sujeitas a inundações (hachura azul): na faixa leste no centro, às margens do Mar Amarelo.  
Planícies (cor verde): costa leste, destacando a Planície do Nordeste, a Planície da China do Norte; porção na parte central, correspondente à Bacia do Sichuan.  
Colinas (cor amarela): áreas à leste e à sudeste, próximas à costa. 
Colinas desflorestadas (amarelo com hachura vermelha):  porção na área sudeste, correspondente às Colinas da China Meridiona.
Planaltos (cor laranja): faixa centro-leste, noroeste e norte, onde se localizam o Deserto de Gobi, a Bacia do Tarim, e o Deserto de Takla Makan.  
Planaltos de loess (cor laranja com hachura): centro do mapa, próximo a Planície da China do Norte.  
Planaltos com desertos de areia (rosa com hachura): Deserto de Gobi e Deserto de Takla Makan e Depressão de Dzungaria.  
Montanhas e planaltos elevados (mais de 3000 metros) (cor marrom): faixa centro-oeste: Planalto do Tibete, Himalaia, no norte em Tianshan. 
Florestas (hachura verde): faixa leste na Manchuria e Planície do Nordeste e sul nas Colinas da China Meridional.  
Limite sul da zona com forte variabilidade interanual de precipitações (linha tracejada na cor vinho): do norte na faixa leste, passando pelo centro e chegando até a faixa oeste.  
Fluxo de inverno: ventos frios e secos (setas rochas): ao norte, na Mongólia, indo em direção da Manchúria, Deserto de Gobi e Tianshan. 
Fluxo de verão: ventos úmidos e monções (setas rosas): faixa leste do mar da China meridional indo em direção ao território do país. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

    Fonte: elaborado com base em , Crístian;,Jan. Géographie. Paris: Hatier, 1988. página 61.

    asterisco Sedimento transportado pelo vento, de côr amarelada e de granulação fina, formado de argila e rico em calcário.

    3. China: desigualdades econômicas regionais

    Em 1979, a China criou quatro Zonas Econômicas Especiais (zê ê ê), nas quais é permitido às empresas estrangeiras investir capital e tecnologia, em associação ou não com empresas estatais chinesas. Investindo nas zê ê ê, as empresas gozam de privilégios oferecidos pelo Estado, como facilidades na exportação e na importação. Depois de 1984, foram criadas outras zê ê ê e também foram dinamizadas catorze cidades portuárias abertas para os investimentos estrangeiros (observe o mapa). Essa abertura dinamizou a economia.

    China: características econômicas de seu espaço geográfico – 2019

    Mapa. China: características econômicas de seu espaço geográfico - 2019. Mapa mostrando a organização do espaço econômico chinês.
Cidade portuária aberta ao capital estrangeiro (representadas por um círculo vermelho): cidades situadas ao longo da faixa litorânea, destacando as cidades de Dalian, Pequim (Beijing), Tianjin, Qingdao, Lianyungang, Xangai, Pudong, Wenzhou, Fuzhou, Guangzhou e Beihai.
Zona Econômica Especial (ZEE) (quadro branco): cidades localizadas no litoral da China, com destaque para Pudong, Shantou, Shenzhen, Hong Kong, Zhuhai e Haikou.
Polo industrial-urbano; poder econômico e político (quadrado amarelo): Pequim (Beijing), Xangai e Hong Kong.
Praça financeira (bolsa de valores) (estrela verde): Shenzhen, Xangai e Hong Kong. 
Litoral: espaço de abertura econômica e modernização (cor laranja): faixa litorânea de norte a sul, ao longo da costa chinesa.
Economia associada ao litoral; reserva de matéria-prima (cor amarelo escuro): porção centro-leste e parte do nordeste, à esquerda da faixa litorânea. 
Oeste: espaço pouco povoado; reserva de matéria-prima (cor amarelo claro): extensa faixa de terras à oeste, ao norte e no extremo nordeste. 
Migração rural (população flutuante) (setas verdes): direcionadas a partir das áreas de economia associada ao litoral.  
Fluxo de investimentos estrangeiro (setas zuis): direcionadas a partir do oceano para as cidades da costa do país; investimentos originários, principalmente, do Japão, Europa, América do Norte e Asean. 
À esquerda, na parte de cima, a rosa dos ventos, e abaixo, a escala de 0 a 400 quilômetros.

    Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 50; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 105.

    Nota: Associação de Nações do Sudeste Asiático () é uma organização regional formada por 10 países do Sudeste Asiático.

    Grafismo indicando atividade

    De onde partem as migrações internas e para onde se dirigem? Você sabe por quê?

    As dez províncias da fachada litorânea, onde vivem 37% da população chinesa, recebem 80% dos investimentos estrangeiros diretos e são responsáveis por 88% das exportações e 90% das importações. Somente a província de guêndông realiza 40% do comércio exterior chinês.

    Uma das consequências dessa política foi aumentar as diferenças entre as regiões costeiras e as do interior do país, que permaneceram à margem do processo de internacionalização, enquanto as primeiras se integram cada vez mais aos fluxos mundiais de produção e trocas comerciais.

    A prosperidade industrial da China tem provocado grandes deslocamentos populacionais das zonas rurais para as urbanas, acarretando consequências como falta de moradias e problemas de congestionamento de trânsito, lixo urbano, transporte etcétera É nesse sentido que se fala que a China está sofrendo uma desruralização.

    As cidades das zonas costeiras do país não absorvem grande parte dessa mão de obra migrante; assim, ampliam-se os mercados informais de trabalho. Ex-camponesas, por exemplo, procuram emprêgo como domésticas, saindo diariamente dos bairros pobres em direção aos bairros ricos. Surge uma forte tensão entre o mundo operário, estabelecido nas cidades, e o novo setor operário, de origem rural, que busca sobreviver diante das mudanças.

    Degradação ambiental

    O crescimento econômico da China tem provocado sérias consequências ao meio ambiente. Além do uso intensivo de combustíveis fósseis – principalmente petróleo e carvão mineral –, que colocam o país na primeira posição mundial na emissão de gases causadores do efeito estufa, a contaminação do solo e dos rios, a destinação do lixo industrial e doméstico e a poluição urbana são alguns dos desafios ambientais que a China terá de enfrentar para evitar o caos.

    Ícone. Seção No seu contexto.

    NO SEU CONTEXTO

    Na localidade em que você vive há emissão considerável de gases de efeito estufa? Por quais atividades?

    4. China: agropecuária

    Segundo o Departamento Nacional de Estatísitcas da China, em 2020, o setor primário do país respondeu por 7,7% do valor de seu Píbi; a indústria respondeu por 37,8%; e os serviços, por 54,5%. Da sua população economicamente ativa, 23,6% dedicavam-se ao setor primário; 28,7%, à indústria; e o restante, 47,7%, aos serviços – para efeito de comparação, no Brasil, respectivamente, os percentuais são 9,2%; 20,3%; e 70,5%.

    A atividade agropecuária se distribui no território chinês em estreita relação com as condições de seu meio natural. Comparando o mapa B da página 179 com o mapa a seguir, você constatará essa relação. Enquanto nas planícies e nos planaltos do leste e do nordeste as condições favoráveis de clima, solo e recursos hídricos facilitam a agropecuária, na porção oeste, o meio natural impõe restrições por causa da presença de planaltos com desertos de areia e relêvo montanhoso com mais de 3 mil metros de altitude.

    China: uso da terra – 2019

    Mapa. China: uso da terra - 2019. Mapa do território chinês onde são evidenciados por meio de pontos, com diferentes símbolos, os lugares onde os produtos são cultivados, além de diferentes coberturas do solo e de atividades econômicas.
Os itens de produção a seguir são representados com símbolos de acordo com os respectivos animais ou plantas cultivadas.
Bovino: faixa centro-leste ao sul. 
Caprino: centro e norte.  
Suíno: faixa leste, mais ao centro. 
Ovino: norte e faixa oeste. 
Milho: faixa centro-leste. 
Pesca: costa leste. 
Arroz: faixa centro-leste. 
Soja: norte na faixa leste. 
Cana-de-açúcar: costa leste, do norte ao sul.  
Trigo: faixa leste e oeste. 
Oásis: faixa oeste. 
Chá: sem dados.  
Amendoim: faixa leste do centro ao sul.  
Vinho: região de Turpan. 
Algodão: Wuhan, região de Urumqi e Tianjin. 
Melão: Hami, faixa centro-norte.  
As coberturas do solo a seguir são representadas pelo uso de cores:
Pastagem (verde claro): faixa na região nordeste, porções na parte centro-leste e área no extremo noroeste. 
Terras cultiváveis (verde): áreas de cultivo nas porções sul, centro-leste e parte do nordeste.
Floresta (verde escuro): fragmentos na faixa centro-oeste, ao sul e no extremo nordeste. 
Região montanhosa (amarelo): extensa faixa de terras na porção centro-oeste e sul. 
Deserto (laranja): extensa faixa de terras ao norte da região montanhosa.
Capital (ponto preto): Pequim. 
Cidades principais (ponto vermelho): Hong Kong, Wuhan, Lhasa, Xining, Lanzhou, Hangzhou, Xangai, Qingdao, Tianjin, Shenyang, Baotou, Urumqi, Turpan, Hami, Kashi, Shanche, Hotan.
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 330 quilômetros.

    Fontes: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 158, 160 e 163; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 104.

    Grafismo indicando atividade

    Em relação ao oeste da China, aponte duas limitações do meio natural para a prática da agricultura.

    A China é o maior produtor mundial de trigo, arroz, algodão, chá e amendoim e o maior importador de grãos e farelo de soja, destacando-se o Brasil como grande fornecedor.

    Fotografia. Encosta de um morro com os declives marcados por degraus. Em cada degrau há uma plantação sendo cultivada.
    Cultivo em terraços às margens do Rio , em tchônchín, China (2022).

    Ícone. Seção Rotas e encontros.

    Rotas e encontros

    Entenda a questão dos uigures na China

    “Os uigures são muçulmanos que habitam predominantemente a região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China reticências. Sua língua é parente da língua turca e os uigures se veem culturalmente e etnicamente mais ligados à Ásia Central do que ao resto da China.

    Por séculos, as principais atividades econômicas da região vinham sendo a agricultura e o comércio, com cidades como cáchigár prosperando como entrepostos da famosa Róta da sêda.

    No comêço do século 20, os uigures chegaram a declarar independência. Mas, em 1949, a região passou a ser controlada pela China comunista.

    Oficialmente, Xinjiang é uma região autônoma da China, como o Tibete, que fica mais ao sul.

    Em décadas recentes, a região presenciou uma intensa migração de chineses de etnia , e vários uigures passaram a reclamar de discriminação. Os chineses de etnia compõem cêrca de 40% da população de Xinjiang, enquanto 45% são uigur.

    reticências

    Ativistas dizem que atividades e práticas comerciais, culturais e religiosas dos uigures têm sido gradualmente suprimidas pelo Estado chinês.

    A China foi acusada de intensificar a repressão contra aos uigures depois de protestos de rua nos anos 1990 e nas semanas que antecederam os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

    Na última década, vários uigures proeminentes foram presos ou tiveram que buscar asilo no exterior, após serem acusados de terrorismo.

    reticências

    O govêrno chinês também é acusado de tentar diluir a influência uigur na região de Xinjiang, promovendo migrações em massa de chineses , o maior grupo étnico do país, para a região.

    reticências

    Na última década, uma série de projetos trouxe prosperidade às maiores cidades da região.

    O trabalho de jornalistas locais e estrangeiros é monitorado de perto pelas autoridades chinesas e existem poucas fontes independentes de notícias em chindjá.

    A China tem destacado o desenvolvimento da economia da região e uigures entrevistados pela imprensa têm evitado fazer críticas ao govêrno central.

    Entenda a questão dos uigures na China. bê bê cê Brasil, 7 julho 2009. Disponível em: https://oeds.link/kOIlGq. Acesso em: 25 fevereiro 2022.

    Fotografia. Em destaque, no primeiro plano, vista de um calçadão com uma mulher caminhando de óculos, vestido longo e lenço cobrindo o pescoço e a cabeça. Ao lado dela está uma criança. No segundo plano, rua com automóvel e diversos edifícios.
    População uigur em rua na cidade de , na região autônoma de Xinjiang, China (2020).
    Mapa. O território chinês está em destaque, com a região de XinJiang  delimitada em vermelho, em destaque, com a localização da cidade de Urumqi. No mapa também constam as cidades de Hong Kong e a capital chinesa Pequim (Beijing). Na parte de cima, à direita, rosa dos ventos, e abaixo, à esquerda, escala de 0 a 760 quilômetros.

    Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. páginaponto 104.

     Interprete

    1. Que aspectos étnicos-culturais diferenciam os uigures de Xinjiang do restante da população da China?
    2. Qual tem sido a postura do govêrno chinês em relação ao povo uigur? Explique.

     Argumente

    3. Elabore uma pequena carta ou petição ao govêrno chinês em defesa dos uigures.

    Ícone. Seção Cruzando saberes.

    Cruzando saberes

    Dongtan, modelo chinês para as ecocidades

    “Dramática poluição do ar e água, contaminação dos campos por produtos agrícolas, escassez de energia paralisando regiões inteiras: a China começa a computar os efeitos colaterais de um crescimento econômico sem precedentes. ‘Mudar o modêlo de desenvolvimento’ e ‘construir uma sociedade respeitadora do meio ambiente’ são as palavras de ordem proferidas pelas autoridades em seus discursos recentes.

    Símbolo dessa tomada de consciência, o ambicioso projeto no qual se engajou o govêrno municipal de Xangai deverá resultar no nascimento da primeira ‘ecocidadeglossário ’ do mundo. Denominada Dongtan, literalmente ‘praia do leste’, a cidade sustentável será erguida na ilha de Chongming, no delta do Yang , ao norte de Xangai.

    O objetivo é fazer de fórma que os moradores consumam apenas dois terços da energia utilizada em média habitualmente e limitar ao mínimo possível as emissões de gases de efeito estufa.

    Com essa finalidade, Dongtan produzirá sua própria energia. Parques de grandes geradores eólicos, bem como painéis solares sobre as casas, darão conta de parte das necessidades. A biomassa, proveniente em sua maioria das cascas de arroz dos moinhos locais e dos resíduos orgânicos da cidade, fornecerá energia para a combustão do biogás. Microturbinas eólicas sobre os telhados dos imóveis, que não poderão ultrapassar os oito andares, produzirão diretamente a energia para seus habitantes. A utilização de materiais locais, o isolamento, a ventilação natural, a orientação das fachadas em função do sol assegurarão a neutralidade das construções em emissões de cê ó dois e permitirão uma economia energética de até 70% em relação aos imóveis tradicionais. As águas de chuva, bem como as águas servidas, serão recuperadas e tratadas quando necessário, para irrigar a lavoura. Os resíduos orgânicos serão igualmente utilizados como fertilizantes.

    LE MONDE Diplomatique Brasil. Atlas do meio ambiente. São Paulo: Instituto Pólis, sem data. página 85.

    China: Xangai e a ecocidade de Dongtan

    Mapa. China: Xangai e a ecocidade de Dongtan. Mapa representando uma parte da região leste da China, destacando a província de Xangai e entorno.  
Província de Xangai: faixa leste, destacando as seguintes localidades: Chongming, Dongtan, Gaoxing, Jiading, Gaoxing, Qingpu, Songiang, Minhang, Fengxian, Jinshan, Xangai. 
Cidades engajadas em programa de proteção ambiental:  Xangai, Jinshan, Songiang, Minhang, Qingpu, Jiading, Gaoxing, Suzhou, Kunshan, Changshu, Wuxi, Chongming.
Rodovia: ligando todas regiões citadas. Destaque para o Rio Yang Tsé-Kiang, Huang, Pu, Mar Amarelo e Lago Tai Hu.  
À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 20 quilômetros.

    Fonte: elaborado com base em LE MONDE Diplomatique Brasil. Atlas do meio ambiente. São Paulo: Instituto Pólis, sem data. página 85.

     Interprete

    1. De que maneira a cidade de Dongtan mudará o modêlo de produção energética?

     Argumente

    2. Considere que um grupo organizado da sociedade civil esteja insatisfeito com os altos investimentos públicos necessários para a transformação da cidade de Dongtan. Pesquise e construa uma argumentação capaz de convencer esse grupo a respeito dos benefícios que serão promovidos.

    5. Índia: de colônia britânica a país independente

    Com ..3287263 quilômetros quadrados, a Índia localiza-se no sul da Ásia e ocupa a maior parte do subcontinente indiano. Sétimo maior país em extensão do mundo, foi colônia britânica até 1947.

    A partir de 1920, teve início um movimento pela libertação da Índia do domínio britânico, liderado por morrandas caramchând gândi, depois chamado Marrátma Gandhi (Grande Alma), por causa de sua dedicação à causa indiana e pela fórma de conduzir a oposição aos britânicos, baseada na política da resistência e desobediência civil sem o uso de violência.

    Fotografia em preto e branco. Em primeiro plano, destaque para Mahatma Gandhi. Ele está em pé, segura entre as mãos espalmadas um cajado de madeira, veste roupas brancas, óculos e olha em direção à câmera que registrou a imagem. Atrás dele, ao fundo, pessoas transitam. O chão é de terra batida.
    Marrátma Gândi (1869-1948), líder do movimento pela independência da Índia, em 1940.

    Em 15 de agosto de 1947, os britânicos reconheceram a independência da Índia, que ficou bipartida em dois Estados: a União Indiana, povoada por uma população majoritariamente seguidora da religião hinduísta, e o Paquistão, dividido em Paquistão Oriental e Paquistão Ocidental, ocupado predominantemente por muçulmanos.

    Em 1971, após muitos conflitos entre várias facções muçulmanas, o Paquistão Oriental proclamou a independência e alterou seu nome para Bangladesh.

    Índia: independência e partilha – 1947

    Mapa. Índia: independência e partilha - 1947. Mapa do território indiano onde são especificadas as maiorias religiosas e os refugiados de acordo com a religião. 
Estado de maioria hindu (cor verde): União Indiana. Capital: Nova Délhi. Ao norte, região da Caxemira. 
Estado de maioria muçulmana (cor laranja): Paquistão Oriental, cidade: Daca.
Paquistão Ocidental: cidade: Karachi; capital: Rawalpindi. 
Habitantes deslocados (fluxos representados por setas):
Refugiados hindus (setas vermelhas): do Paquistão Ocidental e do Paquistão Oriental para a União Indiana. 
Refugiados muçulmanos (seta verde): da União Indiana para Paquistão Oriental e para o Paquistão Ocidental. 
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 520 quilômetros.

    Fonte: elaborado com base em Grande enciclopédia Larousse cultural. São Paulo: Nova Cultural, 1998. volume 13. página .3132.

    Ícone. Seção Pausa para o cinema.

    PAUSA PARA O CINEMA

    Gandhi.

    Direção: ríchardi atenborou. Inglaterra/Índia: International Film Investors, 1982. Duração: 191 minutos

    Baseado na história do líder Gândi, o filme narra a luta do povo indiano contra o domínio colonial britânico, mostrando um quadro detalhado da história e da cultura desse povo na época.

    6. A população indiana

    A Índia abriga mais de 17% da população mundial – quase 1,4 bilhão de habitantes (estimativa para 2022) –, sendo superada apenas pela China.

    • Distribuição da população

    Na Índia, as menores densidades demográficas são encontradas nas flo­restas e zonas áridas do oeste e nas montanhas do extremo norte. As mais elevadas concentram-se na Planície Indo-Gangética, nos deltas dos rios e nos núcleos urbanos mais importantes. No vale do Rio Ganges, há vastas áreas cuja densidade demográfica é superior a 200 habitantes por quilômetro quadrado, o que faz dessa região uma das áreas de maior concentração populacional do planeta.

    Índia: densidade demográfica e aglomerações urbanas – 2019

    Mapa. Índia: densidade demográfica e aglomerações urbanas, de 2019. Mapa do território da Índia demarcando as áreas com diferentes níveis de densidade demográfica, em habitantes por quilômetro quadrado, destacadas em tonalidades de cor que variam do verde (áreas com densidade de menos de 1), para o vermelho (áreas com densidade de mais de 200). O mapa também localiza as principais aglomerações de habitantes por meio de círculos proporcionais que variam em ordem crescente de 1,0 a 5,0 milhões até mais de 20 milhões habitantes.
Habitantes por quilômetro quadrado:
Menos de 1 habitante (verde): porção norte, nos arredores de Amrifscar. 
De 1 a 50 habitantes (amarelo): faixas nos extremos norte, nordeste e noroeste, além de porções no centro-leste e na costa oeste.  
De 51 a 100 habitantes (laranja claro): área no centro e sul. 
De 101 a 200 habitantes (laranja escuro): pontos no centro, sul, faixa leste e oeste. 
Mais de 200 habitantes (vermelho): concentrações na região sul, na costa leste e, principalmente, no norte, nas áreas próximas ao Rio Ganges. 
Aglomerações urbanas:
De 1 a 5 milhões habitantes: concentrações distribuídas por todo o território, destancando as seguintes localidades: Vishakhapatnam, Asansol, Varanasi, Lucknow, Agra, Jaipur, Amrifscar, Madurai, Coimbatore, Cochim. 
De 5,1 a 10 milhões de habitantes: concentrações na costa oeste e na parte central, destacando Surat, Ahmadabad, Pune. 
De 10,1 a 20 milhões de habitantes: concentrações no centro-sul e no extremo nordeste, destacando Chennai (Madras), Bangalore e Calcutá.
Mais de 20 milhões de habitantes: concentrações na costa oeste, em Mumbai (Bombaim), e norte, em Nova Délhi.
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

    Fontes: elaborado com base em Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 109; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 101.

    Grafismo indicando atividade

    Aponte duas localidades com mais de 200 habitantes por quilômetro quadrado.

    • Principais cidades e degradação ambiental

    Délhi é a maior aglomeração urbana indiana. Localizada no norte da Índia, no alto Ganges, contava com quase 32 milhões de habitantes em 2021. Nesse ano, era a terceira cidade mais populosa do mundo, superada por Tóquio, capital do Japão, com 39 milhões de habitantes, e por Jacarta, capital da Indonésia, com mais de 35 milhões de habitantes (São Paulo figurava como a quinta cidade mais populosa, com mais de 22,5 milhões de habitantes). Dentro da metrópole de Délhi situa-se Nova Délhi, com 42,7 quilômetros quadrados, capital da Índia.

    Em seguida, vem Mumbai, antiga Bombaim, com mais de 22 milhões de habitantes, e Calcutá, com mais de 18 milhões de habitantes, em 2021.

    A degradação ambiental na Índia atinge proporções elevadas. Nas cidades, o saneamento básico é precário. Por exemplo, a insuficiente rede de esgôto polui os rios por meio do despejo direto de dejetos humanos, comprometendo as fontes de água – calcula-se que apenas 30% do esgôto produzido nas cidades indianas é tratado.

    Ícone. Seção No seu contexto.

    NO SEU CONTEXTO

    Você sabe qual é a população do município onde você vive? Ele apresenta problemas sociais e econômicos?

    Fotografia. Vista de uma paisagem urbana. Na primeiro plano, diversas habitações precárias, construídas com materiais alternativos, como telhas de amianto, lonas e ripas de madeira, em um terreno íngreme e úmido. No segundo plano, ao fundo, observa-se alguns edifícios.
    Na parte sul de Mumbai, vive uma população que desfruta bom nível de vida. Contudo, nos subúrbios mais pobres, conhecidos como slums (favelas), vivem cêrca de 5 milhões de pessoas e, na região central da cidade, 1 milhão de pessoas moram em habitações precárias. Na foto, moradias construídas em uma área de risco e danificadas após um deslizamento de terra, em Mumbai, Índia (2020).

    Os lixões a céu aberto, juntamente com a deficiente rede de esgôto e as fontes de água contaminadas, são responsáveis por altas taxas de mortalidade.

    A poluição do ar nas grandes cidades, como Nova Délhi, chega a níveis insustentáveis. Além da emissão de gases poluentes pelo escapamento dos veículos e pela indústria, a queima da palha de arroz na zona rural – proibida por lei, mas que continua sendo praticada – espalha a fuligem nas cidades, acentuando a poluição do ar e agravando a ocorrência de doenças respiratórias. Na região norte da Índia, onde se situa Nova Délhi, a circulação do ar é dificultada pela presença da Cordilheira do Himalaia, que age como uma barreira para a dispersão dos poluentes.

    Somados a esses problemas, emergem o desmatamento, a erosão do solo e o enorme consumo de água para a irrigação, com sérias ameaças para a sua escassez etcétera

    Desigualdades sociais e econômicas

    Grande parte da população indiana padece de fome e de desnutrição, vive em precárias condições de habitação e de saneamento básico, além de enfrentar elevada taxa de desemprêgo e grande desigualdade na distribuição de rendimentos.

    Segundo estimativas da ônu para o período de 2020-2025, o país apresentou alta taxa de mortalidade infantil de menores de um ano (27por mil) e baixa esperança de vida média (70,4 anos); em 2018, apresentou elevada taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais (24%), entre outros problemas sociais.

    Ícone. Seção No seu contexto.

    NO SEU CONTEXTO

    Existem desigualdades sociais e econômicas entre as regiões brasileiras? Explique.

    Ao lado de razões históricas e econômicas, a estrutura social do sistema de castas contribui para as precárias condições sociais em que vivem milhões de indianos. Ainda bastante influente na cultura e no convívio das pessoas, principalmente no meio rural, dificulta a ascensão social de muitos indianos, pois, além de impedir o casamento entre pessoas de castas diferentes, desperta reações contra programas sociais do govêrno destinados a beneficiar os menos favorecidos.

    As desigualdades regionais também são muito grandes. Enquanto o estado de Uttar Pradesh, situado ao norte, com cêrca de 150 milhões de habitantes, tem indicadores sociais abaixo da média nacional e vive em condição de extrema pobreza, no estado de Kerala, ao sul, a população apresenta melhores condições de vida: quase 94% dos habitantes sabem ler e escrever, e a taxa de mortalidade infantil é de 12por mil, bem abaixo da média nacional.

    Diversidade linguística, religiosa e étnica

    A Índia é um país de grande diversidade linguística. O inglês e o híndi são as línguas oficiais, mas a Constituição indiana reconhece vinte e duas línguas regionais e mais de .1600 dialetos. O híndi é falado por mais de 43% da população, seguido pelo télugo, o bengali, o marati, o tâmil, o urdu e muitas outras.

    Quanto à religião, os dois maiores grupos são formados pelos hinduístas, que representam cêrca de 79,8% da população, e pelos seguidores do islamismo, que somam 14,2%. As demais possuem menos seguidores: cristãos, 2,3%; sikhis, 1,7%; budistas, 0,7%; e outros, 1,3%.

    Dois troncos étnicos predominam na Índia: o ariano ou hindu, ao norte, e o dravidiano, ao sul. Ao longo da História, ocorreu grande miscigenação entre eles. Além desses, há os mongóis, que habitam a região montanhosa ao norte do país, e outros grupos étnicos minoritários.

    7. Índia: conflitos étnico-culturais e fronteiriços

    A sociedade indiana convive com conflitos étnicos, marcados pelo desejo de separatismo por parte de minorias, fato que ameaça sua unidade. Alguns deles estão relacionados ao estabelecimento das fronteiras nacionais a partir das fronteiras coloniais.

    Punjab: conflitos entre indianos e sikhis

    No noroeste da Índia, no estado do Punjab, são frequentes os conflitos armados envolvendo os sikhis, minoria étnico-religiosa que soma cêrca de 26 milhões de pessoas. Os sikhis reivindicam a separação do Punjab da República da Índia, e os indianos se recusam a perder essa rica região agrícola (consulte o mapa da página seguinte).

    Em um dos grandes conflitos, em 1984, cêrca de .1700 adeptos da seita sikhi foram mortos. Os sikhis responderam com o assassinato da primeira-ministra Indira Gândi. As tensões e os conflitos continuam ainda nos dias atuais.

    Ícone. Seção Navegar é preciso.

    NAVEGAR É PRECISO

    Embaixada da Índia no Brasil

    https://oeds.link/AT7zij

    O portal disponibiliza diversas informações sobre a Índia e as relações indo-brasileiras.

    Península Indiana: tensões étnico-culturais – 2020

    Mapa. Península Indiana: tensões étnico-culturais - 2020. Mapa mostrando o território indiano, parte do território paquistanês e do território afegão, com as representações dos conflitos étnico-culturais e com a distribuição em porcentagem de muçulmanos, indicada por meio de tonalidades de cor variam do menos intenso, em verde claro, indicando presença de 10% ou menos, para o mais intenso, em verde escuro, indicando presença de mais de 75% de muçulmanos.  
Distribuição dos muçulmanos (em porcentagem): 
10 ou menos: maior parte do território indiano. 
De 11 a 20: concentrações na parte central, na região noroeste e ao longo de uma faixa de terras no extremo norte. 
De 31 a 50: porções estritas nos extremos noroeste, norte e sudoeste. 
De 51 a 75 (verde): porções estritas nos extremos norte e na costa sudoeste.
Mais de 75 (verde escuro): concentração no extremo norte, próximo à região da Caxemira, na fronteira com o Paquistão.  
Países muçulmanos limítrofes (mancha rosa): a leste, Bangladesh (capital: Dacca); a oeste, Paquistão (capital: Islamabad); e Afeganistão (capital: Cabul).  
Região de tensões entre hindus e muçulmanos (hachura rosa e verde clara): região da Caxemira, na fronteira norte com o Paquistão. Região de maioria religiosa sikhi (hachura vermelha): Punjab, divisa com Paquistão, no extremo noroeste. 
Conflitos recorrentes (ponto em formato de estrela): Varanasi (Benares), Mumbai (Bombaim).
Conflitos importantes (ponto vermelho): na costa oeste, na parte central do território e ao longo de uma faixa de terras no extremo norte. 
Cidades com mais de 2 milhões de habitantes (quadro menor roxo): Ahmadabad, Hyderabad e outras. 
Cidades com mais de 10 milhões de habitantes (quadro maior em roxo): Calcutá, Chennai (Madras), Mumbai (Bombaim), Nova Délhi.
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

    Fonte: bonifássi, pascál. Atlas des relations internationales. Malakoff: Armand Colin, 2020. página 152.

    Grafismo indicando atividade

    O maior percentual de população indiana que professa o islamismo se localiza em qual porção do território da Índia?

    • Caxemira: uma região explosiva

    São frequentes os confrontos entre hinduístas e muçulmanos em diversas partes do território indiano (consulte novamente o mapa). O principal deles está na Caxemira, região entre a Índia e o Paquistão, habitada predominantemente por muçulmanos.

    Dois terços do território da Caxemira são controlados pela Índia, que se nega a abdicar da região. Com o apôio do Paquistão, a população muçulmana da Caxemira reivindica a separação. Em 2001, o Paquistão propôs que se realizasse um plebiscito na Caxemira, quando então seus habitantes se manifestariam sobre o país a que desejariam pertencer. A Índia rejeitou a proposta, mantendo o problema sem solução.

    Para agravar ainda mais a questão geopolítica da Caxemira, tanto a Índia como o Paquistão detêm tecnologia nuclear e realizam testes nucleares para demonstrar suas capacidades destrutivas. As cinco potências nucleares mundiais (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França e China) repudiam os testes e não conseguiram a adesão dos governos dos dois países ao Tratado de Proibição de Testes Nucleares.

    Ainda em 2018, a Caxemira continuava sendo um foco de tensão no globo, colocando sob ameaça a coexistência pacífica na Ásia Meridional.

    Ícone. Seção Rotas e encontros.

    Rotas e encontros

    Defensores da paz

    “Estudar é muito importante para o nosso futuro. No Brasil, apesar de muitas crianças ainda estarem fóra da escola, todas elas têm assegurado pela Constituição o direito de estudar. Mas sabia que existem lugares em que isso não acontece? Alguns anos atrás, por exemplo, as meninas de algumas partes do Paquistão, um país da Ásia, foram proibidas de ir à escola. Que absurdo!

    Isso aconteceu porque o lugar era controlado por um grupo religioso muito radical chamado Talibã, que controlava tudo na vida dos habitantes, em especial das mulheres. Foi quando uma menina chamada malala iuçáfizai se destacou como símbolo da luta por liberdade. Sua atuação foi tão importante que valeu o prêmio Nobel da Paz de 2014 e ela se tornou a primeira paquistanesa e a pessoa mais jovem a receber essa premiação, com apenas 17 anos. Vamos conhecer melhor a história dela?

    Pelo direito de estudar

    Quando tinha 15 anos, Malala começou a escrever em um blog chamado ‘Diário de uma estudante paquistanesa’. Nele, a menina denunciava a pouca liberdade e as dificuldades enfrentadas em seu país sob domínio do Talibã e defendia a educação das crianças. Ela chamou atenção: foi entrevistada por emissoras de televisão e jornais, foi estrela de um documentário e até indicada ao Prêmio Internacional da Paz da Infância em 2011.

    Fotografia. Uma menina e um homem sorrindo, ambos posando para a foto. A menina usa um lenço sobre a cabeça e o ombros, tem cabelos pretos e lisos. O homem tem cabelos curtos e grisalhos, e usa uma roupa branca longa. Eles seguram um cartaz aberto nas mãos.
    malala iuçáfizai e cailáchi satiárti recebendo o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, Noruega (2014).

    Mas a luta da menina também atraiu o ódio do Talibã – tanto que tentaram calar a sua voz. Quando voltava da escola, em outubro de 2012, Malala foi baleada na cabeça por representantes do grupo. Que horror! Mas pode ficar tranquilo, pois ela sobreviveu ao atentado e não desistiu.

    Nove meses depois, após várias cirurgias, Malala discursou na Assembleia de Jovens da Organização das Nações Unidas e voltou a defender a educação e a condenar o terrorismo. Hoje, ela vive na Inglaterra, de onde continua sua atuação.

    Dupla premiação

    Malala recebeu o Nobel da Paz junto com o indiano cailáchi satiárti, veterano da luta pelos direitos das crianças, pelo acesso à educação e contra a exploração infantil. A premiação destaca a necessidade de proteger as próximas gerações para garantir um futuro mais harmonioso.

    A premiação da menina paquistanesa e do ativista indiano pode servir, ainda, para aproximar seus países. Os dois se tornaram independentes da Inglaterra juntos, no século 20, graças aos esforços de um grande líder pacifista chamado Marrátma Gandhi. Mas desde então têm vivido em pé de guerra por causa de regiões de fronteira e de questões religiosas – a Índia é hindu, e o Paquistão, muçulmano.

    Tratar qualquer pessoa de fórma diferente, seja por sua religião, sexo ou qualquer outro motivo é errado. E também não é legal viver brigando com nossos vizinhos! Tomara que o prêmio da Malala sirva de exemplo e ajude a espalhar a paz pela região, não é?”

    GARCIA, Marcelo. Jovem defensora da paz. Ciência Hoje das Crianças, Notícias, 22 outubro 2014. Disponível em: https://oeds.link/orMb4A. Acesso em: 26 fevereiro 2022.

     Interprete

    1. O que Malala denunciava e defendia antes de sofrer um atentado, em 2012?
    2. O que o indiano cailáchi satiárti defende na Índia?

     Argumente

    3. Qual é a importância de receber um Prêmio Nobel da Paz?

    PERCURSO 24 ÍNDIA: ECONOMIA

    1. A economia indiana

    A economia indiana é marcada por grandes contrastes: de um lado, milhões de habitantes vivem em condições de vida precárias e, de outro, centros universitários de alto nível possibilitam que o país se destaque na produção de tecnologias avançadas.

    A agropecuária

    A agricultura, atividade econômica básica do país, responde por cêrca de 16% do Píbi indiano. Também por causa das heranças do período colonial, ainda emprega quase metade da população economicamente ativa (cêrca de 47%). Contudo, poucos agricultores indianos contam com recursos técnicos adequados para direcionar a produção para fins comerciais. Esse fato, somado ao pequeno tamanho das propriedades dos camponeses – que resultou da reforma agrária realizada nos anos seguintes à independência da Índia –, contribui para que a maior parte da produção esteja voltada para o sustento familiar.

    Fotografia. Vista de uma paisagem rural, formada por quadrantes destinados ao plantio de arroz, em uma área de relevo aplainado. No primeiro plano, duas pessoas trabalhando em uma área de plantio de arroz. Os pés delas estão cobertos por água. Elas estão abaixadas com ramos verdes nas mãos. No segundo plano, outros espaços divididos com plantação de arroz.
    Na Índia, o cultivo de arroz é realizado nas planícies litorâneas e nas várzeas dos rios, principalmente ao longo do Rio Ganges, onde o cultivo é favorecido pelas enchentes causadas pelas chuvas de monções. Na foto, trabalhadores em plantação de arroz no distrito de Bengala Ocidental, Índia (2021).

    As áreas destinadas ao cultivo ocupam mais da metade da superfície total da Índia. As produções de arroz e trigo, os principais produtos agrícolas do país e base da alimentação dos indianos, colocam o país como segundo maior produtor mundial, superado apenas pela China.

    Em virtude das crenças religiosas, os hinduístas (maioria da população indiana) consideram bois e vacas animais sagrados, portanto, não consomem carne bovina, e a Índia, em 2021, detinha o maior rebanho do mundo – mais de trezentas e cinco milhões de cabeças. O país ainda é responsável por quase 15% da produção mundial de leite, e mais de 50% do leite consumido pela população é de búfala. Há também expressivas criações de cabras, ovelhas, porcos e aves.

    Embora a Índia tenha se tornado autossuficiente na produção de alimentos depois da chamada Revolução Verdeglossário , ainda hoje milhões de indianos sofrem de subnutrição e escassez de alimentos.

    Entre os fatores que ajudam a explicar essa realidade, encontram-se as monoculturas destinadas à exportação, herança dos colonizadores britânicos, que, no passado, favoreceram a substituição das culturas alimentares pelas de exportação, com graves consequências para a alimentação do povo. Hoje, as monoculturas de chá, algodão, café, juta e cana-de-açúcar, muitas delas em mãos de estrangeiros, ocupam vastas porções do território indiano em detrimento do plantio de produtos voltados à alimentação da população do país.

    Índia: uso da terra – 2019

    Mapa. Índia: uso da terra, de 2019. Mapa do território indiano mostrando os diferentes usos da terra, com destaque para as atividades agropecuárias, que são representadas por meio de cores e símbolos.
Áreas improdutivas (em cinza): Deserto de Thar, no extremo noroeste; porção norte, na região da Caxemira; faixa no extremo nordeste. 
Floresta (em verde): concentração na região nordeste; porções na parte central e leste; faixa próxima a costa oeste.  
Pecuária (em verde claro): pequena porção no nordeste; área estrita no norte, na fronteira com o Paquistão; faixa de terras na região oeste, ao sul do Deserto de Thar. 
Trigo (em amarelo): faixa de terras do noroeste ao norte, nas proximidades de Punjab e Hindoustan, nos vales dos rios Ganges e Yamuna. 
Arroz (em lilás): faixa de terras ao longo da costa oeste, sul e leste; extensa área na parte central e norte, compreendendo o vale do Rio Ganges; além de uma faixa na região nordeste, ao longo do vale do Rio Brahmaputra.  
Outras culturas (em laranja): maior faixa, que vai do centro-norte ao sul, tomando as localizações: Ahmadabad, Nagpur, Planalto do Decã e Bangalore. 
Monocultura (em rosa): pequenas porções no extremo sul e no nordeste. 
Algodão (indicado por um símbolo da planta do algodão): na parte central e no extremo nordeste.  
Juta (símbolo de um tecido): porções no norte e nordeste, nos vales dos rios Ganges e Brahmaputra.   
Chá (símbolo de folhas): norte e pequeno ponto no extremo sul. 
Cana-de-açúcar (símbolo de um pé de cana): faixa centro-norte, concentrada próxima ao curso médio do Rio Ganges. 
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 290 quilômetros.

    Fontes: elaborado com base em Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 109; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 101.

    Grafismo indicando atividade

    Que culturas agrícolas se destacam no vale do Rio Ganges?

    • Indústria

    Como também ocorreu em outras colônias europeias, o sistema produtivo indiano original foi desmantelado e substituído por uma economia comandada por necessidades externas. A dominação colonial britânica, desde o século dezoito até 1947, interrompeu o desenvolvimento artesanal, industrial e tecnológico da Índia, que em alguns setores se encontrava adiantado.

    É o caso do artesanato têxtil, que, além de abastecer a população, exportava tecidos graças à sua qualidade. Entretanto, como os britânicos estavam interessados em vender os próprios tecidos, adotaram uma política de preço baixo até conseguir desestruturar a produção têxtil local.

    Esse fato ajuda a explicar o atraso industrial da Índia até sua independência, quando então passou a apresentar um desenvolvimento industrial mais acelerado. Podemos dizer, portanto, que se trata de um país de industrialização tardia.

    Com a independência, a Índia adotou uma política econômica caracterizada pela intensa participação do Estado na economia. A partir de 1991, com a expansão da política econômica neoliberal no mundo, o govêrno indiano alterou essa conduta: promoveu a liberalização da economia, marcada pela abertura para o exterior, suprimindo o contrôle das importações e permitindo investimentos estrangeiros, entre outras medidas.

    Hoje, o parque industrial indiano situa-se entre os dez maiores do mundo. Apesar de empregar apenas 22% da população economicamente ativa do país, destaca-se no cenário mundial por apresentar significativo desenvolvimento em vários setores de tecnologia avançada (energia nuclear, satélites artificiais, informática etcétera).

    Graças aos investimentos em educação e em centros de pesquisas, o setor de informática indiano está entre os mais avançados do mundo. As indústrias de alta tecnologia de informática desenvolveram-se em alguns polos industriais, principalmente em Bangalore. Em ráiderbéd, instalou-se um centro de pesquisas farmacêuticas que tem desenvolvido novos medicamentos, além de medicamentos genéricos, dos quais a Índia é o maior exportador mundial.

    Índia: indústrias e recursos minerais – 2019

    Mapa. Índia: indústrias e recursos minerais - 2019. Mapa do território indiano mostrando as regiões industriais e de mineração, destacando as principais atividades representadas por meio de cores e símbolos.
Regiões industriais (mancha na cor laranja): áreas que englobam as cidades e o entorno de Chennai, Madurai, Cochin, Mumbai, Bangalore, Ahmadabad, Asansol, Jamshedpur, Calcuá, Nova Délhi, Kanpur. Nessas regiões destacam-se diversos ramos industriais e energéticos.
Carvão: parte centro-leste e região nordeste, nas proximidades de Durg-Bhilainagar, Vishakhapatnam, Asansol, Barauni. 
Petróleo e gás natural: região costeira a oeste, próximo a Ahmadabad e Mumbai; exploração de petróleo também no extremo nordeste.
Refinaria de petróleo: na costa leste, nas regiões de Chennai, Vishakhapatnam e Calcutá; na faixa norte, próximo a Barauni, Mathura e Nova Délhi; na costa oeste, próximo a Vadodara, Mumbai e Cochin. 
Oleoduto: da região costeira a oeste, próximo a Ahmadabad até Mathura e Nova Délhi.
Gasoduto: da região costeira em Mumbai, em direção a Vadodara, até Mathura e Nova Délhi.  
Ferro: região sudoeste, próximo a costa, parte central-leste e porção sul. 
Manganês: região sudoeste, parte central e leste.  
Cromo: porções situadas a leste e sul. 
Bauxita: região centro-leste, oeste e sul.  
Alta tecnologia: porção sul, na região industrial de Bangalore. 
Região industrial (mancha na cor laranja): pontos espalhados por todo território. 
Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 290 quilômetros.

    Fontes: elaborado com base em Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 109; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 101.

    Grafismo indicando atividade

    Cite dois centros industriais e um de alta tecnologia localizados na porção sul da Índia.

    Investimentos em educação (foto A) e a formação científica e tecnológica de qualidade oferecida pelas universidades e pelos institutos de pesquisa indianos atrai empresas estrangeiras interessadas em contratar profissionais: parte significativa dos trabalhadores especializados de importantes empresas estadunidenses de informática é indiana. Do mesmo modo, calcula-se que cêrca de um sexto dos colaboradores qualificados da Náza, a agência espacial dos Estados Unidos, são indianos. Esses profissionais desfrutam grande prestígio e são muito requisitados em todo o mundo.

    Fotografia A. Uma roda de estudantes uniformizados, organizada de modo que todos observem um robô ao centro.
    Estudantes secundaristas de uma escola testam um robô desenvolvido durante o curso de robótica, em Pune, na Índia (2019). A valorização da educação científica e tecnológica contribui para o desenvolvimento da indústria de tecnologia do país.

    Outros tipos de indústria destacam-se ainda na Índia, entre elas: construção naval, mecânica, química, petroquímica, siderúrgica, metalúrgica, petrolífera, extração de minerais, automobilística etcétera (foto B).

    Fotografia B. Vista do interior de uma indústria automobilística. No primeiro plano, linha de montagem com a estrutura de um carro suspenso. Abaixo, dois operários uniformizados e de capacetes. No segundo plano, vista de outros setores da indústria.
    Trabalhadores em linha de montagem de indústria automobilística na área industrial de emadabád, Índia (2018).

    Merece destaque ainda a indústria cinematográfica indiana, localizada principalmente em Mumbai e conhecida como Bollywood (foto C). A produção anual de filmes supera a dos Estados Unidos. Mais de mil filmes anuais foram produzidos, em média, nos últimos anos, enquanto nos Estados Unidos a média foi de seiscentos filmes. Essa produção atende ao mercado interno e é exportada principalmente para países asiáticos. Além de representar uma fonte de divisas para o país, é uma atividade que cria referências culturais favoráveis à Índia na região.

    Cartaz C. No primeiro plano, destaque para uma mulher com um lenço sobre o pescoço e o corpo. Ela está sentada com uma mão sobre as pernas e outra apoiada no queixo. No segundo plano, outras pessoas com lenços sobre o corpo. Acima, um título em amarelo: PAGGLAIT.
    Cartaz anunciando filme de Bollywood na Índia (2021).
    Ícone. Seção Atividades dos percursos.

    Atividades dos percursos 23 e 24

    Registre em seu caderno.

    1. Aponte as razões pelas quais a China aboliu a política do filho único no final de 2015.
    2. Explique o que é o processo de desruralização da China.
    3. Quais são os desafios ambientais relacionados à prosperidade econômica chinesa?
    4. Bangladesh formou-se como Estado recentemente, em 1971. Qual é sua origem?
    5. Apesar das condições de vida precárias de grande parte da população da Índia, o país possui um parque industrial considerado um dos dez mais importantes do mundo. Cite algumas atividades produtivas em que a Índia se destaca.
    6. Com base no mapa da página 192, faça o que se pede.
      1. Calcule a distância em linha reta e em quilômetros entre as cidades indianas de emadabád e ráiderbéd.
      2. Explique como você chegou a essa distância.
      3. Quanto ao Golfo de Bengala, representado no mapa, explique o que é golfo e a qual oceano esse golfo pertence.
    7. Observe o mapa a seguir, que representa parte dos 29 estados que compõem a divisão administrativa da Índia.

    Problemas fronteiriços no norte da Índia

    Mapa. Problemas fronteiriços no norte da Índia. Mapa com parte do território norte da Índia, Parte do Paquistão, China, Nepal, Butão e Mianmar onde são evidenciadas por meio de cores as relações e disputas estabelecidas com a Índia. 
Países que tiveram conflitos armados com a Índia: reivindicações territoriais (em amarelo): China, Paquistão. 
Países que tiveram impasses com a Índia sobre a repartição das águas territoriais (em laranja): Bangladesh, Mianmar. 
Países aliados à Índia (em verde): Nepal, Butão. 
Estado que entrou na União Indiana, em 1975 (em vermelho): região de Sikkim. 
Território indiano reivindicado pela China (em verde escuro): região de Arunacha Pradesh. 
Território incorporado pela China e reivindicado pela Índia (em marrom): leste de Jammu e Caxemira, na fronteira com a China.  
Linha de cessar-fogo ao término da Guerra Indo-Paquistanesa, em 1949 (linha marrom tracejado): entre Azad Caxemira e Jammu e Caxemira. 
Outros motivos de impasses fronteiriços (estrela): região de Rann de Kutch, no extremo oeste do estado de Goudjerat, fronteira com o Paquistão; problema situado no sul de Bangladesh; problema na divisa de Azad Caxemira com Srinagar.
Na parte de cima, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

    Fonte: bonifássi, pascál (). Atlas des relations internationales. Paris: Hatier, 2013. página 163.

    1. Indique o país que teve confronto com a Índia por reivindicação de território.
    2. Aponte os países aliados à Índia que têm forte relação de dependência com esse país.
    3. Há algum território indiano, mostrado no mapa, que é reivindicado pela China? Se sim, onde se localiza?

    8. Desde 2006, a renomada revista britânica The Economist elabora um “índice de democracia”, que aponta como está esse regime político em 165 países ou territórios autônomos. Com a ajuda de um planisfério político, interprete o mapa, observando a sua legenda, e responda às questões.

    Mundo: regimes políticos segundo o índice de democracia – 2021

    Mapa. Mundo: regimes políticos segundo o índice de democracia - 2021. Planisfério onde são especificados os tipos de sistemas políticos de cada país por meio de cores. Democracias plenas (total de 21) (verde escuro): Canadá, Austrália, Noruega, Suécia, Finlândia, Reino Unido, Islândia, Alemanha, Holanda, Suíça, Áustria, Uruguai, Japão, Coréia do Sul, Nova Zelândia. Democracias imperfeitas: (total de 53) (verde claro): Estados Unidos, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Chile, Argentina, Suriname, Guiana, França, Itália, Portugal, Espanha, Bélgica, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Rep. Tcheca, Romênia, Bulgária, Grécia, África do Sul, Namibia, Índia, Mongólia, Gana, Tailândia, Malásia, Singapura, Indonésia, Rep. Dominicana. Regimes híbridos (total de 34) (lilás): México, Paraguai, Bolívia, Belize, Guatemala, El Salvador, Honduras, Ucrânia, Turquia, Bósnia, Tunísia, Marrocos, Nigéria, Madagascar, Somália, Saara Ocidental, Senegal, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Quênia, Tanzânia, Zâmbia, Paquistão, Nepal. Regimes autoritários (total de 59) (roxo):  Rússia, Cuba, Venezuela, Nicarágua, Bielorrússia, Egito, Argélia, Libia, Sudão, Etiópia, Sudão do Sul, Chade, Niger, Mali, Rep. Democrática do Congo, Angola, Moçambique, Gabão, Arábia Saudita, Iraque, Iêmen, Omã, Irã, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Afeganistão, China, Miamar, Vietnã, Laos, Camboja, Coreia do Norte. Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 2.870 quilômetros.

    Fonte: MERINO, Álvaro. El mapa del índice de democracia en el mundo. El Ordem Mundial, 11 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/lfDEv5. Acesso em: 27 fevereiro 2022.

    1. Considerando a proporção do número de países ou territórios autônomos, aponte os continentes mais e menos democráticos, em 2021.
    2. Como estavam classificadas a China e a Índia em 2021?
    3. Aponte os países da América do Sul com plena democracia e com regime autoritário em 2021.
    4. Pesquise e explique por que o Brasil e os Estados Unidos não foram considerados democracias plenas, mas imperfeitas, como aponta o mapa em 2021.
    5. Podemos fazer alguma relação entre o “índice de democracia” e o Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá)?

    9. Observe o quadro a seguir e responda às questões sobre estes três países considerados emergentes e pertencentes aos bríquis.

    Brasil, Índia e China: alguns indicadores sociais

    Indicadores

    Brasil

    Índia

    China

    Taxa de fecundidade (em nascidos vivos por mulher) – 2025-2030*

    1,6

    2,1

    1,7

    Esperança de vida média (em anos) – 2025-2030*

    77,5

    71,4

    78,3

    Taxa de mortalidade infantil de menores de 5 anos (em ‰) – 2025-2030*

    11

    28

    8

    Taxa de analfabetismo de maiores de 15 anos (em %) – 2018

    7

    26

    3

    População urbana (em %) – 2020

    87

    35

    61

    asteriscoEstimativas.

    Fontes: elaborado com base em UNITED NATIONS. World population prospects 2019. Volume um: Comprehensive tables. New York: , 2019.139, 141, 195, 197, 203, 233 e 235. THE WORLD BANK. Indicators. Disponível em: https://oeds.link/mXFbdz. Acessos em: 26 fevereiro 2022.

    1. Dentre os dois países mais populosos do mundo, qual apresenta a menor taxa de fecundidade estimada? O que explica esse número?
    2. Indique o país com maior percentual de analfabetismo e explique por que ele se diferencia nesse aspecto dos demais países emergentes.
    3. Como você explica a diferença nas taxas de população urbana da Índia e da China se comparadas às do Brasil?

    Glossário

    Contêiner
    Contentor ou equipamento na fórma de caixa de metal ou madeira, geralmente de grandes dimensões, usado para acondicionar e transportar carga em navios, trens etcétera
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    Do japonês, tsu (porto) e nami (onda), são ondas múltiplas de grande velocidade e amplitude que se propagam pela água de oceanos e mares, causadas pelo deslocamento de uma falha no assoalho oceânico, uma erupção vulcânica ou a queda de um meteoro, e que geralmente causam destruição quando atingem as áreas costeiras.
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    Xogum
    Chefe militar com poderes quase sempre superiores aos do imperador; existiu no Japão do século doze até meados do século dezenove.
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    Faturamento
    Soma em dinheiro obtida por uma empresa com a venda de produtos ou serviços em determinado período.
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    Valor agregado
    Quantidade de trabalho empregado na fabricação de um produto: quanto mais tecnologia e informação forem necessárias para produzir a mercadoria, maior será seu valor agregado.
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    Ecocidade
    Espaço urbano ecologicamente sustentável, criado com a finalidade de diminuir o impacto ambiental.
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    Revolução Verde
    Conjunto de inovações técnico-agronômicas implantadas na década de 1960 e difundidas em vários países menos desenvolvidos com o objetivo de propiciar o rápido crescimento de cultivos e permitir maiores colheitas.
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