UNIDADE 8 OCEANIA E ÁRTICO
Prepare-se para uma viagem surpreendente e repleta de contrastes, na qual conhecerá paisagens dos desertos da Austrália, na Oceania, às geleiras do Ártico.
Você vai estudar a Austrália e a Nova Zelândia, que, com outros milhares de ilhas e arquipélagos, compõem a Oceania. Vai entender como se deu o processo de colonização desses dois países, seus aspectos populacionais e econômicos e as condições naturais que fazem dessa área uma das mais singulares do mundo.
Na Róta do gelo, vamos para o extremo norte do planeta – o Ártico – para descobrir seus aspectos naturais, o impacto do aquecimento global e os povos do frio.
O Ártico possui relevância geopolítica regional e mundial.
O derretimento do gelo polar causado pelo aquecimento global facilita o acesso aos recursos naturais, abre novas rótas de comércio marítimo e fragiliza as fronteiras entre países antes isoladas por camadas intransponíveis de gelo, levando-os a novos impasses e ao desenvolvimento de novas estratégias para aumentar as suas defesas militares nessa região.
VERIFIQUE SUA BAGAGEM
- O Ártico abrange áreas territoriais de quais países?
- O que são banquisas?
- Qual é a relação entre o aquecimento global e o derretimento das geleiras e das banquisas do Ártico?
PERCURSO 29 OCEANIA
1. Continente com milhares de ilhas
Com ..8528382 quilômetros quadrados de terras emersas, a Oceania reúne Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné e milhares de ilhas localizadas no Oceano Pacífico. Desse total, 90,2% das terras correspondem à Austrália, e o restante, aos outros países e ilhas do continente.
A Oceania pode ser dividida em três grandes grupos de ilhas: Melanésia, Micronésia e Polinésia, além da Austrália e da Nova Zelândia.
Oceania: distribuição do território (em porcentagem)
Fonte: elaborado com base em CALENDARIO atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. página 115.
Oceania: grupos de ilhas e divisão política – 2022
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 108.
A que conjunto de ilhas da Oceania pertencem as ilhas Salomão, Marshall e Cook?
De modo geral, a economia desses três grandes conjuntos tem por base as culturas comerciais para exportação: café, cana-de-açúcar, copraglossário , frutas tropicais, mineração de níquel (Nova Caledônia), ouro, cobre, petróleo (Papua Nova Guiné) e fosfato, além do turismo e da pesca.
De todos os arquipélagos e ilhas da Oceania, excluindo a Austrália, a mais populosa é Papua Nova Guiné, com 9,8 milhões de habitantes (estimativa para 2025), cuja porção ocidental é uma província da Indonésia: o iriân djáia.
A exemplo da Austrália e da Nova Zelândia, a Micronésia, a Melanésia e a Polinésia foram alvos da cobiça imperialista e neocolonialista, principalmente dos países europeus e dos Estados Unidos, servindo não só ao fornecimento de matérias-primas às metrópoles, mas também como bases militares para o domínio geopolítico do Oceano Pacífico.
• Melanésia
A Melanésia abrange milhares de ilhas, desde Papua Nova Guiné (ao norte da Austrália) até as proximidades da Nova Zelândia. A origem do seu nome está relacionada à pele escura da população aborígine local: os negros da Oceania. Proveniente do grego, o termo melanésia significa “ilha dos negros”.
Entre milhares de territórios que formam a Melanésia, os principais são:
- Papua Nova Guiné: foi ocupada por britânicos, alemães e holandeses e, em 1975, tornou-se independente, constituindo-se como Estado (foto);
- Ilhas Salomão: tornaram-se independentes do Reino Unido em 1978;
- República de Vanuatu: antiga Novas Hébridas, tornou-se independente do Reino Unido em 1980;
- República das Ilhas Fiji: antiga colônia britânica, tornou-se independente em 1970;
- Arquipélago da Nova Caledônia: território francês ultramarino.
As ilhas na Melanésia são predominantemente montanhosas, vulcânicas e de clima tropical úmido. A população total é de mais de 12 milhões de habitantes, dos quais cêrca de 80% vivem em Papua Nova Guiné.
NO SEU CONTEXTO
Você já viu pessoalmente ou em fotografias paisagem como a da foto? Onde?
• Micronésia
Com .3300 quilômetros quadrados de terras emersas – cêrca de um sexto da área territorial de Sergipe, o menor estado brasileiro –, a Micronésia (termo proveniente do grego que significa “pequenas ilhas”) é formada por mais de .2500 ilhas coralíneas e vulcânicas. Essas pequenas ilhas se estendem por uma superfície oceânica cuja área é calculada em 8 milhões de quilômetros quadrados.
A descolonização da Micronésia acelerou-se a partir de meados do século vinte, mas parte significativa dos territórios ainda mantém vínculo com potências externas. É o caso das ilhas Marianas do Norte e Guam; as primeiras estão sob tutela estadunidense, e a segunda foi anexada pelos Estados Unidos. Outras ilhas e arquipélagos importantes dessa região são:
• Palau: ocupada por espanhóis, alemães e japoneses no passado. Após a Segunda Guerra Mundial, com autorização da ônu, foi administrada pelos Estados Unidos até 1981, quando então se tornou um Estado (foto);
- Nauru: tornou-se independente em 1968, tendo sido explorada até essa data pelo Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália;
- Kiribati: ex-colônia britânica (antigas Ilhas de ), tornou-se independente em 1979;
- Ilhas Marshall: as ilhas foram ocupadas pelo Reino Unido, Alemanha, Japão e Estados Unidos. Em 1979, já independentes, as Ilhas Marshall transformaram-se em república. Mais tarde, em 1986, por meio de um acordo com os Estados Unidos, que ofereceram ajuda financeira em troca da instalação e manutenção de bases militares no país, tornaram-se um Estado associado. Nas Ilhas Marshall, os Estados Unidos fizeram vários testes nucleares, tornando a região uma das áreas de maior contaminação radioativa do mundo.
• Polinésia
A Polinésia (termo de origem grega que significa “muitas ilhas”) abrange milhares de ilhas e arquipélagos situados no Pacífico Central, numa vasta área de fórma aproximadamente triangular delimitada por Nova Zelândia, Ilhas Midway (Estados Unidos) e Ilha de Páscoa (Chile).
Na Polinésia se encontra o Estado Independente de Samoa, localizado na parte ocidental do arquipélago de mesmo nome. Ocupado pela Alemanha e pela Nova Zelândia, em 1962, Samoa tornou-se independente, mas a porção oriental do arquipélago continua sob domínio estadunidense desde o final do século dezenove.
Além de Samoa (foto), a Polinésia compreende milhares de outras ilhas, como Tuvalu, ex-colônia britânica que se tornou independente em 1978, Bora Bora, Taiti, Sociedade, Cook (Nova Zelândia), Pitcairn (Reino Unido) e Marquesas, entre outras que formam a Polinésia Francesa.
O Atol de mururôa, na Polinésia Francesa, foi palco de testes nucleares franceses desde 1960. Essa atividade cessou em 1996, em virtude de protestos mundiais, locais e regionais, levando a França a assinar o Tratado de Proibição de Testes Nucleares.
2. Os primeiros povos das ilhas do Oceano Pacífico
As ilhas do Oceano Pacífico foram povoadas há milhares de anos pelos ancestrais dos polinésios. Hoje, seus descendentes representam uma rica e diversificada cultura.
• Conquistadores do Pacífico
Os primeiros povos das ilhas do Oceano Pacífico criaram desde minúsculas canoas a remo, para “surfar” nas ondas, até enormes embarcações a vela com dois mastros, capazes de viagens oceânicas com dezenas de pessoas, além de plantas e animais domesticados para colonizar ilhas a milhares de quilômetros.
• Guiados pela memória e pela natureza
Com a ajuda de histórias e canções, cada geração aprendia com os mais velhos a usar os corpos celestes, os ventos, as correntes marítimas, o comportamento dos animais e a aparência das águas e das nuvens para se orientar.
Os nativos das Ilhas Marshall criaram mapas feitos de conchas, fibras de coco e palmeira (foto) para localizar ilhas. Esses mapas são conhecidos como mapas de vara ou de bastão.
Antigos marinheiros navegaram milhares de quilômetros do Oceano Pacífico Sul com a ajuda desses mapas, que, além de mostrar padrões de ondas e correntes, também representam atóis e ilhas por meio de conchas.
3. Problemas ambientais nas ilhas oceânicas
• Alteração ambiental
Os moais, enormes esculturas de pedra, remontam a um passado de grande riqueza cultural do povo rapa nui.
Nativo da Ilha de Páscoa, esse povo foi praticamente dizimado em razão do uso indiscriminado dos recursos vegetais da ilha e de doenças e guerras trazidas pelos primeiros europeus que ali chegaram.
• Economia não sustentável
Nauru, a menor república do mundo, entrou em crise econômica quando suas reservas de fosfato se exauriram. Elas eram a única fonte de renda do país durante o século vinte. Além disso, sua exploração tornou grande parte da ilha imprópria para a agricultura e comprometeu a vida marinha.
O país apresenta limitada disponibilidade de água doce e depende, atualmente, da ajuda financeira de outros países, como a Austrália.
• Impactos locais do aquecimento global
Com a elevação do nível dos mares e dos oceanos em razão do aquecimento global, diversas nações insulares do Pacífico serão afetadas, podendo até ser submersas.
De acordo com relatório de 2021 do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCCglossário – na sigla em inglês), o nível médio global do mar aumentou para 3,7 entre 2006 e 2018. Ainda de acôrdo com o í pê cê cê, é muito provável que a influência humana tenha sido a principal causadora desse aumento do nível médio global do mar.
O atol onde vive a população das Ilhas Carterê está sendo invadido pelas águas, obrigando sua população a migrar. Esse processo também ocorre em outros países insulares da Oceania, como Kiribati e Tuvalu.
Em Tuvalu, um país de baixas altitudes situado a cêrca de 4 mil quilômetros da Austrália, formado por um conjunto de nove atóis, as terras cultiváveis estão se tornando improdutivas por causa da salinidade da água do mar que está se infiltrando no solo.
Os problemas ambientais das ilhas oceânicas têm diversas causas. Quais são elas?
PERCURSO 30 AUSTRÁLIA
1. Conquista e colonização da Austrália
A incorporação da Austrália ao capitalismo se deu após a conquista europeia dos continentes africano, americano e asiático. A América, por exemplo, já estava inserida nos fluxos comerciais coloniais desde o século dezesseis, enquanto a Austrália somente foi efetivamente incorporada a esse sistema a partir do século dezoito.
Chegada dos europeus à Oceania e às ilhas do sudeste asiático – do século dezesseis ao dezoito
Fonte: Quínder, Rírman; Rilgamán Véarná. Atlas histórico mundial: de los orígenes a la Revolución Francesa. Madri: Istmo, 1970. página 302.
asteriscoApós a morte de Fernão de Magalhães, em 1521, Juan sebastiân Elcano assumiu o comando da frota, completando em 1522 a primeira viagem marítima ao redor da Terra.
Que territórios passaram a ser conhecidos dos europeus após as expedições de tésmén?
• A colonização da Austrália
No início da colonização da América do Norte, os condenados britânicos eram enviados para o território que mais tarde daria origem aos Estados Unidos. Com a independência desse país, a Austrália, já conhecida dos europeus, surgiu como alternativa para abrigá-los, segundo consta nos relatos do capitão djeimes cúqui (1728-1779) feitos à Coroa britânica.
O primeiro contingente de degredados desembarcou na Austrália em 1788, nas proximidades da atual cidade de Sidnei. Somava pessoas, das quais 188 eram mulheres. Dessa data em diante, a Austrália transformou-se em uma colônia penal, fato esse que, aliado à distância da Europa, desestimulou a imigração de britânicos e irlandeses. Nessa época – final do século dezoito e início do dezenove –, eles migravam principalmente para os Estados Unidos.
Conquista e ocupação do território australiano
Posteriormente, três fatores contribuíram para a conquista e a ocupação das terras australianas pelos britânicos: o início da criação de ovelhas e carneiros, favorecida pelas condições naturais do território, e o consequente desenvolvimento da indústria de lã (em 1831, a Austrália já exportava mais de uma tonelada de lã fina para as indústrias da Inglaterra); a descoberta de terras férteis para o desenvolvimento da agricultura; e a descoberta de ouro em vários locais do território por volta de 1850.
Em 1820, a população de origem europeia era de apenas 38 mil pessoas; em 1850, já atingia mil e, em 1860, ultrapassava 1 milhão. A partir daí, ocorreu um grande crescimento na economia australiana, tendo por base as três atividades econômicas já citadas – e Londres via com entusiasmo esse desenvolvimento.
Como ocorrido durante a colonização europeia na África, na América e na Ásia, a conquista e a ocupação do território australiano pelos britânicos resultaram no massacre dos povos nativos, os aborígines (foto).
Os habitantes ou povos originários que não foram exterminados fugiram para o interior. Admite-se que o último nativo da Tasmânia, ilha situada ao sul da Austrália, tenha morrido em 1877.
Os aborígines intensificaram os movimentos pelos seus direitos a partir dos anos 1960. Em 1991, ganhou impulso o Conselho de Conciliação Aborígine. Trata-se de um órgão criado pelo parlamento australiano que, admitindo as menores oportunidades de emprêgo e as piores condições sociais dos aborígines quando comparadas às do restante da população australiana, busca desenvolver programas sociais e econômicos que beneficiem essas comunidades.
NO SEU CONTEXTO
O território brasileiro foi conquistado e ocupado por europeus antes ou depois do território australiano?
PAUSA PARA O CINEMA
Geração roubada.
Direção: fílip nóis. Austrália: Rumbalava Films, 2002. Duração: 94 minutos
Baseia-se em fatos reais, narrando a história de uma menina aborígine que foge com sua irmã e uma prima de um campo instalado na Austrália pelo govêrno britânico para treinar mulheres aborígines como empregadas domésticas. Na fuga, são perseguidas pelo governador, que não admite que elas não aceitem a lógica do colonizador.
A colonização de povoamento
Na Austrália, os britânicos implantaram núcleos de colonização de povoamento, que difere da colonização de exploração implantada na maior parte da América a partir do século dezesseis e do neocolonialismo do século dezenove, imposto na África e na Ásia.
Na colonização de povoamento, as famílias ou os colonos que migravam tinham o objetivo de constituir um novo lar. Assim, organizavam a produção a fim de atender a suas necessidades, ou seja, produzir para o próprio sustento, e, caso houvesse excedente, comercializá-lo. Formaram, de início, pequenas propriedades rurais, com base no trabalho familiar, as quais desenvolveram o artesanato doméstico, que depois se transformou em manufatura e indústria.
Essas características não eram observadas nas colônias de exploração, cujo objetivo principal era aproveitar o que a terra e a população da colônia pudessem fornecer para o enriquecimento da metrópole.
2. O meio natural
Na Austrália, como em outros países, o meio natural influencia a ocupação do território. Estudaremos, agora, os aspectos naturais desse país e, em seguida, a distribuição territoral da população.
• relêvo e clima
Na maior parte do território australiano predominam as altitudes baixas, com vastas extensões planas de planaltos e planícies. As porções mais elevadas localizam-se na parte oriental do país, próximas ao Oceano Pacífico, onde se encontra a Cordilheira Australiana.
Mesmo nessa formação, as altitudes não são tão elevadas e variam entre 500 e .1500 metros, em média; na parte sul, localiza-se o ponto culminante do relêvo australiano, o Pico cotchiúsko, com .2230 metros de altitude.
Austrália: físico
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 108.
Em que fórma de relêvo a capital australiana, canbérra, está localizada? Em que intervalo de altitude ela se localiza?
NAVEGAR É PRECISO
Embaixada da Austrália – Brasília
https://oeds.link/dxvg44
Saiba mais sobre a Austrália, considerada um dos países com melhores condições de vida do mundo. Nesse site, há dicas para turistas e interessados em estudar no país.
A disposição da Cordilheira Australiana é fundamental para explicar o clima da Austrália. Essa formação serve de obstáculo à penetração de massas de ar oceânicas (úmidas).
As massas de ar, em contato com as vertentes da cordilheira, provocam chuvas orográficas nas planícies litorâneas da fachada oriental. Nessa região, a precipitação média anual está entre mais de .1000 a .1500 milímetros e mais de .1500 milímetros anuais em alguns trechos (observe o mapa). Mais para o interior, as precipitações decrescem, ficando entre mais de 500 a .1000 milímetros anuais.
A Austrália é um dos países mais secos do mundo; cêrca de 33% de seu território recebe menos de 500 milímetros de precipitações por ano, e 30%, menos de 250 milímetros. Essa é a área de ocorrência de climas tropical semiárido e árido, pois as massas de ar que aí chegam, após ultrapassar a Cordilheira Australiana, já estão sêcas.
Austrália: precipitações anuais (em milímetros)
Fonte: Charliê Jác (.). Organização Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 127.
Seguindo o Trópico de Capricórnio na direção leste-oeste, aponte as médias de precipitação anual.
Os estados do norte geralmente têm clima quente, enquanto os do sul apresentam invernos mais frios. No inverno neva principalmente nas montanhas entre os estados de Nova Gales do Sul e Vitória.
Na porção leste de seu território, onde se situa a cidade de Brisbane, o clima é subtropical. Na porção sudeste, onde se localizam a cidade de Melbourne, a capital, Canberra, e a Ilha da Tasmânia, o clima é temperado por causa da maior latitude (consulte o climograma A, na página seguinte).
A porção norte, onde está a cidade de Dárvin, por causa da ação das monções de noroeste é bem regada pelas chuvas. Situada em baixa latitude, tem clima tropical úmido, médias térmicas anuais em torno de 26 graus Célsius e precipitação média anual superior a .1500 milímetros (observe o climograma B da página seguinte).
Ciclones são comuns entre os meses de dezembro e maio no norte, nordeste e noroeste da Austrália, provocando ventos destruidores e inundações.
NO SEU CONTEXTO
Em que região do Brasil ocorre o clima tropical semiárido?
NO SEU CONTEXTO
Tanto a Austrália quanto o Brasil são “cortados” pelo Trópico de Capricórnio. No Brasil, quais estados são “atravessados” por esse trópico?
Climograma A: canbérra (Austrália)
Fonte: CAPITAL: l’encyclopédie du monde 2006. sexta edição Paris: Nathan, 2005. página 114.
Climograma B: Dárvin (Austrália)
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.
De acôrdo com os dois climogramas, que localidade apresenta inverno mais frio? Que fatores explicam essa diferença?
O efeito da continentalidade se manifesta intensamente no território australiano, explicando a sua aridez e semiaridez. Na região central, onde se situa a cidade de Alice Springs, no Monte Macdonnel (localize-o no mapa da página 229), o termômetro pode cair de 45 graus Célsius durante o dia para –5 graus Célsius à noite, pois a reduzida umidade do ar atmosférico favorece a dispersão do calor por irradiação.
• Hidrografia
A escassa rede hidrográfica australiana está diretamente relacionada à aridez do seu clima. De modo geral, há poucos cursos de água no território e a maioria é de pequeno volume. Somente na porção leste-sudeste há rios expressivos: o Rio Murray e o Rio Darling (localize-os no mapa da página 229). Ambos nascem na vertente oeste da Cordilheira Australiana e desembocam próximo de Adelaide, capital da Austrália Meridional.
Em contraposição, a Austrália possui abundantes lençóis subterrâneos. No interior, os poços artesianos são fundamentais, pois atingem os lençóis, permitindo o abastecimento de cidades e a prática de atividades agropecuárias.
• Vegetação e biodiversidade
Em virtude do clima, a Austrália conta com variada vegetação original: plantas xerófilas nas áreas áridas e semiáridas; Estepes e Savanas nas áreas de transição climática; e florestas nas regiões de maior pluviosidade. O eucalipto, espécie que necessita de muita água para seu desenvolvimento, é nativo da Austrália.
O isolamento geográfico contribuiu para a evolução de espécies animais muito particulares, como o canguru, símbolo do país.
3. População
Em 2021, a população da Austrália foi estimada em mais de 25,7 milhões de habitantes; 90,5% são descendentes de europeus, 7%, asiáticos, e 2,5%, aborígines.
Como dito anteriormente, a ocupação humana do território australiano está relacionada, em grande parte, às condições climáticas. No interior, a aridez do clima não estimula a ocupação. Por isso, a concentração populacional ocorre nas porções litorâneas do território, onde há maior umidade, especialmente nas porções leste e sudeste. Assim, as densidades demográficas na Austrália variam de menos de 1 habitante por quilômetro quadrado a mais de 50 , nas principais aglomerações urbanas. Observe o mapa. habitantes por quilômetro quadrado
Austrália: densidade demográfica e divisão político-administrativa – 2020
Fontes: elaborado com base em Charliê Jác (.). Organização Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 127; UN-HABITAT. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: , 2020. página 3.
Em que porção do território australiano ocorrem as menores densidades demográficas? Com base nos seus estudos sobre o meio natural, explique por quê.
4. Economia e desenvolvimento social
A Austrália é um país que se destaca no contexto da economia mundial. Em 2020, seu Píbi per cápita foi superior a 51 mil dólares anuais – maior que o de outros países desenvolvidos, como França (39 mil) e Alemanha (46 mil); para efeito de comparação, o Píbi per cápita do Brasil foi de .6797 dólares.
Em 2019, o Índice de Desenvolvimento Humano ( í dê agá) australiano muito elevado (0,944) foi o oitavo melhor do mundo. Isso reflete as boas condições de vida da população.
Seu desenvolvimento econômico e social deve-se, em grande parte, à adoção de uma política agressiva de exportação implantada por seus dirigentes e de políticas públicas voltadas para o bem-estar da população.
Em 2020, cêrca de 68% do valor de suas exportações provieram do setor mineral e energético – minério de ferro, cobre, alumínio, urânio, carvão mineral e gás natural. O setor agropecuário também ocupa uma posição importante na pauta de exportações – trigo, carne, lã, fibras têxteis, açúcar etcétera A criação de ovinos merece destaque, pois tem o 3º maior rebanho do mundo (76 milhões de cabeças), ultrapassado apenas pelos rebanhos da Índia (83 milhões) e da China (174 milhões). Enquanto a relação ovino por habitante na Austrália é de trezentas cabeças para cada 100 habitantes, na China é de aproximadamente 12 cabeças para cada 100 habitantes. Outra diferença entre esses países é que a Austrália desenvolve sistemas de produção com tecnologia avançada e de elevada produtividade, que a colocam no tôpo do mercado mundial de carne e lã ovinas.
A atividade industrial na Austrália está concentrada nas regiões polarizadas pelas cidades de Sidnei, Melbourne, Brisbane, Adelaide e Perth (consulte o mapa).
A produção industrial engloba setores de base e de bens de consumo, destacando-se o automobilístico, o siderúrgico, o petroquímico, o químico, o naval, o de cimento, o de papel, o de equipamentos elétricos, o aeronáutico, o têxtil, entre outros.
Austrália: economia e uso da terra – 2019
Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109; Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 127.
Comparando este mapa com o da página 230, em relação ao uso da terra, a criação de ovinos abrange quais áreas de precipitações anuais?
PAUSA PARA O CINEMA
Austrália.
Direção: Báz Lúrmãn. Estados Unidos da América/Austrália: Twentieth Century Fox Film Corporation, 2008. Duração: 144 minutos
No contexto da Segunda Guerra Mundial, o filme mostra diversas paisagens australianas e o bombardeio da cidade de Dárvin pelos japoneses, que haviam atacado a base militar estadunidense de Pearl Harbor (Havaí).
Atividades dos percursos 29 e 30
Registre em seu caderno.
- Explique a divisão da Oceania em três grupos de ilhas.
- Numa pesquisa sobre a flora e a fauna da Oceania, quatro cientistas – A, B, C e D – se dividiram para visitar oito ilhas ou países insulares da região. Observe, no quadro, o roteiro da expedição, consulte o mapa da página 221 e responda às questões.
Cientistas |
Ilhas ou países insulares visitados |
---|---|
A |
Papua Nova Guiné e Palau |
B |
Samoa e Taiti |
C |
Havaí e Vanuatu |
D |
Nauru e Marshall |
- Qual cientista visitou apenas ilhas da Polinésia?
- O cientista A visitou ilhas ou países que fazem parte de qual conjunto insular da Oceania?
- Cite o nome dos conjuntos de ilhas visitados pelo cientista D.
- Qual cientista visitou ilhas da Melanésia e da Polinésia?
- O que há em comum entre as Ilhas Marshall e o Atol de Mururoa, na Polinésia Francesa?
- Qual é a base econômica dos três conjuntos de ilhas da Oceania?
- Que elemento do relêvo australiano explica os elevados níveis de precipitação na vertente oriental do país?
- Sobre a colonização da Austrália, faça o que se pede.
- Explique o tipo de colonização implantado na Austrália pelos ingleses.
- Compare esse tipo de colonização com a praticada no Brasil por Portugal.
- Observe o mapa e, em seguida, faça o que se pede na página seguinte.
Austrália: uso da terra, região industrial e principais cidades – 2019
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109.
- Explique os diferentes usos da terra na Austrália.
- Aponte as zonas de iluminação e aquecimento da Terra em que a Austrália está localizada.
- A distância em linha reta e em quilômetros entre as cidades de Sidnei e Perth é maior ou menor que a distância entre Sidnei e Dárvin? Por quê?
8. Construa um gráfico de setores com os dados do quadro e, em seguida, faça um comentário sobre eles explicando a que correspondem. Lembre-se de dar um título ao gráfico, elaborar a legenda e citar a fonte.
Setor da economia |
Participação* (%) |
---|---|
Primário |
3 |
Secundário |
23 |
Terciário |
66 |
Quaternário |
8 |
Fonte: elaborado com base em AUSTRALIAN TRADE AND INVESTMENT COMMISSION. Whay Australia: benchmark report . tuên tuên uãn: sídinêi Austrade, 2021. página 12.
asterisco valôres arredondados.
9. As fotos A e B representam duas localidades da Austrália. Com base nas imagens e em seus conhecimentos, responda às questões.
- Qual é o tipo de clima predominante no território onde está localizada a cidade de Sidnei, mostrada na foto A? Que fator está diretamente ligado à ocorrência desse tipo climático?
- Caracterize a vegetação mostrada na foto B.
10. Em grupo, criem um painel ou, se possível, uma videorreportagem sobre a Grande Barreira de Corais da Austrália. Sigam as orientações.
- Pesquisem informações e imagens sobre o tema. Decidam qual perspectiva pretendem abordar dentro desse tema.
- Em papel pardo ou cartolina, elaborem os cartazes que vão compor o painel com as informações e imagens pesquisadas ou construam um roteiro com o texto que será narrado na videorreportagem e selecionem imagens para complementar o texto. Lembrem-se de que a linguagem deve ser informativa. Com a ajuda do professor, transformem esses materiais em uma videorreportagem.
- Organizem os cartazes compondo o painel ou finalizem a videorreportagem, apresentando o trabalho aos demais grupos.
PERCURSO 31 NOVA ZELÂNDIA
1. Localização
A Nova Zelândia, localizada no Pacífico Sul, em média latitude (estende-se dos 33 graus aos 55 graus de latitude sul) e a 2 mil quilômetros a sudeste da Austrália, é formada por duas ilhas principais: a do Norte e a do Sul, separadas pelo Estreito de Cook. Juntas, elas somam .267086 , á quilômetros quadradosrea pouco maior que a do estado de São Paulo (.248220 ). quilômetros quadrados
2. A conquista, a colonização e os maoris
Considera-se que o primeiro contato de europeus com os povos nativos da atual Nova Zelândia, os maoris, ocorreu por volta de 1642-1644 e foi realizado por um navegante holandês de nome Abel tésmén, que esteve também na ilha ao sul da Austrália, que, em sua homenagem, recebeu o nome de Tasmânia (consulte o mapa da página 227).
Mas foram os ingleses que iniciaram a conquista e a colonização, após a viagem do Capitão djeimes cúqui, que mapeou as ilhas do que viria a ser a Nova Zelândia.
O povoamento inglês da Nova Zelândia, a partir da primeira metade do século dezenove, foi posterior ao da Austrália. Assim como ocorreu na Austrália, os nativos do território neozelandês – os maoris – ofereceram resistência à invasão de suas terras, mas foram vencidos pelos colonizadores.
A exemplo da Austrália, os fatores que estimularam a emigração para a Nova Zelândia e o desenvolvimento de sua economia foram: a criação de ovelhas e de carneiros, a existência de terras férteis para o desenvolvimento da agricultura e a descoberta de ouro, por volta de 1860.
A partir do fim de 1980, após anos de luta, em que os maoris reivindicavam o direito às terras que ocupavam originalmente, os governos da Nova Zelândia compreenderam a necessidade de realizar reparações a esse povo, iniciando por tornar o idioma maori a língua oficial do país, juntamente com o inglês.
Em 2004, foi fundado o Partido Político Maori para defender seus direitos no Parlamento. Entretanto, grandes impasses continuam entre os maoris e o govêrno, principalmente quanto à indenização da apropriação de suas terras pelos colonizadores, fato reivindicado por eles até os dias atuais.
Assim como ocorreu na Austrália, o tipo de colonização implantado na Nova Zelândia foi a colonização de povoamento, explicada no Percurso anterior.
3. O meio natural
Observe o mapa. A Ilha do Sul é a mais montanhosa. Cortada pelos Alpes Neozelandeses na porção ocidental, apresenta estreita planície litorânea. Mais ao norte dessa ilha, a falha tectônica aí existente, formada no limite entre as placas do Pacífico e Indo-Australiana, provoca atividade sísmica, resultando na ocorrência de terremotos.
Nova Zelândia: físico
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109.
Qual das ilhas que formam a Nova Zelândia tem o relêvo mais montanhoso? Como você sabe?
A Ilha do Norte, embora não seja tão montanhosa quanto a do Sul, é mais vulcânica. Nela, estende-se um planalto vulcânico de solos férteis com gêiseres e fontes de água quente, que evidenciam a juventude do relêvo.
O clima é temperado oceânico, pois a disposição e a dimensão das ilhas as tornam influenciadas pelo oceano (efeito da maritimidade), com temperaturas suaves no inverno e verões mais frescos (observe o climograma).
Wellington (Nova Zelândia): climograma
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição São Paulo: Moderna, 2013. página 110.
Quais são as médias de temperatura e de precipitação na capital da Nova Zelândia no verão e no inverno?
A precipitação bem distribuída propiciou o desenvolvimento de Florestas de Coníferas na maior parte do território neozelandês. Essa vegetação nativa foi, em grande parte, devastada pelos colonizadores para ampliar os campos de cultivo e pastagens. As poucas áreas remanescentes dessas florestas estão em regiões de difícil acesso nos Alpes Neozelandeses.
Os rios que cortam o território neozelandês são pequenos em decorrência da limitada extensão territorial das ilhas.
4. População e indicadores sociais
Em 2021, a população da Nova Zelândia foi estimada em 5,1 milhões de habitantes. A Ilha do Norte é a mais populosa, pois concentra cêrca de 75% da população neozelandesa e nela se localizam as duas principais cidades do país: Wellington, a capital, que tinha mais de 400 mil habitantes; e Auckland, a mais populosa cidade desse país, com mais de 1,6 milhão de habitantes nesse ano.
De sua população total, 71% é de origem europeia (principalmente inglesa) e os demais vieram de ilhas do Pacífico e da Ásia, sobretudo chineses. cêrca de 26% são maoris, povo nativo da Nova Zelândia.
A exemplo da Austrália, a Nova Zelândia destaca-se quanto às condições de vida de sua população: í dê agá muito elevado (0,931), em 2019; mortalidade de crianças menores de 5 anos de 5,7 por mil; e elevada esperança de vida média de 82,3 anos, que corresponde a uma das mais elevadas do mundo – no Brasil, a mortalidade infantil de menores de 5 anos e a esperança de vida média foram, respectivamente, de 14,4 por mil e 75,9 anos.
5. Economia
O Píbi per cápita da Nova Zelândia é elevado: foi de mais de 41 mil dólares em 2020 e corresponde, em média, ao dos países desenvolvidos.
• Distribuição espacial da indústria e da agropecuária e o uso da terra
As atividades industrial e de mineração na Nova Zelândia empregam cêrca de 21% de sua população economicamente ativa; a agropecuária, 6%; e o setor de serviços, 73%.
Indústria e mineração
Três centros industriais destacam-se na Nova Zelândia. Dois estão localizados na Ilha do Norte: Auckland, que é o principal do país, e Wellington. O terceiro, a cidade industrial de Christchurch, localiza-se na Ilha do Sul. Conforme podemos observar no mapa, todos apresentam uma produção industrial diversificada, com indústrias de alimentos, têxteis, eletrônicos, produtos químicos etcétera
A Nova Zelândia possui, ainda, diversos recursos minerais, destacando-se carvão mineral, minério de ferro, prata, ouro, pedra-pomesglossário , gás natural e petróleo, estes dois últimos extraídos em pequena quantidade, o que faz do país um importador dessas fontes de energia.
Nova Zelândia: economia, infraestrutura e uso da terra – 2019
Fontes: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 185; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109.
Enquanto na porção oriental da Ilha do Sul há criação de ovelhas, produção de cereais e algumas atividades industriais, aponte a atividade econômica na porção ocidental.
A agropecuária
Embora a Nova Zelândia tenha um setor industrial diversificado e recursos minerais em seu território, os produtos industriais e minerais não têm grande importância em suas exportações se comparados aos agroalimentares.
O setor agropecuário neozelandês é moderno, com uso de tecnologias avançadas. Os cultivos de trigo, centeio, milho, aveia, batata e frutas destinam-se a abastecer o mercado interno e externo, cujo principal comprador é a Austrália. cêrca de 14% da exportação é destinada a esse país.
Em 2020, o rebanho de ovinos era de aproximadamente trinta e uma milhões de cabeças, uma média de 6 cabeças por habitante; o rebanho de bovinos, calculado em 10 milhões de cabeças, correspondia a duas cabeças por habitante, média superior à do Brasil, que era de uma cabeça por habitante.
Essas médias elevadas explicam o destaque que a Nova Zelândia possui como exportadora de carne, lã e laticínios. cêrca de 60% do valor de suas exportações é representado por laticínios ou produtos lácteosglossário , além de carnes de ovelha, cervos, aves e suínos, frutas, mel, peixes e crustáceos.
A Nova Zelândia é líder na criação de cervos e na exportação de sua carne, muito apreciada em vários países (foto A). O seu couro também é exportado, principalmente para a Itália, para a confecção de roupas, bolsas, luvas etcétera A maior criação de cervos é realizada na Ilha do Sul, aproveitando-se o seu relêvo acidentado.
Quanto à cultura de uvas, as viníferas, apropriadas para a produção de vinho, foram introduzidas pelos colonizadores europeus no século . Entretanto, somente a partir dos anos 1980 os vinicultores passaram a cultivar dezenove castasglossário mais nobres. A modernização desse setor levou o país a se destacar entre os produtores de vinho de alta qualidade, com aroma e frescor especiais muito apreciados pelos consumidores.
Tanto a Ilha do Norte como a do Sul destacam-se na produção de vinhos (foto B). Mais de quinhentas vinícolas operam no país, favorecidas por diversos tipos de clima e solo que permitem o cultivo de castas variadas.
NO SEU CONTEXTO
Aponte a principal Grande Região produtora de vinhos no Brasil.
PERCURSO 32 ÁRTICO
1. O que é o Ártico?
Diferentemente da Antártida – uma imensa massa continental recoberta em boa parte por geleiras –, o Ártico compreende as terras setentrionais da América do Norte, da Europa, da Ásia e inúmeras ilhas e arquipélagos espalhados pelas águas polares, estendendo-se desde o Círculo Polar Ártico, a 66 graus de latitude norte, até o Polo Norte. Com aproximadamente 21 milhões de quilômetros quadrados, tem área total maior que a da América do Sul, calculada em 17,8 milhões de quilômetros quadrados.
Ártico – 2019
Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 53; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 111.
A quais países pertencem as ilhas Nova Zembla e ispítisbérguen, localizadas no Ártico?
• Clima e vegetação
O clima polar caracteriza o Ártico. As temperaturas médias variam entre –10 graus Célsius e –21 graus Célsius. No nordeste da Sibéria e na Groenlândia, no inverno, já foram registrados –65 graus Célsius.
Por causa da inclinação do eixo de rotação da Terra, no verão ártico o Sol permanece no céu sem se pôr durante vários dias; é o chamado “Sol da meia-noite”. No inverno ocorre o contrário: as noites têm longa duração.
A Tundra é a vegetação típica, fonte de alimento dos mamíferos herbívoros, entre eles a rena ou caribu.
• As banquisas e os icebergs
No Oceano Glacial Ártico, que circunda as terras emersas do Ártico, as águas congeladas formam as chamadas banquisas, ou seja, massas de gelo que podem atingir mais de 5 metros de espessura e cobrir mais de 14 milhões de quilômetros quadrados – quase o dôbro da área territorial da Austrália (..7692024 quilômetros quadrados).
Enquanto as banquisas se formam por causa do congelamento das águas árticas, os icebergs se originam das geleiras continentais e, quando alcançam o oceano, flutuam, sendo levados pelas correntes marítimas. Os icebergs constituem grande perigo para a navegação, pois a parte emersa de um iceberg pode corresponder a apenas um décimo de seu volume total.
2. Desvendando o Ártico
Desde remotas épocas, o ser humano, na sua inquietação e curiosidade diante do desconhecido, aventurou-se em viagens ao Ártico. Muitas dessas viagens tornaram-se lendárias, como a de um grego de nome Piteas, que, em 825 antes de Cristo, saindo do Mar Mediterrâneo, teria chegado ao extremo setentrional do litoral da Noruega. A Islândia, entretanto, que se estende de 63 graus a 67 graus de latitude norte, já no século oito foi conhecida por irlandeses e colonizada pelos vikings da Noruega no século nove.
Muitas outras viagens se sucederam, principalmente nos séculos quinze e dezesseis, motivadas pelo desejo de alcançar os ricos mercados do Extremo Oriente. Diversos nomes dados aos mares, ilhas e arquipélagos do Ártico homenageiam os exploradores desse “Mar Branco”: Mar de Barents, Baía de froubicher, Baía de Hudson, Baía de Baffin, Estreito de Bering.
Em 1891, o explorador estadunidense róbert contornou a Groenlândia, provando sua insularidade, e em 1909 foi o primeiro a atingir o Polo Norte.
3. Os povos do frio
Cinco países têm faixas litorâneas voltadas para o Ártico: Rússia, Noruega, Islândia, Canadá, Estados Unidos – com o Alasca – e Groenlândia, a maior ilha do mundo, pertencente à Dinamarca.
Admite-se que, há pouco mais de quatro mil anos, o Ártico da América do Norte foi a última grande região do planeta a ser ocupada pelos humanos. Os povos autóctones do Ártico, frequentemente denominados inuítesglossário ou esquimós, ocupam extensas áreas dessa região há milhares de anos. São bastante diversos, sendo suas diferentes línguas e dialetos um bom indicativo dessa diversidade cultural. Os estudos da ocupação do Ártico canadense indicam que a chegada mais recente de grupos inuítes ocorreu há cêrca de mil anos.
O mapa da página seguinte mostra a distribuição geográfica dos povos do Ártico. Sua diversidade cultural pode ser reconhecida por meio dos distintos nomes de povos, que remetem a culturas igualmente distintas.
Diferentemente do Ártico americano, onde existe uma relativa unidade linguística (reconhecem-se muitas semelhanças nos dialetos), no Ártico europeu e asiático existe maior diversidade linguística, sugerindo que essas regiões foram ocupadas por povos muito diversos, entre eles os lapões (constam no mapa da página seguinte com o nome “sâme”), que habitam o norte da Escandinávia.
PAUSA PARA O CINEMA
Contra o gelo Against The Ice
Direção: piter flinti. Islândia, Dinamarca: Netflix, 2022. Duração: 102 minutos
Com base em fatos reais, o filme narra a luta pela sobrevivência de dois homens durante a Expedição Alabama da Dinamarca, em 1909, liderada pelo capitão einar mikelsen, cuja missão era refutar a reivindicação territorial dos Estados Unidos ao nordeste da Groenlândia.
Região do Ártico: populações total (em habitantes) e autóctones (em porcentagem) – 2019
Fontes: elaborado com base em jermân, jorge erbê. Inuit: les peuples du froid. Montreal: Libre Expression/Musée Canadien des Civilisations, 1995. página 38-39; escudê jófre, Camille. Les régions de l’Arctique entre États et sociétés. In: Géoconfluences, Dossier: les mondes arctiques, espaces, milieux, sociétés, Lyon: / ê êne ésse, 19 setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/gNNpzn. Acesso em: 17 abril 2022.
Os nenets, também conhecidos como nentsy ou samoiedos, são um povo do Ártico. Que país eles habitam?
Atualmente, muitos povos autóctones estão integrados à cultura dominante dos países aos quais pertencem suas terras, embora alguns grupos conservem suas culturas e tradições. Dedicam-se à pesca, à caça e à criação de renas e cães, usados para puxar trenós.
• A luta por direitos: o caso dos inuítes
Os povos autóctones do Canadá enfrentam problemas como a preservação de suas línguas e culturas. Além disso, indígenas e inuítes – conhecidos no Canadá sob a denominação de Primeiras Nações – compartilham uma luta comum em favor de direitos sobre as terras habitadas por seus ancestrais há séculos.
Cansados de esperar providências governamentais para a legalização de suas terras, esses povos passaram a impedir a implantação de empreendimentos de exploração mineral, hidrelétricas etcétera, forçando o govêrno a reconhecer seus direitos.
Em 1976, um grupo inuíte propôs a criação de um território autônomo no Ártico. Finalmente, em 1º de abril de 1999 foi criado, em plena região polar, o território de Nunavut (palavra que significa “Nossa Terra”, na língua inuquitituti). Localizada ao norte da Baía de Hudson, Nunavut possui mais de 1,8 milhão de quilômetros quadrados ( cêrca de 20% do território do Canadá), dos quais apenas 350 mil foram concedidos até o momento (observe o mapa).
Canadá e o território Nunavut – 2019
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 78.
Dados recentes do govêrno canadense informam que Nunavut tinha, em 2021, quase 37 mil habitantes – dos quais 85% são inuítes –, população que cresceu cêrca de 2,5% em relação a 2016. Embora não possua total autonomia do ponto de vista político, Nunavut tem direitos sobre a exploração dos recursos naturais da região, govêrno próprio, com séde em icaluí (foto da página seguinte), e assembleia eleita, conferindo-lhe maior possibilidade de manter suas tradições e elementos culturais.
NO SEU CONTEXTO
Aponte as diferenças entre os tipos de clima do território de Nunavut e do Brasil.
4. O Ártico: alterações em curso
O mundo está alarmado diante dos resultados das observações e das pesquisas científicas realizadas tanto no Ártico como na Antártida. Já faz algum tempo que é possível observar mudanças significativas no clima do planeta: sêcas prolongadas, chuvas torrenciais, maior frequência de furacões (mesmo em regiões onde não ocorriam), ondas de calor, mudança de hábitat por parte de animais, readaptação de ecossistemas e, principalmente, recuo e diminuição da espessura de geleiras, como as do Ártico.
• O aquecimento global
Pesquisas e estudos têm demonstrado que o efeito estufa pode ser a principal causa das alterações climáticas. Esse importante fenômeno natural permite que a atmosfera, ao reter parte do calor irradiado pela Terra, mantenha a temperatura do planeta em equilíbrio. Entretanto, os estudiosos do clima têm relacionado a intensificação do efeito estufa com o maior acúmulo de gases provenientes do modo de vida implantado desde a Revolução Industrial.
Os gases que causam o efeito estufa – entre os quais o dióxido de carbono e o metano – são lançados na atmosfera pelas chaminés das fábricas, pelos escapamentos dos veículos automotores, pelas queimadas de formações vegetais etcétera, elevando, segundo as pesquisas, em 30% os gases do efeito estufa na atmosfera, em comparação com o que havia antes da Revolução Industrial. Esse acúmulo tem causado maior retenção de calor na atmosfera, provocando o aquecimento global e, em consequência, alterações climáticas.
Segundo o Sexto Relatório de Avaliação do í pê cê cê, de 2022, muitos dos impactos causados pelo aquecimento global não podem ser mais revertidos e estima-se que mais de 40% da população mundial é altamente vulnerável a essas alterações climáticas.
PAUSA PARA O CINEMA
Uma verdade inconveniente.
Direção: Dêivis Guguenráin. Estados Unidos: Laurence BenderProductions, 2006. Duração: 100 minutos
De maneira direta, mostra como fábricas, indústrias e o tráfego de veículos nas grandes cidades liberam enormes quantidades de gases do efeito estufa, fato que, acentuado pelo consumismo em massa e pela grande devastação das florestas, tem agredido o planeta e pode provocar uma série de consequências desastrosas para os seres vivos.
• O Ártico e o aquecimento global
Com o aumento do aquecimento global, estima-se que tenha ocorrido um recuo de cêrca de 14% da área de banquisas do Ártico desde a década de 1970 (observe o mapa). Nesse ritmo, prevê-se que em 2080 as banquisas vão desaparecer durante o verão.
O degelo no Ártico – 1980 e 2020 (mês de setembro)
Fonte: THE ARCTIC Institute. Beyond the Melt. Washington D.C. 2021. Disponível em: https://oeds.link/uS4M4Ie. Acesso em: 20 abril 2022.
À medida que as banquisas derretem, deixam de refletir a radiação solar, dando espaço à água líquida, que absorve o calor. Aquecida, a água derrete o gelo no seu entorno. Ou seja, quanto mais o gelo derrete, mais a água se aquece e, em consequência, provoca o derretimento de um volume ainda maior de água congelada.
Alguns estudiosos afirmam que a liquefação das geleiras da Groenlândia já elevou o nível médio do oceano. Estima-se que, nesse ritmo, os efeitos poderão ser catastróficos; a corrente marítima do Golfo (Gulf Stream), por exemplo, amenizadora do clima da Europa Ocidental, pode ser alterada, tornando essa região mais fria.
Em muitos lugares e regiões do Ártico, o permafrostglossário também está se descongelando. Caminhões que antes trafegavam em estradas congeladas têm atolado na lama e o próprio oleoduto do Alasca encontra-se ameaçado pela mesma razão.
Somada aos efeitos do aquecimento global, a poluição pela emissão de gases e partículas resultantes da atividade industrial da América do Norte e da Europa tem contribuído para a contaminação da cadeia alimentar dos povos do Ártico.
NAVEGAR É PRECISO
National Geographic Brasil
https://oeds.link/F5gfvp
O site apresenta vídeos, galerias de fotos e textos sobre o degelo e as questões ambientais no Ártico, além de outros assuntos relacionados.
Cruzando saberes
Degelo do Ártico afeta 40% dos edifícios e ameaça cidades no norte da Rússia
“O derretimento de geleiras e calotas polares pode ser o efeito mais conhecido do aquecimento global, mas essa mudança climática tem trazido uma dor de cabeça extra aos países em torno do Círculo Polar Ártico – a região em que as temperaturas mais sobem no planeta.
‘Estimamos que mais de 40% das fundações de edifícios e estruturas na zona do pérmafróst apresentem sinais de deformações’ devido ao derretimento do solo, disse, por e-mail, a assessoria de Alexandre Kozlov, ministro russo dos Recursos Naturais.
Como se trata da Rússia, alguma clarificação de escala é necessária. O pérmafróst, ou solo congelado a temperaturas iguais ou inferiores a zero grau por mais de dois anos seguidos, ocupa talvez 60% do maior país do mundo. Durante séculos de ocupação, por povos nativos e depois pela expansão imperial, cidades, estradas e atividades econômicas se basearam na estabilidade do solo congelado e em sua fauna e flora.
A preocupação do ministério, citando estudo apresentado no fim de maio pela Academia Russa de Ciências, é principalmente com o chamado pérmafróst contínuo – no qual a camada congelada, que inclui cunhas de gelo gigantes, não é interrompida e pode atingir 1,5 quilômetro de profundidade.
Sobre ele moram boa parte dos cêrca de 2,5 milhões de habitantes do Ártico russo, metade do total de moradores nessa zona – os restantes se concentram no Alasca, norte do Canadá, Groenlândia, Islândia e trechos de outros países nórdicos.
iakutisqui, conhecida como a cidade mais gelada do mundo, com 300 mil habitantes, é uma candidata a simplesmente desaparecer numa poça de lama. É um processo estimado em 30 anos, a ser mantido o ritmo atual de tentativa de contrôle das emissões de gases de efeito estufa.
Outras áreas, como a ‘capital do Ártico’, Murmansk (300 mil habitantes), ficam sobre áreas descontínuas ou de pérmafróst esporádico, o que dificulta a avaliação do impacto, porque o derretimento depende de outras características geológicas. ”
dílou, Igor. Degelo do Ártico afeta 40% dos edifícios e ameaça cidades no norte da Rússia. In: Folha de São Paulo, Mundo, 12 julho 2021, página A10.
Entenda o que está acontecendo no Ártico
Fonte: dílou, Igor. Degelo do Ártico afeta 40% dos edifícios e ameaça cidades no norte da Rússia. In: Folha de São Paulo, Mundo, 12 julho 2021, página A10.
Nota: Ilustração sem proporção para fins didáticos.
Interprete
1. Qual é a preocupação das autoridades russas em relação ao derretimento de geleiras e calotas polares?
Argumente
2. Como podemos evitar o agravamento do aquecimento global.
Atividades dos percursos 31 e 32
Registre em seu caderno.
- Leia algumas afirmações sobre as características do meio natural, da população e da economia da Nova Zelândia. Copie em seu caderno a afirmação falsa, corrigindo-a ou as afirmações falsas, corrigindo-as.
- A Nova Zelândia, formada por duas ilhas principais no Oceano Índico, foi ocupada por colonizadores europeus no século . dezesseis
- O efeito da maritimidade sobre o clima é acentuado nas médias térmicas, mas também nas médias de precipitação.
- Como iniciativa para a reparação aos maoris, povo nativo quase exterminado pela colonização britânica, o govêrno reconheceu a língua maori como oficial do país em 1984, ao lado do inglês, e a formação do partido político representante desse povo.
- Diferentemente da Austrália, a Nova Zelândia é pouco desenvolvida sob o aspecto social (baixos indicadores sociais) e sua economia é exportadora de produtos pecuários.
- A agropecuária neozelandesa destina-se a atender tanto ao mercado interno quanto ao externo.
- Aponte os principais produtos de exportação da Nova Zelândia.
- Por que o Ártico, diferentemente da Antártida, não é um continente?
- Explique o que é a ocorrência do chamado “Sol da meia-noite” nas regiões polares. Se quisermos presenciar o fenômeno entre os meses de maio e julho, para qual polo devemos ir?
- Explique o que são banquisa e iceberg.
- O que são povos do frio? Dê exemplos.
- Observe o mapa, leia o texto e faça o que se pede.
Ártico: instalações militares – 2021
Fonte: , . Fronts et frontières en Arctique, quelle singularité?. Géoconfluences, Lyon, dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/BtcbFX. Acesso em: 17 abril 2022.
“Com o arrefecimento da Guerra Fria [1947-1989], o Ártico passou de um palco de tensões para uma zona de cooperação. Porém o degelo que ocorre em virtude das mudanças climáticas traz implicações para o desenvolvimento geopolítico da região, devido às grandes camadas de petróleo e gás natural que se tornam acessíveis, principalmente à Rússia.”
IRANÇO SILVA, Pedro Henrique; COSSUL, Naiane Inez. O degelo no Ártico e a nova frente geopolítica para a Rússia. In: Revista Conjuntura Global, volume 10, número 1, página 85, 2021.Disponível em: https://oeds.link/X5d0XW. Acesso em: 19 abril 2022.
Em grupo, realize uma pesquisa sobre a relação entre aquecimento global, disputas pelos recursos energéticos no Oceano Glacial Ártico e aumento da militarização da região. Ao realizá-la, identifique os interesses e as novas estratégias da Rússia e dos países ocidentais e asiáticos, que podem gerar tensões e conflitos.
8. Interprete o mapa e responda às questões.
Ártico: geopolítica e recursos – 2019
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 111.
asterisco zê ê ê é a Zona Econômica Exclusiva, faixa além das águas territoriais em que cada país costeiro tem prioridade para o uso dos recursos naturais do mar.
- Aponte os países-membros permanentes do Conselho do Ártico.
- A quais setores da economia se referem diretamente as explorações nas regiões indicadas no mapa?
- No perfil de relêvo da Groenlândia, podemos identificar a altitude máxima aproximada de uma região de gelo. Indique-a.
- Por onde estão distribuídas as áreas de reservas conhecidas de petróleo e gás?
9. As decisões tomadas pelas sociedades de outras regiões do planeta têm graves consequências sobre as áreas polares. Pesquise algumas delas com base nestas instruções.
- Em grupo, façam uma votação e escolha um destes temas: “Derretimento das calotas polares no Ártico” ou “Antártida e o buraco na camada de ozônio”.
- Pesquise o tema escolhido, debata e elabore um texto no qual apareçam os problemas a serem combatidos e as soluções a serem implementadas.
Caminhos digitais
Interações on-line e saiberdependência apóstrofo s
A prática de jogar é uma fórma milenar de diversão e sempre teve um papel importante nas interações sociais e coletivas. Nos tempos atuais, mais do que divertimento, os jogos fazem parte de um dos negócios mais rentáveis do mundo e estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas.
Até há pouco tempo, a indústria de games se restringia aos videogames. Isso mudou com a internet e os inúmeros dispositivos eletrônicos que vêm surgindo nas últimas décadas, com destaque para os smartphones.
Além dos atrativos sensoriais que os jogos oferecem atualmente – como imagens hiper-realistas, realidade aumentada e desafios com base na localização real do usuário –, é possível interagir com múltiplos jogadores pela internet.
Mas essa expansão dos jogos virtuais resulta também de inúmeras estratégias das empresas de games, de redes sociais, de sites e até das empresas de modo geral que estão “gamificando”glossário seus serviços.
A indústria de games tem crescido intensamente nos últimos anos, especialmente na China, no Japão, na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. Estima-se que em 2021, no mundo, 3 bilhões de pessoas jogavam pelo menos uma vez no mês algum tipo de jôgo virtual, em smartphones, computadores, tablets ou videogames.
Nesse contexto de expansão do hábito de jogar, crescem também as preocupações com o vício em jogos. Em 2018, a ó ême ésse (Organização Mundial da Saúde) passou a considerar o vício em games como uma doença. Na China, no Japão e na Coreia do Sul, por exemplo, os governos aprovaram leis exigindo que os fabricantes de games alertem os usuários sobre os riscos de se passar muitas horas jogando.
Diversas pesquisas têm mostrado os impactos negativos da compulsão pelos games. Além de deteriorar os laços familiares e sociais e de interferir nas rotinas e no desempenho de outras atividades, como os estudos, os hábitos virtuais compulsivos têm sido associados à ansiedade e a distúrbios alimentares e de sono.
Mas, apesar dos problemas que a hiperconectividade pode causar, como contribuir para o desenvolvimento de dependência tecnológica – saiberdependência –, ela também permite vários tipos de interações colaborativas entre pessoas do mundo todo. Alguns exemplos disso são iniciativas on-line que buscam resolver problemas públicos ou realizar projetos coletivos por meio da cooperação, como o desenvolvimento de softwares livres, aqueles de linguagem aberta, os chats e fóruns de dúvidas sobre todo tipo de assunto, entre outros.
Dessa fórma, para que as tecnologias sejam meios saudáveis de lazer e diversão, devemos sempre estar atentos aos nossos hábitos digitais, de modo que não prejudiquem nossa saúde e nossas relações no mundo real.
A Ásia, região com o maior número de jogadores de games do mundo (consulte o gráfico), é também a região que sedia a maioria das 25 principais empresas do setor em faturamento, concentradas, sobretudo, no Japão, na China e na Coreia do Sul.
Mundo: jogadores virtuais (em porcentagem e em milhões) asterisco – 2021
Fonte: . niuzôo Key numbers: global players per regions. Disponível em: https://oeds.link/umBqFg. Acesso em: 2 março 2022.
Confira
- Que fatores ajudaram a promover a indústria de games e a participação em jogos virtuais?
- O que é saiberdependência e como ela se manifesta?
- Por que os excessos no uso de tecnologias e da internet podem fazer mal à saúde física e emocional?
- Converse com um familiar ou pessoa conhecida que manifesta interesse por jogos eletrônicos e pergunte: “Quais são os jogos que mais despertam seu interesse?”; “Há algum título de sua preferência?”; “Você tem o costume de jogar on-line, interagindo com outros jogadores, ou prefere jogar individualmente?”; “Você joga diariamente?”; “E quando joga, costuma jogar por quanto tempo?”; “Que tipo de dispositivo habitualmente usa para jogar?”. Posteriormente, pesquise sobre os jogos citados na conversa e:
- identifique as empresas responsáveis por desenvolvê-los e quem são os profissionais desenvolvedores.
- indique a localização dessas empresas (em que países estão situadas e se alguma é brasileira).
- aponte outros jogos desenvolvidos por essas empresas e quais são os principais temas abordados nos jogos.
Por fim, desenvolva uma análise sobre os impactos que os jogos eletrônicos podem exercer na vida de uma pessoa.
Fique ligado!
- Aprenda a equilibrar sua rotina e as atividades digitais para não prejudicar sua saúde, sua vida social e seu desempenho escolar. Fique ligado se as situações a seguir acontecerem em sua vida:
- Sentir que “não há nada para fazer” só porque não há sinal de internet disponível;
- Deixar de brincar, sair ou estudar para ficar na internet ou jogando;
- Correr riscos reais, como ser atropelado ou se machucar por tropeçar, porque está usando o smartphone ou o tablet;
- Deixar de prestar atenção na escola ou não interagir em ocasiões em que está com a família ou com os amigos porque está jogando ou usando a internet;
- Sentir-se cansado em horários em que não era para estar.
- Não participe de desafios que envolvam riscos ou situações perigosas por causa de jogos, brincadeiras ou disputas na internet.
- Cuide do seu bem-estar físico. Não ouça música nem o som dos guêimis em volume muito elevado. Isso pode prejudicar sua audição.
- Evite permanecer muitas horas jogando ou na internet. Intercale outras atividades, como estar ao ar livre e brincar com os amigos.
- Ao alugar computadores em lan , não use senhas e informações pessoais importantes.
- Não trapaceie ou prejudique outros jogadores para obter benefícios pessoais de maneira desonesta.
Glossário
- Copra
- Amêndoa do coco de uma palmeira da qual se extrai um óleo (copraol) usado como alimento e na fabricação de sabão, lubrificante, ração e cosméticos.
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- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial () e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ( ó ême ême), reúne cientistas colaboradores de vários países. pênúma
- Voltar para o texto
- Pedra-pomes
- Rocha que, partida em pedaços, é usada para limpar ou amaciar a pele.
- Voltar para o texto
- Lácteo
- Alimento que inclui o leite e seus derivados.
- Voltar para o texto
- Casta
- Variedade de uma espécie animal ou vegetal; no caso, variedade de uva para a produção de vinho: ,, chardoné , pinô nuar malbéc . etcétera
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- Inuíte
- Significa “o ser humano”. É uma designação bastante genérica para os povos do Ártico. Refere-se principalmente aos que vivem na Groenlândia, no Canadá e no Alasca.
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- Tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados.
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- “Gamificação”
- Estratégia que aplica técnicas e lógicas típicas dos jogos em contextos não relacionados a jogos, como educacionais e comerciais, com a finalidade de engajar os usuários na execução de alguma tarefa, tornando-a mais atrativa, ou melhorar as chances de aquisição de um serviço ou produto.
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