Unidade 1

Esta Unidade introduz o estudo sobre a globalização, abordando suas origens e os desafios que se colocam à humanidade. Apresenta uma periodização desse processo mundial, chamando a atenção para o desenvolvimento das tecnologias de transporte e de comunicação – base técnica fundamental para o crescimento do comércio mundial e para a consolidação das grandes corporações transnacionais. Analisa a influência dos processos econômicos, políticos e culturais globais no cotidiano das pessoas. Por fim, apresenta os desafios socioambientais no contexto global, ressaltando os debates internacionais sobre o meio ambiente e, entre outros, os problemas relativos à degradação dos solos e à escassez hídrica.

As seções Rotasrótas e encontros e Mochila de ferramentas propiciam o desenvolvimento de trabalhos interdisciplinares com História e Matemática, e o boxe No seu contexto promove a contextualização dos assuntos estudados ao espaço de vivência dos alunos. A seção Desembarque em outras linguagens, que encerra a Unidade, possibilita diálogo com Arte e potencializa a visão crítica sobre o consumismo que marca as sociedades atuais.

Gráficos, quadros, esquema, ilustração, fotografias e mapas apoiam as explicações e são recursos importantes para o aprendizado. Para estimular a realização de trabalhos extraclasse e ampliar o repertório cultural dos alunos, use os boxes Pausa para o cinema, Navegar é preciso e Quem lê viaja mais.

A partir da imagem desta página, peça aos alunos que observem e identifiquem as regiões do globo nas quais existiam elevadas concentrações de voos e outras com menor fluxo aéreo. Peça que analisem e levantem hipóteses sobre essa distribuição desigual, relacionando-a, por exemplo, com fatores econômicos e naturais. A imagem apresenta uma peculiaridade a ser explorada com os alunos, com base na data em que os dados nela representados foram gerados: esclareça fatores políticos, militares e geopolíticos relacionados à guerra deflagrada no início de 2022 entre Rússia e Ucrânia e que explicam a ausência de voos sobre os territórios da Ucrânia, Belarus e Rússia, em razão do fechamento do espaço aéreo desses países.

Respostas

1. Além de outras informações que os alunos poderão cogitar e expressar, espera-se que considerem que as aeronaves se tornaram mais velozes e eficientes, aumentaram a capacidade de carga e ampliaram a autonomia para fazer longas viagens sem paradas para reabastecimento ou manutenção.
2. Não. A imagem evidencia que a maior intensidade de fluxos aéreos está nos Estados Unidos, na Europa Ocidental, no Japão e em porções de países emergentes, como China, Brasil e os localizados no Sudeste Asiático. As regiões menos integradas por conexões aéreas situam-se, sobretudo, na África e em países da América do Sul e da Ásia Central.

Percurso 1

Neste Percurso serão abordadas as origens e bases da globalização, e será destacada a importância do desenvolvimento dos transportes e das telecomunicações para aproximação e intensificação das relações entre distintos povos e culturas. Serão apresentados aspectos econômicos, políticos e culturais da globalização e, por meio de fotos, mapas e esquema, possibilitam-se comparações entre distintas situações desse processo no tempo e no espaço.

Para iniciar o estudo sobre globalização, sugerimos resgatar os conhecimentos prévios dos alunos sobre a importância do desenvolvimento tecnológico para o crescimento da atividade industrial e das relações internacionais de comércio durante os séculos XXvinte e XXIvinte e um, conteúdo estudado no Percurso 11, da Unidade 3, no livro do 8º ano desta coleção.

No decorrer dos estudos, o espaço de vivência dos alunos é a referência básica para demonstrar que ninguém está alheio ao processo de globalização nos dias atuais.

Habilidade da BNCCBê êne cê cê

• EF09GE05ê éfe zero nove gê ê zero cinco

O Percurso 1 auxilia no desenvolvimento da habilidade de compreender o processo de globalização. O assunto é abordado de modo a destacar como os avanços técnicos nos transportes e nas telecomunicações colaboraram para a integração mundial e como o nosso cotidiano evidencia as inter-relações culturais, políticas e econômicas com outros povos em diferentes partes do planeta.

Atividade complementar

Pergunte aos alunos sobre os seus hábitos de consumo. Questione, por exemplo: “Que tipos de roupa gostam de usar?”; “Já repararam onde elas são produzidas?”; “A que filmes costumam assistir?”; “Onde são produzidos e/ou filmados?”; “Que estilos musicais gostam de ouvir?”; “São artistas nacionais ou internacionais?”. Estimule-os a atentar para as influências que recebem de outras culturas. Peça que reflitam sobre as culturas de outros países que mais influenciam o seu cotidiano. Eles devem expressar suas impressões, justificando suas respostas. A atividade contribui para refletir a respeito da relação entre a globalização e as culturas ligadas às juventudes no Brasil e em outras partes do mundo.

Explique aos alunos que a expressão “civilização pré-colombiana”, no texto principal e no glossário, tem como referência a chegada do conquistador/colonizador europeu à América, como também o termo “ameríndios”, ou seja, indígenas da América. Pode-se substituir essa expressão por “povos nativos”.

Em relação à mais-valia ser um fator, juntamente com outros – a Revolução Técnico-Científico-Informacional, o momento histórico do capitalismo, o fortalecimento das corporações transnacionais etc.etcétera –, que levaram ao processo de globalização, vale esclarecer que se trata de um conceito criado pelo economista e intelectual Karl Marxcál marcs (1818-1882). Parte do valor da forçafôrça de trabalho não é remunerada na formafórma de salário ao trabalhador, havendo, assim, um valor excedente sem contrapartida, denominado por Marxmárks de mais-valia. É, então, desse trabalho não pago que são extraídos os possíveis lucros dos capitalistas.

Transpondo esse conceito para as atuais relações econômicas e financeiras entre países, em que se destacam as corporações transnacionais, ou para o período histórico da globalização, “há uma mais-valia universal” – expressão empregada pelo geógrafo Milton Santos no livro Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000. p.página 29.

Sobre o uso das expressões globalização e mundialização para explicar a atual fase do capitalismo, não há consenso entre os estudiosos do assunto (geógrafos, economistas, sociólogos etc.etcétera). Apesar de concordarem que elas representam o ápice do capitalismo nos dias em que estamos vivendo, alguns estudiosos reservam a expressão mundialização para se referir à difusão de elementos culturais em escala planetária e a expressão globalização para se referir aos aspectos econômicos ou à dinâmica econômica atual, também nessa escala.

Milton Santos e outros estudiosos não distinguem essas duas expressões e as empregam indistintamente para se referir ao atual período do capitalismo.

Sugerimos a leitura do texto complementar 1, na página LIXcinquenta e nove do Manual do Professor, bastante esclarecedor quanto ao uso dessas expressões.

Os alunos podem demonstrar dificuldades em compreender as fases da globalização e associar cada período a um conjunto específico de inovações científicas e tecnológicas que transformaram o mundo global. Para tornar a periodização do processo de globalização mais palpável aos alunos, reforce as relações com assuntos que eles já conhecem. Para isso, pergunte: “O que hoje conhecemos como Brasil entra na história do sistema-mundo em que fase da globalização?”; ”Seus avós e seus pais nasceram em que fase da globalização?”; ”Quais foram as principais inovações técnicas de transporte e de comunicação que marcaram o cotidiano de seus avós e pais (ou responsáveis)?”; ”Você nasceu em que fase da globalização?”; ”O que você usa de técnicas de transporte e de comunicação que não existiam quando seus pais ou responsáveis tinham a sua idade?”.

Outra estratégia é organizar as quatro fases da globalização em colunas, destacando os termos mais relevantes apresentados no texto, os períodos que cada uma abrange e suas principais características, entre outros aspectos. Esse trabalho pode ser feito na lousa, no desenvolvimento do conteúdo, ou indicado como tarefa complementar para os alunos.

Competência

Ao trabalhar o tema da globalização, é fundamental chamar a atenção para a importância dos objetos técnicos ao longo da história, na construção do espaço geográfico e na relação sociedade-natureza. Tal abordagem possibilita desenvolver a Competência Específica de Geografia 2: “Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formasfórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história”.

Comente com os alunos que eles já nasceram durante a quarta fase da globalização, marcada pela popularização da internet, pelo aperfeiçoamento ainda maior dos meios de transporte e de comunicação e por novas conquistas científicas e tecnológicas. Explore com eles o esquema.

Contextualize a discussão sobre transportes tomando como referência suas vivências cotidianas. Questione-os sobre os meios de transporte que mais usam no dia a dia. Pergunte se já notaram qual é a velocidade média de deslocamento desses meios de transporte. “Qual é o meio de transporte mais rápido que já tiveram a oportunidade de usar?”; “Em que ocasião?”; “Como foi a experiência?”. A conversa a partir dessas questões permite que os alunos troquem suas impressões sobre a fluidez do território.

Interdisciplinaridade

Ao abordar o item 4, considere a possibilidade de trabalhar em conjunto com o professor de Ciências. Ele poderá contribuir desenvolvendo a habilidade EF09CI05ê éfe zero nove cê ih zero cinco desse componente curricular: “Investigar os principais mecanismos envolvidos na transmissão e recepção de imagem e som que revolucionaram os sistemas de comunicação humana”.

O continente que apresenta a menor proporção de população com acesso à internet é o africano, onde, em muitos países, menos de 20% da população tem acesso à internet.

Sobre a temática do mapa A, se julgar conveniente, acesse com os alunos o mapa interativo a seguir, que mostra os cabos submarinos de fibra óptica que cruzam os oceanos e conectam países e continentes, disponível em: https://oeds.link/MpHBAV acesso em: 8 jul.julho 2022.

Explore o mapa B com os alunos. Use-o para verificar a opinião deles sobre a importância do acesso à internet. Questione-os: “Por que ter acesso à internet é importante?”; ”Vocês têm acesso à internet?”; ”Se sim, acessam por quais dispositivos?”; ”Que cuidados deve-se ter ao acessar a internet?”. Discuta os riscos do acesso a conteúdos inapropriados à faixa etária dos alunos e a necessidade de cuidados com a segurança, evitando-se exposição da privacidade e da intimidade. Além disso, é preciso ressaltar a importância do respeito ao outro também no meio virtual. Explique o que é cyberbullying, de modo a destacar os malefícios da violência virtual tanto para o agressor quanto para a vítima.

Nas páginas 134 e 135, a seção Caminhos digitais aborda o tema “Como funciona a internet” e poderá contribuir para desenvolver com os alunos alguns dos temas indicados acima.

Temas contemporâneos transversais

A discussão sobre acesso e uso da internet permite que os alunos desenvolvam senso crítico sobre as potencialidades e os limites das tecnologias e ferramentas de comunicação. É importante incentivar que reflitam sobre como essas técnicas influenciam a vida familiar e social, podendo colaborar para o fortalecimento de laços ou o distanciamento e a falta de empatia entre as pessoas. Converse sobre isso, considerando os temas Ciência e Tecnologia e Vida Familiar e Social.

Temas contemporâneos transversais

Com base no texto e nas questões desta seção, poderão ser desenvolvidos os temas Educação em Direitos Humanos, Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras, Diversidade Cultural e Ciência e Tecnologia.

Interdisciplinaridade

O professor de História poderá contribuir, ampliando a discussão com base nas habilidades EF09HI16ê éfe zero nove agá ih um seis e EF09HI26ê éfe zero nove agá ih dois seis desse componente curricular. São elas, respectivamente: “Relacionar a Carta dos Direitos Humanos ao processo de afirmação dos direitos fundamentais e de defesa da dignidade humana, valorizando as instituições voltadas para a defesa desses direitos e para a identificação dos agentes responsáveis por sua violação”; e “Discutir e analisar as causas da violência contra populações marginalizadas (negros, indígenas, mulheres, homossexuais, camponeses, pobres etc.etcétera) com vistas à tomada de consciência e à construção de uma cultura de paz, empatia e respeito às pessoas”.

Respostas

1. Segundo o texto, o projeto prevê o monitoramento de Terras Indígenas (TIstê Ís) em Rondônia por meio de modernos equipamentos tecnológicos como drones, câmeras fotográficas, geoprocessamento e aplicativos.
2. Sim, estão inseridos na globalização, pois, na medida em que dispõem de conexão com a internet, podem entrar em contato com o mundo, informar-se sobre os acontecimentos nacionais e internacionais, realizar cursos on-line, divulgar em suas redes sociais o andamento e os resultados do monitoramento de suas terras, entre outras possibilidades.
3. O exercício da argumentação pressupõe que os alunos compreendam que uma afirmação ou tese precisa estar alicerçada por dados e informações que a sustentem. Em um debate de ideias, é necessário que as informações e os dados apresentados sejam questionados ou analisados sob outras perspectivas para que o argumento seja validado ou refutado. Nesta atividade, os alunos são convidados a formar uma opinião sobre um tema, porém de formafórma subsidiada por informações verídicas que devem ser obtidas por meio de pesquisa. O confronto de perspectivas no momento do debate em duplas serve para colocar argumentos e seus fundamentos à prova, estimulando o diálogo, a autonomia de pensamento e a capacidade de produzir análises. De todo modo, é importante ter em mente que o uso da tecnologia por parte das populações indígenas não é capaz, por si só, de alterar sua identidade cultural, isto é, um indígena não deixa de ser quem é apenas por ter acesso à internet (da mesma formafórma como as sociedades não indígenas mantêm seus vínculos culturais e identidades, apesar da tecnologia). As mudanças sociais promovidas no contexto social da globalização, entretanto, atingem a todos, indígenas e não indígenas.

Ao responder à questão do boxe No seu contexto, espera-se que os alunos expliquem que o simples fato de acessar a internet ou, por exemplo, adquirir um produto estrangeiro faz com que eles estejam inseridos na globalização.

Percurso 2

Neste Percurso é estudado o comércio internacional, ressaltando a atuação das corporações transnacionais e o papel das cadeias produtivas globais. Destaca-se, ainda, o aumento do fluxo de capitais em todo o mundo – o que expressa a importância do capital financeiro no contexto de economia globalizada.

Habilidades da BNCCBê êne cê cê

• EF09GE02 ê éfe zero nove gê ê zero dois
• EF09GE05 ê éfe zero nove gê ê zero cinco
• EF09GE11 ê éfe zero nove gê ê um um
• EF09GE12ê éfe zero nove gê ê um dois

O Percurso 2 ressalta as condições desiguais com que se realiza o comércio internacional, já que, mesmo com o aumento do seu valor, especialmente a partir da década de 1970, muitos países continuam ocupando posições marginais. Este Percurso destaca o papel das grandes empresas transnacionais nas dinâmicas econômicas mundiais, na vida das pessoas, nas características do mercado de trabalho, na cultura etc.etcétera A realidade vivida pelos alunos é um recurso de grande valia para o desenvolvimento desse conteúdo. Explore-a, especialmente quando trabalhar questões relativas ao mercado de trabalho, buscando examinar e interpretar conjuntamente com eles a inserção laboral de seus familiares.

Este Percurso também permite explorar as mudanças recentes da Divisão Internacional do Trabalho (DITdê í tê), com destaque para as transformações advindas do avanço técnico e científico e da internacionalização da produção industrial. Com base no texto didático e nas fotografias, explique aos alunos os impactos da modernização técnica sobre as relações de trabalho e sobre o empregoemprêgo, de formafórma que possam relacionar tal processo a aspectos do cotidiano (como a causa do desempregodesemprêgo ou local e formafórma de trabalho de familiares e conhecidos).

Atividade complementar

Realize a leitura e a interpretação do gráfico. Pergunte a partir de quando o valor das mercadorias exportadas começou a crescer em ritmo acelerado. Considerando o ano em que os alunos nasceram, qual foi, aproximadamente, o valor das mercadorias exportadas? Auxilie-os a compreender as informações apresentadas, relacionando-as com as inovações dos sistemas de transportes, que foram essenciais para aumentar o fluxo de mercadorias, logo, o valor do comércio internacional.

As respostas às questões propostas no boxe No seu contexto são pessoais e, provavelmente, sejam positivas, pois há grande quantidade de produtos fabricados pelas transnacionais, de alimentos a eletroeletrônicos. Entre eles, os alunos podem citar produtos, como: chocolates, biscoitos, televisores, computadores etcetcétera.

O trabalho com a leitura cartográfica pode ser desenvolvido por meio do mapa da página. Incentive os alunos a justificarem a distribuição das transnacionais e os valoresvalôres das receitas que elas possuem e analisarem a posição do Brasil, que conta com transnacionais com receitas abaixo de 100 bilhões de dólares em três unidades da federação: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Deve-se notar que as maiores receitas estão em empresas localizadas nos países centrais e em algumas economias emergentes, como a China, o que evidencia a desigual influência que os países possuem no contexto financeiro internacional. Quanto ao gráfico, peça aos alunos que comentem quais transnacionais listadas eles conhecem e que associem as empresas aos setores de atividade em que atuam. Novamente, a observação dos países em que essas empresas têm sedeséde pode reforçar a ideia de que há grande concentração de riquezas em determinadas regiões do mundo.

O apoioapôio das imagens favorece o desenvolvimento de dois princípios do raciocínio geográfico, ordem e distribuição, na medida em que refletem parte da estruturação do espaço econômico mundial, materializada pela atuação das transnacionais.

Sugerimos que explique aos alunos o uso das expressões “transnacionais” e “multinacionais”. As transnacionais são definidas pela Organização das Nações Unidas (ONUônu) como sociedades ou empresas que possuem ou controlam meios de produção ou serviços forafóra do país onde estão estabelecidas. São também chamadas de multinacionais, porém essa expressão transmite a ideia de que são empresas formadas pela associação de capitais de vários países, o que não é correto. Assim, é mais adequado usar o termo “transnacionais”, pois significa que essas empresas atuam além de suas fronteiras nacionais.

Mobilize os conhecimentos prévios dos alunos sobre os padrões econômicos de distribuição dos produtos e as características do comércio internacional nos dias atuais, conteúdos desenvolvidos no Percurso 11, da Unidade 3, no livro do 8º ano desta coleção.

As respostas para as questões do boxe No seu contexto dependem do município. O objetivo é levar os alunos a conhecer melhor a localidade onde vivem.

Após explicar o que é fábrica global, recorde o que é Divisão Internacional do Trabalho (DITdê í tê). No âmbito dos países, a DITdivisão internacional do trabalho ocorre na especialização da produção, ou seja, há países que produzem tecnologias avançadas ou bens de capital; outros são fornecedores de bens primários (commodities agrícolas, minerais etc.etcétera). Com o capitalismo financeiro e a Revolução Técnico-Científico-Informacional, a DITdivisão internacional do trabalho alterou-se em alguns países, até então fornecedores de produtos primários para o mercado mundial, que se industrializaram com a forte presença de transnacionais, e ocorreu fragmentação do processo produtivo, isto é, as transnacionais distribuíram a produção em vários países em busca de menor custo e aumento da produtividade e dos lucros. Em seguida, pergunte aos alunos se conhecem pessoas que trabalham em alguma fábrica global e qual é o ramo de atividade dessa fábrica.

Explore com os alunos o processo de dispersão espacial da indústria no mundo, abordado no Percurso 12, da Unidade 3, no livro do 8º ano desta coleção.

Tema contemporâneo transversal

Os alunos podem ser estimulados a opinar sobre as condições de trabalho atuais. Promova um debate de modo a desenvolver o tema Trabalho. Questione se as transnacionais e as fábricas globais beneficiam os trabalhadores, solicitando que justifiquem. Com isso é possível sondar o que os alunos sabem sobre as condições contemporâneas dos trabalhadores e sobre as características do trabalho na atualidade, como trabalho flexível, terceirizado etc.etcétera Essa sondagem introduz os próximos tópicos discutidos no Percurso, contribuindo com o professor no planejamento de suas aulas.

Atividade complementar

Como complemento da atividade proposta no boxe No seu contexto, sugira aos alunos que se organizem em grupos para entrevistar um ou mais trabalhadores do setor industrial. Cada grupo deve identificar uma ou mais pessoas aptas a responder às perguntas que serão formuladas.

Oriente os alunos a elaborar um questionário com vistas a ampliar a compreensão deles acercaacêrca das atividades desenvolvidas em uma indústria. Além de perguntas objetivas sobre os produtos fabricados e a função específica desempenhada pelo(s) entrevistado(s), pontue aos alunos que eles também podem elaborar perguntas subjetivas, que permeiem a própria história de vida desse(s) trabalhador(es)desse trabalhador ou desses trabalhadores, como: “De que formafórma a pessoa entrevistada se inseriu nessa atividade de trabalho?”; “Houve exigência de algum tipo de qualificação profissional?”; “Que dificuldades ela enfrentou no início de sua experiência de trabalho na indústria?”; “Quais são os principais desafios enfrentados atualmente em sua rotina de trabalho?”; “Quais são seus anseios para o futuro profissional?”; entre outras perguntas.

Para agilizar a comunicação, sugira aos alunos que eles podem realizar as entrevistas on-lineon láine, por meio de aplicativos de conversação. Com base nas informações coletadas durante as entrevistas, solicite aos grupos que organizem uma apresentação para compartilhar as informações obtidas nas entrevistas.

O boxe No seu contexto leva o aluno a refletir sobre a nova relação de trabalho criada pela globalização, que exige mão de obra mais qualificada e com maior produtividade, independentemente do horário da jornada. Essa é uma oportunidade para enfatizar a necessidade do estudo, que conduz ao aprimoramento pessoal em que se inclui a qualificação profissional, considerando que vivemos em uma sociedade que valoriza o conhecimento.

Convém conversar com os alunos sobre os aspectos positivos e negativos das relações de trabalho flexíveis para uma pessoa e para a sociedade em geral. Ressalte, por exemplo, a comodidade derivada da flexibilidade de horários e locais de trabalho (como home-office, por exemplo). Em contrapartida, saliente o desafio de manter um equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. É possível abordar essa questão com base em exemplos trazidos pelos alunos no período da pandemia de Covid-19, que reforçou a flexibilização do trabalho em vários setores da economia.

Temas contemporâneos transversais

Reforce que o trabalho flexível, muitas vezes, implica contratos temporários que não garantem direitos trabalhistas historicamente conquistados, como férias, licença-maternidade, décimo terceiro salário etc.etcétera Disso resulta uma condição de trabalho marcada pela instabilidade e pela precarização das relações trabalhistas, uma vez que pode culminar em fases de intensa demanda por trabalho e obtenção de rendimentos e fases em que o trabalhador é pouco demandado e vê seus ganhos reduzidos. Tal cenário exige dos trabalhadores um rígido controlecontrôle de suas finanças. Esse conteúdo é propício ao desenvolvimento dos temas Trabalho e Educação Financeira e Educação Fiscal.

De maneira complementar, é importante trazer à luz com os alunos a discussão sobre a exacerbação das relações flexíveis de trabalho, analisando criticamente a situação de trabalhadores que, sem opção no mercado formal, sobretudo em períodos de crise econômica, encontram como única opção o trabalho mediado por aplicativos. As transnacionais que atuam no oferecimento desses serviços também desenvolvem algoritmos inteligentes, fator que amplia as suas ações e influências no cotidiano das pessoas e dos trabalhadores que com elas possuem vínculo.

Explique o que são desempregos tecnológico ou estrutural e conjuntural ou cíclico e aplique essas noções ao universo dos alunos, perguntando também se conhecem alguém que vive ou viveu nessas situações de desempregodesemprêgo.

Compare com os alunos as fotos A e B. Contextualize os períodos históricos que representam. Associe a foto A à indústria típica fordista e a foto B à indústria típica do período atual. Faça duas listas na lousa diferenciando as características do trabalho em cada período, permitindo que os alunos visualizem, de maneira mais explícita, as transformações recentes nas relações produtivas e nas formasfórmas de produção.

Temas contemporâneos transversais

Na história da humanidade, há registros de pandemias que causaram várias consequências às sociedades e, em função da globalização, nos últimos anos, tem ocorrido uma maior disseminação de agentes patológicos em todo o mundo. Alguns exemplos foram os surtos de Aidsaidis, Zikazíca, SARSsárs, MERSmérs e Ebola, que chamaram a atenção por causa da complexidade da contenção dessas infecções.

Com foco na pandemia da Covid-19, a partir de 2020, que se prolongou nos anos seguintes, desenvolva com os alunos, de maneira integrada, os temas Saúde, Trabalho e Vida Familiar e Social. Nesse trabalho, considere o impacto econômico e político dessa pandemia, mas enfoque, sobretudo, as consequências psicossociais, conscientizando os alunos sobre a relação pandemias e saúde mental das pessoas. Aborde, por exemplo, as temáticas sobre aumento de transtornos mentais (estresse pós-traumático, ansiedade, depressão, abuso de substâncias, violência doméstica etc.etcétera), levando-os a refletir sobre como eles e suas famílias vivenciaram a pandemia da Covid-19. Explique que inúmeros estudos apontaram os efeitos dessa pandemia não somente na saúde física, mas também no bem-estar e na saúde mental das pessoas, com impactos que podem ser mais prolongados e ter maior prevalência que a própria epidemia. Para subsídios a respeito, sugerimos consultar: SILVA NOAL, Débora da; DAMASIO PASSOS, Maria Fabiana; FREITAS, Carlos Machado de (org.)organização. Recomendações e orientações em saúde mental e atenção psicossocial na Covid-19. Rio de Janeiro: Fiocruzfiocruz, 2020.

Com base na foto e sua legenda, explique que, em 2014, já se sentia o aprofundamento do desempregodesemprêgo no Brasil em razão da recessão econômica, ou seja, da queda do consumo e das atividades produtivas. Em 2016, esse cenário agravou-se com a instabilidade política resultante do impedimento político da presidente Dilma Rousseffrusséf. Segundo o IBGEí bê gê É, de outubro de 2014 a março de 2018, o Brasil perdeu quase 4 milhões de vagas com carteira assinada e a taxa de desempregodesemprêgo ficou em 13,1%, o que representava 13,7 milhões de pessoas desempregadas. Para sobreviver, esse enorme contingente de pessoas passou a exercer atividades informais. Além de baixa remuneração, ficaram sem as garantias de previdência social. Para que os alunos possam comparar, destaque que, antes do início da crise em 2014, a taxa de desempregodesemprêgo girava, em média, em tornotôrno de 6,5%. Em decorrência da pandemia da Covid-19, a taxa de desempregodesemprêgo voltou a subir, chegando a 13,5% em 2020, segundo o IBGEí bê gê É. No último trimestre de 2021, os dados do instituto indicavam uma redução desse índice para 11,1%.

Atividade complementar

Esclareça aos alunos os critérios adotados pelo IBGEí bê gê É para delimitar o desempregodesemprêgo no Brasil. Segundo o instituto, “O desempregodesemprêgo, de formafórma simplificada, se refere às pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um empregoemprêgo”. A página indicada a seguir apresenta outros conceitos relacionados ao trabalho, além de dados atualizados sobre o tema no Brasil, disponível em: https://oeds.link/tTOqno; acesso em: 18 mar.março 2022. Peça aos alunos que, em duplas, acessem o site e outros dados produzidos pelo IBGEí bê gê É, indicados ao final do endereço eletrônico, e elaborem um texto sobre a situação do trabalho no Brasil.

Em seguida, ao discutir o desempregodesemprêgo conjuntural, incentive que os alunos se expressem a respeito do âmbito familiar, ou seja, se nele houve desempregodesemprêgo conjuntural a partir de 2014, decorrente da crise política e econômica que assolou o país, ou, em 2020 e 2021, em decorrência da pandemia de Covid-19, e apontem quais foram as consequências para a família e como buscaram superar essa situação.

As praças financeiras que apresentam as maiores transações do mundo estão localizadas na América, na Europa e na Ásia.

Explique que o capital especulativo visa tão somente ao lucro. Não é aplicado na produção direta de bens e serviços, não gera empregos, não financia pesquisa etc.etcétera O capital produtivo, aquele investido na agropecuária, na indústria, no setor de serviços etc.etcétera gera crescimento econômico e reduz desigualdades sociais. Comente que a chamada desregulamentação, isto é, a liberdade dada ao capital financeiro pelos Estados, fez o capital especulativo crescer, o que tem levado ao aumento da concentração de renda no Brasil e no mundo. Se julgar conveniente, diferencie os investimentos especulativos dos investimentos diretos estrangeiros, cujas intenções remetem ao longo prazo e, geralmente, se concentram nos setores produtivos de fato.

Comente com os alunos que as bolsas de valoresvalôres remontam ao século XVquinze, quando as primeiras surgiram em grandes cidades litorâneas da Europa. Mas é no período técnico-científico-informacional que elas adquirem uma grande importância no comando dos territórios; a presença de uma grande bolsa de valoresvalôres é um critério necessário para que uma cidade possa ser considerada global (assunto que estudaremos no Percurso 5 deste livro).

As bolsas de valoresvalôres são, em verdade, importantes porque centralizam as operações do chamado mercado de capitais, ou seja, são uma espécie de feira de negócios ultraespecializada, onde se realizam a compra e a venda de ações das grandes empresas de um país. As ações, por sua vez, são parcelas do capital de uma empresa, colocadas à venda, em partes bem pequenas de seu patrimônio líquido. Quem adquire as ações participa da distribuição dos dividendos (remuneração aos acionistas de parte dos lucros da empresa e atrativo de mais investidores). No final de um período (que pode ser de um dia ou de alguns anos), o investidor poderá vender as ações adquiridas da empresa. Se a empresa cresceu e se tornou mais lucrativa, suas ações estarão mais caras, em comparação com o momento em que o investidor as comprou; assim, terá feito um bom negócio. Quando, ao contrário, a empresa da qual ele adquiriu as ações não obteve crescimento ou veio à falência, terá perdido muito valor, e o investidor amargará um grande prejuízo.

Interdisciplinaridade

Sugere-se desenvolver um trabalho interdisciplinar com o professor de Matemática, que poderá abordar a noção de proporcionalidade por meio da análise dos tamanhos dos círculos e das setas que representam a produção e o consumo de ferro em milhões de toneladas (círculos proporcionais) por países ou continentes (caso da Europa), e também os fluxos das exportações desse minério no mundo (setas).

Respostas

1. Do Brasil. Mais de 60 milhões de toneladas de ferro.
2. Em 2018, o Brasil consumiu quase 100 milhões de toneladas de ferro; e a China, mais de 300 milhões de toneladas.
3. A Austrália, que é um dos maiores produtores de ferro do mundo, conforme aponta o círculo proporcional, e o maior exportador para os países da Ásia que mais consomem esse minério (China e Japão), como indicam as setas e suas espessuras.

Respostas

1. Os avanços tecnológicos nos transportes permitiram deslocamentos mais rápidos e com maior quantidade de mercadorias e de pessoas. A modernização das telecomunicações permitiu a troca de informações entre pontos distintos do planeta de formafórma praticamente imediata.
2. Corresponde a empresas transnacionais que se caracterizam pela descentralização da sua produção, ou seja, cada etapa do processo produtivo de suas mercadorias ou produtos pode ser realizada em um país diferente, de acordoacôrdo com as vantagens econômicas e fiscais.
3. O fato de uma crise financeira mundial afetar o Brasil demonstra a integração do mercado brasileiro ao mercado internacional. A queda nos preços dos produtos, muitos deles exportados e importados pelo Brasil, reflete diretamente na produção nacional e na oferta de empregos.
4. O desempregodesemprêgo tecnológico ou estrutural corresponde à substituição em larga escala da mão de obra pela mecanização, automação e informatização. O desempregodesemprêgo conjuntural ou cíclico está relacionado à dispensa da mão de obra em períodos de crise econômica; quando esses períodos de crise são superados, geralmente os empregos voltam a ser ofertados.
5. 1. Os sofisticados sistemas de transporte e de comunicação.
   2. A mecanização e a informatização reduzem os custos com mão de obra, e a possibilidade de produzir em diversos países amplia a oferta de trabalho para as empresas, que consequentemente diminuem os salários, causando situação desfavorável aos trabalhadores.
   3. No Japão. Por causa da alta mecanização e da informatização do sistema produtivo.

6. 1. México, Canadá, Reino Unido, Índia, Austrália e outros.
   2. Na África.
   3. Segundo o mapa, entre os países citados, em 2020 o Canadá foi o país que teve menor participação percentual nas exportações mundiais de mercadorias (1,1% a 3%); os Estados Unidos estavam na faixa de 3,1% a 10%; e Alemanha e China fizeram parte do grupo de países que lideraram o comércio internacional (mais de 10%).
   4. A África do Sul: menos de 0,5%; o Brasil, a Rússia e a Índia: 1,1% a 3%; e a China: mais de 10%.
7. Porque, em razão das inovações nos transportes, percorrem-se maiores distâncias em menos tempo, o que cria a impressão de que o mundo tornou‑se menor do que era no passado.
8. O exercício solicita que o aluno realize uma leitura inferencial, mobilizando informações de seu repertório pessoal para compreender qual é a contradição explorada pela charge. Espera-se que ele demonstre que, apesar da sofisticação dos sistemas financeiros que integram a economia mundial, falhas pontuais são capazes de desestabilizá-lo, promovendo grandes consequências. A charge evidencia também a centralidade dos Estados Unidos, país que conta com transnacionais e bolsas de valoresvalôres de onde sai parte considerável das decisões que regem o capitalismo globalizado.
9. 1. A Ásia foi o continente que mais recebeu IDEInvestimento Direto Estrangeiro, 545 bilhões de dólares; e a Oceania, o que menos recebeu, 24 bilhões de dólares.
   2. Sim, pois o IDEInvestimento Direto Estrangeiro supre a falta de capitais nacionais para a dinamização da economia, além de propiciar a ampliação do mercado de trabalho. É oportuno retomar a discussão sobre o papel dos Estados em coibir as transnacionais em ações que possam prejudicar os interesses nacionais.
   3. O aluno pode elaborar um gráfico em formato de barras, colunas ou setores, por exemplo. Em caso de dúvida em relação ao de setores, auxilie-o a achar os valoresvalôres proporcionais correspondentes às porções do gráfico, retomando o “círculo das porcentagens”, conteúdo estudado no Percurso 6, da Unidade 2, no livro do 7º ano desta coleção.
10. 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que a tecnologia da informação contribui para a administração dos municípios, para facilitar a comunicação entre os moradores, entre outras vantagens.
    2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que essa tecnologia os ajuda na busca por informações etc.etcétera

Percurso 3

No decorrer deste Percurso, busca-se analisar o consumo e a cultura no contexto da globalização. Nessa abordagem, considera-se, por um lado, a existência de uma tendência para a homogeneização na fabricação de produtos e nas produções culturais em distintas sociedades do mundo (o que em certa medida expressa a influência das corporações transnacionais na vida da população, ressaltando nesse contexto as estratégias de publicidade e marketing), e, por outro lado, a resistência de valoresvalôres culturais e identidades nacionais, regionais e locais, que fazem que determinadas preferências sejam características de áreas geográficas e grupos sociais específicos.

Habilidade da BNCCBê êne cê cê

• EF09GE02ê éfe zero nove gê ê zero dois

O conteúdo do Percurso 3 enfatiza problemáticas relativas ao consumo e à cultura no âmbito da atual fase da globalização, sob as quais atuam duas tendências: uma de homogeneização e outra de diversificação. Ajude os alunos a reconhecer essas tendências em seu cotidiano. Suas preferências por determinadas músicas e filmes, ou o gostogôsto por certos alimentos, assim como o modo de se vestir, refletem muito essas tendências. Os estudos devem ser desenvolvidos de modo crítico, fazendo que os alunos também despertem a atenção para a importância do consumo consciente e sustentável.

As reflexões sobre práticas de consumo em um mundo globalizado requerem o reconhecimento de conexões existentes entre os processos de produção da matéria-prima, do produto e das condições de trabalho das pessoas que fabricaram a mercadoria. Chame a atenção dos alunos para o fato de que o ato de consumir reflete laços sociais amplos, que unem pessoas em distintas áreas geográficas e que vivem em condições sociais muito diversas. Peça que reflitam sobre sua responsabilidade como consumidores para a construção de um mundo mais solidário, ético e sustentável.

Tema contemporâneo transversal

A discussão sobre globalização e consumo enseja trabalhar com o tema Educação para o Consumo. A questão do consumo encerra em si certos cuidados a que devemos estar atentos: temos que diferenciar o que é necessário do que é supérfluo e adotar o consumo consciente e sustentável, assunto da próxima página.

Conforme representado no mapa, os países maiores emissores de dióxido de carbono são: China e Estados Unidos, seguidos por Índia e Rússia.

Espera-se que, ao responder às questões propostas no boxe No seu contexto, os alunos desenvolvam consciência em relação à necessidade da adoção do consumo consciente com sua família.

Destaque o papel da publicidade no incentivo ao consumo. Ressalte a importância de não se tornar alvo fácil aos apelos de propagandas, mas comportar-se de modo esclarecido e crítico em relação ao consumo. Chame a atenção dos alunos para a existência de uma cultura massificada, homogeneizante, que uniformiza os gostos, salientando a necessidade de conhecer a si mesmo para ser capaz de desenvolver comportamentos de consumo autônomos e conscientes. Afirme que o ato de comprar é, muitas vezes, compreendido e estimulado como, em si mesmo, um ato de divertimento ou lazer. Discuta os malefícios do consumismo para a relação entre as pessoas e a relação entre sociedade e natureza. O endividamento elevado de pessoas ou famílias, a degradação ambiental e os riscos do consumo excessivo à saúde psíquica e física são temas que podem ser explorados.

Competência

Converse sobre os hábitos de consumo dos alunos, questionando se observam os materiais de que são feitos os objetos de uso cotidiano, se conhecem o processo de fabricação dos produtos e se sabem algo sobre o perfil das empresas e as condições de trabalho que são garantidas aos funcionários. Leve-os a refletir sobre sua responsabilidade como consumidores e protagonistas sociais. Tal abordagem permite desenvolver a Competência Geral da Educação Básica 7: “Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta”.

Espera-se que, ao responder às questões propostas no boxe No seu contexto, os alunos repensem não somente o aspecto cultural, mas também os seus costumes em relação ao consumo. É um momento oportuno para retomar a ideia do consumo consciente.

Ao abordar a resistência das culturas nacionais ao processo de homogeneização cultural, retome com os alunos o conceito de nação, apresentado no Percurso 2, da Unidade 1, no livro do 8º ano desta coleção.

Atividade complementar

É possível que os alunos apresentem dificuldades em reconhecer hábitos de consumo ou influências que tendam à homogeneização cultural. Proponha aos alunos que reflitam acercaacêrca de suas práticas cotidianas de lazer, suas roupas e suas preferências musicais, cinematográficas e literárias. Enfim, converse sobre o assunto, permitindo que se expressem e dividam experiências e impressões.

Competência

A discussão sobre os valoresvalôres culturais dos alunos é profícua para desenvolver a Competência Geral da Educação Básica 6: “Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”.

Percurso 4

Este Percurso debate as relações entre globalização e meio ambiente. Ressalta como o tema tem despertado preocupação no âmbito internacional, reunindo países e povos na busca de soluções conjuntas, o que, porém, enfrenta entraves para alcançar resultados satisfatórios. A degradação dos solos, as queimadas, a ameaça de escassez dos recursos hídricos e a redução da biodiversidade são os principais problemas ambientais do contexto atual. Se possível, relacione esses problemas ambientais à realidade espacial dos alunos.

Enfatize que a preocupação ambiental aumentou após o alerta dado pela Conferência sobre Meio Ambiente Humano, organizada pela ONUônu e realizada em Estocolmo, em 1972. Assim, há mais de 40 anos se discutem, em organismos internacionais, soluções para os problemas ambientais globais.

Habilidade da BNCCBê êne cê cê

• EF09GE14ê éfe zero nove gê ê um quatro

Na seção de atividades dos Percursos 3 e 4, o aluno realizará um exercício de leitura e interpretação de anamorfose geográfica com dados referentes à porcentagem da população e ao número de pessoas que não tiveram acesso a água no mundo, em 2020.

Atividades complementares

A relação entre meio ambiente e crescimento econômico deve ser aprofundada com o objetivo de ajudar os alunos a compreender a noção de desenvolvimento sustentável. Pergunte se na opinião deles os esforços de conservação e proteção da natureza representam um empecilho para o crescimento econômico. É importante que os alunos justifiquem suas respostas e que você os oriente, com base nos conhecimentos prévios, a considerar a preservação ambiental como necessária para o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

Em julho de 2022, foi cancelada a realização da Rio+30, que ocorreria em outubro do mesmo ano na cidade do Rio de Janeiro (RJRio de Janeiro). Incentive os alunos a buscar informações a respeito desse evento, com destaque para os principais eixos de discussão desenvolvidos e os compromissos firmados entre os Estados e as organizações internacionais.

Interdisciplinaridade

Com a participação do professor de Ciências, podem ser discutidas com os alunos as consequências das queimadas para a saúde humana. Destaque, por exemplo, as doenças respiratórias e a maior vulnerabilidade de crianças e idosos a essas doenças.

De acordoacôrdo com o mapa, o continente que apresenta o maior déficit de água é a África.

As respostas às questões do boxe No seu contexto dependem do município. A proposta é levar os alunos a perceber que o conhecimento adquire maior importância quando é possível aplicá-lo ao cotidiano. Sugerimos que você os ajude a refletir sobre questões como disponibilidade de água, queimadas e degradação do solo, por exemplo, que são causadas por atividades humanas, como agricultura, construções, entre outras. Espera-se que os alunos percebam a importância da preservação ambiental para as gerações futuras e busquem, com seus familiares, medidas que contribuam para isso.

Temas contemporâneos transversais

Educação Ambiental e Educação para o Consumo são temas que podem ser trabalhados na discussão sobre a ameaça de escassez de recursos hídricos.

Discuta, por exemplo, quais seriam as atitudes e práticas possíveis de serem adotadas para economizar água e usá-la conscientemente.

Além disso, debata sobre a participação dos cidadãos na fiscalização do poder público na construção ou na ampliação de redes de distribuição de água sem perdas, de estações de tratamento de esgotoesgôto etc.etcétera

Ao desenvolver esse trabalho, leve os alunos a refletir sobre os rios do município onde vivem, informando-os, por exemplo, sobre os rios da superfície terrestre: sabe-se que mais de 50% deles estão poluídos ou em vias de se esgotarem em razão do desperdício e da má gestão dos recursos hídricos; entre os grandes rios que correm perigo estão o Rio Amarelo, ou Huang-Horuãng rô, na China, o Rio Colorado, nos Estados Unidos, o Rio Nilo, no Egito, e o Rio Volga, na Rússia.

Interdisciplinaridade

Em parceria com o professor de Ciências, selecionem edições da Revista Águas do Brasil (endereço eletrônico disponível em: https://oeds.link/lP6msY; acesso em: 21 mar.março 2022), e outros materiais que julgarem pertinentes, para ampliar e aprofundar as discussões relacionadas à degradação e à crescente escassez dos recursos hídricos. Chamem a atenção dos alunos, por exemplo, para a diminuição da quantidade de água doce disponível para o consumo humano.

Em conjunto, orientem uma pesquisa sobre atitudes voltadas para a economia e o reúso da água nas atividades domésticas do dia a dia, solicitando aos alunos que proponham, posteriormente, argumentos para convencer pessoas a economizar água ou usá-la de formafórma sustentável. Esse trabalho desenvolve a habilidade EF09CI13ê éfe zero nove cê ih um três do componente curricular Ciências: “Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas”.

Auxilie os alunos na análise e na interpretação do gráfico. Para isso, explique de modo mais detalhado o que é o Índice Global do Planeta Vivo. Trata-se de um indicador de saúde de alguns ecossistemas capaz de apontar alterações na biodiversidade no mundo. Os alunos devem perceber que, desde os anos 1970, o índice apresenta tendência à queda, e isso significa maior degradação ambiental. Peça que procurem identificar, em termos aproximados, a redução da diversidade biológica no mundo desde o ano em que nasceram até o presente.

Competência

A problemática das consequências das ações antrópicas para o meio ambiente remete ao desenvolvimento da Competência Específica de Geografia 1: “Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas”.

Atividade complementar

Oriente os alunos a conversar com pessoas que moram há muitos anos na localidade onde vivem. Peça a eles que perguntem se elas notaram diferenças quanto à cobertura vegetal e aos animais que aí existem. Em caso afirmativo, oriente os alunos a indagar sobre as prováveis causas dessas diferenças e a relacioná-las com a diminuição da biodiversidade.

Ao responderem a questão proposta no boxe No seu contexto, espera-se que os alunos estabeleçam relações como: deslocamento por meio de transportes emissores de CO₂cê ó dois e demanda por áreas de floresta; uso de móveis de madeira e uso de papel e demanda por florestas comerciais; consumo de carne vermelha e demanda por áreas de pastagem; consumo de hortaliças e demanda por áreas de cultivo; consumo de peixes e demanda por produção primária necessária para sustentar os peixes e os mariscos capturados para consumo humano; consumo de energia elétrica e demanda por construção de represas, entre outras possibilidades.

Na internet, há sites que, por meio de um breve questionário, calculam a Pegada Ecológica de uma pessoa. Se possível, auxilie os alunos a calcular sua própria Pegada Ecológica (ver site disponível em: https://oeds.link/k6j81M; acesso em: 11 mar.março 2022). Esclareça a eles que, além de ser calculada por pessoa ou país, no Brasil, a Pegada Ecológica pode ser calculada por cidade ou unidade da federação. Sob a óptica coletiva, o cálculo da Pegada de uma cidade, de uma unidade da federação ou de um país é importante para o planejamento e o desenvolvimento de políticas públicas.

Explique aos alunos que recursos naturais biológicos renováveis correspondem a grãos, vegetais, peixes, madeiras e fibras vegetais, fontes de energia renováveis, entre outros.

Temas contemporâneos transversais

Com base no texto e na ilustração desta página, poderão ser desenvolvidos os temas Educação Ambiental e Educação para o Consumo.

Interdisciplinaridade

O professor de Ciências poderá contribuir por meio de uma discussão pautada na habilidade EF09CI13ê éfe zero nove cê ih um três desse componente curricular: “Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas”.

Atividades complementares

Peça aos alunos que respondam às seguintes questões: a) O que é Pegada Ecológica?; b) Quais são os componentes da Pegada Ecológica?; c) O que é biocapacidade?; d) Quais são os cinco países com maior Pegada Ecológica?; e) Que fator está diretamente relacionado ao aumento da Pegada Ecológica? Em seguida, pontue os principais componentes da Pegada Ecológica (bens de madeira que usam, tipos de alimentos que consomem, de água e de eletricidade, tipos de meios de transporte) e liste as atividades que fazem parte do dia a dia deles. Para cada atividade (comer, ir à escola, dormir, tomar banho, ir ao cinema etc.etcétera), instigue-os a pensar sobre os recursos naturais necessários para que ela possa ser realizada.

Por fim, envolvendo os conteúdos abordados, proponha a produção individual ou coletiva de um texto com o tema: “Poder de consumo e qualidade de vida”. Respostas: a) É a extensão das áreas produtivas terrestres e marinhas necessárias para sustentar os padrões de alimentação, locomoção, vestimenta e consumo de bens de uma pessoa ou de uma sociedade; b) Áreas florestais capazes de absorver o CO₂cê ó dois produzido; áreas florestais necessárias para a produção de madeira, lenha e celulose; áreas de pastagem necessárias para a produção de leite, couro e lã consumidos pela sociedade; áreas cultivadas para a obtenção de alimento, ração, óleos e borracha; os estoques pesqueiros necessários ao consumo e áreas ocupadas por infraestrutura (transportes, habitação, indústrias, reservatórios e hidrelétricas); c) É a capacidade de os ecossistemas produzirem recursos naturais usados ou consumidos pelos seres humanos e absorverem os resíduos gerados pelas sociedades; d) China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão; e) Padrão de consumo elevado.

Respostas

1. São os supermercados, hipermercados e shopping centers. Elas expressam a sociedade de consumo e o período da Revolução Técnico-Científico-Informacional que estamos vivendo.
2. A padronização facilita a distribuição e/ou venda em escala planetária de produtos feitos por empresas transnacionais, cujas unidades atuam em larga escala.
3. É a fabricação em grande quantidade de certo produto visando à redução dos custos de produção. Com isso, a empresa ganha competitividade no mercado mundial, afasta concorrentes e assegura maiores lucros.
4. É a diminuição dos nutrientes e de matéria orgânica no solo causada pela erosão, acidificação e acumulação de metais pesados, a ponto de reduzir sua capacidade de produção agrícola. Contribuem para isso: o desmatamento; o despejo de resíduos industriais e o uso de agrotóxicos; o uso de máquinas pesadas e a sobrepastagem.
5. Espera-se que os alunos elenquem alguns canais que costumam seguir em plataformas de redes sociais para desenvolver a análise proposta. A atividade propicia aos alunos identificar os apelos publicitários para o consumo de produtos por meio da análise das mídias sociais (em especial redes sociais), considerando o uso do discurso multimodal na internet. Ao apresentar e discutir com demais colegas os resultados elencados durante a análise que fizeram, oriente a reflexão dos alunos para a relação entre consumo e cultura no período em que vivemos, pontuando que o consumo é ditado por hábitos culturais. Contudo, esclareça que a publicidade e o marketing podem promover mudanças nos hábitos culturais originais das populações, conduzindo os consumidores a comprar, muitas vezes, “necessidades não necessárias”.
6. O participante B desconhece uma informação importante sobre o desenvolvimento econômico mundial, enquanto o participante C, provavelmente, não sabe o que significa desenvolvimento sustentável. A segunda afirmação do participante não indicado (participante A) leva em consideração que o uso de fontes renováveis de energia pode diminuir a queima de combustíveis fósseis, minimizando o lançamento de CO₂cê ó dois e outros gases do efeito estufa.

7. 1. A anamorfose indica de 0 a 9,9% a porcentagem da população brasileira que não tem acesso a água, em 2020.

2. São os países onde a porcentagem da população que não possui acesso à água potável se encontra entre 50% e 60%. É o caso da Costa do Marfim, do Níger, do Chade, da República Democrática do Congo e da Etiópia, situados no continente africano; de Papua Nova Guiné, situado na Oceania.
3. China e Índia. Explique aos alunos que, na anamorfose da atividade 8, indicamos apenas “Sudão”, e não Sudão e Sudão do Sul, visto que a fonte do mapa considerou e unificou dados de ambos (o que impossibilita representá-los separadamente). Relembre os alunos de que o Sudão – após cercacêrca de 50 anos de guerra civil entre o norte (predominantemente seguidor do islamismo) e o sul (cristão e de crenças locais) – foi dividido em dois países em 9 de julho de 2011, pois o sul obteve a independência.

8. O uso das redes sociais como suporte para a atividade aproxima o tema do universo de interesse do aluno, tornando-a mais atrativa; desse modo, possibilita-se o uso pedagógico da tecnologia e o letramento digital e midiático dos alunos. Para isso, promova uma conversa inicial com os alunos para que reflitam, inicialmente, a respeito de seus próprios hábitos cotidianos de consumo de água. Em seguida, em conjunto com a turma, elabore algumas questões para a enquete. As perguntas podem ser divulgadas em um perfil colaborativo, criado especialmente para o desenvolvimento da atividade da turma, ou nos canais de comunicação da escola. Com base nos resultados da enquete, os alunos deverão identificar quais atitudes são pouco disseminadas na comunidade, criando postagens que reforcem o uso consciente da água.

A seção Desembarque em outras linguagens complementa os estudos da Unidade 1 e contribui para o desenvolvimento de atitudes sociais positivas da parte dos alunos, levando-os a refletir sobre o consumo e o desperdício nas sociedades atuais. A imagem e a legenda sobre a obra Cans Seuratquêns sêrá, do artista e fotógrafo Chris Jordancrís djórdan, contextualizadas com as demais informações desta seção e com aquelas do Percurso 4, permitem uma reflexão ética sobre os hábitos de consumo dos alunos e da sociedade, de um modo geral, e sobre o ritmo acelerado de apropriação dos recursos naturais não renováveis. Considerando que os recursos minerais não são renováveis, espera-se também que os alunos concluam o trabalho compreendendo a importância da reciclagem para a preservação e a conservação do meio ambiente, além dos problemas relacionados à destinação do lixo.

Promova a leitura em voz alta das informações e dos textos contidos na seção. Discuta o tema abordado com os alunos, verificando a compreensão e sanando as possíveis dúvidas. Deixe que eles se expressem sobre o lixo e o seu aproveitamento artístico. Remeta-os às questões, peça que formulem respostas oralmente e, depois, façam os registros no caderno.

Temas contemporâneos transversais

O conteúdo abordado nesta seção contribui para desenvolver os temas Educação para o Consumo e Educação Ambiental. Enfatize com os alunos a importância de assumirmos práticas de consumo consciente, consumo sustentável e consumo colaborativo em contraposição ao consumismo – hábitos que contribuem não somente para o meio ambiente como também para as finanças pessoais.

Interdisciplinaridade

Desenvolva um projeto interdisciplinar sobre consumismo e lixo. Com o professor de Arte, podem ser trabalhadas a chamada Arte Sustentável e as obras de outros artistas que a praticam. Com o professor de Ciências, aborde temas relacionados à contaminação ambiental, provocada pela destinação não adequada do lixo, e suas consequências para o meio ambiente e para a saúde humana.

Respostas

1. Chris Jordancrís djórdan retrata a questão da enorme quantidade de resíduos gerada diariamente em todo o mundo, relacionando-a com o problema do consumismo.
2. Os objetos são aqueles consumidos e descartados pelas pessoas, como as latinhas de refrigerante.
3. As obras denunciam a geração e o descarte inadequado de resíduos. O artista retrata a sociedade de consumo nos Estados Unidos na obra Cans Seuratquêns sêrá, e mostra nas fotografias da série Midway: Message from the Gyre a triste realidade das aves albatroz-de-laysanleisân, que morrem ao ingerir resíduos de plástico trazidos pelas correntes oceânicas, cujo descarte foi feito a quilômetros de distância do local de vivência desses animais. Nas duas obras, o artista evidencia a indissociabilidade entre o consumismo, o descaso das sociedades com o despejo de resíduos sólidos após o consumo de produtos e os severos impactos ambientais que decorrem disso.
4. Oriente os alunos na produção solicitada. A atividade é propícia para que percebam e examinem criticamente o volume de produtos consumidos e descartados no dia a dia. Além disso, a proposta instiga a criatividade para retratar o consumismo e o desperdício. Se necessário, ajude-os a organizar as fotografias em arquivos digitais; pode-se usar apenas um smartphone para fotografar as obras de todos os grupos e organizá-las em sistemas de armazenamento em nuvem gratuitos, de modo que as imagens possam ser acessadas por todos os alunos da turma. De formafórma complementar, oriente os alunos a criar um formulário on-line para realizar um estudo da recepção das obras de arte criadas por eles. Esse levantamento pode considerar os impactos, sensações, sentimentos e pensamentos que as fotos das obras de arte causaram nas pessoas, com ênfase no combate ao consumismo e ao desperdício. O desenvolvimento dessa prática também permite que sejam trabalhadas as metodologias de elaboração e aplicação de questionários. Por fim, pode-se sugerir que os alunos tabulem, analisem e debatam oralmente os resultados.