UNIDADE 7 ORIENTE MÉDIO

O Oriente Médio, com um subsolo rico em petróleo – quase metade das reservas mundiais – e com uma escassez de água que aflige parte de sua população, é uma região que convive com inúmeros conflitos, como o grande impasse entre árabes--palestinos e israelenses. Nesta Unidade, estudaremos os principais aspectos físicos, populacionais e econômicos do Oriente Médio e entenderemos por que as potências mundiais, como os Estados Unidos, têm tanto interesse nessa região, berço de importantes civilizações.

As divisas obtidas com as exportações do petróleo, também chamado de “ouro negro”, são responsáveis por grandes transformações em Al Kuait, capital do Kuait, e de outras cidades e países do Oriente Médio.

Nos países da região, há forte concentração de riqueza, e em alguns deles tradicionalmente governam emires, sultões e xeiques.

Fotografia. Vista de uma paisagem urbana. No primeiro plano, terreno amplo com solo arenoso e algumas construções baixas próximas a um estacionamento com veículos. No segundo plano, concentração de prédios com vários andares, modernos e espelhados. Ao centro, uma torre fina, mais alta que as demais construções. Mais ao fundo, mar. Acima, céu azul e sem nuvens.
Vista do centro de Al Kuait, cidade mais populosa do Kuait, localizada às margens do Golfo Pérsico (2020).
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. Que atividade econômica gerou recursos para a construção de Al Kuait?
  2. A região da superfície terrestre denominada Oriente Médio se caracteriza pela estabilidade política e social?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 7

Esta Unidade aborda vários aspectos do Oriente Médio. Inicialmente, trata da localização, divisão política, características físico-naturais, população, religiões e línguas. Em seguida, a questão da escassez de água é estudada e explicada com base em mapas que esclarecem o assunto, levando os alunos a compreender que esse recurso valioso é fonte de tensão nessa região, principalmente entre israelenses, palestinos, sírios, jordanianos e turcos. Ressaltamos que, em razão das grandes reservas de petróleo encontradas no Oriente Médio, essa região é uma importante região estratégica, geopolítica e econômica para o mundo, principalmente para Estados Unidos, países da Europa Ocidental e Japão, cujas economias dependem em larga escala do petróleo de lá extraído. Em vista de os conflitos entre israelenses e palestinos não estarem ainda resolvidos – ocupando a todo o momento os noticiários da imprensa –, dedicamos dois Percursos a esse tema, explicando desde as suas origens até 2021. Procedendo dessa fórma, esperamos que os alunos entendam que o conflito não é por questões religiosas, mas, sobretudo, por disputa territorial e por fontes de água.

Sugere-se sempre desenvolver as atividades complementares, que possibilitam o aprofundamento de conhecimentos e a identificação de possíveis dificuldades, criando oportunidades para esclarecê-las.

Os boxes Pausa para o cinema, Navegar é preciso e Quem lê viaja mais possibilitam que as reflexões não fiquem apenas no ambiente escolar. Estimule a consulta a essas indicações. Fotos, mapas, gráficos e as seções disponíveis são essenciais na elaboração de explicações. Explore-os constantemente.

Respostas

  1. Espera-se que os alunos comentem que o Oriente Médio destaca-se por possuir quase a metade das reservas mundiais de petróleo e que o Kuait é um dos países que extraem petróleo de seu subsolo e o exportam. As exportações dessa fonte de energia são responsáveis pelos recursos obtidos por esse país, os quais permitiram sua modernização.
  2. Espera-se que os alunos tenham conhecimento de que o Oriente Médio é uma região de instabilidade política e social, fato sempre divulgado pelos meios de comunicação. Peça a eles que observem o mapa da página 195, “Mundo: regimes políticos segundo o índice de democracia – 2021”, e chame a atenção para o predomínio de regimes autoritários na região, lembrando que ela se caracteriza por concentrar o poder político e econômico nas mãos dos dirigentes de seus países, representados por emires, sultões, xeiques etcétera, cuja transmissão de poder segue a hereditariedade. Além disso, outros fatores, como os conflitos religiosos (principalmente entre sunitas e xiitas), a questão entre árabes e israelenses, a não criação do Estado palestino, a guerra civil na Síria e a atuação de grupos radicais, como o Estado Islâmico, tornam a região instável, com vários conflitos armados.

PERCURSO 25 ORIENTE MÉDIO: ASPECTOS FÍSICOS E HUMANOS GERAIS

1. Oriente Médio: uma visão eurocêntrica

Como estudamos no Percurso 9, a expressão “Oriente Médio” foi criada pelos europeus, no passado, para designar a região da Península Arábica que se localiza a oriente da Europa – mas não a oriente para australianos, chineses ou japoneses, por exemplo. Assim, essa denominação reflete uma visão eurocêntrica, ou seja, que considera a Europa o centro do mundo ou ponto de referência para a localização geográfica de outras regiões do planeta Terra. Da mesma fórma, surgiram na Europa as expressões Oriente Próximo (Turquia, Líbano e Síria) e Extremo Oriente, conjunto de países da Ásia Oriental que reúne China, Japão, Coreia do Sul e Coreia do Norte, além dos países que compõem a Indochina e a Insulíndiaglossário .

2. Localização geográfica

Localizado no sudoeste da Ásia, o Oriente Médio é a “ponte de ligação” entre a Ásia, a Europa e a África. A região compreende 15 países, além da Palestina, que depende de negociações em curso para se tornar um Estado soberano (assunto que será estudado no Percurso 27). Vários desses países, submetidos durante muito tempo à dominação estrangeira, são de formação recente, com exceção do Irã – antiga Pérsia. Observe a divisão política atual do Oriente Médio no mapa.

Oriente Médio: político – 2021

Mapa. Oriente Médio: político, 2021. Mapa do Oriente Médio com os países, suas capitais e as principais cidades. Turquia (parte asiática). Capital: Ancara. Cidade principal: Izmir. 
Irã. Capital: Teerã. Cidades principais: Mashad, Isfahan, Abadan, Tabriz.  
Iraque. Capital: Bagdá. Cidades principais: Mosul, Basra.   
Síria. Capital: Damasco. Cidade importante: Aleppo. 
Líbano. Capital: Beirute. 
Chipre. Capital: Nicósia.
Israel. Capital: Jerusalém.
Jordânia. Capital: Amã. 
Arábia Saudita. Capital: Riad. Cidades importantes: Medina, Meca, Hofuf, Jiddah, Meca. 
Omã. Capital: Mascate.
Kuait. Capital: Al Kuait. 
Catar. Capital: Doha. 
Barein. Capital: Manama. 
Emirados Árabes Unidos. Capital: Abu Dabi.
Iêmen. Capital: Sana. Cidade principal:  Áden. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava ediçãoRio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 47 e 49.

Grafismo indicando atividade

Aponte o país mais ocidental e o país mais oriental do Oriente Médio. Em quais hemisférios essa região está localizada?

Orientações e sugestões didáticas

O país mais ocidental do Oriente Médio é a Turquia e o mais oriental é o Irã. O Oriente Médio situa-se nos hemisférios Norte e Oriental.

Percurso 25

Este Percurso trata das principais características físico-naturais do Oriente Médio e suas influências na distribuição populacional e no uso da terra. Aqui retomamos o uso da expressão “Oriente Médio” como criação europeia e sugerimos que seja explicada essa questão aos alunos. Ao abordar o uso da terra no Oriente Médio, é importante relacioná-lo às condições físico-naturais dessa região. Da mesma fórma, ao explicar o problema da escassez de água e de sua disputa pelos países da região, peça aos alunos que localizem nos mapas os rios que são citados no texto principal.

Os recursos didáticos disponibilizados complementam as explicações e colaboram para a compreensão e a aprendizagem dos conteúdos pelos alunos. Os mapas e os climogramas são de especial valia, pois sistematizam informações complexas, possibilitando aos alunos visualizar as interações, diferenciações, distribuições, arranjos espaciais etcétera Os boxes Pausa para o cinema e Navegar é preciso contribuem para dar continuidade ao aprendizado fóra da sala de aula. Incentive os alunos a buscar os títulos ou sites contidos nessas indicações sempre que possível.

Explique aos alunos que a herança cultural europeia no mundo ainda é grande e que até os dias atuais se usam as expressões “Oriente Médio”, “Oriente Próximo” e “Extremo Oriente” para designar essas regiões. Não é incorreto empregá-las, sabendo-se, no entanto, que elas derivam da visão eurocêntrica do mundo.

Não há consenso sobre os Estados ou países que compõem o Oriente Médio. A regionalização adotada em algumas publicações da ônu, por exemplo, não considera Turquia e Irã países do Oriente Médio.

Em relação ao Afeganistão, o mesmo ocorre, e neste livro, por razões didáticas, consideramos Turquia (parte asiática) e Irã países do Oriente Médio ou Ásia Ocidental, e o Afeganistão, país da Ásia Central, conforme representado no mapa da página 144 da Unidade 5, “Ásia: regionalização com base na localização dos países – 2021”.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero nove gê ê zero nove
  • ê éfe zero nove gê ê um quatro
  • ê éfe zero nove gê ê um cinco
  • ê éfe zero nove gê ê um sete

O Percurso 25 proporciona a análise dos aspectos físico-naturais, populacionais, econômicos e políticos do Oriente Médio. O estudo sobre a ocupação humana e o uso da terra dessa região é realizado por meio de interpretação de gráficos, como climogramas, e mapas temáticos, que possibilitam comparações e sínteses de informações geográficas. Os mapas são fundamentais para a análise espacial das informações apresentadas. Não deixe de explorá-los.

As áreas territoriais dos países que compõem o Oriente Médio são muito diferentes entre si. Da área total da região, ..6192398 quilômetros quadrados, a Arábia Saudita é o país de maior extensão territorial, com ..2149690 quilômetros quadrados; e o barêin é o menor país da região, com 760 quilômetros quadrados – pouco maior que o município de Goiânia (733 quilômetros quadrados), capital do estado de Goiás.

3. Aspectos físicos

No Oriente Médio, os climas desértico e semiárido, somados às altitudes do relêvo, condicionam a vida humana, a distribuição da população pelo território e a prática da agricultura e da pecuária. Observe os mapas A e B.

Oriente Médio: climas

Mapa A. Oriente Médio: climas. Mapa do Oriente Médio representando a distribuição dos principais tipos de clima.  
Desértico, em laranja: toda a costa da Arábia Saudita e do Iêmen junto o Mar Vermelho, porções central e leste da Arábia Saudita, porções oeste, sudoeste e sul do Iraque, sul de Israel, leste da Jordânia, porção centro-leste do Irã, e no Kuait, Barein, Catar, Emirados Árabes Unidos e Omã.  
Semiárido, em laranja-claro: centro do Iêmen, faixa no centro-oeste da Arábia Saudita, costa do Irã, faixa no centro do Iraque e centro da Turquia (parte asiática).  
Mediterrâneo, em verde: em toda a costa de Turquia (parte asiática), Síria, Líbano norte de Israel e no Chipre; porção norte da Síria e do Iraque e faixa no centro do Irã.   
Frio, em lilás: faixa estreita no noroeste do Irã. 
Abaixo, rosa dos ventos com o Norte levemente inclinado à esquerda e escala de 0 a 540 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.

Grafismo indicando atividade

Quais são os climas predominantes no Oriente Médio?

Orientações e sugestões didáticas

Os climas predominantes no Oriente Médio são o desértico e o semiárido.

Oriente Médio: físico

Mapa B. Oriente Médio: físico. Mapa do Oriente Médio representando as altitudes e as principais unidades de relevo.  
Altitudes em metros
Acima de 4.000 metros (marrom-escuro): porção centro-oeste do Irã, nos Montes Zagros, norte do Irã, pontos no planalto da Armênia e no sudoeste da península arábica.
De 1.500 a 4.000 metros (laranja-escuro): faixa no sentido sudeste-noroeste do Irã, no Planalto da Armênia e no centro da península da Anatólia, onde estão os Montes Taurus. 
De 500 a 1.500 metros (laranja-claro): toda a porção central da península arábica, onde está o Planalto da Arábia e o Deserto da Arábia; porções nordeste, leste e sudeste do Irã, onde estão o  Deserto do Irã e o Planalto do Irã e no interior da península da Anatólia.
De 200 a 500 metros (amarelo): faixa contorna todo o Oriente Médio, entre as áreas litorâneas dos países e seus territórios no interior.
Até 200 metros (verde): toda a costa da península arábica e do Irã, margens dos rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, norte do Chipre e norte da península do Sinai.   
Ao lado, rosa dos ventos com o Norte levemente inclinado à direita e escala de 0 a 470 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 88.

Grafismo indicando atividade

Identifique as fórmas de relêvo representadas no mapa.

Orientações e sugestões didáticas

As fórmas de relêvo representadas no mapa B são: planícies (com destaque para a da Mesopotâmia), planaltos (do Irã, da Armênia e outros) e montanhas (Zagros, no Irã etcétera).

Nos desertos do Oriente Médio, o clima desértico dificulta a fixação humana; por isso, a região apresenta baixa densidade demográfica, como indica o mapa da página seguinte.

Nas áreas de clima mediterrâneo, que se estendem da porção sul da Turquia aos litorais da Síria, do Líbano e de Israel, prolongando-se por uma faixa de terras iraquianas e iranianas, as densidades demográficas são mais elevadas (média e alta).

Além das áreas de clima mediterrâneo, a Planície da Mesopotâmia, formada pelos rios Tigre e Eufrates, destaca-se com densidades demográficas que variam de média a alta. A Planície da Mesopotâmia é o berço de antigas civilizações (sumérios, caldeus, assírios etcétera), que aí se desenvolveram graças ao aproveitamento da água dos rios para a prática da agricultura e da pecuária.

Orientações e sugestões didáticas

O conteúdo das páginas 198 e 199 propicia a conexão entre elementos físico-naturais do Oriente Médio e a ocupação territorial da região, evidenciando que aspectos climáticos e do relêvo estão vinculados à maneira pela qual os seres humanos desenvolvem suas atividades e produzem o espaço geográfico. Conduza a leitura e a comparação dos mapas dessas páginas para que essa relação fique evidente aos alunos.

Atividade complementar

Compare com os alunos os mapas A e B para recordar e evidenciar a influência recíproca entre o relêvo e o clima, mostrando, posteriormente, como tais características físico-naturais condicionam a ocupação humana e o uso da terra. Com base nesses mapas, peça aos alunos que concluam como deve estar distribuída a população no Oriente Médio. Registre na lousa essas conclusões e propicie um momento de debate sobre elas. Só após esta atividade, remeta-os ao mapa da página seguinte e ao mapa da página 201.

Interdisciplinaridade

Com o professor de História, sugerimos abordar a passagem de diversos povos pelo território da antiga Mesopotâmia e suas contribuições culturais: canais para a irrigação das plantações; fórma de escrita cuneiforme; astronomia; álgebra etcétera

Oriente Médio: densidade demográfica e aglomerações urbanas – 2020

Mapa. Oriente Médio: densidade demográfica e aglomerações urbanas,  2020. Mapa do Oriente Médio representando a distribuição da densidade populacional (habitantes por quilômetro quadrado) e a população das aglomerações urbanas. 
Habitantes por quilômetro quadrado.
De 50 a 100 habitantes por quilômetro quadrado (vermelho): áreas na costa da Turquia com o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro, litoral de Israel e Líbano, onde estão as cidades de Jerusalém e Beirute, e no centro do Iraque, onde está Bagdá.   
De 25 a 50 habitantes por quilômetro quadrado (laranja escuro): áreas na Turquia próximas ao litoral com o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro.
De 10 a 25 habitantes por quilômetro quadrado (laranja claro): noroeste do Irã, sudeste da Turquia (parte asiática), faixa no centro do Iraque e faixa no litoral sudoeste da Arábia Saudita e do Iêmen, abrangendo as cidades Jiddah e Sana.  
De 1 a 10 habitantes por quilômetro quadrado (amarelo): fragmentos na Turquia, na Síria e no Iraque, faixa no centro e no noroeste, oeste e sudoeste da Arábia Saudita e sul do Iêmen.  
Menos de 1 (verde): faixa no centro-leste do Irã, em Omã, nos Emirados Árabes Unidos, onde está a cidade de Abu Dabi, nordeste e noroeste do Iêmen, sudeste da Jordânia, sudoeste e sul do Iraque e nas porções nordeste, norte e centro da Arábia Saudita.   
Área desabitada (cinza): fragmentos no centro do Irã e no centro e no sul da Arábia Saudita. 

Aglomeração urbana (habitantes): 
Mais de 10 milhões: Izmir. 
Mais de 5 a 10 milhões: 
Mais de 1 a 5 milhões: Riad, EAU, Liddah, Sana, Beirute, Aleppo, ao redor de Isarael, Jerusalém, Beirute, Líbano, Turquia (parte asiática).  
De 300.000 a 1 milhão: Líbano, Israel, Turquia, Sana, ao redor de Bagdá.

Abaixo, rosa dos ventos com o Norte levemente inclinado à direita e escala de 0 a 400 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2014. página 98; UN-HABITAT. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. , 2020. página 3.

Grafismo indicando atividade

Ao comparar este mapa com os mapas A e B da página anterior, podemos perceber que as menores densidades demográficas correspondem a regiões ou áreas de quais condições naturais?

Orientações e sugestões didáticas

Ao compararem o mapa desta página com os da página anterior, os alunos devem concluir que as menores densidades demográficas correspondem às áreas ou regiões de climas desértico e semiárido, que abrangem, por exemplo, os planaltos da Arábia e do Irã, onde as condições naturais dificultam a fixação humana.

Nas altas montanhas do Irã e na porção leste da Turquia, as altitudes elevadas e o clima frio, inclusive com precipitação de neve, dificultam a fixação humana.

Nas áreas desérticas, a precipitação é praticamente nula e a amplitude térmica anualglossário é elevada, como ocorre em Riad, capital da Arábia Saudita (observe o climograma A). Nessas áreas, o aproveitamento agrícola só é possível por meio de técnicas de irrigação.

Climograma A: Riad (Arábia Saudita)

Gráfico. Climograma A: Riad (Arábia Saudita). Gráfico de colunas e de linha para representar a precipitação em milímetros e a temperatura em graus Celsius na cidade de Riad em cada mês do ano. 
No eixo vertical à esquerda estão os milímetros de precipitação, que vai de 0 a 200. No eixo vertical à direita está a temperatura em graus, que vai de 0 a 40. No eixo horizontal, os meses, de janeiro a dezembro. 
Latitude: 24 graus, 43 minutos norte. Longitude: 46 graus, 43 minutos leste. Altitude: 586 metros.
 
Janeiro. Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 15 graus Celsius. 
Fevereiro. Precipitação: 5 milímetros. Temperatura: 16 graus Celsius.
Março. Precipitação: 12 milímetros. Temperatura: 20 graus Celsius.
Abril. Precipitação: 5 milímetros. Temperatura: 25 graus Celsius.
Maio. Precipitação: 2 milímetros. Temperatura: 30 graus Celsius.
Junho. Precipitação: 2 milímetros. Temperatura: 32 graus Celsius.
Julho. Precipitação: 2 milímetros. Temperatura: 32 graus Celsius.
Agosto. Precipitação: 2 milímetros. Temperatura: 31 graus Celsius.
Setembro. Precipitação: 2 milímetros. Temperatura: 30 
Outubro. Precipitação: 2 milímetros. Temperatura: 30 graus Celsius.
Novembro. Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 25 graus Celsius.
Dezembro. Precipitação: 5 milímetros. Temperatura: 15 graus Celsius.

Fonte: CENTRO de Investigaciones Fitosociológicas. Sistema de clasificación bioclimática mundial. Disponível em: https://oeds.link/dmrRLr. Acesso em: 27 fevereiro 2022.

Já nas áreas de clima mediterrâneo, que favorece o desenvolvimento da agricultura e da criação de gado, onde se localiza, por exemplo, Beirute, capital do Líbano, a precipitação média anual é de cêrca de 900 milímetros e a amplitude térmica anual situa-se em torno de 20 graus Célsius (climograma B). De todos os países do Oriente Médio, apenas a Jordânia não possui litoral.

Climograma B: Beirute (Líbano)

Climograma B: Beirute (Líbano). 
Gráfico de colunas e de linha para representar a precipitação em milímetros e a temperatura em graus Celsius em cada mês do ano em Beirute. 
Beirute.
Latitude: 33 graus e 53 minutos norte. Longitude: 35 graus e 30 minutos leste. Altitude: 100 metros. 
No eixo vertical à esquerda estão os dados de precipitação em milímetros. No eixo vertical à direita estão os valores de temperatura em graus Celsius. No eixo horizontal, os meses, de janeiro a dezembro. 

Janeiro. Precipitação: 195 milímetros. Temperatura: 15 graus Celsius. 
Fevereiro. Precipitação: 160 milímetros. Temperatura: 15 graus Celsius. 
Março. Precipitação: 100 milímetros. Temperatura: 17 graus Celsius. 
Abril. Precipitação: 60 milímetros. Temperatura: 18 graus Celsius. 
Maio. Precipitação: 30 milímetros. Temperatura: 20 graus Celsius. 
Junho. Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 25 graus Celsius. 
Julho: Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 26 graus Celsius. 
Agosto. Precipitação: 10 milímetros. Temperatura: 28 graus Celsius. 
Setembro. Precipitação: 15 milímetros. Temperatura: 26 graus Celsius. 
Outubro. Precipitação: 60 milímetros. Temperatura: 25 graus Celsius. 
Novembro. Precipitação: 140 milímetros. Temperatura: 20 graus Celsius. 
Dezembro. Precipitação: 180 milímetros. Temperatura: 15 graus Celsius.

Fonte: WEATHER and Climate. World weather & climate information. Disponível em: https://oeds.link/D5WEM2. Acesso em: 27 fevereiro 2022.

O Golfo Pérsico concentra a maior produção de petróleo do mundo; por isso, também é chamado de “golfo do petróleo”.

Orientações e sugestões didáticas

Defina para os alunos o que é golfo. O termo é empregado para designar uma grande reentrância marítima em direção à terra. Explique que o golfo é maior que uma baía. Em seguida, proponha a eles que localizem o Golfo Pérsico no mapa da página 198 e, em seguida, identifiquem os países por ele banhados com base na observação do mapa da página 197. Espera-se que eles notem que os países do Golfo Pérsico são: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, barêin, Kuait, Iraque e Irã. Informe-lhes de que a importância do Golfo Pérsico será estudada no próximo Percurso.

Competências

A comparação dos mapas A e B da página anterior com o mapa desta página pode ser orientada com o propósito de desenvolver as Competências Específicas de Geografia 1 e 2, respectivamente: “Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas”; e “Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história”.

Atividade complementar

Leia e interprete com os alunos os climogramas A e B. Oriente-os a localizar as cidades a que se referem no mapa, fazendo relações com a densidade demográfica. Considerando as informações sobre a latitude e a longitude, solicite-lhes que caracterizem e comparem o verão e o inverno de cada cidade, identificando o período do ano em que ocorrem. Aproveite para verificar se eles se recordam dos conceitos de maritimidade e continentalidade. Pergunte qual desses fatores influencia o clima e o povoamento de Riad e de Beirute.

4. População, religião e línguas

Com população estimada para 2025 de mais de 372 milhões de habitantes, o Oriente Médio concentra cêrca de 5% da população mundial. O país mais populoso é o Irã, com mais de 88 milhões de habitantes, e o menos populoso é Chipre, com 1,2 milhão de habitantes.

Com exceção de Israel, onde a maioria da população segue o judaísmo (foto A), os povos do Oriente Médio professam, predominantemente, o islamismo (foto B), religião formada principalmente pelas seitas xiitas e sunitas, como você estudou no Percurso 19.

Fotografia A. Interior de um templo religioso. Há diversos bancos de madeira enfileirados em direção a um altar com detalhes em dourado. Há algumas pessoas com livros abertos e alguns homens usando chapéu e paletó escuro próximos aos bancos. Nas laterais direita e esquerda estão as paredes da construção. A parte de cima das paredes está pintada de branco. Há diversas janelas e castiçais com velas pendurados.
Judeus ortodoxos na sinagoga de Hurva, na cidade de Jerusalém, Israel (2019).
Fotografia B. Interior de uma sala grande onde diversas pessoas estão em fileiras e ajoelhadas e curvadas no chão. Ao fundo, arcos em formato de abóbadas e lustres dourados pendendo do teto.
Muçulmanos rezam em mesquita na cidade de mossúl, no Iraque (2021).

O árabe é a língua falada na maioria dos países do Oriente Médio. O árabe clássico – língua literária e religiosa – foi perpetuado pelo Corão. No século vinte, estruturou-se o árabe moderno, derivado do árabe clássico, que é usado por intelectuais, políticos, professores, diplomatas etcétera A população, em geral, não usa o árabe moderno, e sim dialetos, o que dificulta a comunicação entre pessoas de países diferentes. No Irã, por exemplo, o persa – língua oficial do país – usa o alfabeto árabe acrescido de alguns símbolos; em Israel, os idiomas oficiais são o hebraico e o árabe.

Ícone. Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Jerusalém, além das muralhas.

Direção: Tômas e . . . Estados Unidos: National Geographic, 1986. Duração: 59 minutos

Documentário sobre vários aspectos da antiga cidade de Jerusalém, berço de 3 mil anos de História.

Ícone. Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Portal IslamBrasil – Centro de Divulgação do Islam Para América Latina

https://oeds.link/DXRGdH

O site apresenta notícias atualizadas, textos, livros, reportagens e vídeos que contribuem para uma melhor compreensão sobre a presença do islamismo no Brasil e no mundo.

Orientações e sugestões didáticas

Discutir a liberdade religiosa, princípio básico das sociedades democráticas, abre oportunidade para enfatizar a pluralidade cultural no mundo, defender o princípio do respeito às diferenças e, assim, evidenciar a necessidade de promover a cultura de paz. Nesse momento, explique que o combate à intolerância religiosa é uma questão que precisa envolver toda a comunidade internacional por meio de ações que ressaltem e garantam a diversidade dos povos. Solicite aos alunos que mencionem, caso conheçam em seu ambiente próximo ou tenham observado na mídia, casos de intolerância religiosa no Brasil ou no mundo e aprofunde o debate com base nas falas deles.

Proponha aos alunos que comparem os locais de culto dos judeus ortodoxos e de muçulmanos observáveis nas fotos A e B. Pergunte o que há de comum e de diferente entre eles e dialogue sobre as respostas.

Interdisciplinaridade

Com o professor de História é possível esclarecer para os alunos as características comuns e divergentes do judaísmo e do islamismo. Outra possibilidade é, em conjunto com o professor de Arte, caracterizar e comparar essas religiões com base em suas expressões artísticas, que incluem artes visuais, músicas, danças, arquitetura etcétera

5. Abundância de petróleo e escassez de terras férteis e água

Das reservas mundiais de petróleo conhecidas, mais de 48% se localizam no Oriente Médio. Entretanto, a região convive com a escassez de água, com desertos e muitos rios temporários, e com poucas áreas favoráveis à agricultura (observe o mapa). Nas áreas onde ocorre a criação nômade de gado, os rebanhos de ovelhas, cabras e camelos não permanecem em uma mesma área, pois aí predominam estepes ralas, o que leva o pastoreio a se deslocar constantemente em busca de alimento.

Oriente Médio: uso da terra, petróleo e gás – 2019

Mapa. Oriente Médio: uso da terra, petróleo e gás, 2019. Mapa do Oriente Médio representando atividades de uso da terra e de exploração de petróleo e gás.  
Agricultura irrigada (vermelho):  áreas em Israel e Líbano próximas ao Mar Mediterrâneo, nas margens dos rios Tigre e Eufrates em Síria e Iraque, em fragmentos no centro da Arábia Saudita e em fragmentos do norte e oeste do Irã. 
Agricultura não irrigada (marrom-escuro): áreas no oeste da Síria, no centro da Turquia e no noroeste do Irã. 
Agricultura e criação extensiva de gado (lilás): áreas em toda a Turquia, no oeste, noroeste e norte do Irã e sudoeste de  Arábia Saudita e Iêmen.  
Criação nômade de gado (amarelo): maior parte do territórios do Irã, Iraque, Síria, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen e Omã.  
Floresta (verde): fragmentos no norte e oeste da Turquia, no Curdistão, no norte do Chipre e fragmentos no norte, noroeste e oeste do Irã. 
Deserto (marrom-claro): porção centro-noroeste e sudeste da Arábia Saudita, onde estão o Deserto de Nefud e o Deserto-Rub Al-Khali. 
Rio temporário (linha azul): alguns rios na porção oeste da Arábia Saudita, no Iêmen e um afluente do rio Eufrates no norte da Arábia Saudita e no Iraque.  
Petróleo (losango cinza): diversos postos em todo o Golfo Pérsico e no interior do Irã, do Iraque e da Turquia.  
Gás (losango lilás): no Golfo Pérsico, nos Emirados Árabes Unidos, em Omã e no sul do Irã. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 380 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 107; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 102.

Com exceção das áreas onde surgem os oásisglossário , a região é marcada por grande limitação para o desenvolvimento agrícola. Mesmo com o uso da irrigação, principalmente na produção de cereais e legumes, os países do Oriente Médio dependem da importação de alimentos. A Arábia Saudita, país de maior dependência, importa cêrca de 86% dos alimentos de que necessita.

Fotografia. Vista para uma extensa área com grandes plantações verdes e circulares em um terreno árido. Ao fundo, vasta planície desértica, sem nenhuma vegetação.
Agricultura irrigada em oásis entre al dauádimí e uadí ád dauasír, na Arábia Saudita (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Ao realizar a leitura e a interpretação do mapa, oriente os alunos a relacionar o que está representado nele com os conhecimentos que já têm sobre o relêvo e o clima do Oriente Médio. Esse procedimento possibilita mobilizar o que já foi estudado no decorrer do Percurso, com a finalidade de consolidar os conhecimentos e o pensamento espacial. Discuta os termos da legenda, verificando a compreensão de cada um e fazendo as explicações que julgar necessárias. Explore os princípios de extensão, diferenciação e distribuição do raciocínio geográfico para analisar as distintas fórmas de uso da terra no Oriente Médio.

Atividade complementar

Com base na observação do mapa desta página, peça aos alunos que pesquisem sobre a agricultura irrigada e a criação nômade de gado no Oriente Médio. Em duplas, eles devem descobrir qual é o motivo de essas atividades ocorrerem nas áreas representadas pelas côres vermelha e amarela no mapa. Em seguida, oriente-os a criar um infográfico com os resultados da pesquisa, podendo-se selecionar um ou mais países para evidenciar a ocorrência das atividades econômicas. Nesta proposta, os alunos deverão adotar uma postura ativa no momento da seleção e organização das informações, buscar dados em fontes reconhecidamente confiáveis e elaborar o infográfico por meio de textos explicativos e elementos visuais. Há plataformas digitais que fornecem imagens e ícones gratuitamente; apresentá-las aos alunos contribuirá para o uso pedagógico da tecnologia. Considerando os diferentes perfis dos estudantes, eles podem se dividir para realizar as tarefas para as quais tenham mais aptidão: pesquisar, elaborar os textos, usar as ferramentas digitais para elaborar o infográfico, entre outras.

• Água: fonte de tensão permanente na região

A escassez de água no Oriente Médio constitui uma questão complexa. Para entender melhor esse problema, é preciso compreender alguns dos principais conflitos que envolvem esse recurso natural na região.

O caso dos rios Tigre e Eufrates

Os países da Península Arábica, além de Jordânia, Síria, Israel e Cisjordânia (território palestino com ocupação israelense), enfrentam o problema da escassez de água. Embora se obtenha água nas usinas de dessalinização, a Arábia Saudita e os pequenos países do Golfo Pérsico são importadores de água potável.

Os rios Tigre e Eufrates nascem em território turco; daí correm em direção sudeste e atravessam a Síria e o Iraque, formando neste a histórica e fértil planície da Mesopotâmia (que quer dizer “terra entre dois rios”).

Fotografia. Vista para um rio amplo. No primeiro plano, porção de terra com um barco atracado. No segundo plano, o rio e, ao fundo, o rio entre montanhas.
Rio Eufrates, na Turquia (2021), que corre em direção à Síria e ao Iraque.

A Turquia, desde 1980, elaborou um projeto – Projeto da Grande Anatólia – para transformar o sudeste do país, região de estepes secas, em uma área de produção agrícola e de geração de energia elétrica. Para tanto, construiu barragens, canais de irrigação e hidrelétricas, principalmente no curso do Rio Eufrates.

Com isso, a Síria, que depende largamente das águas do Rio Eufrates, e o Iraque, que tem toda a vida humana relacionada a esse rio e ao Rio Tigre, constataram a diminuição do volume de água nos trechos que atravessam seus territórios. Apesar de protestos, de contatos diplomáticos e de ameaças, a Turquia continuou com a execução do projeto, fato responsável pela tensão existente até hoje entre esses países. Observe o mapa.

Oriente Médio: a água como causa de conflito – 2019

Mapa. Oriente Médio: a água como causa de conflito, 2019. Mapa do Oriente Médio representando aspectos dos conflitos por água na região. 
Usina de dessalinização (triângulo azul): usinas em toda a costa oeste e na costa leste da Arábia Saudita e na costa de Kuait, Barein e Emirados Árabes Unidos.
Principais barragens (símbolo de uma barragem): nos cursos do Tigre e do Eufrates no Iraque, na Síria e na Turquia (parte asiática).   
Canalização de água potável (linha tracejada roxa): do norte da Síria, passando por Damasco, até a Jordânia e a porção oeste da Arábia Saudita. Da Síria seguindo pela porção norte e leste da Arábia Saudita até o Barein, Catar e Emirados Árabes Unidos, com um trecho até Riad, no centro da Arábia Saudita.  
Aquífero fóssil (hachura verde): área no centro e faixa no noroeste da Arábia Saudita e sul da Jordânia.  
País que controla a vazão dos rios Tigre e Eufrates (laranja): Turquia (parte asiática) e Síria. 
País com projetos de dessalinização das águas do mar (amarelo): Arábia Saudita, Omã, Jordânia, Israel e Líbano. 
Salinização do solo pela irrigação: faixas às margens dos rios Eufrates e Tigre no Iraque e em trecho do rio Nilo, no Egito. 
Tensão ligada aos recursos hídricos (símbolo em formato de estrela): Israel, Líbano e Síria. 
Capacidade de dessalinização da água (mil metros cúbicos por dia): 
Arábia Saudita: 8.137 mil metros cúbicos por dia.
Kuait: 1.285 mil metros cúbicos por dia.
Barein: 283 mil metros cúbicos por dia.
Catar: 561 mil metros cúbicos por dia.
Emirados Árabes Unidos: 2.135 mil metros cúbicos por dia.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 320 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 102.

Grafismo indicando atividade

Qual é o país com maior capacidade de dessalinização da água do mar?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, o país com a maior capacidade de dessalinização da água do mar é a Arábia Saudita, com mais de 8 milhões de metros cúbicos por dia.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Oriente Médio: dessalinização das águas

[Som de vento e areia ao fundo]

[Locutora]: No Oriente Médio, os índices de pluviosidade são muito baixos, o que é uma característica dos climas semiárido e de deserto que predominam na região. Em alguns locais, a precipitação é praticamente nula e a consequente escassez de água dificulta a prática agrícola e a ocupação humana.

[Locutora]: Na tentativa de solucionar o problema da falta de água, muitos países dessa região têm investido na implantação de usinas de dessalinização das águas do mar e de águas salobras, a fim de ampliar a oferta hídrica para a população. Vamos conhecer mais sobre o assunto?

[Vinheta]

[Som de ondas ao fundo]

[Locutora]: As usinas de dessalinização utilizam tecnologias que retiram sais minerais e impurezas da água salgada ou salobra para torná-la potável. Esse tratamento é realizado por meio de processos físicos e químicos, como a evaporação e a osmose reversa.

[Locutora]: Alguns países do Oriente Médio dependem quase que exclusivamente de água dessalinizada. Na Arábia Saudita, por exemplo, essas usinas produzem cerca de 70% da água potável consumida no país. Israel, além de possuir a maior usina de dessalinização por osmose reversa do mundo, exporta tecnologia para países que têm interesse em transformar água salgada em potável. Outros países, como Emirados Árabes Unidos e Kuwait, também se destacam na produção de água dessalinizada.

[Vinheta]

[Locutora]: O principal benefício da dessalinização é assegurar a disponibilidade de água potável para a população do Oriente Médio. A água dessalinizada é utilizada não só para o abastecimento doméstico, mas também na agricultura e nas atividades industriais dos países que adotam essa técnica.

[Locutora]: A implantação das usinas de dessalinização colabora inclusive para a geração de empregos.

[Locutora]: Além das vantagens sociais e econômicas, especialistas acreditam que o uso de água dessalinizada contribui para a preservação de água doce, como rios e lagos, bem como da fauna e flora que dependem dela para sobreviver.

[Locutora]: Como o Oriente Médio é marcado por conflitos de diversas naturezas, acredita-se, da mesma forma, que essas iniciativas contribuam para a manutenção da estabilidade e da paz na região. 

[vinheta]

[Locutora]: Entre as desvantagens, podem-se destacar os altos custos de implantação das usinas, a dependência tecnológica e a destinação adequada dos sais minerais que sobram do processo de dessalinização da água. 

[Locutora]: Grupos de ambientalistas têm se manifestado contra a adoção da técnica pelos países do Oriente Médio. Eles alegam que as consequências do despejo do sal em ambientes marinhos ainda foram pouco estudadas. Portanto, seriam necessários mais investimentos em pesquisa sobre os impactos provocados pela reintrodução da salmoura no mar antes da implantação de novas usinas.

[vinheta]

[Locutora]: Apesar da discussão sobre suas vantagens e desvantagens, a produção de água dessalinizada tem sido uma solução viável para o problema da escassez hídrica enfrentado no Oriente Médio.

[Som de ondas ao fundo]

[Locutora]: As iniciativas realizadas na região encorajam outros países que sofrem com o mesmo problema, como Austrália e Estados Unidos, a repetir a iniciativa do Oriente Médio e destinar recursos para a implantação das usinas de dessalinização da água, ampliando, assim, a oferta hídrica para a população.

Orientações e sugestões didáticas

Solicite aos alunos que comentem o que sabem sobre a ameaça de escassez de recursos hídricos no mundo, assunto estudado no Percurso 4, da Unidade 1, na página 36.

Informe a eles que o Brasil exporta água mineral engarrafada para o Oriente Médio.

Interdisciplinaridade

O professor de Ciências pode auxiliar nesta etapa dos estudos explicando aos alunos o processo de dessalinização, os seus desafios e as suas consequências aos ecossistemas marinhos.

O caso da Bacia Hidrográfica do Rio Jordão

A Bacia Hidrográfica do Rio Jordão abrange terras da Síria, do Líbano, da Jordânia, da Cisjordânia e de Israel. O Rio Jordão, que corre do norte para o sul (observe o mapa), separa Israel da Síria e a Cisjordânia da Jordânia e deságua no Mar Morto.

Israel e Palestina: a questão da água – 2019

Mapa. Israel e Palestina: a questão da água, 2019. Mapa da porção extremo-oeste do Oriente Médio representando as altitudes e aspectos relacionados à água no norte do Egito, oeste da Jordânia e da Síria, sul do Líbano, Israel, Gaza e Cisjordânia.  
Acima de 1.500 metros (marrom): fragmentos no extremo oeste da Síria e  extremo oeste da Jordânia, onde há picos de 2.814 metros (Síria) e de 1.727 metros (Jordânia). 
1.000 a 1.500 metros (laranja-escuro):  fragmentos na porção oeste da Síria e da Jordânia.   
400 a 1.000 metros (laranja-claro): predomina na Síria, na Jordânia e na porção nordeste do Egito.   
200 a 400 metros (amarelo): faixa no oeste do Egito, de Israel, da Cisjordânia e do Líbano. 
0 a 200 metros (verde-claro): todo o litoral do Egito e de Israel.
Depressão (verde): predomina nas margens dos rios Jordão e Ued-Araba, na fronteira de Israel, Jordânia e Cisjordânia, onde se situam o Lago de Tiberíades, com menos 212 metros e o Mar Morto com menos 416 metros.  
Aquífero (hachura azul): em todo o litoral de Israel e na porção leste da Cisjordânia, próximo ao rio Jordão e onde estão as cidades de Nablus, Jericó, Jerusalém e Hebron. 
Canalização de água potável (principal):  do Lago de Tiberíades passando por Haifa, Tel Aviv Jaffa e Gaza.  
Estação de bombeamento (quadrinho preto): Lago de Tiberíades.
Barragem (retângulo preto): em afluentes do rio Jordão, na Jordânia.  
Zona de tensão pelo controle das águas do Rio Jordão: no rio Hasbani, próximo a Golan. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 30 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 103.

Grafismo indicando atividade

Em que rio se localiza a tensão pelo contrôle da água?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, a zona de tensão pelo contrôle da água entre Israel e Palestina se localiza no Rio Jordão.

Dos quatro rios que formam o Rio Jordão, somente o Rio Dan tem nascente em Israel. Os rios iarmúqui e Banias nascem na Síria, e o Rio rásbaní nasce no sul do Líbano.

O Rio Jordão tem pequeno volume de água em decorrência dos baixos índices pluviométricos anuais da região por onde passa – menos de 250 milímetros ao longo de seu curso – e da forte evaporação, provocada pelas elevadas temperaturas.

Na guerra de 1967 entre árabes e israelenses – a Guerra dos Seis Dias, que você vai estudar no Percurso 28 –, Israel ocupou a parte síria das Colinas de Golan, que se localizam na fronteira entre os dois países. Essa ocupação, mantida até os dias atuais, não teve apenas o objetivo de proteger a fronteira israelense; visou também impedir que a Síria construísse um canal que desviasse parte das águas do Rio iarmúqui. Caso o canal fosse construído, o volume de água do Rio Jordão diminuiria e isso afetaria a disponibilidade de água para Israel. Portanto, a Guerra dos Seis Dias pode ser entendida, também, como uma guerra pela água.

A questão da água leva ainda a compreender por que Israel resiste em deixar os territórios por ele ocupados na Cisjordânia durante essa guerra. Por meio da perfuração de poços, Israel retira dêsse território mais de 60% da água que consome, destinando-a, principalmente, à irrigação agrícola. Com o contrôle da água, Israel a distribui segundo seus interesses.

Orientações e sugestões didáticas

Além da disputa pelas águas dos rios Tigre e Eufrates, existem outros conflitos no mundo; entre eles podemos citar: 1. Bacia Hidrográfica do Rio Nilo, na África, onde a construção de barragens para hidrelétricas e para irrigação criou tensões entre vários países que compartilham essa bacia (Burundi, Ruanda, Uganda, Tanzânia, Quênia, Etiópia, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão e Egito). 2. Bacia Hidrográfica do Rio Mekong, na Ásia, onde a construção de barragens para a produção de energia elétrica comprometeu a vazão de águas. 3. Bacias hidrográficas dos rios Ganges e brâmapútra, que causam tensões entre Índia, Bangladesh e China. Sugere-se que os alunos localizem essas bacias hidrográficas em mapas físicos da África e da Ásia. Se achar oportuno, peça a eles que aprofundem os estudos sobre essas bacias e apontem as causas das tensões que envolvem os países que as compartilham.

É importante destacar que, durante a construção da usina hidrelétrica Itaipu Binacional, no Rio Paraná, houve alguns protestos por parte da Argentina.

Interdisciplinaridade

O professor de História poderá contribuir para contextualizar temporalmente a Guerra dos Seis Dias nesta etapa dos estudos.

Já com o apôio do professor de Ciências, sugerimos desenvolver um projeto interdisciplinar sobre o uso e a escassez de água, com foco no conceito de pegada hídrica e noções relacionadas a esse conceito. Para conduzir o trabalho, pode-se retomar o conteúdo estudado na abertura da Unidade 6, no livro do 6º ano desta coleção, que aborda a pegada hídrica, também chamada água virtual ou água invisível.

Temas contemporâneos transversais

Comente com os alunos que o abastecimento de água é um dos grandes problemas do mundo no século vinte e um e causa de diversos conflitos. No contexto do Oriente Médio, as disputas pela água levaram, entre outros motivos, à ocupação da Cisjordânia por Israel para que esse país tivesse contrôle das fontes subterrâneas da região e do Rio Jordão. Exalte a necessidade de convivência pacífica na região, considerando que a água pode ser compartilhada, como o ocorrido com a Bacia Hidrográfica do Rio Nilo entre os países africanos que têm acesso a ela: Egito, Sudão, Etiópia, Sudão do Sul, Uganda e Ruanda. O trabalho com esse conteúdo contempla os temas contemporâneos transversais Educação Ambiental e Educação em Direitos Humanos, dada a importância da água para garantir a sobrevivência e as atividades humanas.

PERCURSO 26 O ORIENTE MÉDIO E O PETRÓLEO

1. Golfo Pérsico: o “golfo do petróleo”

O Golfo Pérsico é formado por um mar epicontinental, ou seja, um mar aberto alojado sobre a plataforma continental dos países banhados por suas águas. Pouco profundo, com cêrca de 30 metros, comunica-se com o Golfo de Omã e com o Oceano Índico pelo Estreito de ormús. Ponto estratégico para o transporte de petróleo, esse estreito separa as terras dos Emirados Árabes Unidos e de Omã das terras do Irã.

Nas bordas do Golfo Pérsico localizam-se sete países: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, barêin, Kuait, Iraque e Irã. Em todos eles, a exploração de petróleo e gás natural é a principal fonte de renda.

O Golfo Pérsico – 2021

Mapa. O Golfo Pérsico, 2021. 
Mapa representando o Golfo Pérsico e os países que possuem territórios voltados para o golfo. 
Os países com litoral mais extenso no golfo são Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã. O Catar é uma península no Golfo Pérsico e por isso possui quase todo o território rodeado por água. Barein não pertence ao continente, sendo uma pequena ilha no Golfo Pérsico. Entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã há o Estreito de Omuz, uma passagem estreita de água entre os Emirados Árabes Unidos e o Irã.
Irã. Capital: Teerã. Cidades principais representadas: Hamadan, Kermanchah, Abadan, Isfahan, Qom, Yazd, Shiraz, Bandar Abbas, Kerman, Bam e Birjand.
Iraque. Capital: Bagdá. Cidades principais representadas: Najaf, Irbil, Kirkuk, An-Nasiriyah, Basra.
Kuait. Capital: Al Kuait
Arábia Saudita. Capital: Riad. Cidade principal representada: Hofuf.
Omã. Capital: Mascate. Cidades principais representadas: Adam, Al Khaluf, Sur.  
Emirados Árabes Unidos. Capital: Abu Dhabi.
Catar. Capital: Doha. 
Barein. Capital: Manama.
Kuait. Capital: Al Kuait.
Fronteira internacional (linha verde): entre Irã e Iraque. Entre Iraque e Arábia Saudita. Entre Iraque e Kuait. Entre Kuai e Arábia Saudita. Entre Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Entre Omã e Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Entre Arábia Saudita e Catar.  
Ferrovia (linha preta tracejada): no Iraque passando pelas cidades de Basra, Najaf e Bagdá. Na Arábia Saudita, de Riad a Hofuf. No Irã ligando as cidades Abadan, Qom e Yazd.  
Rodovia (linha vermelha): presente na Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Omã, Iraque, Catar e Kuait.  
Rio (linha azul): diversos rios no Iraque e um rio no Irã. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 200 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 49.

Grafismo indicando atividade

De acôrdo com o mapa, qual é o país do Golfo Pérsico de menor extensão territorial?

Orientações e sugestões didáticas

Conforme se observa no mapa, o país do golfo Pérsico de menor extensão territorial é barêin (com 760 quilômetros quadrados, um pouco menos da metade da área da cidade de São Paulo, que tem .1522 quilômetros quadrados).

Oriente Médio: as maiores reservas de petróleo

A história geológica favoreceu o Oriente Médio. Nessa região, ao longo de milhões de anos, ocorreu o processo de deposição de microrganismos marinhos animais e vegetais – chamados de plânctons –, que deram origem ao petróleo, fonte de riqueza dos países que aí se formaram. Arábia Saudita e Irã concentram as maiores reservas de petróleo do Oriente Médio, com 17,2% e 9,1%, respectivamente. Na região, estão localizadas 48,3% das reservas mundiais de petróleo, como mostra o gráfico da página seguinte.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 26

A existência de petróleo e suas consequências políticas e econômicas no Oriente Médio são assuntos tratados neste Percurso. Evidencie o caráter geopolítico do petróleo, destacando as chamadas alianças entre os países importadores e os países produtores de petróleo do Oriente Médio.

A seção Cruzando saberes mostra a formação geológica do petróleo no Oriente Médio. Os alunos poderão ler de modo alternado e em voz alta. Em caso de dúvidas, faça interrupções para poder saná-las. Solicite a participação de toda a classe nas respostas orais das questões propostas. Posteriormente, a sistematização deverá ser feita no caderno. Recorde conceitos básicos de geologia e de geomorfologia. Se julgar oportuno, retome as informações sobre a formação geológica e a produção de petróleo no mundo, conforme apresentado no Percurso 7, da Unidade 2, nas páginas 59 e 60.

Os gráficos, os mapas e o boxe No seu contexto apoiam as explicações, respaldando a compreensão dos alunos sobre os conteúdos. Explore esses recursos e as atividades complementares, propostas com a intenção de ampliar conhecimentos, identificar e sanar possíveis dúvidas e fixar os assuntos abordados.

Use os mapas das páginas 204 e 205 como projeção em uma tela em . Na impossibilidade de realizar esse procedimento e com a devida orientação, peça aos alunos que acompanhem sua explanação, observando esses mapas no livro.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero nove gê ê zero nove
  • ê éfe zero nove gê ê um quatro

O Percurso permite o desenvolvimento das habilidades de conhecer, analisar e explicar aspectos naturais, econômicos e políticos dos países do Oriente Médio. Destacam-se, especialmente, os processos de formação e exploração do petróleo na região, produto que a torna uma área geopolítica de destaque no cenário internacional. Os mapas e os gráficos possibilitam desenvolver a interpretação e a análise e são ferramentas fundamentais à elaboração do raciocínio geográfico.

Mundo: reservas de petróleo (em porcentagem) – 2020

Gráfico. Mundo: reservas de petróleo em porcentagem, 2020. Gráfico circular representando a porcentagem das reservas de petróleo por continente e região. 
Oriente Médio, em laranja: 48,3 por cento. 
Américas Central e do Sul, em amarelo: 18,7 por cento. 
América do Norte, em verde: 14,0 por cento. 
África, em azul: 7,2 por cento. 
Europa, em lilás: 7,0 por cento.
Ásia, exceto o Oriente Médio, em vermelho: 4,7 por cento.
Oceania, em cinza: 0,1 por cento.

Fonte: elaborado com base em . Statistical review of world energy 2021. septuagésima edição London: , 2021. páginaponto 16.

Como grande parte das reservas mundiais de petróleo concentra-se no Golfo Pérsico, aí se localizam também os principais portos de escoamento do produto e deles partem oleodutos e gasodutos que atravessam os desertos para chegar ao Mar Vermelho e ao Mar Mediterrâneo (observe o mapa).

Oriente Médio: petróleo e gás – 2019

Mapa. Oriente Médio: petróleo e gás, 2019. Mapa do Oriente Médio representando aspectos relacionados à exploração de petróleo e gás na região. 
Petróleo (triângulo lilás): diversas ocorrências no interior de Omã, no litoral e no interior dos Emirados Árabes Unidos, no litoral do Golfo Pérsico e no interior da Arábia Saudita, no Catar, em Barein, no mar do Golfo Pérsico, no Kuait, no litoral e no interior do Iraque e do Irã, algumas ocorrências na Turquia (parte asiática), três ocorrências no interior do  Iêmen, e na Península do Sinais (Egito).  
Gás (círculo vermelho): diversas ocorrências no litoral do Irã e dos Emirados Árabes Unidos, uma ocorrência em Omã, uma no Catar, algumas no interior do Irã e uma no Egito.  
Refinaria de petróleo (símbolo verde): diversas ocorrências em Israel, Líbano, Egito, Turquia, Irã, Iraque, Arábia Saudita, Kuait, Emirados Árabes Unidos. Uma ocorrência em Síria, Jordânia, Catar e Iêmen.  
Porto petroleiro (quadrado amarelo): diversas ocorrências no litoral do Kuait, da Arábia Saudita, de Israel, Egito e Líbano. Algumas ocorrências no litoral do Catar, Omã, Iêmen, Irã e Turquia. 
Oleoduto (linha marrom): Iêmen, Omã, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuait, Iraque, Irã, Turquia (parte asiática), Jordânia, Líbano, Israel e Egito. 
Gasoduto (linha roxa): Omã, Turquia (parte asiática), Irã, Kuait e Egito. 
Produção de petróleo (milhões de toneladas) (círculo vermelho)
Arábia Saudita: 562 milhões de toneladas. Iêmen: 2 milhões de toneladas. 
Omã: 47 milhões de toneladas. 
Emirados Arábes Unidos: 176 milhões de toneladas. 
Catar: 80 milhões de toneladas. 
Kuait: 146 milhões de toneladas. 
Irã: 234 milhões de toneladas. 
Iraque: 221 milhões de toneladas. 
Síria: 1 milhão de toneladas . 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 107; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 102.

Grafismo indicando atividade

Em qual região do Oriente Médio ocorre a maior concentração espacial da produção de petróleo?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, a maior concentração espacial da produção de petróleo, na região do Oriente Médio, ocorre no Golfo Pérsico.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

No Oriente Médio, muitas jazidas de petróleo se localizam no Golfo Pérsico. No Brasil, onde se localizam as maiores jazidas de petróleo conhecidas?

Orientações e sugestões didáticas

Ao responder à questão do boxe No seu contexto, espera-se que os alunos expliquem que, no Brasil, as maiores jazidas de petróleo se localizam nas bacias petrolíferas de Campos (Rio de Janeiro e Espírito Santo) e de Santos (São Paulo), em áreas conhecidas como “camada do pré-sal”.

Sugere-se ao professor a leitura do texto a seguir, que apresenta questões geopolíticas e econômicas envolvendo a produção e a comercialização de petróleo no mundo, considerando os principais países envolvidos nesses processos e as consequências oriundas da pandemia de covíd-19. Os mapas e gráficos favorecem uma abordagem panorâmica e podem, inclusive, subsidiar a aula, ampliando a análise sobre o Oriente Médio: DELGADO, Fernanda. Fundamentos de Petropolítica: o livre mercado petrolífero em tempos da covíd-19. éfe gê vê Energia, Edição Especial Caderno Opinião, número 151, página 4-29, abril 2020.

Com base no mapa, explique para os alunos que no Afeganistão está prevista a construção do gasoduto tápi (Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia). Esse megaprojeto de .1814 quilômetros foi concebido na década de 1990, mas avançou pouco devido às tensões entre a Índia e o Paquistão e, desde agosto de 2021, a retomada do poder do Talibã no govêrno do país após vinte anos de ocupação militar estadunidense. Chamado de Peace Pipeline (Gasoduto da Paz), em sua concepção, o projeto prevê transportar 33 bilhões de metros cúbicos de gás do campo galquinishi, no Turcomenistão, para o Afeganistão, Paquistão e, finalmente, a Índia. Esse megaprojeto envolve, além dos interesses geoestratégicos e econômicos desses países, os chineses, estadunidenses, iranianos e russos.

Atividade complementar

Proponha aos alunos que examinem os traçados dos oleodutos e dos gasodutos no Oriente Médio, representados no mapa, relacionando-os com a divisão política, representada no mapa da página 197. Explore também informações que remetem à escala. Pergunte, por exemplo: “Qual é a direção desses oleodutos e gasodutos?”; “Que países eles atravessam?”; “Quantos quilômetros têm, aproximadamente, os mais extensos gasodutos e oleodutos do Oriente Médio?”.

• A busca por alianças

Por causa de seus recursos petrolíferos, o Oriente Médio tem importância estratégica, geopolítica e econômica no cenário mundial. Os países da Europa Ocidental, os Estados Unidos, a China e o Japão, maiores consumidores de petróleo, dependem do fornecimento da região e procuram manter alianças com os países produtores, visando assegurar suas fontes de abastecimento.

Há interesses também por parte de alguns países do Oriente Médio em manter alianças com os Estados Unidos. Na Arábia Saudita, por exemplo, alguns setores da sociedade estão descontentes com a fórma de govêrno do país, uma monarquia absolutista islâmica, ou seja, um govêrno autocráticoglossário , em que o rei detém o poder e governa de acôrdo com a Sharia, lei fundamentada em princípios islâmicos; não há uma Constituição. Além disso, grupos xiitas do Iraque e do Irã são motivo de preocupação para o reinado da dinastia saúdi da Arábia Saudita, que teme perder o poder conquistado desde o início do século vinte.

Por isso, o govêrno dêsse país procurou o alinhamento com os Estados Unidos contra eventuais ameaças. Em troca, por ser o maior produtor de petróleo do Oriente Médio e exercer grande influência sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)glossário , a Arábia Saudita tem fôrça suficiente para evitar colapsos no fornecimento do “ouro negro” para o mercado mundial e, particularmente, para os Estados Unidos. A presença militar estadunidense ocorre em todos os países do Golfo Pérsico (foto), menos no Irã, que mantém uma série de impasses com países do Ocidente.

Em geral, esses impasses são relativos à oposição do govêrno iraniano à existência do Estado de Israel e à falta de apôio dado pelas potências do Ocidente à causa palestina. Soma-se a esse fato a acusação de que o Irã estimula o confronto entre xiitas e sunitas iraquianos e ­desenvolve um programa nuclear com fins militares.

A China tem se aproveitado desses impasses para se aproximar do Irã. O mesmo ocorre com países da Ásia Central, como Uzbequistão, Cazaquistão e Turcomenistão, que, também ricos em petróleo, despertam o interesse da Rússia, da China e dos Estados Unidos.

Fotografia. Grupo de militares fardados em pé, em uma superfície de concreto com algumas estruturas metálicas caídas no chão. O grupo está em semicírculo e  observa dois soldados se cumprimentarem. Ao fundo, vista para uma cidade com construções e áreas arborizadas.
Soldados das fôrças de coalizão, lideradas pelos Estados Unidos, em Bagdá, Iraque (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Atividades complementares

Promova uma atividade de aprofundamento dos conhecimentos sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (ôpép). Solicite aos alunos que pesquisem quais são os países que a compõem, quais seus objetivos e fórmas de atuação. A pesquisa pode ser feita em grupos, e os trabalhos devem ser apresentados em data previamente combinada. Discuta os resultados e esclareça o que porventura não tenha sido compreendido.

Com o objetivo de resgatar o que já foi estudado sobre a Ásia Central, peça aos alunos que identifiquem, em um mapa político ou em um atlas geográfico, os países que pertencem a essa região. A resposta pode ser encontrada no mapa da página 144.

Interdisciplinaridade

Para a compreensão do poder político da ôpép, trabalhe em parceria com o professor de História as crises do petróleo dos anos 1970. Outro tema que pode ser explorado em conjunto é o contexto de criação do Estado de Israel.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Oriente Médio: de gôndwãna aos conflitos pelo subsolo

“Boa parte do Oriente Médio tem suas terras provenientes da fragmentação do gôndwãna . É importante considerar que a antiguidade desses terrenos e sua sujeição a longos processos de erosão explicam a predominância de superfícies bastantes aplainadas no relêvo regional.

Na Era Secundária, desenha o continente Eurásio-Africano, graças ao deslocamento contínuo das placas continentais amarrotando os sedimentos, elevandos-os, desde a região mediterrânea europeia atual, por toda a Ásia Central, até o Sudeste Asiático. É nesse eixo que se encontram muitas das maiores elevações de nosso planeta.

Como se pode inferir, a formação territorial do Oriente Médio faz parte de uma grande orquestração geológica, cuja ressonância [repercussão] abrange um enorme quadro geográfico euro-afro-asiático.

reticências A grande motivação que vem arregalando os ólhos e despertando a cobiça da humanidade pelas terras do Oriente Médio é o que se encontra como jazimentoglossário no subsolo dessas suas grandes bacias sedimentares.

De todas as bacias sedimentares existentes no Oriente Médio, a maior delas se estende de sudeste para noroeste, encaixada entre o escudoglossário planáltico da península da Arábia e as montanhas jovens do Irã. Pelo centro dela correm, quase paralelos, dois rios – os maiores do ‘mundo árabe, afora o Nilo: o Tigre e o Eufrates. reticências

Essas bacias têm ligação com os fenômenos geológicos ocorridos nas duas últimas eras e com os fenômenos paleoclimáticosglossário e biológicos que geraram a ocorrência de determinados vegetais e animais, nos respectivos sistemas ambientais daqueles tempos, e sua posterior fossilização.

A fauna marinha, soterrada, entrando em decomposição e fossilização, gerou o maior repositório de orgânicos fósseis do mundo, representado pelos imensos campos de gás natural, petróleo e xisto pirobetuminosoglossário .”

SANTOS, Maurício S. Divergências atuais no Oriente Médio: israelenses, palestinos e suas razões. Rio de Janeiro: E-papers, 2002. página 23-27.

Tipo clássico de jazimento de petróleo e gás natural

Ilustração. Tipo clássico de jazimento de petróleo e gás natural. Ilustração esquemática para representar um corte transversal na superfície e as camadas por que passam as estruturas de exploração de gás e de petróleo. 
De cima para baixo: na superfície, há três torres, duas de exploração de petróleo e uma de exploração de gás. Da primeira sai um tubo que passa pelas seguintes camadas: rochas impermeáveis, gás, água, ardósia, petróleo, água, calcários e petróleo. Da segunda, sai um tubo que passa apenas pelas camadas de rochas impermeáveis e gás. Da terceira torre, o tubo sai e passa pelas camadas de rochas impermeáveis, gás, água, ardósias, gás e petróleo. Na parte mais abaixo, há camadas de calcários e arenitos.

Fonte: ALTABA, M. Font; ARRIBAS, A. San Miguel. Atlas de geologia. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1964. página gê dois.

 Interprete

  1. De maneira resumida, explique a formação das imensas jazidas de petróleo do Oriente Médio.
  2. Como você explicaria a um colega o que são placas tectônicas?

 Argumente

3. Atualmente, é correto dizer que a disputa nessa região não é mais pelo solo, e sim pelo subsolo? Explique sua resposta.

Orientações e sugestões didáticas

Tema contemporâneo transversal

O tema contemplado nesta seção é a Educação Ambiental. Destaque que o conhecimento de Geografia Física e Geologia auxilia na compreensão dos ambientes terrestres. Entretanto, conceitos usados por essas ciências são importantes para que os alunos consigam entender os textos relativos a elas, até mesmo os referentes ao desta seção.

Respostas

  1. Segundo o texto, a fragmentação do gôndwãna originou intensos processos geológicos nas massas continentais que soergueram o relêvo. Essa configuração, aliada aos longos processos erosivos e aos fenômenos paleoclimáticos e biológicos, gerou grande sedimentação e acúmulo de material orgânico que, compactado pela continuidade do processo de sedimentação, foi fossilizado, gerando imensas reservas de gás natural, petróleo e xisto betuminoso, existentes na região.
  2. “Placas tectônicas são placas rígidas que formam a litosfera, possuindo espessuras que variam de 100 quilômetros a 200 quilômetros e que se movem em várias direções, com velocidades variadas. A migração dos continentes é uma consequência da movimentação das placas tectônicas. Além disso, o choque das placas pode causar a ocorrência de terremotos e erupções vulcânicas.” (GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. nona edição Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. página 487.) As placas se movimentam sobre o manto, constituído por um material – o magma – que está também em constante movimento. Estabelecem-se, no manto, correntes de convecção de magma e gases, que podem ser ascendentes e descendentes. Por acumular muita energia, essas correntes deslocam horizontal e verticalmente as placas tectônicas, numa velocidade que varia de 2 centímetros a 3 centímetros por ano. Tais placas se chocam, afastam-se ou correm lateralmente umas em relação às outras, provocando fenômenos geológicos como vulcanismo, terremotos, dobramentos e falhas.
  3. Sim. No passado, houve intensa ocupação de povos na região em busca de suas terras férteis e de suas águas; hoje a disputa é pelo petróleo existente no subsolo da região.
Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 25 e 26

Registre em seu caderno.

  1. Explique por que a expressão “Oriente Médio” reflete uma visão eurocêntrica.
  2. Caracterize a agricultura do Oriente Médio.
  3. A respeito da Bacia Hidrográfica do Rio Jordão, faça o que se pede.
    1. Indique os países e os territórios localizados nessa bacia.
    2. Além da intenção de proteger sua fronteira, que outro fator motivou Israel a ocupar as Colinas de Golan, na Síria, na Guerra dos Seis Dias?
  4. A que se deve a importância geopolítica e econômica do Oriente Médio no cenário mundial?
  5. Observe o mapa e a legenda e faça o que se pede.
Mapa. Mapa do Oriente Médio com a divisão política. Os países estão representados em tom amarelo claro, com exceção de dois.  
País em verde: localizado na península arábica, faz fronteira ao sul com Iêmen e Omã e detém mais de 17 por cento das reservas de petróleo do Oriente Médio.
País em lilás: localizado na porção leste do Oriente Médio, é banhado ao norte pelo Mar Cáspio, seu litoral sudoeste está voltado pra o Golfo Pérsico e o país mantém diversos impasses com o Ocidente.
Ponto geopolítico estratégico (representado por uma bandeira vermelha): está localizado no mar, em uma pequena passagem de água entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã. 
Área de conflito (representada por uma estrela amarela): em um país situado no Oriente Médio, banhado pelo Mar Mediterrâneo e que faz fronteira com Líbano, Síria, Jordânia e Egito. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 49.

  1. Identifique o país representado pela côr verde e o tipo de clima predomina nele.
  2. Há um impasse político sobre tecnologia nuclear entre o país representado em lilás e o Ocidente. Identifique esse país e explique esse impasse.
  3. Por que a bandeira vermelha, no mapa, indica um ponto geopolítico estratégico?
  4. A área de conflito representada no mapa envolve quais povos?

6. Compare o mapa a seguir com os mapas A e B da página 198. Com base nesses três mapas e em seus conhecimentos, interprete a distribuição das principais atividades econômicas no território da Arábia Saudita.

Arábia Saudita: uso da terra – 2019

Mapa. Arábia Saudita: uso da terra, 2019. Mapa do Oriente Médio representando as atividades econômicas realizadas no solo da Arábia Saudita.  
Mata (verde-escuro): estreita faixa no sudoeste. 
Campos e pastagens (verde): fragmentos no sudoeste.
Agricultura irrigada (verde-claro): fragmentos no sudoeste, no centro, a noroeste e na costa leste, em locais onde há a presença de oásis.  
Pastagens pobres com pastoreio nômade (em amarelo): áreas em toda a porção central, sudoeste, oeste, noroeste, norte, nordeste e leste do território.  
Terras improdutivas (em rosa-claro): todo o território ao sul e sudeste e algumas áreas no norte, no oeste e no centro.   
Exploração de petróleo (em roxo): áreas próximas à costa leste e sudeste.   
Exploração de gás (em vermelho): fragmentos isolados no sudeste.   
Oásis (símbolo de duas árvores): espalhados pelo centro, sudoeste, oeste, noroeste e nordeste do território.
Tamareiras (símbolo de uma árvore): ocorrência na costa nordeste.
Fruticultura (símbolo de uma fruta): ocorrência no sudoeste e no centro.
Horticultura (símbolo de um grão): ocorrência no sudoeste, no centro e no nordeste. 
Trigais (símbolo de um trigo): ocorrência na porção central.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em báutisman, aléquissis (.). Atlas géopolitique mondial 2019. Mônaco: Éditions du Rocher Aix-en-Provence: Areion Group, 2019. página 57; MAPPERY. Saudi Arabia Land Use Map. Disponível em: https://oeds.link/OwEf3S. Acesso em: 20 abril 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Porque foi criada pelos europeus para se referirem à região da Península Arábica, que se situa a oriente (leste) da Europa. Essa denominação reflete a visão que considera a Europa o centro do mundo e ponto de referência para a localização geográfica de outras regiões da Terra.
  2. Em decorrência do predomínio dos climas desértico e semiárido e pela escassez de água, a região tem limitações relacionadas ao desenvolvimento da agricultura, com exceção das áreas de oásis. Nas áreas irrigadas, são plantados principalmente cereais e legumes. Os países do Oriente Médio dependem, em maior ou menor grau, da importação de alimentos.
    1. Síria, Líbano, Jordânia, Cisjordânia e Israel.
    2. Impedir que a Síria construísse um canal de derivação das águas do Rio iarmúqui, localizado nas Colinas de Golan. Caso o canal fosse construído, o volume de água do Rio Jordão diminuiria, afetando a disponibilidade de água para Israel.
  3. O Oriente Médio tem importância estratégica, geopolítica e econômica no cenário mundial em razão de seus recursos petrolíferos. Os países da Europa Ocidental, os Estados Unidos, a China e o Japão, maiores consumidores de petróleo, dependem do fornecimento dessa região.
    1. É a Arábia Saudita e o tipo de clima é o desértico.
    2. É o Irã, antiga Pérsia. O impasse político corresponde ao programa nuclear iraniano. O Irã é acusado pelos países do Ocidente de desenvolver armas nucleares, mas o govêrno dêsse país alega que o programa visa ao uso pacífico da tecnologia nuclear.
    3. A bandeira vermelha está localizada no Estreito de ormús, passagem importante para o transporte de petróleo.
    4. Israelenses e palestinos.
  4. A agricultura está restrita aos oásis e às terras irrigadas, por causa da predominância dos climas desértico e semiárido e da consequente escassez de água. A criação de gado é caracterizada pelo nomadismo. Por ser realizada no mesmo tipo de clima, onde não há pastagens em abundância, é necessário que os rebanhos se desloquem constantemente em busca de alimento. As áreas de exploração petrolífera e de gás também estão em porções do território em que predominam o clima desértico e altitudes moderadas, no sudeste do país.

7. Observe a imagem de satélite do Oriente Médio e leia as informações. Em seguida, aponte, em seu caderno, a alternativa incorreta e explique por que ela está errada.

Imagem de satélite. Imagem de satélite do Oriente médio com algumas localidades indicadas por números. 
1. Golfo que banha Irã, Kuait, Iraque, Arábia Saudita, Barein, Catar e Emirados Árabes Unidos. 
2. Golfo que banha o Iêmen no Oriente Médio e Djibuti e Somália na África. 
4. Mar que banha Iêmen e Arábia Saudita na Ásia e Egito, Sudão, Eritreia e Djibuti na África.
5. Canal que liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo.
6. Mar que, no Oriente Médio, banha Israel, Líbano, Síria, a ilha de Chipre e Turquia (parte asiática). 
7. Península onde se localiza a parte asiática da Turquia.
8. Mar que banha, no Oriente Médio,  porção norte da parte asiática da Turquia.
9. Mar que, no Oriente Médio, banha porção norte do Irã.
  1. Os pontos 1 e 2 correspondem, respectivamente, ao Golfo Pérsico e ao Golfo de Omã.
  2. Os pontos 3, 4 e 5 correspondem, respectivamente, ao Golfo de Áden, ao Mar Vermelho e à Península do Sinai ou Canal de suês.
  3. Enquanto o ponto 6 corresponde ao Mar Mediterrâneo, o ponto 7 corresponde à Península da Anatólia (Turquia).
  4. O ponto 8 corresponde ao Mar Cáspio e o 9, ao Mar Negro.

8. Leia o fragmento de texto e responda.

Mas o que é esse ‘Oriente’? Onde ele fica? Quem são seus habitantes? Para a maioria das pessoas, ‘Oriente’ é um lugar misterioso e mágico, onde há ou houve tapetes voadores, príncipes e reis, terras longínquas, costumes e tradições incompreensíveis e ‘atrasadas’. Nesse lugar mitológico, que só existe em nossa imaginação, não há pes­soas reais, de carne e osso. Há pessoas cobertas de véus, camelos, islâmicos raivosos e fanáticos .”

ARBEX Júnior, José. Islã: um enigma de nossa época. São Paulo: Moderna, 1996. página 97.

  1. Em sua opinião, o que teria sido responsável por difundir mundialmente essa imagem mítica do Oriente?
  2. Compartilhe sua resposta do item anterior com um colega e conversem sobre o tema abordado no texto. Em seguida, apresentem à turma os argumentos que vocês elaboraram.

9. Observe o gráfico e faça o que se pede.

Mundo: os 12 países maiores produtores de petróleo (em porcentagem) – 2020

Gráfico. Mundo: os 12 países maiores produtores de petróleo em porcentagem, 2020.
Gráfico de barras com os nomes dos países maiores produtores de petróleo no eixo vertical e os valores em porcentagem no eixo horizontal. 
Estados Unidos: 17,1%.  
Rússia: 12,6%. 
Arábia Saudita: 12,5%. 
Canadá: 6,1%. 
Iraque: 4,9%. 
China: 4,7%. 
Emirados Árabes Unidos: 4,0%. 
Brasil. 3,8%. 
Irã: 3,4%. 
Kuait: 3,1% 
México: 2,3% 
Noruega: 2,2%.

Fonte: elaborado com base em . Statistical review of world energy 2021. septuagésima edição London: , 2021. página 19.

  1. Entre os 12 maiores produtores de petróleo do mundo em 2020, quantos e quais são os países do Oriente Médio que constam no gráfico?
  2. Calcule, em porcentagem, a participação desses países do Oriente Médio na produção mundial de petróleo.
  3. Aponte o percentual da participação do Brasil na produção mundial de petróleo.
  4. Aponte a relação entre o que representa esse gráfico e o da página 205.

10. Com a perspectiva da diminuição das exportações de petróleo, diante do futuro esgotamento dêsse recurso natural, muitos países do Oriente Médio têm investido em diferentes alternativas econômicas. Em grupo, façam uma pesquisa sobre o assunto. Concluído o trabalho, troquem a pesquisa com a de outro grupo para complementar suas informações.

Orientações e sugestões didáticas
  1. A proposição incorreta é a alternativa “d”. O ponto 8 corresponde ao Mar Negro e o 9, ao Mar Cáspio.
    1. Espera-se que os alunos percebam a influência do eurocentrismo na propagação e na perpetuação dessa imagem mítica por meio de notícias ocidentais e da cultura de massa reproduzida em desenhos animados, literatura, cinema e música. Sobre o tema, consulte: saíd,éduard . Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Discuta o papel da rede al jazíra na constituição de uma fórma de comunicação com base no olhar árabe. Vale indicar o filme Filhos do paraíso, de marridi marridí, uma produção iraniana de 1997 que mostra a cultura persa do Irã do ponto de vista local (duração: 87 minutos).
    2. Essa estratégia favorece uma postura ativa, estimulando a reflexão, o diálogo e a argumentação. Organize a aula de maneira que todos possam ter alguns minutos para analisar a resposta do colega e trocar impressões sobre o fragmento de texto. Com isso, espera-se que a compreensão e a problematização do assunto sejam contempladas. Na última etapa, os alunos irão apresentar o que o colega lhes disse, com a intenção de garantir que os alunos tenham uma escuta ativa e se esforcem para apreender e expressar com precisão o pensamento dos demais.
    1. São cinco: Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Irã e Kuait.
    2. 27,9%.
    3. 3,8%.
    4. A relação deste gráfico com o da página 205 está na grande produção de petróleo pelos países que estão localizados nos continentes, subcontinentes ou região em que há grandes reservas dêsse hidrocarboneto, com destaque para os países do Oriente Médio e das Américas.
  2. Discuta com os alunos a circulação de capital, bens, informações e pessoas no Oriente Médio e o estímulo ao desenvolvimento do setor de consumo de luxo nesses países, especialmente naqueles mais alinhados com o Ocidente. Cite os hotéis e empreendimentos residenciais de alto luxo nos Emirados Árabes Unidos, com a construção de ilhas artificiais, hotel submerso e o maior edifício do planeta, o bârji kalifá, com mais de 800 metros de altura. A ideia do turismo de luxo no Oriente Médio é atrair pessoas e seus investimentos, bem como imigrantes, para que, dessa fórma, seja dado novo impulso econômico à região após o declínio da exportação de petróleo. O turismo de negócios é outro setor com grande desenvolvimento, por exemplo, em Riad, com hotéis de altíssimo padrão, em barêin, Catar e Kuait. Esses hotéis estão sempre associados a shoppings imponentes, lojas e restaurantes de grifes famosas. Destacam-se em Dubai, nos Emirados Árabes, o incentivo ao investimento estrangeiro em zonas francas, e em dôrra, no Catar, o investimento em educação e tecnologia de ponta.

PERCURSO 27 ISRAEL E PALESTINA

1. Antecedentes históricos

Desde épocas remotas, as terras que hoje correspondem a Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza eram ocupadas por árabes e hebreus. Ao longo da História, essas terras foram invadidas por vários povos – babilônios, assírios, persas, gregos, romanos e otomanos. Uma das invasões de Jerusalém, em 586 antes de Cristo, por Nabucodonosor, imperador da Babilônia, provocou a primeira diásporaglossário judaica. Em 70 antes de Cristo, com a cidade sob o domínio romano, ocorreu a segunda diáspora. Após outras invasões e alternâncias de poder, a região passou a fazer parte do Império Otomano, em um período que se prolongou até 1917.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os britânicos ocuparam a região para combater os otomanos, aliados da Alemanha. Nessa tarefa, foram ajudados pelos árabes locais (observe a foto). Terminadas a guerra e a dominação otomana, a Sociedade das Nações (conhecida também com o nome de Liga das Nações), em 1922, delegou à Grã-Bretanha um mandato sobre a região, que, desde os tempos bíblicos, seria a Palestina para os árabes e Canaã para os judeus.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, diversas pessoas com trajes militares que olham para um grupo de homens vestidos com trajes longos e escuros e que está à frente deles. Eles estão em um local com areia no chão que parece uma praia. Ao fundo, no lado direto, há uma construção feita com blocos de pedra que se assemelha a uma fortaleza. No lado esquerdo, uma casa com dois andares, janelas e telha.
Jerusalém, em 9 de dezembro de 1917: após a entrada das tropas britânicas, o general édimund álenbi cumprimenta os notáveis da cidade. Atrás dele, oficiais franceses e italianos, cujas tropas ajudaram nessa conquista britânica contra os turcos.
Orientações e sugestões didáticas

Percurso 27

Neste Percurso, são fornecidos elementos históricos importantes, como a diáspora judaica, a ocupação otomana e britânica da região, o sionismo, o antissemitismo, a formação do Estado de Israel e o radicalismo de ambas as partes, ou seja, de palestinos e israelenses, que dificulta a obtenção da paz. Esses conhecimentos preparam os alunos para a leitura e a compreensão dos conflitos árabe-israelenses representados no Percurso 28, havendo, portanto, complemento entre os conteúdos trabalhados nas páginas seguintes da Unidade. Acompanhe os alunos na leitura e na interpretação dos conflitos árabe-israelenses, sempre esclarecendo eventuais dúvidas. Como as tensões na região não cessaram, solicite a eles que pesquisem esse assunto nos noticiários jornalísticos e tragam para a sala de aula o que entenderam dele para uma discussão coletiva.

Incentive os alunos a consultar as indicações de filmes dos boxes Pausa para o cinema e de livro do boxe Quem lê viaja mais. Oriente a leitura e a interpretação do mapa e das fotos.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero nove gê ê zero oito

Os conflitos israelenses e palestinos evidenciam a complexidade do estabelecimento de fronteiras e as transformações territoriais no Oriente Médio. O assunto é trabalhado a fim de evidenciar o processo histórico e transitório de formação dos territórios.

Interdisciplinaridade

Sugere-se trabalhar com o professor de História a questão israelense-palestina, as diásporas judaicas, a criação do Estado de Israel e as origens dos conflitos e organizações relacionados.

A partir de 1896, a publicação do livro O Estado judeu, do jornalista judeu téodor rérs, que vivia na Áustria, reacendeu nesse povo o desejo de recriar um Estado próprio para colocar fim à sua dispersão no mundo e às perseguições. Os judeus desejavam voltar para sua antiga origem, Canaã. Com esse livro, nasceu um movimento que ficou conhecido pelo nome de sionismo (de Sion, nome de uma colina de Jerusalém onde há dois mil anos se desenvolveram os reinos israelitas), que tinha como objetivo recriar o Estado judeu.

A partir daí, iniciou-se um fluxo imigratório de judeus para a região, principalmente da Europa Central e Oriental, onde o antissemitismoglossário era mais intenso. Com dinheiro coletado entre a comunidade judaica espalhada pelo mundo, terras ocupadas por árabes passaram a ser compradas, e nelas foram estabelecidas colônias agrícolas judaicas (quibutzim, plural de quibútzi).

O crescimento dos quibutzim provocou reações de descontentamento dos árabes-palestinos, que constituíam a maioria da população na região. Calcula-se que, no início do século vinte, viviam nessa área cêrca de 500 mil árabes e 50 mil judeus; com a imigração, estima-se que, em 1930, os judeus somavam 300 mil e, em 1947, cêrca de 480 mil.

À medida que os fluxos migratórios para a região aumentavam, cresciam os conflitos entre os dois povos (foto). Os árabes-palestinos sentiram-se ameaçados nos seus direitos sobre a terra. Em 1936, os britânicos, ao perceber que os conflitos poderiam se ampliar, elaboraram um plano de divisão da região em dois Estados, um árabe e outro judeu. A proposta foi rechaçada pelos árabes.

A Grã-Bretanha, que tinha grandes interesses no petróleo do mundo árabe, acabou não insistindo na proposta. Assim, diante da resistência árabe e do pouco empenho da Grã-Bretanha na criação do Estado judeu, o movimento sionista se acirrou, com a organização de grupos armados dispostos a combater a resistência árabe e britânica, o que levou aos primeiros atentados na região.

Fotografia em preto e branco. Vista para uma rua com algumas pessoas no primeiro plano correndo em várias direções. Algumas pessoas com trajes militares seguram cassetetes. No segundo plano, a rua está repleta de pessoas aglomeradas. Elas procuram fugir de algumas pessoas vestidas com trajes militares que se movimentam em direção a elas. Nos dois lados da rua há casas com lonas que servem de cobertura voltadas para a calçada.
Militares britânicos dispersam multidão de árabes-palestinos durante protesto contra a imigração de judeus na cidade de Jaffa, região da Palestina, durante o mandato britânico (1936).
Ícone. Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Lawrence da Arábia.

Direção: deivid lian. Reino Unido: Columbia Pictures, 1962. Duração: 222 minutos

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o personagem central é transferido para a Arábia e une-se aos árabes na luta contra o Império Otomano, que dominou a região. O filme apresenta belas paisagens do Oriente Médio.

Orientações e sugestões didáticas

Explique mais detalhadamente o que são os quibutzim: comunidades israelenses autogeridas, caracterizadas pela propriedade e produção agrícola e agroindustrial coletivas.

Interdisciplinaridade

O texto desta página permite discutir novamente a multiplicidade cultural e a defesa do respeito às diferenças, afastando preconceitos. Com o professor de História, sugerimos reportar o pêso da atuação da Igreja Católica, entre os séculos doze e dezessete, quando foi criado o Tribunal do Santo Ofício, conhecido também como Tribunal da Inquisição, e iniciou-se a perseguição aos cristãos-novos, isto é, aos judeus recém-convertidos à fé cristã. Também é oportuno abordar o regime nazista e a perseguição aos judeus, de modo a desenvolver a habilidade ê éfe zero nove agá ih um três do componente curricular História: “Descrever e contextualizar os processos da emergência do fascismo e do nazismo, a consolidação dos estados totalitários e as práticas de extermínio (como o holocausto)”.

Atividade complementar

Peça aos alunos que pesquisem sobre o conceito de sionismo e criem um vídeo de animação com no máximo um minuto de duração para explicá-lo. Após buscarem as informações, eles devem organizá-las em uma narrativa sintética e objetiva que será usada como roteiro do vídeo. O estilo do vídeo poderá ser escolhido pelos estudantes. Uma possibilidade interessante é o uso da técnica “white board animation”, na qual uma mão é filmada desenhando um mapa conceitual sobre um quadro branco. Há aplicativos que produzem esse efeito que podem ser acessados gratuitamente na internet. Essa proposta exige dos estudantes uma postura ativa na seleção e organização das informações e favorece o uso pedagógico da tecnologia para pesquisa e posterior compartilhamento dos conteúdos criados pelos estudantes.

2. A criação do Estado de Israel

Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o massacre do povo judeu provocado pelo regime nazista alemão, a causa da criação do Estado judeu ganhou simpatizantes em todo o mundo. Assim, diante da frequência dos ataques armados das organizações sionistas contra os britânicos na Palestina, a Grã-Bretanha levou a questão da criação do Estado de Israel à ônu.

No dia 29 de novembro de 1947, a ônu aprovou um plano de divisão da região pelo qual se criava o Estado de Israel, com 14 mil quilômetros quadrados, e o Estado Palestino, com 11,5 mil quilômetros quadrados de terras descontínuas, estendendo-se pela faixa de Gaza e pela Cisjordânia (observe o mapa).

Israel e Palestina: plano de partilha – 1947

Mapa. Israel e Palestina: plano de partilha, 1947. Mapa do território de Israel e Palestina em 1947 e seus territórios vizinhos.  
Estado judeu, Israel em 1947, na cor laranja: faixa na direção norte-sul que faz fronteira com a porção do Egito situada na Península do Sinai ao sul, com a Transjordânia a sudeste, o Mar Mediterrâneo a oeste e com a Síria e o Líbano ao norte.   
Estado árabe, Palestina em 1947, em verde: dois territórios separados por uma estreita faixa (Israel). Um território menor é uma faixa que faz fronteira com o Egito (península do Sinai) a sudoeste, Israel a leste e o Mar Mediterrâneo a oeste. Mais ao norte está o segundo território, que faz fronteira com a Transjordânia a leste, Israel a oeste, sudoeste e sul e Líbano ao norte.  
Jerusalém (zona internacional): localizada no centro do segundo território do Estado árabe. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 80 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 103.

Grafismo indicando atividade

Com quais países Israel faz fronteira ao norte?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, ao norte, Israel faz fronteira com a Síria e o Líbano.

A cidade de Jerusalém, em razão do seu significado histórico e religioso para judeus, muçulmanos e cristãos, ficaria sob o contrôle da ônu, constituindo, assim, uma zona internacional. Em 14 de maio de 1948, o líder israelense Deivid Ben-Gurion proclamou o Estado de Israel.

A Liga Árabe, fundada em 1945 pelos países árabes, incluindo os palestinos, com o objetivo de fortalecer a unidade e a cooperação entre os países-membros, não aceitou a partilha proposta pela ônu nem a criação do Estado de Israel.

Tais acontecimentos acirraram os conflitos, inaugurando um novo capítulo de impasses, guerras, ocupações territoriais, atentados e animosidade entre árabes e israelenses, que, transcorridos quase 80 anos, ainda não cessaram.

Fotografia em preto e branco. Interior de uma grande sala. No primeiro plano, vários homens sentados em cadeiras em duas fileiras voltadas para a direita e uma fileira voltada para a esquerda, de maneira que eles ficam de frente uns para os outros. Ao fundo, uma mesa com diversos homens de terno e gravata sentados e olhando de frente para os demais. No meio da mesa, há um homem de terno e gravata em pé, segurando uma folha de papel na mão e fazendo um discurso. Um dos homens está em pé e segurando um papel. Atrás deles, parede com um quadro e dois símbolos de uma estrela formada por dois triângulos.
Deivid Ben-Gurion lê a Declaração de Independência do Estado de Israel no salão do antigo Museu de tél avívi (atual Museu da Independência), horas antes do término do mandato britânico sobre a Palestina (14 de maio de 1948).
Ícone. Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

quédima.

Direção: amós guitái. França: Agav Hafakot, 2002. Duração: 100 minutos

Alguns dias antes da criação do Estado de Israel, um grupo de judeus sobreviventes do Holocausto tenta se estabelecer na Palestina. No caminho, o encontro com os árabes dá início a uma trágica batalha.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Discuta com os alunos a posição internacional do Brasil no processo de criação do Estado de Israel. Nosso país foi a favor da partilha da Palestina em um Estado árabe e outro israelense. O processo se deu com intensa participação do então embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Osvaldo Aranha, que foi homenageado em Israel, dando nome a uma praça. Solicite aos alunos que pesquisem os detalhes da contribuição de Osvaldo Aranha na criação de Israel. A atividade pode ser realizada em grupo de até 4 alunos. Eles devem apresentar os resultados de sua pesquisa em sala de aula. A atividade possibilita ampliar os conhecimentos dos alunos sobre o funcionamento da ônu, o processo de criação do Estado de Israel e o envolvimento brasileiro nesse processo. Aproveite a oportunidade para identificar e sanar dúvidas sobre o tema.

3. O radicalismo obstrui a paz

Do lado palestino, os radicais islâmicos – grupos ramás, Hezbollahglossário , jirrád islâmico, Brigada dos Mártires de al áquissa, entre outros opõem-se ao reconhecimento do Estado de Israel; do lado israelense, grupos também radicais rejeitam a formação do Estado Palestino, defendendo até mesmo a expulsão dos palestinos da região e a ocupação da Cisjordânia. Essas posturas têm prejudicado a evolução das negociações e o estabelecimento da paz.

Outro grande impasse entre Israel e a Autoridade Nacional Palestinaglossário diz respeito a Jerusalém. Em Jerusalém Oriental vivem cêrca de 200 mil palestinos que desejam instalar aí a capital de seu futuro Estado – o que não é aceito por Israel, que considera a cidade pertencente aos judeus. Para agravar a situação, em 2017, o então presidente dos Estados Unidos, dônald tramp, reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Tal iniciativa foi condenada por diversos governos de países do Oriente Médio e da Europa. Considerada unilateral, essa decisão não contribuiu para a paz, servindo para acirrar a tensão no Oriente Médio e desgastar ainda mais a imagem dos Estados Unidos na região, em razão da invasão ao Iraque, em 2003, entre outras ocorrências.

Esse problema, somado às questões de acesso e contrôle da água por Israel e à construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental nos últimos anos, fato reprovado publicamente por diversos países, torna a questão ainda mais complexa. Além disso, os refugiados palestinos que retornaram para Gaza e Cisjordânia (em 2020, somavam mais de 2,3 milhões) encontram dificuldades relacionadas a habitação, trabalho, hospitais, escolas, entre outras, e estão ainda mais vulneráveis em decorrência dos conflitos na região.

No próximo Percurso, você vai conhecer de fórma resumida os principais fatos que marcaram as relações entre árabes e israelenses nas últimas sete décadas.

Fotografia. No primeiro plano, pessoas segurando uma grande faixa com escritos em árabe e, atrás delas, outras pessoas com bandeiras da Palestina e cartazes com escritos em árabe. Atrás, edifícios.
Palestinos protestam, em maio de 2018, contra a decisão da implantação da Embaixada dos Estados Unidos na cidade de Jerusalém, fato que reafirmou a decisão de Israel de tornar essa cidade sua capital.
Ícone. Seção Quem lê viaja mais.

QUEM LÊ VIAJA MAIS

ós, Amós.

Contra o fanatismo. Rio de Janeiro: édiouro, 2004.

O romancista israelense mostra nesse livro como a intolerância e o fanatismo comprometem a existência da paz não só entre palestinos e israelenses, como também no mundo.

Ícone. Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Uma garrafa no mar de Gaza.

Direção: tierrí binistí. França, Israel, Canadá: TS Productions, EMA Films, Lama Films, 2010. Duração: 100 minutos

Vivendo a cêrca de 96 quilômetros de distância um do outro, Tal é uma israelense de 17 anos que mora em Jerusalém, enquanto Naïm é um palestino de 20 anos que mora em Gaza. O filme retrata suas vidas diferentes e marcadas pelos conflitos israelo-palestinos, e como uma garrafa jogada ao mar pode transformá-las.

Orientações e sugestões didáticas

Promova uma reflexão com os alunos sobre o fato de que o radicalismo de qualquer natureza interfere negativamente nas relações pessoais, coletivas e políticas. É uma oportunidade para ressaltar a necessidade da tolerância e do respeito às diferenças e individualidades (religiosa, étnica ou cultural etcétera), reafirmando a importância da construção da cultura de paz na sociedade.

A Agência da ônu para Assistência a Refugiados Palestinos (ú êne érre dáblio á, sigla em inglês) representa qualquer pessoa cujo local de residência era a Palestina no início dos conflitos com Israel em 1948 e que foi obrigada a fugir das guerras subsequentes, bem como os descendentes dessas pessoas que continuaram a se deslocar para países vizinhos ou em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Para conhecer o trabalho da agência, acesse o seu site oficial, em inglês, no endereço eletrônico indicado a seguir. Disponível em: https://oeds.link/evOdTx. Acesso em: 12 abril 2022. Sugere-se o trabalho com alguma notícia recente disponível na página.

Tema contemporâneo transversal

A violência dos conflitos entre israelenses e palestinos enseja reflexões sobre o tema Educação em Direitos Humanos.

Atividade complementar

Os espaços geográficos são construídos ao longo da história das sociedades humanas. Assim, possuem uma historicidade, são realidades temporais. Por serem socialmente produzidos, confirma-se o caráter de produto social, político e cultural deles, sendo que, neste último, se incluem também as manifestações religiosas.

Com base nisso, peça aos alunos que realizem uma pesquisa sobre a organização espacial da cidade de Jerusalém segundo as religiões professadas por seus habitantes. Se possível, solicite-lhes que façam um croqui da cidade considerando a repartição espacial de seus habitantes ou bairros com base nas religiões. Sugere-se a consulta a um atlas geográfico escolar que contenha representações de Israel, de territórios palestinos e de Jerusalém.

PERCURSO 28 OS CONFLITOS ÁRABES-ISRAELENSES

1. Mais de sete décadas sem paz

Como estudamos no Percurso anterior, a partilha da ônu e a criação do Estado de Israel, em 1948, não foram aceitas pela Liga Árabe. Isso desencadeou uma série de acontecimentos que tornaram tensas as relações no Oriente Médio, particularmente entre árabes e israelenses.

Linha do tempo. Linha do tempo do conflito árabe-israelense indicando os anos de 1948, 1956, 1967, 1973 e 1978, com fotografias, mapas e textos explicativos.
1948. Texto explicativo: Criação do Estado de Israel. Exércitos de Egito, Síria, Jordânia, Iraque e Líbano atacam o novo Estado de Israel. A guerra chega ao fim em janeiro de 1949, com a ocupação por Israel de territórios que não lhe pertenciam de acordo com a partilha da ONU, ampliando em cerca de 40 por cento o território original. Acompanha fotografia em branco e preto de alguns soldados correndo em um campo gramado com a seguinte legenda: Ofensiva do exército israelense sobre a tropa egípcia no Deserto de Neguev, 1948.
1956. Texto explicativo: O Presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, nacionaliza o Canal de Suez e proíbe o tráfego de navios israelenses. Tropas francesas, inglesas e israelenses invadem a Península do Sinai e ocupam o Canal de Suez. A ONU envia uma força de paz. Ao lado do texto, fotografia em preto e branco de um navio em uma praia e diversos barcos ao redor com a seguinte legenda: Bloqueio de navios no Canal de Suez, 1956.
Há uma seta indicado para o período 1940/1950.
Período 1940/1950. Mapa Fundação de Israel, 1947 - 1949. O mapa representa o território de Israel com alterações feitas após o plano de partilha da ONU em 1947. Nesse território, a faixa de Gaza corresponde à área ocupada pelo Egito. A porção oeste do território era ocupada pela Jordânia e nela estão indicadas as cidades de Nablus, Hebron e Jerusalém. Na porção oeste do território, que inclui a cidade de Tel Aviv, há uma área com assentamento judeu. O Estado judeu, representado na cor laranja, ocupa estreita faixa no norte do território, seguindo para o sul, onde abrange a maior parte dessa porção. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 80 quilômetros. Acompanha texto explicativo: Entre 1947, quando foi proposto o plano de partilha da ONU, e 1949, ocorreram as primeiras alterações nas fronteiras do recém-criado Estado judeu. Observe as áreas representadas em laranja.
1967. Texto explicativo: Durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupa a Península do Sinai, a faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golan (Síria). Para manter o domínio desses territórios, Israel instala colônias nas áreas ocupadas.
1973. Texto explicativo: Em 6 de outubro, feriado religioso judaico do Yom Kippur, Dia do Perdão, tropas egípcias, sírias e de outros países árabes avançam sobre a Península do Sinai e as Colinas de Golan para reconquistá-las. Israel repele os ataques e continua a ocupar esses territórios. À direita do texto, fotografia em preto e branco de quatro pessoas andando lado a lado. Três são soldados e um veste um traje longo e está dando as mãos para os soldados que estão ao seu lado. Legenda: Soldados egípcios escoltados por israelense na fronteira do Canal de Suez, 1973.
1978. Texto explicativo: Com a mediação dos Estados Unidos, é firmado o Acordo de Camp David entre Egito e Israel, que determinou a devolução da Península do Sinai ao Egito. Israel não concordou em devolver a faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golan (Síria). Abaixo do texto, fotografia de três homens de terno e gravata sentados lado a lado assinando papeis em uma mesa. Legenda da foto: Anuar Sadat, presidente do Egito, Jimmy Carter, dos Estados Unidos, e Menahen Begin, de Israel, assinando o Acordo de Camp David em 1978. Há uma seta indicando para o período 1960/1970.
Período 1960/1970. Mapa. Guerra dos 6 dias, 1947. Mapa representando o território de Israel em 1967 e aspectos da Guerra dos 6 dias. No mapa, setas representam a incursão israelense em junho de 1967. As setas partem do território de Israel em direção ao Egito (Península do Sinai), chegando ao Canal de Suez e de Israel em direção à Síria e à Jordânia. No mapa, parte do território da Síria (colinas de Golan) e o território da Cisjordânia estão conquistados por Israel. Estrelas vermelhas representam pontos de destruição total das forças aéreas egípcias e elas estão no Egito, próximo à fronteira com Israel. Triângulos verdes localizados no Golfo de Áden representam o bloqueio naval egípcio. Acima, rosa dos ventos e, abaixo, escala de 0 a 130 quilômetros. Acompanha texto explicativo: As setas mostram o sentido de expansão da ocupação israelense. Após a Guerra dos Seis Dias, o território de Israel passou de 14 mil quilômetros quadrados para 89.400 quilômetros quadrados de área.

Fonte dos mapas: cunemân ludivig organização. Historical atlas of the world. Bratislava: péragón, 2010. página 339 e 340.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 28

Este Percurso permite continuar os estudos sobre as transformações territoriais no Oriente Médio, com destaque para os conflitos entre palestinos e israelenses. O conteúdo desta e da próxima página é sistematizado cronologicamente por meio de textos, fotos e mapas e apresenta um panorama de distintos períodos desde os anos 1940 até os dias atuais. Mais adiante, na página 217, a seção Mochila de Ferramentas explica como são obtidas as imagens de satélite e desvenda o procedimento necessário para lê-las e interpretá-las. Acompanhe os alunos na leitura explicativa do tratamento das imagens resultantes do sensoriamento remoto e oriente-os a ler a imagem de satélite que mostra a porção noroeste do Oriente Médio, com a Península do Sinai e o Canal de suês; em seguida, remeta-os às questões propostas.

Habilidade da Bê êne cê cê

ê éfe zero nove gê ê zero oito

O Percurso 28 aprofunda a habilidade de análise a respeito das mudanças de fronteiras e das transformações de territórios palestinos, israelenses e sírio. As tensões e os conflitos entre esses povos são sistematizados historicamente. Os mapas associados à linha do tempo e à interpretação de imagens de satélite são recursos fundamentais para o desenvolvimento da habilidade mencionada.

Continuação da linha do tempo do conflito árabe-israelense indicando os anos 1982, 1987, 1993, 2000, 2002, 2005, 2008 e 2014 a 2020, com fotografias, mapas e textos explicativos.
1982. Texto explicativo: Em junho, Israel invade o Líbano para aniquilar forças palestinas e mantém a ocupação do sul desse país até o ano de 2000.
1987: Texto explicativo: Civis palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, áreas anteriormente ocupadas por Israel, usam pedras para atacar soldados israelenses nos protestos populares que ficaram conhecidos como Intifada (“rebelião”, em árabe). Abaixo do texto, fotografia de um grupo de pessoas com os rostos cobertos por um pano onde somente os olhos aparecem. Essas pessoas estão com os braços para o alto, comemorando algo, e uma delas segura uma bandeira. Legenda: Palestinos durante a Primeira Intifada, em Nablus, Cisjordânia, 1988.
1993. Texto explicativo: É assinado o Acordo de Oslo (Noruega), que firma o reconhecimento recíproco de Israel e da OLP (Organização da Liberdade da Palestina) como representante do povo palestino e prevê a devolução da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Abaixo: fotografia de três homens; dois deles estão se cumprimentando e o terceiro está atrás deles e os abraça. Legenda: Yitzhak Rabin, Bill Clinton e Yasser Arafat na assinatura do Acordo de Oslo, 1993. Há uma seta indicando para o período 1980/1990.
Período 1980/1990. Mapa. Políticas de assentamento de Israel, 1975 a 1984. Mapa representando Israel, a Península do Sinai, sul do Líbano e da Síria e oeste da Jordânia. No mapa, a península de Sinai está dividida em 3 porções: faixa no litoral com o Mar Vermelho devolvida por Israel ao Egito em 1975; a segunda ocupa porção a oeste e foi área devolvida por Israel ao Egito de 1979 a 1980; a terceira porção está próxima à fronteira com Israel e corresponde à área devolvida por Israel ao Egito em 1982. Em Israel, Gaza e a porção a leste na fronteira com a Jordânia correspondem a territórios palestinos ocupados. Ao norte de Israel, áreas do Líbano ocupadas por Israel de 1982 a 1983 e desde 1984 e, no leste da Síria, Colinas de Golan anexadas por Israel em 1981. Acima, rosa dos ventos e abaixo, escala de 0 a 130 quilômetros. Acompanha texto explicativo: Repare que, enquanto a Península do Sinai foi devolvida por Israel ao Egito gradativamente, continuaram as ocupações em territórios sírios e libaneses.
2000. Texto explicativo: Tem início uma nova Intifada, motivada pela visita do general israelense Ariel Sharon a Jerusalém Oriental, lugar sagrado para os muçulmanos, que entenderam a visita como forma de Israel afirmar sua soberania sobre a cidade. Ao lado do texto, fotografia de grupo de pessoas com a bandeira da Palestina e com os braços para cima. Atrás delas há soldados com uniformes e escudos. Legenda: Protesto de palestinos em Jerusalém Oriental, 2001.
2002. Texto explicativo: Israel inicia a construção de um muro para separar seu território da Cisjordânia; o muro, porém, não obedece às fronteiras de 1948, e a ação é condenada pela ONU.
2005: Texto explicativo: Israel começa a desocupação da Faixa de Gaza e a retirada dos assentamentos de colonos israelenses. A região é tomada pelo grupo palestino radical Hamas. Ao lado, fotografia mostrando, à esquerda, um homem vestindo uniforme militar segurando uma arma. Ele observa um grande muro do outro lado da rua, onde uma máquina elevatória suspende um homem até a parte do alto do muro. Na rua, no entorno, algumas pessoas passando. Legenda: Militar israelense protege trabalhadores na construção do muro entre Israel e Cisjordânia.
2008. Texto explicativo: O grupo Hamas lança foguetes sobre o território israelense. Israel, em resposta, dá início a uma operação de combate na Faixa de Gaza. Além da destruição de edifícios, ruas e estradas, morreram no conflito 1.400 palestinos e 13 israelenses.
2014 a 2020. Texto explicativo: Durante esse período, o grupo Hamas continuou lançando foguetes sobre Israel. Em resposta, Israel bombardeou a faixa de Gaza diversas vezes. Israel não aceita um governo de união nacional na Palestina entre o Hamas e o Fatah; os palestinos exigem a retirada dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e o reconhecimento de suas fronteiras de antes da guerra de 1967, além de que a parte oriental de Jerusalém seja a capital do futuro Estado Palestino. Essas reivindicações são rejeitadas por Israel. Há uma seta indicando para o período 2000/2020.
Período 2000/2020. Mapa. Políticas e Palestina, 2020. Mapa de Israel representando o controle israelense sobre as diversas áreas do país. Área sob controle civil e militar palestino: pontos na Cisjordânia. Área sob controle civil palestino e controle militar conjunto israelense-palestino: faixa de Gaza. Área inteiramente sob controle israelense: áreas dentro da Cisjordânia. Assentamento israelense, área urbana ou limite de cidade: Jerusalém. Ao norte de Israel e leste da Síria, Golã ocupado. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 120 quilômetros. Acompanha texto explicativo: A disputa territorial entre israelenses e palestinos na Cisjordânia continua indefinida. Além da construção do muro, Israel mantém colônias nessa área. A ONU não reconheceu a anexação das Colinas de Golan por Israel.

Fonte do mapa Políticas de assentamento de Israel 1975-1984: cunemân ludivig organização. Historical atlas of the world. Bratislava: Parragon, 2010. página 341.

Fonte do mapa Políticas e Palestina 2020: elaborado com base em báutisman, aléquissis (.). Atlas géopolitique mondial 2021. Mônaco: Éditions du Rocher Aix-en-Provence: Areion Group, 2020. página 65.

Orientações e sugestões didáticas

Competências

A evolução das transformações territoriais de Israel e da Palestina desde o fim da Segunda Guerra Mundial deve remeter à leitura e comparação dos mapas das páginas 214 e 215. Na orientação da observação dos mapas, considere, primeiro, mobilizar a Competência Específica de Geografia 3: “Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem”. Em seguida, é necessário ter em mente o desenvolvimento da Competência Geral da Educação Básica 9: “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”; como também da Competência Específica de Ciências Humanas 1: “Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de fórma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos”.

Chame a atenção dos alunos para os sofrimentos humanos e os prejuízos sociais, populacionais e materiais decorrentes de uma guerra e dialogue com eles sobre a necessidade da construção de um mundo pacífico em que se respeitem as diferenças. Novamente, cabe ressaltar a importância de promover a cultura de paz, se possível envolvendo a comunidade escolar em uma conversa mais ampla sobre o tema, em que sejam abordados os impactos, as causas e as possíveis soluções para outros conflitos no mundo.

Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Após uma década de guerra (2011-2021), Síria é assolada pela fome

“Uma catástrofe dentro de uma catástrofe: a Síria está afundando em um redemoinho de violência e conflitos há uma década, desde a eclosão da guerra civil, em 15 de março de 2011. Há anos que milhões de pessoas não têm o essencial. Após a guerra, vem a fome: mais da metade da população não tem acesso regular a alimentos suficientes, mais de 12 milhões de pessoas. Só [em 2020], foram acrescentados mais de 4 milhões de famintos.

Essas cifras foram relatadas no final de fevereiro [de 2021] pelo coordenador de ajuda emergencial das Nações Unidas, márc loucóqui, diante do Conselho de Segurança da ônu em Nova iórque. O britânico tinha fatos ainda mais sombrios: mais de meio milhão de crianças sofrem de desnutrição crônica na Síria.

reticências

Além da guerra, a Síria enfrenta uma grave crise econômica. A libra síria perdeu três quartos de seu valor em 12 meses. Os preços dos alimentos mais do que triplicaram.

reticências

Além disso, quase um em cada dois sírios está refugiado. Mais de 5 milhões no exterior, a maioria está em países vizinhos. Seis milhões e meio de refugiados internos vivem na própria Síria. De acôrdo com uma análise publicada reticências pela organização humanitária independente norvígian réfudjí cauncil (êne érre cê), mais de dois terços deles são refugiados há mais de cinco anos.

Só em 2020, quase 2 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar seus lares, segundo o êne érre cê. E cada vez mais, não apenas novas guerras são a causa, mas dificuldades econômicas. ‘Quanto mais tempo esta crise permanecer sem solução, mais provável é que as dificuldades econômicas se tornem o principal motivo para o surgimento de mais refugiados, alerta o secretário-geral do êne érre cê, iân igueléndi.

reticências

As razões para o colapso da economia são muitas: em primeiro lugar, são dez anos de guerra e destruição de infraestruturas importantes. Também há má gestão e corrupção, assim como colapso do sistema bancário e da economia do vizinho Líbano ocorrido no ano passado [2020]. O Líbano era a principal janela para a economia síria e o lugar onde a classe média guardava suas economias.

fôn ráin, Mathias. Após uma década de guerra, Síria é assolada pela fome. Deutsche Welle, 15 março 2021. Disponível em: https://oeds.link/0pykbQ. Acesso em: 12 abril 2022.

Fotografia. Pessoas usando colete salva-vidas se aglomeram em um bote inflável sobre a água do mar. Dois homens descem do bote carregando crianças e algumas pessoas seguram o bote para que outras pessoas desçam.
A maioria das pessoas que fogem da guerra na Síria chega à Grécia via Mar Egeu, mas houve um aumento no fluxo de refugiados pela Róta terrestre também. Na foto, refugiados que fugiram da guerra civil na Síria chegam à Ilha de lésbos, Grécia (2020).

 Interprete

1. Qual é a relação entre a Guerra da Síria e a situação do país dez anos após o início dos conflitos?

Argumente

2. Em sua opinião, a guerra é a solução para os problemas entre países do Oriente Médio? Desenvolva argumentos sobre essa questão.

Orientações e sugestões didáticas

A seção Cruzando saberes apresenta os graves desdobramentos ocorridos na Síria após dez anos do início da guerra civil no país. Ao trabalhar o conteúdo, se necessário, atualize algum aspecto relevante sobre o conflito. Proponha que dois ou mais alunos, alternadamente, leiam o texto em voz alta e que os demais ouçam atentamente, com a instrução de que, havendo dúvidas, a leitura pode ser interrompida para os devidos esclarecimentos. Solicite a participação de toda a classe nas respostas orais das questões propostas. Após consolidado o aprendizado, elas devem ser sistematizadas de fórma escrita em seus cadernos.

Tema contemporâneo transversal

O tema Educação em Direitos Humanos é contemplado nesta seção. Destaque que a cidadania, entendida como a condição em que um indivíduo em uma sociedade goza de seus plenos direitos sociais e políticos, deve ser conquistada, quando em verdade deveria ser uma obrigação do Estado. Comente que a guerra destrói todas as aspirações da conquista da cidadania por grupos sociais contrários a ela. Novamente, é oportuno vincular o conteúdo à cultura de paz e à necessidade de reduzir todas as fórmas de violência e taxas de mortalidade relacionadas, conforme preconiza o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16 das Nações Unidas, Paz, justiça e instituições eficazes. Para maiores detalhes sobre esse objetivo, consulte: https://oeds.link/2249i7. Acesso em: 15 abril 2022.

Respostas

  1. Espera-se que os alunos identifiquem no texto as consequências da guerra civil na Síria, como o fato de grande parte de sua população estar sujeita a situações de fome, sofrendo com a crise econômica e sendo obrigada a se deslocar e buscar refúgio em outros países.
  2. Espera-se que os alunos reconheçam que os conflitos devem ser resolvidos por meios pacíficos, ou seja, pela diplomacia. Em verdade, a guerra mostra a irracionalidade de muitos seres humanos, que, geralmente e uma vez no poder, procuram defender seus privilégios, e não os interesses da população, que acaba se tornando vítima dessa irracionalidade. É esse o caso da Guerra da Síria.

Atividade complementar

Oriente os alunos a realizar uma pesquisa sobre como a guerra civil na Síria começou. Tenha em mente desenvolver com eles práticas de pesquisa, como revisão bibliográfica (Estado da Arte) e análise documental (sensibilização para análise de discurso), orientando-os a realizar o confronto sistemático de diferentes concepções (pluralismo de ideias) a respeito do conflito em questão. Promova o uso pedagógico da tecnologia para pesquisa remetendo-os para sites na internet, nos quais poderão consultar reportagens, artigos de análise e podcasts jornalísticos.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas.

Mochila de ferramentas

Como ler uma imagem de satélite

Alguns satélites artificiais que orbitam o planeta Terra são capazes de capturar imagens da atmosfera e da superfície dos continentes, oceanos e mares.

Distantes da Terra, os satélites artificiais fazem o chamado sensoriamento remoto. Sensores captam a energia emitida ou refletida pelas superfícies do planeta, transformam essa energia em sinais e os transmitem para as estações receptoras, que os decodificam, convertendo-os em imagens.

As imagens de satélite são originalmente processadas em preto e branco. Posteriormente, com o uso de aplicativos adequados, podem ser transformadas em imagens coloridas, combinando-se duas ou três imagens às côres primárias da luz (azul, verde e vermelho). Muitas vezes, a interpretação da imagem de satélite é feita com base em algumas convenções: azul para corpos de água; amarelo-laranja-marrom para o solo; verde para a vegetação e sedimentos; e vermelho para áreas antrópicas, ou seja, que sofreram intervenção humana. Entretanto, é importante observar se há uma explicação sobre o tipo de estrutura que cada côr representa.

Nas imagens de satélite, as estruturas que refletem mais luz apresentam tons claros – por exemplo, ausência de vegetação – e as estruturas que refletem menos luz apresentam tons escuros, como as massas de água, a cobertura vegetal, as fórmas de relêvo mais elevadas e as edificações.

Observe a imagem de satélite desta página. Ela mostra a porção noroeste do Oriente Médio, com a Península do Sinai e o Canal de suês.

Como fazer

  1. Observe as fórmas visíveis na imagem e tente associá-las aos seus conhecimentos prévios da área apresentada.
  2. Observe os tons claros e escuros. Nessa imagem, repare que as áreas mais próximas da costa no Mar Mediterrâneo aparecem em tons mais claros que os das áreas mais afastadas da costa. Nesse caso, isso ocorre em razão da diferença de profundidade, que tende a ser maior à medida que se afasta da costa.
  3. Preste atenção nas diferentes côres. Na Península do Sinai, o bege e o marrom refletem a ausência de vegetação; já no território israe­lense e no delta do Rio Nilo, a côr verde indica a presença de cobertura vegetal.
Imagem de satélite. Há dois blocos continentais separados por um fino canal. No continente à direita, há uma península e, na parte continental à esquerda, um rio forma um delta. Os continentes estão com coloração bege e cinza, a água do mar com cor azul e a água do rio e seu delta estão na cor verde.
Imagem de satélite do delta do Rio Nilo, da Península do Sinai e do Canal de suês, obtida por satélite do sistema Landsat em abril de 2022.
  1. Interprete a mancha verde próxima à costa do Egito, no Mar Mediterrâneo.
  2. Qual é a importância das côres no tratamento das imagens de satélite?
Orientações e sugestões didáticas

Tema contemporâneo transversal

A seção Mochila de ferramentas possibilita a discussão do tema Ciência e Tecnologia. Nesse caso, a abordagem poderá considerar os avanços das tecnologias de sensoriamento remoto e de produção de imagens de satélite para diversos fins: monitoramento de desmatamentos, incêndios, furacões, deslocamentos de massas de ar; e, na guerra, acompanhamento dos deslocamentos de tropas e de embarcações, identificação de alvos militares etcétera

Respostas

  1. A mancha verde indica a dispersão dos sedimentos provenientes das águas do delta do Rio Nilo.
  2. Espera-se que os alunos percebam que as côres contribuem para tornar as imagens mais realistas, facilitando assim a interpretação da superfície representada. Seria oportuno ampliar o aprendizado com a comparação entre outras imagens – em preto e branco ou em côres primárias da luz –, incluindo as do município em que os alunos vivem. Uma boa fonte de imagens de satélite a ser indicada é a Divisão de Geração de Imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – ínpi (disponível em: https://oeds.link/jOfFih; acesso em: 28 fevereiro 2022).

Atividade complementar

Propicie um momento de comparação de imagens de satélite em áreas destruídas na Síria. Selecione imagens anteriores e posteriores aos ataques. Solicite aos alunos que observem e descrevam o que mudou e os elementos das imagens que os levaram às conclusões. Essas imagens podem ser encontradas em buscas na internet. Sugere-se, por exemplo, consulta à seguinte matéria: FOTOS de satélite mostram centro de pesquisa sírio antes e depois de ataque dos Estados Unidos da América. gê um, 16 abril 2018. Disponível em: https://oeds.link/pQ3IYL. Acesso em: 11 agosto 2022.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 27 e 28

Registre em seu caderno.

  1. O que foi o sionismo?
  2. Explique o que é antissemitismo e indique o período histórico marcado por sua intensa manifestação.
  3. Em relação à formação do Estado de Israel, responda às questões a seguir.
    1. Quando e como foi feita a partilha do território pela ônu?
    2. Qual foi a decisão da ônu em relação a Jerusalém? Essa decisão foi respeitada posteriormente?
  4. Quando foi fundada a Liga Árabe e que postura adotou diante da resolução da ônu sobre a partilha territorial e a criação do Estado de Israel?
  5. Qual é o significado da seguinte frase: “o radicalismo de grupos palestinos e de judeus israelenses obstrui a paz”?
  6. Além dos fatores que você apontou na atividade anterior, indique outros que dificultam a paz entre árabes-palestinos e israelenses.
  7. O que foi a Guerra do iôn kipúr?
  8. Qual medida tomada por Israel sobre territórios da Cisjordânia e Jerusalém Oriental tem sido reprovada por vários países do mundo no últimos anos?
  9. A política de implantação de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a construção de um muro por Israel, que não obedece às fronteiras de 1948, são também entraves para a paz entre os dois povos, israelenses e palestinos. Explique essa afirmação.
  10. Observe o mapa e faça o que se pede.

O mundo visto por Israel

Mapa. O mundo visto por Israel. Planisfério com os Estados Unidos em destaque e a região do Oriente Médio, sul da Europa e nordeste da África ampliada. 
Aliança estratégica: seta com duas pontas liga Israel aos Estados Unidos. 
Ameaças islâmicas: Hamas, Hezbollah: Setas vermelhas de Gaza para Israel, de Síria para Israel e do Líbano para Síria. 
Aliança e cooperação militar: seta com duas pontas liga Turquia e Israel.
Territórios palestinos: Gaza e Cisjordânia.
Apoio crítico: seta da Europa em direção a Israel. 
Países hostis, em marrom: Síria e Irã. 
Países perigosos, em laranja: Iraque.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.340 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em bonifáce, pascál; vêdrine, úberti. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. página 110.

Redija um texto comentando as informações gráficas dêsse mapa. Se necessário, pesquise mais o assunto.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. O sionismo foi o movimento de recriação do Estado judeu na Palestina que adquiriu fôrça após a publicação do livro O Estado judeu, de téodor rérs, em 1896, e se intensificou no decorrer dos anos.
  2. O antissemitismo é o preconceito contra o povo judeu. Foi durante o nazismo (de 1933 a 1945) que ele atingiu intensa manifestação, causando a perseguição e o massacre de milhões de judeus, tragédia lamentada até os dias atuais.
    1. No dia 29 de novembro de 1947, a ônu aprovou um plano de divisão da região pelo qual se criava o Estado de Israel, com 14 mil quilômetros quadrados, e o Estado da Palestina, com 11,5 mil quilômetros quadrados de terras descontínuas, abrangendo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
    2. Por causa do seu significado histórico e religioso para judeus, muçulmanos e cristãos, Jerusalém ficaria sob o contrôle da ônu, constituindo uma zona internacional. Essa decisão não foi respeitada pelo Exército israelense, que ocupou a cidade após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
  3. A Liga Árabe foi fundada em 1945 pelos países árabes, incluindo os palestinos, com o objetivo de fortalecer a unidade e a cooperação entre os países-membros. Ela não aceitou a partilha definida pela ônu nem a criação do Estado de Israel.
  4. Do lado palestino, os radicais islâmicos – grupos ramás, Resbolá, jirrád Islâmico, Brigada dos Mártires al áquissa, entre outros – opõem-se ao reconhecimento do Estado de Israel; do lado israelense, grupos também radicais rejeitam a formação do Estado palestino, defendendo até mesmo a expulsão dos palestinos da região e a ocupação da Cisjordânia. As posturas desses grupos radicais prejudicam a evolução das negociações e o estabelecimento da paz.
  5. O desejo da população palestina de instalar sua capital em Jerusalém, o que não é aceito por Israel, que considera a cidade pertencente aos judeus; o contrôle de Israel do acesso à água e a construção de assentamentos do país em territórios palestinos; e o aumento da demanda por infraestrutura básica por parte dos palestinos refugiados em Gaza e na Cisjordânia, que encontram dificuldade em se instalar adequadamente em uma região já bastante conflituosa.
  6. Foi o ataque das tropas egípcias, sírias e de outros países árabes a Israel durante o mais importante feriado religioso judaico, em 6 de outubro de 1973. Essas fôrças avançaram sobre a Península do Sinai e as Colinas de Golan, buscando reconquistá-las. Israel venceu as batalhas, sem alteração dos territórios ocupados, e o cessar-fogo foi decidido com a interferência dos Estados Unidos e da União Soviética.
  7. A construção de novos assentamentos por Israel em porções da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, o que ameaça os palestinos que habitam essas regiões.

11. Observe o mapa e responda às questões.

Cisjordânia – 2019

Mapa. Cisjordânia, 2019. Mapa do território da Cisjordânia com a localização e a população dos assentamentos israelenses, das áreas inacessíveis aos palestinos ou acessíveis sob condição e das cidades palestinas.  
Áreas inacessíveis aos palestinos ou acessíveis sob condição, em verde: predomínio na porção nordeste, leste e sudeste, próximo à fronteira com a Jordânia, e em áreas ao norte, oeste e sudoeste.  
Cidades palestinas, em lilás: fragmentos  espalhados pelas porções norte, noroeste, oeste, sudoeste e sul.  
Muro construído ou em construção, linha vermelha: linha contorna o território da Cisjordânia com algumas reentrâncias na fronteira com Israel.  
Assentamentos israelenses e população, em habitantes.
52.000 habitantes: 1 assentamento na porção oeste, próximo a Kalkilya. 
25.000 habitantes: dois assentamentos a oeste, um de nome Ramallah.
10.000 habitantes: alguns nas porções leste, oeste, centro e sudoeste. No centro, assentamento em Jerusalém Leste e, a sudoeste, em Hebron. 
5.000 habitantes: espalhados pelo território, com exceção do norte e do sudeste. 
1.000 habitantes: espalhados pelo território, com exceção das porções norte e sudeste. 
Menos de 100 habitantes: espalhados pelo território, com exceção da porção norte.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 20 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em bonifássi, pascál; vêdrine, úberti. Atlas des crises et des conflits. 2e édition revue et augmentée. Paris: Armand Colin, 2013. página 108-109; ,.Reconnaissance des colonies israéliennes en Cisjordanie: pourquoi les Américains ont fait ce choix. Le Parisien, 19 novembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/5LpC97. Acesso em: 20 abril 2022.

  1. De acôrdo com o plano de partilha da ônu, elaborado em 1947, a quem deveria pertencer o território destacado?
  2. Que fato representado no mapa é o grande empecilho para a convivência pacífica entre árabes e israelenses?

12. Leia o trecho a seguir e responda às questões.

“Se, de um lado, Israel concretizou o sonho acalentado pelos judeus, que desde o início da era cristã almejavam um lar nacional, de outro, mareouglossário o início de um drama de um outro povo, os árabes da Palestina. Desde então, eles, que passaram a ser conhecidos simplesmente por palestinos, vêm lutando pela criação de um Estado nacional.”

olítch, Nelson bacíqui; CANEPA, Beatriz. Oriente Médio e a questão palestina. segunda edição São Paulo: Moderna, 2003. página 83.

  1. Explique por que a criação de Israel levou ao início do drama dos árabes-palestinos.
  2. Qual é o principal obstáculo às negociações de paz entre palestinos e israelenses?

13. Observe o gráfico e responda às questões.

Presença de palestinos no Oriente Médio, nos Estados Unidos e no Egito

Gráfico. Presença de palestinos no Oriente Médio, nos Estados Unidos e no Egito. Gráfico de barras com o número de palestinos países selecionados. No eixo vertical, os países. No eixo horizontal, o número de pessoas.
Jordânia: 2.750 mil pessoas. 
Cisjordânia: 2.500 mil pessoas. 
Faixa de Gaza: 1.250 mil pessoas. 
Israel: 1.200 mil pessoas. 
Síria: 450 mil pessoas. 
Líbano: 430 mil pessoas. 
Arábia Saudita: 330 mil pessoas. 
Estados Unidos: 300 mil pessoas. Emirados Árabes Unidos: 200 mil pessoas. Egito: 75 mil pessoas.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 103.

  1. Compare a soma de palestinos que vivem no Egito, nos Emirados Árabes Unidos e nos Estados Unidos com os que vivem em Israel. O que é possível concluir?
  2. Qual seria a hipótese para explicar o porquê de o maior número de palestinos viver na Jordânia, e não na Cisjordânia?

14. Considerando que as divergências entre palestinos e israelenses ainda não foram superadas, procure notícias nos jornais e na internet sobre o desenrolar dêsse conflito. Leve o material coletado para a sala de aula, discuta o assunto em grupo e organize um mural que contemple os mais recentes acontecimentos entre esses dois povos do Oriente Médio.

Orientações e sugestões didáticas
  1. Embora a ônu tenha estabelecido, em 1947, que a Cisjordânia pertence aos palestinos, após a Guerra dos Seis Dias (1967) Israel iniciou a sua ocupação, instalando colônias. Essa ocupação permitiu que Israel controlasse a água na Cisjordânia. A perda dessa área e as dificuldades de acesso à água são motivos de protestos e revóltas de palestinos. Em 2002, Israel iniciou a construção de um muro para separar seu território da Cisjordânia e proteger-se da incursão de grupos radicais palestinos. O muro não respeita as fronteiras estabelecidas pela ônu, sendo mais um entrave para a obtenção da paz entre esses dois povos.
  2. O mapa mostra o alinhamento de Israel com países da Europa e, principalmente, com os Estados Unidos. Esse apôio é importante para que Israel combata grupos extremistas islâmicos, como o ramás e o Resbolá. O mapa também mostra países hostis a Israel, como a Síria e o Irã, e outros classificados como perigosos, segundo o ponto de vista israelense.
    1. Ao povo palestino.
    2. O estabelecimento, por Israel, de zonas inacessíveis aos palestinos ou ainda de acesso sob condições; o muro construído ou em construção e os assentamentos e colônias israelenses na Cisjordânia.
    1. Apesar de a partilha da ônu de 1947 ter criado o Estado palestino, este não teve a concordância do povo palestino, iniciando-se, então, vários conflitos com Israel, que representam um drama tanto para os palestinos como para os israelenses.
    2. A ação dos grupos extremistas, tanto do lado palestino como do lado israelense.
    1. O gráfico possibilita verificar, por meio do uso de uma régua, que a soma de palestinos que vivem no Egito, nos Emirados Árabes Unidos e nos Estados Unidos é menos que a metade dos que vivem em Israel.
    2. Os conflitos entre palestinos e israelenses explicam o maior número de palestinos vivendo na Jordânia, afastando-se, assim, dos perigos decorrentes dos conflitos entre as partes.
  3. O intuito desta atividade é fazer que os alunos pesquisem notícias atuais sobre as divergências palestinas e israelenses. Além de possibilitar a prática da pesquisa, permitirá que eles discutam e reflitam sobre o conflito. Ressalte a necessidade de se basear em fontes confiáveis, que permitam um levantamento seguro das informações sobre as questões envolvendo Israel e Palestina. Para isso, é importante que os alunos saibam de qual meio de comunicação estão sendo retirados os dados, quem está opinando sobre os temas, de que fórma as informações são apresentadas, entre outros aspectos.

Glossário

Insulíndia
Conjunto de ilhas do sudeste da Ásia (atuais Indonésia e Filipinas).
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Amplitude térmica anual
Diferença entre a média de temperatura do mês mais quente e a média de temperatura do mês mais frio. 
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Oásis
Depressão no deserto formada pela erosão eólica, que, ao atingir lençóis de água subterrâneos, permite o afloramento de água e o desenvolvimento de vegetação.
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Autocrático
Relativo à autocracia, regime político no qual o poder é exercido por uma só pessoa.
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Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
Organização criada em 1960, com séde em Viena, na Áustria, com o objetivo de estabelecer uma política comum em relação ao petróleo, protegendo os rendimentos dos países produtores, até mesmo no que diz respeito à determinação do preço do barril do petróleo.
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Jazimento
Depósito de produtos fósseis ou minerais no subsolo, com valor econômico.
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Escudo
Rochas emersas que afloraram desde o início da formação da crosta terrestre.
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Paleoclimático
De “paleoclimatologia”; reconstituição e estudo dos climas de eras geológicas.
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Xisto pirobetuminoso
Rocha metamórfica rica em betume (material rico em compostos de carbono e hidrogênio), extraído por aquecimento e usado como fonte de energia.
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Diáspora
Dispersão de um povo pelo mundo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica.
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Antissemitismo
Sentimento hostil e discriminatório em relação aos judeus.
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Organização política e militar libanesa constituída em sua maioria por muçulmanos xiitas.
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Autoridade Nacional Palestina
Órgão de govêrno dos palestinos da Faixa de Gaza e de certas áreas da Cisjordânia, não ocupadas por Israel.
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Marear
Orientar, conduzir algo ou conduzir-se.
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