UNIDADE 8 OCEANIA E ÁRTICO

Prepare-se para uma viagem surpreendente e repleta de contrastes, na qual conhecerá paisagens dos desertos da Austrália, na Oceania, às geleiras do Ártico.

Você vai estudar a Austrália e a Nova Zelândia, que, com outros milhares de ilhas e arquipélagos, compõem a Oceania. Vai entender como se deu o processo de colonização desses dois países, seus aspectos populacionais e econômicos e as condições naturais que fazem dessa área uma das mais singulares do mundo.

Na Róta do gelo, vamos para o extremo norte do planeta o Ártico para descobrir seus aspectos naturais, o impacto do aquecimento global e os povos do frio.

O Ártico possui relevância geopolítica regional e mundial.

O derretimento do gelo polar causado pelo aquecimento global facilita o acesso aos recursos naturais, abre novas rótas de comércio marítimo e fragiliza as fronteiras entre países antes isoladas por camadas intransponíveis de gelo, levando-os a novos impasses e ao desenvolvimento de novas estratégias para aumentar as suas defesas militares nessa região.

Fotografia. Em primeiro plano está um urso com pelagem branca e molhada, em pé sobre um bloco de gelo e olha para trás. Ao fundo, fragmentos de vários outros blocos de gelo flutuam sobre água.
Urso-polar sobre bloco de gelo no Oceano Ártico, próximo à Noruega (2021).
Ícone. Boxe Verifique sua bagagem.

VERIFIQUE SUA BAGAGEM

  1. O Ártico abrange áreas territoriais de quais países?
  2. O que são banquisas?
  3. Qual é a relação entre o aquecimento global e o derretimento das geleiras e das banquisas do Ártico?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade 8

Completando o estudo do espaço geográfico mundial, esta Unidade aborda a Oceania e o Ártico. Procuramos fornecer conhecimentos básicos essenciais para um futuro aprofundamento de ambos no Ensino Médio.

Os Percursos que compõem a Unidade tratam, inicialmente, da regionalização dos três grupos de ilhas da Oceania (Melanésia, Micronésia e Polinésia), caracterizando principalmente os seus aspectos físico-naturais e as suas transformações geopolíticas e territoriais. Posteriormente, abordam a Austrália e a Nova Zelândia, países que se constituem nas maiores economias da Oceania. São enfatizados os processos de formação desses territórios e as condicionantes naturais e humanas de seu povoamento e uso da terra. O último Percurso estuda o Ártico, os chamados povos do frio e as causas e as consequências dos principais problemas ambientais enfrentados nessa região.

Ao longo dos estudos, diferentes representações cartográficas e iconográficas devem ser exploradas. Use também os bócsês No seu contexto, Pausa para o cinema e Navegar é preciso, pois eles possibilitam que as reflexões não fiquem apenas no contexto escolar. Estimule a consulta a esses recursos didático-pedagógicos.

A foto da abertura desta Unidade tem o objetivo de sensibilizar os alunos para o estudo dos conteúdos nela apresentados, em particular, o Ártico, espaço geográfico distante do Brasil. Faça uma sondagem do que os alunos sabem a respeito desse espaço propondo questões como: “Há alguma relação entre o aquecimento global e o degelo no Ártico?”; “Quais são os principais recursos econômicos e energéticos em disputa no Ártico?”. Após a sondagem inicial, remeta-os à seção Verifique sua bagagem, cujas questões devem ser respondidas oralmente para possibilitar que novas perguntas surjam nesse processo.

Respostas

  1. O Ártico abrange áreas territoriais de Rússia, Noruega, Islândia, Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Suécia e Dinamarca, pois esse último país possui o território autônomo da Groenlândia, situado entre o Atlântico Norte e o Oceano Glacial Ártico.
  2. Banquisas são massas de gelo que podem atingir mais de 5 metros de espessura e cobrir mais de 14 milhões de quilômetros quadrados e que são formadas pelas águas congeladas do Oceano Glacial Ártico.
  3. Espera-se que os alunos saibam que existe relação entre o aquecimento global e o derretimento das geleiras, e também com o recuo da área coberta por banquisas no Ártico.

PERCURSO 29 OCEANIA

1. Continente com milhares de ilhas

Com ..8528382 quilômetros quadrados de terras emersas, a Oceania reúne Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné e milhares de ilhas localizadas no Oceano Pacífico. Desse total, 90,2% das terras correspondem à Austrália, e o restante, aos outros países e ilhas do continente.

A Oceania pode ser dividida em três grandes grupos de ilhas: Melanésia, Micronésia e Polinésia, além da Austrália e da Nova Zelândia.

Oceania: distribuição do território (em porcentagem)

Gráfico. Oceania: distribuição do território (em porcentagem). Gráfico circular que evidencia a distribuição territorial da Oceania entre os países do continente. 
Austrália: 90,2%. 
Papua Nova Guiné: 5,42%. 
Nova Zelândia: 3,13%.
Arquipélagos e ilhas restantes: 1,23%.

Fonte: elaborado com base em CALENDARIO atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. página 115.

Oceania: grupos de ilhas e divisão política – 2022

Mapa. Oceania: grupos de ilhas e divisão política, 2022. Mapa do território da Oceania com seus países, capitais e ilhas evidenciados. 
Austrália (capital: Canberra); Nova Zelândia (capital: Wellington).
Micronésia: Palau (capital: Melekeok); Nauru (capital: Yaren); Kiribati (capital: Bairiki);  Ilhas Marshall (capital: Dalap Uliga-Darrit); Estados Federados da Micronésia (capital: Palikir); Ilhas Marianas do Norte (Estados Unidos), entre outras ilhas.
Melanésia: Papua Nova Guiné (capital: Port Moresby); Ilhas Salomão (capital: Honiara); Vanuatu (capital: Porto Vila); 
Fiji (capital: Suva); Havaí (Estados Unidos), Nova Caledônia (França), entre outras ilhas.
Polinésia: Samoa (capital: Apia); Tuvalu (capital: Vaiaku);  Tonga (capital: Nukualofa); Polinésia Francesa: Ilhas Cook (Nova Zelândia); Ilha Bora Bora; Ilha Taiti; Ilhas da Sociedade;  Ilhas Marquesas; Ilhas Pitcairn (Reino Unido); Ilha de Páscoa (Chile); Ilhas Midway (Estados Unidos).
Ao centro, linha tracejada vermelha na latitude 180 graus, indicando a linha internacional de data: à esquerdo é segunda-feira e, à direita, domingo. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.010 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 108.

Grafismo indicando atividade

A que conjunto de ilhas da Oceania pertencem as ilhas Salomão, Marshall e Cook?

Orientações e sugestões didáticas

Na Oceania, as Ilhas Salomão pertencem à Melanésia; as Ilhas Marshall, à Micronésia; e as Ilhas Cook, à Polinésia.

Percurso 29

Este Percurso leva o aluno a conhecer a Melanésia, a Micronésia e a Polinésia. Os arquipélagos que as formam são caracterizados do ponto de vista físico-natural, assim como são abordados seus problemas socioambientais e suas apropriações territoriais por diversos países, além de suas independências recentes e formação de Estados ou países.

Ao longo desses estudos, sugerimos retomar os conhecimentos sobre os continentes e os oceanos. Também seria oportuno usar um planisfério ou globo terrestre, mostrando aos alunos que a Oceania reúne uma multiplicidade de ilhas e arquipélagos bastante distantes geograficamente do Brasil. Introduza-os no conhecimento desse continente, empregando os mapas disponibilizados no livro, alertando-os para que, na ocasião da leitura do texto, eles devem sempre ser consultados. Explore também fotos, gráficos e o Bócsi No seu contexto.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero nove gê ê zero oito
  • ê éfe zero nove gê ê zero nove
  • ê éfe zero nove gê ê um sete

As ilhas e os arquipélagos da Oceania foram disputados historicamente por vários países, bem como foram usados para a realização de testes nucleares por algumas potências e cobiçados para a instalação de bases militares. Os estudos desenvolvidos neste Percurso aprimoram a compreensão dos aspectos físico-naturais da Oceania, além dos aspectos populacionais, políticos e econômicos e das fórmas de ocupação humana e uso da terra desse continente.

De modo geral, a economia desses três grandes conjuntos tem por base as culturas comerciais para exportação: café, cana-de-açúcar, copraglossário , frutas tropicais, mineração de níquel (Nova Caledônia), ouro, cobre, petróleo (Papua Nova Guiné) e fosfato, além do turismo e da pesca.

De todos os arquipélagos e ilhas da Oceania, excluindo a Austrália, a mais populosa é Papua Nova Guiné, com 9,8 milhões de habitantes (estimativa para 2025), cuja porção ocidental é uma província da Indonésia: o iriân djáia.

A exemplo da Austrália e da Nova Zelândia, a Micronésia, a Melanésia e a Polinésia foram alvos da cobiça imperialista e neocolonialista, principalmente dos países europeus e dos Estados Unidos, servindo não só ao fornecimento de matérias-primas às metrópoles, mas também como bases militares para o domínio geopolítico do Oceano Pacífico.

Melanésia

A Melanésia abrange milhares de ilhas, desde Papua Nova Guiné (ao norte da Austrália) até as proximidades da Nova Zelândia. A origem do seu nome está relacionada à pele escura da população aborígine local: os negros da Oceania. Proveniente do grego, o termo melanésia significa “ilha dos negros”.

Entre milhares de territórios que formam a Melanésia, os principais são:

  • Papua Nova Guiné: foi ocupada por britânicos, alemães e holandeses e, em 1975, tornou-se independente, constituindo-se como Estado (foto);
  • Ilhas Salomão: tornaram-se independentes do Reino Unido em 1978;
  • República de Vanuatu: antiga Novas Hébridas, tornou-se independente do Reino Unido em 1980;
  • República das Ilhas Fiji: antiga colônia britânica, tornou-se independente em 1970;
  • Arquipélago da Nova Caledônia: território francês ultramarino.

As ilhas na Melanésia são predominantemente montanhosas, vulcânicas e de clima tropical úmido. A população total é de mais de 12 milhões de habitantes, dos quais cêrca de 80% vivem em Papua Nova Guiné.

Fotografia. Em primeiro plano, agrupamento de casas suspensas sobre a água por meio de estacas. Ao fundo, o mar, um grande navio e um morro com construções em sua encosta. A paisagem é ensolarada e o céu está azul, sem nuvens.
Habitações construídas sobre palafitas em Port Moresby, capital da Papua Nova Guiné, país da Melanésia que ocupa a porção oriental da ilha da Nova Guiné (2018).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Você já viu pessoalmente ou em fotografias paisagem como a da foto? Onde?

Orientações e sugestões didáticas

Na resposta às questões do Bócsi No seu contexto, espera-se que os alunos apontem as palafitas, muito comuns nos igarapés dos rios da Bacia Amazônica, como também em córregos em todo o Brasil, inclusive nas regiões metropolitanas.

Interdisciplinaridade

Em parceria com o professor de História, trabalhe o contexto em que se deu o processo de independência política dos territórios que formam a Melanésia. Associe esse processo com outros ocorridos também no decorrer dos anos 1970, em outros continentes, nomeadamente na África e na Ásia.

Outra possibilidade é trabalhar o aquecimento global em conjunto com o professor de Ciências, usando como exemplo as Ilhas Carterê, na Melanésia, pertencentes a Papua Nova Guiné, que foram desocupadas em razão da elevação do nível do mar em 2008. É uma oportunidade para os alunos exercitarem a capacidade de relacionar ocorrências ou fatos a fenômenos.

Competência

Contextualizar o processo de independência da Oceania possibilita desenvolver a Competência Específica de Ciências Humanas 5: “Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados”.

• Micronésia

Com .3300 quilômetros quadrados de terras emersas – cêrca de um sexto da área territorial de Sergipe, o menor estado brasileiro –, a Micronésia (termo proveniente do grego que significa “pequenas ilhas”) é formada por mais de .2500 ilhas coralíneas e vulcânicas. Essas pequenas ilhas se estendem por uma superfície oceânica cuja área é calculada em 8 milhões de quilômetros quadrados.

A descolonização da Micronésia acelerou-se a partir de meados do século vinte, mas parte significativa dos territórios ainda mantém vínculo com potências externas. É o caso das ilhas Marianas do Norte e Guam; as primeiras estão sob tutela estadunidense, e a segunda foi anexada pelos Estados Unidos. Outras ilhas e arquipélagos importantes dessa região são:

Palau: ocupada por espanhóis, alemães e japoneses no passado. Após a Segunda Guerra Mundial, com autorização da ônu, foi administrada pelos Estados Unidos até 1981, quando então se tornou um Estado (foto);

Fotografia. Vista aérea de uma região com diversas ilhas que se conectam por meio de pontes. No canto inferior à esquerda há um agrupamento de construções e carros transitam por vias asfaltadas; à direita, uma área arenosa. No canto superior a direita, outro agrupamento de construções, em outra ilha. Ao fundo, o mar, algumas embarcações e ilhas com vegetação densa e verde.
Vista aérea da cidade de Koror, em Palau (2018), situada na Micronésia.
  • Nauru: tornou-se independente em 1968, tendo sido explorada até essa data pelo Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália;
  • Kiribati: ex-colônia britânica (antigas Ilhas de ), tornou-se independente em 1979;
  • Ilhas Marshall: as ilhas foram ocupadas pelo Reino Unido, Alemanha, Japão e Estados Unidos. Em 1979, já independentes, as Ilhas Marshall transformaram-se em república. Mais tarde, em 1986, por meio de um acordo com os Estados Unidos, que ofereceram ajuda financeira em troca da instalação e manutenção de bases militares no país, tornaram-se um Estado associado. Nas Ilhas Marshall, os Estados Unidos fizeram vários testes nucleares, tornando a região uma das áreas de maior contaminação radioativa do mundo.
Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

O professor de Ciências poderá contribuir nesta etapa dos estudos, explicando para os alunos mais detalhadamente os efeitos da contaminação radioativa no organismo humano. Discuta também os efeitos socioambientais dos testes nucleares. Considere trabalhar o caso específico do Atol de bikíni, nas Ilhas Marshall, onde os Estados Unidos realizaram testes nucleares após a Segunda Guerra Mundial. Além disso, podem ser explorados os desafios ambientais, como a elevação do nível das águas oceânicas e a poluição dos mares por resíduos tóxicos (agrotóxicos, fertilizantes, óleo dízel etcétera).

Temas contemporâneos transversais

Os testes nucleares que os Estados Unidos realizaram nas Ilhas Marshall lançam a oportunidade de um debate sobre os temas Educação Ambiental e Educação em Direitos Humanos.

• Polinésia

A Polinésia (termo de origem grega que significa “muitas ilhas”) abrange milhares de ilhas e arquipélagos situados no Pacífico Central, numa vasta área de fórma aproximadamente triangular delimitada por Nova Zelândia, Ilhas Midway (Estados Unidos) e Ilha de Páscoa (Chile).

Na Polinésia se encontra o Estado Independente de Samoa, localizado na parte ocidental do arquipélago de mesmo nome. Ocupado pela Alemanha e pela Nova Zelândia, em 1962, Samoa tornou-se independente, mas a porção oriental do arquipélago continua sob domínio estadunidense desde o final do século dezenove.

Além de Samoa (foto), a Polinésia compreende milhares de outras ilhas, como Tuvalu, ex-colônia britânica que se tornou independente em 1978, Bora Bora, Taiti, Sociedade, Cook (Nova Zelândia), Pit­cairn (Reino Unido) e Marquesas, entre outras que formam a Polinésia Francesa.

O Atol de mururôa, na Polinésia Francesa, foi palco de testes nucleares franceses desde 1960. Essa atividade cessou em 1996, em virtude de protestos mundiais, locais e regionais, levando a França a assinar o Tratado de Proibição de Testes Nucleares.

Fotografia. Vista para uma área urbanizada às margens do mar. Há uma concentração de casas e prédios, as ruas  são asfaltadas e largas. Ao fundo e à direita, o mar, e à esquerda, vegetação verde.
Vista da cidade de Ápia, capital de Samoa (2021), cuja população era estimada em 40 mil habitantes em 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Propicie um momento de debate a respeito da importância do Tratado de Proibição de Testes Nucleares, de 1996. Após a conversa, proponha aos alunos que pesquisem esta questão: “De que modo o Brasil tem participado e se posicionado, no cenário internacional, sobre o uso da energia nuclear?”. Oriente-os a visitar o site do Itamaraty para obter informações oficiais sobre o assunto.

Tema contemporâneo transversal

Discuta com os alunos a importância do posicionamento das pessoas em prol de um mundo sem armas nucleares. Incentive a reflexão a respeito do uso da energia nuclear, observando que ele deve ter fins pacíficos e respeitar os direitos humanos, bem como a perspectiva humanitária como ponto central nas relações internacionais. Com esse debate, você estará promovendo reflexões sobre o tema Educação em Direitos Humanos.

2. Os primeiros povos das ilhas do Oceano Pacífico

As ilhas do Oceano Pacífico foram povoadas há milhares de anos pelos ancestrais dos polinésios. Hoje, seus descendentes representam uma rica e diversificada cultura.

Conquistadores do Pacífico

Os primeiros povos das ilhas do Oceano Pacífico criaram desde minúsculas canoas a remo, para “surfar” nas ondas, até enormes embarcações a vela com dois mastros, capazes de viagens oceânicas com dezenas de pessoas, além de plantas e animais domesticados para colonizar ilhas a milhares de quilômetros.

Guiados pela memória e pela natureza

Com a ajuda de histórias e canções, cada geração aprendia com os mais velhos a usar os corpos celestes, os ventos, as correntes marítimas, o comportamento dos animais e a aparência das águas e das nuvens para se orientar.

Os nativos das Ilhas Marshall criaram mapas feitos de conchas, fibras de coco e palmeira (foto) para localizar ilhas. Esses mapas são conhecidos como mapas de vara ou de bastão.

Antigos marinheiros navegaram milhares de quilômetros do Oceano Pacífico Sul com a ajuda desses mapas, que, além de mostrar padrões de ondas e correntes, também representam atóis e ilhas por meio de conchas.

Fotografia. Mapa confeccionado com varetas de madeira que formam diversos retângulos e outras figuras geométricas. Em alguns pontos das varetas há conchas amarronzadas.
Mapa de varas representando parte das Ilhas Marshall. A concha situada quase no centro do mapa representa o Atol de cuajalêin. À direita, no mapa, foi representado o efeito de ventos alíseos nas ondas do oceano, depois de passarem pelo Atol de jaluí. Esse mapa data de cêrca de 1920.

3. Problemas ambientais nas ilhas oceânicas

Alteração ambiental

Os moais, enormes esculturas de pedra, remontam a um passado de grande riqueza cultural do povo rapa nui.

Nativo da Ilha de Páscoa, esse povo foi praticamente dizimado em razão do uso indiscriminado dos recursos vegetais da ilha e de doenças e guerras trazidas pelos primeiros europeus que ali chegaram.

Fotografia. Imagem de um local aberto com diversas esculturas gigantes esculpidas em pedra. Elas estão enfileiradas lado a lado e têm formato humano. Ao fundo, céu azul.
Monólitos moais: as esculturas gigantes feitas pelo povo Rapa Nui, na Ilha de Páscoa, no sudeste do Pacífico. Foto de 2021.
Orientações e sugestões didáticas

Os conteúdos desta página e da seguinte apresentam uma síntese dos meios técnicos que os povos das ilhas do Oceano Pacífico usaram para a sua dispersão regional e também de alguns problemas ambientais existentes na região. Acompanhe os alunos na leitura, na interpretação e na reflexão das informações, sempre esclarecendo as dúvidas deles e propondo novas questões desafiadoras.

Uma das principais fontes de renda da Polinésia é o turismo. As águas claras, os corais, as altas temperaturas, o cenário paradisíaco e as grandes redes hoteleiras atraem turistas do mundo todo. No entanto, os viajantes têm como obstáculos a distância e os poucos voos internacionais ao arquipélago. O avião é um importante meio de transporte local, já que as próprias ilhas estão distantes umas das outras.

Interdisciplinaridade

É possível desenvolver um trabalho interdisciplinar com o professor de Ciências, que poderá contribuir com explicações e atividades não só sobre as ameaças do aquecimento global para as ilhas da Oceania, mas também sobre as características dos ecossistemas insulares.

De acôrdo com estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (í pê cê cê, na sigla em inglês), a temperatura média da Terra poderá aumentar 5 graus Célsius até o ano de 2100, agravando ainda mais as condições climáticas atuais, e, consequentemente, ampliar o processo de derretimento das geleiras e das banquisas. Em 28 de fevereiro de 2022, foi publicado o Relatório Especial do í pê cê cê, que alerta sobre a necessidade de aumentar as ações para limitar o aquecimento global em 1,5 graus Célsius até o final deste século, pois prevê que em 20 anos esse limite será atingido.

• Economia não sustentável

Nauru, a menor república do mundo, entrou em crise econômica quando suas reservas de fosfato se exauriram. Elas eram a única fonte de renda do país durante o século vinte. Além disso, sua exploração tornou grande parte da ilha imprópria para a agricultura e comprometeu a vida marinha.

O país apresenta limitada disponibilidade de água doce e depende, atualmente, da ajuda financeira de outros países, como a Austrália.

Fotografia. Vista para uma praia com areia clara, o mar calmo, com ondas pequenas e água em tons verdes. Após a faixa de areia, à esquerda, há uma área de vegetação verde. Ao fundo, o céu azul.
Praia de aiuô, em Nauru (2014).

Impactos locais do aquecimento global

Com a elevação do nível dos mares e dos oceanos em razão do aquecimento global, diversas nações insulares do Pacífico serão afetadas, podendo até ser submersas.

De acordo com relatório de 2021 do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCCglossário – na sigla em inglês), o nível médio global do mar aumentou para 3,7 entre 2006 e 2018. Ainda de acôrdo com o í pê cê cê, é muito provável que a influência humana tenha sido a principal causadora desse aumento do nível médio global do mar.

O atol onde vive a população das Ilhas Carterê está sendo invadido pelas águas, obrigando sua população a migrar. Esse processo também ocorre em outros países insulares da Oceania, como Kiribati e Tuvalu.

Em Tuvalu, um país de baixas altitudes situado a cêrca de 4 mil quilômetros da Austrália, formado por um conjunto de nove atóis, as terras cultiváveis estão se tornando improdutivas por causa da salinidade da água do mar que está se infiltrando no solo.

Fotografia. Uma estreita faixa de terra com poucas construções e bastante vegetação. Ao redor, o mar com tons de azul e verde. Ao fundo, alguns navios no mar.
Faixa de terra que compõe um dos nove atóis que formam Tuvalu, na Oceania (2019).
Grafismo indicando atividade

Os problemas ambientais das ilhas oceânicas têm diversas causas. Quais são elas?

Orientações e sugestões didáticas

Em Nauru, a principal causa dos problemas ambientais foi a exploração indiscriminada do fosfato, até a exaustão. Nas Ilhas Carterê, Kiribati e Tuvalu, a população sofre com a elevação do nível do oceano, que invade áreas antes emersas, obrigando as pessoas a migrar. Na Ilha de Páscoa, a provável má gestão dos recursos vegetais pelo povo nativo, além das doenças e guerras trazidas pelos colonizadores europeus, quase dizimou a população.

Temas contemporâneos transversais

Dois temas são contemplados nas páginas 225 e 226: Educação Ambiental e Diversidade Cultural. Comente com os alunos que os povos das ilhas do Oceano Pacífico apresentam rica diversidade cultural e desenvolveram técnicas de navegação que lhes permitiram povoar vários territórios insulares; admite-se, até mesmo, que uma das correntes de povoamento da América pode ter sua origem nesses povos. Algumas dessas ilhas foram palco de testes nucleares pela França e pelos Estados Unidos, que deixaram rastros de contaminação radioativa. Além disso, reforce que o aquecimento global está produzindo impactos, como a elevação do nível dos mares e dos oceanos.

Atividades complementares

Leia o texto a seguir em sala de aula e chame a atenção dos alunos para os impactos gerados pela elevação do nível dos oceanos. Após a leitura, promova um debate sobre a questão: “Quais seriam as possíveis soluções para as populações locais?”.

“As ilhas paradisíacas do Pacífico Sul estão sumindo. Em poucos anos, algumas delas devem ficar desertas: cansados das frequentes inundações, os moradores estão indo embora. Entre as 12 nações-arquipélagos da região, duas estão em alerta máximo. Com a elevação do nível do mar, os países de Kiribati e Tuvalu podem ser engolidos pelo mar, saindo do mapa de vez até o fim deste século. reticências No comêço do ano, marés altas provocam inundações a toda hora. A água invade as casas e causa erosões. Com as raízes atacadas dia a dia pelas ondas, as palmeiras estão caindo. reticências O govêrno dos dois países já preparou um programa de emergência para arranjar alojamento para seus 115 mil moradores, os primeiros refugiados do aquecimento global. reticências

VITOLA, Giovana. Países em extinção. Superinteressante. Disponível em: https://oeds.link/9ZUJrl. Acesso em: 19 abril 2022.

Após a leitura, promova um debate sobre a questão: “Quais seriam as possíveis soluções para as populações locais?”.

O pintor francês Pôl (1848-1903) foi um dos maiores artistas do movimento pós-impressionista e viveu seus últimos anos nas Ilhas Marquesas (Polinésia Francesa).

Peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre a biografia de e sobre os aspectos da cultura da Polinésia retratados em suas obras.

PERCURSO 30 AUSTRÁLIA

1. Conquista e colonização da Austrália

A incorporação da Austrália ao capitalismo se deu após a conquista europeia dos continentes africano, americano e asiático. A América, por exemplo, já estava inserida nos fluxos comerciais coloniais desde o século dezesseis, enquanto a Austrália somente foi efetivamente incorporada a esse sistema a partir do século dezoito.

Chegada dos europeus à Oceania e às ilhas do sudeste asiático – do século dezesseis ao dezoito

Mapa. Chegada dos europeus à Oceania e às ilhas do sudeste asiático, do século 16 ao 18. Mapa do território da Oceania representando as principais expedições europeias, com suas respectivas datas,   por meio de setas coloridas: 
Principais expedições: 

Magalhães, 1520 a 1522, expedição representada por setas vermelhas: pelo Oceano Pacífico, passa pelas Ilhas Marianas, Ilhas Marshall e Filipinas em 1521, seguindo pela costa oeste da Austrália, em 1522. 
Tasman, de 1642 a 1644, expedição representada por setas verdes: pelo Oceano Índico, em 1642, passa pela Ilha da Tasmânia e pela costa ocidental da Nova Zelândia, seguindo, em 1643, por Tonga, Ilhas Fiji, Ilha de Santa Cruz, Ilhas Salomão, costa norte de Nova Guiné, Ilha Borneo, e, em 1644 seguindo para o sul de Nova Guiné. 
Cook, 1768 a 1771, representada por seta azul: pelo Oceano Pacífico passa pelo Taiti, contornando as ilhas da Nova Zelândia em 1776 e seguindo, em 1770 para a costa leste e norte da Austrália.
Cook, 1772 a 1775, expedição representada por seta marrom: pelo Oceano Pacífico, passa por Taiti, Ilhas Cook, Tonga, Ilhas Fiji, Novas Hébridas, Nova Caledônia, em direção à Nova Zelândia.  
Cook, 1776 a 1780, expedição representada por seta roxa: pelo Oceano Índico, em 1776, passa próximo à Ilha da Tasmânia em direção à Nova Zelândia, de onde segue para Tonga, circundando-a e seguindo para Taiti e Havaí, no Oceano Pacífico. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.130 quilômetros.

Fonte: Quínder, Rírman; Rilgamán Véarná. Atlas histórico mundial: de los orígenes a la Revolución Francesa. Madri: Istmo, 1970. página 302.

asteriscoApós a morte de Fernão de Magalhães, em 1521, Juan sebastiân Elcano assumiu o comando da frota, completando em 1522 a primeira viagem marítima ao redor da Terra.

Grafismo indicando atividade

Que territórios passaram a ser conhecidos dos europeus após as expedições de tésmén?

Orientações e sugestões didáticas

Na resposta à questão proposta, os alunos podem citar como territórios que passaram a ser conhecidos dos europeus a Ilha da Tasmânia, Nova Zelândia, Ilhas Fiji, Tonga, Ilhas Molucas, Ilhas Salomão e Nova Guiné.

A colonização da Austrália

No início da colonização da América do Norte, os condenados britânicos eram enviados para o território que mais tarde daria origem aos Estados Unidos. Com a independência desse país, a Austrália, já conhecida dos europeus, surgiu como alternativa para abrigá-los, segundo consta nos relatos do capitão djeimes cúqui (1728-1779) feitos à Coroa britânica.

Orientações e sugestões didáticas

Percurso 30

Dando continuidade aos estudos sobre a Oceania, este Percurso explica a conquista e a colonização da Austrália por europeus, ressaltando seus impactos para a população aborígine; aborda o meio natural e a ocupação humana e o uso da terra correspondente a esse território, evidenciando a articulação sociedade-natureza aí existente.

Ao longo dos estudos, é importante estabelecer comparações com as colonizações de povoamento e de exploração realizadas na América. Outro fato que deve ser comparado é o destino das populações nativas, que foram desterritorializadas e, no confronto com os colonizadores, foram vencidas por causa de sua inferioridade técnica em armamentos. Ao abordar o meio natural e a economia da Austrália, use os mapas e os gráficos como suporte de sua explanação sobre a localização e a distribuição espacial de fenômenos e fatos geográficos.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero nove gê ê zero três
  • ê éfe zero nove gê ê zero nove
  • ê éfe zero nove gê ê um zero
  • ê éfe zero nove gê ê um quatro
  • ê éfe zero nove gê ê um cinco
  • ê éfe zero nove gê ê um seis
  • ê éfe zero nove gê ê um sete

Este Percurso aprofunda as habilidades de explicar e comparar aspectos naturais, populacionais, socioambientais e econômicos da Austrália, além de articular as características físico-naturais desse território ao seu povoamento e ao uso da terra, destacando as pressões dessas fórmas de uso sobre o meio ambiente. Em seu trabalho, tenha em vista que os alunos aprimorem suas habilidades de interpretação e elaboração de mapas e gráficos, fundamentais à síntese e à transmissão de conhecimentos e informações geográficas.

Os mapas, os gráficos, as fotos e os textos do Percurso também permitem compreender as características do meio natural, possibilitando a comparação delas com as de outros continentes estudados no volume.

Ao abordar a economia e o desenvolvimento social na Austrália, solicite aos alunos que identifiquem as áreas industrializadas e reflitam sobre a produção e a circulação de produtos no país e sobre seu comércio externo.

O primeiro contingente de degredados desembarcou na Austrália em 1788, nas proximidades da atual cidade de Sidnei. Somava pes­soas, das quais 188 eram mulheres. Dessa data em diante, a Austrália transformou-se em uma colônia penal, fato esse que, aliado à distância da Europa, desestimulou a imigração de britânicos e irlandeses. Nessa época – final do século dezoito e início do dezenove –, eles migravam principalmente para os Estados Unidos.

Conquista e ocupação do território australiano

Posteriormente, três fatores contribuíram para a conquista e a ocupação das terras australianas pelos britânicos: o início da criação de ovelhas e carneiros, favorecida pelas condições naturais do território, e o consequente desenvolvimento da indústria de lã (em 1831, a Austrália já exportava mais de uma tonelada de lã fina para as indústrias da Inglaterra); a descoberta de terras férteis para o desenvolvimento da agricultura; e a descoberta de ouro em vários locais do território por volta de 1850.

Em 1820, a população de origem europeia era de apenas 38 mil pessoas; em 1850, já atingia mil e, em 1860, ultrapassava 1 milhão. A partir daí, ocorreu um grande crescimento na economia australiana, tendo por base as três atividades econômicas já citadas – e Londres via com entusiasmo esse desenvolvimento.

Como ocorrido durante a colonização europeia na África, na América e na Ásia, a conquista e a ocupação do território australiano pelos britânicos resultaram no massacre dos povos nativos, os aborígines (foto).

Os habitantes ou povos originários que não foram exterminados fugiram para o interior. Admite-se que o último nativo da Tasmânia, ilha situada ao sul da Austrália, tenha morrido em 1877.

Os aborígines intensificaram os movimentos pelos seus direitos a partir dos anos 1960. Em 1991, ganhou impulso o Conselho de Conciliação Aborígine. Trata-se de um órgão criado pelo parlamento australiano que, admitindo as menores oportunidades de emprêgo e as piores condições sociais dos aborígines quando comparadas às do restante da população australiana, busca desenvolver programas sociais e econômicos que beneficiem essas comunidades.

Fotografia. Grupo de mulheres enfileiradas uma atrás da outra, em semicírculo, dançando sobre chão de areia. Elas estão com o rosto pintado, descalças, vestem vestidos iguais, em tom de vermelho e com faixa de tufos de palha na cintura, na altura dos joelhos. Ao fundo, toldos, algumas pessoas observando e árvores elevadas de folhagem verde.
Na cultura aborígine, todos os seres da natureza são indispensáveis, pois partilham o mesmo mundo: os seres humanos, os animais, as plantas, o Sol e a chuva pertencem a uma só natureza. Na foto, aborígines em celebração pública no parque urbano Victoria Park, na cidade de Sidnei, a mais populosa da Austrália (2022).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

O território brasileiro foi conquistado e ocupado por europeus antes ou depois do território australiano?

Orientações e sugestões didáticas

O território brasileiro foi conquistado e ocupado por europeus antes da conquista e ocupação do território australiano. No Brasil, esse processo se iniciou no século dezesseis, enquanto na Austrália data do século dezoito.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Geração roubada.

Direção: fílip nóis. Austrália: Rumbalava Films, 2002. Duração: 94 minutos

Baseia-se em fatos reais, narrando a história de uma menina aborígine que foge com sua irmã e uma prima de um campo instalado na Austrália pelo govêrno britânico para treinar mulheres aborígines como empregadas domésticas. Na fuga, são perseguidas pelo governador, que não admite que elas não aceitem a lógica do colonizador.

Orientações e sugestões didáticas

Temas contemporâneos transversais

Na discussão a respeito da conquista europeia do território australiano, há a oportunidade de trabalhar os temas Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras e Diversidade Cultural, desde que se façam comparações com a África e a América.

Atividade complementar

Discuta com os alunos as semelhanças existentes no processo de colonização da Austrália e do Brasil quanto a suas consequências para os povos indígenas nativos. Questione os alunos e incentive-os a pesquisar os desafios enfrentados pelos aborígines australianos na atualidade. Pergunte: “Os problemas enfrentados pelos aborígines se assemelham aos dos indígenas brasileiros?”; “Que sugestões vocês dariam para minimizar ou solucionar os problemas enfrentados por esses povos?”.

Competência

A proposta da atividade complementar anterior possibilita que se mobilize a Competência Específica de Geografia 5: “Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico-informa­cional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia”.

Interdisciplinaridade

O professor de História pode contribuir nesta etapa dos estudos abordando os distintos períodos da expansão europeia no mundo e contextualizando a inserção da Oceania no capitalismo mundial.

A colonização de povoamento

Na Austrália, os britânicos implantaram núcleos de colonização de povoamento, que difere da colonização de exploração implantada na maior parte da América a partir do século dezesseis e do neocolonialismo do século dezenove, imposto na África e na Ásia.

Na colonização de povoamento, as famílias ou os colonos que migravam tinham o objetivo de constituir um novo lar. Assim, organizavam a produção a fim de atender a suas necessidades, ou seja, produzir para o próprio sustento, e, caso houvesse excedente, comercializá-lo. Formaram, de início, pequenas propriedades rurais, com base no trabalho familiar, as quais desenvolveram o artesanato doméstico, que depois se transformou em manufatura e indústria.

Essas características não eram observadas nas colônias de exploração, cujo objetivo principal era aproveitar o que a terra e a população da colônia pudessem fornecer para o enriquecimento da metrópole.

2. O meio natural

Na Austrália, como em outros países, o meio natural influencia a ocupação do território. Estudaremos, agora, os aspectos naturais desse país e, em seguida, a distribuição territoral da população.

relêvo e clima

Na maior parte do território australiano predominam as altitudes baixas, com vastas extensões planas de planaltos e planícies. As porções mais elevadas localizam-se na parte oriental do país, próximas ao Oceano Pacífico, onde se encontra a Cordilheira Australiana.

Mesmo nessa formação, as altitudes não são tão elevadas e variam entre 500 e .1500 metros, em média; na parte sul, localiza-se o ponto culminante do relêvo australiano, o Pico cotchiúsko, com .2230 metros de altitude.

Austrália: físico

Mapa. Austrália: físico. Mapa do território australiano onde o relevo é evidenciado pelo uso de cores. 
Altitudes (metros): 
Até 200 metros: interior da costa centro-oriental; faixa na porção sul; estreita faixa na costa litorânea norte e oeste; pequena porção no extremo noroeste da Ilha da Tasmânia, ao sul da Austrália.
200 a 500 metros: faixas na costa litorânea e no interior da porção leste da Austrália, pequenas porções no sul; grande parte da porção centro-ocidental da Austráia, onde ocorrem a Terra de Arnhem, no extremo norte; o Grande Deserto de Areia, na porção noroeste; o Deserto de Gibson, na parte central da porção oeste; o Grande Deserto Vitória, no sul da porção oeste da Austrália; estreita faixa na porção noroeste da Ilha da Tasmânia.
500 a 1.500 metros: área da Cordilheira Australiana, na costa oriental, onde está a capital da Austrália, Canberra; pequenas porções na parte central e na costa oeste (Kimberley); área centro-oriental da Ilha da Tasmânia.
Acima de 1.500 metros: porções da Cordilheira Australiana, na costa oriental; pequenas porções na parte central do país (Monte Macdonnel) e na costa oeste; área central da Ilha da Tasmânia, a sudeste da Austrália. 
Profundidades:
Zero a 200 metros: toda a faixa litorânea mais próxima do território da Austrália.
200 a 2.000 metros: estreita faixa posterior à faixa litorânea australiana.
2.000 ou mais metros: área posterior à faixa de 200 a 2.000 metros de profundidade.
Picos: Kosciusko, com 2.230 metros de altitude, no sul da Cordilheira Australiana, na costa oriental; Bruce, com 1.227 metros de altitude, na costa oeste. 
Rios intermitentes no centro da costa oeste e na área centro-oriental; Rio Darling (intermitente) no interior da porção oriental; Rio Murray (perene), na porção sudeste. Lago Eyre, a 12 metros abaixo do nível do mar, na porção centro-oriental.
Grande Barreira Coralínea no litoral nordeste australiano.
Grande Baía Australiana no litoral sul; Golfo de Carpentária, no litoral norte. Mar de Arafura, ao norte da Austrália; Estreito de Bass, entre Austrália e Ilha da Tasmânia. Estreito de Torres e Canal York no litoral nordeste da Austrália. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 640 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 108.

Grafismo indicando atividade

Em que fórma de relêvo a capital australiana, canbérra, está localizada? Em que intervalo de altitude ela se localiza?

Orientações e sugestões didáticas

Canberra, capital da Austrália, localiza-se na Cordilheira Australiana, entre 500 e .1500 metros de altitude. A altitude real de canbérra é de 605 metros.

Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

Embaixada da Austrália – Brasília

https://oeds.link/dxvg44

Saiba mais sobre a Austrália, considerada um dos países com melhores condições de vida do mundo. Nesse site, há dicas para turistas e interessados em estudar no país.

Orientações e sugestões didáticas

Interdisciplinaridade

O professor de História poderá contribuir com o aprendizado do tema relembrando e comparando com os alunos as colonizações de povoamento e de exploração. Trabalhe em conjunto, mapeando onde cada um desses tipos de colonização foi implementado e discutindo seus impactos nos territórios, na formação das sociedades e em suas economias.

Atividade complementar

Peça aos alunos que consultem o planisfério político, na página 254, e que calculem a diferença longitudinal, em graus, entre o meridiano que “corta” a Austrália em sua porção oriental e o que “corta” o território brasileiro, ambos representados no planisfério.

A disposição da Cordilheira Australiana é fundamental para explicar o clima da Austrália. Essa formação serve de obstáculo à penetração de massas de ar oceânicas (úmidas).

As massas de ar, em contato com as vertentes da cordilheira, provocam chuvas orográficas nas planícies litorâneas da fachada oriental. Nessa região, a precipitação média anual está entre mais de .1000 a .1500 milímetros e mais de .1500 milímetros anuais em alguns trechos (observe o mapa). Mais para o interior, as precipitações decrescem, ficando entre mais de 500 a .1000 milímetros anuais.

A Austrália é um dos países mais secos do mundo; cêrca de 33% de seu território recebe menos de 500 milímetros de precipitações por ano, e 30%, menos de 250 milímetros. Essa é a área de ocorrência de climas tropical semiárido e árido, pois as massas de ar que aí chegam, após ultrapassar a Cordilheira Australiana, já estão sêcas.

Austrália: precipitações anuais (em milímetros)

Mapa. Austrália: precipitações anuais, em milímetros. Mapa do território australiano com a indicação de precipitações feita por meio de cores. 
Menos de 250 milímetros: larga faixa  entre o Trópico de Capricórnio e o paralelo 30 graus sul e áreas próximas. Nessa faixa encontram-se o Deserto de Gibson, na porção norte dessa faixa, e o Grande Deserto Vitória, situado no sul  dessa faixa. 
De 250 a 500 milímetros: faixa ao redor do desertos de Gibson e Grande Deserto Vitória, com destaque para a cidade de Adelaide, no sul da Austrália. 
Mais de 500 a 1.000 milímetros: faixa que se estende do norte da costa oeste até o sul da costa leste; pequena faixa na porção sudoeste, onde está a cidade de Perth. 
Mais de 1.000 a 1.500 milímetros: estreita faixa na costa leste, que se estende de norte a sul, onde estão localizadas as cidades de Brisbane e Sidnei; porção no extremo norte, onde está localizada a cidade de Darwin; pequena faixa na porção sudoeste; trecho na porção oeste da Ilha da Tasmânia, onde está localizada a cidade de Hobart.
Mais de 1.500 milímetros: pequenas porções na costa litorânea leste e na porção oeste da Ilha da Tasmânia.
O Trópico de Capricórnio, de leste para oeste, abrange, respectivamente as seguintes faixas de precipitação anual no território da Austrália: 
mais de 1000 a 1500 milímetros; 
mais de 500 a 1000 milímetros;
de 250 a 500 milímetros; 
menos de 250 milímetros; 
de 250 a 500 milímetros.
menos de 250 milímetros; 
de 250 a 500 milímetros.
menos de 250 milímetros; 
de 250 a 500 milímetros.
Acima, rosa dos ventos, e, abaixo, escala de 0 a 680 quilômetros,

Fonte: Charliê Jác (Organização.). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 127.

Grafismo indicando atividade

Seguindo o Trópico de Capricórnio na direção leste-oeste, aponte as médias de precipitação anual.

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, as médias de precipitação anual, seguindo o Trópico de Capricórnio na direção leste-oeste, são: de mais de .1000 milímetros a .1500 milímetros; de mais de 500 milímetros a .1000 milímetros; de 250 milímetros a 500 milímetros; menos de 250 milímetros; e, finalmente, no extremo oeste do território australiano, de 250 milímetros a 500 milímetros.

Os estados do norte geralmente têm clima quente, enquanto os do sul apresentam invernos mais frios. No inverno neva principalmente nas montanhas entre os estados de Nova Gales do Sul e Vitória.

Na porção leste de seu território, onde se situa a cidade de Brisbane, o clima é subtropical. Na porção sudeste, onde se localizam a cidade de Melbourne, a capital, Canberra, e a Ilha da Tasmânia, o clima é temperado por causa da maior latitude (consulte o climograma A, na página seguinte).

A porção norte, onde está a cidade de Dárvin, por causa da ação das monções de noroeste é bem regada pelas chuvas. Situada em baixa latitude, tem clima tropical úmido, médias térmicas anuais em torno de 26 graus Célsius e precipitação média anual superior a .1500 milímetros (observe o climograma B da página seguinte).

Ciclones são comuns entre os meses de dezembro e maio no norte, nordeste e noroeste da Austrália, provocando ventos destruidores e inundações.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Em que região do Brasil ocorre o clima tropical semiárido?

Orientações e sugestões didáticas

No Brasil, o clima tropical semiárido ocorre no Sertão da Grande Região Nordeste ou no chamado Polígono das sêcas.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Tanto a Austrália quanto o Brasil são “cortados” pelo Trópico de Capricórnio. No Brasil, quais estados são “atravessados” por esse trópico?

Orientações e sugestões didáticas

Os estados brasileiros “atravessados” pelo Trópico de Capricórnio são Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

Sugerimos que recorde com os alunos o que são as chuvas orográficas, podendo até mesmo estabelecer comparações com as que ocorrem no Brasil. Aproveite a oportunidade para abordar a chuva frontal e a chuva de convecção, ampliando, assim, a consolidação do aprendizado sobre clima.

Atividade complementar

Leia e interprete com os alunos o mapa da página anterior. Solicite que, com base no que foi observado, criem hipóteses sobre o clima. Registre as hipóteses na lousa e, só então, remeta-os à observação do mapa desta página. Pergunte: “As hipóteses se confirmam?”. Peça aos alunos que avaliem e esclareça possíveis dúvidas.

Climograma A: canbérra (Austrália)

Gráfico. Climograma A: Canberra, Austrália. Gráfico de barras e linhas que evidenciam a precipitação, em milímetros, e a média da temperatura, em graus Celsius, na cidade de Canberra. 
No eixo vertical à esquerda está a média da temperatura, em graus Celsius, de 0 a 40. No eixo vertical à direita estão os milímetros que indicam a precipitação, de 0 a 400. No eixo horizontal, a indicação dos meses, de janeiro a dezembro, por meio da letra inicial do nome de cada mês. 
Janeiro: temperatura: 22 graus Celsius; precipitação: 100 milímetros. 
Fevereiro: temperatura: 22 graus Celsius; precipitação: 110 milímetros. 
Março: temperatura: 21 graus Celsius, precipitação: 130 milímetros.    
Abril: temperatura: 18 graus Celsius; precipitação: 100 milímetros.  
Maio: temperatura: 15 graus Celsius; precipitação: 90 milímetros.  
Junho: temperatura: 12 graus Celsius; precipitação: 130 milímetros.  
Julho: temperatura: 10 graus Celsius; precipitação: 50 milímetros.  
Agosto: temperatura: 12 graus Celsius; precipitação: 80 milímetros. 
Setembro: temperatura: 15 graus Celsius; precipitação: 50 milímetros. 
Outubro: temperatura: 17 graus; precipitação: 70 milímetros. 
Novembro: temperatura: 19 graus; precipitação: 80 milímetros. 
Dezembro: temperatura: 21 graus; precipitação: 70 milímetros. 
Latitude: 35 graus 17 minutos sul.
Longitude: 149 graus 13 minutos leste. Altitude: 605 metros.

Fonte: CAPITAL: l’encyclopédie du monde 2006. sexta edição Paris: Nathan, 2005. página 114.

Climograma B: Dárvin (Austrália)

Gráfico. Climograma B: Darwin, Austrália. Gráfico de barras e linhas que evidenciam a precipitação, em milímetros, e a média da temperatura, em graus Celsius. 
No eixo vertical à direita estão os milímetros que indicam a precipitação, de 0 a 400. No eixo vertical à esquerda está a média da temperatura, em graus Celsius, de 0 a 40. No eixo horizontal, a indicação dos meses, de janeiro a dezembro, por meio da letra inicial do nome de cada mês. 

Janeiro: temperatura: 27 graus Celsius; precipitação: 400 milímetros. 
Fevereiro: temperatura: 28 graus Celsius; precipitação: 350 milímetros. 
Março: temperatura: 29 graus Celsius; precipitação: 250 milímetros.  
Abril: temperatura: 29 graus; precipitação: 110 milímetros.  
Maio: temperatura: 27 graus Celsius; precipitação: 25 milímetros.  
Junho: temperatura: 25 graus Celsius; precipitação: 15 milímetros.  
Julho: temperatura: 24 graus Celsius; precipitação: 5 milímetros.  
Agosto: temperatura: 25 graus Celsius; precipitação: 12 milímetros. 
Setembro: temperatura: 27 graus Celsius; precipitação: 15 milímetros. 
Outubro: temperatura: 29 graus Celsius; precipitação: 50 milímetros. 
Novembro: temperatura: 30 graus Celsius; precipitação: 120 milímetros. 
Dezembro: temperatura: 30 graus Celsius; precipitação: 250 milímetros. 
A cidade tem as características: Latitude: 12 graus 28 minutos sul. Longitude: 130 graus 50 minutos leste. Altitude: 0 metros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 20.

Grafismo indicando atividade

De acôrdo com os dois climogramas, que localidade apresenta inverno mais frio? Que fatores explicam essa diferença?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com os climogramas, a localidade que apresenta o inverno mais frio é Canberra. Além de apresentar maior altitude que Dárvin, possui maior latitude (35graus Sul). Situa-se, assim, na zona de média latitude, e Dárvin, na zona de baixa latitude (12graus Sul).

O efeito da continentalidade se manifesta intensamente no território australiano, explicando a sua aridez e semiaridez. Na região central, onde se situa a cidade de Alice Springs, no Monte Macdonnel (localize-o no mapa da página 229), o termômetro pode cair de 45 graus Célsius durante o dia para –5 graus Célsius à noite, pois a reduzida umidade do ar atmosférico favorece a dispersão do calor por irradiação.

Hidrografia

A escassa rede hidrográfica australiana está diretamente relacionada à aridez do seu clima. De modo geral, há poucos cursos de água no território e a maioria é de pequeno volume. Somente na porção leste-sudeste há rios expressivos: o Rio Murray e o Rio Darling (localize-os no mapa da página 229). Ambos nascem na vertente oeste da Cordilheira Australiana e desembocam próximo de Adelaide, capital da Austrália Meridional.

Em contraposição, a Austrália possui abundantes lençóis subterrâneos. No interior, os poços artesianos são fundamentais, pois atingem os lençóis, permitindo o abastecimento de cidades e a prática de atividades agropecuárias.

Fotografia. Vista para uma área aberta, ampla, com destaque para um moinho de vento. O solo é árido, sem cobertura vegetal. Ao lado do moinho há uma estrutura baixa, amarronzada. Ao fundo, algumas árvores e uma cadeia de morros. Acima, céu azul e sem nuvens.
Retirada de água de lençol subterrâneo com uso de moinho de vento na região desértica da Austrália Ocidental (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Atividades complementares

Solicite aos alunos que, em um mapa mudo da Austrália, considerando as explicações feitas no texto e na sala de aula, representem os tipos de clima característicos desse país. Oriente-os a incluir título, legenda, escala e orientação no mapa. Você pode providenciar o mapa mudo no portal í bê gê É Educa.

Após recordar os efeitos da continentalidade e da maritimidade, peça aos alunos que comparem a ocorrência desses efeitos na Austrália e no Brasil. Para tanto, sugerimos que, no caso da Austrália, eles se apoiem no mapa da página anterior; e, no caso do Brasil, usem o exemplo do município de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), onde o efeito da continentalidade é maior, e o do município de Vitória (Espírito Santo), onde o efeito da maritimidade sobressai como fator do clima.

• Vegetação e biodiversidade

Em virtude do clima, a Austrália conta com variada vegetação original: plantas xerófilas nas áreas áridas e semiáridas; Estepes e Savanas nas áreas de transição climática; e florestas nas regiões de maior pluviosidade. O eucalipto, espécie que necessita de muita água para seu desenvolvimento, é nativo da Austrália.

O isolamento geográfico contribuiu para a evolução de espécies animais muito particulares, como o canguru, símbolo do país.

Fotografia. Dois cangurus em um terreno seco e com alguma  vegetação rasteira.
Cangurus na Austrália (2020). Protegida por lei, hoje a população de cangurus é numerosa nas Savanas Australianas. Porém, no passado, a caça promovida por nativos e colonizadores quase colocou esse mamífero em extinção. Foto de 2020.

3. População

Em 2021, a população da Austrália foi estimada em mais de 25,7 milhões de habitantes; 90,5% são descendentes de europeus, 7%, asiáticos, e 2,5%, aborígines.

Como dito anteriormente, a ocupação humana do território australiano está relacionada, em grande parte, às condições climáticas. No interior, a aridez do clima não estimula a ocupação. Por isso, a concentração populacional ocorre nas porções litorâneas do território, onde há maior umidade, especialmente nas porções leste e sudeste. Assim, as densidades demográficas na Austrália variam de menos de 1 habitante por quilômetro quadrado a mais de 50 habitantes por quilômetro quadrado, nas principais aglomerações urbanas. Observe o mapa.

Austrália: densidade demográfica e divisão político-administrativa – 2020

Mapa. Austrália: densidade demográfica e divisão político-administrativa, 2020. Mapa do território australiano representando a densidade populacional por meio de cores.  
Divisão político-administrativa:
Austrália Ocidental: abrange a parte oeste do país; Território do Norte: abrange a porção norte da parte central da Austrália; Austrália Meridional: abrange a porção sul da parte central do país; Queensland: abrange a porção norte da parte oeste da Austrália; Nova Gales do Sul: abrange a maior porção do sul da parte leste do país; Vitória: abrange o extremo sul da parte leste da Austrália; Tasmânia: ilha situada ao sul da parte leste da Austrália. 


Densidade da população (habitantes por quilômetro quadrado): 
Menos de 1: toda a porção central do território; porção oeste, exceto alguns trechos da costa oeste e do sudoeste; interior da porção leste;  porção oeste da Tasmânia. 
De 1 a 10: alguns trechos da costa oeste, principalmente no sudoeste; faixa litorânea no nordeste da porção leste; sul da porção leste; norte da Tasmânia. 
Mais de 10 a 50: pequenas áreas no sudoeste e sul da porção oeste; pequenas áreas pela costa leste, principalmente no sudeste e sul da porção leste; sudeste da Tasmânia.
Mais de 50: pequena área no sudoeste da porção oeste, onde está indicada a cidade de Perth; pequena área no sul da porção leste, onde está indicado Melbourne; pequeno trecho na costa leste e na costa nordeste, onde está indicada a cidade de Sidnei. 
Aglomeração de habitantes:  
Menos de 300 mil: sul da costa oeste; sul e nordeste da porção leste da Austrália; costa leste, inde está indicada a cidade de Brisbane. 
300 mil a 1 milhão: cidade de Perth, no sudoeste da porção oeste; sul da porção leste, onde estão indicadas as cidades de Adelaide, Melbourne e Sidnei; na costa leste, onde está indiada a cidade de Brisbane.  
Reservas ocupadas pela população indígena (aborígines): parte central, abrangendo áreas entre o Território do Norte, Austrália Ocidental e Austrália Meridional; trechos espalhados próximos à costa oeste, norte e sul do território australiano.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 690 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em Charliê Jác (Organização.). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 127; UN-HABITAT. Global State of Metropolis 2020: population data booklet. Nairobi: , 2020. página 3.

Grafismo indicando atividade

Em que porção do território australiano ocorrem as menores densidades demográficas? Com base nos seus estudos sobre o meio natural, explique por quê.

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, as menores densidades demográficas ocorrem na porção central, área de domínio dos desertos australianos. A ocupação europeia ocorreu nas áreas úmidas; a exploração econômica das áreas sêcas não repercutiu na formação de grandes aglomerações populacionais.

Recorde aos alunos quais são, de maneira geral, os fatores de ordem físico-natural que condicionam a fixação humana em um território. Isso possibilita identificar se há dificuldades de compreensão desse aspecto da relação sociedade-natureza. Faça explicações para sanar possíveis dúvidas. Aproveite para discutir a capacidade humana de adaptação às condições naturais adversas, por meio do desenvolvimento e do uso de técnicas.

Atividade complementar

Peça aos alunos que expliquem como se calcula a densidade demográfica de um país ou região. Em seguida, pergunte: “A densidade demográfica é um ‘retrato fiel’ da distribuição espacial da população de um país ou território?”; “O que vocês sugerem para se ter um melhor estudo da distribuição da população?”.

4. Economia e desenvolvimento social

A Austrália é um país que se destaca no contexto da economia mundial. Em 2020, seu Píbi per cápita foi superior a 51 mil dólares anuais – maior que o de outros países desenvolvidos, como França (39 mil) e Alemanha (46 mil); para efeito de comparação, o Píbi per cápita do Brasil foi de .6797 dólares.

Em 2019, o Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) australiano muito elevado (0,944) foi o oitavo melhor do mundo. Isso reflete as boas condições de vida da população.

Seu desenvolvimento econômico e social deve-se, em grande parte, à adoção de uma política agressiva de exportação implantada por seus dirigentes e de políticas públicas voltadas para o bem-estar da população.

Em 2020, cêrca de 68% do valor de suas exportações provieram do setor mineral e energético – minério de ferro, cobre, alumínio, urânio, carvão mineral e gás natural. O setor agropecuário também ocupa uma posição importante na pauta de exportações – trigo, carne, lã, fibras têxteis, açúcar etcétera A criação de ovinos merece destaque, pois tem o 3º maior rebanho do mundo (76 milhões de cabeças), ultrapassado apenas pelos rebanhos da Índia (83 milhões) e da China (174 milhões). Enquanto a relação ovino por habitante na Austrália é de trezentas cabeças para cada 100 habitantes, na China é de aproximadamente 12 cabeças para cada 100 habitantes. Outra diferença entre esses países é que a Austrália desenvolve sistemas de produção com tecnologia avançada e de elevada produtividade, que a colocam no tôpo do mercado mundial de carne e lã ovinas.

A atividade industrial na Austrália está concentrada nas regiões polarizadas pelas cidades de Sidnei, Melbourne, Brisbane, Adelaide e Perth (consulte o mapa).

A produção industrial engloba setores de base e de bens de consumo, destacando-se o automobilístico, o siderúrgico, o petroquímico, o químico, o naval, o de cimento, o de papel, o de equipamentos elétricos, o aeronáutico, o têxtil, entre outros.

Austrália: economia e uso da terra – 2019

Mapa. Austrália: economia e uso da terra, 2019. Mapa do território australiano representando os diversos usos da terra por meio de cores e símbolos geométricos. 
Região industrial: cidade de Perth, no sudoeste da Austrália; cidades de Adelaide, Melbourne, Sidnei e Newcastle, na porção sul da parte oriental da Austrália; cidades de Brisbane e Southport, na costa leste da Austrália. 
Agricultura de cana-de-açúcar: estreita faixa no litoral nordeste, onde estão as cidades de Gladstone e Townsville. 
Cultura de trigo: estreitas faixas no sudoeste, sul e sudeste;  noroeste da Tasmânia.
Criação intensiva de bovinos (leite): estreitas faixas na costa leste, entre Gladstone, Brisbane e Newcastle, e entorno de Melbourne, no sudeste.
Criação extensiva de bovinos: áreas no norte e no noroeste, onde estão indicadas as cidades de Darwim e Yampi Sound; no centro e no nordeste (Weipa).  
Criação extensiva de ovinos: área na costa oeste, estendendo-se do Trópico  de Capricórnio em direção ao sul (Port Hedland); no interior central da parte leste (Broken Hill); sul da porção leste da Austrália, desde Adelaide até Newcastle; nordeste da Tasmânia.
Floresta: no sudoeste, no nordeste e no sudeste da Austrália; porção oeste da Tasmânia.
Áreas não cultivadas: porção central e oeste, onde estão indicados Deserto Australiano e a cidade de Kalgoorlie; trechos no noroeste, norte e nordeste.
Carvão: em Perth, no sudoeste; em Gladstone e Brisbane, no leste; em Sidnei, no sudeste. 
Urânio: no norte, próximo à Darwin; em Monte Isa, no centro-norte; no centro-sul, em Roxby Downs e, também,  próximo à Broken Hill. 
Petróleo: no litoral oeste e sudeste. 
Gás natural: no litoral oeste e sudeste; no sudoeste  do território; no interior da costa leste.
Central térmica: em Perth, no sudoeste; Monte Isa, no interior da porção leste;  Adelaide, no sul do país; ao longo da costa leste (Townsville, entre Gladstone e Brisbane, Newcastle, Melbourne).
Central hidrelétrica: no sudeste e na Tasmânia.
Minério de ferro: em Yambpi Sound, Port Hedland e proximidades, na costa oeste; em Iron Knob, sul do país; em Hobart, Tasmânia. 
Manganês: no litoral norte; em Port Hedland, na costa oeste.
Níquel: em Kalgoorlie, sudoeste; em Hobart, Tasmânia.
Cobre: monte Isa, centro-norte; em Gladstone, leste do país; em Roxby Downs, no sul; em Hobart, Tasmânia.
Chumbo e zinco: em Monte Isa, centro-norte; em Broken Hill, centro-sul; em Hobart, Tasmânia. 
Ouro: em  Kalgoorlie, no sudoeste; no centro-norte, próximo à Monte Isa. 
Prata: em Monte Isa, centro-norte; Broken Hill, centro-sul; 
Bauxita: no norte do país; Weipa, no nordeste; Perth, no sudoeste. 
Diamante: no noroeste do país.
Polo de alta tecnologia: Brisbane, na costa leste; Melbourne, no sudeste.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 750 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109; Charliê Jác organização. Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2012. página 127.

Grafismo indicando atividade

Comparando este mapa com o da página 230, em relação ao uso da terra, a criação de ovinos abrange quais áreas de precipitações anuais?

Orientações e sugestões didáticas

Na Austrália, a criação de ovinos abrange áreas de precipitação anual de 250 a 500 milímetros, de mais de 500 a .1000 milímetros e trechos de mais de .1000 a .1500 milímetros.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Austrália.

Direção: Báz Lúrmãn. Estados Unidos da América/Austrália: Twentieth Century Fox Film Corporation, 2008. Duração: 144 minutos

No contexto da Segunda Guerra Mundial, o filme mostra diversas­ paisagens australianas e o bombardeio da cidade de Dárvin pelos japoneses, que haviam atacado a base militar estadunidense de Pearl Harbor (Havaí).

Orientações e sugestões didáticas

Competência

Oriente os alunos na análise e na interpretação do mapa, mobilizando os conhecimentos sobre o meio natural, a população, o uso da terra e as atividades econômicas. Tenha em mente estimular o aprimoramento da Competência Específica de Geografia 3: “Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem”.

Solicite aos alunos que recuperem informações relacionadas à economia australiana apresentadas em mapas da Unidade 1, como na página 17, “Mundo: percentual da população usando internet (em porcentagem) – 2019”; na página 20, “Mundo: receitas das quinhentas maiores transnacionais – 2019”; na página 26, “Mundo: comércio de ferro (em milhões de toneladas) – 2018”; e, na página 27, “Mundo: participação dos países nas exportações mundiais de mercadorias (em porcentagem) – 2020”.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 29 e 30

Registre em seu caderno.

  1. Explique a divisão da Oceania em três grupos de ilhas.
  2. Numa pesquisa sobre a flora e a fauna da Oceania, quatro cientistas – A, B, C e D – se dividiram para visitar oito ilhas ou países insulares da região. Observe, no quadro, o roteiro da expedição, consulte o mapa da página 221 e responda às questões.

Cientistas

Ilhas ou países insulares visitados

A

Papua Nova Guiné e Palau

B

Samoa e Taiti

C

Havaí e Vanuatu

D

Nauru e Marshall

  1. Qual cientista visitou apenas ilhas da Polinésia?
  2. O cientista A visitou ilhas ou países que fazem parte de qual conjunto insular da Oceania?
  3. Cite o nome dos conjuntos de ilhas visitados pelo cientista D.
  4. Qual cientista visitou ilhas da Melanésia e da Polinésia?
  1. O que há em comum entre as Ilhas Marshall e o Atol de Mururoa, na Polinésia Francesa?
  2. Qual é a base econômica dos três conjuntos de ilhas da Oceania?
  3. Que elemento do relêvo australiano explica os elevados níveis de precipitação na vertente oriental do país?
  4. Sobre a colonização da Austrália, faça o que se pede.
    1. Explique o tipo de colonização implantado na Austrália pelos ingleses.
    2. Compare esse tipo de colonização com a praticada no Brasil por Portugal.
  5. Observe o mapa e, em seguida, faça o que se pede na página seguinte.

Austrália: uso da terra, região industrial e principais cidades – 2019

Mapa. Austrália: uso da terra, região industrial e principais cidades, 2019. Mapa do território australiano onde são evidenciados, por meio de cores, os usos da terra e principais cidades. 
Região industrial: porção sudoeste, na cidade de Perth; porção sudeste, nas cidades de Adelaide, Melbourne, Sidnei; leste, em Brisbane.
Agricultura de cana-de-açúcar: estreita faixa no litoral nordeste , até Brisbane.
Agricultura de cereais (trigo): estreitas faixas no sudoeste, sul e sudeste; extremo noroeste da Tasmânia.
Criação intensiva de bovinos (leite): estreitas faixas na costa leste e sudeste. 
Criação extensiva de bovinos: áreas no norte, onde está indicada a cidade de Darwim; no norte, no centro e no nordeste do território australiano.  
Criação extensiva de ovinos: área na costa oeste; no interior central e sul da porção leste da Austrália; leste da Tasmânia.
Floresta: pequenas áreas no extremo sudoeste; próximo à Canberra, no sudeste; pequena área no nordeste da Austrália; porção oeste da Tasmânia. 
Áreas não cultivadas: porção central e oeste, onde estão indicados Deserto de Gibson e Grande Deserto de Vitória.
O Trópico de Capricórnio aparece  traçado um pouco acima da metade do território da Austrália, no mapa. Também estão traçados no mapa, da esquerda para a direita, os paralelos 120 graus leste, 140 graus leste e 160 graus leste.
Capital do país: Canberra. 
Cidades importantes: Sidnei, Brisbane, Adelaide, Melbourne, Darwin, Perth. 
A distância, em linha reta, entre as cidades de Sidnei e Perth é maior do que entre Sidnei e Darwin.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 540 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. A Oceania pode ser dividida em três grupos de ilhas, Melanésia, Micronésia e Polinésia, além da Austrália e da Nova Zelândia. A Melanésia corresponde ao conjunto de ilhas desde Papua Nova Guiné até a Nova Zelândia, e seu nome deriva da pele escura da população aborígine. A Micronésia, palavra que significa “pequenas ilhas”, é formada por mais de ilhas entre a Melanésia e a Polinésia que compreendem 3.300 quilômetros quadrados de terras emersas em uma superfície oceânica de 8 milhões de quilômetros quadrados. A Polinésia, palavra que significa “muitas ilhas”, abrange milhares de ilhas e arquipélagos no Pacífico Central, localizados em uma vasta área de fórma triangular, entre Nova Zelândia, Ilhas Midway e Ilha de Páscoa.
    1. O cientista B.
    2. Melanésia.
    3. Micronésia.
    4. O cientista C.
  2. As Ilhas Marshall são um Estado associado aos Estados Unidos, e o atol de Mururoa, na Polinésia Francesa, é um território ultramarino francês. Ambos foram palco de testes nucleares na segunda metade do século vinte, com sérios prejuízos à natureza e às populações nativas.
  3. As culturas comerciais de café, cana-de-açúcar, copra e frutas tropicais; a mineração de níquel (principalmente em Nova Caledônia, na Melanésia), ouro, cobre, petróleo (especialmente em Papua Nova Guiné e na Melanésia) e fosfato; além do turismo e da pesca.
  4. Ao encontrar a Cordilheira Australiana, as massas de ar úmidas ascendem (sobem), resfriam-se e precipitam-se em fórma de chuva na vertente oriental (chuva orográfica), daí o fato de essa região ser mais úmida.
    1. Foi principalmente uma colonização de povoamento, ou seja, famílias e colonos migravam às novas terras com o intuito de formar um novo lar. Organizaram o sistema produtivo para atender às necessidades internas e, posteriormente, comercializar o excedente, diferentemente, portanto, da colonização de exploração.
    2. A colonização implantada no Brasil foi principalmente de exploração, que se caracterizou em extrair e explorar o que a terra e a sua população pudessem oferecer, objetivando o enriquecimento da metrópole e dos comerciantes portugueses.
  1. Explique os diferentes usos da terra na Austrália.
  2. Aponte as zonas de iluminação e aquecimento da Terra em que a Austrália está localizada.
  3. A distância em linha reta e em quilômetros entre as cidades de Sidnei e Perth é maior ou menor que a distância entre Sidnei e Dárvin? Por quê?

8. Construa um gráfico de setores com os dados do quadro e, em seguida, faça um comentário sobre eles explicando a que correspondem. Lembre-se de dar um título ao gráfico, elaborar a legenda e citar a fonte.

Austrália: economia por setor de produção (em %) – 2020-2021

Setor da economia

Participação* (%)

Primário

3

Secundário

23

Terciário

66

Quaternário

8

Fonte: elaborado com base em AUSTRALIAN TRADE AND INVESTMENT COMMISSION. Whay Australia: benchmark report tuên tuên uãn.sídinêi: Austrade, 2021. página 12.

asterisco valôres arredondados.

9. As fotos A e B representam duas localidades da Austrália. Com base nas imagens e em seus conhecimentos, responda às questões.

Fotografia A. Vista para uma grande cidade com muitos prédios e árvores. Um rio corta a cidade, cujas partes são ligadas   por uma ponte com um arco na sua estrutura.
Sidnei é uma das cidades mais importantes da Austrália e também a mais populosa (2021).
Fotografia B. Vista para um monte em tom avermelhado ao fundo. À frente, vegetação em tons amarelados, com solo árido. A vegetação é baixa e ressecada.
Paisagem do Parque Nacional Uluru-Kata tjiúta, no sul do Território do Norte, Austrália (2021), região de climas árido e semiárido.
  1. Qual é o tipo de clima predominante no território onde está localizada a cidade de Sidnei, mostrada na foto A? Que fator está diretamente ligado à ocorrência desse tipo climático?
  2. Caracterize a vegetação mostrada na foto B.

10. Em grupo, criem um painel ou, se possível, uma videorreportagem sobre a Grande Barreira de Corais da Austrália. Sigam as orientações.

Fotografia. Área marítima, com diferentes tons de azul. A imagem é dividida por uma faixa  em tons de areia e cinza. Na parte superior à faixa, o mar é de cor azul-claro e, na parte inferior, o mar é de cor azul-escuro. Há embarcações e uma estrutura esbranquiçada próximas às margens do mar, na parte inferior.
Embarcações de turistas em meio à Grande Barreira de Corais, Austrália (2021).
  1. Pesquisem informações e imagens sobre o tema. Decidam qual perspectiva pretendem abordar dentro desse tema.
  2. Em papel pardo ou cartolina, elaborem os cartazes que vão compor o painel com as informações e imagens pesquisadas ou construam um roteiro com o texto que será narrado na videorreportagem e selecionem imagens para complementar o texto. Lembrem-se de que a linguagem deve ser informativa. Com a ajuda do professor, transformem esses materiais em uma videorreportagem.
  3. Organizem os cartazes compondo o painel ou finalizem a videorreportagem, apresentando o trabalho aos demais grupos.
Orientações e sugestões didáticas
    1. Oriente os alunos na descrição do uso da terra, estabelecendo relações entre os tipos de plantio e de criação e os tipos de clima.
    2. Sua porção centro-norte está na zona tropical, e a porção centro-sul, na zona temperada do sul.
    3. A distância entre as cidades de Sidnei e Perth é maior. Com o uso de uma régua, é possível verificar a diferença entre elas.
  1. Espera-se que os alunos elaborem um gráfico de setores com os seguintes dados: setor primário (3%); setor secundário (23%); setor terciário (66%); e setor quaternário (8%); título: Austrália: economia por setor de produção (em porcentagem) – 2020-2021; e fonte: AUSTRALIAN TRADE AND INVESTMENT COMMISSION. Whay Australia: benchmark reporttuên tuên uãn. sídinêi: Austrade, 2021. página 12.

O setor primário abrange as atividades agropecuárias e extrativistas. O setor secundário refere-se à produção industrial, à construção civil e à geração de energia. O setor terciário abrange o comércio e os serviços em geral. Mais recentemente, desenvolveu-se o setor quaternário, que abrange a produção de conhecimentos científicos e tecnológicos.

    1. Na região de Sidnei predomina o clima temperado, típico de uma zona de média latitude (33graus de latitude sul).
    2. É uma vegetação adaptada a níveis muito baixos de precipitação, em que predominam herbáceas.
  1. Nessa abordagem os alunos devem agir com autonomia para decidir a fórma como pretendem tratar o tema. Oriente-os com algumas possibilidades: é possível enfocar as belezas naturais, o turismo ou os problemas ambientais, por exemplo. É importante que os alunos possam escolher mediante seus interesses, promovendo seu protagonismo. Durante o processo de pesquisa e escolha das imagens, indique fontes confiáveis para serem consultadas. Caso escolham criar uma videorreportagem, há plataformas digitais gratuitas que realizam a colagem de imagens e a edição de vídeo; auxilie os alunos nessas etapas. Também há a possibilidade de iniciar o trabalho como uma apresentação de slides e depois convertê-la para formato ême pê4. Essa estratégia objetiva aproximar o conteúdo do universo de interesse dos estudantes, estimulando-os a assumirem uma postura ativa.

PERCURSO 31 NOVA ZELÂNDIA

1. Localização

A Nova Zelândia, localizada no Pacífico Sul, em média latitude (estende-se dos 33graus aos 55graus de latitude sul) e a 2 mil quilômetros a sudeste da Austrália, é formada por duas ilhas principais: a do Norte e a do Sul, separadas pelo Estreito de Cook. Juntas, elas somam .267086 quilômetros quadrados, área pouco maior que a do estado de São Paulo (.248220 quilômetros quadrados).

2. A conquista, a colonização e os maoris

Considera-se que o primeiro contato de europeus com os povos nativos da atual Nova Zelândia, os maoris, ocorreu por volta de 1642-1644 e foi realizado por um navegante holandês de nome Abel tésmén, que esteve também na ilha ao sul da Austrália, que, em sua homenagem, recebeu o nome de Tasmânia (consulte o mapa da página 227).

Mas foram os ingleses que iniciaram a conquista e a colonização, após a viagem do Capitão djeimes cúqui, que mapeou as ilhas do que viria a ser a Nova Zelândia.

O povoamento inglês da Nova Zelândia, a partir da primeira metade do século dezenove, foi posterior ao da Austrália. Assim como ocorreu na Austrália, os nativos do território neozelandês – os maoris – ofereceram resistência à invasão de suas terras, mas foram vencidos pelos colonizadores.

A exemplo da Austrália, os fatores que estimularam a emigração para a Nova Zelândia e o desenvolvimento de sua economia foram: a criação de ovelhas e de carneiros, a existência de terras férteis para o desenvolvimento da agricultura e a descoberta de ouro, por volta de 1860.

A partir do fim de 1980, após anos de luta, em que os maoris reivindicavam o direito às terras que ocupavam originalmente, os governos da Nova Zelândia compreenderam a necessidade de realizar reparações a esse povo, iniciando por tornar o idioma maori a língua oficial do país, juntamente com o inglês.

Fotografia. Na areia de uma praia, um grupo de homens está em pé com as pernas abertas, lado a lado, em três fileiras, uma atrás da outra. Alguns vestem bermuda, dois vestem uma saia e todos estão sem camisa e descalços. Alguns têm pinturas no corpo e seguram varas ou remos de barco na frente do corpo.
Membros de grupo maori realizam uma apresentação cultural em peirria (2021), cidade turística localizada no extremo norte da Ilha do Norte, na Nova Zelândia.
Orientações e sugestões didáticas

Percurso 31

Neste Percurso, a Nova Zelândia é estudada considerando-se os aspectos histórico-populacionais, com destaque para a população maori, nativa desse país, que enfrenta até os dias atuais problemas relativos à perda e à apropriação de suas terras pelos colonizadores. Além disso, abordam-se as caracteristicas naturais, nomeadamente o relêvo e o clima, e suas influências no uso da terra.

Ao longo do estudo, os mapas, as fotos, os gráficos e o Bócsi No seu contexto propiciam suporte às explicações que devem ser dadas. É importante realizar as atividades complementares propostas, tendo em vista que elas possibilitam que se aprofundem conhecimentos.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero nove gê ê zero três
  • ê éfe zero nove gê ê zero nove
  • ê éfe zero nove gê ê um zero
  • ê éfe zero nove gê ê um quatro
  • ê éfe zero nove gê ê um cinco
  • ê éfe zero nove gê ê um seis
  • ê éfe zero nove gê ê um sete

A Nova Zelândia é apresentada aos alunos visando ao desenvolvimento de habilidades que se relacionam à identificação, à comparação e à análise de aspectos físico-naturais, populacionais e econômicos. Este Percurso aborda a composição multiétnica do povo neozelandês, destacando os desafios da minoria maori, população nativa que resistiu ao processo de colonização. O conteúdo demanda o trabalho com os mapas disponíveis, que apoiam o desenvolvimento de habilidades relacionadas à capacidade de leitura e de compreensão.

Temas contemporâneos transversais

O processo de colonização na Nova Zelândia e suas consequências para o povo maori permitem a discussão dos temas Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras e Diversidade Cultural.

Atividade complementar

Pergunte aos alunos a respeito das semelhanças e das diferenças entre os desafios enfrentados pelos maoris na Nova Zelândia e aqueles enfrentados pelos indígenas brasileiros. Convém destacar a questão da invasão às terras desses povos e ressaltar a importância dos direitos e das garantias de seus territórios para que suas condições de vida sejam respeitadas.

Em 2004, foi fundado o Partido Político Maori para defender seus direitos no Parlamento. Entretanto, grandes impasses continuam entre os maoris e o govêrno, principalmente quanto à indenização da apropriação de suas terras pelos colonizadores, fato reivindicado por eles até os dias atuais.

Assim como ocorreu na Austrália, o tipo de colonização implantado na Nova Zelândia foi a colonização de povoamento, explicada no Percurso anterior.

3. O meio natural

Observe o mapa. A Ilha do Sul é a mais montanhosa. Cortada pelos Alpes Neozelandeses na porção ocidental, apresenta estreita planície litorânea. Mais ao norte dessa ilha, a falha tectônica aí existente, formada no limite entre as placas do Pacífico e Indo-Australiana, provoca atividade sísmica, resultando na ocorrência de terremotos.

Nova Zelândia: físico

Mapa. Nova Zelândia: físico. Mapa da Nova Zelândia com as altitudes, profundidades do oceano e a localização da capital e dos picos. 
Acima de 2.000 metros: área no centro da Ilha do Sul e na porção sudoeste. No centro, está o pico Cook com 3.764 metros. 
De 1.500 a 2.000 metros: no centro e no sudoeste da Ilha do Sul, contornando as áreas com altitudes acima de 2.000 metros.  
De 500 a 1.500 metros: no sudoeste, leste e noroeste da Ilha do Sul e na porção central da Ilha do Norte. Na porção entra da Ilha do Norte está o Pico Ruapehu, com 2.796 metros.
De 200 a 500 metros: estreita faixa a nordeste e no sul da Ilha do Sul e faixa contornando as porções sudeste, sul, sudoeste, oeste e noroeste da Ilha do Norte. 
Menos de 200 metros: sul da Ilha do Sul e noroeste da Ilha do Norte e em todas as ilhas próximas (Auckland, Campbell, Antípodas, Chatham e Kermadec). 
Profundidades, em metros: 
Zero a 200 metros: toda a faixa litorânea mais próxima às ilhas do Norte, do Sul, Chatham e Kermadec. 
200 a 2.000 metros: em toda a porção do Oceano Pacífico próxima à faixa de 200 a 2.000 metros que circunda todas as ilhas da Nova Zelândia.
2.000 a mais de 4.000 metros: áreas mais distantes em relação às ilhas. A nordeste da Ilha do Norte, na Fossa Kermadec, está a profundidade máxima: 10.047 metros.
Capital da Nova Zelândia: Wellington, no extremo sudoeste da Ilha do Norte. 
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 310 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109.

Grafismo indicando atividade

Qual das ilhas que formam a Nova Zelândia tem o relêvo mais montanhoso? Como você sabe?

Orientações e sugestões didáticas

Das ilhas que formam a Nova Zelândia, a Ilha do Sul é a que tem o relêvo mais montanhoso. Nela estão as maiores altitudes do relêvo neozelandês, conforme nos indica a gradação de côres na legenda do mapa.

A Ilha do Norte, embora não seja tão montanhosa quanto a do Sul, é mais vulcânica. Nela, estende-se um planalto vulcânico de solos férteis com gêiseres e fontes de água quente, que evidenciam a juventude do relêvo.

O clima é temperado oceânico, pois a disposição e a dimensão das ilhas as tornam influenciadas pelo oceano (efeito da maritimidade), com temperaturas suaves no inverno e verões mais frescos (observe o climograma).

Wellington (Nova Zelândia): climograma

Gráfico. Wellington (Nova Zelândia): climograma. Climograma mostrando o volume das precipitações para cada mês em colunas azuis, e as temperaturas em graus celsius por meio de uma linha vermelha. Os valores das precipitações estão no eixo à direita, variando de 0 a 200 milímetros; os valores das temperaturas estão no eixo à esquerda, variando de 0 a 40 graus celsius. No eixo horizontal, estão indicados os meses do ano. Acima do gráfico, quadro com as seguintes informações: Latitude: 41 graus, 17 minutos, 20 segundos sul. Longitude: 174 graus, 46 minutos, 36 segundos leste. Altitude: 0 a 495 metros.
Janeiro: Temperatura: 15 graus. Precipitação: 50 milímetros. 
Fevereiro: Temperatura: 16 graus. Precipitação: 100 milímetros. 
Março: Temperatura: 15 graus. Precipitação: 80 milímetros. 
Abril: Temperatura: 13 graus. Precipitação: 95 milímetros. 
Maio: Temperatura: 12 graus. Precipitação: 100 milímetros. 
Junho: Temperatura: 9 graus. Precipitação: 100 milímetros. 
Julho: Temperatura: 8 graus. Precipitação: 100 milímetros. 
Agosto: Temperatura: 8 graus. Precipitação: 100 milímetros. 
Setembro: Temperatura: 9 graus. Precipitação: 98 milímetros. 
Outubro: Temperatura: 10 graus. Precipitação: 100 milímetros. 
Novembro: Temperatura: 11 graus. Precipitação: 80 milímetros. 
Dezembro: Temperatura: 12 graus. Precipitação: 95 milímetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição São Paulo: Moderna, 2013. página 110.

Grafismo indicando atividade

Quais são as médias de temperatura e de precipitação na capital da Nova Zelândia no verão e no inverno?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o climograma, no verão (parte de dezembro, janeiro, fevereiro e parte de março), a capital da Nova Zelândia tem média térmica entre 15 graus Célsius e 16 graus Célsius e precipitação em torno de 75 milímetros e 100 milímetros. No inverno (parte de junho, julho, agosto e parte de setembro), apresenta média térmica entre 7 graus Célsius e 10 graus Célsius e precipitação entre 100 e 110 milímetros, sendo que em setembro reduz-se para cêrca de 94 milímetros.

Retome o conceito de falha tectônica: “ruptura e desnivelamento na continuidade das camadas que apresentam certo grau de rigidez por ocasião dos movimentos tectônicos, ou seja, de movimentos tangenciais verticais que ocorrem no interior da Terra, que acarretam na superfície da crosta terrestre o aparecimento de dobras, falhas etcétera” (GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antônio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. nona edição Rio de Janeiro: Bêrtrãn Brasil, 2011. página 203 e 265).

Competências

A consideração das características naturais da Nova Zelândia, que se referem a relêvo, clima, vegetação e hidrografia, deve ser articulada às transformações causadas pela ação humana no passado e no presente. Chame a atenção dos alunos, por exemplo, para o processo de desmatamento e outros problemas de degradação socioambiental e provoque-os a pensar em alternativas de uso sustentável dos recursos naturais. Tenha em mente mobilizar a Competência Específica de Ciências Humanas 3 e a Competência Específica de Geografia 1 (ver quadro das competências nas páginas cinco a sete deste manual).

A precipitação bem distribuída propiciou o desenvolvimento de Florestas de Coníferas na maior parte do território neozelandês. Essa vegetação nativa foi, em grande parte, devastada pelos colonizadores para ampliar os campos de cultivo e pastagens. As poucas áreas remanescentes dessas florestas estão em regiões de difícil acesso nos Alpes Neozelandeses.

Os rios que cortam o território neozelandês são pequenos em decorrência da limitada extensão territorial das ilhas.

4. População e indicadores sociais

Em 2021, a população da Nova Zelândia foi estimada em 5,1 milhões de habitantes. A Ilha do Norte é a mais populosa, pois concentra cêrca de 75% da população neozelandesa e nela se localizam as duas principais cidades do país: Wellington, a capital, que tinha mais de 400 mil habitantes; e Auckland, a mais populosa cidade desse país, com mais de 1,6 milhão de habitantes nesse ano.

Fotografia. Vista de uma paisagem urbana. Na parte de baixo, em primeiro plano, concentração de vegetação. No segundo plano, ocupando a parte central da fotografia, diversas construções, com edifícios de tamanhos variados e arranha-céus, além de vias de circulação; à direita, corpo de água refletindo cor azul e um marina com embarcações. No terceiro plano, morros com cobertura e vegetal e algumas construções esparsas na parte central e à esquerda.
Vista de Wellington, capital da Nova Zelândia (2020). A cidade está localizada no litoral sul da Ilha do Norte, a 41graus de latitude Sul, o que a torna a cidade-capital mais meridional do mundo. É um importante centro financeiro, comercial e cultural.

De sua população total, 71% é de origem europeia (principalmente inglesa) e os demais vieram de ilhas do Pacífico e da Ásia, sobretudo chineses. cêrca de 26% são maoris, povo nativo da Nova Zelândia.

A exemplo da Austrália, a Nova Zelândia destaca-se quanto às condições de vida de sua população: í dê agá muito elevado (0,931), em 2019; mortalidade de crianças menores de 5 anos de 5,7por mil; e elevada esperança de vida média de 82,3 anos, que corresponde a uma das mais elevadas do mundo – no Brasil, a mortalidade infantil de menores de 5 anos e a esperança de vida média foram, respectivamente, de 14,4por mil e 75,9 anos.

Orientações e sugestões didáticas

Atividades complementares

Compare a população total das principais cidades da Nova Zelândia com a população total da cidade em que se localiza a escola. Pergunte: “Wellington e Auckland são cidades mais ou menos populosas?”. Esta atividade possibilita que os alunos comparem distintas situações, tomando por referência seu lugar de vivência, o que possibilita maior compreensão do lugar onde se inserem no mundo. Estimule, assim, o princípio de analogia, fundamental ao raciocínio geográfico.

Sugere-se também, com o mesmo objetivo, solicitar que os alunos pesquisem a taxa de urbanização da Nova Zelândia e a comparem com a do Brasil. Questione: “Qual dos dois países apresenta o maior percentual de população vivendo nas cidades?”. Oriente-os a usar fontes de dados confiáveis na pesquisa.

5. Economia

O Píbi per cápita da Nova Zelândia é elevado: foi de mais de 41 mil dólares em 2020 e corresponde, em média, ao dos países desenvolvidos.

Distribuição espacial da indústria e da agropecuária e o uso da terra

As atividades industrial e de mineração na Nova Zelândia empregam cêrca de 21% de sua população economicamente ativa; a agropecuária, 6%; e o setor de serviços, 73%.

Indústria e mineração

Três centros industriais destacam-se na Nova Zelândia. Dois estão localizados na Ilha do Norte: Auckland, que é o principal do país, e Wellington. O terceiro, a cidade industrial de Christchurch, localiza-se na Ilha do Sul. Conforme podemos observar no mapa, todos apresentam uma produção industrial diversificada, com indústrias de alimentos, têxteis, eletrônicos, produtos químicos etcétera

A Nova Zelândia possui, ainda, diversos recursos minerais, destacando-se carvão mineral, minério de ferro, prata, ouro, pedra-pomesglossário , gás natural e petróleo, estes dois últimos extraídos em pequena quantidade, o que faz do país um importador dessas fontes de energia.

Nova Zelândia: economia, infraestrutura e uso da terra – 2019

Mapa. Nova Zelândia: economia, infraestrutura e uso da terra - 2019. Mapa do território da Nova Zelândia destacando as principais indústrias e infraestrutura e as áreas de vegetação e produção agropecuária. Para isso foram empregados símbolos e cores para destacar as diferentes coberturas do solo e as atividades econômicas. 
Zonas industriais (mancha na cor rosa): áreas que englobam as cidades e o entorno de Auckland e Wellington, respectivamente ao norte e ao sul da Ilha do Norte, e de Christchurch, na costa centro-leste da Ilha do Sul. Nessas zonas se destacam diversos ramos industriais e, também, de produção agropecuária: química, eletrônica, mecânica, têxtil, indústria de carne, produção de cereais, criação de bovinos e ovinos. 
Áreas de pasto: porções na parte norte e em todo o centro-sul da Ilha do Norte. Extensa faixa de terras cobrindo a maior parte da borda oriental da Ilha do Sul. Nessas áreas destacam-se a criação de bovinos e ovinos, as indústrias de carnes e enlatados e a indústria têxtil.
Áreas de terras cultiváveis: porção voltada para a costa leste da Ilha do Sul, nos arredores de Timaru e Christchurch; costa norte da Ilha do Sul, nos arredores das cidades de Nelson e Benheim; faixa ao norte da Ilha do Norte, a leste da zona industrial de Auckland. Nessas áreas destacam-se a produção de cereais e frutas. 
 Áreas de Floresta: faixa no extremo noroeste e na parte central da Ilha do Norte; extensa faixa de terras cobrindo a porção ocidental da Ilha do Sul. Nessas áreas destacam-se a extração madeireira e a indústria de madeira. 
Região montanhosa: porção central da Ilha do Sul 
Aeroportos internacionais: Christchurch, Auckland, Wellington.  
Estradas principais: por todo território de norte a sul, leste e oeste.  
Na parte de baixo, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 140 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em LE GRAND atlas du XXIe siècle. Paris: Gallimard, 2013. página 185; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 109.

Grafismo indicando atividade

Enquanto na porção oriental da Ilha do Sul há criação de ovelhas, produção de cereais e algumas atividades industriais, aponte a atividade econômica na porção ocidental.

Orientações e sugestões didáticas

A atividade econômica na porção ocidental da Ilha do Sul é, principalmente, a extração madeireira.

Explore os aspectos econômicos da Nova Zelândia por meio da leitura do mapa, ressaltando as áreas mais industrializadas e aquelas dedicadas à produção de produtos primários.

Atividade complementar

Proponha aos alunos que relacionem o relêvo e o clima com o uso da terra no território neozelandês. Pergunte, por exemplo, quais são as características físico-naturais da Ilha do Sul que a tornam menos propícia ao cultivo agrícola do que a Ilha do Norte. Aproveite para identificar e esclarecer possíveis dúvidas e dificuldades.

A agropecuária

Embora a Nova Zelândia tenha um setor industrial diversificado e recursos minerais em seu território, os produtos industriais e minerais não têm grande importância em suas exportações se comparados aos agroalimentares.

O setor agropecuário neozelandês é moderno, com uso de tecnologias avançadas. Os cultivos de trigo, centeio, milho, aveia, batata e frutas destinam-se a abastecer o mercado interno e externo, cujo principal comprador é a Austrália. cêrca de 14% da exportação é destinada a esse país.

Em 2020, o rebanho de ovinos era de aproximadamente trinta e uma milhões de cabeças, uma média de 6 cabeças por habitante; o rebanho de bovinos, calculado em 10 milhões de cabeças, correspondia a duas cabeças por habitante, média superior à do Brasil, que era de uma cabeça por habitante.

Essas médias elevadas explicam o destaque que a Nova Zelândia possui como exportadora de carne, lã e laticínios. cêrca de 60% do valor de suas exportações é representado por laticínios ou produtos lácteosglossário , além de carnes de ovelha, cervos, aves e suínos, frutas, mel, peixes e crustáceos.

Fotografia. Vista de uma paisagem rural. No primeiro plano, campo com pastagem e diversas ovelhas reunidas. No segundo plano, ao fundo, árvores altas.
Rebanho de ovinos em fazenda localizada em cristchãrtch, na Ilha do Sul, Nova Zelândia (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Pergunte aos alunos sobre a importância das exportações de comoditis para os países no mundo atual, conteúdo estudado no Percurso 6 da Unidade 2, nas páginas 50 e 51.

Atividade complementar

Considerando a importância econômica do rebanho bovino na Nova Zelândia e no Brasil, solicite aos alunos que pesquisem as consequências/impactos ambientais dessa atividade.

A Nova Zelândia é líder na criação de cervos e na exportação de sua carne, muito apreciada em vários países (foto A). O seu couro também é exportado, principalmente para a Itália, para a confecção de roupas, bolsas, luvas etcétera A maior criação de cervos é realizada na Ilha do Sul, aproveitando-se o seu relêvo acidentado.

Fotografia A. Vista de uma paisagem rural. No primeiro plano, campo com pastagem e diversos cervos reunidos. No segundo plano, ao fundo, área com vegetação de maior porte.
Rebanho de cervos em fazenda de kéntêbâri, na Nova Zelândia (2019).

Quanto à cultura de uvas, as viníferas, apropriadas para a produção de vinho, foram introduzidas pelos colonizadores europeus no século dezenove. Entretanto, somente a partir dos anos 1980 os vinicultores passaram a cultivar castasglossário mais nobres. A modernização desse setor levou o país a se destacar entre os produtores de vinho de alta qualidade, com aroma e frescor especiais muito apreciados pelos consumidores.

Tanto a Ilha do Norte como a do Sul destacam-se na produção de vinhos (foto B). Mais de quinhentas vinícolas operam no país, favorecidas por diversos tipos de clima e solo que permitem o cultivo de castas variadas.

Fotografia B. Vista de uma paisagem rural. No primeiro plano, terreno íngreme dividido em duas áreas ocupadas com parreirais dispostos em fileiras. No meio, entre as duas áreas, uma estrada de terra. No segundo plano, alguns galpões e vegetação no entorno. No terceiro plano, ao fundo, vista de uma paisagem com morros e o céu com algumas nuvens acima.
Videiras para a produção de vinho da uva sauvignon blanc em vinícola na Ilha ueirrekí, na Nova Zelândia (2020).
Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Aponte a principal Grande Região produtora de vinhos no Brasil.

Orientações e sugestões didáticas

Ao responder à questão do boxe No seu contexto, espera-se que os alunos reconheçam que, no Brasil, a Grande Região produtora de vinhos é a Grande Região Sul, com destaque para o estado do Rio Grande do Sul.

Atividade complementar

Tendo em vista a fixação da aprendizagem e a verificação da existência de possíveis dificuldades, peça aos alunos que comparem a Nova Zelândia e a Austrália quanto às suas características de relêvo, clima, vegetação, uso da terra, economia e história. Convém que produzam um texto individual sobre esses países, o qual deve ser entregue em data previamente combinada. Na ocasião da entrega, solicite que compartilhem suas comparações; então, liste-as na lousa e explique o que, porventura, for preciso.

PERCURSO 32 ÁRTICO

1. O que é o Ártico?

Diferentemente da Antártida – uma imensa massa continental recoberta em boa parte por geleiras –, o Ártico compreende as terras setentrionais da América do Norte, da Europa, da Ásia e inúmeras ilhas e arquipélagos espalhados pelas águas polares, estendendo-se desde o Círculo Polar Ártico, a 66graus de latitude norte, até o Polo Norte. Com aproximadamente 21 milhões de quilômetros quadrados, tem área total maior que a da América do Sul, calculada em 17,8 milhões de quilômetros quadrados.

Ártico – 2019

Mapa. Ártico: geopolítica e recursos - 2019. Mapa mostrando as divisões territoriais do Ártico, áreas de exploração, reservas comprovadas de petróleo e gás, cidades importantes, limites de zonas econômicas, banquisa e inlândsis. O mapa destaca a região do Ártico vista de cima. Do lado direito do mapa, a Rússia: mais ao sul, a Noruega, a Suécia, a Finlândia e a Islândia mais ao sul do Ártico. Do lado esquerdo, a Groenlândia (Dinamarca), terras do Canadá e Alasca (Estados Unidos). Inlândsis estão representadas por áreas com pequenos riscos azuis nas bordas da Groenlândia, da Terra de Baffin (Canadá) e da Terra de Ellesmere (nas proximidades do Polo Magnético Norte). Banquisas estão representadas por linhas curvas fechadas, na cor cinza, em toda área central da região ártica, sobrepondo-se à área do Oceano Glacial Ártico. Em linhas tracejadas vermelhas estão representados os Limites de Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE) ao redor da Groenlândia, da Islândia, em torno de parte dos territórios de Rússia, Alasca e Canadá e na parte central da região ártica. Em linhas cinzas diagonais, o Território Autônomo Nunavut, no Canadá. Reservas comprovadas de petróleo e gás estão destacadas na cor cinza área central ártica; no Mar de Kara e Mar de Barents, nas proximidades da Rússia; em áreas na Baía de Baffin e Baía de Hudson, próximo ao Canadá; área da Terra de Ellesmere, próximo ao polo magnético do norte; áreas do Oceano Glacial Ártico próximo ao Alasca e Canadá. Com uma estrela vermelha, a indicação do Polo Norte (no centro do mapa) e Polo Magnético do Norte (a noroeste da estrela do Polo Norte). As áreas de exploração de petróleo são indicadas por um triângulo na cor preta na Rússia, Alasca, Canadá e Noruega. Um quadrado na cor preta indica áreas de exploração de gás na Rússia, Alasca, Canadá e Noruega.  Um trapézio na cor preta indica locais de extração de minérios na Rússia, Canadá e Groenlândia. Um ponto preto dentro de um círculo de fundo branco indicam a localização das capitais dos países: Suécia: Estocolmo; Noruega: Oslo;  Finlândia: Helsinki; Rússia: Moscou: Islândia:  Reykjavik. Pontos pretos simples indicam localização de cidades importantes. No Canadá: Churchill; na Rússia: São Petersburgo. no Alasca: Fairbanks, Barrow; na Groenlândia: Nuuque Godtas. Na parte inferior, à direita, a escala de 0 a 840 quilômetros. À esquerda, perfil topográfico da Groenlândia representando a variação altimétrica do relevo. No perfil, à esquerda, eixo vertical mostrando as altitudes em metros, variando de 0 a 6.000 metros. No eixo horizontal a extensão em quilômetros, variando de 0 a 1.600 quilômetros. Ponto A: entre 0 e 2.000 metros e 0 quilômetros. Ponto B: próximo a 2.000 metros e 1.200 quilômetros.

Fontes: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Moderno atlas geográfico. sexta edição São Paulo: Moderna, 2016. página 53; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 111.

Grafismo indicando atividade

A quais países pertencem as ilhas Nova Zembla e ispítisbérguen, localizadas no Ártico?

Orientações e sugestões didáticas

De acôrdo com o mapa, as ilhas Nova Zembla e ispítisbérguen, no Ártico, pertencem, respectivamente, à Rússia e à Noruega.

Percurso 32

Este Percurso trata do Ártico, caracterizando seus aspectos físico-naturais, as viagens de exploração e os povos do frio. Além disso, destaca as pressões atuais sobre o meio ambiente ártico, cujas mudanças em seu clima e, consequentemente, em seus ecossistemas afetam toda a Terra.

O Ártico representa um “mundo” desconhecido para muitos alunos. Procure, então, sondar os conhecimentos que eles têm sobre essa região do planeta, bem como despertar a curiosidade a respeito dela, considerando que esse é um primeiro passo para o aprendizado.

Os mapas e as ilustrações deste Percurso devem ser bastante explorados, pois constituem a visualização do que é explicado no texto. Sempre que possível, remeta os alunos aos bócsês No seu contexto e Pausa para o cinema. Eles propiciam momentos de aproximação do tema discutido com a realidade do aluno e possibilitam que as reflexões extrapolem o momento da aula.

As atividades complementares possibilitam verificar e sanar possíveis dificuldades de compreensão; explore-as.

Com base no mapa e sua legenda, explique para os alunos que o Conselho do Ártico é formado, em caráter permanente, por oito países (Rússia, Noruega, Islândia, Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Suécia e Dinamarca, representada por sua região autônoma da Groenlândia) e por seis organizações de populações nativas. Além desses, em caráter não permanente, participam como observadores treze Estados não árticos, sendo oito europeus, além de China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Cingapura e treze organizações intergovernamentais e doze não governamentais. Nos últimos anos essa organização internacional vem adquirindo maior relevância e popularidade, em razão das consequências já visíveis da mudança climática, pois, conforme o derretimento polar aumenta, crescem a navegabilidade regional, as consequentes divergências territoriais e a preocupação ambiental. Rico em recursos minerais e estrategicamente importante, o Ártico é uma região que já apresenta episódios de tensão geopolítica.

Habilidades da Bê êne cê cê

  • ê éfe zero nove gê ê zero quatro
  • ê éfe zero nove gê ê um cinco

Ao estudar o Ártico, este Percurso contribui para que os alunos conheçam e relacionem diferentes paisagens e modos de vida. Tenha em vista o aprimoramento da valorização do multiculturalismo no decorrer desse estudo. Destaque a importância das ações humanas na transformação da natureza e as pressões decorrentes dessas ações ao meio ambiente do Ártico. Os mapas e as fotos oferecem suporte às explicações dadas no texto.

Clima e vegetação

O clima polar caracteriza o Ártico. As temperaturas médias variam entre –10 graus Célsius e –21 graus Célsius. No nordeste da Sibéria e na Groenlândia, no inverno, já foram registrados –65 graus Célsius.

Por causa da inclinação do eixo de rotação da Terra, no verão ártico o Sol permanece no céu sem se pôr durante vários dias; é o chamado “Sol da meia-noite”. No inverno ocorre o contrário: as noites têm longa duração.

A Tundra é a vegetação típica, fonte de alimento dos mamíferos herbívoros, entre eles a rena ou caribu.

Fotografia. Paisagem ampla e vasta, com vegetação rasteira e colorida. Há uma lagoa, e ao fundo, relevo com declives formando uma cadeia de morros.
Vegetação de Tundra florida no Parque Nacional Rondane, na Noruega, durante o outono de 2021.

As banquisas e os icebergs

No Oceano Glacial Ártico, que circunda as terras emersas do Ártico, as águas congeladas formam as chamadas banquisas, ou seja, massas de gelo que podem atingir mais de 5 metros de espessura e cobrir mais de 14 milhões de quilômetros quadrados – quase o dôbro da área territorial da Austrália (..7692024 quilômetros quadrados).

Enquanto as banquisas se formam por causa do congelamento das águas árticas, os icebergs se originam das geleiras continentais e, quando alcançam o oceano, flutuam, sendo levados pelas correntes marítimas. Os icebergs constituem grande perigo para a navegação, pois a parte emersa de um iceberg pode corresponder a apenas um décimo de seu volume total.

Fotografia. Diversos blocos de gelos flutuando na água do mar. Em um dos blocos a informação: parte superior do bloco de gelo, fora da água, chamada de parte emersa (visível). Ao redor, nível do mar. Na parte inferior, coberta pelo mar, a Parte submersa.
Iceberg se desprende da geleira , na costa oeste da Groenlândia (2004).
Orientações e sugestões didáticas

Com o auxílio de um globo terrestre, explique de que modo a inclinação do eixo de rotação da Terra influencia a incidência solar, propiciando o “Sol da meia-noite”. Explique que o evento ocorre no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul, acima das latitudes dos círculos polares. No Hemisfério Norte, ocorre no período de maio a julho e, no Sul, de novembro a janeiro.

Interdisciplinaridade

O professor de Ciências poderá contribuir trazendo informações sobre as características dos ecossistemas árticos e as consequências regionais e globais das alterações nesses ambientes em função das atividades humanas e do aquecimento global.

2. Desvendando o Ártico

Desde remotas épocas, o ser humano, na sua inquietação e curiosidade diante do desconhecido, aventurou-se em viagens ao Ártico. Muitas dessas viagens tornaram-se lendárias, como a de um grego de nome Piteas, que, em 825 antes de Cristo, saindo do Mar Mediterrâneo, teria chegado ao extremo setentrional do litoral da Noruega. A Islândia, entretanto, que se estende de 63graus a 67graus de latitude norte, já no século oito foi conhecida por irlandeses e colonizada pelos vikings da Noruega no século nove.

Muitas outras viagens se sucederam, principalmente nos séculos quinze e dezesseis, motivadas pelo desejo de alcançar os ricos mercados do Extremo Oriente. Diversos nomes dados aos mares, ilhas e arquipélagos do Ártico homenageiam os exploradores desse “Mar Branco”: Mar de Barents, Baía de froubicher, Baía de Hudson, Baía de Baffin, Estreito de Bering.

Em 1891, o explorador estadunidense róbert contornou a Groenlândia, provando sua insularidade, e em 1909 foi o primeiro a atingir o Polo Norte.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, vista de um homem agasalhado com roupas de pele. O chão está coberto de neve. Junto a ele, três cachorros presos por uma guia. No segundo plano, vista de uma casa com uma escada.
O explorador robérti éduin piri com seus cães, após retornar da expedição realizada ao Polo Norte. Ilha de Terra Nova, Canadá (1909).

3. Os povos do frio

Cinco países têm faixas litorâneas voltadas para o Ártico: Rússia, Noruega, Islândia, Canadá, Estados Unidos – com o Alasca – e Groenlândia, a maior ilha do mundo, pertencente à Dinamarca.

Admite-se que, há pouco mais de quatro mil anos, o Ártico da América do Norte foi a última grande região do planeta a ser ocupada pelos humanos. Os povos autóctones do Ártico, frequentemente denominados inuítesglossário ou esquimós, ocupam extensas áreas dessa região há milhares de anos. São bastante diversos, sendo suas diferentes línguas e dialetos um bom indicativo dessa diversidade cultural. Os estudos da ocupação do Ártico canadense indicam que a chegada mais recente de grupos inuítes ocorreu há cêrca de mil anos.

O mapa da página seguinte mostra a distribuição geográfica dos povos do Ártico. Sua diversidade cultural pode ser reconhecida por meio dos distintos nomes de povos, que remetem a culturas igualmente distintas.

Diferentemente do Ártico americano, onde existe uma relativa unidade linguística (reconhecem-se muitas semelhanças nos dialetos), no Ártico europeu e asiático existe maior diversidade linguística, sugerindo que essas regiões foram ocupadas por povos muito diversos, entre eles os lapões (constam no mapa da página seguinte com o nome “sâme”), que habitam o norte da Escandinávia.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Contra o gelo Against The Ice

Direção: piter flinti. Islândia, Dinamarca: Netflix, 2022. Duração: 102 minutos

Com base em fatos reais, o filme narra a luta pela sobrevivência de dois homens durante a Expedição Alabama da Dinamarca, em 1909, liderada pelo capitão einar mikelsen, cuja missão era refutar a reivindicação territorial dos Estados Unidos ao nordeste da Groenlândia.

Orientações e sugestões didáticas

Comente com os alunos que a palavra esquimó é originária da família de línguas indígenas da América do Norte e significa “comedor de carne crua”. É um termo bastante contestado pelos povos do Ártico, razão pela qual tem sido substituído pelo termo inuíte.

Interdisciplinaridade

Com o professor de História, explore as expedições ao Ártico, contextualizando-as, ressaltando as técnicas usadas em cada época para a navegação nessa região marcada pelo clima polar. Pode-se também abordar a teoria segundo a qual a dispersão humana na Terra teria partido da África, cruzado a Ásia e, pelo Estreito de Bering, chegado ao que hoje se denomina América. Para tornar as explicações mais claras, explorem as noções de proximidade e distância geográfica entre Providenia (Rússia) e Nome (Alasca – Estados Unidos da América), por exemplo, no mapa da página 242.

Região do Ártico: populações total (em habitantes) e autóctones (em porcentagem) – 2019

Mapa. Região do Ártico: populações total (em habitantes) e autóctones (em porcentagem) – 2019. Mapa da região do Ártico mostrando as principais áreas com a presença de populações autóctones e a localização das principais aglomerações de habitantes, representadas por meio de círculos proporcionais que variam em ordem decrescente de 800 mil a 20 mil habitantes. No mapa, esses círculos são destacados em tonalidade de cor que indicam o percentual de população autóctone nas regiões árticas, variando do menos intenso, em amarelo claro (indicando menos de 5% de população autóctone), para o mais intenso, em marrom (indicando mais de 50% de população autóctone). O círculo em cinza representa sem presença de população autóctone. 
Principais áreas com a presença de populações autóctones: área ao redor do Oceano Glacial Ártico. Na Rússia: regiões de Koriaks, Tchouktches, Evens, República de Sakha, Iacoutas, Dolganos, Ngnassanos, Yorkouta; na Groenlândia (Dinamarca): Groenlandeses do Oeste, Groenlandeses do Leste; Inuíte do Polo; no Alasca (Estados Unidos): Aleutas, Inuíte do norte do Alasca, Inuíte do sudoeste do Alasca; No Canadá: Inuíte do Mackenzie, Inuíte do Couro, Inuíte do Caribu, Inuíte do Couro, Netsilik, Iglulik, Nunavut, Inuíte do Quebec, Inuíte da Terra de Baffin, Sadlermiut, Inuíte Labrador. 
População total (habitantes): 
800.000: Alasca (Estados Unidos); Murmansk (Rússia).
500.000: Iamalie (Rússia).
300.000: Islândia. 
200.000: Norrbotten (Suécia); Nordland (Noruega).
100.000: Lappi (Finlândia); Troms (Noruega); Krasnoiarsk (Rússia). 
50.000: Finnmark (Noruega); Groenlândia (Dinamarca); Territórios do Noroeste e Yukon (Canadá); Ilhas Faroe; Tchouktches, República de Sakha e Yorkouta (Rússia). 
20.000: Inuíte do Labrador; Inuíte do Quebec e Nunavut (Canadá); Nenets e Taimyr (Rússia). 
População autóctone nas regiões árticas (em porcentagem): 
Menos de 5: Murmansk e Krasnoiarsk (Rússia); Lappi (Finlândia); Nordland (Noruega). 
De 5 a 10: Taimyr e Iamalie (Rússia); Norrbotten (Suécia); Troms (Noruega).
Mais de 10 a 25: Nenets e República de Sakha (Rússia); Yukon (Canadá); Alasca (Estados Unidos) 
Mais de 25 a 50: Tchouktches e Yorkouta (Rússia); Finnmark (Noruega); Territórios do Noroeste e Inuíte do Labrador (Canadá).
Mais de 50: Groenlândia (Dinamarca); Inuíte do Quebec e Nunavut (Canadá).
Sem população autóctone: Islândia, Ilhas Faroe. 
Na parte inferior, à esquerda, escala de 0 a 560 km.

Fontes: elaborado com base em jermân, jorge erbê. Inuit: les peuples du froid. Montreal: Libre Expression/Musée Canadien des Civilisations, 1995. página 38-39; escudê jófre, Camille. Les régions de l’Arctique entre États et sociétés. In: Géoconfluences, Dossier: les mondes arctiques, espaces, milieux, sociétés, Lyon: / ê êne ésse, 19 setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/gNNpzn. Acesso em: 17 abril 2022.

Grafismo indicando atividade

Os nenets, também conhecidos como nentsy ou samoiedos, são um povo do Ártico. Que país eles habitam?

Orientações e sugestões didáticas

Os nenets habitam a Rússia.

Atualmente, muitos povos autóctones estão integrados à cultura dominante dos países aos quais pertencem suas terras, embora alguns grupos conservem suas culturas e tradições. Dedicam-se à pesca, à caça e à criação de renas e cães, usados para puxar trenós.

Fotografia. Vista de uma paisagem coberta de neve. No primeiro plano, em destaque, uma mulher com vestes de pele e pesadas. Ela usa um capuz de pele branca, felpudo, ao redor de sua cabeça e rosto. Atrás dela, renas estão presas a um trenó. O chão e a paisagem está coberta por neve. No segundo plano, superfície aplainada coberta de neve com uma formação de relevo mais elevada ao fundo.
Mulher nenet conduzindo renas perto da cidade de Nadim, na Sibéria, no norte da Rússia (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Tema contemporâneo transversal

Discuta com os alunos o tema Diversidade Cultural com base nas características dos povos do frio. Chame atenção para o fato de que, embora se trate de uma área pouco densa demograficamente, há grande riqueza cultural, étnica e linguística entre esses povos. Os conhecimentos desses povos sobre como sobreviver em condições adversas são transmitidos às gerações que se sucedem, demonstrando a grande capacidade de adaptação do ser humano aos diversos meios geográficos.

Atividade complementar

Sugerimos que os alunos escolham um povo do frio e realizem uma pesquisa sobre as técnicas empregadas para a sobrevivência em condições inóspitas.

• A luta por direitos: o caso dos inuítes

Os povos autóctones do Canadá enfrentam problemas como a preservação de suas línguas e culturas. Além disso, indígenas e inuítes – conhecidos no Canadá sob a denominação de Primeiras Nações – compartilham uma luta comum em favor de direitos sobre as terras habitadas por seus ancestrais há séculos.

Cansados de esperar providências governamentais para a legalização de suas terras, esses povos passaram a impedir a implantação de empreen­dimentos de exploração mineral, hidrelétricas etcétera, forçando o govêrno a reconhecer seus direitos.

Em 1976, um grupo inuíte propôs a criação de um território autônomo no Ártico. Finalmente, em 1º de abril de 1999 foi criado, em plena região polar, o território de Nunavut (palavra que significa “Nossa Terra”, na língua inuquitituti). Localizada ao norte da Baía de Hudson, Nunavut possui mais de 1,8 milhão de quilômetros quadrados (cêrca de 20% do território do Canadá), dos quais apenas 350 mil foram concedidos até o momento (observe o mapa).

Canadá e o território Nunavut – 2019

Mapa. Canadá e o território Nuvanut - 2019. Mapa do território do Canadá com seus estados representados. Na porção norte do Canadá, na faixa de terras adjacentes aos Círculo Polar Ártico, encontra-se os seguintes territórios, de oeste para leste: Territórios do Yukon, Territórios do Noroeste e Nunavut, em destaque de laranja escuro, com a seguinte informação na legenda: Nunavut desde abril de 1999. A leste de Nunavut, a Baía de Hudson. Na porção sul do Canadá, encontra-se os estados que fazem fronteira com os Estados Unidos, de oeste para leste: Colúmbia Britânica, Alberta, Saskatchevan, Manitoba, Ontário, Quebec, Terra Nova e Labrador, Novo Brunswick, Nova Escócia, Ilha Príncipe Eduardo.
Na parte de baixo, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 460 quilômetros.

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 78.

Dados recentes do govêrno canadense informam que Nunavut tinha, em 2021, quase 37 mil habitantes – dos quais 85% são inuítes –, população que cresceu cêrca de 2,5% em relação a 2016. Embora não possua total autonomia do ponto de vista político, Nunavut tem direitos sobre a exploração dos recursos naturais da região, govêrno próprio, com séde em icaluí (foto da página seguinte), e assembleia eleita, conferindo-lhe maior possibilidade de manter suas tradições e elementos culturais.

Ícone. Seção No seu contexto.

NO SEU CONTEXTO

Aponte as diferenças entre os tipos de clima do território de Nunavut e do Brasil.

Orientações e sugestões didáticas

O território de Nunavut apresenta os climas polar e frio (invernos rigorosos com temperaturas negativas inferiores a −10 graus Célsius e verões com temperaturas médias entre 10 graus Célsius e 15 graus Célsius); já no Brasil predomina o clima tropical, que se caracteriza por médias térmicas elevadas na maior parte dos meses do ano e por apresentar uma estação mais sêca e uma mais chuvosa.

Estimule o aluno a consultar o mapa referente aos climas do Brasil, para que possa encontrar sua localidade e o respectivo tipo de clima.

Comente que o artigo 231 da Constituição Federal, de 1988, reconhece o direito dos povos indígenas às terras que tradicionalmente ocupam. Foi uma fórma de protegê-los em decorrência da apropriação histórica de suas terras com o avanço da colonização. Entretanto, nem todas as terras indígenas no Brasil estão demarcadas e reconhecidas. É possível estabelecer relações entre o caso dos inuítes no Canadá e os direitos indígenas no Brasil. Aproveite a oportunidade para estimular os alunos a consultar a Constituição Federal, conhecendo os direitos e os deveres dos cidadãos. Lembre-os de que a cidadania somente é conquistada quando conhecemos nossos direitos e deveres, consagrados na Carta Magna.

Atividade complementar

Pergunte aos alunos se o município onde vivem ou outro município próximo ao da escola apresentam população aproximada à do território Nunavut. Pergunte também se esses municípios têm a área maior ou menor do que a de Nunavut. Peça a eles que formulem hipóteses sobre as diferenças encontradas. Oriente-os a pesquisar as informações em sites confiáveis. Sugere-se que se considerem dados do í bê gê É relativos aos municípios. As hipóteses dos alunos deverão ser compartilhadas e discutidas em sala de aula. A atividade propicia aproximar a discussão da realidade vivida pelos alunos.

Fotografia. Em primeiro plano, vista de uma superfície aplainada com diversos blocos de gelo. Em segundo plano, vista de uma área urbana, com diversas construções e alguns prédios coloridos. No terceiro plano, vista de morros e o céu com tom de cor levemente alaranjado.
Vista da cidade de icaluí, séde do govêrno de Nunavut, Canadá (2021).

4. O Ártico: alterações em curso

O mundo está alarmado diante dos resultados das observações e das pesquisas científicas realizadas tanto no Ártico como na Antártida. Já faz algum tempo que é possível observar mudanças significativas no clima do planeta: sêcas prolongadas, chuvas torrenciais, maior frequência de furacões (mesmo em regiões onde não ocorriam), ondas de calor, mudança de hábitat por parte de animais, readaptação de ecossistemas e, principalmente, recuo e diminuição da espessura de geleiras, como as do Ártico.

O aquecimento global

Pesquisas e estudos têm demonstrado que o efeito estufa pode ser a principal causa das alterações climáticas. Esse importante fenômeno natural permite que a atmosfera, ao reter parte do calor irradiado pela Terra, mantenha a temperatura do planeta em equilíbrio. Entretanto, os estudiosos do clima têm relacionado a intensificação do efeito estufa com o maior acúmulo de gases provenientes do modo de vida implantado desde a Revolução Industrial.

Os gases que causam o efeito estufa – entre os quais o dióxido de carbono e o metano – são lançados na atmosfera pelas chaminés das fábricas, pelos escapamentos dos veículos automotores, pelas queimadas de formações vegetais etcétera, elevando, segundo as pesquisas, em 30% os gases do efeito estufa na atmosfera, em comparação com o que havia antes da Revolução Industrial. Esse acúmulo tem causado maior retenção de calor na atmosfera, provocando o aquecimento global e, em consequência, alterações climáticas.

Segundo o Sexto Relatório de Avaliação do í pê cê cê, de 2022, muitos dos impactos causados pelo aquecimento global não podem ser mais revertidos e estima-se que mais de 40% da população mundial é altamente vulnerável a essas alterações climáticas.

Ícone. Seção Pausa para o cinema.

PAUSA PARA O CINEMA

Uma verdade inconveniente.

Direção: Dêivis Guguenráin. Estados Unidos: Laurence BenderProductions, 2006. Duração: 100 minutos

De maneira direta, mostra como fábricas, indústrias e o tráfego de veículos nas grandes cidades liberam enor­mes quantidades de gases do efeito estufa, fato que, acentuado pelo consumismo em massa e pela grande devastação das florestas, tem agredido o planeta e pode provocar uma série de consequências desastrosas para os seres vivos.

Orientações e sugestões didáticas

Questione os alunos sobre as ações humanas que contribuem para o aquecimento global, de maneira que possam resgatar os conhecimentos adquiridos no estudo do Percurso 4 da Unidade 1, nas páginas 33 a 39, a respeito dos problemas ambientais mundiais.

Tema contemporâneo transversal

Na discussão sobre aquecimento global, considere a importância de debater o tema Educação Ambiental. Ressalte as atitudes que, individualmente, podemos adotar com vistas à diminuição da emissão de gases de efeito estufa.

Interdisciplinaridade

Mais uma vez sugere-se o trabalho sobre o aquecimento global com o professor de Ciências, caso não tenha sido realizado anteriormente. Também seria oportuno orientar os alunos a pesquisar na internet notícias sobre os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (í pê cê cê), para que conheçam as previsões climáticas e suas consequências para a humanidade.

• O Ártico e o aquecimento global

Com o aumento do aquecimento global, estima-se que tenha ocorrido um recuo de cêrca de 14% da área de banquisas do Ártico desde a década de 1970 (observe o mapa). Nesse ritmo, prevê-se que em 2080 as banquisas vão desaparecer durante o verão.

O degelo no Ártico – 1980 e 2020 (mês de setembro)

Mapa. O degelo no Ártico – 1980 e 2020 (mês de setembro). Mapa do Ártico com a representação das áreas de gelo nos verões desde 1970. A representação foi elaborada a partir de uma modelagem que indica a evolução da área de gelo até o ano de 2100. Para cada intervalo de ano, usa-se uma tonalidade de cor para indicar a extensão da coberta de gelo, desde 1970 (em lilás claro) até 2100 (porção em roxo). Em 1970, a área de gelo era mais extensa, abarcando a maior parte do Oceano Glacial Ártico, compreendendo o Mar Laptev, Mar Kara, Mar de Beufort e o Mar de Chukchi. A partir de 1980 (área em lilás), a cobertura de gelo apresenta um recuo em relação ao período anterior. A esse processo de recuo, com diminuição da área de gelo, continua a ocorrer gradativamente nos intervalos seguintes, até o ano de 2100, quando, segundo o modelo, a área de gelo vai se restringir a uma porção do litoral ao norte da Groenlândia (Dinamarca). Na parte inferior, à esquerda, escala de 0 a 850 quilômetros.

Fonte: THE ARCTIC Institute. Beyond the Melt. Washington D.C. 2021. Disponível em: https://oeds.link/uS4M4Ie. Acesso em: 20 abril 2022.

À medida que as banquisas derretem, deixam de refletir a radiação solar, dando espaço à água líquida, que absorve o calor. Aquecida, a água derrete o gelo no seu entorno. Ou seja, quanto mais o gelo derrete, mais a água se aquece e, em consequência, provoca o derretimento de um volume ainda maior de água congelada.

Alguns estudiosos afirmam que a liquefação das geleiras da Groenlândia já elevou o nível médio do oceano. Estima-se que, nesse ritmo, os efeitos poderão ser catastróficos; a corrente marítima do Golfo (Gulf Stream), por exemplo, amenizadora do clima da Europa Ocidental, pode ser alterada, tornando essa região mais fria.

Em muitos lugares e regiões do Ártico, o permafrostglossário também está se descongelando. Caminhões que antes trafegavam em estradas congeladas têm atolado na lama e o próprio oleoduto do Alasca encontra-se ameaçado pela mesma razão.

Somada aos efeitos do aquecimento global, a poluição pela emissão de gases e partículas resultantes da atividade industrial da América do Norte e da Europa tem contribuído para a contaminação da cadeia alimentar dos povos do Ártico.

Fotografia. Vista do alto mostrando uma área extensa, com relevo aplainado, formada por diversas lagoas e um rio com meandros. Ao redor, superfície com solo em tom avermelhado.
Aspecto de cuiguilingóqui, região localizada no Alasca, Estados Unidos (2018). À medida que o degelo se expande no Ártico e se torna mais profundo no solo, o pérmafróst derrete comprometendo as fundações de casas, estradas, aeroportos e outras infraestruturas.
Ícone. Seção Navegar é preciso.

NAVEGAR É PRECISO

National Geographic Brasil

https://oeds.link/F5gfvp

O site apresenta vídeos, galerias de fotos e textos sobre o degelo e as questões ambientais no Ártico, além de outros assuntos relacionados.

Orientações e sugestões didáticas

Leia e interprete com os alunos o mapa desta página. Proponha a eles que expliquem o que compreenderam e por que houve redução da área ocupada por gelo nos anos comparados. Permita que exponham o que sabem a respeito e forneça as explicações necessárias para sanar possíveis dúvidas ou dificuldades.

Atividades complementares

Para mostrar o processo de degelo do Ártico para os alunos, explore estes itens.

  1. Acesse os recursos de multimídia do portal do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo (êne ésse í dê cê, na sigla em inglês), disponível em: https://oeds.link/LJtdRY. Nesse endereço você pode explorar fotografias, imagens, vídeos e animações que permitem observar o progresso do degelo no Ártico nas últimas décadas, material que poderá ser usado em sala de aula, solicitando-se aos alunos que comparem e descrevam o degelo na região em anos diferentes.
  2. Realize uma visita virtual com os alunos no site Google Earth. Disponível em: https://oeds.link/Prag0B. Na página inicial clique em “Abrir o Earth”. No menu do lado esquerdo, acesse a opção “Viajante”, depois “Timelapse no GÚGOLEarth”. Na seção de timelapse é possível visualizar uma animação com uma sequência de imagens de satélite feitas ao longo das últimas décadas. Escolha uma das opções que representam o Ártico, são várias, como o caso da Geleira Columbia, no Alasca, Estados Unidos da América. Acessos em: 12 agosto 2022.
Ícone. Seção Cruzando saberes.

Cruzando saberes

Degelo do Ártico afeta 40% dos edifícios e ameaça cidades no norte da Rússia

“O derretimento de geleiras e calotas polares pode ser o efeito mais conhecido do aquecimento global, mas essa mudança climática tem trazido uma dor de cabeça extra aos países em torno do Círculo Polar Ártico – a região em que as temperaturas mais sobem no planeta.

‘Estimamos que mais de 40% das fundações de edifícios e estruturas na zona do pérmafróst apresentem sinais de deformações’ devido ao derretimento do solo, disse, por e-mail, a assessoria de Alexandre Kozlov, ministro russo dos Recursos Naturais.

Como se trata da Rússia, alguma clarificação de escala é necessária. O pérmafróst, ou solo congelado a temperaturas iguais ou inferiores a zero grau por mais de dois anos seguidos, ocupa talvez 60% do maior país do mundo. Durante séculos de ocupação, por povos nativos e depois pela expansão imperial, cidades, estradas e atividades econômicas se basearam na estabilidade do solo congelado e em sua fauna e flora.

A preocupação do ministério, citando estudo apresentado no fim de maio pela Academia Russa de Ciências, é principalmente com o chamado pérmafróst contínuo – no qual a camada congelada, que inclui cunhas de gelo gigantes, não é interrompida e pode atingir 1,5 quilômetro de profundidade.

Sobre ele moram boa parte dos cêrca de 2,5 milhões de habitantes do Ártico russo, metade do total de moradores nessa zona – os restantes se concentram no Alasca, norte do Canadá, Groenlândia, Islândia e trechos de outros países nórdicos.

iakutisqui, conhecida como a cidade mais gelada do mundo, com 300 mil habitantes, é uma candidata a simplesmente desaparecer numa poça de lama. É um processo estimado em 30 anos, a ser mantido o ritmo atual de tentativa de contrôle das emissões de gases de efeito estufa.

Outras áreas, como a ‘capital do Ártico’, Murmansk (300 mil habitantes), ficam sobre áreas descontínuas ou de pérmafróst esporádico, o que dificulta a avaliação do impacto, porque o derretimento depende de outras características geológicas.

dílou, Igor. Degelo do Ártico afeta 40% dos edifícios e ameaça cidades no norte da Rússia. In: Folha de São Paulo, Mundo, 12 julho 2021, página A10.

Entenda o que está acontecendo no Ártico

Ilustração. Dois blocos-diagramas posicionados lado a lado, com as camadas de solo, permafrost e superfície, chamada de solo ativo. No bloco-diagrama à esquerda, na superfície, há o desenho de uma casa, paisagem com neve, algumas árvores e um corpo de água. Na superfície, um fio ligado a um texto: Solo ativo. No subsolo, uma extensa camada representando o permafrost com três fendas denominadas cunhas de gelo. Abaixo do permafrost, representação do solo não congelado. No bloco-diagrama à direita, as mesmas três camadas são representadas, com a diferença dos bolsões de gelo e do permafrost. Na camada do permafrost, uma das cunhas de gelo cedeu devido ao derretimento do gelo; essa porção é identificada como permafrost e gelo derretido. Consequentemente, a casa na superfície foi impactada, cedendo estruturalmente a construção.

Fonte: dílou, Igor. Degelo do Ártico afeta 40% dos edifícios e ameaça cidades no norte da Rússia. In: Folha de São Paulo, Mundo, 12 julho 2021, página A10.

Nota: Ilustração sem proporção para fins didáticos.

 Interprete

1. Qual é a preocupação das autoridades russas em relação ao derretimento de geleiras e calotas polares?

 Argumente

2. Como podemos evitar o agravamento do aquecimento global.

Orientações e sugestões didáticas

Solicite aos alunos que leiam o texto da seção Cruzando saberes de modo alternado e em voz alta, visando ao desenvolvimento da oralidade. Discuta as impressões deles sobre o texto, permitindo que exponham suas dúvidas e aproveitando para fazer esclarecimentos. Remeta-os às atividades. Elas também devem ser respondidas oralmente. Isso feito, peça que escrevam as respostas individualmente no caderno.

Respostas

  1. As autoridades governamentais russas se preocupam com o impacto do aquecimento global sobre o pérmafróst, sobre o qual moram cêrca de 2,5 milhões de habitantes russos do Ártico. Interprete a ilustração com os alunos e esclareça as dúvidas que surgirem.
  2. Com a diminuição de uso de combustíveis fósseis e sua substituição por fontes alternativas de energia; a diminuição do desmatamento, pois, como se sabe, os vegetais retiram da atmosfera o gás carbônico, um dos gases causadores do aquecimento global; além de outras possibilidades.

Tema contemporâneo transversal

O tema Educação Ambiental está contemplado nesta seção. É importante destacar que na natureza existe inter-relação entre os elementos naturais, o que significa dizer que, ao alterarmos um deles, estaremos alterando o todo. É assim com a questão do degelo do Ártico, cujas alterações não comprometem apenas os elementos locais ou regionais.

Ícone. Seção Atividades dos percursos.

Atividades dos percursos 31 e 32

Registre em seu caderno.

  1. Leia algumas afirmações sobre as características do meio natural, da população e da economia da Nova Zelândia. Copie em seu caderno a afirmação falsa, corrigindo-a ou as afirmações falsas, corrigindo-as.
    1. A Nova Zelândia, formada por duas ilhas principais no Oceano Índico, foi ocupada por colonizadores europeus no século dezesseis.
    2. O efeito da maritimidade sobre o clima é acentuado nas médias térmicas, mas também nas médias de precipitação.
    3. Como iniciativa para a reparação aos maoris, povo nativo quase exterminado pela colonização britânica, o govêrno reconheceu a língua maori como oficial do país em 1984, ao lado do inglês, e a formação do partido político representante desse povo.
    4. Diferentemente da Austrália, a Nova Zelândia é pouco desenvolvida sob o aspecto social (baixos indicadores sociais) e sua economia é exportadora de produtos pecuários.
    5. A agropecuária neozelandesa destina-se a atender tanto ao mercado interno quanto ao externo.
  2. Aponte os principais produtos de exportação da Nova Zelândia.
  3. Por que o Ártico, diferentemente da Antártida, não é um continente?
  4. Explique o que é a ocorrência do chamado “Sol da meia-noite” nas regiões polares. Se quisermos presenciar o fenômeno entre os meses de maio e julho, para qual polo devemos ir?
  5. Explique o que são banquisa e iceberg.
  6. O que são povos do frio? Dê exemplos.
  7. Observe o mapa, leia o texto e faça o que se pede.

Ártico: instalações militares – 2021

Mapa. Ártico: instalações militares, de 2021. Mapa do Ártico com o território dos países Canadá, Rússia, Noruega e Dinamarca, além dos territórios do Alasca (Estados Unidos) e Groenlândia (Dinamarca), e as bases militares representadas por pequenos quadros coloridos. 
Bases militares:
Canadá (em roxo): nove bases concentradas nos territórios da parte norte do país, mais próximas ao Polo Norte. 
Dinamarca (em laranja): três bases estão na Groenlândia, e uma no território da Dinamarca. 
Estados Unidos (em verde claro): cinco bases no Alasca, uma base nas Ilhas Aleutas e uma base na Groenlândia. 
Noruega (em verde escuro): sete bases na costa oeste.  
Rússia (em vermelho): vinte e sete bases localizadas por toda a extensão do território russo, se aproximando dos demais países e bases militares instaladas próximas ao Polo Norte. 
Na parte de baixo, à direita, escala de 0 a 980 quilômetros.

Fonte: , . Fronts et frontières en Arctique, quelle singularité?. Géoconfluences, Lyon, dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/BtcbFX. Acesso em: 17 abril 2022.

Com o arrefecimento da Guerra Fria [1947-1989], o Ártico passou de um palco de tensões para uma zona de cooperação. Porém o degelo que ocorre em virtude das mudanças climáticas traz implicações para o desenvolvimento geopolítico da região, devido às grandes camadas de petróleo e gás natural que se tornam acessíveis, principalmente à Rússia.”

IRANÇO SILVA, Pedro Henrique; COSSUL, Naiane Inez. O degelo no Ártico e a nova frente geopolítica para a Rússia. In: Revista Conjuntura Global, volume 10, número 1, página 85, 2021.Disponível em: https://oeds.link/X5d0XW. Acesso em: 19 abril 2022.

Em grupo, realize uma pesquisa sobre a relação entre aquecimento global, disputas pelos recursos energéticos no Oceano Glacial Ártico e aumento da militarização da região. Ao realizá-la, identifique os interesses e as novas estratégias da Rússia e dos países ocidentais e asiáticos, que podem gerar tensões e conflitos.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. As proposições incorretas são: um. A Nova Zelândia situa-se no Oceano Pacífico, e não no Índico; a conquista e colonização da Nova Zelândia datam do final do século dezoito e início do dezenove, e não do século dezesseis; e a quatro. Assim como a Austrália, a Nova Zelândia apresenta elevado desenvolvimento social. O país destaca-se na exportação de laticínios, de carne e de lã. Esta atividade pode ser conduzida em formato de uma corrida gamificada, estimulando o pensamento e a argumentação em grupo de fórma lúdica. Para isso, os alunos deverão formar times para julgar as afirmações. Ao final do tempo estipulado, todos devem dizer a sequência das respostas. O grupo com maior número de acertos vence. Caso haja empate, solicite que apresentem as justificativas oralmente para verificar quais grupos apresentam melhor argumentação sobre as respostas escolhidas.
  2. Leite e seus derivados, carnes de ovelha, de cervos, de aves e de suínos, frutas, mel, peixes e crustáceos.
  3. Porque, diferentemente da Antártida, que compreende um imenso território contínuo e continental coberto por geleiras, o Ártico abrange as terras setentrionais da América do Norte, Europa e Ásia e inúmeros arquipélagos e ilhas espalhados pelas águas polares (Oceano Glacial Ártico), estendendo-se desde o Círculo Polar Ártico, na latitude 66graus norte, até o Polo Norte.
  4. “Sol da meia-noite” é o Sol que não chega a desaparecer no horizonte, em virtude da inclinação do eixo da Terra. Tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul, ocorre acima das latitudes dos círculos polares. No Hemisfério Norte, ocorre nos meses de maio a julho e, no Hemisfério Sul, ocorre entre os meses de novembro e janeiro.
  5. Banquisa é uma porção de água congelada no Ártico que pode atingir mais de 5 metros de espessura e cobrir milhões de quilômetros quadrados nas altas altitudes, motivo pelo qual é um obstáculo à navegação. Iceberg é um bloco de gelo desprendido de geleiras continentais ou glaciais que, quando alcança o oceano, flutua, sendo transportado pelas correntes marítimas. Também oferece grande perigo para a navegação; sua parte emersa pode corresponder a apenas um décimo de seu volume total.
  6. São povos que habitam territórios nas faixas litorâneas voltadas para o Ártico ou o Oceano Glacial Ártico, da Rússia, da Noruega, da Islândia, do Canadá e do Alasca (Estados Unidos). Recebem também diversos nomes: inuítes, esquimós, sâmes ou lapões, nenets e outros, como pode ser visto no mapa da página 245.

8. Interprete o mapa e responda às questões.

Ártico: geopolítica e recursos – 2019

Mapa. Ártico: divisão política e recursos minerais. Mapa mostrando as divisões territoriais do Ártico, áreas de exploração, reservas comprovadas de petróleo e gás, cidades importantes, limites de zonas econômicas, banquisa e inlândsis. 
O mapa destaca a região do Ártico vista de cima. Do lado direito do mapa, a Rússia: mais ao sul, a Noruega, a Suécia, a Finlândia e a Islândia mais ao sul do Ártico. Do lado esquerdo, a Groenlândia (Dinamarca), terras do Canadá e Alasca (Estados Unidos).
Inlândsis estão representadas por áreas com pequenos riscos azuis nas bordas da Groenlândia, da Terra de Baffin (Canadá) e da Terra de Ellesmere (nas proximidades do Polo Magnético Norte). Banquisas estão representadas por linhas curvas fechadas, na cor cinza, em toda área central da região ártica, sobrepondo-se à área do Oceano Glacial Ártico. Em linhas tracejadas vermelhas estão representados os Limites de Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE) ao redor da Groenlândia, da Islândia, em torno de parte dos territórios de Rússia, Alasca e Canadá e na parte central da região ártica. Em linhas cinzas diagonais, o Território Autônomo Nunavut, no Canadá. 
Reservas comprovadas de petróleo e gás estão destacadas na cor cinza área central ártica; no Mar de Kara e Mar de Barents, nas proximidades da Rússia; em áreas na Baía de Baffin e Baía de Hudson, próximo ao Canadá; área da Terra de Ellesmere, próximo ao polo magnético do norte; áreas do Oceano Glacial Ártico próximo ao Alasca e Canadá. 
Com uma estrela vermelha, a indicação do Polo Norte (no centro do mapa) e Polo Magnético do Norte (a noroeste da estrela do Polo Norte). 
As áreas de exploração de petróleo são indicadas por um triângulo na cor preta na Rússia, Alasca, Canadá e Noruega. 
Um quadrado na cor preta indica áreas de exploração de gás na Rússia, Alasca, Canadá e Noruega.  Um trapézio na cor preta indica locais de extração de minérios na Rússia, Canadá e Groenlândia. Um ponto preto dentro de um círculo de fundo branco indicam a localização das capitais dos países: Suécia: Estocolmo; Noruega: Oslo;  Finlândia: Helsinki; Rússia: Moscou: Islândia:  Reykjavik. 
Pontos pretos simples indicam localização de cidades importantes. No Canadá: Churchill; na Rússia: São Petersburgo. no Alasca: Fairbanks, Barrow; na Groenlândia: Nuuque Godtas. 
Na parte inferior, à direita, a escala de 0 a 840 quilômetros. À esquerda, perfil topográfico da Groenlândia representando a variação altimétrica do relevo. No perfil, à esquerda, eixo vertical mostrando as altitudes em metros, variando de 0 a 6.000 metros. No eixo horizontal a extensão em quilômetros, variando de 0 a 1.600 quilômetros. Ponto A: entre 0 e 2.000 metros e 0 quilômetros. Ponto B: próximo a 2.000 metros e 1.200 quilômetros.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 111.

asterisco zê ê ê é a Zona Econômica Exclusiva, faixa além das águas territoriais em que cada país costeiro tem prioridade para o uso dos recursos naturais do mar.

  1. Aponte os países-membros permanentes do Conselho do Ártico.
  2. A quais setores da economia se referem diretamente as explorações nas regiões indicadas no mapa?
  3. No perfil de relêvo da Groenlândia, podemos identificar a altitude máxima aproximada de uma região de gelo. Indique-a.
  4. Por onde estão distribuídas as áreas de reservas conhecidas de petróleo e gás?

9. As decisões tomadas pelas sociedades de outras regiões do planeta têm graves consequências sobre as áreas polares. Pesquise algumas delas com base nestas instruções.

  1. Em grupo, façam uma votação e escolha um destes temas: “Derretimento das calotas polares no Ártico” ou “Antártida e o buraco na camada de ozônio”.
  2. Pesquise o tema escolhido, debata e elabore um texto no qual apareçam os problemas a serem combatidos e as soluções a serem implementadas.
Orientações e sugestões didáticas
  1. Contextualize o tema proposto na atividade e promova o uso pedagógico da tecnologia orientando os grupos de alunos a pesquisá-lo na internet, consultando textos jornalísticos e podcasts. Oriente-os a coletar, selecionar e sistematizar as informações relevantes. Caso julgue oportuno, indique a consulta de artigos científicos ou acadêmicos, como aquele indicado na fonte do excerto de texto da atividade, levando-os a conhecer esse tipo de produção intelectual e a diferenciá-la de artigos jornalísticos. Promova a aprendizagem colaborativa crítica, organizando os grupos para posterior apresentação e confronto das informações obtidas, incentivando, assim, a interação, o diálogo, a curiosidade e a colaboração para a construção coletiva do conhecimento.
    1. Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia e Suécia.
    2. Ao setor primário (pesca) e ao secundário (indústria da exploração de recursos minerais).
    3. cêrca de 4 mil metros.
    4. Distribuem-se por todo o Ártico, pelo Oceano Glacial Ártico e por terras no Canadá, no território autônomo de Nunavut (Inuit), na Noruega (ilhas), na Suécia, na Rússia e nos Estados Unidos (Alasca).
  2. Além de consultas a páginas da internet – ver Coleção Explorando o Ensino, Antártica, volume 9, O Brasil e o meio ambiente, volume 10 (disponíveis em: https://oeds.link/pYSWTW e https://oeds.link/5kwqDb acessos em: 2 março 2022) –, os alunos poderão recorrer aos livros indicados na seção Quem lê viaja mais.
Ícone. Seção Caminhos digitais.

Caminhos digitais

Interações on-line e saiberdependênciaapóstrofo s

A prática de jogar é uma fórma milenar de diversão e sempre teve um papel importante nas interações sociais e coletivas. Nos tempos atuais, mais do que divertimento, os jogos fazem parte de um dos negócios mais rentáveis do mundo e estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas.

Até há pouco tempo, a indústria de games se restringia aos videogames. Isso mudou com a internet e os inúmeros dispositivos eletrônicos que vêm surgindo nas últimas décadas, com destaque para os smartphones.

Além dos atrativos sensoriais que os jogos oferecem atualmente – como imagens hiper-realistas, realidade aumentada e desafios com base na localização real do usuário –, é possível interagir com múltiplos jogadores pela internet.

Mas essa expansão dos jogos virtuais resulta também de inúmeras estratégias das empresas de games, de redes sociais, de sites e até das empresas de modo geral que estão “gamificando”glossário seus serviços.

A indústria de games tem crescido intensamente nos últimos anos, especialmente na China, no Japão, na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. Estima-se que em 2021, no mundo, 3 bilhões de pessoas jogavam pelo menos uma vez no mês algum tipo de jôgo virtual, em smartphones, computadores, tablets ou videogames.

Nesse contexto de expansão do hábito de jogar, crescem também as preocupações com o vício em jogos. Em 2018, a ó ême ésse (Organização Mundial da Saúde) passou a considerar o vício em games como uma doença. Na China, no Japão e na Coreia do Sul, por exemplo, os governos aprovaram leis exigindo que os fabricantes de games alertem os usuários sobre os riscos de se passar muitas horas jogando.

Diversas pesquisas têm mostrado os impactos negativos da compulsão pelos games. Além de deteriorar os laços familiares e sociais e de interferir nas rotinas e no desempenho de outras atividades, como os estudos, os hábitos virtuais compulsivos têm sido associados à ansiedade e a distúrbios alimentares e de sono.

Mas, apesar dos problemas que a hiperconectividade pode causar, como contribuir para o desenvolvimento de dependência tecnológica – saiberdependência –, ela também permite vários tipos de interações colaborativas entre pessoas do mundo todo. Alguns exemplos disso são iniciativas on-line que buscam resolver problemas públicos ou realizar projetos coletivos por meio da cooperação, como o desenvolvimento de softwares livres, aqueles de linguagem aberta, os chats e fóruns de dúvidas sobre todo tipo de assunto, entre outros.

Dessa fórma, para que as tecnologias sejam meios saudáveis de lazer e diversão, devemos sempre estar atentos aos nossos hábitos digitais, de modo que não prejudiquem nossa saúde e nossas relações no mundo real.

Fotografia. Vista do espaço interno de uma sala. No primeiro plano, uma bancada com diversos computadores (com telas, teclados e mouses) e diversas pessoas jovens sentadas de frente para as máquinas. No segundo plano, ao fundo da sala, mais uma bancada com computadores, destacando as telas vistas da parte de traz.
Os grandes eventos de games e a profissionalização de jogadores são fenômenos recentes associados à expansão da indústria de guêimis na era da internet. Na foto, jogadores participam de evento de guêimis em Cingapura (2019).
Orientações e sugestões didáticas

A seção proporciona a discussão sobre o potencial viciador das tecnologias e a compreensão de que existem interesses comerciais que guiam o desenvolvimento delas. Para o estudo da Geografia, pode ser oportuno explorar o conceito de economia criativa, as novas profissões e atividades associadas ao crescimento da indústria de games (programadores, designers, os próprios jogadores ou gamers e youtubers, que comentam e narram jogos) e a concentração da indústria de games na Ásia.

Proponha um fórum de discussão e pergunte aos alunos: “Vocês acham que muitas pessoas estão se tornando saiberdependêntes simplesmente porque não controlam os próprios hábitos ou porque os games, os aplicativos e as tecnologias, em geral, podem criar vício?”. Solicite a eles que discutam a afirmação a seguir: “O que atrai as pessoas nas comunidades virtuais, seja de jogadores, seja nas redes sociais, seja em grupos de mensagem instantânea, é a possibilidade de interagir mais facilmente com outras pessoas do que no mundo off-line”.

O objetivo dessa atividade é instigar os alunos a refletir sobre seus hábitos digitais, compartilhando experiências e debatendo estratégias sobre como torná-los mais conscientes. Leve-os a questionar o interesse de empresas de tecnologia em criar jogos ou diversões on-line com alto potencial para desenvolver dependência em seus usuários. Embora, individualmente, inúmeros fatores possam influenciar na saiberdependência, como as condições psicológicas e emocionais de cada um, os alunos devem ter ciência de que quanto maior o tempo de consumo de um serviço digital, jôgo ou não, maiores os lucros das empresas que comercializam esses produtos.

Competência

Esta seção contribui para o desenvolvimento da Competência Geral 5 (ver quadro das competências nas páginas cinco a sete deste manual). Permite que os alunos compreendam o impacto das tecnologias na vida das pessoas, na sociedade e na economia e avaliem os próprios hábitos digitais, comparando comportamentos e o uso ético da tecnologia pela cultura juvenil.

A Ásia, região com o maior número de jogadores de games do mundo (consulte o gráfico), é também a região que sedia a maioria das 25 principais empresas do setor em faturamento, concentradas, sobretudo, no Japão, na China e na Coreia do Sul.

Mundo: jogadores virtuais (em porcentagem e em milhões)asterisco – 2021

Gráfico. Mundo: jogadores virtuais (em porcentagem e em milhões) que jogam ao menos uma vez ao mês. Gráfico de setores representando a distribuição, por continente, do total de 2.958 milhões de jogadores virtuais, em valores absolutos e percentuais.
Ásia e Oceania, exceto Oriente Médio: 54%, 1.615 milhões; 
África e Oriente Médio: 15%, 434 milhões;
Europa: 14%, 408 milhões;
América Central e do Sul: 10%, 289 milhões;
América do Norte: 7%, 212 milhões.

Fonte: niuzôo. Key numbers: global players per regions. Disponível em: https://oeds.link/umBqFg. Acesso em: 2 março 2022.

 Confira

  1. Que fatores ajudaram a promover a indústria de games e a participação em jogos virtuais?
  2. O que é saiberdependência e como ela se manifesta?
  3. Por que os excessos no uso de tecnologias e da internet podem fazer mal à saúde física e emocional?
  4. Converse com um familiar ou pessoa conhecida que manifesta interesse por jogos eletrônicos e pergunte: “Quais são os jogos que mais despertam seu interesse?”; “Há algum título de sua preferência?”; “Você tem o costume de jogar on-line, interagindo com outros jogadores, ou prefere jogar individualmente?”; “Você joga diariamente?”; “E quando joga, costuma jogar por quanto tempo?”; “Que tipo de dispositivo habitualmente usa para jogar?”. Posteriormente, pesquise sobre os jogos citados na conversa e:
    1. identifique as empresas responsáveis por desenvolvê-los e quem são os profissionais desenvolvedores.
    2. indique a localização dessas empresas (em que países estão situadas e se alguma é brasileira).
    3. aponte outros jogos desenvolvidos por essas empresas e quais são os principais temas abordados nos jogos.

Por fim, desenvolva uma análise sobre os impactos que os jogos eletrônicos podem exercer na vida de uma pessoa.

 Fique ligado!

  • Aprenda a equilibrar sua rotina e as atividades digitais para não prejudicar sua saúde, sua vida social e seu desempenho escolar. Fique ligado se as situações a seguir acontecerem em sua vida:
    • Sentir que “não há nada para fazer” só porque não há sinal de internet disponível;
    • Deixar de brincar, sair ou estudar para ficar na internet ou jogando;
    • Correr riscos reais, como ser atropelado ou se machucar por tropeçar, porque está usando o smartphone ou o tablet;
    • Deixar de prestar atenção na escola ou não interagir em ocasiões em que está com a família ou com os amigos porque está jogando ou usando a internet;
    • Sentir-se cansado em horários em que não era para estar.
  • Não participe de desafios que envolvam riscos ou situações perigosas por causa de jogos, brincadeiras ou disputas na internet.
  • Cuide do seu bem-estar físico. Não ouça música nem o som dos guêimis em volume muito elevado. Isso pode prejudicar sua audição.
  • Evite permanecer muitas horas jogando ou na internet. Intercale outras atividades, como estar ao ar livre e brincar com os amigos.
  • Ao alugar computadores em lan , não use senhas e informações pessoais importantes.
  • Não trapaceie ou prejudique outros jogadores para obter benefícios pessoais de maneira desonesta.
Orientações e sugestões didáticas

Proporcione alguns debates complementares: identidade individual em meio digital, ciberbullying, etiqueta digital, ética digital, entre outros. A discussão que está mais diretamente relacionada ao conteúdo do texto é aquela sobre o potencial viciador das interações digitais. A participação comunitária e a interação social são características inatas do ser humano. Por isso, essas tecnologias que unem pessoas e comunidades pela internet, de diferentes fórmas, são tão aceitas e usadas, até o ponto de se transformar em motivo de preocupação em razão da dependência e dos problemas de saúde que podem derivar de seu uso excessivo.

Respostas

  1. A ampliação da oferta de dispositivos eletrônicos que dispõem desses jogos, sendo o smartphone o aparelho que mais tem favorecido tal expansão. A possibilidade de jogar on-line e interagir com outras pessoas e os novos recursos visuais e de interação também são atrativos que contribuem para essa expansão. Além disso, as empresas de games e de muitos outros setores têm usado a estratégia da “gueimificação” de seus serviços como uma fórma de aumentar vendas ou obter informações mais detalhadas sobre os clientes.
  2. saiberdependência é a dependência do uso de tecnologias digitais, ou seja, da internet, de smartphones, videogames, computadores etcétera Essa dependência se apresenta por meio de hábitos digitais compulsivos, tais como a preocupação excessiva com a necessidade de estar conectado, de interagir on-line e estar ativo nas redes sociais, de registrar e compartilhar em foto, vídeo ou texto o momento presente.
  3. Segundo pesquisas, os hábitos digitais compulsivos podem propiciar distúrbios alimentares, de sono e ansiedade, além de afetar as relações sociais e familiares do indivíduo e deteriorar sua rotina e seu desempenho em atividades cotidianas, como as escolares.
  4. Nesta atividade, possibilita-se aos alunos desenvolverem noções introdutórias de estudo de recepção de produtos da indústria cultural, com enfoque na indústria de jogos eletrônicos.

Por meio de uma conversa com um familiar, o aluno será capaz de reunir informações com base na experiência empírica relatada por seu interlocutor. Essas informações são importantes para analisar o fenômeno dos jogos eletrônicos e a dimensão do impacto proporcionado por essa indústria no comportamento geral das pessoas que interagem com seus produtos.

Glossário

Copra
Amêndoa do coco de uma palmeira da qual se extrai um óleo (copraol) usado como alimento e na fabricação de sabão, lubrificante, ração e cosméticos.
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Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (ó ême ême) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (pênúma), reúne cientistas colaboradores de vários países.
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Pedra-pomes
Rocha que, partida em pedaços, é usada para limpar ou amaciar a pele.
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Lácteo
Alimento que inclui o leite e seus derivados.
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Casta
Variedade de uma espécie animal ou vegetal; no caso, variedade de uva para a produção de vinho: ,chardoné, pinô nuar, malbéc etcétera.
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Inuíte
Significa “o ser humano”. É uma designação bastante genérica para os povos do Ártico. Refere-se principalmente aos que vivem na Groenlândia, no Canadá e no Alasca.
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Tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados.
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“Gamificação”
Estratégia que aplica técnicas e lógicas típicas dos jogos em contextos não relacionados a jogos, como educacionais e comerciais, com a finalidade de engajar os usuários na execução de alguma tarefa, tornando-a mais atrativa, ou melhorar as chances de aquisição de um serviço ou produto.
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