CAPÍTULO 2 Construções geométricas e lugares geométricos

Fotografia. Gravura em formato retangular com fundo escuro e desenhos feitos em tons claros, bege, dourado e vermelho. Essa gravura está dividida em três faixas e nessas faixas se encontram desenhos de pessoas e animais de civilizações antigas. Na faixa mais inferior estão desenhadas algumas charretes com rodas, puxadas por cavalos, e alguns guerreiros. Na faixa do meio estão representadas várias pessoas, algumas com roupas de sacerdotes antigos e outros com roupas de pessoas escravizadas. E na faixa de cima há uma charrete, um cavalo, sacerdotes e pessoas escravizadas. Essa gravura está em cima de um bloco retangular cinza e abaixo uma faixa com fundo branco onde estão algumas informações ilegíveis.
Estandarte de Ur em exposição do Museu Britânico realizada no Japão. O Estandarte de Ur é um artefato sumério no qual é possível vislumbrar a representação da roda. (Fotografia de 2017.)

Observe a imagem e responda às questões no caderno.

a) Em sua opinião, o que a invenção da roda possibilitou no desenvolvimento da humanidade?

b) Que figura geométrica plana pode representar um desenho da roda?

Ícone do Tema Contemporâneo Transversal: MULTICULTURALISMO.

 Não há consenso sobre a origem da roda, talvez a mais importante construção geométrica humana, mas sabe-se que a percepção de sua existência é remota. Data de cêrca de 3500 antes de Cristo o registro mais antigo da representação da roda, encontrado nas ruínas da cidade de Ur, atual Iraque.

Em discussões polêmicas, é comum ironizar afirmando que alguém está “reinventando a roda”, insinuação de que sua fala não acrescenta nada à discussão.

Em Pedagogia, “reinventar a roda” tem sentido positivo: significa dar ao estudante condições para que ele faça suas próprias descobertas. Vamos reinventar a roda?

Respostas e comentários

a) Resposta pessoal.

b) Possíveis respostas: circunferência, círculo ou coroa circular.

Capítulo 2 - Construções geométricas e lugares geométricos

Os objetivos deste capítulo e suas justificativas, as indicações das habilidades e competências específicas da Matemática (Bê êne cê cê), além de outras informações, estão no início deste Manual, nas orientações específicas.

Neste capítulo, a retomada de conceitos geométricos já estudados em conjunto com as construções geométricas propiciam aos estudantes a consolidação de conceitos de Geometria plana.

É importante explorar as construções geométricas propostas neste capítulo utilizando materiais de desenho geométrico como esquadro, transferidor, régua e compasso e, ainda, softwares de Geometria dinâmica.

Explore a fotografia e proponha aos estudantes que comentem os detalhes do Estandarte de Ur. Após ler o texto, trabalhe os itens a e b e converse sobre a importância da roda, por exemplo, no desenvolvimento da agricultura e dos meios de transporte e o fato de ela poder ser representada por um círculo (ou circunferência, dependendo do contexto).

Pode-se desenvolver um trabalho interdisciplinar com Geografia de maneira a propor análises de aspectos representativos da dinâmica de fluxos imigratórios na América Latina. Espera-se que os estudantes percebam que a possibilidade de criar tecnologias na agricultura e para os meios de transporte, no decorrer da história, impactou os fluxos migratórios.

Além disso, para desenvolver o Tema Contemporâneo Transversal educação para o multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, a pesquisa pode ser ampliada de maneira que eles possam compreender os fluxos migratórios relacionados à região em que vivem e estudar a história das populações indígenas que há (ou havia) nessa região.

Ícone de Sugestão de leitura de materiais digitais: uma tela de computador com uma seta ao centro.

 Sugestões de leitura

Para ampliar, sugerimos os materiais:

INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística. Indígenas. í bê gê É, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), [a partir do ano de 2020]. Disponível em: https://oeds.link/Q59bhw. Acesso em: 6 junho 2022.

Neste site do í bê gê É há informações sobre a população indígena no Brasil.

ZORZETTO, R. Ascensão e declínio dos Tupi. PESQUISA fapésp. edição 311, janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/zUD1rR. Acesso em: 6 junho 2022.

Neste trabalho, apresentam-se considerações acadêmicas e dados sobre os falantes da língua indígena tupi no decorrer da história.

1. Construções geométricas

As ideias e os conceitos da Geometria relacionados a retas e ângulos estão entre os conhecimentos matemáticos mais antigos da humanidade, como indicam algumas tabletas de argila dos sumérios, alguns papiros egípcios e documentos escritos de gregos e romanos.

Retas e ângulos também aparecem nas artes plásticas, seja em pinturas antigas, seja em obras contemporâneas, como as dos mestres abstracionistas. A obra do artista vaciíli candinsqui (1866 a 1944) reproduzida a seguir é um exemplo de aplicação desses conceitos nas artes plásticas.

Pintura. Quadro pintado com tons pastéis, claros, e com alguns traços vermelhos e marrons e contornos pretos. Na base, alguns segmentos paralelos de onde saem outros segmentos que terão em sua extremidade triângulos deixando-os parecidos com setas e alguns círculos de vários tamanhos. Ainda na base, de onde saem os segmentos, ao lado tem um quadrado pequeno e vermelho.
candinsqui, W. On the points. 1928. Óleo sobre tela, 140 por 140 centímetros. Museu de Arte Moderna, Centro jórgi pumpidú, Paris, França.

A preocupação em organizar todo o conhecimento geométrico acumulado começou com os gregos. Eles transformaram a Geometria que resolvia cada caso particular em uma Geometria que tratava das propriedades das figuras de maneira generalizada.

Como estudado em anos anteriores, ponto, reta e plano são noções primitivas, isto é, são aceitas sem definição.

Para dar continuidade ao nosso estudo, vamos rever alguns conceitos referentes a esses elementos geométricos.

Respostas e comentários

1. Construções geométricas

Habilidade da Bê êne cê cê: ê éfe zero oito ême ah um cinco.

O início deste tópico traz uma obra do artista russo vacíli ­Kandinsky, que introduziu a abstração no campo das artes visuais.

Proponha aos estudantes uma pesquisa de obras de arte concreta desse artista e de artistas nacionais, como Waldemar Cordeiro, ­Geraldo Barros, Lygia Clark, Lygia Pape, ­Hélio Oiticica e Amílcar de Castro, com as quais poderá motivá-los no estudo da Geometria e a desenvolver a competência geral 3, pois com a pesquisa eles poderão usufruir desse tipo de de manifestação artística.

Ícone de Sugestão de leitura de materiais digitais: uma tela de computador com uma seta ao centro.

 Sugestão de leitura

Para ampliar e enriquecer o trabalho sobre candinsqui, sugerimos o material:

QUINTÃO, B. P. A abstração entre ­Wassily candinsqui e grafismos indígenas. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Teoria, Crítica e História da Arte) Universidade de Brasília, Brasília, 2018. Disponível em: https://oeds.link/TTgmIn. Acesso em: 6 junho 2022.

Nesta pesquisa, a autora investiga obras do período do Der Blaue Reiter do artista russo vaciíli candinsqui (1866 a 1944) e grafismos indígenas amazônicos como fórmas abstratas.

Retas, semirretas e segmentos de reta

Acompanhe a seguir um resumo de elementos que fazem parte de uma reta.

Reta r. Nela, estão marcados os pontos B (mais abaixo), A (ao centro) e C (mais acima), e setas nas extremidades. O ponto A marca a origem de duas semirretas: AC e AB. A semirreta AC, que vai na direção de A para C, está destacada de vermelho. A semirreta AB, que vai na direção de A para B, está destacada de verde.

   A semirreta

a semirreta AB

de origem a que passa por B está pintada de verde. As semirretas

a semirreta AB

e

a semirreta AC

são opostas: têm a mesma origem A e estão na mesma reta r.

Reta s. Nela, estão marcados os pontos P (mais acima) e Q (mais abaixo). O segmento PQ está destacado de azul.

   A parte pintada de azul é o segmento de reta

PQ

de extremidades P e Q, formado pelos pontos P, Q e por todos os demais pontos da reta s que estão entre P e Q.

Ilustração. Retas concorrentes u e t, que se cruzam no ponto Y. Na reta t está marcado o ponto X e o segmento XY está destacado de vermelho. Na reta u está marcado o ponto Z e o segmento YZ está destacado de vermelho.

   Os segmentos

XY

e

YZ

são consecutivos, pois têm uma extremidade comum: o ponto Y.

Ilustração. Reta t, onde estão marcados os pontos M, N, P e Q (nessa ordem). O segmento MN está destacado de vermelho e o segmento PQ está destacado de azul.

   Os segmentos

MN

e

PQ

são colineares, pois estão na mesma reta t.

Ilustração. Retas concorrentes t e s. O segmento CD, destacado de vermelho, está na reta t. O segmento AB, destacado de verde, está na reta s. Os segmentos AB e CD têm a mesma medida.

   Os segmentos

CD

e

AB

têm a mesma medida de comprimento. São segmentos congruentes. Indicamos:

segmento AB

CD

.

Agora, observe esta figura:

Ilustração. Reta r. Nela está representado o segmento de reta PR e um ponto Q entre os pontos P e R.

   O ponto Q divide o segmento

PR

em dois segmentos con­gruentes:

PQ

e

QR

. O ponto Q é o ponto médio de

PR

.

Respostas e comentários

Retas, semirretas e segmentos de reta

Como base para as construções geométricas que serão propostas, retomamos conceitos de Geometria plana. Esperamos que os estudantes possam mobilizar os conhecimentos já estudados em anos anteriores e consolidá-los nessa retomada.

Ressalte os conceitos de seg­mentos de reta consecutivos, segmentos de reta congruentes e ponto médio de um segmento de reta. Os estudantes podem fazer cartazes criando figuras que envolvam esses conceitos com diversos materiais (palitos de madeira, linha, arame etcétera). Se julgar conveniente, faça uma exposição desses trabalhos.

Construindo segmentos congruentes com régua e compasso

   Com o auxílio de régua e compasso, observe os passos para a construção de um segmento

CD

congruente a um segmento dado

AB

.

Ilustração. Segmento AB destacado de vermelho.

1. Com uma régua, traçamos uma reta r qualquer e sobre ela marcamos um ponto C.

Ilustração. Reta r, desenhada de verde, sobre o contorno de uma régua de 10 centímetros. Um ponto C é marcado de vermelho na marcação de 3 centímetros da régua.

2. Com a ponta-sêca do compasso em a, abrimos o compasso até o ponto B.

Ilustração. Um compasso com abertura igual à medida do segmento AB. Ponta seca do compasso em A e a ponta de lápis no ponto B.

3. Com a ponta-sêca do compasso em C e aber­tura igual a A bê, tra­çamos um arco que intersecta a reta r no ponto D. Os pontos C, D e todos os pontos da reta r que estão entre C e D formam o segmento

CD

, que é ­congruente ao segmento

AB

.

Ilustração. Na reta r, em verde, está marcado o segmento CD, em vermelho. A ponta seca do compasso está no ponto C e, do ponto D, sai um arco azul feito com a ponta de lápis do compasso. Abaixo, a legenda: o segmento CD é congruente ao segmento AB.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

   Nessa construção, o segmento

CD

é congruente ao segmento

AB

, pois ambos têm a mesma medida, dada pela abertura do compasso.

Utilizando um software de Geometria dinâmica também é possível construir segmentos congruentes. Nesse recurso há ferramentas de compasso e de construção de segmentos, que possibilitam seguir os passos 1, 2 e 3 explicitados para essa construção.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

1 Escreva no caderno os pares de segmentos consecutivos que aparecem na figura a seguir.

Ilustração. Figura composta por segmentos de retas consecutivos: segmento horizontal AB, segmento inclinado para cima BC, segmento inclinado para baixo CD, segmento horizontal DE.

2 Copie a figura do exercício 1 e acrescente o segmento

BD

.

Além dos segmentos consecutivos já identificados naquele exercício, que outros segmentos consecutivos a nova figura apresenta?

3 Registre no caderno o significado de cada indicação a seguir: reta, semirreta ou segmento de reta.

a)

AB com um traço em cima com seta em ambos os sentidos

b)

AB com um traço em cima com seta à direita

c)

AB com um traço em cima

d)

PQ com um traço em cima com seta à direita

e)

PQ com um traço em cima
Respostas e comentários

1.

1. Segmentos AB e BC, segmentos BC e CD, segmentos CD e DE.

.

2. 

AB e BD

;

AB e BE

;

AD e DE

;

AD e BD

;

AB e AE

;

AB e AD

;

AD e DC

;

BD e DC

;

BC e BD

;

o segmento BC e o segmento BE

.

3. a) Reta.

3. b) Semirreta.

3. c) Segmento de reta.

3. d) Semirreta.

3. e) Segmento de reta.

Construindo segmentos congruentes com régua e compasso

Para realizar as construções geométricas propostas, é importante que os estudantes providenciem previamente os materiais de desenho necessários: régua, compasso, esquadros, lápis etcétera.

   Reproduza na lousa a construção apresentada para que eles acompanhem cada etapa. Em seguida, entregue a cada estudante uma folha de papel sulfite preparada com segmentos traçados. Peça a eles que construam dois segmentos de reta distintos entre si e congruentes a cada segmento dado. Depois, devem marcar o ponto médio de cada um desses segmentos de reta. Espera-se que, para isso, utilizem a escala da régua; entretanto, se julgar apropriado, pode ser realizada uma atividade investigativa a fim de que os estudantes identifiquem um procedimento para determinar, apenas com régua e compasso (sem usar as marcações de medida da régua), o ponto médio de um segmento. Por exemplo, para determinar o ponto M, ponto médio de

A B

, pode-se:

com centro em a, traçar uma circunferência de raio r, tal que r é maior que a metade de A bê;

com centro em B e raio r, traça-se outra circunferência;

traçar o segmento

segmento OP

, em que os pontos óh e P são intersecção das circunferências anteriormente construídas;

marcar o ponto M em

AB

, tal que M é o ponto de intersecção de

AB

com

segmento OP

;

M é o ponto médio de

AB

.

Os estudantes podem organizar em fluxogramas as etapas das construções geométricas utilizadas e apresentar aos demais colegas da turma a fim de validar as etapas para determinar o ponto médio de um segmento.

Sempre que necessário, relembre os estudantes de terem cuidado no manuseio do compasso, a fim de evitar que se machuquem com a ponta-sêca.

Exercícios propostos

Para resolver o exercício 1, deve-se aplicar a definição de segmentos consecutivos, que são aqueles que têm uma extremidade em comum. Assim, são segmentos consecutivos:

AB

e

BC

, pois B é extremidade de ambos.

BC

e

CD

, pois C é extremidade de ambos.

CD

e

DE

, pois D é extremidade de ambos.

No exercício 2, também serão consecutivos os segmentos:

AB

e

BD

, pois B é extremidade de ambos.

BD

e

DE

, pois D é extremidade de ambos.

Para resolver o exercício 3, deve-se considerar que a notação para reta é um traço com seta em ambos os sentidos; de semirreta, o traço com uma seta; de segmento, apenas o traço.

4 Identifique a sentença falsa e justifique sua resposta.

a) Se AB=8 métros e CD=800 centímetros, então

segmento AB

segmento CD

b) Se MN=3 centímetros e XY=3 centímetros, então

o segmento MN é congruente ao segmento XY

o segmento MN é congruente ao segmento XY

c) Se

EF

PQ

, então EF=PQ.

d) Se AB=5 centímetros e CD=5 decímetros, então

AB

CD

.

5 Na figura a seguir, a é o ponto médio de

XY

e B é o ponto médio de

YZ

, que mede 5 centímetros.

Ilustração. Segmento XZ com medida de 7,5 centímetros. Neste segmento estão marcados os pontos A, Y e B (nessa ordem), sendo A o ponto médio do segmento XY e B o ponto médio do segmento YZ.

a) Quanto mede o segmento

XY

?

b) Qual é a medida do segmento

AB

?

6. Um software de Geometria dinâmica tem as seguintes ferramentas:

Ilustração. Botão retangular de software de Geometria dinâmica denominado: circunferência. Representado por um quadro cinza, com uma circunferência vermelha, um ponto central preto e um sinal de mais em preto na circunferência abaixo do ponto central. Ilustração. Botão retangular de software de Geometria dinâmica denominado: reta. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta vermelho, com dois pontos pretos distintos marcados próximos às extremidades do segmento. Ilustração. Botão retangular de software de Geometria dinâmica denominado: segmento de reta. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta vermelho, com dois pontos pretos distintos marcados nas extremidades do segmento.

Construa um fluxograma com os passos que devem ser seguidos para a construção de 2 segmentos congruentes usando essas 3 ferramentas do software.

7 Observe os pontos destacados no segmento

AF

representado a seguir.

lustração. Segmento de reta com extremidades determinadas pelos pontos A (esquerda) e F (direita). Nesse segmento, destacam-se ainda os pontos, nessa ordem: B, C, D e E, em que: o ponto B é o ponto médio do segmento AC; o ponto C é o ponto médio do segmento AD; o ponto D é o ponto médio do segmento BE; e o ponto E é o ponto médio do segmento DF.

B é o ponto médio de

segmento AC

;

C é o ponto médio de

segmento AD

;

D é o ponto médio de

segmento BE

;

E é o ponto médio de

segmento DF

.

Sabendo que BC = 0,5 centímetro, determine:

a) a medida do segmento

AF

;

b) a medida do segmento

CE

.

8 Considere que a figura a seguir representa um segmento

AD

de medida 18 centímetros, sendo X o ponto médio de

AB

, Y o ponto médio de

BC

e Z o ponto mé­dio de

CD

.

Ilustração. Segmento de reta com extremidades determinadas pelos pontos A (esquerda) e D (direita). Nesse segmento, destacam-se ainda os pontos, nessa ordem: X, B, Y, C e Z.

Sabendo que a medida de

AB

é o dôbro da medida de

segmento cd

e que

segmento BC

mede o triplo de

segmento CD

, determine a medida dos segmentos:

a)

AB

;

b)

BC

;

c)

CD

;

d)

XY

;

e)

YZ

;

f )

XZ

.

Pense mais um poucoreticências

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

Ícone de Atividade em dupla ou em grupo.

Reúna-se com um colega e façam o que se pede.

1 a, B, C e D são pontos de uma mesma reta r, de tal maneira que A bê = 6 centímetros, BC = 2 centímetros, á cê  = 8 centímetros e BD = 1 centímetros.

Nessas condições, representem, no caderno, a reta r e esses pontos.

2 Considerem o segmento

segmento AD

representado a seguir, em que á dê = 8 centímetros e BC = 2,5 centímetros.

Ilustração. Segmento de reta de extremidades A (esquerda) e D (direita). Neste segmento estão marcados os pontos B e C, nessa ordem.

a) É possível calcular a medida A bê ? E a medida BD ?

b) A medida CD pode valer 6 centímetros? Justifiquem a resposta.

c) Quais são os possíveis valores da medida á cê ?

Respostas e comentários

4. Alternativa d, pois A bê CD.

5. a) 2,5 centímetros

5. b) 3,75 centímetros

6. Construção de figura.

7. a) 5 centímetros

7. b) 2,5 centímetros

8. a) 6 centímetros

8. b) 9 centímetros

8. c) 3 centímetros

8. d) 7,5 centímetros

8. e) 6 centímetros

8. f) 13,5 centímetros

Pense mais um poucoreticências

1. Construção de figura.

2. a) Não; não.

2. b) Não, pois: á dê BC = A bê + CD

8 2,5 = A bê + 6

A bê = 5,5 6

Logo, para CD valer 6 centímetros, A bê deveria ser negativa.

2. c) 2,5 < á cê < 8

Exercícios propostos

As resoluções dos exercícios 4 a 6 e do exercício 8 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2. No ­exercício 4, há uma articulação do conceito de congruência com a transformação de unidades de medida, relacionando as Unidades Temáticas Geometria e Grandezas e medidas.

   No exercício 7, se BC = 0,5 centímetro e B é o ponto médio de

segmento AC

então A bê = 0,5 centímetro. Continuando, á cê  = 1,0 centímetro e, sendo C o ponto médio de

segmento AD

então CD = á cê  = 1,0 centímetro. Como D é ponto médio de

segmento BE

é ­possível determinar o comprimento de

segmento BD

escrevendo-se:

BD = BC + CD = 0,5 + 1,0

BD = 1,5 centímetro

Portanto, DE = 1,5 centímetro.

   Como ê é ponto médio de

segmento DF

então

o segmento DE

é congruente a

o segmento EF

logo, EF = 1,5 centímetro. Agora, basta efetuar a adição:

á éfe = á cê + CD + dê ê + ê éfe

á éfe = 1,0 + 1,0 + 1,5 + 1,5

á éfe = 5 centímetros

   No item b, temos: como C é ponto médio de

segmento AD

, CD = á cê = 1. Logo, cê é = CD + dê ê = 1 + 1,5 = 2,5. A medidade de

segmento CE

é 2,5 centímetros.

   No exercício 8, trabalhe essa atividade por meio de questionamentos, induzindo os estudantes à conclusão de que a distância entre os dois pontos ­médios X e Y é a semissoma das medidas dos dois segmentos

AB

e

BC

Observe que a distância de X a Z não é a semissoma das medidas dos segmentos

AB

e

CD

pois estes não são ­consecutivos.

A resolução do exercício 8 propicia a inter-relação das Unidades Temáticas Geometria e Álgebra. Representando por x a medida CD, o equacionamento é imediato. Proponha aos estudantes que experimentem outras atribuições para x, como x = A bê ou x = ZD para verificarem que as medidas dos segmentos são as mesmas.

Pense mais um poucoreticências

Na atividade 1, os estudantes são levados a considerar mais de uma possibilidade na construção da figura. Exemplos de resposta:

Ilustração. Reta r horizontal e, sobre ela, os pontos A, B, D e C, da esquerda para a direita, nessa ordem. A medida do segmento AB é 6 centímetros; a medida do segmento BD é 1 centímetro e a medida do segmento DC é 1 centímetro. Ilustração. Reta r horizontal e, sobre ela, os pontos A, D, B e C, da esquerda para a direita, nessa ordem. A medida do segmento AB é 6 centímetros; a medida do segmento DB é 1 centímetro e a medida do segmento BC é 2 centímetros.

Na atividade 2, itens a e c, a indeterminação da medida pedida decorre da possibilidade de haver infinitos valores para á cê entre os números racionais 2,5 e 8, que tornam plausível a situação proposta.

Posição relativa de retas

Aqui também vamos rever alguns conceitos referentes às retas.

Ilustração. Um dado cúbico, com a face de um ponto para cima, a face de dois pontos voltada para frente e na lateral direita a face de três pontos. Um plano alfa à direita que contém a face de três pontos.
Cada face do dado sugere uma parte de um plano. Um plano é indicado por letras gregas minúsculas, como o plano α, que contém a face 3 do dado.
Ilustração. Um plano beta contém a face da frente, de dois pontos. Neste plano está marcado um ponto A, como o vértice superior esquerdo do cubo, por onde passam, a reta vertical r e a reta horizontal s. Essas retas contem duas das arestas frontais do cubo.
As retas r e s têm um só ponto em comum (A) e estão em um mesmo plano ( β). Dizemos que as retas r e s são concorrentes. Indicamos: r × s.
Ilustração. Um plano gama contem: a reta r, que passa pelo limite à esquerda da face de dois pontos; a reta t, que passa pelo limite à direita da face de três pontos; e a diagonal da face de um ponto (ou seja, corta o dado no meio).
As retas r e t não têm pontos em comum e estão em um mesmo plano (γ). Dizemos que as retas r e t são paralelas. Indicamos: r t.

Duas retas de um plano são coincidentes quando têm todos os pontos em comum. Indicamos que as retas c e d são coincidentes por: c d.

Ilustração. Reta c sobreposta à reta d. Todos os pontos das retas são comuns. Um legenda indica que: a reta c é coincidente à reta d.

Dadas duas retas, s e t, caso não exista um plano que as contenha, chamamos s e t de retas reversas.

Ilustração. Um dado cúbico, com a face de um ponto para cima, a face de dois pontos voltada para frente e na lateral direita a face de três pontos. A reta t passa pela aresta que une a face de três pontos com a face de trás do cubo. A reta s passa pela aresta que une a face de um ponto com a face de dois pontos.
Duas retas reversas (s e t) não têm pontos em comum nem estão em um mesmo plano.

Observação

Para que duas retas sejam paralelas ou concorrentes, elas devem, necessariamente, estar em um mesmo plano, isto é, deve existir um plano que as contenha. Nesse caso, dizemos que elas são retas coplanares.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

9 Escreva a posição relativa das retas coplanares r e s quando:

a) elas não têm ponto em comum;

b) elas têm apenas um ponto em comum.

10 Identifique qual é a sentença falsa e justifique no caderno.

a) Se a e B são dois pontos de um plano α, então a reta

AB

está contida nesse plano.

b) Se duas retas, r e s, não têm ponto em comum, então elas são paralelas.

c) Se duas retas são coplanares e não têm ponto em comum, então elas são paralelas.

Respostas e comentários

9. a) Paralelas.

9. b) Concorrentes.

10. a) Verdadeira.

10. b) Falsa, pois r e s podem ser reversas.

10. c) Verdadeira.

Posição relativa de retas

Neste item, tratamos das posições relativa entre duas retas, seja no plano, seja no espaço. As arestas de um cubo podem ser associadas a segmentos de retas e, assim, podem-se associá-los às suas respectivas retas suporte explorando as posições relativas entre as retas de maneira menos abstrata.

Exercícios propostos

Para resolver estes exercícios, é necessário recorrer às definições sobre posições relativas entre retas.

No exercício 9, quando duas retas são coplanares e não têm pontos em comum, elas são paralelas e, ainda, quando duas retas coplanares têm apenas um ponto em comum, elas são concorrentes. Logo, as retas do item a são paralelas, e as do item b, concorrentes.

   No exercício 10, discutimos a relação entre pontos, retas e planos. No item a, pelo axioma da determinação de reta, consideramos que existe apenas uma reta que passa por a e por . Assim, se A e B estão no mesmo plano, todos os pontos da reta

AB

também pertencem a esse plano.

No item b, mostre aos estudantes que as retas reversas não têm ponto comum, assim como as paralelas. A diferença é o fato de que retas parale­las são coplanares, e as retas reversas não são. Logo, precisamos de duas informações para saber se as retas são paralelas.

No item c, temos as duas informações necessárias para saber se duas retas são paralelas ou não.

11 Considere o bloco retangular ilustrado a seguir.

Ilustração. Bloco retangular em formato de paralelepípedo retângulo vazado para que apareçam todas as arestas e os vértices A, B, C, D, E, F, G, H destacados. A base do bloco é o retângulo ABCD. A tampa do bloco é o retângulo EFGH, em que os vértices A e E estão sobre a mesma aresta.

Classifique como paralelas, concorrentes ou reversas as retas que contêm os pares de arestas:

a)

AB e BC

.

b)

CD e HG

.

c)

AB e CG

.

d)

BF e AE

.

e)

AD e BF

.

f)

HG e AB

.

Construindo retas paralelas com régua e compasso

Considere uma reta r e um ponto P não pertencente a r. Vamos construir, com o auxílio de régua e compasso, uma reta paralela à reta r e que passe pelo ponto P.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

1. Com a ponta-sêca do compasso em P, traçamos um arco que corta r, obtendo o ponto M.

Ilustração. Reta r , horizontal, desenhada na cor roxa e um ponto vermelho P abaixo dela. Ponta seca do compasso no ponto P e um arco em azul cruzando a reta. No cruzamento do arco com a reta marcou-se o ponto M.

2. Com a mesma abertura PM e a ponta-sêca do com­passo em M, traçamos um arco que intersecta r, obtendo o ponto R.

Ilustração. Compasso com a mesma abertura do passo anterior (medida entre os pontos P e M). Ponta seca no ponto M e um arco azul cruzando novamente a reta r e marcando o ponto R (à direita de M).

3. Com a mesma abertura MR e a ponta-sêca do compasso em R, traçamos um arco que intersecta o primeiro arco, obtendo o ponto Q.

Ilustração. Com a mesma abertura no compasso, ponta seca em R e um arco em azul cruzando o arco feito para obter o ponto M, marca-se o ponto Q.

4. Com a régua, traçamos a reta

PQ

, que é paralela à reta r.

Ilustração. Reta vermelha passando pelos pontos P e Q, paralela à reta r.

   Observe que

os segmentos PM

,

os segmentos MR

,

os segmentos RQ

e

os segmentos QP

têm mesma medida, que é a da abertura PM do compasso. Então, a figura PMRQ é um losango.

Ilustração. Uma reta roxa com os pontos M e R. Uma reta vermelha, paralela à reta roxa e abaixo dela, com os pontos P e Q. Traços em azul ligam os segmentos de reta PM, MR, RQ e QP, formando um losango.

   Como os lados opostos de um losango são paralelos, então

a reta P Q

a reta M R

.

Respostas e comentários

11. a) Concorrentes.

11. b) Paralelas.

11. c) Reversas.

11. d) Paralelas.

11. e) Reversas.

11. f) Paralelas.

Exercícios propostos

Para facilitar a resolução, no exercício 11, se possível, associe a sala de aula com o bloco retangular. Considerando que os segmentos são arestas de um bloco retangular, verificamos que:

a) como

os segmentos AB

e

os segmentos BC

são consecutivos, as retas que os contêm são concorrentes em B.

b) como

os segmentos CD

e

os segmentos HG

são arestas opostas de uma mesma face, as retas que os contêm são paralelas.

c) como

os segmentos AB

e

os segmentos CG

são perpendiculares a planos não paralelos e arestas de duas faces opostas, as retas que as contêm são reversas.

d) como

os segmentos BF

e

os segmentos AE

são arestas opostas de uma mesma face, as retas que os contêm são paralelas.

e) como

Segmento AD

e

Segmento BF

são perpendiculares a planos não paralelos e arestas de duas faces opostas, as retas que os contêm são ­reversas.

f) como

Segmento HG

e

AB

são arestas de duas faces opostas e paralelas a

o segmento DC

, as retas que os contêm são paralelas.

Construindo retas paralelas com régua e compasso

Apresente a construção das retas paralelas passo a passo na lousa para os estudantes acompanharem todo o procedimento. Espera-se que eles mobilizem conhecimentos sobre paralelogramos já estudados em anos anteriores.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

12 Usando um software de Geometria dinâmica, desenhe uma reta e um ponto fora dela. Construa uma reta paralela a essa reta que passe por esse ponto. Indique os passos que você seguiu para fazer essa construção.

13 Desenhe uma reta m e cinco pontos que não pertençam a ela. Depois, construa retas paralelas a m por esses pontos e responda às questões.

a) Qual é o maior número de retas paralelas à reta m que podem ser traçadas passando por esses cinco pontos?

b) É possível deslocar os cinco pontos a fim de obter mais de cinco retas paralelas a m?

c) É possível trocar a posição de algum desses cinco pontos e traçar menos de cinco retas paralelas a m?

d) Qual é o menor número de retas paralelas que podem ser traçadas?

14 Em uma folha de papel transparente, copie a figura a seguir.

Ilustração. Retas horizontais paralelas, s (acima) e r (abaixo). Um ponto P está destacado na reta s. Os pontos Q e R, da esquerda para a direita, estão destacados na reta R. Um arco passa pelos pontos P e R.

Com a ponta-sêca do compasso em R e abertura RP, obtenha no arco da figura o ponto pê linha, simétrico de P em relação a r. Em seguida, trace por pê linha a reta t paralela à reta r.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

Considerando que s é paralela a r, r é para­lela a t e P e pê linha são pontos simétricos em relação a r, o que você conclui sobre:

a) a posição das retas s e t ?

b) as distâncias de P a r e de pê linha a r ?

2. Ângulos

O ângulo é uma figura que você já conhece e com a qual tem trabalhado em muitas situações. Vamos retomar a definição de ângulo e algumas de suas características.

Ângulo é a figura geométrica formada por duas semirretas de mesma origem.

Ilustração. Três pontos O, A e B, não colineares. Duas semirretas OA e OB, com origem no ponto O (vértice do ângulo), determinam uma região interna (área de menor abertura) e uma região externa (área de maior abertura). Os segmentos OA e OB são denominados os lados do ângulo AOB.

   Nessa figura, o ponto O é o vértice do ângulo, e as semirretas

OA

e

OB

são os lados. Indicamos esse ângulo por

Símbolo. Letra A, letra Ó com acento circunflexo (chapéu), letra B.

(lemos: “ângulo á ó bê” ).

A unidade de medida de ângulo mais utilizada é o grau, que é obtido quando dividimos o ângulo de uma volta em 360 ângulos iguais. À abertura de um desses ângulos associa-se a medida unitária 1grau. De acôrdo com suas medidas, os ângulos recebem nomes especiais.

Respostas e comentários

12. Construção de figura.

13. a) 5 retas paralelas.

13. b) Não.

13. c) Sim.

13. d) 1 reta paralela.

14. a) b) Espera-se que os estudantes concluam que s  t e que as distâncias de P a r e de pê linha a r são iguais.

Exercícios propostos

As resoluções dos exercícios 12 a 14 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

No exercício 13, convém organizar um painel com os diferentes desenhos dos estudantes em relação ao posicionamento dos pontos e, depois, discutir as respos­tas. Aborde as possibilidades de posicionamento desses pontos, desde a situação em que todos estão alinhados (quando há uma única reta paralela a m) até os cinco pontos, tomados a diferentes distâncias de m, ou se cada par desses pontos a igual distância de m forem simétricos em relação a m (quando há cinco retas distintas paralelas a m).

2. Ângulos

Habilidade da Bê êne cê cê: ê éfe zero oito ême ah um cinco.

Neste tópico, retomamos o conceito de ângulo e seus principais elementos e são trabalhadas construções geométricas de retas perpendiculares, desenvolvendo aspectos da habilidade (ê éfe zero oito ême ah um cinco) e preparando os estudantes para o estudo sobre bissetriz de ângulo formado por dois segmentos de reta consecutivos (lados consecutivos de um polígono) e mediatriz de um segmento de reta.

O arco marcado na figura indica a abertura do ângulo que estamos considerando. Observe.

Ilustração. Ângulo nulo. Semirreta horizontal de origem O e direção aos pontos A e B, coincidentes e à direita de O. Legenda: mede zero grau.Ilustração. Ângulo de uma volta. Semirreta horizontal de origem O e direção aos pontos A e B, coincidentes e à direita de O. Destaque para a circunferência ao redor do ponto O. Legenda: mede 360 graus.Ilustração. Ângulo raso ou de meia-volta. Duas semirretas horizontais OA (à esquerda) e OB (à direita) de mesma origem no ponto O. Destaque para a semicircunferência ao redor do ponto O. Legenda: 180 graus.
Ilustração. Ângulo reto. Duas semirretas perpendiculares OA (vertical) e OB (horizontal à direita) de mesma origem O. Destaque para o pequeno retângulo que representa o ângulo de 90 graus entre as semirretas. Legenda: mede 90 graus.Ilustração. Ângulo agudo. Duas semirretas ST (horizontal à esquerda) e SR, de mesma origem S. O ângulo formado entre elas é menor que 90 graus. Partindo de S uma linha perpendicular tracejada que indica um ângulo de 90 graus entre essa semirreta e a semirreta horizontal. Legenda: mede entre 0 e 90 graus.Ilustração. Ângulo obtuso. Duas semirretas GF (horizontal à esquerda) e GH de mesma origem G. O ângulo formado entre elas é maior que 90 graus. Partindo de G uma linha perpendicular à FG, tracejada. Legenda: mede entre 90 e 180 graus.

Observações

Indicamos a medida de um ângulo

ângulo AOB

por: m(

ângulo AOB

).

Dois ângulos são congruentes quando têm a mesma medida. Acompanhe um exemplo.

À esquerda, ângulo AOB de medida de abertura igual a 50 graus. Abaixo, cota indicando medida da abertura do ângulo AOB igual a 50 graus. À direita, ângulo PVQ de medida de abertura igual a 50 graus. Abaixo, cota indicando medida da abertura do ângulo PVQ igual a 50 graus.

Os ângulos

AOB

e

PVQ

, nas figuras apresentadas, têm a mesma medida (50graus). Dizemos, então, que

AOB

e

PVQ

são ângulos congruentes e escrevemos

ângulo AOB

ao ângulo PVQ

.

Duas retas concorrentes são denominadas perpendiculares se formarem quatro ângulos retos entre si.

Ilustração. Retas perpendiculares r e s representadas em um plano alfa. No canto inferior direito, a seguinte cota: indicamos: r perpendicular a s.

Quando duas retas são concorrentes, mas não formam ângulos retos entre si, são denominadas retas oblíquas.

Respostas e comentários

Ângulos

Retomamos os tipos de ângulo, apresentando ângulo de 0grau, de 360graus, de 180graus e de 90graus e sua classificação como nulo, ângulo de meia volta, ângulo de uma volta, reto, agudo ou obtuso. São retomados ainda os conceitos de ângulos congruentes, retas perpendiculares e retas oblíquas. Esses conteúdos também serão base para novas construções geométricas.

Se julgar conveniente, prepare previamente atividades para os estudantes retomarem o uso do transferidor: medindo ângulos fornecidos e construindo ângulos solicitados. Essa retomada é importante para aplicarem esses procedimentos na medição e na construção dos setores de um gráfico circular, assunto que será apresentado adiante neste capítulo.

Construindo retas perpendiculares com régua e compasso

Já vimos, em anos anteriores, como construir retas perpendiculares com régua e transferidor e, também, com régua e esquadro. Agora, acompanhe a construção semelhante empregando régua e compasso.

Considere uma reta s e um ponto P. Vamos traçar uma perpendicular r à reta s, por esse ponto. Observe dois exemplos.

Quando o ponto está na reta

1. Traçamos uma reta s e marcamos um ponto P.

Ilustração. Reta s com um ponto P pertencente à reta.

2. Com qualquer abertura do compasso e ponta-sêca em P, marcamos dois pontos a e B em s.

Ilustração. Reta s com o ponto P. À esquerda do ponto P está o ponto A e à direita o ponto B, ambos pertencentes à reta s e equidistantes do ponto P.

3. Com a abertura do compasso maior que

AP

e ponta-sêca em a, depois em B, traçamos dois ­arcos marcando dois pontos, C e D, na intersecção entre eles.

Ilustração. Reta s com os pontos A, P e B  equidistantes. Um ponto C, acima de P; um ponto D, abaixo de P. Sobre os pontos C e D passam-se dois arcos que contêm o ponto P.

4. A reta

CD

é a reta r, perpendicular à reta s.

Ilustração. Reta s com os pontos A, P e B equidistantes, e os pontos C e D equidistante do ponto P um acima e um abaixo, respectivamente. Uma régua indica a marcação da reta r, contendo o segmento CD passando por P.

Quando o ponto não está na reta

1. Traçamos uma reta s e marcamos um ponto P.

Ilustração. Reta s e um ponto P fora da reta, um pouco acima.

2. Traçamos um arco com centro em P e marcamos os pontos a e B em s.

Ilustração. Reta s com um ponto P acima da reta. Dois pontos A e B sobre a reta s e um arco passando por A e B, feito a partir de P.

3. Traçamos arcos com centro em a e B e com abertura á pê, obtendo o ponto Q.

Ilustração. Reta s que passa pelos pontos A e B. Estão representados 3 arcos. Dois arcos passam por P e Q, um tem centro em A e outro tem centro em B. O outro arco passa por A e B e tem centro em P.

4. Traçamos a reta r, que contém os pontos P e Q e é perpendicular à reta s.

Ilustração. Reta s com os pontos A e B pertencentes à reta e os pontos P e Q acima e abaixo da reta. Traça-se a reta r que passa pelos pontos P e Q.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

Essas construções também podem ser realizadas por meio de um software de Geometria dinâ­mica. Para isso, podem-se utilizar ferramentas como as indicadas a seguir.

Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: compasso. Representado por um quadro cinza, com uma circunferência vermelha e dois pontos pretos, um no centro e outro pertencente à circunferência. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: ponto. Representado por um quadro cinza e um ponto vermelho no centro. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: segmento de reta. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta vermelho, com dois pontos pretos distintos marcados nas extremidades do segmento. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: reta. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta vermelho, com dois pontos pretos distintos marcados próximos às extremidades do segmento. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: reta perpendicular. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta preto e com um segmento de reta vermelho que cruza o segmento anterior, formando ângulos de 90 graus; sobre ele, há um ponto preto marcado próximo à extremidade esquerda.

Ícone de Atividade oral.

Como você construiria duas retas perpendiculares com essas ferramentas? Converse com o professor e os colegas.

Respostas e comentários

Converse com os estudantes sobre as ferramentas apresentadas. Alguns poderão indicar a construção por meio das ferramentas de construção de reta, de ponto e de compasso, e outros poderão indicar a ferramenta de reta perpendicular. Comente que, a partir de uma reta e um ponto dados, essa ferramenta traça a reta perpendicular que passa por esse ponto.

Construindo retas perpendiculares com régua e compasso

Essa construção deve ser realizada passo a passo na lousa para que os estudantes a acompanhem com facilidade. Em seguida, peça-lhes que tracem uma reta qualquer em uma folha de papel e, depois, troquem o papel com um colega para traçarem uma reta perpendicular à reta traçada. Proponha que decidam se essa construção será feita por um ponto da reta traçada ou por um ponto fora dela. Ao final, discuta com eles essas possibilidades.

Lembre os estudantes de utilizarem o compasso com cuidado, a fim de que não se machuquem com a ponta-sêca.

Após realizarem a construção com régua e compasso, se possível, reserve uma aula para que possam utilizar um software de Geometria dinâmica a fim de fazerem as construções de retas ­perpendiculares por meio das ferramentas desse software. Caso perceba estudantes com dificuldade nessa atividade, oriente-os a tomarem como referência o fluxograma para a construção de reta paralela a uma reta dada, da página seguinte.

Ao explorar o uso de tecnologias digitais, os estudantes podem desenvolver a competência geral 5, pois adquirem mais autonomia para produzir conhecimentos.

Para a construção de uma reta s perpendicular a uma reta r, passando por um ponto a pertencente a r, pode-se seguir o conjunto de passos do fluxograma e obter a seguinte construção:

Ilustração. Tela similar a de um software de geometria dinâmica. Na parte superior, há uma barra com diversos botões. Da esquerda para a direita, os botões correspondem às ferramentas: ponto, circunferência, reta, interseção entre dois objetos, lápis, seta, mover, medir. Abaixo, aparecem da esquerda para a direita os botões que correspondem às seguintes ferramentas: reta, semirreta, segmento de reta, reta paralela e reta perpendicular. No canto superior direito aparecem os botões minimizar, maximizar e fechar. Na tela de desenho estão representadas duas retas paralelas r e s. Na reta r estão os pontos A, D, E e B. Na reta s estão os pontos C e F. Pelos pontos D e F passa a circunferência C1, de centro em C. Pelos pontos C e E passa a circunferência C2, com centro em D. E pelos pontos D e F para a circunferência C3 de centro em E.
Fluxograma. Feito com vários retângulos que se interligam por meio de setas, de cima para baixo. Os textos de cada retângulo são: 1. Selecionar ferramenta de reta e clicar em dois pontos quaisquer para criar a reta r e os pontos A e B. Seta abaixo: 2. Selecionar ferramenta de ponto e clicar em um ponto fora da reta r para criar o ponto C. Seta abaixo: 3. Selecionar ferramenta de compasso, clicar no ponto C e em seguida em um ponto D da reta r, criando a circunferência C1. Seta abaixo: 4. Selecionar ferramenta de compasso, clicar no ponto D e em seguida no ponto C, criando a circunferência C2 de centro D. Seta abaixo: 5. Selecionar ferramenta de ponto na intersecção da reta r com C2, criando o ponto E. Seta abaixo: 6. Selecionar ferramenta de compasso, clicar no ponto E e em seguida no ponto D, criando a circunferência C3 de centro E. Seta abaixo: 7. Selecionar ferramenta de ponto na intersecção das circunferências C3 e C1, criando o ponto F. Seta abaixo: 8. Selecionar ferramenta de reta, clicar em C e em F, criando a reta s, que é paralela a r.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

15 Desenhe uma reta e trace, por um ponto, uma reta perpendicular a essa reta, nas seguintes ­condições:

a) o ponto está na reta;

b) o ponto não está na reta.

16 Elabore, no caderno, um fluxograma com as etapas para a construção de uma reta s, perpendicular a r, passando por um ponto a que não pertence à reta.

17 Considerando as ferramentas disponíveis em um software de Geometria dinâmica, explique a sequência de etapas que você seguiria para a construção de um retângulo.

Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: compasso. Representado por um quadro cinza, com uma circunferência vermelha e dois pontos pretos, um no centro e outro pertencente à circunferência. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: ponto. Representado por um quadro cinza e um ponto vermelho no centro. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: segmento de reta. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta vermelho, com dois pontos pretos distintos marcados nas extremidades do segmento. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: reta. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta vermelho, com dois pontos pretos distintos marcados próximos às extremidades do segmento. Ilustração. Botão de software de Geometria dinâmica denominado: reta perpendicular. Representado por um quadro cinza, com um segmento de reta preto e com um segmento de reta vermelho que cruza o segmento anterior, formando ângulos de 90 graus; sobre ele, há um ponto preto marcado próximo à extremidade esquerda.

18

Ícone de Atividade em dupla ou em grupo.

Reúna-se com um colega e desenhem um segmento horizontal

Segmento AB

medindo 6 centímetros. Em cada extremidade do segmento, tracem uma reta perpendicular a ele. Marquem, sobre a reta perpendicular traçada pelo ponto a e abaixo de

Segmento AB

, um ponto C, de modo que á cê = 4 centímetros. Depois marquem, sobre a reta perpendicular traçada pelo ponto B e acima de

Segmento AB

, um ponto D, tal que BD = 4 centímetros.

a) Discutam e estimem a medida para o segmento

CD

.

b) Unam os pontos C e D e meçam com uma régua o segmento

CD

. Qual é essa medida? Vocês fizeram uma boa estimativa?

19

Ícone de Atividade em dupla ou em grupo.

Hora de criar – Elabore um problema sobre retas paralelas ou sobre retas perpendiculares. Troque com um colega e, depois de cada um resolver o problema elaborado pelo outro, destroquem para corrigi-los.

Respostas e comentários

15. Construção de figura.

16. Construção de figura.

17. Resposta pessoal.

18. a) Resposta pessoal.

18. b) 10 centímetros. Resposta pessoal.

19. Resposta pessoal.

Exercícios propostos

As resoluções dos exercícios 15 a 18 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

O exercício 18 é uma atividade que pode ser feita em dupla. Envolve construção geométrica de retas perpendiculares, medida de segmento e construção de triângulo, em particular do triângulo retângulo de medidas 3 centímetros, 4 centímetros e 5 centímetros. Avalie se convém pedir aos estudantes que comparem o quadrado da ­medida da hipotenusa com a soma dos quadrados das medidas dos catetos, antecipando, assim, uma verificação particular do teorema de Pitágoras.

Para o exercício 19, se possível, proponha aos estudantes utilizarem um software de Geometria dinâmica como ferramenta para elaborar e resolver o problema.

PARA SABER MAIS

Construção da espiral de Arquimedes

Arquimedes (cêrca de 287 antes de Cristo-212 antes de Cristo), o maior matemático e físico da Antiguidade, viveu e morreu em Siracusa, cidade da Sicília (na época ainda uma colônia da Magna Grécia), que por dois anos resistiu ao cerco dos romanos graças às suas engenhosas invenções.

Embora não fosse feita apenas com o uso de régua e compasso, dos três famosos problemas de Geometria – a duplicação do cubo, a trissecção do ângulo e a quadratura do círculo –, a espiral de Arquimedes forneceu soluções para os dois últimos.

A espiral é definida como o lugar geométrico no plano de um ponto que se move uniformemente, partindo de um raio, ao longo do raio, enquanto esse raio, por sua vez, gira uniformemente em tôrno de sua origem.

Acompanhe os passos de um procedimento para a obtenção de alguns pontos de uma espiral.

1. Traçamos uma circunferência de raio medindo 8 centímetros e duas retas perpendiculares que passem pelo seu centro. Com um transferidor, vamos traçar bissetrizes dividindo-a em 16 partes iguais.

Ilustração. Uma circunferência divida em quatro partes iguais por diâmetros perpendiculares.Ilustração. Uma circunferência dividida em dezesseis partes iguais por retas que passam pelo centro. O centro da circunferência é um ponto vermelho.

2. Usando uma régua, vamos marcar em um dos raios traçados, a partir do centro, pontos de 0,5 em 0,5 centímetro. Traçamos circunferências concêntricas que passem por esses pontos.

Ilustração. Uma circunferência dividida em dezesseis partes iguais por retas que passam pelo centro. Um dos raios é dividido por dezesseis pontos.Ilustração. Uma circunferência dividida em dezesseis partes iguais por retas que passam pelo centro. Um dos raios é dividido por dezesseis pontos. Em cada ponto dessa divisão passam circunferências concêntricas (com centro no ponto vermelho).

3. Com uma côr diferenciada, partindo do centro, marcamos uma sequência de pontos que são intersecção de um raio com uma circunferência – apenas um ponto por circunferência e por raio.

Ilustração. Começando do ponto vermelho no centro vão sendo traçados segmentos de reta que são diagonais dos pequenos retângulos formados com os arcos da circunferência e os dezesseis traços que dividiram a circunferência em partes. A união dessas diagonais traçadas em vermelho vão formando uma espiral.Ilustração. Duas retas perpendiculares e espiral formada com os segmentos em vermelho. A espiral começa no cruzamento das duas retas.

Agora é com você!

FAÇA A ATIVIDADE NO CADERNO

No caderno, trace uma circunferência com raio medindo 8 centímetros, divida-a em 8 partes iguais e construa uma espiral semelhante à espiral apresentada.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

Respostas e comentários

Construção de figura.

Para saber mais

Nesta seção, apresentamos a construção da espiral de Arquimedes. Comente com os estudantes que, ainda neste capítulo, o conceito de lugar geométrico será aprofundado.

Neste momento, eles utilizarão o conceito de bissetriz de ângulo – semirreta que divide um ângulo em dois ângulos congruentes entre si. Para facilitar as construções, sugere-se que eles utilizem transferidor. Se julgar conveniente, proponha uma apresentação das construções feitas. Eles podem realizar essas construções utilizando os recursos de softwares de Geometria dinâmica e, depois, expor as construções em um blog ou página web da escola. Desse modo, eles desenvolvem a competência geral 5 e, ainda, a competência geral 4, pois podem utilizar os recursos tecnológicos para produzir e para comunicar conhecimentos.

Incentive os estudantes a pesquisar mais informações sobre ­Arquimedes e suas contribuições para a Matemática, desenvolvendo, assim, a competência geral 1 e levando-os a perceber que a ­Matemática é um conjunto de saberes historicamente ­construídos.

A resolução da atividade do Agora é com você! está no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

TRABALHANDO A INFORMAÇÃO

Construindo gráfico de setores

A serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa com área medindo aproximadamente .4350 quilômetros quadrados que se estende ao longo de três estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Essa região atrai muitos turistas em busca da tranquilidade das montanhas e do clima mais ameno.

Para planejar suas campanhas publicitárias em certo ano, uma agência de turismo fez uma pesquisa buscando conhecer melhor o perfil dos turistas da serra da Mantiqueira. Considere o resultado dessa pesquisa de acôrdo com a estação do ano.

Perfil dos turistas da serra da Mantiqueira

Grupos de pessoas

Inverno (em %)

Demais estações do ano (em %)

Grupos familiares com crianças

42

Amigos ou casais de 18 a 25 anos

15

Amigos ou casais de 26 a 50 anos

26

16

Amigos ou casais acima de 50 anos

12

13

Participantes de eventos empresariais

43

Dados obtidos pela agência.

Apesar de ter havido lacunas na elaboração da tabela referente a essa pesquisa, em relação ao período de inverno foi possível construir um gráfico de setores.

Para representar o perfil dos turistas da serra da Mantiqueira no inverno por um gráfico de setores, procedemos assim:

Calculamos a medida, em grau, do setor referente a cada uma das partes:

42% de 360graus = 0,42 360graus = 151,2graus 151graus

15% de 360graus = 0,15 360graus = 54graus

26% de 360graus = 0,26 360graus = 93,6graus 94graus

12% de 360graus = 0,12 360graus = 43,2graus 43graus

Ilustração. Homem negro, de cabelos pretos e curtos, veste camiseta azul. Ele diz: "Esse tipo de gráfico é um dos melhores instrumentos para a comparação entre as partes de um conjunto de dados."

Traçamos um círculo e nele construímos, com um transferidor, a partir de um raio qualquer, a sequência dos setores cujas medidas calculamos.

Ilustração. Circunferência desenhada em roxo, com o raio traçado à direita. Um transferidor de 180 graus com o centro da circunferência coincidindo com o centro do transferidor e o raio alinhado com a reta do 0 grau do transferidor. Uma reta é traçada na medida 151 graus do transferidor.Ilustração. O transferidor foi colocado alinhando o centro da circunferência com o centro do transferidor e alinhando a linha do ângulo de 151 graus com a linha de 0 grau do transferidor. Marcando um segmento na medida de 54 graus. A circunferência ficou com dois ângulos marcados, 151 graus e 54 graus.Ilustração. O transferidor foi colocado alinhando o centro da circunferência com o centro do transferidor e alinhando a linha do ângulo de 54 graus com a linha de 0 grau do transferidor. Marcando agora um segmento na medida de 94 graus. A circunferência ficou com três ângulos marcados, 151 graus, 54 graus e 94 graus.
Respostas e comentários

Trabalhando a informação

Habilidade da Bê êne cê cê: ê éfe zero oito ême ah dois três.

Esta seção possibilita aos estudantes construir um gráfico de setores e, assim, trabalhar de maneira que entendam melhor fatos importantes que afetam seu cotidiano, o que desenvolve a habi­lidade (­EF08MA23).

Apresente aos estudantes a construção dos setores do gráfico na lousa, de modo que acompanhem e reproduzam cada etapa no caderno. Após a construção, ressalte com eles algumas considerações importantes:

Como o gráfico é circular, reunindo todos os setores obtemos o círculo todo, ou seja, adicionando as medidas de todos os ângulos dos setores obtemos 360graus, assim como a soma das porcentagens de todos os setores representa 100%.

Setores de mesmo ângulo representam regiões de mesmo tamanho no gráfico, ou seja, correspondem ao mesmo valor associado a eles (ou mesmos ­percentuais).

Ilustração. O transferidor foi colocado alinhando o centro da circunferência com o centro do transferidor e alinhando a linha do ângulo de 94 graus com a linha de 0° do transferidor. Marcando agora um segmento na medida de 43 graus. A circunferência ficou com quatro ângulos marcados, 151 graus, 54 graus, 94 graus e 43 graus. Ilustração. O transferidor foi colocado alinhando o centro da circunferência com o centro do transferidor e alinhando a linha do ângulo de 43 graus com a linha de 0° do transferidor. Marcando agora um segmento na medida de 18 graus. A circunferência ficou com cinco ângulos marcados, 151 graus, 54 graus, 94 graus, 43 graus e 18 graus.

Note que a falta do último dado não impediu a construção do gráfico. O setor que falta para completar o círculo é o setor correspondente aos “Participantes de eventos”, referente, na tabela, à diferença entre 100% e a soma das outras porcentagens, isto é, 5%. Apenas para confirmar, podemos comparar a medida desse ângulo (18graus) com o cálculo:

5% de 360graus = 0,05 360graus = 18graus

Identificamos e registramos cada setor com o nome e com a respectiva porcentagem.

Gráfico de setores. Título: Perfil dos turistas da serra da Mantiqueira no inverno (em porcentagem). Os dados são: Grupos familiares com crianças: 42%. Participantes de eventos empresariais: 5%. Amigos ou casais acima de 50 anos: 12%. Amigos ou casais de 26 a 50 anos: 26%. Amigos ou casais de 18 a 25 anos: 15%.
Dados obtidos pela agência.

Agora quem trabalha é você!

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

1 Sabendo que a porcentagem do grupo “Amigos ou casais de 18 a 25 anos” é seis vezes a de “Grupos familiares com crianças”, construa o gráfico que representa o perfil dos turistas nas demais estações do ano.

2 Compare os dois gráficos e escreva uma frase sobre o perfil dos turistas no inverno e nas demais estações do ano.

3

Ícone de Atividade em dupla ou em grupo.

Com dois colegas, façam uma pesquisa com suas famílias e vizinhos (no mínimo 20 pessoas) sobre qual problema do seu bairro (água, cultura, educação, luz, moradia, saúde, segurança, transporte etcétera) eles consideram o mais urgente a ser resolvido pela gestão municipal. Registre os dados em uma tabela com as quantidades absolutas em uma coluna e com as respectivas porcentagens em outra coluna. Com base nessa tabela, construam um gráfico de setores. Apresente os dados obtidos ao professor e aos colegas.

Respostas e comentários

1. Construção de gráfico.

2. Respostas possíveis:

– No inverno, a maior parte dos turistas viaja em família, e a menor parte é para participar de eventos empresariais.

– Nas duas épocas pesquisadas há uma porcentagem parecida de turistas com mais de 50 anos.

3. Construção de gráfico.

Agora quem trabalha é você!

Na atividade 1, como a soma das porcentagens indicadas na tabela para as categorias “Demais estações do ano” é 72% (16 + 13 + 43 = 72), verificamos que a soma da porcentagem de “Famílias e casais” e “Amigos de 18 a 25 anos” é 28% (100  72 = 28). Assim, sendo x a porcentagem relativa a “Famílias e casais”, obtemos x + 6x = 28; portanto, x = 4.

Assim, os estudantes devem concluir que 4% são do grupo “Famílias e casais”, e 24% são do grupo “Amigos de 18 a 25 anos”. Apresentamos um exemplo de gráfico de setores para essa questão:

Gráfico de setores. Perfil dos turistas da Serra da Mantiqueira nas demais estações do ano. Os dados são: - famílias e casais: 4%. - Amigos de 18 a 25 anos: 24%. - Amigos de 26 a 50 anos: 16%. - Pessoas acima de 50 anos: 13%. - Participantes de eventos: 43%.
Dados obtidos pela agência Viajando Bem.

Na atividade 2, compartilhe com toda a turma as frases criadas pelos estudantes.

Na atividade 3, o gráfico depende dos dados coletados pelos estudantes.

3. Lugares geométricos

Em anos anteriores, mesmo sem nos preocupar com uma definição formal, já trabalhamos com lugares geométricos (éle gê). Neste tópico, vamos estudar um pouco mais alguns lugares geométricos.

Lembra-se da abertura deste capítulo, quando leu “Vamos reinventar a roda?”? A roda é um objeto que, ao ser representado no plano, sem perspectiva, é limitado por uma circunferência, que é um lugar geométrico.

Em Geometria plana, estabelecemos a seguinte definição:

Um conjunto de pontos é um lugar geométrico se, e apenas se, atende a duas condições:

todos os pontos desse conjunto têm uma propriedade;

só os pontos desse conjunto de pontos têm essa propriedade.

A circunferência como um lugar geométrico

Observe como é simples verificar que a circunferência é um lugar geométrico.

Em um plano α, considere a circunferência de centro óh e de raio medindo r e a propriedade “pontos de α que estão à distância de medida r do ponto óh ”.

lustração. Plano alfa (representado por um paralelogramo) e, nele, uma circunferência de centro O e raio r. O raio r é um segmento tracejado que une o centro O com um ponto P pertencente à circunferência.

Todos os pontos P dessa circunferência estão à distância de medida r do ponto óh.

Só os pontos dessa circunferência estão à distância de medida r do ponto óh.

O lugar geométrico dos pontos de um plano que estão a uma distância fixa de um ponto fixo do plano é a circunferência de centro nesse ponto e raio de medida igual a essa distância.

Como você já estudou, para traçar uma circunferência de centro óh e raio de medida r, basta usar o compasso com abertura igual a r e fixar a ponta-sêca no ­ponto óh.

lustração. Uma mão segurando um compasso, traçando uma circunferência de centro O. A ponta seca do compasso está no centro O e a ponta de grafite na linha da circunferência.

Ao girar o compasso com a volta completa, sem mexer na sua abertura, fica garantido que todos os pontos marcados pela grafite estão à distância de medida r de óh. E, exceto os pontos da circunferência, não há outro ponto do plano que esteja à distância de medida r de óh.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

Respostas e comentários

3. Lugares geométricos

Habilidade da Bê êne cê cê: ê éfe zero oito ême ah um sete.

Neste tópico, serão apresentadas as definições de lugar geométrico, bissetriz de ângulos formados por duas retas concorrentes e mediatriz de um segmento, desenvolvendo-se a habilidade (ê éfe zero oito ême ah um sete). Ressalte aos estudantes as duas condições que definem um lugar geométrico.

O primeiro lugar geométrico a ser apresentado é a circunferência, cuja construção os estudantes já devem conhecer. Peça a cada estudante que desenhe uma circunferência em uma folha de papel avulsa. Depois, compartilhe os desenhos para perceberem que o raio da circunferência não estava definido, por isso surgiram circunferências de raios distintos; mas, apesar disso, em cada circunferência os pontos delas estão sempre à mesma distância de seu centro.

Em seguida, entregue aos estudantes uma folha de papel avulsa com um ponto marcado e peça a eles que desenhem a circunferência cujo centro seja esse ponto.

Determine uma medida para o raio e peça que desenhem novamente uma circunferência de centro no mesmo ponto demarcado, com a medida do raio indicado, determinando, assim, duas circunferências concêntricas.

Ícone de Sugestão de leitura de materiais digitais: uma tela de computador com uma seta ao centro.

 Sugestão de leitura

Para ampliar e enriquecer o trabalho com esse tema, sugerimos:

OLIVEIRA, M. R. Explorando lugares geométricos através da resolução de problemas. Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática na Rede Nacional), Instituto de Ciências Matemáticas e Computação, USP, 2016. Disponível em: https://oeds.link/LzsLQp. Acesso em: 6 junho 2022.

Esta dissertação tem o objetivo de resgatar a importância do ensino do desenho geométrico aplicado à resolução de problemas de construção geométrica plana.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

20 No caderno, trace uma reta r qualquer e marque em r dois pontos, a e B, distantes 6 centímetros. Obtenha pontos distantes:

a) 5 centímetros de a e 3 centímetros de B;

b) 3 centímetros de a e 5 centímetros de B;

c) 4 centímetros de a e 3 centímetros de B;

d) 3 centímetros de a e 3 centímetros de B;

e) 2 centímetros de a e 3 centímetros de B.

21 Construa, quando possível, e depois classifique quanto aos lados e quanto aos ângulos um triângulo com lados medindo:

a) 7 centímetros, 4 centímetros e 4 centímetros;

b) 7 centímetros, 7 centímetros e 7 centímetros;

c) 7 centímetros, 8 centímetros e 8 centímetros;

d) 10 centímetros, 6 centímetros e 8 centímetros.

Pontos equidistantes dos extremos de um segmento

Mediatriz de um segmento

A palavra equidistante significa “a igual distância”.

   Vamos considerar um segmento

AB

medindo 4 centímetros e obter ­pontos que estão a uma mesma distância de a e de B.

Por exemplo:

pontos C e D à distância 4 centímetros de a e de B;

pontos ê e F à distância 3,5 centímetros de a e de B;

pontos G e H à distância 3 centímetros de a e de B;

pontos ih e J à distância 2,5 centímetros de a e de B.

Ilustração. Um segmento AB desenhado em vermelho. Com o compasso foram traçados arcos que se cruzam acima e abaixo do semento AB: o arco de 2,5cm determinam os pontos I e J; o arco de 3cm determinam os pontos G e H; o arco de 3,5cm determinam os pontos E e F; o arco de 4cm determinam os pontos C e D. Passando pelo pontos C, E, G, I, M, J, H, F e D há uma reta.

   Os pontos C, D, ê, F, G, H, ih e J estão alinhados e pertencem à reta r que passa pelo ponto médio M de

AB

, pois M também é equidistante de a e de B.

   A reta r é a mediatriz do segmento

AB

.

O lugar geométrico dos pontos de um plano equidistantes dos extremos de um segmento

segmento AB

é a mediatriz desse segmento.

   Dado um segmento

AB

, para traçar sua mediatriz basta obter dois pontos equidistantes de a e de B e traçar a reta que passa por eles. Note que essa reta é perpendicular ao segmento

AB

, no qual a intersecção determina o seu ponto médio M.

   Acompanhe os passos para construir com régua e compasso a reta mediatriz ao segmento

AB

1. Com a ponta-sêca do compasso em a e abertura maior que a metade de A bê, traçamos um arco.

Ilustração. Um segmento vermelho de extremidades A e B. Um compasso com a ponto seca em A e a ponta de grafite sobre um arco azul que cruza o segmento próximo ao ponto B.
Respostas e comentários

20. a) b) c) d) Construção de figura.

20. e) Não é possível obter ponto.

21. a) Isósceles; obtusângulo.

21. b) Equilátero; acutângulo.

21. c) Isósceles; acutângulo.

21. d) Escaleno; retângulo.

Exercícios propostos

As resoluções dos exercícios 20 e 21 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

No exercício 20, os estudantes devem aplicar o conceito de circunferência como lugar geométrico para determinar os pontos solicitados.

Pontos equidistantes dos extremos de um segmento

   Para desenvolver esse conteúdo, proponha aos estudantes que representem um segmento

A B

em uma folha de papel sul­fite e, em seguida, façam uma circunferência com centro em a e raio m um pouco maior que a metade de

segmento A B

e, depois, uma circunferência com raio m e centro em B. Eles devem marcar os pontos de intersecção dessas circunferências. Em seguida, com raio n um pouco maior que m, devem traçar uma circunferência com centro em a e outra com centro em B e, por fim, destacar os pontos de intersecção entre elas. Eles devem repetir esse procedimento até perceberem que os pontos marcados são colineares, isto é, determinam uma reta.

2. Com a ponta-sêca do compasso em B e com a mesma abertura, traçamos outro arco, que intersecta o primeiro. Obtemos, assim, os pontos P e Q.

Ilustração. Um segmento vermelho de extremidades A e B. Um arco em azul cruzando o segmento próximo ao ponto B. Um compasso com a ponta seca em B e a ponta de grafite sobre um arco azul que cruza o segmento próximo ao ponto A. Os dois arcos se cruzam acima do segmento AB formando o ponto P e, abaixo do segmento, formando o ponto Q.

3. Traçamos a reta

PQ

, perpendicular a

AB

, que inter­secta o segmento

AB

em M. Assim, determinamos o ponto médio do segmento

AB

.

Ilustração. Um segmento vermelho de extremidades A e B. Dois arcos em azul acima do segmento formando o ponto P e abaixo do segmento formando o ponto Q. Uma reta perpendicular passa pelos pontos P e Q e determina o ponto M pertencente ao segmento AB.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

   Observe que, nessa construção, o polígono APBQ é um losango, já que

AP

PB

BQ

QA

(a abertura do compasso é a mesma). Então,

PQ

e

AB

são as diagonais desse losango. Essas diagonais dividem o losango em quatro triângulos retângulos e isósceles congruentes, o que pode ser verificado por meio de dobradura. Dessa fórma, M é o ponto médio de

AB

.

Ilustração. Losango formado pelos pontos A, P, B e Q. As diagonais AB e PQ se cruzam no ponto M.

Assim, as diagonais de um losango são perpendiculares entre si e se cortam no ponto médio.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

22 Desenhe no caderno duas retas, r e s, concorrentes em um ponto P e um segmento de reta

AB

qualquer, fora de r e de s. Em seguida, com régua e compasso, construa em r e s quatro segmentos de reta,

PQ

,

PR

,

PS

e

PT

, com Q e S pertencentes a r, e R e T per­tencentes a s, todos congruentes a

PT

.

a) Traçando os segmentos

QR

,

RS

,

ST

e

TQ

, que polígono obtemos?

b) Os segmentos

QS

e

RT

são as diagonais desse polígono. Essas diagonais se intersectam no ponto médio? Que ponto é esse?

23 Releia os passos para obter o ponto médio de um segmento e responda: por que, no primeiro passo, a abertura do compasso deve ser maior que a metade da medida do segmento dado?

24 No caderno, desenhe um triângulo qualquer e trace as mediatrizes de dois de seus lados. Com a ponta-sêca do compasso no ponto de encontro dessas mediatrizes e abertura dele até um dos vértices, trace uma circunferência.

a) A circunferência passa pelos três vértices?

b) Trace a mediatriz do outro lado do triângulo. As três mediatrizes se encontram em um único ponto?

25 Decalque em uma folha de papel transparente o paralelogramo a bê cê dê representado a seguir.

Ilustração. Paralelogramo ABCD.

Em seguida, com régua e compasso, obtenha o ponto médio da diagonal

AC

e o ponto médio da diagonal

BD

. Esses pontos médios coincidem? O que você pode concluir sobre a intersecção das diagonais de um paralelogramo?

26

Ícone de Atividade em dupla ou em grupo.

Hora de criar – Elabore um problema sobre as construções geométricas com o apôio de um software de Geometria dinâmica e lugar geométrico. Troque com um colega e, depois de cada um resolver o problema elaborado pelo outro, destroquem para corrigi-los.

Respostas e comentários

22. a) Retângulo.

22. b) Sim; o ponto P.

23. Porque, caso contrário, os dois arcos não se cruzariam nos pontos que determinam a reta que passa pelo ponto médio.

24. a) Sim.

24. b) Sim.

25. Construção de figura. Sim. Espera-se que os estudantes concluam que as diagonais de um paralelogramo se intersectam no ponto médio.

26. Resposta pessoal.

Pontos equidistantes dos extremos de um segmento

Apresente aos estudantes a construção da mediatriz de um segmento na lousa. Ao final, peça-lhes que a construam no caderno.

Espera-se que percebam que essa construção determina retas perpendiculares que passam pelo ponto médio do segmento ­considerado. Lembre-os de terem cuidado no manuseio do compasso, a fim de que não se machuquem com a ponta-sêca.

Exercícios propostos

As resoluções dos exercícios 22 e 24 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

No exercício 23, espera-se que os estudantes percebam que, caso a medida de abertura do compasso seja menor do que a metade do segmento dado, não se determinam pontos de intersecção entre as circunferências construídas.

   No exercício 25, em que os estudantes têm de decalcar a figura, eles devem traçar uma diago­nal 

A C

e determinar seu ponto médio construindo a mediatriz dessa diagonal. Em seguida, devem traçar a outra diagonal

B D

e determinar seu ponto médio.

Ilustração. Um paralelogramo de vértices ABCD e diagonais AC e DB que se cruzam em um ponto vermelho.

Para resolver o exercício 26, sugere-se primeiro apresentar aos estudantes alguns exemplos de problemas que possam ser elaborados e discutir sua resolução com eles. Em seguida, os estudantes podem criar outros problemas envolvendo a definição de lugar geométrico de circunferência e de mediatriz.

Pontos equidistantes de duas retas concorrentes

Bissetriz de um ângulo

Outro conceito referente a lugar geométrico que já estudamos é a bissetriz de um ângulo.

Lembrando: bissetriz de um ângulo é a semirreta com origem no vértice desse ângulo e que o divide em dois outros ângulos congruentes.

   Nas figuras a seguir, a semirreta

O C

divide o ângulo

A O B

em dois ângulos congruentes, ou seja, em dois ângulos de mesma medida. Logo,

a semirreta OC

é bissetriz do ângulo

o ângulo AOB

em cada caso.

Uma propriedade importante de qualquer ponto da bissetriz de um ângulo é que ele está a igual distância dos lados desse ângulo.

   Observe que os segmentos

CA

e

CB

, que indicam a distância de C aos lados do ângulo, são congruentes. Fazendo uma dobradura pela bissetriz, verificamos que o ponto B e o ponto a se sobrepõem.

Ilustração. Um ângulo formado pelas semirretas OB e OA. A semirreta OC é bissetriz do ângulo AOB formando dois ângulos de 25 graus cada. O segmento BC é perpendicular à semirreta OB e o segmento AC é perpendicular à semirreta OA.
Ilustração. Um ângulo formado pelas semirretas OB e OA. A semirreta OC é bissetriz do ângulo AOB formando dois ângulos de 60 graus cada. Os pontos A e B são marcados próximos a origem O e o segmento BC é perpendicular à semirreta OB e o segmento AC é perpendicular à semirreta OA.

   Como estudamos anteriormente, a bissetriz de um ângulo

A O B

pode ser obtida por dobradura de modo que um lado se sobreponha ao outro lado.

A bissetriz também pode ser traçada com régua e transferidor ou com régua e compasso. Acompanhe os passos da construção.

1. Com a ponta-sêca do compasso em óh, traçamos um arco determinando M e N.

Ilustração. Uma semirreta OA horizontal e uma semirreta OB na diagonal formam o ângulo AOB. Um compasso com a ponta seca no ponto O traça um arco que marca o ponto N na semirreta OA e o ponto M na semirreta OB.

2. Com a ponta-sêca do compasso em N e depois em M, traçamos com a mesma abertura do compasso os arcos que se intersectam em D.

Ilustração. Uma semirreta OA horizontal e uma semirreta OB na diagonal formam o ângulo AOB. Um arco que marca o ponto N na semirreta OA e o ponto M na semirreta OB. Um compasso com a ponta seca no ponto M marca o ponto D na região interna do ângulo.

3. Traçamos a semirreta

a semirreta OD

, que é a bissetriz do ângulo

A O B

.

Ilustração. Uma semirreta OA horizontal e uma semirreta OB na diagonal formam o ângulo AOB. Um arco que marca o ponto N na semirreta OA e o ponto M na semirreta OB. Um ponto D na região interna do ângulo AOB. Uma semirreta vermelha OD.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

Fotografia. Destaque para as mãos de uma pessoa sobre uma folha de papel. Uma das mãos segura um transferidor sobre um ângulo e a outra faz uma ponto com a caneta onde o transferidor marca o valor correspondente a metade do ângulo.
Traçado de bissetriz com transferidor.
Fotografia. Destaque para as mãos de uma pessoa sobre uma folha de papel. Uma das mãos segura a folha de papel onde está desenhado um ângulo AOB com um arco que marca sobre o lado OA o ponto N e sobre o lado OB o ponto M. A outra mão segura um compasso com a ponta seca no ponto N e a ponta de grafite cruza um arco já existente com um outro arco no centro do ângulo.
Traçado de bissetriz com compasso.
Respostas e comentários

Pontos equidistantes de duas retas concorrentes

Neste tópico, abordamos a bissetriz de um ângulo como lugar geométrico e os passos para sua construção com régua e compasso. Apresente aos estudantes a construção na lousa e peça-lhes que façam o mesmo no caderno. Em seguida, para verificar, proponha a eles que meçam com o transferidor os ângulos formados e confirmem que têm mesma medida.

Prepare folhas de papel avulsas com ângulos de medidas inteiras, de modo que suas bissetrizes também determinem dois ângulos de medidas inteiras, e entregue-as aos estudantes. Eles devem construir as bissetrizes com régua e compasso e, em seguida, verificar os ângulos obtidos medindo com o ­transferidor.

Como aplicação da bissetriz como lugar geométrico, apresentamos outro lugar geométrico: o par de retas que contém as bissetrizes dos ângulos formados por duas retas concorrentes.

Lembre os estudantes de utilizar o compasso com cuidado, a fim de que não se machuquem com a ponta-sêca.

Considere a situação a seguir.

Dadas duas retas concorrentes r e s, obter o lugar geométrico dos pontos cuja propriedade é “estar à mesma distância dessas retas”.

Duas retas r e s concorrentes formam quatro ângulos, dois a dois, opostos pelo vértice.

O lugar geométrico dos pontos do plano equidistantes de duas retas concorrentes é o par de retas que contém as bissetrizes dos ângulos formados por essas retas.

Dadas duas retas r e s, concorrentes, para obter esse lugar geométrico basta construir as bissetrizes de dois ângulos adjacentes formados por elas e prolongá-las.

Ilustração. Retas r e s concorrentes desenhadas em preto. Reta b1, em vermelho, bissetriz dos ângulos menores formados no cruzamento das retas r e s. Reta b2, em vermelho, bissetriz dos ângulos maiores também formados no cruzamento das retas r e s.
Ilustração. Retas r e s concorrentes desenhadas em preto. Reta b1, em vermelho, bissetriz dos ângulos menores formados no cruzamento das retas r e s. Reta b2, em vermelho, bissetriz dos ângulos maiores também formados no cruzamento das retas r e s. Destaque em azul para os ângulos congruentes formados após o traçado das bissetrizes.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

27 Nas figuras a seguir,

semirreta O M

é bissetriz de

ângulo AOB

. Determine:

a) m(

ângulo MOB

), sabendo que m(

ângulo AOB

) = 60graus.

Ilustração. Ângulo AÔB desenhado em roxo, agudo com abertura para a direita. Semirreta OM em vermelho, bissetriz do ângulo AÔB. Destaque para um arco em azul mostrando a abertura do ângulo AÔB e para um arco menor em roxo mostrando a abertura do ângulo AÔM.

b) m(

ângulo AOB

), sabendo que m(

o ângulo AOM

) = 40graus.

Ilustração. Ângulo AÔB desenhado em roxo, agudo com abertura para a direita. Semirreta OM em vermelho, bissetriz do ângulo AÔB. Destaque para um arco em azul mostrando a abertura do ângulo AÔB e para um arco menor em roxo mostrando a abertura do ângulo AÔM.

28 Nesta figura, m(

ângulo AOB

) = 30graus e m(

ângulo BOC

) = 70graus,

A semirreta OM

é bissetriz de

ângulo AOB

e

A semirreta ON

é bissetriz de

ângulo BOC

.

Ilustração. Ângulos AÔB e BÔC desenhados em vermelho, um em sequência do outro utilizando o mesmo lado comum OB. Semirreta OM bissetriz do ângulo AÔB e semirreta ON bissetriz do ângulo BÔC.

Calcule:

a) m(

ângulo AOC

);

b) m(

ângulo AOM

);

c) m(

o ângulo NOC

);

d) m(

ângulo MON

).

29 Copie no caderno a figura a seguir.

Ilustração. Ângulo AÔM agudo desenhado em verde com abertura para a esquerda.

Sabendo que

A semirreta OM

é a bissetriz do ângulo

ângulo AOB

construa a semirreta

OB

Respostas e comentários

27. a) 30graus

27. b) 80graus

28. a) 100graus

28. b) 15graus

28. c) 35graus

28. d) 50graus

29. Construção de figura.

Exercícios propostos

No exercício 27, ao aplicar a definição de bissetriz, podem-se resolver os itens a e b.

   No item a, como a medida de 

ângulo A O B

é 60graus e como

semirreta O M

é bissetriz, verificamos que a medida de

ângulo A O M

e de

ângulo M O B

é 30graus (pois 60 : 2 = 30). Já no item b, como a medida de

ângulo A O M

 é 40graus, verificamos que a ­medida de 

ângulo A O B

é 90graus (pois 2 · 40 = 80).

Para o exercício 28, verificamos:

a) a medida de

ângulo A O C

é 100graus, pois é a soma das medidas dos ângulos

A O B

e

B O C

ou seja, 30 + 70 = 100.

b) como a medida de

ângulo A O M

é igual à de

ângulo M O B

, pois

semirreta O M

é bissetriz de

ângulo A O B

cuja medida é 30graus, verificamos que a medida desses ângulos é 15graus (30 : 2 = 15).

c) a medida de

ângulo N O C

é igual à ­metade da medida de

ângulo B O C

pois

semirreta O N

é bissetriz desse ângulo; assim,

ângulo N O C

mede 35graus.

d) a medida de

ângulo M O N

equivale à soma das medidas dos ângulos

M O B

e

B O N

; dos itens anterio­res, verificamos que

ângulo B O N

mede 35graus (pois é congruente a

ângulo N O C

) e

ângulo M O B

mede 15graus (pois é congruente a

ângulo A O M

). Assim,

ângulo M O B

mede 50graus (35 + 15 = 50).

A seguir, apresentamos a figura obtida na construção solicitada no exercício 29. Nessa construção, os estudantes devem aplicar o conceito de bissetriz como lugar geométrico e a definição de ângulos congruentes.

Para obter essa construção basta seguir os passos:

Com centro em óh, traçar uma circunferência e marcar os pontos á linha e ême linha que são intersecção da circunferência com os lados do ângulo

A O M

.

Com centro em ême linha e raio

segmento A linha M linha

, traçar um arco que intersecte a circunferência, determinando o ponto B.

Traçar a semirreta

semirreta OB

.

Ilustração. Ângulo A'OM' agudo desenhado em verde com abertura para a esquerda. Semirreta OB, em vermelho, desenhada do lado direito da semirreta OM' tornando OM' bissetriz do ângulo A'OB.

30 Sendo x a medida de um ângulo, observe a fi­gura em que

semirreta O A

e

semirreta O F

são semirretas opostas.

Ilustração. Cinco ângulos desenhados na sequência um do outro formando o ângulo AÔF que possuem os lados AO e OF semirretas opostas. Da direita para a esquerda temos: ângulo AÔB de medida x, ângulo BÔC de medida x, ângulo CÔD de medida 2x, ângulo DÔE de medida 3x e ângulo EÔF de medida 5x.

a) Qual é o ângulo congruente a

ângulo AOB

E a

ângulo AOC

b) Qual é o ângulo congruente a

ângulo BOD

E a

ângulo COE

c) Qual é o valor de x ?

d)

OB

é bissetriz de algum dos ângulos destacados? De qual? E

OC

E

OD

E

OE

31 Copie a figura a seguir, em que x e y representam as medidas de

ângulo AOB

 e

ângulo BOC

, respectivamente, e os pontos a e C são colineares.

Ilustração. Dois ângulos desenhados na sequência um do outro formam o ângulo AÔC que possuem os lados AO e OC semirretas opostas. Da direita para esquerda temos o ângulo AÔB de medida x e o ângulo BÔC de medida y.

Com régua e compasso, construa as bissetrizes

OM

de

ângulo AOB

e

ON

de

ângulo BOC

e, em seguida, responda às questões.

a) Quanto vale x + y ?

b) Qual é a medida de

ângulo MOB

? E de

ângulo BON

?

c) Qual é a medida de

ângulo M O N

?

d) O que você pode dizer a respeito das retas

OM

e

ON

?

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

Pense mais um poucoreticências

FAÇA A ATIVIDADE NO CADERNO

Desenhe um triângulo qualquer e trace as bissetrizes de seus ângulos internos. O que você observa a respeito da intersecção dessas bissetrizes?

Pontos equidistantes de duas retas paralelas

Fotografia. Um trecho reto de uma estrada asfaltada vazia, sem carros. Nela há uma faixa branca de cada lado mostrando o limite do asfalto e ao centro duas faixas amarelas próximas mas não grudadas que separa as duas mãos, ida e vinda, da estrada. às margens da estrada, dos dois lados, muita vegetação e raios de sol que passam pelas árvores e fazem trechos de luz e sombra no asfalto.
A linha preta entre as linhas amarelas no centro da rodovia está à mesma distância das duas linhas brancas laterais. Estrada em Itamonte, Minas Gerais. (Fotografia de 2021.)

Considere a situação a seguir.

Dadas duas retas paralelas r e s, obter o lugar geométrico dos pontos cuja propriedade é “estar à mesma distância dessas retas”.

Ilustração. No plano alfa (representado por um paralelogramo) estão desenhadas duas retas r e s paralelas, Um ponto R acima da reta r e um ponto S abaixo da reta s. Acima da reta r está marcado região um. Entre as retas, está marcado região dois. E abaixo da reta s está marcado região três

Vamos raciocinar elaborando um esbôço à mão livre. Traçamos duas retas supostamente paralelas. Elas dividem o plano em três regiões. Os pontos procurados necessariamente devem estar na região dois, entre as retas. Note que um ponto qualquer R da região um está mais próximo de r e que um ponto qualquer S da região três está mais próximo de s.

Respostas e comentários

30. a)

ângulo BOC e COD

.

30. b)

ângulos D O E; E O F

.

30. c) 15graus

30. d) Sim,

ângulo A O C

. Sim,

ângulo A O D

. Sim,

ângulo B O E

. Sim,

ângulo C O F

.

31. Construção de figura.

31. a) 180graus

31. b)

x sobre y; y sobre 2

.

31. c) 90graus

31. d) São perpendiculares.

Pense mais um poucoreticências: As três bissetrizes intersectam-se em um único ponto.

Exercícios propostos

No exercício 30, verificamos:

a) O ângulo congruente a

A O B

é

B O C

pois ambos apresentam medida x. O ângulo congruente a

A O C é C O D

, pois ambos apresentam medida 2x.

b) O ângulo congruente a

B O D

é

D O E

, pois ambos apresentam medida 3x. O ângulo congruente a

C O E é E O F

, pois ambos apresentam medida 5x.

c) Como

O A e O F

são semirretas opostas, formam um ângulo ­raso

A O F

. Portanto, a soma das medidas dos ângulos mostrados na figura deve ser 180graus: x + x + 2x + 3x + 5x = 180graus, o que implica 12x = 180graus; portanto, x = 15graus.

d)

semirreta O B

é bissetriz do ângulo

A O C,

pois o divide em dois ângulos congruentes

A O B e B O C

, ambos de medida x.

semirreta OC

é bissetriz do ângulo

A O D

, pois o divide nos ângu­los congruentes

A O C e C O D

, ambos de medida 2x.

semirreta OD

é bissetriz do ângulo

B O E

, pois o divide nos ângulos congruentes

B O D

e

D O E,

ambos de ­medida 3x.

semirreta O E

é bissetriz do ­ângulo

C O F

, pois o divide nos ângulos congruentes

C O E e E O F

, ambos de medida 5x.

No exercício 31, verificamos:

Ilustração. Ângulos AÔB e BÔC desenhados em verde, traçados na sequência com o lado OB em comum, formando o ângulo AÔC que tem os lados OA e OC semirretas opostas. Semirreta OM, em azul, bissetriz do ângulo AÔB e a semirreta ON, também em azul, bissetriz do ângulo BÔC.

a) Como os pontos a, óh e C são colineares, as semirretas

A O e O C

são opostas. Portanto,

A O C

é um ângulo raso; assim, sua medida é 180graus. Além disso, a semirreta

O B

divide este ângulo em 

A O B e B O C

; logo, x + y = 180graus.

b) Como

semirreta OM

é bissetriz de

A O B

, divide esse ângulo em dois ângulos congruentes, um deles sendo

M O B

. Portanto, a medida de

M O B

é metade da medida x de

A O B

; assim, m(

ângulo M O B

) =

x sobre 2

. Como

semirreta ON

é bissetriz de B

O

C, divide esse ângulo em dois ângulos congruentes, um deles sendo 

B O N

. Portanto, a ­medida de

B O N

 é metade da medida y de

B O C

; assim, m

ângulo B O N

 =

y sobre 2

.

c) A semirreta

O B

divide o ângulo

M O N

em

M O B

e

B O N

; logo, m(

ângulo M O N

) = m(

ângulo M O B

) + m(

ângulo B O N

). Pelo item b, m(

ângulo M O N

) =

x sobre 2

+

y sobre 2

=

meio

(x + y). Pelo item a, m(

ângulo M O N

) =

meio

· (x + y) =

meio

· 180graus= 90graus. Ou seja,

M O N

é um ângulo reto.

d) Pelo item c, podemos afirmar que as retas são perpendiculares, pois duas semirretas suas determinam um ângulo reto.

Pense mais um poucoreticências

A resolução da atividade está no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

Vamos imaginar um ponto P qualquer da região dois, que está à mesma distância de r e de s. A distância de P a r é indicada no esbôço pela medida do segmento perpendicular a r com extremidades em P e em um ponto a de r.

Ilustração. Plano alfa (representado por um paralelogramo) com as retas r e s paralelas. Um ponto A pertencente à reta r e um ponto B, na mesma direção do ponto A, pertencente à reta s. Um segmento de reta AB passa pelo ponto P, localizado entre as retas r e s, é perpendicular as retas r e s. Acima da reta r, a região um; entre às retas r e s, a região dois; e abaixo da reta s, a região três.

Analogamente, a distância de P a s é indicada pela medida do segmento perpendicular a s com extremidades em P e em um ponto B de s.

   Então, P é o ponto médio do segmento

segmento AB

, perpendicular a r e a s.

   A mediatriz do segmento

segmento AB

, sendo perpendicular a ele, é paralela às retas r e s, e todos os seus pontos, assim como o ponto P, são equidistantes de r e de s.

O lugar geométrico dos pontos equidistantes de duas retas paralelas r e s é a reta paralela a elas, que é mediatriz de qualquer segmento

AB

, perpendicular a ambas, com a em r e com B em s.

A construção com régua e compasso desse lugar geométrico segue os passos seguintes.

1. Marcamos um ponto a qualquer em r e traçamos a perpendicular a r por a, obtendo B em s.

Ilustração. Retas r e s paralelas desenhadas em preto. Ponto A pertencente à reta r, ponto B pertencente à reta s. Traços da construção de uma perpendicular à reta r que passa pelo ponto A e pelo ponto B, resultado do cruzamento da perpendicular com a reta s.

2. Traçamos a mediatriz do segmento

segmentos AB

, ob­tendo a reta m.

Ilustração. Retas r e s paralelas desenhadas em preto. Ponto A pertencente à reta r, traços da construção de uma perpendicular à reta r que passa pelo ponto A e o ponto B, resultado do cruzamento da perpendicular com a reta s.  Traços da construção da mediatriz do segmento AB resultando na reta m em vermelho.

(Ao usar o compasso, atenção para não se machucar com a ponta-sêca!)

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

32 Fixando a régua no caderno, trace duas retas r e s, paralelas, uma em cada borda da régua. A seguir, obtenha o lugar geométrico dos pontos equidistantes dessas retas.

33 No caderno, trace duas retas r e s, concorrentes. Alinhando uma borda da régua em r, trace a reta t, paralela a r pela outra borda da régua. Da mesma maneira, trace a reta u, paralela a s. A seguir, obtenha o lugar geométrico dos pontos equidistantes dessas quatro retas.

34 O lugar geométrico obtido no exercício anterior é constituído de apenas um ponto óh. Com a ponta-sêca do compasso em óh e com abertura igual à distância dele até qualquer uma das retas, trace uma circunferência. Essa circunferência é tangente às quatro retas?

35 Considere a construção obtida no exercício 34 e responda:

a) Qual é o polígono obtido cujos vértices são intersecções das retas r, s, t e u? Quais são as características desse polígono?

b) Qual é a relação entre o ponto óh e esse ­polígono?

36

Ícone de Atividade em dupla ou em grupo.

Hora de criar – Em dupla, elaborem um problema cada um sobre construções de lugares geométricos com o apôio de um software. Depois de cada um resolver o problema elaborado pelo outro, destroquem para corrigi-los.

Respostas e comentários

32. Construção de figura.

33. Construção de figura.

34. Construção de figura. Sim.

35. a) Paralelogramo; possui lados paralelos, com lados e ângulos opostos congruentes.

35. b) Espera-se que os estudantes percebam que o ponto óh é o centro do polígono, que corresponde ao ponto de encontro de suas diagonais.

36. Resposta pessoal.

Pontos equidistantes de duas retas paralelas

Neste tópico, tratamos de outro lugar geométrico determinado pelos pontos equidistantes de duas retas paralelas.

Apresente a construção na lousa para os estudantes acompanharem todos os passos. Em seguida, peça-lhes que reproduzam essa construção no caderno. Se julgar adequado, proponha a eles que discutam a construção em duplas, o que enriquecerá o aprendizado.

Exercícios propostos

Seguindo os procedimentos 1 e 2 indicados, no exercício 32, ­obtemos:

Ilustração. Retas r e s, em vermelho. Traços da construção de uma reta tracejada perpendicular à reta r que cruza a reta s. Traços da construção da mediatriz do segmento formado pela perpendicular e os pontos de cruzamento com as retas r e s.

As resoluções dos exercícios 33 a 35 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

Para o exercício 36, incentive os estudantes a elaborar os problemas e verificar sua resolução antes de trocarem com os colegas. Se possível, solicite a alguns estudantes que apresentem na lousa o problema elaborado.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

1 A figura a seguir é uma composição com peças do tangram. Faça uma cópia no caderno e destaque retas que passem pelos lados dos polígonos que sejam:

a) paralelas;

b) concorrentes;

c) concorrentes perpendiculares;

d) coincidentes.

Ilustração. A figura de uma casa formada por figuras geométricas planas. A estrutura da casa é um retângulo formado por quatro triângulos, um triângulo grande azul claro cuja a base é a base do retângulo, um triângulo retângulo médio vermelho colocado do lado esquerdo ao triângulo grande e dois triângulos pequenos, um amarelo e um azul, que quando juntos têm o mesmo tamanho do triângulo médio, estes foram colocados do lado esquerdo ao triângulo grande. O telhado é formado por um triângulo grande laranja e um paralelogramo roxo, em cima do paralelogramo roxo há um quadrado verde que representa uma chaminé. Na lateral esquerda do triângulo grande azul claro passa uma reta t marcando os pontos D na base e o ponto C no vértice oposto à base. Os lados do triângulo grande laranja são formados por duas retas concorrentes as retas u (direita) e r (esquerda). A reta r tem uma reta coincidente, a reta v.  Na separação entre a estrutura da casa e o telhado está a reta s. O vértice da base do lado direito do quadrado que está unido ao paralelogramo é o ponto B. O ponto A está no cruzamento da reta v com a reta s, no vértice da base do paralelogramo. O ponto G está no ângulo reto do triângulo retângulo médio vermelho. O ponto E é a união dos ângulos retos dos dois triângulos pequenos e o ponto F é a união dos vértices dos triângulos pequenos com o a reta s.

2 Ainda na cópia da figura do exercício anterior, use letras para nomear os vértices dos polígonos. Depois, escreva:

a) três pares de segmentos paralelos;

b) três pares de segmentos consecutivos;

c) três pares de segmentos colineares;

d) três pares de segmentos congruentes.

3 Considere medida do(

o ângulo AOC

) = 70graus, medida do(

o ângulo COE

) = 60graus,

a semirreta OB

é bissetriz de

o ângulo AOC

e

a semirreta OD

é bissetriz de

a semirreta COE

Calcule a medida de

a semirreta BOD

.

Ilustração. Ângulo AÔC com bissetriz OB e o ângulo CÔE que foi construído a partir do lado OC do ângulo AÔC, com bissetriz OD.

4 Na figura a seguir,

a semirreta OC

é bissetriz de

ângulo AOD

. Ex­plique por que

a semirreta OE

é bissetriz de

o ângulo BOD

.

Ilustração. O ângulo BÔE, construído junto a ele tem o ângulo EÔD, construído junto a ele tem o ângulo DÔC e construído junto a ele tem o angulo CÔA. Esse quatro ângulos juntos formam o ângulo BÔA, sendo OB e OA semirretas opostas. Os ângulos EÔD e DÔC formam um ângulo reto. A medida do ângulo CÔA é 50 graus. O ângulo EÔC é reto.

5 No caderno, decalque a figura do arco

AB

a seguir e, com régua e compasso, obtenha o lugar geométrico dos pontos que equidistam dos extremos a e B.

Ilustração. Arco AB.

6 Com régua e compasso, desenhe um triângulo equilátero de lados medindo 4 centímetros. A seguir, obtenha os quatro pontos que formam o lugar geométrico dos pontos que equidistam das três retas suportes dos lados do triângulo.

7 Na figura da resolução do exercício anterior, trace quatro circunferências, cada uma delas com centro em um dos pontos obtidos e tangentes às três retas suportes dos lados do triângulo.

8 Calcule a medida x nas figuras a seguir.

a)

Ilustração. Representação de dois ângulos adjacentes e complementares. Um tem medida de abertura representada por 3x menos 5 graus e outro tem medida de abertura representada por x mais 15 graus

b)

Ilustração. Representação de dois ângulos adjacentes e suplementares. Um tem medida de abertura representada por 3x mais 20 graus e outro tem medida de abertura representada por x.
Respostas e comentários

1. Respostas possíveis:

1. a) r e t.

1. b) r e s.

1. c) r e u.

1. d) r e v.

2. Respostas possíveis:

2. a)

Segmentos AB e CD

;

segmentos AB e EF

;

segmentos CD e EF

.

2. b)

segmentos AB e AC.

;

segmentos AB e AF.

;

segmentos AC e CE.

.

2. c)

segmentos AC e AG

;

segmentos AC e CF.

;

segmentos GC e CF.

.

2. d)

segmentos GC e GD.

;

segmentos GC e CF.

;

segmentos CD e EF.

.

3. 65graus

4.

a semirreta OE

é bissetriz de

ângulo BOD

porque divide o ângulo

ângulo BOD

em dois ângulos congruentes.

Ilustração. O ângulo BÔE, construído junto a ele tem o ângulo EÔD, construído junto a ele tem o ângulo DÔC e construído junto a ele tem o angulo CÔA. Esse quatro ângulos juntos formam o ângulo BÔA, sendo OB e OA semirretas opostas. Os ângulos EÔD e DÔC formam um ângulo reto. A medida do ângulo CÔA é 50 graus. O ângulo EÔC é reto.

5. Construção de figura (mediatriz de

segmento AB

).

6. Construção de figura.

7. Construção de figura.

8. a) x = 20graus

8. b) x = 40graus

Exercícios complementares

Este bloco de exercícios é mais uma oportunidade de os estudantes revisarem os principais conceitos tratados no capítulo e utilizarem os conhecimentos construídos, identificando possíveis dúvidas.

No exercício 1, verificamos:

a) r e t formam um par de retas paralelas já em destaque, mas os estudantes podem ainda identificar s e os prolongamentos da base do triângulo maior azul ou dos lados horizontais do quadrado verde. Também u e

reta CE

são paralelas, entre outras possibilidades.

b) r e s, s e t, u e r, u e v são alguns exemplos de pares de retas concorrentes. Há outros, se considerarmos também os prolongamentos dos lados cujos vértices não estão nomeados.

c) Como os triângulos do tangram são todos triângulos retângulos, em particular identificamos u e r como um par de retas perpendiculares.

d) Como r = v =

AB

, essas retas são coincidentes.

As resoluções dos exercícios 6 a 8 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

   No exercício 3, como

a semirreta OB

é bissetriz de

ângulo AOC

, divide esse ângulo em dois ângulos congruentes, um deles sendo

o ângulo BOC

. Portanto, a medida de

o ângulo BOC

é metade da medida medida do(

o ângulo AOC

) = 70graus; assim, medida do(

o ângulo BOC

) = 35graus. Como

a semirreta OD

é bissetriz de

o ângulo COE

divide esse ângulo em dois ângulos congruentes, um deles sendo

o ângulo COD

Portanto, a medida de

o ângulo COD

é metade da medida medida do(

o ângulo COE

) = 60graus; assim, medida do(

o ângulo COD

) = 30graus. Como

a semirreta OC

 é uma semirreta entre

a semirreta OB

e

a semirreta OD

o ângulo

o ângulo BOD

decompõe-se nos ângulos 

os ângulos BOC e COD

; portanto, medida do(

o ângulo BOD

) = medida do(

o ângulo BOC

) + medida do(

o ângulo COD

) = 35graus + 30graus = 65graus.

   No exercício 4, sendo

a semirreta OC

bissetriz de

ângulo AOD

, divide esse ângulo em dois ângulos congruentes,

ângulo AOC e ângulo COD

; logo, medida do(

ângulo COD

) = medida do(

ângulo AOC

) = 50graus. Como

ângulo COE

é um ângulo reto, então medida do(

ângulo COE

) = 90graus; além disso,

a semirreta OD

é uma semirreta entre

a semirreta OC

e

a semirreta OC

, o ângulo 

ângulo COE

 decompõe-se nos ângulos 

ângulo DOE

e

ângulo COD

; portanto, medida do(

ângulo COE

) + medida do(

ângulo COD

) = medida do(

ângulo DOE

). Substituindo as medidas conhecidas, obtemos 90graus = 50graus + medida do(

ângulo DOE

). Segue que medida do(

ângulo DOE

) = 40graus. Sabendo que B

ângulo O

E é suplemento de A

ângulo O

E, logo: medida do(

ângulo BOE

) = 180graus – 50graus – 90graus= 40graus. Portanto,

ângulo DOE

e

ângulo BOE

são congruentes, pois têm mesma medida, 40graus. Como

a semirreta OE

divide

ângulo BOD

em

ângulo BOE

e 

ângulo DOE

, então

OE

é bissetriz de

ângulo BOD

.

   No exercício 5, deve-se observar que o arco é um mero artefato: o conjunto dos pontos equidistantes de a, B é a mediatriz de

segmento AB

e só depende desses extremos. Assim, basta construir a mediatriz do segmento

segmento AB

de acôrdo com as instruções da página 53.

VERIFICANDO

FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

1 Na construção a seguir, podemos afirmar que:

Ilustração. Duas retas concorrentes no ponto A. Uma delas possui os pontos B, A e D; e a outra os pontos E, A e C.

a) as semirretas

A semirreta EC

e

A semirreta BD

são consecutivas.

b) os segmentos

segmento AB

e

segmento AE

são consecutivos.

c) os segmentos

segmento BD

e

segmento CE

são congruentes.

d) os segmentos

segmento AB

e

segmento AC

são colineares.

2 No cubo ilustrado a seguir, as retas r e s são:

Ilustração. Um cubo com a reta r suporte de uma aresta da base de cima e a reta s suporte de um aresta da base de baixo, sendo que r e s não pertencem a planos coincidentes ou paralelos.

a) concorrentes.

b) coincidentes.

c) paralelas.

d) reversas.

3 Na planta de ruas vemos representações que nos dão ideia de retas paralelas e perpendiculares.

Ilustração. Uma representação de um guia de ruas com ruas paralelas e concorrentes perpendiculares. As ruas Tiradentes, Clodoaldo Freitas, Campos Sales e Benjamin Constant são paralelas em um mesmo sentido e perpendiculares às ruas  Gabriel Ferreira, 24 de Janeiro, Sete de setembro, David Caldas, Treze de maio, Barroso e Simplício Mendes; elas são paralelas no mesmo sentido.
Representação esquemática de ruas do centro de Teresina (Piauí). Representação sem escala.

Quais ruas dão ideia de retas perpendiculares?

a) Rua Clodoaldo Freitas e Rua Tiradentes.

b) Rua Sete de Setembro e Rua Treze de Maio.

c) Rua Tiradentes e Rua Benjamin Constant.

d) avenida Campos Sales e Rua 24 de Janeiro.

Versão adaptada acessível

3. Faça a representação de um mapa de ruas que contenha: duas ruas perpendiculares e duas ruas paralelas. Quais são os nomes dessas ruas?

Orientação para acessibilidade

Se considerar adequado, forneça um geoplano para que o estudante possa fazer a representação.

4 Na figura a seguir, se

COB

mede 30graus, então ao traçar a bissetriz de

AOB

, obteremos dois ângulos de medida igual a:

Ilustração. Duas retas concorrentes no ponto O. Uma deles possui os pontos A, O e C e a outra possui os pontos D, O e B.

a) 150graus.

b) 75graus.

c) 30graus.

d) 15graus.

5 Dois pontos a e B distam 8 centímetros. Se traçarmos duas circunferências, uma de centro a e raio medindo 3 centímetros e uma de centro B e raio medindo 5 centímetros, quantos pontos as circunferências terão em comum?

a) 0

b) 1

c) 2

d) Infinitos.

6 Se a semirreta

A semirreta OP

é composta dos pontos equi­distantes de

A semirreta OA

e de

A semirreta OB

, medida do(

ângulo AOB

) é:

O ângulo AÔP e o ângulo PÔB são construídos lado a lado. O ângulo AÔP mede 2x mais 5 graus e o ângulo PÔB mede 3x graus.

a) 5graus

b) 15graus

c) 30graus

d) 60graus

7 Um professor de natação instalou uma divisória de raias no centro de uma piscina retangular e, em seguida, outras duas, cada uma no centro das raias criadas anteriormente. A ideia de lugar geométrico utilizada pelo professor de natação nessa instalação foram os pontos equidistantes de:

a) duas retas paralelas.

b) duas retas concorrentes.

c) um ponto central.

d) duas retas perpendiculares.

Organizando

Vamos organizar o que você aprendeu neste capítulo? Para isso, responda às questões a seguir.

a) Que instrumentos você utilizou para fazer as construções geométricas propostas?

b) Que posições duas retas podem assumir? Descreva-as.

c) Defina circunferência e bissetriz de um ângulo como um lugar geométrico.

d) Construa um fluxograma com os passos para a construção da mediatriz de um segmento de reta.

Respostas e comentários

1. Alternativa b.

2. Alternativa d.

3. Alternativa d.

4. Alternativa b.

5. Alternativa b.

6. Alternativa c.

7. Alternativa a.

Organizando:

a) Compasso, régua, lápis e software de Geometria dinâmica.

b) Paralelas: quando não têm ponto comum e são coplanares; concorrentes: quando têm um ponto em comum; coincidentes: quando têm todos os pontos em comum; e reversas: quando não têm ponto comum e não são coplanares.

c) Circunferência de centro óh e raio medindo r é o lugar geométrico dos pontos de um plano que estão à distância r de óh. O lugar geométrico dos pontos do plano equidistantes de duas retas concorrentes é o par de retas que contém as bissetrizes dos ângulos formados por essas retas.

d) Construção de figura.

Verificando

Esta seção pode ser utilizada para propor aos estudantes exercícios como treino para avaliações de larga escala.

No teste 1, analisando cada alternativa, verificamos:

a) Falso, pois essas semirretas não têm extremidade comum.

b) Verdadeiro, pois esses segmentos têm o ponto a como extremidade comum.

c) Falso, nada garante que os segmentos con­siderados tenham a mesma ­medida.

d) Falso, pois ambos os segmentos estão contidos em retas concorrentes.

No teste 2, a alternativa d é a correta; as retas r e s são reversas, pois não estão contidas em um mesmo plano.

No teste 3, os pares apresentados nas alternativas a, b e c são de ruas paralelas. Já a avenida Campos Sales e a Rua 24 de Janeiro encontram-se em uma esquina de ângulo reto, transmitindo a ideia de retas perpendiculares; assim, a alternativa d é a correta.

   No teste 4, medida do(

o ângulo AOC

) = 180graus, pois A

o ângulo O

C é um ângulo raso. Como

a semirreta OB

divide esse ângulo nos ângulos

o ângulo AOB

e

o ângulo COB

, obtemos: medida do(

o ângulo AOB

) + medida do(

o ângulo COB

) = 180graus, o que nos leva a medida do(

o ângulo AOB

) + 30graus = 180graus ou a medida do(

o ângulo AOB

) = 180graus 30graus = 150graus. A bissetriz de

segmento AB

divide esse ângulo em dois ângulos de medida igual a

fração 150 graus sobre 2

= 75graus, e a alternativa b é a correta.

As resoluções dos testes 5 a 7 estão no início deste Manual, nas orientações específicas do capítulo 2.

Organizando

As perguntas propostas nessa seção possibilitam aos estudantes retomar os principais conteúdos trabalhados neste capítulo. Sugerimos propor a eles que façam resumos, mapas conceituais e produzam outros esquemas que possam ser utilizados como recursos para estudar os conteúdos abordados.

No item d, o fluxograma pode conter os seguintes passos:

1) Dado o segmento

segmento AB

, com a ponta-sêca do compasso em a, e depois em B, traçar arcos com abertura maior do que metade da distância AB.

2) Traçar a reta definida pelos dois pontos de intersecção dos arcos do passo 1.

DIVERSIFICANDO

Titulo do Infografico

Texto do Infografico

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    Imagem meramente ilustrativa

    Gire o seu dispositivo para a posição vertical

    Matemática na Arqueologia

    Fotografia. Uma área de escavação arqueológica. Percebe-se que os blocos de escavação são feitos em medidas retangulares. Dois homens estão em pé em um dos retângulos à esquerda e um terceiro homem está abaixado escavando em um retângulo mais à direita. A vegetação ao redor é rasteira.
    Escavação arqueológica na zona rural de São José dos Campos (São Paulo). (Fotografia de 2021.)

    Em uma escavação de um sítio arqueológico, Daniel encontrou alguns objetos antigos, entre os quais pedaços da roda de uma carroça.

    Para recuperar informações a respeito desse achado arqueológico, como a medida do raio da roda, Daniel procedeu da seguinte maneira:

    riscou um arco no chão, contornando o pedaço da roda com cuidado para não danificá-lo;

    marcou os pontos a, B e C no desenho do arco e traçou os segmentos

    segmento AB

    e

    segmento bC

    ;

    desenhou as mediatrizes dos segmentos

    segmento AB

    e

    segmento BC

    , obtendo, no cruzamento delas, o ponto D, no qual estaria o centro da roda;

    depois mediu a distância á dê com uma fita métrica e obteve a medida do raio da roda.

    Ilustração. Quadro 1. Homem de chapéu, colete, camisa e calça está ajoelhado no chão com uma estaca e um pincel próximo a um objeto em formato de arco. Ao lado, vaso virado para baixo.Ilustração. Quadro 2. Homem desenha no chão segmento de reta AB e sua mediatriz e o segmento BC. No ponto C, uma estaca presa ao chão.Ilustração. Quadro 3. São desenhados os segmentos de retas AB e BC. Um ponto D externo a esses segmentos é unido ao ponto A. É construído o segmento que sai do ponto D e é perpendicular ao ponto médio do segmento AB e também o segmento que sai do ponto D e é perpendicular ao ponto médio do segmento BC.

    Como o desenho foi feito na terra e com instrumentos precários, Daniel obteve apenas um valor aproximado, fato que deve ser considerado pelo arqueólogo.

    Agora é com você!

    FAÇA AS ATIVIDADES NO CADERNO

    1 Se Daniel tivesse marcado apenas os pontos a e B no desenho do arco, ele conseguiria encontrar a medida do raio da roda? Justifique sua resposta.

    2 Explique por que o procedimento de Daniel funcionou, ou seja, que propriedades matemáticas aplicadas ao desenho justificam a conclusão de que o ponto D é o centro da circunferência.

    3 Imagine a roda inteira, sem o centro, como se fosse um anel gigante. Como você encontraria a medida do raio? Compare sua resposta com a de um colega.

    Respostas e comentários

    1. Resposta possível: Não, pois o centro da circunferência é obtido pela intersecção de duas mediatrizes e, nesse caso, com os pontos a e B, ele poderia construir somente uma mediatriz.

    2. Resposta possível: Como D pertence à mediatriz de

    segmento AB

    , está a igual distância de a e de B. Analogamente, está à mesma distância de B e de C. Como a, B e C são pontos quaisquer do arco, concluímos que D dista igualmente de todos os pontos do arco; logo, D é centro do arco e, por extensão, da circunferência.

    3. Respostas possíveis: Repetir o procedimento de Daniel. Contornar a roda com um barbante para obter a medida do comprimento da circunferência e dividi-lo por 6,28 (aproximação de 2π), pois a medida do comprimento da circunferência é igual a 2πr, em que r é a medida do raio.

    Diversificando

    Nesta seção, retome a definição da circunferência e da mediatriz como lugares ­geométricos:

    O lugar geométrico dos pontos de um plano que estão a uma mesma distância fixa de um ponto dado do plano é a circunferência de centro nesse ponto e raio de ­medida dada por essa distância.

    O lugar geométrico dos pontos de um plano equidistantes dos extremos de um segmento de reta é a mediatriz desse segmento (reta perpendicular ao segmento que passa pelo seu ponto ­médio).

    Antes de propor aos estudantes as questões do Agora é com você!, converse com eles o que garante que o encontro das mediatrizes de duas cordas de uma circunferência determina o seu centro.

    Comente com os estudantes que, assim como dois pontos distintos determinam uma única reta, três pontos distintos e não alinhados determinam uma única circunferência que passa por esses três pontos.

       Desse modo, espera-se que eles percebam que todos os pontos equidistantes de a e B estão na mediatriz da corda

    AB

    e todos os pontos equidistantes de B e C estão na mediatriz da corda

    BC

    Assim, D é um ponto equidistante de a, de B e de C, por isso é o centro da circunferência determinada por esses três pontos, cuja medida do raio é a distância entre quaisquer desses pontos até D.