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2 Indígenas, portugueses e africanos

IMAGEM: a fotografia que inicia a unidade 2 mostra mulheres e crianças negras dançando em um espaço aberto. elas vestem blusas e saias rodadas brancas, com lenços na cabeça, na cintura e no busto. no canto esquerdo, duas mulheres vestidas com calças brancas, camiseta e lenço na cabeça tocam atabaque e batem palmas. FIM DA IMAGEM.

Grupo de Jongo Núcleo de Arte e Cultura de Campos, no município de Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro, em 2019.

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução da unidade 2

O objetivo principal desta unidade é abordar as contribuições dos povos indígenas, africanos e portugueses na formação do Brasil. Também serão abordados temas como os primeiros habitantes da América; as Grandes Navegações e a chegada dos europeus ao continente americano; a diversidade do continente africano e a vinda forçada de africanos para o Brasil. A seção Cidadão do mundo tratará de temas como o aperfeiçoamento das técnicas de navegação portuguesa e a origem de algumas tradições brasileiras, como o frevo, a culinária e a música. A seção Arte e História abordará a tradição das máscaras africanas e sua importância para a identidade cultural desses povos.

Ao longo desta unidade, serão propostas algumas questões nas quais os alunos deverão fazer o uso de tecnologia para ampliarem os conhecimentos sobre os temas, como a exploração do Sistema Solar por meio de ferramentas digitais, montagem de slides sobre a diversidade de reinos africanos e pesquisa de conteúdo para a montagem de exposição cultural. Além disso, os alunos desenvolverão atividades que instigam o pensamento crítico e propõem uma reflexão sobre temas importantes da sociedade, como a interpretação de texto sobre a herança cultural africana e a análise de charge e manchete sobre o racismo. Dessa forma, ao longo da unidade, os alunos serão incentivados a refletir sobre os diferentes pontos de vista no que se refere à colonização do Brasil, à resistência à escravidão e à formação multicultural brasileira.

Desse modo, as atividades desta unidade, além de possibilitar o trabalho com diversos temas, propiciam o desenvolvimento dos seguintes objetivos de aprendizagem.

Objetivos

  • Refletir sobre a comemoração dos 500 anos do Brasil.
  • Incentivar o respeito aos povos indígenas e a valorização de sua cultura.
  • Aprender sobre os primeiros habitantes do continente americano.
  • Refletir sobre a necessidade da preservação dos sítios arqueológicos brasileiros.
  • Identificar os motivos que levaram os europeus a iniciarem as Grandes Navegações.
  • Refletir sobre as transformações provenientes do deslocamento de pessoas e mercadorias nos séculos XV e XVI.
  • Reconhecer e valorizar a diversidade de povos e culturas presentes no continente africano.
  • Identificar os reinos e impérios africanos e suas diferentes formas de organização.
  • Perceber a influência africana nas características físicas de grande parte da população brasileira.
  • Identificar os motivos pelos quais os africanos foram trazidos ao Brasil.
  • Compreender o processo de exploração da mão de obra africana no Brasil.
  • Reconhecer e valorizar as contribuições dos povos africanos para a formação social e cultural do país.
  • Refletir sobre o racismo no Brasil.
  • Reconhecer e valorizar a luta dos africanos e seus descendentes contra a escravidão.
  • Reconhecer e valorizar a contribuição de indígenas, africanos e portugueses para a formação da cultura brasileira.

Pré-requisitos pedagógicos

Destaques PNA

  • No decorrer da unidade, o componente desenvolvimento de vocabulário é contemplado em diversos momentos, à medida que os alunos leem os textos da unidade sobre as Grandes Navegações, a herança cultural africana e o preconceito no Brasil.

Amplie seus conhecimentos

  • FREITAS, Fátima e Silva de. A diversidade cultural como prática na educação. Curitiba: InterSaberes, 2012.

Nessa obra, a autora trabalha a escola como um espaço de diversidade, propondo aos professores e demais profissionais da educação reflexões sobre temas a serem trabalhados em sala de aula, como multiculturalismo, direitos humanos e direito às diferenças; relações entre educação e diversidade e cultura como formas de ver o mundo.

Destaques BNCC

  • Os temas tratados nesta unidade possibilitam o trabalho com a habilidade EF04HI10, ao abordar os povos que compuseram a sociedade brasileira e suas contribuições na formação cultural do país. Ao longo da unidade, os alunos poderão identificar os processos que levaram à configuração social e cultural do Brasil, valorizando as várias sociedades que fizeram parte desses processos.
  • Ao longo da unidade, os alunos serão levados a exercitar a empatia, a cooperação e o respeito ao próximo, tecendo reflexões sobre os diversos grupos sociais e as culturas que fazem parte da composição étnica e cultural da sociedade brasileira, exercitando assim a Competência geral 9.

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O Brasil tem uma grande diversidade cultural! Você já parou para pensar sobre a variedade de costumes que existem em cada região do país? Muitas dessas tradições se formaram a partir da influência de indígenas, de portugueses e de africanos, povos que conviveram nos primeiros anos de colonização do Brasil.

CONECTANDO IDEIAS

1. O que as pessoas estão fazendo na foto? Descreva a imagem.

Cantando, dançando e tocando instrumentos musicais.

2. Você já conhecia esse aspecto da cultura brasileira? Em caso afirmativo, conte aos colegas onde você já viu essa atividade.

3. Você sabe a origem da atividade retratada na foto? Comente com os colegas tudo o que você conhece sobre esse tema.

2 e 3: Respostas pessoais. Comentários nas orientações ao professor.

MANUAL DO PROFESSOR

Conectando ideias

2. Espera-se que os alunos comentem se conhecem essa atividade ou se já participaram de uma roda de dança. Em caso afirmativo, incentive-os a comentar onde eles viram e/ou praticaram essa atividade e como foi essa experiência.

3. O objetivo desta atividade é identificar os conhecimentos prévios dos alunos quanto às origens da dança do jongo. Espera-se que eles comentem as origens africanas dessa prática.

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1 Brasil, 500 anos?

Em abril de 2000, em diversos lugares do país, foram organizadas cerimônias e festividades para comemorar os 500 anos do Brasil.

Mas esses 500 anos são contados a partir de qual data?

Os 500 anos do Brasil são contados a partir do dia 22 de abril de 1500, quando navegadores portugueses, comandados por Pedro Álvares Cabral, chegaram ao território que hoje corresponde ao Brasil.

Após a chegada, Cabral tomou posse das terras em nome do rei de Portugal, não levando em consideração o fato de que aqui já viviam milhões de indígenas.

Desde então, essa data passou a ser considerada pelos portugueses como o dia do "Descobrimento do Brasil".

IMAGEM: uma caravela portuguesa, com grandes mastros e velas, passa em frente a um forte construído na beira do mar. barcos menores navegam ao redor da réplica. ao fundo, aparecem diversos prédios e casas de uma cidade. FIM DA IMAGEM.

Réplica da caravela Boa Esperança, uma das embarcações da esquadra de Pedro Álvares Cabral, iniciando viagem entre Portugal e Brasil em comemoração aos 500 anos, em 2000.

MANUAL DO PROFESSOR

Sugestão de roteiro

Brasil, 500 anos?

2 aulas

  • Leitura e atividades da abertura da unidade.
  • Leitura conjunta das páginas 34 e 35.
  • Discussão da atividade 1 da página 35.

Atividade preparatória

  • Para iniciar o trabalho com o tema, proponha aos alunos uma dinâmica a fim de identificar os conhecimentos prévios deles. Elabore fichas para serem distribuídas aos alunos com perguntas como: "Quando você imagina que teve início a história do Brasil?"; "Quem foram os primeiros habitantes do território que hoje chamamos de Brasil?"; "Você acharia correto utilizarmos a expressão descobrimento do Brasil?"; "Você conhece alguma imagem que trata desse momento histórico?"; "Como esse momento geralmente é representado nas imagens e na mídia?". Sorteie essas fichas para que os alunos as respondam, promovendo um debate sobre o assunto.

Mais atividades

  • Outra possibilidade para trabalhar o conteúdo destas páginas é propor aos alunos uma pesquisa sobre o tema. Peça-lhes que procurem reportagens sobre as comemorações dos 500 anos do Brasil em jornais e revistas do ano 2000 e comente que alguns desses textos podem ser encontrados na internet. Solicite que cada aluno escolha uma reportagem para analisar. Durante a análise, peça-lhes que respondam a perguntas como: "Quem produziu a reportagem?"; "Em que momento histórico ela foi produzida?"; "Quais foram as pessoas entrevistadas pela reportagem?"; "A matéria apresenta imagens?"; "Se sim, o que aparece nelas?"; "Por meio dessa reportagem, o que podemos descobrir sobre a comemoração dos 500 anos do Brasil?". Ao final, peça aos alunos que façam uma apresentação oral aos colegas como meio de socializar as descobertas.

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Os 500 anos do Brasil, entretanto, não foram comemorados por todos. Vários líderes indígenas organizaram uma marcha em protesto contra essas comemorações.

Esses líderes se reuniram na aldeia Coroa Vermelha, próximo a Porto Seguro, e realizaram o maior encontro de líderes indígenas já ocorrido no Brasil até então.

Leia o trecho de um depoimento dado por Maninha Xukuru, líder indígena que participou da organização da marcha de protesto.

A marcha demonstra o nosso repúdio às comemorações oficiais. Os povos indígenas têm sofrido violências e massacres de todos os tipos nestes cinco séculos. Dezenas de nações indígenas foram totalmente eliminadas. Nós mostraremos a real situação em que vive o nosso povo: miséria, negação dos nossos direitos, discriminação e outras agressões. [...]

Enquanto o governo brasileiro estará festejando, nós vamos denunciar e mostrar ao mundo o que o Brasil fez com os donos desta terra e como está tratando os que resistiram.

Willian França. Líder aponta "contradição" nos festejos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 abr. 2000. Primeiro caderno, p. 18.

IMAGEM: indígenas fazendo uma passeata na rua de uma cidade. FIM DA IMAGEM.

Indígenas durante a marcha em protesto contra as comemorações dos 500 anos do Brasil, na Praia Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, estado da Bahia, em 2000.

Os povos indígenas protestaram na época das comemorações dos 500 anos do Brasil porque, para eles, o dia 22 de abril de 1500 marca o início da invasão de suas terras pelos portugueses.

Para os indígenas, esses 500 anos foram de sofrimento e exploração de seu povo, mas também de resistência e de luta em defesa de suas terras e de seus direitos.

1. Reconte a um familiar o que você aprendeu nestas duas páginas. Depois, leia com ele os textos novamente, conversem sobre o tema e escrevam no caderno um resumo sobre o assunto.

Resposta pessoal. Comentários nas orientações ao professor.

MANUAL DO PROFESSOR

Comentários de respostas

1. Informe aos pais ou responsáveis, com antecedência, a data de entrega desta atividade para que eles possam se organizar junto aos alunos quanto ao prazo estipulado. O objetivo desta atividade é retomar os conceitos trabalhados sobre o conteúdo e incentivar a participação familiar na construção ativa de conhecimento. Espera-se que os alunos apresentem um texto coerente que problematize a questão do "descobrimento" do Brasil e os diferentes pontos de vista sobre o tema.

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2 Os primeiros habitantes da América

Quando Cabral e sua esquadra aqui chegaram, em 1500, todo o território já era habitado por diferentes povos indígenas.

Calcula-se que, naquela época, viviam cerca de três milhões de indígenas nesse território. Essas pessoas eram descendentes dos primeiros povoadores da América, que aqui chegaram há milhares de anos.

Mas quando os primeiros seres humanos chegaram ao continente americano? Essa é uma questão que provoca muitos debates entre os pesquisadores.

Muitos estudiosos acreditam que o ser humano chegou à América há cerca de 12 mil anos. Entretanto, algumas pesquisas recentes indicam que esse fato pode ter ocorrido há muito mais tempo. É o caso, por exemplo, dos estudos realizados nos sítios arqueológicos do município de São Raimundo Nonato, no Piauí.

IMAGEM: dois homens de costas em uma ponte tiram fotos e observam um grande paredão de pedras. abaixo da ponte há a continuação do paredão e, ao lado, uma estrutura de pedras que lembra uma escada com algumas árvores pequenas ao redor. FIM DA IMAGEM.

Foto do sítio arqueológico Boqueirão da Pedra Furada, onde foram encontrados vestígios de fogueiras e instrumentos de pedra utilizados por nossos ancestrais. Município de São Raimundo Nonato, estado do Piauí, em 2015.

MANUAL DO PROFESSOR

Sugestão de roteiro

Os primeiros habitantes da América

2 aulas

  • Leitura conjunta das páginas 36 e 37.
  • Discussão da atividade 1 da página 37.

Destaques BNCC

  • O trabalho com o conteúdo desta página contempla a habilidade EF04HI02 ao abordar a ocupação da América pelos primeiros grupos humanos como um dos marcos na história da humanidade. Converse com os alunos a fim de que eles compreendam que a história das civilizações do continente americano começou há milhares de anos, muito antes da chegada dos europeus ao continente.

[...]

As pesquisas nos sítios pré-históricos do Piauí levaram a arqueóloga a defender ideias polêmicas, mas instigantes, sobre a evolução humana. "Estamos demonstrando que o homem, em um determinado momento, começa a inventar as mesmas tecnologias, seja aqui, seja na Europa, na Ásia ou na África", comentou. "Não podemos esquecer que o Homo sapiens apareceu na África por volta de 130 mil anos, período em que esse continente passou por uma seca muito grande, que quase dizimou integralmente nossa espécie. Foi aí que eles começaram a migrar. Por mar, onde foram buscar alimento", diz Niède.
Empurrados por tempestades, parando de ilha em ilha, numa época em que África e América estavam mais próximas, os primeiros humanos se espalharam pelo globo. Essa é a hipótese de Niède. A descoberta de vestígios muito antigos do Homo erectus - hominídeo extinto que é um dos antepassados do Homo sapiens - no México e na Ilha das Flores, na Indonésia, indica que a navegação é mais antiga do que se pensa, segundo a arqueóloga. Uma das dificuldades dos pesquisadores é datar as ossadas humanas encontradas na Serra da Capivara. Quase não há matéria orgânica nos esqueletos, um entrave para a datação por carbono-14. Novos métodos de análise, no entanto, podem em breve contornar esse obstáculo. "Paleontólogos que trabalham no Acre descobriram macacos que passaram da África para o Brasil há 20 milhões de anos", disse. "Se os macacos passaram, será que o Homo sapiens não foi capaz de passar?".

PIVETTA, Marcos. Niède Guidon: arqueóloga diz que o Homo sapiens já estava no Piauí há 100 mil anos. Pesquisa Fapesp, abr. 2008. Disponível em: https://oeds.link/Opi8Wy. Acesso em: 27 jun. 2021.

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Esses sítios foram descobertos pela pesquisadora Niède Guidon, que, na década de 1970, encontrou milhares de pinturas rupestres no local. Além disso, ela descobriu restos de fogueiras feitas por pessoas que lá viveram há cerca de 50 mil anos.

IMAGEM: desenhos rupestres feitos em uma parede de pedra mostrando animais, pessoas e pequenos riscos agrupados nas laterais. FIM DA IMAGEM.

Essa foto, tirada em 2019, retrata registros rupestres encontrados no município de São Raimundo Nonato, estado do Piauí.

Para proteger os sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato, foi criado o Parque Nacional da Serra da Capivara. Por causa de sua importância, em 1991, a Unesco elevou esse parque à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade.

IMAGEM: paredão rochoso com um buraco circular no meio. ao redor, há outras pedras e alguns arbustos. FIM DA IMAGEM.

Foto de 2019, que retrata a Pedra Furada, conhecida formação rochosa do Parque Nacional da Serra da Capivara.

1. Você considera importante preservar os vestígios deixados pelas primeiras populações que habitaram a América? Por quê?

Espera-se que os alunos reconheçam a importância da preservação dos vestígios arqueológicos, pois dessa forma podemos conhecer mais sobre nosso passado e sobre nossos ancestrais.

MANUAL DO PROFESSOR

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3 As Grandes Navegações

No ano de 1500, os portugueses chegaram ao território indígena. Mas o que fez com que eles chegassem até aqui?

Ao longo do século 15, os portugueses organizaram diversas expedições marítimas, a fim de explorar a costa da África e encontrar uma passagem entre os oceanos Atlântico e Índico para chegar às Índias.

Se encontrassem esse caminho marítimo, os portugueses poderiam participar do comércio de diversos produtos, principalmente o de especiarias, que era realizado entre a Europa e as Índias.

Assim como os portugueses, outros europeus organizaram expedições marítimas nos séculos 15 e 16, principalmente os espanhóis. Essas expedições ficaram conhecidas como Grandes Navegações. Elas tinham como objetivo encontrar outras terras e novas rotas comerciais. Foram elas que possibilitaram a expansão do mundo conhecido pelos europeus.

IMAGEM: desenho de cinco caravelas navegando pelo mar. FIM DA IMAGEM.

Desenho do século 16 que representa embarcações portuguesas utilizadas durante as Grandes Navegações.

AS ESPECIARIAS

As especiarias, como cravo, canela, gengibre, pimenta e noz-moscada, eram muito valorizadas na Europa, no século 15. Além de servirem como tempero, eram usadas na conservação de alimentos e também como remédios.

Atualmente, esses produtos são mais facilmente encontrados. No Brasil, é bastante comum as pessoas usarem especiarias no preparo de chás e de alimentos doces e salgados.

IMAGEM: conjunto de cravos, paus finos que possuem uma ponta grossa. FIM DA IMAGEM.

Cravo.

IMAGEM: conjunto de paus enrolados chamados canela. FIM DA IMAGEM.

Canela.

IMAGEM: dois tubérculos chamados gengibre. FIM DA IMAGEM.

Gengibre.

IMAGEM: conjunto de pequenas bolas pretas chamadas pimenta. FIM DA IMAGEM.

Pimenta.

IMAGEM: conjunto de bolas castanhas chamadas noz-moscada. FIM DA IMAGEM.

Noz-moscada.

MANUAL DO PROFESSOR

Sugestão de roteiro

As Grandes Navegações

5 aulas

  • Leitura da página 38 e atividade da página 39.
  • Leitura conjunta e atividades da seção Cidadão do mundo: o desenvolvimento das técnicas de navegação das páginas 40 e 41.
  • Leitura conjunta e atividades das páginas 42 e 43.
  • Leitura conjunta das páginas 44 e 45 e discussão da atividade 1 da página 45.
  • Atividade da página 46.

Destaques BNCC

  • O assunto abordado nesta página possibilita o trabalho com a habilidade EF04HI07 ao explorar as rotas marítimas portuguesas pela costa do continente africano e sua importância para a dinâmica comercial do período.

[...]

[No século XV], [...] a Europa já negociava com o Norte da África e a Ásia, inclusive com o Extremo Oriente. Como as distâncias entre esses locais eram enormes e os europeus não controlavam sozinhos todas as rotas, havia uma série de intermediários no comércio. Os principais intermediários eram os árabes [...], que traziam a maioria das mercadorias até as cidades italianas, como Veneza, Gênova, Pisa etc. Daí os produtos eram distribuídos por toda a Europa [...]. Passando por tantas mãos, as mercadorias chegavam muito caras aos destinos.

[...]

AMADO, Janaína; GARCIA, Ledonias Franco. Navegar é preciso: grandes descobrimentos marítimos europeus. São Paulo: Atual, 1989. p. 14-15. (Coleção História em Documentos).

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ATIVIDADES

1. No mapa a seguir estão representadas as principais expedições realizadas pelos portugueses na tentativa de descobrir o caminho marítimo para as Índias. Observe-o.

Exploração da costa africana pelos portugueses (século 15)

IMAGEM: Mapa Exploração da costa africana pelos portugueses, século quinze. Estão representados o continente africano, com partes da Europa, acima; da Ásia, à direita; e da América do Sul, no canto esquerdo. Na parte superior da ilustração, setas saem de Lisboa, em Portugal, e indicam a rota percorrida até seis regiões africanas e o ano em que isso ocorreu. São elas: Ceuta, no norte do continente africano, em mil quatrocentos e quinze; Cabo Bojador, abaixo de Ceuta, em mil quatrocentos e trinta e quatro; Ilhas de Cabo Verde, no oceano Atlântico, em mil quatrocentos e cinquenta e seis; Guiné, um pouco acima da linha do equador, em mil quatrocentos e setenta e dois; Congo, abaixo da linha do equador, em mil quatrocentos e oitenta e três; e Cabo da Boa Esperança, no sul do continente, em mil quatrocentos e oitenta e oito. No canto superior esquerdo há uma rosa dos ventos, com as direções cardeais e os pontos colaterais. No canto inferior esquerdo, há um mapa-múndi em miniatura, com destaque para o continente africano. O oceano Atlântico está à esquerda, o Pacífico à direta e o mar Mediterrâneo está entre a Europa, a Ásia e a África. As linhas do equador e do meridiano de Greenwich cruzam-se sobre a África e a Europa. No canto inferior direito, uma legenda representando uma seta informa: rotas de navegação. Abaixo da legenda, uma escala indica o intervalo de zero a novecentos e cinco quilômetros. FIM DA IMAGEM.

Fonte de pesquisa: Atlas Histórico Básico, de José Jobson de A. Arruda. São Paulo: Ática, 2002.

PNA

IMAGEM: linha do tempo com setas apontando para a esquerda e para a direita e marcações de anos entre 1401 e 1500. embaixo da letra a, aparece o ano de 1415. embaixo da letra b há a marcação do ano de 1434. a letra c indica 1456, e a letra d indica 1472. embaixo da letra ê aparece o ano de 1483 e, por fim, o ano de 1488 representa a última marcação embaixo da letra f. FIM DA IMAGEM.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques PNA

  • A atividade 1 da página 39 desenvolve o trabalho com habilidades de numeracia, ao propiciar que os alunos interpretem uma linha do tempo, abordando assim noções de cronologia.

Acompanhando a aprendizagem

Objetivo

  • Exercitar a leitura de mapas.

Como proceder

  • É importante que os alunos associem os conceitos necessários e relacionem o nome dos locais explorados pelos portugueses no século XV às datas representadas na linha do tempo. Caso surjam dúvidas, utilize um globo terrestre ou projete o mapa em um equipamento de mídia para auxiliar os alunos na identificação das rotas. Depois, proponha algumas questões para serem respondidas pelos alunos, por exemplo: "O que motivou os portugueses a estabelecerem essas rotas?"; "Quais possíveis dificuldades esses navegadores enfrentaram nessas viagens?"; "Quais produtos eles comercializavam?". Aproveite o momento para avaliar a compreensão dos alunos acerca do tema e dos objetivos propostos.

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CIDADÃO DO MUNDO - O desenvolvimento das técnicas de navegação

As Grandes Navegações tornaram-se possíveis por causa do aperfeiçoamento e da invenção de diferentes instrumentos e meios de transporte marítimos. Veja a seguir alguns avanços que possibilitaram aos europeus a exploração dos oceanos.

A bússola já era utilizada pelos chineses há cerca de 2 000 anos, e foi aperfeiçoada pelos europeus. Composta de uma agulha que aponta para o norte, a bússola permitia que os navegadores se orientassem em alto-mar, identificando a direção para onde estavam rumando.

IMAGEM: bússola antiga de cobre em formato circular com um círculo menor de metal no centro e vários traços pequenos ao redor. FIM DA IMAGEM.

Nesta imagem, vemos uma bússola de navegação chinesa do século 18.

IMAGEM: figura circular cheia de detalhes e engrenagens de metal chamada astrolábio. FIM DA IMAGEM.

Na imagem, vemos um astrolábio do século 16.

Utilizado há mais de 2 000 anos, por navegantes chineses e árabes, o astrolábio teve seu uso aprimorado pelos portugueses. Por meio da medição da posição do Sol, o astrolábio ajudava a identificar a localização da embarcação.

IMAGEM: mapa antigo do globo terrestre com representações de caravelas navegando nos oceanos e animais nos continentes. há um círculo cheio de traços na parte inferior, outro círculo no centro e um semicírculo na parte superior. FIM DA IMAGEM.

No mapa, feito em 1512 por Jerônimo Marini, o nome Brasil aparece pela primeira vez fazendo referência ao atual território do país.

O aprimoramento da cartografia e a elaboração de mapas mais precisos também foram de grande importância para a navegação. Os mapas foram aperfeiçoados à medida que a exploração de novas terras avançava.

O desenvolvimento das técnicas de construção naval tornou possível a fabricação de embarcações mais rápidas e mais seguras. Conheça as principais características de algumas dessas embarcações.

MANUAL DO PROFESSOR

Objetivo da seção

  • Perceber o desenvolvimento dos instrumentos de navegação das embarcações e sua importância nas Grandes Navegações.
  • Esta seção contempla o trabalho com o Tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia, ao apresentar a revolução nos transportes marítimos realizada nos séculos XV e XVI. O objetivo é que os alunos percebam que as invenções do período, bem como a criação de novas técnicas de navegação e de construção naval, permitiram que os europeus se lançassem em mar aberto e entrassem em contato com um continente até então desconhecido por eles.
  • Antes de iniciar a abordagem do conteúdo, explore com os alunos as imagens dos instrumentos apresentados na página e peça-lhes que identifiquem o que é cada um deles e sua função. O objetivo é verificar o conhecimento prévio dos alunos quanto a essas invenções e sua importância para a realização das Grandes Navegações.
  • Comente com os alunos que o mapa-múndi do veneziano Jerônimo Marini é a primeira representação na qual aparece o nome Brasil. Chame a atenção para o fato de o mapa estar "de cabeça para baixo". Explique que isso se deve à influência árabe na confecção dos mapas do período, na qual a orientação era o sul. Mostre que a Europa está representada no centro no mapa, enquanto o continente americano só aparece parcialmente. Ressalte que na representação aparecem apenas os territórios que eram conhecidos pelos europeus.

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IMAGEM: caravela navegando no oceano. FIM DA IMAGEM.

Ilustração recente que representa uma caravela portuguesa.

A caravela foi utilizada pelos portugueses principalmente nas viagens de exploração do século 15. Essa embarcação media cerca de 25 metros de comprimento por 6 metros de largura, e tinha a capacidade de armazenamento entre 50 e 60 toneladas. As caravelas eram mais ágeis, rápidas e fáceis de manobrar que outras embarcações do período. Além de serem mais seguras em alto-mar, elas podiam navegar junto à costa com menor risco de encalhar.

A nau era utilizada principalmente em atividades comerciais, como o transporte de mercadorias. Seu casco tinha cerca de 35 metros de comprimento por 8 metros de largura e capacidade para carga de cerca de 500 toneladas. As naus eram navios pesados e lentos, mas muito resistentes às longas viagens, às tempestades e aos mares difíceis de serem navegados.

IMAGEM: nau navegando no oceano. FIM DA IMAGEM.

Ilustração recente que representa uma nau portuguesa.

IMAGEM: galeão navegando no oceano. FIM DA IMAGEM.

Ilustração recente que representa um galeão português.

Ilustrações feitas com base em gravuras dos séculos 15 e 16.

O galeão era um grande navio de guerra. Esse navio tinha cerca de 50 metros de comprimento, era mais estreito, rápido e mais fácil de manobrar que as naus. Possuía capacidade de carga de aproximadamente 500 toneladas e compartimentos para canhões. O galeão foi a principal embarcação utilizada por Portugal e pela Espanha na exploração do continente americano.

1. Qual era a importância da bússola, do astrolábio e dos mapas na época das Grandes Navegações?

1. Bússola: indicava a localização do norte, auxiliando na orientação em alto-mar; Astrolábio: ajudava a identificar a localização das embarcações; Mapas: possibilitava maior precisão das representações.

2. Você sabe que tipos de instrumento são utilizados na navegação oceânica atualmente? Pesquise sobre esse tema e traga as informações que encontrar para conversar com os colegas.

Resposta pessoal. Comentários nas orientações ao professor.

3. Quais são as diferenças entre a caravela, a nau e o galeão?

3. A caravela era ágil e rápida; a nau era grande, resistente, pesada e lenta; e o galeão era estreito, rápido e tinha compartimentos para canhões.

4. Essas embarcações ainda são usadas na atualidade?

Não, exceto em eventos comemorativos ou passeios turísticos.

MANUAL DO PROFESSOR

Comentário de resposta

2. Oriente os alunos a realizarem essa pesquisa na internet, com a ajuda de um adulto. Espera-se que eles percebam que atualmente existem muitos instrumentos, como satélites e GPS, que auxiliam os navegadores. Comente que bússolas e mapas ainda são utilizados, porém passaram por transformações ao longo dos anos.

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O deslocamento de pessoas e de mercadorias

As Grandes Navegações representaram várias transformações nas relações comerciais entre os diferentes povos do mundo. Elas estabeleceram rotas marítimas e incentivaram a criação de rotas terrestres, que tinham como objetivo facilitar a circulação de pessoas e de mercadorias.

As expedições dos séculos 15 e 16 transformaram também as relações entre as pessoas. Povos muito diferentes entre si estabeleceram contato, causando profundos impactos sociais, culturais, econômicos, etc.

O contato dos europeus com os povos indígenas da América, por exemplo, causou a marginalização desses povos, que tiveram suas terras tomadas e parte de sua cultura destruída. Considerados "inferiores" pelos europeus, milhões de indígenas foram perseguidos e mortos. Interessados nas riquezas naturais e em tomar posse dos territórios indígenas, os europeus promoveram uma verdadeira catástrofe na América.

IMAGEM: pintura representando o primeiro encontro entre indígenas e europeus em terras do continente americano. em uma praia, os indígenas aparecem segurando objetos de ouro, acuados pelos europeus, que seguram lanças. atrás deles, dois homens fixam uma cruz de madeira no chão, objeto que simboliza a religião católica. ao fundo, diversas embarcações europeias navegam no oceano atlântico. FIM DA IMAGEM.

Gravura que representa a chegada dos europeus à América, no final do século 15.

1. Como o encontro de europeus e indígenas foi representado nessa gravura? Converse sobre ela com os colegas.

Embora tenham criado novas rotas e caminhos e ampliado as relações comerciais, as Grandes Navegações representaram o domínio de alguns povos sobre outros, causando profundas desigualdades sociais nos territórios conquistados. Essas desigualdades podem ser percebidas na maioria dos países do continente americano até os dias atuais.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques BNCC

  • O tema abordado nesta página favorece o trabalho com a habilidade EF04HI06, pois incentiva a reflexão dos alunos sobre os impactos sociais das transformações nos processos de deslocamento de pessoas e de mercadorias na época das Grandes Navegações.

Comentário de resposta

1. Auxilie os alunos na descrição da gravura. Comente que as pessoas representadas são os europeus (liderados pelo navegador Cristóvão Colombo) e os indígenas, que aparecem entregando objetos de ouro. Chame a atenção dos alunos para a grande cruz de madeira que os europeus estão colocando em terras indígenas. Explique que ela representa a religião católica, que era seguida por parte dos reinos europeus no século XV. Incentive a reflexão dos alunos fazendo perguntas como: "Qual era o interesse dos europeus nos objetos que os indígenas estão segurando?"; "Por que os europeus colocaram uma cruz de madeira no território dos indígenas?".

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EXPLORANDO O PLANETA E O SISTEMA SOLAR NA ATUALIDADE

Na época das Grandes Navegações, o conhecimento que as pessoas tinham sobre o globo terrestre era limitado. As tecnologias de navegação possibilitaram que pouco a pouco os navegadores pudessem explorar os oceanos, mapeando os territórios e ampliando sua noção sobre o planeta.

Atualmente, existem diversas formas de explorar o planeta e o sistema solar. Você já utilizou alguma dessas tecnologias?

Com poucos cliques no computador, temos acesso a qualquer região do planeta Terra. Alguns aplicativos e sites também possibilitam que exploremos imagens de outros planetas do sistema solar.

IMAGEM: planeta terra retratado do espaço. FIM DA IMAGEM.

Vista do planeta Terra, disponibilizada em um aplicativo na internet na atualidade.

2. Vamos explorar nosso planeta usando a tecnologia? Siga as orientações a seguir.

MANUAL DO PROFESSOR

Comentário de resposta

2. Verifique a disponibilidade da sala de informática da escola para a realização desta atividade e, caso isso não seja possível, apresente a possibilidade de ser feita como tarefa de casa solicitando a ajuda dos pais ou responsáveis. Se julgar pertinente, faça uma pesquisa de antemão sobre algumas ferramentas digitais que disponibilizam esse recurso e mostre-as como sugestão para os alunos. Depois, incentive-os a compartilhar as anotações com os demais colegas, fazendo uma leitura em voz alta dos resultados.

Destaques BNCC

  • A atividade desenvolvida neste boxe favorece o contato dos alunos com mídias digitais, incentivando-os a utilizar a tecnologia de modo orientado e responsável para produzir conhecimentos, aspectos fundamentais da Competência geral 5.

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O cotidiano em alto-mar

O cotidiano dos marinheiros nos séculos 15 e 16 não era fácil. Durante as viagens, havia muitas tarefas para serem realizadas, mudar constantemente a posição das velas de acordo com a mudança dos ventos, bombear para fora da embarcação a água que se infiltrava, fazer reparos no navio, cozinhar, lavar, entre outras.

IMAGEM: interior de uma nau portuguesa, com vários marinheiros trabalhando em diferentes atividades. há andares com escadas e portas e, na parte central do convés, um buraco com uma canoa e diversas pessoas ao redor. FIM DA IMAGEM.

Nessa gravura é possível observar marinheiros desempenhando suas atividades em uma nau portuguesa, no século 16.

A alimentação dos marinheiros geralmente era composta de carne-seca, arroz, ervilha seca, queijo, cebola, alho, vinho e peixe. Por causa do calor e da umidade, a comida facilmente estragava, o que ocasionava fome e doenças na tripulação.

A água potável era um artigo precioso. Embora as embarcações costumassem partir com uma boa quantidade de água, ela geralmente era insuficiente para toda a viagem, que podia durar vários meses ou, até mesmo, anos. Assim, os marinheiros precisavam recolher água da chuva ou reabastecer o estoque em alguns dos lugares onde paravam.

MANUAL DO PROFESSOR

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Nas embarcações, geralmente, não havia água para o banho e as condições de higiene eram precárias, o que favorecia a ocorrência de doenças, como o tifo e a peste.

Entretanto, a doença mais comum nos navios era o escorbuto, que provocava o inchaço das gengivas e a perda dos dentes e, em muitos casos, até causava mortes. Essa doença surgia em razão da falta de vitamina C, encontrada em alimentos frescos, como frutas e vegetais. Alimentos como esses não eram levados nas embarcações, pois estragavam com muita facilidade.

Nas poucas horas de folga que tinham, os marinheiros divertiam-se cantando, contando histórias, pescando, jogando cartas ou, mais raramente, lendo livros. Porém, a maior alegria e o momento mais festejado pelos marinheiros era quando, depois de uma longa viagem, eles voltavam para casa.

IMAGEM: diversos barcos navegam no oceano em direção a um porto onde outros navios estão ancorados. no porto, há muitas construções, comerciantes e pessoas transitando. FIM DA IMAGEM.

Essa gravura representa algumas embarcações e navegadores chegando ao porto de Lisboa, em Portugal, no século 16.

3. Você viu que os marinheiros enfrentavam muitas dificuldades durante as viagens. Em sua opinião, qual era a maior dessas dificuldades? Comente com os colegas.

Resposta pessoal. Comentários nas orientações ao professor.

MANUAL DO PROFESSOR

O escorbuto aflige os seres humanos há séculos. [...] Durante as Grandes Navegações muitos marinheiros morreram dessa enfermidade. [...]

Os sintomas de escorbuto costumam aparecer 3 a 6 meses após a interrupção ou diminuição do consumo de alimentos ricos em vitamina C, o que provoca alterações em vários processos do corpo, e leva ao aparecimento de sinais e sintomas da doença [...].

O tratamento para escorbuto deve ser feito com suplementação de vitamina C por até 3 meses, podendo ser indicado pelo médico o uso de 300 a 500 mg de vitamina C por dia. Além disso, é recomendado incluir na alimentação mais alimentos fonte de vitamina C, como acerola, morango, abacaxi, laranja, limão e pimentão amarelo, por exemplo. [...]

PAVÃO, Julya. Escorbuto. Sanar, 2020. Disponível em: https://oeds.link/GplvAD Acesso em: 27 jun. 2021.

Comentário de resposta

1. Esta atividade pretende incentivar uma reflexão acerca das dificuldades enfrentadas pelos marinheiros. Espera-se que os alunos analisem as consequências desses problemas e as dificuldades encontradas.

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ATIVIDADES

1. O mapa a seguir representa as rotas percorridas por alguns dos principais navegadores europeus do século 15. Observe as informações sobre cada navegador e, no caderno, copie a tabela a seguir, associando corretamente a rota ao navegador correspondente.

Rotas das principais expedições marítimas (século 15)

IMAGEM: Mapa Rotas das principais expedições marítimas. Em um mapa-múndi, estão representadas quatro setas coloridas e identificadas por letras, que indicam rotas percorridas pelas expedições portuguesas e espanholas, no século quinze. Elas saíam de Portugal ou da Espanha, na Europa. São elas:
Rota A: de Lisboa, Portugal, ao Cabo da Boa Esperança, ao sul da África.
Rota Bê: de Lisboa, Portugal, passando por Sofala e Melinde, na costa africana com o oceano Índico, até Calicute, na Índia, continente asiático.
Rota Cê: de Lisboa, Portugal, parando em Porto Seguro, na América do Sul, depois contornando o sul da África e seguindo até Calicute, na Índia.
Rota Dê: de Palos, Espanha, atravessando o oceano Atlântico até a América Central.
À esquerda estão representados o oceano Pacífico, uma rosa dos ventos, com as direções cardeais e os pontos colaterais, e uma escala, indicando zero; mil trezentos e sessenta; e dois mil setecentos e vinte quilômetros. Entre a América e os continentes europeu e africano, está o oceano Atlântico. À direita, ao sul da Ásia, está o oceano Índico. As linhas do equador e do meridiano de Greenwich cruzam-se no meio do mapa. FIM DA IMAGEM.

Fonte de pesquisa: Saga: a grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981.

D

Cristóvão Colombo

Partiu do porto de Palos, na Espanha, no comando de uma esquadra composta de três caravelas. No dia 12 de outubro de 1492, acreditando ter chegado às Índias, ele e sua esquadra acabaram chegando ao território que hoje corresponde à América.

B

Vasco da Gama

Partiu de Lisboa, em 1498, e navegou pelo oceano Atlântico até atingir o cabo da Boa Esperança. Contornou o cabo e navegou nas águas do oceano Índico até chegar a Calicute, na Índia.

C

Pedro Álvares Cabral

A esquadra partiu de Lisboa, em março de 1500 e, durante o trajeto, afastou-se da costa africana. No dia 22 de abril desse mesmo ano, Cabral e sua esquadra chegaram às terras onde hoje fica o Brasil.

A

Bartolomeu Dias

Foi o primeiro navegador europeu a encontrar o caminho marítimo para o oceano Índico. Partindo de Lisboa, em 1488, navegou com sua esquadra para o sul contornando a costa da África. Ao chegar ao extremo sul do continente africano, navegou até contornar o cabo que viria a se chamar cabo da Boa Esperança.

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Destaques BNCC

  • A atividade desta página favorece o trabalho com a habilidade EF04HI07, ao solicitar aos alunos que identifiquem as principais rotas realizadas durante as Grandes Navegações. Converse com eles sobre a importância comercial das navegações do período e o que isso trouxe de novidades. O objetivo é eles compreenderem que, por meio dessas rotas, novas relações comerciais foram estabelecidas, além das trocas culturais.

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4 A África e sua diversidade

A África é um imenso continente, ocupado por 54 países. Nesse continente, existe uma grande diversidade de povos, que falam cerca de 2.000 línguas.

Na época das Grandes Navegações, a África era habitada por povos diferentes entre si. Cada povo tinha sua própria língua, costumes e crenças. Além disso, eles tinham muitos conhecimentos de ciência e tecnologia. Leia o texto.

Os diversos povos que habitavam o continente africano, muito antes da colonização feita pelos europeus, eram bambambãs em várias áreas: eles dominavam técnicas de agricultura, mineração, ourivesaria e metalurgia; usavam sistemas matemáticos elaboradíssimos [...]; e tinham conhecimentos de astronomia e de medicina que serviram de base para a ciência moderna.

A África de todos nós, de Paola Gentile. Nova Escola, São Paulo: Fundação Victor Civita, ano 20, n. 187, nov. 2005. p. 42.

bambambãs:
palavra de origem africana que significa mestres

IMAGEM: manuscrito em papel antigo com um texto em língua estrangeira. FIM DA IMAGEM.

Página da obra Cálculo de Números na Ciência da Astronomia, manuscrito do século 16 encontrado em Tombuctu, no Mali.

IMAGEM: escultura em bronze do rosto de um homem usando um chapéu que possui uma haste pontuda no topo. FIM DA IMAGEM.

Escultura de bronze, feita no século 14, representando um rei, encontrada em Ifé, na Nigéria.

A diversidade de povos se refletia nas diferentes expressões artísticas, como a música, a dança, a pintura e a escultura. Desde a Antiguidade até os dias atuais, a África é um continente com grande riqueza cultural.

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Sugestão de roteiro

A África e sua diversidade

1 aula

  • Leitura conjunta das páginas 47 e 48.
  • Atividades da página 49.

[Existe] a necessidade de apresentar ao leitor uma história de nossos antepassados e de fazê-lo a partir de sua vida no continente de origem. Não para descobri-los como povos estanques, cujas culturas, tradições e identidades seriam imutáveis [...]. Mas, sim, para entender que, na África, as etnias formavam realidades múltiplas, resultantes da mistura de várias tradições culturais em permanente recomposição. Do outro lado do Atlântico, como aqui, a cultura é mestiça e partilha com culturas vizinhas características comuns de língua, religião, modos de vida e sua história. [...]

DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato Pinto. Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

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Os povos africanos tinham várias formas de organização social. Entre essas formas de organização, destacavam-se os reinos e impérios. Veja como era organizado um dos reinos africanos, o Reino do Congo.

O Reino do Congo foi formado por volta do ano de 1400, na região sudoeste da África. Era dividido em províncias e o rei, chamado mani Congo, governava esse reino com o auxílio de um conselho de nobres. A capital do reino era a cidade de Banza Congo, que tinha uma população de cerca de 100 mil habitantes.

IMAGEM: embarcações navegando no mar cheias de pessoas. nas margens, há árvores e montanhas com construções que representam uma cidade. FIM DA IMAGEM.

Gravura do século 18 que representa a cidade de Banza Congo.

Os congoleses desenvolveram técnicas sofisticadas de produção de artesanato, principalmente de tecidos, e dominavam a tecnologia de produção de objetos de ferro.

O Reino do Congo mantinha relações comerciais com os reinos vizinhos, trocando mercadorias como sal, tecidos e objetos de metal. Essas trocas comerciais eram facilitadas pelo uso de uma concha chamada zimbo.

As famílias dos congoleses geralmente eram numerosas, pois eles costumavam ter muitos filhos. Entre os congoleses, a maternidade era considerada de grande importância, e uma mulher que tivesse vários filhos era muito respeitada.

IMAGEM: concha de um animal marinho em espiral. concha lisa de um animal marinho. FIM DA IMAGEM.

O zimbo era uma concha utilizada como moeda no Reino do Congo.

MANUAL DO PROFESSOR

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ATIVIDADES

1. De acordo com o texto citado na página 47, em quais áreas os antigos povos africanos se destacavam? Converse com os colegas.

1. Eles dominavam técnicas de agricultura, mineração, ourivesaria e metalurgia; usavam sistemas matemáticos elaboradíssimos e tinham conhecimentos de astronomia e de medicina.

2. Sobre o Reino do Congo, responda às questões a seguir no caderno.

  1. Quando esse reino foi fundado?

    Por volta de 1400.

  2. Como ele era dividido e administrado?

    Era dividido em províncias e o rei, chamado mani Congo, governava esse reino com o auxílio de um conselho de nobres.

  3. Qual era o nome da capital do reino? Quantos habitantes ela tinha por volta de 1400?

    Banza Congo. 100 mil habitantes.

  4. O que era o zimbo? Qual era sua função?

    Uma concha. Tinha a função de moeda de troca.

3. Em duplas, escrevam dois parágrafos no caderno sobre os seguintes tópicos acerca do Reino do Congo.

PNA

  1. Formações familiares.

    3. a. As famílias eram numerosas, com muitos filhos. Além disso, a maternidade tinha grande importância e uma mulher que tivesse vários filhos era muito respeitada.

  2. As relações comerciais.

    3. b. O Reino do Congo apresentava relações comerciais com alguns reinos vizinhos, trocando produtos como sal, tecidos e objetos de metal.

Em seguida, leiam em voz alta para a turma os parágrafos que vocês escreveram e conversem sobre as produções dos colegas.

4. Nas páginas anteriores, conhecemos um pouco sobre o Reino do Congo. Porém, na África existiram diversos reinos e impérios na época da chegada dos europeus.

Vamos fazer uma pesquisa sobre esses povos? Observe as orientações a seguir.

IMAGEM: três retângulos com um círculo na parte superior. da esquerda para direita possuem em seu interior os dizeres: reino de gana, império do mali e império songai. FIM DA IMAGEM.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques BNCC e PNA

  • A atividade 4 possibilita desenvolver a Competência geral 5, ao solicitar aos alunos que usem recursos tecnológicos para realizar a pesquisa e a apresentação dos resultados. Para a pesquisa na internet, oriente-os a acessar apenas sites que tragam informações confiáveis e ressalte que eles devem estar sempre acompanhados de um adulto. Na apresentação, auxilie-os na utilização dos recursos tecnológicos disponíveis, como computador e projetor.
  • A atividade 3 propicia o trabalho com os componentes produção de escrita e fluência em leitura oral ao propor aos alunos que façam uso da linguagem textual para discorrerem sobre alguns aspectos da organização social do Reino do Congo e depois promoverem uma leitura oral dos resultados.

50

5 Da África para o Brasil

Atualmente, grande parte da população brasileira é composta de afrodescendentes. As culturas, com as tradições e os costumes dos povos africanos, estão presentes em nosso país. Além disso, as características físicas africanas são bastante perceptíveis no Brasil.

IMAGEM: homem e menino negros abraçados. FIM DA IMAGEM.

IMAGEM: mulher negra com o cabelo preso em um coque no topo da cabeça. FIM DA IMAGEM.

IMAGEM: senhor negro com cabelos brancos. FIM DA IMAGEM.

IMAGEM: mulher negra com cabelos encaracolados. FIM DA IMAGEM.

IMAGEM: criança negra com cabelos encaracolados. FIM DA IMAGEM.

IMAGEM: senhora negra com um lenço amarrado na cabeça. FIM DA IMAGEM.

1. Você se parece com alguma dessas pessoas? Comente.

Resposta pessoal. Incentive os alunos a dizerem se são parecidos ou não com as pessoas retratadas nas fotos.

2. Você tem familiares que se parecem com as pessoas retratadas nas fotos?

Resposta pessoal. Motive os alunos a comentar se as pessoas retratadas são parecidas com alguns de seus familiares. Incentive sempre um ambiente de respeito e valorização da diversidade.

MANUAL DO PROFESSOR

Sugestão de roteiro

Da África para o Brasil

4 aulas

  • Leitura e atividades 1 e 2 da página 50.
  • Leitura conjunta das páginas 51 a 54 e discussão da atividade 3 da página 53.
  • Leitura e discussão do boxe da página 54.
  • Atividades da página 55.

Atividade preparatória

  • Para introduzir a discussão sobre a diversidade étnica brasileira, proponha aos alunos a análise de um gráfico sobre a composição da população brasileira, promovendo também uma articulação com o componente curricular de Matemática.
  • Como sugestão, apresente para a turma o gráfico do site do IBGE. Disponível em: https://oeds.link/HFritJ. Acesso em: 27 jun. 2021.
  • Auxilie os alunos na interpretação das informações apresentadas no gráfico, verificando a proporção entre brancos, pardos, negros, asiáticos e indígenas. Caso julgue pertinente, explique que pardos são pessoas que apresentam características físicas de várias etnias.

51

O Brasil e os afro-brasileiros

Os africanos não vieram para o Brasil por vontade própria. Eles começaram a ser trazidos para cá de maneira forçada, pelos portugueses, no século 16, e foram obrigados a trabalhar na condição de escravizados.

Por mais de 300 anos, o trabalho de africanos escravizados representou a principal mão de obra do Brasil. Muitos deles foram levados para trabalhar nas vilas e cidades, mas grande parte trabalhou na produção de açúcar nas áreas rurais, na extração de ouro e pedras preciosas e em lavouras de café.

Os africanos que foram trazidos para cá geraram seus descendentes e, com outros povos, ajudaram a formar a população brasileira.

O conhecimento trazido pelos africanos foi de grande contribuição para nossa cultura, tornando-a mais rica e diversificada em seus mais diversos aspectos, como nas artes plásticas, na música, na dança, na culinária e no jeito de falar o português. Por isso, é muito importante resgatar as origens africanas de nossa cultura e valorizar a diversidade da população do Brasil.

IMAGEM: mulher negra dançando no meio de uma roda de samba na margem de um rio. todas as mulheres da roda usam saia colorida e blusa branca com a gola estampada, e enfeites de flores nos cabelos. FIM DA IMAGEM.

Foto de samba de roda, no município de Vera Cruz, estado da Bahia, em 2019.

MANUAL DO PROFESSOR

[...]

Samba de roda identifica uma tradição oral afro-brasileira da região do Recôncavo da Bahia que integra dança, música e poesia, desempenhando um papel fundamental e integrador no contexto cultural da região. O Recôncavo Baiano foi fortemente influenciado por culturas africanas por ter recebido desde os primórdios da colonização do Brasil escravos advindos da África. Considera-se que, com a migração de escravos e negros libertos da Bahia para o Rio de Janeiro em meados do século XIX, o samba baiano tenha sido levado para a capital do Brasil na época, dando origem ao samba carioca, samba nacional disseminado pelo mundo inteiro.

Em função de seu papel histórico, do enfraquecimento de sua transmissão e do risco de extinção de elementos fundamentais da tradição, o samba de roda foi registrado no Livro de Registro das Formas de Expressão em 2004 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), obtendo status de patrimônio cultural nacional, e na lista de Obras-Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2005. [...]

GRAEFF, Nina. Os ritmos da roda: tradição e transformação no samba de roda. Salvador: Ed. da UFBA, 2015. Disponível em: https://oeds.link/KCRH9Y. Acesso em: 27 jun. 2021.

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Existem muitos meios de resgatar a cultura africana, como estudar a História da África e dos africanos no Brasil, participar de celebrações, dançar os ritmos, cantar as músicas e preparar alimentos.

IMAGEM: praia com diversas embarcações pequenas na água e muitas pessoas e barracas na areia. um muro separa a areia da calçada, onde há muitos guarda-sóis e pessoas, algumas árvores e construções de casas e prédios. FIM DA IMAGEM.

Celebração do Dia de Iemanjá, no município de Salvador, estado da Bahia, em 2019.

O combate ao racismo

Você já presenciou uma situação em que alguém tenha sofrido racismo?

O que você sentiu com relação a isso? O racismo é um problema muito grave no Brasil e ainda atinge muitas pessoas.

Existem muitas formas de combatermos atitudes racistas. Podemos sempre conversar com as pessoas que conhecemos, mostrando a elas a importância do respeito e da igualdade. Também podemos denunciar ao poder público situações de racismo, já que ele é crime em nosso país. Podemos, ainda, nos engajar em movimentos sociais e participar de passeatas para exigir o fim do racismo.

IMAGEM: pessoas na rua levando uma faixa que diz: educação sem racismo. FIM DA IMAGEM.

Protesto de estudantes contra o racismo, em uma escola no município de São Luís, estado do Maranhão, em 2012.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques BNCC

  • As reflexões propostas nesta página possibilitam desenvolver com os alunos a Competência geral 9 ao apresentar o combate ao preconceito como uma meta de toda a sociedade, da qual os alunos também fazem parte. As reflexões também priorizam o exercício da empatia e do respeito ao outro e à diversidade étnica e cultural do Brasil.

Capítulo I

Dos direitos e deveres individuais e coletivos

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. [...]

BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://oeds.link/uqrtmV Acesso em: 27 jun. 2021.

53

A mão de obra africana

Por volta de 1550, a produção de açúcar no Brasil estava crescendo e, por isso, faltava mão de obra. Os portugueses passaram, então, a escravizar africanos para trabalhar no Brasil, principalmente nas lavouras de cana e nos engenhos de açúcar.

A viagem para o Brasil era feita a bordo de navios que ficaram conhecidos como tumbeiros. Para transportar o maior número de pessoas, os traficantes aproveitavam cada espaço do navio. A falta de espaço e as péssimas condições de higiene e alimentação causavam a morte de muitas pessoas ao longo da viagem.

IMAGEM: diversas pessoas estão em um pátio cercado por pequenas construções e muros de madeira. algumas pessoas seguram lanças e outras estão sentadas em um local coberto, segurando armas. FIM DA IMAGEM.

Essa gravura do século 16 representa o local onde ficavam os africanos aprisionados até o momento de embarcar para o Brasil.

IMAGEM: interior e exterior de um navio negreiro. os negros aparecem sentados bem juntos uns dos outros, em um local fechado, que contém apenas uma abertura na parte de cima por onde entrava o ar e a luz solar. FIM DA IMAGEM.

Essa gravura do século 19 representa a maneira como os africanos escravizados eram transportados nos tumbeiros.

3. Em sua opinião, por que os navios que transportavam pessoas escravizadas eram chamados de tumbeiros?

Espera-se que os alunos respondam que os navios recebiam esse nome por se referirem à tumba, ou seja, sepultura, por causa da alta taxa de mortalidade verificada nessas embarcações.

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54

Os africanos que conseguiam sobreviver à viagem nos tumbeiros chegavam ao Brasil em péssimas condições de saúde. Depois de desembarcarem, em locais como o Cais do Valongo (visto na unidade 1), eram levados para armazéns, expostos para serem vendidos como se fossem mercadorias e examinados cuidadosamente pelos compradores, que procuravam encontrar os mais fortes e saudáveis.

IMAGEM: diversos negros expostos para serem vendidos numa espécie de mercado ao ar livre. homens brancos estão em pé avaliando os negros para comprá-los. FIM DA IMAGEM.

Nessa gravura, produzida por volta de 1835, o artista Johann Moritz Rugendas representou um mercado de africanos escravizados no Brasil.

A ESCRAVIDÃO

A escravização de pessoas não ocorreu apenas entre os povos africanos. Infelizmente, o ato de escravizar pessoas foi praticado em vários lugares do mundo e em diferentes épocas.

Na Grécia antiga, por exemplo, a escravização de pessoas já ocorria há cerca de 2 500 anos. Nessa época, os romanos também escravizavam pessoas. Elas geralmente trabalhavam na agricultura, na mineração e desempenhavam trabalhos domésticos.

IMAGEM: mosaico representando um escravo servindo seu dono. FIM DA IMAGEM.

Mosaico romano do século 3 que representa uma pessoa escravizada servindo seu proprietário.

As pessoas escravizadas utilizadas tanto por gregos como por romanos, geralmente, eram estrangeiras aprisionadas em guerras, e seus proprietários tinham o direito de vendê-las, trocá-las ou castigá-las.

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Acompanhando a aprendizagem

Objetivo

  • Leitura e análise de texto sobre a herança cultural africana.

Como proceder

  • Inicialmente, peça aos alunos que façam uma leitura atenta do texto da página 55. Depois, peça-lhes que façam uma síntese oral das ideias presentes no texto e expliquem como se deu o contato entre as diferentes matrizes culturais presentes no Brasil. Ao responder às questões propostas na atividade, os alunos deverão traçar um paralelo entre as informações lidas e o conteúdo trabalhado nas aulas anteriores. Ao final, proponha uma correção das atividades na lousa com a participação dos alunos, verificando se eles conseguiram localizar as informações necessárias e articulá-las com os conceitos já estudados. O objetivo é que os alunos exercitem as habilidades de investigação e interpretação de gêneros textuais para a construção de conhecimentos sobre o tema.

55

ATIVIDADES

1. Leia o texto em voz alta com os colegas.

Veja nas orientações ao professor sugestões de uso dessa atividade como instrumento de avaliação.

As pessoas capturadas no continente africano, transformadas em escravas e transportadas para o Brasil, traziam dentro delas [uma grande] riqueza cultural.

Por mais que fossem oprimidos, esses conhecimentos desabrochavam, muitas vezes, se sobressaindo aos conhecimentos dos brancos, outras vezes, se misturando e dando origem à cultura brasileira, hoje muito mais rica, colorida, alegre e mística, principalmente pela herança africana.

Negro: reconstruindo nossa história, de Nancy Caruso Ventura. São Paulo: Noovha América, 2003. p. 39.

Com base no texto e nos conhecimentos já adquiridos, responda às questões a seguir no caderno.

PNA

  1. Cite alguns conhecimentos dos africanos antes da chegada dos europeus à África.

    1. a. Dominavam técnicas de agricultura, mineração, ourivesaria e metalurgia. Usavam sistemas matemáticos no comércio de mercadorias e tinham conhecimentos de astronomia e medicina.

  2. Quando os africanos escravizados começaram a ser trazidos para o Brasil?

    Por volta de 1550.

  3. Por que a autora do texto afirma que a cultura brasileira é hoje muito mais rica, colorida, alegre e mística por causa da herança africana?

    1. c. Porque os africanos escravizados traziam consigo uma grande riqueza cultural e, apesar de oprimidos, seus conhecimentos contribuíram para enriquecer a cultura brasileira.

  4. Você concorda com o ponto de vista da autora do texto? Converse com os colegas e forneça alguns argumentos que fundamentem sua opinião.

    Resposta pessoal. Comentários nas orientações ao professor.

2. Vimos que o tráfico de pessoas escravizadas se desenvolveu nos caminhos marítimos do Atlântico. Essa atividade gerava elevados lucros tanto para os negociantes quanto para os donos de engenhos no Brasil. Porém, a escravização representou uma forma de violência extrema para a população africana. Sobre esse tema, releia as páginas 53 e 54 e discuta oralmente com os colegas sobre as questões a seguir.

  1. Como eram as condições em que as pessoas escravizadas eram trazidas ao Brasil?

    As condições de higiene e alimentação eram péssimas. Faltava espaço nas embarcações e havia castigos físicos.

  2. Explique por que podemos afirmar que a escravização é um processo que desrespeita os direitos humanos.

    Porque ela fere o direito à liberdade, básico à vida em sociedade, e submete as pessoas a condições que fogem à dignidade humana.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques PNA

  • A atividade 1 possibilita o trabalho com os componentes fluência em leitura oral e compreensão de textos ao solicitar aos alunos que façam uma leitura inicial em voz alta e depois analisem o texto para localizar e retirar as informações necessárias para a construção das respostas.

Comentário de resposta

1. d. Espera-se que os alunos argumentem com base no ponto de vista identificado no item anterior, comentando se concordam ou não. Oriente-os a comentar seus argumentos para estabelecer uma relação com os argumentos da autora do texto.

Mais atividades

  • Para ampliar a reflexão proposta no item c, peça aos alunos que pesquisem aspectos da cultura brasileira cuja origem é africana. Oriente-os a pesquisar em sites, revistas e livros com a ajuda de um adulto. Peça-lhes que anotem no caderno as informações que julgarem pertinentes. Em sala de aula, incentive-os a compartilhar com os colegas os resultados da pesquisa. Se julgar interessante, anote essas informações na lousa.

56

6 A luta dos africanos e de seus descendentes

Os africanos escravizados eram submetidos a castigos físicos, como chicotadas, e obrigados a usar algemas e correntes, entre outras violências. Para evitar maior sofrimento, muitos se submeteram às ordens de seus senhores, mas muitos reagiram contra a escravidão.

As formas de resistência eram variadas, por exemplo, desobedecer às ordens dos feitores, quebrar as ferramentas de trabalho e incendiar os canaviais. Outro importante meio de luta contra a escravidão era a fuga. Muitas pessoas escravizadas conseguiam escapar, reuniam-se e formavam quilombos, povoações estabelecidas em lugares escondidos nas matas.

A maioria dos quilombos acabou sendo destruída por tropas enviadas pelos governantes e pelos senhores, que temiam que mais pessoas escravizadas conseguissem escapar.

O maior quilombo que existiu no Brasil foi o Quilombo dos Palmares, que ficava localizado entre os atuais estados de Alagoas e Pernambuco. Palmares resistiu durante quase 100 anos e chegou a abrigar cerca de 20 mil pessoas. Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares e tornou-se símbolo da luta dos africanos e de seus descendentes. Ele foi morto em 20 de novembro de 1695.

1. Observe a escultura que representa o líder Zumbi dos Palmares. A preocupação da autora foi retratar Zumbi como uma pessoa escravizada ou como um guerreiro? Comente.

Oriente os alunos a observarem a postura de Zumbi nesta escultura, que faz referência à sua dignidade e coragem, características próprias de um guerreiro.

IMAGEM: estátua em bronze de um homem negro segurando uma lança. FIM DA IMAGEM.

Essa escultura, feita pela artista Márcia Magno em 2008, é uma representação de Zumbi. Ela está localizada na Praça da Sé, em Salvador, Bahia. Foto de 2020.

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Sugestão de roteiro

A luta dos africanos e de seus descendentes

5 aulas

  • Leitura conjunta e atividades das páginas 56 e 57.
  • Leitura do boxe da página 58.
  • Atividades e boxe Ideias para compartilhar da página 59.
  • Leitura conjunta e atividades da seção Cidadão do mundo: Brasil: uma mistura de culturas! das páginas 60 e 61.
  • Atividade da seção Para saber fazer das páginas 62 e 63.
  • Leitura conjunta e atividades da seção Arte e História da página 64.

57

Apesar da resistência dos grupos de pessoas escravizadas, a escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos, e só foi abolida em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Essa lei foi assinada pela princesa Isabel, filha do imperador Dom Pedro II.

Desde então, os descendentes de africanos vêm lutando contra a discriminação e em favor da igualdade de oportunidades. Eles obtiveram muitas conquistas, como a lei aprovada na Constituição Federal de 1988, que considera crime o racismo.

Atualmente, os afro-brasileiros estão se organizando cada vez mais em defesa de seus direitos e para serem respeitados no país que ajudaram a construir.

Apesar de a abolição ser comemorada no dia 13 de maio, no Brasil, muitos afro-brasileiros dão mais importância ao dia 20 de novembro, que é o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa data foi escolhida em homenagem a Zumbi, símbolo da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade.

IMAGEM: estátua colorida sobre um bloco de cimento representando um homem arremessando uma lança. FIM DA IMAGEM.

Estátua em homenagem a Zumbi, obra do artista Rogério Sarmento. Essa estátua está localizada no município de União dos Palmares, estado de Alagoas. Foto de 2016.

2. Resposta pessoal. Verifique os conhecimentos prévios dos alunos sobre o Dia Nacional da Consciência Negra. Pergunte se já participaram de alguma celebração ou manifestação nessa data. Em caso afirmativo, instigue-os a comentar como foi essa experiência.

2. Você já tinha ouvido falar do Dia Nacional da Consciência Negra? O que você sabe sobre essa comemoração?

3. Em sua opinião, por que muitas pessoas preferem o dia 20 de novembro e não o dia 13 de maio como símbolo da luta contra a discriminação racial no país?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que o dia 20 de novembro (data da morte de Zumbi) representa a resistência dos povos africanos e de seus descendentes à escravidão e à discriminação racial.

MANUAL DO PROFESSOR

Mais atividades

  • Para aprofundar o tema discutido nesta página, realize com os alunos uma atividade de análise de reportagem sobre a discriminação, da maneira descrita a seguir.

    • Proponha aos alunos que pesquisem reportagens que tratem da discriminação de pessoas no Brasil ou no mundo.
    • Peça-lhes que levem as pesquisas e leiam-nas para a turma.
    • Em seguida, promova um debate acerca dos assuntos relatados, questionando os alunos nos momentos apropriados sobre as atitudes discriminatórias e quais deveriam ter sido as atitudes corretas em cada um dos casos.
    • Encerre a atividade pedindo aos alunos que escrevam um pequeno texto no qual relatem suas impressões sobre as reportagens analisadas.

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COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Ainda hoje, em diversas regiões do Brasil, existem descendentes de pessoas escravizadas e ex-escravizadas vivendo coletivamente de acordo com as tradições culturais de seus antepassados. Atualmente, existem cerca de 3 400 comunidades remanescentes de quilombos no Brasil.

Em muitas comunidades quilombolas, as populações trabalham na extração de recursos naturais de modo sustentável.

IMAGEM: mulher segurando galhos cheios de açaí em meio a uma plantação de açaizeiros. ao seu lado, há um recipiente de plástico onde ela coloca os frutos colhidos. FIM DA IMAGEM.

Na foto, quilombola trabalhando na extração do açaí na comunidade de Mangabeira, no município de Mocajuba, estado do Pará, em 2020.

IMAGEM: crianças negras vestidas com calças, blusas e chapéus coloridos tocando tambores. FIM DA IMAGEM.

Na foto, crianças durante comemoração do Dia da Consciência Negra na escola da comunidade quilombola de Sobara, no município de Araruama, estado do Rio de Janeiro, em 2015.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques BNCC

  • Nesta página é possível explorar a habilidade EF04HI05, pois trata da ocupação do campo pelas comunidades quilombolas e explica que o trabalho de extração dos recursos naturais é feito de modo sustentável.

[...]

Por muito tempo o principal sustento das famílias em Sobara era baseado na agricultura familiar pelo cultivo de milho, feijão, batata, banana, cajá, laranja, urucum, aipim, mandioca-brava, além da criação de animais de pequeno porte, como galinhas e porcos. As famílias vendiam o excedente para São Vicente e proximidades, como Sobradinho e Três Vendas, elas também recebiam compradores em suas casas. Segundo relato de moradores, havia muitas "vendas" na região, muitos plantavam e viviam da roça. Cenário que sofreu profundas transformações [...]. Hoje, a agricultura familiar está reduzida [...]. Mas as famílias resistem, mantendo as roças de mandioca, árvores frutíferas e criação de animais de pequeno porte.

[...]

BATISTA, Ana Carolina Mota da Costa. Relações étnico-raciais na voz do professor: os debates curriculares no contexto quilombola. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2016. p. 101. Disponível em: https://oeds.link/HbJ4O8. Acesso em: 27 jun. 2021.

  • Promova uma roda de conversa entre os alunos para que eles reflitam sobre o tema apresentado no boxe e exponham suas opiniões para os colegas da turma.
  • Para ampliar a reflexão, converse com os alunos sobre o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Comente que essa data é comemorada em 21 de março, como uma forma de combater o racismo no mundo. Essa data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar o massacre de Shaperville, que ocorreu em 1960, na África do Sul. Nesse episódio, durante um protesto pacífico promovido por sul-africanos negros contra a "lei do passe" (que os obrigava a portar um cartão de identificação indicando os lugares que eles poderiam circular), os policiais atiraram contra a multidão, matando 69 pessoas.

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ATIVIDADES

1. a. A charge mostra a raiz de uma árvore, que apresenta um aspecto bem exagerado. Na parte superior vemos a palavra racismo.

1. Observe a charge e responda às questões no caderno.

1. b. Essa charge trata sobre o problema do racismo.

  1. Descreva a charge.
  2. Sobre qual problema brasileiro trata essa charge?
  3. Qual é a crítica que o artista realizou ao produzir essa charge? Explique citando elementos da imagem.

O artista pretendeu demonstrar que o racismo está enraizado na sociedade brasileira. Se necessário, auxilie os alunos a perceberem a relação das raízes com a palavra "enraizado" e oriente-os na análise desse recurso.

IMAGEM: tronco de árvore cortado, com um broto nascendo de um pequeno galho na lateral, e a palavra racismo entalhada na casca. abaixo da terra há uma raiz bem grossa e profunda com diversas raízes finas que se ramificam por todos os lados. FIM DA IMAGEM.

Racismo, de Junião, 2013.

2. Leia a manchete a seguir e, depois, responda oralmente às questões.

'O preconceito ainda existe', diz mulher negra em ação social contra o racismo, em Macapá

Disponível em: https://oeds.link/i9uycR. Acesso em: 23 jan. 2021.

LER E COMPREENDER

  1. Qual é o assunto da manchete? A manchete trata sobre o racismo.
  2. O que a pessoa citada afirma? Ela afirma que o preconceito ainda existe no Brasil.
  3. Cite algumas atitudes que devemos ter em nosso dia a dia para combater o racismo. Algumas atitudes que podem ser citadas pelos alunos: respeitar as pessoas e suas tradições culturais, valorizar as diferenças entre as pessoas, conhecer a história e cultura dos diferentes povos que contribuíram na formação do Brasil, entre outras.

Você concorda com a opinião do artista da charge? Converse com os colegas sobre o tema e cite algumas formas de lutarmos contra o racismo na sociedade brasileira.

Resposta pessoal.

MANUAL DO PROFESSOR

Ler e compreender

Antes da leitura

Comente com os alunos que manchete é o título de uma notícia de um jornal ou revista, escrito em letras grandes, cujo objetivo é resumir o conteúdo em poucas linhas e chamar a atenção do leitor. Ressalte que essa manchete foi veiculada em um portal de notícias da internet em 2019 para alertar os leitores a respeito de uma questão atual.

Durante a leitura

Oriente os alunos a lerem primeiro silenciosamente a manchete e, depois, em voz alta uma segunda vez.

Depois da leitura

Faça uma análise da manchete com os alunos, realizando as inferências necessárias para as respostas dos itens a e b. O objetivo é que os alunos reconheçam a questão do racismo como um problema ainda presente na sociedade atual. Após essa análise, incentive os alunos na formulação de argumentos para ações de combate ao racismo, traçando um paralelo com o conteúdo trabalhado nas aulas anteriores. Se julgar pertinente, para aprimorar o trabalho com produção textual, peça aos alunos que transformem a discussão do item c em um texto que problematize a questão do racismo.

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CIDADÃO DO MUNDO - Brasil: uma mistura de culturas!

O contato entre os costumes indígenas, europeus e africanos contribuiu para a formação da cultura brasileira. Vamos conhecer a origem de algumas tradições do nosso país?

Desde sua chegada, os portugueses utilizaram os conhecimentos dos indígenas para sobreviver no território. Dessa forma, muito do modo de vida dos indígenas passou a fazer parte do cotidiano dos portugueses e chegou até os dias de hoje. Um desses hábitos é o costume de tomar banho diariamente.

IMAGEM: menina tomando banho com uma ducha. FIM DA IMAGEM.

Criança tomando banho.

O hábito de dormir e de repousar em redes é um costume de origem indígena que faz parte do cotidiano dos brasileiros até os dias de hoje.

IMAGEM: mulher dormindo em uma rede e usando o chapéu para cobrir o rosto. FIM DA IMAGEM.

Mulher descansando em rede.

Os vários povos indígenas que habitavam o Brasil tinham bastante conhecimento da natureza. Eles sabiam quais plantas serviam como alimento e como remédio. O consumo atual de vários alimentos, como o milho, a mandioca, a abóbora e o amendoim, tem origem nos hábitos indígenas.

IMAGEM: prato com mandioca cozida. FIM DA IMAGEM.

Mandioca cozida.

Os portugueses influenciaram no modo como muitas casas e igrejas foram construídas no período Colonial. Muitas dessas construções existem nas cidades brasileiras até os dias de hoje.

IMAGEM: capa do livro cordel infantil, brincadeiras populares, com o desenho de crianças brincando. FIM DA IMAGEM.

Capa do cordel Brincadeiras populares, de Abdias Campos, 2010.

A literatura de cordel, na qual poemas rimados são publicados em folhetos ilustrados, tem origem nas tradições portuguesas trazidas no período Colonial.

IMAGEM: rua de pedras com calçada pequena e casas com portas e janelas coloridas. FIM DA IMAGEM.

Foto de rua de paralelepípedos e construções portuguesas da época da colonização no município de Paraty, estado do Rio de Janeiro, em 2019.

MANUAL DO PROFESSOR

Objetivo da seção

  • Reconhecer e valorizar a contribuição de indígenas, africanos e portugueses para a formação da cultura brasileira.

Destaques BNCC

  • O conteúdo abordado nesta seção propicia o desenvolvimento da habilidade EF04HI10 ao mostrar as contribuições das diversas culturas na formação da sociedade brasileira. Explique aos alunos que a base de nossa cultura está relacionada, sobretudo, às contribuições desses povos. Contudo, outras culturas e outros povos também ajudaram a formar a sociedade brasileira, como árabes e asiáticos.
  • Esta seção contempla o trabalho com o Tema contemporâneo transversal Diversidade cultural ao apresentar diversas tradições culturais brasileiras resultantes das contribuições e trocas culturais entre portugueses, africanos e indígenas.
  • Realize uma abordagem dinâmica desta seção e peça aos alunos que observem, em um primeiro momento, apenas as imagens. O objetivo é que eles comentem qual tradição cultural é representada e qual é sua origem. Depois, faça a leitura dos textos informativos com os alunos a fim de que eles confrontem as informações e verifiquem se as suposições estavam corretas.

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IMAGEM: duas pessoas vestidas com calças e camisetas brancas jogam capoeira em uma roda. outras pessoas ao redor tocam berimbau e outros instrumentos. FIM DA IMAGEM.

Roda de Capoeira no município de Salvador, estado da Bahia, em 2019.

A capoeira era praticada nas senzalas pelas pessoas escravizadas como forma de resistência contra a escravidão. Atualmente, milhares de pessoas em todo o Brasil praticam a capoeira como uma arte e um esporte. Além de contribuir para a saúde do corpo e da mente, ela ajuda a desenvolver em seus praticantes valores como o respeito e a solidariedade.

IMAGEM: mulher saltando e cruzando as pernas no ar, enquanto segura um pequeno guarda-chuva colorido. FIM DA IMAGEM.

Dançarina de frevo. Município de Recife, estado de Pernambuco, em 2018.

A influência africana está presente em muitos ritmos musicais brasileiros, como o samba, o maracatu e o frevo.

IMAGEM: bongô, um instrumento de percussão composto por dois pequenos tambores unidos entre si por uma placa de madeira. FIM DA IMAGEM.

Bongô, instrumento musical de origem africana.

Muitos instrumentos musicais usados no Brasil são de origem africana, como o atabaque, a cuíca, o berimbau e o bongô.

IMAGEM: acarajé, alimento feito com massa frita e recheado com camarão e outros ingredientes. FIM DA IMAGEM.

Foto de acarajé.

Na culinária brasileira existem vários pratos de origem africana, como a canjica, o acarajé, o vatapá, o angu e a feijoada.

  1. Você já conhecia a origem de alguma das tradições apresentadas nestas páginas?
  2. Qual das tradições citadas faz parte do seu dia a dia? Converse com os colegas sobre isso.
  3. Em duplas, escrevam um texto no caderno sobre a diversidade de tradições que caracteriza a cultura brasileira. Utilizem em seu texto os elementos citados na seção. Depois, um dos membros da dupla pode ler o texto em voz alta para a turma. PNA

Respostas pessoais. Comentários nas orientações ao professor.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques PNA

  • A atividade 3 favorece o desenvolvimento dos componentes produção de escrita e fluência em leitura oral ao solicitar aos alunos que articulem os elementos trabalhados na seção em um texto sobre o tema e depois façam a leitura oral dos resultados para o restante da turma.

Comentários de respostas

  1. Esta atividade pretende verificar os conhecimentos dos alunos em relação ao tema explorado na seção.
  2. Esta atividade tem como objetivo relacionar os conteúdos da seção à realidade próxima dos alunos. Oriente-os a comentar com os colegas aspectos da vivência deles.
  3. Oriente os alunos na retomada da leitura da seção e na identificação dos elementos necessários. Depois, reserve um momento para a leitura em voz alta dos textos, incentivando a participação de todas as duplas nesse momento.

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PARA SABER FAZER - Exposição cultural

Os alunos do 4o ano e a professora resolveram fazer uma exposição sobre a cultura brasileira, com destaque para as influências dos povos indígenas, portugueses e africanos.

Veja o que eles fizeram.

  1. Dividiram-se em grupos.
  2. Analisaram os temas da exposição e escolheram o assunto de cada grupo.
  3. Realizaram uma pesquisa sobre o tema. Eles utilizaram livros da biblioteca e sites da internet.
  4. Separaram imagens, recortes, dados e informações encontradas e prepararam o material para a exposição.
  5. No dia escolhido com a professora, montaram a exposição. Penduraram cartazes e painéis, realizaram apresentações, tocaram músicas, propuseram a degustação de comidas típicas, entre outros. A exposição foi um sucesso!

IMAGEM: uma menina com mochila nas costas observa uma exposição sobre a cultura brasileira. na primeira parte da exposição, dedicada à dança, há um pequeno guarda-chuva colorido sobre uma mesa e um menino parado na frente de um quadro que mostra uma mulher dançando de saia e segurando um guarda-chuva colorido. na continuação da mesa da exposição, há uma cesta cheia de frutas e uma placa onde está escrito culinária. um quadro atrás da mesa mostra um prato de comida, algumas frutas e uma jarra. a sequência da exposição sobre a cultura brasileira mostra dois quadros atrás de uma mesa comprida que contém uma placa onde está escrito festas. um casal de adultos e uma criança escutam a explicação de uma menina que aponta para um quadro pintado com a bandeira do maracatu. ao lado, há outro quadro ilustrando bandeirinhas coloridas e uma fogueira. em outra mesa, uma menina mostra um livro para um colega. outros dois meninos caminham pela exposição, sorridentes. um deles olha para o lado e diz: não se esqueça de divulgar sua exposição cultural para todos da comunidade! fazer panfletos, por exemplo, com a data e o horário pode ser uma boa ideia. FIM DA IMAGEM.

Não se esqueça de divulgar sua exposição cultural para todos da comunidade! Fazer panfletos, por exemplo, com a data e o horário pode ser uma boa ideia.

MANUAL DO PROFESSOR

Destaques BNCC

  • A atividade de organização de uma exposição sobre a cultura brasileira possibilita o desenvolvimento da Competência geral 1 à medida que os alunos deverão mobilizar os conhecimentos estudados para compreender e explicar a formação multicultural brasileira.
  • A Competência geral 3 também é contemplada, uma vez que esta atividade possibilita a valorização das diversas manifestações artísticas que compõem a cultura brasileira.

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AGORA É COM VOCÊ!

Siga as etapas da página anterior para montar uma exposição cultural sobre a cultura brasileira com a sua turma.

Lembrem-se de que diversas tradições atuais do nosso país receberam influência dos povos indígenas, europeus e africanos.

Assim, procurem destacar esses aspectos na exposição, mostrando elementos da culinária, literatura, danças, festas, arquitetura, etc.

CULTURA BRASILEIRA

MANUAL DO PROFESSOR

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ARTE E HISTÓRIA - Máscaras africanas

1. A: madeira.

B: penas e miçangas.

C: madeira e conchas.

Muitos povos africanos mantêm o costume de usar máscaras em suas celebrações e rituais. Essas máscaras são consideradas sagradas porque representam elementos do sobrenatural, como os espíritos dos ancestrais a serem cultuados.

As máscaras são feitas de diversos materiais, como madeira, conchas, ferro, penas, bronze, marfim e miçangas. Veja a seguir alguns exemplos de máscaras africanas.

IMAGEM: penas coloridas. FIM DA IMAGEM.

A

IMAGEM: máscara de madeira com diversas conchas na parte superior . FIM DA IMAGEM.

Máscara da etnia dogon, feita no século 20.

B

IMAGEM: máscara feita com miçangas coloridas e penas na parte superior. FIM DA IMAGEM.

Máscara da etnia tabwa, feita no século 20.

C

IMAGEM: máscara de madeira com diversas conchas na parte superior . 4 búzios. 8 búzios. FIM DA IMAGEM.

Máscara da etnia dan, feita no século 20.

2. As máscaras representa vam elementos do sobre natural, simbolizando o es pírito de ancestrais a serem cultuados, por exemplo.

  1. Você consegue identificar de que materiais são feitas essas máscaras? Converse sobre isso com os colegas.
  2. Qual era a importância das máscaras para os povos africanos?
MANUAL DO PROFESSOR

Objetivos da seção

  • Aprender sobre as máscaras africanas.
  • Identificar a importância das máscaras em rituais e celebrações.
  • Reconhecer e valorizar elementos da cultura africana.

Destaques BNCC

  • O trabalho com esta seção contribui para o desenvolvimento da Competência geral 3 ao apresentar as máscaras como exemplos de manifestação artística africana. Explore as imagens das máscaras com os alunos, chamando a atenção para os diferentes formatos e materiais. Mostre, por exemplo, que a primeira máscara representa um animal, enquanto as outras duas imitam o rosto humano.

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O QUE VOCÊ ESTUDOU?

2. Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os alunos a articular os dois conceitos analisados anteriormente. Espera-se que eles escrevam uma frase sobre o contexto das Grandes Navegações, em que os europeus fizeram viagens marítimas em busca de especiarias para o comércio.

1. Escreva no caderno a definição correta das duas expressões a seguir.

  1. Grandes Navegações.
  2. Especiarias.

Expedições marítimas organizadas pelos europeus nos séculos 15 e 16, com o objetivo de encontrar outras terras e novas rotas comerciais. Produtos bastante valorizados comercialmente nos séculos 15 e 16, como canela, cravo, gengibre e noz-moscada.

2. Agora, após as definições dos conceitos, escreva no caderno uma frase que contenha essas duas expressões.

3. b. As pessoas escravizadas desobedeciam às ordens de seus proprietários, quebravam ferramentas, incendiavam canaviais, fugiam e formavam quilombos.

3. Sobre o tema da escravização, responda às questões a seguir no caderno.

  1. Como era o transporte que trazia pessoas escravizadas ao Brasil?
  2. Quais eram as formas de resistência à escravidão?

4. Nesta unidade, discutimos sobre a importância de combater o racismo e analisamos uma charge sobre o tema. Agora, é a vez de vocês produzirem uma charge!

Siga as orientações a seguir.

3. a. As pessoas escravizadas eram transportadas em navios tumbeiros. Elas eram colocadas em espaços pequenos, sem condições de higiene e com alimentação precária, o que levava a um alto índice de mortalidade.

  • Dividam-se em duplas para a produção da charge.
  • Leiam novamente as páginas 51 e 52.
  • Definam o elemento principal da charge e a mensagem que ela vai transmitir. Lembrem-se de que as charges costumam fazer uma ironia, ou seja, trazem elementos de humor ou ironia para realizar uma crítica a algum aspecto social.
  • Façam uma primeira versão da charge e mostrem ao professor.
  • Verifiquem a necessidade de fazer algum ajuste na charge, de acordo com as orientações do professor.
  • Façam os ajustes finais e pintem com lápis de cor.
  • Apresentem a charge de vocês aos colegas.

Resposta pessoal. Comentários nas orientações ao professor.

IMAGEM: diversos lápis de cor coloridos. FIM DA IMAGEM.

MANUAL DO PROFESSOR

Sugestão de roteiro

1 aula

  • Avaliação de processo.

O que você estudou?

1 Objetivo

  • Conceituar Grandes Navegações e especiarias.

Como proceder

  • Caso os alunos apresentem dificuldades para elaborar os conceitos, retome a leitura da página 38, salientando as informações importantes. Depois, faça uma correção da atividade com a turma toda.

2 Objetivo

  • Relacionar as Grandes Navegações ao comércio de especiarias.

Como proceder

  • Utilize a atividade anterior como subsídio para a execução desta atividade. Peça aos alunos que produzam frases articulando os dois conceitos já definidos.

3 Objetivo

  • Identificar as principais características do processo de escravização de africanos no Brasil.

Como proceder

  • Retome os conteúdos trabalhados nas aulas anteriores e proponha aos alunos uma leitura coletiva das páginas 53 e 54. Durante a leitura, saliente os pontos importantes, como as características das embarcações e as condições de higiene e alimentação às quais as pessoas escravizadas eram submetidas.

4 Objetivo

  • Elaborar uma charge sobre o racismo.
  • Oriente os alunos a conversarem sobre a questão do racismo e a propor ações que possam combatê-lo. Se julgar conveniente, mostre algumas charges sobre o tema para os alunos analisarem e observarem seus elementos.

Como proceder

  • Trabalhe com os alunos algumas características essenciais da charge, como a crítica social. Se houver disponibilidade, utilize a sala de informática da escola para que os alunos analisem alguns exemplos de charges. Depois, organize-os em duplas para a elaboração das charges, distribuindo folhas papel de sulfite, canetas coloridas e lápis de cor. Caminhe pela sala de aula para avaliar os trabalhos e verificar possíveis ajustes.

Conclusão da unidade 2

Com a finalidade de avaliar o aprendizado dos alunos em relação aos objetivos propostos nesta unidade, desenvolva as atividades do quadro. Esse trabalho favorecerá a observação da trajetória, dos avanços e das aprendizagens dos alunos de maneira individual e coletiva, evidenciando a progressão ocorrida durante o trabalho com a unidade.

Dica

Sugerimos que você reproduza e complete o quadro da página 11-MP deste Manual do professor com os objetivos de aprendizagem listados a seguir e registre a trajetória de cada aluno, destacando os avanços e as conquistas.

Objetivos Como proceder
  • Refletir sobre a comemoração dos 500 anos do Brasil.
  • Incentivar o respeito aos povos indígenas e a valorização de sua cultura.
  • Inicialmente, retome com os alunos os conteúdos das páginas 34 e 35. Depois, promova uma roda de conversa propondo as seguintes questões: "É adequado dizer que o Brasil foi 'descoberto' pelos portugueses?"; "Quais são as principais reivindicações dos povos indígenas?"; "Qual é a situação dos povos indígenas na atualidade?". Com base nas respostas dadas, verifique a compreensão dos alunos sobre o tema.
  • Aprender sobre os primeiros habitantes do continente americano.
  • Refletir sobre a necessidade da preservação dos sítios arqueológicos brasileiros.
  • Analise com os alunos as imagens das páginas 36 e 37, observando as informações presentes nas respectivas legendas. Depois, proponha que os alunos escrevam, no caderno, um parágrafo sobre a importância de cada um desses vestígios para a construção de conhecimentos acerca dos primeiros habitantes do continente americano. Faça uma revisão dos textos, sanando possíveis dúvidas e verificando a aprendizagem dos alunos.
  • Identificar os motivos que levaram os europeus a iniciarem as Grandes Navegações.
  • Refletir sobre as transformações provenientes do deslocamento de pessoas e mercadorias nos séculos XV e XVI.
  • Retome com os alunos o conteúdo sobre as Grandes Navegações e peça-lhes que façam uma releitura das páginas, destacando as informações e os conceitos importantes. Proponha a elaboração de um mapa mental articulando as informações destacadas por meio da utilização de palavras-chave, símbolos e setas. Aproveite a atividade para verificar se os alunos atingiram os objetivos propostos.
  • Reconhecer e valorizar a diversidade de povos e culturas presente no continente africano.
  • Identificar os reinos e impérios africanos e suas diferentes formas de organização.
  • Proponha aos alunos a elaboração de uma pesquisa sobre a diversidade cultural do continente africano, incluindo seus reinos e impérios. Tendo como referência as informações obtidas, peça aos alunos que produzam um cartaz no qual articulem imagens e textos sobre o tema. Ao final, faça uma exposição dos trabalhos na sala de aula ou nos corredores da escola.
  • Perceber a influência africana nas características físicas de grande parte da população brasileira.
  • Identificar os motivos pelos quais os africanos foram trazidos ao Brasil.
  • Compreender o processo de exploração da mão de obra africana no Brasil.
  • Reconhecer e valorizar as contribuições dos povos africanos para a formação social e cultural do país.
  • Para retomar com os alunos o tema da influência africana no Brasil, proponha a seguinte dinâmica: escreva na lousa algumas frases sobre o conteúdo, por volta de seis ou sete frases, e depois peça a alguns alunos que se dirijam até a lousa e as complementem com seus respectivos conceitos. Por último, faça uma leitura conjunta com a turma das frases e seus complementos, esclareça possíveis dúvidas e avalie a compreensão dos conceitos elaborados.
  • Refletir sobre o racismo no Brasil.
  • Reconhecer e valorizar a luta dos africanos e seus descendentes contra a escravidão.
  • Reconhecer e valorizar a contribuição de indígenas, africanos e portugueses para a formação da cultura brasileira.
  • Proponha aos alunos a elaboração de panfletos para uma campanha de conscientização sobre o combate ao racismo. Para isso, distribua os alunos em grupos de 4 ou 5 integrantes e peça-lhes que produzam pequenos textos abordando ações de combate ao racismo no cotidiano. Esses textos deverão ser curtos e de caráter informativo para que, junto às imagens, integrem o conteúdo dos panfletos a serem distribuídos posteriormente na comunidade. Incentive o engajamento e a participação dos alunos durante a realização da atividade.

66

MANUAL DO PROFESSOR

Introdução da unidade 3

O objetivo principal desta unidade é estudar os deslocamentos populacionais que ocorreram ao longo da história do Brasil. Os alunos poderão compreender como os trabalhadores imigrantes que vieram para o Brasil a partir do século XIX contribuíram para transformar o país em uma nação multicultural e como ocorreram as migrações entre as regiões brasileiras, sobretudo a migração nordestina, e sua influência cultural.

Partindo de exemplos próximos da realidade dos alunos, o tema da imigração é abordado em longa perspectiva, chegando até os dias atuais. Diversos aspectos do tema serão analisados, como as condições de deslocamento, acolhimento, trabalho e moradia dos imigrantes, tanto dos que seguiram para as fazendas de café como dos que ficaram nas cidades. No que se refere à imigração atual, propõe-se uma reflexão por meio da análise de gráfico e texto sobre o caso de imigrantes ilegais e refugiados.

Para desenvolver a capacidade crítica dos alunos, serão propostas algumas questões de cunho investigativo e de produção de escrita a fim de que eles reconheçam os motivos que levaram as pessoas a mudar seu local de moradia, as condições em que isso ocorreu e quais foram as consequências desse processo.

Desse modo, as atividades desta unidade, além de possibilitar o trabalho com diversos temas, propiciam o desenvolvimento dos seguintes objetivos de aprendizagem.

Objetivos

  • Conhecer o contexto histórico do lugar onde viviam os imigrantes e quais foram os motivos que os atraíram para o Brasil.
  • Conhecer as etapas de deslocamento dos imigrantes, desde a viagem para o Brasil até seu alojamento final.
  • Entender como se davam os acordos de trabalho entre imigrantes e fazendeiros.
  • Identificar as principais atividades realizadas pelos imigrantes nas cidades no início do século XX.
  • Conhecer as condições de trabalho nas primeiras fábricas do Brasil.
  • Identificar alguns grupos de imigrantes que vieram para o Brasil nas últimas décadas.
  • Perceber que os motivos que atraem imigrantes para o Brasil na atualidade são diferentes das razões que os atraíam no passado.
  • Conhecer as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes ilegais.
  • Compreender os contextos históricos das migrações que ocorreram no Brasil entre os séculos XVII e XX.
  • Conhecer o contexto histórico da migração nordestina e as dificuldades vividas pela população dessa região.
  • Identificar os principais lugares de destino dos migrantes nordestinos.
  • Compreender que os trabalhadores nordestinos foram os principais responsáveis pela construção de Brasília.
  • Analisar o contexto das migrações para a região amazônica, refletindo sobre questões relacionadas à preservação ambiental.
  • Reconhecer a influência dos nordestinos na cultura brasileira.
  • Valorizar aspectos culturais da Região Nordeste.

Pré-requisitos pedagógicos

Destaques PNA

  • No decorrer da unidade, o componente desenvolvimento de vocabulário é contemplado em diversos momentos, à medida que os alunos leem os textos da unidade sobre os deslocamentos populacionais ao longo da História, incluindo as imigrações do século XIX e as migrações entre os estados, a situação dos refugiados no Brasil e a recente onda de emigrações para o exterior.

Amplie seus conhecimentos

  • CECCHETTI, Elcio; PIOVEZANA, Leonel (Org.). Interculturalidade e educação: saberes, práticas e desafios. Blumenau: Ed. da Furb, 2015.

A obra apresenta textos de diversos autores da área de educação sobre o tema da interculturalidade no contexto contemporâneo. Por meio de reflexões, os pesquisadores abrem novas perspectivas para o trabalho em sala de aula considerando as múltiplas culturas, os saberes e os valores que compõem a sociedade brasileira.