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CAPÍTULO 4 Roteiros de aula para o 1o ano
Observe a imagem.
Conectando ideias
1. Você costuma trabalhar com a amarelinha em seu roteiro de aulas para a turma do 1o ano?
2. E com o salto em altura?
3. De que forma o componente Arte pode ser incorporado em seu planejamento?
Aproveite estas questões iniciais do capítulo para refletir sobre os roteiros de aula em sua prática pedagógica. A amarelinha será proposta neste capítulo como tema da unidade temática Brincadeiras e jogos; o salto em altura será proposto no trabalho com a unidade temática Esportes. Como uma obra de Linguagens, reflita também como o componente curricular Arte pode estar presente nas aulas de Educação Física. Neste capítulo, vamos propor algumas conexões entre Educação Física e Arte na seção "Misturando linguagens".
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Neste capítulo, o objetivo é exemplificar o trabalho com as unidades temáticas para o 1o ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais.
São ideias que você pode aplicar em sua prática pedagógica a fim de envolver seus alunos em um processo de ensino-aprendizagem que tenha relação com a realidade deles e seus interesses. Você pode adaptar as práticas aqui propostas de acordo com as especificidades de seu planejamento, de seu grupo de alunos e de sua realidade escolar.
Ao final de algumas aulas, na seção "Misturando linguagens", há a possibilidade de correlacionar determinados saberes com Arte, pensando os dois componentes curriculares sob um viés interdisciplinar.
Proposta de roteiros de aulas
Roteiro de aula 1
■ Unidade temática
Brincadeiras e jogos.
■ Objetos de conhecimento
Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional.
■ Competência específica de Educação Física
1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidades de Educação Física
(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.
(EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas.
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■ Habilidades de Arte
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
(EF15AR24) Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferentes matrizes estéticas e culturais.
(EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
■ Tema: Brincadeiras populares - amarelinha
Sendo os jogos e as brincadeiras manifestações da cultura corporal, é importante que as crianças possam experimentar e usufruir desse universo cultural, podendo reconhecer suas semelhanças e diferenças.
Para tal, a brincadeira popular amarelinha é conhe cida e jogada de diferentes maneiras, ao levar em consi deração o contexto cultural em que se encontra.
Antes de iniciar a aula de amarelinha com os estudantes, mostre a escultura do artista Ivan Cruz, que criou uma representação dessa brincadeira antiga e conhecida por nomes diferentes em várias regiões brasileiras.
■ Processo pedagógico
- Para estabelecer conexão com o conhecimento prévio dos estudantes, você pode dar início à aula perguntando a eles se já ouviram falar dessa brincadeira, ou mesmo já experimentaram brincar de amarelinha. Nesse sentido, é possível começar a aula a partir da amarelinha que eles já reconhecem.
- Você também pode apresentar aos estudantes outros nomes que essa brincadeira pode ter, dependendo do contexto cultural. Por exemplo: no Rio de Janeiro, ela é conhecida como academia ou cademia; no Rio Grande do Sul, sapata; na Bahia e no Pará, é conhecida como macaca.
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- Diga aos estudantes que há outros modos de praticar a amarelinha. Neste momento, você pode apresentar diversos tipos de amarelinha, cada um com suas regras e seus objetivos. Por exemplo: a africana e a caracol, em que há variações tanto na disposição dos desenhos quanto nos materiais utilizados.
- Uma possibilidade estratégica é começar a vivenciar as amarelinhas, das mais simples às mais complexas, podendo iniciar com a tradicional, que é desenhada no chão com giz ou fita e os números estão dispostos diante da criança, facilitando o lançamento da pedrinha, sem que ela necessite de uma interação com outras crianças para desenvolver o jogo. Segue-se, assim, para variações de desenhos como a caracol e terminando com algumas mais complexas, como a africana, que demanda uma interação entre os estudantes para se desenvolver, podendo ser feita de duas ou mais maneiras, dependendo do número de quadrados produzidos.
Para saber mais
Diversidade na amarelinha africana. Tempo junto. Por Patricia Camargo, 24 jul. 2019. Disponível em: https://oeds.link/SqWWG0. Acesso em: 11 maio 2021.
Explica as características da amarelinha africana com imagens que ilustram como se brinca. Apresenta também vídeos mostrando a interação entre duas pessoas que brincam de amarelinha africana.
- Outra possibilidade estratégica: Proponha um circuito de amarelinha em pequenos grupos, com experimentação livre. De acordo com seu contexto de aula, você tem autonomia para escolher o método mais apropriado para a aula e para seu grupo de alunos.
■ Avaliação
Os estudantes, após vivenciarem diferentes possibilidades desse jogo, agora têm repertório e autonomia para criar as próprias amarelinhas. Com diferentes materiais, você pode propor a eles que, com base na criatividade e na imaginação, criem os próprios jogos de amarelinha. A criação do tipo de amarelinha pode ocorrer em dois níveis: o da experimentação (com a aplicação prática e a vivência do jogo em si) e o do registro artístico.
A diversidade de possibilidades que será criada pode ser um disparador para vivências em aulas subsequentes.
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Lembrando que, nas atividades avaliativas, não só os saberes práticos devem ser considerados, mas também os contextos históricos e culturais e a dimensão socioafetiva, para atingir o objetivo de formação integral dos estudantes. As possibilidades de instrumentos avaliativos também são variadas e podem ser aplicadas por meio de registros de diferentes métodos (desenhos, colagens, fotografias e vídeos), fichas de observação, portfólios, autoavaliação e/ou rodas de conversa.
Misturando linguagens
Em integração com Arte, a criação de diferentes possibilidades de amarelinhas pode ser um portfólio rico para uma exposição na classe ou na escola.
Você pode pedir que esse registro seja feito com o uso diferentes materiais (tinta, colagens, giz de cera, lápis de cor, canetas hidrocor ou até mesmo grafite e folha sulfite). As próprias criações artísticas das amarelinhas, que antes foram item de avaliação, agora são produções culturais e dialogam com a perspectiva do estudante como protagonista da própria aprendizagem. Para aprofundar a vivência com esse jogo popular, é possível propor uma pintura permanente de variadas amarelinhas, dentre as abordadas nas aulas.
Desse modo, eles poderão ampliar a fruição desses jogos em outros momentos, ampliando seu envolvimento e tornando a aprendizagem ainda mais significativa.
Ainda em integração com o componente Arte, retome a escultura "Pulando Amarelinha", do início deste roteiro de aula, e comente com os alunos sobre a vida e a obra do artista Ivan Cruz, que criou esculturas de bronze representando brincadeiras da infância. Para mais subsídios, leia o texto:
Pintando diversão: Ivan Cruz
Bola de gude, bambolê, amarelinha, aviãozinho de papel. Em seus quadros, o artista plástico Ivan Cruz pintou mais de 100 tipos de brincadeiras diferentes. E ele diz que já brincou de todas elas! "Se eu não brincar, não tenho como passar para os meus quadros a emoção e os movimentos que as brincadeiras
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provocam no corpo da gente, então eu só pinto o que já brinquei", conta o artista.
Mesmo depois de ter pintado mais de 600 quadros sobre o tema (que compõem o que ele chama de série "Brincadeiras de Criança"), Ivan não tem uma brincadeira preferida. Para ele, cada uma tem o seu próprio tempo. "No momento em que você está brincando, aquela é a melhor brincadeira do mundo", aposta.
Ivan começou a produzir os quadros da série em 1990, alguns anos depois de ter decidido que não trabalharia mais como advogado e que se dedicaria somente à arte. Nessa época, ele tentava mudar o estilo de pintura que vinha adotando, que era mais abstrato, para um estilo mais figurativo, ou seja, que representasse objetos, pessoas e paisagens com mais realismo.
"Acabei ficando no meio do caminho, pois as formas que faço não são fechadas como nas pinturas figurativas. As crianças dos meus quadros não têm rostos, mãos e pés definidos", explica. "Mas eu gostei e continuei desenhando assim". Ele confessa também que acha que o autor tem que ser o primeiro a gostar do próprio desenho. Faz sentido, não é?
Ivan também adora usar cores vivas em seus quadros e pinta sempre o mesmo cenário. "Nos meus quadros, as ruas são de barro e as casas têm portas simples e telhados triangulares", descreve. "São assim porque pinto as ruas de Vigário Geral, no subúrbio Rio de Janeiro, na época em que eu era criança e brincava por lá".
[...] Ivan deixa um recado: "Brinquem muito! E continuem brincando mesmo depois que se tornarem adultos..."
Pode deixar com a gente, Ivan!
Pintando diversão. Ciência Hoje das Crianças, 24 jan. 2013. Disponível em: https://oeds.link/lR47TK. Acesso em: 11 jun. 2021.
Se achar pertinente, pergunte aos estudantes quais sensações a escultura de Ivan Cruz lhes transmite e o que acharam do conselho dado pelo artista: "Brinquem muito! E continuem brincando mesmo depois que se tornarem adultos ...".
Roteiro de aula 2
■ Unidade temática
Esportes.
■ Objeto de conhecimento
Esportes de marca.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
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■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidade de Educação Física
(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.
■ Tema: Salto em altura
Os esportes são manifestações culturais, em que as diversas formas de praticar variam dependendo da região e dos hábitos de determinada sociedade. O saltar é uma habilidade motora de locomoção importante para o ser humano e para a vida cotidiana que, relacionada ao contexto de jogos, pode ser organizada como uma modalidade do atletismo conhecida por salto em altura.
■ Processo pedagógico
- Para iniciar a aula, você deve fazer perguntas sobre os tipos de salto que os estudantes conhecem, se já realizaram algum deles e o nome que eles dão ao salto mencionado.
- Antes do início da aula, você vai espalhar alguns acessórios pela quadra, aleatoriamente. Após a conversa inicial, os estudantes deverão caminhar pela quadra livremente e, seguindo seu comando, eles devem realizar algum salto, da maneira que eles quiserem, usando os acessórios. Em um segundo momento, cada acessório está relacionado a um salto de determinada maneira (se for um uma corda, pular em um pé só; se for um brinquedo, saltar de olhos fechados, e assim por diante). Essa dinâmica poderá ser realizada com a turma realizando movimento de andar ou de correr.
- Para estafeta (atividades de desafios com os alunos organizados em grupos): Pendure pelo espaço da trave algumas fitas de tamanhos diferentes, identificadas por cores. Cada fita tem um valor correspondente. Organize a turma em quatro equipes; cada estudante de cada equipe deverá correr quando for a sua vez e saltar para tentar encostar em alguma fita, contabilizando o número correspondente de pontos. O jogo de estafeta termina quando todos os estudantes da coluna tiverem vivenciado a atividade. Você pode promover algumas variações de estímulos no deslocamento até a trave ou na disposição das fitas, quanto à altura, aumentando ou diminuindo o nível de dificuldade e oferecendo diferentes possibilidades para a tomada de decisão.
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■ Avaliação
Nesta aula, a proposição foi uma avaliação diagnóstica; no início do processo, você pôde aferir quais tipos de salto os estudantes já conhecem e como os nomearam. Nas aulas subsequentes, você poderá retomar alguns exercícios que dialoguem com o que foi falado por eles.
Misturando linguagens
Após a experimentação prática, os estudantes podem registrar seus saltos por meio de desenhos, comparando o próprio desenho com a altura de outros objetos dispostos na escola. "Você acha que saltou mais ou menos que a altura de uma cadeira? Você acha que saltou mais ou menos que a altura de um armário? Saltou mais ou menos que a altura de um escorregador?" Pensar em escalas e fazer esse tipo de registro ajuda os estudantes a desenvolver e construir habilidades cognitivas acerca do espaço. Além de estabelecer conexão entre Educação Física e Arte, à medida que a linguagem do desenho será explorada.
Roteiro de aula 3
■ Unidade temática
Ginásticas.
■ Objetos de conhecimento
Ginástica geral.
■ Competência específica de Educação Física
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
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■ Competência específica de Arte
2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.
■ Habilidades de Educação Física
(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da ginástica geral, de forma individual e em pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
■ Tema: Locomoção
A locomoção é um meio de movimentação e, para a humanidade, a capacidade de se locomover, individualmente e em grupo, definiu as condições de sobrevivência dos diversos grupos sociais. Na contemporaneidade, a locomoção não define somente a capacidade de estar presente em diversos lugares, mas também possibilita vivenciar diferentes atividades e experiências. Essas experiências nos proporcionam vivenciar e se apropriar de diferentes lugares, sensações, emoções e até mesmo pensamentos. Exercícios de locomoção são importantes especialmente para os idosos, pois aprimoram habilidades motoras básicas e contribuem para uma vida com boa mobilidade física.
■ Processo pedagógico
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No início da aula, converse com os estudantes sobre os diferentes tipos de locomoção que eles conhecem e dispare a seguinte questão norteadora: "Será que existem outras maneiras de se locomover que não seja andando ou correndo? Sem contar com os meios de transporte".
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Os estudantes vão explorar pela quadra algumas formas de locomoção em diferentes apoios, começando com dois tipos de apoio. Assim que você der o comando, eles deverão se locomover com três apoios e, em seguida, com quatro apoios. Depois, vão se locomover em quatro apoios de costas. Os estudantes deverão descobrir por conta própria a melhor forma de se locomover, ou a forma com que se sintam mais confortáveis.
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Os estudantes realizarão um pega-pega simples em quadrupedia, podendo-se ter mais de um pegador e restringindo a área de jogo, se necessário.
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Depois de vivenciar o pega-pega, coloque diversos acessórios em um lado da quadra e lance um desafio para a turma, em que todos devem se locomover de diferentes formas (que não seja andando nem correndo) e levar os materiais para o outro lado da quadra. Tratando-se de acessórios grandes, os estudantes poderão ajudar uns aos outros, promovendo a cooperação entre eles para concluir o desafio.
■ Avaliação
Em uma roda de conversa, leve os estudantes a refletir sobre os diferentes modos de locomoção e quais as dificuldades e os benefícios que eles encontraram na realização. Depois, ajude-os a se organizar em pequenos grupos, para que cada grupo realize um tipo de locomoção, negociando entre os pares uma forma de se apresentar. Quando eles se decidirem qual a forma de se apresentar, oriente-os a fazer uma "pose" para que seja tirada uma foto desse grupo.
Misturando linguagens
Peça aos grupos que pesquisem e tragam fotos de animais que se locomovem de diferentes formas. Estimule-os a comparar o modo como se locomoveram com as formas de locomoção desses animais.
Com as fotos de cada grupo impressas ou expostas, proponha uma conversa sobre outros animais que se locomovem de forma parecida com as que escolheram, mobilizando o repertório e a imaginação dos estudantes (por exemplo: cobra para o grupo que rastejou, canguru/sapo para o grupo que saltou, entre outras opções). Em seguida, em integração com Arte, peça que desenhem e pintem esses animais, bem como analisem como se locomovem e quais são os benefícios desse tipo de locomoção para o modo de vida deles. Além de Arte, promova uma conexão com a área de Ciências.
Para integrar à área de Ciências, você pode explorar com os estudantes as ideias do texto a seguir:
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Dúvida Animal: Como animais sem pernas e braços conseguem se mover?
A maioria dos animais consegue ir de um lugar para outro sem problemas. Há raras exceções, como as esponjas (que vivem no fundo do mar, não confunda com as esponjas da cozinha), que sempre estão fixas em um único lugar.
Dependendo da espécie, a locomoção pode acontecer pelo ar (como aves, insetos e morcegos), pela água (como peixes, tartarugas marinhas, baleias e golfinhos) e pela terra (como cavalos, leões, zebras, elefantes e lobos). Existem até animais que se adaptaram muito bem para se locomover pelos galhos das árvores, como algumas espécies de macacos que quase não tocam o chão.
Mas e os animais que não têm braços e pernas? O primeiro bicho do tipo que nos vem à cabeça é a cobra. Ela não tem patas, mas possui uma musculatura de dar inveja. Basta contrair os músculos certos para conseguir rastejar por aí. Dependendo da espécie, ela também sabe nadar superbem com movimentos chamados de "serpentear", que são ondulações do corpo, e até consegue subir nas árvores.
Outros bichos também se locomovem de forma parecida, como as minhocas. Já as lesmas usam uma tática superlegal: elas secretam uma gosma, chamada de muco, que ajuda o animal a deslizar por onde quiser. De um jeito ou de outro, a natureza sempre encontra uma saída.
DOMENICHELLI, Guilherme. Dúvida Animal: Como animais sem pernas e braços conseguem se mover?. Jornal Joca. Disponível em: https://oeds.link/SZCwKS. Acesso em: 11 jun. 2021.
Pergunte aos alunos o que acharam mais interessante a respeito das ideias deste texto e da locomoção dos animais e relacione com o roteiro de aula de Educação Física.
E, para finalizar, apresente as obras de arte a seguir e convide os estudantes a perceber como os artistas representaram os bichos de maneiras diferentes.
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Nessa obra de Cândido Portinari, pergunte aos alunos quais são os bichos que conseguem identificar. Talvez apontem facilmente a borboleta, a arara e o esquilo, que estão em primeiro plano. Veja se sabem nomear os cervos e as cutias que aparecem em vários planos.
Relacionando a obra ao texto que foi lido anteriormente, pergunte como cada um desses animais se locomovem e quais apresentam uma maneira semelhante de se locomover.
Estimule-os a perceber quais são as cores predominantes na imagem e quais são as sensações causadas por elas. Em seguida, poderá pedir que fechem os olhos e se imaginem caminhando nessa floresta. Quais sons será que ouviriam?
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Convide os estudantes a observar a obra de Leda Catunda. De que maneira ela representou os gatos? Pergunte se ela apresenta esses bichos da mesma maneira que os outros artistas representaram suas obras. Veja se apontam o fato de que a artista representa os gatos apenas por meio de partes do corpo como a cabeça e o rabo, utilizando materiais sólidos e que dão um aspecto tridimensional, e técnica diferente da pintura. Estimule-os a descrever os possíveis materiais utilizados e a imaginar se esses gatos são reais e como seria a sua história.
Proponha aos alunos que escolham a obra que mais gostaram, como referência e inspiração para que possam criar suas próprias obras e representem seu animal preferido. Eles poderão aplicar várias técnicas, como desenho, pintura, escultura, utilizando materiais disponíveis em casa ou recicláveis. Peça a todos que criem um título para a sua obra de arte, escrevendo o nome, a data e a técnica e os materiais utilizados.
Monte uma exposição com as obras de arte dos alunos. Ela pode ser virtual, com as imagens digitalizadas de cada obra, ou presencial na escola ou na comunidade.
Roteiro de aula 4
■ Unidade temática
Danças.
■ Objetos de conhecimento
Danças do contexto comunitário e regional.
■ Competência específica de Educação Física
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.
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■ Competência específica de Arte
9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.
■ Habilidade de Educação Física
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR09) Estabelecer relações entre as partes do corpo e destas com o todo corporal na construção do movimento dançado.
(EF15AR10) Experimentar diferentes formas de orientação no espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos etc.) e ritmos de movimento (lento, moderado e rápido) na construção do movimento dançado.
■ Tema: Movimento e ritmo
O movimento corporal tem grande importância no cotidiano, pois é uma maneira para nos comunicarmos, expressarmos e nos relacionarmos.
Movimentos guiados por um ritmo expressam sentimentos e possibilitam a apreciação. É muito importante que os estudantes possam realizar diferentes práticas corporais envolvendo ritmo e que tenham conhecimento de danças populares de diferentes regiões. A cultura é pluridimensional e é importante os estudantes reconhecerem que fazem parte dela.
■ Processo pedagógico
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No início da aula, traga questões sobre o movimento e quais são as possibilidades de movimento que o corpo tem.
- Em seguida, proponha que realizem alguns deslocamentos pela quadra, fazendo movimentos corporais de maneira livre e do modo como acharem melhor; mas o "comandante" do movimento deve ser determinada parte do corpo (exemplo: movimento que seja com o braço direito, movimento que seja com a barriga, entre outros).
- Na sequência, aumente o nível de dificuldade, propondo mais partes do corpo para serem movimentadas ao mesmo tempo (exemplo: cabeça e dedão do pé; cotovelos e ombros; língua e mãos).
- Na sequência, os estudantes vão realizar a mesma atividade, desta vez respondendo a um estímulo sonoro para movimentar uma parte específica do corpo, começando com um som e um movimento. Pode-se aumentar o nível de dificuldade, alterando a quantidade de estímulos sonoros e as partes do corpo que vão se movimentar (exemplo: quando o professor apitar uma vez, só pode mexer a perna; quando o professor bater uma palma, só pode mexer o braço).
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- Em duplas ou trios, os estudantes escolhem uma parte do corpo para movimentar durante um trecho de música que você selecionará. Todos os grupos se apresentam simultaneamente.
■ Avaliação
Escolha algumas músicas rápidas e algumas lentas de forma a garantir diversos andamentos. Os estudantes deverão realizar um movimento com os braços quando o ritmo da música for lento e deverão realizar movimento com as pernas quando o ritmo for acelerado. Quando for tocada uma música que envolva os dois ritmos, eles deverão alternar o movimento se adequando ao ritmo tocado. Uma sugestão seria registrar essa prática em vídeo e assistir a ele com toda a turma. Em seguida, discuta com os estudantes as emoções que tiveram ao assistir ao vídeo deles dançando.
Misturando linguagens
Em integração com Arte, comente com os alunos que a dança e o movimento do corpo já foram retratados em muitas obras de arte, em letras de música e poemas. Veja, por exemplo, a obra de arte ao lado.
Pergunte aos alunos se já viram a dança e o movimento do corpo sendo expressados e retratados em obras de arte e letras de música. Aproveite o momento e diga que há bailarinos também, muitos deles conhecidos no mundo todo, desconstruindo a ideia de que balé é coisa de menina/mulher. É importante ressaltar que, nas aulas de Educação Física, a dança pode ser vista com certa resistência por alguns alunos e, até mesmo, por alguns professores. Há preconceitos do tipo: "dança é coisa de menina". Comente que, para fazer dança na escola, não é necessário saber passos, coreografias ou já ter feito curso de dança fora da escola. A proposta de trabalhar a dança na escola é para mostrar também, entre outras coisas, que dança não é só uma coreografia montada com passos prontos. A dança é uma criação, na qual o corpo se movimenta ao ritmo da música e expressa sentimentos por meio do movimento. Isso pode ser feito por meninas e meninos.
Ainda em integração com Arte, os estudantes podem movimentar o corpo, dançar e se expressar por meio de cantiga de roda. A brincadeira musical "Linda rosa juvenil" é uma conhecida cantiga de roda. É um reconto e versão de "A Bela Adormecida", em que as crianças podem cantar, encenar, dramatizar a história, movimentando-se e brincando com a letra da música.
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Linda rosa juvenil
A linda rosa juvenil, juvenil, juvenil
A linda rosa juvenil, juvenil
Vivia alegre em seu lar, em seu lar, em seu lar
Vivia alegre em seu lar, em seu lar
E um dia veio uma bruxa má, muito má, muito má
Um dia veio uma bruxa má, muito má
Que adormeceu a rosa assim, bem assim, bem assim
Que adormeceu a rosa assim, bem assim
E o tempo passou a correr, a correr, a correr
E o tempo passou a correr, a correr
E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor
E o mato cresceu ao redor, ao redor
E um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei
E um dia veio um belo rei, belo rei
Que despertou a rosa assim, bem assim, bem assim
Que despertou a rosa assim, bem assim
Batemos palmas para os dois, para os dois, para os dois
Batemos palmas para os dois, para os dois.
Blog Caixinha Musical. Disponível em: https://oeds.link/5ifBvn. Acesso em: 10 jun. 2021.
- · Para saber como cantar: Linda rosa juvenil. Baby Ballet. Tamíris Amaral. Disponível em: https://oeds.link/IHijzV. Acesso em: 10 jun. 2021.
Para saber mais
- · Se essa rua fosse minha, de Bel Linares, ilustrações de Alcy. Formato, 2019.
Sugerimos este livro para trabalhar com seus alunos, pois traz várias cantigas de roda, resultado de um longo trabalho de pesquisa e curadoria da autora. Ela descobriu versões originais antigas, mas que até hoje divertem as crianças. A obra ainda traz outra sugestão de brincadeira: os textos vêm com desenhos no lugar de algumas palavras, e você precisa adivinhar para completar o sentido da letra.
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- · CD Cantigas de Roda, de Palavra Cantada (Sandra Peres e Paulo Tatit), 1998.
A coletânea traz 17 canções para você estimular seus alunos a brincar e a dançar. Algumas delas: A canoa virou; Sapo Jururu; Alecrim; Hoje é domingo, entre outras.
Roteiro de aula 5
■ Unidade temática
Brincadeiras e jogos.
■ Objetos de conhecimento
Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional.
■ Competência específica de Educação Física
1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
■ Habilidades de Educação Física
(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas.
■ Tema: Jogos de rua
Antigamente, as possibilidades de brincar se estendiam além dos muros da escola. Na contemporaneidade, os espaços públicos para lazer e os lugares de interação são cada vez mais escassos nas médias e grandes cidades. Será que o que era brincado antigamente nas ruas pode ser readaptado para a escola?
Infância
Aninha
pula amarelinha
Henrique
brinca de pique
Marília
de mãe e filha
Marcelo
é o rei do castelo
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Mariazinha
sua rainha
Carola
brinca de bola
Renato
de gato e rato
João
de polícia e ladrão
Joaquim
anda de patins
Tieta
de bicicleta e
Janete
de patinete
Lucinha!
Eu estou sozinha.
Você quer brincar comigo?
MIRANDA, Sonia. Pra boi dormir. Rio de Janeiro: Record, 1999.
■ Processo pedagógico
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Leia o poema anterior para seus alunos antes de iniciar a aula. Depois, encaminhe a aula por meio de uma brincadeira popular, que pode ter outros nomes em muitos lugares do Brasil, conhecida como mãe da rua. Nessa brincadeira, os estudantes ficam dispostos de um lado da quadra e apenas um estudante se posiciona no centro dela. Assim que você der o comando, os estudantes atravessarão a quadra com o objetivo de não serem pegos pelo colega que se encontra no meio. Ao serem pegos, também viram pegador. O objetivo é conseguir atravessar a quadra sem ser pego pelos colegas.
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Em um segundo momento, a sugestão seria você deixar a atividade mais complexa com base em outros comandos (sonoros, visuais e táteis). Exemplos: Quando você levantar uma bandeira vermelha, os estudantes só poderão andar na brincadeira. Quando levantar uma bandeira branca, só poderão andar de costas. Quando ouvirem determinado som, os estudantes só poderão engatinhar. Você pode criar diversas alternativas, dependendo do grupo e dos materiais disponíveis.
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Por último, você pode conversar com os estudantes sobre quais seriam as dificuldades de brincar desse jogo em outros espaços, que não na escola.
■ Avaliação
Em uma roda de conversa, proponha um diálogo sobre aumentar o nível de dificuldade na realização das tarefas. Dessa maneira, os estudantes pensarão em possibilidades para o jogo, que deverão ser vivenciadas em outras aulas.
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Roteiro de aula 6
■ Unidade temática
Esportes.
■ Objetos de conhecimento
Esportes de precisão.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Habilidade de Educação Física
(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes.
■ Tema: Arremesso ao alvo
O arremesso a determinado alvo é um objetivo comum a vários esportes. As crianças vão explorar essa habilidade, desenvolvendo estratégias para a resolução de problemas e priorizando o trabalho em grupo para atingir um objetivo em comum.
■ Processo pedagógico
- No início da aula, monte na parede um grande espaço de alvos (feitos com folhas sulfite e números variados), para que os estudantes possam escolher um dos alvos e arremessar bolas de diversos pesos e tamanhos. Essa atividade de exploração os auxiliará nas atividades subsequentes.
- Em seguida, converse com os estudantes sobre o que é um trabalho em grupo e o que é cooperação, avaliando o que eles sabem e o que eles têm de referência sobre o tema. Em seguida, ajude-os a se organizar em quatro equipes. Cada equipe vai se posicionar no canto da quadra. No círculo central, estarão disponibilizados alguns objetos de diferentes tamanhos, formas, pesos e cores, por exemplo: cones, bolas e discos. Esses objetos estarão separados para cada time, na mesma quantidade.
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- Cada equipe deverá arremessar os objetos que estão no meio da quadra em um alvo fixo determinado. Cada equipe terá seu alvo. Esse alvo pode ser um bambolê, um cesto, uma caixa. Os estudantes deverão ficar atrás de uma marcação predeterminada para efetuar o arremesso. A princípio, esse alvo ficará numa distância fácil para cumprirem a tarefa, mas o grau de complexidade deve aumentar.
- Num segundo momento, a distância de arremessar ao alvo vai aumentando a cada rodada, até que seja impossível conseguirem acertar o alvo, considerando a marcação determinada. Nessa hora, você pode explicar aos estudantes uma regra que poderá ajudá-los, ou seja, os estudantes poderão ajudar uns aos outros - como se dar as mãos, por exemplo -, podendo, assim, se aproximar do alvo. Dessa forma, leve-os a perceber que a cooperação foi fator fundamental para atingir um objetivo em comum.
Cidadão do Mundo
E, por falar em esportes de arremesso a determinado alvo e em cooperação, cite o exemplo do basquete e da cooperação que precisa haver entre os integrantes da equipe para atingir a meta de vencer a partida. Como em uma orquestra, cada integrante desempenha uma função, um papel, e, todos juntos, jogando em equipe, de acordo com as regras, buscam atingir o objetivo de acertar o arremesso.
Pautados também pela colaboração, os jogos cooperativos são outro exemplo de que o trabalho em equipe e a união de esforços auxiliam a atingir um objetivo comum. Sobre isso, leia:
Qual a importância dos jogos cooperativos
Os jogos cooperativos, assim como outras atividades relacionadas à educação socioemocional, estão pautados no aprendizado através de um desenvolvimento motor-lógico. Os princípios pedagógicos dos jogos cooperativos são de inclusão, coletividade, respeito mútuo e desenvolvimento integral.
Acima de tudo, os jogos cooperativos representam uma retomada de contato entre pessoa, natureza e espaço, explorando todos os sentidos e estimulando a afetividade. É uma das iniciativas da educação biocêntrica, forma de educar que está centrada na valorização da diversidade humana, da inteligência emocional, da criatividade e do movimento físico.
O uso dos jogos. E-Docente, 12 nov. 2019. Disponível em: https://oeds.link/Ovi1ne. Acesso em: 10 maio 2021.
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■ Avaliação equipes.
Antes do início deste bloco de aulas, você poderá construir os alvos iniciais com a própria turma e pendurar os materiais desenvolvidos por ela. Durante o processo, você poderá fotografar os estudantes quando fizerem os arremessos e depois compartilhar as imagens com eles. Em seguida, eles poderão dialogar sobre o que estavam sentindo/pensando/fazendo ao fazer o arremesso. Peça que registrem essas sensações.
Para saber mais
Escola da Bola. Jogos de arremesso, de Klaus Roth et al. São Paulo: Phorte, 2016.
Nessa obra, os autores demonstram que, no jogo livre, em experiências de movimentos de formas de jogar, as crianças adquirem competências táticas, de coordenação motora e habilidades técnicas básicas. O livro contém uma quantidade de jogos e exercícios que pode ser aplicada no ensino do esporte, seja na escola, seja em clubes.
Midialogando
Você gosta de games? Os games podem estimular valores que são importantes para as práticas de jogos e esportes, como planejamento de ações, compreensão de regras, trabalho em equipe, cooperação, saber perder. Existem games que simulam esportes, o que pode ser interessante do ponto de vista da simulação antes de praticá-los. Eles também são capazes de estimular coordenação motora, atenção e até mesmo promover exercícios físicos, como naqueles jogos que permitem a realização de movimentos por meio de sensores ou de controles especiais. Os games já são considerados e-sports, com competições oficiais.
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Roteiro de aula 7
■ Unidade temática
Ginásticas.
■ Objeto de conhecimento
Ginástica geral.
■ Competência específica da Educação Física
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
■ Competência específica de Arte
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
■ Habilidades de Educação Física
(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da ginástica geral, de forma individual e em pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR23) Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
■ Tema: Rolamentos
Os rolamentos são habilidades básicas presentes em diversas práticas corporais, em que o deslocamento ocorre em diferentes planos. Ao serem vivenciados, possibilitam o enfrentamento de medos, a sensação de vertigem e a experimentação de novas possibilidades do movimentar-se.
■ Processo pedagógico
- Antes de tudo, para a execução dos rolamentos, você deve pensar sempre na segurança dos estudantes, provendo um ambiente favorável para a prática. O ideal é que eles possam explorar os rolamentos em uma superfície macia, como um colchão especial para ginástica. Se não houver um espaço adequado para essa prática, você poderá fazer adaptações para promover e garantir a segurança e o bem-estar deles.
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- No início da aula, mostre a eles um circuito, em que deverão passar por diversos obstáculos a partir de rolamentos (os que fazem parte do seu repertório corporal).
- Com o seu auxílio, eles deverão realizar o movimento de rolamento para a frente. Você pode aumentar a complexidade, pedindo que, depois do rolamento, os estudantes finalizem o movimento em pé, por exemplo[2].
- Nas turmas em que for possível, você poderá ensinar também o rolamento para trás e o rolamento em planos inclinados.
■ Avaliação
Cada estudante poderá pensar em uma sequência de ginástica em que haja pelo menos um rolamento. Em pequenos grupos, todos poderão se apresentar para a turma e fazer um registro artístico dessa apresentação.
Misturando linguagens
A turma, em conjunto, poderá escolher duas ou três músicas para que todos os estudantes possam se apresentar. Em grupos de três ou quatro estudantes, mas com partituras individuais, eles poderão apresentar uma dança/coreografia com movimentos da ginástica. Os estudantes poderão dividir as funções: um estudante poderá fotografar os colegas; outro será o responsável por iniciar e pausar a música; outro poderá organizar o palco. Assim, um pequeno festival poderá ser organizado no tempo de aula.
Depois, é preciso conversar com o grupo sobre todas as etapas dessa organização, os desafios e as observações decorrentes da atividade.
Roteiro de aula 8
■ Unidade temática
Danças.
■ Objetos de conhecimento
Danças do contexto comunitário e regional.
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■ Competência específica de Educação Física
1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidade de Educação Física
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as diferenças individuais e de desempenho corporal.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR09) Estabelecer relações entre as partes do corpo e destas com o todo corporal na construção do movimento dançado.
(EF15AR10) Experimentar diferentes formas de orientação no espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos etc.) e ritmos de movimento (lento, moderado e rápido) na construção do movimento dançado.
(EF15AR12) Discutir, com respeito e sem preconceito, as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola, como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.
■ Tema: Propriedades da dança
■ Processo pedagógico
- Peça aos estudantes que se movimentem livremente pela quadra, realizando qualquer movimento.
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- Em seguida, peça que se movimentem de acordo com uma música que será tocada pelo professor. A música terá variações de ritmo, de andamento, de melodia e de altura. Quando a música parar, eles deverão fazer uma "estátua".
- No comando da brincadeira, alterne os planos de movimento corporal (alto, médio ou baixo), estimulando a percepção corporal dos estudantes e a intencionalidade de seus movimentos.
- Em pequenos grupos, eles deverão apresentar uma dança livre, com uma música que escolherem. A única regra é que estabeleçam de antemão qual o plano escolhido e se os movimentos serão lentos ou rápidos.
■ Avaliação
As apresentações poderão ser gravadas em vídeo e depois apresentadas para toda a turma, sendo disparador para uma conversa sobre o processo do movimento na dança e suas implicações.
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Misturando linguagens
■ Dançarina de origami
Forme uma roda com os alunos e crie uma dobradura da bailarina que "dança", conforme se dobra ou se desdobra o papel.
Cidadão do Mundo
Desafio incentiva pessoas a recriar obras de arte em casa
A proposta é recriar obras de arte com ao menos três itens encontrados em casa
Em tempos de isolamento social por causa do novo coronavírus, alguns museus, que estão fechados, lançaram um desafio para divertir quem está em casa. A proposta é recriar obras de arte com ao menos três itens encontrados em casa e postar a foto nas redes sociais. A ideia surgiu no perfil holandês [...] Tussen Kunst & Quarantaine (entre arte e quarentena, em tradução livre), criado em março especialmente para isso, e logo foi seguida pelos museus J. Paul Getty e Metropolitan Museum of Art, dos Estados Unidos, e Rijksmuseum, da Holanda, por exemplo.
As instituições incentivam as pessoas a consultar as obras no acervo digital e escolher uma pintura, escultura ou fotografia para reproduzir com itens do dia a dia. Assim, os participantes aprendem sobre arte enquanto se divertem tentando recriar as cenas. Confira algumas das obras mais criativas e se inspire para criar a sua!
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Passo a passo
Quer participar do desafio?
Confira as dicas a seguir [...] e mãos à obra!
- Navegue por sites de museus de arte e escolha uma obra que chame a sua atenção.
- Procure em casa o que você pode usar para recriá-la. São necessários ao menos três "itens", por exemplo: você mesmo, sua família, seu animal de estimação, alimentos ou objetos como lápis, roupas e móveis.
- Preste atenção ao fundo da obra, suas cores e luzes. Tente encontrar um canto parecido na casa para reproduzir o cenário.
- É hora do clique! Peça a ajuda de alguém para tirar foto.
Desafio incentiva pessoas a recriar obras de arte em casa. Jornal Joca, 15 maio 2020. Disponível em: https://oeds.link/v7ASnr. Acesso em: 11 jun. 2021.