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CAPÍTULO 3 Roteiros de aula para o 3o ano
Cultura indígena
Observe as imagens:
(1) Indígenas da etnia Kalapalo fazendo a dança Tawarawanã, na aldeia Aiha, em Querência (MT), em 2018. (2) Dança da flauta, na aldeia indígena Kalapalo, no Parque Indígena do Alto Xingu (MT), em 2009.
A cultura indígena é plural e cheia de sentidos e significados. As danças têm diversas finalidades: comemorar, festejar, agradecer, despedir. Entender as danças e as lutas de diferentes grupos é também entender a pluralidade de nossa cultura.
Conectando ideias
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Você já trabalhou conteúdos de matriz indígena em suas aulas? Como a Educação Física pode colaborar para a superação das práticas corporais eurocentradas?
Possível resposta: Quando possibilitamos aos estudantes práticas corporais não só de origem europeia, mas também das matrizes africanas e indígenas, ensinamos que todos esses conhecimentos estão em igualdade e merecem ser conhecidos e vivenciados.
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A Educação Física e a Arte são disciplinas que compõem a área de Linguagens e devem trabalhar as danças. Quais danças indígenas você conhece e gostaria de trabalhar com os estudantes?
Possível resposta: São danças de matriz indígena o cateretê, caiapós, cururu e matipu, por exemplo.
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As brincadeiras indígenas também fazem parte do repertório cultural a que todos os estudantes devem ter acesso na escola. A peteca é um exemplo de brincadeira indígena ressignificada em nossas práticas. Quais outras brincadeiras de matriz indígena são possíveis de vivenciar nas escolas?
Possível resposta: O arco e flecha, arranca mandioca, jogo da onça etc.
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Este capítulo tem a intenção de auxiliar o professor em relação aos currículos específicos, por meio de roteiros de aula. Pensando nas características do 3o ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, propomos dois temas para cada uma das unidades temáticas.
Proposta de roteiros de aulas
Roteiro de aula 1
■ Unidade temática
Brincadeiras e jogos.
■ Objeto do conhecimento
Brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo.
■ Competência específica de Educação Física
1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
■ Competência específica de Arte
3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais - especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira -, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborandoas nas criações em Arte.
■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico-cultural.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos espaços públicos disponíveis.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
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■ Tema: Mãe da rua e brincadeiras de pegar
A brincadeira "mãe da rua" também é conhecida por outros nomes como "rio vermelho", dependendo da região onde é praticada. Essa brincadeira permite que a criança explore vários tipos de deslocamento e experimente a tomada de decisão para a execução da atividade.
■ Processo pedagógico:
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Para iniciar a aula, exponha as obras do artista Ivan Cruz e peça que os estudantes identifiquem as brincadeiras representadas. Peça que identifiquem em quais há locomoção do corpo. Indague quais brincadeiras geralmente fazem com os amigos e que também poderiam estar presentes na imagem.
Várias brincadeiras II, de Ivan Cruz, 2006. Técnica: A.S.T, 1,30 × 1,70 m.
- Em seguida, converse com os estudantes e pergunte a eles como normalmente costumam brincar de pega-pega. Para iniciar a aula, peça que escolham um tipo de "pega-pega"; depois, retome com eles o pega-pega jogado de forma diferente, ou seja, "mãe da rua".
- No decorrer da aula, você vai ensinar a brincadeira "mãe da rua", em que os estudantes ficarão de um lado da quadra e, ao comando do professor, deverão atravessar para o outro lado, sem serem pegos por um pegador que vai se posicionar no meio da quadra. Todos que forem pegos vão ajudar até restar somente um estudante.
- Durante a atividade, pode-se colocar variações como: quem for pego deve ajudar o pegador: 1. Parado no lugar que foi pego; 2. Deslocando-se de forma diferente (de costas, por exemplo); 3. Movimentando-se livremente pela quadra.
- Depois dessa vivência, os estudantes são estimulados a discutir quais são os desafios da brincadeira.
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■ Avaliação
Os estudantes, após vivenciarem diferentes possibilidades de brincar de "mãe da rua", agora têm repertório e autonomia para explorar mais esse tipo de brincadeira.
Com o uso de diferentes materiais, você pode propor a eles que, com base na criatividade e na imaginação, criem seus próprios desenhos, o que envolve o nível do registro artístico.
As possibilidades de instrumentos avaliativos são diversas e podem ser aplicadas por meio de vários tipos de registro (desenhos, colagens, fotografias e vídeos), fichas de observação, portfólios, autoavaliação e/ou rodas de conversa.
Misturando linguagens
Depois de vivenciarem a brincadeira "mãe da rua", em integração com Arte, os estudantes serão convidados, depois de terem explorado a observação da obra do artista Ivan Cruz, a criar um desenho sobre a atividade que fizeram anteriormente em sala de aula. Em seguida, proponha que façam uma exposição nos murais da escola sobre o artista e as obras que eles fizeram.
Roteiro de aula 2
■ Unidade temática
Esportes.
■ Objeto do conhecimento
Esportes de rede/parede.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo.
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■ Habilidade de Arte
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.
■ Tema: Voleibolão
Alguns esportes têm como objetivo a necessidade de rebater determinado material por cima de uma rede. Isso pode ser feito com as próprias mãos ou com algum implemento. São exemplos desses esportes: vôlei, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, badminton.
É importante que os estudantes explorem ao máximo as possibilidades de execução dessa tarefa, diversificando cada vez mais os estímulos para a aprendizagem.
■ Processo pedagógico:
- Converse com os estudantes sobre o conhecimento deles relacionado a esportes que envolvem rede e, inclusive, se algum deles envolve outro tipo de material ou não.
- O desenvolvimento da aula se dará inicialmente por meio de um jogo, que em alguns lugares pode ser conhecido como "lixo na casa do vizinho", mas a nomenclatura varia de região para região.
- Você pode organizar a turma em dois times, e cada time vai ficar de um lado da quadra, que estará dividida por uma rede. A altura da rede deve ser condizente com o nível de habilidade dos participantes.
- Espalhados pela quadra, terão diversas bolas, de tamanhos e pesos diferentes. O objetivo dos estudantes é rebater as bolas por cima da rede, fazendo com que a bola vá para a área do "vizinho". Depois de determinado tempo, você para a rodada, fazendo a contagem das bolas de ambos os lados, computando um ponto para o time que tiver menos bola ao seu lado.
- Os estudantes deverão rebater a bola da maneira que lhes for mais conveniente, pois não existe uma forma certa de rebater a bola.
- Depois disso, com apenas uma bola grande, os estudantes vão poder vivenciar o jogo Voleibolão. Nesse jogo, eles não podem deixar a bola cair no chão. Para evitar que isso aconteça, podem segurar a bola, rebater, sempre com o objetivo de preservar o campo e derrubar a bola no campo adversário.
- Os pais ou familiares podem ser convidados a participar desta prática com os estudantes. Além de oportunizar a troca entre gerações, favorece a sociabilidade, a união familiar e a diversão em grupo.
■ Avaliação
Antes da vivência prática, traga para os estudantes, no início do processo, jornais e revistas em que haja alguma imagem de esporte de rebater.
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Depois da vivência, eles deverão conversar sobre as regras estabelecidas em cada um dos jogos e o que poderia ser feito, a fim de melhorar a participação de todos. Conversar sobre as regras implica a participação de todos para o sucesso da atividade.
Misturando linguagens
Nesta aula em conexão com Arte, os estudantes, juntos, farão um painel de colagem dessas imagens e poderão conversar sobre quais são possíveis de vivenciar na escola e em seus contextos específicos.
Posteriormente, esse painel coletivo poderá ser apresentado à comunidade em uma exposição. Poderá também compor o portfólio processual do estudante.
Roteiro de aula 3
■ Unidade temática
Ginásticas.
■ Objeto do conhecimento
Ginástica geral.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colabo-rativo nas artes.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
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(EF15AR26) Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística.
■ Tema: Saltos
Os saltos são componentes de diversas atividades físicas e, na ginástica, representam um papel fundamental. Além de ser uma habilidade motora fundamental para a exploração nessa faixa etária, sua capacidade lúdica permite a exploração de uma gama de possibilidades e brincadeiras.
■ Processo pedagógico:
- Inicialmente, promova uma roda de conversa com os estudantes e explique que na aula eles vão explorar diferentes tipos de salto, sendo eles sobre alguns obstáculos.
- Para o início da aula, os estudantes podem vivenciar em um espaço bastante reduzido o pega-pega canguru, em que os pegadores só podem se movimentar saltando com os dois pés. Quem for pego imediatamente vira "canguru" também.
- Depois, organize um circuito motor na quadra, onde os estudantes vão explorar alguns saltos sobre obstáculos. Esses obstáculos podem ser feitos com: cordas, cones, bambolês, colchões, bancos e cadeiras. Se tiver disponível, poderá incrementar alguns saltos com trampolins e minitramp. É importante diversificar os materiais de acordo com a disponibilidade de cada contexto.
- Os obstáculos mais difíceis ou mais altos deverão ser protegidos com colchões laterais, prezando sempre a segurança do estudante.
- É possível realizar alguns níveis de dificuldade no próprio percurso, já que na turma normalmente há estudantes de diferentes níveis de aprendizagem.
■ Avaliação
Em uma roda de conversa, leve os estudantes a refletir sobre os diferentes tipos de salto que viram nesta aula e quais as dificuldades e os benefícios que eles encontraram na realização.
Misturando linguagens
Caso não haja disponibilidade de material para a fotografia, ela poderá ser substituída por desenhos.
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Os estudantes, divididos em pequenos grupos, deverão fotografar as etapas do circuito que eles considerem de fácil execução, média execução e difícil execução. Assim, ao dividir as imagens em três etapas, os minigrupos poderão reconhecer os níveis de dificuldade do circuito motor.
Depois, proponha o compartilhamento dos registros fotográficos de cada grupo com toda a turma, favorecendo trocas e reflexões acerca de estratégias e dicas para superar dificuldades da prática de saltos.
Roteiro de aula 4
■ Unidade temática
Danças.
■ Objeto do conhecimento
Danças do Brasil e do mundo.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço, gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes contextos, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal.
(EF15AR10) Experimentar diferentes formas de orientação no espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos etc.) e ritmos de movimento (lento, moderado e rápido) na construção do movimento dançado.
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■ Tema: Danças em roda - ciranda
A dança é uma prática corporal que está presente em nossa sociedade e compõe nossa cultura. Existem diversas possibilidades de dançar: sozinho, em duplas ou em grupo. A proposição é que os alunos saibam identificar e provem as danças que envolvem um grupo de pessoas em sua experimentação.
■ Processo pedagógico:
- Convide os estudantes a dizer todas as danças que conhecem ou das quais já ouviram falar. Faça uma lista com o nome das danças e, com base nessa lista, os estudantes classificarão se elas são realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos.
- Em seguida, sinalize quais são as danças realizadas em grupo e a importância do envolvimento de todos para a realização da atividade.
- Em roda, de mãos dadas, os estudantes são convidados a experimentar diferentes movimentos: todos para o centro; todos para fora, todos para a direita ou o mais rápido possível; todos para a esquerda da forma mais lenta possível. Depois de explorar diversas possibilidades, apresente a manifestação da cultura corporal ciranda, realizada em quatro tempos.
- Os estudantes experimentam algumas formas de marcar quatro tempos (batendo o pé no 1 e palmas no 2, 3 e 4, por exemplo).
- Para finalizar, ao som de uma ciranda, todo são convidados a experimentar a música dançando em roda.
- Estudantes do espectro autista tendem a responder bem ao estímulo da dança, pois ela permite a expressão por meio da linguagem não verbal. Garanta o contato visual para orientar os comandos da aula.
■ Avaliação
Você pode registrar em formato de vídeo a experimentação da manifestação ciranda. Depois, ao assistir, eles são convidados a dialogar sobre os potenciais e os desafios de terem produzido, em conjunto, uma dança.
Brincadeira de roda, de Marta Diniz, 2018. Ilustração bordada em tecido, 40 × 40 cm.
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Para saber mais
-
Danças brasileiras de matrizes africanas e indígenas: dialogando com a diversidade, de Cláudia Foganholi. Programa de Pós-Graduação em Educação/Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar). In: V Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana: Motricidade, Educação e Experiência, out. 2012. Disponível em: https://oeds.link/FoAd0q. Acesso em: 2 jun. 2021. O artigo da autora destaca que as danças brasileiras são manifestações da cultura popular, como o samba de coco e a ciranda, que, em diferentes partes do país, apresentam matrizes indígenas, africanas e europeias. A autora afirma que a dança é uma prática que contribui para a luta pela transformação de situações e realidades opressivas, injustas e discriminatórias, em busca de equidade e respeito. Leia um trecho do artigo:
[...]
A cosmovisão africana presente em tais danças possibilita o reconhecimento das identidades brasileiras e a reflexão sobre maneiras de nos educarmos para as relações, pautadas na afirmação das diferenças e valorização da diversidade.
[...]
Algumas reflexões: compondo e cantando nossos versos
[...]
A sociedade brasileira passa por um momento de singular importância para os estudos sobre a África e as diásporas africanas, que "[...] não atendem apenas a uma demanda exclusiva do movimento social negro, mas de toda a sociedade, e tornam-se indispensáveis para o conhecimento do mundo no qual vivemos e dos mundos que nos precederam" (MOORE, 2008). Sobretudo pela variedade de formação étnica da população, a sociedade brasileira tem buscado compreender as formas de ver o mundo dos povos africanos e seus descendentes no Brasil, a fim de promover a discussão das relações étnico-raciais, com base na afirmação das diferenças e na valorização da diversidade humana. Entre as reflexões propostas pela vivência das danças brasileiras vale ressaltar as que se referem às possibilidades ou potencialidades que as danças brasileiras oferecem para a construção de espaços de diálogo e principalmente para as relações mais igualitárias com as pessoas com deficiências. Tais potencialidades são desenvolvidas a partir de características intrínsecas às matrizes africanas e indígenas, ou à cosmovisão africana presente nas manifestações da cultura popular (OLIVEIRA, 2006). Entre as possibilidades, propostas pela vivência das danças, é possível destacar: a valorização das identidades e da diversidade; a aproximação com a realidade e o cotidiano da comunidade; o estímulo à criatividade na construção de versos e músicas que comportem suas falas, críticas e reflexões; a identificação e valorização da possibilidade de ensinar e aprender; a consideração das subjetividade s no processo do encontro; a construção de um grupo e o desenvolvimento da noção de coletividade e solidariedade, onde para a manifestação ocorrer é imprescindível a participação de todas e todos.
FOGANHOLI, Cláudia. Danças brasileiras de matrizes africanas e indígenas: dialogando com a diversidade. Programa de Pós-Graduação em Educação/Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar). In: V Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana: Motricidade, Educação e Experiência, out. 2012. Disponível em: https://oeds.link/RIv0DJ. Acesso em: 2 jun. 2021.
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Cidadão do Mundo
■ Danças do mundo
É possível tornar-se um cidadão do mundo por meio do conhecimento, acesso e prática das danças ao redor do globo. A dança possibilita expressar emoções, sentimentos, histórias e ideias por meio do corpo. Em várias partes do mundo, as danças foram desenvolvidas em vilas, aldeias e templos e desde os primórdios é praticada para celebrar, transmitir mensagens e informações e cultuar.
A dança pode dizer muito a respeito de um povo e de sua história; os passos, os movimentos corporais contam muito sobre o dia a dia, sobre as fortalezas e mazelas de um povo, seus sonhos e lutas.
A diversidade de danças populares ao redor do globo é imensa e extraordinária. Na fonte sugerida a seguir, conheça danças ao redor do mundo, como Kathakali (Índia); Hopak (Ucrânia); Adumu (Quênia e Tanzânia); Valsa vienense (Áustria); Kabuki (Japão); Frevo (Brasil); Tango (Argentina) e muitas outras. Sugestão - Site Danças populares: uma viagem ao redor do mundo, Heloiza Castro, 10 dez. 2015. Blog da Escola de Belas Artes de Joinville. Disponível em: https://oeds.link/enf6zF. Acesso em: 2 jun. 2021.
E que tal pesquisar mais sobre alguma dessas danças e praticar com seus alunos? As roupas, acessórios, passos, tudo compõe a cena e a arte da dança. Aproveite e pratique com seus alunos!
Meninos se apresentam no evento HopakFest, festival de dança da Ucrânia, em Kharkiv, no nordeste do país. Foto de 2019.
Apresentação de dança Nihon Buyo Kabuki, na Sociedade Japonesa, em Nova York, em 2012.
Roteiro de aula 5
■ Unidade temática
Lutas.
■ Objeto do conhecimento
Lutas do contexto comunitário e regional.
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■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
■ Tema: Cabo de guerra
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sugere que o trabalho da unidade temática Lutas seja feito a partir do 3o ano. Aqui, podemos experimentar e vivenciar diversas possibilidades dos jogos de oposição.
■ Processo pedagógico:
- Como início de um trabalho com estudantes que nunca vivenciaram o amplo campo das lutas, você pode trabalhar com jogos de oposição. O cabo de guerra é um jogo com uma característica diferente das lutas tradicionais, ou seja, ele é coletivo, mas se assemelha às lutas em outros aspectos.
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- No início do processo, pergunte se eles conhecem algum tipo de luta e, caso conheçam, pergunte qual é o fator importante para se sair bem em uma luta. Observe e anote as respostas para comentar ao final da aula.
- Propor o cabo de guerra por equipes formadas por 4 pessoas, divididas de forma equilibrada.
- Para valorizar a segurança dos estudantes, aspecto fundamental em qualquer trabalho corporal, sobretudo nas lutas, você deve construir um contrato de acordo coletivo, elaborando condutas de segurança sobre possíveis quedas e a observação da corda que eles estarão puxando, para que não machuquem as mãos.
- Após algumas rodadas, pode-se trocar algumas pessoas de time ou formar times com novas configurações.
■ Avaliação
Os estudantes deverão realizar uma autoavaliação, identificando as emoções presentes durante a atividade (medo, raiva, frustração, alegria, ansiedade), além da sua participação e envolvimento nos procedimentos da aula.
Misturando linguagens
Peça que os estudantes desenhem a emoção que, individualmente, foi a mais forte durante a aula. Essa emoção deve ser colorida e você pode conversar sobre as emoções agradáveis e desagradáveis de sentir, e que todas são legítimas de serem sentidas. Depois, deverão compartilhar suas impressões e dificuldades.
Você pode pedir que esse registro seja feito com o uso diferentes materiais (tinta, colagens, giz de cera, lápis de cor, ou até mesmo grafite e folha sulfite). As próprias criações artísticas são produções culturais e que dialogam com a perspectiva de cada estudante como protagonista da própria aprendizagem.
Roteiro de aula 6
■ Unidade temática
Brincadeiras e jogos.
■ Objeto do conhecimento
Brincadeiras e jogos de matriz indígena e africana.
■ Competências específicas de Educação Física
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.
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10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
■ Competência específica de Arte
9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.
■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos espaços públicos disponíveis.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
■ Tema: Peteca
A peteca é um brinquedo muito comum no Brasil, de origem indígena, que não exige necessariamente um espaço para acontecer. Brincar de peteca é reconhecer um importante objeto da nossa cultura e sua característica lúdica.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, convide os alunos a explorar livremente as petecas ali dispostas.
- Em seguida, convide os alunos a brincar em duplas, rebatendo o objeto o tanto quanto possível.
- Depois de experimentar a brincadeira com diferentes duplas, o professor pode formar quartetos, em que o objetivo continua sendo derrubar o implemento a menor quantidade de vezes possível.
- O desafio final é conseguir, por meio do movimento de rebatida, acertar um cesto que você disponibilizará pelo espaço da aula.
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Para saber mais
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Jogos e brincadeiras na cultura Kalapalo, de Marina Herrero e Ulysses Fernandes. São Paulo: Sesc, 2010.
Nessa obra, os autores registram 25 jogos e brincadeiras da aldeia Kalapalo, em Mato Grosso. A obra contém textos sobre a cultura Kalapalo, fotos de objetos, além de desenhos de pintura corporal e imagens de indígenas brincando, entre outras atividades.
■ Avaliação
Reúna os estudantes em grupos e peça que pensem em novas maneiras com as quais poderiam variar a brincadeira. Cada grupo vai explicar para toda a turma a variação proposta e todos vão vivenciar as diversas maneiras.
Misturando linguagens
Leia o texto:
Uma brincadeira indígena: a peteca!
De origem indígena, a palavra peteca significa, em tupi, esbofetear, golpear com a mão espalmada. A prática do jogo de peteca, pode-se dizer, é uma criação puramente brasileira. O Brasil ainda não havia sido descoberto pelos portugueses e a peteca já era popular entre os nativos da região: os indígenas. Junto dela, faziam-se canções e danças para acompanhar. Dessa forma, com o passar do tempo e a permanência da prática da peteca pelos portugueses, as gerações que se sucederam também pegaram o hábito de jogá-la. É muito fácil, vamos brincar?
Para fazer em casa. Educação Física. Disponível em: https://oeds.link/WljdAs. Acesso em: 2 jun. 2021.
Os estudantes, em conjunto com a aula de Arte, deverão construir suas próprias petecas. Para tal, usarão materiais recicláveis e/ou materiais de papelaria.
Sugestões de fontes sobre como construir uma peteca:
- Como fazer uma peteca superfácil. Canal Artesanatos sem mistérios. Disponível em: https://oeds.link/iSKQn7.
- Canal Najara Ribeiro. Como fazer peteca de papel. Disponível em: https://oeds.link/aNh9qW.
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- Para fazer em casa. Educação Física. Uma brincadeira indígena: a peteca! Disponível em: https://oeds.link/hNYNL3.
Acessos em: 2 jun. 2021.
Roteiro de aula 7
■ Unidade temática
Esportes.
■ Objeto do conhecimento
Esportes de invasão.
■ Competência específica de Educação Física
1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
■ Competência específica de Arte
8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colabo-rativo nas artes.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.
■ Tema: Futebol
Futebol
Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma.
A bola é a mesma: forma sacra
para craques e pernas de pau.
[...]
Instantes lúdicos: flutua
o jogador, gravado no ar
- afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade.
ANDRADE, Carlos Drummond. Futebol. In: Quando é dia de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
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Futebol, 1935, de Candido Portinari. Óleo sobre tela, 97 × 130 cm sem moldura. Rio de Janeiro, Projeto Portinari.
Como disse o poeta nos versos anteriores e como mostra a obra de arte de Candido Portinari, "futebol se joga na rua, futebol se joga na alma". O futebol é uma paixão nacional. Muitos afetos são despertados em razão dessa manifestação cultural. Existem, porém, muitos jeitos de praticar o futebol.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, os estudantes podem ser divididos em dois times com o número total de jogadores na turma (se na turma houver 30 estudantes, serão dois times de 15 integrantes). Nesse jogo, eles devem tentar fazer gol na trave do adversário por determinado tempo, que vai ser controlado por você, professor. Para isso, serão disponibilizadas muitas bolas leves (quaisquer bolas a que você tenha acesso e com as quais os estudantes não se machuquem caso levem uma bolada enquanto estão distraídos).
- Depois dessa vivência, eles deverão explorar o futebol em miniquadras, em trios.
- Por último, eles deverão vivenciar o futebol de botão.
■ Avaliação
Os estudantes devem construir uma representação artística de um campo de futebol, com as cores e os materiais que quiserem. Para tal, disponibilize a maior variedade possível de materiais (giz, canetinha, glitter, lantejoulas, revistas, tinta guache, retalhos, colas coloridas, folhas e galhos, pedrinhas, palitos etc.).
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Misturando linguagens
Os estudantes, com seu auxílio, deverão criar os próprios campos de futebol em desenhos (2-D) ou em maquetes (3-D), e o professor poderá discutir a diferença entre as duas representações.
Midialogando
Alguns jogos eletrônicos simulam a prática de alguns esportes. O videogame e muitos aplicativos de jogos eletrônicos infantis fazem parte de um processo de aprendizagem que está vinculado a dimensões de novos significados dos esportes, de forma geral.
Pergunte aos estudantes se eles conhecem e gostam de videogames. Caso já tenham jogado algum jogo de futebol, por exemplo, pergunte se eles acham que por meio de jogos eletrônicos eles aprendem sobre o esporte praticado e se esses jogos estimulam a praticar o jogo em seu cotidiano.
Smartphone conectado a gamepad. Os jogos eletrônicos podem ser utilizados como ferramentas pedagógicas, e não apenas como vilões, pois eles envolvem aspectos motores, cognitivos e sociais entre os estudantes.
Roteiro de aula 8
■ Unidade temática
Ginásticas.
■ Objetos do conhecimento
Ginástica geral.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
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■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR20) Experimentar o trabalho colaborativo, coletivo e autoral em improvisações teatrais e processos narrativos criativos em teatro, explorando desde a teatralidade dos gestos e das ações do cotidiano até elementos de diferentes matrizes estéticas e culturais.
■ Tema: Figuras acrobáticas
Perceber o próprio corpo como possibilidade de construção de figuras a partir do encontro com o outro possibilita o exercício do respeito por si, pelo outro e pelo grupo, de forma lúdica e potente.
■ Processo pedagógico:
- Inicie a aula pedindo para que individualmente os estudantes construam determinada imagem: um círculo, um quadrado ou a letra T, por exemplo.
- Em seguida, eles deverão construir novas possibilidades de figura, só que dessa vez em quartetos.
- O professor mostra três imagens e os estudantes deverão tentar reproduzir. Sempre que dois estiverem fazendo o movimento, os outros dois estarão atentos como "seguranças". Essa troca de papéis é fundamental para o exercício de desenvolvimento de responsabilidade, respeito e empatia.
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- Em seguida, eles deverão elaborar uma figura acrobática em dupla.
- Mostre novamente algumas figuras acrobáticas em trios, e os estudantes deverão escolher apenas uma ou duas para reproduzir (em diferentes formações em seu próprio quarteto, sempre com alguém sendo apoio/segurança). Caso você tenha tempo, elas poderão propor a escolha de mais imagens.
- Os estudantes deverão elaborar uma figura acrobática com três colegas.
■ Avaliação
Por último, os estudantes deverão escolher quatro figuras acrobáticas de que mais gostaram e praticá-las em sequência, para uma breve apresentação. Dois grupos ao mesmo tempo deverão mostrar as produções feitas para a classe.
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Misturando linguagens
Com sua ajuda e com o professor de Arte, peça que os estudantes montem uma coreografia com a ginástica acrobática. Em grupos, peça a cada dupla ou trio que escolha uma música; depois que todos já tiverem feito o ensaio e se sentirem seguros, eles vão fazer uma apresentação da performance acrobática que escolheram.
Roteiro de aula 9
■ Unidade temática
Danças.
■ Objeto do conhecimento
Danças de matriz indígena e africana.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço, gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes contextos, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal.
(EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
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■ Tema: Dança indígena - Jacundá
Jacundá
[...]
A palavra Jacundá é o nome genérico de vários peixes da família dos ciclídios, que medem até 26 cm de comprimento e se alimentam de insetos como o jacundá-coroa e o jacundá-pinima. Esta palavra designa, ainda, uma dança indígena, que imita a pesca do jacundá. Nela, homens e mulheres formam um círculo de mãos dadas, alternadamente. Para o centro da roda vai um casal de cada vez, em torno do qual o círculo gira ao som de uma música. Na região onde fica o município há grande quantidade desse peixe, daí a origem do nome. Jacundá também é uma planta da família das miriáceas.
Fonte do histórico: Jacundá (PA). Prefeitura. In: Catálogo IBGE.
Entre tantas danças tradicionais de diversos povos indígenas do Brasil, o jacundá representa uma dança realizada em roda. As danças expressam a cultura de seus povos.
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■ Processo pedagógico:
- No início da aula, converse e contextualize que a dança é uma arte milenar, e os povos indígenas do Brasil, muito antes de os portugueses chegarem aqui, já realizavam essa prática cultural milenar.
- Para dançar, os estudantes vão formar uma roda, podendo ser de mãos dadas ou não, a depender do grupo.
- Durante a dança, dois estudantes vão para o centro da roda e ficarão dançando livremente. Proponha que eles mexam principalmente determinada parte do corpo (apenas os braços/só os pés/quem manda na dança é o quadril...).
- Após um tempo eles deverão tentar sair da roda e os outros integrantes deverão impedir que eles saiam. Caso consigam sair, os participantes que permitiram a saída deverão entrar na roda e realizar o mesmo processo.
- Experimente fazer esse processo sem o comando musical (os dois estudantes que estão no centro da roda podem tentar sair a qualquer momento) ou por meio de um comando (quando a música parar, quem estiver no meio da roda tenta sair).
- Por último, com sua ajuda, deverão pesquisar o significado do nome dessa dança. Ao descobrir que se trata também de um peixe, eles deverão propor hipóteses para a semelhança da nomenclatura, explicitada em texto citado anterior.
■ Avaliação
Os estudantes deverão pesquisar outras danças indígenas que tenham pelo menos um elemento parecido com a que foi proposta. Ao realizar essa pesquisa, com sua mediação, eles deverão escolher um ou dois exemplos e experimentá-los durante as aulas.
Roteiro de aula 10
■ Unidade temática
Lutas.
■ Objeto do conhecimento
Lutas do contexto comunitário e regional.
■ Competência específica de Educação Física
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
■ Competência específica de Arte
2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.
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■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana, reconhecendo as diferenças entre lutas e brigas e entre lutas e as demais práticas corporais.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR23) Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
■ Tema: Desequilíbrio
Nas lutas, a tentativa de desequilibrar um oponente é muito válida e importante. Em algumas delas, é essencial que se provoque o desequilíbrio corporal do oponente para ter sucesso na tarefa. É possível desequilibrar o outro e garantir que isso seja feito sempre com respeito.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, relembre com os estudantes os combinados sobre segurança e respeito, tão necessários em qualquer prática corporal.
- Em seguida, proponha diversas atividades em que seja necessário desequilibrar o outro. O primeiro jogo é conhecido como "João bobo", em que os estudantes em trios desequilibram e seguram o participante que está entre eles.
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- Em seguida, em duplas, os estudantes vivenciam o jogo do Saci, em que, apoiados em apenas um pé e em contato por apenas uma mão, o objetivo é desequilibrar o adversário até ele cair ou encostar os dois pés no chão.
- Logo após, eles experimentam o jogo em que se posicionarão um de frente para o outro, em quatro apoios (posição de prancha). O objetivo é que, com o auxílio das mãos, consigam desequilibrar o colega e derrubá-lo, puxando as mãos ou os pés dele. Para essa atividade é recomendado o uso de colchões ou tatames, para garantir a segurança de todos.
- Em seguida, os estudantes experimentam as mesmas atividades, porém com outros grupos de formação.
- Por último, os estudantes deverão se reunir em duplas e criar algum jogo em que um deles precise desequilibrar o oponente. Se possível, a dupla deve ensinar para o restante da turma as regras da atividade. Sistematizar uma atividade é exercitar o protagonismo em sua trajetória de aprendizagem.
■ Avaliação
Ao final da aula, reúna os estudantes em uma roda de conversa e peça que comparilhem os aprendizados. O que eles aprenderam lutando? Qual habilidade foi importante para manterem-se em equilíbrio? Quais capacidades desenvolveram ao tentar desequilibrar o oponente? Ao fazer isso, mantiveram o respeito pelo colega? Convide-os, então, a refletir quais dessas atitudes podem ser aplicadas para enfrentar situações diversas no dia a dia. Talvez citem características como a determinação, disciplina e coragem para enfrentar as dificuldades etc.
Para saber mais
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Kung Fu Panda. Direção: Mark Osborne e John Stevenson. EUA, 2008, 1h30min.
O filme narra as aventuras de um panda que sonha em tornar-se um mestre de kung fu e, para isso, de forma inesperada ele precisa cumprir uma profecia e estudar a arte marcial e para isso ele vai precisar unir força, habilidade e sabedoria para realizar esse sonho.
Cidadão do Mundo
Os eventos esportivos na escola são, além de motivantes e atraen tes aos estudantes, uma oportunidade pedagógica para desenvolver valores como cooperação, trabalho em equipe e respeito a serem vivenciados na prática. A possibilidade de organizar um campeonato esportivo possibilita que os estudantes se relacionem de outra maneira.