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CAPÍTULO 4 Roteiros de aula para o 4o ano
Olimpíadas
Observe as imagens.
(1) Anéis olímpicos em frente às bandeiras das nações no Parque Olímpico de Sochi, na Rússia. (2) Prova feminina de atletismo valendo ouro nos 400 metros com obstáculos, no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro (RJ), em 18 de agosto de 2016.
Os Jogos Olímpicos são considerados o maior evento esportivo do mundo. Isso porque com o esporte eles propõem a justa competição entre os povos dos cinco continentes, que são representados pelos arcos coloridos do símbolo.
Conectando ideias
-
Quais das modalidades olímpicas são possíveis de trabalhar na escola?
Possível resposta: Faça uma lista daquelas com as quais você já trabalhou. Uma Educação Física que proporcione um vasto repertório de práticas corporais aos alunos é fundamental para o acesso às mais diversas manifestações da cultura corporal.
-
Os valores olímpicos têm muita semelhança com algumas competências socioemocionais que podemos intencionalmente desenvolver em nossas aulas. Os valores olímpicos como a amizade, o respeito e a excelência são trabalhados nas suas aulas? De que forma?
Resposta pessoal. Esse é um momento para refletir sobre amizade, respeito e excelência e o modo como são desenvolvidos em seu planejamento e em suas aulas. Pergunte aos alunos em quais momentos de sua vida escolar eles praticam esses valores. Discuta que, para obter excelência em relação a algum objetivo, por exemplo, é necessário ter muita resiliência e persistência. Comente que, quando nos propomos a atingir algum objetivo, podem acontecer falhas, erros e surgir muitos obstáculos no percurso. Por isso mesmo, para obter excelência, é necessário aprender com as falhas e os erros, buscar superar os obstáculos e persistir; não desistir. A trajetória de um atleta é repleta dessas questões: de superação dos próprios limites e da persistência, seja na carreira, seja na vida pessoal. Esse é um aprendizado que podemos levar para as nossas vidas.
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Este capítulo tem a intenção de auxiliar o professor em seus currículos específicos, por meio de roteiros de aula. Pensando nas características do 4o ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, propomos dois temas para cada uma das unidades temáticas: Brincadeiras e jogos; Danças; Ginásticas; Esportes; e Lutas. Neira (2014) nos ajuda a entender que:
Práticas corporais são os produtos da gestualidade sistematizados com características lúdicas, isto é, as brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas. Logo, fazem parte da cultura corporal desde as regras da amarelinha até o desenho tático do futebol, passando pelas técnicas do balé, a história do judô e os nomes dos aparelhos de ginástica. Também compõem esse repertório a noção de esporte como meio de ascensão social [...], a utilização da ginástica como aquisição de uma determinada estética corporal, entre tantos outros significados em circulação.
(NEIRA, 2014, p. 16).
Você sabia que a Grécia antiga, onde foram criadas as Olimpíadas, foi também o berço da prática esportiva organizada e estruturada que, hoje, chamamos de Educação Física?
É verdade! Os Jogos Olímpicos da Antiguidade eram um evento religioso e atlético, que se realizava de quatro em quatro anos no santuário de Olímpia, na Grécia, em honra a Zeus (maior Deus da mitologia grega, filho dos deuses Cronos e Reia. Segundo a mitologia, casou-se várias vezes e teve muitos filhos, entre eles, a deusa Atena, a mais inteligente de todas e que deu origem ao nome da principal cidade da Grécia).
Como Zeus era o maior dos deuses, seus poderes sempre perpassavam por inteligência e força e a ele foi atribuída a homenagem dos jogos, onde o lema era ser sempre mais forte.
A data tradicional atribuída à primeira edição dos Jogos Olímpicos é 776 a.C. e, para participar dessas competições, os atletas começaram a organizar suas formas e estratégias de treinamento utilizando sobrecargas de treinamento e metodologias que passaram a observar volume e intensidade de corridas e lutas para obter melhores performances, dando origem aos estudos que hoje chamamos de Educação Física.
Local que era usado para o treinamento de atletas em Olímpia, no período da Antiguidade. Hoje é chamado de Complexo Palaestra (Wrestling Hall), no sítio arqueológico da antiga cidade de Messene, Peloponeso, Grécia, julho de 2019.
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Para saber mais
As mascotes dos Jogos Olímpicos são personagens criadas com o objetivo de simbolizar uma característica do país-sede no ano da Olimpíada. Por exemplo, o cachorro Waldi é a mascote que representou Munique (Alemanha), em 1972. Outra mascote que marcou muito os Jogos Olímpicos de Moscou (Rússia), em 1980, foi Micha.
Mascote Waldi, dos Jogos Olímpicos de Munique, Alemanha, 1972.
Mascote Micha, dos Jogos Olímpicos de Moscou, Rússia, 1980.
- As mascotes dos Jogos Olímpicos da Era Moderna proporcionam um possível trabalho conjunto com a disciplina Arte. Como trazer para as aulas esse conhecimento?
Proposta de roteiros de aulas
Roteiro de aula 1
■ Unidade temática
Brincadeiras e jogos.
■ Objetos do conhecimento
Brincadeiras e jogos de matriz indígena e africana.
■ Competência específica de Educação Física
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
■ Competência específica de Arte
9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.
■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.
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(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos espaços públicos disponíveis.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
(EF15AR24) Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferentes matrizes estéticas e culturais.
■ Tema: Jogos de tabuleiro - Shisima
A vivência de jogos de tabuleiro possibilita aos estudantes o acesso a diferentes brincadeiras que compõem o universo dos jogos; além disso, estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico, da elaboração de estratégias e da comunicação oral. Muitos outros jogos de tabuleiro, como damas, xadrez e mancala, podem ser explorados nas aulas de Educação Física. O Shisima é um jogo de tabuleiro de matriz africana.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, os estudantes devem construir coletivamente uma lista com todos os jogos de tabuleiro que conhecem.
- Em seguida, devem escolher alguns jogos que são possíveis de serem vivenciados na escola, em relação aos materiais (se são de fácil acesso e manuseio, por exemplo).
- Apresente para os estudantes o jogo de matriz africana Shisima. Com base nesse jogo, eles vão construir os próprios tabuleiros e vão experimentar brincar com esse jogo de matriz africana.
- A dinâmica do jogo é simples: um jogador contra o outro; o objetivo é mover uma peça por vez, alternando sempre a vez dos jogadores, e alinhar três peças da mesma cor, conforme se vê na sequência de imagens a seguir.
- Ao atingir esse objetivo primeiro, obtém-se a vitória.
- As duplas podem ser diversificadas durante a aula, para que cada estudante possa experimentar tanto o sucesso quanto o fracasso. Do ponto de vista socioemocio-nal, explore que ganhar e perder fazem parte do jogo e da vida e ambos são fundamentais para o desenvolvimento humano, para a evolução da maturidade e o auxílio na obtenção de objetivos.
Dinâmica do jogo Shisima, de matriz africana.
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■ Avaliação
Após a vivência, proponha uma roda de conversa e faça uma mediação sobre as estratégias e os critérios selecionados pelos estudantes para obterem sucesso nesse jogo.
Misturando linguagens
As próprias peças de jogo (seis tampinhas de garrafa de duas cores diferentes) e os tabuleiros serão construídos pelos estudantes. Deve-se propor o desenho em uma folha sulfite ou cartolina, da seguinte forma descrita ao lado. Disponibilize materiais para os estudantes colorirem e personalizarem seu próprio tabuleiro de Shisima.
Peças do jogo Shisima.
Cidadão do Mundo
Um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos das Crianças (Unicef, 20 de novembro de 1959) é que a criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, que estimularão seu desenvolvimento pleno. Assim, cabe à sociedade e às autoridades públicas promover o exercício desse direito.
Observe agora como o artista Ricardo Ferrari retratou algumas brincadeiras:
Memórias de Infância: Brincadeiras e pipas, de Ricardo Ferrari, 2016. Óleo sobre tela, 75 x 65 cm.
Quintal, de Ricardo Ferrari, 2013. Óleo sobre tela, 60 x 100 cm.
- Ao observar as imagens, quais emoções e sentimentos são despertados? Você acha que os direitos ao lazer e às brincadeiras são garantidos às crianças de sua escola? Explique seu ponto de vista.
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Roteiro de aula 2
■ Unidade temática
Esportes.
■ Objetos do conhecimento
Esportes de invasão.
■ Competências específicas de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
■ Competência específica de Arte
5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR26) Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística.
■ Tema: Handebol
O movimento do arremesso está incorporado ao cotidiano, seja ele para fins recreativos e esportivos, seja nas atividades triviais do dia a dia. Muitos esportes envolvem arremesso, como basquete, handebol e futebol americano. Nessa aula, os estudantes deverão experimentar possibilidades de arremesso, em consonância com a ideia de invasão.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, você vai propor o jogo conhecido como jogo dos 10 passes. Organizados em dois times, eles devem realizar 10 passes sem que a bola caia no chão.
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Representação do jogo dos 10 passes.
- Primeiro, eles devem realizar esse exercício com uma bola de meia; depois, com uma bola de borracha. Por último, com uma bola oval, conhecida por ser usada em esportes como rúgbi ou futebol americano.
- Após essa atividade, eles deverão conversar sobre as dificuldades e facilidades do processo e escolher uma bola para a realização da próxima atividade.
- Depois, escolha o espaço onde a aula será realizada; pode ser a quadra de esportes, por exemplo. Organizados em dois times, os estudantes vão jogar handebol adaptado, de forma que não poderá haver dribles - apenas passes - e eles devem encostar ou arremessar a bola em qualquer parte da trave adversária para fazer o ponto. Eles não podem correr com a bola na mão, apenas passar, sem permitir que o outro time interrompa.
- O time que completar os 10 passes ganha 1 ponto e o jogo se reinicia.
- Esse jogo pode ser realizado com regras das mais diversas ordens, dependendo da necessidade do grupo.
■ Avaliação
Os estudantes deverão fazer uma pesquisa sobre a modalidade olímpica handebol, incluindo nessa pesquisa as regras e as curiosidades e, dessa forma, favorecer a troca de experiências.
Misturando linguagens
De acordo com as pesquisas anteriormente coletadas, peça aos estudantes que elaborem um folheto informativo sobre o tema handebol e suas principais informações. O folheto informativo pode conter também ilustrações e imagens sobre o esporte em questão.
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Roteiro de aula 3
■ Unidade temática
Ginásticas.
■ Objeto do conhecimento
Ginástica geral.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
■ Tema: Ginástica acrobática
Nas várias possibilidades de movimentos corporais, há alguns movimentos reconhecidos em nossa cultura infantil. A estrela, que é um desses movimentos específicos, possibilita uma aprendizagem corporal significativa para as crianças.
■ Processo pedagógico:
- A ginástica acrobática pode ser tema do objeto de conhecimento Ginástica geral. O conteúdo abordado na aula é uma acrobacia de solo nomeada "estrela", e as atividades propostas são estratégias de ensino organizadas para que os alunos aprendam a realizar a estrela com técnica. A avaliação tem como foco a partilha do processo vivenciado em aula, contemplando a experimentação e a fruição das várias possibilidades de realizar a estrela. Nesta aula não estão presentes atividades com caráter comparativo, classificatório ou de disputa.
- Em um ambiente seguro para essa prática corporal, disponibilize tatames, colchões e almofadas para que os estudantes se sintam seguros para a realização de movimentos no eixo invertido.
- Primeiro, pergunte aos estudantes que movimentos com o corpo são possíveis para fazer uma estrela. Cada vez que um estudante fizer a demonstração, todos os outros deverão também fazer, como na brincadeira "O mestre mandou".
- Na próxima atividade, ao som de uma música, os estudantes deverão correr pela quadra. Quando a música parar, deverão se direcionar para algum dos colchonetes disponibilizados no espaço e realizar o movimento do "burrinho". Esse movimento é aquele em que as crianças colocam as duas mãos apoiadas nos colchonetes sobre o chão e elevam as duas pernas ao ar, mas não realizando a parada de mãos, apenas o movimento de chutar as pernas ao ar, uma perna após a outra.
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- Depois disso, em cada colchão deverá haver uma caixa baixa, como a tampa de um plinto, ou um banco, onde, utilizando a mesma dinâmica da música, deverão fazer a transposição do corpo de um lado ao outro apoiando a mão no implemento selecionado.
- No último estágio, será retirado o implemento e os estudantes farão uma linha em cada colchão, utilizando giz ou fita. Agora, o objetivo de cada criança quando for realizar é colocar as mãos no chão e transpor o corpo por meio de um salto para o outro lado da linha.
-
O ritmo de cada um deve ser respeitado, tendo em vista que alguns estudantes já de imediato vão conseguir realizar minimamente a estrela e outros terão mais dificuldade.
- É importante que você supervisione e auxilie todos os estudantes em cada etapa dessa aula, para que todos possam participar de maneira segura.
■ Avaliação
Os alunos, em grupos, deverão montar uma sequência de acrobacias com uma demonstração dos níveis de estrela que experimentaram na aula. Nessa sequência, poderá haver outros elementos acrobáticos, se assim os grupos decidirem. Cada apresentação deverá ter 1 minuto de duração, composta de três partes: começo, meio e fim. Todos os grupos se apresentarão para a turma.
Misturando linguagens
Em integração com Arte, a apresentação de diferentes possibilidades de ginástica que envolvam a estrela pode ser um portfólio rico para uma exposição para a turma. Com o professor de Arte, escolham uma música para a apresentação. Para que possam treinar para fazer a apresentação, proponham aos estudantes um circuito de ginástica com algumas etapas: inicialmente, peça que treinem as estrelinhas com o auxílio dos colchonetes no solo; na segunda etapa, retomem a atividade com a caixa baixa, fazendo a transposição do corpo de um lado para o outro, com as mãos apoiadas no implemento.
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Midialogando
A atividade corporal de fazer uma estrela pode ser relacionada a poemas que muitos escritores escreveram sobre as estrelas, o amor e o fascínio e o poder da natureza. Leia o poema de Olavo Bilac:
XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto, cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
BILAC, Olavo. Via Láctea. Belém: NEAD, s/d. p. 7. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000252.pdf. Acesso em: 10 jun. 2021.
- Ao ler o trecho desse poema, é possível imaginar que sentimento o autor tem em relação ao poder das estrelas, do amor e da natureza de modo geral? Quais deles você já vivenciou?
- Para relacionar a aula a outras linguagens e recursos tecnológicos, peça aos alunos que criem um poema cujo tema sejam as estrelas e o poder e o fascínio da natureza. Organize um recital e grave um vídeo para mostrar a declamação dos alunos sobre cada poema.
Roteiro de aula 4
■ Unidade temática
Danças.
■ Objetos do conhecimento
Danças de matriz indígena e africana.
■ Competência específica de Educação Física
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.
■ Competência específica de Arte
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
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■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a execução de elementos constitutivos das danças populares do Brasil e do mundo, e das danças de matriz indígena e africana.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR24) Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferentes matrizes estéticas e culturais.
■ Tema: Brincadeiras rítmicas - Escravos de Jó
As brincadeiras cantadas fazem parte da cultura brasileira. O ato de brincar e cantar é uma das formas de comunicação e de importância para o desenvolvimento das crianças. "Escravos de Jó" é um exemplo disso. A brincadeira, ao trazer possibilidades de se transformar em uma música com dinâmicas corporais, revela-se uma boa estratégia para a vivência do ritmo, tão importante nessa faixa etária. Além disso, essa brincadeira desenvolve a sociabilização, a coordenação motora, a linguagem oral, a consciência rítmica e a memorização.
■ Processo pedagógico:
- Em uma roda de conversa, fale com os estudantes sobre algumas músicas tradicionais que eles já conhecem. Antes de apresentar a música da brincadeira "Escravos de Jó", investigue se eles conhecem a brincadeira e, caso já conheçam, incentive-os a falar o que sabem e sobre o conhecimento que têm a respeito da brincadeira. Neste momento, é importante que você converse com eles sobre a importância de compartilhar os conhecimentos prévios com os colegas, contribuindo, assim, para a própria cultura da infância.
- Explique que essa música é conhecida em todo o território nacional, mas algumas palavras da cantiga podem variar dependendo da região do país em que é cantada.
- Ao aprenderem a canção, os estudantes deverão vivenciar a brincadeira em roda, sentados e com um objeto à frente. Você faz os combinados do movimento.
- Os estudantes devem vivenciar a brincadeira fazendo movimentos tanto para a direita quanto para a esquerda.
- Depois, deverão fazer o mesmo passo a passo, só que substituindo a letra da canção por "Lá, lá, lá, lá, lá".
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- Na última fase, eles abandonam o objeto e, agora, devem fazer isso com o corpo, em pé.
■ Avaliação
Os estudantes deverão registrar em um caderno - escrevendo ou desenhando - a seguinte cantiga popular:
Escravos de Jó
(Cantiga popular)
Escravos de Jó
Jogavam Caxangá.
Tira, põe, deixa ficar...
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue-zigue-zá.
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue-zigue-zá.
Misturando linguagens
Para a confecção do objeto que vão utilizar na brincadeira "Escravos de Jó", auxilie os estudantes. Disponibilize para eles caixas de fósforo vazias, copos, pedrinhas para colocarem dentro da caixa, tinta guache, materiais para colagens, de forma a mensurar a quantidade de material necessária para que todos possam participar.
Proponha uma roda de conversa para orientar os estudantes na confecção do objeto, estimulando a participação de todos durante a atividade e a conversa. Por fim, converse com eles e peça que digam quais objetos foram feitos e apresentem os de que gostaram mais, explicando por que e relatando as vivências dessa atividade.
Roteiro de aula 5
■ Unidade temática
Lutas.
■ Objetos do conhecimento
Lutas do contexto comunitário e regional.
■ Competência específica de Educação Física
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
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■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.
(EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana experimentadas, respeitando o colega como oponente e as normas de segurança.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
■ Tema: Lutas de curta distância
As lutas podem ser classificadas de acordo com a proximidade dos envolvidos, sendo classificadas como de curta, média ou longa distância. As lutas de curta distância usam os fatores de equilíbrio, desequilíbrio e força a todo momento, de acordo com seu objetivo específico. É possível realizar diversos jogos e brincadeiras que trabalhem esses fundamentos, relacionando-se com as lutas de curta distância.
■ Processo pedagógico:
- Para iniciar o tema, você deve conduzir novamente uma discussão sobre a diferença entre luta e briga. Assim, na vivência dessa prática corporal, o respeito ao colega adversário e a segurança de todos são regras.
Por meio da experimentação das práticas corporais, é possível desenvolver equilíbrio e autoconhecimento, além de concentração e coordenação motora.
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- No início da aula, combine com os estudantes um código de conduta para que qualquer luta realizada pare, que são duas batidas no tatame/colchonete/chão. Como no judô, quando houver esse sinal, imediatamente aquela disputa está encerrada.
-
Em duplas, os estudantes vão realizar dois jogos que envolvem equilíbrio, desequilíbrio e força, características de lutas de curta distância, como o judô.
1o jogo: Cada participante da dupla deve ficar de frente para o outro, com a base das pernas aberta e as duas mãos segurando os ombros do colega. O objetivo é desequilibrar o adversário para que ele tire ao menos um pé do chão. Ao realizar isso, marca-se um ponto.
2o jogo: Cada participante da dupla vai posicionar o pé direito ao lado do pé direito do colega. Pernas afastadas. Os estudantes vão segurar a mão direita do colega. O objetivo é desequilibrá-lo, fazendo com que ele tire ao menos um pé do chão.
- Os estudantes podem fazer um rodízio, para que todos possam vivenciar com o maior número de colegas possível.
- Para finalizar a aula, os estudantes vão escolher um jogo de desequilíbrio para realizarem, dois a dois, no centro da roda.
■ Avaliação
Caso sinta necessidade, peça aos estudantes que façam uma autoavalia-ção, organizando um documento anterior como um questionário, para que reconheçam suas emoções, assinalando os sentimentos e emoções que surgiram durante a aula.
Misturando linguagens
Os estudantes deverão escrever e desenhar os sentimentos e emoções que surgiram durante a aula. Caso tenham sentido raiva, como ela apareceu no corpo? Se foi medo, a mão suou? O coração disparou? Alegria? Como conseguiram reconhecer os próprios sentimentos? Depois que terminarem o registro, peça, a quem tiver vontade, que mostre o desenho e explique os sentimentos e as reações percebidas no corpo. Você pode perguntar se alguém mais sentiu algo parecido ou quem sentiu coisas diferentes, para que haja uma troca e apropriação dos diferentes sentimentos e emoções mobilizados.
Roteiro de aula 6
■ Unidade temática
Brincadeiras e jogos.
■ Objetos do conhecimento
Brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo.
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■ Competência específica de Educação Física
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos espaços públicos disponíveis.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
■ Tema: Jogos cooperativos
Os jogos cooperativos têm como característica o trabalho em grupo, com o intuito de resolver determinada questão. A escola é um espaço onde a convivência é fator primordial; portanto, é fundamental aprender a ouvir, debater, conceder, insistir, respeitando as diferenças.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, é importante diferenciar o que são jogos competitivos de jogos cooperativos.
- Em seguida, os estudantes devem vivenciar um jogo cooperativo. Sugerimos o jogo denominado "Reunião".
- Nesse jogo, dê um comando numérico seguido da palavra reunião e, em seguida, os estudantes deverão se agrupar dessa forma. Então, se você falar o número 2, eles precisam formar duplas; se você falar o número 3, eles devem se reunir em trios, e assim sucessivamente.
- Sempre lembrando que só estará autorizado o número falado se você falar a palavra "reunião" em seguida. Se for outra palavra, trata-se de uma pegadinha.
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■ Avaliação
Os estudantes, em grupo, vão pesquisar e fazer o registro de alguns jogos cooperativos, criando, em seguida, uma apostila da turma. Depois, cada grupo ensinará ao outro o jogo que pesquisou e escolheu, de forma que a turma possa vivenciar os jogos que compõem a apostila da turma.
- Os pais ou familiares podem ser convidados a participar desta prática com os estudantes. Além de oportunizar a troca entre gerações, favorece a sociabilidade, a união familiar e o compartilhamento de descobertas e experiências.
Misturando linguagens
Como atividade complementar, para enfatizar a proposta inicial desta aula, prepare com os estudantes um cartaz - feito de papelão, papel-cartão ou cartolina - com uma lista que mostre os jogos competitivos e os jogos cooperativos. Se possível, peça que recortem de revistas e jornais e colem as imagens no cartaz. Essa atividade pode ser feita em grupos. Estipule um tempo para acompanhar os grupos e registre as percepções que obteve em sua ficha de acompanhamento de aprendizagem. De acordo com o diagnóstico, você saberá como proceder com o avanço ou a retomada do conteúdo visto nessa aula.
Para saber mais
-
Trabalhando com jogos cooperativos, de Marcos Miranda Correia. 5. ed. Campinas: Papirus, 2006.
O autor, nesta obra, discute os limites e as possíveis propostas pedagógicas no contexto da Educação Física escolar ao investigar como os jogos cooperativos podem desenvolver as habilidades sociais e motoras dos estudantes. Além disso, o autor oferece um conjunto de práticas que valorizam a cooperação e podem ser modificadas de acordo com a necessidade que o professor quiser aplicar no ambiente escolar.
Roteiro de aula 7
■ Unidade temática
Esportes.
■ Objetos do conhecimento
Esportes de invasão.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
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■ Competência específica de Arte
5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR26) Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística.
■ Tema: Basquetebol
Os jogos adaptados são ótimas soluções para oferecer aos estudantes diferentes possibilidades. Nesta aula, inicialmente, sugere-se a prática do basquetebol.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, os estudantes vão vivenciar o jogo dos números. O jogo consiste em organizar dois times, cada um disposto em uma lateral da quadra com os integrantes enfileirados um ao lado do outro. Assim, eles vão escolher um número (se houver 8 participantes, os números deverão ser de 1 até 8; se houver 10 participantes, os números deverão ser de 1 até 10).
- Disponibilize para os dois times duas bolas dispostas no centro da quadra; quando você falar um número, em seguida o estudante correspondente corre em direção à bola e tenta acertar a cesta disponível (que também pode ser adaptada).
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- O estudante que conseguir fazer a cesta antes marca um ponto para seu time.
- Você pode e deve aumentar a quantidade de números, aumentando, assim, a quantidade de estudantes que arremessam a bola ao mesmo tempo.
- Depois desse jogo, eles vão praticar um jogo conhecido como "Bola ao capitão", em que a única pessoa autorizada ao arremesso é o capitão, disposto em uma plataforma um pouco mais alta que o nível da quadra: um step, um plinto ou um banco.
■ Avaliação
Os estudantes devem produzir uma narrativa esportiva relatando o jogo de basquetebol, escrevendo dois parágrafos sobre o que aprenderam nessa aula, atuando como um comentarista ou um narrador esportivo. Para que tenham mais elementos para a produção, forme uma roda de conversa e diga a eles que esse jogo adaptado é considerado de invasão ou territorial, pois tem como objetivo final invadir o espaço do outro time e acertar a cesta. Peça que comparitlhem quais foram as dificuldades que surgiram durante a realização da aula e como foram solucionadas. Peça que registrem essa produção no caderno.
Midialogando
Proponha aos estudantes que produzam um vídeo com a narração esportiva de um jogo de basquete da própria turma ou de outra turma da escola. Primeiro, eles devem filmar o jogo ou parte dele. Depois, devem preparar um texto com a narração do jogo, incluindo informações sobre o esporte obtidas durante as aulas ou por meio de pesquisa. O texto escrito na atividade anterior também poderá ser utilizado. Peça que pesquisem softwares para fazer a combinação do vídeo e do áudio com a narração. Ao final, devem compartilhar os vídeos, para obter o retorno dos colegas quanto à qualidade da narração e também à riqueza de informações e conceitos sobre o esporte.
Roteiro de aula 8
■ Unidade temática
Ginásticas.
■ Objeto do conhecimento
Ginástica geral.
■ Competência específica de Educação Física
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
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■ Competência específica de Arte
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
■ Habilidade de Educação Física
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva, combinações de diferentes elementos da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais), propondo coreografias com diferentes temas do cotidiano.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR23) Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
■ Tema: Acrobacias individuais
■ Processo pedagógico:
- Nesta aula, os estudantes vão experimentar diversas posições acrobáticas individuais, como a ponte, a tesourinha, a vela, o arado e o avião.
- No aquecimento, eles vão fazer um pega-pega ginástica: quem for pego tem de escolher uma das posições acrobáticas e permanecer ali até alguém fazer a mesma posição a uma distância em que consigam se encostar.
- Depois de vivenciar cada uma das posições acrobáticas, eles deverão montar sequências individuais.
- Por último, deverão criar uma figura estática, usando a criatividade. Todos vão imitar a figura que o colega vai propor para a turma toda.
■ Avaliação
Proponha aos estudantes que pesquisem em revistas e jornais imagens que poderão ser traduzidas e remetidas ao corpo. Por exemplo, se encontrarem o recorte de uma ponte, como fazê-la imitando-a com algum movimento corporal? Combine com eles que fotografem os movimentos dos colegas, para poderem analisá-las e também para utilizá-las na exposição proposta a seguir.
Misturando linguagens
Os estudantes deverão montar uma exposição na escola com a dicotomia expectativa × realidade, com o recorte de determinada imagem e uma fotografia que faça a tradução corporal.
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Roteiro de aula 9
■ Unidade temática
Danças.
■ Objetos do conhecimento
Danças de matriz indígena e africana.
■ Competência específica de Educação Física
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.
■ Competência específica de Arte
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a execução de elementos constitutivos das danças populares do Brasil e do mundo, e das danças de matriz indígena e africana.
■ Habilidade de Arte
(EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes contextos, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal.
■ Tema: Maculelê
Não se sabe ao certo a origem do maculelê. Essa manifestação da cultura afro-brasileira e indígena mistura história, ritmo e potência, desafiando os estudantes a construir as próprias coreografias rítmicas, com o auxílio da utilização de um implemento.
■ Processo pedagógico:
- No início da aula, é importante contextualizar o maculelê como uma manifestação presente na cultura brasileira, que tem sua história interligada à capoeira.
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Roda de maculelê em comemoração ao Dia de Iemanjá, em Ruy Barbosa (BA), em 2002.
- Em seguida, os estudantes são convidados a, usando um implemento (sugestão de adaptação: garrafa PET), perceber que, toda vez que uma garrafa bate na outra, produz um som. Isso é fundamental nessa manifestação.
- Individualmente, proponha aos estudantes sequências para que eles possam experimentar a garrafa ao tocar o próprio corpo e também o chão (por exemplo, você pode sugerir esta sequência: mão, barriga, perna e chão/ cabeça, mão, chão, mão).
- Em duplas, proponha aos estudantes que experimentem uma nova sequência, ainda comandada por você. Nessa sequência, a garrafa de um aluno deve encontrar a de outro, invariavelmente.
- Por último, as duplas devem formar quartetos e criar as próprias coreografias.
Misturando linguagens
Para a apresentação da coreografia, os estudantes vão precisar de bastões, que poderão ser representados por cabos de vassouras pequenas. Em parceria com o professor de Arte, providencie antecipadamente os materiais e a escolha da música para a gravação.
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■ Avaliação
Peça que façam uma pesquisa no laboratório de informática, com seu auxílio, sobre as histórias e lendas do maculelê e anotem no caderno as informações coletadas. Depois dessa pesquisa, ao final do processo, os estudantes, divididos em grupos, deverão gravar um vídeo com a própria apresentação coreografada de maculelê. Para isso, eles devem contar com seu auxílio. Depois, devem assistir e compartilhar as partes que mais gostaram de fazer e falar sobre as possíveis dificuldades.
Para saber mais
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"O maculelê como conteúdo afro-indígena nas aulas de Educação Física: um relato a partir das intervenções no PIBID", de Paulo Maciel Cordeiro Martins e Andreia Cristina Peixoto Ferreira. VII ENALIC. Fortaleza, 5-7 dez. 2018. Disponível em: https://oeds.link/U70poG. Acesso em: 10 jun. 2021.
Neste artigo, o coletivo PIBID de Educação Física da Universidade Federal de Goías (UFG/CAC) apresenta uma discussão sobre conteúdos temáticos da cultura corporal, tendo como eixo interdisciplinar e curricular a História e Cultura Africana e Afro--Brasileira. Trata metodologicamente do maculelê, manifestação cultural inserida atualmente nos rituais da capoeira e demarcada com potencial de Patrimônio Imaterial da Humanidade. Essa dança/jogo/luta de matriz afro-brasileira e indígena é considerada expressão da história e da cultura afro-brasileira e vem sendo tratada pelo coletivo PIBID como eixo temático de interação social, viabilizador entre os conteúdos da cultura corporal: Jogos e Brincadeiras, Dança, Ginástica Geral e Lutas.
Roteiro de aula 10
■ Unidade temática
Lutas.
■ Objetos do conhecimento
Lutas do contexto comunitário e regional.
■ Competência específica de Educação Física
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
■ Competência específica de Arte
1. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
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■ Habilidades de Educação Física
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.
(EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas do contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana experimentadas, respeitando o colega como oponente e as normas de segurança.
■ Habilidades de Arte
(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.
(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.
■ Tema: Lutas de longa distância - Esgrima
A esgrima é uma luta de combate muito antiga, em que os praticantes usam um material (espada, sabre e florete) para encostar no oponente e marcar o ponto. Pelo uso de implementos, a esgrima é classificada como uma luta de longa distância.
■ Processo pedagógico:
- Inicie a aula explicando um pouco sobre alguns pontos da esgrima, como: origem, materiais utilizados, cuidados necessários, principais regras.
- Os estudantes vão construir suas próprias espadas confeccionando-as com o uso de materiais como jornal e fita-crepe.
- Antes da construção do material, proponha aos estudantes uma brincadeira em duplas. O objetivo é encostar o material no ombro do colega, iniciando assim a dinâmica da esgrima.
- Depois, as duplas vão usar o material construído para explorar a luta, com o objetivo, como dito anteriormente, de encostar o sabre nos ombros (10 pontos) ou nas pernas (5 pontos) do oponente. Ganha a disputa quem fizer 40 pontos primeiro. Você pode alterar a pontuação e revezar as duplas, escolhendo a dinâmica que melhor se aplique ao contexto.
■ Avaliação
Durante todo o ano, os estudantes foram levados a refletir sobre as ações dos valores morais tanto nas aulas de Educação Física quanto nas ações cotidianas, como a cooperação, o trabalho em equipe, o respeito e a justiça.
O esgrimista olímpico da Grã-Bretanha Marcus Mepstead treina durante uma sessão no Clube de Esgrima, em Nova York, em 2021.
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Proponha aos estudantes a elaboração de uma obra de arte (desenho, fotografia, apresentação de dança) que se relacione com uma situação de aula, um valor moral e uma situação da própria vida.
Essa pode ser uma avaliação para o final do percurso, mas também uma maneira de os estudantes produzirem algo significativo diante dos aprendizados so-cioemocionais que desenvolveram.
Misturando linguagens
A construção do implemento (no caso, as espadas da esgrima) é um passo fundamental para a experiência da aula. Os estudantes deverão confeccionar o próprio implemento e, com seu auxílio, vão fazer um manual de instruções simples de como criá-lo. É possível trabalhar a interdisciplinaridade com Língua Portuguesa também, para a estrutura de um texto instrucional.
Chamamos de texto instrucional ou injuntivo a tipologia textual que está em diversos gêneros, por exemplo, os manuais de instrução, as receitas culinárias, os textos que contêm regras de jogos.
Para essa atividade, oriente os estudantes a associar as imagens às instruções textuais que vão escrever. Na sequência, depois de pronto o manual de instruções, faça com eles novamente a leitura. Por fim, solicite que algum estudante leia as instruções oralmente. Caso eles tenham dificuldade em alguma etapa, converse com todos e diga a eles que cada dificuldade que venham a ter faz parte das etapas do aprendizado.
1o passo: um jornal de papel impresso aberto;
2o passo: uma mão dobrando o jornal na diagonal;
3o passo: uma mão passando um durex na ponta do jornal já enrolado;
4o passo: o jornal já enrolado, em formato de canudo, e dobrado em uma parte;
5o passo: uma mão amassando a parte dobrada, formando a alça de uma espada;
6o passo: desenhe num papelão um círculo ou forma oval com um furo no centro;
7o passo: a espada de esgrima já finalizada.