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Projeto 3 Regularidades do tempo
Leia a tirinha e o texto a seguir.
ViDA BOA A DA CiGARRA, QUE PASSA O TEMPO A CANTAR...
"ViDA BOA"?
TEW CiGARRA QUE PASSA QUiNZE ANOS ENTERRADA!
ViVE LiVRE SÓ POR DUAS SEMANAS...
...SE NÃO A JANTAREM ANTES...
Você já viu uma cigarra? Sabia que a vida desses insetos é dividida em dois tempos, um longo e um curto?
Durante a fase de ninfa, em que o inseto ainda não atingiu o desenvolvimento completo, a jovem cigarra permanece dentro da terra se alimentando da seiva das raízes das árvores. Esse tempo de ninfa pode durar até 17 anos, dependendo da espécie. Passado esse período, nas noites quentes de primavera, as ninfas saem dos túneis que cavaram na terra, perdem sua dura carapaça e se transformam em cigarras adultas, com asas.
Nas semanas seguintes à transformação, ocorre a cantoria: as fêmeas cantam baixo, mas os machos cantam muito alto para atraí-las a fim de se reproduzir. Assim, o ciclo da vida continua e as fêmeas depositam seus ovos nos caules das plantas ou na terra. Esse período do canto e da reprodução das cigarras dura no máximo um mês, terminando com a morte desses insetos. Existem mais de 1 500 espécies de cigarras, cada uma delas tem um canto característico.
Como todos os seres vivos, as cigarras cumprem um ciclo de nascimento, vida e morte.
MANUAL DO PROFESSOR
INTRODUÇÃO DO PROJETO 3
Regularidades do tempo
Antes de as medidas de tempo serem definidas, os seres humanos se orientavam segundo a posição do Sol e conforme as fases da Lua, notando algumas regularidades. Baseados nessas regularidades, definiram períodos como dia, mês e ano, o que deu origem aos calendários como os conhecemos hoje.
Neste projeto, os alunos serão convidados a perceber e analisar algumas dessas regularidades e terão a oportunidade de produzir seu próprio calendário, com base na identificação de eventos recorrentes do cotidiano deles.
Objetivos
- Reconhecer que o movimento aparente do Sol ocorre devido ao movimento da Terra e associá-lo à passagem do tempo.
- Acompanhar a sombra de uma vareta ao logo de um dia e relacionar o movimento da sombra com o movimento de rotação da Terra.
- Identificar as fases da Lua e suas regularidades.
- Observar regularidades nos movimentos da Lua em relação à Terra.
- Identificar o movimento de rotação da Lua e compreender a superfície oculta da Lua.
- Relacionar as fases da Lua com os algarismos calendários.
- Compreender os calendários lunar e solar.
- Conhecer um modelo de calendário da cultura indígena brasileira.
- Identificar o calendário maia e suas características.
- Produzir um calendário que represente aspectos culturais da sociedade em que vive.
Justificativa
Os movimentos cíclicos da Terra e da Lua podem passar despercebidos no nosso dia a dia, sendo importante compreender como eles influenciam na contagem do tempo.
Interdisciplinaridade
Este projeto propõe a abordagem interdisciplinar entre as áreas Matemática e Ciências da Natureza, com relevância para a área de Ciências da Natureza e suas interlocuções com a Matemática, propondo atividades que incentivam os alunos a observar o Sol, a Terra e a Lua.
BNCC - Competências e habilidades
Este projeto possibilita o desenvolvimento das competências e habilidades da BNCC descritas a seguir.
Competências gerais da Educação Básica
- Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
- Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
- Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Competência específica de Matemática
- Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções.
Competências específicas de Ciências da Natureza
- Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
- Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.
Habilidade de Matemática
(EF04MA16) Descrever deslocamentos e localização de pessoas e de objetos no espaço, por meio de malhas quadriculadas e representações como desenhos, mapas, planta baixa e croquis, empregando termos como direita e esquerda, mudanças de direção e sentido, intersecção, transversais, paralelas e perpendiculares.
Habilidade de Ciências da Natureza
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Sugestão de cronograma
O tempo estimado para a realização deste projeto é de 20 aulas, distribuídas conforme o cronograma a seguir.
Início | Abertura e Conhecendo o projeto | 2 aulas |
Etapa 1 | Sombras | 2 aulas |
Etapa 2 | As fases da Lua | 2 aulas |
Etapa 3 | Como a Lua é iluminada? | 3 aulas |
Etapa 4 | A superfície oculta da Lua | 3 aulas |
Etapa 5 | Um pouco de história | 2 aulas |
Etapa 6 | Representações no calendário | 2 aulas |
Etapa 7 | Produzindo um calendário | 2 aulas |
Conclusão | Finalizando | 2 aulas |
Política Nacional de Alfabetização (PNA)
Entre os componentes essenciais para a alfabetização propostos pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), são tratados neste projeto a fluência em leitura oral, o desenvolvimento de vocabulário, a compreensão de textos, a produção de escrita, a localização e a interpretação de informações e a leitura inferencial.
As situações em que é possível desenvolver esses componentes permeiam todos os textos, experimentos, atividades e seções deste projeto e são enfatizadas em alguns momentos com a indicação do ícone específico "Leitura e escrita" no Livro do estudante e nos comentários neste Manual do professor.
Por se tratar de um trabalho com projetos integradores, que abrangem principalmente conhecimentos de duas áreas, exige-se continuamente dos alunos que leiam, busquem informações e as interpretem, por exemplo, ao solicitar a eles que leiam em voz alta a introdução das etapas, os textos da seção Saiba mais ou de algumas páginas específicas; ao indicar que pesquisem palavras desconhecidas em dicionários ou que expliquem o sentido de determinadas palavras em algumas frases; ao propor questões que exigem que os alunos façam inferências a partir de informações obtidas direta ou indiretamente de um texto ou de uma imagem; ao incentivá-los a trocar opiniões sobre o que foi pesquisado; ao pedir que elaborem um resumo; ao sugerir, no início do projeto, que reservem páginas do caderno para fazer listas ou descritivos dos temas desenvolvidos em cada etapa; ao prever a elaboração e apresentação de um produto final, por meio da produção de cartazes, folhetos, textos em blogs, podcasts, entre outros recursos. Essa diversidade de propostas vai ao encontro dos pressupostos de alfabetização da PNA.
Abertura
Inicie o projeto realizando a leitura dos textos. Solicite aos alunos a leitura em voz alta; cada aluno pode ler uma frase ou um parágrafo do texto. Peça que expliquem o que eles entenderam da leitura da tirinha e verifique se conhecem o Armandinho, personagem principal da tirinha. Depois, pergunte se já viram uma cigarra, se sabem como é o canto dela e em que momento do dia eles costumam ouvir esse som. Se possível, pesquise áudios na internet ou grave o som de uma cigarra para mostrar aos alunos. Incentive o diálogo, os relatos e as explicações dos alunos e a escuta atenta dos colegas, promovendo habilidades de comunicação oral, respeito e empatia.
Proponha a eles que relatem aos familiares o que aprenderam sobre a cigarra e que pesquisem em livros ou na internet curiosidades relacionadas aos estágios de desenvolvimento de outros seres vivos que também apresentam diferentes fases, como borboletas e mariposas.
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Vamos conversar
Avaliação diagnóstica.
Respostas pessoais.
- Por que Armandinho, o personagem de cabelo azul da tirinha, acha a vida da cigarra muito boa?
- A amiga de Armandinho diz a ele que a vida da cigarra não é tão boa assim. Por quê?
- Comparando o tempo de vida da cigarra ao tempo médio de vida de um ser humano, você considera que ela vive muito ou pouco? Por quê?
- Por que os anos estão organizados em meses, semanas e dias?
- Observando o céu durante a noite, ao longo de um mês, é possível observar mudanças no formato da Lua? Quais?
- Você acha que existe alguma relação entre as fases da Lua e a contagem do tempo?
MANUAL DO PROFESSOR
Vamos conversar
O boxe Vamos conversar tem o objetivo de mobilizar os conhecimentos prévios dos alunos e fazer um diagnóstico do que eles já sabem sobre o tema do projeto. As hipóteses levantadas por eles podem ser confrontadas com o aprendizado adquirido até o final do projeto e confirmadas ou não. É importante retomá-las posteriormente para que os alunos avaliem a evolução dos seus conhecimentos.
Leia as perguntas uma a uma, intercalando com conversas e troca de ideias entre os alunos. Peça a eles que anotem as respostas no caderno.
Na atividade 1, espera-se que os alunos digam que Armandinho tem a percepção de que a vida da cigarra é muito boa porque ele acha que a vida dela é somente cantar.
Na atividade 2, espera-se que os alunos justifiquem que a cigarra vive a maior parte da vida enterrada e passa apenas algumas semanas cantando.
É esperado que, na atividade 3, os alunos concluam que, em comparação com o tempo médio de vida do ser humano, a cigarra vive pouco, pois o ser humano pode viver mais de 90 anos.
Para responder à atividade 4, espera-se que os alunos digam que os anos estão organizados desse modo para facilitar a organização da vida em sociedade e das atividades econômicas.
Espera-se que os alunos respondam afirmativamente à questão da atividade 5 e que digam que a Lua pode aparecer de diversas formas: totalmente iluminada, parcialmente iluminada ou não aparecer.
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Conhecendo o projeto
Como os movimentos da Terra e da Lua influenciaram a criação dos calendários?
Todos os dias a Terra e a Lua se movimentam, e esses movimentos são cíclicos, porque se repetem continuamente. Alguns movimentos duram um dia, outros demoram mais tempo para completar cada ciclo. O estudo desses ciclos justifica a proposta deste projeto.
Neste projeto, o objetivo é explorar a ideia de regularidade em situações do dia a dia e apresentar em um produto final os resultados da aprendizagem da turma à comunidade elaborando um calendário personalizado.
Para isso, você e seu grupo participarão das etapas a seguir.
Etapas do projeto
Etapa 1: Sombras
Etapa 2: As fases da Lua
Etapa 3: Como a Lua é iluminada?
Etapa 4: A superfície oculta da Lua
Etapa 5: Um pouco de história
Etapa 6: Representações no calendário
Etapa 7: Produzindo um calendário
Vamos começar? Anote abaixo as datas previstas de início e término do projeto.
Início do projeto:
//
Término do projeto:
//
MANUAL DO PROFESSOR
Conhecendo o projeto
Com os alunos, leia a questão norteadora, as etapas do projeto e o produto final. Organize com eles um cronograma para a execução do projeto e fixe-o na sala de aula para que eles acompanhem o desenvolvimento, reavaliando ao final de cada etapa se será necessário fazer mudanças nesse cronograma.
Ao apresentar o título de cada etapa, pergunte que atividade eles imaginam que farão, associando-a aos objetivos do projeto.
Peça aos alunos que representem como eles entendem os movimentos da Terra e da Lua que acontecem concomitantemente, e não de forma isolada. Isso é importante para identificar se há algum equívoco nos conceitos de rotação, translação, revolução e demais movimentos e, ao longo do projeto, ir discutindo e mediando para que os equívocos sejam reparados.
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Etapa 1 Sombras
O Sol ilumina a Terra, mas, enquanto uma parte do planeta fica iluminada, a outra parte fica sem luz. A Terra realiza um movimento em torno dela mesma. Esse movimento dura 24 horas e é chamado de rotação. É por isso que temos o dia e a noite.
A impressão que temos é que durante o dia o Sol se movimenta no céu, realizando uma trajetória de leste a oeste, mas não é o Sol que se movimenta, é a Terra. Essa trajetória é chamada de movimento aparente do Sol e é usada para indicar alguns momentos do dia, como o "nascer do Sol" e o "pôr do Sol".
Todos os dias, à medida que as horas passam a partir do amanhecer, a posição relativa do Sol no céu muda, o que faz as sombras mudarem de posição e de tamanho. Essa alteração pode ser verificada com o uso deum instrumento simples, chamado gnômon, que é composto de uma vareta presa no chão na posição vertical.
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 1
Sugestão de roteiro de aula
Objetivo da etapa
- Reconhecer que o movimento aparente do Sol ocorre devido ao movimento da Terra e associá-lo à passagem do tempo.
- Acompanhar a sombra de uma vareta ao logo de um dia e relacionar o movimento da sombra com o movimento de rotação da Terra.
BNCC
Habilidade
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Competências específicas
Ciências da Natureza: 2, 3 Veja a descrição das competências na Introdução do projeto 3.
Tempo estimado: 2 aulas
Recursos: livro do estudante, régua, vareta com pelo menos 10 cm de comprimento, placa de isopor com pelo menos 2,5 cm de espessura e canetas hidrográficas coloridas.
Aula 1 - Orientações
Converse com os alunos sobre a regularidade no deslocamento aparente do Sol em relação à Terra e associe-o com o movimento de rotação da Terra.
Verifique se os alunos se lembram de que o movimento de rotação determina os dias e as noites. Se necessário, realize uma atividade para retomar o movimento de rotação e de translação da Terra fazendo uma encenação com 2 alunos: um deve ficar parado segurando uma lanterna, representando o Sol, e o outro deve transladar em volta dele enquanto rotaciona em torno de si mesmo. Ajude esse aluno a realizar os movimentos com tranquilidade e segurança.
Sugestão de leitura
O movimento aparente do Sol
Esse texto trata do movimento aparente do Sol e da utilização do gnômon para observar esse movimento. Disponível em: https://oeds.link/K9bU39. Acesso em: 30 jul. 2021.
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Agora, você e seu grupo vão acompanhar as mudanças de uma sombra durante um dia observando a sombra de uma vareta no experimento a seguir.
Vamos experimentar
Material necessário
- Régua
- Vareta com pelo menos 10 cm de comprimento
- Placa de isopor com pelo menos 2,5 cm de espessura
- Canetas hidrográficas coloridas
Como fazer
- Prendam a vareta na região central da placa de isopor, deixando-a na posição vertical (Figura 1).
- Escolham um local ensolarado para colocar a placa de isopor.
- Usem régua e uma caneta hidrográfica para marcar o comprimento e a posição da sombra da vareta, como mostra a Figura 2. Façam isso em horas exatas do dia.
- A cada 1 hora, observem novamente a direção da sombra e registrem os resultados durante 3 ou 4 horas. Façam cada marca com uma cor e indiquem a hora que a marca foi realizada.
Atividade
-
Analisem as marcações que fizeram. O que vocês concluíram com esse experimento? Compartilhem com os outros grupos.
Espera-se que os alunos comentem que o movimento aparente do Sol segue uma regularidade que faz com que a sombra da vareta mude de posição de acordo com o tempo.
Saiba mais
A observação das sombras também deu origem à criação do relógio de sol, que é um instrumento que permite a medição da passagem do tempo no decorrer de um dia ensolarado.
MANUAL DO PROFESSOR
Aula 2 - Orientações
Organize a turma em grupos de 3 ou 4 alunos, faça com eles a montagem do experimento e verifique se compreenderam como marcar o comprimento da sombra.
Leve-os a um local ensolarado da escola para colocar as placas. Peça que desenhem a sombra da vareta na placa e registrem o horário em que foi desenhada e a medida de comprimento da sombra. A cada 1 hora, peça que uma dupla de alunos de cada grupo volte até a placa e faça novos registros.
Se não for possível realizar o experimento na escola, oriente os alunos a realizá-lo em casa, explicando a eles como escolher o local para colocar a placa.
Depois, peça a eles que apresentem os resultados obtidos e descrevam como foi o desenvolvimento da atividade, indicando as dificuldades que tiveram na execução e as descobertas que fizeram durante esse processo.
Nesse momento, não é necessário que os alunos compreendam os pontos cardeais ou a movimentação das sombras durante o dia. Basta que eles percebam que em diferentes momentos de um dia a sombra da vareta muda de posição e de comprimento.
Dependendo dos horários escolhidos pelos alunos para realizar os registros, pode ser que alguns tenham obtido sombras com o mesmo comprimento. Se desejar, comente que é possível obter em um dia duas sombras com o mesmo comprimento e que isso ocorre em horários que apresentem a mesma diferença de tempo em relação ao meio-dia, como às 11 horas e às 13 horas (1 hora antes e 1 hora após o meio-dia) ou às 9 horas e às 15 horas (3 horas antes e 3 horas após o meio-dia).
Em seguida, leia o texto da seção Saiba mais e perguntam aos alunos se eles conhecem o relógio de sol e se já viram algum. Pode-se também, pedir a eles que façam uma rápida pesquisa sobre esse tipo de relógio para saber mais detalhes e curiosidades sobre ele.
Sugestão de leitura
Fases da Lua
As fases da Lua correspondem aos diferentes aspectos com que esta se apresenta no céu ao longo das noites e dos "dias claros" de um mês. Isso não é devido à projeção da sombra da Terra na Lua, como alguns podem pensar. Mas, sim, devido à visualização que temos da Lua conforme ela orbita em torno da Terra (posição relativa entre a Lua, Terra e Sol). A fase da Lua é um fenômeno astronômico de observação simultânea para todo o globo terrestre (quando a Lua cheia é vista do Brasil, ela é também vista como tal em Portugal).
[...]
Aspectos das fases lunares
Na fase de quarto crescente, a Lua está com a metade de seu hemisfério iluminado voltada para a Terra. Em certas ocasiões, com a forma parecida com a de um C para o hemisfério sul. Na fase cheia, toda a sua parte iluminada está voltada para a Terra. No quarto minguante, a Lua está com a outra metade de seu hemisfério iluminado voltada para a Terra; forma parecida com um D para o hemisfério sul, em determinadas vezes. Finalmente, na fase nova, é sua parte não iluminada pelo Sol que fica voltada para a Terra (não conseguimos ver a Lua!).
MILONE André de Castro et al. Introdução à Astronomia e Astrofísica. São José dos Campos: Inpe 2019
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Etapa 2 As fases da Lua
CALENDÁRIO LUNAR 2021
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 2
Sugestão de roteiro de aula
Objetivo da etapa
- Identificar as fases da Lua e suas regularidades.
BNCC
Habilidade
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Competências específicas
Ciências da Natureza: 2, 3
Veja a descrição das competências na Introdução do projeto 3.
Tempo estimado: 2 aulas
Recurso: livro do estudante.
Aula 1 - Orientações
Apresente o calendário lunar de 2021 aos alunos, permitindo que eles o explorem livremente. Verifique se eles notam que as fases da Lua mudam sempre na mesma sequência: nova, quarto crescente, cheia e quarto minguante. Faça algumas perguntas para verificar se eles conseguem identificar a fase da Lua corretamente, como: Qual é a fase da Lua representada no dia 20 de abril?
É comum a noção de que existem apenas 4 fases da Lua, mas todos os outros aspectos com que a face da Lua se apresenta para um observador na Terra também são fases. Essas fases da Lua destacadas são as mais conhecidas, entretanto é importante explicar aos alunos que ao longo do mês a Lua passa por muitas outras fases. As demais fases da Lua serão apresentadas na etapa 3 deste projeto.
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Na etapa anterior, vimos que há uma regularidade no movimento aparente do Sol e, em razão da rotação da Terra, a direção da sombra de uma vareta muda sempre. Nesta etapa, vamos conhecer um pouco sobre as regularidades do movimento da Lua em relação à Terra.
Você já deve ter percebido que a Lua aparece no céu com diferentes formas: às vezes está toda iluminada, outras vezes está parcialmente iluminada e tem a forma de um "D", para depois quase desaparecer. Essas variações na aparência da Lua no céu são conhecidas como fases da Lua.
-
Quantas e quais são as principais fases da Lua?
As principais fases são cheia, minguante, crescente e nova; no entanto, não são apenas quatro fases, mas várias fases, pois, a cada dia, a iluminação do Sol sobre a Lua vai se modificando.
-
Reúna-se em grupo com mais três colegas. Cada componente do grupo deve escolher uma fase diferente da Lua e fazer algumas contagens. Utilize o calendário da página anterior e faça a contagem da quantidade de dias transcorridos para que uma mesma fase da Lua se repita. Por exemplo, quem ficou responsável pela fase lua cheia deve realizar a contagem de dias entre duas luas cheias consecutivas e registrar os valores obtidos no caderno. Qual é o intervalo de tempo para que uma mesma fase da Lua se repita?
29 ou 30 dias, ou seja, aproximadamente 1 mês.
Saiba mais
Você sabia?
- A medida da temperatura na Lua atinge 100 °C durante o dia e -175 °C à noite.
- O diâmetro médio da Lua é de 3476 km.
- A Lua está a 385 mil quilômetros da Terra.
Fonte de pesquisa: O guia dos curiosos. Disponível em: https://oeds.link/o7MRvI. Acesso em: 3 mar. 2021.
- Pesquise em livros ou na internet quanto mede o diâmetro da Terra e compare com o da Lua calculando a diferença entre eles. Conte para os colegas o que você descobriu.
O diâmetro da Terra mede em média 12 742 km e o da Lua mede 3 476 km. Comparando o diâmetro da Terra com o da Lua, temos: 12 742 - 3 476 = 9 266, ou seja, o diâmetro da Terra tem 9 266 km a mais que o diâmetro da Lua.
MANUAL DO PROFESSOR
Aula 2 - Orientações
Proponha uma atividade extra explicando aos alunos que, no final deste projeto, essa atividade poderá ajudar na organização do produto final.
Inicialmente, apresente a eles a plataforma Padlet, ferramenta que permite criar um mural virtual e coletivo, auxiliando na organização de ideias, possibilitando obter melhores resultados no desenvolvimento do produto final.
Essa plataforma está disponível em: https://oeds.link/XtnsX3 (acesso em: 22 jul. 2021) e pode ser utilizada gratuitamente. Caso deseje obter dicas, consulte o Tutorial para uso da plataforma Padlet, produzido pelo Centro de Educação Unifei, disponível em: https://oeds.link/tJJmzh (acesso em: 21 jul. 2021).
Depois, organize os alunos em grupos para que façam breves pesquisas sobre calendários e solicite que insiram no mural virtual as descobertas obtidas nas pesquisas. Verifique se os alunos conseguem organizar as informações no mural, agrupando-as de acordo com algum critério.
A produção e organização do mural virtual, assim como a divisão das atividades de cada pequeno grupo de alunos para realização deste material, devem ser retomadas durante as próximas etapas deste projeto.
Saiba mais
Solicite aos alunos que leiam as curiosidades sobre a Lua e mostre a eles, por meio de representações na lousa, o que é o diâmetro de uma circunferência e de uma esfera para que eles compreendam que o diâmetro médio da Lua é comparável ao diâmetro de uma esfera. Observe no final desta página exemplos de figuras que podem ser reproduzidas.
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Etapa 3 Como a Lua é iluminada?
Na etapa anterior, você descobriu que as fases da Lua se sucedem com intervalos de aproximadamente 1 mês. Isso ocorre porque a Lua se movimenta em torno da Terra. Esse movimento é chamado de revolução. Durante o mês, a Lua vai mudando de fase pouco a pouco, de acordo com a posição em que está ao redor da Terra, como indicado no calendário abaixo.
As fases da Lua são determinadas pela forma como a vemos no céu, mas a Lua não tem luz própria, a luz que a ilumina vem do Sol, que é a estrela do Sistema Solar. Por isso, o que enxergamos depende da posição da Lua em relação à Terra e ao Sol. Conforme a posição desses astros, vemos uma parte diferente da Lua iluminada. É isso que vamos aprender no experimento a seguir.
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 3
Sugestão de roteiro de aula
Objetivo da etapa
- Observar regularidades nos movimentos da Lua em relação à Terra.
BNCC
Habilidades(EF04MA16) Descrever deslocamentos e localização de pessoas e de objetos no espaço, por meio de malhas quadriculadas e representações como desenhos, mapas, planta baixa ecroquis, empregandotermos como direita e esquerda, mudanças de direção e sentido, intersecção, transversais, paralelas e perpendiculares.
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Competências específicas
Matemática: 3
Ciências da Natureza: 2
Veja a descrição das competências na Introdução do projeto 3.
Tempo estimado: 3 aulas
Recursos: livro do estudante, uma bola de isopor com cerca de 15 centímetros de diâmetro e com uma haste para segurá-la, lanterna e local escuro, como um corredor sem janelas.
Aula 1 - Orientações
Faça com os alunos a leitura do texto e apresente o calendário lunar de abril de 2021, enfatizando que as fases da Lua não surgem inesperadamente, mas, sim, progressivamente, variando dia a dia até obter a imagem característica de cada fase lunar.
Diga aos alunos que a fase da Lua denominada quarto crescente recebe esse nome porque nessa fase só conseguimos observar 1/4 da superfície da Lua. O mesmo ocorre com a fase da Lua denominada quarto minguante.
Sugestão de site
Para saber mais informações sobre as fases da Lua, acesse: https://oeds.link/78i9RA. Acesso em: 23 jul. 2021.
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Vamos experimentar
Material necessário
- Uma bola de isopor com cerca de 15 centímetros de diâmetro e com uma haste para segurá-la
- Lanterna
- Local escuro, como um corredor sem janelas
Como fazer
- O professor vai escolher três alunos de mesma altura ou de altura mais parecida possível, um para segurar a lanterna, que será a representação do Sol, outro para fazer o papel de um observador na superfície da Terra e outro para segurar a bola de isopor, que representará a Lua.
- O aluno que será o observador deve ficar no centro. O outro aluno se posicionará em um local fixo a cerca de 3 metros do observador, segurando a lanterna.
- O outro aluno percorrerá uma trajetória circular com raio de aproximadamente 2 metros.
- O aluno que segura a lanterna deve apontá-la diretamente para a "Lua".
- Primeiro, o aluno que segura a "Lua" deve segurá-la acima da sua cabeça, e deve estar na posição mostrada na Figura 1.
- Em seguida, o aluno que segura a "Lua" deve se movimentar em um quarto de arco, como mostra a Figura 2. Note que o aluno deve segurar a "Lua" de forma que fique na mesma altura da sua cabeça.
- Depois, o aluno que segura a "Lua", deve se movimentar novamente em um quarto de arco, para que fique na posição mostrada na Figura 3. Note que, agora, o aluno deve segurar a "Lua" abaixo da sua cabeça.
- Por último, o aluno percorrerá um quarto de arco e segurará a "Lua" na altura da sua cabeça novamente, como mostra a Figura 4.
- Em todos os passos, o aluno que representa a Terra deve relatar como vê a "Lua".
MANUAL DO PROFESSOR
Em seguida, realize com toda a turma o experimento, seguindo as orientações passo a passo e solicitando a participação de todos os alunos. Em cada etapa, pergunte ao aluno que representa o observador na superfície da Terra o que ele está vendo. Repita a mesma pergunta aos alunos que estão apenas observando a representação. Discuta com eles o que faz com que cada um tenha uma imagem diferente, dependendo da posição em que está. Depois, explique a eles que o aluno que representa o observador na Terra vê a mesma imagem que nós vemos da Terra ao observarmos a Lua.
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Atividades
-
Em seu caderno, registre o relato do observador em cada uma das posições indicadas nas figuras e, depois, compare as imagens descritas com as fases da Lua.
Resposta pessoal.
-
Relacione a vista obtida pelo observador de cada quadro da ilustração da página anterior com a fase da Lua correspondente.
Figura 1: lua cheia; figura 2: quarto minguante; figura 3: lua nova; figura 4: quarto crescente.
Vamos avaliar
Avaliação de processo.
-
Você conseguiu explicar por que a posição da sombra do gnômon varia?
Resposta pessoal.
-
Contribuiu com colegas na atividade com o calendário da etapa 2?
Resposta pessoal.
-
Ouviu atentamente as orientações do professor para a execução do experimento das sombras da Lua?
Resposta pessoal.
-
Quais foram suas atitudes nas etapas que envolveram atividades em grupo?
Resposta pessoal.
-
O que pretende fazer de diferente nas próximas etapas para melhorar seu desempenho e o do grupo?
Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR
Aula 2 - Orientações
Depois, organize os alunos em pequenos grupos e solicite a eles que repitam o experimento de modo que todos os integrantes do grupo possam segurar a bola de isopor e obter a visualização dos observadores da Terra.
Solicite que respondam às atividades e comparem as respostas obtidas com as dos colegas de outros grupos.
Aula 3 - Orientações
Se possível, inicie a aula apresentando aos alunos o calendário lunar do mês corrente. Há sites que disponibilizam o calendário lunar mensal com imagens que mostram a passagem gradativa de uma fase da Lua para outra. Promova uma discussão sobre o calendário apresentado e verifique se os alunos ficaram com alguma dúvida.
Depois, peça a eles que respondam às questões do boxe Vamos avaliar. Leia cada pergunta e dê um tempo para que os alunos escrevam suas respostas. Ao final, solicite que as compartilhem. Nesse momento, procure identificar as dificuldades deles em relação aos conteúdos trabalhados nas etapas 1, 2 e 3 deste projeto.
Instruções sobre as avaliações
Para que uma avaliação possa desempenhar a função formativa ou de processo é necessário usar várias técnicas e instrumentos: aplicação de provas (orais ou escritas), observação, estudo de caso, dinâmicas de grupo, autoavaliação, entre outras.
A avaliação formativa não ocorre no final de um processo de ensino e de aprendizagem, ela permeia todo o processo. O objetivo é obter informações sobre a aprendizagem dos alunos e servir como parâmetro para que, se necessário, o professor redirecione suas ações, retome conceitos e conteúdos em prol da aprendizagem dos alunos.
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Etapa 4 A superfície oculta da Lua
Um fenômeno conhecido por diversas civilizações ao longo da história é o fato de sempre vermos a mesma superfície da Lua, não importando em que local estejamos na Terra.
Hoje sabemos que isso ocorre porque a Terra e a Lua realizam uma rotação sincronizada, pois a Lua demora o mesmo número de dias para girar em torno de seu eixo e para dar uma volta completa na Terra; os dois movimentos são feitos em aproximadamente 27 dias e 7 horas. Nesta atividade, você e seus colegas de grupo vão reproduzir os movimentos da Lua e compreender esse fenômeno.
Vamos experimentar
Material necessário
- Régua
- Tesoura com pontas arredondadas
- Lápis de cor
- Folhas de papel sulfite
- Três tampas plásticas circulares de diferentes tamanhos
Preparação
- Coloque a tampa maior sobre a folha de papel sulfite, aproximadamente no centro da folha.
- Contorne a tampa com um lápis. Essa circunferência será a trajetória da Lua em torno da Terra.
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 4
Sugestão de roteiro de aula
Objetivo da etapa
- Identificar o movimento de rotação da Lua e compreender a superfície oculta da Lua.
BNCC
Habilidades(EF04MA16) Descrever deslocamentos e localização de pessoas e de objetos no espaço, por meio de malhas quadriculadas e representações como desenhos, mapas, planta baixa e croquis, empregando termos como direita e esquerda, mudanças de direção e sentido, intersecção, transversais, paralelas e perpendiculares.
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Competências específicas
Matemática: 3
Ciências da Natureza: 2
Veja a descrição das competências na Introdução do projeto 3.
Tempo estimado: 3 aulas
Recursos: livro do estudante, régua, tesoura com pontas arredondadas, lápis de cor, folhas de papel sulfite e três tampas plásticas circulares de diferentes tamanhos.
Aula 1 - Orientações
Nesta etapa, a regularidade explorada é o sincronismo entre o movimento de rotação e de revolução da Lua. Essa regularidade não apresenta relação com as escolhas de períodos presentes nos calendários, mas explica de modo simples o fato de a Lua sempre mostrar a mesma face para um observador da Terra.
Para realizar esta etapa, utilize a metodologia da sala de aula invertida. Peça aos alunos que pesquisem antecipadamente em livros, revistas ou na internet (com a ajuda de um adulto) sobre a superfície oculta da Lua. Indique a eles os seguintes sites: https://oeds.link/Bw61Cl; https://oeds.link/e9iCMG. Acessos em: 30 jul. 2021.
No início da aula, promova a leitura compartilhada do texto e da imagem da página 60 do Livro do estudante e inicie uma conversa pedindo a eles que apresentem os dados pesquisados.
Em seguida, inicie o preparo dos elementos que serão usados no experimento, ajudando-os no que for preciso.
Aula 2 - Orientações
Com os materiais preparados, organize os alunos em grupos para que eles façam o experimento. Em Como fazer, os primeiros passos levarão os alunos a compreender como seria se a Lua não realizasse o movimento de rotação enquanto se movimenta ao redor da Terra. Seguindo os últimos passos, eles poderão compreender que o movimento de rotação da Lua é realizado enquanto ela se movimenta ao redor da Terra.
Verifique se os alunos compreendem corretamente as indicações de giro apresentadas no experimento. Se necessário, retome com eles que o ângulo de 90° é chamado de ânguio reto e equivale a um giro de 1/4 de volta. Observe a figura abaixo.
Aula 3 - Orientações
Solicite aos alunos que respondam às atividades propostas.
Na atividade 2, retome as descobertas que os alunos fizeram nas aulas anteriores verificando se todos compreenderam as indicações do experimento.
Depois, peça a eles que associem o que compreenderam com a pesquisa e a discussão realizada sobre o assunto pesquisado na primeira aula desta etapa.
Representações esquemáticas da situação da atividade 1
- Posição da Lua no ponto C:
- Posição da Lua no ponto D:
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- Marque na circunferência quatro pontos igualmente espaçados traçando duas linhas que passem pelo centro e formem ângulos retos, como indicado na figura abaixo. Identifique esses pontos com A, B, C e D.
- Repita o procedimento usando a tampa de tamanho médio. Pinte o interior do círculo de azul, para representar a Terra, como mostra a Figura 1.
- Em outra folha de papel sulfite, contorne a tampa menor e recorte-a. Ela representará a Lua.
- Divida o círculo que representa a Lua em quatro partes iguais dobrando-o duas vezes ao meio, obtendo quatro ângulos retos. Com o auxílio de uma régua, trace duas linhas sobre os vincos marcados pelas dobras.
- Em seguida, pinte a Lua usando uma cor em cada parte, por exemplo, use dois tons de amarelo e dois tons de cinza, e marque um ponto vermelho no encontro de duas partes, como na Figura 2.
-
Posicione a Lua colocando o ponto vermelho próximo ao ponto A da trajetória. Note que, nesse caso, um observador na Terra veria as partes pintadas de amarelo.
-
Em seguida, desloque a Lua até o ponto B sem realizar a rotação em torno do eixo dela, ou seja, mantenha a Lua na mesma posição em que estava no ponto A. Note que, nessa situação, um observador na Terra veria as partes amarelo-escuro e cinza-claro.
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-
Mova a Lua até o ponto C, sem fazer a rotação e, em seguida, para o ponto D. Nesse caso, um observador da Terra veria as partes cinza na posição C e as partes amarelo-claro e cinza-escuro na posição D.
-
Note que, se não houvesse o movimento de rotação da Lua, o observador da Terra não veria sempre as mesmas partes da Lua.
-
Vamos refazer a movimentação, desta vez considerando a rotação da Lua: 90° no sentido anti-horário a cada percurso de 1/4 de volta na sua trajetória. Posicione novamente a Lua colocando o ponto vermelho próximo do ponto A da trajetória. Como já vimos, um observador na Terra veria as partes pintadas de amarelo.
-
Ao deslocar a Lua de A para B, faça também um giro de 90° em torno do eixo dela. Nesse caso, um observador da Terra ainda veria as partes amarelas.
-
Complete o movimento de revolução e de rotação da Lua verificando o que ocorre quando ela é posicionada nos pontos C e D. Registre os resultados obtidos em relação ao que o observador vê a partir da Terra.
A Lua exibe sempre a mesma superfície ao observador.
-
Forme uma roda de conversa com os colegas e explique se você compreendeu o fenômeno da rotação sincronizada.
Respostas pessoais.
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Etapa 5 Um pouco de história
Fases da Lua e algarismos
As datas em que ocorrem as fases da Lua em cada mês não são fixas, elas variam. É fácil verificar isso comparando calendários lunares de anos diferentes. Isso ocorre porque somente a cada 19 anos as datas em que ocorrem as mudanças nas fases da Lua coincidem.
Por causa disso, durante um período entre 600 e 400 anos atrás, em alguns países da Europa, os números de 1 a 19 eram representados por algarismos desenhados em calendários de madeira e denominados algarismos calendários.
Note que os números de 1 a 4 seguem um padrão. O número cinco era representado com a introdução de um detalhe diferente, e os números de 6 a 9 acompanham o padrão observado anteriormente.
O dez era representado com a introdução de outro detalhe diferente, e daí em diante o padrão visto anteriormente para os números de 1 a 9 continua a ser utilizado para formar os novos números.
- Siga o padrão e desenhe o símbolo correspondente aos números que faltam na sequência abaixo.
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 5
Sugestão de roteiro de aula
Objetivos da etapa
- Relacionar as fases da Lua com os algarismos calendários.
- Compreender os calendários lunar e solar.
BNCC
Habilidade
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Tempo estimado: 2 aulas
Recurso: livro do estudante.
Aula 1 - Orientações
Apresente aos alunos os algarismos calendários e verifique se compreendem a regra de formação desses números. Deixe que eles realizem a atividade 1 individualmente e, depois, compartilhem as conclusões obtidas.
Sugestão de leitura
Ano solar e lunação
A observação persistente da mudança do aspecto da Lua fez notar que o intervalo de tempo entre duas fases iguais e consecutivas corresponde a 29,53059 dias. Esse período lunar é denominado de lunação (ou período sinódico da Lua). O conceito de mês surgiu desse fato astronômico. Muitas sociedades antigas utilizaram e algumas ainda adotam o ano lunar, que possui 12 meses lunares, ou seja, 354,36708 dias (354 dias, 8 h, 48 min e 35,71 s). Os povos árabes do Oriente Médio usam um calendário baseado no mês lunar. Já os judeus utilizam um calendário lunissolar. O mundo ocidental contemporâneo usa um calendário solar que sofreu infuência do calendário lunar, isto é, adotamos um ano com 12 meses, originários das 12 lunações.
MILONE, André de Castro et al. Introdução à Astronomia e Astrofísica. São José dos Campos: Inpe, 2018.
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A duração do ano
O início do desenvolvimento da agricultura e da criação de animais para obter alimentos ocorreu há aproximadamente 12 mil anos.
Ao observar os ciclos da natureza, as pessoas perceberam que havia épocas mais apropriadas para o plantio das sementes. Esses ciclos se repetiam em períodos de aproximadamente 12 lunações.
- Lunação:
- período de tempo entre duas luas novas consecutivas. Em cada período ocorrem as quatro fases da Lua.
-
Considerando que um mês tem aproximadamente 30 dias, a quanto tempo corresponde o período de 12 lunações?
12 × 30 = 360 dias ou, aproximadamente, 1 ano.
Vamos avaliar
Avaliação de processo.
-
Você compreendeu como devem ser feitos os giros de 90° no experimento sobre a superfície oculta da Lua?
Resposta pessoal.
-
Teve dificuldade para executar esse experimento? Se sim, quais?
Resposta pessoal.
-
Por que um observador que está na Terra vê sempre a mesma superfície da Lua?
Resposta pessoal.
-
Compreendeu como funciona o sistema de numeração dos algarismos calendários?
Resposta pessoal.
-
Como você avalia suas atitudes nas etapas anteriores? Em que pode melhorar?
Resposta pessoal.
MANUAL DO PROFESSOR
Aula 2 - Orientações
Explique aos alunos que foi por meio da observação das regularidades de fenômenos celestes que, na Antiguidade, o ser humano percebeu que eles poderiam servir de base para medir ou contar o tempo. Assim, a alternância entre o dia e a noite passou a definir uma unidade de tempo, o dia; as fases da Lua definiram o mês; e as estações do ano, por sua vez, forneceram outra unidade de medida do tempo, o ano. Da utilização dessas unidades para medir intervalos de tempo e datar eventos, surgiu o calendário. Os povos antigos definiam calendários com base lunar, solar ou ambas.
O calendário sofreu diversas transformações ao longo do tempo, mas o usado atualmente, originado em Roma, é considerado universal. Trata-se do calendário gregoriano, de base solar, introduzido pelo papa Gregório XIII em 1582. (Texto elaborado com base em: https://oeds.link/vO0aO4. Acesso em 31 jul. 2021.)
O texto "Calendários", do professor Renato Las Casas, traz informações interessantes sobre a origem do calendário que utilizamos. Sugerimos acessá-lo e promover a leitura compartilhada com os alunos. O texto está disponível em: https://oeds.link/uZ0S39. Acesso em: 24 jun. 2022.
Em seguida, peça aos alunos que retomem as atividades realizadas desde o início do projeto e avaliem, em grupos, o que aprenderam ao longo das etapas e se ampliaram os conhecimentos que tinham ao iniciar o projeto. Essa atividade contribui para o desenvolvimento da autonomia dos alunos e incentiva a reflexão sobre a aprendizagem. Se necessário, retome algum conceito apontado pelos alunos.
Depois, peça que respondam à atividade 2 e às questões do Vamos avaliar.
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Etapa 6 Representações no calendário
Vários povos de diferentes lugares e de diferentes épocas desenvolveram seus próprios modos de registrar a passagem dos dias em seus calendários. Alguns foram criados com base nas regularidades das fases da Lua ou no movimento aparente do Sol.
Os povos indígenas do Brasil também criam os próprios calendários. Neles, é comum a representação dos meses com base nas festividades, nas colheitas, nos fenômenos naturais, como o período de chuvas, e em outros eventos importantes para a comunidade.
Observe o calendário do povo Suyá elaborado pelo professor Thiayu Suyá, do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Note que cada parte tem um desenho que indica uma atividade relacionada ao mês correspondente.
[...]
Novembro, mês que as plantas já estão brotando. Dezembro, mês que dá muita melancia.
Fonte: Geografia Indígena: Parque Indígena do Xingu. São Paulo: Instituto Socioambiental, 1996. p. 55. Disponível em: https://oeds.link/IA4HNX. Acesso em: 16 abr. 2021.
-
Forme um grupo com mais três colegas e pesquisem na internet outros calendários de povos indígenas do Brasil. Desenhem os calendários em folhas de cartolina para apresentá-los no evento final do projeto.
Acompanhe os alunos durante a pesquisa na internet ou oriente-os a pesquisar em casa acompanhados de um adulto.
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 6
Sugestão de roteiro de aula
Objetivos da etapa
- Conhecer um modelo de calendário da cultura indígena brasileira.
- Identificar o calendário maia e suas características.
BNCC
Habilidade
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Tempo estimado: 2 aulas
Recursos: livro do estudante, uma folha de cartolina e material para desenho.
Aula 1 - Orientações
Solicite aos alunos que se preparem previamente para a aula retomando o mural virtual que produziram durante o desenvolvimento do projeto, a fim de resgatarem conceitos, levantarem dúvidas e consolidarem seus conhecimentos sobre o assunto.
Apresente aos alunos o calendário do povo Suyá. Peça que observem e comentem o que está representado em cada parte do círculo. Espera-se que eles percebam que as representações se relacionam com ciclos da vida dos Suyá e da natureza, como agricultura, pesca e estações do ano.
Enfatize o respeito pelas culturas dos povos indígenas e a valorização de suas práticas e seus conhecimentos, de seu modo de vida e sua relação com a natureza, trabalhando os tema transversais contemporâneos Diversidade cultural e Meio ambiente.
Em seguida, peça que façam a pesquisa da atividade 1. No boxe Sugestão de sites, são indicados sites que podem ser consultados pelos alunos.
Sugestão de sites
- · O calendário indígena Kalapalo. https://oeds.link/FPl1IQ
- · Indígenas amazônicos desenvolvem calendários próprios. https://oeds.link/q4oYdX
- · Etnoconhecimento: WWF-Brasil lança cartilha escrita em parceria com indígenas Kaxinawá. https://oeds.link/Qen6vL Acessos em: 10 jul. 2021.
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Saiba mais
O calendário maia
A civilização maia foi a mais desenvolvida a habitar a Mesoamérica, que, hoje, inclui regiões de países como o México, a Guatemala, El Salvador e Belize, entre outros.
Os maias tinham escrita própria, cidades e atividades econômicas organizadas e eram grandes conhecedores de Matemática e Astronomia.
Eles dividiam o ano de um modo diferente do nosso calendário, mas sabiam que eram necessárias correções para que seu calendário se ajustasse a 1 ano solar, de aproximadamente 365 dias.
Usando como unidade básica o dia, chamado kin, eles faziam os seguintes agrupamentos, que eram correspondentes aos nossos meses e anos, respectivamente:
- 20 kin = 1 uinal
- 18 uinal = 1 tun
O kin (dia), o uinal (mês) e o tun (ano) eram representados por símbolos, os quais aparecem nas ruínas dos antigos templos. Os maias consideravam que o tempo era um ciclo que se repetia. Por isso, sua representação era feita na forma de um círculo.
Kin - 1 dia
Uinal - 20 dias
Tun - 360 dias
-
De acordo com as relações entre os agrupamentos, registre o cálculo para obter o total de dias de um tun.
360 dias, pois 18 × 20 = 360
-
Qual é a diferença, em número de dias, entre 1 tun e 1 ano solar?
5 dias, pois 365 - 360 = 5
- Em grupo, faça uma pesquisa em livros ou na internet sobre o período em que a civilização maia viveu e sobre seu sistema de numeração. Reúna os dados e apresente-os em um cartaz para os outros grupos na data combinada com o professor.
MANUAL DO PROFESSOR
Aula 2 - Orientações
Convide alguns alunos a ler em voz alta o texto sobre o calendário maia. Em seguida, solicite aos alunos que expliquem o que compreenderam do texto.
A leitura em voz alta e a conversa sobre o texto da seção Saiba mais permitem desenvolver a fluência em leitura oral e a compreensão textual, componentes essenciais para a alfabetização da PNA.
Proponha que a pesquisa solicitada na atividade 3 seja realizada na sala de informática da escola, se houver, ou na biblioteca escolar. Depois, os alunos poderão discutir sobre o assunto em sala de aula, com base nas informações obtidas na pesquisa.
Sugestão de site
Sistema de numeração maia. Disponível em: https://oeds.link/CsoIsQ. Acesso em: 26 jun. 2022.
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Etapa 7 Produzindo um calendário
Neste projeto, conhecemos alguns fenômenos astronômicos e sua relação com o registro da passagem do tempo. A observação desses fenômenos levou a humanidade a agrupar os dias em diferentes períodos nos calendários.
Que tal elaborar um calendário inspirado naqueles produzidos pelos povos indígenas?
Reúna-se em um grupo com quatro integrantes, conversem e organizem algumas informações que vocês consideram importantes para a elaboração do calendário. Depois, combinem como farão os passos indicados a seguir.
- Como desenhar um círculo grande e dividi-lo em 12 partes iguais?
- Quais alunos serão responsáveis por criar o desenho de cada mês do ano?
- Quais materiais de pintura e desenho serão usados para decorar o calendário?
- Onde o calendário ficará exposto?
- Quais são os eventos da sua região que podem representar cada mês do ano?
- Vocês podem considerar datas comemorativas do município, atividades econômicas, como uma feira agropecuária, fenômenos naturais etc.
Produzam o calendário em uma folha de papel kraft ocupando o maior espaço possível.
Organizem no espaço abaixo as ideias que deverão ser colocadas em prática sobre o trabalho que será desenvolvido.
MANUAL DO PROFESSOR
Etapa 7
Sugestão de roteiro de aula
Objetivo da etapa
- Produzir um calendário que represente aspectos culturais da sociedade em que vive.
BNCC
Habilidade
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
Tempo estimado: 2 aulas
Recursos: livro do estudante, uma folha de papel kraft e material de pintura e desenho.
Aula 1 - Orientações
Apresente a proposta aos alunos e leia com eles todos os passos, ajudando-os em eventuais dúvidas. Depois, peça a eles que se organizem em grupos para determinar as estratégias que serão usadas para o desenvolvimento do produto final.
Oriente os alunos a organizarem a distribuição das tarefas seguindo os passos apresentados na proposta.
Ao dividir as tarefas e planejar como será feito o calendário, eles estarão trabalhando uma das habilidades referentes aos pilares do pensamento computacional, a decomposição de um problema.
Aula 2 - Orientações
Oriente os alunos a fazerem corretamente as medições para a confecção do círculo e suas divisões. Como uma volta completa corresponde a 360°, cada uma das 12 partes do calendário deve ter 30°. Eles podem usar um esquadro cujos lados tenham medidas diferentes para auxiliar na divisão do círculo em 12 partes iguais.
Oriente-os a usar o "canto oposto ao menor lado" do esquadro para formar ângulos de medida 30°. Para isso, devem colocar o vértice (ponta) no centro do círculo e com um lápis traçar duas linhas usando os dois lados do esquadro, partindo deles até encontrar a circunferência. Essa abertura corresponde a 30°.
Verifique se todos os integrantes do grupo estão participando da atividade. É comum os alunos terem dificuldades na organização, distribuição e execução de tarefas. Por isso, é importante verificar se todos estão participando, se as opiniões foram ouvidas, se houve um consenso nas decisões e se todos estão de acordo com elas.
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Finalizando
Agora chegou o momento de refletir sobre o projeto e de planejar como as descobertas serão apresentadas para a comunidade.
Vamos avaliar
Avaliação de resultado.
Forme uma roda de conversa com os colegas e converse sobre as questões a seguir, justificando suas respostas.
Respostas pessoais.
- Você acha que a Terra e a Lua se movimentam o tempo todo?
- Você contribuiu com suas descobertas na atividade de pesquisa sobre os maias?
- Analisando o calendário elaborado por seu grupo, você acha que ele precisa ser explicado para outras pessoas ou elas o compreenderão apenas ao observá-lo?
- Você conseguiu interpretar os eventos indicados nos calendários produzidos pelos outros grupos?
Hora de compartilhar!
Reúna-se com os colegas e o professor e analisem como vocês podem reunir os trabalhos realizados durante o projeto e apresentá-los aos convidados, como familiares, professores, equipe escolar e colegas de outras turmas. Lembre-se de que as pessoas deverão ser convidadas com antecedência para a apresentação.
Depois, registre abaixo os principais conhecimentos adquiridos neste projeto que poderão ser compartilhados com as pessoas no evento final.
MANUAL DO PROFESSOR
Finalizando
Inicie a aula avaliando o desenvolvimento dos alunos no decorrer do projeto com as questões do boxe Vamos avaliar.
Depois, pergunte se eles conseguem responder à questão norteadora levantada no início deste projeto: Como os movimentos da Terra e da Lua influenciaram a criação dos calendários?
Hora de compartilharConverse com os alunos para que eles decidam como será a apresentação do produto final do projeto. Os trabalhos poderão ser compartilhados com a comunidade escolar, os familiares, os amigos, entre outros convidados.
Explique aos alunos que, para que outras pessoas compreendam os calendários produzidos, é preciso que eles saibam comunicar o que fizeram. Isto é, eles devem elaborar explicações claras e objetivas e todos os integrantes do grupo devem saber responder às perguntas e às dúvidas dos convidados ou explicar detalhes sobre os calendários elaborados.
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Avaliando o nosso projeto
Autoavaliação.
Ouça com atenção as orientações do professor para compreender o que significa cada item a ser avaliado. Depois, responda a cada pergunta preenchendo o quadrinho correspondente considerando o modo como você se avalia.
Sim | Às vezes | Nem sempre | |
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Ouvi e respeitei a opinião dos colegas e contribuí para manter um bom relacionamento entre todos? | |||
Demonstrei interesse nas atividades propostas e participei ativamente delas? | |||
Compreendi os conteúdos trabalhados? | |||
Levantei hipóteses e consultei diferentes materiais de pesquisa? | |||
Utilizei os recursos digitais adequadamente, conforme as orientações do professor? | |||
Atingi os objetivos do projeto? |
MANUAL DO PROFESSOR
Avaliando o nosso projeto
Promova uma discussão com os alunos a fim de verificar se as atividades foram realizadas e se os objetivos foram alcançados conforme conversado no início deste projeto.
Em seguida, oriente-os a responder à autoavaliação individualmente, explicando cada item citado no quadro.
Após o preenchimento do quadro, organize conversas individuais ou coletivas com os alunos para falar sobre o desempenho deles, destacar os avanços na produção do conhecimento e sugerir a eles práticas e estratégias para aprimorar o seu processo de aprendizagem.
CONCLUSÃO DO PROJETO 3
Reflexão sobre as avaliações
A proposta de oferecer projetos integradores tem o objetivo de proporcionar ao aluno a vivência como sujeito participativo do próprio processo de aquisição de conhecimento, superando a condição de receptor para se transformar gradativamente em agente da própria aprendizagem, atuando ativamente em pesquisas, experimentos e atividades em grupo, tornando-se cada vez mais autônomo. Ao desenvolver o trabalho com projetos, que envolve pesquisas, experimentos, elaboração de hipóteses, conclusões que as refutem ou confirmem e atividades diversificadas, propõem-se também diversificadas formas de avaliação: avaliação diagnóstica, de processo ou formativa, de resultado e autoavaliação.
Os diversos momentos de avaliação propostos neste projeto 3, Regularidades do tempo, foram elaborados para levantar e mobilizar os conhecimentos prévios dos alunos sobre os assuntos abordados (avaliação diagnóstica), para acompanhar as aprendizagens deles no decorrer das etapas e permitir que o professor obtenha parâmetros sobre o que será preciso mudar em seu planejamento para que todos os alunos, mesmo com diferentes desempenhos, possam atingir os objetivos determinados (avaliação formativa ou de processo) e, por fim, para verificar os resultados das aprendizagens no final do projeto (avaliação de resultado).
Avaliar é parte constitutiva do processo de ensino-aprendizagem. Esse sempre foi o papel tradicional das avaliações: propõe-se uma prova, atribui-se uma nota e o aluno é promovido ou não. No entanto, essa forma simplificada de avaliar já não atende à complexidade das habilidades exigidas em um mundo em contínua e rápida transformação. Assim, a escola deve estar preparada para acompanhar as transformações tecnológicas, sociais, culturais e econômicas e proporcionar ao aluno a possibilidade de desenvolver "várias inteligências", não se restringindo aos componentes curriculares tradicionais. Nesse sentido, após participar dos experimentos, realizar as atividades e se envolver nas várias propostas de avaliação, ao finalizar o projeto 3, espera-se que os alunos estejam aptos a responder à questão norteadora e às demais propostas abaixo.
Como os movimentos da Terra e da Lua influenciaram a criação dos calendários?
Para avaliar se estão aptos a respondê-la, ou seja, se eles compreenderam as regularidades do tempo e como os movimentos da Lua e da Terra influenciaram a criação dos calendários, sugerimos reuni-los em uma roda de conversa e refletir coletivamente sobre os objetivos do projeto, questionando e solicitando aos alunos que expliquem suas respostas fundamentando-as com argumentos:
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As anotações feitas pelo professor durante a conversa podem ser utilizadas na elaboração de relatórios sobre o desempenho geral da turma, de cada grupo, ou de cada aluno individualmente. Os relatórios coletivos e individuais de acompanhamento de aprendizagem possibilitam, respectivamente, uma visão geral das ações da escola que precisam ser melhoradas e parâmetros sobre o desenvolvimento das habilidades e competências da BNCC e dos componentes da PNA voltados aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
A organização dessas informações nos relatórios, além de facilitar a reorientação do planejamento, serve de subsídio para as reuniões de conselho de classe e para o atendimento de pais ou responsáveis.
Sugestão de relatórios
Relatório coletivo de indicadores de aprendizagem
Turma:
Professor:
Projeto integrador 3 - Regularidades do tempo
O relatório coletivo deve apresentar uma breve descrição da turma, abordando o número de alunos, a média de idade, a dinâmica individual e de interação em grupo, o envolvimento e a participação nos trabalhos propostos. Na sequência, deve explicar o propósito do trabalho com projetos integradores e os objetivos e expectativas sobre o projeto 3. Esse relatório pode apontar as dificuldades gerais da turma durante a execução do projeto, por exemplo: os alunos tiveram dificuldade para compreender as fases da Lua e por que ela aparece iluminada no céu; os alunos não conseguiram compreender por que o deslocamento do Sol no céu é aparente e não real; os alunos não conseguiram compreender que a Terra e a Lua realizam rotações sincronizadas, por isso não vemos a outra face da Lua no céu; a elaboração do produto final foi prejudicada pela falta de acesso aos materiais; as pesquisas não foram realizadas por falta de materiais impressos e de acesso à internet, entre outras observadas pelo professor no decorrer do projeto. Ao conhecer as dificuldades gerais dos alunos, a equipe pedagógica pode tentar se mobilizar para solucionar algumas delas e também mobilizar os responsáveis para que tenham uma participação mais ativa na vida escolar dos alunos, enfatizando a importância da parceria entre a escola e os responsáveis pelo aluno.
O relatório coletivo deve ressaltar que o trabalho com projetos integradores favorece a autonomia e o protagonismo dos alunos no processo de ensino-aprendizagem por meio de experimentos, pesquisas e atividades diversificadas, individuais, em dupla e em grupos, para ampliar os conhecimentos deles e aplicá-los em um produto final apresentado à comunidade e a alguns convidados.
Relatório individual de indicadores de aprendizagem
Estudante:
Turma:
Professor:
Projeto integrador 3 - Regularidades do tempo
O relatório individual deve estar focado no aluno e no seu desempenho individual. Não se deve compará-lo com outros alunos, pois cada indivíduo é único, com ritmo próprio e potencial para desenvolver diferentes competências e habilidades. O relatório pode abordar como o aluno interage com os demais, a participação dele nas aulas, nas pesquisas, nos trabalhos em grupos e as contribuições dadas aos colegas, o envolvimento dele na elaboração do produto final e as reflexões apresentadas nos momentos de autoavaliação. Para elaborar o relatório individual, é fundamental conhecer as potencialidades do aluno, analisar seu desempenho durante o desenvolvimento do projeto, compreender quais foram as dificuldades e relatar o que será feito para ajudá-lo a superá-las. As conversas individuais são valiosas e oferecem subsídios para o professor encontrar estratégias que apoiem os alunos que apresentem dificuldades semelhantes.
Ao entregar o relatório aos responsáveis, é essencial enfatizar que o apoio dos familiares é de fundamental importância para o desenvolvimento escolar do aluno. Nesse sentido, também é fundamental que a escola esteja a par da realidade da comunidade e procure manter a parceria e a proximidade entre a equipe escolar, os responsáveis, os alunos e demais envolvidos na educação deles.