MP083

Introdução da Unidade 3. Arte indígena e afro-brasileira

Objetivos da unidade

Conhecer manifestações artísticas de diferentes povos indígenas do Brasil e aprender a valorizar as origens africanas na arte brasileira, reconhecendo essas tradições como elementos vivos e presentes na cultura do país.

Objetivos dos capítulos

Imagem: Ilustração. Página do livro com imagens e textos. Fim da imagem.

Capítulo 1 – Arte plumária

Estudar o significado da arte plumária para os povos indígenas brasileiros e apreciar diversos exemplos. Depois, criar um cocar.

Imagem: Ilustração. Página do livro com imagens e textos. Fim da imagem.

Capítulo 2 – A cerâmica da Amazônia

Aprender como a tradição da cerâmica amazônica foi resgatada na produção artesanal atual por meio do estudo de achados arqueológicos. Estudar os padrões desenhados nas peças de cerâmica das culturas tradicionais amazônicas. Criar um objeto utilitário em argila e desenhar padrões nele.

Imagem: Ilustração. Página do livro com imagens e textos. Fim da imagem.

Capítulo 3 – A cultura afro-brasileira

Investigar a cultura afro-brasileira apreciando objetos artísticos criados por Rubem Valentim (1922-1991) e projetar uma escultura para um local público. Apreciar estampas criadas pela estilista brasileira Goya Lopes, inspiradas em temas de origem africana. Criar suas próprias estampas e customizar bolsas e camisetas.

Imagem: Ilustração. Página do livro com imagens e textos. Fim da imagem.

Capítulo 4 – Inspirações na cultura afro-brasileira

Conhecer o trabalho do artista Carybé, como ele registrou diversos aspectos da cultura afro-brasileira e sua relação com o escritor Jorge Amado. Fazer uma ilustração com base em um texto.

MP084

UNIDADE 3. Arte indígena e afro-brasileira

Imagem: Fotografia. Duas crianças indígenas com tecido colorido em volta da cintura e chinelos estão andando com um objeto muito comprido na frente da boca. Ao fundo, uma oca de palha. Fim da imagem.

LEGENDA: Crianças da etnia Kuikuro aprendendo a tocar flauta uruá. Foto de 2012. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Objetivos da unidade

Conhecer manifestações artísticas de diferentes povos indígenas do Brasil e aprender a valorizar as origens africanas na arte brasileira, reconhecendo essas tradições como elementos vivos e presentes na cultura do país.

Fim do complemento.

Orientações didáticas

A leitura da imagem permite ao professor iniciar um diálogo com os estudantes a respeito da diversidade cultural brasileira, conversando sobre suas noções acerca da convivência entre pessoas de diferentes origens e da possibilidade de preservarem suas tradições.

Pergunte aos estudantes se convivem ou conviveram com pessoas de diferentes origens culturais. Se a resposta for positiva, peça que comentem sua experiência, procurando garantir na conversa uma atitude de respeito aos colegas e à diversidade cultural.

Boxe complementar:

Para sua leitura

  • CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
  • GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; SILVA, Aracy Lopes da (org.). A temática indígena na escola – novos subsídios para professores de e 2º graus. Brasília: MEC: Unesco; São Paulo: Mari, 1995. Disponível em: http://www.pineb.ffch.ufba.br/downloads/1244392794A_Tematica_Indigena_na_Escola_Aracy.pdf . Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP085

Boxe complementar:

Primeiros contatos

Observe a imagem. Ela registra uma cena do dia a dia. Repare nas crianças tocando flautas uruá. Assim, elas aprendem a manter as tradições de seu povo.

  • No Brasil, convivem pessoas com diferentes origens culturais. O que você pensa disso?
    PROFESSOR Resposta pessoal.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

A contribuição histórica das diversas culturas que participaram da formação da cultura brasileira é hoje reconhecida e registrada em diversos livros e museus.

Mas é importante perceber que não são manifestações restritas ao passado, são elementos vivos e participantes na cultura do país. Uma grande parcela da população brasileira partilha essas origens. Muitos produzem arte no Brasil com base nas tradições indígenas e afro-brasileiras.

Para aprofundar a reflexão acerca da diversidade cultural brasileira, converse com os estudantes a respeito do que pensam sobre o direito à liberdade de culto religioso ser assegurado pela legislação brasileira.

Converse com os estudantes sobre as semelhanças e as diferenças que percebem entre a vida deles e a das crianças retratadas nas imagens aqui apresentadas. É importante observarem que a diversidade existe mesmo dentro de um país ou de uma sala de aula. Por exemplo: nos diferentes modos de desenhar ou nas preferências de cada estudante.

Você pode propor uma discussão perguntando:

  • Quais são as dificuldades de conviver com o diferente?
  • Quais são as vantagens?

    (Respostas pessoais.)

    Boxe complementar:

    Dica de vídeos

  • Wai’á e o Mundo Xavante. Disponível em: http://fdnc.io/f2n. Acesso em: 21 jul. 2020.
  • Corrida com tora de buriti na Aldeia São Marcos. Disponível em: http://fdnc.io/f2o. Acesso em: 21 jul. 2020.
  • Crianças Xavantes. Disponível em: http://fdnc.io/f2p. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP086

1. Arte plumária

Você sabia que no Brasil existem aproximadamente trinta povos indígenas que produzem arte feita com penas de aves, conhecida como arte plumária?

Imagem: Fotografias. Um homem indígena com cocar amarelo e verde, pintura no rosto preto e vermelho, colar colorido e pinturas no corpo. Fotografia ao lado. Dois jovens indígenas com cocares coloridos e grandes na cabeça, pinturas no rosto, colares brancos e penas coloridas penduradas nos braços. Ao fundo, árvores.  Fim da imagem.

LEGENDA: A arte plumária dos povos indígenas e sua pintura corporal são ao mesmo tempo maneiras de se enfeitar e símbolos de sua posição dentro da tribo. Nas imagens acima, da esquerda para a direita, observamos um indígena da etnia Kayapó-Gorotíre e indígenas da etnia Bororo durante os XII Jogos dos Povos Indígenas, em 2013. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografias. Quatro jovens indígenas com penas coloridas na cabeça, pinturas no rosto e brincos de penas.  Fotografia ao lado. Mulher indígena com flores coloridas na cabeça, pinturas no rosto, colar comprido, vermelho e preto e brincos de flores.   Fim da imagem.

LEGENDA: A forma dos cocares dos diferentes povos é variada e, na mesma tribo, homens e mulheres podem usar a arte plumária de diversas maneiras. Nas imagens acima, moças indígenas da etnia Karajá participantes dos XII Jogos dos Povos Indígenas, em 2013. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Objetivos do capítulo

Estudar o significado da arte plumária para os povos indígenas brasileiros e apreciar diversos exemplos. Depois, criar um cocar.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Habilidades destacadas

• Para avaliar (EF15AR08) e (EF15AR24), observe ou grave em vídeo a atividade e anote em seu diário como os estudantes apreciaram músicas e danças indígenas como uma de nossas matrizes culturais.

• Para avaliar (EF15AR03), observe as leituras de imagem e anote em seu diário como analisaram as obras de arte plumária das diferentes etnias indígenas.

• Preencha os itens 1 e 2 da Ficha de avaliação processual bimestral do professor.

• Objetos de conhecimento: Contextos e práticas (Dança); Matrizes estéticas e culturais (Artes integradas); Matrizes estéticas e culturais (Artes visuais).

As habilidades acima estão relacionadas às seguintes aprendizagens de Arte, que podem ser avaliadas a partir dos seus registros e da leitura das respostas dos estudantes na seção O que eu aprendi? do Livro do Estudante: Arte plumária dos diferentes povos indígenas brasileiros; As cores nas penas dos cocares da arte plumária brasileira representam algo; Materiais para construção de um cocar de penas de papel.

• Para avaliar alfabetização e literacia, verifique se, nas leituras em voz alta dos textos, o estudante demonstrou fluência e compreensão e expandiu o vocabulário em relação à arte plumária dos povos indígenas brasileiros.

• Preencha a Ficha de avaliação processual bimestral do professor do capítulo 1 (1ª e 2ª semanas).

Fim do complemento.

Orientações didáticas

Objetos de arte plumária são apreciados em nossa cultura por seu valor artístico, histórico e antropológico, mas essas peças têm outros significados para seus criadores. Na leitura das imagens e dos textos de representantes de povos indígenas falando sobre algumas dessas peças de arte plumária, os estudantes poderão se familiarizar com a discussão dos diversos valores que podem ser atribuídos a um objeto.

MP087

A aldeia cabe no cocar

[...]

A disposição e as cores das penas do cocar não são aleatórias. Além de bonito, ele indica a posição de chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida em uma aldeia Kayapó.

Em forma de arco, uma grande roda a girar entre o presente e o passado. “É uma lógica de manutenção e não de progresso”, explica [o antropólogo] Luis Donisete Grupioni. A aldeia também é disposta assim. Lá, cada um tem seu lugar e sua função determinados [...].

Fonte: IMBROISI, Margaret H.; MARTINS, Simone R. Arte indígena . Disponível em: http://fdnc.io/f2q. Acesso em: 16 fev. 2021.

Imagem: Fotografia. Três cocares grandes e coloridos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Cocares de diferentes povos indígenas; de cima para baixo: Kayapó, Rikbaktsa e Karajá. Fotos do Acervo do Memorial da América Latina, 2008. FIM DA LEGENDA.

A floresta

[...] O verde representa as matas, que protegem as aldeias e ao mesmo tempo são a morada dos mortos e dos seres sobrenaturais. São consideradas um lugar perigoso, já que fogem ao controle dos Kayapó. [...]

Fonte: IMBROISI, Margaret H.; MARTINS, Simone R. Arte indígena . Disponível em: http://fdnc.io/f2q. Acesso em: 16 fev. 2021.

Imagem: Fotografia. Ocas grandes e extensas de palha. Ao fundo, árvores. Fim da imagem.

LEGENDA: O espaço das aldeias criadas pelos povos indígenas contrasta com o ambiente natural das florestas onde vivem. Malocas da aldeia Mavutsinim Kamayurá no Parque Indígena do Xingu (MT). Foto de 2011. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Os povos indígenas criaram os objetos que chamamos de arte plumária para seu uso e atribuem a eles valores simbólicos vinculados à sua cultura, como percebemos na leitura do intertítulo A aldeia cabe no cocar. Nos textos do capítulo, as cores dos cocares são associadas à hierarquia; e a cor verde remete às matas. Leia-os com os estudantes, explorando também os significados simbólicos que podem ser atribuídos às cores e formas de suas vestes:

  • As cores também simbolizam algo para vocês?
  • As roupas que usam indicam algo sobre quem são?
  • Conhecem outras pessoas para quem as vestimentas têm esse papel?

    (Respostas pessoais.)

    Boxe complementar:

    Para sua informação

    [...] A glória do corpo índio, porém, é a nudez emplumada. Em consequência, a mais alta e refinada de suas criações é a arte plumária, por seu caráter de criação não utilitária voltada para a pura busca de beleza; pela técnica apuradíssima em que se assenta, associada ao rigor formal com que cada peça é configurada; e, afinal, porque é servida pelo material mais nobre e mais belo de que os índios dispõem, tanto pela contextura e forma como e sobretudo pela gama extraordinária de seu colorido maravilhoso. [...].

    RIBEIRO, Darcy. In : ZANINI, W. (org.). História Geral da Arte no Brasil . São Paulo: Instituto Walter Moreira; Araxá, MG: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. I e II, p. 76.

    Fim do complemento.

    Boxe complementar:

    Dica de sites

  • Conheça o site do Museu do Índio. Disponível em: http://fdnc.io/44. Acesso em: 21 jul. 2020.
  • No site da Funai, você pode encontrar indicações de CDs com algumas faixas disponíveis para audição. Disponível em: http://fdnc.io/3Eg. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP088

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

Observe e comente as semelhanças e as diferenças entre estes objetos criados por povos indígenas de várias regiões do Brasil.

Imagem: Fotografia. Bolinhas pretas com penas coloridas nas pontas, penduradas em uma corda. Fim da imagem.

LEGENDA: Povo Kaxinawá, bracelete. Acre. Foto sem data. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Máscara amarela e vermelha com penas azuis em volta. No topo há duas penas compridas e vermelhas. Fim da imagem.

LEGENDA: Povo Karajá, máscara. Ilha do Bananal, Tocantins. Acervo do Memorial da América Latina, São Paulo. Foto de 2008. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Colar comprido com penas amarelas em volta. Na ponta há um adereço verde e laranja.  Fim da imagem.

LEGENDA: Povo Urubu-Kaapor, colar. Sul do Maranhão. Acervo do Memorial da América Latina, São Paulo. Foto de 2008. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Pingente amarelo, azul e vermelho. No topo há uma pena comprida, azul e vermelha. Fim da imagem.

LEGENDA: Povo Kayapó-Mekrãgnoti, pingente. Sul do Pará. Foto sem data. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Par de brincos grandes com penas pretas, amarelas e laranjas. Fim da imagem.

LEGENDA: Povo Yawalapíti, brincos. Mato Grosso. Acervo do Memorial da América Latina, São Paulo. Foto de 2008. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Enfeite com formato de pena azul e laranja. Na base há folhas marrons. Fim da imagem.

LEGENDA: Povo Urubu-Kaapor, labrete (enfeite para os lábios). Sul do Maranhão. Acervo do Memorial da América Latina, São Paulo. Foto de 2008. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Muitos exemplares de arte plumária são atualmente preservados em museus em um contexto em que são apreciados por valores distintos dos atribuídos por seus criadores, como a qualidade estética dessas peças ou seu valor como documento antropológico registrando a produção de outra cultura.

Na leitura das imagens, à medida que os estudantes fizerem suas observações, você pode escrever na lousa uma síntese das impressões da turma sobre esses objetos.

A denominação povos indígenas reúne grupos de diferentes etnias e tradições culturais com características próprias. Muitos viviam em conflito entre si antes da chegada dos europeus à América do Sul.

Assim, os objetos apresentados neste capítulo, apesar de suas eventuais semelhanças, representam diversas culturas distintas.

A apreciação dessas peças feitas com penas de aves brasileiras pode levantar entre os estudantes questões associadas à temática da preservação do meio ambiente.

Informe-os de que, visando à preservação da fauna brasileira, a legislação atual proíbe a caça e o comércio de animais de nossa fauna, permitindo aos povos indígenas caçar apenas para o próprio consumo.

MP089

Boxe complementar:

Você vai fazer um cocar!

Imagem: Fotografia. Quatro penas coloridas.  Fim da imagem.

Imagine que você more em um lugar onde se usam cocares.

Que tal fazer um cocar de penas de papel?

Escolha as formas, os tamanhos e as cores das penas pensando no significado que quer dar ao seu cocar! Siga as orientações:

Imagem: Ilustração 1.  Um menino com cabelo castanho e curto e camiseta verde está sorrindo e desenhando um círculo em uma cartolina, que está em cima de uma mesa. Ao lado há um tubo de cola.  Fim da imagem.

Esboce com giz de cera alguns estudos antes de desenhar as penas em uma folha de papel encorpado ou em uma cartolina. Recorte-as e pinte-as com caneta hidrográfica. Quando a base do cocar ficar pronta, fixe-as com cola branca.

Imagem: Ilustração 2. O menino está sorrindo e cortando uma faixa da cartolina com uma tesoura.   Fim da imagem.

Para criar a base do cocar, recorte uma tira de papel-cartão ou cartolina mais longa que o contorno de sua cabeça.

Imagem: Ilustração 3. O menino está segurando a faixa da cartolina em volta da testa. Na frente dele, a cartolina, a tesoura e o tubo de cola sobre a mesa.   Fim da imagem.

Coloque-a ao redor da cabeça e marque com giz de cera o tamanho adequado para você.

Imagem: Ilustração 4. O menino cola as pontas da faixa de cartolina.  Fim da imagem.

Retire-a da cabeça e cole uma das pontas na marca que você fez com giz de cera.

Imagem: Ilustração 5. O menino sorri e cola penas coloridas em volta da faixa de cartolina. Na frente dele há penas, a tesoura e um giz sobre a mesa. Fim da imagem.

Ao secar, estará pronta para receber as penas que produziu. Pronto, agora é só usar!

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Na realização da atividade Você vai fazer um cocar!, a observação das imagens de diferentes tipos de pena e a leitura de imagem dos modelos de cocar apresentados nesta unidade oferecem ao estudante opções para pensar como vai ser o seu cocar. Se possível, leve à sala de aula alguns exemplares de pena, para que possam estudá-las melhor. Proponha aos estudantes que, ao fazer seus cocares, escolham para as penas cores e formas que tenham algum significado pessoal, como é tradicional para os povos indígenas.

Prontos os cocares, você pode solicitar a eles que escrevam um pequeno texto para orientar a apresentação dos cocares à turma, compartilhando com os colegas os significados que atribuem às suas cores e formas.

Depois dessa apresentação, convide-os a formar uma roda e inventar uma dança indígena. Se possível, procure acompanhar a atividade com músicas dos povos indígenas brasileiros. Na dica a seguir, sugerimos algumas faixas para audição.

Boxe complementar:

Dica de música

• Diversas músicas indígenas podem ser apreciadas em: http://fdnc.io/f2r. Acesso em: 21 jul. 2020.

Fim do complemento.

Oriente-os a marcar o tamanho adequado da faixa de papel que servirá de base para o cocar usando um giz de cera. Recomendamos não usar lápis comum nesta atividade, pois, como a marcação é realizada próximo à cabeça, seu uso poderia ocasionar acidentes com os olhos.

MP090

2. A cerâmica da Amazônia

Mestre Cardoso foi um ceramista brasileiro que viveu no Pará, onde estudou e trabalhou a cerâmica por muitos anos. Dedicou-se especialmente à pesquisa da cerâmica amazônica pré-colombiana brasileira e foi o responsável pela recuperação de seus processos de criação. Mestre Cardoso faleceu em 2006, aos 76 anos.

Observação:

Palavras destacadas no glossário: pré-colombiana

Fim da observação.

As peças criadas por Mestre Cardoso eram inicialmente modeladas em argila e depois queimadas no forno para tornarem-se cerâmica.

Imagem: Fotografia. Mestre Cardoso, homem com olhos escuros, nariz grande e lábios finos está segurando um recipiente de cerâmica. Atrás dele há vários objetos em uma prateleira.  Fim da imagem.

LEGENDA: Mestre Cardoso mostrando uma de suas peças de cerâmica. Foto de 2006. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Mestre Cardoso está agachado e segurando um vaso de argila no chão. Ao lado há mais vasos e atrás dele, um forno de pedras. Ao fundo, árvores. Fim da imagem.

LEGENDA: Mestre Cardoso junto ao forno onde transformava as peças modeladas em argila em cerâmica. Foto de 2006. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Objetivos do capítulo

Aprender como a tradição da cerâmica amazônica foi resgatada na produção artesanal atual por meio do estudo de achados arqueológicos. Estudar os padrões desenhados nas peças de cerâmica das culturas tradicionais amazônicas. Criar um objeto utilitário em argila e desenhar padrões nele.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Habilidades destacadas

  • Para avaliar (EF15AR03), observe as leituras de imagem e anote em seu diário como os estudantes apreciaram e analisaram essa tradição da cerâmica.
  • Para avaliar (EF15AR04), observe os objetos modelados e anote em seu diário como os estudantes usaram os materiais e instrumentos ao criá-los e desenharam seus padrões.
  • Preencha os itens 3 e 4 da Ficha de avaliação processual bimestral do professor.
  • Objetos de conhecimento: Matrizes estéticas e culturais (Artes visuais); Materialidades (Artes visuais).

    As habilidades acima estão relacionadas às seguintes aprendizagens de Arte, que podem ser avaliadas a partir dos seus registros e da leitura das respostas dos estudantes na seção O que eu aprendi? do Livro do Estudante: Mestre Cardoso, ceramista paraense; As formas e a decoração das peças das cerâmicas Marajoara e Tapajônica; Materiais para trabalhar com argila.

  • Para avaliar alfabetização e literacia, verifique se o estudante compreendeu os textos na leitura do enunciado e do passo a passo da atividade Que tal trabalhar com argila?, localizando no texto e retirando dele informação explícita, e se desenvolveu e expandiu o vocabulário em relação à palavra texturas.
  • Preencha a Ficha de avaliação processual bimestral do professor do capítulo 2 (3ª e 4ª semanas).

    Fim do complemento.

    Orientações didáticas

    Observe com os estudantes as imagens de Mestre Cardoso (1930-2006) próximo às suas peças e ao lado do forno. Explique que, nesse tipo de atividade tradicional, o título de mestre costuma ser dado a alguém pelo domínio da técnica com que trabalha e pela capacidade de ensiná-la a outras pessoas. As obras criadas por Mestre Cardoso com base em pesquisas no Museu Paraense Emílio Goeldi sobre as cerâmicas amazônicas marajoara e tapajônica despertaram nos artistas locais o interesse pelo resgate dessas tradições. Comente que a produção contemporânea de peças de cerâmica baseadas na antiga tradição cultural marajoara tornou-se uma fonte de trabalho na região. Assim, as peças descobertas pelos arqueólogos assumiram outros valores além do valor cultural e antropológico. A criação e a venda das cópias tornaram-se uma fonte de renda para a população local.

MP091

As formas e a decoração das peças de cerâmica das culturas Tapajônica e Marajoara despertaram a curiosidade de Mestre Cardoso e o interesse em descobrir como criar peças semelhantes.

Mestre Cardoso baseou suas pesquisas no acervo de cerâmica do Museu Paraense Emílio Goeldi, no Pará. Inspirados nas peças criadas por Mestre Cardoso com base em sua pesquisa, outros ceramistas locais também começaram a criar com fins decorativos peças baseadas na tradição da cerâmica amazônica pré-colombiana brasileira.

Imagem: Fotografia. Cerâmica com formato de uma pessoa com cartola e sem roupas, sentado com as mãos sobre as pernas. Fim da imagem.

LEGENDA: Vaso antropomorfo da cultura Tapajônica, criado entre os anos 1000 e 1400. Cerâmica, altura: 39,5 cm. Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, São Paulo, Brasil. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Objeto branco com pinturas em preto e formato de funil. Fim da imagem.

LEGENDA: Tanga Marajoara, produzida entre os anos 400 e 1400. Cerâmica, 13 × 18,5 × 1 cm. Decoração em vermelho e pintura vermelha sobre branco. Coleção particular. FIM DA LEGENDA.

Observe no mapa ao lado a região onde foram encontradas evidências das culturas Marajoara e Tapajônica. O território se estende pelos estados do Amazonas, do Amapá e do Pará.

Imagem: Página 91 Mapa. Região das culturas Marajoara e Tapajônica. A legenda indica a Cultura Marajoara, que abrange as regiões em volta dos rios Tapajós e Amazonas. E a Cultura Tapajônica, que abrange a Ilha de Marajó. No canto superior direito, destaque no mapa do Brasil e no canto superior esquerdo, a rosa dos ventos e a escala.  Fim da imagem.

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Para sua informação

A tradição de cerâmica da Amazônia é inspirada em povos indígenas que ali viveram há muitos séculos; esses trabalhos são conhecidos em função de pesquisas arqueológicas. A cerâmica tapajônica foi produzida aproximadamente até 500 a.C., e a cerâmica marajoara, entre 400 a.C. e 1350 d.C. Foram criadas antes da chegada dos europeus ao continente americano. A cultura marajoara produziu urnas funerárias como a apresentada neste capítulo para guardar os ossos das pessoas mortas.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Dica de vídeo

  • É possível assistir a um depoimento de Mestre Cardoso em A vitória do sonho – a arte cerâmica de Mestre Cardoso. Disponível em: http://fdnc.io/f2s. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

    Boxe complementar:

    Para sua leitura

  • SCHAAN, Denise Pahl; MARTINS, Cristiane Pires (org.). Muito além dos campos: arqueologia e história na Amazônia marajoara. Disponível em: http://fdnc.io/f2t. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

    Boxe complementar:

    Dica de sites

  • Visite o site do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Disponível em: http://fdnc.io/5BD. Acesso em: 21 jul. 2020.
  • Para conhecer mais sobre a cultura marajoara, consulte o verbete Arte Marajoara na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. Disponível em: http://fdnc.io/a99. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP092

Diversos desenhos criados pelos povos indígenas brasileiros, na superfície das peças que modelaram em argila, são inspirados em padrões observados na natureza.

Imagem: Fotografia. À esquerda, uma cobra marrom-claro com manchas marrom-escuro. No centro, um jabuti com casco marrom-claro e manchas escuras. À direita, uma onça-pintada. Fim da imagem.

LEGENDA: A pele das cobras, o desenho do casco do jabuti e as manchas da pele da onça são alguns exemplos dos padrões naturais que podem ser encontrados nas matas brasileiras. FIM DA LEGENDA.

Observe e comente com os colegas os detalhes dos diferentes padrões e texturas utilizados nestas peças de cerâmica.

Imagem: Fotografia. Assento circular e marrom com arabescos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Assento de banco Marajoara, entre os anos 400 e 1350. Cerâmica, diâmetro: 20,5 cm. Decoração em incisões sobre vermelho. Acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Brasil. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Vasilha circula com linhas em volta.  Fim da imagem.

LEGENDA: Alguidar Marajoara, entre os anos 400 e 1350. Cerâmica, altura: 9 cm e diâmetro: 36 cm. Decoração com pintura vermelha sobre branco. Acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Brasil. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Cerâmica circular com desenhos marrons dentro. Fim da imagem.

LEGENDA: Vasilha Marajoara, c. 700. Cerâmica, altura: 11 cm e diâmetro: 22,5 cm. Acervo do Museu Paulista da USP, São Paulo, Brasil. FIM DA LEGENDA.

Em cada uma dessas peças de cerâmica amazônica pré-colombiana brasileira, podemos observar padrões de desenhos que se repetem.

MANUAL DO PROFESSOR

Uma forma de aprofundar a observação das formas e pinturas registradas nas imagens das cerâmicas apresentadas neste capítulo é pedir aos estudantes que desenhem alguns desses padrões e texturas em folhas de papel avulsas. Organize uma roda em torno desses desenhos e converse sobre o que anotaram.

Boxe complementar:

Para sua leitura

  • SCHAAN, D. P. A arte da cerâmica marajoara: encontros entre o passado e o presente, Habitus, Goiânia, v. 5, n. 1, p. 99-117, jan./jun. 2007. Disponível em: http://fdnc.io/f2u. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP093

Boxe complementar:

Que tal trabalhar com argila?

Vamos fazer um objeto utilitário de argila?

Decida que objeto utilitário você quer fazer, como um pote, uma caixa, um porta-canetas ou outro que você escolha. Para esse trabalho, você vai precisar de:

  • Palito de churrasco e cola branca.
  • Pincel e guache de várias cores.
  • Argila.
  • Jornais para forração.
  • Rolo de massa velho ou um pedaço de cabo de vassoura.

    Imagem: Ilustração 1. Uma menina com cabelo castanho e camiseta marrom está sentada e segurando um rolo sobre um pedaço de argila, que está em cima de um jornal na mesa. Ao seu lado, uma criança está em pé e observando. Na frente delas há um copo com água e uma massa de argila.   Fim da imagem.

    Sobre uma mesa forrada com jornal, use o rolo de massa ou o pedaço de cabo de vassoura para fazer placas de argila. Use água se precisar alisar seu trabalho.

    Imagem: Ilustração 2. Mão direita da menina segurando um palito e desenhando um círculo na argila. Ao lado, um pedaço retangular da argila cortada.   Fim da imagem.

    A peça poderá ser modelada tirando ou colando partes. Para unir uma parte à outra, “costure” a argila riscando com um palito cada um dos lados que serão unidos.

    Imagem: Ilustração 3. Mão da menina segurando um palito e fazendo riscos em volta da argila retangular.  Fim da imagem.

    Em uma das peças risque linhas horizontais e, na outra, verticais.

    Imagem: Ilustração 4. Mão esquerda da menina segurando a argila em formato de copo. A mão direita amassa a parte superior.  Fim da imagem.

    Depois, junte os lados riscados e pressione as partes.

    Imagem: Ilustração 5. Mãos da menina sobre a argila com formato de copo, que está em cima do jornal. Fim da imagem.

    Para finalizar a peça, crie padrões para envolver seu objeto. Desenhe-os com um palito na argila molhada ou acrescente argila para fazer relevos.

  • Depois de seco, seu trabalho pode ser pintado com tinta guache. Se quiser, pode passar, com pincel, uma mão de cola branca sobre o guache seco para dar brilho e proteger a pintura.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Para que a orientação da atividade Que tal trabalhar com argila? seja ainda mais específica, recomendamos que você experimente trabalhar com argila e modelar uma peça. Se ainda não tiver familiaridade com as técnicas, procure associações de artesãos locais que possam visitar sua escola para demonstrá-las ou que permitam aos estudantes visitar seus espaços de trabalho.

Também é possível encontrar diversos vídeos relacionados ao trabalho com argila pesquisando o tema em sites. Porém, assistir a um vídeo não possibilita desenvolver um grau de compreensão similar ao que você pode adquirir pela experiência de trabalhar com argila orientado por um especialista em cerâmica.

Se acontecer de o trabalho seco de argila se quebrar, você pode colá-lo com uma cola chamada barbotina. Ela é feita de pedaços secos de argila moídos até virarem pó, que depois é misturado com água até tornar-se uma massa mole.

Boxe complementar:

Dica de vídeo

  • Modelagem simples com argila é um vídeo produzido pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás para Educação a Distância. Disponível em: http://fdnc.io/f2v. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP094

O QUE EU APRENDI?

  1. O que é arte plumária?

    _____

    PROFESSOR Resposta: É a arte feita com penas de aves.
  1. Você sabe o que é um cocar?

    _____

    PROFESSOR Atenção professor: Espera-se que o aluno responda algo como: É um enfeite de penas de aves usado na cabeça. Fim da observação.
  1. As cores nas penas dos cocares da arte plumária brasileira representam algo. O que você sabe sobre o significado da cor verde para os povos indígenas brasileiros?

    _____

    PROFESSOR Resposta: O verde representa as matas.
  1. Desenhe abaixo um cocar e determine suas cores, imagine o que cada uma delas poderia representar e anote nas linhas a seguir.

    _____

    Respostas pessoais.

MANUAL DO PROFESSOR

Avaliação processual do bimestre

As duas avaliações processuais da Unidade, realizadas ao término de cada dois capítulos, referem-se às oito semanas trabalhadas e colaboram com o acompanhamento das aprendizagens, melhorando os resultados da Avaliação final do 4º ano.

Avaliação das competências trabalhadas no bimestre

A serem preenchidas na Ficha de avaliação processual bimestral do professor.

Os itens 1 a 8 referem-se às aprendizagens do papel de estudante no componente Arte. Consulte os apontamentos a cada capítulo.

O item 9 refere-se à aprendizagem das habilidades do bimestre, que podem ser registradas a cada capítulo.

Os itens 10, 11 e 12 referem-se às competências trabalhadas no bimestre. Para preenchê-los, apoie-se em seus registros que trazem a memória das atividades do bimestre:

  • No item 10, considere as Competências Gerais da BNCC 3, 6 e 9.
  • No item 11, as Competências Específicas de Linguagens 3 e 5.
  • No item 12, as Competências Específicas de Arte 1, 3, 4, 5 e 9.

    Para avaliar as aprendizagens de Arte, consulte as respostas dos estudantes na seção O que eu aprendi?, relativa a cada capítulo e preencha:

  • No item 13, as Aprendizagens de Arte a cada capítulo do bimestre.
  • Nos itens 14, 15, 16 e 17 as aprendizagens de alfabetização e literacia, consulte seus registros e apontamentos ao longo dos capítulos.

    As habilidades destacadas neste bimestre são indicadas neste livro, a cada capítulo, por seu código ou numeração. As habilidades, para que sejam aprendidas, estão associadas aos Objetos de conhecimento e às aprendizagens em Arte. A aprendizagem das habilidades leva ao desenvolvimento das Competências.

    As aprendizagens de Arte e os Objetos de conhecimento podem ser encontrados em sequência à descrição das habilidades destacadas para cada capítulo.

    As Habilidades, os Objetos de conhecimento, as Competências e as aprendizagens de Arte também podem ser consultados na íntegra no texto Orientações gerais do livro de Arte.

MP095

  1. Mestre Cardoso, ceramista paraense, dedicou-se a pesquisar qual cerâmica brasileira?

    _____

    PROFESSOR Resposta: Cerâmica amazônica pré-colombiana brasileira.
  1. Em um vaso antropomorfo podemos reconhecer uma forma humana. Desenhe o seu e descreva um lugar da sua casa onde gostaria de colocá-lo e justifique sua escolha.

    _____

    Respostas pessoais.

    Tabela: equivalente textual a seguir.

Ficha de autoavaliação mensal

Respostas pessoais.

Sim

Não

Às vezes

Participo das aulas com interesse e gosto pelos trabalhos.

_____.

_____.

_____.

Peço ajuda aos professores e colegas quando preciso ou sou solicitado.

_____.

_____.

_____.

Participo das aulas falando, lendo e escrevendo sobre minhas ideias.

_____.

_____.

_____.

Comentários: _____.

Nestes dois capítulos do livro, o que mais gostei de aprender foi _____ porque _____.

Resposta pessoal.

MANUAL DO PROFESSOR

Atividades para retomada de conhecimentos

Analise os resultados para ter ciência do conhecimento dos estudantes e de suas dificuldades. Com base nesses resultados, planeje intervenções específicas para retomar as questões (em pequenos grupos ou duplas, considerando a heterogeneidade dos saberes) e retome individualmente com os estudantes com dificuldade em um assunto ou em responder a alguma das questões, a fim de proporcionar oportunidades de se manifestarem. Esta ação também propicia que, posteriormente, esses estudantes possam contribuir nas conversas, atividades diversas e leituras de imagens.

  1. Retomar as imagens no Livro do Estudante pode ser uma estratégia eficiente para os estudantes que demonstrarem dificuldade em reconhecer a arte plumária como uma produção artística feita com penas.
  1. Efetuar uma roda de conversa com a classe é uma maneira de proporcionar outras possibilidades de expressão (oral) quando os estudantes apresentam dificuldade em identificar um objeto criado e utilizado pelos povos indígenas brasileiros.
  1. Caso algum estudante apresente dúvidas quanto a reconhecer o simbolismo das cores das penas dos cocares para os povos indígenas brasileiros, peça que consultem novamente o conteúdo no Livro do Estudante.
  1. Se alguns estudantes demonstrarem dúvida quanto ao projeto ou aos significados que devem dar às cores escolhidas, sugira uma conversa em grupo sobre as ideias deles.
  1. Caso algum estudante apresente dúvidas em reconhecer Mestre Cardoso como pesquisador da cerâmica amazônica pré-colombiana brasileira, pode-se sugerir que retome as informações no Livro do Estudante.
  1. Se apresentarem dificuldade em elaborar o desenho de um vaso antropomorfo, pode-se organizar a realização de um novo projeto em duplas.

    Ficha de autoavaliação mensal

    A autoavaliação é importante para que o estudante pense sobre seu processo de aprendizagem e, progressivamente, desenvolva seu papel de estudante. Consolida-se como mais uma situação de aprendizagem. Apoie os estudantes, se necessário, sem conduzir o que devem assinalar e escrever, pois, por vezes, eles precisam realizar a tarefa com sua ajuda para entender o que está sendo pedido ou para ler e escrever os comentários na ficha. Tente garantir o máximo de autonomia a eles nesse preenchimento.

MP096

3. A cultura afro-brasileira

A presença da cultura africana no Brasil é tão importante que já mereceu a criação de vários museus, como o Museu Afro-Brasileiro da Bahia e o Museu Afro Brasil, em São Paulo. Diversas obras de artistas brasileiros e estrangeiros fazem parte de seus acervos.

Acervo é o conjunto de obras que constituem as coleções dos museus. Essas obras podem ser emprestadas por famílias ou colecionadores ou fazer parte do patrimônio da instituição.

Observação:

Palavras destacadas no glossário: patrimônio

Fim da observação.

Imagem: Fotografia. Construção grande e extensa. Na parte inferior há uma placa grande com a informação: MUSEU AFRO BRASIL. Ao lado, árvores. Fim da imagem.

LEGENDA: Museu Afro Brasil, em São Paulo. Foto de 2017. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Construção grande e extensa com paredes rosa-claro e várias janelas. Fim da imagem.

LEGENDA: Fachada da Universidade Federal da Bahia, onde se encontra o Museu Afro-Brasileiro da Bahia. Foto de 2014. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Objetivos do capítulo

Investigar a cultura afro-brasileira apreciando objetos artísticos contemporâneos criados por Rubem Valentim (1922-1991) e projetar uma escultura para um local público. Apreciar desenhos de moda criados pela estilista brasileira Goya Lopes, inspirados em temas de origem africana. Criar suas próprias estampas e estudar seu uso para customizar bolsas e camisetas.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Habilidades destacadas

  • Para avaliar (EF15AR03) e (EF15AR07), observe ou grave em vídeo a atividade e anote em seu diário como os estudantes reconheceram as matrizes estéticas afro-brasileiras e museus e acervos como categorias do sistema das Artes visuais.
  • Para avaliar (EF15AR05), observe, fotografe ou grave em vídeo a atividade e anote em seu diário como os estudantes criaram seus projetos de modo colaborativo e pensaram nos espaços da comunidade ao escolher onde situar as obras.
  • Para avaliar (EF15AR02), observe as atividades de leitura de imagens e anote em seu diário como os estudantes reconheceram formas e cores no trabalho da estilista.
  • Para avaliar (EF15AR07), e (EF15AR25), observe como eles valorizaram matrizes culturais africanas na moda brasileira e reconheceram o trabalho da artista estilista como categoria do sistema da arte.
  • Preencha os itens 5 e 6 da Ficha de avaliação processual bimestral do professor.
  • Objeto de conhecimento: Sistemas da linguagem (Artes visuais); Processo de criação (Artes visuais); Elementos da linguagem (Artes visuais); Matrizes estéticas e culturais (Artes visuais); Patrimônio cultural (Artes integradas).

    As habilidades acima estão relacionados às seguintes aprendizagens de Arte, que podem ser avaliadas a partir dos seus registros e da leitura das respostas dos estudantes na seção O que eu aprendi? do Livro do Estudante: Os acervos dos nossos museus que abrigam a cultura afro-brasileira; Escultura em espaço público; A estilista Goya Lopes.

  • Para avaliar alfabetização e literacia, verifique se, na escrita da justificativa da atividade Vamos projetar uma escultura!, o estudante exercitou com propriedade a escrita de texto e expandiu o vocabulário em relação às palavras orgânicas e geométricas.
  • Preencha a Ficha de avaliação processual bimestral do professor do capítulo 3 (5ª e 6ª semanas).

    Fim do complemento.

MP097

Rubem Valentim nasceu em Salvador, na Bahia. Inspirado pela cultura local, ele incorporou em seu trabalho artístico símbolos religiosos do candomblé, como o machado de duas lâminas.

Imagem: Fotografia. Rubem, homem calvo com barba grisalha e volumosa, óculos, nariz grande e lábios finos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Rubem Valentim. Foto de 1988. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

Observe e compare as imagens dessas duas obras.

Imagem: Escultura. Na base, caixa vermelha e acima há um retângulo verde com desenhos em vermelho. Em seguida há um quadrado branco com bordas vermelhas e desenhos verdes no meio. No topo há um emblema vermelho. Fim da imagem.

LEGENDA: Objeto emblemático 4, 1969. Rubem Valentim. Tinta acrílica sobre madeira, 200 x 65 x 39 cm. Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Emblema cinza com pichações em volta. Ao fundo, uma catedral grande e plantas. Fim da imagem.

LEGENDA: Emblema de São Paulo, 1979. Rubem Valentim. Concreto armado, 8,20 x 2,60 x 0,60 m. Praça da Sé, São Paulo, Brasil. FIM DA LEGENDA.

Observe as imagens da escultura criada por Rubem Valentim para ser exposta na praça central da cidade de São Paulo. A presença de esculturas nos espaços públicos permite que mais pessoas tenham acesso à arte.

MANUAL DO PROFESSOR

Orientações didáticas

A África é um continente que abriga diversos povos com tradições culturais distintas. Algumas delas inspiram as manifestações culturais afro-brasileiras. Diversos objetos criados nesse contexto participam dos rituais e das festas de cada tradição e podem ter simultaneamente um caráter religioso, espiritual e artístico.

Estudar esses objetos nos ensina que cada cultura cria a arte à própria maneira. Conhecendo a arte de diferentes povos, podemos aprender a respeitá-los e até a encontrar pontos de identificação com eles.

Realize a leitura das imagens das esculturas de Rubem Valentim (1922-1991) com base na questão proposta no Livro do Estudante.

Após conversar com os estudantes sobre os significados atribuídos a esses objetos, explique que imaginar o que significam é uma maneira de nos aproximarmos deles, mas, para realmente sabermos mais sobre seu sentido simbólico, precisaríamos também estudar a tradição religiosa a que essas peças estão vinculadas.

As criações do artista são impregnadas de símbolos da tradição espiritual religiosa afro-brasileira. Por exemplo, Rubem Valentim assumiu o machado duplo como forma fundamental em suas obras. Comente que no candomblé o machado de duas lâminas é um dos símbolos de poder do orixá Xangô: é um símbolo de justiça que representa o equilíbrio e a imparcialidade por sua capacidade de cortar em direções opostas. Desenhe na lousa o contorno de um machado de Xangô e peça aos estudantes que procurem formas semelhantes nas imagens das obras do artista.

Na leitura de imagem da obra de Valentim situada na Praça da Sé é provável que os estudantes reparem nas marcas azuis de pichações na escultura do artista. Se não comentarem espontaneamente, pergunte o que imaginam que sejam as marcas em azul. Confirme que não são parte da obra, mas, sim, interferências posteriores realizadas sem autorização do artista. Converse com os estudantes a respeito do que pensam das pichações. Pergunte:

  • Por que alguém teria pichado essa escultura?
  • Como reagiriam às pichações se fossem o autor da escultura? Ou alguém que goste de arte e cultue os orixás?
  • Vocês têm alguma ideia para proteger obras de arte instaladas em espaços públicos?

    (Respostas pessoais.)

MP098

Boxe complementar:

Vamos projetar uma escultura!

Imagem: Ícone: Atividade em grupo. Fim da imagem.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

Imagem: Ícone: Atividade escrita. Fim da imagem.

Reúna-se com quatro colegas para imaginar uma escultura para uma praça conhecida por vocês. Conversem a respeito de seu significado para a cidade e dos materiais que usarão. Se quiserem, incorporem nela um símbolo de algo significativo para vocês. Desenhem o projeto e escrevam sua justificativa.

_____

PROFESSOR Respostas pessoais.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

  • Compartilhem com os outros grupos o projeto e a justificativa.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Para sua informação

Depoimentos de Rubem Valentim

[...] Minha arte tem um sentido monumental intrínseco. Vem do rito, da festa. Busca as raízes e poderia reencontrá-las no espaço, como uma espécie de ressocialização da arte, pertencendo ao povo. É a mesma monumentalidade dos totens, ponto de referência de toda a tribo [...].

Meu pensamento sempre foi resultado de uma consciência da terra, de povo. Eu venho pregando há muitos anos contra o colonialismo cultural, contra a aceitação passiva, sem nenhuma análise crítica, das fórmulas que nos vêm do exterior – em revistas, bienais, etc. É a favor de um caminho voltado para as profundezas do ser brasileiro, suas raízes, seu sentir. A arte não é apanágio de nenhum povo, é um produto biológico vital [...].

Rubem Valentim : artista da luz. São Paulo: Pinacoteca, 2001. p. 30. Disponível em: http://fdnc.io/f2w. Acesso em: 21 jul. 2020.

Fim do complemento.

Atividade complementar

Produzir esculturas

A atividade Vamos projetar uma escultura! pode ter como continuidade uma proposta na qual cada grupo de estudantes realmente produza as esculturas que projetou.

Escreva na lousa uma lista de todos os materiais elencados pelos grupos em seus projetos. Converse com os estudantes sobre os materiais que podem obter e oriente-os na adaptação dos projetos aos materiais que efetivamente conseguirem reunir, por exemplo: caixas de papelão, garrafas PET, barbante, cola etc.

Acompanhe as etapas de criação de cada escultura a fim de auxiliar os estudantes na solução de eventuais dificuldades na transposição da ideia que desenharam para a produção de um objeto tridimensional.

Organize uma exposição dos trabalhos na sala de aula e promova uma conversa entre os grupos a respeito de seus processos de criação.

Concluída a atividade Vamos projetar uma escultura!, realize uma roda de conversa com os estudantes a respeito de suas propostas e depois peça que façam uma exposição dos projetos desenhados e dos textos de justificativa em algum espaço da escola para que todos possam apreciá-los.

MP099

A brasileira Goya Lopes vive na cidade de Salvador, Bahia. Ela se inspira na cultura africana para criar seus modelos de moda. A profissão de quem projeta roupas é estilista. Repare nas roupas que ela usa e nas de suas modelos.

Imagem: Fotografia. Goya, mulher com cabelo castanho e encaracolado, olhos escuros, nariz largo e lábios finos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Goya Lopes. Foto de 2016. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Uma modelo com cabelo preso, colar grande e roxo, vestido colorido e sandálias marrons está andando em uma passarela. Ao fundo, uma modelo com vestido roxo e amarelo está de costas e se afastando. Fim da imagem.
Imagem: Fotografia. Uma modelo loira com cabelo preso, colar grande e roxo e vestido colorido com mangas compridas está com as mãos na cintura. Ao fundo, uma modelo com vestido verde e laranja está de costas e se afastando. Fim da imagem.

LEGENDA: Acima, desfile das roupas da estilista e artista plástica Goya Lopes. Fotos de 2011. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

Imagem: Fotografia. À esquerda, uma camiseta azul com estampa de tartarugas verdes. À direita, uma bolsa verde com listras e arabescos laranja e amarelo e alças bege. Fim da imagem.

LEGENDA: Peças feitas com tecidos criados por Goya Lopes. Fotos de 2011. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Moda é uma profissão vinculada à área do Design, um ramo das Artes visuais. Este capítulo introduz a questão das formas geométricas e orgânicas das estampas com influência da arte africana, que envolvem padrões de ordem geométrica, em que elementos como repetição, forma, composição e cor estão integrados.

Boxe complementar:

Dica de sites

  • Site do Museu Afro Brasil. Disponível em: http://fdnc.io/39v. Acesso em: 21 jul. 2020.
  • Museu Digital da Memória Afro-Brasileira. Disponível em: http://fdnc.io/f2x. Acesso em: 21 jul. 2020.
  • Biografia de Rubem Valentim. Disponível em: http://fdnc.io/f2y. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

    A diversidade cultural e a influência da arte com origens africanas na cultura brasileira são as temáticas do capítulo. Os estudantes poderão identificar, nos padrões que observam cotidianamente e nas roupas que vestem, conteúdos relacionados aos temas estudados.

    O aprender a ver, a escutar e a perceber movimentos, ações e registros desenvolvidos e aprendidos nas propostas dos livros expande as possibilidades de interação do estudante com seu meio próximo e distante.

MP100

Estas são algumas das estampas criadas pela estilista Goya Lopes.

Imagem: Fotografia. Estampa verde-claro com arabescos azuis e amarelos.    Fim da imagem.

LEGENDA: Benin. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Estampa azul-claro com arabescos amarelos e pretos.  Fim da imagem.

LEGENDA: Miscigenação. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Estampa preta com linhas vermelhas, azuis e amarelas.  Fim da imagem.

LEGENDA: Orixás. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Estampa azul-claro com desenhos verdes e brancos. Fim da imagem.

LEGENDA: Ecológico. FIM DA LEGENDA.

Boxe complementar:

Crie suas estampas!

Crie suas próprias estampas e invente um nome para cada uma.

Tabela: equivalente textual a seguir.

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_____

_____

_____

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Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Pergunte aos estudantes se observam nas criações da estilista formas mais orgânicas ou mais geométricas. Se ainda não conhecerem esses termos, explique que as formas orgânicas remetem às curvas e irregularidades naturais dos seres vivos, enquanto as formas geométricas seguem padrões matemáticos precisos, como triângulos, quadrados, círculos etc.

Peça aos estudantes que tragam imagens com exemplos dos dois tipos de formas orgânicas e geométricas, para o painel visual na sala de aula dedicado especialmente às palavras usadas em Arte. Conhecer esses termos é parte do processo de construção de um vocabulário de arte.

Na leitura dessas imagens, converse com os estudantes sobre o sentido dos nomes dados pela estilista às suas estampas. Destaque os relacionados diretamente à cultura afro-brasileira, explicando o que significam.

Peça que observem as estampas e o resultado de sua aplicação nas peças de vestuário pela estilista. Comente que o mostruário de estampas apresenta detalhes que podem ser repetidos e combinados de diversas maneiras na estampagem das peças. Pergunte:

  • Quais são os nomes das estampas que a estilista usou na camiseta?
  • Há alguma diferença entre a forma como a estampa aparece no mostruário e o modo como foi aplicada na camiseta?
  • Imaginam algum motivo para a estilista fazer essas alterações?

    (Respostas pessoais.)

    Os limites entre arte e moda não são fáceis de traçar; diversas referências culturais participam da construção de nossas escalas de valores. Na tradição da cultura ocidental, a criação de peças de vestuário com valor utilitário historicamente é menos valorizada como forma de arte que a criação de pinturas e esculturas.

    Investigue a história da moda em diferentes culturas e aprecie os mais diversos exemplares antes de formar um juízo pessoal sobre a questão. Procure oferecer aos estudantes a mesma possibilidade, evitando impor as próprias escalas de valor a eles.

MP101

Boxe complementar:

Aplique suas estampas!

Experimente aplicar nos contornos da camiseta e da bolsa os padrões de estampas que você criou!

Imagem: Desenhos em preto e branco. Contorno de uma camiseta. Abaixo: Contorno de uma bolsa.    Fim da imagem.

CRÉDITO: ILUSTRAÇÕES: FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Na orientação da atividade Crie suas estampas!, explique aos estudantes que os desenhos de estampas que eles vão criar podem ser simples; oriente-os a pensar nelas como imagens que possam repetir ou combinar quando forem estampar uma peça.

Atividade complementar

Customizar objetos

Escolha um objeto simples, como um porta-moedas, um porta-lápis ou uma camiseta usada, e estude com os estudantes como cada um pode customizar o seu objeto.

Pergunte aos estudantes se já modificaram de alguma forma objetos pessoais para marcá-los como seus. Em caso afirmativo, peça que tragam alguns para mostrar e conversar com a turma sobre o que fizeram.

Ao iniciar a atividade Aplique suas estampas!, recomendamos que observe novamente com os estudantes as estampas de Goya Lopes e sua aplicação na bolsa e na camiseta. Estudar esses exemplos de como estampas podem ser dispostas de diferentes formas pode facilitar aos estudantes pensar sobre como aplicarão os padrões que criaram nos contornos de camiseta e de bolsa.

O mesmo padrão pode ser repetido diversas vezes ou combinado de diferentes formas, em diferentes tamanhos ou misturados com outros padrões criados.

Boxe complementar:

Para sua leitura

• DOUEK, Daniel. A moda afro-brasileira tem uma necessidade de reconhecimento. Entrevista com Goya Lopes. 2012. Disponível em: http://fdnc.io/f2z. Acesso em: 21 jul. 2020.

• POLLINI, Denise. Breve história da moda. São Paulo: Claridade, 2009.

Fim do complemento.

Atividade para o professor

Recomendamos que experimente desenhar em uma folha de papel avulsa as próprias estampas.

MP102

4. Inspirações na cultura afro-brasileira

Alguns artistas que nasceram em outros países afeiçoaram-se à cultura brasileira e fizeram trabalhos inspirados nela. Vamos conhecer alguns deles!

O nome de batismo do artista Carybé é Hector Júlio Paride Bernabó. Ele nasceu na Argentina; seu pai era italiano, e sua mãe, brasileira. Viveu na Itália e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu dos 8 aos 21 anos, quando voltou a Buenos Aires.

Em 1950, foi contratado pelo governo da Bahia para desenhar a cidade. Fixou-se, então, definitivamente no país e naturalizou-se brasileiro alguns anos depois.

Carybé trabalhou como escultor, pintor, desenhista, aquarelista e ilustrador. Ele tocava pandeiro e identificava-se com a religião do candomblé, de origem africana, que seguia e representava em muitos de seus trabalhos.

O artista era realmente devoto da religiosidade afro-brasileira.

Imagem: Fotografia em preto e branco. Carybé, homem com cabelo penteado para trás, de camisa e terno, está olhando um livro grande.  Fim da imagem.

LEGENDA: Carybé em São Paulo. Foto de 1981. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Desenho. Cinco rostos de uma pessoa negra, careca, de perfil, com pinturas e adereços na cabeça. Fim da imagem.

LEGENDA: Cabeças de pessoas que se iniciam no candomblé , sem data. Carybé. Nanquim e aquarela sobre papel, 70 x 50 cm. Instituto Carybé, São Paulo, Brasil. FIM DA LEGENDA.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Objetivos do capítulo

Conhecer o trabalho do artista Carybé, como ele registrou diversos aspectos da cultura afro-brasileira e sua relação com o escritor Jorge Amado. Fazer uma ilustração com base em um texto.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Habilidades destacadas

  • Para avaliar (EF15AR06) e (EF15AR26), observe a atividade e anote em seu diário como os estudantes articularam o processo de criação das ilustrações com a audição da gravação em áudio da leitura do texto e se dialogaram sobre os resultados a fim de alcançar sentidos plurais.
  • Preencha os itens 7 e 8 da Ficha de avaliação processual bimestral do professor.
  • Objeto de conhecimento: Processos de criação (Artes visuais); Arte e tecnologia (Artes integradas).

    As habilidades acima estão relacionadas às seguintes aprendizagens de Arte, que podem ser avaliadas a partir dos seus registros e da leitura das respostas dos estudantes na seção O que eu aprendi? do Livro do Estudante: Carybé, o artista que ilustrou livros de Jorge Amado; Leitura de texto e escrita sobre o que leu; Texto e ilustração.

  • Para avaliar alfabetização e literacia, verifique se, na leitura do texto O gato malhado e a andorinha Sinhá, o estudante fez inferências diretas, analisou e avaliou conteúdos de elementos textuais e se leu com fluência e ritmo. Observe se na tarefa de casa sobre essa história foram representados elementos significativos no desenho feito por um adulto a partir da história recontada pelo estudante.
  • Preencha a Ficha de avaliação processual bimestral do professor do capítulo 4 (7ª e 8ª semanas).

    Fim do complemento.

    Converse com os estudantes sobre a história de Carybé apresentada nesta página e pergunte:

  • Como as pessoas se relacionam com suas divindades?
  • Vocês conhecem pessoas que tratam a ciência e a tecnologia como as pessoas religiosas tratam suas divindades?

    (Respostas pessoais.)

MP103

Carybé ilustrou vários livros do escritor brasileiro Jorge Amado, famoso por retratar nossa cultura, destacando a Bahia. Observe as ilustrações abaixo.

Imagem: Fotografia em preto e branco. À esquerda. Carybé está sorrindo. À direita, Jorge, homem com cabelo encaracolado e curto, sobrancelhas e bigode grossos e nariz grande está sorrindo. Fim da imagem.

LEGENDA: Carybé com Jorge Amado. Foto de 1989. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Desenho em preto e branco. À esquerda, barracas e sacas empilhadas. À direita, silhueta de pessoas andando e algumas estão segurando cestos sobre a cabeça. Ao fundo, barcos atracados no porto. Fim da imagem.

LEGENDA: Ilustração de Carybé para o livro Jubiabá, de Jorge Amado, publicado em 1935. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração em preto e branco. Na parte inferior, um gato branco com manchas pretas está olhando para o lado. Na parte superior, um boi branco com chifres grandes. Acima dele há três pássaros pousados e ao lado, duas galinhas e um pintinho. Ao fundo, um cachorro está atrás de uma planta. Todos observam o gato. Fim da imagem.

LEGENDA: Ilustração de Carybé para o livro O gato malhado e a andorinha Sinhá, de Jorge Amado, publicado em 1976. FIM DA LEGENDA.

Jorge Amado escreveu O gato malhado e a andorinha Sinhá para o aniversário de um ano de seu filho, em 1948. Trinta anos depois, João Jorge, o filho do autor, pediu a Carybé que ilustrasse a história, depois publicada como livro.

MANUAL DO PROFESSOR

Boxe complementar:

Para sua leitura

  • GUERRA, Enéas (org.). Carybé & Verger: gente da Bahia. Salvador: Fundação Pierre Verger; Lauro de Freitas, BA: Solisluna Design, 2008.

    Fim do complemento.

    Boxe complementar:

    Para sua informação

  • Carybé (1911-1997) é o nome adotado pelo artista Hector Júlio Paride Bernabó, que nasceu na Argentina e veio para o Brasil em 1919. Além de pintor, realizou diversos trabalhos como ilustrador, muitos voltados para o registro de manifestações culturais afro-brasileiras. Várias de suas obras representando os orixás do candomblé da Bahia podem ser apreciadas no Museu Afro-Brasileiro de Salvador.
  • Jorge Amado (1912-2001) é um dos mais conhecidos escritores brasileiros. A Bahia, terra onde nasceu e morreu, é um tema sempre presente em sua obra. Em 1945, foi membro da Assembleia Nacional Constituinte como deputado federal eleito pelo Estado de São Paulo na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Informe aos estudantes que o autor de O gato malhado e a andorinha Sinhá, cujo trecho vão ilustrar, também é o autor da lei que assegurou a todos no Brasil a liberdade de culto religioso.

    Fim do complemento.

    Boxe complementar:

    Dica de site

  • Mais informações sobre Carybé podem ser obtidas buscando por seu nome na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira, disponível em: http://fdnc.io/4KW. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP104

Boxe complementar:

Ler para ilustrar!

Imagem: Ícone: Atividade oral. Fim da imagem.

Leia com os colegas o texto sobre o livro O gato malhado e a andorinha Sinhá, de Jorge Amado.

Página de livro:

O gato malhado e a andorinha Sinhá

O temperamento do gato malhado não era dos melhores. Sua fama de encrenqueiro era tanta que, quando ele aparecia no parque, todos fugiam: a galinha carijó, o reverendo papagaio, o pato negro, a pata branca, mamãe sabiá, os pombos, os cães. Até as flores se fechavam à sua passagem. Ao descobrir que todos os bichos tinham medo dele, o gato fica arrasado. Mas logo retoma sua indiferença habitual, pois não se importa com os outros.

O que ele não sabia é que havia alguém que não tinha nem um pouco de medo dele: a andorinha Sinhá. Num dia de primavera, o gato percebe que ela foi a única que não fugiu quando ele apareceu. A andorinha justifica sua coragem: ela voa, ele não. Desde aquele dia a amizade entre os dois se aprofunda, e no outono os bichos já veem o gato com outros olhos, achando que talvez ele não seja tão ruim e perigoso, uma vez que passara toda a primavera e o verão sem aprontar.

Durante esse tempo, até soneto o gato escreveu. E confessou à andorinha: “Se eu não fosse um gato, te pediria para casares comigo…”. Mas o amor entre os dois é proibido, não só porque o gato é visto com desconfiança, mas também porque a andorinha está prometida ao rouxinol.

Com grande lirismo, a história do amor de um gato mau por uma adorável andorinha assume aqui o tom fabular dos contos infantojuvenis. Além de se transformar em um improvável caso de paixão, a narrativa mostra como duas criaturas bem diferentes podem não apenas conviver em paz como mudar a maneira de ver o mundo.

Fonte: Disponível em: http://fdnc.io/f2A. Acesso em: 16 fev. 2021.

Fim da página de livro.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Na atividade Ler para ilustrar!, peça aos estudantes que gravem em áudio sua leitura compartilhada do texto. Ela será escutada por eles enquanto fizerem a ilustração para avivar a memória da leitura.

Peça aos estudantes que recontem a um adulto de sua convivência o que aprenderam sobre a história do gato malhado e da andorinha Sinhá e solicitem a ele um desenho feito a partir de seu relato, para ser levado à sala de aula.

Atividade para o professor

Faça em uma folha de papel avulsa o próprio estudo para uma ilustração baseada no texto a respeito da obra de Jorge Amado. Se gostar da experiência, amplie e desenvolva sua ideia em um papel maior.

MP105

Boxe complementar:

Ilustre o texto

Faça uma ilustração para o texto que você leu com os colegas!

_____

PROFESSOR Resposta pessoal.

Imagem: Ícone: Tarefa de casa. Fim da imagem.

Reconte a um adulto de sua convivência o que você aprendeu sobre a história O gato malhado e a andorinha Sinhá.

Depois, peça que o adulto faça um desenho a partir de seu relato para ser levado à sala de aula e exposto em um mural.

Fim do complemento.

MANUAL DO PROFESSOR

Após finalizarem a atividade, organize com a turma uma exposição conjunta dos trabalhos para compartilharem suas experiências. Nessa mostra, podem voltar a ouvir, enquanto observam as ilustrações criadas, o áudio da leitura da história.

Em uma roda de conversa sobre as ilustrações que cada um criou, procure levantar aspectos interessantes de diversos trabalhos e garantir o respeito à contribuição de todos. Esse procedimento pode ser adotado como padrão no fechamento das atividades de criação propostas no livro.

Painel visual de palavras usadas em Arte

Peça aos estudantes que tragam imagens representativas de palavras usadas em arte estudadas nesta unidade para o painel visual da sala de aula. Por exemplo: arte plumária, cerâmica marajoara.

Boxe complementar:

Dica de site

  • Para saber mais da profissão de ilustrador, leia o Guia do Ilustrador. Disponível em: http://fdnc.io/f2B. Acesso em: 21 jul. 2020.

    Fim do complemento.

MP106

O QUE EU APRENDI?

  1. O que significa “acervo de um museu”?

    _____

    PROFESSOR Resposta: Acervo é o conjunto de obras que constituem as coleções dos museus.
  1. Assinale a alternativa que completa a frase: Se um conjunto de obras de um museu da cultura afro-brasileira pertence ao museu, ele é parte do patrimônio:

    ( ) da instituição.

    ( ) de um colecionador.

    ( ) de uma família.

    PROFESSOR Resposta: da instituição.
  1. A estilista Goya Lopes cria suas roupas usando estampas com formas orgânicas e geométricas. Indique com setas nas imagens das estampas abaixo uma forma orgânica (assinale-a com a letra O) e uma forma geométrica (assinale-a com a letra com letra G).
    PROFESSOR Atenção professor: Respostas de acordo com as escolhas dos alunos. Fim da observação.
Imagem: Fotografia. Estampa azul-claro com arabescos amarelos e pretos.   Fim da imagem.
Imagem: Fotografia. Estampa azul-claro com desenhos verdes e brancos. Fim da imagem.
  1. Por que o texto de O gato malhado e a andorinha Sinhá ganhou ilustrações?

    _____

    PROFESSOR Atenção professor: Espera-se que o aluno responda, com as próprias palavras, que foi porque João Jorge, filho de Jorge Amado, pediu a Carybé que ilustrasse a história, depois publicada como livro. Fim da observação.
MANUAL DO PROFESSOR

Avaliação processual do bimestre

As avaliações processuais realizadas ao término de cada unidade referem-se às oito semanas trabalhadas, duas a cada capítulo, e colaboram com o acompanhamento das aprendizagens, melhorando os resultados da Avaliação final do 4º ano.

Avaliação das competências trabalhadas no bimestre

A serem preenchidas na Ficha de avaliação processual bimestral do professor.

Os itens 1 a 8 referem-se às aprendizagens do papel de estudante no componente Arte. Consulte os apontamentos a cada capítulo.

O item 9 refere-se à aprendizagem das habilidades do bimestre, que podem ser registradas a cada capítulo.

Os itens 10, 11 e 12 referem-se às competências trabalhadas no bimestre. Para preenchê-los, reflita com base em seus registros, que trazem a memória das atividades do bimestre:

  • No item 10, considere as Competências Gerais da BNCC 3, 6 e 9.
  • No item 11, as Competências Específicas de Linguagens 3 e 5.
  • No item 12, as Competências Específicas de Arte 1, 3, 4, 5 e 9.

    Para avaliar as aprendizagens de Arte, consulte as respostas dos estudantes na seção O que eu aprendi? relativa a cada capítulo e preencha:

  • No item 13, as aprendizagens de Arte a cada capítulo do bimestre.
  • Nos itens 14, 15, 16 e 17, as aprendizagens de Alfabetização e Literacia. Consulte seus registros e apontamentos ao longo dos capítulos.

    As habilidades destacadas neste bimestre são indicadas neste livro, a cada capítulo, por seu código ou numeração. As habilidades, para que sejam aprendidas, estão associadas aos Objetos de conhecimento e às aprendizagens de Arte. A aprendizagem das habilidades leva ao desenvolvimento das Competências.

    As aprendizagens de Arte e os Objetos de conhecimento podem ser encontrados em sequência à descrição das habilidades destacadas para cada capítulo.

    As Habilidades, os Objetos de conhecimento, as Competências e as Aprendizagens de Arte também podem ser consultados na íntegra no texto Orientações gerais do livro de Arte, no início deste Manual do Professor.

MP107

  1. Você sabe o nome do ilustrador dessa história? O que sabe de seu trabalho?

    _____

    PROFESSOR Atenção professor: Espera-se que o aluno responda que o artista plástico conhecido como Carybé chamava-se Hector Júlio Paride Bernabó. Fim da observação.
  1. Do que você mais gostou na história do gato e da andorinha? Por quê?

    _____

    Respostas pessoais.

    Tabela: equivalente textual a seguir.

Ficha de autoavaliação mensal

Respostas pessoais.

Sim

Não

Às vezes

Participo das aulas com interesse e gosto pelos trabalhos.

_____.

_____.

_____.

Peço ajuda aos professores e colegas quando preciso ou sou solicitado.

_____.

_____.

_____.

Participo das aulas falando, lendo e escrevendo sobre minhas ideias.

_____.

_____.

_____.

Comentários: _____.

Nestes dois capítulos do livro, o que mais gostei de aprender foi _____ porque _____.

Resposta pessoal.

MANUAL DO PROFESSOR

Atividades para retomada de conhecimentos

Analise os resultados para ter ciência do conhecimento dos estudantes e de suas dificuldades. Com base nesses resultados, planeje intervenções específicas para retomar as questões (em pequenos grupos ou duplas, considerando a heterogeneidade dos saberes) e retome individualmente com os estudantes com dificuldade em um assunto ou em responder a alguma das questões, a fim de proporcionar oportunidades de se manifestarem. Essa ação também propicia que, posteriormente, esses estudantes possam contribuir nas conversas, atividades diversas e leituras de imagens.

  1. Caso os estudantes apresentem dificuldade em identificar acervo como um conjunto de obras das coleções dos museus, peça que retomem o conteúdo no Livro do Estudante.
  1. Caso apresentem dificuldade em reconhecer que as instituições, como museus, possuem acervos, peça que retomem o conteúdo no Livro do Estudante.
  1. A proposta de identificar formas orgânicas e geométricas nas imagens das estampas de Goya Lopes pode ser feita em uma roda de conversa caso os estudantes apresentem dificuldade.
  1. Realizar novamente a leitura do texto no livro pode auxiliar os estudantes que apresentarem dificuldade em reconhecer o valor dessa ilustração e a relação entre ela, a história, João Jorge, o artista Carybé e Jorge Amado.
  1. Se alguns estudantes apresentarem dificuldade em identificar o nome de Carybé e informações sobre o trabalho desse artista, você pode sugerir que retomem as informações no Livro do Estudante.
  1. Caso os estudantes apresentem dificuldade em descrever aspectos da história de Jorge Amado e justificar suas preferências por algum deles, proponha uma roda de conversa sobre o assunto.

    Ficha de autoavaliação mensal

    A autoavaliação é importante para que o estudante pense sobre seu processo de aprendizagem e, progressivamente, desenvolva seu papel de estudante. Consolida-se como mais uma situação de aprendizagem. Apoie os estudantes, se necessário, sem conduzir o que devem assinalar e escrever, pois, por vezes, eles precisam realizar a tarefa com sua ajuda para entender o que está sendo pedido ou para ler e escrever os comentários na ficha. Tente garantir o máximo de autonomia a eles nesse preenchimento.

MP108

Comentários para o professor:

Conclusão

Retome a Ficha de avaliação processual bimestral do professor relativa a esta unidade. Ela registra a avaliação formativa desenvolvida nas oito semanas do bimestre, ao longo da realização das atividades propostas a cada capítulo, e as avaliações processuais realizadas pelos estudantes a cada dois capítulos.

Lembramos que as Habilidades e Competências destacadas para serem avaliadas neste bimestre são indicadas no início de cada capítulo do livro por seu código ou numeração e podem ser consultadas na íntegra no texto Orientações gerais do livro de Arte, no início deste Manual.

Procure identificar como os principais objetivos de aprendizagem previstos na unidade foram alcançados, considerando a progressão de cada estudante durante o período observado, individualmente e em relação ao grupo. Observe com cuidado suas reflexões de autoavaliação.

Nesta unidade, a avaliação do estudante e da turma se relaciona ao cumprimento dos objetivos de Arte a seguir: