82

2° ANO Ginásticas

TEMA 1. Ginástica geral: os saltos e os giros

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Conhecer e experimentar os elementos corporais básicos da ginástica: os saltos e os giros.

Identificar os saltos nas suas posições básicas: grupada, carpada e estendida.

Executar variações de saltos de forma individual, em grupos pequenos e grandes.

Executar variações de giros de forma individual e em grupos.

Construir coletivamente combinações entre os elementos básicos da ginástica: saltos e giros.

Cooperar com colegas com deficiência visual.

Habilidades da BNCC

EF12EF07, EF12EF08, EF12EF09 e EF12EF10

Número de aulas

12

Materiais

Cartazes com desenhos ou imagens de saltos, vendas para os olhos e giz.

Sequência de atividades

Pergunte aos alunos o que sabem sobre saltos e giros. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Concluídas as atividades anteriores (em sua totalidade ou as selecionadas), realize as propostas da seção “Construção de valores”..

Avaliação

Acompanhe a construção coletiva de uma coreografia utilizando os saltos e os giros.

Os saltos

Para começar

Converse com os alunos sobre os elementos básicos da ginástica relacionados com a aula: os saltos. Faça os seguintes questionamentos: “Quem sabe o que é um salto? Em que situações ele pode ser feito?” Dependendo das respostas, peça a um voluntário que demonstre um salto (de qualquer tipo) para os demais colegas.

Explique que os saltos são movimentos em que o praticante se eleva do chão a partir de um impulso e, em seguida, volta a ter contato com o solo ou sobre algum aparelho. Esse impulso pode ser vertical e levar quem o executa a alcançar maior altura ou horizontal e levá-lo a alcançar maior distância.

Para facilitar a compreensão deste tema, apresente algumas imagens de práticas corporais de pessoas realizando saltos e que podem ser obtidas em sites de busca da internet e levadas para essa conversa inicial.

83

Imagem: Fotografia. Um menino com roupas pretas e uma menina com cabelos presos com maria-chiquinha, blusa branca e shorts. Eles estão saltando sobre uma cama elástica.  Fim da imagem.

LEGENDA: Crianças pulando em cima de um trampolim acrobático. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Uma menina usando um collant com mangas laranja e branco. Ela está com a perna esquerda esticada para frente, a perna direita esticada para trás com a perna direita esticada para trás, com o joelho flexionado, o tronco flexionado para trás e os braços esticados na lateral do corpo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Salto espacate: afastamento das pernas com um ângulo igual ou superior a 180° entre si. Na foto, a belga Nina Derwael no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em Montreal, Canadá, em 2017. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Fotografia. Um homem negro, usando boné, regata preta, calça jeans e tênis. Ele está com as pernas na diagonal, segurando a ponta dos pés com as mãos, com o tronco flexionado para frente.  Fim da imagem.

LEGENDA: Dançarino de hip-hop realizando um salto afastado. FIM DA LEGENDA.

Análise e Compreensão

Ginástica geral ou ginástica para todos?

A denominação oficial estabelecida pela FIG (Federação Internacional de Ginástica) é ginástica para todos, porém, como o termo ginástica geral foi utilizado por muito tempo e se identificou como uma prática que reúne as diversas possibilidades da ginástica, manifestações expressivas culturais, participação e interação de todos independentemente de idade, sem caráter competitivo, também pode ser utilizado como sinônimo da terminologia oficial.

Aqui, adotamos a utilização do termo ginástica geral porque é o utilizado nas descrições das habilidades da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

A seguir, iremos tratar dos elementos básicos da ginástica que fazem parte do contexto da ginástica geral.

Os elementos básicos da ginástica

Os saltos são parte dos elementos básicos da ginástica. Eles ocorrem quando uma pessoa perde o contato dos pés com o solo, realiza uma fase aérea, que chamamos de fase de voo, e, em seguida, faz uma aterrissagem apoiando um ou os dois pés no chão.

84

Os saltos estão presentes nas práticas dos mais variados tipos de ginásticas, desde a sua forma mais simples até os combinados com acrobacias de grande dificuldade de execução.

Podemos observar também a prática de saltos em cima de aparelhos oficiais das ginásticas de competição, no trapézio e nas acrobacias do circo, nos aparelhos das ginásticas de condicionamento físico e até nas danças mais contemporâneas.

Para os alunos do 2º ano, os saltos são empregados com apoio no solo e na sua forma mais simples e com baixa complexidade de execução.

Posições básicas dos saltos

Na ginástica, algumas posições são consideradas base para a realização dos movimentos, sejam eles de fácil ou de difícil execução. Veja algumas dessas posições a seguir.

Imagem:  Ilustração. Um menino com cabelos castanhos usando camiseta amarela, short verde e tênis. Ele está em pé com os braços estendidos para cima com as pernas esticadas e os pés no ar.  Fim da imagem.

LEGENDA: Estendida: não há ângulos entre as articulações do quadril e dos joelhos. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Uma menina com cabelos castanhos, preso em um rabo de cavalo, usando uma camiseta azul, short amarelo e tênis. Ela está com os braços estendidos para cima, os joelhos flexionados próximo ao tronco e os pés no ar. Fim da imagem.

LEGENDA: Grupada: o ângulo do quadril e dos joelhos é menor que 90°. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Ilustração. Uma menina com cabelos pretos e lisos na altura do ombro, usando uma blusa laranja, short vermelho e tênis. Ela está com os braços esticados para frente, pernas esticadas para frente com os pés no ar. Fim da imagem.

LEGENDA: Carpada: o ângulo do quadril é menor ou igual a 90°. FIM DA LEGENDA.

Comente com os alunos que, de acordo com as imagens, os saltos podem ser realizados em diversas manifestações da cultura corporal de movimento, nos jogos e nas brincadeiras, nas danças, nos esportes, nas lutas, entre outras, mas que, nesse momento, irão conhecer e executar os saltos que pertencem aos elementos básicos da ginástica e que formam a base de movimentos da ginástica geral.

Experimentação e Fruição

1. Saltar como os animais

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Desenvolver formas de saltos.

Procedimentos

Organize os alunos em pequenos grupos e peça a eles que formem círculos.

Cada grupo deve escolher, em segredo, um animal que consegue saltar com facilidade. Uma vez escolhido, um dos integrantes deve contar a você o nome do animal e voltar para o círculo.

De posse dos nomes dos animais, escolha um deles para ser representado por meio de saltos. O grupo que o escolheu deve sair do círculo e imitar os seus saltos. Os integrantes dos demais grupos tentam identificar o animal.

85

Assim que ele for descoberto, o grupo que representou o animal volta para o seu círculo e espera o anúncio de outro animal.

A atividade termina quando todos os grupos tiverem feito sua apresentação.

2. Saltos grupado, carpado e estendido

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Identificar e experimentar os saltos grupado, carpado e estendido.

Procedimentos

Solicite aos alunos que formem um grande círculo. Depois, apresente por meio de cartazes, desenhos ou vídeos as posições do corpo durante os saltos grupado, carpado e estendido.

Em um primeiro momento, todos devem realizar esses movimentos sentados. Para a representação do grupado, os alunos devem dobrar os joelhos e deixar as mãos para o alto. Também é possível fazer o grupado “abraçando” os joelhos; tente essa variação. Para a posição carpada, eles precisam estender as pernas e os braços. Para o movimento estendido, cada aluno deve deitar e estender todo o corpo.

Após essas vivências, lembre-os de que nos saltos os pés perdem o contato com o solo e oriente-os a realizar a posição grupada, carpada ou estendida nessa fase de voo.

Se considerar oportuno, determine uma fruta para representar cada uma dessas três posições. Exemplo: abacaxi para o grupado, maçã para o carpado e laranja para o estendido. Ao falar o nome da fruta, todos devem realizar o salto relacionado.

Estimule a participação dos alunos na escolha das frutas e durante a realização da atividade.

3. Saltar juntos

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Vivenciar o salto de forma coletiva e sincronizada.

Procedimentos

Peça aos alunos que formem duplas, deem as mãos, contem três passos e realizem um pequeno salto para a frente, aterrissando com os dois pés juntos. No decorrer da atividade, aumente o número de alunos que saltam de mãos dadas para que eles pratiquem a possibilidade de sincronismo com mais pessoas.

Construção de valores

Saltar juntos e separados

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Cooperar com colegas com deficiência visual.

Material: vendas para os olhos

Procedimentos

Depois de vivenciar a atividade “Saltar juntos”, solicite aos alunos que formem duplas e distribua uma venda para cada uma. Um aluno de cada dupla deve ficar vendado. Em um primeiro momento, eles devem realizar a atividade com as mãos dadas e, em seguida, sem o apoio das mãos, utilizando somente o comando de voz.

86

Para finalizar, forme trios e peça aos alunos que imobilizem os braços, colocando-os para dentro da camiseta. Eles precisam realizar a atividade juntos e com movimentos sincronizados.

Discussão

Reúna-se com os alunos e pergunte: “Foi difícil acompanhar o colega vendado?”, “E com os braços imobilizados?”, “Por que é importante pensarmos nas pessoas com deficiência?”.

Ao final, reforce a importância da inclusão de todos nas atividades, ressaltando que pessoas com deficiência fazem parte da sociedade como qualquer outra pessoa e têm o direito de participar dela, de conviver e de aprender.

Os giros

Para começar

Converse com os alunos e pergunte se eles sabem o que é uma pirueta. Estimule os comentários individuais e exemplos práticos. Comente que as piruetas são como os giros, rotações do corpo com ou sem apoio dos pés no chão.

Assim como os saltos, os giros aparecem em muitas práticas corporais nas ginásticas de competição, nas danças, nas lutas, entre outras.

Nesse tema, trataremos os giros como elementos básicos da ginástica e, também, para formar uma base de movimentos que ampliará o repertório motor que será utilizado na execução da ginástica geral.

Para facilitar a compreensão desse movimento, leve para a aula algumas imagens de giros que podem ser obtidas na internet.

Imagem: Esquema. Ilustração de uma menina com cabelos castanhos, presos em um rabo de cavalo, usando uma camiseta rosa, short amarelo e tênis, em sequência de quatro movimentos, exemplificando um giro simples, sendo: 1. Ela está em pé com os braços esticados na lateral do corpo com a perna esquerda esticada lateralmente. 2. Ela está com os braços em forma de círculo, com as mãos próximas na frente do corpo, cotovelos para fora, perna esquerda esticada para a direita na direção esquerda com o pé no ar e a perna esquerda esticada com o pé apoiado no chão. Uma seta indica o movimento circular pelo lado direito. 3. Ela está com as duas mãos esticadas para baixo, com os dois pés apoiados no chão com o metatarso (parte da frente do pé), com o tronco virado para direita. Uma seta indica o movimento circular para a direita. 4. Ela está com os dois pés apoiados no chão, com os braços esticados na lateral do corpo e de costas. Uma seta indica o movimento circular para a direita completando o ciclo.  Fim da imagem.

LEGENDA: Giro simples. FIM DA LEGENDA.

Imagem: Esquema. Ilustração de um menino com cabelos pretos, usando camiseta azul, short roxo e tênis, em uma sequência de três movimentos, exemplificando um giro simples com impulso, sendo: 1. Ele está de perfil, com o corpo voltado para direita, com as pernas afastadas e os joelhos flexionados. 2. Ele está de costas com a perna direita esticada, com o pé apoiado no chão, o joelho esquerdo está flexionado com a perna para trás e as mãos afastadas. Uma seta indica o movimento circular para a direita. 3. O menino de perfil com o corpo voltado para esquerda, com os joelhos flexionados e as pernas e braços afastados.  Fim da imagem.

LEGENDA: Giro simples com impulso. FIM DA LEGENDA.

87

Análise e Compreensão

Os elementos básicos da ginástica

Os giros pertencem aos elementos básicos da ginástica e são rotações do corpo que podem ser realizadas com o apoio ou não de um ou dois pés no chão, para a direita ou para a esquerda, nos sentidos longitudinal, transversal ou anteroposterior.

Os giros podem ser realizados em diversas posições do corpo (em pé, com uma perna elevada, sobre os joelhos, sentado etc.) no mesmo lugar ou em combinações com deslocamentos (para a frente, para trás e para os lados).

Sua velocidade, no entanto, irá depender da capacidade individual do praticante como também do local. No solo o apoio é maior; já em cima de uma cadeira a base diminui, o que exigirá mais equilíbrio.

Uma pessoa pode realizar um ou mais giros consecutivos, como os artistas de circo com suas piruetas, as bailarinas, que se utilizam de vários giros apoiados na ponta dos pés, uma ginasta na trave de equilíbrio, que chega a realizar três giros consecutivos, entre outras práticas que também utilizam essas rotações, seja no chão ou no ar.

Para os alunos do 2º ano, os giros são empregados na sua forma mais simples e com baixa complexidade de execução.

Nesse tema, vamos iniciar com os giros no sentido longitudinal do corpo. A complexidade e o aumento da dificuldade na execução vão depender dos limites e desafios que cada um alcançar.

Experimentação e Fruição

1. Noite e dia

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Aprender formas de giros.

Material: giz

Procedimentos

Peça aos alunos que façam um grande círculo com giz no chão, de modo que todos consigam colocar os pés na sua linha demarcatória.

Em seguida, realize uma brincadeira com comandos.

Por exemplo: Ao falar “Noite”, todos devem ficar de costas para o centro do círculo. Ao falar “Dia”, todos devem ficar de frente para o centro do círculo. Para verificar se os alunos estão atentos, diga duas vezes seguidas “Noite” e, depois, duas ou três vezes seguidas “Dia”. Se considerar oportuno, acelere o ritmo.

Em outro momento da brincadeira, relacione essas duas palavras com a forma como deve ser realizado o movimento de mudança de posição.

Exemplos: a) Com os dois pés e rápido (Noite); com um pé só e lento (Dia). b) Com os braços estendidos para cima (Noite); com os braços grudados no corpo (Dia).

88

c) Com um dos braços estendido e o outro grudado no corpo (Noite); com uma mão na cabeça (Dia).

Estimule os alunos a sugerir posições para o corpo.

2. Giro no círculo

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Aprender o giro combinado com o salto.

Material: pedaços de giz

Procedimentos

Use um dos pedaços de giz para fazer no chão o desenho mostrado abaixo, que deve ser grande o suficiente para comportar um aluno em pé. Depois de pronto, distribua pedaços de giz aos alunos e peça-lhes que usem o seu desenho como modelo para fazer outros, de modo que cada um tenha o seu.

Imagem: Ilustração. Um círculo azul dividido em quatro partes, cada parte com uma letra, sendo elas: “A”, “B”, “C”, “D”. Fim da imagem.

Depois de prontos os desenhos, instrua cada aluno a ficar em pé dentro do círculo. Em seguida, explique que eles vão dar giros com salto durante a brincadeira “O mestre mandou”.

Quando você der o comando “O mestre mandou ir de A para B”, cada aluno deve ficar de frente para a letra A e realizar um pequeno salto com giro de modo que o finalize de frente para a letra B.

Explore diferentes possibilidades de comando: ir de B para C, de C para D, de A para C, de A para D, de B para D, de D para A.

Quando os alunos estiverem mais familiarizados com a brincadeira, incentive-os a escolher um colega como mestre. Se possível, cada aluno deve atuar como mestre pelo menos uma vez.

Após essas vivências, explique que os giros podem ser realizados com o apoio dos pés no chão ou com pequenos saltos, ressaltando que o corpo deve realizar uma rotação, que não precisa ser obrigatoriamente de 360°, sendo aceitas as rotações de 180° ou de 90°.

3. Giro em duplas

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Vivenciar o giro com um colega.

Procedimentos

Oriente os alunos a formar duplas e a ficar de mãos dadas, um de frente para o outro. Em seguida, eles devem realizar alguns giros sem soltar as mãos.

89

Ao final da atividade, incentive-os a aumentar a velocidade dos giros. Chame atenção para a importância de segurar com firmeza as mãos do colega para que não as solte durante os giros, o que ocasionaria uma queda.

Imagem: Ilustração. Um menino com cabelos castanhos, camiseta marrom, short azul e tênis, ao lado, um menino robusto com cabelos pretos, camiseta verde, short roxo e tênis. Eles estão de mãos dadas um de frente para o outro. Abaixo deles uma seta indica o movimento circular. Fim da imagem.

Avaliação e Registro

A ginástica geral tem como um dos seus princípios as composições coreográficas, que são tematizadas e construídas coletivamente.

Para finalizar o capítulo, solicite aos alunos que descrevam oralmente ou por meio de uma demonstração os saltos (nas posições grupada, carpada e estendida) e os giros que executaram durante as aulas. Eles também podem realizar desenhos para descrever e registrar as características desses elementos.

Oriente-os a formarem duplas e apresente uma sequência de movimentos, por exemplo: um giro com apoio de um pé, um salto na posição grupada, um giro com o apoio dos dois pés, um salto na posição estendida, um giro sem apoio dos pés, um salto na posição carpada.

Essa sequência pode ser previamente estabelecida ou construída junto com os alunos.

Peça que pratiquem por um tempo essa sequência de forma sincronizada com o colega; em seguida solicite que formem grupos de quatro alunos e continuem a praticar e, assim, vá aumentando o número de alunos nos grupos até que estejam todos juntos.

Registre esse momento final com todos em fotos ou vídeos e utilize o material na construção de portfólios e registros da turma.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • GAIO, R. Ginástica rítmica popular: uma proposta educacional. Jundiaí: Fontoura, 2009.

    A autora propõe atividades que consideram o corpo em relação ao espaço, a objetos e aos ritmos, ampliando as experiências motoras das crianças e incentivando sua criatividade.

  • WERNER, P. H.; WILLIAMS, L. H.; HALL,T. J. Ensinando ginástica para crianças. 3. ed. São Paulo: Manole, 2017.

    A obra reúne materiais sobre conteúdos e sequências de aulas para alunos a partir do ano do Ensino Fundamental, por meio de atividades lúdicas e criativas. Mostra ainda como elaborar um programa inclusivo, orientando professores na criação de um ambiente de ensino positivo.

Fim do complemento.

90

TEMA 2 . Ginástica geral: a parada de cabeça e a parada de mãos

Tabela: equivalente textual a seguir.

Prepare-se para as aulas

Objetivos

Fruir e identificar as acrobacias realizadas no 1 º ano: rolamentos e roda.

Aprimorar os rolamentos para a frente e para trás e a roda.

Experimentar a parada de cabeça e a parada de mãos.

Perceber a posição do corpo sem a referência visual.

Habilidades da BNCC

EF12EF07, EF12EF08, EF12EF09 e EF12EF10

Número de aulas

14

Materiais

Colchões, colchonetes, tatames de EVA, giz e folhas de papel pardo.

Sequência de atividades

Resgate com os alunos o que eles lembram sobre acrobacias. A seguir, nas próximas aulas, realize as atividades propostas na seção “Experimentação e Fruição”.

Sensibilização

Concluídas as atividades anteriores (em sua totalidade ou as selecionadas), realize as propostas da seção “Construção de valores”.

Avaliação

Acompanhe a construção de um painel coletivo (com imagens e textos) com os registros dos alunos sobre as vivências.

Para começar

Converse com os alunos sobre o que entendem por acrobacias e se eles conhecem algumas delas, como os rolamentos (cambalhotas), a roda (estrela), a parada de cabeça e a parada de mãos (“plantar bananeira”). Procure saber se alguém já realizou alguma acrobacia. No caso de respostas positivas, solicite-lhes que demonstrem suas experiências.

Considere as respostas do grupo ao orientar a conversa para a compreensão dos elementos básicos da ginástica. Dessa forma, é possível realizar um diagnóstico dos alunos, o que eles conhecem sobre esse tema e suas experiências anteriores.

Análise e Compreensão

Os apoios invertidos

Nos apoios invertidos, as mãos e/ou a cabeça são colocadas no chão para sustentar o peso do corpo no ar. Os mais simples são a parada de mãos e a parada de cabeça.

Os rolamentos, a roda e os apoios invertidos fazem parte das acrobacias básicas relacionadas com quase todo tipo de ginástica. É a partir delas que se pode iniciar uma série de combinações e aumentar a complexidade conforme os alunos aprimoram sua prática.

Tem-se conhecimento das acrobacias desde a Antiguidade. Em países, como Grécia, Índia e China, realizavam-se manifestações corporais fundamentadas em movimentos acrobáticos individuais e em grupos.

Com o decorrer do tempo e as transformações das práticas corporais, a ginástica tornou-se mais institucionalizada a partir dos métodos ginásticos europeus. Em consequência desse processo, algumas acrobacias foram selecionadas e padronizadas na realização de ginásticas.

91

Nesse tema, iremos tratar das acrobacias com a perspectiva da ginástica geral, ou seja, respeitando as limitações individuais, sem padronização dos movimentos e prezando pela participação de todos nas práticas.

Experimentação e Fruição

Segurança

Antes de solicitar aos alunos que realizem apoios invertidos, é fundamental fazer com eles algumas atividades como os rolamentos e a roda. Esse procedimento permite que os alunos preparem o corpo para a aprendizagem do novo movimento e se sintam mais confiantes na tentativa de realizá-lo.

1. Rolamentos e roda

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Fruir e praticar as acrobacias básicas: rolamentos para a frente e para trás.

Material: colchonetes e/ou colchões

Procedimentos

Rolamentos

O rolamento é um giro no eixo anteroposterior, ou seja, você realiza uma rotação do corpo para a frente ou para trás.

Organize variações do rolamento para a frente e para trás, os quais podem ser feitos com as pernas grupadas ou afastadas, com os olhos abertos ou fechados, entre outras possibilidades. Se algum aluno tiver receio em fazer o rolamento, ajude-o a realizar o movimento até ele se sentir seguro para executá-lo sozinho.

Relembre aos alunos que, para fazer o rolamento, é necessário apoiar as mãos no colchonete, encostar o queixo no peito e impulsionar o corpo para a frente até sentirem a coluna encostar no colchonete. Por fim, completam o rolamento em pé, com os braços esticados para cima ou para a frente.

Imagem: Esquema, Ilustração de uma menina com cabelos cacheados, presos em um rabo de cavalo usando camiseta amarela, short rosa e tênis, realizando um rolamento para frente em três movimentos, sendo: 1. Ela está em pé, sobre dois colchonetes, com os joelhos flexionados, o tronco inclinado para frente com os braços esticados na direção do chão. 2. A menina está com as mãos e as costas apoiadas em um colchonete inclinado com as pernas próxima à barriga. 3. A menina está em pé sobre um colchonete com os joelhos flexionados, o tronco levemente inclinado e os braços esticados para frente.  Fim da imagem.

LEGENDA: Rolamento para a frente. FIM DA LEGENDA.

Ao fazer o rolamento, o aluno não bate as costas no colchonete. O movimento deve ser contínuo, como se cada vértebra encostasse aos poucos no colchonete, e não todas de uma vez só.

92

Roda

A roda é um giro no eixo transversal do corpo, o qual é feito com o apoio das mãos seguido dos pés, alternadamente. A figura a seguir exemplifica esse movimento.

Imagem: Esquema. Ilustração de um menino com cabelos pretos lisos, usando blusa vermelha, short azul e tênis, realizando acrobacia roda, em três movimentos, sendo: 1. Ele está com o tronco inclinado lateralmente com o joelho flexionado, com a perna direita esticada, o pé no ar, com a mão esquerda apoiada em dois colchonetes e o braço direito esticado sobre a cabeça. 2. Ele está com as duas mãos sobre os colchonetes e as pernas esticadas para cima. 3. Ele está com o joelho direito flexionado, o pé apoiado no chão, a mão direita próximo ao chão, o tronco levemente flexionado lateralmente. O braço esquerdo esticado sobre a cabeça. E a perna esquerda esticada com o pé quase apoiado ao chão.  Fim da imagem.

LEGENDA: Roda. FIM DA LEGENDA.

Forre o chão com colchonetes e use-os também para criar o obstáculo no qual os alunos vão colocar as mãos durante o giro. Outra opção é usar colchões enrolados como apoio para as mãos.

2. Pega-pega avestruz

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Experimentar a aprendizagem da parada de cabeça.

Procedimentos

Organize uma brincadeira simples de pega-pega com um ou mais pegadores. A diferença dessa brincadeira para ser realizada no ano está na ação que os fugitivos podem fazer para não serem pegos: realizar a posição de avestruz, ou seja, eles devem colocar as duas mãos e a cabeça no chão, com as pernas estendidas.

Imagem: Ilustração. Um menino com cabelos castanhos, usando camiseta vermelha, short azul e tênis. Ele está com as mãos, os pés e a cabeça apoiados no colchonete, com o quadril para cima.  Fim da imagem.

LEGENDA: Posição de avestruz. FIM DA LEGENDA.

Lembre-se de que essa brincadeira é um aquecimento para a aprendizagem da parada de cabeça.

3. O mundo de cabeça para baixo

Objetivo: Experimentar o equilíbrio do corpo com três apoios: mãos e cabeça.

Materiais: colchonetes ou colchões e giz

Imagem: Ilustração. Destaque de duas mãos sobre um triângulo pontilhado. No topo do triângulo, um círculo.  Fim da imagem.

93

Procedimentos

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Use o giz para desenhar um triângulo nos colchonetes. Depois, peça aos alunos que fiquem ajoelhados de frente para o seu colchonete.

Explique que cada vértice do triângulo é um ponto de apoio para as mãos e a cabeça, conforme mostrado na figura anterior.

Eles devem colocar as mãos e a cabeça no local indicado e impulsionar o corpo para a frente na tentativa de obter o equilíbrio necessário para permanecer na posição de cabeça para baixo. É importante, nesse momento, tentar apoiar um joelho de cada vez nos cotovelos.

Imagem: Ilustração. Um menino com cabelos crespos, usando camiseta azul, short amarelo e tênis. Ele está com as mãos e a cabeça apoiadas no chão com o tronco levemente flexionado. Joelhos flexionados encostando nos cotovelos e pés no ar. Exemplificando a posição de ponta-cabeça (de cabeça para baixo) Fim da imagem.

LEGENDA: Posição de ponta-cabeça (de cabeça para baixo). FIM DA LEGENDA.

Oriente os alunos a contar até dez e voltar à posição inicial.

À medida que eles se sentirem mais seguros e conseguirem ficar mais tempo em equilíbrio nessa posição, peça-lhes que estendam as pernas, conforme mostrado nas figuras a seguir.

Imagem: Ilustração. Um menino com cabelos crespos, usando camiseta verde, short azul e tênis. Ele está com a palma das mãos e a cabeça apoiadas no chão com o tronco reto e as pernas estendidas para cima. Ao lado, o menino na mesma posição de perfil. Exemplificando a posição de ponta-cabeça com as pernas estendidas. Fim da imagem.

LEGENDA: Posição de ponta-cabeça com as pernas estendidas. FIM DA LEGENDA.

Se sentir necessidade, os alunos podem realizar esse movimento com as costas apoiadas na parede.

Importante: lembre-os de que os apoios das mãos e da cabeça devem sempre formar um triângulo, o que facilita a realização desse equilíbrio.

4. Apoio na parede

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Perceber a posição do corpo na parada de mãos.

Procedimentos

Peça aos alunos que fiquem de costas para uma parede. Na sequência, oriente-os a apoiar as duas mãos abertas no chão e, em seguida, a colocar os pés na parede. Depois de contar até dez, eles devem voltar à posição inicial.

94

Solicite, a cada repetição desse movimento, que os pés fiquem mais altos na parede e que a contagem demore mais tempo.

Se considerar viável, organize uma competição para ver quem consegue ficar mais tempo nessa posição.

Imagem: Esquema. Uma menina com cabelos lisos, presos em um rabo de cavalo, usando uma camiseta vermelha, um short roxo e tênis, em uma sequência de duas imagens exemplificando a parada de mãos com apoio dos pés na parede, sendo: 1. Ela está de perfil com as palmas das mãos apoiadas no chão com o joelho direito flexionado e o pé apoiado no chão. O joelho esquerdo flexionado com o pé apoiado na parede. 2. Ela está com as duas palmas das mãos apoiadas no chão e os dois pés apoiados na parede.  Fim da imagem.

LEGENDA: Parada de mãos com apoio dos pés na parede. FIM DA LEGENDA.

5. Caminho acrobático

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivo: Construir um caminho acrobático.

Materiais: colchões, colchonetes e placas de EVA

Procedimentos

Determine para os alunos o início e o fim do caminho acrobático. Eles devem escolher os movimentos que vão fazer durante o percurso. Exemplos: rolamento para a frente em determinado ponto; corrida, em outra parte do caminho; rolamento para trás, avião, roda etc.

Durante o percurso, todos fazem juntos as acrobacias determinadas para cada ponto do caminho.

Incentive a participação de todos na escolha dos movimentos dessa atividade.

Discussão

Questione os alunos sobre outras acrobacias que eles possam conhecer, como os saltos mortais, as pontes e as reversões.

Aproveite esse momento para conversar com eles sobre outras maneiras de realizar as acrobacias propostas nas aulas. Considere as sugestões viáveis (sem menosprezar as demais) e a disponibilidade de materiais. Se possível, vivencie com os alunos algumas dessas sugestões.

Segurança

Considere sempre a possibilidade de ter em suas aulas alunos com experiências negativas com acrobacias (ou sem nenhum contato com essa prática), as quais podem interferir na realização das atividades propostas. Ressalte sempre que não há perigo na realização das atividades desde que feitas da forma adequada e com a sua supervisão.

Portanto, estimule os alunos a experimentar os movimentos e, principalmente, a fazer com que eles se sintam seguros. Elogie sempre os progressos alcançados.

95

Construção de valores

Parada de cabeça com os olhos vendados

Imagem: Ícone: ATENÇÃO PARA A SEGURANÇA. Fim da imagem.

Objetivos: Realizar a parada de cabeça com os olhos vendados. Perceber a posição do corpo sem a referência visual.

Materiais: colchões, colchonetes ou tatames de EVA e vendas para os olhos

Procedimentos

Organize os alunos em duplas. Cada dupla recebe uma venda para ser colocada em um dos colegas. O que ficou sem a venda vai orientar o movimento do outro passo a passo. Peça a eles que refaçam o procedimento até que o colega vendado tenha mais autonomia para realizar a parada de cabeça. Quando a segurança e a autonomia ficarem evidentes, o que estava vendado troca de posição com o colega, entrega-lhe a venda e passa a orientá-lo.

Discussão

Reúna o grupo para debater sobre essa atividade. Instigue os alunos com perguntas: “Qual foi a sensação de realizar a parada de cabeça com os olhos vendados?”, “Vocês também se divertiram fazendo a parada desse outro jeito?”, “Do que vocês mais gostaram: de fazer a parada ou de orientar o colega? Por quê?”.

Auxilie os alunos a perceber que pessoas com deficiência visual também podem participar de diversos tipos de saltos e giros.

Segurança

Para a realização dessa atividade, organize um ambiente seguro, de preferência com colchonetes, colchões e/ou tatames de EVA. Fique próximo ou até mesmo auxilie os alunos que tiverem mais dificuldade, pois a restrição da percepção visual pode causar medo.

Boxe complementar:

Para saber mais

  • DARIDO, S. C.; MOREIRA JÚNIOR, O. Para ensinar Educação Física: possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus, 2007.

    Nesse livro os autores apontam possibilidades de práticas da ginástica na escola com imagens, discussões e textos.

Fim do complemento.

Avaliação e Registro

  1. Construa com os alunos um painel coletivo para o registro das aulas. Adquira folhas de papel pardo para essa finalidade. Ao final de cada atividade, solicite aos alunos que façam os registros do que vivenciaram por meio de palavras ou desenhos.
  1. Quando o painel estiver finalizado, pendure-o na parede da sala ou em um espaço no qual os alunos possam ter contato com ele diariamente.
  1. Por fim, realize uma roda de conversa sobre os registros do painel coletivo e oriente os alunos a falar sobre suas experiências. Organize os registros individuais e coletivos com base nesses comentários e nas suas observações feitas nas aulas.