UNIDADE TEMÁTICA 2 ESPORTES DE MARCA E TÉCNICO‑COMBINATÓRIOS
Raio- xis da unidade
Competências da Bê êne cê cê
Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 4 e 9.
Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental: 1, 2, 5, 7, 8 e 10.
Habilidades de Educação Física da Unidade Temática
() ê éfe seis sete ê éfe zero três Experimentar e fruir esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
() ê éfe seis sete ê éfe zero quatro Praticar um ou mais esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras.
() ê éfe seis sete ê éfe zero cinco Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de fórma específica.
() ê éfe seis sete ê éfe zero seis Analisar as transformações na organização e na prática dos esportes em suas diferentes manifestações (profissional e comunitário/lazer).
() ê éfe seis sete ê éfe zero sete Propor e produzir alternativas para experimentação dos esportes não disponíveis e/ou acessíveis na comunidade e das demais práticas corporais tematizadas na escola.
O que veremos nesta unidade
Esta unidade contempla os esportes de marca e técnico-combinatórios em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (). Bê êne cê cê Essa temática é muito conhecida por envolver movimentos naturais, como correr, saltar, girar e lançar. O objetivo é apresentar uma proposta pedagógica sobre atletismo e ginástica artística como exemplos dessas categorias de esporte, valorizando o trabalho em equipe e respeitando as diferenças individuais durante as vivências.
Nos esportes de marca, serão abordados o processo histórico do atletismo, provas de salto em distância e corridas dos jogos mundiais dos povos indígenas. Nas modalidades técnico-combinatórias, serão apresentadas as provas dos Jogos Olímpicos e as práticas de alguns elementos da ginástica artística.
As atividades avaliativas estão em toda a unidade, iniciando com o diagnóstico dos conhecimentos prévios e o mapeamento dos saberes dos estudantes na avaliação formativa com questões problematizadoras, além da verificação da aplicação dos saberes aprendidos no decorrer de todas as seções.
DE OLHO NAS IMAGENS
Orientação para acessibilidade
Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que as imagens sejam descritas oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.
Peça aos estudantes que observem as imagens e conversem sobre o que já vivenciaram na escola ou viram em meios de comunicação. Com questões problematizadoras, peça que contem o que aprenderam, em quais anos e como foram as atividades.
- O que você sabe sobre os esportes apresentados nas imagens? Quais são os nomes das modalidades?
- Que grau de dificuldade apresenta cada um desses esportes?
- O que o atleta tem de fazer para ganhar em cada um desses esportes?
Verifique se a turma identifica a corrida de velocidade dos Jogos Paralímpicos, entre as modalidades de marca, e a trave de equilíbrio da ginástica artística, entre os esportes técnico-combinatórios. Explique que os conceitos e as vivências serão retomados nesta unidade.
Por dentro do tema
Conceito e classificação dos esportes
De acordo com a Bê êne cê cê, “a unidade temática Esportes reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática quanto as derivadas” (BRASIL, 2018, página 215). O esporte é uma manifestação cultural e patrimônio importante para a humanidade, constituindo um fenômeno social e uma das práticas mais conhecidas da atualidade por sua grande presença nos meios de comunicação. Ele é uma prática corporal de movimento:
- orientada pela comparação de determinado desempenho entre indivíduos ou grupos;
- regida por um conjunto de regras formais;
- institucionalizada por organizações, como associações, federações e confederações esportivas.
Essas organizações definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis da competição, desde a iniciação esportiva até a prática em alto rendimento. Se não houver regras formais institucionalizadas, essa prática é considerada um jogo ou uma brincadeira.
Com a crescente globalização, surgiu uma grande variedade de práticas esportivas com especificidades únicas e características comuns. Há um modelo de classificação com base em uma lógica interna dos esportes orientado por critérios de cooperação, de interação com o adversário, de desempenho motor e de objetivos táticos da ação (GONZÁLEZ; Bratch, 2012).
As modalidades esportivas podem ser classificadas conforme a interação entre oponentes: sem interação (marca, precisão e técnico-combinatório) e com interação (rede/parede, campo/taco, invasão e combate).
Nesta unidade, o foco estará nos esportes de marca e técnico-combinatórios em que os adversários não podem interferir na ação uns dos outros, mas apresentam diferenças nos critérios de performance avaliados, como será aprofundado a seguir.
Esportes de marca e o atletismo
Nos esportes de marca, os oponentes têm o objetivo de utilizar suas diferentes capacidades físicas para saber quem foi mais distante (mais metros), quem é o mais rápido (menor tempo) ou quem levantou mais peso (quilogramas). Essas modalidades, presentes nas provas de atletismo, ciclismo, natação, canoagem, remo e patinação, participam de eventos internacionais, como os Jogos Pan-Americanos, Olímpicos e Paralímpicos de verão ou de inverno.
Os registros da primeira grande competição esportiva foi uma corrida nos jogos de 776 antes de Cristo, na cidade de Olímpia, Grécia, dando origem aos Jogos Olímpicos. O atletismo teve sua origem na Antiguidade, e, durante anos, a principal modalidade foi o pentatlo, que compreendia lançamento de disco e de dardo, corrida stadion (192 metros), luta grega e salto em distância (VIEIRA, 2007).
A Confederação Brasileira de Atletismo ( cê bê á tê, 2022) considera o atletismo esporte-base, pois a prática dele conta a história da humanidade e sua iniciação ao esporte.
Atualmente, o atletismo é um esporte com provas de pista (corridas); de campo (saltos e lançamentos); combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo); pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona); corridas em campo (cross country); corridas em montanha; e marcha atlética.
Salto em distância
O Brasil tem uma grande tradição nas provas de salto, que se iniciou com o atleta José Telles da Conceição (1952), seguido por Adhemar Ferreira da Silva (1952), Nelson Prudêncio (1968), João Carlos de Oliveira, conhecido também como “João do Pulo” (1976, 1980), e Maurin Riga Mági (2008).
No salto em distância, os atletas devem combinar as capacidades de velocidade, fôrça e agilidade para saltar o mais longe possível a partir de uma tábua de impulsão. O salto deve ser dado após uma corrida em uma raia marcada no chão, com o atleta aterrissando dentro de uma caixa de areia. A distância é então medida do limite da tábua até a primeira marca na areia feita pelo corpo do atleta.
De acordo com Vieira (2007), há descobertas arqueológicas de vasos com cêrca de três milênios que trazem ilustrações de competições de salto em distância. No início do século vinte, houve provas a partir de um ponto estático, ou seja, os atletas não corriam antes do salto, como acontece atualmente.
Segundo a cê bê á tê, os gregos utilizavam halteres de pedra nas mãos, pois acreditavam que teriam uma altura maior no salto. Atualmente, os estilos utilizados na prova do salto em distância são grupado, arco (braços e pernas para trás durante voo) e passada no ar.
Vamos à prática!
Salto em distância
Objetivos
• Experimentar os saltos em distância; contextualizar as origens e transformações da modalidade.
Materiais
• Giz de lousa (ou cordas), garrafas péti de 600 mililitros ou 1 litro.
1. Saltando como na Antiguidade grega
- A turma realizará o salto parado, ou seja, sem correr antes. Além disso, devem ser utilizados objetos nas mãos, representando os halteres de pedras usados pelos gregos.
- Utilize duas garrafas péti de 1 litro ou 600 mililitros cheias de água para simular os halteres.
- Ao seu sinal, o estudante deverá impulsionar as pernas para realizar um salto em sentido horizontal e levar os braços para a frente, com as garrafas nas mãos.
- Ao sair do chão, ele soltará as garrafas, de fórma que, ao cair, não tenha nada nas mãos.
- A distância do salto será medida a partir da linha de saída até onde ele tocou o solo.
- Peça a eles que realizem a atividade com e sem os pesos.
- Pergunte sobre a eficácia na utilização desses pesos: Eles ajudam ou atrapalham o atleta? Por que não são mais utilizados? Vocês perceberam vantagens e desvantagens no uso das garrafas? Expliquem.
2. Autoavaliação do salto horizontal
• Proponha uma autoavaliação da fôrça explosiva de membros inferiores de cada estudante com o teste de salto horizontal. Meça a distância em centímetro e compare com o índice de desempenho esportivo em cada sexo para a idade de 11 anos.
Fraco |
Razoável |
Bom |
Muito Bom |
Excelência |
|
Feminino |
<123,9 |
123,9-135,8 |
135,9-150,3 |
150,4-181,7 |
<181,8 |
Masculino |
<136,6 |
136,6-148,8 |
148,9-163,2 |
163,3-193,3 |
<193,4 |
(GAYA ., 2021)
#FiqueLigado
Pesquise na internet o vídeo sugerido a seguir.
• POTÊNCIA de Membros Inferiores – Salto Horizontal. abre parênteses sem local fecha parênteses, 2014. 1 vídeo (1 minuto 48 segundos). Publicado pelo canal Projeto Esporte Brasil.
Tutorial sobre salto horizontal de um estudante.
Atenção
Ressalte que a autoavaliação é importante para que cada estudante conheça sua capacidade física, que é resultado de fatores hereditários e ambientais, como o treinamento.
Reforce que o objetivo não é a competição para descobrir o melhor, pois cada um possui habilidades e capacidades únicas que são valiosas por si mesmas.
Vamos à prática!
3. Saltando o rio
- Trace duas linhas no chão de fórma que se afastem para que haja diferentes distâncias.
- Peça aos estudantes que ultrapassem as linhas, como se fossem as margens de um rio, na largura que se sentirem mais confortáveis.
- Estimule-os a experimentar a impulsão com os pés direito e esquerdo para explorar o melhor apoio para o salto.
- Questione qual habilidade motora pode combinar com o salto para melhorar a performance. Veja se eles identificam a corrida e se conhecem a modalidade esportiva salto a distância.
- Verifique a técnica usada por eles e observe se conseguem fazê-la na posição grupada ou em arco. Se houver um estudante que treine salto em distância, peça que demonstre as passadas no ar.
Orientação para acessibilidade
Para tornar a atividade acessível para estudantes cegos, você pode usar outros marcadores, como uma corda, para delimitar as margens, além de pedir o auxílio de um estudante para que atue como guia.
Conectando saberes
Esta seção tem por objetivo o trabalho interdisciplinar com História, envolvendo a habilidade () ê éfe zero seis agá ih zero oito e o objeto de conhecimento “Os povos indígenas originários do atual território brasileiro e seus hábitos culturais e sociais”, na medida em que pretende identificar os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos de povos indígenas de diferentes regiões brasileiras. É importante dialogar com o professor de História para que, juntos, vocês construam possibilidades de integrar esses saberes e seja possível permear as duas áreas. A atividade contemplará também o tê cê tê Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.
Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas é um evento internacional que reúne várias modalidades esportivas, como canoagem, corridas, natação, futebol e arremessos, com a participação de atletas representando etnias indígenas de diversos países. A primeira edição dos Jogos Mundiais foi realizada em 2015 na cidade de Palmas, Tocantins.
Explique aos estudantes que aprenderão um esporte simulando-o na prática, a corrida de tora, que consiste no carregamento em revezamento de duas grandes toras de madeira (geralmente de buriti) em um percurso estabelecido.
#FiqueLigado
Pesquise na internet o vídeo sugerido a seguir e, se possível, apresente-o aos estudantes.
• CORRIDA com Tora – Jogos Mundiais dos Povos Indígenas 2015. 1 vídeo (1 minuto). Publicado pelo canal Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
O vídeo apresenta conceitos e características da modalidade esportiva Corrida com tora.
Vamos à prática!
Corrida dos povos indígenas
1. Corrida com toras
Materiais
• Giz de lousa (ou fita) para delimitar espaços; cano de pê vê cê (100 milímetros de diâmetro); garrafas péti de 2 litros.
Procedimentos
- Construa com a turma uma tora de material adaptado com cano de pê vê cê (100 milímetros de diâmetro) e tampa ou garrafa péti de 2 litros vazia e limpa.
- Forme oito grupos, com uma média de quatro a cinco participantes cada um, e combine coletivamente algumas regras como: Qual será a ordem do revezamento durante o percurso? Como será a entrega da tora entre os participantes? O que acontecerá se a tora cair? Ouça as sugestões apresentadas pela turma.
- Explique como é a corrida com tora em revezamento. Informe que cada integrante do grupo ficará em um ponto do percurso. Ao sinal, o primeiro correrá com a tora e entregará ao próximo colega, que, por sua vez, estará posicionado na pista, aguardando.
- Após entregar a tora ao colega, deverá ocupar o lugar dele. E assim ocorrerá até que o último participante chegue com a tora à linha de chegada. A corrida termina quando o último participante atravessar a linha de chegada.
Ilustração elaborada para esta obra.
2. Corrida Kalapalo
Objetivo
• Atravessar um percurso determinado, saltando apenas com o apoio de um dos pés durante o trajeto, como um saci.
Materiais
• Cronômetro; folha de sulfite; caneta ou lápis.
Procedimentos
- Forme grupos de quatro ou cinco estudantes, que participarão da corrida. Combine com eles que um grupo ficará encarregado de manusear o cronômetro. Assegure que todos tenham a oportunidade de vivenciar essa função. Reveze os grupos para que os outros também tenham essa chance.
- Analise o desempenho de cada estudante, reforçando a importância da participação sem levar em consideração a vitória. Faça um trabalho interdisciplinar com Matemática, construindo tabelas e gráficos com os dados.
Ilustração elaborada para esta obra.
Orientação para acessibilidade
Para tornar as atividades acessíveis para estudantes cegos, você pode delimitar os espaços com piso tátil ou algo similar. Também é importante pedir o auxílio de um estudante para que atue como guia durante a corrida. Nesse sentido, oriente o estudante que será o guia a atuar como um apoio, sem puxar ou segurar o colega.
Esporte técnico-combinatório e a ginástica artística
Verifique o que a turma já vivenciou dessa modalidade em anos anteriores e em qual espaço, convidando os estudantes a relatarem suas experiências. Esse momento é importante para o mapeamento dos conhecimentos prévios e o seu planejamento.
Explique o conceito de esportes técnico-combinatórios defendido por González e Bratch (2012, página 23):
aqueles em que a comparação do desempenho está centrada na beleza plástica (dimensão estética) e no grau de dificuldade (dimensão acrobática) do movimento, sempre respeitando certos padrões, códigos ou critérios estabelecidos nas regras. abre colchete reticências fecha colchete os árbitros responsáveis dão notas ao desempenho realizado pelos atletas com base em tabelas que estabelecem o grau de dificuldade dos movimentos realizados e a fórma como eles devem ser executados.
O vencedor da prova é quem consegue executar com mais estilo os movimentos complexos. Mostre as imagens desta página, que ilustram o esporte técnico-combinatório: patinação artística individual e em pares e nado artístico.
A ginástica artística é uma modalidade com grande variedade e riqueza de movimentos. Sua história tem origem na Antiguidade, e os gregos consideravam os exercícios de ginástica eficientes para o desenvolvimento do corpo e da mente. Assim, era ensinada como exercícios preparatórios para esportes e também para o treinamento militar.
A primeira escola de ginástica artística foi criada em 1811 pelo alemão Friederich ludivíg (1778-1852). Ele contribuiu para o aperfeiçoamento da modalidade, sendo de sua autoria alguns saltos e os aparelhos trave, barras paralelas e cavalo com alças.
Nas competições, o ginasta é avaliado pela dificuldade da série e pela execução dos movimentos. Souza (1997) apresenta os elementos corporais (passos, corridas, saltos, giros, equilíbrios, ondas, poses, marcações, balanceamentos e circunduções) e acrobáticos (apoios, reversões e rotações no solo, no ar e em aparelhos) constitutivos da ginástica. Para cada modalidade há critérios para a pontuação, conforme a dificuldade dos elementos e a execução das séries.
Há quatro provas femininas e seis masculinas que compõem as competições de ginástica artística. Os ginastas podem competir apenas em uma das provas, sendo um especialista, ou no individual geral (soma das notas de todas as provas), além das competições por equipes.
Texto do Infografico
Gire o seu dispositivo para a posição vertical
Infográfico elaborado para esta obra.
#FiqueLigado
Para saber mais, sugerimos que visite o site da Confederação Brasileira de Ginástica, que visa fomentar e expandir a prática da ginástica em todo o território nacional.
Infográfico elaborado para esta obra.
Atenção
A partir do levantamento do conhecimento prévio da turma, verifique as possibilidades de adaptação de espaços na escola para a vivência dos elementos corporais gímnicos (passos, corridas, saltos, giros, equilíbrios, ondas, poses, marcações, balanceamentos e circunduções) e acrobáticos (apoios, reversões e rotações no solo, no ar e em aparelhos).
Vamos à prática!
Elementos gímnicos que contemplam a posição invertida
Objetivo
• Experimentar movimentos de parada de cabeça (ou 3 apoios), parada de mãos (ou 2 apoios) e estrela.
Materiais
• Espaços variados (quadra, pátio ou sala ampla); recursos de projeção; colchões (ou colchonetes); giz de lousa; paredes; plinto (ou bancos disponíveis na escola) ou arquibancada; pés e mãos recortados em cartolinas ou ê vê á; fita-crepe (ou adesiva); arco (bambolê); corda; cones.
Atenção
Aqui, os elementos gímnicos são mais complexos, por isso os estudantes precisarão trabalhar em grupo para garantir ajuda mútua e segurança individual durante a prática, exercitando a cooperação e o senso de responsabilidade. Acompanhe as práticas de cada grupo.
1. Parada de cabeça
- Ressalte que, antes de realizar a parada de cabeça, é necessário fazer um aquecimento com flexões, extensões e movimentos circulares das articulações de tornozelo, joelho, quadril, punhos e, principalmente, pescoço.
- Organize a turma em trios, cada um posicionado em um colchão e distantes uns dos outros para evitar acidentes. Desenhe no chão com giz a figura a seguir.
• Explique o posicionamento do triângulo (apoio da parte anterior da cabeça e das palmas das mãos no solo), a aproximação dos pés em direção ao triângulo formado até que o quadril esteja alinhado com a cabeça, a ativação da fôrça dos braços e do abdômen, tentando equilibrar-se com os joelhos apoiados nos cotovelos (posição do elefantinho). Enfatize que os ajudantes devem realizar o apoio no ombro e no quadril do executante, de acordo com as imagens:
Em um segundo momento, para o aprendizado do movimento completo da parada de cabeça, peça aos grupos que levem o colchão próximo às paredes do local e realizem-no com o corpo próximo à parede, tentando estender os joelhos e apoiar os pés nela. Dessa vez, com menos ou até sem a necessidade de ajuda para manter o equilíbrio do corpo.
Orientação para acessibilidade
Para tornar os experimentos acessíveis a estudantes cegos, apresente previamente o espaço onde será desenvolvido cada um deles. Além disso, avalie a necessidade de usar objetos tridimensionais, como EVA, almofadas, colchonetes etc., para auxiliar na indicação de posicionamentos.
Vamos à prática!
2. Circuito de parada de mãos
Forme três grupos, cada um em frente a uma das estações. Explique o que eles farão.
1ª estação – Posição do éle invertido e escalando a parede com os pés
Com as mãos apoiadas no colchão, com os braços paralelos e bem estendidos, apoie os pés na parede, escale até onde for capaz ou até atingir o éle invertido, com a barriga voltada para a parede. Fique assim por uns 10 segundos e, depois, retorne.
Agora, aproxime-se mais da parede e, com as mãos ainda apoiadas no colchão e a barriga voltada para a parede, tente estender as pernas.
Atenção
Providencie colchonetes ou tapetes ê vê á e acompanhe os estudantes nas práticas.
2ª estação – Salto do coelho e tesourinha
Salto do coelho: eleve o quadril (alinhando mãos, ombros e quadril), flexione os membros inferiores e dê um impulso controlado para cima e volte.
Tesourinha: de pé, com os braços no prolongamento do tronco, apoie as mãos no solo e impulsione as pernas alternadas para trás e para cima, como uma tesoura, e retorne para a posição inicial.
3ª estação – Parada de mãos na parede
Com os braços no prolongamento do tronco, apoie as mãos no solo, eleve uma das pernas, depois a outra para se unir à primeira, formando a posição invertida estendida. Mantenha o corpo em contração e equilíbrio por uns 3 segundos com o auxílio dos colegas ou do professor e retorne à posição inicial. Mantenha o olhar para as mãos e alinhe punhos, ombros, quadril e pés. A parede deve servir de apoio.
Ilustrações elaboradas para esta obra.
Vamos à prática!
3. Estrela
Para iniciar a vivência da estrela, também conhecida como roda, apresente o vídeo sugerido no #FiqueLigado desta página.
Agora proponha cantos de aprendizagem diversificados, uma modalidade de organização do espaço e do trabalho que oferece várias possibilidades de atividades ao mesmo tempo. Possibilite aos estudantes escolherem onde estar e o que praticar, conforme seus interesses e suas necessidades. Enfatize a atenção às regras para a própria segurança e a dos colegas. Observe a seguir a representação dos movimentos da estrela.
Ilustrações elaboradas para esta obra.
Organização dos cantos
- Canto 1: estrela com as mãos sobre o plinto, que pode ser substituído por colchonetes empilhados ou bancos disponíveis na escola.
- Canto 2: estrela com as mãos dentro de um arco ou bambolê.
- Canto 3: estrela transpondo a corda presa a dois cones.
- Canto 4: estrela apoiando mãos e pés nos moldes de cartolina ou ê vê á fixados no chão.
Ao final da aula, informe aos estudantes que eles podem realizar, como desafio, duas ou mais estrelas seguidas quando se sentirem seguros e confiantes (sempre com o acompanhamento dos colegas). Explique que existe a estrela executada de joelhos, realizada com apenas uma das mãos, e também a estrela sem mãos.
#FiqueLigado
Sugerimos que pesquise, assista ao vídeo a seguir e apresente-o aos estudantes.
• APRENDA a fazer a estrela em 3 passos. abre colchete sem local fecha colchete, 2019. 1 vídeo (8 minutos). Publicado pelo canal Juliana Ota – Método MOVA.
O vídeo apresenta as bases sobre como fazer o movimento da estrela.
Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes
Sonhos, lutas e conquistas das mulheres
Esta seção contemplará o tema Educação em direitos humanos dos tê cê tês. Avalie o conhecimento prévio dos estudantes, colhendo opiniões sobre a pergunta que intitula o tópico a seguir.
Mulheres e homens são todos iguais?
Se pensarmos em direitos humanos, a resposta é SIM! A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas , em Paris, estabeleceu um conjunto de diretrizes para ser aplicado a todas as pessoas, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, religião ou qualquer outra condição.
Entre as crianças, o desempenho físico é praticamente o mesmo, já que as diferenças ocorrem em decorrência dos estímulos motores de cada um. Verifique como foram os resultados das corridas e dos saltos durante as vivências desta unidade e compare com a fala do Armandinho na tirinha a seguir. No 6º ano, é provável que alguns meninos ainda não tenham iniciado a puberdade, podendo apresentar desempenho inferior ao das meninas. Veja se a turma percebe que o que existe é o preconceito em relação à performance das meninas.
Ressalte que, ao analisar a estrutura biológica a partir da puberdade, a resposta é NÃO, pois há diferenças entre as mulheres e os homens que interferem no desempenho físico. Observe o quadro a seguir. Na adolescência, o aumento de hormônios sexuais, como a testosterona, define maior quantidade de músculos aos homens, enquanto o estrogênio contribui para o ganho maior de gordura nas mulheres.
Para Fortes, Marson e Martinez (2015), essas características levam a mulher a ter, em média, 63% da fôrça do homem. Há uma desvantagem do sexo feminino em relação ao masculino para quase todas as capacidades físicas, com exceção da flexibilidade.
Por muito tempo, as diferenças sexuais foram motivo de fórmas preconceituosas de enxergar os papéis das mulheres na sociedade.
Fontes: JEOVANY MARTINEZ, epidemiologista, e MÁRCIO MANCINI, endocrinologista, 2013.
Por isso, os movimentos por direitos das mulheres são urgentes, como indica os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas , Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
A história do esporte no Brasil foi cercada de preconceitos em relação à participação das mulheres. Conte que essas diferenças motivaram algumas leis que restringiam a prática esportiva pelas mulheres até 1983. Pesquise a reportagem a seguir e leia com a turma.
• LOPES, Larissa. Mulheres passaram 40 anos proibidas por lei de jogar futebol no Brasil. Jornal da úspi, 13 junho 2019.
Após a leitura, verifique a opinião da turma a respeito dos direitos das mulheres em vários âmbitos da sociedade, inclusive nos esportes.
Conte que, em 1936, aos 17 anos, Maria Lenk foi a primeira atleta sul-americana a participar de uma competição de natação dos Jogos Olímpicos de Berlim, Alemanha. Em 1942, tornou-se professora da Escola Nacional de Educação Física e Desportos, depois a primeira mulher diretora dessa escola e integrou, no fim dos anos 1960, o Conselho Nacional de Desportos. Leia curiosidades sobre ela no artigo Uma jornada de pioneirismo e paixão da primeira à última braçada. Tal como Maria Lenk, Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Jogando com atletas vencedoras
Organize a turma em grupos de seis estudantes e peça que pesquisem mulheres atletas que fizeram história nas Olimpíadas para a construção de um jogo de tabuleiro.
Sugira livros como:
- As esportistas: 55 mulheres que jogaram para vencer, de Raquel inostofsqui. São Paulo: blucha , 2019.
- 101 mulheres incríveis que mudaram o mundo, de Julia Adams. São Paulo: Pé da Letra, 2021.
- Histórias de ninar para garotas rebeldes, de Elena Favilli êti ól São Paulo: vê érre, 2017.
Peça aos grupos que incluam no jogo as duas atletas já citadas.
Para a construção do tabuleiro, organize previamente o material (cartolina, lápis, lápis de cor, caneta hidrográfica colorida, dois dados). Peça que desenhem na cartolina uma trilha com 30 casas. A cada duas ou três casas, escrevam o nome de uma atleta e a quantidade de medalhas que ela ganhou em Jogos Olímpicos. Esse número será a quantidade de casas que o jogador poderá andar ao “cair” nela. Por exemplo: Na terceira casa, escreverá Ana Marcela Cunha e uma medalha. Ao lançar os dados, o jogador que “cair” nessa casa andará mais uma para a frente. Ganha quem chegar primeiro ao final da trilha. Mas atenção: todos sairão vencedores em conhecimentos e por passar a valorizar as mulheres atletas!
Veja se eles conseguem combinar as regras do jogo e auxilie-os na execução das partidas. Estimule os grupos a trocarem os jogos para socializar as informações de suas pesquisas.
Na escola, organize um dia para os grupos ensinarem os jogos para outras turmas. Combine com a diretoria dia, local e horário e faça parceria com outros professores. Essa é uma oportunidade de aprender com os estudantes e estimular o empoderamento das mulheres com a valorização das atletas.