UNIDADE TEMÁTICA 2  ESPORTES DE MARCA E TÉCNICO­‑COMBINATÓRIOS

Raio-xis da unidade

Competências da Bê êne cê cê

Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 4 e 9.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

Competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental: 1, 2, 5, 7, 8 e 10.

Habilidades de Educação Física da Unidade Temática

(ê éfe seis sete ê éfe zero três) Experimentar e fruir esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.

(ê éfe seis sete ê éfe zero quatro) Praticar um ou mais esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras.

(ê éfe seis sete ê éfe zero cinco) Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de fórma específica.

(ê éfe seis sete ê éfe zero seis) Analisar as transformações na organização e na prática dos esportes em suas diferentes manifestações (profissional e comunitário/lazer).

(ê éfe seis sete ê éfe zero sete) Propor e produzir alternativas para experimentação dos esportes não disponíveis e/ou acessíveis na comunidade e das demais práticas corporais tematizadas na escola.

O que veremos nesta unidade

Esta unidade contempla os esportes de marca e técnico-combinatórios em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê). Essa temática é muito conhecida por envolver movimentos naturais, como correr, saltar, girar e lançar. O objetivo é apresentar uma proposta pedagógica sobre atletismo e ginástica artística como exemplos dessas categorias de esporte, valorizando o trabalho em equipe e respeitando as diferenças individuais durante as vivências.

Nos esportes de marca, serão abordados o processo histórico do atletismo, provas de salto em distância e corridas dos jogos mundiais dos povos indígenas. Nas modalidades técnico-combinatórias, serão apresentadas as provas dos Jogos Olímpicos e as práticas de alguns elementos da ginástica artística.

As atividades avaliativas estão em toda a unidade, iniciando com o diagnóstico dos conhecimentos prévios e o mapeamento dos saberes dos estudantes na avaliação formativa com questões problematizadoras, além da verificação da aplicação dos saberes aprendidos no decorrer de todas as seções.

DE OLHO NAS IMAGENS

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que as imagens sejam descritas oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.

Peça aos estudantes que observem as imagens e conversem sobre o que já vivenciaram na escola ou viram em meios de comunicação. Com questões problematizadoras, peça que contem o que aprenderam, em quais anos e como foram as atividades.

  • O que você sabe sobre os esportes apresentados nas imagens? Quais são os nomes das modalidades?
  • Que grau de dificuldade apresenta cada um desses esportes?
  • O que o atleta tem de fazer para ganhar em cada um desses esportes?
Fotografia. Três homens brancos com roupas de corrida de cores diferentes (uma verde e preta, uma vermelha e o outra amarela e azul) usam prótese em uma das pernas. Cada um deles está correndo em uma raia de pista de corrida.
Vinicius Gonçalves Rodrigues (Brasil), Daniel Wagner (Dinamarca) e Iscóti rrirdam (Austrália) na final dos 100 métros. Jogos Paralímpicos de Tóquio, 2020.
Fotografia. De uniforme azul, branco e vermelho, a ginasta negra Simone Biles está saltando sobre uma trave. As pernas estão voltadas para cima, os braços estendidos para a frente e a cabeça para baixo.
Simone Bails, do time estadunidense, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, 2020.

Verifique se a turma identifica a corrida de velocidade dos Jogos Paralímpicos, entre as modalidades de marca, e a trave de equilíbrio da ginástica artística, entre os esportes técnico-combinatórios. Explique que os conceitos e as vivências serão retomados nesta unidade.

Por dentro do tema

Conceito e classificação dos esportes

De acordo com a Bê êne cê cê, “a unidade temática Esportes reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática quanto as derivadas” (BRASIL, 2018, página 215). O esporte é uma manifestação cultural e patrimônio importante para a humanidade, constituindo um fenômeno social e uma das práticas mais conhecidas da atualidade por sua grande presença nos meios de comunicação. Ele é uma prática corporal de movimento:

  • orientada pela comparação de determinado desempenho entre indivíduos ou grupos;
  • regida por um conjunto de regras formais;
  • institucionalizada por organizações, como associações, federações e confederações esportivas.

Essas organizações definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis da competição, desde a iniciação esportiva até a prática em alto rendimento. Se não houver regras formais institucionalizadas, essa prática é considerada um jogo ou uma brincadeira.

Com a crescente globalização, surgiu uma grande variedade de práticas esportivas com especificidades únicas e características comuns. Há um modelo de classificação com base em uma lógica interna dos esportes orientado por critérios de cooperação, de interação com o adversário, de desempenho motor e de objetivos táticos da ação (GONZÁLEZ; Bratch, 2012).

As modalidades esportivas podem ser classificadas conforme a interação entre oponentes: sem interação (marca, precisão e técnico-combinatório) e com interação (rede/parede, campo/taco, invasão e combate).

Nesta unidade, o foco estará nos esportes de marca e técnico-combinatórios em que os adversários não podem interferir na ação uns dos outros, mas apresentam diferenças nos critérios de performance avaliados, como será aprofundado a seguir.

Esportes de marca e o atletismo

Nos esportes de marca, os oponentes têm o objetivo de utilizar suas diferentes capacidades físicas para saber quem foi mais distante (mais metros), quem é o mais rápido (menor tempo) ou quem levantou mais peso (quilogramas). Essas modalidades, presentes nas provas de atletismo, ciclismo, natação, canoagem, remo e patinação, participam de eventos internacionais, como os Jogos Pan-Americanos, Olímpicos e Paralímpicos de verão ou de inverno.

Os registros da primeira grande competição esportiva foi uma corrida nos jogos de 776 antes de Cristo, na cidade de Olímpia, Grécia, dando origem aos Jogos Olímpicos. O atletismo teve sua origem na Antiguidade, e, durante anos, a principal modalidade foi o pentatlo, que compreendia lançamento de disco e de dardo, corrida stadion (192 metros), luta grega e salto em distância (VIEIRA, 2007).

A Confederação Brasileira de Atletismo (cê bê á tê, 2022) considera o atletismo esporte-base, pois a prática dele conta a história da humanidade e sua iniciação ao esporte.

Atualmente, o atletismo é um esporte com provas de pista (corridas); de campo (saltos e lançamentos); combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo); pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona); corridas em campo (cross country); corridas em montanha; e marcha atlética.

Salto em distância

O Brasil tem uma grande tradição nas provas de salto, que se iniciou com o atleta José Telles da Conceição (1952), seguido por Adhemar Ferreira da Silva (1952), Nelson Prudêncio (1968), João Carlos de Oliveira, conhecido também como “João do Pulo” (1976, 1980), e Maurin Riga Mági (2008).

No salto em distância, os atletas devem combinar as capacidades de velocidade, fôrça e agilidade para saltar o mais longe possível a partir de uma tábua de impulsão. O salto deve ser dado após uma corrida em uma raia marcada no chão, com o atleta aterrissando dentro de uma caixa de areia. A distância é então medida do limite da tábua até a primeira marca na areia feita pelo corpo do atleta.

De acordo com Vieira (2007), há descobertas arqueológicas de vasos com cêrca de três milênios que trazem ilustrações de competições de salto em distância. No início do século vinte, houve provas a partir de um ponto estático, ou seja, os atletas não corriam antes do salto, como acontece atualmente.

Segundo a cê bê á tê, os gregos utilizavam halteres de pedra nas mãos, pois acreditavam que teriam uma altura maior no salto. Atualmente, os estilos utilizados na prova do salto em distância são grupado, arco (braços e pernas para trás durante voo) e passada no ar.

Fotografia. De uniforme amarelo, a atleta branca Maurren Maggi salta com os joelhos flexionados e as pernas para trás.
A brasileira Maurin Riga Mági durante competição (salto em arco) no Troféu Brasil de Atletismo 2003, em São Paulo.
Fotografia. De uniforme vermelho e azul, o atleta negro Juan Miguel salta com o joelho direito flexionado e a perna esquerda estendida, o braço esquerdo para cima e o braço direito para a frente.
O cubano Ruán Miguel Etchêvarría competindo na final do salto em distância (salto grupado) nos Jogos Olímpicos de Tóquio, 2020.

Vamos à prática!

Salto em distância

Objetivos

Experimentar os saltos em distância; contextualizar as origens e transformações da modalidade.

Materiais

Giz de lousa (ou cordas), garrafas péti de 600 mililitros ou 1 litro.

1. Saltando como na Antiguidade grega

  • A turma realizará o salto parado, ou seja, sem correr antes. Além disso, devem ser utilizados objetos nas mãos, representando os halteres de pedras usados pelos gregos.
  • Utilize duas garrafas péti de 1 litro ou 600 mililitros cheias de água para simular os halteres.
  • Ao seu sinal, o estudante deverá impulsionar as pernas para realizar um salto em sentido horizontal e levar os braços para a frente, com as garrafas nas mãos.
  • Ao sair do chão, ele soltará as garrafas, de fórma que, ao cair, não tenha nada nas mãos.
  • A distância do salto será medida a partir da linha de saída até onde ele tocou o solo.
  • Peça a eles que realizem a atividade com e sem os pesos.
  • Pergunte sobre a eficácia na utilização desses pesos: Eles ajudam ou atrapalham o atleta? Por que não são mais utilizados? Vocês perceberam vantagens e desvantagens no uso das garrafas? Expliquem.

2. Autoavaliação do salto horizontal

Proponha uma autoavaliação da fôrça explosiva de membros inferiores de cada estudante com o teste de salto horizontal. Meça a distância em centímetro e compare com o índice de desempenho esportivo em cada sexo para a idade de 11 anos.

Fraco

Razoável

Bom

Muito Bom

Excelência

Feminino

<123,9

123,9-135,8

135,9-150,3

150,4-181,7

<181,8

Masculino

<136,6

136,6-148,8

148,9-163,2

163,3-193,3

<193,4

(GAYA ., 2021)

#FiqueLigado

Pesquise na internet o vídeo sugerido a seguir.

POTÊNCIA de Membros Inferiores – Salto Horizontal. abre parênteses sem localfecha parênteses, 2014. 1 vídeo (1 minuto 48 segundos). Publicado pelo canal Projeto Esporte Brasil.

Tutorial sobre salto horizontal de um estudante.

Atenção

Ressalte que a autoavaliação é importante para que cada estudante conheça sua capacidade física, que é resultado de fatores hereditários e ambientais, como o treinamento.

Reforce que o objetivo não é a competição para descobrir o melhor, pois cada um possui habilidades e capacidades únicas que são valiosas por si mesmas.

Vamos à prática!

3. Saltando o rio

  • Trace duas linhas no chão de fórma que se afastem para que haja diferentes distâncias.
  • Peça aos estudantes que ultrapassem as linhas, como se fossem as margens de um rio, na largura que se sentirem mais confortáveis.
  • Estimule-os a experimentar a impulsão com os pés direito e esquerdo para explorar o melhor apoio para o salto.
  • Questione qual habilidade motora pode combinar com o salto para melhorar a performance. Veja se eles identificam a corrida e se conhecem a modalidade esportiva salto a distância.
  • Verifique a técnica usada por eles e observe se conseguem fazê-la na posição grupada ou em arco. Se houver um estudante que treine salto em distância, peça que demonstre as passadas no ar.
Orientação para acessibilidade

Para tornar a atividade acessível para estudantes cegos, você pode usar outros marcadores, como uma corda, para delimitar as margens, além de pedir o auxílio de um estudante para que atue como guia.

Conectando saberes

Esta seção tem por objetivo o trabalho interdisciplinar com História, envolvendo a habilidade (ê éfe zero seis agá ih zero oito) e o objeto de conhecimento “Os povos indígenas originários do atual território brasileiro e seus hábitos culturais e sociais”, na medida em que pretende identificar os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos de povos indígenas de diferentes regiões brasileiras. É importante dialogar com o professor de História para que, juntos, vocês construam possibilidades de integrar esses saberes e seja possível permear as duas áreas. A atividade contemplará também o tê cê tê Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas é um evento internacional que reúne várias modalidades esportivas, como canoagem, corridas, natação, futebol e arremessos, com a participação de atletas representando etnias indígenas de diversos países. A primeira edição dos Jogos Mundiais foi realizada em 2015 na cidade de Palmas, Tocantins.

Explique aos estudantes que aprenderão um esporte simulando-o na prática, a corrida de tora, que consiste no carregamento em revezamento de duas grandes toras de madeira (geralmente de buriti) em um percurso estabelecido.

Fotografia.  Um grupo de jovens indígenas com o corpo pintado, uns de preto, outros de vermelho, corre em uma rua de terra. O indígena que está à frente carrega uma tora de madeira nas costas.
Corrida de tora de buriti – atividade na Festa do Uapitê, ritual do adolescente. Comunidade indígena Xavante, Aldeia São José, Campinápolis Mato Grosso, Terra Indígena Parabubure, 2021.

#FiqueLigado

Pesquise na internet o vídeo sugerido a seguir e, se possível, apresente-o aos estudantes.

CORRIDA com Tora – Jogos Mundiais dos Povos Indígenas 2015. 1 vídeo (1 minuto). Publicado pelo canal Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.

O vídeo apresenta conceitos e características da modalidade esportiva Corrida com tora.

Vamos à prática!

Corrida dos povos indígenas

1. Corrida com toras

Materiais

Giz de lousa (ou fita) para delimitar espaços; cano de pê vê cê (100 milímetros de diâmetro); garrafas péti de 2 litros.

Procedimentos

  • Construa com a turma uma tora de material adaptado com cano de pê vê cê (100 milímetros de diâmetro) e tampa ou garrafa péti de 2 litros vazia e limpa.
  • Forme oito grupos, com uma média de quatro a cinco participantes cada um, e combine coletivamente algumas regras como: Qual será a ordem do revezamento durante o percurso? Como será a entrega da tora entre os participantes? O que acontecerá se a tora cair? Ouça as sugestões apresentadas pela turma.
  • Explique como é a corrida com tora em revezamento. Informe que cada integrante do grupo ficará em um ponto do percurso. Ao sinal, o primeiro correrá com a tora e entregará ao próximo colega, que, por sua vez, estará posicionado na pista, aguardando.
  • Após entregar a tora ao colega, deverá ocupar o lugar dele. E assim ocorrerá até que o último participante chegue com a tora à linha de chegada. A corrida termina quando o último participante atravessar a linha de chegada.
Ilustração. Quadra com doze crianças uniformizadas, de camiseta azul-claro e bermuda preta, e organizadas em quatro grupos de três, cada um ocupando uma faixa delimitada. A largada está sinalizada à esquerda e a chegada à direita. No 1º grupo, à esquerda, uma menina segura o bastão e corre. No meio do percurso, há um menino com os braços estendidos, esperando o bastão. À direita, há uma menina parada.  2º grupo: à esquerda, um menino corre com o bastão. No meio do percurso, uma menina o espera. À direita, uma menina está parada.  3º grupo: no meio do percurso, uma menina acaba de passar o bastão para o menino à frente dela, que corre para a direita, onde está uma menina com o braço esquerdo estendido, aguardando o bastão. 4º grupo: no meio do percurso, um menino passa o bastão para o colega. À esquerda, um outro menino o aguarda.

Ilustração elaborada para esta obra.

2. Corrida Kalapalo

Objetivo

Atravessar um percurso determinado, saltando apenas com o apoio de um dos pés durante o trajeto, como um saci.

Materiais

Cronômetro; folha de sulfite; caneta ou lápis.

Procedimentos

  • Forme grupos de quatro ou cinco estudantes, que participarão da corrida. Combine com eles que um grupo ficará encarregado de manusear o cronômetro. Assegure que todos tenham a oportunidade de vivenciar essa função. Reveze os grupos para que os outros também tenham essa chance.
  • Analise o desempenho de cada estudante, reforçando a importância da participação sem levar em consideração a vitória. Faça um trabalho interdisciplinar com Matemática, construindo tabelas e gráficos com os dados.
Ilustração. Cinco grupos, (nomeados de GRUPO 1, GRUPO 2, GRUPO 3, GRUPO 4 e GRUPO 5) de crianças uniformizadas, de camiseta amarela e bermuda azul-escuro, variando de 4 a 5 participantes. Uma criança já corre em cada raia, saltando com o apoio de um dos pés, enquanto as outras aguardam.
A ilustração sinaliza os lugares de LARGADA e CHEGADA.

Ilustração elaborada para esta obra.

Orientação para acessibilidade

Para tornar as atividades acessíveis para estudantes cegos, você pode delimitar os espaços com piso tátil ou algo similar. Também é importante pedir o auxílio de um estudante para que atue como guia durante a corrida. Nesse sentido, oriente o estudante que será o guia a atuar como um apoio, sem puxar ou segurar o colega.

Esporte técnico-combinatório e a ginástica artística

Verifique o que a turma já vivenciou dessa modalidade em anos anteriores e em qual espaço, convidando os estudantes a relatarem suas experiências. Esse momento é importante para o mapeamento dos conhecimentos prévios e o seu planejamento.

Explique o conceito de esportes técnico-combinatórios defendido por González e Bratch (2012, página 23):

aqueles em que a comparação do desempenho está centrada na beleza plástica (dimensão estética) e no grau de dificuldade (dimensão acrobática) do movimento, sempre respeitando certos padrões, códigos ou critérios estabelecidos nas regras. abre colchetereticênciasfecha colchete os árbitros responsáveis dão notas ao desempenho realizado pelos atletas com base em tabelas que estabelecem o grau de dificuldade dos movimentos realizados e a fórma como eles devem ser executados.

O vencedor da prova é quem consegue executar com mais estilo os movimentos complexos. Mostre as imagens desta página, que ilustram o esporte técnico-combinatório: patinação artística individual e em pares e nado artístico.

Fotografia. De collant florido e saia vermelha, a ginasta branca Isadora Willliams se apresenta sobre patins no gelo. Ela está com os braços para cima e a perna esquerda cruzada na frente da perna direita.
A brasileira Isadora uíliams apresentando-se no Campeonato Mundial no Japão, em 2019.
Fotografia. Casal chinês com roupa preta e patins se apresenta sobre o gelo. O rapaz está agachado e segura a mão da moça, que está com o corpo estendido, quase tocando o gelo.
Os chineses Uangue Iuchein e Ruángue Iângue nos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno na França, em 2020.
Fotografia subaquática. Grupo de dez moças em uma piscina, de cabeça para baixo e braços estendidos na horizontal.
Somente as pernas ficam de fora e todas fazem o mesmo movimento. Elas usam maiôs coloridos.
Time brasileiro de nado artístico no Campeonato Mundial de 2019.
Fotografia. A ginasta negra Rebeca Andrade, de collant amarelo, rosa e branco, salta de perfil com o braço direito para a frente, o braço esquerdo para trás, perna direita estendida para trás e perna esquerda com o joelho flexionado próximo ao corpo.
Rebeca Andrade na final feminina de solo nos Jogos Olímpicos de Tóquio, 2020.
Fotografia. O ginasta branco Arthur Zanetti, de collant azul, segura em duas argolas suspensas, mantendo o corpo estático, na horizontal, usando para isso a força dos braços.
Arthur Zanetti apresentando-se nos Jogos Olímpicos de Tóquio, 2020.

A ginástica artística é uma modalidade com grande variedade e riqueza de movimentos. Sua história tem origem na Antiguidade, e os gregos consideravam os exercícios de ginástica eficientes para o desenvolvimento do corpo e da mente. Assim, era ensinada como exercícios preparatórios para esportes e também para o treinamento militar.

A primeira escola de ginástica artística foi criada em 1811 pelo alemão Friederich ludivíg (1778-1852). Ele contribuiu para o aperfeiçoamento da modalidade, sendo de sua autoria alguns saltos e os aparelhos trave, barras paralelas e cavalo com alças.

Nas competições, o ginasta é avaliado pela dificuldade da série e pela execução dos movimentos. Souza (1997) apresenta os elementos corporais (passos, corridas, saltos, giros, equilíbrios, ondas, poses, marcações, balanceamentos e circunduções) e acrobáticos (apoios, reversões e rotações no solo, no ar e em aparelhos) constitutivos da ginástica. Para cada modalidade há critérios para a pontuação, conforme a dificuldade dos elementos e a execução das séries.

Há quatro provas femininas e seis masculinas que compõem as competições de ginástica artística. Os ginastas podem competir apenas em uma das provas, sendo um especialista, ou no individual geral (soma das notas de todas as provas), além das competições por equipes.

Titulo do Infografico

Texto do Infografico

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    Imagem meramente ilustrativa

    Gire o seu dispositivo para a posição vertical

    Esquema ilustrado. Aparelhos de ginástica artística masculina.  À esquerda, um tablado composto por um quadrado azul maior, e um quadrado cinza menor. Nas laterais, a medida: 12 metros por 12 metros. Na parte inferior do tablado, o texto: Zona de 2 metros. Sobre o tablado, na parte cinza, há um ginasta com o braço estendido. Acima, o texto: Solo: Série de movimentos focados em força, equilíbrio e acrobacias, com duração de até 70 segundos e utilizando toda a área do solo. Ao lado, duas barras paralelas sobre um retângulo azul. Do chão para barra, o texto: 2 metros. Na linha maior do retângulo, o texto: 3,5 metros. Sobre as barras, um ginasta segura com a mão esquerda em uma das barras e ergue o corpo para cima. Acima, o texto: Barras paralelas simétricas: Movimentos de balanço, apoio e voo por toda a extensão das barras. Abaixo, um cavalo com alças sobre um retângulo azul. Do chão para parte de cima do cavalo, o texto: 1,05 metro. No retângulo no chão, a medida da largura do cavalo: 1,6 metro. Um ginasta está com as mãos sobre as hastes do cavalo com as pernas girando ao redor do aparelho. Acima, o texto: Cavalo com alças: Suaves e contínuos movimentos de pêndulo e circulares com as pernas utilizando toda a extensão do cavalo. Ao lado, uma barra fixa sobre um tablado azul. À esquerda e à direita, sobre o suporte da barra, duas cordas com o texto: Cabos de tensão. Do tablado até a base da barra, o texto: 2,6 metros. Ente os dois suportes da barra, o texto: 2,4 metros. Um ginasta está com as mãos sobre a barra e o corpo estendido para cima. Acima, o texto: Barra fixa: Balanços, giros, largadas e retomadas. Na parte inferior, duas argolas presas por um suporte, sobre um tablado azul. Do chão até a parte superior que sustenta as argolas o texto: Altura de estrutura: 5,75 metros. Abaixo, largura do tablado: 2,0 metros e comprimento do tablado: 5 metros. Um ginasta está com as mãos sobre as argolas e o corpo estendido na horizontal. Acima, o texto: Argolas: Série de acrobacias demonstrando força e equilíbrio. À direita, suporte em formato de mesa. Atrás, um trampolim. Ao lado, o texto: Trampolim ao final de uma pista de 25 metros. Um ginasta salta com as mãos sobre a mesa e aterrissa na frente com os braços estendido para os lados. Acima, o texto: Salto sobre a mesa: Potente lançamento em alta velocidade. É necessária boa compreensão espacial no voo.

    Infográfico elaborado para esta obra.

    #FiqueLigado

    Para saber mais, sugerimos que visite o site da Confederação Brasileira de Ginástica, que visa fomentar e expandir a prática da ginástica em todo o território nacional.

    Esquema ilustrado. Aparelhos de ginástica artística feminina. À esquerda, um tablado composto por um quadrado azul maior e um quadrado cinza menor. Nas laterais, o texto: 12 metros por 12 metros. Na parte superior, azul, o texto: Zona de 2 metros. Sobre o tablado, na parte cinza, há uma ginasta com os braços estendidos. Acima, o texto: Solo: A ginástica tem duração máxima de 90 segundos no solo. O tablado quadrado é de 12 metros por 12 metros, coberto por carpete e rodeado por uma área de segurança de 2 metros. As ginastas apresentam suas séries com acompanhamento musical. Ao lado, duas barras paralelas de tamanhos diferentes. Na barra inferior, do tablado para base da barra, o texto: 1,7 metro. Na barra maior, do tablado para base, o texto:  2,5 metros. Distância entre as bases lateralmente: 2,4 metros. Uma ginasta está com as mãos sobre a barra com o corpo estendido para trás. Acima, o texto: Barras assimétricas: A ginasta precisa apresentar em suas séries um mínimo de elementos que envolvem giros, saltos, voos, balanços circulares e piruetas em duas barras paralelas de 2,4 metros, posicionadas em diferentes alturas. A barra mais alta fica a 2,5 metros do chão e a mais baixa a 1,7 metro do solo. As barras podem sofrer alteração de 10 centímetros para mais ou para menos em virtude da altura da ginasta. Abaixo, uma trave de equilíbrio sobre um tablado azul. Uma ginasta está sobre a trave com a perna esquerda estendida para a frente. Acima, o texto:  Trave de equilíbrio: A ginasta apresenta sua série de movimentos acrobáticos, saltos, rolamentos e equilíbrios, em um aparelho composto de uma trave de madeira revestida por couro, com 5 metros por 10 centímetros, posicionada a uma altura de 1,25 metro do solo. À direita, suporte em formato de mesa. Atrás, um trampolim. Uma ginasta salta com as mãos sobre a mesa e aterrissa na frente com os braços estendido para cima. Acima, o texto: Salto sobre a mesa: Um trampolim fixado no solo auxilia a ginasta na impulsão para o salto sobre a mesa, que é levemente inclinada e tem 1,2 metro de comprimento e 95 centímetros de largura. O salto pode conter rotações simples ou múltiplas em torno dos eixos corporais.

    Infográfico elaborado para esta obra.

    Atenção

    A partir do levantamento do conhecimento prévio da turma, verifique as possibilidades de adaptação de espaços na escola para a vivência dos elementos corporais gímnicos (passos, corridas, saltos, giros, equilíbrios, ondas, poses, marcações, balanceamentos e circunduções) e acrobáticos (apoios, reversões e rotações no solo, no ar e em aparelhos).

    Vamos à prática!

    Elementos gímnicos que contemplam a posição invertida

    Objetivo

    Experimentar movimentos de parada de cabeça (ou 3 apoios), parada de mãos (ou 2 apoios) e estrela.

    Materiais

    Espaços variados (quadra, pátio ou sala ampla); recursos de projeção; colchões (ou colchonetes); giz de lousa; paredes; plinto (ou bancos disponíveis na escola) ou arquibancada; pés e mãos recortados em cartolinas ou ê vê á; fita-crepe (ou adesiva); arco (bambolê); corda; cones.

    Atenção

    Aqui, os elementos gímnicos são mais complexos, por isso os estudantes precisarão trabalhar em grupo para garantir ajuda mútua e segurança individual durante a prática, exercitando a cooperação e o senso de responsabilidade. Acompanhe as práticas de cada grupo.

    1. Parada de cabeça

    • Ressalte que, antes de rea­lizar a parada de cabeça, é necessário fazer um aquecimento com flexões, extensões e movimentos circulares das articulações de tornozelo, joelho, quadril, punhos e, principalmente, pescoço.
    • Organize a turma em trios, cada um posicionado em um colchão e distantes uns dos outros para evitar acidentes. Desenhe no chão com giz a figura a seguir.
    Ilustração. Um pequeno círculo sobreposto à parte de cima de um triângulo. Abaixo, nas pontas do triângulo, duas mãos, uma em cada lado.

    Explique o posicionamento do triângulo (apoio da parte anterior da cabeça e das palmas das mãos no solo), a aproximação dos pés em direção ao triângulo formado até que o quadril esteja alinhado com a cabeça, a ativação da fôrça dos braços e do abdômen, tentando equilibrar-se com os joelhos apoiados nos cotovelos (posição do elefantinho). Enfatize que os ajudantes devem realizar o apoio no ombro e no quadril do executante, de acordo com as imagens:

    Ilustração. Sequência de dois movimentos. Três crianças uniformizadas, de camiseta laranja e bermuda vermelha. Uma menina está em pé com as mãos nas costas de um menino que tem a cabeça e os pés apoiados em um colchonete, com o quadril para cima. Ao lado, uma menina com as mãos cruzadas observa. À frente, ilustração do triângulo com o círculo e as mãos.  
Movimento dois.  Menina em pé com as mãos nas costas do menino, que tem a cabeça e as mãos apoiados em um colchonete, com o quadril para cima e as pernas no ar. Ao lado, menina com as mãos na cintura observa, sorrindo. À frente, ilustração do triângulo com o círculo e as mãos.

    Em um segundo momento, para o aprendizado do movimento completo da parada de cabeça, peça aos grupos que levem o colchão próximo às paredes do local e realizem-no com o corpo próximo à parede, tentando estender os joelhos e apoiar os pés nela. Dessa vez, com menos ou até sem a necessidade de ajuda para manter o equilíbrio do corpo.

    Orientação para acessibilidade

    Para tornar os experimentos acessíveis a estudantes cegos, apresente previamente o espaço onde será desenvolvido cada um deles. Além disso, avalie a necessidade de usar objetos tridimensionais, como EVA, almofadas, colchonetes etc., para auxiliar na indicação de posicionamentos.

    Vamos à prática!

    2. Circuito de parada de mãos

    Forme três grupos, cada um em frente a uma das estações. Explique o que eles farão.

    1ª estação – Posição do éle invertido e escalando a parede com os pés

    Com as mãos apoiadas no colchão, com os braços paralelos e bem estendidos, apoie os pés na parede, escale até onde for capaz ou até atingir o éle invertido, com a barriga voltada para a parede. Fique assim por uns 10 segundos e, depois, retorne.

    Ilustração. Menina uniformizada, de camiseta cinza e bermuda vermelha, em dois movimentos: 1. Com as mãos no chão e os pés apoiados na parede, com o quadril flexionado. 2. Com as mãos no chão, a perna esquerda estendida para cima e a perna direita estendida para a frente, encostada na parede.

    Agora, aproxime-se mais da parede e, com as mãos ainda apoiadas no colchão e a barriga voltada para a parede, tente estender as pernas.

    Ilustração. Menina uniformizada, de camiseta cinza e bermuda vermelha, em cinco movimentos. 1. Com as mãos no chão, o pé direito apoiado na parede e o pé esquerdo no chão. 2. Com as mãos no chão, os dois pés apoiados na parede, com o quadril flexionado. 3. Com as mãos no chão, as pernas estendidas mais acima, os pés apoiados na parede.  4. Com as mãos no chão, as pernas estendidas, com as pontas dos dedos  dos pés apoiados na parede. 5. Com as mãos no chão, as pernas estendidas para cima, sem apoiá-las na parede.

    Atenção

    Providencie colchonetes ou tapetes ê vê á e acompanhe os estudantes nas práticas.

    2ª estação – Salto do coelho e tesourinha

    Salto do coelho: eleve o quadril (alinhando mãos, ombros e quadril), flexione os membros inferiores e dê um impulso controlado para cima e volte.

    Ilustração. Menino uniformizado, de camiseta cinza e bermuda vermelha realizando três movimentos: 1.  Agachado com as mãos e os pés no chão, quadril para cima. 2. Com as mãos no chão e pernas para cima com os joelhos flexionados. 3. Agachado com as mãos no chão, o quadril apoiado no calcanhar e os pés no chão.

    Tesourinha: de pé, com os braços no prolongamento do tronco, apoie as mãos no solo e impulsione as pernas alternadas para trás e para cima, como uma tesoura, e retorne para a posição inicial.

    Ilustração. Menina de collant verde e amarelo. Ela está com as mãos no chão, as pernas estendidas no ar e afastadas.

    3ª estação – Parada de mãos na parede

    Com os braços no prolongamento do tronco, apoie as mãos no solo, eleve uma das pernas, depois a outra para se unir à primeira, formando a posição invertida estendida. Mantenha o corpo em contração e equilíbrio por uns 3 segundos com o auxílio dos colegas ou do professor e retorne à posição inicial. Mantenha o olhar para as mãos e alinhe punhos, ombros, quadril e pés. A parede deve servir de apoio.

    Ilustração 1. Menino uniformizado, de camiseta cinza e bermuda vermelha,  com as mãos no chão e as pernas para cima. Ele está de perfil. 
Ilustração 2. Ao lado, o menino na mesma posição, apoiando as costas e os pés em uma parede.

    Ilustrações elaboradas para esta obra.

    Vamos à prática!

    3. Estrela

    Para iniciar a vivência da estrela, também conhecida como roda, apresente o vídeo sugerido no #FiqueLigado desta página.

    Agora proponha cantos de aprendizagem diversificados, uma modalidade de organização do espaço e do trabalho que oferece várias possibilidades de atividades ao mesmo tempo. Possibilite aos estudantes escolherem onde estar e o que praticar, conforme seus interesses e suas necessidades. Enfatize a atenção às regras para a própria segurança e a dos colegas. Observe a seguir a representação dos movimentos da estrela.

    Ilustração. Uma quadra com oito crianças uniformizadas, de camiseta azul-claro e bermuda verde-escuro. 
CANTO 1: uma menina com a mão esquerda sobre um colchonete, as pernas para cima e a mão direita próxima ao chão. Ao lado, um menino em pé, olhando para ela. 
CANTO 2:  uma menina em pé, ao lado de um menino com as duas mãos no chão dentro de um bambolê e com as pernas para cima. 
CANTO 3: um menino com a mão direita no chão, próximo a uma corda presa a dois cones, a mão esquerda perto do chão e as pernas no ar. Ao lado, um menino em pé observa.
CANTO 4: menino cadeirante ao lado de um menino com o pé direito no chão, inclinando o corpo para a direita em direção ao chão, onde há o desenho de duas mãos e um pé. 
No centro, uma criança fazendo o passo a passo da estrela, composto por 7 movimentos. 
1. Com as pernas afastadas, as mãos para cima, corpo levemente inclinado para a direita. 
2. Com o pé direito no chão, perna esquerda fora do chão, corpo inclinado, mão direita próximo ao chão, mão esquerda acima da cabeça. 
3. Com a mão direita no chão, as pernas no ar, a mão esquerda perto do chão. 
4. Com as duas mãos no chão e as pernas para cima. 
5. Com a mão esquerda no chão, as pernas no ar, a mão direita perto do chão. 6. Com o pé esquerdo no chão, perna direita fora do chão, corpo inclinado, mão esquerda próximo ao chão, mão direita acima da cabeça. 
7. Com os dois pés no chão, corpo reto, as mãos ao lado do corpo.

    Ilustrações elaboradas para esta obra.

    Organização dos cantos

    • Canto 1: estrela com as mãos sobre o plinto, que pode ser substituído por colchonetes empilhados ou bancos disponíveis na escola.
    • Canto 2: estrela com as mãos dentro de um arco ou bambolê.
    • Canto 3: estrela transpondo a corda presa a dois cones.
    • Canto 4: estrela apoiando mãos e pés nos moldes de cartolina ou ê vê á fixados no chão.

    Ao final da aula, informe aos estudantes que eles podem rea­lizar, como desafio, duas ou mais estrelas seguidas quando se sentirem seguros e confiantes (sempre com o acompanhamento dos colegas). Explique que existe a estrela executada de joelhos, realizada com apenas uma das mãos, e também a estrela sem mãos.

    #FiqueLigado

    Sugerimos que pesquise, assista ao vídeo a seguir e apresente-o aos estudantes.

    APRENDA a fazer a estrela em 3 passos. abre colchetesem localfecha colchete, 2019. 1 vídeo (8 minutos). Publicado pelo canal Juliana Ota – Método MOVA.

    O vídeo apresenta as bases sobre como fazer o movimento da estrela.

    Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes

    Cidadania e Civismo.

    Sonhos, lutas e conquistas das mulheres

    Esta seção contemplará o tema Educação em direitos humanos dos tê cê tês. Avalie o conhecimento prévio dos estudantes, colhendo opiniões sobre a pergunta que intitula o tópico a seguir.

    Mulheres e homens são todos iguais?

    Se pensarmos em direitos humanos, a resposta é SIM! A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas , em Paris, estabeleceu um conjunto de diretrizes para ser aplicado a todas as pessoas, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, religião ou qualquer outra condição.

    Entre as crianças, o desempenho físico é praticamente o mesmo, já que as diferenças ocorrem em decorrência dos estímulos motores de cada um. Verifique como foram os resultados das corridas e dos saltos durante as vivências desta unidade e compare com a fala do Armandinho na tirinha a seguir. No 6º ano, é provável que alguns meninos ainda não tenham iniciado a puberdade, podendo apresentar desempenho inferior ao das meninas. Veja se a turma percebe que o que existe é o preconceito em relação à performance das meninas.

    Tirinha com três quadros. Personagens: um menino com cabelos castanhos, usando camisa branca e calça marrom, Armandinho, um menino com cabelos azuis, usando camisa branca e short azul e Fê, uma menina ruiva, usando camiseta azul e short roxo. 
Q 1 - O menino com cabelos castanhos ri com a boca aberta, aponta para Armandinho com a mão direita e diz: DINHO, VOCÊ CORRE IGUAL MENININHA! 
Q 2 - Olhando para o menino de cabelos castanhos, Armandinho diz: PÔXA, OBRIGADO! 
O menino de cabelos castanho sorri. 
Q 3 - Armandinho diz: ...MAS AINDA FALTA MUITO PRA ALCANÇAR A FÊ! 
O menino com cabelos castanhos olha para Armandinho com a boca fechada. À direita, Fê olha para eles sorrindo.

    Ressalte que, ao analisar a estrutura biológica a partir da puberdade, a resposta é NÃO, pois há diferenças entre as mulheres e os homens que interferem no desempenho físico. Observe o quadro a seguir. Na adolescência, o aumento de hormônios sexuais, como a testosterona, define maior quantidade de músculos aos homens, enquanto o estrogênio contribui para o ganho maior de gordura nas mulheres.

    Para Fortes, Marson e Martinez (2015), essas características levam a mulher a ter, em média, 63% da fôrça do homem. Há uma desvantagem do sexo feminino em relação ao masculino para quase todas as capacidades físicas, com exceção da flexibilidade.

    Por muito tempo, as diferenças se­xuais foram motivo de fórmas preconceituosas de enxergar os papéis das mulheres na sociedade.

    Esquema. SINAIS DA PUBERDADE. À esquerda, ilustração de um menino com cabelos castanhos, usando camiseta laranja e branca listrada e short roxo. Ao lado, o texto: Crescimento rápido. Odor axilar. Acne. Pelos pubianos ou axilares. Mudança na voz. Aumento dos testículos. 
À direita, ilustração de uma menina de cabelos pretos volumosos com tiara usando camisa verde e calça azul. Ao lado, o texto: Crescimento rápido. Odor axilar. Acne. Pelos pubianos ou axilares. Crescimento mamário. Primeira menstruação.

    Fontes: JEOVANY MARTINEZ, epidemiologista, e MÁRCIO MANCINI, endocrinologista, 2013.

    Por isso, os movimentos por direitos das mulheres são urgentes, como indica os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas , Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

    A história do esporte no Brasil foi cercada de preconceitos em relação à participação das mulheres. Conte que essas diferenças motivaram algumas leis que restringiam a prática esportiva pelas mulheres até 1983. Pesquise a reportagem a seguir e leia com a turma.

    LOPES, Larissa. Mulheres passaram 40 anos proibidas por lei de jogar futebol no Brasil. Jornal da úspi, 13 junho 2019.

    Após a leitura, verifique a opinião da turma a respeito dos direitos das mulheres em vários âmbitos da sociedade, inclusive nos esportes.

    Conte que, em 1936, aos 17 anos, Maria Lenk foi a primeira atleta sul-americana a participar de uma competição de natação dos Jogos Olímpicos de Berlim, Alemanha. Em 1942, tornou-se professora da Escola Nacional de Educação Física e Desportos, depois a primeira mulher diretora dessa escola e integrou, no fim dos anos 1960, o Conselho Nacional de Desportos. Leia curiosidades sobre ela no artigo Uma jornada de pioneirismo e paixão da primeira à última braçada. Tal como Maria Lenk, Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

    Jogando com atletas vencedoras

    Organize a turma em grupos de seis estudantes e peça que pesquisem mulheres atletas que fizeram história nas Olimpíadas para a construção de um jogo de tabuleiro.

    Sugira livros como:

    • As esportistas: 55 mulheres que jogaram para vencer, de Raquel inostofsqui. São Paulo: blucha , 2019.
    • 101 mulheres incríveis que mudaram o mundo, de Julia Adams. São Paulo: Pé da Letra, 2021.
    • Histórias de ninar para garotas rebeldes, de Elena Favilli êti ól São Paulo: vê érre, 2017.

    Peça aos grupos que incluam no jogo as duas atletas já citadas.

    Para a construção do tabuleiro, organize previamente o material (cartolina, lápis, lápis de cor, caneta hidrográfica colorida, dois dados). Peça que desenhem na cartolina uma trilha com 30 casas. A cada duas ou três casas, escrevam o nome de uma atleta e a quantidade de medalhas que ela ganhou em Jogos Olímpicos. Esse número será a quantidade de casas que o jogador poderá andar ao “cair” nela. Por exemplo: Na terceira casa, escreverá Ana Marcela Cunha e uma medalha. Ao lançar os dados, o jogador que “cair” nessa casa andará mais uma para a frente. Ganha quem chegar primeiro ao final da trilha. Mas atenção: todos sairão vencedores em conhecimentos e por passar a valorizar as mulheres atletas!

    Veja se eles conseguem combinar as regras do jogo e auxilie-os na execução das partidas. Estimule os grupos a trocarem os jogos para socializar as informações de suas pesquisas.

    Na escola, organize um dia para os grupos ensinarem os jogos para outras turmas. Combine com a diretoria dia, local e horário e faça parceria com outros professores. Essa é uma oportunidade de aprender com os estudantes e estimular o empoderamento das mulheres com a valorização das atletas.