UNIDADE TEMÁTICA 5  SUPERANDO OBSTÁCULOS EM AVENTURAS URBANAS

Raio-xis da unidade

Competências da Bê êne cê cê

Competências gerais da Educação Básica: 2, 6, 7 e 8.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3 e 4.

Competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental: 1, 3, 5, 7, 8, 9 e 10 .

Habilidades de Educação Física da Unidade Temática

(ê éfe seis sete ê éfe um oito) Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventura urbanas, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos demais.

(ê éfe seis sete ê éfe um nove) Identificar os riscos durante a realização de práticas corporais de aventura urbanas e planejar estratégias para sua superação.

(ê éfe seis sete ê éfe dois zero) Executar práticas corporais de aventura urbanas, respeitando o patrimônio público e utilizando alternativas para a prática segura em diversos espaços.

(ê éfe seis sete ê éfe dois um) Identificar a origem das práticas corporais de aventura e as possibilidades de recriá-las, reconhecendo as características (instrumentos, equipamentos de segurança, indumentária, organização) e seus tipos de prática.

O que veremos nesta unidade

A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) introduziu as práticas corporais de aventura como unidade temática no ensino dos Anos Finais (6º ao 9º ano) do componente curricular de Educação Física. Essa temática se divide em dois segmentos: práticas corporais de aventura urbana e práticas corporais de aventura na natureza, que são contextualizadas de acordo com os critérios de segurança e os limites e as potencialidades do corpo do praticante. Também é considerada a conscientização no que diz respeito à preservação dos espaços em que são realizadas.

Nesta unidade, a proposta de ensino apresentada é o parkour, tendo como objetivos conhecer e compreender o processo histórico; os riscos da prática; o planejamento de estratégias eficazes que garantam a segurança dos praticantes; os principais sistemas do corpo solicitados para a prática; a importância de preservação dos espaços em que as práticas são realizadas; a importância do trabalho em equipe; os estereótipos sobre a mulher em relação à prática do parkour.

Enfatizamos a articulação dos Temas Contemporâneos Transversais Cidadania e civismo e Meio ambiente com a seção “Protagonismo Juvenil: aplicação dos saberes”, na identificação dos espaços públicos próximos à escola de modo que possam ser utilizados para a prática do parkour bem como as condições de uso.

É importante salientar que as atividades devem ser adaptadas ao contexto da população atendida e da instituição escolar em relação às estratégias, aos espaços, aos materiais e aos temas emergentes. Esses temas podem surgir em consequência de algum acontecimento do cotidiano comunitário ou mundial, como a violência contra a mulher, a violência contra o idoso, a criminalidade, a fome, a guerra, entre outros.

DE OLHO NAS IMAGENS

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que as imagens sejam descritas oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.

Para que os estudantes possam compreender melhor o conceito de práticas corporais de aventura , reúna-os em roda, apresente as imagens a seguir e faça estas perguntas ou outras que considerar pertinentes.

  • Quais atividades você consegue identificar?
  • Você já viu alguém praticando uma dessas atividades? Onde?
  • Você já praticou alguma dessas atividades? Tem vontade de experimentá-las?

Norteie a discussão de fórma que as reflexões não fujam do tema e verifique o que eles já conhecem sobre pê cê á. O objetivo desta unidade é levá-los a compreender o conceito de prática corporal e sua divisão entre pê cê á urbana e na natureza. Informe que as imagens apresentam atividades que são chamadas de práticas corporais de aventura. Depois, comente que eles aprofundarão seus conhecimentos sobre uma pê cê á urbana, o parkour.

Ao final de cada tópico, sugerimos que os estudantes registrem no caderno o que foi estudado e discutido, de maneira que possam consultar os pontos mais importantes sobre o assunto.

Fotografia. Mulher com cabelos castanhos compridos e presos usando camiseta rosa e short preto. Ela está escalando uma montanha com cordas presas ao corpo. Ao fundo, vegetação.
pê cê á na natureza: mulher fazendo escalada em montanha. Margalef, Espanha, 2019.
Fotografia. Rapaz saltando de um muro para uma barra larga de concreto, um nível abaixo. Na barra de concreto há uma moça com as mãos no chão e as pernas para cima. À distância, vê-se uma cidade.
pê cê á urbana: pessoas praticando parkour urbano. abre colchetesem localfecha colchete, 2016.

Por dentro do tema

Promova uma gincana de perguntas e respostas relacionadas ao texto a seguir, que deverão ser respondidas após a realização de determinados movimentos. Forme grupos de até cinco integrantes cada, verifique o espaço disponível e os materiais necessários para a atividade. Combine as regras com a turma: quem vai elaborar as questões, o tempo para cada resposta, a pontuação, as manobras que poderão executar. Ao final, contextualize as respostas com as informações do texto. Peça aos grupos que façam as inferências que considerarem necessárias.

Prática corporal de aventura

Algumas manifestações culturais são chamadas de práticas corporais porque são expressas pelo corpo humano e seus movimentos. Essas manifestações têm um significado cultural porque reproduzem as características regionais do território de quem as criou ou de quem as pratica. No Brasil, são exemplos de manifestações culturais de movimento as danças do Carnaval (samba, frevo e axé), o futebol e a capoeira. Essas práticas, representadas pelo movimento humano, foram construídas ao longo da história da humanidade e transmitidas culturalmente de geração em geração.

As pê cê á, conhecidas como esportes de aventura, esportes radicais, esportes californianosglossário e atividades físicas de aventura na natureza, proporcionam a sensação de adrenalina, desequilíbrio do corpo e risco controlado, ou seja, é necessário analisar os riscos e saber a melhor maneira para realizar a prática com segurança. Elas podem ser praticadas em ambiente natural, em ambiente urbano ou em meios artificiais.

Quando realizadas no meio natural, são chamadas de práticas corporais de aventura na natureza, como o arvorismo nas copas das árvores, a escalada nas montanhas, o rafting em cachoeiras e o surfe.

Quando realizadas na cidade, são chamadas de práticas corporais de aventura urbana, como o skate nas pistas, rapel em viadutos, parkour em escadarias ou slackline nas praças.

As práticas corporais de aventura podem ser adaptadas para ambientes artificiais, de modo que os participantes possam vivenciá-las mesmo não estando em ambiente natural, como montanhas ou rochas. Esse é o caso da parede de escalada que se encontra em shoppings, escolas, academias ou parques.

Fotografia. Garota usando camiseta, bermuda, capacete e joelheiras. De skate, ela desliza sobre um corrimão. Os braços estão estendidos.
pê cê á urbana: garota fazendo manobra com seu skate. Phoenix, Estados Unidos, 2019.
Fotografia. Rapaz de camiseta, bermuda e capacete escalando uma parede. Ele está preso a uma corda e se agarra a pontos de apoio fixados na parede.
pê cê á em ambientes artificiais: parede de escalada em parque de diversões. abre colchetesem localfecha colchete, 2019.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Os desafios do Parkour

Voz feminina: Vocês conhecem o Parkour? Trata-se de uma prática corporal de aventura urbana que utiliza as habilidades motoras para transpor obstáculos da maneira mais eficiente possível, utilizando o próprio corpo, ou seja, sem uso de materiais. A prática foi inspirada nos treinamentos militares e é realizada em espaços urbanos, como bancos, paredes e corrimões.

Voz masculina: O nome Parkour deriva-se do francês parcours que significa “percurso”. Foi elaborado por David Belle que se inspirou em uma prática idealizada  por  Georges Hébert que desenvolveu um percurso militar repleto de obstáculos para ser usado no treinamento do exército da França. A proposta do Parkour  tem como objetivo a realização de movimentos corporais para ir de um ponto ao outro do trajeto, ultrapassando os obstáculos, de maneira ágil e criativa.

Voz feminina: Imagine um trajeto onde haja desníveis em relação ao solo, como degraus de uma escadaria, muros, vãos e outros obstáculos. Conhecendo os movimentos do Parkour, a travessia desse trajeto pode ser otimizada, pois o praticante realiza saltos, rolamentos e  equilíbrio corporal para fazer o percurso de forma fluida e veloz.  

Voz masculina: Existe uma série de manobras que os praticantes de Parkour realizam para transpor os obstáculos. O salto do gato, cat leap, por exemplo, é uma das manobras mais conhecidas. Seu objetivo é, após um impulso para a frente, pendurar-se ou fixar-se com as mãos e apoio dos pés na parede ou no muro em que saltou. No salto de precisão, a intenção é atravessar uma fenda ou passar de um lugar mais alto para um mais baixo com os pés unidos. Vários saltos são seguidos de um rolamento após a aterrissagem para amenizar o impacto do corpo com o solo.

Voz feminina: Há também manobras para realizar a passagem por baixo do corrimão de uma escadaria. O praticante apoia as mãos na barra e inclina as costas paralelamente ao chão para chegar ao outro lado.

O wall run, também chamado de escalada, é utilizado para atingir um obstáculo em velocidade. O praticante realiza uma impulsão com os pés na parede ou muro para se agarrar no topo, depois faz o movimento de subida e salto.

Voz masculina: O equilíbrio e o rolamento são importantes nas práticas do Parkour. O equilíbrio do gato, por exemplo, é utilizado após a aterrissagem de um salto em um local com pouco espaço, ficando o praticante sobre quatro apoios, dois pés e duas mãos, para se equilibrar, tal como um gato. 

Voz feminina: As manobras do Parkour requerem concentração e preparo para serem realizadas. Para isso, é preciso que o praticante desenvolva seu condicionamento físico, tenha atenção para compreender os movimentos e leve em conta a segurança dos locais da prática, evitando corrimões enferrujados, muros quebrados, escadas sem manutenção.

É importante também usar uma vestimenta adequada. Uma calça de moletom, por exemplo, permite ampla movimentação das pernas e seu tecido grosso pode proteger joelhos e quadris de atritos contra alguma superfície áspera. Deve-se utilizar um par de tênis leve e confortável, que proteja os pés e auxilie no amortecimento da corrida e dos impactos. A munhequeira é um equipamento de segurança utilizado no Parkour para proteger os punhos durante as manobras.

Voz masculina: Além dos cuidados necessários em relação ao corpo na execução dos movimentos, é muito importante também o cuidado com o espaço utilizado para a prática do Parkour. Os ambientes urbanos, como praças, parques e centros esportivos são áreas com diversos tipos de estruturas que podem funcionar como obstáculos para os praticantes do esporte, mas é preciso respeitar o espaço público, evitando qualquer forma de vandalismo ou danos a essas estruturas. De nada adianta realizar manobras difíceis se não houver consciência sobre a preservação desses locais, por isso, é essencial praticar o Parkour em locais permitidos, nunca adentrando espaços privados.

Voz feminina: O Parkour oferece grandes desafios! Conhecendo os seus objetivos, prestando atenção à segurança pessoal e zelando pelo espaço durante a prática, esta é uma excelente oportunidade para desenvolver a consciência corporal e a coordenação motora e socializar com os colegas. 

Voz masculina: Agora que vocês aprenderam um pouco mais sobre a história e as manobras do Parkour, que tal pesquisar sobre o assunto? Assistam a vídeos que mostram pessoas praticando esta modalidade, descubram algumas manobras e experimentem realizá-las  

Ambos: Boa prática!

Locutor: Crédito: O áudio inserido neste conteúdo é da Incompetech.

O parkour – um pouco de história

O parkour foi criado na França, em 1980, por Daví Béle e seu parceiro Sébastien Foucan, inspirados no percurso criado para o treinamento militar francês (em francês parcours militaire). Eles desenvolveram uma série de movimentos para ultrapassar obstáculos dos meios urbanos de um ponto a outro, da maneira mais eficiente possível, utilizando apenas as habilidades do corpo.

Os praticantes do parkour (do francês parcour – percurso), chamados de traceur (traçador de rota), analisam o percurso e verificam as possibilidades, as potencialidades e as limitações do corpo para ultrapassar os obstáculos do meio com segurança.

No Brasil, essa modalidade começou a ser praticada em 2004, em São Paulo e em Brasília. Os praticantes estudam a filosofia do parkour, relacionada ao crescimento pessoal e mental, tendo como características os seguintes pontos (FERNANDES, 2015):

  • persistência;
  • paciência;
  • contrôle das emoções;
  • tarefa a realizar;
  • conhecimento do ambiente;
  • preparo psicológico;
  • altruísmo;
  • integração social;
  • ajuda e crescimento mútuo.

Tais características devem ser desenvolvidas e aperfeiçoadas em razão das exigências da modalidade. Quanto às qualidades físicas, o parkour pode contribuir para o aperfeiçoamento do equilíbrio, da fôrça, da flexibilidade, da coordenação motora e da consciência corporal.

Relembre com os estudantes os conceitos desenvolvidos na Unidade Temática 4 de Ginástica sobre os benefícios do exercício e os problemas relacionados ao sedentarismo. Explique como o parkour pode contribuir para tornar o indivíduo ativo.

Para os traceurs, é importante acumular todas as experiências da vida para superar as barreiras e os obstáculos, além de trabalhar o corpo e a mente, para que a superação aconteça. Dessa fórma, as duas principais frases que os traceurs repetem para si mesmos são: “Ser forte para ser útil” e “Ser e durar”.

As manobras do parkour

Se possível, utilize a sala de informática para apresentar vídeos sobre o parkour de fórma que a turma conheça e aprecie os movimentos. É importante salientar que a vivência das pê cê á na escola, além de contribuir para o conhecimento dessa modalidade, pode levar os estudantes a refletir sobre ela e compreendê-la sem a necessidade de se aterem à perfeição técnica dos movimentos. Os movimentos serão adaptados de acordo com as possibilidades de realização de cada participante. Busque alternativas para que os estudantes com deficiências participem das atividades e que os colegas de sala contribuam para essa adaptação. Por exemplo, aos estudantes com deficiência visual podem-se combinar sinais auditivos que simbolizem as manobras e usar uma corda no percurso como guia. Aos estudantes com Transtorno de Espectro Autista, o professor ou o acompanhante terapêutico pode auxiliar explicando cada obstáculo a ser percorrido. Em ambos os casos, pode-se solicitar a ajuda de pares avançados, ou seja, estudantes que possuam habilidades para a parceria, seja motora, afetiva ou social.

Para praticar o parkour, são realizados movimentos específicos a fim de que o praticante possa se deslocar e ultrapassar os obstáculos. Tais movimentos são chamados de manobras e podem ser melhorados com a prática, tornando-se mais eficientes e harmônicos. Peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre as manobras do parkour para apresentá-la à turma. A seguir, elencamos algumas dessas manobras.

Wall Run (escalada)

Este movimento é utilizado para atingir um obstáculo em velocidade.

O praticante deve realizar uma impulsão com os pés na parede para se agarrar no topo de um muro ou de uma parede e, depois, fazer o movimento de subida.

Ilustração que mostra uma sequência de sete movimentos. 
1. Rapaz de camiseta branca e calça verde toma impulso e corre em direção a um muro mais alto que ele.  
2. O rapaz se aproxima do muro.
3. O rapaz coloca o pé direito na parede do muro e estica um dos braços. 
4. O rapaz está com os pés e as mãos na parede do muro. 
5. O rapaz está prestes a colocar as mãos na parte superior do muro com os pés apoiados na parede. 
6. O rapaz está prestes a pular o muro. As pernas estão afastadas da parede.
7. O rapaz está com os pés em cima do muro, pronto para pular para o outro lado.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Salto de precisão

Fotografia. Homem com roupas pretas saltando entre dois muros. Um é mais alto que o outro e a distância entre eles é grande.

É um dos movimentos mais básicos. São saltos realizados para passar de um obstáculo mais alto para um mais baixo. Na prática do parkour, o salto deve ser realizado com os pés juntos, mantendo o equilíbrio do corpo durante a aterrissagem.

Strides (passadas)

Fotografia. Homem com agasalho verde com capuz, calça preta e tênis. Ele está saltando entre o vão de dois bancos. Atrás, prédio com parede de vidro.

Esta manobra também recebe o nome de passada. É semelhante aos saltos de precisão, porém o objetivo é passar pelos obstáculos utilizando um pé de cada vez.

Safety vault(passada de segurança)

Fotografia. Garota de cabelo comprido, com blusa verde e calça cinza. Ela está com os pés e a mão esquerda apoiados sobre uma grade de ferro, agachada e com o corpo inclinado para a direita.

Nesta manobra, as mãos e os pés podem tocar, ao mesmo tempo, o obstáculo a ser ultrapassado com o salto.

Cat leap (pulo do gato)

Fotografia. Mulher de cabelo castanho preso, com casaco verde e calça preta.  As mãos agarram a parte superior de um muro. Os pés estão apoiados na parede do muro e os joelhos estão flexionados.

Esta manobra também é conhecida como “salto com braço”. É caracterizada por um impulso para a frente, movendo as mãos e os pés para servirem de apoio na parede ou no muro. O impacto do salto é absorvido pelas pernas ao tocar na parede enquanto as mãos agarram a parte superior da parede ou do muro. Feito isso, ergue-se o corpo para ultrapassar o obstáculo.

Turn vault

Ilustração que mostra uma sequência de cinco movimentos. 
1. Menino com camiseta azul e calça clara está com as mãos na parte de cima de uma grade de ferro, em pé, os joelhos flexionados. 
2.  O menino está prestes a pular a grade de ferro, as pernas no ar.
3. O menino está passando as pernas para o outro lado da grade.  
4. O menino está em pé, do outro lado da grade e com as mãos sobre ela.  
5. O menino continua com as mãos sobre a grade, em pé, os joelhos flexionados.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Nessa manobra, o praticante deve saltar usando o obstáculo para a impulsão, o voo e a aterrissagem do salto.

King Kong (ou Monkey)

Fotografia. Garota de cabelo loiro preso, regata preta e calça clara. Ela está com as mãos sobre um tablado de madeira, saltando sobre ele. Atrás, uma menina saltando com os joelhos flexionados.

Correndo em direção ao obstáculo, o praticante coloca as mãos no topo desse obstáculo e pula para o outro lado com as pernas passando entre as mãos. O nome dessa manobra é derivado do movimento do gorila.

Lazy vault

Fotografia. Garota asiática de cabelo preto e comprido preso com camiseta preta de mangas compridas e calça cinza. Ela está saltando, apoiando a mão esquerda em um muro de pedra, o corpo inclinado para a direita e as pernas no ar. Ao fundo, há um templo com vários detalhes coloridos e telhado de madeira.

É o salto com apoio. Para realizá-lo, o praticante coloca uma das mãos sobre o local de apoio e ultrapassa o obstáculo com o corpo. É importante observar que apenas uma das mãos toca no local de apoio.

Roll (rolamento)

Fotografia única, que mostra uma sequência de quatro movimentos. 
1. Rapaz de cabelos compridos salta sobre uma grade, com os joelhos flexionados perto do corpo. 
2. Ele estica os braços e mantém os joelhos flexionados.
3. Ele vai abaixando os braços e se prepara para aterrissar no chão. 
4. Ele rola pelo chão de grama.
Ilustração. Menino com camiseta verde e calça clara, exemplificando o movimento de rolamento pelo ombro em quatro movimentos: 
1. Ele está de joelhos, com o braço direito apoiado no chão. 
2. Ele está com o ombro direito apoiado no chão e com o quadril erguido. 
3. Ele está com as costas no chão e as pernas para cima. 
4. Ele está com o joelho esquerdo, a mão esquerda e os pés apoiados no chão; a mão direita sobre a perna direita.

É um movimento básico, com muitas variações, que visa amortecer o impacto da queda para o praticante continuar seu percurso. Ao aterrissar, ele deve rolar no solo, iniciando com o ombro e terminando com a região lombar (quadril).

Tic tac

Fotografia. Garota de cabelo comprido preto preso, regata cinza e calça preta. Ela está saltando, com a perna direita apoiada em uma parede de tijolos. A perna esquerda está afastada.

Para realizar esse movimento, o praticante deve apoiar o pé na parede para ganhar impulso e rapidamente mudar de direção.

#FiqueLigado

Pesquise o vídeo a seguir e apresente-o aos estudantes.

CINCO movimentos básicos do parkour. 1 vídeo (3 minutos 16 segundos). Publicado pelo canal Parkour Portugal.

Este vídeo apresenta cinco movimentos básicos e técnicas simples do parkour.

Cuidados com a segurança

Observe alguns cuidados que devem ser adotados durante a prática do parkour.

Ilustração. 1. Rapaz de camiseta vermelha e calça jeans. Ele está de frente, com os braços estendidos ao lado do corpo. Há uma linha pontilhada vermelha na vertical, destacando o alinhamento dos ombros, do quadril e dos pés.  2. Posição dos pés ao aterrissar.  Apoiando as pontas dos pés: correto; apoiando os calcanhares: errado.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Ilustração. 3. Menino de boné, blusa verde listrada e calça clara realizando dois movimentos: 1. Joelhos do menino flexionados, assim que ele aterrissa. Os joelhos não ultrapassam a linha das pontas dos pés, o que está correto. 2.  Joelhos do menino flexionados, assim que ele aterrissa. Os joelhos ultrapassam a linha das pontas dos pés, o que está errado. 4. Um rapaz usa camiseta verde e calça clara. Ele está agachado com as mãos afastadas à frente do corpo para se apoiar no chão.
  • Imagens 1 e 2 – Na aterrissagem, é necessário apoiar primeiro as pontas dos pés e nunca os calcanhares para amortecer a tensão nas articulações e evitar lesões.
  • Imagem 3 – Ao aterrissar, deve-se flexionar os joelhos sem ultrapassar as pontas dos pés para manter-se equilibrado e não cair para a frente.
  • Imagem 4 – Ao desequilibrar o corpo e ser projetado para a frente, é preciso colocar as mãos afastadas à frente do corpo para se apoiar no chão.

Para maior compreensão sobre o que foi descrito, explique essas posições de maneira prática aos estudantes.

Parkour é um esporte?

Embora não seja uma modalidade olímpica, o parkour é um esporte e a Federação Internacional de Ginástica estabeleceu algumas regras para a prática nos eventos oficiais. Observe, a seguir, algumas dessas regras.

  • As competições são organizadas nas categorias corrida e estilo livre, podendo ser disputadas por mulheres e homens.
  • Na categoria corrida, o tempo é cronometrado e a prova consiste em percorrer uma pista de obstáculos, que é disputada em duas pistas paralelas.
  • Na categoria estilo livre, as manobras são realizadas durante um período determinado em pistas com obstáculos.
  • As competições são limitadas à participação de 12 homens e 12 mulheres.
  • Todas as competições promovidas devem incluir atividades de exposição e oficinas para estimular a prática da modalidade.

Vamos à prática!

O parkour utiliza de muros, calçadas, bancos, entre outros, como obstáculos para realizar manobras. Faça um levantamento dos ambientes e de obstáculos existentes na escola que possibilitam a prática do parkour. Depois, converse sobre a proposta pedagógica com a gestão e explique, detalhadamente, que os espaços e o patrimônio da escola serão usados de fórma não convencional.

Observe a seguir alguns cuidados a serem tomados antes de iniciar a prática do parkour.

Atenção

  • Informe aos estudantes que eles devem prestar atenção em como os movimentos são realizados para garantir a segurança e a integridade física deles.
  • Pergunte frequentemente se há dúvidas e procure esclarecê-las.
  • Lembre aos estudantes que alguns movimentos serão mais fáceis ou mais difíceis, dependendo da experiência motora de cada um.
  • Peça que mantenham o respeito e a empatia, evitando risadas desnecessárias para não causar constrangimentos na turma.
  • Esteja aberto para contemplar ideias e sugestões da turma.
  • Teste com antecedência todas as atividades para certificar-se de que os espaços e os equipamentos não representam riscos de acidente.
  • Nos circuitos, cada estação deve ter entre cinco e seis estudantes para proporcionar maior número de vivências e não deixar os demais estudantes esperando por muito tempo a sua vez de participar.
  • Todas as atividades apresentadas e os materiais podem ser adaptados à realidade da instituição escolar.

Circuito: manobras do parkour

Materiais

Coletes (fitas coloridas de tecido); materiais para obstáculos (pneus, garrafas com água, cones, steps, cordas, entre outros); fita-crepe ou giz de lousa; steps ou plintos (ou cadeiras e mesas); colchonetes, tatames ou placas de ê vê á para amortecer os rolamentos e a aterrissagem; banco sueco; placas com números de 1 a 6.

1. Pega-pega com obstáculos

Antes de iniciar a vivência das manobras do parkour, é importante relembrar os estudantes dos movimentos básicos: corrida, saltos, aterrissagem e equilíbrio.

A brincadeira terá três pegadores, que serão identificados por coletes e devem tentar pegar os colegas. Os fugitivos vão correr saltando ou desviando dos obstáculos espalhados. Aqueles que forem pegos terão de ficar em posição grupada (encolhidos) no chão. Para ser salvo, algum colega terá de realizar um salto sobre ele.

2. Circuito de manobras do parkour

O circuito terá seis estações de trabalho. Portanto, divida a turma em seis grupos com cinco a seis integrantes cada um.

O grupo deverá realizar os movimentos na sua estação de trabalho por um tempo determinado (em torno de seis minutos). Ao final desse tempo, os grupos devem fazer o rodízio das estações na seguinte sequência: 1  2  3  4  5  6  1

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, avalie a possibilidade de cada um para a realização dos movimentos. Após definidos quais movimentos podem ser realizados em segurança, apresente a eles previamente o espaço e os obstáculos e considere o apoio de um estudante como guia. 

Vamos à prática!

Cada estação terá um cone com um número (de 1 a 6) para facilitar o rodízio.

A seguir, são apresentados os movimentos que os estudantes deverão fazer em cada uma das estações.

Estação 1 – Aterrissagem

Saltar com os dois pés juntos de um plinto (altura de três graduações) sobre o colchão. É importante que eles sigam as orientações para manter o equilíbrio na aterrissagem.

Ilustração. Menina de camiseta branca, calça marrom e tênis. Ela está aterrissando no chão, depois de ter saltado de um plinto, apoiando os dois pés no chão, com os joelhos flexionados e o corpo inclinado para a frente. Setas indicam o movimento dos joelhos flexionados.

Estação 2 – Salto de precisão

Saltar para a frente com os dois pés juntos sobre cinco marcações (fitas adesivas ou linhas riscadas) de aproximadamente 1 metro de distância.

Estação 3 – Strides

Saltar sobre as mesmas marcações da estação anterior por meio de passadas com um pé de apoio de cada vez e em progressão, como pequenos saltos ou uma corrida.

Estação 4 – kingui kôngui

Explorar os movimentos percorrendo o comprimento do banco sueco e se deslocar com uma perna de cada lado do banco, apoiando-se com as mãos à frente.

Realizar um salto apoiando as mãos afastadas sobre o banco e dar um impulso com as pernas para a frente, passando por dentro da largura dos braços.

Estação 5 – Lazy

Posicionar-se ao lado do banco sueco apoiando as mãos abertas sobre ele e saltar lateralmente, passando o corpo para o outro lado do banco.

Ilustração. Menino de camiseta amarela, calça azul e tênis. Ele está com as duas mãos em um banco sueco, saltando sobre ele com os joelhos dobrados. Uma seta indica o movimento lateral da perna.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Estação 6 – Roll (rolamento)

Em posição agachada (cócoras) sobre o colchonete, colocar as mãos no solo na largura dos ombros com os dedos afastados, os cotovelos flexionados e a cabeça entre os braços. Em seguida, encostar o queixo no peito; empurrar o chão com os pés ao mesmo tempo que eleva o quadril e rola sobre as costas.

Estação 7 – Ritmo do parkour

Elaborar com a turma um circuito em que todos os movimentos sejam realizados em sequên­cia, ressaltando que uma das características do parkour é a fluidez entre os movimentos.

Conectando saberes

Cidadania e Civismo.

A atividade propõe um trabalho interdisciplinar com Língua Portuguesa ao desenvolver as habilidades (ê éfe seis nove éle pê zero um) e (ê éfe seis nove éle pê um cinco), bem como um trabalho com o tê cê tê Educação em direitos humanos. Para isso, você dever propor aos estudantes que se posicionem contrariamente aos discursos preconceituosos e apresentem argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala ao participar em discussões sobre temas controversos e polêmicos.

Minas no parkour

Destaque com os estudantes que ainda presenciamos na sociedade atos discriminatórios contra as capacidades das mulheres, seja no desempenho físico, seja no intelectual. Na cidade de Taubaté, São Paulo, no dia 27 de janeiro de 2020, aconteceu o 11º Encontro Feminino de Parkour, cujo objetivo foi divulgar a prática da modalidade entre as mulheres. Após uma reportagem sobre o evento, internautas criticaram o desempenho das participantes em fórma de bullying, contestando as manobras realizadas pelas mulheres por não serem consideradas radicais. Mostre o vídeo do #Fiqueligado.

Peça aos estudantes que leiam a tirinha a seguir e reflitam sobre o preconceito e os estereótipos sobre as mulheres, uma vez que as práticas corporais não são determinadas por sexo.

#FiqueLigado

Pesquise na internet o vídeo a seguir e apresente-o aos estudantes.

Parkour também é opção para mulheres. 1 vídeo (2 minutos 50 segundos). Publicado pelo canal Rudge Ramos Online Metodista.

Esse vídeo traz depoimentos de mulheres praticantes de parkour.

Tirinha em três quadros. 
Q 1 - Uma menina ruiva com cabelos presos, de camiseta lilás, bermuda roxa e capacete verde, com o pé esquerdo sobre um skate e o direito no chão, preparando-se para descer uma rampa. Atrás dela, alguém que não se vê diz: QUÁ! QUÁ! QUÁ! 
Q 2- Armadinho, menino de cabelos azuis, camiseta branca e bermuda azul, e Pudim, menino de cabelo castanho, blusa verde e branca listrada e bermuda verde. Há um sapo ao lado de Armandinho. Pudim diz: NUNCA VI MENINA ANDAR DE SKATE! 
Q 3 - À esquerda, o som de VULUUM! Armandinho diz: AGORA ESTÁ VENDO, PUDIM. À direita, Pudim de perfil com os olhos arregalados e a boca aberta.
Armandinho fala sobre a questão de gênero.

É importante que haja sempre igualdade de direitos, respeito e combate aos padrões impostos pela sociedade que diferenciam o homem da mulher.

  1. Na sua opinião, as mulheres têm os mesmos direitos que os homens? Justifique sua resposta.
  2. Você conhece atividades físicas, esportes ou exercícios que são praticados apenas por homens? E por mulheres? Você poderia dizer o nome dessas práticas corporais?
  3. Você já sofreu ou presenciou algum tipo de preconceito?

Peça à turma que produza (em folha de papel a quatro) uma tirinha sobre a relação entre o parkour, a mulher e a quebra de estereótipos. A tirinha deve ter três cenas. Exponha os trabalhos no mural da sala.

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que a tirinha seja descrita oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.

Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes

A proposta é realizar um trabalho interdisciplinar com Matemática explorando a competência desse componente curricular para o Ensino Fundamental ao enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, expressando suas respostas e sintetizando conclusões, utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para descrever os dados).

Os estudantes também desenvolverão a habilidade (ê éfe zero seis ême ah três três) ao planejar e coletar dados de pesquisa sobre espaços da comunidade e fazer uso de planilhas para registro, representação e interpretação das informações em tabelas e em vários tipos de gráfico e texto. Portanto, o trabalho está inserido em uma proposta de prática de pesquisa com a observação, o registro e a construção de relatórios.

O intuito é contemplar os temas Meio Ambiente, Cidadania e civismo e Direitos da criança e do adolescente, dos Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês), ao discutir sobre a preservação do patrimônio público e sobre como garantir os direitos da criança e do adolescente de poder brincar e se divertir, o que deve ser assegurado pela família, pela sociedade em geral e pelo poder público, transformando esse direito em realidade, como preveem o artigo 4º e inciso quatro do artigo 16º do Estatuto da Criança e do Adolescente .

Preservando o que é nosso

A proposta agora é que os estudantes analisem os locais para praticar o parkour nas regiões próximas à comunidade escolar, identificando as condições para seu uso em relação à segurança, como buracos, muros sem manutenção, grades e corrimões enferrujados ou quebrados, banheiros quebrados, falta de iluminação no período noturno, falta de segurança, ausência de acessibilidade a pessoas com deficiência, entre outros, assim como os obstáculos para a prática do parkour, verificando se eles são adequados ou não a essa prática.

Se possível, peça aos estudantes que tirem fotos e registrem as informações obtidas em uma tabela no caderno, como no modelo da página seguinte.

Com o auxílio dos professores de Matemática e de Informática, organize duas aulas para utilizar o laboratório de informática para que os estudantes construam um gráfico de barras ou de colunas sobre as informações coletadas.

CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PARQUE

Nome do bairro: Vila das Flores

Nome do Parque: Parque Municipal Margarida

Problema

Quantidade

1. Buracos diversos

12

2. Rachaduras diversas

6

3. Muros sem manutenção

8

4. Grades enferrujadas

10

5. Corrimões quebrados

4

6. Ausência de corrimões

3

7. Degraus quebrados

4

8. Banheiros quebrados

6

9. Mato sem capinagem

8

10. Pichações diversas

4

11. Acessibilidade

0

12. Lixeiras

3

13. Outros problemas

1

Quando o gráfico estiver pronto, os estudantes deverão escrever um texto sobre a representação dessas informações e sobre as medidas necessárias à resolução dos problemas levantados. Esse trabalho deverá ser apresentado em sala de aula e discutido com a turma.

Caso não haja a possibilidade de utilizar o laboratório de informática, peça aos estudantes que façam a atividade desenhando os gráficos no papel, com o auxílio do professor de Matemática, ou em casa, com a ajuda dos responsáveis.

Organize com a turma uma carta a ser encaminhada ao órgão público responsável pelo parque, apresentando os problemas levantados e reivindicando um espaço adequado e em bom estado de conservação para que toda a comunidade possa usufruir dele com amigos e familiares.

Fotografia. Aparelhos de ferro de ginástica enferrujados e deteriorados à beira de uma praia
Academia ao Ar Livre em condições precárias de uso. Maputo, Moçambique, 2019.

Glossário

Esportes californianos
: esportes que surgiram no estado da Califórnia, Estados Unidos, como o surfe e o skate.
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