UNIDADE TEMÁTICA 2 ESPORTES DE INVASÃO E DE PRECISÃO

Raio-xisda unidade

Competências da Bê êne cê cê

Competências gerais da Educação Básica: 1, 3, 4 e 9.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3 e 4.

Competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental: 1, 2, 5, 7, 8 e 10.

Habilidades de Educação Física da Unidade Temática

(ê éfe seis sete ê éfe zero três) Experimentar e fruir esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.

(ê éfe seis sete ê éfe zero quatro) Praticar um ou mais esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras.

(ê éfe seis sete ê éfe zero cinco) Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de fórma específica.

(ê éfe seis sete ê éfe zero sete) Propor e produzir alternativas para experimentação dos esportes não disponíveis e/ou acessíveis na comunidade e das demais práticas corporais tematizadas na escola.

O que veremos nesta unidade

Os esportes serão abordados pela perspectiva educacional, que tem como princípios a corresponsabilidade, a participação de todos os estudantes e a não separação de meninos e meninas nas aulas.

Os objetivos desta unidade são: conhecer, compreender e vivenciar o esporte de invasão tchoukball, assim como suas táticas de ataque e de defesa, propor vivências de jogos de precisão como o dardo, o arco e flecha e o jogo indígena , discutindo suas características e seu contexto histórico e social.

Na seção “Conectando saberes”, que abarca o componente curricular de Geografia, será proposta uma pesquisa sobre a ocupação da terra dos povos originários desde a chegada dos portugueses até os tempos atuais.

Na seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes”, será proposta a organização de um festival na escola sobre a cultura de paz com a prática da modalidade tchoukball, que também irá mobilizar professores de outras disciplinas a colaborar para a realização do evento.

De ôlho nas imagens

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que as imagens sejam descritas oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.

Solicite aos estudantes que observem as imagens e conversem com base em suas experiências na escola ou em outros contextos.

Fotografia 1. Uma mulher de cabelo castanho e preso, usando uniforme azul, está segurando, com a mão esquerda,  uma bola oval junto ao corpo. Uma jogadora de uniforme amarelo a agarra pelas pernas, impedindo que ela avance.  Ao lado, há uma jogadora de uniforme azul, em pé, e uma de uniforme azul e outra de amarelo caídas no chão.
Fotografia 2. Um homem usando uniforme cinza, sentado em uma cadeira de rodas, empurra com uma barra fina laranja uma pedra de granito achatada em uma pista de gelo.
1. Colômbia e Cazaquistão em torneio feminino de rúgbi. Dubai, Emirados Árabes Unidos, 2022. 2. Grã-Bretanha e Suíça em competição de curling. Pionchang, Coreia do Sul, 2018.

Convide-os a dizer o que aprenderam sobre os esportes de invasão e precisão, em quais anos e como foram as atividades, com questões problematizadoras, como:

  • Quais desses esportes vocês conhecem? O que vocês sabem sobre eles?
  • Que características dos esportes de invasão vocês aprenderam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Lembram-se das táticas de ataque e de defesa?
  • E sobre os esportes de precisão? Aprenderam o que deve ser feito para melhorar o desempenho e a mira?

Provavelmente, eles aprenderam essas categorias de esportes, mas não conhecem o esporte de inverno curling e o rúgbi. Fale que eles retomarão os conhecimentos sobre os esportes de invasão e de precisão com vivências de algumas modalidades, que poderão ser as apresentadas neste livro ou pesquisadas e adaptadas pela turma, conforme interesse e contexto de cada escola.

Por dentro do tema

Cultura de paz e ancestralidade

Um dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ó dê ésse) propostos pela Organização das Nações Unidas (ônu) para a agenda de 2030 é a ó dê ésse 16:

Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

ônu. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes.

Reprodução de um ODS da ONU, com fundo azul, onde se lê: 16 PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES EFICAZES. Abaixo há a ilustração de uma pomba branca com um ramo no bico sobre um malhete, martelo usado pelos juízes em tribunais.

A promoção de sociedades pacíficas e inclusivas é tema da organização desde a Assembleia Geral ocorrida em 10 de dezembro de 1948. Nela, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante que todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Garantir esses direitos significa promover a transformação de uma cultura de violência para uma cultura de paz.

Essa transformação precisa estar presente em todas as relações e em todos os lugares. É urgente aprendermos a viver juntos.

Em 2012, Irina Bocufa, ex-diretora-geral da unêsco, afirmou:

Não é o suficiente estarmos conectados uns aos outros. Também precisamos compartilhar nossas soluções, nossas experiências e nossos sonhos, em uma grande comunidade sustentada pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.

unêsco. Cultura de Paz no Brasil.

Para obter um impacto real, a educação para a paz deve ser um projeto de toda a escola. Conviver em paz é aceitar as diferenças e ter a habilidade de ouvir, reconhecer, respeitar e apreciar os outros, bem como viver unidos e de maneira pacífica. Temos de desejar a diferença e aprender a partir dela.

A cultura de paz pode estar presente nas seguintes situações:

  • aprender a viver juntos, respeitando as diferenças e similaridades;
  • aprender com base na cooperação, no diálogo, na solidariedade e na compreensão intercultural;
  • encontrar soluções construtivas e não violentas para resolver conflitos;
  • construir os próprios ideais de paz.

Desse modo, a proposta da modalidade de invasão escolhida para discussão e vivência dos estudantes nas aulas foi criada nessa perspectiva da paz e da não violência no esporte. Não é tarefa fácil construir espaços de empatia e de respeito para resolver conflitos e chegar a consensos. Assim, é importante que as reflexões propostas sobre os temas esportes de invasão e de precisão sejam realizadas em uma atmosfera de respeito, escuta atenta e empoderamento de todos os participantes.

Esporte de invasão: tchoukball

Os esportes de invasão têm como objetivo invadir o território do oponente (campo, quadra, piscina, areia etcétera) para marcar pontos, levando a bola ou outro implemento com o intuito de atingir um alvo, que pode ser uma cesta ou um gol. Ao mesmo tempo, cada equipe deve proteger o seu território, evitando que a equipe oponente avance nele para pontuar. Mostre o quadro a seguir e converse com a turma sobre as características das modalidades desse esporte.

As características dos esportes de invasão

Esporte

Local de prática

Objetivo

O que é preciso fazer para vencer?

Basquetebol

Quadra ou área externa (parque e rua)

Acertar a bola na cesta.

Invadir o território do oponente, acertar a cesta e, ao mesmo tempo, defender seu território.
Vence a equipe que fizer mais cestas.

Polo aquático

Piscina

Acertar a bola no gol da equipe oponente com o uso das mãos.

Invadir o território do oponente, acertar o gol com as mãos e, ao mesmo tempo, defender seu território.
Vence a equipe que marcar mais gols.

Rúgbi

Campo

Conduzir a bola com os pés ou com a mão até a linha do fundo do campo.

Marcar pontos cruzando a linha do fundo do campo, onde há uma trave em formato de U, carregando ou chutando a bola, e, ao mesmo tempo, defender seu território.

Quadro elaborado para esta obra.

Para verificar se os estudantes compreen­deram o conceito de esportes de invasão, peça que citem outros exemplos e expliquem por que os consideram de invasão. Comente sobre outros exemplos dessa modalidade, como frisbee, futebol americano, hóquei sobre grama. Fale que nesta unidade vamos aprofundar os estudos na modalidade esportiva de tchoukball.

Fotografia. Seis homens aparecem em uma parte de uma piscina. À esquerda, um homem de touca branca e tons coloridos está prestes a arremessar uma bola em tons de amarelo, vermelho e azul, apontando para uma trave, onde há um goleiro. Quatro homens com toucas azuis, do time adversário, estão com os braços levantados, tentando impedir o gol.
Itália e Rússia em competição de polo aquático. Zagrébi, Croácia, 2019.

Tchoukball, que esporte é esse?

O tchoukball foi criado na década de 1960 pelo médico suíço Doutor rrérman brent (1940-2009), que tratou muitos atletas que se lesionaram na prática de diferentes esportes. Preocupado com as lesões, o médico criou um esporte com ênfase em uma prática educativa e cooperativa, que fosse crítica à construção de campeões que os esportes buscavam, bem como às demandas de movimentos de outros esportes, os quais não eram adaptados à fisiologia humana nem à agressividade com que eram praticados. Ele almejava a construção de uma humanidade viável por meio da prática esportiva.

Fotografia. Mulher de cabelo castanho preso, usando uniforme azul, está saltando e segurando uma bola laranja com a mão direita levantada. Ao redor há pessoas com uniforme azul e uniforme branco. Todas estão em uma quadra esportiva.
França e Suíça em competição de tchoukball. Genebra, Suíça, 2019.

O tchoukball pode ser jogado na areia, em campo e em quadra e é considerado o esporte da paz pelos princípios cooperativos que constituem o jogo. Não há contato físico direto entre os jogadores, as equipes podem pontuar nos dois lados do campo e as regras foram baseadas em estudos da fisiologia, psicologia e sociologia.

Ilustração. Quadra oficial e posicionamento dos jogadores do tchoukball. Uma quadra retangular de 40 metros por 20 metros. Nas duas extremidades laterais da quadra, um semicírculo cinza de 3 metros; atrás deles, uma trave quadrada chamada Quadro de remissão. Na parte superior da quadra há um triângulo laranja chamado Ala direito. No centro, um triângulo laranja chamado Pivô de quadro. Na frente, um triângulo laranja chamado Ala central. Na parte inferior, um triângulo laranja chamado Ala esquerdo. Abaixo, a legenda: cinza = zona proibida. Amarelo = jogadores.

Desenho elaborado para esta obra com base em Associação Brasileira de Tchoukball (á bê tê bê).

O significado da palavra tchouk é a representação onomatopeica do som que a bola emite quando atinge o quadro de remissão (cujas medidas são 100 centímetros por 100 centímetros de dimensão, com inclinação de 55graus), e ballsignifica “bola”, em inglês.

Explique aos estudantes as principais regras do tchoukball apresentadas no quadro seguir.

É permitido

Não é permitido

• Marcar pontos nos dois quadros de remissão.
• Realizar até três passos com a posse de bola.
• Jogar apenas com os membros superiores.
• Pegar a bola apenas depois da finalização da equipe adversária.

• Entrar em contato com o solo fora dos limites do campo de jogo ou da zona proibida de posse da bola.
• Interceptar um passe da outra equipe.
• Obstruir o deslocamento do oponente.

Pontuação

Jogadores

• Para marcar ponto, é preciso que a bola bata no quadro de remissão e caia fora da zona proibida (semicírculo de três metros de raio em volta do quadro).
• O objetivo do jogo é marcar o maior número de pontos em três tempos de 15 minutos.
• Se a bola bater no quadro de remissão e a equipe oponente pegar o rebote, o ponto não é marcado.

• Se o tamanho do campo for de 30 m × 15 m, as equipes terão 6 ou 7 jogadores cada.• A distribuição dos jogadores é de 2 alas direitos e 2 alas esquerdos, que tentam marcar o ponto; 2 pivôs à frente do quadro de remissão; e o pivô central, que tem o objetivo de orientar a distribuição da bola.

Quadro elaborado para esta obra.

Vamos à prática!

Vivência do tchoukball

A seguir, propomos algumas práticas nas quais os estudantes vão trabalhar em equipe. Converse com eles sobre respeitar as individua­lidades de cada um e saber ouvir as diferentes opiniões. Ressalte a importância do diálogo, do respeito, de saber ouvir e de emitir opiniões, sugestões e críticas construtivas para um bom desempenho do trabalho em equipe.

Objetivos

Explorar a dinâmica de arremesso, recepção e esquiva durante jogos de equipes e vivenciar o esporte tchoukball, ressignificando-o de acordo com o contexto da turma e da escola, além de conhecer e construir os aspectos técnicos e táticos do tchoukball.

Materiais

Bolas de diferentes tamanhos, coletes (fitas ou materiais que possam identificar as equipes) e quadros de remissão (madeira inclinada ou caixa de papelão resistente).

Jogo dos 10 passes na equipe

Divida a turma em seis ou oito grupos com aproximadamente cinco integrantes cada. Cada grupo terá de realizar dez passes sem deixar a bola cair no chão, passando por todos os integrantes.

Jogo dos 10 passes entre duas equipes

Divida a turma em quatro grupos. Dê a cada grupo coletes ou fitas que possam identificá-los durante o jogo. Dois grupos jogarão entre si. O objetivo de cada grupo é realizar 10 passes sem a intercepção do grupo adversário. Após cada jogo concluído, permita que os grupos se reúnam e construam novas regras.

Minijogos de tchoquebóu

Construa com os estudantes miniquadras de tchoukball no espaço a ser utilizado para a prática. Os grupos jogarão com apenas um quadro de remissão. Oriente os grupos a observar o espaço e combinar o posicionamento de cada jogador (pivôs, alas direitos, alas esquerdos).

Após um tempo de jogo, faça um breve intervalo para que os estudantes tomem água e conversem sobre o desenvolvimento da equipe no jogo, as dificuldades que tiveram com as regras, os princípios táticos, entre outras questões levantadas por eles. Retomem o jogo de tchoukball e, com a equipe, procurem ajustar as possíveis dificuldades encontradas.

Explique aos estudantes os princípios táticos de ataque e defesa no quadro a seguir.

Ataque

• Observar a disposição dos jogadores para passar, conduzir ou finalizar a jogada.

• Passar para quem tem melhores condições de finalizar ou continuar a jogada.

• Auxiliar o atacante com posse de bola (afastar seu defensor direto, fazer bloqueio a outros jogadores).

• Procurar demarcações ofensivas.

• Participar do rebote ofensivo ou participar do retorno defensivo.

Defesa

• Responsabilizar-se pelo atacante direto.

• Posicionar-se entre o atacante e a meta.

• Manter no campo visual o atacante direto e o atacante com posse de bola.

• Ajudar o defensor do atacante com posse da bola.

• Ficar dois defensores para o atacante com posse da bola.

Quadro elaborado com base em Dêivis traço dêivis e Peiró (1992), bãtler (1997), Mêndes traço Gimênes(2003), apud gonzales e Bratch (2012).

Oriente as equipes a organizar o posicionamento e o sistema tático.

O jogo terá dois quadros de remissão (um de cada lado) com as regras estudadas nas aulas e a organização tática construída.

No momento final da aula, converse com a turma sobre as questões sugeridas na parte introdutória e sobre a organização tática construída pela equipe (pontos positivos e dificuldades)

Esportes de precisão

A principal característica dos esportes de precisão é o lançamento de um objeto para acertar um alvo. Relembre o que os estudantes aprenderam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sobre os esportes de precisão e exemplifique os objetivos dessa modalidade por meio dos exemplos do quadro.

Esportes de precisão

Esporte

Local de prática

Objetivo

O que é preciso fazer para vencer?

Bocha, malha, curling e shuffleboard

Cancha, campo e pistas de gelo

Marcar pontos, lançando bolas, discos de metal ou pedras visando aproximá-los de um alvo.

Lançar as bolas o mais perto possível do bolim (bola menor); derrubar o pino ou chegar o mais perto do alvo circular (curling) ou triangular (shuffleboard).

Golfe, croquet e sinuca

Campo e mesa de sinuca

Acertar uma bola em buracos, por dentro dos aros do croquet e em uma sequência de bolas na sinuca.

Rebater a bola com um taco com a meta de percorrer um percurso ou uma sequência de bolas. Compara-se o número de tentativas com a pontuação para definir o vencedor.

Boliche e gorodki

Pista

Lançar uma bola ou um bastão para derrubar pinos.

No boliche e no gorodki, lança-se uma bola e um bastão para derrubar pinos dispostos em determinada posição.

Arco e flecha, dardo, jogo indígena ta

Espaço aberto ou fechado

Acertar o centro do alvo

Atingir uma flecha no alvo circular, lançado com as mãos ou com o uso de um arco.

Quadro elaborado para esta obra.

Conforme o interesse dos estudantes, pode-se solicitar pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre determinada modalidade, principalmente sobre os esportes pouco conhecidos, como o curling, o shuffleboard e o goródiki.

De acordo com a classificação proposta pela Bê êne cê cê (BRASIL, 2018), nos esportes de precisão não há interação com o adversário. Outra característica desses esportes é o ambiente previsível e estável. Quando é possível antecipar as condições do ambiente, como no goródiki, a posição dos pinos não se altera e não há imprevistos. Portanto, as fórmas de controle e de aprendizado do esporte apresentam peculiaridades considerando a teoria de processamento de informações, em que o praticante deve realizar certo número de operações mentais (como usar dados do ambiente), armazená-las e processá-las. Um modelo para explicar a performance humana foi proposto por Marteniúk(1976), veja na unidade 1, Jogos, do 6º ano, página 23.

Fotografia 1. Homem usando camisa amarela, bermuda jeans, agachado no chão e com a mão direita esticada para a frente. De sua mão sai uma bola que percorre um corredor. Mais à frente, há três bolas paradas que a bola que ele lançou deve atingir. Pessoas em pé observam.  Fotografia 2. Homem idoso de cabelo grisalho, usando boné, camisa, bermuda e tênis branco. Ele está com o corpo um pouco inclinado e segura um taco de croquet na direção de uma bola vermelha sobre um gramado. Ao redor, há pequenas traves brancas e retangulares. Ao fundo, há outro jogador, na mesma posição. Fotografia 3.  Homem usando uniforme azul e vermelho, segurando uma barra fina com a mão direita. Ao fundo, há três barras pequenas sobre o chão.
1. Jogo de bocha. Barra Bonita, Santa Catarina, 2010. 2. Jogo de croquet. Nottinghamshire, Inglaterra, 2015. 3. Jogo goródiki. [sem local], 2010.

Como exposto no quadro, nessas modalidades há um sistema de feedback, que são as informações recebidas pelo atleta durante ou após a execução do movimento para detectar e corrigir a diferença entre o desejado e o realizado. Esse sistema pode ser ensinado no momento de vivência prática da habilidade motora, ao indicar as fórmas de manejo do objeto, de angulação das articulações, de posicionamento dos pés, entre outras. Motive os estudantes a aprender a usar o feedback intrínseco utilizando suas próprias percepções e a consciência do controle dos movimentos.

Nos esportes de precisão, o praticante pode planejar os movimentos com antecedência e determinar quando começar. No arco e flecha, o atleta planeja quais músculos deverá contrair para atingir a angulação das articulações desejada e calcula antecipadamente a distribuição de fôrça empurrando o arco e puxando a corda de fórma firme e constante.

Para o aprendizado dessas modalidades, há uma demanda de consistência e de reprodução dos movimentos treinados, sem a necessidade de ficar continuamente tomando decisões, sem pressão do tempo ou necessidade de ajustes repentinos. O jogador de boliche, por exemplo, avaliará a posição dos pinos para planejar seus movimentos: amplitude do ângulo das articulações de ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho etcétera para direcionar a trajetória da bola; intensidade da fôrça muscular para dar velocidade à bola; além de decidir o momento em que se sente confortável para rolar a bola em direção aos pinos.

Para executar o movimento, o jogador teve de realizar várias tentativas em seu treino para encontrar a fórma mais eficiente e a realizou de fórmas repetidas até automatizá-la para usá-la em uma competição.

Ilustração. Um menino usando camiseta azul e calça jeans está em pé e segura uma bola vermelha com as duas mãos. Ao redor, destaque para os pensamentos do menino: Ele segurando a bola, andando para frente e mirando um alvo;  seu braço mostrando os músculos que serão ativados com o movimento de lançamento que fará; ele lançando a bola em direção ao chão, em linha reta; a bola fazendo um movimento reto no chão até chegar aos pinos brancos no final, que deverão ser atingidos.
Jogador de boliche se preparando para arremessar a bola contra os pinos. Ilustração elaborada para esta obra.

Com base nessas informações, o praticante será capaz de avaliar e reformular seus movimentos para melhorar seu desempenho; assim é que se dá o processo de aprendizagem dessas habilidades motoras. Durante a execução, ele recebe as informações cinestésicas sobre como o movimento está sendo executado e, após a execução, tem informações (basicamente, visuais) sobre o resultado do movimento. Por exemplo, ao rebater a bola de golfe, o jogador já percebe se o ângulo do ombro foi além do desejado e vê que a bola ultrapassou o alvo. Explique esse processo para que os estudantes possam refletir sobre a ação e resolver os desafios das práticas corporais.

As primeiras tentativas de execução resultam em erros de performance. Então, é importante incentivar os estudantes a persistir, mas esclareça que o desempenho de um atleta é influenciado pela qualidade e quantidade de treinamento, recursos disponíveis (equipe de acompanhamento, equipamentos etcétera.), condições física e psicológica adequadas, entre outros elementos.

Na escola, o objetivo não é treinar os esportes, pois não há equipamentos, espaço e tempo para a aprendizagem de fórma adequada para a aquisição dessas habilidades motoras. A proposta é possibilitar a maior variedade de elementos da cultura corporal de movimento para que todos tenham a oportunidade de vivenciá-las e refletir sobre seus interesses e desejos. Assim, a turma poderá procurar um local para o treinamento de fórma efetiva extracurricular (centros esportivos, clubes, projetos em ônguis). A partir das condições da escola, propicie experiências positivas para que cada um reflita se quer ser um futuro atleta ou praticante nas horas de lazer.

Elementos da cultura corporal de movimento dos esportes de precisão

A cultura e o ambiente interferem nas práticas corporais, como o jogo malha, que era uma brincadeira na Roma antiga, quando os soldados do exército ocupavam suas horas livres arremessando ferraduras velhas em uma estaca espetada no chão. Em dois outros distantes espaços geográficos são encontrados jogos em que o objetivo é laçar animais: chifres de veados, no norte da Sibéria, e de bois, no Sul do Brasil.

Essas atividades cotidianas se converteram em modalidades esportivas. O tiro de laço era uma brincadeira na década de 1950, e até hoje traz a representatividade do modo de vida tradicional gaúcho.

rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado

Para aprofundamento, pesquise na internet o vídeo a seguir.

70 ANOS DO TIRO DE LAÇO. 1 vídeo (43 minutos). Publicado pelo canal Tiro de laço.

Documentário com entrevistas e depoimentos dos primeiros laçadores em Esmeralda (Rio Grande do Sul).

A bocha é um jogo com as mesmas características táticas da malha, mas é jogada com bolas. Comente com os estudantes que é uma modalidade que pode ser praticada por atletas que têm diversos graus de paralisia cerebral e deficiências severas. Os atletas ficam em cadeiras de rodas e podem usar mãos, pés, instrumentos de auxílio, e podem contar com ajudantes (calheiros). Os tetraplégicos, que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa na cabeça com uma agulha na ponta para empurrar a bola por uma calha.

A bocha teve um antecessor nos Jogos Paralímpicos: o lawn bowls (tigela na grama), uma espécie de bocha jogada na grama. Seu objetivo é colocar uma bola assimétrica (chamada bowl – “tigela”, em inglês) mais próxima de uma bola branca.

Fotografia. Homem de cabelo grisalho, usando boné, camisa e calça branca, óculos escuros, está com o tronco agachado, os joelhos dobrados e com a mão direita esticada para frente. Ele acabou de lançar uma pequena bola preta, que desliza pela grama.
Jogo lawn bowls. Sussex, Inglaterra, 2015.

Vamos à prática!

Jogos com alvos no chão

Converse com os estudantes sobre as práticas corporais da comunidade relacionadas aos esportes de precisão. Escolha uma manifestação cultural ou conte a origem da malha, sugerida a seguir. O objetivo será a vivência de uma prática corporal em que se rolam ou se lançam objetos para alcançar os alvos.

Materiais

Corda, cone, pino (bastão com 20 centímetros que se mantenha na posição vertical), disco de papelão (metal ou pedra), bolas de diferentes tamanhos, bastão, papel, caneta, fita adesiva e giz.

Procedimento

Organize grupos de quatro a seis estudantes. Proponha os objetivos iniciais de cada um dos jogos e estimule a turma a recriar as regras (competição entre grupos, alvo único ou em cada campo etcétera., e pontuação em cada setor).

Jogo do laço

Cada equipe terá um bastão apoiado dentro de um cone a três metros de distância. Cada integrante deverá lançar a corda na tentativa de laçar o bastão.

Jogo de malha

Cada equipe terá um pino a dez metros de distância e cada integrante terá um disco para derrubar o pino ou se aproximar dele o máximo possível.

Curling ou shuffleboard

Cada equipe terá um bastão e desenhará com giz a pista de curling com quatro círculos concêntricos ou de shuffleboard, um triângulo com quatro divisões paralelas à base. Cada integrante lançará o disco com o auxílio de um bastão para que ele deslize sobre a pista e chegue o mais próximo do centro do círculo ou da pontuação máxima no vértice superior do triângulo.

Jogo de bocha

Cada equipe terá um bolim (bola pequena, de tênis ou iniciação) para rolar e cada integrante terá uma bola maior colorida ou numerada de 1 a 6 (papéis colados com fita adesiva) para lançar o mais próximo possível do bolim.

Jogos adaptados

Todos os jogos podem ser realizados em posição sentada, como a bocha nos Jogos Paralímpicos de verão ou o curling nos de inverno.

Ilustração 1. Quadra (pista) de shuffleboard, retangular e fina. Nas extremidades da pista, um triângulo isósceles grande dividido em três partes. Na parte superior há o número 10. Na parte central, que se divide em duas, o número 8, e na parte inferior, que também se divide  em duas, o número 7. Em cada lado do triângulo, os números: 1, 2, 3, -10.
Quadra (pista) de shuffleboard. Desenho elaborado para esta obra com base em Associação Brasileira de Shuffleboard.
Ilustração 2. Pista de curling, retangular. Nas extremidades, quatro círculos (um dentro do outro): o primeiro círculo é verde; o segundo é azul-claro, o terceiro é vermelho e o último (e menor) é branco. Há uma linha preta vertical central em toda a extensão da quadra e que divide os círculos. Há, também, duas linhas vermelhas horizontais, que dividem a quadra em três partes iguais. Duas linhas pretas horizontais cortam os círculos ao meio.
Pista de curling. Desenho elaborado para esta obra com base em Reuters/Gazeta do Povo.
Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, auxilá-los inicialmente no reconhecimento e na demarcação dos espaços pode contribuir para a prática.

Aprendendo com os povos originários

Pergunte aos estudantes os motivos pelos quais o arco e a flecha foram usados na história da humanidade e cite os exemplos a seguir.

Fotografia 1. Moça de cabelo castanho, usando um vestido verde de manga longa e uma capa cinza. Ela está segurando um arco e flecha apontado para baixo. Ao lado, um ser de pele e pelos castanhos, com chifres e um capacete. Ele está em pé e segura uma espada. Ao fundo, há morros. Fotografia 2. No centro, há um desenho de um homem usando capacete, sentado em um cavalo e segurando um arco e flecha apontado para trás. A cor que predomina é a marrom.
1. Cena do filme Crônicas de Nárnia: o leão, a bruxa e o guarda-roupa, de 2005. Direção: éndrú Adamssan. 2. Arqueiro da Pá Kua Arqueria Chinesa retratado em túmulo do período , cêrca de 200 antes de Cristo-200 depois de Cristo Sichuan, China.

Muitos filmes e desenhos de animação retratam o uso do arco e da flecha por guerreiros quando ainda não existiam a pólvora e as armas de fogo.

Fotografia 3. Pintura rupestre em tons de vermelho em uma parede de caverna mostrando uma silhueta humana segurando um arco e flecha apontado para frente.
3. Detalhe de pintura rupestre que representa um arqueiro, encontrada em Cederber Mountain. Clénuiliam, África do Sul [sem data].

Atualmente, o arco e a flecha são utilizados em brincadeiras cotidianas como fórma de transmissão da cultura por várias etnias indígenas e fazem parte da categoria de integração dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (jota ême pê í), em que o alvo é o desenho de um peixe.

Pesquise e apresente aos estudantes a reportagem a seguir.

DO TIRO com arco para o arco e flecha: atleta olímpico experimenta prática indígena nos jota ême pê í. Conexão Tocantins, Palmas, 26 outubro 2015. A reportagem acompanha a visita de Marcus Vinicius, de 17 anos, um jovem atleta brasileiro de tiro com arco aos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (jota ême pê í). Ele praticou arco e flecha indígena pataxó.

Em 2022, Marcus Vinicius D'Almeida conquistou a primeira medalha de ouro brasileira na Copa do Mundo de Tiro com Arco, em Paris, França.

Curiosidade

O lendário herói Róbin Rúd empresta seu nome a uma das jogadas mais raras do tiro com arco: acertar a parte de trás de uma flecha que já está fincada no alvo. Quando isso ocorre, a jogada é chamada de Róbin Rúd e o atleta pode levar a flecha como troféu de seu feito.

O tiro com arco paralímpico pode ser disputado por pessoas com amputações, paraplégicas, tetraplégicas, com paralisia cerebral, doenças disfuncionais e progressivas, como a atrofia muscular e escleroses, com disfunções nas articulações, problemas na coluna e múltiplas deficiências.

Ilustração. Painel circular com diversos círculos dentro, com cores variadas. De fora para dentro: verde, vermelho, amarelo e preto. No círculo central há duas flechas verdes e entre elas, uma flecha vermelha.
Representação da jogada Róbin Rúd.
Fotografia. Homem usando boné, uniforme preto e vermelho. Ele não tem os braços, está sentado e, com a perna direita esticada, se prepara para usar um arco e flecha adaptado.
Mét Stútman em tiro com arco nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, 2021.

Conectando saberes

Esta seção propõe o Tema Contemporâneo Transversal Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e as habilidades específicas do componente curricular de História (ê éfe zero sete agá ih um dois), ao identificar a distribuição territorial da população brasileira em diferentes épocas, considerando a diversidade étnico-cultural indígena, e de Geografia (ê éfe zero sete gê ê zero três), ao selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários.

Peça aos estudantes que citem as etnias que conhecem, o que sabem sobre a cultura e a história dos povos indígenas, especificamente, sobre a defesa de seus territórios.

Territorialidade das etnias no Brasil

Como vimos, o arco e flecha foi apresentado por Timbira Pataxó ao atleta olímpico Marcus Vinicius. A seguir apresentamos o jogo , do povo Kalapalo. Pergunte aos estudantes se já conheciam algo sobre essas etnias, onde se localizam as aldeias e sugira um estudo documental dos dados do í bê gê É, indicado no boxe rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado. Peça que façam uma lista das etnias conhecidas e compartilhem seus saberes.

Os Pataxó vivem em diversas aldeias no extremo sul do estado da Bahia e no norte de Minas Gerais. Desde o contato com os colonizadores, no século dezesseis, que chegaram pelo litoral brasileiro, é uma das etnias que resistem com sua cultura, como ao avivar a língua patioran e rituais como o Auê.

rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado

Pesquise na internet e apresente aos estudantes o site sugerido a seguir.

í bê gê É. Indígenas. Esta página foi criada em 2012 para se alinhar aos institutos internacionais de estatísticas, que destacam a importância das comunidades indígenas na formação dos seus respectivos povos. Na pesquisa da população indígena do Censo Demográfico 2010, investigou-se o pertencimento étnico e as línguas indígenas faladas, identificando a população residente nas Terras Indígenas e fora delas.

O Censo Demográfico 2010 aprimorou a pesquisa da população indígena, investigando o pertencimento étnico e as línguas indígenas faladas, além de identificar a população residente nas Terras Indígenas e fora delas.

Os povoados com maior número de indígenas estão localizados nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, como é o caso dos Kalapalo, que são um dos quatro grupos de língua karib que habitam a região do Alto Xingu, Mato Grosso.

Com a chegada dos europeus ocupando o litoral brasileiro, os povos indígenas, como fórma de escapar do controle e da escravização, tiveram de habitar o interior do país, onde os colonizadores não tinham o controle efetivo.

Em parceria com os professores de História e de Geografia, oriente uma pesquisa sobre a ocupação da terra pelos povos originários desde a invasão dos portugueses até os tempos atuais. Motive-os a se atualizar sobre a articulação dos povos indígenas em defesa da terra. Um exemplo é a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (apíbi), que reúne as organizações regionais indígenas com o propósito de fortalecer a união dos povos e a articulação entre as diferentes regiões e organizações indígenas do país.

Cultura e jogo dos Kalapalo

Conforme relato da pesquisa de Herrero, Fernandes e Franco Neto (2006), a maioria dos jogos do povo Kalapalo aproveita o entorno (água, terra, mata, fogueira, palha de buriti, tronco, corpo etcétera) e os utensílios do cotidiano, como o , um círculo confeccionado com palha e usado pelas mulheres como suporte para equilibrar tachos e outros objetos pesados na cabeça. A própria construção do objeto faz parte da brincadeira, ao encontrar os materiais na natureza.

As habilidades desenvolvidas têm características dos jogos cooperativos (alegria, objetivo grupal, tolerância, coragem, companheirismo, respeito e harmonia) e de construção do conhecimento (observação, conceituação, identificação, comparação, classificação, interferência, relacionamento, previsão, planejamento, antecipação, contagem e análise de resultados). A maior motivação dos Kalapalo é a diversão.

Para o jogo, formam-se duas equipes dispostas em fileiras. Um dos jogadores corre enquanto lança o pelo ar em direção à equipe adversária, que tenta acertá-lo com a flecha. Se ninguém acertar, as equipes invertem suas funções. Quando alguém acerta o alvo, a equipe continua testando a pontaria, e o lançador da outra equipe sai temporariamente do jogo. Os Kalapalo dizem que o lançador “sangrou”, uma alusão ao período menstrual em que as mulheres ficam afastadas da comunidade. O jogo acaba quando todos os jogadores são eliminados ou quando se cansam, e o time vencedor grita e ergue seus braços em comemoração.

Fotografia. Homem indígena está em pé e segura um arco e flecha apontado na direção de um objeto circular que paira acima do chão de terra. Ao fundo, há uma oca, vegetação e diversos indígenas.
Homens kalapalo treinam a pontaria durante o jogo . Parque Indígena do Xingú, Mato Grosso, 2006.

Vamos à prática!

Jogos com alvos à frente

Objetivos

Compreender o conceito do esporte de precisão pela turma, acertar o alvo e conhecer e vivenciar o jogo adaptado.

Materiais

Alvo (papel e caneta), dardos (bolas de meias), bambolê e bola.

Iniciando com o dardo

  1. Desenhe um alvo, que pode ser o tradicional com círculos concêntricos, um peixe (acertar no ôlho vale maior pontuação) ou outras possibilidades, conforme a criatividade.
  2. Combine as regras do jogo com a turma: quantidade de tentativas; respeito à linha de lançamento de dardos; decisão sobre a distância etcétera
  3. Dê dicas para os estudantes melhorarem o desempenho, como:
    1. Ao mirar, tenha extrema concentração no lançamento de dardos; posição estável; pegada correta do projétil; determinação e confiança ao lançar.
    2. Faça um balanço ao lançar e evite o erro comum de deixar cair o braço após soltar o dardo/projétil. Deixe o cotovelo estendido, apontando ligeiramente para cima na fase final do lançamento de dardos.
  4. Organize a turma para que experimentem acertar o alvo em pé e depois sentados em uma cadeira, como na modalidade paralímpica.

Jogo adaptado

  1. Explique a prática corporal indígena de precisão, concentração e pontaria, ressaltando que, quando o alvo se movimenta ao ser lançado, o jogo é mais desafiador, em razão da complexidade em acertá-lo.
  2. A disputa é realizada por duas equipes que se revezam. Enquanto uma lança o (que é adaptado com o bambolê), a outra tenta acertá-lo com uma bola. Atenção para a organização dos estudantes para que tenham uma distância segura para que não acertem algum colega ao lançarem o bambolê.
  3. Inicie como uma brincadeira em duplas, explorando possibilidades de rolar ou lançar o bambolê para o alto. Um dos pares deverá tentar acertar uma bola no bambolê, primeiro com ele parado e depois em movimento. Uma variação: atravessar a bola pelo bambolê.
  4. Forme com os estudantes duas equipes: uma vai lançar um bambolê e a outra terá de acertá-lo ou atravessá-lo com a bola. As regras podem ser similares às do jogo indígena, principalmente a parte em que o mais importante é se divertir, e não ganhar.
Orientação para acessibilidade

Se houver estudantes cegos na turma, auxiliá-los inicialmente no reconhecimento e na demarcação dos espaço pode contribuir para a prática. Calcular em passos a distância entre o ponto de lançamento, marcado com um objeto tridimensional, e o alvo é uma possibilidade.

Avaliando em diferentes linguagens

Pesquise uma reportagem sobre bullying no esporte. Em seguida, em duplas, construam um podcast informativo para a comunidade escolar apresentando algumas fórmas sobre como combater a violência física e psicológica.

Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes

Cidadania e Civismo.

Esta atividade está articulada com o tê cê tê Educação em direitos humanos.

Com os grupos, organizem uma apresentação envolvendo a dança, a música, o teatro, entre outras possibilidades para a abertura e o fechamento do festival, enfatizando as habilidades (ê éfe seis nove á érre zero três), ao analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera.), e (ê éfe seis nove á érre zero seis), ao desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

É importante que o evento componha o calendário letivo da escola, bem como o projeto político-pedagógico. Nesse contexto, converse com a equipe gestora da escola e verifique as possibilidades de envolvimento e participação de outros profissionais da escola, incluindo professores das demais áreas. Estimule o envolvimento dos estudantes e crie de fórma colaborativa com a turma um calendário para discutir os encaminhamentos para o evento.

Tchoukball e cultura de paz

No decorrer desta unidade temática foi possível realizar trabalhos em equipe, respeitar as individualidades e as opiniões dos estudantes nas diferentes práticas propostas, tendo o diálogo como base para as atitudes e condutas de todos. Foi apresentado o tchoukball, considerado o esporte da paz pela ônu, pois promove a inclusão e a cooperação entre os participantes, contribuindo para a construção de valores sociais humanos e solidários. Proponha a organização de um evento sobre a cultura de paz na escola com essa modalidade e convide os professores das demais áreas para ajudar os estudantes a organizar o evento.

Orientações aos estudantes

Constituam o Comitê Cultura de Paz, com a participação de estudantes, grêmio estudantil, professores, conselho de escola e equipe gestora.

O Comitê Cultura de Paz realizará reuniões constantes com base no cronograma organizado para definir a data e o formato do evento.

Os estudantes que conhecerem o esporte tchoukball ficarão responsáveis por organizá-lo. Na organização dos jogos, forme os grupos e convide com antecedência os estudantes de outras turmas e anos para compor as equipes e criar um nome para elas.

Outras ações também poderão ser elaboradas pelas turmas, como orientar os demais estudantes sobre o esporte e suas características.

Organizem uma abertura (por exemplo, uma apresentação de dança) e um fechamento para os jogos (como uma apresentação de ginástica artística).

Sugira que o evento seja produzido pelos estudantes: músicas, danças, vídeos, desenhos, poesias, teatro, entre inúmeras possibilidades com a temática da cultura de paz.

Junto ao Comitê, elaborem os convites para as famílias e os amigos, divulguem nos estabelecimentos comerciais do bairro e em órgãos e entidades que trabalham com a temática, como a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Cultura.