UNIDADE TEMÁTICA 1 ESPORTES DE COMBATE, REDE E PAREDE

Raio-xis da unidade

Competências da Bê êne cê cê

Competências gerais da Educação Básica: 1, 3, 4, 5, 7, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

Competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental: 1, 2, 4, 5, 6, 7, 9 e 10.

Habilidades de Educação Física da Unidade Temática

(ê éfe oito nove ê éfe zero um) Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e fruir os esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e combate, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.

(ê éfe oito nove ê éfe zero dois) Praticar um ou mais esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e combate oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas.

(ê éfe oito nove ê éfe zero três) Formular e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de campo e taco, rede/parede, invasão e combate como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de fórma específica.

(ê éfe oito nove ê éfe zero quatro) Identificar os elementos técnicos ou técnico-táticos individuais, combinações táticas, sistemas de jogo e regras das modalidades esportivas praticadas, bem como diferenciar as modalidades esportivas com base nos critérios da lógica interna das categorias de esporte: rede/parede, campo e taco, invasão e combate.

(ê éfe oito nove ê éfe zero cinco) Identificar as transformações históricas do fenômeno esportivo e discutir alguns de seus problemas (doping, corrupção, violência etcétera.) e a fórma como as mídias os apresentam.

O que veremos nesta unidade

Esta unidade tem o objetivo de apresentar esportes de combate, rede e parede sob a perspectiva da espetacularização esportiva. Iniciamos com o karatê, tecendo relações com suas transformações ao longo da história em razão dos processos de esportivização, abordando seu desenvolvimento histórico, seus elementos, além de uma vivência utilizando bexigas. Também sugerimos a tematização do punhobol, como esporte de rede, e da pelota basca, como esporte de parede, com vivências integradas e possibilitando o uso de materiais acessíveis.

Propusemos a conexão de saberes com os Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês), mais especificamente com os temas Educação para o consumo e Ciência e tecnologia, visando à compreensão do processo de espetacularização das lutas esportivizadas e sua influência nas tecnologias da esgrima.

Na seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes”, é proposta uma ação pedagógica para promover a reflexão sobre o processo de esportivização nas modalidades esportivas, pensando em ações para a compreensão desse processo por meio de pesquisas, construções textuais, interpretações e divulgação para a comunidade escolar.

DE OLHO NAS IMAGENS

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que a imagem seja descrita oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.

Fotografia. Duas karatecas. Uma está de quimono branco com faixa azul, calçado azul e luvas vermelhas. Ela está com o tronco inclinado para trás e a perna direita levantada e esticada para cima, na direção da cabeça da outra karateca, realizando um ippon. A segunda karateca usa quimono branco com faixa preta, luvas vermelhas e está descalça.
Fotografia. Homem usando capacete branco, camiseta vermelha, calça branca está em pé e segura um taco grosso e ondulado, levantado na direção de uma bola branca. Ao lado há duas pessoas, uma com uniforme azul e outra com uniforme vermelho.
1. Mulheres praticando esporte de combate. [sem local], 2017. 2. Times em competição de esporte de parede. México, 2017.

Apresente as imagens aos estudantes e faça as perguntas a seguir.

  • Quais desses esportes você conhece? Qual deles você já praticou ou viu?
  • O que acha que significa esporte de combate? E de rede e parede? Cite os que você conhece.

Apresente os temas que iniciarão os estudos no 8º ano e verifique se a turma associa os esportes de combate às lutas, como o karatê (representado na imagem com duas karatecas, em que uma realiza um chute na cabeça, caracterizando ípôm). Relembre com os estudantes as modalidades de rede, como vôlei ou tênis, e de parede, como squash ou pelota basca (representada na imagem pela modalidade césta púnta, em que a bola é rebatida com uma cesta). Conte que irão estudar e vivenciar essas modalidades com base nos conceitos de esportivização e espetacularização esportiva.

Por dentro do tema

A espetacularização será abordada pela pesquisa de Antunes (2007), que analisa como estudantes recebem o discurso midiático-esportivo. Esses estudos de recepção de produtos da indústria cultural esportiva podem ser usados pelo professor na perspectiva de pesquisador de sua prática pedagógica. Questione a turma, de fórma sistematizada ou casual, sobre a opinião em assuntos relacionados aos elementos da cultura corporal de movimento que chamam mais sua atenção, as mídias mais utilizadas, entre outros.

A sociedade do espetáculo e da indústria cultural

Os estudantes recebem mensagens espetacularizadas e impulsionadas pela indústria cultural. Esse é um fenômeno complexo que vai muito além de ver ou ouvir as mensagens da mídia, pois é um processo subjetivo perante os elementos formadores de opinião e interesses mercadológicos.

Os resultados da pesquisa de Antunes (2007) indicam que os professores, a família e os amigos são os mediadores dos assuntos consumidos nos meios de comunicação. Mostram, também, que os estudantes não percebem que a televisão constrói sua versão para transmitir os eventos esportivos com inserções publicitárias e incentivo ao consumo dos produtos oferecidos em suas programações.

Nessa perspectiva, a Educação Física deve oportunizar a reflexão sobre questões de ordem política, econômica, social e cultural dos esportes. Tem uma função mediadora para a formação de estudantes como receptores críticos e sujeitos emancipados, fazendo-os perceber que os discursos midiáticos esportivos são construídos com o intuito de despertar desejos, sonhos, crenças e valores por meio da combinação de mitos e fantasias que geram (pseudo)necessidades por produtos e serviços.

Antunes (2007) aponta que os recursos visuais na transmissão de eventos esportivos criam um fantástico espetáculo, baseado na exploração de emoções para que o telespectador se sinta no próprio evento esportivo, com narrativas carregadas de sensacionalismos. A violência nos estádios, por exemplo, compõe parte do espetáculo esportivo, virando notícia para vender jornais e revistas e para dar ibope aos programas televisivos. Nos dados de Antunes (2007), os estudantes relataram que o telespetáculo oferece segurança da integridade física e acesso ao esporte mesmo com restrição financeira ou de tempo para acompanhar presencialmente seus times nas quadras, nas pistas, nos estádios, nas piscinas etcétera.

Em época de grandes eventos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, a movimentação midiática cresce, tanto de circulação local quanto nacional e internacional. Aproveite as reportagens para refletir com a turma sobre esse processo de espetacularização dos esportes, pesquisando informações sobre suspeitas e investigações de corrupção nos eventos, apostas ilegais, doping esportivo, atos de violência física, psicológica ou moral com questões racistas, entre outras. Faça o levantamento sobre a adesão aos veículos de comunicação (vídeos, revistas eletrônicas, sites), a linguagem empregada (entrevista, fotorreportagem, artigo de opinião) e, principalmente, sobre a repercussão das informações transmitidas pelos grandes meios de comunicação.

O processo de esportivização do karatê

Na atualidade, muitas lutas têm passado pelo processo de esportivização com o objetivo de transformá-las em espetáculo, em função das demandas da mídia, modificando alguns de seus elementos estruturais (regras, tempo, vestimentas etcétera.). A espetacularização das lutas é respaldada pela idolatria aos atletas e pela dinâmica da mercantilização da cultura esportiva. Um grande exemplo disso são as Artes Marciais Mistas (ême ême á).

Fotografia. Vista de cima de uma arquibancada circular e cheia. No centro há um telão retangular com imagem dos lutadores e abaixo, um ringue octogonal.
Visão geral do octógono durante o evento ú éfe cê 243 no Marvel Stadium. Melbourne, Austrália, 2019.

O karatê passou por esse processo de esportivização. De acordo com a Bê êne cê cê (BRASIL, 2018), os esportes de combate são caracterizados como disputas nas quais o oponente deve ser dominado por meio de combinações de ações de ataque e defesa.

Como abordado por Silva (2014), na época em que a ilha de oquinaua estava sob o domínio da China, existiam alguns estilos e técnicas de luta desenvolvidos pelo monge budista bôridárma. Séculos depois, quando o Japão dominou a ilha e proibiu o uso de armas, teve início a prática de combates de modo secreto, sem Dôrros (locais de treinamento), uniformes ou armas. Nesse contexto, foi desenvolvido o karatê, arte marcial cujo nome significa “mãos vazias”, mas utiliza os pés, os joelhos, os cotovelos e as mãos como armas. Ele se desenvolveu de fórma clandestina até o século dezenove, para ser divulgado pelo Japão e pelo mundo com a ajuda de mestres como guitchim funêcoutchi (1868-1957), considerado um dos fundadores do karatê moderno.

Ao ter se expandido pelo mundo e passado pelo processo de esportivização, o foco do karatê passou a ser a técnica e a competição. Contudo, os valores e as condutas dos praticantes dessa luta ainda eram difundidos ao se desenvolver o caráter, além da preparação física.

Atendendo às exigências das instituições governamentais para sua oficialização como luta, a prática começou a ser feita com uniformes (caratégue), criou-se um sistema de graduações e seu ensino passou a ser realizado em espaços próprios (canachiró, 2008). Há vários estilos de karatê, mas apenas três são reconhecidos pela World Karate Federation (WKF), Federação Mundial de Karatê: chutocam, Gôrro ríou e uádou rríou.

Nos campeonatos, os atletas são organizados em categorias de acordo com a idade, a classe à qual se adapta, o sexo (masculino ou feminino), a graduação e o peso. A entrada do karatê nas olimpíadas passou por um longo processo de formação das federações e de adequação a determinadas regras e procedimentos (Putchinéli, 2017).

Características e regras do karatê

O ensino do karatê moderno é constituído de três partes: kirróm (que significa “básico”, em japonês, e consiste dos fundamentos técnicos essenciais), kata (que significa “fórma” e é uma simulação da luta) e Cummai (o combate propriamente).

Fotografia. Menino usando quimono branco, faixa azul na cintura com o tronco para trás e a perna direita levantada na direção do rosto de um menino de quimono branco e faixa laranja na cintura.
Movimento ura mawshi geri. [sem local], 2017.
Fotografia. Mulher de quimono branco, faixa vermelha na cintura, luvas vermelhas com o tronco para trás e a perna esquerda esticada para frente na direção da cintura de uma mulher usando quimono branco com faixa azul.
A egípcia Sorrilá Abósimêu e a búlgara Alequissandra istúbleva competem no Cummai. Cairo, Egito, 2021.
Fotografia. Homem usando quimono branco com faixa azul na cintura com a perna direita na frente e os dois braços esticados para frente com o punho fechado.
Apresentação do turco Ali Sofuoglu no kata. Tóquio, Japão, 2021.

Confira a seguir alguns dos movimentos básicos do karatê.

Posições de base comuns no karatê

Mussúbi dátchi: calcanhares juntos e pés em um ângulo aproximado de 45º. Posição assumida nos momentos de saudação inicial e final.

Ilustração. Homem de quimono branco, faixa preta na cintura em pé e com as duas mãos na cintura. Ao lado há uma linha preta com a marca de dois pés lado a lado na frente da linha.

nicou ássi dátchi: apenas a ponta do pé da base da frente é colocada no chão. Permite maior velocidade nos chutes. Variação com pé de trás de apoio: côucutissudátchi.

Ilustração. Homem de quimono branco com faixa preta está com o pé direito inclinado para o lado, o pé esquerdo reto e com o calcanhar levantado. Ele aparece de frente, está com os joelhos levemente dobrados e as mãos na cintura. Ao lado, ele aparece de perfil, na mesma posição. Entre as duas imagens, duas linhas pretas com as marcas dos pés: o pé direito inclinado para o lado e o pé esquerdo à frente e reto.

Zencútsu dátchi: base dos ataques e das defesas. Afastamento anteroposterior com a perna de base na frente flexionada em aproximadamente 90º.

Ilustração. Homem de quimono branco e faixa preta está em pé, com as mãos na cintura, o pé direito para trás e inclinado para o lado e o pé esquerdo reto. Há uma linha de cada lado de seu corpo indicando que ele está reto. Há também uma linha abaixo de seus pé. Ao lado, destaque para o homem com uma linha reta ao lado da sua perna direita, que está esticada para trás e destaque para uma linha ao redor do seu pé esquerdo. Abaixo, duas linhas retas e a marca do pé direito levemente inclinado para a direita e o pé esquerdo na frente e reto.

Movimentos de defesa comuns no karatê

Guédan barai: “defesa baixa” ou “varrida para baixo”. É utilizada para defender golpes na altura da cintura.

Ilustração mostrando três movimentos. 1. Homem de quimono branco com faixa preta na cintura. Ele está em pé, de pernas afastadas, o braço esquerdo flexionado para cima com o punho fechado, e o direito dobrado na altura do peito. 2.  Homem de quimono branco com faixa preta na cintura, de pernas afastadas e com os braços cruzados acima da cintura. 3. Homem de quimono branco com faixa preta na cintura, de pernas afastadas, o braço esquerdo esticado ao lado do corpo e o braço direito flexionado na altura da cintura com o pulso fechado.

eige iukei: protege a região alta da cabeça, o rosto e a região superior do tórax.

Ilustração. Homem de quimono branco com faixa preta na cintura está com o braço esquerdo levantado na direção do rosto. O braço direito está dobrado ao lado do corpo com o pulso fechado. À direita, homem de quimono branco com faixa preta está com o braço esquerdo esticado na direção do primeiro homem. Os braços dos dois se tocam.

utchi Ukei: defesa realizada de “dentro para fóra”. Protege o tronco.

Ilustração. Homem de quimono branco e faixa preta na cintura está em pé com as pernas afastadas, o braço direito está dobrado à frente do corpo com o pulso fechado. O braço esquerdo está dobrado ao lado do corpo com o pulso fechado.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Movimentos de ataque comuns no karatê

Os ataques partem da base zenkutshu dachi e, para ganhar pontos, os participantes devem acertar um soco ou um chute com a fórma adequada com a seguinte pontuação:

Iukô (1 ponto)

Soco na cabeça ou no corpo do oponente (área do abdome e do peito).

Guiaku zukí (“soco contrário”): realizado pelo braço oposto à perna da base da frente. O soco é executado ao estender o braço de ataque, enquanto o outro braço retorna para a posição ao lado do quadril.

Ilustração em 3 movimentos. 1. Homem usando quimono branco e faixa preta na cintura está de lado, com a perna direita esticada para trás e a perna esquerda dobrada para frente. Sua mão direita está dobrada ao lado do corpo e sua mão esquerda está esticada para frente. 2. O homem mantém as pernas na mesma posição e agora os dois braços estão dobrados ao lado do corpo com o punho fechado. 3. O homem mantém as pernas na mesma posição, estica o braço direito para frente com o punho fechado e dobra o braço esquerdo ao lado do corpo.

Oi zuki (“soco avançando”): realizado pelo braço do mesmo lado da perna da base da frente. O soco só é executado após um avanço da perna da base de trás para a frente, formando uma nova base.

Ilustração em 6 movimentos. 1. Homem usando quimono branco e faixa preta na cintura está de lado, com a perna direita esticada para trás, a perna esquerda dobrada para frente, o braço direito dobrado ao lado do corpo e o braço esquerdo esticado para frente. 2. O homem está com a perna direita dobrada para frente, a perna esquerda esticada para trás. Os braços estão na mesma posição.
3. O homem está com a perna direita na frente, a perna esquerda atrás, o braço direito dobrado ao lado do corpo e o braço esquerdo esticado para frente, com o punho fechado. 4. O homem está com a perna direita na frente, a mão direita dobrada ao lado do corpo e a mão esquerda esticada na frente do corpo, com o punho fechado. 5. O homem está de lado, com as pernas lado a lado, e a mão direita esticada para frente. 6. O homem está de lado, com a perna esquerda esticada para trás com destaque para seu tornozelo fazendo um movimento circular. Sua perna direita está dobrada para frente, sua cintura fazendo movimento circular e seu braço direito esticado para frente.

kizamí tizuquê (“soco curto”): realizado pelo braço do mesmo lado da perna da base da frente. Semelhante ao oi zuki, porém o avanço executado é curto e realizado pela perna de base da frente.

Ilustração em 3 movimentos. 1. Homem usando quimono branco e faixa preta na cintura com a perna direita esticada para trás, a perna esquerda dobrada para frente, a mão direita dobrada ao lado do corpo e o braço esquerdo esticado para frente. 2. O homem está com a perna direita levemente dobrada, a perna esquerda dobrada para frente e os dois pulsos fechados e dobrados na frente do peito. 3. O homem está com a perna direita esticada para trás, a perna esquerda dobrada para frente, o braço direito dobrado ao lado do corpo e o braço esquerdo esticado para frente.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

vaza ári (2 pontos)

Chute no meio do corpo (áreas das costas, laterais do tronco, abdome ou peito).

Mae geri (“chute frontal”): executado com a perna de trás da base.

Ilustração em 4 movimentos. 1. Homem de quimono branco com faixa preta com a perna direita esticada para trás, a perna esquerda dobrada para frente e as duas mãos esticadas ao lado do corpo com o punho fechado. 2. O homem está em pé sobre o pé esquerdo, sua perna direita está levantada e dobrada e as duas mãos estão dobradas ao lado do corpo. 3. O homem está em pé sobre o pé esquerdo, sua perna direita está esticada para frente e suas duas mãos estão dobradas ao lado do corpo. 4. O homem está em pé sobre o pé esquerdo com a perna direita levantada e dobrada e as duas mãos dobradas ao lado do corpo com o punho fechado.

Mawashi geri (“chute circular”): realizado com a perna de trás com o giro do quadril e rotação da perna da frente. O chute deve atingir o oponente com a ponta do pé. Variação atingindo com o calcanhar: ura mawashi geri.

Ilustração em 4 movimentos. 1. Homem de quimono branco com faixa preta na cintura, com a perna direita esticada para trás, a perna esquerda dobrada para frente e os dois braços abertos ao lado do corpo. 2. O homem está em pé sobre o pé esquerdo, com a perna direita dobrada para o lado e esticando o pé direito para o lado. O tronco está inclinado para trás e os dois braços estão dobrados ao lado do corpo. 3. O homem está de costas, em pé sobre o pé esquerdo e com a perna direita esticada para o lado. 4. O homem está em pé sobre o pé esquerdo, com a perna direita dobrada para o lado e esticando o pé direito para o lado. O tronco está inclinado para trás e os dois braços estão dobrados ao lado do corpo.

ípôm (3 pontos)

Kimute : chute nas laterais da cabeça (levando em consideração a técnica e não a fôrça) ou queda seguida de ataque (imagem vista anteriormente).

Ilustração. Dois homens de quimono branco com faixa preta na cintura. Um deles está com a perna esquerda esticada com a ponta do pé na cabeça do outro homem, que está com a perna esquerda para trás.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Para vencer, um atleta deve alcançar uma vantagem de 8 pontos dentro do round de 3 minutos ou ter o maior número de pontos no final da luta. Se houver empate, o primeiro atleta a marcar um ponto vence (senshu). Se nenhum atleta pontuar, os juízes determinam o vencedor com base na fórma (hantei ).

Existem três graus de aviso. O competidor que receber uma quarta penalidade é declarado perdedor da luta. Os competidores recebem sanções por comportamento proibido em duas categorias:

  • Categoria 1: para técnicas que fazem contato excessivo ou golpes perigosos ou proibidos.
  • Categoria 2: fingir ou exagerar uma lesão, sair da área de competição, evitar o combate, ser passivo, ter comportamento descortês com os árbitros ou realizar outras violações de etiqueta.

O caratégue é a vestimenta-padrão no karatê, composto de três partes: wagi (o casaco), obi (a faixa) e shitabaki (a calça). Em competições oficiais, além da vestimenta-padrão, geralmente são exigidos equipamentos de segurança, como luvas, protetores de canela e de pé, colete de proteção corporal e protetor bucal; o protetor genital é opcional.

Vamos à prática!

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, apresente a eles o local da atividade antes de iniciá-la. Para a apresentação dos movimentos, além da explanação oral, pode-se recorrer ao toque. 

Sugerimos que seja realizado um momento de conversa com os estudantes, alertando-os sobre a necessidade da retirada de adereços, como fórma de garantir a segurança de todos. Antes do início da atividade, apresente a prática e solucione as dúvidas sobre ela.

Embora haja diversos fatores restritivos envolvidos no processo de ensino das lutas e da mediação das atividades práticas desses conteúdos na Educação Física escolar (RUFINO; Daridô, 2015), perceba que o jogo pode ser adaptado ou reorganizado conforme as necessidades de aprendizagem da turma, os materiais presentes na escola e outros fatores.

Karatê com balões

Objetivo

Vivenciar movimentos e aspectos táticos do karatê de fórma lúdica e segura.

Materiais

Bexigas diversas, giz (ou material semelhante que marque um espaço no chão), papelão, linha ou barbante e fita adesiva.

Procedimentos

  • Antes da luta, experimentem os movimentos de base, os ataques e as defesas apresentados na unidade.
  • Divida a turma em trios: um dos estudantes será o juiz, enquanto os outros dois serão os karatecas competidores.
  • Oriente os estudantes a preparar os materiais a serem utilizados. Cada estudante do trio terá duas bexigas cheias, simulando as luvas.
  • Simule a proteção do tórax com papelão ou outro material resistente, preso ao corpo com linhas ou fita adesiva, que circule a região da barriga.
  • Dentro de um espaço demarcado por giz, a dupla realizará uma simulação de combate do karatê (Cummai). Serão 3 minutos de combate e, ao final, são trocados os papéis (o juiz entra para o combate, enquanto um dos competidores se torna juiz).
  • A atividade seguirá as mesmas regras de pontuação adotadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio: uáiuko, waza-ari e aippon.
  • Serão assumidas também as regras de desclassificação. Assim, a saudação não pode ser esquecida; técnicas de contato excessivo ou perigosas não podem ser feitas; e os karatecas não podem abandonar ou fugir da área de competição. Vence quem, ao fim do tempo delimitado, marcar mais pontos.

Conectando saberes

Meio ambiente. Ciência e Tecnologia.

Esta seção propõe um trabalho interdisciplinar com Geografia, abordando a habilidade (ê éfe zero nove gê ê zero cinco), ao analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural) no processo de globalização e mundialização do esporte. São contemplados, também, os tê cê tês Educação para o consumo e Ciência e tecnologia, propondo o estudo da esportivização e da espetacularização da esgrima.

A espetacularização das lutas esportivizadas

O processo de esportivização está associado ao processo de espetacularização, com filmagens cuidadosas, padronizações nas vestimentas e seleção de golpes que visam à criação de eventos atrativos e dinâmicos, associados às mídias e pensados como espetáculos (Putchinéli, 2017). Com isso, são estimulados o aumento do profissionalismo dos atletas e dos técnicos, o consumo de artigos esportivos, a divulgação de marcas e o consumo do esporte-espetáculo.

Assim como no karatê, a esgrima passou por esse processo com modificações decorrentes da evolução das armas e da tecnologia. Devido às armas flexíveis, aos toques rápidos e habilidosos, o desafio era verificar o momento do contato para que o ponto fosse marcado. Antigamente, as roupas brancas auxiliavam nesse processo, porque a ponta das armas era marcada com tinta ou giz para facilitar a visualização do contato e o trabalho dos juízes.

Com o passar do tempo e com a necessidade de maior dinamismo diante do processo de espetacularização do esporte, foi implementado um sistema elétrico. A ponta da espada e do florete apresenta sensores semelhantes a botões. Ao serem pressionados, os sensores transmitem o sinal para um sistema de “rolamentos” nas costas do atleta, que acendem uma luz, determinando o toque (EXÉRCITO, 2021). No caso do sabre, a tecnologia foi implementada anos depois devido às especificidades da modalidade, como o fato de os ataques serem realizados com a lâmina ou com a ponta.

Fotografia. Homem usando camisa branca e calça preta está em pé verificando o capacete de um atleta que está ajoelhado ao seu lado,  segura uma espada de esgrima e usa uniforme branco.
Atleta japonês verifica seu equipamento de esgrima antes da partida contra atleta estadunidense. tchíba, Japão, 2021.

Representação do sistema de fios e rolamentos na esgrima

Observe a imagem a seguir. Ao tocar o adversário na área permitida, o sensor envia o sinal através do fio até uma bobina no fim da pista. A bobina, que está ligada às luzes próximas ao placar, transmite o sinal e acende a luz correspondente ao esgrimista que teve sucesso no ataque.

Outras modificações foram feitas nos materiais que envolvem a modalidade. A pista passou a ser forrada com uma malha magnética, evitando que, ao receber qualquer toque, seja considerado pontuação. Caso o esgrimista estabeleça o contato, uma luz vermelha acenderá, indicando que o ponto acertado não foi na área permitida pela modalidade.

Dadas as requisições esportivas e da espetacularização, a esgrima continua em constante processo de modificação e atualização de acordo com as novas tecnologias, além de sempre ser repensada de modo a se tornar mais atrativa, influenciando o consumo da modalidade, seus espetáculos e materiais associados.

Representação de pista de esgrima

Ilustração. Representação de pista de esgrima. Dois homens usando roupa branca e capacete com formato oval estão em pé, com os joelhos semiflexionados, os braços segurando espadas finas e esticando-as para frente. Estão em uma pista azul e estreita com uma linha vermelha dividindo-a ao meio. Há mais uma linha vermelha de cada lado. A pista mede de 1,5 a 2 metros de largura por 14 metros de extensão. De um lado da pista há um árbitro; do outro, uma mesa onde estão duas pessoas sentadas em cadeiras.

Fonte: Curiosfera.

Ícone. Lupa com símbolo de hashtag ao lado. Boxe Fique Ligado.

rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado

Pesquise na internet e apresente aos estudantes o vídeo a seguir.

COMO A TECNOLOGIA mudou o mundo da esgrima. [sem local], 2012. Em inglês, com legenda em português para ativar. 1 vídeo (5 minutos). Publicado pelo canal The Tech Race.

O vídeo retrata as contribuições tecnológicas para o desenvolvimento constante da esgrima, apresentando a fala de especialistas e atletas.

Esporte de rede e parede: por que juntos?

As modalidades esportivas são chamadas de rede e parede em razão dos locais em que são praticadas: uma quadra dividida por uma rede ou uma parede de rebote. Na Bê êne cê cê (BRASIL, 2018), esses esportes são propostos juntos, pois são caracterizados por arremessar, lançar ou rebater um objeto (bola, peteca) em direção a regiões da quadra para que o adversário não consiga alcançá-lo para devolvê-lo. A bola deverá ser lançada de fórma que o adversário cometa um erro no período em que ela estiver em movimento. Essas modalidades esportivas apresentam a mesma tática de jogo: identificar a fragilidade do adversário na ocupação do espaço, para que ele erre a devolutiva ou não alcance o objeto lançado.

Alguns exemplos de esportes de parede incluem pelota basca, raquetebol, squash, patball, welsh handball (rendebol galês) e fives (esporte inglês que significa cincos). São exemplos de esportes de rede: tênis de campo, de praia e de mesa, peteca, padel, biribol, ringo, ringtennis, pickeball, gym racket, bossaball, sepaktakraw e as variações de voleibol – de quadra, praia, neve, ecuavoley, futvôlei, futebol-tênis e vôlei sentado, uma modalidade paralímpica.

Conforme o interesse das turmas e o contexto da comunidade escolar, proponha uma pesquisa sobre uma das modalidades para aprofundarem e vivenciarem. Os esportes abordados nesta unidade são a pelota basca e o punhobol, faustball, em alemão, ou fistball, em inglês.

Esporte de rede: punhobol

Santos, Cunha e Montiel (2022) fizeram uma pesquisa documental no site da Secretaria de Município de Educação de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e levantaram os registros de ações com o punhobol entre 2013 e 2019. Os autores relatam que a prática desse esporte data de 300 anos antes de Cristo Em 1985, as primeiras regras são publicadas na Alemanha, e, em 1906, ele é trazido ao Brasil pelos imigrantes alemães. Atualmente, o responsável pelo regimento da modalidade é a International Fistball Association (í éfe á; em português, Associação Internacional de Punhobol).

Gravura em preto e branco. Uma multidão de homens em um espaço aberto, ao ar livre. A maioria está em pé, mas há uma pessoa caída no chão. No centro, há uma bola grande no alto. Abaixo da bola há vários homens com as mãos para cima.
Ilustração que retrata pessoas jogando faustball ou fistball em Berlim, 1896.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Vôlei sentado

Locutora: Hoje, vamos falar sobre o vôlei sentado, um esporte paralímpico que tem conquistado lugar de destaque graças à força e ao talento de muitos atletas brasileiros e estrangeiros.

O voleibol sentado surgiu em 1956, unindo algumas regras do vôlei em pé com o sitzbal, esporte alemão praticado por pessoas com mobilidade reduzida.

Disputado oficialmente pela primeira vez nas Paralimpíadas de Arnhem, na Holanda, em 1980, essa modalidade esportiva ganhou destaque apenas em 2004, nos jogos de Atenas. Isso porque, anteriormente, a quadra era dividida com atletas em pé, portadores de mobilidade reduzida mais amena.

Em seus primeiros anos de competição, existiam apenas equipes oficiais masculinas, e foi também em Atenas que representantes femininas puderam integrar a competição oficial.

Nos dias atuais, o vôlei sentado conta com times femininos e masculinos.

No Brasil, o esporte teve início no ano de 2002, quando o professor Ronaldo Gonçalves de Oliveira organizou um torneio oficial em Mogi das Cruzes, São Paulo. O projeto tinha como objetivo integrar pessoas com sequelas da poliomielite.

No ano seguinte, foi criada a Associação Brasileira de Voleibol Paralímpico e, assim, o país participou pela primeira vez dos Jogos Parapan-Americanos, alcançando a conquista da segunda colocação nas modalidades feminina e masculina.

No ano de 2008, o Brasil participou pela primeira vez das Paralimpíadas, em Pequim, com uma equipe masculina de voleibol sentado.

A estreia da seleção brasileira feminina de vôlei sentado aconteceu nas Paralimpíadas de 2012, realizadas em Londres. Nos Jogos Paralímpicos de 2016 e 2020, nossas atletas conquistaram a medalha de bronze; e nos Jogos Parapan-Americanos ganharam a medalha de prata em 2003 e 2015.

Já o time masculino conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de 2014, a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de 2007, 2011 e 2015 e a medalha de prata em 2003.

Os times de vôlei sentado são formados por pessoas com alguma deficiência física ou locomoção reduzida. Os jogadores são divididos em dois grupos de acordo com o grau de sua deficiência. São classificados como D os jogadores portadores de deficiência locomotoras severas, e como MD os que possuem deficiências mais amenas.

Cada equipe pode escalar apenas dois jogadores MD e eles não podem estar em quadra ao mesmo tempo.

Assim como no vôlei em pé, nessa categoria cada time é composto por seis jogadores, classificados em ataque, defesa e um líbero.

Cada competição é composta por sets de 25 pontos corridos. Quem vencer três sets, ou seja, alcançar 25 pontos com 2 pontos de diferença, ganha a partida.

Durante o jogo, cada equipe pode tocar na bola três vezes antes de passá-la para o campo adversário com o objetivo de marcar pontos, o que acontece toda vez que a bola atinge o chão da quadra oponente.

Se a equipe jogar a bola para fora da quadra, o ponto é computado para o outro time.

Daniel Yoshizawa é um dos jogadores da seleção brasileira de vôlei sentado, além de ser também o capitão do time. Ele é o levantador da equipe e começou a praticar essa modalidade esportiva aos 23 anos de idade, em 2009, quando se recuperou de uma meningite que resultou na amputação de suas pernas e parte dos dedos das mãos.

Hoje, consciente de sua posição de destaque como atleta, Daniel é embaixador da vacina contra a doença que contraiu por não ter completado o ciclo de vacinação recomendada, o que o deixou com graves sequelas.

Assim como Daniel, outras pessoas com deficiência são beneficiadas com a prática de esportes adaptados. Os vínculos sociais, a autoestima, a superação de limites e melhoria de condições de saúde são apenas alguns exemplos do bem que a prática esportiva pode trazer a todos.

Agora que você sabe um pouco mais sobre esse esporte, que tal convidar seus colegas para uma partida de vôlei sentado? Bom jogo!

Locutor: Crédito: O áudio inserido neste conteúdo é da Incompetech.

Seguindo essa perspectiva do professor-pesquisador, se o contexto escolar e o interesse das turmas forem por outros esportes, explore os materiais dos órgãos governamentais para identificar modalidades em que a escola possa participar de eventos municipais, regionais, estaduais e nacionais.

O punhobol é parecido com o voleibol, mas jogado em um campo que mede 50 por 20 metros e dividido por uma fita. Cada equipe é composta de cinco participantes, que têm o objetivo de passar a bola para o campo adversário. Vence o jogo a equipe que alcançar 11 pontos.

O jogo inicia e reinicia com o saque de qualquer jogador atrás da linha de três metros, sem obrigatoriedade de ordem entre os jogadores e com a equipe que errou. Essa característica facilita o jogo na escola, assim como as rebatidas com um dos braços e o punho fechado, sendo permitido um quique a cada jogada (defesa, passe e ataque).

Técnicas de punhobol: saque, defesa, ataque e passe

Ilustração. Técnicas de punhobol: saque, defesa, ataque e passe. No centro, destaque para a palavra TÉCNICAS. À esquerda, um menino está com o braço direito abaixado e olhando na direção de uma bola, que está no alto. Seu braço esquerdo está levantado. Há uma seta apontando para a bola e a palavra SAQUE. Na parte inferior, uma seta sai da bola e aponta para o pulso do menino, indicando movimento para o lado. Abaixo, a palavra PASSE. À direita, o menino está saltando, com a mão direita na direção da bola, que está no alto. Há uma seta partindo da bola indicando movimento para baixo. Ao lado, a palavra ATAQUE. Na parte superior, o menino está com o joelho direito flexionado e o esquerdo semiflexionado,  a mão direita abaixada na direção da bola. Há uma seta indicando a mão direita do menino e ao lado a palavra DEFESA.

Fonte: mobilesport.ch.

Esporte de parede: pelota basca

Segundo Moraes (2015), a pelota é originada na região basca, localizada no norte da Espanha, e foi um dos primeiros esportes praticados no Brasil entre os séculos dezenove e vinte. Em decorrência de apostas e jogatinas, foi proibida em 1941, quando passaram a ser exigidos um código de conduta e o domínio sobre o corpo, que demandavam disciplina, energia e fôrça dos praticantes.

Atualmente, a pelota basca é jogada com uma bola que pode ser rebatida com a mão, com uma raquete, com bastão de madeira ou com uma cesta. Os jogadores têm de atirar a pelota contra um frontão, duas paredes que formam um ângulo de 90º, acima de uma linha que varia entre 90 centímetros e 1 metro de altura. Ao voltar, a pelota só pode tocar no solo uma vez.

Fotografia. Vista de uma quadra de piso marrom e uma grande parede verde com linhas brancas. Na frente da parede há diversas pessoas segurando um taco largo e ondulado. No alto, há uma pequena bola branca.
Pelota basca. Espanha, 2019.

Questione a turma sobre os conhecimentos prévios dessa modalidade esportiva. Em seguida, apresente o vídeo Série Esportes Bizarros, episódio 2 (rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado) e explique que a pelota basca descende do “jeu de paume” (jogo de palma, em português), que era jogado rebatendo a bola com as mãos. Uma de suas variações é a pelota mano.

Ícone do boxe Fique Ligado.

rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado

Pesquise na internet a reportagem a seguir e apresente-a aos estudantes.

SÉRIE ESPORTES bizarros, episódio 2 – conheça a pelota basca. [sem local], 2020. 1 vídeo (4 minutos 55 segundos). Publicado pelo canal gê é. Apresenta o jogo pelota basca.

Outras variações da pelota basca:

  1. Share: jogada com haste de madeira com uma superfície em formato de colhér coberta por uma rede;
  2. césta púnta: jogada com a ponta da cesta ou luva de vime;
  3. Djoucou gárbi: que significa “jogo limpo”, variação em que a bola não pode ser retida na cesta;
  4. Pala corta: jogada com pá curta, implemento com tamanho e peso menor, o que facilita o jogo;
  5. Pala goma: jogada com pá de borracha;
  6. Frontênis: jogada com raquete e bola de tênis.

Ressalte que a complexidade da rebatida da bola se modifica de acordo com as características de cada objeto utilizado: tamanho, peso, área de contato, resistência, elasticidade, flexibilidade, entre outras.

Ilustração. 
1. Raquete com haste de madeira com uma superfície em formato de colher coberta por uma rede. Ela é mostrada de frente e de perfil. Há uma bola ao lado.
2. Raquete com ponta de fios reta. 
3. Raquete com fios curvados. Há uma bola ao lado.
4. Raquete com formato de pá curta arredondada. Ela é mostrada de frente e de perfil. Há uma bola ao lado.
5. Raquete com formato arredondado de madeira. Ela é mostrada de frente e de perfil. Há uma bola ao lado.
6. Raquete de tênis cinza com rede. Há uma bola ao lado.

Ilustrações elaboradas para esta obra.

Vamos à prática!

Orientação para acessibilidade

Caso haja deficientes visuais na turma, avalie a possibilidade de uso de bolas com guizos e de tamanhos maiores, além da delimitação dos espaços. 

Punhobol e pelota basca

Objetivos

  • Vivenciar as habilidades e as fórmas de atacar e defender no punhobol e na pelota basca.
  • Criar estratégias de jogo e outras possibilidades de rebater a bola e a pelota.

Materiais

  • Fita (corda transpassando a quadra ou campo), cones, bambolês
  • Bolas de borracha, bolas de tênis e de outras modalidades
  • Raquetes (frescobol, tênis, ripa de madeira, papelão, tampa de panela)
  • Garrafas péti cortadas em formato de concha
  • Fita adesiva
Ilustração. 1. Metades superiores de duas garrafas PET cortadas, em formato de concha. 2. Uma bolinha de papel amassado. 3. As duas garrafas PET cortadas. Dentro de uma delas há uma bolinha de papel amassado.

Fonte: FAÇA VOCÊ MESMO: veja como transformar uma garrafa péti em brinquedo. São Paulo, 2013. Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

Estratégias para jogar punhobol

  1. Organize grupos de seis estudantes e oriente para que formem círculos. Entregue a cada grupo uma bola com pesos e tamanhos diferentes (rendebol, vôlei, futebol, tênis, pingue-pongue, entre outras) e instrua para rebatê-las com os punhos. Peça aos estudantes que identifiquem o lado que tem melhor contrôle sobre a bola.
  2. Minijogo de um jogador em cada lado do campo: o objetivo será rebater a bola com o punho para o campo adversário. Para aumentar o desafio, coloque um cone em cada campo para o jogador acertar o cone do adversário.
  3. Minijogos com três jogadores por equipe, para que todos toquem na bola: cada equipe tem de rebater a bola para a quadra adversária com até três toques, e são válidos até três toques no chão. Solicite que identifiquem o espaço vazio da quadra para ocupá-lo na defesa e acertá-lo no ataque e estratégias para que o adversário não alcance a bola.

Vamos à prática!

4. Oriente a turma a elaborar as regras de novas versões do jogo: quantidade maior de jogadores, tempo e pontuação de cada partida para que todos participem, delimitação do espaço, arbitragem pelos times que não estiverem jogando etcétera.

Exemplo: minijogo de dois jogadores em cada lado do campo. O objetivo será rebater a bola com o punho para o campo adversário. Para aumentar o desafio, coloque um cone em cada campo para o jogador acertar o cone do adversário.

Ilustração. Uma quadra dividida em dois campos, com uma barra que serve como rede baixa. Em cada campo há quatro estudantes uniformizados, de camiseta azul-claro e calça azul-escuro. Cada grupo corre para rebater, com o punho, a bola que cai em seu campo.

Fonte: KUEHNE, Leo. Monatsthema, Mini-Faustball, mobilesport.ch, 4, Suíça, 2021. página. 9.

Explorando as variações da pelota basca

  1. Em duplas, um de frente para o outro, inicie com o objetivo cooperativo de conseguir o maior número de rebatidas da bola nos implementos em dupla (como no jogo de frescobol). Explore as diferentes variações da pelota basca com os implementos que tiverem disponíveis (mãos, raquetes, cesta de garrafa péti, madeira, papelão, tampa de panela etcétera.).
  2. Minijogo de pelota basca:
  1. Os jogadores arremessam a bola contra a parede, acima da linha demarcada pelo professor, mais ou menos a 1 metro de altura. Ao voltar, a bola só poderá tocar no solo uma única vez para que o adversário a rebata.
  2. Solicite que os jogadores rebatam a bola. Quem não conseguir dará o ponto ao adversário. Façam uma partida de melhor de cinco para cada dupla.

Provavelmente, a quantidade de materiais e de parede disponíveis na escola não é suficiente para que todos realizem as propostas ao mesmo tempo. Organize seis ou mais grupos para se revezarem entre as atividades, conforme a quantidade de estudantes na turma. Por exemplo: cinco grupos com seis estudantes, sendo três duplas para realizar o mesmo material: rebatida com as mãos na parede, raquete de tênis, raquete de frescobol, cesta de garrafa péti e taco de madeira.

Ícone. Dois balões de fala, um verde-claro, com três linhas horizontais, o outro verde-escuro, com reticências. 
Boxe Avaliando em diferentes linguagens.

Avaliando em diferentes linguagens

Economia.

Para verificar a progressão no aprendizado dos estudantes sobre a temática, proponha as questões a seguir.

1. Pesquise na internet as tecnologias assistivas que permitem a participação de pessoas com deficiências na esgrima e em outras modalidades paralímpicas.

Fotografia. Dois homens usando roupa branca longa e capacete preto oval. Eles estão sentados em cadeiras de roda, seguram espadas de esgrimas e a esticam para frente. Ao fundo há uma arquibancada.
Partida entre Iôvani Guíssôni (Brasil) e Istvan Tarjanyi (Hungria) na modalidade esgrima nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, 2020.
  1. Em 2008, as atletas da Seleção Brasileira de Punhobol tiveram de fazer uma vaquinha para participar do campeonato mundial. Qual foi o motivo dessa campanha?
    1. Relacione com os conceitos estudados sobre espetacularização esportiva e indústria cultural.
    2. Faça um levantamento nos documentos de sua cidade ou estado sobre os investimentos e a prática de punhobol.
  2. Leia o trecho a seguir da reportagem sobre a pelota basca e responda:
    1. Quais os recursos que ela utiliza para convencer o leitor sobre a importância da modalidade?
    2. O que significa dizer que o esporte está em expansão pelo mundo?

Frontball: uma nova modalidade de pelota basca

Ao procurar um esporte completo, fácil de jogar e que seja acessível a todos, o frontball é uma excelente alternativa. reticências

Desde 2015, a Federação Internacional de Pelota Basca inclui o frontball entre as suas modalidades. Trata-se de um esporte relativamente novo, cuja expansão para o mundo está ocorrendo gradualmente. reticências

fíti pípou. Disponível em: https://oeds.link/NV4YoI. Acesso em: 22 junho 2022.

Para a primeira questão, oriente os estudantes a pesquisar no site do Comitê Paralímpico Brasileiro as modalidades que lhes despertem mais interesse e a identificar as tecnologias assistivas nos esportes, como próteses, cadeiras de rodas especializadas, entre outras. Na segunda, retome os interesses da indústria cultural e da mídia em relação à espetacularização de determinadas modalidades em detrimento de outras e como isso interfere nos investimentos públicos e privados na modalidade.

Aproveite para abordar o tê cê tê Educação fiscal como um importante instrumento de conscientização sobre os direitos e deveres fiscais. Há projetos de cidadania fiscal oferecidos pela Receita Federal que proporcionam o aprendizado sobre a função social do tributo, como fórma de redistribuição da renda nacional e elemento de justiça social. Dessa maneira, o cidadão é capaz de participar do processo de arrecadação, aplicação e fiscalização do dinheiro público.

Por fim, discuta com a turma o processo de esportivização e de espetacularização que a Federação Internacional de Pelota Basca tem utilizado na mídia para a divulgação do esporte.

À esquerda, no alto da página, grafismo com um triângulo laranja e sobre ele duas pequenas barras azuis, diferentes no comprimento e na largura, com os cantos à direita arredondados. Sobre as duas imagens, nove bolinhas brancas, formando um quadrado.
Boxe Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes.

Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes

Propomos um trabalho interdisciplinar com a Língua Portuguesa, por meio das habilidades (ê éfe oito nove éle pê zero oito) e (ê éfe oito nove éle pê um um), relacionadas à produção e à elaboração de textos jornalísticos e à divulgação por diversos meios de comunicação, como rádio, TV, internet, jornais e revistas.

A esportivização e a espetacularização: da reflexão à ação

Um dos principais pontos da esportivização é a reestruturação das práticas corporais em relação ao sistema de regras, com o objetivo de espetacularizar as práticas corporais em função das demandas das grandes mídias.

Portanto, sugerimos que esse processo seja compreendido pelos estudantes por meio de ações protagonizadas por eles. Para isso, recomendamos as seguintes etapas:

1. Proponha uma pesquisa em grupo, composto de quatro a cinco estudantes, sobre modalidades que foram esportivizadas no mundo. Para a pesquisa, cada grupo seguirá este roteiro:

Roteiro de pesquisa

Nome da modalidade que foi esportivizada.

Apresente como era a modalidade antes de ser esportivizada e como ela é na atualidade em relação a regras, vestimentas, locais de prática, características, princípios e origem.

Crie uma vivência com a modalidade em que a prática seja possível para todos da sua turma e que considere os elementos dos princípios e dos valores básicos de sua criação.

2. Após a pesquisa, organize os grupos para aplicar para a turma a atividade sobre a modalidade esportiva.

  1. O grupo poderá utilizar jogos adaptados que tenham os elementos técnicos ou táticos da modalidade.
  2. O grupo também vai apresentar a trajetória histórica, os princípios e os valores da modalidade pesquisada.

Sistematize um calendário com dois ou três temas das modalidades por aula. Lembre os estudantes de registrar as vivências por meio de fotos e vídeos.

Faça uma roda de conversa ao final para avaliar as percepções e os sentimentos de quem apresentou e vivenciou a modalidade esportiva.

3. Após as vivências, solicite aos grupos que apresentem as informações coletadas à turma utilizando os recursos da mídia social (sites que permitem a criação e o compartilhamento de informações).

môrrãm (2000, citado por ANTUNES, 2007) destaca que os jovens se identificam com a linguagem audiovisual dos meios eletrônicos, pois são sensíveis à sedução pela linguagem híbrida, que mistura imagens, conteúdos, sons, o real e o imaginário.

Verifique se a turma concorda com a opinião do autor, que afirma que essas características atuam rapidamente no campo emocional, deixando poucas oportunidades para a racionalização das mensagens consumidas.

Ícone do boxe Fique Ligado.

rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado

Pesquise na internet o vídeo a seguir e apresente-o aos estudantes.

ESCRAVOS DA TECNOLOGIA. Animação: istívCutts. Rio de Janeiro, 2012. Publicado pelo canal TV Cátedra Unesco de Leitura. O autor da animação faz uma crítica à desumanização do ser humano na sociedade tecnológica.

Segundo ele, os discursos midiáticos, incluindo os esportivos, são construídos com o intuito de chegar ao campo simbólico das pessoas, aguçando seus desejos, sonhos, crenças e valores por meio da combinação e fusão de mitos e fantasias. Conte que vão tentar usar as mesmas estratégias para o produto final deste projeto.

Oriente a turma a produzir vídeos curtos feitos para consumo rápido, para conquistar as pessoas, que estão com o tempo cada vez menor.

Como regra, quanto mais concisos, mais impactantes os vídeos serão. Eles são usados para destacar um tópico, uma história ou uma notícia específica, enfatizando alguns pontos-chave que o público (receptor) achará interessante. São ideais para destacar partes dos conteúdos, criando um teaser trailer que dará informações suficientes para levar o público a clicar e se envolver.

4. Por fim, verifique com os estudantes possibilidades de compartilhar as informações aprendidas com a comunidade em que estão inseridos, ensinando os conhecimentos construídos sobre as modalidades pesquisadas.

Publique os vídeos em plataformas de mídias sociais (sites de redes sociais, mensagem instantânea, aplicativos de compartilhamento de vídeos etcétera.). Você pode produzir uma pesquisa analisando as métricas da mídia, contabilizando a quantidade de visualizações e curtidas dos vídeos postados.

Promova um diálogo com a turma sobre os significados que os resultados possuem em termos econômicos para as empresas especializadas em espetacularizar o esporte e para os jovens que colocam suas expectativas na reação das pessoas nas mídias sociais.

Fotografia. Quatro homens estão sentados em um sofá preto. Eles estão com os braços levantados e torcendo. Na frente deles há um grande telão onde se vê um jogo de futebol.
Grupo de rapazes assistem a um espetáculo esportivo.