UNIDADE TEMÁTICA 5 PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA E PRESERVAÇÃO DA NATUREZA

Raio-xis da unidade

Competências da Bê êne cê cê

Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 3, 4 e 5.

Competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 6, 8, 9 e 10.

Habilidades de Educação Física da Unidade Temática

(ê éfe oito nove ê éfe um nove) Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventura na natureza, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos demais, respeitando o patrimônio natural e minimizando os impactos de degradação ambiental.

(ê éfe oito nove ê éfe dois zero) Identificar riscos, formular estratégias e observar normas de segurança para superar os desafios na realização de práticas corporais de aventura na natureza.

(ê éfe oito nove ê éfe dois um) Identificar as características (equipamentos de segurança, instrumentos, indumentária, organização) das práticas corporais de aventura na natureza, bem como suas transformações históricas.

O que veremos nesta unidade

Esta unidade tem o objetivo de apresentar aos estudantes a corrida de orientação, uma prática corporal de aventura na natureza, bem como seu processo histórico, seus benefícios para a saúde mental e os procedimentos para realizar essa prática com segurança e com respeito ao meio ambiente.

Com o objetivo de levar a turma a fazer conexões entre os saberes dos diferentes componentes curriculares, sugerimos propostas pedagógicas que trabalhem com Geografia, Língua Portuguesa e Ciências, além dos Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês) Meio ambiente, com destaque para a sustentabilidade; Saúde, com destaque para a saúde mental; e Cidadania e civismo, discutindo a ocupação dos espaços de maneira responsável, com vistas a evitar a degradação do ambiente.

Na seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes”, propomos uma intervenção na comunidade escolar relativa à organização das práticas de sustentabilidade.

As propostas pedagógicas aqui descritas podem ser modificadas ou complementadas. Também é possível incluir outras, caso considere importante. Do mesmo modo, podem ser feitas adaptações que possibilitem aos estudantes com deficiência participar efetivamente das atividades.

DE OLHO NAS IMAGENS

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que as imagens sejam descritas oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.

Fotografia. Pessoas andando em uma trilha com grama e árvores ao redor. Todas elas têm um número grande afixado na camiseta.
Orientistas em rota. [sem local], 2017.
Fotografia. Homem usando camiseta azul e calça preta e mulher de blusa cinza seguram um mapa, analisando-o. Há árvores ao fundo.
Orientistas analisam a distância percorrida. velage aquitouvou, Ucrânia, 2021.

Solicite aos estudantes que observem as imagens e conversem com um colega de turma para responder às seguintes perguntas:

  • Essas imagens se relacionam a uma prática corporal de aventura na natureza. Você sabe que prática corporal é essa?
  • O que é necessário para realizar uma prática corporal de aventura na natureza?
  • Você conhece outras práticas corporais semelhantes? Quais?

Estipule um tempo para a realização dessa atividade. Depois, organize os estudantes em uma roda de conversa e estimule-os a compartilhar com a turma as respostas que deram às questões. Aproveite para levantar os conhecimentos prévios deles e, assim, estruturar o conteúdo a ser estudado nas aulas seguintes.

Por dentro do tema

O que é corrida de orientação?

Corrida de orientação – ou simplesmente orientação – é uma prática corporal de aventura na natureza. Seu objetivo é realizar um percurso no menor tempo possível. Os percursos de uma corrida desse tipo são variados, bem como as superfícies sobre as quais ele é realizado, que podem ser de areia, de vegetação, de rochas, entre outras (CARVALHO, 2020).

Por meio da orientação de um mapa e de uma bússola, o orientista (nome dado aos participantes dessa prática corporal de aventura) deve encontrar uma sequência de pontos de contrôle a fim de marcar sua passagem pelo percurso. É importante ressaltar que o orientista não conhece o percurso a ser trilhado.

Os pontos de contrôle são sinalizados por um prisma (chamado de marcador de rota) de cores laranja e branca. Ao chegar ao ponto onde está esse marcador, o orientista deve registrar sua passagem pelo local por meio do cartão de contrôle, que será perfurado por um picotador, ou por um chip para registro eletrônico (cê bê ó, 2022).

Ícone do boxe Fique Ligado.

rréchitégui (cerquilha, sustenido)FiqueLigado

Para saber mais sobre corridas de orientação na Educação Física escolar, consulte:

MELO FILHO, E do N. A corrida de orientação como atividade pedagógica com uso de quê érre Code. CIET: EnPED, São Carlos, maio 2018.

O trabalho apresenta um breve histórico sobre a corrida de orientação e a utilização do quê érre Code como proposta didática na aula de Educação Física escolar.

LUZ, D. C.; OLIVEIRA, A. A. B. Orientação: um tesouro pedagógico das práticas corporais de aventura. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, volume 19, número 3, páginaponto 227-231, 2021.

O objetivo da proposta pedagógica desse relato de experiência é apresentar a corrida de orientação e suas possibilidades de trabalho no ambiente escolar.

DANTAS, T. R. êti ól Atividades corporais de aventura na escola: a corrida de orientação como proposta no desenvolvimento das competências socioemocionais. Educación Física y Ciencia, volumeponto 24, númeroponto 2, 2022.

O estudo analisa o comportamento socioemocional dos alunos diante de uma intervenção de corrida de orientação.

Os equipamentos da corrida de orientação

Os equipamentos necessários para a realização de uma corrida de orientação, de acordo com a Confederação Brasileira de Orientação (cê bê ó, 2022), são:

Mapa de orientação: é essencial para a realização da atividade, pois mostra o percurso a ser seguido. Para que a prova seja eficaz, quanto mais rápida for a leitura do mapa pelos orientistas, melhores serão os resultados. Ele é entregue aos participantes pelos organizadores no início da prova e é elaborado de acordo com as normas da Federação Internacional de Orientação, a International Orienteering Federation (Í ó éfe, 2022).

Fotografia. Mão segurando um mapa com o desenho de uma bússola no canto inferior esquerdo.
Mapa de orientação.

Bússola: assim como o mapa, é utilizada pelos orientistas para se localizarem e se orientarem no espaço em que a corrida é realizada. A agulha magnética da bússola sempre aponta para o norte, o que permite localizar os demais pontos de referência.

Fotografia. Bússola redonda com painel transparente. Há um cordão vermelho para ser pendurado.
Bússola.

Picotador: espécie de alicate usado nos pontos de contrôle para picar o cartão de contrôle de cada participante, a fim de comprovar a passagem dele por determinado local da prova. Em cada ponto de contrôle há um picotador com marcações diferentes para o picote, de modo a evitar trapaça. Outra fórma de registrar a passagem do orientista por esse ponto é o chip para registro eletrônico, que o atleta deve manter consigo durante toda a corrida.

Fotografia. Mão com aparelho amarelo no dedo; ao lado, há uma barra cinza com um objeto retangular azul e o número 100.
Orientista com chip de dedo para contróle digital.

Cartão de contrôle: caso a corrida seja controlada por meio de um picotador, o orientista, ao chegar no ponto de contrôle, deve registrar sua passagem pelo ponto picotando o cartão no número correspondente. Cada atleta tem o próprio cartão, que pode ser de diversos formatos e que o acompanha durante todo o percurso. Além do nome do orientista, o cartão contém o nome do clube ou da equipe do participante, bem como o horário da largada e o da chegada.

Ilustração. Cartão de controle. Na parte superior, as informações: ESCALÃO: Espaço para escrever. PEITORAL: espaço para escrever. NOME: Espaço para escrever. CLUBE: Espaço para escrever.  No canto direito superior, o desenho de um círculo com três quadradinhos ao lado. Abaixo, o desenho de um triângulo apontando para a direita com três quadradinhos ao lado.
Abaixo, a palavra TEMPO com três quadradinhos ao lado. 
A seguir, o cartão é dividido em três linhas, com dez quadrados em cada uma. 
Em cada quadrado, há um número.
Primeira linha: 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 R1, 29 R2, 30 R3
Segunda linha: 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20
Terceira linha: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.
Modelo de cartão de contrôle usado em corrida de orientação.

Marcador de rota (prisma): cada ponto a ser alcançado na corrida de orientação recebe o nome de ponto de contrôle. Esses pontos são numerados e encontrados no percurso de acordo com a sequência estabelecida no mapa. Cada um deles é identificado por um prisma laranja e branco no qual fica o picotador, que marca o cartão de contrôle, ou o contrôle eletrônico por meio do chip.

Fotografia. Estrutura de barra cinza fina com um objeto retangular azul e o número 87.
Prisma (ou marcador de rota).

Em relação ao vestuário e aos equipamentos individuais, recomenda-se sobretudo que o orientista passe filtro solar antes da prova. Outras medidas relevantes são (COTRIM, 2022):

  • utilizar boné ou chapéu para proteção contra o sol;
  • usar camiseta leve e confortável. Aconselha-se optar por camiseta de mangas compridas, para obter mais proteção contra o sol;
  • usar calças de náilon, de sarja ou de outro material que facilite a locomoção e proteja contra possíveis arranhões da vegetação. Pode ser útil ter uma perneira (espécie de caneleira, como as dos jogadores de futebol) para proteger as pernas de batidas e escoriações provocadas por galhos da vegetação;
  • calçar tênis, botas ou chuteiras que sejam confortáveis e promovam aderência aos pés durante a prova;
  • dispor de óculos protetores e de cantil para transportar líquidos.

O mapa: como interpretá-lo?

O mapa a seguir representa o percurso realizado em um campeonato de orientação que ocorreu na Serra dos Cristais, em Cristalina, Goiás, em 2018. Nele há alguns desenhos, e cada um deles tem um significado.

O triângulo representa o local do início do percurso. Cada círculo que acompanha os números de 1 a 18 consiste em um ponto de contrôle a que o orientista deve chegar (sempre na sequência) e ali marcar sua passagem.

Por último, os dois círculos (um dentro do outro) indicam o final do percurso.

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Para aprender a utilizar a bússola, pode-se pedir auxílio ao professor de Geografia ou acessar o site disponível em: https://oeds.link/tkiaeI. Acesso em: 21 abr. 2023.

Mapa. Na parte superior, as informações: Fazenda Santa Luzia. Escala: 1/7.500. Eqd CN: 5m. Cristalina/GO – 03 de Abril de 2022. 
D Elite. 
Mapa com predominância da cor amarela no norte e verde no sul. Há círculos numerados de 1 a 12. À direita, há um cartão com o título: 1° Percurso Treino do COSEC com várias marcações.
Abaixo, os textos: 1° Percurso Treino/2022
Clube de Orientação Serra dos Cristais.
Há logotipos de empresas que realizaram e deram apoio ao evento.
Mapa da Fazenda Santa Luzia, Cristalina, Goiás, 3 abril. 2022.

Além de conter tais símbolos, o mapa representa a área que será percorrida, sinalizando se há, por exemplo, lagos e trechos irregulares de terreno. A leitura e a interpretação corretas do mapa auxiliam o orientista a analisar o percurso e pensar em estratégias que possibilitem alcançar mais rapidamente o próximo ponto do percurso. Para essa análise, utilizam-se no mapa legendas e símbolos padronizados pela Especificação Internacional para Mapas de Orientação (aissom, do inglês International Specification for Orienteering Maps), uma linguagem internacional para mapas de orientação, como mostra a imagem a seguir.

Informativo. Na parte superior, o título: SIMBOLOGIA INTERNACIONAL PARA MAPAS DE ORIENTAÇÃO – ISOM 2017 – IOF. 
Na primeira coluna, destaque para Relevos. Na segunda, Rochas e Pedras. Na terceira, Água e charcos. Na quarta, Vegetação. Na quinta, Construídos. Na sexta, Símbolos técnicos. Na sétima, Percurso.
Simbologia internacional para mapas de orientação – aissom 2017 – Í ó éfe.

Conectando saberes

Verifique a possibilidade de realizar um trabalho interdisciplinar com o professor de Geografia para a elaboração dos mapas, tendo como objetivo o desenvolvimento da competência 4 específica de Geografia, ao desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas, e da habilidade (ê éfe zero oito gê ê um oito), ao elaborar mapas ou outras fórmas de representação cartográfica para analisar o ordenamento territorial do local em que será praticada a corrida de orientação.

Rosa dos ventos e os pontos cardeais: construindo um mapa

Os pontos cardeais são utilizados para indicar direções e estão relacionados à posição do Sol. Eles são norte (N), sul (S), leste (L) e oeste (O) e são empregados como referência de localização espacial, pois com eles é possível encontrar qualquer lugar na Terra. Além dos pontos cardeais, há os pontos colaterais, com os quais conseguimos identificar as regiões existentes entre os pontos cardeais. São eles: nordeste (êne ê), sudeste (ésse ê), noroeste (êne ô) e sudoeste (ésse ô).

Nas bússolas e também nos mapas, os pontos cardeais e os colaterais em geral são indicados por meio da rosa dos ventos, como na figura a seguir.

Ilustração. Rosa dos ventos com oito pontas. No sentido horário: N, NE, L, SE, S, SO, O, NO.
N, L, S e O estão destacados como pontos cardeais.
Rosa dos ventos com os pontos cardeais e colaterais.

Caso você esteja em um local que permita ver onde o Sol nasce, basta apontar para essa direção a seta da rosa dos ventos referente ao leste (L) e você terá todas as demais direções.

Outra fórma de se localizar, caso não disponha da rosa dos ventos, é apontar o seu braço direito para o leste (L). Assim, o braço esquerdo ficará apontado para o oeste (O). À sua frente estará a direção norte (N) e, atrás de você, a direção sul (S). Sugira que a escola desenhe uma rosa dos ventos no chão do pátio para essa e outras atividades interdisciplinares com Geografia.

A indicação das direções em mapas pode ser feita de várias fórmas. Costuma-se usar a rosa dos ventos, mas também pode aparecer a indicação de apenas uma direção, geralmente o norte (N), ou até mesmo não haver abreviatura nenhuma, somente uma seta de direção mais longa, caso em que se compreende que se trata da direção norte.

Inicie com os estudantes a construção de um mapa de percurso. Solicite que formem grupos com três participantes cada um. Cada grupo deverá fazer um mapeamento da escola, a fim de identificar todos os elementos e espaços que podem fazer parte do mapa a ser elaborado (postes, quadra, banheiros, espaço com grama, escadas, refeitório, cercas, árvores, entre outros), e anotá-los em uma folha. Estipule um tempo para a realização desse mapeamento e, de volta à sala de aula, peça aos grupos que elaborem o mapa da escola.

Quando o mapa estiver pronto, peça aos integrantes que marquem nele o ponto norte da escola e indiquem os outros pontos cardeais: leste (L), oeste (O) e sul (S). Solicite ajuda ao professor de Geografia. Na sequência, eles vão desenhar no mapa um percurso com oito pontos de contrôle, a serem identificados com números. Lembre-os de identificar também no mapa o início e o fim do percurso. Esse mapa será usado na atividade da seção “Vamos à prática!” a seguir.

Vamos à prática!

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, o uso de material que imprima relevo na elaboração dos mapas da escola pode contribuir para a autonomia desses estudantes em etapas posteriores da atividade. 

Caminhada de orientação 1

Objetivos

  • Vivenciar um percurso de corrida de orientação por meio da elaboração de um mapa da escola.
  • Participar da atividade respeitando os integrantes do grupo e o patrimônio da instituição escolar.
  • Colaborar na elaboração de estratégias para localizar os pontos de contrôle.

Materiais

  • Coletes de diferentes cores para identificar os membros do grupo ou outro material disponível que cumpra essa função
  • Caneta hidrográfica da cor determinada para o grupo pelo professor
  • Mapas da escola elaborados pelos grupos
  • Tiras de folhas de papel sulfite ou de folhas recicláveis para cada grupo numerar os pontos de contrôle
  • Fita adesiva para prender as tiras com os números nos pontos de contrôle
  • Uma sacola plástica ou um saco plástico para folha a quatro para cada grupo

Procedimentos

  1. De acordo com o percurso estabelecido, cada grupo fixará números de 1 a 8, feitos com a cor atribuída aos respectivos grupos, nos locais determinados como pontos de contrôle de cada mapa. Por exemplo, se o grupo foi identificado com a cor azul, os números serão escritos em azul. É importante não deixar a tira com fácil visualização, de modo que os estudantes encontrem o ponto pela leitura do mapa e não pela visualização da cor do seu número.
  2. Os grupos devem realizar a troca dos mapas, analisá-los e se posicionar no ponto que indica o início do percurso.
  3. A um sinal previamente combinado com todos os participantes, os grupos deverão, ao mesmo tempo, buscar as tiras de papel nos pontos de contrôle identificados no mapa, na sequência estabelecida, e colocá-las na sacola plástica ou no saco plástico para folha a quatro, que permanecerá com o grupo durante todo o percurso.
  4. Vence a equipe que concluir primeiro o percurso.

Modalidades das corridas de orientação

Existem quatro modalidades de corrida de orientação reconhecidas pela Í ó éfe (2022).

  • Orientação pedestre: prova individual em que o orientista realiza o deslocamento a pé.
  • Orientação em bicicleta (ou mountain bike, MTB-O): nessa modalidade, o orientista cumpre o percurso de bicicleta.
  • Orientação em esqui: modalidade de inverno na qual o orientista se desloca utilizando esquis.
  • Trail orienteering (orientação para usuários de cadeira de rodas): nessa modalidade, não há contagem de tempo para a realização do percurso. O que vale é o número de pontos marcados corretamente no cartão de contrôle.
Fotografia. Mulher de camiseta cinza segurando um mapa de orientação. Ela tem um número afixado na camiseta. Na sua frente, há um sinalizador laranja e branco pendurado a uma árvore.
Orientista realizando corrida de orientação de pedestre. [sem local], 2017.
Fotografia. Homem usando capacete preto, camiseta azul e mochila observa um mapa. Há um número afixado na bicicleta ao lado dele.
Orientista participando de corrida de orientação em bicicleta. [sem local], 2017.
Fotografia. Homem usando óculos escuros, blusa azul, luvas pretas e bastões de esqui observa um mapa, que segura com as duas mãos.
Orientista participando de corrida de orientação de esqui. Craftsbury Outdoor Center, Vermont, Estados Unidos, 2021.
Fotografia. Diversas pessoas estão em pé. À direita há duas pessoas sentadas em cadeiras de rodas e adentrando uma mata rasteira.
Orientistas em corrida de orientação para cadeirantes. [sem local], 2017.

Há, no entanto, outras modalidades, como orientação a cavalo, orientação em canoa ou vela, orientação subaquática, orientação em parques, orientação noturna e orientação em zonas edificadas.

Como regra, os orientistas são divididos em categorias – novatos, difícil, muito difícil e elite –, segundo o sexo, a idade e o nível técnico. Vale destacar que não há limite máximo de idade para a prática da atividade.

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Pesquise na internet o site da Confederação Brasileira de Orientação (cê bê ó) para saber mais sobre corrida de orientação, como regras, eventos, notícias, entre outras informações.

Breve história da corrida de orientação

Como tudo começou?

De acordo com a cê bê ó (2022), a corrida de orientação surgiu nos países escandinavos (Dinamarca, Suécia e Noruega) no final do século dezenove, e suas raízes estão ligadas à vertente militar.

As tropas militares realizavam exercícios de orientação com o objetivo de reforçar os elos de companheirismo e a cooperação.

A partir de 1912, a corrida de orientação começou a se desenvolver como um esporte, graças ao major e líder escoteiro sueco Ernst Killander (1882-1958), considerado o pai dessa prática.

Com o objetivo de chamar a atenção dos jovens que se afastavam da corrida e do atletismo, que eram as principais competições da época, Killander apresentou-lhes uma nova fórma de correr. A maratona foi dividida em três provas, às quais se adicionaram a percepção de orientação e a leitura por carta.

A primeira competição oficial de corrida de orientação foi realizada em 25 de março de 1919 e recebeu o nome de Corrida de Estocolmo. O major Ernst Killander foi o diretor da prova, que ocorreu perto de sáltrrubóda, na Suécia. A corrida foi organizada pela Federação de Desportos de Estocolmo e reuniu mais de duzentos participantes. O percurso era composto de 12 quilômetros e apenas três postos de contrôle.

A partir desse marco, a corrida de orientação se desenvolveu como um esporte e atualmente conta com milhares de praticantes espalhados pelo mundo.

No Brasil, o coronel Tolentino Paz foi o responsável, na década de 1970, pela introdução e organização das primeiras competições militares de corrida de orientação.

Em 1974, o Ministério de Educação e Cultura tornou a corrida de orientação disciplina obrigatória na Escola de Educação Física do Exército, em razão de ser considerada uma prática que educava a mente e o corpo.

Nos anos posteriores, a corrida de orientação foi amplamente divulgada e aplicada em outras organizações civis e militares. Em decorrência disso, foram realizados vários torneios, campeonatos e demonstrações que fizeram com que esse esporte de aventura se expandisse e obtivesse reconhecimento nacional.

A Confederação Brasileira de Orientação (cê bê ó) foi fundada em 11 de janeiro de 1999 e é responsável por administrar o esporte de orientação no Brasil, o que possibilitou que o Campeonato Brasileiro de Orientação (quémbôr) seja realizado anualmente. Outro campeonato que merece destaque é o Campeonato Sul-Americano de Orientação, apoiado pela Í ó éfe, com o objetivo de torná-lo regional.

Vamos à prática!

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, o uso de material que imprima relevo na elaboração da planta baixa da escola pode contribuir para a autonomia desses estudantes em etapas posteriores da atividade. 

Caminhada de orientação 2

Objetivos

  • Vivenciar um percurso da corrida de orientação por meio da planta baixa da escola.
  • Participar da atividade respeitando os integrantes do grupo e o patrimônio da instituição escolar.
  • Colaborar na elaboração de estratégias para localizar os pontos de contrôle.

Materiais

  • Coletes de diferentes cores para identificar os membros do grupo ou outro material disponível que cumpra essa função
  • Planta baixa da escola (uma para cada grupo)
  • Sacolas plásticas ou sacos plásticos para folha a quatro
  • Caneta hidrográfica

Procedimentos

  1. Providencie a planta baixa da escola e marque no mapa o ponto norte de sua localização.
  2. Crie um percurso contendo de 1 a 8 pontos de contrôle (ou mais, se preferir) para cada grupo, indicando o início e o final dele por meio de legendas, como as apresentadas na página 84 deste Manual.
  3. Solicite aos professores das demais disciplinas que elaborem uma pergunta para cada grupo referente ao conteúdo estudado durante as respectivas aulas. Cada pergunta será um prisma referenciado pela cor do grupo em cada ponto de contrôle.
  4. Ao sinal previamente combinado, os grupos deverão, em conjunto, iniciar o percurso.
  5. Ao chegar ao ponto de contrôle, o grupo deverá responder à pergunta que consta no prisma e, ao término, colocar a resposta sobre ele, marcando sua presença para poder seguir para o próximo ponto de contrôle do mapa.
  6. Estabeleça as pontuações em comum acordo com a turma.
  7. O grupo que conseguir finalizar a prova primeiro ganhará uma pontuação, mas o somatório dependerá das respostas corretas das questões que foram respondidas e colocadas no prisma.

Conectando saberes

Saúde.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Nesta seção, são apresentados os benefícios da prática de exercícios físicos, de atividade física e prática corporal de aventura na saúde mental do ser humano. Esse tema pode ser relacionado ao tê cê tê Saúde e à competência 7 específica do ensino de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental, ao conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

Organize a turma em grupos de até cinco integrantes cada. Para a realização desta atividade, será necessário ter em mãos o texto a seguir, por isso é essencial disponibilizar cópias dele para os grupos. Oriente os estudantes a lê-lo com atenção. Em seguida, incentive-os a discuti-lo e a elaborar cinco perguntas com as respectivas respostas sobre o que leram. Determine um tempo para a atividade. Ao término, numere os grupos. A ordem de perguntas e respostas será a seguinte: o grupo 1 pergunta para o grupo 2; o grupo 2 pergunta para o grupo 3; o grupo 3 pergunta para o grupo 4; e assim sucessivamente. A cada pergunta que os grupos responderem corretamente, receberão um ponto. Atue como intermediário nessa interação entre os grupos e contextualize as respostas das perguntas. Dê espaço aos estudantes para que realizem as inferências que considerarem necessárias.

Saúde mental: bem-estar e as práticas corporais de aventura na natureza

Entre os vários benefícios que a prática da atividade física traz ao corpo humano – flexibilidade, resistência muscular, equilíbrio, agilidade, velocidade, consciência do corpo no espaço, melhora e manutenção da capacidade aeróbia e anaeróbia –, está a saúde mental.

A Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse) tem como objetivo desenvolver a saúde do planeta por meio do bem-estar físico, mental e social de todos os povos do mundo. Para esse órgão das Nações Unidas, saúde não é apenas não ter doenças, mas usufruir de bem-estar, ou seja, estar bem com o corpo físico, com a mente e nas relações sociais.

É fundamental compreender que a saúde mental e a saúde física estão associadas. Problemas como ansiedade e depressão resultam em alterações físicas e comportamentais e abalam o relacionamento com a família e amigos. Por isso, é muito importante procurar ajuda médica especializada.

Ansiedade é definida como uma sensação de desconforto, angústia, incerteza diante de algo desconhecido ou de uma situação ameaçadora para o indivíduo. Alguns sintomas são suor excessivo, medo, aceleração do ritmo do coração e dificuldade de respirar. Quando esses sintomas são muito frequentes, pode ocorrer ansiedade patológica. Novamente, é preciso destacar a necessidade de procurar um médico (KARINO; LAROS, 2014; SHAMSUDDIN êti ól, 2013).

Esse sentimento está ligado à preocupação, ao nervosismo, ao medo intenso e, quando não tratado, pode afetar e atrapalhar o dia a dia de quem se encontra nessa condição. Nesse caso, pode virar uma doença. Todas as pessoas apresentam algum grau de ansiedade, mas ela se torna uma doença quando não é controlável.

Depressão é uma condição que produz alteração de humor e é caracterizada por tristeza profunda, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, além de causar problemas no sono e no apetite (ALVES, 2015; FERRARI et al., 2013).

É importante saber que a tristeza sentida em decorrência de acontecimentos difíceis e desagradáveis, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, problemas amorosos, desentendimentos familiares, não é indicativo de que uma pessoa tenha depressão.

É normal ficarmos tristes e desapontados. No entanto, quando esses sentimentos são frequentes e intensos, podem, sim, levar uma pessoa à depressão. Somente um médico especializado pode constatar isso.

A ansiedade e a depressão provocam mudanças de comportamento porque estão relacionadas à falta ou à insuficiência de determinados neurotransmissores no sistema nervoso central.

Neurotransmissor é um mensageiro químico liberado pelos neurônios. Sua função consiste em levar a informação de um neurônio para outro de modo que as células nervosas trabalhem em harmonia, em equilíbrio.

Ilustração. Representação de uma rede neuronal com várias ramificações que partem de uma área central e pontos luminosos em laranja.
Rede neuronal com atividade elétrica de neurônios. (Ilustração artística, sem escala e com cores-fantasia.)
Ilustração. Representação de neurotransmissores. Têm o formato parecido com o de fones de ouvido. Um está de frente para o outro e a troca de informações é indicada por bolinhas amarelas brilhantes.
Neurotransmissores (em amarelo) levando informações de um neurônio para outro. (Ilustração artística, sem escala e com cores-fantasia.)

Vários estudos mostram que a prática de atividade física e de exercícios traz benefícios à saúde mental e ao bem-estar dos praticantes, quais sejam: menores taxas de mortalidade e depressão, alterações positivas do humor, diminuição da tensão e da fadiga, redução da ansiedade, alívio do estresse, entre outros (FERREIRA êti ól, 2014; Zavádisquíêti ól, 2019).

Isso ocorre porque há o aumento do fluxo de sangue para o cérebro, estimulando o sistema nervoso, o que permite maior conexão entre os neurônios. Estes disparam sinais elétricos e aumentam a liberação de neurotransmissores, como a noradrenalina (que desperta a atenção, a percepção, a motivação e a excitação), a serotonina (que direciona o humor, a impulsividade, a raiva e a agressividade) e a dopamina (que governa a atenção e a aprendizagem, além do senso de satisfação e recompensa) (Minguêlí êti ól, 2013).

Ícone do boxe Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes.

Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes

Devastação ambiental e práticas de sustentabilidade

Verifique a possibilidade de realizar um trabalho interdisciplinar com o professor de Língua Portuguesa. Se isso for possível, estabeleça com ele qual será a responsabilidade a ser coberta pelas disciplinas envolvidas.

Esse trabalho desenvolve a competência específica 6, ao analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais, e a competência específica 7, ao reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias. Contemplará Língua Portuguesa, bem como a habilidade (ê éfe seis nove éle pê zero seis), ao produzir e publicar um portfólio com fotodenúncias, reportagens ou artigos de opinião de interesse local sobre as práticas de sustentabilidade.

Proponha um debate sobre o tema “A devastação ambiental causada por práticas corporais de aventura na natureza”. Esclareça que esse debate tem por objetivo instigar os estudantes a pensar sobre o que pode ser feito para reduzir ou eliminar a devastação do ambiente, assim como ampliar a discussão sobre medidas de conscientização ambiental relacionadas à sustentabilidade. Incorporado à temática, destacamos o tê cê tê Meio ambiente, cujo objetivo é promover uma reflexão sobre a educação ambiental. Leia com os estudantes o texto a seguir:

A prática corporal de aventura na natureza está provocando danos ao meio ambiente

Os geógrafos Uéberti Tadeu Rezende e André Batista de Negreiros realizaram um estudo sobre os danos causados pela escalada na Serra do Lenheiro, no estado de Minas Gerais, e apontam alguns aspectos negativos da corrida de orientação.

reticências O inventário realizado com a comunidade escaladora revela aumento no número de praticantes de escaladas e na frequência de visitas na área estudada. O aumento impacta diretamente o ambiente, pois o espaço tende a ser alterado com abertura de novas trilhas e clareiras para escalada dos blocos. Diante do aumento considerável de escaladores que visitam locais naturais, é necessário atentar para os cuidados relacionados à conservação e preservação da área utilizada, de modo a reduzir o impacto ambiental. reticências

RESENDE, W. T.; NEGREIROS, A. B. de. Análise de impactos ambientais da prática da escalada na Serra do Lenheiro, São João del-Rei, Minas Gerais. Revista Terra e Didática, Campinas, volume 16, página 7-8, 30 março. 2020.

Observe a imagem a seguir e leia a legenda.

Fotografia. Homem de touca, jaqueta e calça preta segurando um saco de lixo aberto. Ao redor dele, há diversas embalagens descartadas e entulhos. Ao fundo, montanhas cobertas por neve.
Em expedição de alto risco e a 8 mil metros de altitude, 20 alpinistas nepaleses coletaram 1,8 mil quilogramas de lixo deixados por alpinistas no Monte Everest. Nepal, 2010.

Pergunte aos estudantes: quais medidas podem ser tomadas para conscientizar os praticantes de aventura sobre a necessidade de diminuir o impacto ambiental?

Uma das preocupações dos ambientalistas é o desgaste ambiental ocasionado pelas práticas corporais de aventura na natureza: as escaladas fazem com que os ninhos de pássaros nas montanhas desapareçam; lixo é abandonado com frequência nas trilhas; a abertura de novas trilhas ou de rotas para escaladas e caminhadas provoca o desmatamento; os rios muitas vezes sofrem com o descarte de lixo, entre outras ações negativas.

Iniciativas são tomadas para promover a preservação do ambiente, de modo a restabelecer o equilíbrio natural, por meio de campanhas de conscientização que incentivam as pessoas a descartar os resíduos adequadamente (cavar buracos e depositar os resíduos orgânicos longe das fontes de água para evitar a contaminação), a não levar nada o que é da natureza, a não alimentar os animais selvagens com comidas industrializadas, entre outras ações.

Converse com os estudantes sobre o bairro em que vivem, perguntando como estão organizadas as práticas de sustentabilidade. Encoraje-os a manifestar suas impressões e constatações. Peça que analisem nas redondezas da comunidade escolar e da própria moradia como estão organizadas as práticas de sustentabilidade. Para isso, peça que tirem fotos ou filmem os espaços e façam anotações sobre os tópicos a seguir:

  • coleta seletiva de lixo;
  • uso racional de energia elétrica e de água;
  • depósito de entulhos em locais inapropriados;
  • descarte de óleo em locais inadequados;
  • uso de materiais que provocam danos à camada de ozônio;
  • substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas;
  • diminuição do uso de produtos descartáveis;
  • condições de uso dos parques e das praças da região;
  • falta de educação em relação às placas de advertência.

Após esse mapeamento, incentive os estudantes a dialogar, em uma roda de conversa, sobre as possíveis ações que poderiam solucionar os problemas do entorno da escola e aqueles enfrentados nos lugares de vivência.

Proponha a construção de um portfólio, em duplas ou individualmente, contendo imagens e textos breves sobre os problemas encontrados e as sugestões de medidas que poderiam solucioná-los, de modo a conscientizar as pessoas sobre a importância da sustentabilidade, da diversidade e da biodiversidade, desenvolvendo as habilidades (ê éfe oito nove ê éfe um nove) e (ê éfe zero oito cê ih um seis).

Ambas as habilidades podem ser relacionadas aos tê cê tês Cidadania e civismo, que tem como objetivo discutir a ocupação dos espaços de fórma coletiva, e Meio ambiente, que proporciona boas discussões a respeito da preservação da natureza como espaço destinado à realização de muitas atividades e dependente dos meios naturais (árvores, rios, mares).

Verifique a possibilidade de usar o laboratório de informática para a produção dos portfólios. Caso a escola mantenha um site, converse com a gestão e sugira a publicação dos trabalhos dos estudantes para informar a comunidade escolar sobre o assunto.

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, é necessário que a imagem seja descrita oralmente. Se houver possibilidade, utilize o recurso de audiodescrição.