CAPÍTULO 1 Onde está a arte na vida?
Ao fazer essa pergunta no título deste capítulo, confiamos em que a arte esteja, sim, inserida em seu cotidiano, despertando diferentes sensações, percepções, sonoridades e movimentos, explorando e incentivando novas e diversas possibilidades de reflexão e atuação ao seu redor.
1. Observe a imagem da abertura do capítulo. De que modo a realidade pode ser transformada pelo ser humano? Por que temos a necessidade de intervir no ambiente em que vivemos?
Versão adaptada acessível
1 Com base na descrição da imagem da abertura do capítulo, responda: de que modo a realidade pode ser transformada pelo ser humano? Por que temos a necessidade de intervir no ambiente em que vivemos?
A imagem de abertura do capítulo mostra uma intervenção artística do fotógrafo francês jota érre (1983-). Para realizar esse projeto, ele visitou uma série de bairros periféricos de várias cidades. Entre eles, a favela do Morro da Providência, na cidade do Rio de Janeiro Rio de Janeiro. Lá, ele entrevistou e fotografou algumas moradoras; ampliou as imagens de seus rostos e olhos e estampou algumas fachadas das casas dessa comunidade com elas. Por meio dessa proposta artística, pode-se refletir até que ponto a arte é criada com base nas nossas experiências e como está muito mais próxima de nós do que pensamos.
A arte é parte da vida, ela nos identifica, nos ajuda a dizer quem somos e de onde somos, e, por essa mesma razão, nos ajuda a ver os outros, com suas semelhanças e diferenças.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Faça no caderno.
PARA REFLETIR
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- A arte está presente em sua escola?
- Há imagens artísticas ao seu redor? Por quem foram produzidas?
- Na escola, há espaços para se movimentar e dançar? Há palcos ou outros espaços para apresentações de teatro e dança?
- Há música na escola? E instrumentos musicais?
SOBREVOO
Arte no cotidiano
Faça no caderno.
1. Observe a imagem. O que chama a sua atenção nela?
Versão adaptada acessível
1 Com base na descrição da imagem, responda: o que chama a sua atenção nela?
Trata-se de uma pintura naïfglossário glossário de Helena Coelho (1949-), artista carioca que começou a pintar aos 40 anos e que retrata o cotidiano em muitas de suas obras.
2. Agora feche os olhos e tente se recordar dos objetos de sua casa; procure se lembrar de cada detalhe. Como são as paredes, o piso, os móveis etcétera? Você sempre morou nela?
Versão adaptada acessível
2 Agora tente se recordar dos objetos de sua casa; procure se lembrar de cada detalhe. Como são as paredes, o piso, os móveis etc.? Você sempre morou nela?
Desde muito cedo, nossa visão começa a ser construída no lugar onde nascemos e crescemos, o que contribui para a formação de nossas referências visuais. São exatamente essas referências que nos influenciam na hora de escolher uma cor em vez de outra, a preferir um tipo de organização a outro, a nos identificarmos com uma imagem ou outra, e assim por diante. E isso continua em constante transformação, uma vez que convivemos com muitas imagens: da nossa casa, do nosso bairro, da cidade ou da natureza ao redor.
O mesmo acontece com os sons da casa, que estão presentes em nossas vidas há tanto tempo que nem sabemos de onde surgiram.
3. Você consegue lembrar quais foram as primeiras músicas que ouviu? Talvez alguma canção cantada por pessoas da família ou tocada em um aparelho de som, na televisão ou em uma brincadeira? Comente com seus colegas.
Acontecimentos, imagens, sentimentos e aprendizados da infância nos acompanham ao longo da vida. Leia a letra da canção a seguir.
Bola de meia, bola de gude
Há um menino há um moleque morando sempre no meu coração toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente um sol bem quente lá no meu quintal toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão
E me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor […]
BOLA de meia, bola de gude. Intérprete: Milton Nascimento. Compositores: Fernando Brant e Milton Nascimento. ín MILTONS. Intérprete: Milton Nascimento. sem local: CBS, 1988. 1 , cedê faixa 9.
Esse é um trecho da canção “Bola de meia, bola de gude”, de Milton Nascimento (1942-) e Fernando Brant (1946-2015). Na letra, os compositores sugerem que, mesmo sendo um adulto, há um menino morando em seu coração, e que há momentos do passado que acompanham o seu presente. O que você acha disso? Há algo de sua infância que você deseja que, de alguma maneira, fique para sempre com você?
Faça no caderno.
Para pesquisar
A longevidade e a arte
Você reparou que as amigas retratadas na pintura de Helena Coelho são pessoas idosas? A letra da canção “Bola de meia, bola de gude”, ao tratar de maneiras pelas quais a infância permanece sempre com a gente, também pode remeter ao nosso processo de envelhecimento. Pesquise com pessoas idosas histórias sobre como a presença da arte se deu na vida delas, envolvendo a família, a escola, o bairro.
- Com que pessoas idosas você convive?
- Escolha uma dessas pessoas idosas e faça uma entrevista sobre a presença da arte ao longo da vida dela. Mas antes reflita sobre:
a. Que perguntas você considera que podem estimular a pessoa a lembrar de vivências artísticas? Faça previamente uma lista com essas perguntas.
b. Essa lista poderá servir como uma referência para a entrevista. Mas não precisa se prender apenas a ela. A conversa com a pessoa também pode indicar novas perguntas e caminhos para a entrevista.
3. Providencie previamente algum aparelho para gravar a entrevista. Pode ser o gravador de áudio do celular. Ou a câmera, se a pessoa se sentir à vontade para ser filmada.
Versão adaptada acessível
3. Providencie previamente algum aparelho para gravar a entrevista. Pode ser o gravador de áudio do celular.
4. Antes de começar a entrevista, explique para a pessoa que se trata de uma pesquisa da escola e pergunte se pode gravar, filmar ou fotografar. Se a pessoa preferir não gravar, tenha em mãos um caderno para anotar as informações que quiser registrar.
Versão adaptada acessível
4. Antes de começar a entrevista, explique para a pessoa que se trata de uma pesquisa da escola e pergunte se pode gravar. Se a pessoa preferir não gravar, tenha em mãos um caderno para anotar as informações que quiser registrar.
5. Depois da entrevista, reveja ou escute os registros; selecione as informações que compartilhará com a turma e faça uma lista com elas. Identifique o entrevistado.
Versão adaptada acessível
5. Depois da entrevista, escute os registros; selecione as informações que compartilhará com a turma e faça uma lista com elas. Identifique o entrevistado.
6. Você pode escolher também imagens ou trechos dos registros de áudio.
Versão adaptada acessível
6. Você pode escolher também trechos dos registros de áudio.
7. Organize todo esse material pensando na ordem em que será apresentado.
8. Apresente para a turma e assista às apresentações dos colegas. Conversem sobre os resultados de cada pesquisa, sempre respeitando as diferenças de formatos que cada pessoa encontrou para desenvolver e apresentar sua pesquisa.
9. Nessa conversa, retomem coletivamente a questão inicial: como as pessoas idosas contribuem com suas histórias para a presença da arte na vida da comunidade?
4. Você tem filtro de barro em sua casa ou já viu algum em casas de conhecidos? Já imaginou encontrar vários deles em uma exposição de arte? O que esses filtros têm de especial para serem apresentados desse modo?
Muitos artistas, em algum momento da carreira, produzem obras que remetem à infância. Um artista de Santo Antônio de Jesus Bahia , conhecido como Marepe (1970-), fez de sua infância e de sua cidade natal inspirações para toda a sua obra. Bacias de metal, potes de plástico, barracas de feira, algodão-doce, filtros de barro etcétera, tudo isso já esteve em alguma criação artística dele.
Brincadeiras que viram dança
Muita gente pensa que dançar, ao ouvir uma música, é saber executar passos elaborados de uma coreografia. Porém, para dançar é suficiente girar, pular e inventar brincadeiras com movimentos e ritmos, sozinho ou com outras pessoas.
Na performance Breves partituras para muitas calçadas, de 2018, as bailarinas do grupo paulista Lagartixa na Janela caminharam por parques, praças e calçadas das cidades onde se apresentaram inventando danças que começaram como brincadeiras. Por exemplo, pisar sobre as faixas brancas da faixa de pedestres ao atravessar a rua; caminhar se equilibrando sobre as muretas baixas dos jardins; fazer uma luneta com as mãos e observar particularidades da cidade, encontrando detalhes escondidos, que apenas um olhar bem focado poderia revelar.
Se a dança começa com uma brincadeira, quais das suas brincadeiras podem se transformar em danças?
As brincadeiras também são tema desta canção da rapper MC Soffia (2004-), que se apresenta desde os seis anos e manifesta seu pensamento sobre diversos assuntos.
5. Leia a letra de “Brincadeira de menina”, de MC Soffia, e, com ajuda do professor, busque a música na internet, para escutá-la.
Versão adaptada acessível
5 Ouça a leitura da letra de “Brincadeira de menina”, de MC Soffia, e, com ajuda do professor, busque a música na internet, para escutá-la.
Brincadeira de menina
Dizem que menina não empina pipa no sol
Quem criou a regra que ela não joga futebol?
Que negócio é esse, brincadeira de menina?
As minas fazem tudo, até mandar umas rimas
De menino, de menina, ah
Vamos brincar
Somos crianças, temos que aproveitar
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Pra guardar no coração
Bom, bom, bom, bom, bom
Ser criança é muito bom
Esconde-esconde, peteca, bolinha de gude e pega-pega
Menino e menina podem brincar de boneca
Hey, hey, hey, ho, ho, ho
Olha lá, a menininha fazendo um monte de gol
Quanta brincadeira, quem diria, sem preocupação
O negócio é alegria e diversão
Vamos aproveitar esse lindo momento
Depois que você cresce
Não volta mais o tempo, é
[…]
BRINCADEIRA de menina. Intérprete: MC Soffia. Compositora: MC Soffia. ín: BRINCADEIRA de menina. Intérprete: MC Soffia. [ sem local]: rapibóx, 2015. 1 faixa digital.
6. Quando compôs essa música, MC Soffia tinha idade semelhante à sua idade atual. Quais dessas brincadeiras você conhece e fazem parte da sua vida? Quais são suas outras opções de diversão? Além da brincadeira, sobre o que mais fala a canção?
Atualmente, MC Soffia continua compondo e realizando clipes. As letras de suas canções tratam de questões sociais e falam da fôrça e da beleza das meninas negras.
Um espaço para a imaginação
7. Você já imaginou ser diferente de quem você é? Do que você gostaria de brincar de ser? Feche os olhos e experimente! Para onde sua imaginação leva você? Que ideias vêm à sua mente?
8. Observe a imagem: quais elementos fazem parte da realidade do quarto e quais parecem ter saído da imaginação?
Versão adaptada acessível
8 Com base na descrição da imagem, responda quais elementos fazem parte da realidade do quarto e quais parecem ter saído da imaginação?
No livro Onde vivem os monstros, do escritor e ilustrador estadunidense Maurice Sendak (1928-2012), publicado originalmente em 1963 nos Estados Unidos, o personagem Max, vestido com uma fantasia de lobo, dá livre curso à imaginação. De repente, em seu quarto nasce uma floresta e, logo depois, ele passa a ser visitado por criaturas gigantes e peludas que habitam a sua imaginação e com as quais brinca ao longo da noite.
Ele se torna o rei dos monstros e ordena a seus súditos que façam bagunça. Quando as criaturas, cansadas, tiram um cochilo, Max, sentindo-se sozinho, percebe um cheiro delicioso: é a comida preparada por sua mãe. Então, sem nem ao menos se despedir, o garoto viaja de volta ao seu quarto para jantar.
• Conheça a história do personagem Max no livro:
SENDAK, Maurice. Onde vivem os monstros. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
O livro acompanha a aventura de Max pelo mundo da imaginação, após ele fazer uma malcriação e ter de ficar de castigo em seu quarto.
Imaginar e cantar
Brincar de ser outra coisa e inventar lugares imaginários também pode ser um recurso na criação de diversos tipos de música. As que são apresentadas neste capítulo são todas canções, ou seja, são músicas que têm uma letra, um texto para ser cantado. Nelas, as palavras podem contar histórias, falar de sentimentos e possibilitar que a gente se imagine em diferentes situações de vida.
A fotografia mostra a cena de uma montagem brasileira da obra teatral I Musicanti. Os atores em cena costumam interagir com as crianças do público, que podem brincar de ser diferentes personagens. Essa obra, em que as canções ajudam a contar a história, foi traduzida e adaptada para a língua portuguesa pelo músico e escritor brasileiro Chico Buarque de Holanda (1944-). A versão brasileira ganhou novas canções e o título foi modificado para Os Saltimbancosglossário . Em uma das canções, os animais imaginam como seria a cidade ideal de cada um. Leia a seguir alguns trechos.
A cidade ideal
Cachorro:
A cidade ideal dum cachorro
Tem um poste por metro quadrado
Não tem carro, não corro, não morro
E também nunca fico apertado
Galinha:
A cidade ideal da galinha
Tem as ruas cheias de minhoca
A barriga fica tão quentinha
Que transforma o milho em pipoca
reticências
Gata:
A cidade ideal de uma gata
É um prato de tripa fresquinha
Tem sardinha num bonde de lata
Tem alcatra no final da linha
Jumento:
Jumento é velho, velho e sabido
E por isso já está prevenido
A cidade é uma estranha senhora
Que hoje sorri e amanhã te devora
reticências
Todos:
reticências
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
As senhoras e os senhores
E os guardas e os inspetores
Fossem somente crianças
A CIDADE ideal. Intérpretes: Magro, Miúcha, Nara Leão, Ruy. Compositores: Chico Buarque, Luiz Henriquez e Sérgio Bardotti. ín: OS Saltimbancos. Compositores: Luiz Henriquez, Sérgio Bardotti e Chico Buarque. Rio de Janeiro: Universal Music/ cópiráiti Marola Edições Musicais, 1977. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 6.
Teatro: brincar de ser
A arte do teatro surge do encontro entre duas possibilidades: a de poder brincar de ser algo diferente e a de sentir prazer ao ver outras pessoas fazendo o mesmo.
9. Observe esta imagem. Como você descreveria esta cena?
Versão adaptada acessível
9 Com base na descrição da imagem, como você imaginaria esta cena?
O teatro pode começar com alguém interpretando uma situação e alguém vendo, ou seja, surge da interação entre um ator e um espectador. Geralmente, pensamos que um espetáculo teatral só pode acontecer com atores profissionais, cortinas vermelhas, palco, muitas roupas e cenários. Na realidade, o teatro está mais próximo de nós do que imaginamos: basta que duas pessoas estejam dispostas a brincar e a despertar a sua imaginação.
Até aqui, já falamos das referências artísticas que vêm de dentro das nossas casas, das histórias de nossa infância, das brincadeiras e das situações cotidianas que temos prazer em ver e compartilhar. Mas a arte não se limita a esses âmbitos.
Arte ao redor
A arte pode também estar inspirada na paisagem do lugar onde crescemos. Quem foi criado longe das cidades reconhecerá mais facilmente as fórmas e texturas da natureza, os sons dos animais, do mar ou do vento.
Quem cresceu no meio urbano talvez esteja familiarizado com uma variedade mais ampla de construções, além de outras referências, como o grande número de pessoas e veículos, o ritmo acelerado do dia a dia ou os grafites que dão seu colorido característico à arquitetura das cidades.
10. Observe esta imagem. Você já viu pessoas dançando assim?
Versão adaptada acessível
10 Com base na descrição da imagem, responda: Você já presenciou pessoas dançando assim?
A natureza e a arquitetura são alguns dos elementos com os quais as pessoas interagem. Assim como a natureza, a arquitetura influencia os modos de olhar e os pontos de vista sobre o mundo, e também a amplitude e o alcance dos gestos e movimentos. É por isso que em cada lugar (povoado, cidade, estado, país) as pessoas criam suas danças segundo seus hábitos e costumes, e em interação com as características físicas do lugar onde vivem.
Temos danças de rua, danças de salão, danças que as pessoas fazem descalças em ruas de terra, danças étnicas, teatrais, entre muitas outras. Seja como for, todo povo e lugar sempre têm a própria fórma de dançar.
Na rua, dançarinos de Breakingglossário , como o da fotografia, desafiam a nossa percepção do espaço e fazem com que todos esses saltos, paradas de mão e giros lançando as pernas para o ar pareçam um jogo, uma brincadeira.
11. E você, como vivencia e transforma o espaço ao seu redor? Como interage com o local em que mora?
- Como é o caminho que você faz para ir à escola? Como são as ruas? Converse com um colega sobre o que cada um de vocês encontra de diferente em seu percurso. Onde a arte está presente?
- Observe a fotografia. Agora imagine passar por um cenário como esse diariamente. Será que você sempre prestaria atenção em como cada degrau foi feito? Ou, ao contrário, passar todo dia pelo mesmo lugar faz a gente deixar de perceber os detalhes? E se, de repente, esses mosaicos fossem retirados?
Versão adaptada acessível
13 Atente à descrição da fotografia. Agora imagine passar por um cenário como esse diariamente. Será que você sempre prestaria atenção? Ou, ao contrário, passar todo dia pelo mesmo lugar faz a gente deixar de perceber os detalhes?
Essa escadaria liga dois bairros da cidade do Rio de Janeiro Rio de Janeiro: Lapa e Santa Teresa. Jorge Selarón (1947-2013), artista chileno, trabalhou por 19 anos no revestimento dos 215 degraus. As peças do mosaicoglossário vieram de diversas partes do mundo e foram obtidas por meio de doação, recolhidas em demolições ou adquiridas pelo próprio artista.
Paisagem na janela
- Até a paisagem que você vê da janela do seu quarto constitui uma referência visual. O que você observa por ela? Vê a cidade ou a natureza? E a janela também nos traz outras informações: quais sons você escuta de seu quarto? Como é a luz que entra por ela? O que o mundo de fóra traz para você?
- A janela pode ser também uma abertura para a imaginação. Observe a imagem a seguir. O que se vê através das janelas escuras deste ambiente? O que você imagina que poderia ser observado pelas janelas brancas?
Versão adaptada acessível
15 A janela pode ser também uma abertura para a imaginação. Com base na descrição da imagem, diga o que se vê através das janelas escuras deste ambiente. O que você imagina que poderia ser observado pelas janelas brancas?
As obras da artista brasileira Regina Silveira (1939-) confundem o olhar do espectador por meio de sombras e projeções irreais. Assim, ela estimula a imaginação do público, como acontece na obra Abyssal, em que as janelas brancas não são reais.
Na letra de canção transcrita na próxima página, a janela também delimita um cenário e nos faz fantasiar sobre o que é descrito. Os compositores dessa canção são Lô Borges (1952-) e Fernando Brant (1946-2015), ambos nascidos em Minas Gerais.
Paisagem da janela
Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e num voo um pássaro
Vejo uma grade e um velho sinal
Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal
Você não quer acreditar, e eu apenas era
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvores
Sem querer descanso nem dominical
Cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral
Do quarto de dormir
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal
Um cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Você não quer acreditar…
PAISAGEM da janela. Intérprete: Lô Borges. Compositores: Fernando Brant e Lô Borges. ín: CLUBE DA ESQUINA. Intérprete: Clube da esquina. abre colchete sem local.]: EMI Music, 1972. 2 discos sonoros. Disco 2, lado A, faixa 1.
16. A primeira estrofe deixa claro o que é visto da janela do quarto de dormir? O que mais se vê além disso? Qual é a diferença entre o que você “vê”, o que você “percebe” e o que você “imagina”, observando da janela de seu quarto de dormir?
Versão adaptada acessível
16 A primeira estrofe deixa claro o que é visto da janela do quarto de dormir? O que mais se vê além disso? Qual é a diferença entre o que você “percebe” e o que você “imagina” da janela de seu quarto de dormir?
A música sugere que da janela do quarto de dormir vemos o mundo! Ela é uma passagem e representa uma abertura para o novo. A janela de casa pode servir como nossos olhos e ouvidos: precisamos estar atentos para perceber o entorno.
Faça no caderno.
PARA REFLETIR
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- Você se considera uma pessoa atenta e aberta para perceber a arte em seu cotidiano? Por quê?
- Reconhecer as referências artísticas que estão no seu cotidiano e parar um pouco para conhecê-las melhor aproxima você da arte? Será que essa aproximação pode tornar sua vida mais alegre e prazerosa? Justifique sua resposta.
Para pesquisar
Referências artísticas – Estado da arte
Todos temos nossas preferências artísticas e sabemos que elas podem mudar ao longo da vida. Quando somos atraídos por alguma música, alguma imagem, dança ou filme, é porque, provavelmente, essa obra estimulou nossos sentidos e, por algum tempo, permaneceu em nossos pensamentos.
- Pesquise algumas obras de arte e artistas com base nas seguintes orientações.
- Quais são as obras de arte mais significativas para você?
- Após fazer o levantamento de todas as referências que atraem você, escolha a obra de um artista.
- A partir da escolha da obra, você deverá realizar uma pesquisa a respeito do estado da arte dessa obra. O estado da arte consiste em levantar o máximo de fontes confiáveis que digam respeito à obra escolhida. Assim, faça uma pesquisa em livros, catálogos, revistas, podcasts, jornais ou na internet e recolha o máximo de informações que você puder a respeito dessa obra. Ao pesquisar na internet, dê preferência para sites de museus e de instituições oficiais, se possível.
- Faça um painel com imagens e informações citando as referências de sua pesquisa.
Versão adaptada acessível
1 Pesquise algumas obras de arte e artistas com base nas seguintes orientações.
a) Quais são as obras de arte mais significativas para você?
b) Após fazer o levantamento de todas as referências que atraem você, escolha a obra de um artista.
c) A partir da escolha da obra, você deverá realizar uma pesquisa a respeito do estado da arte dessa obra. O estado da arte consiste em levantar o máximo de fontes confiáveis que digam respeito à obra escolhida. Assim, faça uma pesquisa em livros, catálogos, revistas, podcasts, jornais ou na internet e recolha o máximo de informações que você puder a respeito dessa obra. Ao pesquisar na internet, dê preferência para sites de museus e de instituições oficiais, se possível.
d) Faça uma descrição ou representação citando as referências de sua pesquisa.
- Algumas perguntas podem orientar a montagem do painel:
- Qual é o título da obra?
- Quem é o artista (fale de onde ele é, o ano em que nasceu, conte sobre a trajetória dele, sobre suas inspirações e referências, se pertence a alguma escola ou movimento artístico etcétera)?
- Qual é a linguagem artística da obra (artes visuais, dança, música, teatro etcétera)?
- Fale sobre a sua identificação com essa obra. Por que você a escolheu?
- Onde a obra se encontra? Ela está em sua cidade ou em outra região? Se a obra é de sua cidade, conte como ela expressa as particularidades do lugar e de que fórma ela tem relação com você.
- Se a obra pertence a um contexto diferente, conte por que ela atraiu você.
- Após a confecção do painel, leve-o para a sala de aula, exponha sua pesquisa para a turma e conte sobre a obra e sobre o artista que a produziu.
- Após apresentar a sua pesquisa e conhecer a dos colegas, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- Há pontos em comum entre as obras escolhidas? Os artistas são de seu entorno ou de outros lugares?
- Quais foram as obras mais próximas de seu entorno? O que elas representam para você?
- Quais foram as obras mais distantes de seu entorno? O que elas representam para você?
Processos de criação
Diário de bordo
Convidamos você a criar um diário de bordo que o acompanhará ao longo do ano. Nesse diário, você pode registrar as pesquisas, descobertas, interesses e ideias que surgirão das experiências no contato com o material presente neste livro.
Esse diário é pessoal e conterá seu caminho investigativo.
Como você não realizará o percurso por este livro sozinho, sugerimos que partilhe com seus colegas, periodicamente, as pesquisas e as ideias registradas nesse diário. Esteja sempre com ele à mão nas aulas de Arte.
Você pode usar um caderno ou reunir papéis com texturas e cores das quais você goste e encadernar para montar o próprio diário.
Pense em um tamanho que seja prático para você transportar. Recomendamos que não seja um papel muito fino e que não tenha pauta, para que você possa, além de escrever, desenhar, colar, usar canetas variadas e até tinta, se desejar.
Tente dar a ele um aspecto que agrade você.
Para concluir, escreva, desenhe e cole imagens ou frases pensando nas perguntas a seguir.
Versão adaptada acessível
Convidamos você a criar um diário de bordo que o acompanhará ao longo do ano. Nesse diário, você pode registrar as pesquisas, descobertas, interesses e ideias que surgirão das experiências no contato com o material presente neste livro.
Esse diário é pessoal e conterá seu caminho investigativo.
Como você não realizará o percurso por este livro sozinho, sugerimos que partilhe com seus colegas, periodicamente, as pesquisas e as ideias registradas nesse diário. Esteja sempre com ele à mão nas aulas de Arte.
Você pode usar um caderno ou algum outro suporte de sua preferência para montar o próprio diário.
Pense em um tamanho que seja prático para você transportar. Recomendamos que não seja um papel muito fino, para que você possa, além de escrever, fazer representações, descrições e criações, se desejar.
Tente dar a ele um aspecto que agrade você.
Para concluir, escreva frases ou faça representações pensando nas perguntas a seguir.
- Onde está a arte em minha vida?
- Onde está a arte em minha casa?
- Onde está a arte em meu trajeto até a escola?
- Onde está a arte em meu bairro e em minha cidade?
- Onde está a arte na vida dos meus colegas?
- Com base nas conversas e pesquisas apresentadas pelo restante da turma, registre em seu diário de bordo as suas reflexões e escreva sobre artistas que você conheceu.
Organizando as ideias
Agora que você já refletiu a respeito dos lugares que a arte ocupa em sua vida, experimente revisitar imagens, referências e passagens que mais instigaram você ao longo deste capítulo.
Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
Faça no caderno.
- Quais descobertas a respeito da arte você fez neste capítulo?
- Quais novos artistas e obras você conheceu?
- Quais lugares você revisitou?
- Quais práticas artísticas você aprendeu?
- O que você gostaria de continuar aprofundando?
Glossário
- naïf
- Estilo de arte produzido, geralmente, por artistas autodidatas, ou seja, pessoas que não cursaram estudos formais em Arte. É comum encontrarmos em produções naïfs temas ligados à vida, à cultura e ao cotidiano de seus autores, assim como fatos da atualidade.
- Voltar para o texto
- Os Saltimbancos
- Obra teatral baseada no conto Os músicos de Bremen, dos Irmãos Grimm. Fala de quatro bichos (o Jumento, a Galinha, a Gata e o Cachorro) que, sentindo-se explorados por seus donos, resolvem fugir. Nessa fuga, encontram-se e formam uma banda. Juntos, libertam-se da opressão dos donos e seguem para a cidade, para tentar a sorte como músicos.
- Voltar para o texto
- Breaking
- No ano de 2020, o Comitê Olímpico Internacional () cói incluiu o Breaking como modalidade de Dança Esportiva nas Olimpíadas de 2024. Essa entrada ocorreu devido à participação do Breaking nos Jogos da Juventude que aconteceram na Argentina, em 2018. Atualmente as danças desportivas são as modalidades Danças Latinas (Paso doble, Rumba), Standard (Slow fox, valsa vienense) e Breaking.
- Voltar para o texto
- Mosaico
- Obra artística feita a partir de fragmentos de materiais, que podem ser pedaços de cerâmica, papel, vidro, entre outros. Cada pedacinho deve se “encaixar” em outro para assim formar o todo de uma superfície. A técnica do mosaico é muito antiga; ela é usada especialmente na decoração e é praticada há pelo menos 5 mil anos.
- Voltar para o texto