CAPÍTULO 8 Arte e juventude

Fotografia. Imagem colorida, formato retrato. Em primeiro plano, uma jovem com cabelos de dread. Ela está de perfil, com a boca aberta, o braço direito estendido para trás e a mão esquerda sobre o peito. Em segundo plano, diversas pessoas sentadas assistem a apresentação da jovem.
A poeta Thaís Aguiar participando do Slam Resistência na praça Roosevelt, em São Paulo São Paulo. Fotografia de 2017.

Como a arte faz referência à juventude? Como os jovens se expressam por meio da arte?

1. Observe a imagem da abertura do capítulo. O que você imagina que essa jovem está fazendo? Que motivos levam jovens a se reunir para ver e ouvir a expressão artística uns dos outros?

Em 2014, alguns poetas e performers de poetry slam reuniram-se em uma praça na cidade de São Paulo (SP) e deram início a um evento mensal chamado Slam Resistência. A poetry slam é uma manifestação artística e performática, uma espécie de esporte de poesia falada e performada. Os jovens performers reúnem-se para partilhar seus textos e competir entre si. Eles declamam poemas sobre os mais diversos assuntos e o público julga o desempenho de cada um, dando notas para que um performer saia vencedor. Mesmo tratando-se de jogos competitivos, os slams se tornaram famosos por serem eventos comunitários em que jovens se encontram e manifestam seus pensamentos e sentimentos sobre sua posição no mundo, etnia, gênero, questões sociais, políticas etcétera

Neste capítulo, você conhecerá alguns exemplos da relação entre a arte e a juventude e será convidado a refletir a respeito de nossa maneira de estar no mundo com base em nossas referências e identificações artísticas.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Você já viu ou participou de algum evento como os slams, ou seja, encontros em que as pessoas compartilham artisticamente suas ideias sobre a vida e o mundo?
  2. Quais são os espaços de sua cidade, frequentados por jovens, nos quais você se sente à vontade para se manifestar?

SOBREVOO

Juventude na arte

Fotografia. Imagem em formato paisagem. Uma panela com água fervendo sobre uma grelha velha de ferro, apoiada entre pedras. Embaixo dela, há lenhas e uma fogueira com chamas altas.
Esta imagem foi apresentada na mostra fotográfica Explorando um novo lar, organizada pelo Instituto Pirilampos, de Roraima, em parceria com o Unicef. Participaram adolescentes de 12 a 17 anos, brasileiros e refugiados e migrantes da Venezuela. A fotografia é de autoria de Johandri cúper, de 13 anos (Abrigo Pintolândia).

Não existe idade certa para uma pessoa começar a produzir arte. Há pessoas que desde muito jovens já se empenham em se expressar por meio de pinturas, fotografias, músicas, dança, desenhos, entre outras fórmas de arte. Você se considera desse grupo? Se sim, conte aos colegas um pouco sobre o que você faz. Se não, o que impede você de fazê-lo?

Agora, observe a fotografia. Com seus colegas, descreva para o professor tudo o que pode ser visto na imagem. Faça de conta que ele não pode ver a fotografia e que depende da descrição de vocês para imaginar a cena. Lembre-se do que foi estudado sobre fotografia no capítulo 6, como enquadramento, luz e foco. Concentre-se em cada detalhe. Depois conversem sobre:

Faça no caderno.

  1. O que essa fotografia pode representar? O que pode estar acontecendo nessa cena?
  2. O que essa imagem traz à sua memória?

A imagem a seguir foi captada por uma adolescente venezuelana refugiada em Boa Vista, capital de Roraima. Ela e dezenas de outros jovens integram um projeto realizado pelo unicéfi em parceria com o Instituto Pirilampos, que acolhe crianças e adolescentes que precisaram sair do seu país e vir para o Brasil em busca de uma vida mais segura. Muitas famílias que passam por essa situação precisam morar em abrigos provisórios, organizados por entidades sociais ou governamentais, e por elas são acolhidas até que consigam se estruturar no novo país. O projeto também inclui estudantes brasileiros que vivem na mesma região.

Fotografia. Imagem retratada em perspectiva, em formato paisagem. Sob árvores e sobre chão de terra e folhas secas, há uma estrutura de metal, semelhante a uma gaiola, em formato de túnel, que parece se afunilar. No centro inferior, há um cano de metal em toda a sua extensão.
Essa fotografia também faz parte da mostra Explorando um novo lar. A autora é a venezuelana Carolyne Stefane, de 17 anos (Escola Estadual Ana Libória).
  1. Ao observar essa fotografia, para onde seu olhar é conduzido em um primeiro momento? Por que isso acontece?
  2. O que há em comum entre as imagens? E em que elas diferem?

Nesse projeto, adolescentes entre 12 e 17 anos assumem um importante papel no mundo da arte: o de produzir – nesse caso, uma fotografia. Depois de passar por breve formação técnica, esses jovens se voltam para o local onde estão vivendo e buscam registrar a sua relação com esse espaço e com tudo o que existe nele: as pessoas que vivem ali, as paisagens naturais ou urbanas, os animais e a vegetação típica, os objetos e outros elementos.

  1. De que modo essas imagens representam a vida desses adolescentes?
  2. Com base na observação das fotografias, como você acredita que seja a vida nesses locais?

Foram muitos registros fotográficos, e, ao final, 50 imagens foram escolhidas para compor a exposição Explorando um novo lar, que foi apresentada presencialmente em um shopping em Boa Vista e virtualmente pela internet.

Para experimentar

Representando o local onde você vive

Os adolescentes venezuelanos e brasileiros utilizaram a fotografia para se conectar com o local onde estavam vivendo. Eles aprenderam a técnica da fotografia, assim como você, que estudou essa linguagem no capítulo 6. Mas o que mais chama a atenção nas fotografias desses jovens são suas escolhas sobre o que fotografar.

Por isso, convidamos você a também pensar sobre o que escolheria fotografar para representar o local onde mora ou o modo como você vive. O tema pode ser uma paisagem, um objeto, uma pessoa, um animal, ou até mesmo uma brincadeira ou uma comida.

  1. Em casa, faça sua escolha e o registro por meio de fotografia ou desenho e guarde sua produção.
  2. Na sala de aula, descreva para a turma a cena que você registrou. Apresente oralmente cada detalhe da imagem, sem mostrá-la. Escute também as descrições dos colegas, fechando os olhos para imaginar como é a cena registrada por eles.
  3. Para concluir, em uma grande roda, reflita sobre as questões e compartilhe com os colegas suas escolhas.
    1. Por que escolheu registrar essa cena? De que modo ela representa o local onde você vive? Por que ela é importante para você?
    2. Depois de ouvir o relato dos colegas, responda: alguém fez uma escolha parecida com a sua? Os motivos da escolha foram os mesmos?

Brincando e dançando

Durante as diferentes etapas de nosso crescimento, passamos por mudanças físicas e de comportamento, e isso se reflete nos hábitos e nas escolhas de cada um. Mudar a fórma de brincar e de se relacionar com brinquedos ou brincadeiras marca algumas etapas da infância.

7. O que você pensa sobre brinquedos? Eles fazem parte do passado ou você ainda brinca com eles? De que fórma os brinquedos podem despertar a criatividade?

Brincar também é uma maneira de recriar o mundo por meio da imaginação, assim como dançar é uma fórma de recriá-lo por meio de movimentos. Por isso, a combinação entre a brincadeira e a dança costuma funcionar muito bem.

No espetáculo Amanhã é depois! Hoje é brinquedo, o elenco de dança, formado por 15 jovens com idades entre 11 e 20 anos, dançava com diversos brinquedos, rolando sobre grandes bolas, desviando de bolhas de sabão, escondendo-se entre almofadas e abraçando nuvens de algodão.

8. O que você pensa ao ler o nome do espetáculo: Amanhã é depois! Hoje é brinquedo? Anote em seu diário de bordo e, em seguida, compartilhe sua resposta com os colegas e com o professor.

Fotografia. Imagem em formato paisagem de um espetáculo de dança. O elenco veste roupas coloridas infantis e realiza performances que remetem a brincadeiras da infância. À esquerda, uma menina com cabelos castanhos longos, camiseta amarela e jardineira laranja está sentada em uma bola grande. Seus braços estão para trás, em volta de outra menina, com saia e blusa verdes, em pé sobre a bola. No centro, um pouco à frente, um homem com camiseta rosa, bermuda listrada, suspensórios e boné segura uma baqueta. Na frente dele, há um megafone no chão. Atrás dele, uma menina em pé, dentro de uma piscina inflável rasa, sem água, segura um guarda-chuva rosa aberto. Ao lado dela, outra menina, de perfil, com vestido laranja e braços estendidos à frente, segura uma corda que sustenta, pelo quadril, outra menina, de costas para ela, com blusa azul, calça rosa e braços levantados. À direita, há uma menina com roupas coloridas, joelho direito apoiado no chão e braços flexionados na lateral do corpo e outra menina com macacão azul com listras coloridas sinuosas e babado em volta da cintura sobre um patinete. Ao fundo, o cenário é composto de um quebra-cabeça. No alto, há nuvens de feltro em cor branca, de diversos formatos, algumas semelhantes a brinquedos, presas ao teto.
AMANHÃ é depois! Hoje é brinquedo. Direção: Jorge de Paula. Coreografia: miéja chan e Valéria Medeiros. Interpretação: Em Cena Arte e Cidadania. Recife Pernambuco, 2009.

O balé e a dança contemporânea foram as modalidades combinadas nesse espetáculo, em que ora apareciam os passos de balé, ora cambalhotas e outros movimentos surgidos de improvisações nas aulas de dança. Os jovens intérpretes participaram da criação das coreografias. Eles contribuíram com as suas experiências com os brinquedos e as brincadeiras de que gostavam. Os integrantes do elenco frequentavam as aulas de dança da organização não governamental (ôngui) Em Cena Arte e Cidadania, que atua na cidade de Recife Pernambuco desde 1998.

Para experimentar

Movendo-se entre bolhas de sabão

Pensando no espetáculo Amanhã é depois! Hoje é brinquedo, que tal realizar uma atividade com bolhas de sabão?

  1. Com o auxílio do professor, a turma formará três grupos. 
  2. Assim que a música começar, o primeiro grupo vai soprar as bolhas na área indicada. Elas poderão ser sopradas em diversas direções.
  3. O segundo grupo vai se mover entre as bolhas. Comece na mesma velocidade da música, depois experimente variar a velocidade, acelerando e desacelerando, contrapondo-se à música. Cuidado para que as bolhas não estourem! 
  4. O terceiro grupo vai observar a movimentação dos colegas.
  5. Ao sinal do professor, os grupos trocarão de função. O ideal é que todos participem das três ações durante a atividade. 
  6. Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. Como você se sentiu em cada uma das funções?
    2. Quais movimentos foram mais interessantes de observar? Por quê?
    3. A sua fórma de se movimentar entre as bolhas foi diferente da fórma de se movimentar de seus colegas? Como?
    4. A velocidade dos seus movimentos entre as bolhas é igual à dos seus movimentos do dia a dia? Por quê?

Respeitável público!

À medida que vamos crescendo, abandonamos alguns medos e brinquedos e inventamos novas brincadeiras e espaços de criação, assim como fez Jonas Laborda, o protagonista do filme-documentárioglossário Jonas e o circo sem lona (2015).

O filme, da cineasta e documentarista Paula Gomes (1979-), apresenta o garoto aos 13 anos vivendo com a mãe e a avó em um bairro da periferia de Salvador Bahia . No quintal da casa da família reside a maior alegria de Jonas: um circo criado por ele.

9.  Você já foi ao circo ou já viu imagens e números circenses como os representados nesta pintura?O que achou deles? 

Pintura. A tela retrata o interior de um circo com lona listrada em tons de verde e azul, plateia e apresentações circenses. Sobre chão de terra, à esquerda, artistas tocam instrumentos musicais. Ao lado deles, palhaços equilibram pratos e um deles está em uma perna de pau. No centro, dois equilibristas com chapéu preto, camisa bege, calça verde e sapatos brancos se equilibram em bicicletas. Acima deles, duas equilibristas com faixa na cabeça e top brancos, saia curta listrada em verde e azul com babado branco, meias longas e sapatilhas se equilibram em cordas bambas. No alto, trapezistas usam faixa na cabeça, sapatilha  e biquíni brancos. Nas laterais do picadeiro, pessoas sentadas assistem às apresentações.
ANDRADE, Aécio de. Circo do povo. 2009. Tinta acrílica sobre tela, 60 centímetros por 80 centímetros. Coleção particular.

Geralmente realizadas em uma tenda, as apresentações de circo reúnem artistas de especialidades diversas, como malabaristas, acrobatas, trapezistas, contorcionistas, equilibristas, mágicos e palhaços. Essa modalidade artística integra diversas linguagens, como a música, a dança e suas expressividades corporais, o jogo, o teatro e a mágica.

A paixão de Jonas pelo circo vem de longe: sua avó e sua mãe foram artistas circenses. Elas não trabalham mais no picadeiro, mas vivem contando histórias de suas experiências e mostrando fotografias antigas.

No espaço criado por Jonas no quintal de sua casa, há diversos elementos que podem ser encontrados em qualquer circo: a bilheteria, onde o público compra o ingresso; o trapézio, pregado em uma árvore do quintal, onde Jonas, como trapezista, pode executar sua rotina; o picadeiro, montado com caixas no chão de terra batida; escadas e cordas para os números dos palhaços; e microfones e megafones para que os artistas possam anunciar o espetáculo com as frases clássicas do circo, como “Respeitável público!” e “Senhoras e senhores!”.

Fotografia. Imagem em formato quadrado de um menino com cabelo curto, castanho, e rosto pintado de palhaço. Ele usa uma blusa listrada colorida e segura um microfone com a mão esquerda.
Fotografia. Imagem em formato paisagem. No quintal de uma casa, à direita da imagem, um menino com uma peruca loira, chapéu preto, calça de cetim listrada em preto e branco e blusa com babado vermelho está agachado sobre um banco comprido de madeira, com o rosto inclinado para cima, sendo maquiado por outro menino que, em pé e de costas, segura um pequeno frasco com a mão esquerda e com a mão direita maquia a pálpebra esquerda do menino.
À esquerda da imagem, uma mesa comprida com várias peças de roupas em diversas cores. Ao fundo, uma casa simples com uma pequena janela de vidro, parede esverdeada com pintura desbotada, máquina de lavar, algumas cadeiras velhas de madeira e uma geladeira.
JONAS e o circo sem lona. Direção: Paula Gomes. Brasil: Vitrine Filmes, 2015. Fotogramas.

O documentário mostra os ensaios dos números realizados por Jonas e seus amigos, a divulgação da apresentação pelo bairro onde moram, cenas da sessão para o público (composto em geral de crianças e jovens), discussões e desentendimentos entre os jovens artistas e reflexões do menino sobre sua aventura no universo da arte.

Por meio dessa sucessão de cenas, conflitos e números circenses no quintal, o filme-documentário mostra que a aventura de criação de um projeto artístico pode passar por diversos momentos, alguns de crise e outros de imensa alegria.

10. Ao longo das atividades propostas neste livro, você deve ter participado de ensaios com seus colegas. Você se lembra de como foram? Comente os detalhes dos processos de ensaio. Quais foram as experiências mais e menos prazerosas de que você se lembra? Compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

Para experimentar

Número circense

Um espetáculo de circo é composto de diversos números. São apresentações curtas que têm como objetivo divertir, fazer rir e refletir, demonstrar habilidades dos artistas etcétera Alguns clássicos são os números de palhaço, de malabarismo, de corda bamba, de mágica e de trapézio. Muitos números também podem ser inventados de acordo com a especialidade de cada artista envolvido no processo de criação.

Que tal organizar um número circense para ser apresentado à turma?

  1. Reúna-se com os colegas em grupos de seis participantes. 
  2. Veja a seguir algumas perguntas que podem ajudar a orientar o planejamento da apresentação. Anote as respostas em seu diário de bordo.
    1. Qual é o objetivo do número circense que o grupo deseja montar?
    2. O número será mais físico ou verbal? Quais habilidades serão trabalhadas pela equipe?
    3. Qual será a duração da apresentação?
    4. Como será o começo, qual será o seu desenvolvimento e como terminará?
    5. Qual é a relação que o grupo deseja estabelecer entre quem apresentará o número e o público?
  3. Ao final das apresentações da turma, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. Quais foram as dificuldades encontradas ao longo da elaboração do número circense?
    2. Em quais momentos os números prenderam a atenção do público e em quais o interesse diminuiu?

Rap e expressão jovem

Para concluir o percurso deste capítulo, vamos falar sobre um gênero musical que, desde seu nascimento, tem sido um importante meio de expressão para os jovens que querem falar de sua realidade e mandar alguma mensagem em fórma de versos: o rap.

O gênero musical rap consiste, basicamente, em versos cantados sobre bases musicais tocadas com equipamentos de som. Quem canta os versos, que dependendo da situação podem ser improvisados, é chamado de MC, cuja origem vem da expressão master of ceremonies (mestre de cerimônias). Quem opera os equipamentos sonoros, criando bases musicais que podem ser bastante elaboradas, é o DJ, sigla de disk-jockey.

Fotografia. Imagem em formato paisagem. DJ Niely, uma jovem com cabelos cacheados, presos em um coque, no alto da cabeça, com duas mechas em dread atrás das orelhas. Ela usa uma camiseta preta com a silhueta do busto de uma mulher estampada em dourado. Ela está em pé, segura um fone no ouvido esquerdo e, com a mão direita, toca uma mesa de som com vários botões. Ao fundo, há um palco com uma placa em que está escrito SONHAR, um quadro com fotografias de guitarras e um retrato de perfil do cantor Elvis Presley.
DJ Niely atuando em live em São Paulo (São Paulo), 2020.

Observe a moça da fotografia. Essa artista é Niely Rabetti (2002-), conhecida como DJ Niely, uma jovem brasileira que atua como DJ desde os 12 anos de idade. No momento, ela desenvolve também ações de formação sobre a prática de DJ e sobre a presença feminina no rap.

Um recurso musical frequentemente utilizado pelos DJs é aproveitar trechos de áudio do arranjo de uma música já existente como base sonora para outra música ou para improvisações. Essas células recortadas de uma música e usadas em outras são chamadas samples [amostras].

O rap teve origem na atuação de artistas jamaicanos que, ao imigrarem para os Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, continuaram desenvolvendo esse gênero musical lá, sobretudo nas cidades de Nova iórque e de Chicago. Atualmente, o rap está espalhado pelo mundo todo.

  1. E você, se fosse dizer algo ao mundo em fórma de música, que temas abordaria?
  2. Você considera que falar de si mesmo também pode ser uma maneira de interferir na realidade? Por quê? Escute o áudio “Por dentro do rap” e entenda como o rap interferiu na vida da DJ Niely.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Para experimentar

Percussão corporal para acompanhar um rap

Agora vamos aprender um padrão rítmico feito com sons corporais que você pode usar para acompanhar músicas de rap:

1. Escute o áudio de um padrão rítmico com voz e percussão corporal que você poderá aprender aqui.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

2. Para reproduzir o padrão rítmico, utilize os seguintes sons:

batida no peito com uma mão, representada pelo ícone

Ilustração. Mão direita em cor azul aberta.

batida no peito com a outra mão, representada pelo ícone

Ilustração. Mão esquerda em cor rosa aberta.

estalo com os dedos polegar e médio, representado pelo ícone

Ilustração. Mão em cor verde estalando os dedos, médio e polegar.

batida de palmas, representada pelo ícone

Ilustração. Mãos em cor amarela batendo palmas.

3. Memorize a sequência ilustrada a seguir e, usando o áudio como referência para entender e seguir o ritmo, treine e experimente tocar o padrão rítmico completo. Depois que você e seus colegas aprenderem, experimentem tocar todos juntos.

Ilustração. Sequência de mãos em diferentes cores e ações: mão direita azul aberta, espaço, mão verde estalando os dedos, mão azul aberta, mãos amarelas batendo palmas, espaço, mão verde estalando os dedos, mão azul aberta, espaço, mão rosa aberta, mão azul aberta, espaço, mãos amarelas batendo palmas.
Versão adaptada acessível

3. Memorize a seguinte sequência: 1. batida no peito com uma mão; 2.estalo com os dedos polegar e médio, batida no peito com uma mão, batida de palmas; 3. estalo com os dedos polegar e médio, batida no peito com uma mão; 4. batida no peito com uma mão e em seguida com a outra; 5. batida de palmas. Agora, usando o áudio como referência para entender e seguir o ritmo, treine e experimente tocar o padrão rítmico completo.

Depois que você e seus colegas aprenderem, experimentem tocar todos juntos.

  1. Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. O que você achou mais interessante nesse processo?
    2. Houve dificuldades? Quais?
    3. O que poderia ser melhorado em uma próxima experiência?

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Que semelhanças e diferenças você identificou na relação que crianças e jovens estabelecem com a arte nos exemplos apresentados?
  2. O que o incentivou a pensar em novas possibilidades para você mesmo fazer algum tipo de arte? Por quê?
  3. Apresentamos exemplos de crianças e jovens que falam de si por meio da arte. E você, para falar de si, que gestos, palavras, objetos ou músicas usaria?

Processos de criação

Mostra de trabalhos de arte

Ao longo do percurso por este livro, foram apresentados e produzidos trabalhos artísticos que também o incentivaram a pensar sobre si mesmo. Algumas das obras apresentadas e das atividades realizadas este ano podem tê-lo emocionado, despertado ideias ou motivado reflexões. Pensando nisso, propomos que você refaça alguma das atividades e escolha uma ou mais linguagens artísticas para compor uma música, uma cena, um objeto de arte ou uma dança.

No final, organize com a turma uma mostra de trabalhos de arte. Você pode trabalhar em grupo ou individualmente. Fornecemos a seguir um roteiro para o planejamento.

  1. Para começar, revisite a sua memória e o seu diário de bordo e folheie o seu livro.
  2. Das experimentações artísticas realizadas durante o ano, quais você teria vontade de repetir?
  3. Escolha uma e volte ao capítulo no qual ela é apresentada, leia novamente as orientações e prepare o material necessário.
  4. Organize suas ideias: quais são as suas inquietações e o que você tem vontade de dizer ao mundo neste momento? Esteja atento a isso quando revisitar a atividade.
  5. Com o auxílio do professor e dos colegas, organize as apresentações e exposições da turma.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. As suas inquietações ficaram evidentes no novo trabalho apresentado?
  2. Você se sentiu representado em alguma experimentação apresentada por outros colegas?

Organizando as ideias

Quadro com recortes de 4 fotografias. À esquerda, em primeiro plano, a poeta Thaís Aguiar, uma jovem com cabelos de dread. Ela está de perfil, com a boca aberta e a mão esquerda sobre o peito. Em segundo plano, diversas pessoas sentadas assistem à apresentação da jovem. Ao lado, fotografia parcial de panela com água fervendo sobre uma grelha velha de ferro. Embaixo dela, há lenhas e uma fogueira com chamas altas. Na sequência, fotografia com o recorte de um espetáculo de dança. Em primeiro plano, um homem com camiseta rosa, bermuda listrada, suspensórios e boné. Ele segura uma baqueta. Na frente dele, há um megafone no chão. Em segundo plano, uma menina em pé, dentro de uma piscina inflável rasa, sem água, segura um guarda-chuva rosa aberto. Ao fundo, cenário de quebra-cabeça. No alto, nuvem feita de feltro em cor branca. À direita, fotografia de um menino com uma peruca loira, chapéu preto, calça de cetim listrada em preto e branco e blusa com babado vermelho. Ele está agachado sobre um banco comprido de madeira, com o rosto inclinado para cima, sendo maquiado por outro menino que, em pé e de costas, segura um pequeno frasco com a mão esquerda e com a mão direita maquia a pálpebra esquerda do menino.

Neste capítulo, você explorou obras realizadas por jovens e crianças e conheceu artistas que relacionam a arte às questões da infância e juventude.

Para finalizar este capítulo e a sua trajetória por este livro, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

Faça no caderno.

  1. Depois de tudo o que foi vivenciado nas aulas ao longo deste ano, algo mudou em sua relação com a arte presente em sua vida?
  2. As criações artísticas produzidas por você e por seus colegas ao longo deste livro influenciaram a sua fórma de lidar com situações em seu cotidiano? Por quê?
  3. As linguagens artísticas o ajudam a falar sobre si e sobre o que você vive? Como?
  4. Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando?

Glossário

Filme-documentário
Filme que lida com a exploração de determinados fatos, personagens ou contextos da realidade. Assim, diferentemente dos filmes de ficção, em que, em geral, as histórias são inventadas e então encenadas, no documentário parte-se do registro de uma situação real para a construção da narrativa. Entretanto, um documentário é um recorte da realidade a partir do ponto de vista de quem realiza o filme.
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