CAPÍTULO 3 Viver e dançar

Fotografia. Sombras de três pessoas em movimento sobre um chão de areia.
Dançando com a sombra: dobrando, esticando e movimentando o corpo. Fotografia de autoria de Javier Ramos. Deserto de Atacama, Chile, 2019.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o capítulo

Este capítulo, “Viver e dançar”, relaciona-se à Unidade temática da Bê êne cê cê: Dança.

Objetivos

De acordo com as Competências específicas do Componente Curricular Arte, os conteúdos trabalhados neste capítulo buscam levar os estudantes a:

  1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
  1. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.
  2. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Sobre a imagem

Peça aos estudantes que observem na imagem as ações corporais: dobrar e esticar. O que as pessoas fazem e como fazem é o que interessa neste momento. A imagem não revela quem faz a ação – mostra apenas a projeção, na sombra, da ação corporal. Por meio da imagem, estimule os estudantes a falar de si, das danças que conhecem e dos movimentos que gostam de fazer em diversas situações da vida. A atenção dedicada ao ato de dançar promove a consciência do corpo, a fruição do movimento e a descoberta de potências criativas.

  1. Quantos e quais movimentos você realiza ao longo do dia?
  2. Respire profundamente, mexa os ombros, vire a cabeça para os lados e faça movimentos circulares com ela, para um lado e para o outro, por fim dê uma boa espreguiçada. Como você se sente?
  3. Massageie os seus braços e o seu rosto. Toque cuidadosamente ao redor dos seus olhos. Quais são as suas sensações?

Perceber o próprio corpo e ter consciência de que tudo o que você faz só pode acontecer porque braços, pernas, coluna, cabeça, boca, olhos e barriga funcionam em um conjunto. E esse conjunto é você!

Na imagem da abertura do capítulo, as pessoas estão brincando com suas sombras e se conectaram ao ambiente com o movimento de expansão do corpo, de inspirar e de expirar o ar, de sentir os cheiros presentes e a temperatura do vento tocando a pele. Dessa mesma maneira, com a dança, o corpo toca o mundo, e, assim, é possível conhecer a si e ao mundo.

A dança, arte do movimento, é um modo de organizar e de revelar sensações por meio da consciência do corpo, dos movimentos, dos ritmos e das fórmas de ocupar o espaço.

4. Escute com atenção o áudio “A dança das sombras” e siga as orientações do professor.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Faça no caderno.

Para refletir

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. O que você conhece sobre dança?
  2. O que você gosta de dançar?
  3. Em que situações ou momentos da vida você dança ou vê pessoas dançarem?
Orientações e sugestões didáticas

Justificativa

Neste capítulo, o estudante é convidado a conhecer a si mesmo por meio da própria dança. O tema abordado é o estudo do corpo na dança. Ao conhecer os artistas e obras, além de participar das atividades, espera-se que o estudante crie novos repertórios de movimento e seja capaz de fazer reflexões sobre o próprio repertório. O objetivo é promover a percepção corporal e a consciência do corpo em movimento por meio dos sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar e o próprio movimento), para captar o mundo e, desse modo, elaborar informações sobre si mesmo, sobre o lugar onde vive e sobre como vive.

Pretende-se que todas as propostas apresentadas ao longo do capítulo possam ser realizadas por pessoas com e sem deficiência, promovendo o engajamento dos estudantes na pesquisa para solucionar problemas e conflitos que venham a ser suscitados durante o desenvolvimento das atividades.

Para todas as questões propostas no capítulo serão dadas “Respostas pessoais.”.

Orientações

Este capítulo apresenta mais um modo de se conhecer e de perceber as próprias potencialidades por meio da arte. Ao dançar, a pessoa apreende o mundo utilizando todos os sentidos; assim sendo, apresentar ao estudante essa linguagem, de modo lúdico e sensível, visa estimular que a dança se torne mais um modo de ele expressar ideias e de se comunicar com o mundo.

Converse com a turma sobre suas experiências com a dança no cotidiano. Se houver estudantes na turma que façam parte de algum grupo de dança ou movimento cultural que envolva dança, peça a eles que contem suas experiências aos colegas. Estimule os que nunca dançaram a contar suas experiências como espectadores.

Sobre a atividade

4. Crie um jogo de movimento que promova a projeção de sombras. Levar o foco para a sombra pode ajudar os estudantes mais tímidos a se expressar e a experimentar a linguagem da dança, pois eles não se perceberão como objetos imediatos da observação dos outros. Peça aos estudantes que tragam uma lanterna para a sala de aula e formem duplas. Acesse com a turma o áudio para desenvolvimento da proposta. Mesmo sem lanternas, os estudantes poderão perceber a forma das sombras apenas com a luz ambiente. Essa atividade contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê.

SOBREVOO

Corpo, espaço e tempo

Fotografia em preto e branco. Colchonetes sobre um gramado. No centro, um menino de cabeça para baixo e de costas, apoiando as mãos sobre um  colchonete em um salto; a perna direita dele  está estendida para cima e a esquerda está flexionada para trás. Ao fundo, uma mulher de cabelo comprido, camiseta regata, calça e tênis  olha na direção do menino. Ao lado dela, há um grupo de meninos. Atrás deles, uma cerca de arbustos e árvores.
Aula de dança com a professora Renata Macedo Soares no Centro de Convivência e Cooperativa do Parque Ibirapuera (cêco), em São Paulo São Paulo, 1994.

Para entender a arte da dança, é preciso ter consciência corporal e saber que o movimento também é um modo de pensar. Somos corpo e estamos situados em determinado lugar no espaço e em um momento no tempo. Estes são os principais elementos da dança: corpo/você, tempo e espaço.

Por isso, é importante conhecer o próprio corpo e perceber os movimentos que você faz (com suas variações de fórma e de velocidade), o espaço onde você está e como o ocupa.

Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção, apresentamos artistas e propostas artísticas que aproximam a dança do cotidiano, tendo em comum uma abordagem em relação ao movimento e à dança que promove a consciência corporal.

Unidade temática da Bê êne cê cê

Dança.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Elementos da linguagem; Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero nove) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(ê éfe seis nove á érre um zero) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.

(ê éfe seis nove á érre um um) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.

(ê éfe seis nove á érre um dois) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

(ê éfe seis nove á érre um quatro) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etcétera) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

(ê éfe seis nove á érre um cinco) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.

Sobre a imagem

Na imagem desta página, pode-se ver uma criança realizando um movimento de inversão. Leve os estudantes a observar o lugar onde as crianças da imagem estão tendo aula de dança. Convide-os a reparar que o fato de as crianças estarem à sombra de uma árvore e pisarem sobre a terra também tem um efeito sobre o despertar dos sentidos. Ao perceber o corpo em ação, o estudante conhecerá qualidades do próprio movimento: rápido ou lento, firme ou leve, reto ou sinuoso etcétera Incentive-os a estabelecer, por meio do movimento, novas relações com os lugares onde vivem e com os ritmos das suas rotinas.

Para experimentar

Vamos dançar e sentir o corpo?

  1. Escolha um lugar na sala para realizar a atividade.
  2. Comece se espreguiçando e fazendo movimentos para soltar as articulações.
  3. Quando a música começar a tocar, dance. Se sentir vontade, modifique o seu modo de dançar experimentando movimentos inabituais com o corpo e também deslocando-se pelo espaço.
  4. Ao primeiro sinal do professor, forme dupla com um colega.
  5. Ao segundo sinal, um dos integrantes da dupla vai dançar enquanto o outro fica parado, como uma estátua.
  6. A cada novo sinal do professor, as funções se invertem.
  7. Para concluir, converse com os colegas e com o professor sobre as seguintes questões:
    1. Que modos de dançar apareceram na turma? Eram muito diferentes?
    2. Ao ver os colegas dançando, o que lhe interessou?
    3. Depois de dançar, você experimentou alguma sensação nova?
Ilustração. À esquerda, um quadro com recados, uma mesa com um aparelho de som. Notas musicais saem do aparelho.  Ao lado, um menino de cabelos castanhos, blusa verde, calça azul e sapatos pretos. Ele está saltando com os joelhos flexionados, com as pernas para trás e os braços estendidos na altura da cabeça. À direita, um menino de cabelos enrolados, usando óculos, uma blusa azul, short verde e tênis. Ele está com os braços para cima, o joelho direito flexionado, com a perna dobrada para trás, o pé esquerdo no chão.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O conteúdo desenvolvido neste capítulo apresenta a importância do movimento para o corpo no conhecimento do ambiente ao redor de maneira sensível, principalmente pelo despertar do tato, o sentido ligado à pele, e convida o professor e os estudantes a se observar em atitudes de alongamento, flexão, extensão e tensão. A prática começa com a proposta da seção Para experimentar. As orientações desta seção podem proporcionar conversas sobre a importância do movimento para o bem-estar do corpo, contemplando, assim, o tê cê tê Saúde. O estudo do movimento pode favorecer a respiração, o alongamento da musculatura, entre outros aspectos que podem ser modificados por ele. Para aprofundar esse tê cê tê, de modo interdisciplinar, os professores de Arte e Educação Física podem trabalhar em parceria.

O ideal é que esta atividade seja realizada em uma sala sem móveis e com um aparelho de som ou um celular com acesso à internet. Lembre-se de preparar uma lista variada de músicas que tocarão durante a atividade, de ritmos e estilos diferentes. Pergunte: “O que você gosta de dançar?”; “Que músicas você gosta de ouvir para dançar?”; “Você copia suas danças ou faz o que tem vontade?”.

É importante que todos sejam incentivados a participar. Inicie propondo um “banho seco”, esfregando o corpo para aquecer a pele. Neste momento, coloque uma música calma. Depois, proponha um jogo de estátua: peça a eles que se desloquem pela sala e, quando você pausar a música, eles param. Nesse momento, utilize uma música um pouco mais acelerada (mas não muito agitada). Em seguida, introduza o jogo.

Durante o jogo, dê os sinais para a formação das duplas e para as pausas dos movimentos. Ao final, reformule as perguntas iniciais para conversar sobre a atividade. As questões visam despertar nos estudantes a percepção do corpo em movimento e as sensações enquanto dançam, contemplando as habilidades (ê éfe seis nove á érre um zero) e (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê.

Atividade complementar

Prepare uma seleção de vídeos de dança: de hip-hop, de danças tradicionais, de balé, de sapateado, de jazz etcétera Procure apontar para os estudantes quem está dançando, onde e o que está fazendo. Instigue-os a reparar nos lugares onde as pessoas dançam – conduza essa apreciação para que eles percebam que a dança pode fazer parte da vida deles. Ao mostrar os vídeos, pergunte sobre as afinidades deles em relação a alguma modalidade de dança específica e se identificam a razão de terem mais afinidade com uma modalidade ou outra.

Dança coral

Fotografia em preto e branco. Um parque, com bancos  em círculos concêntricos e gramado. Sobre os bancos, pessoas usando roupas brancas. Algumas estão encolhidas e outras deitadas sobre os bancos.  Ao fundo, há pessoas sentadas e outras de pé assistindo à performance.
Origens dois. Dança coral. Coreografia: Maria Duchênis. Interpretação: Grupo labân Arte/Dança. São Paulo São Paulo, 1991.

Faça no caderno.

1. Observe essa imagem e a da página seguinte. Repare no espaço onde a dança acontece. O que você faria nesse espaço?

Versão adaptada acessível

1 Com base na descrição desta imagem e da página seguinte, atente ao espaço onde a dança acontece. O que você faria nesse espaço?

A coreógrafa Maria Duchênis (1922-2014) compôs uma dança para ser apresentada durante o pôr do sol. Nessa ocasião, ela reuniu crianças, adolescentes e adultos para criar a dança coral Origens dois (1991).

A dança coral é um modo de unir as pessoas e fazer com que seus participantes se sintam parte de um coletivo, valorizan­do o sentido de comunidade, partilha e festa.

Observe novamente as imagens e repare nas ações que as pessoas fazem. Na primeira, elas estão encolhidas e, na segunda, a pessoa em destaque faz um movimento de expansão. Também é possível ver que, na primeira imagem, a disposição do grupo segue o desenho da escultura, o que nos leva a poder apreciar o formato dela.

Os participantes foram convidados a dançar livremente nesse espaço para criar a dança, enquanto a diretora e as suas assistentes organizaram as ações, determinando o que todos poderiam fazer juntos e o que cada participante faria individualmente. Mesmo quando um grupo de pessoas dança em conjunto, as ações individuais não deixam de fazer parte do grupo nem de se relacionar com o entorno.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

No texto, apresentamos os elementos da dança de modo amplo, abraçando o entendimento de dança de diferentes momentos históricos e em diferentes lugares do mundo, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero nove) da Bê êne cê cê. Cada artista desta seção Sobrevoo filia-se a um entendimento particular dos fatores de movimento que geram ações corporais e das qualidades do movimento dançado. Maria Duchênis, por exemplo, trabalha a partir das propostas de seu mestre, rúdolf labân, cujas ideias e práticas fazem parte do escopo teórico da habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê.

É mais fácil compreender a ideia de movimento e suas possibilidades quando nos movemos do que por meio de uma explicação. Então, seria interessante conectar o texto desta página e o da página seguinte à atividade proposta na página 52, incentivando os estudantes a retornarem ao texto após a prática.

Sobre a atividade

1. Proponha aos estudantes que reparem nos círculos concêntricos e nas linhas descontinuadas. Repare também que as bailarinas deitadas estão curvadas em recolhimento, seguindo o desenho do lugar que ocupam. Mostre que o lugar é um parque e converse sobre as diferenças, do ponto de vista do público da dança, entre estar em um lugar aberto e amplo e estar em um lugar fechado.

Sugestões para o estudante

Trechos da dança coral Origens e Origens dois, de Maria Duchênis. Disponíveis em: https://oeds.link/SU8FoO e https://oeds.link/BwohKE. Acessos em: 30março 2022.

Site da exposição Ocupação Maria e rérbert dûchênê.

Disponível em: https://oeds.link/kj91nn. Acesso em: 24 abril 2023.

Quem começou a compor essas danças corais foi o dançarino e coreógrafo húngaro rúdôlfi labán (1879-1958).

Algumas coreografias desenvolvidas por labân nasceram com trabalhadores de fábricas na Inglaterra, no início do século vinte. A operação das máquinas nas linhas de montagem das indústrias exigia muita fórça física e concentração. Além disso, os operários passavam muito tempo repetindo os mesmos movimentos. Para eles, labân propunha danças com movimentos diferentes dos que realizavam em sua rotina no trabalho. Por exemplo, se eles faziam movimentos com o braço direito, ele os incentivava a repetir as mesmas ações com o braço esquerdo; se moviam apenas os braços, ele acrescentava à dança alguns movimentos com o tronco, as pernas etcétera O coreógrafo também propunha caminhadas rápidas ou lentas.

Sua intenção era fazer com que as pessoas pudessem se recuperar do cansaço causado pelas ações repetitivas e, ao mesmo tempo, se expressar e revitalizar suas forças.

Fotografia em preto e branco. Em primeiro plano, uma mulher usando um vestido branco. Ela tem cabelos longos e está de pé com os braços abertos. Atrás dela, algumas mulheres com vestido branco em fila. Ao fundo, pessoas em pé olham para elas. Ao redor, grama e árvores.
Origens dois. Dança coral. Coreografia: Maria Duchênis. Interpretação: Grupo labân Arte/Dança. São Paulo São Paulo, 1991.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre Maria Duchênis

Bailarina, coreógrafa e professora de dança de origem húngara, Duchênis chegou ao Brasil em 1940 e instalou-se na cidade de São Paulo São Paulo, onde desenvolveu seu trabalho principalmente como professora de dança. Em 1943, ela teve poliomielite e conseguiu se recuperar, contando com tratamentos médicos e também com sua experiência no estudo do corpo e do movimento. As sequelas que ficaram não a impediram de desenvolver sua formação e seus trabalhos na área da dança.

Sobre rúdôlfi labán

Pesquisador do movimento, coreógrafo, desenhista e dançarino, nascido no antigo império Austro-Húngaro (na região onde hoje se encontra a Eslováquia), Laban criou um sistema de análise do movimento que, devido à amplitude e à complexidade da pesquisa, é, até hoje, aplicado na dança e no teatro, e continua sendo desenvolvido e modificado por profissionais da dança em diversas partes do mundo. O foco de seu trabalho está na pessoa que dança, promovendo sua expressão individual, nos aspectos físicos, psíquicos e emocionais. Com sua pesquisa, Laban demonstrou que a dança faz parte da vida de todas as pessoas e que qualquer um pode dançar.

Atividade complementar

Mostre para a turma a cena do filme Tempos Modernos em que Carlitos está na fábrica, na linha de produção, e de tanto cansaço acaba entrando nas engrenagens da máquina. Peça que reparem no ritmo constante do trabalho; na coordenação dos trabalhos de todos os operários; na mudança de ritmos e velocidade que o acidente provoca; e nas características do lugar (primeiro uma linha que se move e depois uma série de engrenagens circulares). Depois proponha uma conversa a partir de uma segunda leitura do texto da página 51, para que os estudantes possam ter uma ideia das observações de Laban.

TEMPOS Modernos. Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos: United Artists, 1936. (89 minutos). Nesse filme, Carlitos, o personagem principal, se vê às voltas com o avanço tecnológico. Ele é um empregado de fábrica que tem de lidar com novas máquinas e um trabalho monótono e repetitivo, sempre se submetendo às exigências do chefe.

Saúde.

Para experimentar

Movimentar o corpo faz bem à saúde

Uma vida ativa com exercícios físicos moderados previne doenças e nos ajuda a ter mais disposição.

  1. Escolha, com seu professor, um lugar na sala para realizar a atividade.
  2. Ao som da música, experimente diversos modos de dobrar, esticar e torcer o corpo inteiro. Preste atenção ao bem-estar que você sente ao se alongar, esticando, torcendo ou dobrando.
  3. Ao aviso do professor, comece a dobrar, a esticar e a torcer cada parte do seu corpo uma a uma. Por exemplo, faça essas ações somente com os cotovelos, depois só com os joelhos, os quadris, a coluna, os tornozelos, os punhos etcétera Fique atento para ver se descobre novas fórmas de realizar essas ações.
  4. Ao novo aviso, varie entre executar as ações com o corpo inteiro ou só com uma parte do corpo. Perceba como uma ação se transforma em outra.
  5. Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. Quantos modos diferentes de dobrar, esticar e torcer você experimentou?
    2. Que diferenças você identificou entre fazer as ações com uma parte do corpo de cada vez e com o corpo todo engajado em uma mesma ação?
    3. Como você se sente depois de se mexer tanto? Com base nessa exploração, converse com os colegas e com o professor sobre a importância dos exercícios físicos para a saúde.

Contato improvisação

Fotografia em preto e branco. À esquerda, uma dançarina de perfil com o tronco inclinado e as mãos apoiadas nos joelhos. Em cima dela, um dançarino apoia as pernas sobre o tronco flexionado da mulher e mantém as mãos e a cabeça apoiadas no chão. À direita, outro dançarino está deitado de lado no chão. Atrás dele, uma dançarina apoia a cabeça em seu ombro. Ela está com os joelhos flexionados e a mão direita sobre o tornozelo.
Steve Paxton, píter Bingham, píter Riân e Helen Clárque em uma demonstração de contato improvisação em vancúver, no Canadá. Fotografia de 1983.

2. Observe essa imagem e a da página seguinte. Você já participou de algum jogo ou brin­cadeira em que realizou ações semelhantes às desses dançarinos?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Na seção Para experimentar, a observação sobre a importância do movimento para a melhora da saúde pode ser aprofundada. Para além da melhora de aspectos como a respiração e o alongamento, você pode apresentar outros benefícios à qualidade de vida, como a melhora da coordenação motora. Caso o trabalho seja realizado em parceria com Educação Física, é possível entrar em assuntos como obesidade ou outras questões relacionadas ao cotidiano dos estudantes e de sua saúde.

Nesta atividade, os estudantes poderão experimentar intensidade de força e de velocidade, orientação no espaço, entre outros elementos, para dançar, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê. Comece pedindo aos estudantes que dobrem, estiquem e torçam todo o corpo, explorando os movimentos cotidianos e os da dança, conforme a habilidade (ê éfe seis nove á érre um zero) da Bê êne cê cê. Aos poucos, peça que façam as mesmas ações com pernas, braços, coluna, segmentando o corpo. Durante a improvisação, dê indicações para alternar entre a segmentação e o corpo todo, para que percebam a diferença entre fazer com o corpo todo ou só com algumas partes. Coloque as músicas mais lentas no início da lista e siga com as mais aceleradas.

Esta atividade contempla o tê cê tê Saúde. A partir da última questão, aborde a importância da prática de exercícios físicos e de brincadeiras de movimento, assim como da dança, para o desenvolvimento da saúde física e mental, da coordenação motora e de outros aspectos cognitivos.

Esta proposta pode ser ampliada em um projeto interdisciplinar com o componente Educação Física em que poderão ser desenvolvidas, em conjunto, atividades e reflexões, partindo do tê cê tê Saúde, com o tema: A importância do movimento para um desenvolvimento saudável. As abordagens ou subtemas podem ser escolhidos de acordo com as pessoas envolvidas, observando sempre as necessidades dos estudantes com os quais trabalham.

Sugestão para o professor

A sugestão a seguir conecta o tema desenvolvido neste capítulo com um aspecto do tema proposto para o desenvolvimento do projeto interdisciplinar.

Bianqui, Paloma; NUNES, Sandra ême. A coordenação motora como dispositivo para a criação: uma abordagem somática na dança contemporânea. revista brasileiro Estud. Presença, Porto Alegre, volume 5, número 1, página 148-168, janeiro a abril 2015. Disponível em: https://oeds.link/48lRUO. Acesso em: 20 abril 2022.

Observe no decorrer da improvisação e depois, durante a conversa sobre a atividade, como os estudantes articulam as dimensões do conhecimento apresentadas na Bê êne cê cê: criação, crítica, estesia, fruição e reflexão. Incentive-os a elaborar sua prática a partir dessas dimensões, revelando como organizam seu conhecimento.

Caso algum estudante não possa participar, sugira que escreva no diário de bordo o que observa, descrevendo as características e as qualidades de movimento, bem como seus sentimentos ao assistir aos colegas. Evite, nesses momentos, a utilização de dispositivos de filmagem, pois isso pode inibir estudantes tímidos que talvez queiram participar.

Sobre Istívi Péquistan

Istívi Péquistan foi ginasta e passou por uma eclética formação em dança, do balé à dança moderna. Com o coletivo Grand Union, esteve entre artistas que buscaram alternativas aos métodos de transmissão das coreografias e dos ensinos dos passos, abandonando as convenções ligadas ao tempo e ao espaço cênico em suas produções, levando em conta que todo movimento podia ser considerado dança. Eles trouxeram à cena, por exemplo, o “caminhar”, uma ação que não fazia parte da dança.

O contato improvisação promove a exploração da dança por qualquer pessoa, com e sem deficiência, contemplando a maior diversidade de corpos possível. Esse modo de dançar também favorece o desenvolvimento da percepção corporal.

Fotografia em preto e branco. À esquerda, há um dançarino com os joelhos no chão e o tronco inclinado para trás; as mãos apoiadas no chão. Ao lado dele, há outro dançarino com roupas escuras. Ele está com as mãos no chão, as pernas para cima e a coluna flexionada.
Encostado nele, um dançarino de joelhos, com as costas do dançarino de roupas pretas apoiadas sobre suas pernas. À direita, uma dançarina, com as pernas apoiadas nos ombros do dançarino de joelhos, erguendo o quadril, com parte das costas e os braços encostados no chão.
Istívi Péquistan, píter bingam, píter ráian e Rélen Clárque em uma demonstração de contato improvisação em Vancouver, no Canadá. Fotografia de 1983.

Esse modo de dançar, característico da dança contato improvisação, depende do encontro entre duas pessoas e de elas estarem em contato uma com a outra, sempre unidas e dividindo o peso dos corpos. O que importa nessa dança é o improviso, que possibilita a descoberta de modos de estar com o outro e em movimento.

O contato improvisação acontece tradicionalmente em uma jam, que é uma ocasião em que diversas pessoas se reúnem para dançar. Nesses encontros, são bem-vindos adultos, idosos, crianças, pessoas com ou sem experiência.

Os praticantes de contato improvisação aprendem a cair, levantar, rolar no chão etcéteraAlém disso, é preciso estar disponível para tocar o outro e ser tocado por outras pessoas.

Essa prática foi criada no início dos anos 1970 pelo dançarino istív péquistan (1939-). Ele iniciou a pesquisa, que, ao longo dos anos, conquistou muitos adeptos e colaboradores ao redor do mundo.

Faça no caderno.

Para pesquisar

Contato improvisação

  1. Com o auxílio do professor, pesquise se existem pessoas que praticam contato improvisação na sua cidade.
  2. Se encontrar algum grupo, peça ajuda a um adulto para entrar em contato com os participantes. Elabore uma entrevista com um deles a fim de conhecer mais sobre esse modo de dançar.
  3. Se não encontrar nenhum grupo na sua cidade, peça ajuda a um adulto para pesquisar na internet pessoas que pratiquem essa dança. Se possível, entre em contato com um integrante do grupo pesquisado e faça a entrevista por escrito, via imêiou, por exemplo. Caso nenhum contato seja possível, busque entrevistas com pessoas que praticam o contato improvisação e anote tudo o que você descobrir sobre essa dança.
  4. Apresente sua pesquisa para a turma.
Orientações e sugestões didáticas

Sugestões para o professor

Demonstração de Istívi Péquistan e Lisa Nelson. Disponível em: https://oeds.link/O3ALoO. Acesso em: 30 março 2022.

Demonstração orientada por Nita liroul com “movedores” experientes. Disponível em: https://oeds.link/Y1YcoY. Acesso em: 30 março2022.

Pesquise conteúdos e entrevistas sobre contato improvisação em:

CONECTDANCE. Editorial: Ana Francisca Ponzio, 2009. Disponível em: https://oeds.link/LJmUts. Acesso em: 16 abril 2022. Espaço digital de difusão de dança por meio de reportagens, artigos, entrevistas e divulgação de espetáculos de dança.

Orientações: Para pesquisar

Nesta atividade propomos uma entrevista com praticantes de contato improvisação a fim de conhecer como é realizada essa modalidade de dança. Para ajudá-los na pesquisa, mostre para a turma pelo menos um registro de pessoas dançando contato improvisação.

Se possível, organize previamente uma conversa da turma com algum praticante dessa modalidade. No caso dessa pesquisa, o encontro com um dançarino de contato improvisação que possa fazer uma demonstração, ou mesmo organizar uma prática com os estudantes, possibilitaria um aprofundamento sobre o assunto abordado na seção Foco na História da página 58. Esta atividade contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre um dois) da Bê êne cê cê.

Objetos coreográficos

Fotografia. Um menino usando blusa azul e calça bege saltando de ponta-cabeça em um castelo inflável branco. Atrás, há pessoas se equilibrando.
CASPERSEN, Dana; forsáite, Uilian. White bouncy castle [Castelo branco pulante, em tradução livre]. Instalação com um castelo inflável e som. Trilha sonora: Djoél Riân. Dresden, Alemanha, 2011.

3. Observe a imagem. O que essas pessoas estão fazendo? Você já esteve em algum lugar parecido com esse?

Versão adaptada acessível

3 Com base na descrição da imagem, responda: o que essas pessoas estão fazendo? Você já esteve em algum lugar parecido com esse?

A obra retratada na imagem foi concebida pela artista Dana Caspersen e por Uilian forsáite (1949-), coreógrafo estadunidense que vive e trabalha na Alemanha. Ele monta espaços com objetos cotidianos dispostos de fórma a convidar o público a interagir, mover-se e criar danças.

4. O que você faria em um lugar onde os objetos o convidassem a se movimentar e a dançar?

Os choreographic objects [objetos coreográficos], como são chamados esses objetos pensados por Caspersen e forsáite, podem ser pêndulos dos quais é preciso desviar, balões pelos quais é preciso passar abaixando o tronco, erguendo as pernas ou se encolhendo entre eles, um castelo pula-pula como o da imagem, entre outros. Alguns deles são movidos por um maquinário eletrônico, e a música sempre está presente.

Para o coreógrafo, a interação e a brincadeira de cada participante com os objetos viram dança e, nesses espaços, não há espectadores: todos são participantes.

Ele também tem interesse em ver como a dança acontece quando muitas pessoas dividem um mesmo espaço ao mesmo tempo, já que coincidências e encontros de movimento podem surgir, formando danças em grupo ao acaso.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os trabalhos de uílliam forsáitee Dana Caspersen e da Balangandança Companhia apresentam o universo da brincadeira como fomentador da criação artística. Isso se dá por meio de diferentes formas de expressão e representação da dança, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero nove) da Bê êne cê cê. uílliam forsáite desenvolve obras que integram dança, artes visuais e tecnologia. Com os choreographic objects (objetos coreográficos), esses artistas propõem a experiência com o movimento para qualquer pessoa que queira participar. Nesse sentido, o participante é também um criador ao interagir com essa obra.

Atividade complementar

Inicie a atividade com uma conversa sobre respeito. Explique aos estudantes que o toque, nesta proposta, será um modo de ensinar e aprender sobre como nos movemos e de descobrir partes do corpo que nem sempre lembramos de mover. Os estudantes devem encontrar modos de se adaptar aos movimentos de todos os participantes, considerando a diversidade de corpos e de aptidões que se apresentam. Escolha músicas suaves para este momento e evite utilizar canções. Organize a turma em duplas. Ao iniciar a música, um estudante começa tocando uma parte do corpo do outro. Ao sentir o toque, esse estudante deve mover a parte tocada. Incentive-os a tocar as costelas, a coluna, o nariz e as orelhas. Você pode repetir a exploração estimulando a pesquisa do toque: tocar como se fosse apertar um botão, tocar desenhando uma linha reta em alguma parte do corpo, tocar desenhando um círculo, apertar e soltar ao redor do punho, tocar braços, perna e efetuar outros tipos de toques que possam ser combinados com direções. Ao final, você pode perguntar aos estudantes se conseguiram encontrar novos movimentos, se descobriram novas partes do corpo e como se sentiram realizando a atividade.

Brincadeiras e danças

5. Imagine se a televisão estragasse, acabasse a energia elétrica e os telefones celulares não funcionassem. Que brincadeiras você inventaria?

Uma situação semelhante acontece no espetáculo Brincos e Folias, da companhia de dança contemporânea para crianças Balangandança Companhia, em que um grupo de amigos tem de descobrir novos jeitos de brincar, uma vez que a televisão deles explodiu. E, assim, eles criam brincadeiras, dançam e inventam movimentos.

A Balangandança Companhia pesquisa modos de explorar e de inventar movimentos, bem como diferentes maneiras de compor as suas danças. Nos espetáculos, há sempre espaço para os momentos de improviso, que acontecem de diversas maneiras e em medidas diferentes em cada trabalho.

Fotografia. À esquerda, um dançarino com roupas coloridas e os braços abertos. Sentada em seus ombros, uma dançarina com roupas coloridas e os braços abertos. À direita, um homem com roupas coloridas e os braços abertos. Sentada em seus ombros, uma dançarina com roupas coloridas e os braços abertos. Eles estão sorrindo. Ao fundo, cenário com bexigas  gigantes e coloridas.
BRINCOS e Folias. Concepção e direção: Georgia Lengos. Interpretação: Balangandança Companhia, 1997.

Faça no caderno.

Para refletir

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Você identificou algo em comum entre os trabalhos que foram apresentados neste Sobrevoo?
  2. Qual dos trabalhos mais despertou o seu interesse? Por quê?
  3. As atividades práticas o ajudaram a entender melhor essas danças? De que fórma?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Em Brincos e Folias, da Balangandança Companhia, o espectador é convocado a imaginar. A criatividade é despertada pelas reflexões que a obra propõe, podendo levar o estudante a criar brincadeiras, jogos e brinquedos de modo autônomo e autoral no seu cotidiano.

Sobre a Balangandança Companhiaponto

Criada em 1997 e dirigida por Georgia Lengos, esta companhia desenvolve suas obras voltadas ao público infantil e visa resgatar a ludicidade e a criatividade do corpo por meio de suas obras. A diretora lança mão de diversas técnicas para aprimorar a consciência corporal e também utiliza princípios da educação somática. Ao longo dos mais de 20 anos de trabalho, a Balangandança Companhiatem muitos trabalhos direcionados a professores para dar suporte para um melhor entendimento da dança e da criança em diversos contextos. No site da companhia, você terá acesso a vídeos, imagens e textos produzidos por seus integrantes.

Disponível em: https://oeds.link/xjTEOo. Acesso em: 7 março. 2022.

Orientações: Para refletir

Espera-se que os estudantes sejam capazes de avaliar sua experiência com o movimento para elaborar suas reflexões ao responder às questões desta seção.

Aponte as semelhanças entre o uso do corpo e o uso do espaço nos trabalhos apresentados, por exemplo: ativação das sensações e dos sentidos, lugares que provocam sensações (grama, pula-pula), contato por meio do toque, lugares e movimentos do cotidiano, entre outros.

Foco em...

Steve péquistan

Fotografia. Sobre um palco e na direção de um holofote, um homem branco, de cabelos e barba castanhos usando blusa preta de mangas compridas  e calça marrom. Ele está sentado  no chão do palco, com a mão direita apoiada no chão,  a mão esquerda sobre a perna direita e a perna esquerda dobrada, com o pé apoiado no chão.
Istívi Péquistan em 2008.

istív péquistan nasceu nos Estados Unidos, em 1939. Foi ginasta, praticou aiquidô, dançou balé e teve uma trajetória reconhecida na dança moderna. Todas essas experiências contribuíram para a pesquisa e o desenvolvimento do que viria a ser o contato improvisação.

Ele pretendia que os padrões de beleza para o movimento deixassem de ser os de um corpo treinado tradicionalmente e também desejava ir além da figura de um mestre que tem de ser copiado pelos aprendizes. Istívi Péquistan se interessava pelo movimento cotidiano, como o dos pedestres nas ruas, e queria desenvolver uma fórma de dança que qualquer pessoa pudesse praticar e, com isso, mostrar que todos podem dançar.

Faça no caderno.

1. Como você percebe seus movimentos na sua vida cotidiana? E como você percebe seus movimentos ao dançar?

Na infância, Istívi Péquistan teve espaço para correr, subir em árvores e se balançar em cordas. Essas experiências despertaram a sua curiosidade e lhe trouxeram questionamentos como: onde nasce o movimento no corpo? Como o movimento acontece? Como o corpo funciona? Para ele, estudar dança foi o modo de responder a essas perguntas, e foi assim que escolheu a dança como profissão.

Orientações e sugestões didáticas

Esta seção traz alguns aprofundamentos e ampliações em relação às práticas de contato improvisação a partir da vida e da produção de Istívi Péquistan. O objetivo é incentivar o estudante a aproximar essas práticas à forma como vivencia os movimentos em seu cotidiano.

Unidade temática da Bê êne cê cê

Dança.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Elementos da linguagem; Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero nove) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(ê éfe seis nove á érre um zero) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.

(ê éfe seis nove á érre um um) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.

(ê éfe seis nove á érre um dois) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

Sobre as atividades (página 56-57)

  1. Neste ponto, espera-se que os estudantes consigam formular de modo mais claro suas impressões em relação ao próprio movimento. Incentive-os a estabelecer comparações com os conteúdos já abordados no capítulo e com as atividades realizadas até aqui.
  2. Essa dança deve acontecer sem que os estudantes saiam dos lugares. Sugira que o movimento seja quase invisível para um observador externo. Forneça indicações para que percebam a própria respiração e as microtorções, as flexões e as extensões da coluna.

No contato improvisação, a dança nasce espontaneamente do encontro entre as pessoas, e, como não há palavras, os envolvidos precisam ter paciência para que a comunicação se estabeleça por meio de toques e apoios. E, quando o encontro parece uma grande confusão para os praticantes, torna-se, na verdade, uma oportunidade de testar os reflexos e de encontrar uma possibilidade de voltar ao equilíbrio.

Para Istívi Péquistan, a dança acontece por meio da percepção do próprio corpo. O treino envolve perceber primeiro os ossos, as contrações dos músculos e as outras estruturas que nos constituem, para depois começarmos a nos mover.

Fotografia. Steve Paxton, homem de cabelos e barba castanhos usando blusa preta de mangas compridas  e calça marrom. Ele está com o braço direito para cima, semi flexionado.  Ao lado dele, uma mulher, usando  blusa listrada e calça marrom. Ela está de costas com a mão direita atrás na cabeça do homem.
náit stand [mesa de cabeceira ou encontro de uma noite, em tradução livre]. Concepção e interpretação: Istívi Péquistan e lissa nélson. cêla, Espanha, 2008.

2. Experimente: fique em pé, feche os olhos e pense na sua coluna. Inicie movimentos muito pequenos e esteja atento a como esses movimentos da coluna se desenrolam até chegarem à cabeça, aos braços e às pernas. Depois pare. Quais foram as sensações e percepções que essa dança estimulou em você?

Para pesquisar

Brincadeiras de infância

Como você viu, dispor de tempo livre e de espaço para explorar seus movimentos na infância contribuiu para o trabalho de Istívi Péquistan com dança. Também viu no espetáculo Brincos e Folias, da Balangandança Companhia, pessoas que inventam brincadeiras.

1. A partir da reflexão sobre a relação entre movimento e brincadeira, entreviste quatro pessoas mais velhas que você.

Use o roteiro de perguntas a seguir para auxiliar em sua entrevista. Anote as respostas dos entrevistados em seu diário de bordo. Em seguida, responda-as você também. Você pode acrescentar outras questões, se desejar.

  1. Do que você costumava brincar em sua infância?
  2. Que movimentos você se lembra de fazer com o corpo durante as brincadeiras?
  3. Você inventava brincadeiras? Se sim, quais?
  4. Descreva a sua brincadeira favorita nessa época.

Faça no caderno.

Para refletir

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Para você, o que há de interessante na proposta de Istívi Péquistan?
  2. Com base na lista de movimentos executados em seu cotidiano, crie uma dança. Quais são seus movimentos?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O trabalho de Istívi Péquistan conecta as últimas décadas do século vinte com o momento que vivemos no século vinte e um. A busca por movimentos cotidianos e o interesse em pesquisar as questões físicas do movimento, abordados nesta seção e que contemplam a habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê, levaram péquistan a desenvolver práticas que envolvem o estudo da gravidade, do toque, das sensações da pele e até do funcionamento do sistema nervoso.

O contato improvisação é uma pesquisa iniciada por Istívi Péquistan que se tornou coletiva com o passar dos anos. Muitos dos improvisadores tornaram-se também pesquisadores, investigando as possíveis relações entre essa dança e outras áreas do conhecimento, como a Psicologia e a Sociologia, entre outras. As ideias de não espetacularidade e de horizontalidade das relações estão presentes nessa dança.

Orientações: Para pesquisar

Nesta atividade propomos uma entrevista. Para o desenvolvimento das entrevistas, oriente os estudantes a: a) criar uma lista de perguntas prévias; b) fazer o registro da entrevista com anotações, ou gravação de áudio ou de vídeo; c) retomar os registros e a seleção de trechos que poderão ser apresentados ao longo da exposição do trabalho; d) organizar um texto prévio, argumentativo, com base nas reflexões propostas no item 3, que poderá ser lido ou não pelo estudante no momento da apresentação da pesquisa.

Com base nesta pesquisa, incentive os estudantes a refletir sobre as mudanças nos gestos e nos movimentos cotidianos em relação às transformações da cidade e à crescente popularização e presença de aparelhos e brinquedos eletrônicos, abordando-os criticamente, de modo a contemplar a habilidade (ê éfe seis nove á érre um zero) da Bê êne cê cê.

Sugestões para o professor

Vídeo “A queda depois de Niutom”, cuja tradução das falas pode ser encontrada no site Contato Improvisação Brasil, aba Textos, número 5. Disponível em: https://oeds.link/vbefHf. Acesso em 24 abril 2023.

Entrevista do pesquisador Fernando Neder com Istívi Péquistan: NEDER, Fernando. Istívi Péquistan. O Percevejo On Line, Rio de Janeiro: pê pê gê á cê/Unirio, volume 2, número 2, julho a dezembro 2010. Disponível em: https://oeds.link/mBnNdy. Acesso em: 30 março 2022.

Para pesquisar

  1. Após realizar as entrevistas e responder às perguntas, leve as suas anotações para a sala de aula.
  2. Para concluir, organize seus registros das entrevistas para apresentar sua pesquisa. Prepare sua argumentação utilizando as questões a seguir.
    1. elementos em comum entre as respostas dos entrevistados?
    2. O que há de diferente entre as respostas dos entrevistados e as suas?

Foco na História

A dança e o sentido do movimento

Muitas pessoas dançam para expressar seus sentimentos e emoções. Essa possibilidade que o movimento nos dá, de transformar em ações corporais o que é difícil de explicar em palavras, foi o que levou muitas bailarinas a deixar de lado as sapatilhas de ponta e os palcos dos teatros para criar escolas de dança com passos muito diferentes do balé.

A partir de 1910, na Europa e nos Estados Unidos, essas artistas começaram a observar os movimentos das forças da natureza, passaram a estudar a anatomia do próprio corpo e a se interessar pelas danças de seus antepassados, pelos rituais esquecidos nas pequenas aldeias no interior de países da Europa e por práticas e cerimônias realizadas pelos povos originários da Índia.

Todas essas observações geraram danças inovadoras, que incluíram as ações de deixar o corpo cair no chão e de fechá-lo totalmente de fórma a se aproximar do umbigo, contraindo todos os músculos, e, em seguida, relaxá-lo, fazendo-o crescer até o máximo possível.

Esses movimentos – a queda, a recuperação, a contração e o relaxamento – proporcionaram as possibilidades de dançar que estão presentes nas obras deste capítulo.

As escolas de dança do início do século vinte foram chamadas de Dança Moderna. A bailarina e coreógrafa estadunidense Martha greém (1894-1991) foi um dos expoentes desse movimento. Em sua obra lémentêixan (1930), é expressado o sentimento de luto, como pode ser visto na fotografia.

Fotografia em preto e branco. Bailarina Martha Graham, mulher branca envolta desde a cabeça até os pés por um tecido escuro.  Ela está sentada  com as mãos entrelaçadas, os braços estendidos à direita, cabeça inclinada à esquerda, a perna direita, com o joelho flexionado, o pé estendido no ar, o pé esquerdo apoiado no chão. A dançarina se move e as tensões formadas pelo corpo dela se movendo, limitado pelo tecido, criam uma espécie de escultura em movimento.
Martha greém em Lamentation nº 4, sem local, 1930.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Neste momento é possível mostrar as relações desta seção com a Foco na História do capítulo anterior. Inicialmente porque ambas tratam de obras de arte da primeira metade do século vinte. E também porque o músico egípcio ralím ul dabá, apresentado na página 41 do capítulo anterior, trabalhou com a artista citada, Martha greém, compondo a trilha sonora de seu espetáculo intitulado claiteminéstra, baseado na obra Oresteia, do autor grego Ésquilo.

Para ver outras imagens e obter mais informações sobre esse trabalho, acesse (site em inglês): https://oeds.link/OXT3GM. Acesso em: 30 março 2022.

Nesta seção conheceremos a dança como mais uma maneira de organizar o conhecimento que desenvolvemos sobre o mundo. Nesse caso, falaremos especialmente sobre aspectos das danças modernas, cujas diversas práticas, criadas por diferentes artistas, visavam expressar emoções humanas. Cada artista, a seu modo, desenvolveu repertórios de movimentos muito específicos para poder conduzir a si mesmo e a seus bailarinos, além de proporcionar ao público sensações e sentimentos. Apresentamos Martha greém, bailarina estadunidense cuja prática foi bastante difundida e fez com que ela se tornasse uma das maiores referências da dança ao redor do mundo. Os fundamentos de suas aulas são a contração (concentração de energia), o relaxamento (descarga de energia), as espirais e a transferência de peso.

Sobre a artista

Martha greém (1894-1991) nasceu em aligueni, Estados Unidos, e estudou dança na denisháum, uma escola bastante diferenciada para os padrões da época com relação às modalidades de dança e de práticas corporais ensinadas ali. Nessa escola as discípulas conheciam a ioga, entre outras práticas de exercícios físicos originárias de países não europeus. Essa formação estimulou a jovem greém a trilhar o próprio caminho na dança, criando a própria escola e a própria companhia. Entre suas obras, é dado destaque para lémentêixan (1930) e Frontiê (1935).

Sugestão para o professor

siuqué aní. O corpo dançante: um laboratório da percepção. In: CORBIN, alãnêti áli. História do corpo: as mutações do olhar. volume 3. Petrópolis: Vozes, 2009. Os autores de História do corpo abordam as diferentes formas de se olhar para o corpo: as representações, o uso e o desgaste, a exploração e o culto, a estética e a grandiosidade.

Foco no conhecimento

Ações corporais e cinesfera

Neste capítulo, apresentamos conceitos relacionados ao corpo e ao espaço. Vamos dar destaque agora às ações corporais e à cinesfera.

1. Tudo o que o corpo pode fazer quando o foco da atenção está no próprio movimento é conhecido como ação corporal.

Na atividade Movimentar o corpo faz bem à saude, você experimentou dobrar, esticar e torcer. Você realiza essas mesmas ações em sua vida cotidiana, mas de modo funcional e automático; por exemplo, se dobra para amarrar os tênis, se estica para alcançar alguma coisa e se torce para olhar para a pessoa atrás de você. Porém, durante a atividade, sua atenção esteve focada nas próprias ações, e você estava consciente delas.

De acordo com os estudos sobre labân realizados pela pesquisadora, professora e bailarina Lenira Rengel (1956-), dançando podemos investigar diferentes fórmas e velocidades para executar essas ações, com a atenção dedicada a esse fazer, e assim encontramos novas possibilidades de ações corporais.

2. O espaço que você ocupa no lugar onde se encontra é chamado cinesfera.

Se você ficar em pé e abrir braços e pernas, vai chegar ao limite do alcance de seu corpo em seu entorno. Imagine que ao redor desse limite existe uma esfera invisível: essa é sua cinesfera. No sistema criado por labân, você transporta a sua cinesfera na direção e no sentido do movimento quando se move. Ela também se expande e se recolhe de acordo com o que você fizer e com o lugar onde estiver.

Ilustração. Uma menina com cabelos pretos curtos, de blusa verde e calça azul. Ela está com o braço esquerdo estendido para o alto na diagonal, o pé esquerdo apoiado no chão e o direito no alto, na diagonal. Sobrepondo-se à figura da menina há um círculo, dividido por linhas diagnonais em 8 partes.

Faça no caderno.

Para refletir

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Quando você realiza ações funcionais e quando você faz ações corporais?
  2. No seu cotidiano, em quais momentos você expande ou contrai ao máximo sua cinesfera?
Orientações e sugestões didáticas

O conteúdo apresentado nesta seção refere-se ao estudo do corpo e promove a criação de repertório de movimento com consciência e atenção, por meio da exploração e da investigação do movimento dançado.

Unidade temática da Bê êne cê cê

Dança.

Objeto de conhecimento

Elementos da linguagem.

Habilidade em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre um um) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.

Orientações

Sugerimos que o texto seja lido com os estudantes e que você experimente os conceitos com a turma. Abordamos aqui os fatores do movimento, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê. Você pode retomar as atividades das seções Para experimentar deste capítulo para conversar sobre as ações corporais. Para estudar o conceito de cinesfera, sugira aos estudantes as ações de expandir e de contrair. Eles podem entrar embaixo de cadeiras, de mesas ou de outros espaços. Desse modo, o lugar onde estarão “encaixados” será proporcional à sua cinesfera.

Sugestões para o professor

RENGEL, Lenira. Dicionário labân. São Paulo: Annablume, 2003. Para entender melhor os conceitos apresentados nesta seção, sugerimos a leitura dos verbetes “ação” e “cinesfera”. Os verbetes são o resultado de um estudo feito pela autora e apresentam conceitos sobre os movimentos, facilitando a compreensão do que será realizado na dança.

RENGEL, Lenira. Os temas de movimento de rúdolf labân: modos de aplicação e referências um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete,oito. São Paulo: Annablume, 2008. Em suas pesquisas, a autora procura divulgar as ideias de labân e, ao mesmo tempo, contribuir com o ensino de dança aliando o rigor técnico com a prática dos movimentos.

Processos de criação

Convidamos você a realizar uma dança a partir de elementos do seu dia a dia. Agora é o momento de combinar tudo o que você viu até aqui e escolher o que achou mais interessante. Siga as orientações a seguir.

  1. Reúna-se com os colegas em um grupo de quatro a cinco integrantes.
  2. Lembrem-se das ações que fazem no dia a dia: saltar, girar, sentar-se, equilibrar-se, espreguiçar-se, entre outras.
  3. Escolham oito dessas ações e definam uma ordem para que elas aconteçam (por exemplo: girar, parar, saltar e equilibrar-se, espreguiçar-se, e assim por diante). Definam também a amplitude no espaço pessoal.
  4. Vocês podem selecionar uma música e utilizar um minuto dela para realizar a dança. Combinem com um colega de outro grupo para que ele abaixe o volume ao final do tempo.
  5. Com o auxílio do professor, definam uma ordem para as apresentações dos grupos.
  6. Faça um relato em seu diário de bordo sobre a apresentação do seu grupo e as dos outros. Você pode descrever as danças dos outros grupos registrando as ações, o espaço e as dinâmicas a que assistiu.

Faça no caderno.

Para refletir

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Quais foram as estratégias adotadas para trabalhar em grupo? Comente as que funcionaram e as que não funcionaram para o desenvolvimento da atividade.
  2. Você identificou as ações e as amplitudes no espaço apresentadas nas danças dos outros grupos?
  3. O que você achou mais interessante nas apresentações dos colegas?
Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção espera-se que o estudante mobilize as investigações e experimentações anteriores para a criação de uma dança que sintetize suas reflexões sobre o tema abordado.

Unidade temática da Bê êne cê cê

Dança.

Objeto de conhecimento

Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre um dois) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

(ê éfe seis nove á érre um cinco) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.

Orientações

Procure organizar um espaço livre e estimulante para o trabalho, preparando o espaço da sala de aula e disponibilizando um celular ou aparelho de som para que os estudantes possam trazer suas músicas. Combine previamente com eles a forma mais conveniente de levar as músicas para a sala. Para a composição coreográfica, estimule os estudantes a escolher ações inusitadas e variar as direções dos movimentos; para isso, ajude-os a encontrar uma organização no espaço e incentive-os a permanecer atentos às suas intenções na realização do movimento.

Nesta atividade, o estudante poderá fazer uma síntese poética de tudo o que experienciou: as propostas de horizontalidade das relações de Steve Paxton, a autonomia para investigar e criar o próprio movimento, bem como a experiência de se relacionar com os movimentos dos colegas.

Organizando as ideias

Recortes de 4 imagens distribuídos lado a lado. Imagem 1: fotografia em preto e branco de um menino saltando de cabeça para baixo sobre um colchonete.  Imagem 2: fotografia de um menino usando blusa azul e calça saltando, de cabeça para baixo em um castelo inflável branco. Imagem 3: fotografia de um homem de barba e cabelos castanhos  usando blusa preta de mangas compridas e calça marrom. Ele está com o braço direito para o alto, semiflexionado e olha para o chão.  A mão esquerda apoiada na perna esquerda. Imagem 4: Fotografia em preto e branco. Bailarina Martha Graham, mulher branca envolta desde a cabeça até os pés por um tecido escuro.  Ela está sentada  com as mãos entrelaçadas, os braços estendidos à direita, cabeça inclinada à esquerda, a perna direita, com o joelho flexionado, o pé estendido no ar, o pé esquerdo apoiado no chão. A dançarina se move limitada pelo tecido.

Ao longo deste capítulo, você foi convidado a perceber o seu corpo; viu que pode explorar as ações corporais e os espaços para dançar, bem como os objetos, que podem estimular movimentos.

Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

Faça no caderno.

  1. Que artista ou dança mais chamou a sua atenção neste capítulo?
  2. O que você sabia sobre dança se modificou após a leitura e as experimentações propostas? Como?
  3. Nas propostas de atividade que foram apresentadas, você dançou ou apenas observou? Qual é a diferença entre essas duas fórmas de participação?
  4. Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade temática da Bê êne cê cê

Dança.

Objetos de conhecimento

Elementos da linguagem; Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre um um) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.

(ê éfe seis nove á érre um cinco) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipos e preconceitos.

Orientações

Como uma última reflexão, propomos pensar que vivemos nos movimentando, então o que nos move podem ser muitas coisas: intenções, desejos, vontades. Neste capítulo, apresentamos o trânsito da dança como movimento cotidiano e produção de conhecimento sobre o mundo, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê. Pretendemos com isso mostrar que as capacidades de criar, de se expressar, de produzir uma experiência sensível (estesia), de fruir, de fazer reflexão e de ser capaz de formular novas compreensões (crítica) sobre o que se faz e o que se vê estão presentes em todos os momentos e em todas as atividades aqui propostas. Cabe a você, professor, escolher o que gostaria de tornar mais evidente em cada momento, promovendo assim uma rede de conexões para a construção do conhecimento da dança na vida dos estudantes.

Sobre as atividades

As respostas são individuais, mas estimule a conversa e a exposição dos pontos de vista sobre as atividades e leituras para consolidar o conhecimento. As respostas levarão a novos modos de olhar a dança e proporcionarão uma discussão crítica das experiências pessoais e coletivas, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre um cinco) da Bê êne cê cê. O desenvolvimento desta reflexão também permitirá que, aos poucos, os estudantes se deem mais espaço para as experimentações na linguagem artística da Dança.