CAPÍTULO 2 Paisagem construída
- O que o título do capítulo sugere para você? Algo nele chama a sua atenção? As paisagens podem ser construídas?
- Quando falamos em “pintura de paisagem”, quais imagens vêm à sua mente?
- Observe a pintura da abertura do capítulo. Quais elementos presentes nessa obra você relaciona com a sua ideia de pintura de paisagem?
Essa pintura é de autoria do artista plástico brasileiro Alberto da Veiga Guinhár (1896-1962); nela, realidade e fantasia parecem se integrar à paisagem, e até o limite entre céu e terra parece estar diluído.
Mesmo que a pintura tenha sido inspirada nas paisagens de Minas Gerais, o artista representa no quadro a sua percepção imaginária da paisagem. Guinhár organiza os elementos da pintura de fórma a despertar em quem a observa uma visão que pode remeter a um sonho ou uma fantasia.
Nas páginas seguintes, você vai descobrir e experimentar diferentes fórmas de representar as paisagens. Incentivamos você a expandir os seus horizontes e a conhecer também artistas que alteraram ou construíram paisagens com seus projetos arquitetônicos.
Ao longo do capítulo, você será convidado a refletir sobre como vê as paisagens ao seu redor e se relaciona com elas.
Faça no caderno.
Para refletir
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- Como é a paisagem do local onde você vive? Você a conhece bem?
- Você mudaria algo nessa paisagem? O quê? Por quê?
SOBREVOO
A paisagem
Faça no caderno.
1. Descreva a última paisagem que você observou ou fotografou.
Versão adaptada acessível
1. Descreva uma paisagem que você aprecie.
No campo da Arte, a paisagem é um gênero de pinturaglossário tradicionalmente reproduzido entre os artistas visuais. Na arte europeia, até o século dezessete, a paisagem servia de cenário para retratos e cenas religiosas ou históricas. Mais tarde, ganhou destaque, tornando-se ela mesma o tema central de pinturas. Na arte moderna, destacou-se também a pintura de paisagem urbana.
Atualmente, as diversas maneiras de representar uma paisagem, além da pintura, incluem o vídeo, a fotografia, o desenho e a gravura, entre outros.
A pintura de paisagem como registro de um lugar
2. Observe a pintura de pôst. O que se vê na cena? Descreva as cores que você identifica (incluindo seus tonsglossário ). Identifique os detalhes presentes no quadro, incluindo pessoas, animais e vegetação. A pintura se parece com uma cena real? Por quê?
Versão adaptada acessível
2. Com base na pintura de Post, identifique que elementos compõem a cena. Cite as cores e detalhes presentes no quadro, incluindo pessoas, animais e vegetação. A pintura se parece com uma cena real? Por quê?
Ao observar uma pintura, tente perceber linhas horizontais, verticais e diagonais imaginárias no quadro, pois isso ajuda a compreender como ele está organizado. Fáiga Ostrôver (1920-2001), uma importante pesquisadora sobre composição na arte, apontou que: “a horizontal é percebida, antes de mais nada, como posição deitada, dando ideia de sono, repouso, morte, calma...”.
Fonte: , Perla. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1991. página 38.
As linhas verticais também indicam algo estável, mas que está em pé, enquanto linhas diagonais e curvas sugerem movimento.
3. Aponte as linhas imaginárias na pintura de frãns pôst. Há elementos no quadro que comprovam ou que invalidam as afirmações do texto sobre as linhas? Quais?
Versão adaptada acessível
3. Retome a obra de Post e procure identificar linhas imaginárias na pintura. Há no quadro elementos que comprovam ou que invalidam as afirmações do texto sobre as linhas? Quais?
Essa e muitas outras pinturas fazem parte de uma série de registros feitos por uma expedição de artistas e cientistas estrangeiros que vieram ao Brasil em 1637, convidados pelo conde Maurício de Nassau (1604-1679), com o objetivo de documentar a vida no Brasil holandêsglossário .
Como não existia fotografia nessa época, a pintura, o desenho, a gravura e a literatura eram os recursos utilizados para documentar o que era visto e vivido aqui. Na expedição que veio ao Brasil, frãns pôst tinha a função de registrar o mais fielmente possível o que via.
frãns pôst chegou ao Brasil em 1637, aos 24 anos, e permaneceu até 1644, quando regressou para a Holanda. Repare na data em que foi pintado o quadro. Quando ele o produziu, em 1662, não estava mais em terras brasileiras já havia muito tempo; suas pinturas eram feitas com base em desenhos, Esboçoglossário e na memória que ele guardava de seus dias por aqui.
4. As informações do texto fazem você repensar sua resposta à questão da atividade 2: A pintura se parece com uma cena real?
Para experimentar
Exercitar o olhar
Que tal buscar paisagens ao seu redor e exercitar o olhar como um pintor?
- Você vai precisar de uma folha de papel-cartão tamanho A4, um lápis, uma régua e uma tesoura escolar.
- Faça uma margem de três centímetros nas laterais e nas partes superior e inferior do papel e recorte o retângulo que se formará. Desse modo, você terá uma “janela”, como a moldura de um quadro.
- Use essa moldura para escolher uma paisagem. Reflita sobre o que você gostaria de enquadrar. Ao escolher uma paisagem, experimente observá-la de pontos e distâncias diferentes, verificando qual seria o melhor ângulo para representá-la em uma pintura.
- Após a caminhada e a escolha, apresente para a turma a paisagem, os ângulos e os enquadramentos que você escolheu.
Versão adaptada acessível
Que tal buscar paisagens ao seu redor e apreciá-las como se fosse um pintor?
3. Use essa moldura para escolher o que você gostaria de enquadrar em uma paisagem. Ao escolher a paisagem, procure definir qual seria o melhor ângulo para representá-la em uma pintura.
4. Descreva para a turma a paisagem, os ângulos e os enquadramentos que você escolheu para representá-la.
Um modo particular de representar a paisagem
5. Observe a pintura. Quais são as cores utilizadas pelo artista? Repare nas pessoas representadas. O que podem estar fazendo? Qual é a escala humana em relação à natureza?
Versão adaptada acessível
5. Que tons de cores são utilizados pelo artista na pintura? Considere a figura humana representada. Qual é a escala humana em relação à natureza?"
6. Que sensações essa pintura provoca em você? Como parece ser o clima nesse local?
Em algumas culturas orientais tradicionais, o entendimento da natureza e a interação com ela acontecem de um modo particular, o que se reflete na maneira como as paisagens são percebidas e representadas. Os pintores buscam se integrar ao espírito da natureza para então representá-la, ou seja, a relação humana com a natureza se dá por meio da espiritualidade. Eles desenvolvem a habilidade de retratar suas paisagens com os elementos que consideram importantes, como rochas e pinheiros, e os dispõem na pintura seguindo as normas estabelecidas por sua cultura visual. A maneira de ver e a maneira de representar o que se vê, portanto, obedecem a convenções culturais tradicionais.
7. Como você representa uma paisagem? Como representa as árvores? E as casas?
Má Yuân ( cêrca de 1160-1225) viveu no período da dinastia Song, que durou de 960 a 1279. Ele se tornou uma referência na pintura de paisagem e influenciou muitos artistas dessa época. Uma das marcas de sua pintura é concentrar muitos elementos em um dos lados do quadro, deixando o outro lado com menos elementos e aparência mais leve. Outro aspecto que também se destaca nessa pintura é a orientação vertical.
8. É possível visualizar linhas horizontais, verticais e diagonais organizando o quadro de Má Yuân? Quais outras linhas imaginárias estão presentes? Lembrando das definições de linhas de Fáiga Ostrôver, podemos dizer que essa pintura tem “movimento”?
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8. Retome o quadro de Ma Yüan. É possível identificar linhas horizontais, verticais e diagonais organizando a pintura?
E outras linhas imaginárias além dessas? Lembrando das definições de linhas de podemos dizer que essa pintura tem “movimento”?
Linhas que desenham a paisagem
9. Observe a imagem. O que você vê nesse desenho? Que tipo de paisagem é essa? Como parece estar o clima na cena? Que elementos da imagem conduzem a essas respostas?
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9. Com base na imagem, responda: o que há nesse desenho? Que tipo de paisagem é essa? Como parece estar o clima na cena? Que elementos da imagem conduzem a essas respostas?
O desenho do artista brasileiro (1895-1961) nos ajuda a entender como é possível representar uma paisagem por meio de linhas, de um modo mais simplificado do que em uma pintura elaborada ou em uma fotografia, registrando apenas as informações essenciais do ambiente ou da cena.
Na obra, Guêldi desenha uma paisagem urbana, ao mesmo tempo que registra um fenômeno natural: a ventania. Não é possível distinguir quem é a pessoa, o que está se passando através das janelas ou como é essa rua, porque ele se preocupou em representar apenas o essencial, dando destaque às janelas e ao guarda-chuva. Repare como cada traço da imagem parece ter sido feito com rapidez e intensamente, até mesmo os traços que delineiam o prédio. Desse modo, as linhas do desenho conseguem expressar o clima do ambiente. Essa fórma de representar uma imagem, valorizando o gesto e o sentimento do artista, são possibilidades do que, em Artes Visuais, é chamado de Expressionismo.
Além de desenhos, Guêldi também produziu muitas xilogravurasglossário , cuja técnica tem relação próxima com o desenho, uma vez que, em ambos os casos, a imagem é trabalhada com linhas. As áreas com sombra, por exemplo, podem ser obtidas com um condensado de pontos ou por concentração ou cruzamentos de linhas – chamadas hachuras – criando diferentes texturas.
Além do desenho e da xilogravura, a linha também está presente em outras fórmas de comunicação. Quando escrevemos, por exemplo, as letras e as palavras são compostas de uma linha. Você provavelmente já reparou na diversidade de traços na caligrafia dos colegas. Cada pessoa tem uma letra diferente, assim como cada pessoa tem um traço diferente para desenhar. Enquanto um tem um traço contínuo e forte, outro desenha a linha com pequenos traços e há ainda aquele que faz a linha com suavidade, entre outras possibilidades.
10. E o seu traço, você já observou como é?
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10. Você tem um traço próprio? Como é ele?
Para experimentar
Paisagem na janela
Que tal desenhar a paisagem que você vê com mais frequência: a da janela da sua casa?
- Você vai precisar de um envelope plástico transparente (usado em pasta catálogo), fita-crepe e caneta permanente.
- Corte o envelope para abri--lo. Você usará apenas uma face dele.
- Escolha uma janela de vidro da sua casa – e a paisagem – e cole o plástico aberto sobre a janela com a fita-crepe.
- Com a caneta permanente, desenhe no plástico a paisagem que você está observando. Cuidado para não ultrapassar os limites do plástico.
- Em grupo, conversem sobre a experiência. Qual é a diferença entre desenhar uma paisagem olhando diretamente para ela e desenhar com base na memória?
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Que tal representar a paisagem que você vivencia com mais frequência: a da janela favorita da sua casa? Depois, em grupo, converse com os colegas de sala sobre sua experiência. Qual é a diferença entre desenhar uma paisagem olhando diretamente para ela e representá-la com base na memória ou em outros meios de percepção?
Arquitetura: paisagem organizada
Vamos conhecer agora como algumas paisagens são construídas com base em projetos de profissionais da arquiteturaglossário , do urbanismo glossário e do paisagismoglossário .
Você já deve ter ouvido falar de um importante arquiteto brasileiro, referência no mundo todo: Oscar Niemáier (1907-2012).
11. Você conhece algum projeto de Oscar Niemáier?
Entre os projetos executados por esse arquiteto e sua equipe estão o Memorial da América Latina, o edifício Copan e os pavilhões do Parque do Ibirapuera, em São Paulo São Paulo; o Museu de Arte Moderna, em Niterói Rio de Janeiro; o Sambódromo no Rio de Janeiro Rio de Janeiro; o complexo da Pampulha, em Belo Horizonte Minas Gerais; e os palácios do Governo em Brasília Distrito Federal .
12. Observe o esboço de Niemáier para o projeto da Catedral de Brasília e o resultado do projeto concretizado na página seguinte. Como a linha está representada em cada uma das imagens? E como são as fórmas em ambos os casos?
Versão adaptada acessível
12. Considere o esboço de Niemeyer para o projeto da Catedral de Brasília e o resultado do projeto concretizado, apresentado na fotografia da página seguinte. Como a linha está representada em cada uma das imagens? E como são as formas em ambos os casos?
Niemáier tinha um estilo muito peculiar de elaborar os seus projetos e uma de suas grandes marcas era o uso de concreto armado com fórmas arredondadas e linhas curvas. Esse foi um recurso muito usado nos edifícios que ele projetou, como a Catedral de Brasília (Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida), que começou a ser erguida em 1959.
13. Observe a seguir a imagem da catedral. Se você já não soubesse a função desse edifício, você o identificaria como um templo religioso? Sua fórma faz lembrar algo? Em que ele se assemelha a outras construções religiosas que você conhece e em que difere delas?
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13. Retome a imagem da catedral. Se você já não soubesse a função desse edifício, você o identificaria como um templo religioso? Sua forma faz lembrar algo? Em que ele se assemelha a outras construções religiosas que você conhece e em que difere delas?
Quando idealizou o projeto para essa igreja, o arquiteto optou por uma construção modernista em formato redondo, o que permite que ela seja vista sempre da mesma maneira, independentemente do ponto de vista do qual for observada.
Entre os pilares que sustentam a catedral, Niemáier utilizou vidro, para que a luz do sol pudesse entrar no prédio.
A iluminação, seja natural, seja artificial, deve ser um ponto de atenção desde o início da concepção de um projeto arquitetônico, pois ela é parte integrante dele. Pense nos templos que você conhece, especialmente na fórma como a iluminação natural se propaga dentro do espaço. Essa também é uma maneira de relacionar a arquitetura com a paisagem.
14. Se possível, fotografe as igrejas e os templos de sua região. Com o auxílio do professor, adicione essas imagens ao acervo digital. Observe as fotografias coletadas pela turma e converse com os colegas e com o professor sobre como essas construções estão integradas à paisagem.
Foco na História
Arquitetura religiosa
As crenças religiosas motivaram muitas construções arquitetônicas nas mais diversas culturas, como ocorreu em Lalibela, na Etiópia. No final do século doze, iniciou-se ali a construção de onze templos esculpidos em blocos monolíticos abaixo do nível do solo, como pode ser observado na fotografia. Todo o entorno das igrejas é cercado por valas, corredores e passagens, que precisaram de um sistema de drenagem devido a essa arquitetura atípica.
No Peru, está situado o Santuário Histórico de mátchu pítchu, que, além do aspecto religioso, foi uma cidade construída por representantes da civilização inca em uma montanha a mais de 2 400 metros acima do nível do mar. A construção é do século quinze, mas foi abandonada um século depois por causa da conquista espanhola. mátchu pítchu ficou perdida por um longo tempo, sendo redescoberta no século vinte. A organização da cidade separava a parte residencial da agrícola e contava com centro religioso, cerimonial e astronômico. E tudo era integrado à natureza com o relevo característico das montanhas.
No Brasil, há o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas Minas Gerais, construído no século dezoito, no estilo barroco. Além da igreja central, o complexo possui um pátio com doze esculturas em pedra-sabão feitas pelo mestre Aleijadinho (1738-1814) e seis capelas, que trazem outro conjunto escultórico, em madeira, representando a Paixão de Cristo.
Faça no caderno.
Para refletir
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
1. Qual paisagem você considera natural e qual foi construída em seu entorno? Como você também constrói a sua paisagem?
Foco em...
Brasília: paisagem planejada
Como seria planejar uma cidade desde o início? Pensar nas edificações, na relação com a natureza, nas moradias, no transporte das pessoas, nos pontos de comércio e locais de trabalho, no lazer etcétera? Diversos aspectos precisam ser considerados para se chegar ao resultado de uma paisagem pensada e planejada pelo homem.
Assim nasceu o projeto arquitetônico de Brasília, por meio de um concurso para escolher o melhor planejamento urbanístico para abrigar a séde do Governo brasileiro.
Já existia um plano havia muito tempo para transferir a capital do Rio de Janeiro para a região Centro-Oeste, visando potencializar o desenvolvimento na região central do país.
No entanto, esse plano começou a se concretizar apenas em 1956, quando o então presidente Juscelino cubishéqui (1902-1976) lançou o Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil, que teve a participação de mais de 20 candidatos. O arquiteto e urbanista Lúcio Costa (1902-1998) foi o vencedor. Começava então o período de construção da cidade, que levaria quatro anos para ficar pronta e contava com Oscar Niemáier como arquiteto responsável por uma série de edifícios e com Burle márks (1909-1994) como responsável pelo paisagismo. Em 21 de abril de 1960, foi inaugurada a nova capital brasileira.
Faça no caderno.
Para pesquisar
Capitais brasileiras
Brasília Distrito Federal é a terceira cidade a abrigar a séde do Governo do Brasil. Antes disso, tiveram essa função a cidade de Salvador Bahia (de 1549 a 1763) e o Rio de Janeiro Rio de Janeiro (de 1763 a 1960).
Converse com o professor de História sobre o assunto e responda às seguintes perguntas.
- Quais patrimônios artísticos foram construídos em cada uma dessas cidades?
- Que elementos predominam na paisagem de cada uma delas?
Faça no caderno.
1. Observe a imagem. Que fórma você identifica no desenho?
Versão adaptada acessível
1. Que forma está representada no desenho?
2. Analisando o projeto, como você imagina que seria o funcionamento dessa cidade? Onde a natureza e o ambiente urbano parecem se integrar?
A imagem é do plano piloto de Brasília, apresentado por Lúcio Costa.
O projeto mostra como a cidade deveria se organizar e como se integraria à natureza. Ele conta com áreas de moradia, compostas de prédios baixos, organizados em blocos e com vãos no térreo, o que permite a convivência e a circulação de pessoas. A administração pública concentra-se nos prédios monumentais projetados por Niemáier, como o Palácio do Planalto, a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, a Esplanada dos Ministérios e o Supremo Tribunal Federal. Em outro setor se localizam os serviços necessários para a cidade funcionar, como rodoviária, bancos, comércios, escritórios, consultórios, hotéis, teatros etcétera E, espalhadas pela cidade, ficam as áreas verdes reservadas ao lazer e à preservação ambiental.
Esta imagem foi registrada por satélite em 2022 e mostra como o projeto se materializou.
3. Como parece ter sido o crescimento da cidade?
Para experimentar
Planejando uma cidade ideal
O que você considera importante em uma cidade? Se pudesse transformar a sua cidade, considerando as funções de um urbanista, o que você proporia?
- Em pequenos grupos, escolham um desafio urbanístico de sua cidade (mobilidade, acessibilidade, moradia ou outro).
- Façam um esboço em papel com uma proposta de solução para esse desafio.
- Vocês podem usar a linguagem escrita como complemento, mas insiram também um desenho do projeto, indicando as alterações na planta ou no mapa da cidade.
- Compartilhem com a turma os problemas identificados e as soluções apresentadas.
- Cada grupo pode dar ideias para aprimorar os projetos uns dos outros.
- Se mais de um grupo apontou o mesmo problema, comparem as soluções sugeridas.
Faça no caderno.
Para refletir
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- O que você conhece sobre o processo de formação de sua cidade?
- Como é a organização dela atualmente? Há regiões de lazer, de comércio, de moradia? Como é a mobilidade?
- Como a cidade se integra com a natureza?
Foco no conhecimento
Desenho é linha
Vamos nos aprofundar agora em uma das técnicas artísticas apresentadas ao longo deste capítulo: o desenho.
O desenho é uma ideia representada por linhas, que podem ser retas, curvas, fortes, suaves, contínuas, tracejadas, recortadas, sobrepostas etcétera As fórmas que essas linhas delineiam constitui o desenho, que também pode ter cor e textura, ou seja, as fórmas podem ser preenchidas por outras linhas, assim como você pode ver no desenho de víncent (1853-1890).
Ele pode ser feito à mão livre com lápis, caneta, carvão, pena, giz e até com pincel, usando ou não instrumentos técnicos (régua, compasso, esquadro etcétera), ou digitalmente (usando o computador como ferramenta). Qualquer objeto que permita fazer uma linha pode ser usado para desenhar, como um pedaço de galho para desenhar na terra ou areia. Além disso, desenhos também podem se formar no espaço, como em uma dança, quando podemos enxergar linhas.
O desenho não é usado só no campo da arte. Desenhos são também amplamente utilizados em áreas como a da ciência, para documentar espécies de animais e plantas; na indústria, para projetar produtos antes de iniciar sua fabricação; no cinema, para indicar os quadros a serem filmados, entre muitas outras funções.
Faça no caderno.
Para refletir
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- Você mantém a prática do desenho em seu cotidiano? Como?
- Se não mantém, em que momento você deixou de desenhar? Por quê?
Processos de criação
Desenhar requer certo grau de planejamento e observação na hora de representar uma ideia por meio de linhas. Convidamos você a exercitar seu traço com esta proposta, que tem como tema a paisagem que é observada.
1. Para dar sequência à prática já iniciada nas atividades anteriores, você vai precisar do seu diário de bordo ou de algumas folhas de papel e um lápis de grafite, de preferência 4B ou 6B, mais apropriados para desenhar.
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1. Para dar sequência à prática já iniciada nas atividades anteriores, você vai precisar do seu diário de bordo ou de folhas de papel ou outro suporte e lápis grafite apropriado para desenhar.
2. Retome a paisagem que você tinha escolhido com a sua moldura (na atividade Para experimentar - Exercitar o olhar) e o desenho que fez no envelope transparente (na atividade Para experimentar - Paisagem na janela). Caso não tenha realizado as atividades anteriores, escolha uma paisagem para ser representada aqui.
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2. Retome a paisagem que você tinha escolhido com a sua moldura (na atividade Para experimentar - Exercitar o olhar) e o desenho que fez para a atividade Para experimentar - Paisagem na janela. Caso não tenha realizado as atividades anteriores, escolha uma paisagem para ser representada aqui.
3. Observe a paisagem e faça alguns esboços dela. Esses desenhos são só seus, então arrisque-se, faça e refaça, busque fórmas diferentes de desenhar e de olhar.
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3. Faça alguns esboços da sua paisagem. Esses desenhos são só seus, então arrisque-se, faça e refaça, busque formas diferentes de desenhar e de perceber.
- Escolha o caminho que for mais confortável para você: pode ser uma imagem mais detalhada ou mais simplificada. Você pode focar apenas nas partes principais da paisagem ou até inserir algum elemento que imaginou e que não está lá. É o seu ponto de vista.
- Para concluir, escolha um ou mais desenhos para compartilhar com os colegas. Se possível, com o auxílio do professor e oeste ésseao acervo digital da turma.
Faça no caderno.
Para refletir
Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
- Como foi a experiência de desenhar?
- Quais foram as expectativas em relação às dificuldades e facilidades de realizar a atividade?
- Ter desenhado uma paisagem fez você perceber elementos novos na paisagem escolhida? Quais?
Organizando as ideias
Neste capítulo, a paisagem foi abordada sob o ponto de vista de quem a representa e de quem a constrói. Vimos exemplos de paisagens artísticas com desenhos e pinturas, e outros mais funcionais, como os projetos arquitetônicos. Você também foi convidado a pensar nas paisagens ao seu redor.
Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
Faça no caderno.
- Quais fórmas de representar a paisagem mais chamaram a sua atenção? Por quê?
- O que foi vivenciado neste capítulo fez você pensar no modo como registra as paisagens quando viaja ou mesmo no seu dia a dia? De que maneira? O que mudou em sua prática?
- De que fórma você se relaciona com a prática do desenho ao chegar ao final deste capítulo?
- Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando?
Glossário
- Gênero de pintura
- No século XVII, a Academia Real de Pintura e Escultura da França, que era a principal instituição artística da época, dividiu a produção artística em cinco categorias (gêneros) autônomas, relacionadas aos temas pintados e ordenadas pelo grau de importância na sociedade europeia daquele tempo: a pintura histórica (que tratava dos grandes temas: históricos, míticos e religiosos); o retrato (em geral reservado às autoridades e aos endinheirados); a pintura “de gênero” (que apresentava cenas cotidianas); a paisagem; e a natureza-morta (que apresentava objetos e seres inanimados, como flores e frutos). Desde a metade do século XIX, as divisões entre os gêneros foram se tornando menos rígidas, porque os artistas modernos e contemporâneos exploram novas formas de produzir arte, que não se encaixam em tais categorias.
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- Tom
- Variação ou gradação de uma cor. Os tons de uma cor podem variar em intensidade (do mais claro ao mais escuro) e na relação com as outras cores. Assim, há muitos tons de cinza: do mais claro, próximo do branco, ao mais escuro, próximo do preto. Já o azul, por exemplo, pode ser marinho (mais escuro e próximo do violeta) ou turquesa (mais claro e próximo do verde). O uso de tons diversos serve para criar efeitos de volume e profundidade, ou seja, gerar uma ilusão: para que um objeto representado em uma tela pareça real.
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- Brasil holandês
- No século dezessete, o Brasil foi invadido pelos holandeses, em busca de açúcar e visando expandir seu território. Em 1630 eles conseguiram invadir Pernambuco e dominar grande parte do litoral brasileiro. Para comandar esse território invadido, foi enviado para o Brasil o conde Maurício de Nassau, que governou toda a região que ia de Sergipe ao Maranhão, entre 1637 e 1644. Em 1654, os holandeses foram expulsos do Brasil por portugueses e ingleses.
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- Esboço
- Primeiros traços que apresentam a ideia geral de um projeto ou de uma obra, e que depois será aprimorado.
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- Xilogravura
- Técnica de impressão que tem como matriz uma placa de madeira. A imagem é gravada na placa com instrumentos afiados (chamados de goivas) que retiram as linhas do desenho, formando sulcos. Uma fina camada de tinta é passada sobre ela, porém onde existem sulcos, a tinta não penetra. A impressão é feita sobrepondo papel ou tecido sobre a madeira entintada e fazendo pressão com uma prensa própria para isso, ou outro instrumento para que a tinta fique registrada, como em um carimbo. Na xilogravura, a imagem sai invertida em relação à matriz.
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- Arquitetura
- Técnica de projeção de ambientes e edifícios que une aspectos da engenharia – uma vez que envolve cálculos e planejamentos para garantir a funcionalidade dos espaços – e das artes visuais, considerando a organização espacial e o impacto estético dos projetos.
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- Urbanismo
- Estudo sobre o planejamento das cidades. O urbanista pesquisa as relações entre o ser humano e o ambiente em que ele vive, para, assim, planejar cidades melhores e mais eficientes.
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- Paisagismo
- Estudo que visa à construção de ambientes em que haja equilíbrio entre a natureza e o meio urbano. O paisagista precisa conhecer aspectos geográficos, botânicos, hidrográficos e ecológicos para elaborar projetos que, preferencialmente, valorizem e preservem as espécies nativas das regiões onde atua.
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