CAPÍTULO 8 Paisagens em sons e imagens

Fotograma. No centro da imagem, um homem de chapéu, vestindo camisa xadrez e calças. Ele segura um cavalete e outros utensílios de pintura. Está de perfil, com a cabeça voltada para cima, percorrendo um caminho de terra avermelhada que passa em meio a uma plantação dourada. Sobrevoando a plantação, um bando de pássaros pretos. No fundo, céu azul com alguns pássaros pretos.
SONHOS. Direção: Akira Curossáua e Ichíru Ronda. Japão: Warner Bros, 1990. Fotograma.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o capítulo

Este capítulo, “Paisagens em sons e imagens”, relaciona-se às Unidades temáticas da Bê êne cê cê: Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetivos

De acordo com as Competências específicas do Componente Curricular Arte, os conteúdos trabalhados neste capítulo buscam levar os estudantes a:

  1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
  2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.
  3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.
  4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fóra dela no âmbito da Arte.
  5. Mobilizar recursos tecnológicos como fórmas de registro, pesquisa e criação artística.
  1. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
  2. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Para todas as questões propostas no capítulo serão dadas “Respostas pessoais.”.

Sobre a imagem

Escolhemos uma imagem da obra Sonhos para abrir o capítulo, pois esse filme dialoga concomitantemente com artes visuais, música e cinema. Estimule a leitura da imagem com questões como:

  • Você conhece ou imagina o que seja esse tipo de paisagem? (Trata-se de um campo de trigo.)
  • Quem pode ser esse personagem no centro da paisagem?
  • O que ele leva nas mãos? O que parece estar fazendo? (É um pintor que leva seu material de pintura nas mãos. Ele está em busca de uma cena para pintar.)

Antes de encerrar o percurso por este livro, convidamos você a conhecer artistas que utilizam a linguagem audiovisual e, principalmente, a modalidade artística do cinema para explorar novas relações com as paisagens, tanto as reais quanto as criadas pela imaginação. Linguagem audiovisual é aquela que integra elementos sonoros e imagens em movimento. Um terceiro elemento, a linguagem verbal, é comum hoje nas obras audiovisuais e se manifesta, por exemplo, nas falas dos filmes.

1. Observe a imagem da abertura do capítulo. Em que ela faz você pensar?

Versão adaptada acessível

1. Retome a imagem de abertura do capítulo. Em que ela faz você pensar?

Essa imagem foi extraída do filme Sonhos (1990), do cineasta japonês Akira Curossáua (1910-1998), que era um grande admirador do pintor holandês Vincent Van Gogh (1853-1890).

Em “Corvos”, um dos episódios do filme, o cineasta faz uma homenagem a Van Gogh, situando a ação em cenários que remetem a algumas das paisagens mais famosas pintadas por esse artista. Desse modo, Curossáua estabelece um diálogo entre sua arte, o cinema, e a pintura.

Neste capítulo, veremos exemplos de obras e filmes que apresentam paisagens reais e imaginárias do nosso mundo e de mundos que poderiam ser inventados.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Quais são seus filmes favoritos? Quais são as paisagens e os espaços retratados neles?
  2. O que mais chama a sua atenção quando você assiste a filmes, vídeos ou videoclipes?
  3. Se você fosse fazer um filme, como ele seria?
Orientações e sugestões didáticas

Justificativa

Neste capítulo, retomamos a pergunta norteadora deste livro – “Como as artes leem, representam e interagem com as paisagens?” – mediante um pouso na linguagem audiovisual e na modalidade artística do cinema. Lembramos que, por meio das obras e dos registros audiovisuais, é possível observar e experienciar paisagens nas quais nunca estivemos.

Orientações

Apresentamos uma série de obras audiovisuais e recomendamos que você procure apreciá-las com a turma ao longo do percurso por este capítulo.

Fornecemos aos estudantes referências de filmes com certa abrangência geográfica, de modo a expandir as referências audiovisuais da turma. Por ser um tema visual, chamamos a atenção para a questão da acessibilidade. Você pode encontrar alguns materiais audiovisuais audiodescritos disponíveis para download nos seguintes sites:

PORTAL Cegos Brasil. Disponível em: https://oeds.link/1zJa4I. Acesso em: 27 janeiro 2022.

ACESSIBILIDADE em foco. Disponível em: https://oeds.link/gUa8cQ. Acesso em: 26 janeiro 2022.

Sobre a atividade

1. A imagem pode evocar uma memória, uma sensação, uma emoção etcétera Você pode apresentar aos estudantes a obra de Van Gogh que inspirou essa passagem do filme e propor que analisem as semelhanças e as diferenças entre elas. GOGH, víncent . Wheatfield with Crows [Campo de trigo com corvos]. 1890. Óleo sobre tela, 50,5 centímetros por 103 centímetros. Museu Van Gogh, Amsterdã, Países Baixos. É possível ver a pintura no sáite do museu. Disponível em: https://oeds.link/GCzR3K. Acesso em: 28 janeiro 2022.

Sobre a atividade: Para refletir

2. Organize com a turma uma lista de elementos técnicos e temáticos presentes nos filmes que aparecerem como resposta à atividade 1. Podem ser listados tanto os gêneros cinematográficos (suspense, drama, comédia, terror etcétera) como aspectos visuais ou sonoros marcantes. Este pode ser um bom momento para sensibilizar o olhar dos estudantes para esses aspectos da linguagem cinematográfica.

SOBREVOO

As paisagens sonhadas e concretas do cinema

Fotograma. Paisagem de cores intensas e variadas, toda texturizada com pinceladas. À direita, uma grande casa de teto alto pintado com pinceladas coloridas em tons de azul, cinza, verde e laranja. A frente tem uma porta azul e tons terrosos e azuis na parede. À esquerda da casa, há uma encosta com vegetação colorida, pintada com movimentos sinuosos. No alto, há uma cerca e depois dela figuras coloridas indefinidas em tons de vermelho, verde, azul e amarelo. Na parte inferior, de um lado a outro, uma cerca delimita a paisagem pintada. Do lado externo à cerca, na parte inferior da imagem, há um homem de chapéu, vestindo camisa xadrez e calças. marrons. Ele segura um cavalete e outros utensílios de pintura. Está de costas, com a cabeça voltada para a paisagem pintada.
SONHOS. Direção: Akira Curossáua e Ichíru Ronda. Japão: Warner Bros, 1990. Fotograma.

Faça no caderno.

  1. Observe a imagem de mais uma cena do episódio “Corvos”, do filme Sonhos. Ela parece uma paisagem real? O que você identifica na imagem que o faz pensar assim? Em que essa imagem difere da cena apresentada na abertura deste capítulo?
  2. Você se lembra de algum som ou silêncio marcante em algum filme ao qual tenha assistido? E de uma música?
Ilustração. Ícone do Para assistir.

Se possível, assista com os colegas e o professor ao filme Sonhos. Direção: Akira Curossáua e Ichíru Ronda. Japão: Warner Bros, 1990. (119 minutos).

O filme é um conjunto de oito curtas-metragens – oito sonhos diferentes que dialogam entre si.

Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção são apresentadas algumas produções audiovisuais que abordam a questão da paisagem.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Materialidades; Elementos da linguagem; Processos de criação; Matrizes estéticas e culturais; Arte e tecnologia.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero dois) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(ê éfe seis nove á érre zero três) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etcétera), cenográficas, coreográficas, musicais etcétera

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

(ê éfe seis nove á érre um sete) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento musical.

(ê éfe seis nove á érre dois um) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.

(ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(ê éfe seis nove á érre três três) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etcétera).

(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Sobre as atividades

  1. Oriente os estudantes a se concentrar nos contornos das casas e dos elementos naturais que compõem a cena. A percepção da textura e das marcas de pinceladas revela que essa imagem procura expressar a plasticidade das telas pintadas por Van Gogh. Já a cena da abertura do capítulo, embora inspirada na pintura do artista, é a imagem de uma plantação de trigo real. A análise dos diferentes estilos visuais contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero dois) da Bê êne cê cê.
  2. A intenção é começar a conversar sobre som e música no cinema a partir da memória e de conhecimentos prévios dos estudantes. Contribua também para essa conversa com suas lembranças e comentários.

No cinema, para criar ou representar paisagens e contar histórias, tão importantes quanto a sequência de imagens e suas cores são também todos os sons que compõem cada cena.

Na produção de um filme, os sons se dividem em pelo menos três categorias diferentes, que interagem entre si e podem ser denominadas: glossário ruídosglossário , diálogosglossário e músicasglossário . Nos filmes, o silêncio também é um recurso usado para estimular sensações e reflexões.

As músicas no filme Sonhos, entre outros aspectos, explicitam o encontro de elementos das culturas oriental e ocidental, algo que foi marcante na vida do diretor e, de modo geral, em todo o Japão após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Elementos da cultura japonesa são evocados, por exemplo, pelos sons de tambores e flautas tradicionais que soam na cena da floresta no episódio “A raposa”, retratado na imagem a seguir. Elementos ocidentais ganham destaque no episódio “Corvos”, em que o personagem passeia pelos quadros do pintor víncent van gógui ao som de um piano.

Para pensar em todos os detalhes e elaborar todos os efeitos sonoros de um filme, ou seja, para compor sua trilha sonora, geralmente o diretor trabalha em parceria com um músico. Em Sonhos, foi o músico japonês Cocorô Itíro Iquebé (1943-).

Fotograma. No centro da imagem, pessoas mascaradas, de chapéus redondos e uniformizadas, vestindo quimonos pretos, e uma que usa quimono branco, alinhadas em duas filas. À frente de cada fila há uma pessoa com traje em cor diferente, quimono azul-escuro sobre vestes pretas, com calças compridas, usando meias pretas e sandálias de tiras claras. Cada uma delas segura uma espécie de estandarte suspenso em uma das mãos, com um símbolo igual ao que está nas duas abas de todos os quimonos. Elas estão percorrendo um caminho enevoado através de uma floresta. A luz do sol atravessa as árvores e aparece sobre o chão de terra. À margem desse caminho há pequenos monumentos ou marcos.
SONHOS. Direção: Akira Curossáua e Ichíru Ronda. Japão: Warner Bros, 1990. Fotograma.

Os ruídos ganham destaque no filme de Curossáua em momentos de contemplação da natureza, nos quais o diálogo e a música silenciam para então, após alguns instantes, ressurgirem repentinamente. Esse efeito tem a função de direcionar a atenção do espectador até que ele seja rompido por um diálogo ou uma música.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Ao destacar as relações entre referências culturais de matrizes orientais e ocidentais na obra audiovisual comentada, estimula-se a análise de aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, conforme a habilidade (ê éfe seis nove á érre três três) da Bê êne cê cê. Abordar dessa maneira a linguagem audiovisual, que emprega uma vasta gama de recursos tecnológicos em suas produções, é também uma maneira de estimular a identificação e manipulação, de modo reflexivo, de diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar ou compartilhar práticas e repertórios artísticos, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre três cinco).

O conteúdo apresentado nos boxes é fundamental para explicar, de modo elementar, como é pensada a parte sonora de filmes, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero três). Essa divisão em ruídos (também chamados apenas de “som”), diálogos e músicas pode ser referência para a análise de trilhas sonoras de outros filmes, como proposto na atividade complementar.

Atividade complementar

Se possível, assista a um filme com os estudantes solicitando-lhes previamente que estejam especialmente atentos a todos os seus aspectos sonoros e façam anotações, de modo a explorar e analisar suas fontes e materiais sonoros, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre dois um) da Bê êne cê cê. Em seguida, conversem sobre esses aspectos e sobre as anotações de cada um. Prepare-se previamente para essa atividade buscando análises da trilha sonora do filme escolhido on-line.

Outra opção é assistir a trechos da animação Com Amor, Van Gogh, de 2017 (dir. Dorota e Ríu Uéltimen) e analisar com os estudantes as soluções que cada diretor encontrou para representar uma pintura com características expressionistas por meio da linguagem audiovisual. Nesse caso, é fundamental considerar que os recursos tecnológicos da indústria cinematográfica evoluíram muito nos últimos trinta anos.

O cinema visita a Lua

Desde seu surgimento, no final do século dezenove, a modalidade artística do cinema possibilitou “viagens” para lugares inusitados. Em 1902, o diretor Jórge Meliés (1861-1938) convidou os espectadores de cinema para uma viagem nunca antes realizada: rumo à Lua.

Viagem à Lua (1902) é um filme mudo considerado o primeiro filme de ficção científica a representar seres alienígenas e utilizar uma mescla de imagens reais com técnicas de animação, além de efeitos especiais.

Fotograma. Imagem em preto e branco de filme cinematográfico antigo em que a Lua apresenta um rosto humano com expressão aborrecida porque está com uma cápsula espacial entalada dentro de um dos olhos.
VIAGEM à Lua. Direção: Jórge Meliés. França: Star Film, 1902. Fotograma.

3. Essa imagem se tornou um ícone do cinema. Você já a conhecia? O que parece acontecer nessa cena? Quais elementos você identifica nela?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Comente com os estudantes que os ruídos e as músicas podem complementar a paisagem e também a dramaturgia, fornecendo ao espectador informações adicionais não transmitidas pelas imagens ou pelos diálogos. Por exemplo, em um filme, ouvir um cachorro latindo do lado de fóra de uma casa pode sugerir que alguém está se aproximando do portão. Explique à turma que as músicas também podem ter o papel de remeter o espectador à época ou ao local em que se passa a história. Esteja atento a esses detalhes sonoros quando assistirem juntos a algum filme, incentivando os estudantes a percebê-los. A atenção aos diferentes elementos envolvidos na sonoplastia contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre dois seis) da Bê êne cê cê.

A partir da abordagem do aspecto sonoro nos filmes, encaminhe conversas e pesquisas a respeito do trabalho dos profissionais envolvidos nesse tipo de produção, assim como os recursos tecnológicos disponíveis atualmente para captação e edição de sons, contemplando o tê cê tê Economia – Trabalho e o tê cê tê Ciência e Tecnologia. Boas fontes de pesquisa são encontradas em sites que publicam conteúdos voltados a linguagem e produção cinematográficas, como os indicados a seguir:

GODOY, João. O método de trabalho do som direto. Mnemocine, 11 fevereiro 2014. Disponível em: https://oeds.link/GiOWdG. Acesso em: 19 março 2022.

GODOY, João. A prática de captação do som direto – Parte 1. Associação Brasileira de Cinematografia [on-line]. Disponível em: https://oeds.link/0ae7v3. Acesso em: 19 março 2022.

Sobre Jórge Meliés

Tendo trabalhado com teatro ao longo de muitos anos de sua vida, foi convidado pelos irmãos Limiér para a primeira apresentação de imagens colhidas por um cinematógrafo. Diferentemente dos irmãos, que, a princípio, viam no equipamento um objeto para fins puramente científicos, optou por mobilizá-lo para fins artísticos. Assim, ele passou a estudar técnicas de composição para o cinema (em especial o stop-motion) por meio de alguns efeitos e ilusões buscados por ele. Suas investigações foram bastante significativas para o desenvolvimento da técnica cinematográfica.

Sobre a atividade

3. Você pode chamar a atenção dos estudantes para o fato de que as imagens do cinema, em sua origem, eram em preto e branco. Se realizarem uma pesquisa na internet sobre esse filme, perceberão que há uma versão colorida de Viagem à Lua. No entanto, lembre-os de que as cenas foram coloridas posteriormente. A maior parte dos filmes até a década de 1920 era colorida por meio do processo caro e exaustivo da colorização manual, quadro a quadro.

Fotograma. À esquerda, duas pessoas de trajes longos estão juntas; uma delas com um dos braços flexionado e a mão na cintura, e a outra com um dos braços estendido para o alto, tocando um globo terrestre transparente sobreposto a uma estrela de seis pontas. Ao lado delas, uma mulher usando vestido claro está sentada em uma figura de lua crescente, com um dos braços estendidos e a mão tocando esse globo terrestre. À direita delas, um homem de cabelos e barbas longos, com uma espécie de tiara alada, está recurvado dentro de um círculo semelhante a um planeta circundado por anéis. Abaixo dessas personagens há cinco pessoas deitadas, com as cabeças inclinadas, uma delas de boca aberta. O cenário é coberto por diversos buracos semelhantes a crateras lunares e vegetação.
VIAGEM à Lua. Direção: Jórge Meliés. França: Star Film, 1902. Fotograma.

Atualmente, representar extraterrestres, planetas e galáxias é algo comum no cinema. Contudo, no começo do século vinte, a ideia de que era possível viajar pelo espaço sideral ainda era muito nova. Jórge Meliés realizou, portanto, uma grande inovação.

O filme conta a história de alguns cientistas que decidem criar uma nave espacial e realizar o impossível: visitar a Lua e trazer as suas descobertas de volta para o planeta Terra. Na superfície da paisagem lunar, eles acabam se envolvendo em uma série de problemas e são capturados em um confronto com os habitantes da Lua. Entretanto, os cientistas conseguem se libertar e voltar à Terra, trazendo consigo um dos alienígenas, que acaba se habituando aos costumes da sociedade da época.

Ilustração. Ícone do Para assistir.

Se possível, assista com os colegas e o professor ao filme Viagem à Lua. Direção: Jórge Meliés. França, 1902. (14 minutos).

O filme mostra os acontecimentos inusitados que ocorrem em uma viagem de exploração à Lua feita pelo professor Barbanfulí (Jórge Meliés) e seus colegas.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Da mesma maneira que a paisagem da Lua chamou a atenção de Jórge Meliés no princípio do cinema, muitos são os filmes que têm o espaço como cenário para suas ações. Liste com os estudantes filmes conhecidos por eles que explorem diferentes astros, galáxias etcétera Proponha à turma que analise a maneira como cada um desses filmes trata a representação do espaço. Você pode questionar: “Que tipo de história é, em geral, contada por esse tipo de filme?”; “Quais conflitos são possíveis de acontecer no espaço sideral?”; “Quais são os sons comumente ouvidos nesses filmes?”.

Pode-se também sugerir aos estudantes que criem roteiros ou experimentações audiovisuais que dialoguem com o espaço sideral nas atividades e projetos de criação propostos ao longo do capítulo. Essa exploração das relações processuais entre as diversas linguagens artísticas em torno da linguagem audiovisual contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre três dois) da Bê êne cê cê.

Atividade complementar

Se possível, organize uma sessão de Viagem à Lua. O filme pode ser encontrado na internet. Procure por seu título original, Le Voyage dans la Lune, ou pelo título em inglês, A Trip to the Moon. Após a exibição do filme, peça a todos que compartilhem as suas impressões. Pergunte a eles: “Vocês identificam algo incomum no filme?”; “Quais técnicas parecem ter sido utilizadas?”; “Com quais dificuldades a equipe parece ter lidado em sua produção?”. Posteriormente, se julgar conveniente, organize uma seção do filme A invenção de Hugo Cabrê(2011), do cineasta estadunidense Martin Iscorcési (1942-). Há uma cena nesse filme em que é homenageado. São recriadas diversas cenas de seus filmes, incluindo a célebre sequência de Viagem à Lua na qual a nave humana pousa no ôlho do satélite. Pergunte aos estudantes quais são as diferenças mais notáveis entre a recriação de Iscorcési e o filme de – essa comparação contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero dois) da BNCC.

Foco na História

Os primeiros anos do cinema

As primeiras experiências com imagens em movimento datam do final do século dezenove. Em dezembro de 1895, os irmãos Luí Limiérr (1864-1948) e Oguíst Limiérr (1862-1954) exibiram um filme em uma sessão paga no Le Grand Café, em Paris (França), para um público de cêrca de 20 pessoas. Embora outros pesquisadores também estivessem experimentando meios de colocar fotografias em sequência, resultando em imagens em movimento, os irmãos Limiér patentearam a descoberta e ficaram mais conhecidos porque o equipamento que desenvolveram era mais leve e fácil de ser usado, pois funcionava a manivela e não dependia de luz elétrica.

Nos primeiros anos de existência do cinema, os filmes eram curtos e o foco principal não estava na história contada. O objetivo dos cineastas era distrair o público com cenas que encantavam ou provocavam espanto por terem movimento.

Algumas das primeiras produções eram apenas registros de cenas reais, como um bebê comendo, a chegada de um trem a uma estação ou a saída de funcionários de uma fábrica.

Ainda no início da história do cinema, quando as cenas eram gravadas em estúdios, os cenários geralmente eram simples, feitos com painéis pintados. As câmeras muitas vezes ficavam paradas, e o cenário e os atores é que se movimentavam. Também havia pouca variação nos enquadramentos.

Jórge Meliés foi um dos primeiros a explorar a ficção no cinema, com suas histórias fantásticas. Como ele também era mágico, usava recursos de ilusionismo para produzir os efeitos visuais especiais em seus filmes. Sua produtora cinematográfica, a Star Film, esteve ativa entre 1896 e 1912.

No final dos anos 1910, já se faziam filmes com narrativa; e, nessa mesma década, Hollywood, nos Estados Unidos, já despontava como um grande polo cinematográfico, pois seus estúdios já contavam com recursos para produzir filmes de longa duração.

No início, os filmes eram mudos (os sons não eram incluídos nos rolos de gravação), mas o público podia acompanhar a exibição de muitos filmes com músicas que eram tocadas ao vivo.

Desde então, o cinema foi se desenvolvendo, ganhando estilos diferentes, e os efeitos visuais e sonoros foram ficando cada vez mais elaborados. O que começou com a fotografia em movimento passou a integrar as inovações trazidas pela computação gráfica, chegando aos resultados que vemos nos filmes atuais.

Fotografia. Reprodução de pôster colorido. À esquerda, no fundo, um homem  uniformizado usando chapéu e casaco com ombreiras. Ele está de pé. No centro da imagem, várias pessoas sentadas de costas olhando para uma tela de cinema. Elas usam trajes antiquados e têm expressão de admiração. Ao fundo, atrás de uma cortina, uma grande tela projetando um filme em preto e branco. Abaixo da cena, as palavras em francês, CINÉMATOGRAPHE LUMIÈRE.
Pôster criado por Marcelân Uzóle para a primeira apresentação pública do Cinematógrafo Limiér no Le Grand Café, em 28 de dezembro de 1895. Museu da Publicidade, Paris, França.
Orientações e sugestões didáticas

Sugestão para o estudante

Sobre filmes que têm o próprio cinema como elemento fundamental, podemos mencionar uma importante referência, o italiano Cinema Paradiso (1988). O enredo narra a história de amizade entre um menino e um projecionista de cinema em uma pequena cidade italiana, no contexto do surgimento da televisão. A delicada estética do filme contrasta com os acelerados padrões Róliudianos, o que já pode ser uma boa possibilidade de ampliação de repertório cinematográfico dos estudantes, ainda que não assistam ao filme na íntegra. Essa é uma oportunidade também para abordar, de fórma crítica, a história e as diferenças estéticas e técnicas entre o cinema e a televisão, considerando que esta última é muito presente na vida dos brasileiros, relacionando as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida cultural, de acordo com a habilidade (ê éfe seis nove á érre três um) da Bê êne cê cê.

Atividade complementar

Sugerimos a você que proponha aos estudantes que desenvolvam um projeto sobre gêneros cinematográficos com base na análise do filme de curta-metragem dirigido por Cao Hamburger (1962-) e Eliana Fonseca (1961-): Frankenstein Punk (1986). Trata-se de uma animação em stop-motion que parte do clássico da literatura Frankenstein (1818), criado por Méri shéli. O curta – que também faz referência ao filme clássico Cantando na chuva (1952) – passeia por diversos gêneros fundamentais da história do cinema no século vinte: filmes de terror, noir, musicais etcétera

Ele está disponível no portal Dailymotion, um recurso para pesquisa e trabalho educacional com cinema brasileiro. Disponível em: https://oeds.link/z1mEuD. Acesso em: 6 maio 2022.

Para experimentar

Criação de um roteiro

Que tal experimentar ser roteiristaglossário de cinema?

Utilize seu diário de bordo para as anotações e para o planejamento desta atividade.

  1. Reúna-se com os colegas em um grupo de três integrantes.
  2. Escolham um filme de que todos gostem para criar um novo roteiro baseado nele.
  3. Se não se lembrarem de todos os detalhes, e houver possibilidade, revejam o filme fazendo anotações.
  4. Selecionem um elemento desse filme (pode ser um personagem, o cenário, o enredo, o tema ou a trilha sonora). Essa escolha norteará a criação de um novo roteiro. O elemento escolhido será mantido como no filme, e os demais elementos serão alterados. Por exemplo, se o grupo escolher o cenário, deverá criar uma nova história, com novos personagens, mas que se passará no mesmo cenário do filme escolhido.
  5. Decidam o Gêneroglossário de seu filme e o tempo de duração.
  6. Primeiro, definam os personagens, o conflito principal, o local e a época onde se passa a história. Soltem a imaginação!
  7. Quando a ideia geral do filme estiver clara para todos, desenvolvam os detalhes do roteiro. As perguntas a seguir podem orientar esse processo:
    1. Quais são as características físicas de cada personagem? Como eles se vestem e se comportam?
    2. Como é a interação entre os personagens?
    3. Quem é o protagonistaglossário ? Existe um antagonistaglossário ?
    4. Onde se passa cada cena do filme? Como são os cenários?
    5. Quais ações acontecem nesse filme?
  8. Escrevam as ações e os diálogos, pensando sempre na continuidade da história, que deve ter começo, meio e fim.
  9. Compartilhem com a turma os resultados do seu trio e, em seguida, debatam sobre as questões a seguir.
    1. Quais foram os roteiros mais inusitados?
    2. Como cada grupo se apropriou do filme de inspiração?
    3. Quais propostas de soluções visuais cada grupo apresentou?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Faça uma pesquisa prévia e apresente aos estudantes alguns exemplos de roteiros de filmes para que eles possam se familiarizar com esse tipo de estrutura textual. De maneira diferente da dramaturgia teatral (vista no capítulo 6 deste livro), um roteiro de cinema não se constitui fundamentalmente de diálogos, mas da descrição de cada movimento de câmera, dos cenários, da trilha sonora e das atmosferas criadas ao longo da filmagem. Nessa etapa de elaboração, a turma não deve se preocupar necessariamente com a estrutura formal de um roteiro oficial, mas sim em organizar textualmente as ideias e histórias. Fique atento às fórmas surpreendentes e inovadoras de roteirizar as ideias que podem aparecer e incentive-as. Quanto mais detalhes os estudantes puderem trazer, mais interessante poderá ser a maneira de registrar a história. Note que se trata de um exercício de imaginação, escrita e leitura que permite explorar as relações processuais entre diversas linguagens artísticas, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre três dois) da Bê êne cê cê. Assim, pode-se conversar com a turma sobre as seguintes questões: “O que reside na dificuldade entre ter uma ideia e comunicá-la?”; “Como tornar uma ideia visível por meio de palavras?”. Os exercícios da escrita e do roteiro, assim como do detalhamento, podem ser chaves importantes para praticar essa atitude de transposição da ideia para o papel. Procure conexões entre as práticas da escrita e da comunicação oral.

Atividade complementar

Como modo de aprofundar a construção dos personagens do roteiro criado, sugira aos estudantes que pesquisem e escolham músicas para associar a cada personagem. Algumas perguntas e orientações que podem nortear essa escolha são: “Como é a personalidade desse personagem?”; “Qual é a sua profissão?”; “De onde ele é (país, cidade, planeta)?”; “Que locais ele frequenta?“.

A partir das características levantadas, sugira aos estudantes que pensem em músicas que possam ser associadas a ele. Questione: “Será uma música instrumental ou com letra?”. Se tiver letra, considere seu conteúdo nessa escolha. Ao final, compartilhem com toda a turma as músicas e o que motivou a escolha de cada uma.

Para pesquisar

Escuta atenta a trilhas sonoras

Trilha sonora é um termo técnico que originalmente se refere a todos os sons presentes em um filme, mas esse termo é comumente usado para referir-se apenas ao conjunto de músicas que tocam em um filme. Os sons e as músicas influenciam decisivamente na maneira como as cenas são percebidas, mas nem sempre os espectadores estão cientes disso.

Você já assistiu a cenas de um filme conhecido sem as músicas? E com as músicas trocadas? Isso pode ser muito interessante para perceber quanto a música e os ruídos interferem no modo como a cena cinematográfica nos afeta.

Com o auxílio do professor, você pode encontrar facilmente filmes sem as músicas realizando buscas na internet. Assistindo a cenas sem a música, mantendo todos os ruídos, os sons que compõem as paisagens e as ações ficam mais perceptíveis.

Também é possível encontrar trechos de filmes conhecidos com diferentes opções de músicas na trilha sonora.

Experimente! Ao assistir a cenas com as músicas diferentes das originais, repare se mudam as sensações ou os sentimentos que as cenas provocam em cada caso e comente com os colegas e com o professor.

Ilustração. Um pedaço de película cinematográfica com diversos quadros. Em cada quadro há uma figura: uma nota musical, um alto-falante, outra nota musical, uma caixa sonora  e mais uma nota musical. Em cada lado da película há diversos quadradinhos brancos.
Fotograma. À esquerda há um tucano de bico laranja, com a cara coberta por diversas faixas coloridas, como um arco-íris, e corpo verde-musgo, empoleirado sobre um galho de árvore. No centro, um menino com uma grande cabeça redonda, camiseta listrada e calção. Ele se pendura com a mão esquerda agarrando um ramo de planta preso a um círculo amarelo enorme no alto da cena. À direita, um macaco de longa cauda com a ponta encurvada está em um galho de árvore, com a cabeça voltada para o menino. Ao fundo, floresta em tons de verde e um rio azul.
O MENINO e o mundo. Direção: Alê Abreu. Brasil: Filme de Papel, 2013. Fotograma.

4. Observe essa imagem e a da página seguinte e preste atenção nas paisagens representadas. Que espaços você consegue reconhecer nelas? Quais elementos presentes nas imagens o levaram a essas conclusões?

Orientações e sugestões didáticas

Sobre trilha sonora

Pode-se utilizar a nomenclatura “trilha sonora” também para o conjunto de sons e músicas presentes em outras produções audiovisuais, como telenovelas, séries, vídeos etcétera

Orientações: Para pesquisar

Ao estimular a atenção dos estudantes para possíveis efeitos das trilhas sonoras na percepção do filme como um todo, essa proposta trabalha o estudo de recepção de obras de arte e produtos da indústria cultural como exercício de prática de pesquisa.

Muitas cenas de vídeos com trilhas trocadas poderão ser encontradas em sites de compartilhamento de vídeos. Nesse caso, o estudo pode ser ampliado pela observação dos comentários que os espectadores deixam nos chats, o que, além de revelar outras impressões, trará mais dados aos estudantes, em um exercício de análise de mídias sociais.

Sugestão para o professor

Você pode fazer uma pesquisa prévia e selecionar alguns trechos para demonstrar à turma, ou pode auxiliar os estudantes nessa pesquisa. Busque na internet por termos como: “filmes sem música” ou, em inglês, “movies without music”. Para encontrar os filmes com diferentes opções de músicas, pode-se pesquisar “como a música muda uma cena” ou “filmes com a trilha trocada”, ou ainda, em inglês, “how music affects films”.

Sobre a atividade

4. Na primeira imagem há a representação de um espaço repleto de elementos naturais: as cores são vivas e expressivas, e há uma estilização na representação da flora e da fauna naturais. A segunda imagem, por sua vez, representa o espaço urbano, mais especificamente uma comunidade situada na periferia de uma grande cidade. Chame a atenção dos estudantes para os escuros cabos de eletricidade que atravessam a segunda imagem em contraste com o traçado azul da primeira, simbolizando um rio. Há ainda a presença de duas luas na segunda imagem, o que pode ser notado como uma intervenção poética do cineasta, a partir da representação de um espaço real, inventando, assim, outro mundo.

Fotograma. À direita, casas com janelas retangulares amarelas,  representando luzes acesas em seu interior, e postes de iluminação com fios estendidos entre eles. No centro, silhuetas de duas pessoas de perfil, um adulto com uma criança pequena no colo, em um cenário noturno. Acima das pessoas, duas luas cheias no céu e uma pipa. Ao fundo há muitas casas iluminadas, distribuídas até a linha do horizonte.
O MENINO e o mundo. Direção: Alê Abreu. Brasil: Filme de Papel, 2013. Fotograma.

As imagens são do filme de animaçãoglossário glossário brasileiro O menino e o mundo (2013), dirigido por Alê Abreu (1971-), que conta a história do jovem Cuca, um garoto que vive em um pequeno povoado.

Acostumado a uma paisagem repleta de belezas naturais e simplicidade, o menino conhece diversas outras paisagens que diferem, em muito, daquelas às quais es­tava habituado quando decide partir em uma viagem em busca de seu pai, que foi procurar emprego na capital.

Ao longo do trajeto, Cuca passa por um campo, onde vê diversos trabalhadores sendo explorados por grandes fazendeiros; conhece enormes estradas que levam mercadorias e pessoas para diferentes cidades e estados; e, por fim, conhece uma grande cidade, marcada pela desigualdade social e cheia de obstáculos impostos pelo mundo do trabalho. Ainda na cidade, Cuca também conhece o Carnaval, um momento festivo, alegre e colorido de reunião das pessoas.

Nesse filme de animação, todas as paisagens pelas quais Cuca transita são compostas de muitas cores. Os fotogramas do filme O menino e o mundo foram elaborados com giz de cera, caneta hidrográfica, lápis de cor ou colagem, entre outras técnicas artísticas que contribuíram para criar uma atmosfera visual viva e intensa, em um processo diferente das animações desenvolvidas em grandes estúdios, que, em geral, apelam para um uso excessivo de computação gráfica e de técnicas pouco artesanais para criação das imagens.

Ilustração. Ícone do Para assistir.

Se possível, assista com os colegas e o professor ao filme O menino e o mundo. Direção: Alê Abreu. Brasil: Filme de Papel, 2013. (85 minutos).

A animação conta a história de Cuca, um menino do interior que decide viajar para procurar o pai, que partiu em busca de trabalho na desconhecida capital.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Chame a atenção da turma para os diferentes procedimentos técnicos descritos no texto, utilizados na composição dos fotogramas do filme O menino e o mundo. Procure relacionar as técnicas empregadas às diferentes fórmas de expressão artística que os estudantes já possam ter experimentado (desenho, pintura, colagem, dobradura, escultura, modelagem, fotografia etcétera), contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero cinco) da Bê êne cê cê.

Atividade complementar

Se possível, promova uma exibição do filme O menino e o mundo para a turma. Posteriormente, você pode chamar a atenção para os cenários apresentados ao longo da narrativa. Se no começo do filme eles são mais abstratos, quanto mais Cuca se aproxima da cidade, mais definidos os espaços se tornam.

Sugira à turma que visite o sáite do diretor do filme, Alê Abreu. Disponível em: https://oeds.link/ZKJkeC. Acesso em: 27 janeiro 2022.

Após reconhecer e explorar algumas obras gráficas do animador, convide os estudantes a criar e desenhar cenários para uma possível animação. Atente para a escolha de cores e de elementos para a composição do espaço.

Para experimentar

Criando uma animação

Que tal experimentar criar uma sequência de animação?

  1. Reúna-se com seus colegas em um grupo de quatro integrantes.
  2. Cada grupo vai precisar de: 20 folhas de papel sulfite, tesoura escolar e material para desenhar e colorir (lápis, canetas hidrográficas, giz de cera, lápis de cor etcétera).
  3. Para criar cinco segundos de animação, será necessário desenhar 80 fotogramas diferentes.
  4. Converse com seus colegas de grupo e definam uma história para ser contada nesses cinco segundos.
  5. Com base nos elementos vistos ao longo deste capítulo, reflitam:
    1. Como será desenhada a sequência dessa história?
    2. Quais cores serão utilizadas nesses desenhos de maneira a deixá-los mais atraentes?
  6. Depois de definida a história e os elementos do desenho, vocês podem dividir cada uma das folhas de papel sulfite em quatro partes iguais e, em seguida, destacar essas partes.
  7. Quando tiverem os 80 quadros de papel em branco, que serão seus fotogramas, dividam-se e componham nos quadros uma sequência de desenhos com o material disponível.
  8. Ao final, os fotogramas podem ser animados tanto pelo movimento manual, ao folhear rapidamente os quadros, quanto pela montagem em algum programa de computador usando fotos tiradas de cada um dos quadros. Se vocês seguirem a primeira opção, experimentem prender as folhas por um dos lados, como se fosse um livreto, para facilitar a passagem de uma para outra.
  9. Se tiverem a possibilidade de registrar a animação em vídeo, com o auxílio do professor, acrescentem as animações feitas pelos grupos ao acervo digital da turma, para que todos possam assistir aos trabalhos dos colegas.
  10. Depois de apresentar a sua animação à turma e de assistir ao trabalho dos outros grupos, converse com os colegas e com o professor a respeito da realização desta atividade. Compartilhe as suas impressões sobre os elementos, as cores e as fórmas de contar as histórias que mais chamaram a sua atenção.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Qual das modalidades de produção de vídeos e filmes que você conheceu neste capítulo mais chamou a sua atenção? O que despertou seu interesse?
  2. Como os sons (músicas, ruídos e diálogos) contribuem para configurar as paisagens e contar as histórias?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para experimentar

Nesta seção é proposta a criação de uma sequência de animação por meio da articulação e experimentação de diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, fotografia e vídeo). Ao explorar relações processuais entre diferentes linguagens artísticas, essa atividade contempla as habilidades (ê éfe seis nove á érre zero cinco) e (ê éfe seis nove á érre três dois) da Bê êne cê cê.

  1. Lembre os estudantes dos elementos presentes no longa O menino e o mundo. Mesmo que o filme seja colorido, há uma mudança na paleta de cores conforme as paisagens vão se tornando mais urbanas. Também é possível realizar a animação somente com o contorno dos desenhos, sem colorir. Além disso, podem ser utilizadas folhas de papel de blocos de anotações ou de blocos adesivos.
  2. Ajude a turma nesse processo de recorte. A divisão das folhas de papel sulfite auxilia tanto a manipulação futura das imagens como a rapidez em preenchê-las, em razão de sua superfície menor.

8. Auxilie os estudantes a animar seus fotogramas em sala de aula fazendo com que segurem em alguma ponta do conjunto de imagens para realizar a passagem de um fotograma a outro com maior rapidez, gerando uma ilusão de ótica mais precisa. Se possível, proponha que fotografem as 80 páginas e, com alguma ferramenta de edição digital, montem a sequência de sua animação.

Sobre as atividades: Para refletir

  1. Com base no conteúdo e nas técnicas apresentadas neste capítulo, você pode propor à turma que aprofunde seus estudos nos procedimentos expostos.
  2. É interessante que os estudantes respondam com as próprias palavras, mas você pode complementar o que for necessário, lembrando que os elementos sonoros podem ajudar a compor ambientações ou acontecimentos nas cenas; destacar características ou emoções dos personagens; ou acrescentar informações que não estão nas imagens; por exemplo: em uma cena dentro de casa, ouve-se um som externo (um carro estacionando, um cachorro latindo) que informa que alguém está chegando ou que uma situação de perigo vai ocorrer.

Processos de criação

Uma das técnicas cinematográficas mais desafiadoras é a do plano-sequência. Ela consiste em gravar uma cena em vídeo, de um filme ou videoclipe, usando um único plano cinematográficoglossário .

Com essa técnica, não há nenhum tipo de corte ou truque de montagem.

No cinema, o corte e a mudança de plano permitem que uma mesma cena possa ser filmada diversas vezes e, no trabalho de edição final, ser composta de partes de distintas versões registradas, dando a ilusão de uma continuidade.

Em um plano-sequência, por mais que se filme diversas vezes o mesmo plano, deve-se, ao final, escolher apenas uma versão filmada para a finalização da obra.

O que torna esse trabalho tão desafiador é justamente o fato de que, para ser gravado, um plano-sequência necessita de muito preparo e elaboração.

Que tal criar uma obra audiovisual utilizando a técnica do plano-sequência?

  1. Planejamento
    1. Com o auxílio do professor, pesquise na internet algumas obras que utilizam a técnica do plano-sequência e converse a respeito delas com seus colegas antes de começar a sua criação.
    2. Reúna-se com seus colegas em um grupo de quatro integrantes.
    3. Planejem uma ideia para uma cena/videoclipe/coreografia que possa ser gravada e registrada em um plano-sequência e realizada em um ou mais espaços de sua escola.
    4. Organizem em seus diários de bordo, ou em folhas de papel, por meio de desenhos e mapas, toda a movimentação e os elementos necessários para concretizar o projeto. Vocês podem criar storyboardglossário dos movimentos que vão gravar.
    5. Com o auxílio do professor, planejem as condições para que a gravação do vídeo possa acontecer na escola.
Fotografia. Destaque das pontas dos dedos de uma pessoa segurando um lápis preto sobre um quadrinho com ilustrações a traço.
Criação de um storyboard.
Orientações e sugestões didáticas

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objeto de conhecimento

Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero seis) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(ê éfe seis nove á érre zero sete) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

(ê éfe seis nove á érre um quatro) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etcétera) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

(ê éfe seis nove á érre dois três) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

(ê éfe seis nove á érre três zero) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etcétera), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Orientações

Para a realização desta atividade, é necessário um equipamento simples que possibilite a gravação de vídeos, como uma câmera filmadora ou fotográfica.

    1. Se possível, mostre aos estudantes a cena de um filme, vídeo ou videoclipe com diversos cortes de plano. Após terem compreendido esse procedimento, questione quais sensações sobrevêm de uma obra criada com base na ideia de plano-sequência. Sugestão: apresente alguns videoclipes da banda estadunidense OK Go que utilizam essa técnica, em especial os das músicas “Here it goes again” (2005), The one moment (2014) e “Upside Down & Inside Out” (2014). Incentive-os a notar que o plano‑sequência não necessariamente precisa de movimentos de câmera, e que, quanto mais a câmera se movimentar ao longo do plano, mais desafiadora se tornará sua execução.
  1. Ensaio
    1. Antes de gravar, ensaiem a criação do grupo no(s) espaço(s) escolhido(s). Lembrem-se de que o plano-sequência não permite a possibilidade de edições nem cortes. Assim, a gravação deve ser feita de uma única vez.
  2. Registro
    1. Quando o grupo ficar satisfeito com os ensaios, é o momento de gravar.
    2. Com equipamentos de registro de imagem, organizem-se para gravar algumas versões do plano-sequência inteiro.
  3. Finalização e compartilhamento
    1. Quando o processo de gravação for concluído, assistam às versões registradas e elejam uma delas para ser finalizada e compartilhada com o restante da turma.
    2. Escolhida a versão, finalizem os detalhes: A criação terá música ou trilha sonora? Ela precisa começar em algum ponto específico e terminar em qual momento?
    3. Após todos os grupos terem concluído, assistam às criações dos colegas e compartilhem a sua com a turma.
    4. Com o auxílio do professor, os trabalhos podem ser acrescentados ao acervo digital da turma.
Ilustração. Câmera filmadora apoiada sobre um tripé. Ao lado, desenho de uma claquete.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Quais foram as dificuldades encontradas na elaboração do plano-sequência?
  2. Quais mudanças apareceram nos planejamentos dos trabalhos quando eles foram ensaiados ou filmados? Por quê?
  3. Qual foi, para você, o momento mais prazeroso de criação? Por quê?
  4. Quais são os elementos mais interessantes dos trabalhos apresentados pela turma?
  5. Quais sensações a técnica do plano-sequência desperta em você quando comparada à de um filme constituído por cortes?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Com o objetivo de explorar e experimentar a linguagem cinematográfica, desafie os estudantes a elaborar possibilidades de planos-sequência com migrações entre diferentes espaços da escola. O tamanho do desafio de realização pode mostrar-lhes como é prazeroso esse processo de elaboração. Ao mesmo tempo, mantenha um diálogo com a coordenação da escola e os funcionários acerca da intervenção dos estudantes no espaço escolar. Deixe os estudantes cientes dos limites físicos do espaço e cuide tanto da segurança da turma como dos espaços físicos e outros patrimônios da escola.

O período de ensaio pode ajudar a turma, a escola e você a entender concretamente a proposta dos estudantes. Por meio do acompanhamento dos ensaios, você pode oferecer sugestões que facilitem as propostas apresentadas ou desafiá-los a uma maior complexidade. Cuide para que nenhum plano exceda cinco minutos, pois isso exigiria um trabalho muito maior.

Esta proposta possibilita aos estudantes vivenciar processos de criação nas quatro linguagens artísticas e explorar as relações entre elas, contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre três dois) da Bê êne cê cê. O Teatro e a Dança podem estar presentes na composição da cena que será registrada, com destaque para a representação e/ou atuação dos estudantes e para os elementos cênicos, tais como cenários e figurinos, conforme as habilidades (ê éfe seis nove á érre um quatro) e (ê éfe seis nove á érre três zero). A linguagem da Música estará presente na exploração da sonorização da cena, que pode incluir músicas ou outros recursos sonoros, contemplando dessa fórma a habilidade (ê éfe seis nove á érre dois três). A criação do storyboard e todo o processo de registro em vídeo exploram elementos constitutivos das Artes visuais, como o desenho, a fotografia, o vídeo etcétera, em consonância com a habilidade (ê éfe seis nove á érre zero seis).

Sobre as atividades: Para refletir

  1. Experimente conversar com a turma a respeito de uma questão fundamental: entre a ideia que temos e a sua realização, há um caminho de organização e possibilidades materiais que podem transformar tudo o que criamos em nossa imaginação em algo bastante diferente do inicialmente planejado. Não necessariamente esse processo de materialização é menos interessante do que a imaginação; pelo contrário, às vezes os recursos materiais encontrados para lidar com dificuldades de concretização são mais criativos do que as ideias iniciais.

4. Pergunte aos estudantes a respeito de elementos concretos nos trabalhos apresentados: “Como o grupo lidou com o espaço da escola?”; “Quais as temáticas abordadas e sua pertinência em relação ao espaço escolhido?”; “Como o movimento ou a estabilidade da câmera ajudou a contar a história?”; “Quais detalhes é possível perceber nos trabalhos apresentados?”.

Organizando as ideias

Fotografias. Painel formado por quatro faixas verticais de imagens, nas quais não aparece a cena completa. Da esquerda para a direita: homem caminhando entre plantação e pássaros pretos sobrevoando a plantação; mulher usando vestido sentada em uma forma de lua crescente; pessoas com roupas antiquadas sentadas de costas; e menino com grande cabeça branca pendurado em um ramo de planta preso em um círculo amarelo.

Neste capítulo, foram apresentados filmes produzidos com diferentes técnicas, além de maneiras como diretores e roteiristas se relacionam com lugares e paisagens por meio da linguagem audiovisual.

Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

Faça no caderno.

  1. Quais foram as maneiras de ler, interagir e representar a paisagem que você passou a conhecer?
  2. Após ter realizado as atividades de criação de um roteiro, de uma animação e do plano-sequência, quais são as suas ideias sobre a produção de vídeos e filmes?
  3. O que mais despertou a sua curiosidade em relação à linguagem audiovisual? Quais serão suas estratégias para continuar pesquisando e conhecendo essa linguagem?
  4. Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade temática da Bê êne cê cê

Artes integradas.

Objeto de conhecimento

Contextos e práticas.

Habilidade em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Orientações

Este é o momento de fazer um balanço do que foi visto no capítulo. Avalie quanto cada estudante esteve envolvido nas propostas, participando ativa e criticamente, compartilhando suas experiências individuais e contribuindo para as reflexões coletivas.

As imagens presentes nesta seção podem ser utilizadas como estímulo para rememorações e comentários sobre o conteúdo do capítulo.

O ideal é que este momento seja uma conversa na qual você possa verificar como os estudantes elaboraram os conteúdos em suas reflexões. É interessante estar atento e trazer para este momento os elementos trabalhados no decorrer do capítulo como fundamentação e parâmetros para a conversa, mesmo sabendo que as respostas serão individuais. Como se trata do último capítulo do volume, proponha aos estudantes uma visita à plataforma virtual e aos diários de bordo como meio de visualizar a materialidade registrada nas aulas de Arte.

Glossário

Ruídos
Todos os sons que caracterizam as paisagens ou que fazem parte das ações de uma produção cinematográfica. Por exemplo, o som dos passos de um personagem ou o som de carros trafegando por uma rua.
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Diálogos
Falas dos personagens, que podem ser gravadas no momento da filmagem das cenas (som direto) ou posteriormente pelo processo de dublagem – também utilizado em versões de filmes em outros idiomas.
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Músicas
Canções ou músicas instrumentais que podem fazer parte da paisagem sonora de uma cena ou que são acrescentadas às cenas posteriormente, no processo de edição, para auxiliar a conduzir a narrativa ou estimular diferentes emoções e reflexões no espectador.
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Roteirista
Escreve o roteiro de filmes, programas de televisão ou histórias em quadrinhos. O roteirista pode escrever uma história completamente nova ou se inspirar em uma que já existe, de outra autoria. Nesse caso, dizemos que é um roteiro adaptado.
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Gênero cinematográfico
Categoria para classificação dos filmes. A categorização mais conhecida (mas não a única) tem origem no cinema estadunidense, com os seguintes gêneros: ação, comédia, ficção científica, drama, terror, suspense, musical, fantástico, film noir, western, documentário e animação. Atualmente, há muitos filmes que podem ser enquadrados em mais de um gênero ao mesmo tempo.
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Protagonista
Personagem central de um filme, um livro, uma novela ou uma peça teatral. O protagonista conduz a história e, em geral, tem um conflito a ser resolvido na trama.
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Antagonista
Personagem que se opõe ao protagonista. Ele também tem importância na história e faz com que o protagonista tenha dificuldades em resolver seu conflito.
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Animação
Técnica cinematográfica criada por meio da montagem de fotogramas individuais que, quando postos em sequência e na velocidade de 16 ou mais imagens por segundo, geram a ilusão de movimento para o espectador. Atualmente, observa-se o crescimento da técnica de animação digital, que, entre outras possibilidades, agiliza o processo de montagem dos fotogramas.
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Plano cinematográfico
Sequência de quadros (ou fotogramas) que formam um conjunto de imagens em movimento construído sem interrupção. No trabalho com cinema ou edição de vídeos, uma cena, ou seja, uma série de acontecimentos, pode ser constituída por um ou vários planos. A partir do momento em que se opta por um corte no processo de montagem do filme, passa-se para outro plano de imagens e, assim, sucessivamente.
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Storyboard
Desenhos, ilustrações e rascunhos cuja finalidade é organizar o processo de filmagem a fim de contribuir para o planejamento e a compreensão da história que está sendo contada. O storyboard assemelha-se a uma história em quadrinhos e pontua os movimentos e acontecimentos mais importantes do que será registrado futuramente.
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