CAPÍTULO 8 Festas e celebrações

Fotografia. Em primeiro plano, alegoria de um boi com manto bordado colorido com temas florais e destaque de imagem de uma mulher ao centro. Abaixo, a sequência do manto em azul brilhante. Nos chifres do boi, colares unidos pelas pontas dos chifres e na base, adornos rendados. Ele está voltado para a direita. À direita, uma pessoa de costas usa um chapéu pontudo colorido e brilhoso e camisa vermelha com bordados coloridos.
Festa de Bumba meu boi em São Luís (Maranhão). Fotografia de 2016.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o capítulo

Este capítulo, “Festas e celebrações”, relaciona-se às Unidades temáticas da Bê êne cê cê: Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetivos

De acordo com as Competências específicas do Componente Curricular Arte, os conteúdos trabalhados neste capítulo buscam levar os estudantes a:

  1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
  2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.
  3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.
  4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fóra dela no âmbito da Arte.
  1. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.
  2. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
  3. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Sobre a imagem

Conduza a leitura da imagem com os estudantes. É possível que alguns estejam familiarizados com esse tipo de manifestação cultural, visto que a figura do boi está presente em diversas festas e celebrações nas diferentes regiões do Brasil. Sendo assim, a imagem pode evocar também repertórios referentes a outras manifestações, semelhantes ou distintas do Bumba meu boi maranhense.

São inúmeros os tipos de festas e celebrações, no Brasil e no mundo, relacionados a tradições e crenças que passam de geração em geração.

1. Você conhece alguma delas? Qual?

Neste capítulo, você conhecerá festas e celebrações de diversas culturas e locais. Elas marcam a passagem do tempo, renovam a devoção a determinadas divindades ou concepções espirituais e rememoram histórias tradicionais.

2. Observe a imagem da abertura do capítulo. Que elementos artísticos chamam sua atenção?

A imagem retrata um momento de uma festa de Bumba meu boi do Maranhão, que ocorre três vezes por ano. Cada uma delas representa um evento: o nascimento, o batizado e a morte do boi. O enredo, apresentado por músicas e uma dramatização, conta a história de um boi que era muito querido por seu dono. Um dia, esse boi é roubado por um personagem chamado Pai Francisco, pois sua esposa, Catirina, estava grávida e com desejo de comer a língua do animal. Quando o boi é encontrado pelos vaqueiros, ele parece estar morto. Curandeiros são convocados para cuidar dele, até que conseguem reanimá-lo.

  1. Você já participou de alguma festa de Bumba meu boi? Conte aos colegas e ao professor o que você sabe sobre esse festejo tradicional.
  2. Escute a toada de Bumba meu boi “Até a Lua”, de Ana Maria Carvalho.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Eu já falei com os olhos

Que te amo e você não ouviu

Eu já falei com as mãos

Que te quero e você não sentiu

Eu já fui até a lua pra tentar te convencer

E acabei conquistando a lua

Só não conquistei você

Eu já fui até a lua pra tentar te convencer

E acabei namorando a lua

Só não namorei você.

Eu já falei com os olhos

Que te amo e você não ouviu

Eu já falei com as mãos

Que te quero e você não sentiu

Eu já fui até a lua pra tentar te convencer

E acabei conquistando a lua

Só não conquistei você

Eu já fui até a lua pra tentar te convencer

E acabei namorando a lua

Só não namorei você.

Canção "Até a Lua”, de Ana Maria Carvalho


Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Locutor] Olá, hoje a nossa entrevista é com a cantora e atriz Ana Maria Carvalho. Seu trabalho autoral tem grande influência do estado onde nasceu, o Maranhão. Um dos destaques é a festa do Bumba Meu Boi.

[Ana Maria Carvalho] Bom dia, eu sou a Ana Maria Carvalho, eu nasci em Cururupu, norte do Maranhão. Eu comecei minha vida profissional na infância, porque, enquanto os adultos trabalhavam, nós brincávamos. Brincávamos de Bumba Boi, de Tambor de Criola, de bordar as pequenas indumentárias dos nossos bois, das brincadeiras de infância do quintal.

[Locutor]  O festejo do Bumba Meu Boi é uma tradição da sua família?

[Ana Maria Carvalho]  O meu pai era amo de boi. E toda família brincava junto, os vizinhos, a família, e meu pai agregava pessoas e, com isso, nós fomos crescendo nesse universo. Nessa cultura familiar, né? Toda vez que a gente vai ao Maranhão, a gente leva algo de novo, que contribui para a cultura lá. Por isso que ele nasce, morre, ressuscita e morre novamente. Porque o ritual da morte do boi é você matar tudo que já foi, que está sobrando e, quando o boi renasce, ele renasce com muita força, com muita luz, com prosperidade. Esse é o renascer do boi. É o renascer para novo momento, para novo ciclo. Para contemplar, para nos alimentar.

[Locutor] As festas são feitas com qual intenção?

[Ana Maria Carvalho]  As festas do boi são feitas, primeiro, em homenagem a São João, né? A partir daí, São João gosta de alegria, de cores, de gente... então essa festa é uma celebração e ao mesmo tempo uma agregação, porque agrega pessoas, grupos diferentes de tambor de criola, de cacuriá, de coco, dança do coco, dança do baralho, dança do nenê, então essa festa é um abraçar, digamos assim.

[Locutor] E como são essas festas?

[Ana Maria Carvalho]  Logo no início do mês de junho, as pessoas se reúnem para fazer os ensaios, para organizar a indumentária, para preparar o alimento para essas pessoas que vão para a festa. E, quando vem mais ou menos, lá pelo dia 15 de junho, as pessoas já se preparam para ir para a área urbana, onde tem os grandes festejos, né? E aí todos os bois da ilha de São Luís vão para a área urbana, para os arraiais, os encontros na igreja de São Pedro. No dia 29 de junho tem um grande encontro da igreja de São Pedro, com ladainhas marítimas. Esse ritual permanece por umas duas semanas direto dentro da cidade de São Luís. Muitos arraiais, muitas festas, muitos grupos diferentes fazem parte desse festejar, né? Então são grupos convidados que vão festejar esse momento. Existem vários ritmos que são chamados de sotaques, não é? Então todos esses grupos têm suas particularidades. Por exemplo, o Boi de Zabumba, o Boi de Costa de Mão, o Boi de Matraca, que é chamado também de Boi de Ilha, o Boi de Orquestra. Cada Boi tem a sua história, o seu ritmo, a sua indumentária diferente, a sua poesia.

Estúdio: Núcleo de Criação

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Quais são as celebrações das quais você participa durante o ano? O que você celebra nessas festas?
  2. Quais são o significado e a importância dessas celebrações para você? O que faz com que você se sinta próximo ou distante delas?
Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades: Para refletir

1. O objetivo é conversar sobre as celebrações que os estudantes conhecem e sobre os possíveis simbolismos manifestados em cada uma delas. O interesse está nos modos de representar aspectos imateriais. Promova uma reflexão sobre a transformação, ao longo do tempo, do sentido dessas festas. Sabemos que as tradições estão em constante transformação (devido às circunstâncias ou necessidades de determinado momento histórico; ou devido a elementos externos, como a interferência da lógica mercantil). Para explorar essas diferenças, compare os significados contemporâneos dessas festas, propondo pesquisas sobre seus sentidos originários. Apresente as comemorações e festas mais difundidas – como a Páscoa, as Festas Juninas, o Natal, o Dia de Iemanjá e outras identificadas por você e pelos estudantes.

Justificativa

Neste capítulo, apresentamos uma diversidade de manifestações culturais, nacionais e internacionais, ligadas à ideia de celebração coletiva. Sendo de raízes milenares ou fenômenos mais recentes, elas podem ter relação com religiosidade ou não. Conhecer modos diversos de celebrar pode proporcionar ao estudante tanto uma perspectiva de alteridade como um reconhecimento de sua própria identidade cultural.

Para todas as questões propostas no capítulo serão dadas “Respostas pessoais.”.

Orientações

A diversidade de festas e celebrações reflete também a diversidade cultural, de nosso país e do mundo, evocando, portanto, o tê cê tê Multiculturalismo. Além disso, tais eventos estão associados a diversos modos de interação social, assim sua abordagem contribui também para contemplar o tê cê tê Cidadania e Civismo.

Sobre as atividades

  1. Nos festejos de Bumba meu boi, as ancestralidades indígena, africana e europeia se fazem perceber nos elementos visuais (como nos adereços com penas e bordados), na dança e nas músicas.
  2. A proposta é compartilhar experiências, pois essa festa acontece em diversos estados do Brasil, com características diferentes, conforme a região.

SOBREVOO

Encontro entre o mundo material e o imaterial

Neste Sobrevoo, serão apresentadas celebrações relacionadas a diferentes culturas em diversos locais do mundo. Em todas elas, as pessoas se reúnem, por motivos diversos, para comemorar uma tradição comum e se identificar com um coletivo ou comunidade. Em muitos casos, associadas a essas celebrações, há histórias tradicionais ou atividades vinculadas a algum tipo de crença religiosa.

Fotografia. Vista de multidão caminhando em uma rua em procissão. No meio da multidão, um andor dourado e vermelho com a escultura de uma santa dentro é carregado pela multidão.
Círio de Nazaré em Belém (Pará). Fotografia de 2019.

Fé, música e comunhão

Faça no caderno.

1. Observe a imagem. Você consegue identificar o que está retratado nela? Você já participou de alguma celebração semelhante a essa?

Titulo do carrossel
Imagem meramente ilustrativa

Gire o seu dispositivo para a posição vertical

Conta-se que na cidade de Belém (Pará), por volta de 1700, um homem chamado Plácido José de Souza encontrou, em um igarapéglossário denominado Murucutu, a imagem de uma santa. Ele a levou para casa, mas ela desapareceu e, no outro dia, foi encontrada novamente no mesmo local. Isso aconteceu repetidas vezes. A imagem era de Nossa Senhora de Nazaré, já cultuada então na Vila de Nazaré, em Portugal. Conta-se que ela foi levada ao Palácio do Governo, de onde também desapareceu, reaparecendo na capela que Plácido José havia construído às margens do igarapé Murucutu. O culto à santa foi crescendo entre a população, até ser oficializado pelos jesuítas da época.

Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção, são apresentadas diferentes festividades em que as dimensões coletiva e imaterial da cultura se manifestam de diversos modos: em movimentos de agradecimento, homenagem ou rememoração de divindades, de mortos ou de tradições.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Elementos da linguagem; Processos de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural; Arte e tecnologia.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero nove) Pesquisar e analisar diferentes fórmas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(ê éfe seis nove á érre um um) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.

(ê éfe seis nove á érre um seis) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(ê éfe seis nove á érre um sete) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento musical.

(ê éfe seis nove á érre dois zero) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etcétera), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais.

(ê éfe seis nove á érre dois cinco) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(ê éfe seis nove á érre três três) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etcétera).

(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Até hoje, a santa é a padroeira da cidade. Em sua homenagem, é celebrado um dos maiores eventos religiosos do mundo em termos de concentração de pessoas, o Círio de Nazaré. O evento se concentra no segundo fim de semana de outubro e é composto por várias procissões dedicadas à santa. Um destaque é a enorme corda de sisal, de 50 milímetros de diâmetro e 800 metros de comprimento, dividida em duas partes de 400 metros cada uma. É carregada pelos fiéis e disposta em formato linear, segmentada em cinco estações confeccionadas em duralumínio que ajudam a dar tração à corda e ritmo às romarias.  As atividades envolvem procissões nas quais as pessoas transportam objetos que representam promessas e também uma romaria fluvial, que geralmente acontece no sábado e reúne muitos barcos nas águas da Baía do Guajará, que banha as cidades de Belém e Barcarena (Pará). O domingo é o dia principal, quando os fiéis fazem, a pé, o percurso de aproximadamente 4 quilômetros transportando a berlinda com a imagem de Nossa Senhora. Depois da procissão, a imagem fica em exposição por 15 dias, na Praça Santuário de Nazaré, para visitação dos devotos.

Um elemento importante para a comunhão dos fiéis é o hino, especialmente dedicado à Nossa Senhora de Nazaré, “Vós sois o lírio mimoso”.

2. Leia um trecho da letra do hino. Você percebe alguma semelhança com alguma outra música religiosa? E alguma diferença?

Vós sois o lírio mimoso

Vós sois o lírio mimoso

Do mais suave perfume

Que ao lado do santo esposo

A castidade resume


Ó Virgem mãe amorosa

Fonte de amor e de fé

Dai-nos a bênção bondosa

Senhora de Nazaré!

reticências


Vós sois a ridente aurora

De divinais esplendores

Que a luz da fé avigora

Nas almas dos pecadores

FARIA, Euclides. Vós sois o lírio mimoso, 1909.

O hino foi composto pelo poeta Euclides Faria (1846-1911) em 1909 e até hoje é cantado nas procissões e também em carros de som ou palcos montados nas ruas.

Existem hinos nas religiões cristãs desde suas origens. Já existiam, inclusive, hinos religiosos judeus, dos quais alguns dos primeiros hinos cristãos descendem. Um exemplo de antigo hino cristão é aquele dedicado a São João Batista, que serviu de base para a denominação das notas musicais (do, ré, mi, fá, sol, lá e si). Você se lembra disso?

Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades (página 134-135)

  1. Comece com a leitura da imagem. Ela pode evocar experiências vividas pelos estudantes ou que eles conhecem. Trata-se do Círio de Nazaré de Belém (Pará), considerado a maior festa religiosa do país. A fotografia registra a procissão oficial do Círio de Nazaré, um dos momentos fundamentais do festejo. Nele, os fiéis transportam uma berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Em 2013, essa celebração foi conclamada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. A abordagem desenvolvida contempla as habilidades (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três três) e (ê éfe seis nove á érre três quatro) da Bê êne cê cê.
  2. Estimule os estudantes a apreciar e comentar esse trecho do hino. Após essa conversa inicial, você pode chamar a atenção para a estruturação da letra: estrofes de quatro versos com rima a bê a bê. É possível estabelecer relações com um dos conteúdos do capítulo 3, os cantos para Oxóssi e Oxum (página 51). Em ambos os cantos, nota-se a descrição de características das divindades, algumas vezes mediante o uso de metáforas. Em ambas, há também referências a histórias sagradas. No caso do hino a Nossa Senhora de Nazaré, o terceiro e quarto versos remetem a narrativas bíblicas.

Orientações para a apreciação musical

Se for possível ouvir a música por meio do site sugerido na página 147 do livro do estudante, pergunte à turma: “Em que compasso está a música?”. É possível perceber claramente o compasso ternário pela articulação e acentuação das frases do canto e pela marcação feita por instrumentos de percussão. Pode-se também sugerir que escutem contando os tempos (1-2-3). Isso ajudará aqueles que não tiverem conseguido identificar o compasso ternário. Este exercício dialoga com o que foi estudado no capítulo 3 deste livro, conforme a habilidade (ê éfe seis nove á érre dois zero) da Bê êne cê cê.

Festa de encenação de uma guerra

Em algumas cidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, acontece outra importante festividade religiosa do país: as Cavalhadas. Entre as mais famosas, estão as Cavalhadas da cidade de Pirenópolis (Goiás), uma festa que dura três dias seguidos, realizada após a Festa do Divino Espírito Santoglossário , que, por sua vez, acontece 50 dias após a Páscoa.

  1. Observe a imagem. Quais elementos dela você destacaria?
  2. Com qual período histórico você relaciona esses elementos?
Fotografia. Cinco homens uniformizados com roupas de manga longa vermelhas e azuis e chapéus pretos montados em cavalos adornados com mantos vermelhos cavalgam para a direita em um espaço aberto, com chão de terra. O primeiro deles cavalga sozinho, e atrás dividem-se duas duplas de cavaleiros. Eles seguram cada um na mão direita uma haste com uma pequena bandeira. Ao fundo, quatro galpões e uma árvore com flores roxas.
Cavalhada em Poconé (Mato Grosso). Fotografia de 2018.

Nas Cavalhadas, são encenados os torneios medievais europeus e as históricas batalhas entre os exércitos cristão e mouro. Originalmente, as Cavalhadas foram criadas com o objetivo de expandir o cristianismo: por meio da reencenação dos conflitos, a festa exaltava as batalhas cristãs contra os mouros lideradas pelo imperador romano e cristão Carlos máguino (742-814).

Atualmente, as Cavalhadas encenam a guerra entre cavaleiros de religiões diferentes e, ao mesmo tempo, propõem um espaço festivo, de diversão, celebração, jogo e encontro.

A encenação acontece em um campo de batalha ao ar livre, onde se posicionam 12 cavaleiros, representando os cristãos, paramentados de azul e, do outro lado, outros 12 cavaleiros, representando os mouros, paramentados de vermelho. Há uma hierarquia em cada exército: no mais alto posto, figura o rei; abaixo dele, está o embaixador; e, logo abaixo, os dez cavaleiros restantes. Os cavaleiros de ambos os lados, assim como seus cavalos, são ornamentados: as indumentárias e os adereços usados nas Cavalhadas são preparados por artesãos meses antes de a festividade ter início – e vêm se tornando cada vez mais luxuosos.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre as Cavalhadas

As Cavalhadas são uma importante festa tradicional brasileira. Ao apresentá-la aos estudantes nos interessa principalmente seu caráter teatral. O intuito é propor o reconhecimento e a apreciação de elementos da linguagem teatral em manifestações culturais populares. Com base no que já foi estudado em relação ao jogo teatral (no livro do 6º ano desta coleção), ao espaço como elemento fundamental no teatro (no livro do 7º ano) e às relações entre teatro e oralidade (no capítulo 6 deste livro), você pode explorar o conteúdo sobre as Cavalhadas adotando como referência os elementos cênicos presentes nessa festa. Ao compreender as Cavalhadas como uma celebração que faz uso de elementos da linguagem teatral, propomos aos estudantes que identifiquem e analisem o estilo cênico, assim como o contextualizem no tempo e no espaço, aprimorando sua capacidade de apreciação estética, de modo a contemplar a habilidade (ê éfe seis nove á érre dois cinco) da Bê êne cê cê. Se julgar pertinente, leve para a sala de aula vídeos e elementos iconográficos que mostrem detalhes e especificidades dessa festa.

Sobre as atividades

  1. Você pode chamar a atenção para a indumentária dos cavaleiros: as plumas, armaduras, chapéus e lanças. Aponte também as cores que os diferenciam: vermelho e azul.
  2. Pergunte aos estudantes a respeito das lembranças que esses trajes despertam em sua memória. É importante destacar que a contextualização histórica das indumentárias e da origem das Cavalhadas pode aproximar os estudantes da ideia de encenação, que permeia essa festa.

Sobre Carlos máguino e as Cavalhadas

Carlos máguino (742-814) foi imperador romano, cristão, da dinastia carolíngia. Em finais do século oito d.C., iniciou uma batalha contra grupos de religião islâmica para preservar a unidade territorial da Europa ocidental. Entre vitórias e derrotas no conflito com os mouros (como eram chamados os indivíduos de religião muçulmana), as batalhas envolvendo os dois grupos constituem o material histórico que originou, no contexto europeu, a festividade das Cavalhadas.

Ao longo de três dias, turistas e pessoas da cidade se reúnem para assistir às Cavalhadas ou participar delas. A encenação do conflito medieval tem três etapas – a batalha, a rendição e, por fim, o torneio – e constitui um exemplo de teatro ao ar livre. No último dia, os cavaleiros desfilam pelas ruas da cidade em direção à igreja, onde oram e celebram o sucesso das Cavalhadas.

Da mesma maneira que os palhaços são figuras profanas na Folia de Reis, nas Cavalhadas participam figuras mascaradas que têm uma função específica. Esses mascarados vestem roupas coloridas, luvas, botas e se adornam com flores, fitas, plantas etcétera A função das máscaras é cobrir o rosto dos atuantes para não serem reconhecidos; em geral, representam figuras de animais, tais como o boi, a onça e o macaco. Eles são também conhecidos como Curucucus e se comunicam com os outros participantes da festa por meio de um tom de voz fanhoso. Enquanto os cavaleiros encenam uma luta em nome da fé, os mascarados causam algazarra pelas ruas: pedem comida e outros presentes aos passantes e os divertem com acrobacias e brincadeiras. Diz-se que, no meio da encenação da guerra entre cristãos e mouros, os mascarados representam o papel do povo – em oposição ao pertencimento da figura dos cavaleiros à nobreza. Assim, os mascarados, agindo com deboche, podem ser considerados figuras críticas da festa e da própria batalha.

5. Observe a imagem a seguir. Quais diferenças você observa entre essas figuras e os cavaleiros das Cavalhadas? As figuras mascaradas fazem você se lembrar de algo? Quais detalhes podem ser observados em sua indumentária?

Fotografia. Duas pessoas fantasiadas com roupas quadriculadas vermelha e branca. Elas usam máscaras de bois brancas com destaque em vermelho para olhos, nariz e boca. Nos chifres da máscara, um cordão liga uma ponta à outra e no meio há fitas vermelhas penduradas. Usam botas de montaria e luvas pretas. Cada pessoa está montada em um cavalo, e cada cavalo está vestido com um manto quadriculado vermelho e branco que vai do lombo até a cabeça e com um colar de flores no pescoço.
Mascarados nas Cavalhadas de Pirenópolis (Goiás). Fotografia de 2020.

6. Quais elementos mais chamam sua atenção nesse caso? Por quê?

Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades

  1. O elemento diferenciador da indumentária dos Curucucus é a máscara – feita de papel machê – que alude à figura do boi. Além disso, podem ser notadas as flores de papel e as cores das roupas e fitas.
  2. Experimente estabelecer uma conexão entre a observação dos elementos materiais presentes nas indumentárias das Cavalhadas e o que foi estudado ao longo do capítulo 7. As questões dessas duas páginas, ao levantar o aspecto cênico desse festejo, problematizando as categorizações tradicionais da arte, valorizam o patrimônio cultural brasileiro e contemplam, assim, as habilidades (ê éfe seis nove á érre três três) e (ê éfe seis nove á érre três quatro) da Bê êne cê cê.

Orientações

Para melhor compreensão das figuras dos Curucucus, retome com os estudantes o exemplo dos palhaços da Folia de Reis, apresentados no capítulo 7. Nos Curucucus, a máscara de animal é um diferenciador radical em relação ao rosto masculino, que fica à mostra no caso dos 24 cavaleiros. Outra diferença é a presença expressiva de estampas coloridas (em oposição ao bicromatismo dos cavaleiros) e de flores, tanto no mascarado como no cavalo.

Atividade complementar

Em geral, as Cavalhadas acontecem logo após outra importante celebração brasileira: a Festa do Divino Espírito Santo. Essa festa acontece em diversas regiões do país. Instigue os estudantes a realizar, em grupo, uma pesquisa sobre essa festividade. Cada grupo deve pesquisar como acontece a Festa do Divino em um estado diferente (Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo, por exemplo). Após a pesquisa, estimule-os a reconhecer as semelhanças e diferenças entre a realização dessas festividades em cada um dos estados pesquisados. Se julgar conveniente, proponha uma parceria interdisciplinar com o professor de História para essa investigação.

Os antepassados vivos na memória e nos costumes

No México, a celebração coletiva que envolve pessoas de todas as classes sociais e de todas as regiões do país está ligada à festa de Todos os Santos e dos Fiéis Mortos. Ela é mundialmente conhecida como Dia dos Mortos e acontece de 31 de outubro a 2 de novembro na maioria das cidades mexicanas. No Brasil, é dedicado à memória dos mortos o dia 2 de novembro, Dia de Finados.

7. Observe a imagem do altar preparado para receber os mortos de uma família no México. Quais elementos você identifica? Em que difere das tradições brasileiras do Dia de Finados? Em que se assemelha a elas?

Fotografia. Um altar, que inicia com uma fotografia na parede e se estende até o chão, em degraus, com esculturas de caveiras e crânios e porta-retratos com fotografias de pessoas colocadas próximas. Há flores e velas acesas à frente do altar, além de pétalas espalhadas no piso.
Altar para a celebração do Dia dos Mortos na Cidade do México, México, 2019.

8. Como são os rituais relacionados à morte em sua comunidade? Como você e sua família preservam a memória dos antepassados mortos?

Nessas datas, as famílias mexicanas se reúnem para lembrar seus mortos e recebê-los em uma visita ao mundo dos vivos. Trata-se de uma tradição milenar, com origens na era pré-colombiana, na cultura das civilizações maia e asteca, entre outras, que foram dominadas e extintas a partir do século dezesseis, com a colonização espanhola.

Esses povos ocupavam grande parte da América Central antes da colonização e acreditavam que a morte era apenas mais uma etapa da existência humana. Para eles, existiam diferentes lugares para onde alguém pode ir após a morte; o principal deles é mitlán, governado por mitlán téquili e mítecáci uát, o senhor e a senhora do Reino dos Mortos. Segundo essa crença, o destino após a morte depende mais do modo como se morre do que da conduta, boa ou má, durante a vida. E a vida não acaba com a morte: ambas estão contidas uma na outra e são forças de criação e regeneração.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As celebrações mexicanas dedicadas aos mortos apresentam rituais comuns, com nuances e especificidades em cada região, a depender da etnia da qual descende a população que a comemora. Entre os aspectos comuns está a materialização da relação com o mundo imaterial dos ancestrais por meio dos enfeites, da comida, das danças, dos cantos e de rituais de preservação dos restos mortais.

O texto propõe apresentar a manutenção da conexão com a ancestralidade por meio das ações corporificadas (comer, beber e dançar). No que se refere à dança, o estudo do peso como fator de movimento e a percepção do peso do próprio corpo são disparadores e suportes para a compreensão de que a imaterialidade pode ser sentida e vivida no corpo material – em que se dão os processos de imaginar, sentir, rememorar e recriar esses saberes ancestrais.

Sobre as atividades

  1. É possível que os estudantes destaquem as caveiras, as oferendas de alimentos, as flores, as velas e a presença de muitas cores. Alguns desses elementos também podem ser encontrados em rituais brasileiros do Dia de Finados.
  2. As respostas devem contemplar os rituais fúnebres e as homenagens póstumas. Incentive os estudantes a identificar elementos das linguagens artísticas nessas manifestações. Você pode perguntar a eles: “Há músicas? Como são elas?”; “Como os ambientes são preparados para essas manifestações? Faz-se uso de objetos simbólicos? Como são eles?”.

Os elementos materiais e ritos dessa festa são a prova de que a cultura dessas civilizações pré-colombianas permanece nas tradições e costumes do povo mexicano, apesar das tradições católicas implantadas pelos colonizadores. As flores cor de laranja, chamadas ­cempachútil, presentes em todos os altares, simbolizam a brevidade da vida; as velas acesas e o cheiro de incenso guiam o caminho dos mortos; as comidas e bebidas os alimentam após a longa jornada desde a saída do mitlán para o mundo dos vivos. O motivo da visita dos mortos é comemorar a prosperidade que eles garantem aos vivos e a proteção que oferecem. A visita também relembra os valores aprendidos com as gerações anteriores e com as tradições dos antepassados. Essa festa é o momento de aprender e transmitir conhecimentos e fortalecer as tradições locais que fazem parte da cultura mexicana.

los vierrítos

Em lugares como o estado de Oaxaca, encontramos a figura de Los Viejitos, ou uêuêntônes: homens vestidos com roupas velhas, mas limpas, que usam máscaras com aberturas nos olhos e grandes chapéus chamados sombreros. Eles visitam as casas de pessoas da comunidade, junto com um grupo de músicos, para dançar e cantar. Representam as almas que chegam para festejar com os vivos e lhes trazer ensinamentos com as músicas e os versos que cantam e declamam.

As celebrações dedicadas aos mortos no México procuram lembrar aos participantes a brevidade da existência no mundo dos vivos. Por trás dessas celebrações, está a reflexão de que o tempo constitui o ser humano e que as histórias podem manter vivos os seres que passaram para o outro mundo. Manter a conexão com os mortos, preservando seus ensinamentos e sua obra material, é um modo de mantê-los vivos.

Fotografia. À esquerda,  pessoa usando roupas brancas, uma máscara de idosa, com cabelos loiros feitos de palha e chapéu de palha com fitas coloridas que saem do topo do chapéu, e manto colorido. Ela está apoiada em uma bengala de madeira com as duas mãos. Ao fundo, uma mulher de vestido colorido segura um violão. Ao lado dela, um homem de chapéu de palha e poncho segura um violino.
Los Viejitos, ou uêuêntônes, e músicos ao fundo, em uma festividade do Dia dos Mortos em Michoacán, México. Fotografia de 2018.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Sugerimos aqui uma atividade que envolve a materialização da sensação de peso dos próprios corpos dos estudantes. Cada um deve experimentar carregar e mover o corpo do colega e também sentir seu corpo ser movido por ele. Dessa fórma, eles poderão perceber o tamanho dos ossos e como os ossos e os músculos se comportam durante o movimento. Ao investigar os elementos que geram ações corporais, esta atividade contempla a habilidade (ê éfe seis nove á érre um um) da Bê êne cê cê.

Disponibilize previamente oito fitas elásticas com 3 centímetros de largura e 1 métro de comprimento.

Para a realização da atividade, sugerimos as seguintes etapas:

  • Organize os estudantes em duplas. Um estudante será o manipulador e o outro a marionete.
  • Oriente-os a amarrar uma das pontas de cada fita elástica em cada uma das seguintes articulações: ombros, cotovelos, joelhos e quadris. A outra ponta deve ficar mais longa para poder ser manipulada.
  • Então, a marionete deita-se no chão e espera ser movida pelo manipulador.
  • O manipulador vai mover a marionete puxando as fitas elásticas durante duas músicas consecutivas.
  • Em seguida, reproduza novamente uma das músicas para que a marionete dance sozinha a partir da sensação do seu próprio peso, sem os cordões. Os manipuladores observam.
  • Depois os membros das duplas trocam as funções e recomeçam a dinâmica.

Após a dança, proponha as seguintes reflexões: “Ao atuar como marionete, qual foi sua sensação com relação ao peso do corpo, ao seu tamanho e ao tensionamento dos músculos?”; “Como manipulador, quais foram suas estratégias para mover seu colega?”; “O que mais chamou a sua atenção com relação ao peso e ao tensionamento do corpo do outro?”; “Ao dançar e ver os colegas dançando, o que você pôde observar com relação ao peso e ao relaxamento ou tensionamento dos corpos?”.

Sugestões para o professor

Sugestões de músicas para a atividade complementar:

Puerto de Arribo”, da compositora mexicana Rosa guráiéb(1931-2014); músicas dos mexicanos Carlos Chávez (1899-1978), raviér Álvarez (1956-) e do grupo de percussão Tambuco Percussion Ensemble.

Foco na História

O fenômeno da morte: suas festas e rituais

Como você viu na festa dos mortos mexicana, há muitas maneiras de as pessoas se relacionarem com o fenômeno da morte. Em algumas delas, alguns elementos estéticos, tais como vestimentas, músicas e ações realizadas coletivamente, estão presentes e, assim como no México, algumas culturas celebram essa passagem por meio de festas e rituais.

No filme Sonhos, dirigido pelo cineasta japonês aquira curossáua (1910-1998), especificamente no episódio “O vilarejo dos moinhos”, pode-se identificar um exemplo de um ritual que celebra a morte. Nas cenas, vê-se um viajante que chega a um pequeno povoado. Nesse local, ele presencia o funeral de uma mulher idosa realizado de maneira alegre e considerado pelos que seguem vivos como indício de boa sorte.

Diversas religiões existentes no mundo também optam pela celebração como maneira de se relacionar com a experiência da morte. Enquanto a prática espiritual do budismo tem ritos que celebram a morte e a memória do falecido, organizando, muitas vezes, festas coletivas, o cristianismo propõe uma fórma de luto que lida com recolhimento, o uso de vestes de tons escuros e constantes orações por parte dos familiares que perderam seus parentes.

Fotografia. Em primeiro plano, algumas velas acesas em pedras, ao ar livre. À esquerda, um homem passa um objeto para uma criança vestida de branco. Ao lado, uma mulher com as mãos em oração olha para uma menina pequena que está ao lado dela. Ao lado da menina, um menino agachado diante das pedras. À direita, uma mulher vestida de azul, de costas, as mãos em oração, olha para as crianças. Ao fundo, aparecem túmulos.
Cerimônia fúnebre budista para confortar as almas de mortos desconhecidos, em Quioto, Japão. Fotografia de 2017.

Para os cristãos, o Dia de Finados é muito importante, já que é nele que se celebram todos os mortos sepultados fazendo uma visita aos seus túmulos e uma oferenda de flores.

Os hindus, por sua vez, quando perdem algum ente próximo, lavam-se logo ao chegar em casa após o funeral, pois consideram que seu corpo está contaminado pelas impurezas da morte. Também é uma prática hindu a reclusão em casa por um período de uma a cinco semanas após o sepultamento, fruindo de uma dieta composta apenas de alimentos leves.

Em algumas regiões islâmicas, quando alguém morre, são contratados profissionais que declamam o texto do Alcorão ao lado da sepultura. As palavras do livro sagrado teriam o poder de iluminar o caminho da alma em direção à sua existência eterna.

Alguns judeus também têm o costume de, após comparecer ao funeral e antes de chegar em casa, parar em algum estabelecimento comercial e pedir algo doce para comer. Eles acreditam que, dessa fórma, despistam a morte e disfarçam na boca o gosto amargo do luto.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Foco na História

Nesta seção, convidamos os estudantes a apreciar manifestações culturais, ritos e celebrações que relacionam elementos estéticos ao fenômeno da morte. A proposta é fazer com que os estudantes reconheçam manifestações culturais diferentes da sua e que reflitam sobre modos diversos de se lidar com o acontecimento da morte.

O episódio “O vilarejo dos moinhos”, do filme Sonhos, é evocado por apresentar um exemplo de ritual fúnebre. Esse filme foi explorado no capítulo 8 do livro do 7º ano desta coleção. Se possível, retome o texto sobre o filme e assista ao episódio com a turma.

Pergunte aos estudantes se eles conhecem algum outro ritual ou outro aspecto cultural de determinado povo que apresente uma maneira distinta de lidar com a morte. Vocês podem, juntos, listar uma série de filmes, livros e narrativas que têm a morte como tema principal.

Você pode revisitar alguns momentos deste livro em que obras ou artistas expressam alguma vinculação com a experiência da morte. A seção Foco na História – Máscara e sociedade e o butô de cazúo ônu, ambos apresentados no capítulo 7, são alguns dos exemplos por meio dos quais é possível estabelecer conexões com essa discussão.

Tradição e renovação

Você vai conhecer agora uma celebração à vida: a chegada do Ano-Novo. Essa comemoração é universal, ainda que em cada lugar do mundo seja festejada de modo particular. Celebrar a passagem de ano é uma maneira simbólica de encerrar um ciclo, assim como de renovar expectativas para viver mais uma fase da vida.

9. Você reconhece o que está acontecendo nesta imagem? O que chama a sua atenção nas vestimentas dos personagens? E no cenário?

Fotografia. No centro, alegoria de leão chinês nas cores laranja e vermelha. Ele está voltado para a direita e apoiado sobre uma das patas traseiras em cima de um pilar, que é parte de um conjunto de  pilares coloridos e estão dispostos sobre uma base vermelha. À esquerda da imagem, em destaque, ornamento colorido com plumas azuis. À direita, no chão, alegoria de animal em vermelho, voltado para o leão. Ao fundo, atrás de um cercado de contenção, muitas pessoas olham a cena.
Dança do Leão em comemoração do Ano-Novo chinês em Pequim, China. Fotografia de 2021.

O Ano-Novo é o evento mais comemorado entre os chineses e, geralmente, é celebrado em família ou entre amigos. Não se trata apenas de um dia de festa, mas de um período de aproximadamente 15 dias que dá as boas-vindas ao novo ciclo. Assim como aqui no Brasil, as comemorações têm início no último dia do ano e terminam com o Festival de Lanternas. Durante esses 15 dias, são realizados festivais com muita comida e apresentações de dança e música. Atualmente, as festividades se estendem por comunidades ligadas à cultura oriental em diversos países, incluindo o Brasil, onde ocorrem especialmente em São Paulo (São Paulo), no bairro da Liberdade.

Nos dias que antecedem o Ano-Novo, pela tradição, as famílias devem limpar todos os cantos de suas casas para deixar para trás tudo “de ruim” que aconteceu naquele ano, ficando abertas e purificadas para receber o que o novo ano trará. Com tudo limpo, a véspera do Ano-Novo é o momento para decorar as casas com lanternas e cartazes com boas-vindas em tons de vermelho, a cor que os chineses associam à boa sorte e à prosperidade. Há quem diga que o uso do vermelho vem de uma antiga lenda: no primeiro dia do ano, o monstro Nian (que em chinês significa ano) surgia nas vilas, procurando por comida. Um dia, alguém notou que Nian tinha medo de vermelho e de barulho e, a partir de então, as pessoas passaram a usar essa cor e a soltar fogos de artifício no Ano-Novo para espantá-lo.

A China é um dos países mais populosos do mundo e possui um dos maiores territórios habitáveis; por esses motivos, há variações na fórma como os chineses celebram o Ano-Novo nas diferentes partes do país. De todo modo, eles fazem uso de práticas tradicionais para atrair sorte e fortuna e espantar o mal.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre a atividade

9. Na Dança do Leão, duas pessoas vestem um mesmo traje e, juntas, coordenam seus movimentos, que muitas vezes incluem acrobacias. A imagem do leão é estilizada, lembrando uma criatura fantástica, que possui olhos expressivos. Em relação às vestimentas e aos elementos cenográficos, é possível notar o uso majoritário de cores quentes, especialmente o vermelho.

10. Quais são as tradições de passagem de ano em sua família? Você conhece a origem ou a razão de tais costumes? Se não sabe, pergunte aos seus pais e avós. Depois, troque com a turma as informações e identifique quais tradições são comuns entre todos.

Duas práticas tradicionais nos festivais que marcam a chegada do Ano-Novo chinês são as danças do Dragão e do Leão.

11. Observe a imagem da Dança do Dragão em uma comemoração do Ano-Novo chinês. Como parece ser o movimento do dragão? Quais são as características do animal fantástico e do grupo de dançarinos? Como eles estão integrados?

Fotografia. Um homem com roupa vermelha e máscara de proteção respiratória segura uma haste presa abaixo da cabeça de um boneco que representa um dragão chinês, que está elevado acima da cabeça dele. Atrás, outro homem com roupa vermelha e máscara de proteção respiratória segura uma haste de sustentação do corpo do dragão. Atrás dele, veem-se pernas de outras pessoas na sequência do corpo do dragão. À direita, dragões dispostos em fileira. Ao fundo, atrás de grades de contenção, diversas pessoas olham a cena.
Dança do Dragão em comemoração do Ano-Novo chinês em Pequim, China. Fotografia de 2021.

A Dança do Dragão é realizada por um grupo de pessoas que levam sobre si uma armação em formato de dragão, com estrutura feita de madeira, alumínio ou plástico. Com cabeça de dragão e corpo de serpente, a estrutura é manipulada por meio de hastes, que possibilitam que os dançarinos sincronizem os movimentos, como em um grande boneco. O tamanho do dragão depende do local onde será realizada a dança e da importância da cerimônia, podendo ir de 20 a mais de 50 metros de comprimento. Acredita-se que, quanto mais longa, mais sorte a figura trará.

A presença do dragão na cultura chinesa é muito antiga e não se limita apenas a esse evento – para os chineses, os dragões fazem parte do seu mito de criação do mundo, simbolizam fórça, poder e sabedoria. É comum o uso de imagens de dragões junto às casas das pessoas, para que tragam boa sorte.

A tradição da Dança do Leão também é muito antiga: conta a lenda que, em sonho, um estranho ser salvou a vida de um imperador. Ao acordar, o imperador descreveu o sonho às pessoas que o serviam e mandou que procurassem o animal. Um imperador de outras terras enviou à China um leão e, ao vê-lo, o imperador o identificou como a criatura de seu sonho, tornando-o um animal especial na cultura chinesa. Assim, a figura do leão passou a ser associada à ideia de proteção contra o mal, sendo usada em diversos contextos.

12. Utilizar objetos que tenham ou não a fórma de seres fantásticos como uma proteção simbólica não é uma tradição exclusiva da China. Você conhece alguma tradição, brasileira ou estrangeira, na qual um objeto é visto como símbolo de proteção contra “coisas ruins”?

Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades

  1. Nem sempre é fácil encontrar as raízes de uma tradição. A investigação tem início com a busca por informações com pessoas mais velhas da comunidade. Se necessário, incentive os estudantes a ir mais a fundo, pesquisando em documentos antigos disponíveis em bibliotecas e museus. Há tradições brasileiras que foram trazidas por povos vindos de outras regiões, especialmente os originários dos continentes africano e europeu. Nesse caso, estimule os estudantes a pesquisar como o Ano-Novo é comemorado em diferentes países desses continentes. A intenção é levar cada um deles a assumir uma postura de investigador, para conhecer suas origens e, assim, relacioná-las às práticas atuais.
  2. O movimento sincronizado dos dançarinos integra seus corpos à figura do dragão. Também as cores de suas roupas se harmonizam no conjunto. Chame a atenção dos estudantes para a cabeça e para o corpo do ser mitológico. Eles parecem ser compostos de elementos que fazem referência a outros animais (chifres, dentes, escamas, antenas, olhos etcétera). Se julgar pertinente, proponha aos estudantes que procurem na internet vídeos dessa dança. Observar imagens em movimento pode deixar mais clara a integração entre as cores, fórmas, movimentos e sons que compõem essa manifestação cultural.
  3. Como exemplo, você pode levar para a sala de aula imagens e informações sobre as Carrancas – com origem associada às regiões por onde passa o Rio São Francisco, elas foram bastante popularizadas por tradições nordestinas difundidas em todo o país.

Atividade complementar

Sugerimos a realização de uma pesquisa sobre como os dragões têm sido representados por artistas ao longo da história da arte. Os estudantes podem buscar as referências autonomamente, ou você pode direcionar as pesquisas. Sugerimos alguns artistas que inseriram figuras de dragões em suas produções. Nas Artes visuais encontramos dragões nas gravuras de Gilvan Samico (1928-2013) e nas pinturas de Chico da Silva (1910-1985), Paolo iutchélo (1397-1475) e Rafael Sãnzio (1483-1520).

No teatro, dragões também estiveram presentes em montagens como a de Utopia – Terra de Dragões (2003), do grupo paulistano xis pê tê ó.

Ao final das pesquisas, abra uma roda de conversa para que todos apresentem as informações encontradas e reflitam sobre como os dragões foram representados em cada um dos exemplos.

Ícone. Tema contemporâneo transversal: Multiculturalismo.

Faça no caderno.

Para pesquisar

Celebrações ao redor do mundo

Que tal continuar conhecendo celebrações pelo mundo? Além de descobrir modos diferentes de festejar, você pode saber mais sobre a cultura de outros países.

  1. Reúna-se com os colegas em um grupo de cinco integrantes.
  2. Cada grupo escolhe uma entre as sugestões a seguir:
    1. Lovolo ou Lobolo (Moçambique).
    2. nourruz (Irã).
    3. pêssa (Israel).
    4. som crãm (Tailândia).
  3. De acordo com a escolha do grupo, deve ser organizada uma pesquisa (na internet, em livros, em filmes etcétera) que recolha dados sobre:
    1. O contexto da festa (lugar onde acontece, momento do ano etcétera).
    2. As filosofias, os costumes e hábitos da sociedade do país onde a festa ou celebração acontece.
    3. O modo como a filosofia e os costumes sociais se relacionam com a celebração.
  4. Após o desenvolvimento da pesquisa, apresentem aos colegas e ao professor as descobertas de seu grupo. Isso pode ser feito em uma roda de conversa, se possível, com o apoio de um projetor para que possam mostrar à turma as imagens e os vídeos encontrados.
  5. Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. O que você conheceu sobre a cultura dos países pesquisados? E o que mais lhe interessou? Por quê?
    2. Quais são as principais diferenças entre essas festas?
    3. Quais características dos modos de viver de cada povo são expressas durante essas festas?

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Você percebeu algum aspecto em comum entre as celebrações apresentadas?
  2. De que modo as festas promovem o encontro entre os mundos material e imaterial?
  3. De acordo com seu ponto de vista, quais elementos artísticos se destacam em cada uma das manifestações?
Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades: Para refletir

  1. Por meio das celebrações, uma população pode relembrar um acontecimento ou um mito. As celebrações referentes aos ciclos naturais também envolvem a organização temporal de uma comunidade.
  2. Por meio dos alimentos, dos cantos, das encenações, das máscaras etcétera Os participantes das celebrações modificam os espaços e hábitos rotineiros em prol de um acontecimento coletivo: a homenagem a ancestrais mortos, o início de um novo ciclo da natureza etcétera
  3. Retome com a turma as manifestações; em seguida, façam uma lista de seus elementos artísticos, considerando as quatro linguagens artísticas.

Orientações: Para pesquisar

Contemplando a habilidade (ê éfe seis nove á érre três um) da Bê êne cê cê, inclua na pesquisa a relação das celebrações com outros aspectos da sociedade em que ocorrem, para que se considerem os costumes e as tradições do povo que as celebra, evitando julgamentos em relação a aspectos culturais.

2. Estes exemplos podem ser ampliados ou substituídos de acordo com o contexto de acessos e necessidades da turma.

Ao propor aos estudantes uma investigação sobre como moçambicanos, iranianos, israelenses e tailandeses celebram a chegada do Ano-Novo, esta seção incentiva a descoberta de aspectos da cultura oriental que, de maneira geral, são pouco conhecidos pelos brasileiros. Desse modo, por meio da ideia de acolhimento do outro, é trabalhado o tê cê tê Multiculturalismo – Diversidade cultural.

Sugestões para o professor

Sobre Lovolo ou Lobolo:

BAGNOL, Brigitte. Lovolo e espíritos no Sul de Moçambique. Análise Social, volume quarenta e três, número 2, página 251-272, 2008. Disponível em: https://oeds.link/Hlemrk. Acesso em: 9 fevereiro 2022.

Sobre o pêssa:

BONDER, Nilton. Sentados à mesa no século vinte e um. In: BONDER, Nilton; SORJ, Bernardo. Judaísmo para o século vinte e um: o rabino e o sociólogo [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010, página. 1-15. Disponível em: https://oeds.link/WuUEsH. Acesso em: 9 fevereiro. 2022.

Processos de criação

Este ano, você e seus colegas conheceram uma série de obras, artistas, rituais e outras manifestações culturais ligadas ao mundo imaterial. Certamente você também realizou diversas criações ao longo desse trajeto. Agora, com o auxílio do professor, você e seus colegas organizarão uma celebração de encerramento das aulas de Arte, em que cada um partilhará algo que viveu ou criou ao longo do ano. A proposta é que cada membro da turma escolha algo que simbolize o que foi vivido para partilhar nesse encontro.

Para isso, você pode:

  1. Revisitar o seu diário de bordo do começo do ano até o momento, retomando todos os seus escritos e as suas reflexões.
  2. Listar tudo o que você criou ao longo do ano: músicas, cenas, movimentações corporais, coreografias, obras visuais, filmes etcétera
  3. Rememorar as pesquisas realizadas ao longo do ano – assim como os artistas, obras ou outras manifestações culturais que mais chamaram a sua atenção.

Terminada essa revisita aos seus materiais, escolha algo para apresentar para o restante da turma nessa celebração coletiva. Você pode tanto criar algo novo como reapresentar uma criação que você tenha realizado. A fórma da sua ação pode ser uma música, uma cena, uma dança ou algo de expressão visual.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Como foi o seu processo de escolha e criação ou recriação da ação que você partilhou?
  2. Quais momentos mais chamaram a sua atenção no encontro de celebração?
  3. Como foi a atmosfera desse encontro final de celebração?
Orientações e sugestões didáticas

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero seis) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(ê éfe seis nove á érre um três) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.

(ê éfe seis nove á érre dois três) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, djingôus, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

(ê éfe seis nove á érre dois nove) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

(ê éfe seis nove á érre três zero) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etcétera), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Orientações

Esse encontro final pode ter diversas fórmas: ele pode, por exemplo, assemelhar-se a um sarau ou a uma roda de conversa. Incentive os estudantes a apresentar propostas condizentes com suas trajetórias no decorrer do ano, sem se preocupar em produzir algo muito conclusivo. As ações podem ser bastante simples. O importante é manter o cuidado para que eles não se sintam pressionados. O ideal é que eles lidem com a proposta como uma possibilidade de revisitar e revisar o próprio processo de aprendizagem. Você, professor, também está convidado a se manifestar de maneira artística nesse encontro. É importante criar uma atmosfera adequada para que os estudantes falem sobre seus processos de escolha e também escutem os colegas.

Organizando as ideias

Recorte de quatro imagens, da esquerda para a direita: Imagem 1: detalhe de fotografia. Parte da alegoria de um boi, coberto com manto colorido no pescoço e com chifres adornados com colar, de ponta a ponta dos chifres, e enfeites de renda na base dos chifres; de costas, pessoa com roupa e chapéu pontudo coloridos e brilhantes. Imagem 2: detalhe de fotografia. Homem uniformizado com roupas vermelhas e azuis e chapéu preto, montado em um cavalo com manto vermelho em um campo de terra; o homem carrega uma haste com pequena bandeira azul na mão direita. Imagem 3: detalhe de fotografia. Uma pessoa usa roupa branca, uma máscara de idosa, com cabelos loiros feitos de palha e chapéu de palha com fitas coloridas que saem do topo do chapéu, e manto colorido. Ela está apoiada em uma bengala de madeira. Imagem 4: detalhe de fotografia. Alegoria de leão chinês nas cores laranja e vermelha. Ele está apoiado sobre um pilar vermelho com a pata traseira direita. Ao fundo, atrás de grades de contenção, pessoas observam a cena.

Neste encerramento do livro do 8º ano, você conheceu diferentes tipos de celebrações e pôde refletir sobre alguns de seus elementos estéticos e a representação de aspectos imateriais em cada uma delas. Faça agora uma reflexão final, buscando também na memória conhecimentos adquiridos ao longo dos estudos deste ano.

Compartilhe suas respostas às seguintes perguntas com os colegas e com o professor.

Faça no caderno.

  1. O que você conheceu neste capítulo mudou seu modo de compreender as celebrações que você conhece e das quais participa durante cada ano? Em quê? Por quê?
  2. Com base no que foi apresentado aqui, que relações foi possível estabelecer com conteúdos de outros capítulos?
  3. Que conteúdos técnicos de artes visuais, dança, música e teatro você aprendeu neste ano?
  4. Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando no próximo ano?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade temática da Bê êne cê cê

Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Orientações

Estabelecer relações entre os diferentes assuntos estudados e acionar conhecimentos adquiridos anteriormente são procedimentos importantes para a apropriação do conhecimento. Isso ganha ainda mais relevância em um capítulo de fechamento como este.

Você pode fazer, com os estudantes, uma breve revisão ou lista dos conceitos e técnicas artísticas que foram abordados neste livro. Isso pode ajudar a organizar esse conhecimento, deixando-o mais acessível para consultas e rememorações futuras.

Glossário

Igarapé
Pequeno trecho de rio, geralmente em região cercada de mata.
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Festa do Divino Espírito Santo
Celebração tradicional católica cujo objetivo é homenagear a terceira pessoa da santíssima trindade, ou seja, o espírito santo.
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