CAPÍTULO 1 Arte e vida coletiva

Fotografia. Grupo de dezenas de pessoas caminha na rua de uma cidade, com árvores e prédios ao fundo. Todas vestem um único tecido, longo e branco, semelhante a um lençol. Apenas a cabeça e os pés das pessoas são visíveis.
Participantes da performance Divisor, obra de Lygia Pape, realizada em uma exposição em rrong Kong, em 2013.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o capítulo

Este capítulo, “Arte e vida coletiva”, relaciona-se às Unidades temáticas da Bê êne cê cê: Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetivos

De acordo com as Competências específicas do Componente Curricular Arte, os conteúdos trabalhados neste capítulo buscam levar os estudantes a:

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fóra dela no âmbito da Arte.

6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de fórma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade.

7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Sobre a imagem

A imagem da performance Divisor, de Lygia Pape, foi escolhida porque transforma as participações individuais em uma experiência coletiva. As pessoas estão unidas, desenvolvendo uma ação conjunta que resulta em um só corpo. É parte da proposta que esta performance possa ser realizada por qualquer um.

1. O que você entende pela palavra coletivo?

Coletivo pode se referir a algo que é composto de ou compartilhado por mais de uma pessoa. Nesse sentido, grande parte do que está ao seu redor pode ser considerado coletivo: espaços públicos, ideias, questões sociais ou bens culturais.

Atualmente, é comum o uso da palavra coletivo para se referir também a grupos de pessoas que trabalham com diferentes linguagens artísticas. Isso geralmente enfatiza uma preferência de organização de modo que todos os integrantes tenham o mesmo protagonismo nas decisões do grupo e nos processos de criação.

O termo coletivo poderá aparecer neste livro com diferentes usos, mas o foco principal será a relação entre as pessoas e, consequentemente, as questões e os desafios que podem surgir dos modos de convivência entre elas.

2. Observe a imagem da abertura do capítulo. Quais elementos chamam a sua atenção? Quais desses elementos podem ser associados à ideia de coletividade?

Versão adaptada acessível

2. Retome a imagem da abertura do capítulo. Quais elementos chamam a sua atenção? Quais desses elementos podem ser associados à ideia de coletividade?

A artista visual Lygia Pape (1927-2004) realizou a performance Divisor pela primeira vez em 1968. Como pode ser visto na imagem, nessa intervenção, um longo tecido branco com diversas fendas era colocado sobre o coletivo de participantes, permitindo que apenas a cabeça deles ficasse visível. Desse modo, ao se movimentar, cada participante necessariamente interagia com todos os outros – e a movimentação coletiva gerava uma espécie de coreografia improvisada.

3. alguma relação entre a performance e a convivência das pessoas nos coletivos dos quais você faz parte, como a família, a escola, o país ou de outros grupos?

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Você considera que uma manifestação artística pode promover transformações no cotidiano? Por quê?
  2. Algum tipo de arte já estimulou você a pensar sobre as relações com as pessoas com quem convive? Comente.
Orientações e sugestões didáticas

Justificativa

Este capítulo tem como foco ideias de coletividade e vida coletiva. O objetivo é introduzir e desdobrar uma das perguntas que nortearão este livro: “Como as artes transformam as realidades e são transformadas nesta relação?”. A partir desse recorte, apresentaremos exemplos artísticos que propõem modos específicos de convívio e de experiência da vida em comum: seus conflitos, debates, jogos, normas e improvisos. Assim, os estudantes serão incentivados a pensar sobre a própria postura nos ambientes de convivência em que estão inseridos.

Para todas as questões propostas no capítulo serão dadas “Respostas pessoais.”.

Sobre as atividades

  1. Chame a atenção para o fato de que, nessa imagem, todas as pessoas estão envolvidas por uma mesma estrutura material. A coletividade se dá pelo compartilhamento da ação. O ritmo da performance acontece organicamente, à medida que todos se movimentam.
  2. A movimentação do coletivo de pessoas, unidas pelo tecido que as envolve, pode levar a diferentes associações com atividades ou dinâmicas relacionadas à experiência dos estudantes em diferentes coletividades. Se julgar pertinente, proponha uma conversa com a turma com base nas questões: “Em quais momentos da vida você integrou coletivos com pessoas que não conhecia?”; “Em que situações você se deixou levar por um ritmo instituído por um grupo?”; “De que modo as decisões de outras pessoas influenciam as suas ações?”.

Sobre as atividades: Para refletir

Você pode estimular a reflexão por meio do resgate de exemplos já conhecidos pelos estudantes, discutindo como as experiências artísticas podem tirar o público de sua zona de conforto. Muitas manifestações artísticas têm o potencial de transformar, mas elas só se concretizam quando o público também se engaja nessa transformação.

SOBREVOO

Coletividade

Faça no caderno.

1. Quais são os espaços públicos que você costuma frequentar no lugar onde mora? Como é a interação entre as pessoas nesses locais? Que tipo de encontros poderiam ocorrer e quais de fato acontecem?

Fotografia. Vista de uma praça, com vegetação e um monumento. Em primeiro plano, à esquerda, pessoas ao redor de uma mesa, algumas sentadas e outras em pé. Na mesa há comidas e bebidas, e ela está coberta com uma toalha. Ao centro da imagem, há um homem que retira produtos de um carrinho de supermercado; ao lado dele, há uma mulher diante de um fogão preto, mexendo com uma colher o conteúdo de uma panela; mais ao fundo há um suporte com diversos galões de água. À direita da imagem, há uma mesa com três tonéis azuis; uma mulher está se servindo do conteúdo de um dos tonéis.
Ocupação OPAVIVARÁ! AO VIVO!, na Praça Tiradentes, Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 2012.

2. Observe a imagem. O que parece estar acontecendo nessa praça? O que você identifica como intervenção artística nessa imagem?

Na ocupação artística OPAVIVARÁ! AO VIVO!, uma cozinha coletiva foi instalada na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro Rio de Janeiro, e qualquer pessoa podia levar seus ingredientes e suas receitas e cozinhar a muitas mãos em plena região central da cidade.

Nesse encontro, que reuniu indivíduos com perfis diversos, nada era vendido e tudo era compartilhado pelos participantes da ação – de modo que a troca de receitas se tornou também uma troca de experiências.

Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção, apresentamos ações artísticas que tratam de questões relativas à coletividade, com foco em ambientes urbanos.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Elementos da linguagem; Processos de criação; Matrizes estéticas e culturais; Patrimônio cultural.

Habilidades em foco nesta seção

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes fórmas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das fórmas da dança em sua história tradicional e contemporânea.

(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etcétera), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais.

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro.

(EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etcétera).

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Orientações

Neste Sobrevoo, serão apresentadas ações artísticas que abordam, de diferentes modos, a vida coletiva e as transformações que a arte pode provocar na esfera social.

Sobre as atividades (página 12-13)

  1. Proponha aos estudantes uma reflexão sobre a qualidade dos encontros que acontecem nos espaços citados. As pessoas param e conversam nesse local, ou apenas passam por ele? Qual é o perfil dos frequentadores? Há atividades que estimulam a interação entre as pessoas, como feiras, eventos culturais ou sociais? O objetivo desta atividade é aproveitar a vivência dos próprios estudantes para então fazer a leitura da imagem.
  2. Conduza a leitura da imagem chamando a atenção para as pessoas ao redor da mesa, para as cadeiras de praia e para as demais instalações. O coletivo OPAVIVARÁ! criou nessa praça uma cozinha com mesas, cadeiras, forno, bebedouros, entre outros elementos. O que torna essa ação uma intervenção artística é a presença do público e o estímulo dos artistas que conduziram esse movimento de apropriação do espaço.

A ação foi organizada pelo coletivo de artistas OPAVIVARÁ! para dar voz e vez aos frequentadores dos espaços públicos da cidade, provocando reflexões sobre como os indivíduos podem ocupar esses locais, pelos quais normalmente transitam, mas com os quais não se relacionam de fato.

Além dos espaços convencionais de arte como instituições culturais, o OPAVIVARÁ! atua em praças, praias, ruas e outros locais de convivência. Em suas propostas, o público deixa de ser apenas espectador e se torna um agente responsável por ativar as intervenções artísticas desse coletivo. O grupo existe desde 2005 e, ao se apresentar, evita nomear cada integrante individualmente, pois prefere ressaltar que a autoria de seus trabalhos é coletiva.

  1. Quais ações semelhantes à realizada pelo coletivo OPAVIVARÁ! acontecem ou poderiam acontecer no lugar onde você vive?
  2. Sua comunidade se manifesta e participa das discussões sobre o que acontece em sua escola ou em seu bairro? Como?
Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e Civismo.

A dança dos encontros que transforma a vida coletiva no cotidiano

Fotografia. Quatro homens usam uniforme semelhante ao de funcionários dos Correios, composto de camiseta amarela e azul e de short azul. Eles estão alinhados em uma calçada, tendo ao fundo algumas lojas e pedestres. Em primeiro plano, um dos homens do grupo está agachado e cumprimenta uma pessoa em situação de rua que está deitada na calçada, coberta por um cobertor.
DANÇA por correio. Direção: Márcio grêic. Interpretação e criação: Zumb.boys (grupo formado por Danilo Nonato, Deivid Xavinho, Márcio grêic, Guilherme Nobre, Igor Souza, édi Guedes). São Paulo São Paulo, 2016.

5. Observe a imagem. Ela transmite alguma ideia de coletividade a você? Qual?

Orientações e sugestões didáticas

3. e 4. Os estudantes podem citar exemplos de fóra do campo artístico, como feiras e outros eventos realizados em locais públicos e voltados à participação voluntária e gratuita de qualquer pessoa. O importante é incentivar a turma a refletir sobre o modo como a comunidade se organiza e se apropria dos espaços públicos. Esse trabalho contempla as habilidades (EF69AR01), (EF69AR31) e (EF69AR33) da Bê êne cê cê. A questão 4 propõe uma reflexão sobre a postura dos estudantes e de seus familiares a respeito de seus direitos de ocupação do espaço coletivo como cidadãos conscientes, que pode ter início na escola e se expandir para espaços maiores de ocupação social, e contempla o tê cê tê Cidadania e Civismo – Vida familiar e social.

Dança por correio é uma intervenção artística do grupo Zumb.boys. Ela é realizada em praças, parques e outras áreas de lazer e de convivência. Durante a apresentação, o elenco de dançarinos entrega cartas aos frequentadores desses lugares e os convida a dançar com eles.

Ao receber a carta, a pessoa do público lê a orientação para se movimentar e experimentar diferentes fórmas de se relacionar com o outro – dançarino ou espectador – tomando parte na dança. As pessoas que se mostram interessadas ou abertas ao encontro com os artistas podem criar movimentos e ações de acordo com as propostas das cartas ou então participar da intervenção apenas como espectadoras.

Esse trabalho do grupo Zumb.boys depende da interação com o público e não é apresentado em espaços teatrais convencionais. Por essa razão, os componentes do grupo o consideram uma intervenção artística.

Fotografia. Um homem com cabelos cacheados usa uniforme semelhante ao de funcionários dos Correios. Ele está sorrindo e segura no alto um envelope azul. Ao redor dele há diversas crianças com as mãos erguidas na direção do envelope.
DANÇA por correio. Direção: Márcio grêic. Interpretação e criação: Zumb.bóis (grupo formado por Danilo Nonato, Deivid Xavinho, Márcio grêic, Guilherme Nobre, Igor Souza, édi Guedes). Apresentação em uma escola em São Paulo São Paulo, 2017.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A apresentação da intervenção artística Dança por correio estimula a reflexão sobre o modo como as pessoas se relacionam em lugares comumente destinados ao convívio, ao descanso ou à passagem. Com esse trabalho, os bailarinos do grupo Zumb.boys provocam alterações nos hábitos e nas ações dos frequentadores desses lugares. Ao aceitar o convite para dançar, feito pelos integrantes do grupo, a pessoa pode experimentar ritmos, fórmas e sensações nem sempre presentes na vida cotidiana.

Se possível, apresente alguns trechos dos registros de Dança por correio aos estudantes. Convide-os, então, a analisar o modo como os bailarinos se aproximam das pessoas. Peça a eles que reparem na simplicidade das coreografias, que buscam deixar os participantes à vontade para interagir e dançar com os bailarinos do grupo.

Questione os estudantes sobre a movimentação dos bailarinos: “É possível reconhecer a inspiração do breaking nos movimentos dessa dança?”. Alguns deles podem ter conhecimentos prévios ou interesse pela virtuosidade dos movimentos ou pela batalha, característica dessa modalidade de dança. Procure identificar o que interessa aos estudantes e converse sobre as relações entre a origem dos movimentos e o contexto das batalhas ligado ao breaking. O conteúdo apresentado nestas páginas contempla as habilidades (EF69AR09) e (EF69AR10) da Bê êne cê cê.

Fotografia. Quatro homens usando uniforme semelhante ao de funcionários dos Correios, nas cores amarelo e azul. Eles seguram envelopes de papel coloridos e estão inclinados na direção de diversas crianças sentadas no chão.
DANÇA por correio. Direção: Márcio Greyk. Interpretação e criação: Zumb.boys (grupo formado por Danilo Nonato, Deivid Xavinho, Márcio Greyk, Guilherme Nobre, Igor Souza, édi Guedes). Apresentação em uma escola em São Paulo São Paulo, 2017.

Os integrantes do Zumb.boys criam suas coreografias com o objetivo de tornar seu trabalho acessível a qualquer pessoa e propõem reflexões sobre a convivência nos diversos contextos e locais onde se apresentam.

Esse grupo começou a atuar em 2003 como equipe de competição em batalhas de danças urbanas. Em 2007, os integrantes do grupo incorporaram suas experiências como b-boysglossário  a técnicas de outras modalidades de dança na criação de seus espetáculos cênicos, mas mantendo o breakingglossário como base da movimentação.

6. Você acha que as danças urbanas podem promover reflexões sobre questões sociais? Por quê?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As reflexões proporcionadas pela proposta do grupo Zumb.boysserão desenvolvidas no capítulo 3, cujo foco é a linguagem da Dança. Sugerimos que você retome posteriormente a apreciação das propostas do grupo Zumb.boys a fim de conectar as conversas sobre a dança e o espaço urbano, a dança e a transformação das relações entre as pessoas e sobre as possibilidades de transformações de atitudes, hábitos e modos de pensar.

Sobre a atividade

6. Historicamente, as chamadas danças urbanas ligadas ao movimento hip-hop nasceram nos bailes das comunidades afro-americanas e periféricas nos Estados Unidos e carregam características dos hábitos e modos de viver das pessoas dessas comunidades. Atualmente, a noção de dança urbana tem se ampliado para além das danças do movimento hip-hop.

A vida coletiva sobe à cena

Fotografia. Sobre um tablado verde circular, há um grupo de pessoas de diversas idades, usando roupas comuns. À esquerda desse tablado, em um nível mais baixo, está um jovem de pé, usando camiseta cinta e calça escura; com uma das mãos ele segura um skate. À direita do tablado, está uma jovem usando camiseta e calça escuras; ela segura um objeto vermelho. Ao fundo, há um telão com uma projeção circular do mapa da cidade de São Paulo, dividido por regiões, cada uma representada por uma cor.
100% SÃO PAULO. Concepção: Rimini protocói. Direção: reilgart ráug, istêfãn quégui e dániê vétize. Teatro Municipal de São Paulo, São Paulo São Paulo, 2016.

7. Observe a imagem. Quais elementos estão sendo utilizados cenicamente nessa fotografia?

O projeto 100% City, dos artistas do coletivo teatral alemão Rimini protocói, já foi apresentado em muitas cidades desde 2008. Em cada localidade por onde passam, os artistas convidam 100 habitantes para participar do espetáculo, a fim de compor, com base em dados estatísticos, uma representação da população da cidade escolhida.

Em 2016, o coletivo se apresentou no Teatro Municipal de São Paulo São Paulo. Para a realização da montagem 100% São Paulo, os artistas se perguntaram: “E se a população de São Paulo pudesse ser representada em cena por 100 pessoas? Quem seriam elas? Estaria faltando alguém?”.

Ao longo do espetáculo, os convidados se apresentavam ao público presente no teatro e, após essa introdução, respondiam a uma série de questões propostas pelo coletivo alemão.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Rimini Protokoll

Coletivo teatral alemão formado pelos autores e diretores de teatro reilgart ráug (1969-), Stefan Kaegi (1972-) e dániê vétize (1969-). Desde 2002, eles desenvolvem espetáculos que criam perspectivas incomuns para assuntos da realidade, explorando as fronteiras entre realidade e ficção. Um dos traços marcantes desses espetáculos é a constante presença de não atores em cena. A seleção das pessoas para o espetáculo 100% São Paulo aconteceu da seguinte maneira: os artistas do coletivo escolheram, em São Paulo, a primeira pessoa das 100 que iriam compor o elenco. Esse primeiro convidado deveria indicar alguém – e assim sucessivamente com cada convidado, até atingir o total de 100 pessoas. O intervalo entre as indicações foi de apenas 24 horas. Além disso, os critérios que pautavam essas indicações, no caso de São Paulo, tinham como objetivo contemplar a diversidade da população, ou seja, não se tratava de organizar um elenco majoritariamente masculino ou de cor de pele branca, por exemplo. Questões como gênero, etnia, idade etcétera contavam muito para a seleção, assim como a diversidade regional dos indicados. O projeto 100% city já realizou apresentações em Berlim (Alemanha), Zurique (Suíça), Paris (França), Copenhague (Dinamarca), Tóquio (Japão), mélbãrn (Austrália), entre outros locais. O conteúdo destas páginas contempla a habilidade (EF69AR24) da Bê êne cê cê, bem como o tê cê tê Cidadania e Civismo – Educação em direitos humanos.

Sugestões para o professor

Conheça o projeto no site do Rimini protocói (em inglês). Disponível em: https://oeds.link/UMNjTW. Acesso em: 17 março2022.

Assista também ao vídeo de uma apresentação do espetáculo 100% São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/EeDbhS. Acesso em: 17 março 2022.

Sobre a atividade

7. O espaço cênico é revestido por uma espécie de tapete verde, onde ficará posicionada grande parte das pessoas que atuará na peça; há uma câmera, acima do palco, que filma a atuação, e há também uma projeção ao fundo, que exibe ao vivo as imagens captadas, além de microfones fóra da arena. Excetuando esses elementos, não existe cenografia no espaço. Assim, os corpos dos participantes são os protagonistas da cena. Incentive os estudantes a observar nas imagens a variedade de tipos físicos no palco, assim como a grande quantidade de pessoas que preenchem o espaço. A identificação desses elementos contempla a habilidade (EF69AR25) da Bê êne cê cê.

As perguntas eram as mais diversas e abordavam desde assuntos sociais e políticos – como: “Quem é a favor de cotas raciais?”, “Quem é contra a corrupção?” – até temas mais cotidianos como: “Quem tem um animal de estimação?”, “Quem come carne?” etcétera Para respondê-las, as pessoas se deslocavam até os setores do palco que indicavam “sim” ou “não”, levantavam cartazes ou falavam ao microfone.

O objetivo do espetáculo 100% São Paulo era discutir um ponto fundamental da convivência democrática: a possibilidade de qualquer indivíduo assumir a palavra e ter voz, tanto na vida quanto no palco.

Fotografia. Uma menina negra, usando vestido colorido, está de pé em um palco. Com uma mão, ela segura um microfone que está em um pedestal; a outra mão está apoiada na cintura. No palco, são projetadas luzes, formando um círculo de luz sob ela. Ao lado da menina há uma mulher de cabelos ruivos, presos em um coque, usando vestido preto, que segura uma mochila. Nas duas margens do palco há várias pessoas em pé. Ao fundo, há um telão com uma projeção circular da menina.
100% SÃO PAULO. Concepção: Rimini Protokoll. Direção: Helgard Haug, Stefan Kaegi e Daniel Wetzel. Theatro Municipal de São Paulo, São Paulo São Paulo, 2016.
  1. Você imagina uma peça semelhante ao espetáculo 100% São Paulo em sua cidade? Quais poderiam ser os assuntos abordados?
  2. Dar voz aos habitantes de uma cidade pode viabilizar alguma transformação da vida coletiva? De que fórma? Quais transformações você imagina que poderiam ser propostas?
Ícone. Tema contemporâneo transversal: Cidadania e Civismo.

Para experimentar

Criando um fórum cênico sobre os direitos do adolescente

Após ler sobre o teatro-fórum, na seção a seguir, e conhecer um pouco a respeito do espetáculo 100% São Paulo, que tal experimentar a elaboração de uma cena teatral que envolva um debate com os espectadores e a sua possível intervenção em cena?

  1. Reúna-se com os colegas em um grupo de quatro integrantes.
  2. Com o auxílio do professor, façam uma pesquisa sobre alguns dos direitos previstos para os jovens pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Escolham um ou dois desses direitos para o debate.
  3. Com base na pesquisa e na escolha dos pontos do estatuto, escolham juntos alguma situação do cotidiano que apresente um problema social relacionado à violação desse direito. Pode ser uma situação veiculada em uma notícia de jornal, em alguma história de ficção ou, ainda, um episódio ocorrido na vida de alguém do grupo.
  4. Cada grupo desenvolverá um exercício cênico para apresentar à turma o tema escolhido. A proposta deve possibilitar a intervenção e o debate dos espectadores, com o objetivo de propor uma transformação da situação, bem como saídas para o conflito.
  5. Após a apresentação de todas as cenas, converse com os colegas e com o professor sobre as seguintes questões:
    1. Quais problemas persistiram sem resolução?
    2. Quais aprendizados nasceram das propostas apresentadas?
    3. Qual é a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente para a vida e a dignidade dos jovens?
Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades

  1. Instigue a imaginação dos estudantes por intermédio das perguntas: “Se os participantes indicam conhecidos para compor a peça, como ficam os desconhecidos?”; “Como fazer uma verdadeira leitura de uma sociedade sem considerar todas as pessoas que habitam a cidade?”.
  2. Converse com os estudantes sobre o propósito democrático de um espetáculo como 100% São Paulo. Por mais que o espetáculo não realize a totalidade desse propósito, a intenção dos artistas é a de discutir, em cena, a própria ideia de democracia. Promova uma conversa sobre a importância da democracia, perguntando aos estudantes sobre a diferença entre ter ou não ter voz em uma decisão coletiva.

Orientações: Para experimentar

Esta proposta contempla as habilidades (EF69AR31), (EF69AR32) e (EF69AR33) da Bê êne cê cê.

Antes de realizar a atividade, peça aos estudantes que leiam a seção Foco na História “Teatro-fórum: a cena como espaço de debate e transformação social”, na página 18.

Apresente também o Estatuto da Criança e do Adolescente, disponível em: https://oeds.link/5jvjYR. Acesso em: 8 agosto. 2022. Converse sobre o contexto de criação do documento e enumere alguns dos principais direitos que o éca reserva à juventude.

  1. Oriente-os a escolher situações que não envolvam circunstâncias extremas – nas quais o conflito seria resolvido pelo uso da violência, por exemplo. Para Augusto Boal, os episódios de teatro-fórum devem se referir a situações e problemas que permitam alguma margem de ação. No teatro-fórum, a solução de um conflito não deve ser uma agressão desesperada, mas uma situação que se resolva por outros meios, que envolvam negociação e conversa. Para aprofundar esse assunto com a turma, vale a pena ler cuidadosamente o trecho “Opressão ou agressão”, no livro Jogos para atores e não-atores (BOAL, 2011).
  2. Para que a intervenção do público seja bem-sucedida, é preciso estabelecer um conjunto de regras para esses momentos. Elas devem ser definidas pelo grupo proponente. As regras podem ser simples. Sugerimos algumas perguntas para orientar os estudantes a defini-las: “Em qual momento pode ser realizada a intervenção do público-participante?”; “Quanto tempo a intervenção poderá durar?”; “Quem tiver vontade de intervir deve se manifestar de que maneira?” etcétera
  3. Ao final, observe se a turma compreendeu os principais objetivos do éca e se houve êxito na busca por soluções possíveis para as situações criadas.

Foco na História

Teatro-fórum: a cena como espaço de debate e transformação social

Fotografia. Duas mulheres e dois homens estão em pé sobre cubos, com os braços direitos erguidos e os punhos cerrados. Um dos homens segura um berimbau. Ao redor deles há outras três pessoas sentadas ou agachadas tocando tambores. Todos eles usam roupas pretas. Em volta deles, há pessoas em pé, assistindo à apresentação. Atrás do público há casas, muros com grafite e vegetação.
SACO Preto. Direção: Alessandro Conceição e Claudia Simone. Concepção e supervisão artística: Bárbara Santos. Interpretação: Grupo de Teatro do Oprimido Cor do Brasil. Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 2016.

A partir da década de 1950, no Brasil, uma série de movimentos artísticos passou a questionar a potência política e de transformação social da arte. No teatro, não poderia ter sido diferente.

Várias experiências teatrais foram concebidas a partir dessa época, gerando fórmas cênicas que buscavam tanto diversificar o público que comparecia aos espetáculos teatrais quanto convidá-lo a pensar em novas configurações de vida e de ação política.

Uma das correntes nascidas com essa politização foi o teatro-fórum, surgido dos experimentos do Teatro do Oprimido, desenvolvido pelo diretor teatral Augusto Boal (1931-2009).

Os princípios do teatro-fórum são:

  1. A transformação do espectador em protagonista da cena teatral e, portanto, da ação.
  2. A tentativa de propor uma transformação concreta de situações e problemas reais, buscando possíveis soluções, por intermédio da análise e intervenção artística.

O teatro-fórum, assim, constitui-se como um teatro-debate. Nele, o participante-espectador assume o protagonismo na cena e é convidado a transformar uma situação previamente proposta pelos artistas.

Nesses espetáculos, comumente realizados em ruas e em espaços públicos, o espectador pode intervir no enredo que está sendo apresentado. Quando alguém diz “Para!”, os participantes-atores que estão realizando uma ação cênica congelam e o espectador pode propor uma resolução para os conflitos apresentados, enquanto outros espectadores debatem até chegar a uma solução em conjunto.

Uma das propostas do teatro-fórum é a de que o espectador formule possíveis respostas para os problemas da vida no dia a dia. Assim, o aprendizado obtido no teatro pode ser levado para a vida de cada um.

Não era à toa que Augusto Boal, propondo a mistura entre os papéis de quem assistia às apresentações e de quem fazia teatro, chamava os participantes desse fórum cênico de espect-atores, pois todos eram considerados artistas e contribuíam para a realização do espetáculo.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre Augusto Boal

A apresentação do teatro-fórum nesta seção Foco na História contempla as habilidades (EF69AR24), (EF69AR31) e (EF69AR33) da Bê êne cê cê.

O trabalho artístico e conceitual de Augusto Boal já foi explorado no capítulo 5 do livro do 6º ano desta coleção (referente aos jogos teatrais). Ele também será retomado no capítulo 7 deste livro (referente aos musicais das décadas de 1960-1970 no Brasil). A recorrência dessa referência se deve à relevância do artista para as Artes Cênicas do país, uma vez que Boal protagonizou diversos momentos importantes de transformação do teatro brasileiro. O exemplo da fórma do teatro-fórum, criada por ele, evidencia seu interesse em unir as fórmas estéticas com as fórmas políticas. No teatro-fórum, a divisão usual entre quem faz e quem assiste é problematizada pela própria cena. O que está em jogo não é apenas uma questão temática, mas também formal. Ou seja, não se trata de uma fórma teatral alheia às questões políticas que formam seu conteúdo. Ao contrário, a própria fórma do fórum e a inversão de papéis que ela propõe servem para reorganizar as tensões de poder envolvidas na realização da arte teatral. Este exemplo é uma forma de pensar relações críticas de transformação na arte e nos processos pedagógicos. O trabalho cênico de Boal dialoga com os tê cê tê Cidadania e Civismo – Vida familiar e social e Multiculturalismo – Diversidade cultural.

Atividade complementar

Em vista da importância de Augusto Boal para o teatro brasileiro, se julgar pertinente, instigue a turma a realizar uma pesquisa sobre sua vida e sua obra artística. Além disso, com base no estudo da vida e da obra de Boal, podem ser experimentadas diversas fórmas teatrais inventadas por ele: o teatro-fórum, o teatro do oprimido, o teatro invisível, o sistema coringa, entre outros jogos teatrais.

Uma boa fonte para esta pesquisa é a autobiografia do artista: BOAL, Augusto. Hamlet e o filho do padeiro. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

Coletividade evocada em uma música

A arte também pode explorar a interação entre pessoas de diferentes países. Veja o seguinte exemplo.

10. Leia a letra da “Canción con todos” e compartilhe suas impressões com os colegas.

Canción con todos

Salgo a caminar

por la cintura cósmica del sur,

piso en la región

más vegetal del viento y de la luz

Siento al caminar

toda la piel de América en mi piel

y anda en mi sangre un río

que libera en mi voz su caudal


Sol de Alto Perú,

rostro Bolivia, estaño y soledad,

un verde Brasil,

besa a mi Chile cobre y mineral

Subo desde el sur

hacia la entraña América y total,

pura raíz de un grito

destinado a crecer y a estallar


Todas las voces, todas,

todas las manos, todas,

toda la sangre puede

ser canción en el viento

Canta conmigo, canta,

hermano americano,

libera tu esperanza

con un grito en la voz

CANCIÓN con todos. Intérprete: Mercedes sôssa. Compositores: Armando terrada gômes e Julio César Isella. In: EL grito de la tierra. Intérprete: Mercedes sôssa. abre colcheteS. l.]: Phillips Records, 1970. 1 disco sonoro. Lado B, faixa 3.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Movimento Novo Cancioneiro

Este movimento cultural argentino, brevemente comentado na página seguinte, é um exemplo de encontro entre música, poesia e mobilização social. Além disso, em consonância com a habilidade (EF69AR33) da Bê êne cê cê, os questionamentos políticos e estéticos desse movimento estimulam a análise de aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística em questão e a problematização de narrativas eurocêntricas no que se refere à produção musical latino-americana.

Esse movimento começou na década de 1960, na província argentina de Mendoza, e teve como seus principais idealizadores e divulgadores a cantora Mercedes sôssa (1935-2009), o poeta Armando terrada gômes (1929-1992), o violonista Oscar Matus (1927-1991) e o pianista e violonista Tito frância (1926-2004). Mercedes Sosa, com suas marcantes interpretações musicais, foi a principal responsável pela divulgação do movimento para além da província e, posteriormente, por outros países e continentes. Além de músicos argentinos, o movimento contou com a adesão de músicos chilenos e uruguaios. Alguns desses artistas foram perseguidos politicamente, chegando a ser exilados. Mercedes sôssa, que ganhou prestígio internacional com sua voz, se tornou também uma grande acolhedora de músicos exilados de diferentes países.

Orientações para a apreciação musical

Providencie previamente os equipamentos necessários para promover a apreciação, com mídia digital ou diretamente da internet, da música “Canción con todos”. Sugira aos estudantes que estejam atentos aos aspectos subjetivos (sensações, lembranças, impressões) e musicais da canção. Recolha as impressões da turma após a escuta. Você pode iniciar com as perguntas: “Quais instrumentos musicais vocês reconhecem?”; “Que sensações a música provoca?”; “Os ritmos ou o modo de tocar esses instrumentos despertam a lembrança de alguma outra música?”.

  1. Você reconhece o idioma em que está escrita a letra dessa canção? Apesar de não ser o português, é provável que você compreenda a maioria dos versos; afinal, trata-se de um idioma que tem muitas semelhanças com a língua portuguesa. Quais são os países citados na letra? O que eles têm em comum?
  2. Leia os versos e em seguida comente com os colegas: do que trata essa canção? A quem é dirigido o convite na última estrofe da letra?
Fotografia. Uma mulher com cabelos na altura dos ombros, usando um casaco. Ela está sentada, com a boca aberta perto de um microfone e segurando com uma das mãos um bumbo e, com a outra, uma baqueta.
Mercedes apóstrofo sosa cantando e tocando bumbo legueroglossário em um show em Londres, Inglaterra. Fotografia de 1999.

A cantora Mercedes sôssa (1935-2009) e o poeta Armando terrada gômes (1929-1992), um dos compositores de Canción con todos”, ambos argentinos, fizeram parte do Movimento Novo Cancioneiro, iniciado na década de 1960.

Esse movimento denunciou problemas sociais e propôs a busca de uma música de caráter realmente popular para refletir a identidade argentina, problematizando o tango – gênero musical aclamado como um dos símbolos da identidade nacional –, que, na época, alegavam estar vinculado mais a interesses econômicos do que artísticos.

Assim, o movimento impulsionou a valorização de músicas nativas, que passaram a ser mais populares na Argentina daquela época em diante. Com isso, o Movimento Novo Cancioneiro provocou reflexões sobre questões políticas e sociais, bem como transformações na música popular argentina. Além disso, como nos versos da canção, esses artistas estimularam o espírito de irmandade (“Canta conmigo, canta, hermano americano”) entre os países latino-americanos.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades

  1. A letra da canção está em espanhol. Os países citados fazem parte da América Latina, ou seja, foram colônias de metrópoles cujas línguas têm origem no latim.
  2. Repare que optamos por não oferecer uma tradução da letra, mas sim deixar que os estudantes se empenhem em compreendê-la pelas semelhanças com a língua portuguesa. Incentive-os a fruir os elementos poéticos da canção em sua versão original. Se houver na turma algum estudante proveniente de um país de língua hispânica, pode ser uma oportunidade para estimular que interaja e ajude a turma, comentando sobre seu idioma e seu país de origem. A letra faz referência à possível identidade comum entre latino-americanos e convida cada “hermano americano a cantar junto. Essa identidade está explícita no verso “toda la piel de América en mi piel” e na referência a uma possível irmandade americana. Ao relacionar a canção às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e histórica da América Latina, as atividades e o conteúdo destas páginas contemplam a habilidade (EF69AR31) da Bê êne cê cê.

Vale comentar também que essa consciência de coletividade evocada na canção, inclusive em dimensão internacional, é um fator determinante para o fortalecimento de uma cultura de paz que gere reflexos na interação e convivência entre as pessoas, independentemente de suas diferenças de gênero, etnia, cor de pele, nacionalidade, religião ou outras.

A letra de Canción con todos menciona aspectos de diferentes ambientes naturais associados a diferentes países da América Latina. Tendo a letra da canção como base, é possível desenvolver uma pesquisa interdisciplinar em diálogo com a Área de Ciências Humanas – Geografia –, principalmente no desenvolvimento do raciocínio geográfico e da leitura geo-histórica dos fatos, conforme indicado na Bê êne cê cê (página 353; 359). Ao abordar características de diversos ambientes, essa atividade interdisciplinar contribuirá também para contemplar o tê cê tê Meio Ambiente – Educação Ambiental.

Orientações

Se julgar conveniente, procure exibir em sala de aula o documentário sugerido na página 21, Mercedes sôssa: a voz da América Latina. Ele pode contribuir para ampliar a contextualização de aspectos históricos, sociais e subjetivos da produção musical dessa artista, contemplando a habilidade (EF69AR31) da Bê êne cê cê. Além da riqueza musical, o filme apresenta elementos históricos que podem estimular debates e até mesmo inspirar projetos interdisciplinares.

Para experimentar

Cantando na língua dos vizinhos latino-americanos

Agora que você leu e refletiu sobre a letra de uma música escrita na língua dos países vizinhos do Brasil, que tal aprender a cantá-la?

  1. Ouça com atenção a Canción con todos” no site indicado na página 158 (https://oeds.link/mUzV1V), acompanhando-a com a letra em seu livro.
  2. Cante junto até memorizar a canção.
  3. Preste atenção nas características do andamento da música, na sua dinâmica (variações de intensidade) e em todos os outros aspectos musicais que conseguir perceber. Repare que as primeiras partes da música são cantadas de fórma declamada e, nas duas últimas estrofes, o ritmo é mais marcado e entusiasmado.
  4. Reúna-se em grupo com três colegas para interpretar essa canção. Vocês podem manter ou alterar as características da música, ou seja, criar um modo para cantá-la juntos.
  5. Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. Que características dessa canção se destacam para você?
    2. Ouvir e cantar essa música ampliou, de alguma fórma, a percepção inicial que você teve da canção apenas lendo a letra? Comente.
    3. Você conhece outras músicas que falam sobre questões sociais e identidades coletivas? Quais?
Ilustração. Desenho de um óculos 3D, que corresponde ao ícone do Para assistir.

Se possível, assista ao filme-documentário Mercedes sôssa: a voz da América Latina. Direção: Rodrigo H. Vila. Argentina: Cinema 7 Films, 2013 (93 minutos).

O documentário mostra a importância de sôssa para a história política e musical da América Latina.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Considerando a relação entre arte e vida coletiva, qual dos exemplos apresentados neste Sobrevoo mais chamou sua atenção? Por quê?
  2. Quais outros artistas e obras que você conhece dialogam com a perspectiva da arte como elemento transformador da vida coletiva?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para experimentar

Esta seção convida os estudantes a cantar e analisar uma canção em espanhol, valorizando o modo de expressão em outro idioma. Ao propor uma dinâmica coletiva e colaborativa, que explora e analisa elementos, como ritmo e dinâmica de uma música, esta atividade contempla as habilidades (EF69AR20) e (EF69AR23) da Bê êne cê cê.

  1. As partes iniciais podem ser declamadas, caso não seja fácil manter o ritmo. O canto coletivo pode ser deixado para as partes finais, que são mais fáceis de cantar em conjunto, devido ao ritmo mais marcado. Além disso, os estudantes podem usar os instrumentos musicais que estiverem disponíveis. Eles também podem mesclar, nessa interpretação, ritmos populares que saibam reproduzir – caso percebam que é possível encaixá-los na canção. Esteja atento a essas possibilidades de recriação e incentive-os a experimentá-las.
    1. Estimule nos estudantes a percepção de que o ato de cantar juntos pode agregar novos sentidos a uma canção ou potencializar a mensagem já presente em sua letra.
    1. Você pode citar exemplos do próprio repertório e estabelecer comparações entre as músicas.

Sobre as atividades: Para refletir

1. Revise com os estudantes os exemplos apresentados ao longo do Sobrevoo, assim como os resultados das pesquisas realizadas. Instigue-os a se aproximar dos exemplos com os quais cada um mais se identificou e a refletir sobre os elementos que mais despertaram seu interesse.

Ícone TCT Multiculturalismo.

Para pesquisar

Arte latina

Que tal ampliar um pouco mais seus conhecimentos e descobrir outras representações artísticas de alguns países vizinhos?

O repertório é vasto, já que a América Latina é constituída por 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Observe no mapa.

Esses países, localizados na América do Norte, América Central e América do Sul, viveram processos históricos semelhantes, combinando em sua formação elementos culturais dos povos indígenas nativos com os que vieram como colonizadores (falantes de línguas de origem latina), escravizados e imigrantes.

PAÍSES DA AMÉRICA LATINA

Mapa. Países da América Latina. Mapa político da América Latina. Destaque na cor laranja para os países: MÉXICO, GUATEMALA, EL SALVADOR, COSTA RICA, PANAMÁ, HONDURAS, NICARÁGUA, CUBA, HAITI, REPÚBLICA DOMINICANA, VENEZUELA, COLÔMBIA, EQUADOR, PERU, BRASIL, BOLÍVIA, CHILE, PARAGUAI, URUGUAI e ARGENTINA. No canto inferior, à esquerda, apresentação da rosa dos ventos e escala de 990 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. sétima edição Rio de Janeiro, 2016. página 32.

Faça no caderno.

  1. Reúna-se com os colegas em um grupo de quatro a seis integrantes.
  2. Cada grupo deverá escolher um país para pesquisar (com exceção do Brasil). A pesquisa pode ser feita na internet ou em livros, na biblioteca da escola.
  3. Deve ser pesquisado ao menos um exemplo de cada linguagem artística originária do país escolhido (um representante da produção de artes visuais, um de dança, um de música e um de teatro). Podem ser exemplos de produções tradicionais ou contemporâneas.
  4. Ao final da pesquisa, compartilhem suas descobertas em uma roda de conversa com a turma, se possível, utilizando os equipamentos necessários para apresentar vídeos e imagens.
  5. Para concluir, reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.
    1. Após conhecer um pouco da produção artística de países da América Latina, qual descoberta foi mais surpreendente para você? Por quê?
    2. Em quais manifestações você percebeu semelhanças com produções artísticas brasileiras?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para pesquisar

Esta seção propõe uma pesquisa sobre produções artísticas de outros países da América Latina, problematizando as narrativas eurocêntricas e valorizando o patrimônio cultural latino-americano, conforme as habilidades (EF69AR33) e (EF69AR34) da Bê êne cê cê e o tê cê tê Multiculturalismo – Diversidade cultural. Além dos exemplos referentes a cada uma das quatro linguagens artísticas, você pode incentivar os estudantes a buscar exemplos de manifestações culturais populares (como festas) ou referências da cultura visual (como as produções cinematográficas de cada país).

Outro caminho possível para ampliar a atividade é investigar como os artistas pesquisados se articulam com produções de outros locais. Há parceria deles com artistas de outros países? Eles participam de eventos internacionais? Essas informações podem ser acessadas por meio de artigos em jornais e revistas ou na internet.

Sugestão para o professor

Avalie a possibilidade de desenvolver um projeto interdisciplinar integrando os componentes curriculares História, Geografia e Língua Portuguesa. A pesquisa sobre os países poderá contemplar informações sobre a história de seus povos, suas características geográficas, seu idioma, sua produção literária etcétera

Processos de criação

Chegou o momento de experimentar um processo de criação coletivo que pode provocar transformações em seu entorno. Inspirados pelos exemplos apresentados neste capítulo, você e sua turma criarão uma intervenção artística que contará com a participação ativa do público e que explorará uma ou mais linguagens artísticas.

Faça no caderno.

  1. Reúna-se com os colegas em grupos de quatro a seis integrantes.
  2. Cada grupo escolherá um espaço público da escola ou da comunidade: pode ser uma praça, um parque, uma biblioteca, um centro cultural etcétera Deem preferência aos locais que vocês já frequentam.
  3. Primeiramente, atuem como observadores. Visitem o local e anotem suas impressões sobre os frequentadores do espaço: quem são, o que fazem, como se comportam no local, como interagem entre si e outras informações que acharem relevantes.
  4. Em seguida, realizem entrevistas com os frequentadores do local. Elas podem ser registradas em áudio, em vídeo ou por escrito. As entrevistas podem conter questões como:
    1. O que o faz frequentar esse espaço?
    2. Como as pessoas são recebidas nele?
    3. Do que você mais gosta e do que menos gosta nesse local?
    4. O que você transformaria nesse espaço?
  5. Após esse levantamento, discutam sobre os resultados das observações e das entrevistas e escolham o espaço onde será realizada a intervenção artística.
  6. Como serão intervenções coletivas, planejem cuidadosamente cada detalhe. Elaborem um projeto com informações como:
    1. Local, data, horário e duração da ação.
    2. Responsabilidades de cada integrante da equipe.
    3. Lista de materiais necessários.
    4. Momento e maneira em que se dará a participação do público.
    5. Linguagens artísticas exploradas na ação.
Orientações e sugestões didáticas

Nesta seção, os estudantes são convidados a desenvolver uma proposta artística em que o público é também um agente produtor/criador. O processo criativo dialoga diretamente com o tê cê tê Cidadania e Civismo – Vida familiar e social, uma vez que mobiliza o estudante a se relacionar de modo cidadão e responsável com algum espaço do entorno escolar.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Dança; Música, Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Materialidades; Processos de criação; Contextos e práticas; Arte e tecnologia.

Habilidades em foco nesta seção

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR13) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etcétera), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador. 

(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Orientações

2. A escolha do local é uma etapa importante do trabalho, portanto sugira aos estudantes que façam uma pesquisa prévia sobre os espaços da comunidade. Oriente os responsáveis a acompanhá-los nas visitas aos locais ou organize uma saída para essa visita com a sua participação. É importante que você obtenha autorização da direção da escola e dos responsáveis pelos estudantes, tanto para a escolha dos locais quanto para a etapa de realização da intervenção. Se julgar mais conveniente e seguro, concentre a atividade apenas nos espaços de convivência da escola (refeitório, pátio, biblioteca e outros locais que sejam frequentados por várias turmas concomitantemente). Nesse caso, será necessário que você faça algumas adaptações nas questões dirigidas aos entrevistados e nos pontos a serem observados. Cada grupo pode escolher um local diferente para realizar sua intervenção, ou, alternativamente, um único espaço pode receber todas as intervenções. Avalie a opção mais adequada e oriente a turma.

  1. Objetivo da ação (o que vocês pretendem transformar com essa intervenção).
  2. Como e por quem a ação será registrada, para que possa ser compartilhada posteriormente.
  1. Com o auxílio do professor, analisem o projeto, façam as adaptações necessárias e iniciem o trabalho.
  2. Sugerimos a seguir algumas possibilidades de intervenção, mas vocês podem propor outras ações motivadas pelas necessidades que detectaram ao observar o espaço ou pelos desejos apontados pelo público nas entrevistas:
    1. Fazer pintura mural coletiva em um grande suporte de papel ou tecido, disponibilizando pincéis e tintas para que todos possam se expressar. O tema pode ser previamente definido, juntamente com os participantes.
    2. Convidar o público a se expressar no mural por meio de fotografias ou de depoimentos e opiniões a respeito do local.
    3. Organizar uma roda de conversa para troca de experiências e convidar os frequentadores a contar histórias que já viveram naquele local.
    4. Escolher músicas para ensinar às pessoas e cantar com elas em uma roda musical organizada no espaço. Estimular os frequentadores a também ensinarem uma música para o coletivo cantar junto.
    5. Organizar uma pequena apresentação cênica nos moldes do teatro-fórum, como foi visto na seção Foco na história deste capítulo.
    6. Organizar uma roda de dança ao som de músicas dançantes que atendam ao gosto dos frequentadores do lugar.
  3. Com o auxílio do professor, organizem o compartilhamento dos registros realizados nas intervenções.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Houve alguma transformação no espaço escolhido ou nas pessoas que o frequentam após a intervenção artística?
  2. Como foi a experiência de realizar um projeto cultural com o público?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Combine previamente com os responsáveis pelo espaço como se dará a intervenção da turma, obtendo autorização para realizar a atividade. Esclareça aos estudantes que é possível que a ação não provoque uma transformação imediata. Ainda assim, ela deve ser concebida para despertar no público uma reflexão que pode gerar transformações futuras, seja no âmbito individual, seja no âmbito coletivo.

Sugestões para o professor

A proposta apresentada nesta seção pode ser conectada à modalidade artística da performance, que foi explorada no capítulo 7 do livro do 6º ano. Para a realização desta atividade, você pode sugerir a revisão de alguns conteúdos apresentados nos anos anteriores. Para nutrir o trabalho criativo dos estudantes, também recomendamos buscar referências em algumas intervenções artísticas realizadas na sua região.

Sobre as atividades: Para refletir

  1. Dependendo da natureza das intervenções artísticas realizadas, as transformações podem ter sido notadas já durante a ação. Também é possível que algumas transformações levem mais tempo. Por isso, se julgar pertinente, organize um retorno ao espaço onde a intervenção ocorreu, fazendo novamente o exercício de observação e as entrevistas.
  2. Recorde com a turma como aconteceu a interação dos estudantes com o público e, provavelmente, com os funcionários do local. Reflitam sobre como se deram a participação e o envolvimento de todos. Você pode questionar: “Entre os elementos planejados para as intervenções, quais foram contemplados durante a realização?”; “Houve alguma parte do planejamento que não pôde ser cumprida?”.

Organizando as ideias

Mosaico de fotografias. Composto de um recorte vertical de quatro fotografias. Da esquerda para a direita: grupo de dezenas de pessoas vestindo um único tecido branco caminha na rua de uma cidade, com árvores e prédios ao fundo; vista de uma praça, onde, em primeiro plano, há uma mulher diante de um fogão preto, mexendo com uma colher o conteúdo de uma panela e, mais ao fundo, há um suporte com diversos galões de água; um homem usando uniforme semelhante aos de funcionários dos Correios, nas cores azul e amarelo, segura um envelope de papel colorido e está inclinado na direção de crianças; uma mulher usando roupa preta está em pé sobre um cubo, com o braço direito erguido e o punho cerrado, e mais atrás dela há um homem tocando um tambor.

Neste capítulo, você foi apresentado ao eixo temático que norteará o livro do 9º ano: “Como as artes transformam as realidades e são transfor­madas nessa relação?”. Após essa primeira incursão no tema e as experimentações práticas realizadas, converse com os colegas e com o professor sobre as seguintes questões.

Faça no caderno.

  1. Quais exemplos de transformação coletiva você identificou nas propostas artísticas apresentadas neste capítulo e nas experimentações e pesquisas realizadas por você e pela turma?
  2. Em quais momentos você pôde perceber mais nitidamente a arte também sendo transformada pela experiência coletiva?
  3. Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade temática da Bê êne cê cê

Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Processos de criação; Matrizes estéticas e culturais.

Habilidades em foco nesta seção

(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etcétera).

Sobre as atividades

  1. Faça uma revisão de todos os exemplos estudados e, principalmente, das experimentações práticas dos estudantes. Converse com a turma a respeito do potencial e dos limites da arte como elemento de transformação da vida coletiva. Esta questão complementa a discussão proposta na atividade 1 da seção Para refletir do início do capítulo. Retome-a com os estudantes.
  2. Esta pergunta inverte a primeira: se a arte transforma a vida coletiva, certamente ela também é transformada pelas necessidades das coletividades. Instigue os estudantes a analisar as práticas propostas ao longo do capítulo com base nesse ponto de vista.

Glossário

B-boy
e b-girl Praticante de breaking.
Voltar para o texto
Breaking
Dança associada ao movimento hip-hop. Os movimentos característicos do breiquin são dobras e torções pouco usuais das articulações, giros em que o corpo está apoiado com a cabeça ou com as costas no chão, além de saltos e outros movimentos virtuosos. É uma dança ritmicamente complexa.
Voltar para o texto
Bumbo leguero
Tambor de tamanho médio e som grave, feito de madeira e pele de animal, utilizado em músicas tradicionais da Argentina.
Voltar para o texto