CAPÍTULO 8 Práticas para estar juntos

Fotografia. Uma mulher com cabelos na altura dos ombros, usando blusa azul marinho e calça jeans, está segurando um microfone. À sua frente, há pessoas olhando para ela. Na parede atrás dela, há estandarte com o texto: SARAU DO Binho, e um cartaz com o texto: Matéria Poética.
Paula da Paz se apresentando no evento Matéria Poética no Sarau do Binho, em São Paulo São Paulo. Fotografia de 2018.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o capítulo

Este capítulo, “Práticas para estar juntos”, relaciona-se às Unidades temáticas da Bê êne cê cê: Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetivos

De acordo com as Competências específicas do Componente Curricular Arte, os conteúdos trabalhados neste capítulo buscam levar os estudantes a:

  1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
  2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.
  3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.
  4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fóra dela no âmbito da Arte.
  1. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de fórma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade.
  2. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.
  3. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
  4. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Sobre a imagem

Um sarau é um evento no qual a arte está presente – em diversos formatos e linguagens – e que representa bem as discussões que serão abordadas neste capítulo: o encontro dos indivíduos como um momento potente de troca de opiniões, que pode gerar transformações futuras no coletivo.

Realizado na zona sul de São Paulo desde 2004, o Sarau do Binho consiste em um espaço de formação e troca de opiniões por meio da poesia. Ele faz parte de um movimento de ocupação de espaços públicos ou bares para a realização de atividades culturais – movimento que também gerou o Sarau da Cooperifa.

Para o encerramento deste ciclo, você terá a oportunidade de se organizar em um coletivo e colocar em prática propostas artísticas com base no que foi estudado nos capítulos anteriores deste livro.

Já que o tema central deste volume foi a potência transformadora da arte no mundo, convidamos você a pensar em diferentes possibilidades de, por meio da arte, criar novas maneiras de estar junto. Assim, a arte pode ser um caminho para imaginar e construir convivências.

1. Observe a imagem da abertura do capítulo. O que leva estas pessoas a estarem juntas?

Versão adaptada acessível

1. Retome a imagem da abertura do capítulo. O que leva estas pessoas a estarem juntas?

O sarau é um tipo de encontro organizado por pessoas que querem compartilhar vivências artísticas. Nessas reuniões, podem acontecer leituras de poemas ou de trechos literários, apresentações, exposições artísticas e também debates de assuntos ligados à vida coletiva.

Essa imagem é do Sarau do Binho. Realizado na zona sul de São Paulo desde 2004, o Sarau do Binho se tornou um espaço de formação e troca de opiniões intermediado pela declamação de poemas. Ele começou em um bar e atualmente faz parte de um movimento de ocupação de espaços públicos para a realização de atividades culturais – movimento que também gerou o Sarau da Cooperifa.

2. Você já foi a algum sarau ou a algum outro evento desse tipo? Se já tiver ido, conte aos colegas e ao professor como foi.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. você considera que práticas artísticas coletivas podem contribuir para gerar união e melhorar as relações entre as pessoas? Por quê?
  2. De que fórma o individual e o coletivo podem interagir nessas situações?
  3. Ao longo de seu percurso por este livro, quais momentos de trabalho coletivo foram mais desafiadores e quais respostas você e sua turma encontraram diante das dificuldades?
Orientações e sugestões didáticas

Justificativa

Entendemos que a arte pode estimular os estudantes a se articular em produções coletivas com potencial transformador de seu entorno e da própria vida, por isso este capítulo retoma alguns conteúdos trabalhados anteriormente, mas com uma nova abordagem, focada na prática e no diálogo entre as linguagens artísticas.

Orientações

Por se tratar do encerramento da coleção, este capítulo tem uma estrutura diferenciada: no lugar da seção Sobrevoo, são sugeridas cinco propostas de experimentação que contemplam todas as linguagens artísticas trabalhadas na coleção. Ao final do capítulo, na seção Processos de criação, há um convite para a realização de um sarau na escola, com materiais criados ao longo do curso pelos estudantes, procurando aproximar a comunidade do entorno escolar.

Sobre as atividades

  1. Uma resposta possível e que dialoga com as reflexões propostas no capítulo é: as pessoas podem se reunir por afinidade ou por se sentirem representadas por um ideal. No entanto, indivíduos diferentes entre si também podem conviver em coletivos, já que espaços de encontro possibilitam trocas de ideias, debates e discussões.
  2. Como a proposta final deste capítulo consiste na organização de um sarau, pergunte aos estudantes se conhecem os elementos que compõem um sarau e liste-os na lousa.

Para todas as questões propostas no capítulo serão dadas “Respostas pessoais.”.

SOBREVOO

Problematizando o coletivo do qual somos parte

Retome o projeto 100% City, apresentado no capítulo 1, em que os habitantes de determinado local são convidados a problematizar alguma questão social e política do entorno onde vivem, no espetáculo com o coletivo teatral alemão Rimini protocói, que é encenado em várias partes do mundo.

Você acha possível fazer uma problematização semelhante tendo a letra de uma música como base?

Faça no caderno.

1. Leia a letra da canção “Querelas do Brasil”, composta pelos artistas Aldir blânqui (1946-2020) e Maurício Tapajós (1943-1995), que servirá de referência para a atividade.

Fotografia em preto e branco. Busto de  homem com cabelos pretos encaracolados e barba grisalha, usando camisa branca. Ao lado dele está outro homem parcialmente calvo, com barba, usando camisa estampada.
Os compositores Maurício Tapajós e Aldir blânqui. Fotografia de 1994.

Querelas do Brasil

O Brazil não conhece o Brasil

O Brasil nunca foi ao Brazil


Tapir, jabuti

Liana, alamanda, ali alaúde

Piau, ururau, aqui ataúde

Piá-carioca, porêcrãmecrã

Jobim

Uô, uô, uô


Pererê, camará, tororó, olerê

Piriri, ratatá, karatê, olará


O Brazil não merece o Brasil

O Brazil tá matando o Brasil


Jereba, saci

cá andrades, cunhãs, ariranha, aranha

Sertões, Guimarães, Baquianas, águas

Imarionaíma, Arariboia

Na aura das mãos de Jobim-açu

Uô, uô, uô


Jererê, sarará, cururu, olerê

Blá-blá-blá, bafafá, sururu, olará

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A partir deste momento, de acordo com o tema do capítulo, serão propostas experiências artísticas que mobilizarão a interação de ideias e criações individuais e coletivas, impulsionando o desenvolvimento de autonomia, crítica, autoria e capacidade de trabalho coletivo e colaborativo nas artes, conforme a Competência Específica de Arte nº 8, proposta na Bê êne cê cê.

A canção “Querelas do Brasil”, entre outros assuntos, aborda as origens culturais de nosso país. O trabalho com a análise da canção contempla o tê cê tê Multiculturalismo – Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Orientações

Podem ser encontradas na internet diversas análises dessa canção que possibilitam ampliar a contextualização dessa obra e auxiliar nas pesquisas e reflexões. Sugerimos dois exemplos:

LIMA, Simone Maria. Os nomes na música: “Querelas do Brasil”. In: LIMA, Simone Maria . Blog Dentro do moderno tem o antigo, 21 outubro 2011. Disponível em: https://oeds.link/36qgZK. Acesso em: 2 abril 2022.

lúca, Jussara Dalle. Querelas do Brasil. 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Faculdade de Artes do Paraná, Curitiba, 2003. Disponível em: https://oeds.link/B2pU4j. Acesso em: 2 abril 2022.

Do Brasil, S.O.S ao Brasil


Tinhorão, urutu, sucuri

Ujobim, sabiá, bem-te-vi


Cabuçu, Cordovil, Cachambi, olerê

Madureira, Olaria e Bangu, olará

Cascadura, Água Santa, Acari, olerê

Ipanema e Nova Iguaçu, olará


Do Brasil, S.O.S ao Brasil

QUERELAS do Brasil. Intérprete: Elis Regina. Compositores: Aldir blânqui e Maurício Tapajós. In: TRANSVERSAL do Tempo. Intérprete: Elis Regina. Rio de Janeiro: Philips, 1978. 1 disco sonoro. Lado B, faixa 4.

2. Escute a canção “Querelas do Brasil”, interpretada por Elis Regina (1945-1982), pesquisando-a em um site de busca na internet.

Fotografia em preto e branco. Busto de mulher com cabelos curtos, usando brinco longo. Ela está com a cabeça inclinada para trás, de olhos fechados, e segura um microfone com a mão direita próximo à boca.
A cantora Elis Regina, considerada por muitos críticos uma das melhores cantoras brasileiras, inovou os shows musicais no país na década de 1970, com os espetáculos Falso Brilhante, que ficou em cartaz entre os anos de 1975 e 1977, e Transversal do tempo, em 1978.
  1. Que características dessa letra mais chamam sua atenção? Por quê?
  2. Você conhece todas as palavras? Quais não conhece?
  3. Que características do Brasil você percebe que são destacadas na letra?
Orientações e sugestões didáticas

Sobre as atividades

1. e 2. A intenção é estimular a relação interpretativa com a letra da canção, incluindo a identificação de elementos relacionados à vida coletiva em um país com uma população plena de diversidades, como o Brasil, e que convive também com uma fauna e uma flora bastante diversificadas. Note que a maioria das palavras usadas na letra é de origem indígena, mas há uma de origem árabe, “alaúde”, e outra de origem japonesa, karatê. Além disso, há neologismos que fundem nomes de músicos ou escritores com nomes das respectivas obras ou com elementos da língua indígena Tupi. O aprofundamento da análise destes aspectos fará parte da proposta de atividades da seção Para experimentar.

Atividade complementar

Reproduza algumas vezes a gravação de “Querelas do Brasil” e converse com a turma sobre suas características sonoras. Você pode perguntar:

  • Que instrumentos musicais foram utilizados?
  • A organização desses sons dá destaque ao canto ou se sobrepõe a ele?
  • Como vocês descreveriam o ritmo dessa música?
  • E a melodia? Ela lembra a de alguma outra canção que conhecem?
  • Que sensações esses elementos provocam?
  • Essas sensações se sintonizam ou contrastam com a mensagem da letra?
  • Vocês conseguem perceber qual é o compasso dessa música?

Deixe que os estudantes tentem responder; em seguida, diga que o compasso da música é binário. Faça a marcação do compasso com eles, enquanto escutam a gravação, contando 1, 2 ou fazendo gestos ou sons com as mãos. Esse exercício de apreciação musical pode possibilitar a retomada dos vários conceitos musicais vistos ao longo desta coleção, conforme a habilidade da Bê êne cê cê, além de servir como preparação para a atividade de criação a seguir.

Para experimentar

Representar um coletivo recriando a canção

Você e os colegas vão retratar um coletivo de pessoas do qual fazem parte: o país, a cidade, o bairro, a escola ou outro. Mas antes, como referência, vamos entender melhor como o nosso país foi retratado pelos compositores de “Querelas do Brasil”.

Etapa um. Aprofundar o estudo da letra

  1. Reúna-se com os colegas em um grupo.
  2. Pesquisem em um dicionário, impresso ou na internet, as palavras da letra cujo significado vocês desconhecem.
  3. Pesquisem uma análise da letra, feita por críticos de música, para ajudar na compreensão geral da representação que os autores construíram do Brasil e do contexto no qual criaram a canção. A seguir sugerimos alguns apontamentos e perguntas para impulsionar a pesquisa:
    1. “Querelas do Brasil” faz alusão e traz ampliações e problematizações ao conteúdo de uma outra canção, mais antiga, que também retrata o Brasil e é conhecida em várias partes do mundo. Tentem identificar essa canção e comparem o título de ambas e as respectivas letras.
    2. Vocês repararam que na letra o nome do nosso país aparece escrito e pronunciado de duas maneiras diferentes? O que os autores quiseram representar com isso?
    3. Na letra há referências a músicos e escritores brasileiros e suas obras. Pesquisem e vejam quais conseguem identificar.
    4. A letra menciona elementos da fauna e da flora brasileira. Quais são eles?
    5. Vocês consideram que esses animais e plantas devem ser considerados partes do coletivo que compõe o Brasil? Por quê?
    6. O que vocês consideram que os autores querem dizer com o verso “Do Brasil, ésse ô ésse ao Brasil”?
    7. Que outros aspectos vocês identificaram na pesquisa?

Etapa dois Recriar a letra

  1. Tendo como base a letra e a melodia da canção, escolham um coletivo de pessoas do qual vocês fazem parte para fazer uma paródia da letra. O foco é a representação das características desse coletivo.
  2. Sugestões:
    1. Vocês podem recriar a letra inteira ou apenas alterar algumas partes, retratando o coletivo escolhido.
    2. Podem incluir nomes de pessoas, lugares, plantas ou animais comuns na região.
    3. Podem fazer referência a problemas políticos, econômicos, sociais ou ambientais.
    4. Estejam atentos para que as palavras escolhidas por vocês se encaixem na melodia na hora de cantar a canção.
    5. Deem um título para a paródia.

Etapa três Criar um novo arranjo para apresentar a canção

1. Ouçam novamente a canção “Querelas do Brasil” e tentem memorizar a melodia.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre a seção Para experimentar – “Representar um coletivo recriando a canção”

Esta seção, além de enfocar a linguagem da Música, estabelece relação com os processos de criação desenvolvidos nos capítulos 6 e 7 e com o tema de uma obra teatral apresentada no capítulo 1. A criatividade musical é abordada com o exercício de refletir sobre os coletivos dos quais fazemos parte, seja ele a família, o bairro, a escola, seja o país, contemplando o tê cê tê Cidadania e civismo – Vida familiar e social.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Música; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Elementos da linguagem; Notação e registro musical; Processos de criação; Contextos e práticas.

Habilidades em foco nesta seção

Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etcétera), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais.

( Explorar e identificar diferentes fórmas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.

Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Orientações: Para experimentar – “Representar um coletivo recriando a canção”

Etapa um

A canção “Querelas do Brasil”, e o modo como representa e problematiza características de nosso país, será referência para a atividade de criação. Assim, a intenção nessa etapa é levar os estudantes a perceberem que há um processo de estudo e elaboração complexos na composição de uma letra de música como essa.

    1. A canção mencionada é “Aquarela do Brasil” (1939), de Ary Barroso (1903-1964). Além do que está apontado, chame a atenção para o fato de que, já no título, a palavra querela – que substitui aquarela, se comparada com o título da outra canção mencionada – remete a questões e conflitos que podem surgir nas relações interpessoais, o que também faz parte do significado de palavras como bafafá e sururu, que aparecem posteriormente na letra.
    1. Uma possível interpretação, considerando que uma delas é a escrita e a pronúncia em inglês, é a de que há pessoas que, apesar de brasileiras, sempre valorizam o estrangeiro e vivem alienadas no que diz respeito às riquezas do país, à natureza, à vida nas periferias, às questões sociais etcétera
    2. São referenciados os escritores: João Guimarães Rosa (1908-1967) e a obra Grande Sertão: Veredas (1956); Mario de Andrade(1893-1945) e a obra Macunaíma (1928); o poeta Carlos Drumôn de Andrade (1902-1987); José Ramos Tinhorão (1928-2021), crítico musical; e os músicos: Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e a obra Baquianas Brasileiras (1930-1945) e Tom Jobim (1927-1994).
    3. Animais: tapir; jabuti; piau; ururau; ariranha; jereba; urutu; sucuri; sabiá; bem-te-vi. Plantas: liana; alamanda.

Etapa dois

Estimule a pesquisa e a utilização de palavras de diferentes origens e o pensamento reflexivo sobre as características da região onde se encontra a escola, ou do coletivo escolhido pelo grupo. Comente que as novas letras podem ter tom de crítica, denúncia ou exaltação, como as letras originais das canções estudadas, ou podem ser direcionadas para um tom mais cômico e satírico.

Etapa III

Esta atividade complementa e amplia os processos de criação sugeridos nos capítulos 6 e 7. Dependendo de como foram esses processos, os estudantes poderão reaproveitar e ampliar elementos musicais ou textuais criados nessas atividades. Essa pode ser uma oportunidade para relembrar e aprofundar elementos musicais já trabalhados ao longo da coleção, que podem ser repensados agora com esse exercício de criação.

  1. Cantem a paródia, mantendo ou fazendo pequenas alterações na melodia, caso seja necessário encaixar a nova letra.
  2. Vocês podem também declamar algumas partes ou cantar em outro ritmo.
  3. Escolham instrumentos ou objetos sonoros disponíveis para acompanhar a apresentação e definam as partes em que cada um será utilizado.
  4. Pensem em sons que sintonizem com o que estiver sendo dito na letra para:
    1. produzir esses sons com objetos sonoros ao vivo;
    2. gravar previamente e usar na apresentação;
    3. fazer uso de algum áudio indicado no livro (como sugerido na seção Processos de criação do capítulo 7);

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

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  1. utilizar partes de gravações de outras músicas que já existam.
  1. Definam coletivamente os detalhes do arranjo, relembrando os elementos musicais trabalhados ao longo da coleção. As perguntas a seguir poderão trazer mais ideias:
    1. O arranjo terá uma introdução? Como será?
    2. Haverá partes cantadas por uma pessoa e outras em coro?
    3. Haverá partes sem canto, só com instrumentos ou outros sons?
    4. Como será a finalização da música?
  2. Registrem no diário de bordo a letra da paródia e façam um roteiro do arranjo. Vocês podem representar, escrevendo ou desenhando, a sequência dos sons/instrumentos e outros detalhes, fazendo uma espécie de partitura do arranjo, que pode ajudá-los na hora de ensaiar.
  3. Ensaiem a apresentação e compartilhem a criação de vocês com os outros grupos.
  4. Façam uma reflexão coletiva sobre as seguintes questões:
    1. Que parte da atividade foi mais interessante de realizar? Por quê?
    2. Quais foram as dificuldades e como o grupo lidou com elas?
    3. Foi prazeroso realizar uma criação coletiva? Por quê?
    4. Tentar representar um coletivo do qual todos fazem parte estimulou novas percepções e reflexões sobre esse coletivo?

rípi rópi!

No capítulo 3 deste livro, você conheceu um pouco das origens do movimento hip-hop e de como ele se popularizou no Brasil. Você se lembra das principais características desse movimento? Ele integra várias linguagens artísticas, como a música, a literatura, as artes visuais e a dança, representadas, respectivamente, por rap, MC, grafite e break. Essa foi a maneira que jovens da periferia de grandes centros urbanos encontraram para expressar artisticamente seus pensamentos, seus anseios de mudança ou seus protestos. Justamente por isso, o hip-hop é mais que um movimento artístico: é um estilo de vida. Ele representa o modo como uma pessoa se posiciona diante da realidade e como se percebe (ou não) integrada e pertencente a uma comunidade.

3. Além do grafite, quais outros aspectos visuais do hip-hop você conhece?

Orientações e sugestões didáticas
    1. Relembre com a turma o procedimento de “samplear”, utilizado por DJs de rap (comentado no livro do 6º ano). A sugestão de utilizar partes de gravações já existentes remete a esse procedimento, ainda que não estejam disponíveis os mesmos recursos técnicos e equipamentos por eles utilizados.

8. É importante cuidar bem do momento de compartilhamento das produções de cada grupo. Garanta que todos possam apresentar seus trabalhos e comentar seus processos. Se necessário, utilize mais de uma aula para que isso seja feito da melhor fórma. Esse compartilhamento pode ser realizado por meio de apresentações performáticas; rodas de conversa; demonstração de gravações realizadas pelos grupos; ou por meio de um formato misto, que pode juntar várias dessas opções.

Sobre a atividade

3. O modo como os integrantes do movimento hip-hop se apresentam – com suas vestimentas, calçados e acessórios – constitui um estilo próprio, intimamente ligado ao aspecto visual e à moda.

Para experimentar

Customizar para se expressar

A ideia agora é que você busque um modo de expressar como se sente em relação à sua comunidade ou à sua escola. A inspiração virá da visualidade de grafites encontrados em pesquisas on-line e nas ruas, mas dessa vez a produção será realizada em objetos pessoais.

Etapa um Pesquisa na internet e pesquisa de campo.

  1. Reúna-se com os colegas em grupos de cinco a oito integrantes, de acordo com as afinidades – por exemplo, os que têm opiniões semelhantes sobre determinado assunto ou que almejam uma transformação em comum para a escola.
  2. Façam uma pesquisa sobre o grafite na internet em pelo menos três fontes diferentes, incluindo podcasts de entrevistas com artistas do grafite. Procurem conhecer estilos variados nas produções. Fornecemos alguns nomes que podem ser incluídos na pesquisa: Alexandre Orion (1978-), Eduardo Kobra (1978-), OSGEMEOS [Gustavo Pandolfo e Otávio Pandolfo] (1974-), Panmela Castro (1981-), Binho Ribeiro (1971-), Nina Pandolfo (1977-) e Nila Carneiro (não consta informação sobre ano de nascimento da artista).
Fotografia. Destaque para dois grafites na base de sustentação de uma ponte. No grafite em primeiro plano, há duas mãos em tons de verde, uma sobre a outra, e um rosto azul estilizado na forma de um prisma triangular. As mãos estão segurando diversas formas geométricas coloridas. No grafite em segundo plano, há uma mulher com cabelos esvoaçantes para a esquerda da imagem, usando um vestido azul. Ela está com uma corda em volta do corpo, prendendo os seus braços, e com os punhos amarrados. Abaixo dela há um rio nas cores vermelho e laranja, no qual há uma canoa e, dentro dela, um menino. Próximo aos pés da mulher, há um barco cheio de passageiros. Ao fundo da imagem, há prédios e, sobre eles, um céu amarelo onde flutuam outros três prédios, cujas bases se esfarelam.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre a seção Para experimentar – “Customizar para se expressar”

Esta seção retoma os conteúdos sobre hip-hop, apresentados no capítulo 3 deste livro. Ela propõe uma experimentação a partir da estética do grafite.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Materialidades; Processos de criação; Contextos e práticas.

Habilidades em foco nesta seção

Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera);

Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Sobre a imagem (página 146-147)

Pergunte aos estudantes: “O que se destaca nessa imagem?”; “É possível identificar que lugar é esse?”; “O que você reconhece nas pinturas?”; “Você conhece manifestações artísticas semelhantes a essa? Em que contexto?”.

A fotografia retrata um trecho do Museu Aberto de Arte Urbana (máu), localizado em uma importante avenida na zona norte da cidade de São Paulo. Sobre os pilares que servem de suporte para os grafites passa uma das linhas de metrô da cidade. Em funcionamento desde 2011, o museu é a concretização de um projeto dos artistas do grafite Binho e chivítis, que contou com a criação de mais de 50 grafites de artistas diversos, em 66 colunas.

  1. Ao longo de uma semana, se possível, façam uma pesquisa de campo com o auxílio do professor e dos responsáveis sobre os grafites que encontram em seu entorno. Procurem identificar, pelo estilo ou pela assinatura, as produções que pertencem ao mesmo artista. Registrem o que encontrarem com uma câmera fotográfica ou façam relatos nos diários de bordo.
  2. Compartilhem com os demais grupos da turma os exemplos de grafites com os quais vocês mais se identificaram, tanto na pesquisa na internet quanto na pesquisa de campo.

Etapadois Customização.

  1. Estimulados pelas reflexões em grupo da etapa anterior, vocês criarão peças que comuniquem suas ideias e, de algum modo, expressem como vocês se sentem ou como se veem. A inspiração poderá vir da estética dos grafites que foram pesquisados ou refletir o próprio estilo de cada um; poderão ser usadas imagens ou palavras. As intervenções serão feitas em objetos pessoais, como capas de caderno, vestimentas, mochilas, carteiras, calçados e acessórios. Vocês podem customizar quantas peças quiserem.
  2. Considerem o conceito de customização, que é modificar uma peça ou objeto que já possuem e personalizá-lo para que represente visualmente o que vocês pensam e quem vocês são.
  3. Para realizar a atividade, pode ser usada a técnica do estêncil, apresentada no capítulo 4 deste livro. Vocês também podem trabalhar com impressão e colagem de imagens, ou usar canetas e tintas próprias para o suporte do objeto com o qual ou dos objetos com os quais tenham escolhido trabalhar (tecido, lona, papel, entre outros).
Fotografia. Destaque para um grafite na base de sustentação de uma ponte. Ele é composto de formas onduladas e sobrepostas, compondo um emaranhado, na cor branca; ao redor dessa figura há círculos concêntricos nas cores preto, rosa e lilás. Na parte inferior, há dois triângulos vistos parcialmente, um azul e o outro rosa.
Museu Aberto de Arte Urbana (máu), São Paulo São Paulo. Fotografia de 2012. Da esquerda para a direita podem-se ver os grafites dos artistas: Tinho (Uálter Nomura, na primeira pilastra; Nove, na segunda pilastra; e ráigráf, na terceira pilastra.
  1. Para concluir, compartilhem com a turma os resultados de seu grupo e, em seguida, conversem sobre as seguintes questões:
    1. Como cada grupo se formou? Quais são as afinidades entre os indivíduos do grupo?
    2. Quais foram os objetos escolhidos para a customização e por quê?
    3. Como foi o processo de criar algo que representa visualmente quem vocês são?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para experimentar – “Customizar para se expressar” (página 146-147)

A estética do hip-hop também está presente na moda e nas “tags” (assinaturas) dos seus integrantes. Esta atividade envolve a estética do grafite, mas optamos por uma proposta que não faz uso do espaço urbano, por envolver uma logística de autorizações mais complexa e porque uma proposta semelhante já foi trabalhada no capítulo 4 deste livro. Se julgar pertinente, aproveite a oportunidade para realizar um aprofundamento nessa experiência anterior.

Etapa dois

  1. O objetivo é que as peças sejam de fato utilizadas pelos estudantes depois da atividade, em seu cotidiano, dentro ou fóra da escola. É importante que você converse a respeito dessa atividade com a coordenação da escola e com os responsáveis pelos estudantes, para evitar conflitos com o uso do uniforme escolar. Caso não seja possível a intervenção nas vestimentas, concentre as criações nos outros objetos pessoais.
  2. Um dos pressupostos da customização é justamente o consumo consciente, que gera menos descarte de material, economiza recursos e propicia a apropriação criativa do que se tem em mãos.
  3. Se possível, converta a sala de aula em um ateliê. Além dos materiais já citados, disponibilize tesouras escolares, fita métrica e cola para tecido, caso queiram customizar as vestimentas.
  4. Todas as questões ao final da atividade têm como objetivo uma reflexão sobre as escolhas dos estudantes. Trata-se de uma atividade que trabalha a autocrítica, a autoavaliação e o autoconhecimento. Nesse sentido, é muito importante que todos tenham tempo para se posicionar. Dê especial atenção aos estudantes mais reservados da turma, que nem sempre encontram espaço para se manifestar.

Fanzine teatral

No capítulo 4 deste livro, você e a turma foram convidados a produzir um fanzine: criaram a pauta, planejaram o formato, a produção, a impressão e a encadernação. Além disso, estudaram como o fanzine é um instrumento eficiente e prático para que qualquer indivíduo possa expressar e veicular suas ideias.

No capítulo 5, você conheceu o movimento dos coletivos de teatro, que vem crescendo no Brasil, e estudou algumas de suas obras e modos de organização. Entretanto, como o teatro é uma arte efêmera, ou seja, acontece no espaço e no tempo presentes, o registro, em suas mais variadas fórmas, é uma etapa muito importante para a preservação e a difusão dessa linguagem artística. Como você e a turma vêm registrando os processos criativos que desenvolvem? Qual é a importância do registro para a arte teatral?

Ao longo dos últimos anos, grupos de teatro brasileiros começaram a publicar diversos materiais teatrais, com o objetivo de registrar seus processos criativos. Dessa fórma, peças, textos reflexivos, descrição de procedimentos de criação, fotografias dos espetáculos e dos ensaios, tradução de textos, conversas públicas com convidados etcétera passaram a ser publicados de diversas maneiras.

Fotografia. Diversos livros e CDs da BRAVA COMPANHIA sobre uma mesa.
Cadernos de Erros da Brava Companhia, publicações produzidas para difundir a pesquisa, os estudos e os referenciais teóricos adotados e produzidos por esse grupo.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre a seção Para experimentar – “Uma publicação teatral” (página 149)

Sugira aos estudantes que reúnam materiais provenientes de suas criações teatrais ao longo do ano e, a partir deles, produzam uma publicação. Ela deverá ter em vista o sarau proposto na seção Processos de criação, mais adiante.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Elementos da linguagem; Processos de criação.

Habilidades em foco nesta seção

Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

Pesquisar e criar fórmas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Sobre a imagem

A imagem apresenta as publicações da Brava Companhia. O próprio nome da publicação, Caderno de erros, indica a importância de expor não apenas os acertos dos processos criativos, mas também os equívocos, as idas e vindas, as ideias descartadas e os exercícios desenvolvidos ao longo do processo de criação. Todos os volumes estão publicados no site do grupo. Disponível em: https://oeds.link/n2ALr8. Acesso em: 17 março 2022.

Para experimentar

Uma publicação teatral

Que tal produzir um fanzine com os registros dos processos criativos teatrais da turma? Trechos do fanzine poderão ser lidos e, se possível, cópias dele, distribuídas no sarau proposto ao final deste capítulo.

  1. Junte-se aos colegas e, com o auxílio do professor, façam um levantamento de todas as criações teatrais realizadas ao longo do ano, trazendo para a sala de aula todos os registros: fotografias, músicas, notas de ensaio, reflexões coletivas, esboços de cenário e figurinos, propostas de iluminação, dramaturgias etcétera
  2. Organizem o material que desejam publicar.
    1. O fanzine terá imagens? Quais? Haverá textos que promovam a reflexão?
    2. Haverá descrição dos processos criativos?
  3. Selecionem dramaturgias elaboradas ao longo do ano para divulgar e ler para o público no sarau proposto na seção Processos de criação deste capítulo. Caso desejem, vocês também podem criar uma dramaturgia original ao longo dessa experimentação.
  4. Retomem as instruções oferecidas na seção Processos de criação do capítulo 4 deste livro para definir o formato do fanzine criado pela turma.
  5. Organizem-se em equipes para a produção.
  6. Ao final da produção do fanzine, converse com os colegas e com o professor sobre as seguintes questões:
    1. Quais foram os critérios de seleção definidos pela turma em relação ao material? Por quê?
    2. Qual etapa da produção da publicação você achou mais interessante? Por quê?
    3. Há algum material que não ganhou espaço no fanzine e que você ainda gostaria de ver publicado? Qual? Por quê?
Capa de revista. Composta de uma fotografia em preto e branco de uma boneca de porcelana de perfil; ao lado dela há um espelho em que se reflete uma parte do seu rosto. Na parte superior da capa está o nome da revista: FOLHETIM. Na parte inferior há o texto: Entrevista com Sobrevento.
Revista Folhetim, do Teatro do Pequeno Gesto, número 8, setembro/dezembro 2000.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para experimentar – “Uma publicação teatral”

Recupere e discuta com a turma a produção do diário de bordo. Proponha também que eles retomem as fotografias registradas durante as atividades ao longo do ano e as anotações sobre os processos de experimentação e criação. Como professor, você também pode contribuir, disponibilizando algumas de suas anotações. Tudo isso constitui um importante material de registro dos processos criativos. Por causa da efemeridade da cena teatral, os registros são fundamentais para essa linguagem. É por meio de fotografias, relatos, dramaturgias, arquiteturas etcétera que podemos ter contato com o teatro que se fazia no passado. Da mesma maneira, o registro permite que algo dos processos criativos passe adiante. O conhecimento gerado pelos registros pode ser utilizado por outras pessoas que, a princípio, não estiveram envolvidas nos processos criativos originais.

  1. É importante que todos revisitem seus diários de bordo e outros suportes utilizados nas aulas de Arte. Como se trata da criação de um fanzine, a fórma da criação pode ser ousada: esboços e fotografias dos processos podem ser expostos; anotações e reflexões podem ser publicadas. O tipo de seleção de material presente no Caderno de erros da Brava Companhia pode ser instigante para inspirar a turma. Entretanto, não permita que os estudantes copiem esse modelo. Ele deve servir apenas como inspiração.
  2. Para o processo de organização dos materiais, é importante que os estudantes levem todos os seus registros para a sala de aula, de modo a expor para a turma os materiais que gostariam de incluir na publicação. A partir dos materiais expostos, você pode orientar os estudantes a agrupá-los de acordo com temas ou formatos. Por exemplo: em um espaço da sala, agrupar fotografias ou desenhos; em outro espaço, as dramaturgias e textos reflexivos sobre os processos etcétera
  3. Sobretudo, é muito importante incentivar os estudantes a publicar suas dramaturgias ou anotações dramatúrgicas. A publicação de textos de ficção pode propiciar a realização de uma leitura dramática dos textos dos estudantes no sarau, proposto ao final do capítulo. Registrar esse material pode ser uma oportunidade para que ele seja utilizado por outras turmas na escola que tenham interesse em montar uma peça teatral.
    1. Pergunte aos estudantes o que os moveu ao longo da seleção. Procure sondar os motivos das escolhas. Em geral, esse tipo de publicação possibilita uma grande margem de inventividade, permitindo a justaposição de elementos heterogêneos e de origens distintas.
    1.  Com base na resposta dos estudantes, você pode incentivá-los a continuar criando publicações desses materiais provenientes dos processos criativos elaborados ao longo de seu percurso.

Vamos dançar!

No capítulo 6 deste livro, você conheceu músicos, cantores e compositores que criaram suas obras com base em suas histórias e experiências de vida. Suas criações artísticas falam sobretudo a respeito de modos de vida, identidade e questões raciais.

Para experimentar

A letra da canção vira dança

Agora convidamos você a compor uma coreografia inspirando-se nas letras das músicas que conheceu neste livro. Para isso, vamos trabalhar com um processo colaborativo, apresentado no capítulo 5 deste livro.

Essa criação tem como ponto de partida a letra de uma canção: lembre-se das imagens reveladas pelas letras das músicas e das sensações que elas despertaram em você antes de escolher uma delas.

  1. Reúna-se em um grupo com colegas que tenham interesse em participar de um processo colaborativo de dança em uma destas funções: bailarino-criador, coreógrafo, músico, figurinista ou cenógrafo.
  2. Volte ao capítulo 6 deste livro, leia as letras, escute novamente as canções apresentadas e, com o grupo, escolha uma delas. Devem ser levados em conta os interesses do grupo em relação ao tema que a canção aborda e ao ponto de vista do artista sobre esse tema, apresentado na letra da canção.
  3. Converse com os colegas do grupo sobre a canção e respondam oralmente às seguintes questões:
    1. Quais são os interesses de cada integrante do grupo pela canção?
    2. Qual é a ideia principal apresentada na letra da canção?
    3. Você e o grupo concordam ou discordam do ponto de vista sobre o assunto apresentado na letra? Justifiquem suas respostas a fim de entrar em acordo sobre o ponto de vista de todos a respeito do assunto abordado na canção.
    4. Considerando a letra da canção, qual é a ideia principal que o grupo pretende apresentar?
    5. Quais movimentos, imagens e sons podem expressar as ideias que surgiram nas respostas às perguntas anteriores?
Orientações e sugestões didáticas

Sobre a seção Para experimentar – “A letra da canção vira dança”

O objetivo desta seção é fazer os estudantes perceberem como mobilizar ideias a partir dos elementos da dança: corpo, espaço, tempo.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Dança; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Processo de Criação; Contextos e práticas.

Habilidades em foco nesta seção

Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etcétera) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

  1. Retomem as instruções fornecidas na seção Processos de criação do capítulo 5 deste livro para organizar e desenvolver a composição da coreografia com todos os elementos envolvidos.
  2. O coreógrafo do grupo, a partir da conversa com os demais integrantes, indica os parâmetros para a criação da dança, da música e do figurino. Ensaiem juntos algumas vezes.
  3. Após ensaiar, organizem-se com o auxílio do professor para apresentar a coreografia para a turma e assistir às apresentações da coreografia dos outros grupos.
  4. Ao final da apresentação, converse com os colegas e com o professor sobre as seguintes questões:
    1. De que modo a coreografia apresentou o assunto da letra da música?
    2. Quais novos pontos de vista foram apresentados sobre o assunto?
    3. Para o grupo de trabalho: o que poderia ser modificado para tornar o assunto ou ponto de vista ainda mais evidente?
    4. Quando ouve comentários a respeito do seu trabalho ou dos seus trabalhos, você repensa o que fez?
Fotografia. Em primeiro plano, de costas, há três pessoas assistindo a uma apresentação. Ao fundo, à esquerda, há uma mulher usando regata e short, em pé, de pernas afastadas; ao centro, há um homem, usando blusa amarela e calça azul, que segura um microfone azul e está com um dos braços estendido para o alto; à direita dele há uma mulher de perfil, com cabelos na altura dos ombros, usando roupas pretas e segurando um microfone vermelho; à direita da mulher, há um homem de perfil, usando roupas brancas, que segura um microfone preto. Atrás deles há uma janela comprida, por onde entra luz natural.
Primeiro ensaio aberto do espetáculo Os superficiais, da Companhia. etcétera, em Recife (Pernambuco). Fotografia de 2015.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para experimentar – “A letra da canção vira dança” (página 150)

A linguagem da dança tem uma lógica diferente da linguagem falada. Portanto, criar uma coreografia a partir de uma canção será um exercício de transposição da palavra cantada para o movimento dançado. Será necessário criar fórmas com o corpo; ações corporais; explorar o movimento por estas ações e fórmas em diferentes velocidades; escolher quais serão as trajetórias de deslocamento, os níveis, as amplitudes de movimento, o local de onde o público assiste à apresentação. Todas essas escolhas deverão dar conta de apresentar a ideia principal da canção por meio da sensibilização, do movimento dançado, do corpo de quem dança e de quem assiste.

  1. As questões devem colaborar para fazer o recorte do assunto a ser trabalhado. Ajude os estudantes a encontrar uma frase síntese sobre o que lhes interessa. Esta frase poderá servir de mote para a criação.

5. O coreógrafo pode sintetizar todas as ideias dos colegas e definir parâmetros para o figurino (por exemplo: roupas com linhas horizontais ou verticais, que podem se relacionar com a arquitetura do espaço). Esses parâmetros servirão como indicações para a pesquisa de movimento, de figurino, cenário e sonoridades que comporão a cena.

Estrutura musical e pensamento computacional

No capítulo 6, foram abordadas estruturas musicais nas quais os artistas podem fazer inovações e transformações ao longo do tempo e ser relacionadas com outras experiências e produções culturais da vida coletiva. Veremos agora um tipo de estrutura musical que é pensada para ser cantada coletivamente, ou seja, são necessárias pelo menos duas pessoas para ser realizada, mas pode ser cantada por várias vozes. Nessa estrutura cada voz começa a cantar em um momento diferente, porém fazendo uma imitação da melodia da voz que cantou primeiro, podendo fazer variações de timbre, intensidade e outras. Essa fórma musical é chamada de cânone e sua estruturação pode ser equiparada a uma técnica muito usada em Matemática e Computação. Estamos falando da técnica de recursão, que lida com a repetição controlada de algum padrão. Os padrões estão presentes de diferentes fórmas, tanto na natureza como na vida.

Em matemática esses padrões podem ser encontrados, por exemplo, nas sequências recursivas de números, isto é, em listas nas quais cada número da sequência depende de números anteriores a ele. Uma delas é a chamada Sequência de Fibonacci (0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, ...). O esquema a seguir exemplifica como é obtido o quarto elemento da série:


Esquema. Cinco setas verdes apontando para a direita dispostas em três linhas. Na primeira linha, seta verde com o seguinte texto, centralizado: Fibonacci (3). Na linha de baixo, uma seta o texto: Fibonacci (2), o símbolo matemático de MAIS e outra seta com o texto Fibonacci (1). Na terceira linha, seta com o texto: Fibonacci (1), o símbolo matemático de MAIS e outra seta com o texto Fibonacci (0)

Você se lembra de já ter estudado esse assunto nas aulas de Matemática? Caso contrário, esse é um tema sobre o qual a turma pode pesquisar.

Para obter o quarto elemento, Fibonacci (3), é necessário calcular o terceiro elemento, Fibonacci (2), e o segundo, Fibonacci (1), e assim por diante, seguindo o mesmo padrão. No caso dos cânones musicais, podemos pensar a melodia que se repete nas diferentes vozes como sendo o padrão. Observe a figura:

Ilustração. Padrão. Linha em zigue-zague preta. 
Ilustração. Voz 1. Linha em zigue-zague vermelha, repetindo quatro vezes a sequência do padrão.
Ilustração. Voz 2. Linha em zigue-zague azul, repetindo três vezes a sequência do padrão.
Ilustração. Voz 3. Linha em zigue-zague verde, repetindo duas vezes a sequência do padrão.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Nesta seção é retomado o estudo de estruturas musicais iniciado no capítulo 6 de modo interdisciplinar, possibilitando um diálogo com o componente curricular Matemática e contribuindo com o desenvolvimento do pensamento computacional (BRASIL, 2018, página 271), principalmente no que se refere à identificação e reprodução de padrões e à definição e execução de processos recursivos.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Música; Álgebra (Matemática).

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Elementos da linguagem; Processos de criação; Linguagem algébrica.

Habilidades em foco nesta seção

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais.

(EF07MA14) Classificar sequências em recursivas e não recursivas, reconhecendo que o conceito de recursão está presente não apenas na matemática, mas também nas artes e na literatura.

A melodia que se repetirá está representada pela linha segmentada que aparece logo no início, em preto, denominada padrão. Repare que a segunda voz inicia logo após a primeira, repetindo essa mesma linha melódica; pouco depois se inicia a terceira voz, seguindo o mesmo processo. A partir daí, todas as vozes seguem repetindo o mesmo padrão, porém de modo defasado. O resultado musical é que diferentes partes da melodia padrão soam simultaneamente e, apesar de estarem cantando a mesma melodia, as vozes nunca se encontram na mesma parte. Isso pode ser observado na figura observando-se a representação das partes nas quais as três vozes soam juntas e uma se encaixa na outra enquanto cada uma está cantando uma parte diferente da melodia padrão.

Para experimentar

Reproduzindo padrões com a voz

Esta atividade será realizada de fórma coletiva.

  1. Pesquisem na internet diferentes exemplos de cânones. Para isso utilizem como ferramenta as palavras cânone+musical em sites de busca que abrigam gravações em vídeo ou áudio. Poderão ser encontrados variados exemplos.
  2. Escutem os cânones e escolham um que considerem possível de ser aprendido e reproduzido coletivamente. Cantar a mesma melodia de modo defasado é um desafio para quem não está habituado, portanto deve-se dar preferência aos cânones mais simples.
  3. Reproduzam o cânone diversas vezes, até aprenderem a melodia e a letra. Se acharem necessário, anotem a letra para ter como referência na hora de cantar.
  4. Cantem todos juntos algumas vezes até memorizarem a melodia.
  5. Escutem novamente a gravação escolhida e observem bem o momento em que cada voz é iniciada, tendo como referência a voz inicial.
  6. Com a melodia memorizada e conscientes da hora de entrada de cada voz, formem grupos para cantar de modo defasado, em uma, duas, três ou mais vozes, conforme a gravação escolhida como referência.
  7. Com base na gravação, definam a quantidade de repetições que cada voz fará e o momento de finalizar.
  8. Ensaiem várias vezes. No começo poderá ser um pouco difícil, mas certamente será divertido e, com persistência, aos poucos, a turma conseguirá cantar em cânone.
  9. Para concluir, conversem com os colegas e com o professor sobre a experiência, respondendo às seguintes questões:
    1. Quais foram os desafios ao cantar dessa maneira?
    2. Que semelhanças vocês percebem ou imaginam entre essa maneira de organizar a repetição de um padrão melódico e o modo de funcionamento de um programa de computador?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações: Para experimentar – “Reproduzindo padrões com a voz”

Auxilie os estudantes na escolha de um cânone com base na pesquisa on-line. Priorize os cânones cantados em língua portuguesa. É possível encontrar alguns sem palavras, que utilizam apenas sílabas ou onomatopeias. Esses também são muito interessantes, pois, em vez da letra, destacam o som. Como sugestão, consulte o link da gravação da composição Copo Cânone, dos artistas Paulo Tatit e Zé Tatit, executado pelo grupo Palavra Cantada.

Disponível em: https://oeds.link/bzo61l. Acesso em: 3 junho 2022.

Durante a atividade retome o conceito de acorde (explicado na página 106) e chame a atenção para o fato de que, se o cânone for cantado a três ou mais vozes, ao soarem simultaneamente notas diferentes da melodia padrão, elas formarão os acordes que conduzem a harmonia da música.

Quanto ao diálogo interdisciplinar, se possível convide o professor de Matemática da turma para contribuir com a atividade. Uma possibilidade para aprofundar a abordagem da linguagem computacional pode ser ampliar a explicação e exemplificação sobre as sequências recursivas e, mais especificamente, sobre a sequência de Fibonacci – conteúdo previsto na Bê êne cê cê para o componente Matemática.

Os cânones são um bom exemplo de reprodução de padrões em uma produção artística e ilustram bem o conceito de recursão, no qual temos várias instâncias de um mesmo tipo de processo sendo executado ao mesmo tempo, mas de fórma controlada. No caso dos cânones, as vozes que entoam a melodia podem ser consideradas os “processos”. Todos os “processos” cooperam para a realização de determinada atividade, neste caso a execução da composição musical como um todo. Nessa aproximação com características do pensamento computacional, podem-se descrever os seguintes aspectos:

  • Definição clara e precisa da composição: um cânone não é uma composição aleatória, é uma repetição controlada de uma mesma melodia. O controle está na definição da melodia padrão – que precisa ser pensada de modo que se formem os acordes da harmonia quando cantada de modo defasado – na definição rítmica do momento de cada voz iniciar; na maneira de cada voz modificar ou não a melodia padrão; no modo de finalizar a música.
  • Simultaneidade e colaboração das execuções: em vários momentos, temos muitas vozes cantando ao mesmo tempo. Cada uma canta a seu tempo a melodia padrão, com possíveis variações – por exemplo, de altura e timbre – ou seja, as vozes têm certa independência, porém todas colaboram para a construção da peça musical como um todo. Como nas sequências recursivas, cada voz depende da anterior ou das anteriores, ou seja, é uma variação dela(s), e a música resultante é uma composição de todas as vozes.
  • Terminação: Como a melodia padrão é cantada de modo defasado entre as vozes, é preciso cuidar bem do momento de finalizar, para não ficar parecendo que a música foi cortada antes do momento ideal. Para cuidar disso, é possível incluir pequenas alterações específicas na melodia. Geralmente, para concluir com a sensação harmônica de finalização – resolução –, o costume é terminar com as vozes formando o acorde principal da tonalidade, chamado de fundamental.

Vale observar também que essa e várias outras atividades sugeridas no livro possibilitam remeter à ideia de algoritmo; afinal, a própria lista de etapas sugerida nas seções Para experimentar ou Processos de criação pode ser considerada um algoritmo, pois nessas etapas está descrito o modo de realizá-las, a fim de ajudar os estudantes a planejar, organizar, executar e analisar os processos criativos.

Processos de criação

Organizando um sarau

Convidamos você a organizar um sarau – evento em que os integrantes da turma poderão expor suas inquietações por meio de seus trabalhos artísticos. Esta será uma oportunidade para que todos se manifestem.

As atividades desenvolvidas ao longo deste livro, especialmente as propostas neste capítulo, podem ser a base para o que será apresentado no sarau.

O ideal é que a turma toda trabalhe para produzir e atuar; por isso será necessário muito engajamento e atenção nas etapas de trabalho, a fim de que as apresentações proporcionem momentos de reflexão e de celebração de todo o processo vivido ao longo do ano.

Etapa um. Produção.

  1. Com o auxílio do professor, decidam a data e o local do sarau. A partir de então, montem uma tabela com o cronograma de trabalho, com datas das etapas e das atividades, e dividam as tarefas.
  2. A turma se dividirá em quatro equipes e cada uma será responsável por uma série de tarefas na organização do evento:
    1. A equipe de organização do espaço será responsável por:
      • Reservar previamente e organizar os espaços para as apresentações.
      • Receber o público e organizá-lo durante as apresentações.
      • Cuidar da desmontagem do espaço, devolvendo-o nas mesmas condições em que estava no momento da reserva.
    1. A equipe de organização da programação será responsável por:
      • Elaborar uma ficha de inscrição com os dados de cada trabalho.
      • Organizar a sequência das apresentações levando em conta as necessidades técnicas de cada grupo, o tempo previsto e os recursos disponíveis.
      • Fazer uma lista dos materiais de som, vídeo e luz que serão necessários e enviar para a equipe responsável.
      • Controlar o tempo das apresentações.
Orientações e sugestões didáticas

Esta seção propõe a organização de um sarau.

Unidades temáticas da Bê êne cê cê

Artes visuais; Dança; Música; Teatro; Artes integradas.

Objetos de conhecimento

Contextos e práticas; Processos de criação; Arte e tecnologia.

Habilidades em foco nesta seção

Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.

Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etcétera) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etcétera), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

  1. A equipe de comunicação, registro e divulgação será responsável por:
    • Elaborar o material de divulgação do evento.
    • Divulgar o evento com antecedência às demais turmas da escola e à comunidade.
    • Documentar o processo de organização e produção do sarau.
    • Registrar as apresentações por meio de fotografias e gravações de áudio ou vídeo.
  1. A equipe de organização dos materiais audiovisuais será responsável por:
    • Fazer o levantamento de todos os materiais necessários e reservá-los para o dia do sarau.
    • Reservar, montar, desmontar e guardar os materiais de som, vídeo, luz e outros que forem utilizados.
    • Operar os aparelhos eletrônicos necessários para as apresentações no dia do sarau.

Etapa dois. Preparação das apresentações do sarau.

  1. Escolha uma das atividades que tenha sido desenvolvida ao longo do ano para apresentar no sarau. Ao escolher, reflita sobre as seguintes questões: por qual atividade você mais se interessou? Ela foi individual ou em grupo? Se foi em grupo, será que mais pessoas gostariam de repetir a atividade com você? Converse com os colegas.
  2. Nos momentos reservados para os ensaios, trabalhe individualmente ou em grupo para retomar a atividade e estudá-la. Caso seja um trabalho como a criação de um poema, a produção de um texto literário ou de alguma modalidade de arte visual, dedique-se à sua produção em vez de ensaiar.
  3. Para os que optarem pelas atividades deste capítulo, sugerimos alguns caminhos possíveis, que podem ser adaptados:
    1. Para experimentar – “Representar um coletivo recriando a canção”.

Os grupos podem apresentar no sarau os arranjos criados nessa atividade. Outra possibilidade é reviver a experiência de criar um arranjo coletivo a partir da imaginação individual, mas com grupos formados por um integrante da turma junto com o público do sarau.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre a seção Processos de criação

Seria interessante que a atividade pudesse ser realizada concomitantemente ao fechamento do ano letivo. Sugerimos que a duração do sarau possa extrapolar o tempo da aula e que as apresentações possam ser abertas para a comunidade escolar. O importante é que este seja um momento de participação de todos, uma oportunidade para o convívio e para a troca de experiências e de aprendizagem. É importante que você coordene todas as etapas e dê atenção especial ao cronograma de trabalho, adequando-o à sua realidade.

Orientações

Sugerimos dois modelos de documentos que podem ser reproduzidos por você para auxiliar na organização do sarau:

um - Tabela de cronograma (acrescentar a quantidade de linhas segundo as tarefas).

Um tabela composta de duas linhas e três colunas. Na linha superior, em cada uma das colunas, da esquerda para a direita: Data; Tarefa; Equipe. A linha inferior está em branco.

dois - Ficha de inscrição

  • Nome do responsável:
  • Título do trabalho:
  • Tempo de duração em minutos:
  • Linguagem artística:
  • Apresentação do trabalho: (máximo 5 linhas; deixar espaço para preenchimento)
  • Necessidades técnicas: (deixar espaço para preenchimento)
  • Característica do espaço onde vai acontecer o trabalho: (deixar espaço para preenchimento)
  • Materiais de que vai precisar incluindo aparelhagem de som: (deixar espaço para preenchimento)
  • Outras necessidades técnicas: (deixar espaço para preenchimento)

Sobre o cronograma:

Etapa um. Produção

Aula 1: organizar as equipes, o cronograma e as inscrições.

Aula 2: organizar os espaços de apresentação e os materiais de som, de acordo com as inscrições.

Etapa dois. Preparação das apresentações do sarau

Aulas 3 e 4: ensaio e confecção dos trabalhos.

Etapa três. Montagem, apresentações e desmontagem

Aula 5: realização do sarau.

O ideal é reservar um momento para avaliação de todo o trabalho executado pela turma, após a realização do evento.

b. Para experimentar – “Customizar para se expressar”.

Os grupos podem montar uma exposição com as peças confeccionadas ou promover um desfile com as peças customizadas e inspiradas no universo do hip-hop.

c. Para experimentar – “Uma publicação teatral”.

A publicação criada pela turma pode ser distribuída integralmente ou em partes para os participantes do sarau. Um trecho de alguma das dramaturgias publicadas no fanzine pode ser lido para o público.

d. Para experimentar – “A letra da canção vira dança”.

Os grupos que trabalharam essa proposta podem apresentá-la ao público do sarau e, após o término, podem promover uma conversa para escutar as impressões dos espectadores e também falar sobre o processo de criação da coreografia.

e. Para experimentar – “Reproduzindo padrões com a voz”.

Todos os participantes do sarau poderão se unir e apresentar o cânone treinado anteriormente para encerrar o evento.

Etapa três Montagem, apresentações e desmontagem.

  1. No dia do sarau, sigam todo o esquema de organização previamente preparado, considerando que, em alguns momentos, vocês estarão cuidando da organização geral do evento, em outros momentos, estarão atuando em suas apresentações e, em outros, estarão assistindo às apresentações dos colegas.
  2. Fiquem atentos especialmente aos horários combinados; assim, todos terão tempo para apresentar seus trabalhos.
  3. Após o término do sarau, é importante que todos colaborem com a arrumação e a limpeza do espaço e devolvam os materiais aos devidos lugares.

Faça no caderno.

PARA REFLETIR

Reflita sobre as seguintes questões e compartilhe suas respostas com os colegas e com o professor.

  1. Como você colaborou com o grupo?
  2. Quais foram os principais problemas encontrados no processo e quais foram as alternativas mais interessantes para resolvê-los?
  3. Qual foi a sensação de apresentar seu trabalho?
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Como esta é uma atividade que procura ser aberta à comunidade escolar, pode-se aproveitar a ocasião para conversar com os espectadores externos sobre suas reflexões a partir dos trabalhos artísticos da turma e sobre a organização do sarau. Uma fórma possível de organizar essa devolutiva dos espectadores é a realização de uma conversa/debate após determinado cronograma de apresentações. Entretanto, o debate não é o único modo de receber as devolutivas dos espectadores. Vocês podem espalhar, pelo espaço, papéis e materiais para escrever, convidando o público a registrar palavras, reflexões e comentários sobre o evento. Proponha aos estudantes que eles mesmos pensem em modos de receber as devolutivas do público ao longo da realização do sarau.

Sobre a atividade: Para refletir

Esta conversa final visa verificar se os estudantes conseguem se expressar a partir da vivência, avaliando sua participação e sua atuação ao longo do processo criativo. Também é importante aprender a fazer e escutar críticas, formulando perguntas para os trabalhos apresentados. Ao escutar as impressões que nossos trabalhos provocam nas outras pessoas, observamos nossas ações e produções por outros pontos de vista e podemos, assim, fazer novas escolhas.

Organizando as ideias

Mosaico de fotografias. Composto de um recorte vertical de quatro fotografias. Da esquerda para a direita: uma mulher com cabelos na altura dos ombros, usando blusa azul e calça jeans, está segurando um microfone; à sua frente, há pessoas olhando na sua direção e, na parede atrás dela, há um cartaz com o texto: Matéria Poética; fotografia em preto e branco de Elis, mulher com cabelos curtos, usando brinco longo; ela está com a cabeça inclinada para trás, de olhos fechados, e segura um microfone com a mão direita próximo à boca; na base de sustentação de uma ponte, grafite de uma mulher com cabelos esvoaçantes para a esquerda da imagem, usando um vestido azul. Ela está com uma corda em volta do corpo, prendendo os seus braços, e com os punhos amarrados; abaixo dela há um rio nas cores vermelho e laranja, no qual há uma canoa e, dentro dela, um menino; ao fundo da imagem, há prédios e, sobre eles, um céu amarelo onde flutuam outros três prédios, cujas bases se esfarelam; um homem, usando blusa amarela e calça azul, segura um microfone azul e está com um dos braços estendido para o alto; atrás dele há uma janela, por onde entra luz natural.

Após ter realizado tantas práticas coletivas, converse com os colegas e com o professor sobre seus aprendizados e reflita sobre as seguintes questões.

Faça no caderno.

  1. De todas as propostas que experimentou no capítulo, quais foram as que mais possibilitaram trocas entre os membros das equipes de trabalho? Como foram essas trocas?
  2. O que você aprendeu sobre trabalhar em equipe?
  3. O que mais o surpreendeu nas apresentações artísticas às quais assistiu?
  4. Quais descobertas você fez ao longo deste capítulo? O que você gostaria de continuar aprofundando?
Orientações e sugestões didáticas

Unidade temática da Bê êne cê cê

Artes integradas.

Objeto de conhecimento

Contextos e práticas.

Habilidade em foco nesta seção

Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Neste diálogo final sobre o capítulo e sobre este último volume da coleção, é importante reforçar que a potencialidade das linguagens artísticas para gerar experiências coletivas, momentos de comunhão e reflexões sobre diferentes modos de interações sociais é um aspecto que pode contribuir para transformações sociais, construção de uma cultura de paz e desenvolvimento de um olhar atento e crítico para diferentes aspectos da vida coletiva.

Sobre as atividades

  1. Conversem sobre a natureza dessas trocas: de aprendizado técnico, de experiências anteriores, de informações etcétera
  2. Peça aos estudantes que apontem o que aprenderam uns com os outros e que também cada um faça uma autoavaliação sobre seu envolvimento com os grupos.
  3. Podem ser aspectos próprios das linguagens artísticas ou sobre o conteúdo de algumas apresentações.