CAPÍTULO 2  A origem da humanidade

Cena de animação. Dois grupos de pessoas em um ambiente cercado de vegetação. À direita, uma mulher com uma longa trança usando um vestido em tons de verde. Ao lado dela, um homem de barba, franja e o cabelo amarrado em um coque. Ele usa calça e uma blusa aberta, sem fechos, no mesmo tom de verde do vestido da mulher. Os dois olham atentamente para uma família à esquerda, vestida com roupas feitas de pele de animais. Todos da família estão em posição inclinada, com as mãos tocando o chão. À frente, um homem grande com o rosto comprido, olhos pequenos e de cavanhaque. Os braços são largos e fortes. Atrás dele, três crianças. Ao seu lado, uma senhora de cabelos brancos e um rapaz. Todos olham boquiabertos para o casal.
Cena da animação Os Croods 2: uma nova era (2020), do diretor djôl cróford.

A imagem desta abertura é a reprodução de uma cena da animação Os Croods 2: uma nova era, lançada em 2020. Ambientada na chamada Pré-história, a animação narra as aventuras da família Croods na procura por um novo lar e o encontro deles com outra família, com hábitos muito diferentes dos seus, os Bemelhores.

Assim como Os Croods, muitas outras animações, filmes e histórias em quadrinhos são ambientados no período conhecido como Pré-história. Eles procuram mostrar como era a vida dos seres humanos há centenas de milhares de anos. Porém, os estudos históricos sobre esse período baseiam-se em vestígios arqueológicos, que, muitas vezes, revelam informações pouco precisas. Assim, essas produções acabam mostrando mais elementos do modo de vida dos seres humanos do presente do que do passado.

  • Você conhece alguma outra produção ambientada na Pré-história?
  • O que você sabe sobre a vida dos seres humanos nesse período?

Os mitos de criação

Você já deve ter ouvido várias histórias sobre o surgimento dos seres humanos, dos animais e das plantas. Elas são chamadas mitos. Os mitos são narrativas cheias de elementos sobrenaturais, como deuses, animais falantes e acontecimentos mágicos. Por meio delas, as pessoas tentam explicar o porquê de as coisas serem como são e como os integrantes de cada sociedade devem se comportar.

Os mitos que contam a origem dos seres humanos variam bastante de uma cultura para outra, porém quase sempre atribuem a criação da humanidade à iniciativa de deuses e de outros seres fantásticos, que teriam criado os homens e as mulheres moldando-os no barro, esculpindo-os na madeira, utilizando milho ou outros materiais.

No Brasil, onde vivem mais de duzentos povos indígenas, há inúmeros mitos que explicam como o mundo e a humanidade foram criados. Leia a seguir um mito sobre a criação do mundo contado por indígenas do povo Desana, grupo étnico que habita a região do Rio Uaupés, no Amazonas.

No princípio, o mundo não existia. As trevas cobriam tudo. Quando não havia nada, brotou uma mulher de si mesma. Surgiu suspensa sobre seus bancos mágicos e cobriu-se de enfeites que se transformaram em uma morada. reticências

Essa mulher, depois de ter aparecido, pensou como deveria ser o futuro do mundo. reticências Seu pensamento começou a tomar fórma e levantar-se como se fosse uma esfera, que era o universo. Ainda não havia luz. Só no compartimento onde ela se fez havia luz, porque era todo branco, de quartzo.

Feito isso, ela chamou a esfera de ëmëkho patolé reticências. Era como se fosse uma grande malocaglossário . Depois ela quis povoar essa grande casa. reticências Tirou o ipaduglossário da boca e o fez transformar-se em homens reticências de pedra branca, que são eternos, não são mortais como nós.

cumu umúsin panlõn; keníri tolamãn. Antes o mundo não existia. São Paulo: Livraria Cultura, 1980. página 51-52.

Fotografia. Família indígena posando para foto. À esquerda um senhor idoso, de cocar e colar com grandes penas azuis. Usa também um colar com dentes de animais. Tem o centro da testa, as bochechas e a ponta do nariz pintados de vermelho. Veste uma espécie de saiote de tecido, com desenhos de figuras geométricas pintadas de vermelho. Ao seu lado, uma criança com o rosto e a barriga parcialmente pintados de vermelho e preto. Ao lado dela, uma mulher de cabelos longos, à frente do corpo, cobrindo os seios. Ela usa uma saia de palha, longos brincos de pena e vários colares. Tem pinturas pelo rosto. À direita, ao lado dela, um homem com um cocar de penas coloridas, bochechas desenhadas e colares atravessando seu corpo diagonalmente. Usa um saiote com formas geométricas pintadas de vermelho. Ao fundo, vista parcial de uma fachada de madeira.
Família indígena do povo Desana, Manaus, Amazonas. Foto de 2015.

Grafia dos nomes dos povos indígenas

Nos livros desta coleção, os nomes dos povos indígenas do Brasil foram escritos de acordo com a Convenção para a Grafia dos Nomes Tribais, aprovada na Primeira Reunião Brasileira de Antropologia, em 1953.

  • Com inicial maiúscula, quando usados como substantivo, e opcional quando usados como adjetivo.
  • Sem flexão de número ou de gênero.

A origem dos seres humanos

O ser humano sempre procurou conhecer ou imaginar suas origens. Perguntas como “Quando, onde e como surgiram os primeiros seres humanos?” ou “Como os seres humanos se espalharam pela Terra?” intrigaram muitas sociedades.

Quando você estuda os povos da Antiguidade, como os egípcios e os gregos, descobre que as respostas dadas por eles para essas questões se baseavam em mitos de origem. No entanto, com o passar do tempo, as sociedades humanas procuraram, com base em evidências materiais, elaborar explicações científicas para a origem da vida, sem levar em consideração crenças religiosas e acontecimentos sobrenaturais.

No mundo atual, predominam duas explicações para a origem do universo, da vida e do ser humano: uma religiosa – o criacionismo – e outra científica – o evolucionismo.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

1. Como a maioria dos mitos explica a origem dos seres humanos?

Criacionismo: o ser humano como criação divina

O criacionismo é uma explicação para a origem do universo e da vida que se baseia na fé. Para os criacionistas, todas as coisas existentes foram criadas exatamente como são por uma ou mais entidades sobrenaturais superiores, ou seja, um deus ou vários deuses.

No mundo ocidental, marcado pelas tradições do judaísmo e do cristianismo, a narrativa criacionista mais conhecida está contida no livro do Gênesis, que integra o Antigo Testamento da Bíblia.

De acordo com a narrativa bíblica, Deus levou sete dias para criar o mundo: no primeiro dia, criou os céus, a terra e a luz; no segundo, criou o firmamento, o qual chamou de céu; no terceiro, criou a terra seca, as plantas e as árvores frutíferas; no quarto, criou o Sol e as estrelas; no quinto e no sexto dia, criou as aves e os animais marinhos e terrestres, entre os quais o ser humano; no sétimo dia, Deus descansou, admirando tudo o que havia criado.

O criacionismo não é uma teoria porque não está amparado em evidências. Trata-se de uma narrativa mítica cuja aceitação depende das crenças religiosas das pessoas.

Ilustração. Obra em três quadros.
Quadro 1. Na parte superior da imagem um homem de cabelos longos e castanhos, vestindo uma túnica azul e laranja, está dentro de um círculo de borda ondulada azul. Ele olha para baixo e faz um gesto com a mão, na direção de aves e de peixes que estão na água.
Quadro 2. O homem com o corpo mais para fora do círculo estende a mão na direção de alguns animais e plantas terrestres.
Quadro 3. O homem em pé, fora do círculo, segura uma das mãos de uma mulher que parece sair da lateral de um homem que aparenta estar dormindo. Ambos estão nus.
Detalhe da obra A criação do mundo, ilustração de uma edição do século doze da Bíblia. Biblioteca Municipal de mulãns, França. O criacionismo judaico-cristão foi a principal versão elaborada no Ocidente para explicar a origem do mundo até o século dezenove.

Evolucionismo: o ser humano como resultado de um processo natural

Em meados do século dezenove, a explicação criacionista para a origem da vida em geral e dos seres humanos em particular foi contestada pelas descobertas de dois naturalistas britânicos: álfréd rãssel uólace e Chárles Dárvin. Suas ideias deram origem à teoria da evolução, também conhecida como evolucionismo.

Em 1831, Dárvin participou de uma expedição científica a bordo do navio Beagle. Durante a viagem, ele estudou e comparou espécies de animais e de plantas de diferentes regiões. Também coletou fósseis e percebeu semelhanças entre organismos extintos e vivos. Com base nessas observações, Dárvin concluiu que todas as espécies de seres vivos passam, no decorrer do tempo, por um processo natural de transformação.

Ilustração em preto e branco. Destaque para a cabeça de quatro pássaros, todos pretos, numerados de um a quatro.
1: Pássaro com a cabeça grande e bico largo. Olhos grandes e redondos.
2: Pássaro com a cabeça menor do que o primeiro, bico mais fino e olhos menores.
3: Pássaro com a cabeça e bico bem pequenos. Olhos redondos.
4: Pássaro com a cabeça pequena e estreita. Bico fino e comprido. Olhos redondos.
Ilustração de 1845 que mostra quatro tentilhões-de-galápagos estudados por Dárvin em sua viagem. Biblioteca da Universidade da Flórida, Gainesville, Estados Unidos. Entre setembro e outubro de 1835, Dárvin esteve nas Ilhas Galápagos, no Equador, e pôde observar que as características das aves variavam conforme as necessidades de sobrevivência impostas pelo ambiente.

uólace viajou para o Brasil, para a Indonésia e para a Malásia entre 1848 e 1852, e, assim como Dárvin, coletou plantas e animais para suas pesquisas. Com seus estudos, chegou às mesmas conclusões que Dárvin a respeito das transformações das espécies.

Com base nas correspondências trocadas com uólace, no conhecimento elaborado com outros cientistas e em suas pesquisas, Dárvin publicou, em 1859, o livro A origem das espécies. Nessa obra, ele apresentou um amplo estudo sobre a formação, a evolução e a extinção das espécies.

Doze anos depois, Dárvin publicou A origem do homem e a seleção sexual, que trata da evolução da espécie humana. Nesse livro, o naturalista inglês defendeu a ideia de que os seres humanos e os grandes primatas, como os gorilas e os chimpanzés, evoluíram de um ancestral comum. Ele nunca afirmou que descendíamos diretamente dos macacos, embora alguns críticos de seu trabalho tenham lhe atribuído equivocadamente essa ideia.

Caricatura. Dois macacos com cabeça de homem fazendo malabarismos no picadeiro de um circo. Um deles, de calça amarela, está sentado, tem a cabeça de um homem de cabelos pretos e lisos, e usa óculos. Ele está segurando dois aros amarelos no alto. O macaco que passa pelos aros usa uma sunga vermelha. Ele tem a cabeça de Charles Darwin, senhor careca de barbas brancas. Ao fundo, várias pessoas assistem à cena.
O homem descende do macaco, caricatura de André Gill publicada no periódico parisiense La Lune, 1878. Museu Carnavalet, Paris, França. Nessa caricatura, Dárvin, representado com o corpo de macaco, passa pelo aro “Credulidade” e segue em direção ao outro no qual está escrito “Superstições”, “Erros” e “Ignorância”.

Seleção natural

De acordo com a teoria evolucionista, há muitas variações entre indivíduos da mesma espécie.

Algumas características aumentam as chances de reprodução ou de sobrevivência de um indivíduo, que, por isso, consegue deixar mais descendentes. Os indivíduos que não têm essas características vivem menos tempo e, portanto, têm menos descendentes. Após várias gerações, as características que aumentam as chances reprodutivas e de sobrevivência dos indivíduos da espécie estarão cada vez mais acentuadas e presentes na população. Dárvin chamou esse processo de seleção natural.

A seleção natural sucessiva, em uma escala extensa de tempo, pode levar a um acúmulo significativo de características selecionadas, resultando em novas espécies de seres vivos.

Dárvin não conhecia a causa dessas variações entre os indivíduos da mesma espécie. Atualmente, os cientistas reconhecem que a variação de características em uma espécie é causada por mutações nos genesglossário de alguns indivíduos. Essas mutações acontecem ao acaso na natureza, mas podem resultar também da intervenção humana.

Exemplo hipotético de evolução por seleção natural

Ilustração dividida em três quadros. Exemplo hipotético de evolução por seleção natural. A passagem de um quadro a outro é indicada por uma seta vermelha. Quadro um: diversos besouros, uns verdes outros marrons, sobre uma folhagem marrom. Abaixo, o texto: Besouros de uma mesma espécie vivem na folhagem caída sobre o solo de uma floresta. Alguns indivíduos dessa população são amarronzados e outros são verdes. Quadro dois: duas aves grandes de penas brancas e asas pretas, bico e pernas longas. Elas estão comendo besouros verdes, que se destacam em meio à folhagem seca. Abaixo, o texto: A migração de aves insetívoras para a região é uma ameaça para os besouros. Procurando entre as folhas secas de tons marrons, os pássaros encontram e capturam mais facilmente os besouros verdes, cuja coloração é mais contrastante com a folhagem. Quadro três: restaram sobre a folhagem seca apenas os besouros de coloração amarronzada. Abaixo o texto: Por serem menos visíveis, os besouros amarronzados são menos predados pelas aves. Dessa forma, suas chances de sobrevivência são maiores e, por isso, eles tendem a gerar mais descendentes.

Fonte: Evolução da vida, de Time-Life. São Paulo: Abril, 1994. página 14 e 15. (Coleção Ciência e natureza).


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Cite as duas explicações mais difundidas no mundo ocidental para a origem do ser humano.
  2. É correto dizer que os seres humanos evoluíram do macaco?
  3. De acordo com Chárles Dárvin, qual é o processo que provoca a evolução das espécies?

África, berço da humanidade

A linhagem de primatasglossário que deu origem aos seres humanos se separou dos chimpanzés e bonobos, nossos parentes mais próximos no reino animal, há aproximadamente 7 milhões de anos, no continente africano. Por volta de 3,9 milhões de anos, seus descendentes passaram a caminhar sobre duas pernas e adotaram uma postura ereta. As espécies primitivas de primatas bípedesglossário são consideradas ancestrais dos homens modernos e identificadas como hominídeos.

Os primeiros hominídeos conhecidos até o momento foram os australupitécus. Existiram várias espécies desse gênero, das quais muitas se extinguiram em razão de mudanças ambientais, ao passo que outras evoluíram e deram origem a vários novos grupos de seres parecidos conosco.

Os hominídeos que conseguiram se adaptar às transformações ambientais e sobreviver apresentavam algumas características específicas, como cérebro maior, andar ereto e um formato de mãos e dedos que facilitava a manipulação de pequenos objetos e a fabricação de instrumentos. Ao longo do tempo, essas mudanças originaram o gênero ômo.

O processo de evolução dos seres humanos foi longo e complexo. Entre os primeiros hominídeos e nós, os Omo sápiens, houve muitas espécies que existiram por milhões ou milhares de anos antes de se extinguirem. Algumas nos transmitiram suas características, outras desapareceram sem deixar descendentes. Nesse percurso, nossos ancestrais fizeram diversas conquistas, como aprender a fabricar ferramentas, produzir o fogo e desenvolver a capacidade de fala.

Árvore genealógica humana

Ilustração. Árvore genealógica humana. À esquerda, linha cronológica vertical, com divisões em milhões de anos. À direita, ilustração de árvore com diversos galhos. Em cada galho é representado um grupo ou indivíduo de determinado gênero. De baixo para cima:
6 milhões de anos atrás: Gênero Sahelanthropus. Hominídeo de boca grande e pescoço lago. A testa é pequena e os olhos grandes.
5 milhões de anos atrás: Gênero Orrorin. Hominídeo de cabeça arredondada, nariz largo e testa estreita.
4 milhões de anos atrás: Gênero Ardipithecus. Hominídeo com pelagem comprida, boca grande e olhos pequenos.
3 milhões e 2 milhões de anos atrás: Gênero Australopithecus. Hominídeos mais semelhantes à espécie humana: poucos pelos, olhos, nariz e boca de tamanhos proporcionais entre si.
1 milhão de anos atrás: Gênero Paranthropus. Hominídeos com barba, nariz largo, lábios finos.
Presente: Gênero Homo. Fotografia de quatro pessoas, com características físicas diferentes.

Fonte: SMITHSONIAN NATIONAL MUSEUM OF NATURAL HISTORY. Human Family Tree. Disponível em: https://oeds.link/zNSvmp. Acesso em: 22 fevereiro 2022.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Em que região do planeta evoluíram os primeiros ancestrais do ser humano?
  2. Liste algumas características que diferenciaram os hominídeos dos demais primatas.

História sem escrita

Como vimos no capítulo 1, até o início do século vinte, os historiadores entendiam que o conhecimento histórico só poderia ser produzido com base em documentos escritos. Por isso, chamaram o período anterior à invenção da escrita de Pré-história. Contudo, a maior parte da história humana transcorreu justamente nesse período, anterior à invenção da escrita.

Diante disso, como podemos estudar a chamada Pré-história? Como teria sido a vida dos seres humanos durante esse tempo? Para responder a essas perguntas, os pesquisadores precisam montar um quebra-cabeça baseado exclusivamente em vestígios materiais deixados por nossos antepassados.

Existem muitas técnicas e métodos para estudar a cultura material dos povos da Pré-história. Por exemplo, os estudiosos fazem comparações entre esses povos e as sociedades ágrafasglossário do presente. Porém, nem todos os pesquisadores consideram válidas essas comparações, pois afirmam que aspectos formais parecidos entre duas culturas podem ter significados bastante diferentes. Por essa razão, advertem que é preciso cautela para não transferir conhecimentos de um tempo para outro e de uma cultura para outra, como se as culturas ágrafas fossem todas iguais ou tivessem ficado “congeladas” no tempo.

Apesar das críticas ao método comparativo, algumas características parecem ser recorrentes nas sociedades sem escrita. Uma delas é o modo de tratar os idosos. Diferentemente do que acontece nas sociedades industriais de hoje, em que os idosos muitas vezes são considerados “improdutivos” e chegam até mesmo a ser abandonados pela família, nas sociedades ágrafas, eles assumem funções importantes, como a de conselheiros e guardiões da sabedoria dos antepassados.

Refletindo sobre

Vimos que os idosos são valorizados nas sociedades ágrafas. Como os idosos que você conhece são tratados? Em sua opinião, esse tratamento é justo? Por quê? Quando você envelhecer, como deseja ser tratado?

Saiba mais

Tradição oral e patrimônio imaterial

Nas sociedades ágrafas, o conhecimento é transmitido oralmente através das gerações. Técnicas, histórias dos antepassados, regras de convívio social, conhecimentos sobre a natureza, entre muitos outros saberes, são preservados sem a necessidade de escrita. Entre vários povos africanos, como os mandingas, os fulas e os hauçás, o contador de histórias, ou griô, tem o papel de transmitir oralmente esses conhecimentos.

Um griô geralmente pertence a uma família de contadores de histórias. Ele precisa ser iniciado por um griô mais velho para aprender o que deve transmitir à comunidade e que técnicas pode usar para fazer isso. Essas técnicas incluem o conhecimento de rimas, gestos, expressões faciais e utilização de instrumentos musicais, como a kora, para compor sua perfórmance. Os mitos, as lendas e as técnicas de transmissão do saber são parte da tradição de um povo e integram seu patrimônio cultural imaterial.


Fotografia. Mulher negra com os cabelos trançados e roupa vermelha. Ela segura um instrumento de base arredondada. Na parte superior, uma haste vertical e cordas, semelhante a um braço de violão, mas dispostos como em uma harpa.
A artista gambiana Sona Jobarteh tocando kora, instrumento musical usado pelos griôs. Nova iórque, Estados Unidos. Foto de 2019.

Leitura complementar

Testemunhas da história

O texto a seguir, da historiadora francesa Colette suinen, trata dos vestígios materiais deixados pelos seres humanos primitivos.

Uma cultura se define através de coisas tão diversas como língua, culinária, vestimenta, religião. A cultura é um campo tão vasto que engloba todos os elementos da vida cotidiana. A partir do estudo dos vestígios de pedra, os arqueólogos elaboram hipóteses e reconstituições da vida de nossos distantes antepassados. Para entender melhor a dificuldade desse trabalho, imagine que nossa sociedade não deixasse nada além de objetos de plástico! Como se haveria de interpretar nossa civilização?

O pré-historiador se encontra nessa difícil situação. Ele dispõe de informações muito parciais sobre o legado que o homem pré-histórico nos deixou. As rochas se conservaram, mas as ossadas geralmente desapareceram, em razão da acidez do solo. Outros materiais orgânicos, como pele, cortiça, madeira, fibras vegetais, que se decompõem com rapidez, também desapareceram. reticências

Os utensílios de pedra são os indicadores mais confiáveis para acompanhar a evolução tecnológica e cultural dessas diferentes populações através do tempo. Cada período cronológico é representado pelo que os especialistas chamam de indústriaglossário . reticências

Diferentes tipos de rocha foram utilizados para fabricar esses objetos reticências. Esses materiais são encontrados facilmente na natureza, sob fórma de pedrinhas ou de blocos. reticências

reticências milhões de anos, o ômo ábilis produziu o primeiro utensílio de que temos notícia. Com uma pedra que funcionava como uma espécie de martelo (o percussor), ele bateu nas bordas de outra pedra para torná-las cortantes. Obteve, assim, uma ferramenta simples, mas eficaz, para cortar carne. Há 1,2um reais e vinte centavos milhão de anos, surgiu o biface reticências. Esse utensílio, criado pelo ômo eréctus, tinha ambas as faces trabalhadas. Servia para cortar quase tudo: madeira, pele, carne e por aí afora. reticências

O homem de Neãndertal alcançou um alto nível técnico. Seu novo método de córte reticências baseava-se no princípio de que, ao começar o trabalho, o artesão já sabia o que iria fazer. Assim, ele preparava seu bloco de pedra (o núcleo) de modo a produzir lascas nas fórmas e nas dimensões desejadas. Esse planejamento atesta o progresso da inteligência humana. O novo método reticências foi empregado durante centenas de milhares de anos.

suinen colete. A Pré-história passo a passo. São Paulo: Claro Enigma, 2010. página 36-39.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Por que os utensílios de pedra fabricados pelos humanos primitivos são as fontes mais confiáveis para estudar a vida das comunidades naquele período?
  2. Como o texto apresenta a evolução da espécie humana?
  3. Em sua opinião, que tipo de interpretação os pesquisadores do futuro poderiam fazer sobre nosso cotidiano com base nos objetos que descartamos, como o plástico?

Periodização da história sem escrita

Com base nos conhecimentos de que dispomos, podemos afirmar que os homens e as mulheres pré-históricos eram hábeis produtores de cultura e tecnologia. Aprenderam a trabalhar em grupo, a usar e a produzir fogo, a criar ferramentas, a construir abrigos e a adaptar-se às mudanças do ambiente.

No século dezenove, quando fizeram os primeiros estudos sobre a chamada Pré-história, os pesquisadores a dividiram em três períodos, usando como critério as mudanças tecnológicas de fabricação de artefatos. As técnicas identificadas foram, basicamente, o lascamento e o polimento da pedra e o desenvolvimento da metalurgia.

A divisão da Pré-história proposta pelos primeiros estudiosos continua sendo usada no presente.

  • Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada. Teve início há cêrca de 2,5 milhões de anos, com o surgimento do gênero ômo. Período mais longo da história humana, estendeu-se até por volta de 12 mil anos atrás. Os instrumentos utilizados para garantir a sobrevivência eram feitos de lascas de pedra e ossos. Provavelmente, também eram usadas a madeira e a palha, mas esses materiais se deterioram facilmente e, por isso, não há vestígios arqueológicos deles.
  • Neolítico ou Idade da Pedra Polida. Estendeu-se de 12 mil até cêrca de 6 mil anos atrás, quando foi inventada a escrita. Nesse período, os grupos humanos passaram a polir a pedra, produzindo instrumentos mais resistentes, começaram a praticar a agricultura e a domesticar animais e desenvolveram técnicas para a fabricação de cerâmica.
Fotografia. Pontas de lança e de flecha feitas de pedra. Duas são triangulares com duas cavidades na base. As outras duas são ovais com uma das extremidades mais fina.
Pontas de lança e pontas de flecha do período Neolítico encontradas em Kent, Reino Unido. Museu de Yorkshire, York, Reino Unido.

Idade dos Metais. Iniciou-se há cêrca de 8 mil anos e se estendeu até por volta do século três antes de Cristo Nesse período, o ser humano descobriu o uso do cobre, do bronze e, mais tarde, do ferro, metais que serviam para a fabricação de enfeites, esculturas, armas e diversas ferramentas.

É importante ressaltar o fato de que as transformações tecnológicas observadas pelos estudiosos para fazer essa periodização não ocorreram ao mesmo tempo em todos os grupos humanos. Além disso, o uso de uma nova tecnologia ou material não significou o abandono do mais antigo. Por exemplo, instrumentos feitos de pedra eram usados na mesma época em que se utilizavam instrumentos feitos de metal, da mesma fórma como hoje usamos ao mesmo tempo textos escritos em papel e digitais.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. De que maneira os pesquisadores podem reconstituir a vida das sociedades pré-históricas?
  2. Como o conhecimento é transmitido nas sociedades sem escrita?
  3. Quais são os períodos em que a Pré-história é comumente dividida? Qual foi o critério usado para definir esses períodos?

O longo percurso do gênero humano

É provável que nossos antepassados da espécie ômo ábilis, que viveram entre 2,2 e 1,6 milhões de anos atrás, se alimentassem principalmente de folhas, frutas e grãos e de restos de animais mortos. Eventualmente, deviam matar e comer pequenos animais. Usavam ferramentas rudimentares, fabricadas sem uma finalidade específica.

A descoberta do uso do fogo pelos ômo eréctus, há mais de um milhão de anos, possibilitou o cozimento da carne, tornando-a mais fácil de ser digerida e favorecendo o aumento do consumo de proteína. Além disso, garantiu proteção aos grupos humanos, que utilizavam o fogo para afugentar animais e para iluminar ambientes escuros, sobretudo à noite. Os ômo eréctus foram também a primeira espécie humana a planejar os instrumentos de pedra lascada de acordo com funções predefinidas e a desenvolver a fala, o que fortaleceu a capacidade de organização dos bandos.

Das espécies humanas primitivas, o ômo neãndertalêncis foi o mais parecido com o Omo sápiens. Muito robustos e inteligentes, os neandertais foram habilidosos caçadores. Eles mantinham laços afetivos fortes no interior do bando, preocupando-se com os membros mais frágeis e enterrando seus mortos.

A vida no Paleolítico

Os grupos humanos do Paleolítico viviam basicamente da caça e da coleta. Os homens eram responsáveis pela caça, enquanto as mulheres faziam a coleta de frutos, sementes, folhas, mel, ovos e larvas. Como era preciso se deslocar para encontrar o alimento, os grupos humanos eram nômades, ou seja, mudavam-se constantemente. Por isso, não construíam moradias permanentes. Ocupavam cavernas e grutas ou faziam tendas para se abrigar. Por causa da dificuldade da vida nessas condições, os grupos humanos eram pequenos, com poucas crianças e idosos.

História em construção

Registros rupestres

Os registros rupestres são desenhos e gravuras feitos em paredes de rochas e no interior de cavernas. As imagens podem ser figurativas – representações de animais, seres humanos e plantas – ou não figurativas – grafismos e representações geométricas. As mais antigas já encontradas têm aproximadamente 40 mil anos e estão na França e na Indonésia.

Durante muito tempo, os pesquisadores acreditaram que as pinturas rupestres eram feitas com o objetivo de caça: representava-se o animal que se pretendia caçar para que isso favorecesse a caça. Porém, essa hipótese foi questionada no século passado, porque muitos animais representados não faziam parte da dieta dos caçadores e também porque havia representações de seres fantásticos e de figuras sem relação com a caça.


Fotografia. Pinturas rupestres na parede interna de uma caverna. À direita, animais com chifres, semelhantes a rinocerontes. Próximo a eles diversos traços.
Pinturas rupestres feitas há cêrca de 20 mil anos, encontradas na caverna Chauvet, em Vallon-Pont-d’Arc, na França.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. A evolução do gênero ômo até o surgimento do Omo sápiens ocorreu em qual dos períodos da Pré-história?
  2. Cite duas importantes consequências da descoberta do uso do fogo pelo ômo eréctus.
  3. Por que os grupos humanos do período Paleolítico viviam em moradias temporárias?

A Revolução Neolítica

cêrca de 12 mil anos, a elevação da temperatura e da umidade, decorrente do fim da última era glacialglossário , provocou mudanças na fauna e na flora, como a redução das savanas e a formação de florestas, além da extinção de grandes animais, como o mamuteglossário e a preguiça-gigante, que não se adaptaram ao novo clima.

Pressionados pelas mudanças no ambiente, os grupos humanos se fixaram às margens de rios e lagos, onde a disponibilidade de alimento era maior. Acredita-se que essa situação possibilitou às mulheres, responsáveis pela coleta, observar mais atentamente o ciclo de vida dos vegetais e perceber que uma nova planta brotava no local em que as sementes eram atiradas após o consumo dos frutos.

Assim, há aproximadamente 10 mil anos, os seres humanos começaram a praticar a agricultura e a domesticar animais como ovelhas, cabras, porcos, bois e galinhas.

A agricultura e a criação de animais (a partir de 8000 antes de Cristo)

Mapa. A agricultura e a criação de animais, a partir de oito mil antes de Cristo. Mapa com a representação de terras na América, África, Europa e Ásia, destacando áreas de cultivo de alimentos e criação de animais.
Na legenda, ilustrações representam os seguintes elementos: algodão, arroz, aveia, batata, cânhamo, centeio, cevada, ervilha, feijão, inhame, lentilha, mandioca, milho, painço, sorgo, trigo, cabra, carneiro, boi, cavalo, porco, galinha, ganso e lhama.
Em amarelo: área de origem das principais culturas agrícolas e da criação de animais.
Em vermelho: Crescente Fértil.
No mapa, na região do Crescente fértil, localizada no Oriente Médio, foram indicados os seguintes elementos: Criação de carneiros, oito mil antes de Cristo; criação de cabras, sete mil e quinhentos antes de cristo; cultivo de ervilhas, sete mil antes de Cristo; cultivo de trigo, seis mil antes de Cristo.
Áreas de origem das principais culturas agrícolas e da criação de animais foram indicadas nos quatro continentes representados. Na América central: Cultivo de milho, seis mil antes de Cristo; cultivo de feijão, três mil antes de Cristo. Na costa oeste da América do Sul: cultivo de batata, oito mil antes de Cristo; cultivo de feijão, sete mil antes de Cristo; criação de lhamas, quatro mil antes de Cristo; cultivo de algodão, três mil e trezentos antes de Cristo. Na costa leste da América do Sul: cultivo de mandioca, cinco mil antes de Cristo; cultivo de inhame, três mil antes de Cristo.
Na África: cultivo de cevada, oito mil antes de Cristo; cultivo de trigo, seis mil antes de Cristo; cultivo de sorgo, quatro mil antes de Cristo; cultivo de painço, três mil antes de Cristo. Na Europa: cultivo de centeio, oito mil antes de Cristo; criação de porcos, sete mil antes de Cristo; cultivo de aveia, seis mil e quinhentos antes de Cristo; criação de bois, seis mil e quinhentos antes de Cristo. Na Ásia, na região do Oriente Médio: criação de gansos, oito mil antes de Cristo. Na porção central da Ásia: cultivo de lentilhas, sete mil antes de Cristo; cultivo de cânhamo, cinco mil e quinhentos antes de Cristo; cultivo de algodão, quatro mil e quinhentos antes de Cristo; criação de cavalos, três mil e quinhentos antes de Cristo. No Sudeste asiático: criação de galinhas, oito mil antes de Cristo; cultivo de arroz, oito mil antes de Cristo; criação de porcos, sete mil antes de Cristo; cultivo de inhame, sete mil antes de Cristo; cultivo de painço, seis mil antes de Cristo.
No canto inferior direito do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.614 quilômetros.

Fonte: PARKER, Geoffrey (edição). Atlas da história do mundo. São Paulo: Times/Folha de São Paulo, 1995. página 38-39.


Responda em seu caderno.

Explore

  1. A agricultura se desenvolveu ao mesmo tempo em todos os lugares? Explique.
  2. Os vegetais cultivados na América do Sul eram os mesmos cultivados na África? Justifique.

Para cuidar dos rebanhos e das plantações, muitos grupos humanos se sedentarizaram, isto é, fixaram moradia em um lugar, sem se deslocar constantemente como os caçadores-coletores. Nesses locais, desenvolveram novos instrumentos de trabalho, como pás e foices. Também começaram a fabricar recipientes de barro e cerâmica para transportar líquidos, cozinhar e armazenar alimentos.

Ao longo do tempo, as sociedades humanas desenvolveram tecnologias para aumentar a produção, a variedade e a qualidade dos alimentos cultivados: construíram canais de irrigação, ergueram celeiros para armazenar os grãos e passaram a selecionar sementes para o cultivo e animais para a domesticação. Isso aumentou a oferta de alimentos, o que tornou possível o estabelecimento de sociedades cada vez maiores e mais complexas.

O desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais causaram um impacto tão profundo na organização e no modo de vida dos grupos humanos que os historiadores se referem às transformações que acompanharam esses fatos como Revolução Neolítica. No entanto, é preciso ressaltar que nem todos os povos passaram por essas mudanças. Muitos permaneceram exclusivamente como caçadores-coletores e outros combinaram a caça e a coleta com a prática da agricultura. Ou seja, as sociedades diversificaram-se e selecionaram as práticas e atividades econômicas mais favoráveis à sua sobrevivência.

A vida no Neolítico

Ilustração. Representação de um vilarejo característico do período Neolítico acompanhada de textos que indicam algumas atividades. À esquerda, mulher de cabelos longos, ajoelhada com uma pedra nas mãos, que estão apoiadas em uma estrutura circular. Ligado a essa estrutura, o texto: Moenda para trituração de grãos. À frente da mulher, vasos e tigelas e o seguinte texto: Produção de cerâmica. Atrás da mulher, cabanas de palha. Uma segunda mulher está sentada próximo das cabanas com um tear à sua frente, e um texto indicando Tecelagem. No centro da imagem, um homem de barba comprida carrega uma tora de madeira nos ombros e uma mulher carrega ou feixe de cereais. Outra mulher, à direita, faz a colheita de cereais com as mãos. Ao fundo, outra mulher ara o terreno. Próximo a essas pessoas, o texto Área de cultivo. Atrás da mulher que ara o terreno, há animais como vaca, porco e cabras, e o texto Criação de animais. Ao fundo, dois homens pescam em um rio utilizado um arpão e uma rede. Junto a eles o texto Área de pesca.
Ilustração de órlo uãnders representando o cultivo de vegetais e a criação de animais no período Neolítico. Criação de 2018 com cores-fantasia.

Fonte: childe, G. O que aconteceu na história. Rio de Janeiro: zarrár, 1977. página 63.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Que importantes descobertas humanas deram início à Revolução Neolítica?
  2. Por que as comunidades do período Neolítico passaram a fabricar utensílios de cerâmica?

A Idade dos Metais

O uso de metais para fabricar utensílios e armas foi uma das maiores realizações dos seres humanos do período Pré-histórico. Além de serem mais resistentes que a pedra ou a madeira, os metais podiam ser fundidos e moldados com o formato desejado, originando uma grande diversidade de objetos.

O primeiro metal a ser utilizado foi o cobre, há cêrca de 8 mil anos. Inicialmente, ele era moldado a frio, com golpes de martelo, e usado para fabricar estatuetas e enfeites. Tempos depois, os seres humanos desenvolveram a técnica de fundição do cobre, o que facilitou o trabalho de modelagem dos objetos.

Por volta de 5 mil anos atrás, os artesãos descobriram que a mistura de cobre e estanho resultava em uma liga mais dura e resistente: o bronze. O emprego desse metal revolucionou os equipamentos de guerra. Machados, escudos, espadas, lanças e flechas foram alguns dos instrumentos feitos com bronze.

O uso do ferro, por sua vez, só se difundiu em torno de 1200 antes de Cristo Durante centenas de anos, os ferreiros fizeram experiências para obter um metal de melhor qualidade. Descobriu-se, então, que o minério de ferro, misturado ao carbono existente no carvão vegetal e aquecido em altas temperaturas, produzia uma liga muito resistente. Com o ferro foi possível fabricar ferramentas e armas mais eficientes e aperfeiçoar instrumentos agrícolas, como a enxada e o arado.

Fabricação de objetos de metal

Ilustração. Homens trabalhando na fabricação de objetos de metal. Todos têm cabelos longos e barba, e estão sem camisa. As ilustrações são acompanhadas de textos explicativos.
À direita, dois homens jogam metal dentro de uma fornalha comprida, que possui um caminho no chão, pelo qual escorre o metal derretido. Junto a eles, o texto: 1. O metal é fundido em alta temperatura.
No centro, dois homens despejam o metal líquido em moldes retangulares. Junto a eles, o texto: 2. O metal líquido é despejado em um molde com a forma do objeto que se quer fabricar.
À direita, um homem bate no objeto feito de metal com um grande martelo, moldando-o. Junto a ele, o texto: 3. Uma vez frio, o objeto pode receber acabamento, ser polido e decorado.
Ilustração de órlo uãnders representando a fabricação de objetos de metais. Criação de 2018 com cores-fantasia.

Fonte: rênfil cólin; ban pou. Archaeology. Nova iórque: Thames & Hudson, 1991. página 65.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

15. Por que a metalurgia do bronze possibilitou uma notável evolução dos equipamentos de guerra?


As primeiras aldeias e as trocas comerciais

Com o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais, há cêrca de 10 mil anos, parte dos grupos humanos passou a viver mais tempo no mesmo local. Para isso, eles precisaram construir moradias permanentes com materiais que estavam disponíveis na região onde viviam, como pedra, madeira e argila.

As casas podiam ser espaçosas e ter vários cômodos. Em geral, eram erguidas umas próximas às outras para resistirem melhor às chuvas, geadas etcétera Eram preferencialmente construídas perto dos rios para facilitar o acesso à água. Juntas, formavam uma aldeia.

A oferta regular de alimentos também favoreceu o aumento da população. A utilização de novas técnicas garantiu a produção de excedentes, ou seja, cada agricultor conseguia produzir mais do que precisava para seu consumo. Os produtos agrícolas que sobravam passaram a ser armazenados para períodos de escassez.

A possibilidade de fazer estoques de alimentos permitiu que parte dos aldeões se dedicasse a outras atividades, como a tecelagem e a carpintaria. O produto do trabalho desses especialistas era trocado pelos excedentes agrícolas produzidos pelos camponeses. As trocas também passaram a acontecer entre aldeias, dando início ao comércio.

Fotografia. Vista da parte interna de uma construção feita com pedras compridas empilhadas. A construção está abaixo do nível do terreno e não há teto. Dentro alguns objetos de pedra no chão e pequenas estruturas de pedra próximas às paredes. Ao fundo, o mar.
Moradia neolítica que teria sido habitada entre 3100 e 2500 antes de Cristo, no assentamento de Skaarah breí, Ilhas Órcades, Escócia. Foto de 2019. As moradias dessa aldeia estão entre as habitações humanas neolíticas em melhores condições de preservação.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

16. Cite duas consequências da produção de excedentes agrícolas nas aldeias neolíticas.


As primeiras cidades

Com a produção de excedentes, o comércio e a especialização do trabalho, as aldeias neolíticas modificaram-se, tornando-se maiores e mais complexas.

Diversos fatores, porém, ameaçavam a estabilidade e a segurança dos habitantes das aldeias, como catástrofes naturais e roubo dos estoques de alimentos. Tornou-se necessário, então, organizar a defesa da comunidade, coordenar a produção, o armazenamento e distribuição do alimento e administrar as obras contra enchentes ou secas prolongadas. Os responsáveis por essas atividades projetaram-se como líderes poderosos e destacaram-se das demais pessoas da comunidade.

Essas mudanças espaciais, administrativas, econômicas e sociais possibilitaram a formação das cidades.

O sítio arqueológico de xatál ruc, localizado na atual Turquia, e o de Jericó, na Palestina, contêm os vestígios mais antigos de vida urbana conhecidos. Eles datam, respectivamente, de 10 mil e 9 mil anos atrás. Contudo, não apresentam a mesma complexidade dos aglomerados urbanos formados mais tarde nas proximidades do Golfo Pérsico, como Ur e uruc. Por isso, nem todos os especialistas concordam em classificá-los como cidades.

Fotografia. Vista aérea de arqueólogos trabalhando em um solo terroso. No terreno escavado, há paredes e muros de pedra, indicando ambientes separados de tamanhos variados, em vários níveis diferentes. Sobre o solo, diversos sacos com terra.
Arqueólogos trabalhando no sítio arqueológico de xatál ruc, na Turquia. Foto de 2016. Esse sítio arqueológico foi declarado Patrimônio da Humanidade pela unêsco, em 2012.

Conexão

Rupestre

País: Brasil

Direção: Paulo Miranda

Ano: 2009

Duração: 20 minutos

A animação satiriza interpretações equivocadas das fontes históricas. Numa aldeia neolítica habitada apenas por pessoas com deficiência, nasce um garoto diferente, e as circunstâncias o obrigam a se isolar numa caverna. Nela, o garoto deixa as marcas de suas ações, que serão interpretadas de maneira distorcida por um arqueólogo interesseiro.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

17. Quais fatores ameaçavam a estabilidade das aldeias neolíticas? Como esses problemas foram solucionados?


Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

1. A tirinha a seguir faz humor com duas das explicações mais conhecidas sobre a origem da vida.

Tirinha dividida em seis quadros. Um senhor de roupa cinza e longa barba branca, está ao lado de outro senhor, de roupa amarela, barba longa e branca e cabeça ovalada.
Quadro 1. O senhor de amarelo segurando um pássaro laranja nas mãos diz: DARWIN, OLHE ISSO!
Quadro 2. O senhor de amarelo balança a mão e o pássaro cresce (PUF!) e sai voando.
Quadro 3. O senhor de roupa amarela diz: FAÇA MELHOR!
Quadro 4. O senhor de roupa cinza com um pássaro verde na mão diz: OLHE ISSO!
Quadro 5. O pássaro verde vai para o chão, ficando entre eles. O senhor de roupa amarela olha para o animal.
Quadro 6. O senhor de roupa amarela, com um olhar entediado, pergunta: VAI DEMORAR MUITO? O senhor de roupa cinza responde: NÃO, NÃO... SÓ MAIS ALGUNS MILHARES DE ANOS.
Dárvin, olhe isso!, tirinha de Carlos Ruas, 2009.
  1. Identifique os personagens vestidos de cinza e de amarelo. A que explicações para a origem da vida eles estão associados?
  2. Que elementos da tirinha ajudam a identificar as duas explicações? Explique.
  3. Por que, no último quadrinho, o personagem à esquerda afirma que a demonstração que deseja fazer demorará milhares de anos?

2. Copie e preencha a tabela em seu caderno.

Descritivo deste ícone: Ícone. Modelo

Paleolítico

Neolítico

Materiais e técnicas de fabricação de artefatos

Modo de vida

Características das habitações

  1. Leia as afirmativas a seguir e identifique as incorretas. Depois, corrija-as em seu caderno.
    1. O sedentarismo é o modo de vida dos povos que não têm moradia fixa, que se deslocam continuamente em busca de fontes de alimentos e de água.
    2. Durante o período Neolítico, a geração de excedentes agrícolas foi um dos fatores que proporcionaram o desenvolvimento do comércio baseado na troca.
    3. Nomadismo é o modo de vida dos povos que fixam moradia em determinado local. Esse estilo de vida se desenvolveu no Paleolítico.
    4. Metais como o cobre, o bronze e o ferro eram utilizados somente para a fabricação de ferramentas agrícolas.
    5. Com o surgimento das cidades no Neolítico, iniciou-se um processo de centralização política.

4. Novas descobertas e estudos arqueológicos modificam o conhecimento que temos a respeito da Pré-história. Sobre esse assunto, leia o texto e responda às questões a seguir.

Um trabalho de campo realizado na Caverna Wonderwerk, no Deserto de kalarrári, África do Sul, identificou evidências de que ancestrais humanos estavam fazendo uso do fogo no local há 1,8um reais e oitenta centavos milhões de anos junto a ferramentas de pedra desenvolvidas no mesmo período.

reticências Na maioria das vezes em que se encontravam evidências de fogo, elas estavam associadas a locais ao ar livre; desta vez, os fragmentos de ferramentas foram recuperados em uma caverna.

reticências a pesquisa traz uma nova perspectiva para o uso do fogo pelos ancestrais humanos, se considerarmos que ele não era feito apenas em ambientes abertos conforme revelou a descoberta, colocando-a como de grande relevância para a comunidade científica. reticências

BARREIROS, Isabela. Caverna na África do Sul revela evidências de fogo de 1,8um reais e oitenta centavos milhões de anos. Aventuras na História. Disponível em: https://oeds.link/CC1853. Acesso em: 2 dezembro 2021.

  1. Segundo o texto, em que local foram encontradas evidências de fogo?
  2. O que essa descoberta revelou para os pesquisadores?
  3. Em sua opinião, essa descoberta foi importante? Por quê?

5. Leia o texto para responder às questões.

reticências o calendário é um dos avanços mais antigos da civilização. Para as populações nômades de caçadores-coletores era muito importante conhecer o tempo para acompanhar as migrações das espécies de caça ou conduzir os rebanhos para novas pastagens. E com a sedentarização e a invenção da agricultura tornou-se ainda mais crítico poder localizar o presente dentro dos ciclos a que está sujeito o nosso planeta, especialmente os ciclos anual e mensal.

A arqueologia comprova que métodos para marcar o tempo, por exemplo por meio da posição dos astros, remontam ao Neolítico, entre 12 mil e 6 mil anos atrás. Já os primeiros calendários conhecidos surgiram na Idade do Bronze, há cêrca de 5 mil anos, juntamente com a invenção da escrita, na Suméria, no Egito, na Babilônia e na Assíria.

VIANA, Marcelo. Calendários regulam a vida da humanidade há milênios. Folha de São Paulo, 2 janeiro 2019.

  1. De acordo com o texto, o que fez com que os seres humanos procurassem marcar a passagem do tempo?
  2. Como a domesticação de animais e plantas influenciou a relação dos seres humanos com o tempo?

6. Observe o cenário e os personagens desta charge e leia a legenda. Depois, responda às questões.

Charge. Um casal usando roupas feitas de pele de animal observa uma pedra de superfície lisa com algumas inscrições. A mulher tem o nariz comprido e cabelos cacheados, arrumados para cima. Ela carrega uma criança embaixo do braço. O homem, de nariz largo e cabeça pequena, observa a pedra e diz: É UM MARCO HISTÓRICO. DIZ QUE NA SEMANA PASSADA ALGUÉM DESCOBRIU O FOGO AQUI. Ao fundo, poucas montanhas, fumaça, céu azul e duas nuvens brancas.
Charge de glen e gueri macói, 2014.

  1. Que elementos dessa charge remetem à chamada Pré-história?
  2. Alguns elementos da cena sugerem que ela ocorreu na chamada Pré-história, mas a fala do personagem remete ao mundo contemporâneo. Explique por quê.
  1. Ordene as frases a seguir em seu caderno, de modo a formar um texto coerente.
    1. A construção de moradias permanentes feitas de pedra, argila e madeira originou a formação de aldeias.
    2. A troca de excedentes agrícolas e de produtos especializados também era realizada entre aldeias vizinhas, dando início ao comércio.
    3. Em troca de seu trabalho, artesãos, carpinteiros e outros profissionais especializados recebiam parte dos excedentes agrícolas.
    4. A melhora das técnicas agrícolas também possibilitou que parte dos aldeões se dedicassem a outras atividades, como a tecelagem e a carpintaria.
    5. A utilização de novas técnicas agrícolas nas aldeias possibilitou a produção de excedentes, que passaram a ser armazenados para períodos de escassez.
    6. O desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais geraram a oferta regular de alimentos, permitindo a sedentarização dos grupos humanos.

Aluno cidadão

8. Por onde passou, o ser humano modificou a paisagem para melhorar suas condições de vida. A ação humana na natureza cria o que chamamos paisagem cultural. Resultado das relações dos seres humanos com seu ambiente, essa paisagem reflete sua fórma de produzir, consumir, habitar etcétera

Nas grandes cidades, em que a presença de elementos naturais é menor, predomina a paisagem cultural urbana. Já onde vivem sociedades tradicionais, como as comunidades indígenas e quilombolasglossário , há menos interferência na paisagem natural.

Diante desse quadro, responda às questões a seguir.

  1. Qual é a diferença entre paisagem natural e paisagem cultural?
  2. Que tipo de modificações na natureza feitas pela ação humana você observa no lugar onde vive? Por que elas foram feitas?
  3. Debata com os colegas esta questão: Que estratégias podem ser adotadas para conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação das paisagens e dos recursos naturais?

Conversando com ciências

9. Você sabe como a biologia classifica os seres vivos? Em que lugar dessa classificação estão os seres humanos?

Com a ajuda do professor ou da professora de ciências, investigue os critérios para classificar os animais. Em revistas e jornais usados, recorte fotos de vários animais. Com base no que você descobriu, classifique os animais das figuras recortadas segundo os critérios explicados pelo professor ou pela professora.

Depois disso, responda: dos animais classificados por você, qual ou quais tem mais semelhanças com os seres humanos? Por quê?


Versão adaptada acessível

9. Você sabe como a biologia classifica os seres vivos? Em que lugar dessa classificação estão os seres humanos? Com a ajuda do professor de ciências, investigue os critérios para classificar os animais. Em revistas, jornais, sites ou outras fontes, pesquise sobre as características de vários animais. Com base no que você descobriu, classifique os animais pesquisados segundo os critérios explicados pelo(a) professor(a) e, por meio de um relato oral, exponha aos colegas o que foi apreendido. Depois disso, responda: dos animais classificados por você, qual ou quais possuem mais semelhanças com os seres humanos? Por quê?

Mão na massa

10. Que tal criar um quadro vivo? Junte-se a cinco ou seis colegas para montar uma cena da vida no período Paleolítico e fotografá-la. Para isso, vocês precisarão planejar a produção: escolher um lugar para ambientar a cena, produzir o figurino dos personagens e o cenário completo do quadro vivo. Depois, repitam as etapas para criar uma cena do período Neolítico. Todos os integrantes do grupo deverão ter um papel nas duas cenas e aparecer nas fotografias.

Posteriormente, o professor ou a professora agendará uma data para a exibição das fotos de todos os grupos na sala de aula.


Fazendo e aprendendo

Linha do tempo

Você provavelmente já fez uma linha do tempo na escola para organizar cronologicamente momentos de sua vida. Esse é um recurso utilizado para representar graficamente, de fórma resumida, qualquer sequência de eventos e/ou processos, como um intervalo de dias ou períodos históricos muito longos.


Linha do tempo horizontal. A linha está dividida em duas faixas. A faixa de baixo é dividida em duas partes pelas inscrições: PRÉ-HISTÓRIA, à esquerda, e HISTÓRIA, à direita. O marco que divide essas duas partes apresenta o seguinte texto: Cerca de quatro mil antes de Cristo – Invenção da escrita. Na parte da linha do tempo correspondente à pré-história, da esquerda para a direita, as seguintes informações: Cerca de 2 milhões de anos atrás – Surgimento dos primeiros representantes do gênero Homo. Cerca de 150 mil anos atrás – Surgimento do Homo sapiens, ou seja, o ser humano moderno. Cerca de 10 mil anos atrás – Desenvolvimento da agricultura. Cerca de 8 mil anos atrás – Uso dos metais. Na parte da linha do tempo correspondente à História, na faixa de cima, uma nova divisão, da esquerda para a direita: IDADE ANTIGA, IDADE MÉDIA e IDADE MODERNA. Os marcos utilizados para essa divisão são informados. Entre a Idade Antiga e a Idade Média, o texto:  Ano 476 – Queda do Império Romano do Ocidente. Entre a Idade Média e a Idade Moderna, o texto: Ano 1453 – Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Na parte correspondente à Idade Antiga mais um marco é acrescentado: Ano um – Nascimento de Jesus Cristo.
Linha do tempo ilustrativa. Os acontecimentos não foram representados em escala temporal.

Uma linha do tempo pode ser desenhada na horizontal, na vertical, em espiral etcétera Independentemente do formato, o importante é representar nela os principais marcos cronológicos de um período histórico.

Em muitos livros didáticos de história, é adotada uma concepção de tempo linear, ou seja, conta-se a história em sequência. Por isso, trabalharemos com a linha horizontal, na qual é possível perceber de fórma clara o modo como os fatos históricos se sucederam no tempo.

Para fazer uma linha do tempo, siga os procedimentos.

  1. No centro de uma folha de papel sulfite, de uma cartolina ou de uma tira de papel kraft, desenhe uma linha horizontal.
  2. Divida a linha horizontal em espaços iguais separados por tracinhos, como no modelo a seguir.

Linha do tempo horizontal. Linha azul com uma seta para a direita. Está marcada por pontos vermelhos em sequência.

Marque os espaços de acordo com o tamanho da folha utilizada para a produção da linha do tempo. O importante é que não haja variação do tamanho dos espaços.


  1. Considere que cada espaço corresponde a um período predefinido: um ano, dez anos, cem anos, mil anos etcétera A relação entre o espaço e o intervalo de tempo também deve ser mantida.
  2. Terminada a linha do tempo e divididos os espaços, organize neles as datas com as quais vai trabalhar, como no exemplo a seguir.

Linha do tempo horizontal. Linha azul com uma seta para a direita. Está marcada por pontos vermelhos em sequência, com números. Da esquerda para a direita: 151, 141, 131, 121, 111, 101, 1, 101, 111, 121. Entre os números 101 e 1, um linha vertical preta e o seguinte texto: 44 antes de Cristo: Júlio Cesar é assassinado; Entre os números 1 e 101, um linha vertical preta e o seguinte texto: 79 depois de Cristo; Tito se torna imperador romano.
Linha do tempo ilustrativa. Os acontecimentos não foram representados em escala temporal.

Note que as datas anteriores ao nascimento de Cristo (antes de Cristo) estão em ordem decrescente e as posteriores (Depois de Cristo), em ordem crescente.

Com as datas organizadas na linha do tempo, você já pode perceber melhor as relações temporais entre os acontecimentos. Observe:

  • Que fatos ocorreram no mesmo período?
  • Que eventos estão mais distantes no tempo?

Responda em seu caderno.

Aprendendo na prática

Siga os procedimentos indicados para montar a linha do tempo da escola em que você estuda.

  1. Em uma folha de papel sulfite ou em uma cartolina, desenhe uma linha horizontal.
  2. Divida a linha que você desenhou em dez espaços. Depois, pesquise o ano de fundação da escola em que você estuda e anote-o no início da linha. Em seguida, decida se cada espaço corresponderá a um intervalo de cinco ou de dez anos.
  3. Na última marcação de sua linha do tempo, escreva o ano atual.
  4. De trás para a frente, vá escrevendo as datas anteriores. Se você representar intervalos de dez anos, sua linha do tempo ficará parecida com a do modelo a seguir.

Linha do tempo horizontal. Linha azul com uma seta para a direita. Datas demarcadas por pontos vermelhos. Da esquerda para a direita: 1920, 1930, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1990, 2000, 2010, 2020.

  1. Pesquise a história da escola e preencha a linha do tempo com os fatos mais importantes que ocorreram nos anos indicados.
  2. Compartilhe a linha do tempo com os colegas e justifique suas escolhas – por exemplo: por que representou determinado evento no ano 2000. Caso você tenha usado uma folha grande, como uma cartolina, ilustre sua linha do tempo com imagens dos eventos.

Versão adaptada acessível

Aprendendo na prática

Siga os procedimentos indicados para montar uma linha do tempo tátil da escola em que você estuda. 

  1. Selecione materiais de diferentes texturas. Com um material mais espesso, como papelão ou emborrachado, elabore uma linha horizontal. 
  2. Divida a linha horizontal em dez espaços iguais. Para isso, utilize materiais mais finos, como palitos ou pedaços de barbante. Depois, pesquise o ano de fundação da escola em que você estuda e registre-o no início da linha. Em seguida, decida se cada espaço corresponderá a um intervalo de cinco ou de dez anos.
  3. Na última marcação de sua linha do tempo, escreva o ano atual.
  4. De trás para a frente, vá escrevendo as datas anteriores. 
  5. Pesquise a história da escola e preencha a linha do tempo com os fatos mais importantes que ocorreram nos anos indicados.
  6. Compartilhe a linha do tempo com os colegas e justifique suas escolhas – por exemplo: por que representou determinado evento no ano 2000. 

Glossário

Maloca
: habitação coletiva característica de vários povos indígenas brasileiros.
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Ipadu
: árvore pequena característica da região do Alto Amazonas.
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Gene
: segmento do dê êne á, responsável pela hereditariedade.
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Primata
: grupo de mamíferos que engloba lêmures, macacos e seres humanos.
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Bípede
: aquele que se apoia ou se desloca sobre dois pés.
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Sociedades ágrafas
: sociedades que não utilizam sistemas de escrita e têm sua cultura baseada na oralidade.
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Indústria
: nesse caso, conjunto de objetos fabricados pelo ser humano.
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Era glacial
: período geológico no qual ocorreu intenso resfriamento da superfície e da atmosfera terrestres.
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Mamute
: animal extinto pertencente à família dos elefantes. Tinha presas longas e curvadas e o corpo revestido por longos pelos.
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Quilombola
: referente a quilombo, comunidade formada por africanos e seus descendentes que fugiram da escravidão. Atualmente, existem milhares de comunidades quilombolas em todo o país.
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