CAPÍTULO 5  Sociedade, economia e cultura dos povos nativos americanos

Fotografia. Jovens indígenas estudando. Estão sentados, escrevendo em cadernos, sobre carteiras escolares. O chão é de terra. À frente, uma jovem, de cabelos escuros e longos, usando um vestido colorido. Ela sorri. Atrás, um jovem de bermuda vermelha e camiseta roxa, de cabelo escuros e curtos.
Escola indígena da etnia uaurá, na aldeia Piiulága, em Gaúcha do Norte, Mato Grosso. Foto de 2019.

A Constituição brasileira de 1988 estabeleceu o direito à educação básica pública e gratuita a todos os brasileiros. Isso é importante porque a escolarização favorece a superação das desigualdades sociais e prepara as pessoas para participar da vida nacional de maneira ativa e consciente. No entanto, para que atinja seus objetivos, a educação precisa ser adequada à realidade dos estudantes. As crianças e adolescentes indígenas, por exemplo, têm o direito de receber educação em sua língua nativa. Essa adequação à realidade deles foi introduzida pela Constituição.

Atualmente, existem no Brasil cêrca de .3085 escolas indígenas, que atendem a aproximadamente 285 mil estudantes. Na maior parte dessas escolas, o ensino é bilíngue – em português e na língua nativa dos estudantes – ou apenas na língua nativa. Os profissionais dessas escolas pertencem à comunidade dos alunos, e os conteúdos devem valorizar os saberes, a memória histórica, a identidade e as manifestações culturais dessa comunidade.

  • Você conhece a cultura de algum povo indígena brasileiro? Se sim, de qual? Conte para os colegas o que você sabe sobre esse povo.
  • Que iniciativas você considera necessárias para que os indígenas tenham seus direitos plenamente respeitados?

Primeiras sociedades hierárquicas da Mesoamérica

Como estudamos no capítulo 3, na Mesoamérica desenvolveram-se alguns dos primeiros povos com uma organização social hierarquizada. Entre eles, podemos destacar os olmecas, o povo da cidade de Teotiuacán, os toltecas e os maias.

Civilizações da Mesoamérica

Mapa. Civilizações da Mesoamérica. Destaque para a região da Mesoamérica, no mapa principal, e para os países onde ela está localizada na atualidade, no mapa em detalhe.
O mapa em detalhe, A Mesoamérica atual (2019), está no canto inferior esquerdo do mapa principal e apresenta a divisão política atual da região da Mesoamérica, abrangendo o México, parcialmente, Belize, Honduras, Guatemala, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. 
No mapa principal, na área correspondente ao atual México, do norte para o sul e do oeste para o leste, foram indicadas as civilizações: Chichimeca, Huasteca, Tolteca, Asteca, Olmeca, Mixteca. Zapoteca, Maia-Tolteca e Maia, além das cidades de Tenochtitlán, Tula, Teotihuacán, Tehuacán, Três Zapotes, La Venta, Palenque, Chichén Itzá e Uxmal. Na área correspondente à Guatemala, a civilização Maia e as cidades de Tikal, Piedras Negras e Bonampak. Na área correspondente a Honduras, a cidade de Copán.
No centro do mapa principal, rosa dos ventos e escala de 0 a 280 quilômetros.

Fontes: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 73; dubí jórj. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. página 236.

Olmecas

Os olmecas fixaram-se na região do Golfo do México por volta do século doze antes de Cristo A região tinha água e fauna abundantes, o que facilitava o plantio de alimentos e as atividades de caça e pesca.

Monumentos funerários, centros cerimoniais e esculturas sugerem que na sociedade olmeca havia alguma diferenciação social. Também foram encontradas grandes praças públicas, o que pode indicar que suas cerimônias religiosas eram realizadas ao ar livre.

Pesquisadores acreditam que, influenciados por trocas culturais com outros povos da região, os olmecas foram responsáveis pela criação das primeiras fórmas americanas de escrita e de um calendário. Não se sabe ainda o que provocou a decadência dessa sociedade por volta do século quatro antes de Cristo, mas acredita-se que guerras e mudanças ambientais tenham causado um rápido declínio populacional dos olmecas.

Fotografia. Cabeça gigante esculpida em uma pedra arredondada. O nariz é achatado, os lábios são largos, e os olhos amendoados.
Cabeça colossal olmeca, exposta no Museu la benta, vila ermossa, México. Foto de 2019. As cabeças olmecas foram esculpidas em pedra e podem medir três metros de altura e pesar até 20 toneladas. Os pesquisadores acreditam que essas esculturas representavam os governantes das cidades olmecas.

Teotihuacán

Localizada na parte central do México, Teotiuacán é um dos mais impressionantes núcleos urbanos da Mesoamérica. A cidade formou-se pela união de várias aldeias, de diferentes grupos mesoamericanos, por volta do ano 100 antes de Cristo, e atingiu o auge na metade do século cinco, quando sua população chegou a cêrca de 150 mil pessoas.

O centro de Teotiuacán, muito bem organizado e planificado, estava dividido em setores, cada um deles dedicado a uma atividade econômica. Havia também nesses setores grandes templos e edifícios públicos. Nas áreas destinadas às moradias da elite teotihuacana, os quarteirões eram regulares, com ruas e avenidas geometricamente desenhadas.

Teotiuacán entrou em declínio entre os séculos sete e oito. Pesquisadores acreditam que as razões de seu colapso estão relacionadas a conflitos entre os diversos grupos sociais que a habitavam ou entre habitantes de outras cidades que pagavam tributos a Teotiuacán. Parte da população migrou para outras áreas, e outra parte continuou vivendo no local, sob domínio dos toltecas.


Domínio tolteca

Os toltecas eram povos nômades que viviam no norte do México. No século oito, começaram a se deslocar para o sul e se estabeleceram na região central do México, assimilando muitos costumes dos moradores de Teotiuacán. Conheciam a metalurgia, praticavam a agricultura, a coleta e a caça, e comercializavam regularmente com povos do sul e do leste, trocando sobretudo obsidianaglossário por algodão e cacau.

A capital tolteca era Tula, cidade que pode ter chegado a abrigar entre 20 mil e 50 mil pessoas durante o século onze, período em que atingiu seu auge. No século doze, porém, a cidade foi invadida e, na primeira metade do século seguinte, incendiada.

Não é possível definir os motivos exatos do declínio da civilização tolteca. As principais explicações seriam a dificuldade de impedir o avanço de grupos invasores vindos do norte e as temporadas de seca, que teriam prejudicado a produção agrícola.

As cidades-Estado maias

Por volta do ano 800, enquanto os toltecas se estabeleciam na região central do México, no sul as cidades maias chegavam ao apogeu. Os maias ocupavam a Península de iucatãn (região que hoje corresponde à parte sul do atual México e aos territórios da Guatemala e de Belize), além de uma pequena faixa de terra mais ao sul, correspondente ao oeste da atual Honduras.

Os primeiros indícios da presença maia na região datam de 1000 antes de Cristo Os maias construíram e mantiveram suas cidades por quase 2 mil anos, até por volta do século dez, quando começaram a abandoná-las. Entre as mais importantes estavam tchitchén itsá e Palenque (México), Tikal (Guatemala) e Copán (Honduras).

Embora apresentassem muitas semelhanças linguísticas e culturais, as populações maias não chegaram a formar um império unificado. Cada cidade tinha seu exército, seu governante e suas leis. Pode-se afirmar, portanto, que os maias estavam organizados em cidades-Estado, ou seja, em cidades que funcionavam como unidades políticas independentes. O poder em cada cidade era centralizado e transmitido hereditariamente. Nobres, funcionários do Estado e sacerdotes compunham a elite. Eles moravam nas cidades, de onde controlavam os agricultores.

Pintura. Pessoas enfileiradas vistas de perfil. Todas usam adereços brancos na cabeça, grandes colares e saias longas coloridas. Seguram instrumentos musicais como maracas e um bumbo. O fundo da pintura é azul.
Pintura mural maia preservada dentro de um templo no sítio arqueológico de bonanpac, na região de Chiapas, México. A maioria dos vestígios encontrados nesse sítio foi produzida entre 300 e 900 Depois de Cristo Foto de 2019.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Identifique elementos que indicam diferenciação social entre os olmecas.
  2. Cite duas prováveis razões que levaram ao declínio das sociedades olmeca, de Teotiuacán e tolteca.
  3. Descreva a organização política dos maias.

Agricultura maia

A agricultura era a principal atividade da economia maia. Os maias cultivavam vários produtos, como o abacate, o cacau, o feijão, a pimenta e o milho, o qual era considerado por eles e por grande parte dos demais povos da Mesoamérica o mais importante alimento. Em razão disso, muitas celebrações e mitos sobre esse grão foram criados. De acordo com uma das narrativas do poema maia popol vu, por exemplo, os seres humanos foram criados por um grande deus que utilizou o milho como matéria-prima.

As técnicas de cultivo desenvolvidas pelos maias eram simples. A principal era a do sistema de coivara, que consistia em derrubar a mata, queimar a vegetação original e, dias depois, fazer a semeadura. Para planejar as atividades agrícolas, os maias desenvolveram calendários bastante precisos, o que só foi possível porque tinham conhecimentos avançados de matemática e astronomia.

Os calendários também tinham função religiosa. Assim, os rituais e as cerimônias eram associados aos ciclos terrestres e celestiais, que buscavam expressar a lógica divina para o universo.

Influenciados pelas trocas culturais realizadas com outros povos mesoamericanos, os maias criaram um sistema de escrita que combinava desenhos e símbolos fonéticos, ou seja, símbolos que representavam sons produzidos pela fala humana.

As cidades maias começaram a declinar provavelmente por volta do ano 900. Esse processo durou cêrca de dois séculos. Uma das explicações para esse declínio está nas mudanças climáticas, que teriam provocado longos períodos de estiagem. Outra hipótese é a de que as guerras entre as cidades maias colaboraram para sua decadência. O motivo exato do abandono das cidades, contudo, ainda é objeto de controvérsias. É bem provável que a causa tenha sido uma combinação de fatores.

O declínio dos centros maias, no entanto, não causou o desaparecimento dos povos, mas sua reorganização em centros mais simples. Populações de origem maia ainda vivem na região, concentradas principalmente no sul do México e na Guatemala.

Fotografia. Folha de papel vertical com ilustrações divididas em quatro partes. Em cada uma delas, a representação de uma criatura diferente. Acima, à esquerda, um ser com grandes orelhas, bico, braços e pernas. À direita, um ser com rosto humano e corpo retorcido. Abaixo, à esquerda, dois seres com rosto e corpo de animal, sentados de costas um para o outro. À direita, uma grande serpente com rosto humano.  Ao redor de cada uma das criaturas, diversos símbolos da escrita maia agrupados.
Página do Códice Tro-Cortesiano, produzido entre os séculos treze e quinze, com representações de divindades maias. Museu da América, Madri, Espanha.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

4. Qual era a atividade econômica mais importante das sociedades hierarquizadas que se desenvolveram na América?


Império Asteca

No final do século quinze, a região central do atual México era dominada pelos mexicas, da etnia nauá. Acredita-se que, por volta do século doze, os mexicas se instalaram nas ilhas localizadas no Lago tescôco, no atual Vale do México. No início do século catorze, eles construíram no local um templo em honra a uitizilôpótchili, deus da guerra e principal divindade mexica. Em torno do templo cresceu a cidade de México-Tenochtitlán (ou simplesmente Tenochtitlán).

A princípio, Tenochtitlán era apenas mais uma cidade-Estado entre as muitas que existiam na região. Porém, no século quinze, os mexicas firmaram uma aliança militar com as cidades vizinhas de Texcoco e Tlacopán, formando a Confederação Asteca. Com o tempo, a confederação passou a conquistar as demais cidades da região até obter o contrôle sobre boa parte da Mesoamérica.

A riqueza do Império Asteca vinha principalmente dos impostos cobrados dos povos dominados que, embora mantivessem a posse das terras em que viviam, deviam produzir para o próprio sustento e para pagar os tributos astecas. Esses tributos garantiam a expansão do império e o investimento na ampliação e no embelezamento de Tenochtitlán.

Os povos que aceitavam a dominação asteca podiam manter seu governo, seus costumes e o culto a seus deuses. No entanto, além de pagar os impostos em dia, deviam atender às convocações do Estado para cumprir obrigações militares e para trabalhar na construção e na manutenção de obras públicas – como templos religiosos e aquedutos –, além de aceitar o culto a uitizilôpótchili, a principal divindade asteca.

As comunidades que resistiam à dominação recebiam tratamento mais duro. Não podiam eleger seus governantes e perdiam o direito à terra, na qual eram obrigadas a permanecer e trabalhar para pagar os tributos impostos pelo império.

Ilustração. Mapa antigo. À esquerda, o Golfo do México, representado por uma porção de água com área verde nas margens. Muitos nomes estão escritos ao redor. À direita, Tenochtitlán, estruturada circularmente no meio de uma grande porção de água, com apenas algumas passagens para a porção maior de terra.
Mapa de Tenochtitlán e do Golfo do México reproduzido da obra fraecála frednárdi cortezi de nova máris oceãni ispãnia, século dezesseis. Acervo da Biblioteca Newberry, Chicago, Estados Unidos.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Como Tenochtitlán tornou-se a capital de um poderoso império?
  2. Como era a relação dos astecas com os povos vizinhos?

Organização social

Por volta do século doze, os astecas tinham uma organização social de tendência igualitária. Com o tempo, porém, formou-se uma diferenciação social que refletia a hierarquização da sociedade.

No topo da hierarquia social estava o imperador, que comandava o exército e a justiça e tinha influência nos assuntos religiosos. Sua função não era hereditária. O governante era escolhido entre vários membros da elite militar e sacerdotal.

A elite asteca era formada por altos oficiais do exército, nobres e sacerdotes. Os filhos dos membros da elite estudavam nos calmécac, escolas administradas por sacerdotes. Nelas, os alunos aprendiam artes, ciência, religião e os conhecimentos necessários para servir ao Estado.

Os comerciantes passaram a ser informantes do imperador asteca, levando mensagens às cidades dominadas e informações à capital Tenochtitlán sobre a defesa das cidades que o exército pretendia conquistar. Dessa fórma, eles se tornaram importantes para a manutenção e a ampliação do poder dos astecas na região, adquirindo bastante prestígio.

Os artesãos eram bem recompensados por seu trabalho, sobretudo quando se revelavam artistas habilidosos. Os conhecimentos artísticos dos artesãos eram transmitidos de pai para filho.

A maioria da população que habitava os territórios dominados pela confederação era composta de camponeses. Os que viviam em Tenochtitlán ou nas cidades próximas plantavam milho, feijão, abóbora, abacate e pimenta, entre outros produtos, em ilhas artificiais, as chinampas, construídas no lago.

Camadas sociais astecas

Ilustração. Camadas sociais astecas. Cada representante está sobre um degrau em uma grande estrutura de pedra. Na lateral da estrutura há uma cabeça de serpente esculpida. No degrau mais alto da estrutura está o imperador. Ele veste tecidos coloridos, segura um cetro em uma mão e um escudo na outra. Usa um grande adereço de penas azuis na cabeça. Ao lado dele, o texto: 1. Imperador. Eleito pela aristocracia militar e sacerdotal, devia prestar honra aos deuses e proteger o povo asteca. À direita do imperador, em um nível abaixo dele, está um sacerdote. Segura um bastão em uma das mãos, e um escudo pequeno em outra. Usa um chapéu com penas na cabeça, um manto vermelho sobre os ombros e uma capa em tom azulado cobrindo o resto do corpo. Tem o rosto pintado de branco. Ao lado dele, o texto: 2. Sacerdotes. Cuidavam do culto, da educação dos jovens e dos hospitais para pobres, alem de guardarem os livros sagrados e históricos. À direita do imperador, em um nível abaixo dele, está um alto funcionário do Estado. Veste uma túnica branca presa em apenas um dos ombros, e usa um pequeno adorno dourado sobre a cabeça. Segura uma espécie de cajado com uma das mãos. Ao lado dele, o texto: 3. Altos funcionários do estado. Exerciam elevadas funções militares e civis. Não pagavam impostos e recebiam parte dos tributos cobrados da população. À esquerda do alto funcionário, em um nível abaixo dele, está uma artesã. Ela veste roupa branca e segura na mão um cesto de palha. Ao lado dela, o texto: 4. Grandes comerciantes e artesãos. Organizavam-se em corporações de transmitiam a profissão de pai para filho. À esquerda da artesã, em um nível abaixo dela, um camponês. Ele usa apenas um pano cobrindo a parte de baixo da cintura. Tem a postura curvada e carrega muitas folhas nas costas. Ao lado dele, o texto: 5. Camponeses Trabalhavam nas terras da aldeia, prestavam serviços obrigatórios nas guerras e na construção de canais, diques e monumentos, pagavam impostos e recebiam do governo alimentos, vestimentas e educação gratuita.

Fonte: martã ãní clôde; mussê alã. A América pré-colombiana: os maias e os astecas. São Paulo: Augustus, 1994. página 34-37. (Coleção Povos do passado).

diquesglossário


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. A sociedade asteca era de tendência igualitária ou hierárquica? Justifique.
  2. Que importante papel político cabia aos comerciantes?

Religião

Os astecas eram politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses. Seu principal deus, o da guerra, era uitizilôpótchili. Outros deuses importantes eram jadecueitil, deusa das águas doces; Tlaloc, deus da chuva; tezcatlipôca, deus da noite; xoxipili, deus do amor e das flores; e Quetzalcóatl (palavra que significa “serpente emplumada”), deus do vento.

Os astecas acreditavam que a alma dos mortos podia seguir por vários caminhos. Se a pessoa morria lutando em uma guerra, durante o parto ou sacrificada em cerimônias religiosas, por exemplo, sua alma subiria ao céu para se juntar ao Sol, o que era considerado uma honra. No entanto, a alma de quem tivesse uma morte comum (de velhice, por exemplo) ficaria vagando durante quatro anos por mictlán – mundo subterrâneo governado por mictlan - tecultli, deus do reino dos mortos – e, ao término desse percurso, deixaria de existir.

De todos os medos dos astecas, o maior era o de que o mundo acabasse numa catástrofe. De acordo com a mitologia asteca, o mundo já havia sido criado e destruído pelos deuses quatro vezes e, para que isso não acontecesse novamente, deveriam ser realizados rituais de sacrifício humano para alimentar o Sol com sangue a fim de que ele continuasse se movendo, mantendo o mundo em funcionamento.

Os rituais de sacrifício derivavam da crença de que os deuses haviam oferecido o próprio sangue para criar o mundo e, agora, exigiam que os seres humanos também o fizessem para mantê-lo existindo. Sem sangue para alimentá-lo, o Sol se recusaria a nascer, iniciando uma nova catástrofe e colocando fim ao quinto mundo.

Ilustração. Deus asteca vestido e ornamentado com roupas na cor vinho e muitas penas azuis. Está com o corpo virado de lado. Tem pinturas nas mesmas cores da roupa no rosto.
Representação de uitizilôpótchili, deus da guerra e principal divindade asteca, presente no Códice Borbônico, cêrca de 1560. Biblioteca da Assembleia Nacional, Paris, França.

História em construção

Códices

Uma das principais fontes para o estudo dos astecas e de outros povos que habitavam a Mesoamérica são os códices, livros com imagens e símbolos desenhados em suportes feitos de fibras de árvores ou em peles de animais. Entre os que chegaram aos nossos dias, um dos mais importantes é o Códice Mendoza, datado da década de 1540. Ele está dividido em três partes: a primeira narra a história dos astecas; a segunda mostra a cobrança e o pagamento dos tributos dos povos dominados; a terceira trata do cotidiano do povo asteca.


Ilustração. Separada em quatro linhas. Em todas elas, adultos e crianças vestidas com túnicas brancas praticando atividades variadas, relacionadas à educação, como o ensino da tecelagem. Ao redor das ilustrações, informações escritas.
Página do Códice Mendoza sobre tarefas atribuídas às crianças astecas. Biblioteca Bodleian da Universidade de Oxford, Reino Unido. Por meio dos códices, obtivemos informações sobre aspectos da vida cotidiana dos astecas.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Os astecas acreditavam em uma existência após a morte? Justifique.
  2. Por que os astecas realizavam rituais de sacrifício?

Filhos do Sol: o Império Inca

Na América do Sul, as terras altas da região Andina atraíam a ocupação humana sobretudo em virtude de seus vales, com bosques, rios e pastos cercados de montanhas. Foi num desses vales, o de Cuzco, no sul do atual Peru, que os incas iniciaram a formação do maior império do continente, o Império Inca, que se estendeu dos territórios atuais da Colômbia, ao norte, até o centro do Chile, ao sul, passando por Equador, Peru, Bolívia e noroeste da Argentina.

Os incas são quíchuas originários de regiões próximas ao Vale de Cuzco, onde se estabeleceram por volta do século treze. Inicialmente, sua esfera de influência estava restrita a essa região. Entretanto, a partir de 1430, quando derrotaram os chancas, que tinham o contrôle político da região, os incas iniciaram um processo de expansão no qual começaram a dominar outros povos. Dessa fórma, criaram um império chamado por eles de tarruantinssuio e governado por um imperador, o Sapa Inca.

Considerado filho do Sol, o Sapa Inca exercia total contrôle sobre os povos dominados, podendo até determinar a migração forçada de populações inteiras para áreas menos ocupadas do império com o objetivo de defender terras desprotegidas.

Não havia regras claras para a sucessão do imperador. O poder não passava necessariamente para o filho mais velho nem para o filho da esposa principal. Uma vez morto o soberano, o novo Sapa Inca devia conquistar o trono por meio da fôrça e do prestígio que desfrutava entre os setores mais poderosos da sociedade.

Fotografia. Vista aérea das ruínas de uma cidade construída na encosta de uma montanha. Em primeiro plano, partes de grandes muros de pedra, em diferentes níveis do terreno. Alguns muros têm janelas. Ao fundo, cadeia montanhosa.
Ruínas da cidade inca de mátchu pítchu, no atual Peru. Foto de 2020. Construída a quase 2.500 metros de altitude, a “cidade perdida dos incas” foi um importante centro cerimonial, de acordo com os pesquisadores.

Povos dos Andes Centrais

Mapa. Povos dos Andes Centrais. Destaque para a costa oeste da América do Sul. 
Legenda:
Hachurado laranja: Extensão do Império Inca.
Verde: Cordilheira dos Andes.
No mapa a Cordilheira dos Andes abrange toda a costa oeste da América do Sul, desde o lago de Maracaibo, na atual Venezuela, até o sul da América do Sul. A área de extensão do Império Inca abrange a maior parte da área correspondente à Cordilheira dos Andes, desde as proximidades da Linha do Equador (ao norte) até o Rio Maule (ao sul). Além do Império Inca, estão indicados os seguintes povos, do norte para o sul: Mochica, Chimu, Chavín, Huari, Paraca, Nazca e Tiahuanaco. Também estão indicadas, do norte para o sul, as seguintes cidades: Quito, Túmbez, Cajamarca, Chan-Chan, Caral, Chavín de Huantar, Paramonga, Machu Picchu, Cuzco, Supe, Pachacamac e Tiahuanaco.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 540 quilômetros.

Fonte: dubí jórj. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. página 238; quínder, H.; ríguelmân, W. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992. página 218.


Terra e trabalho

Como os astecas, os incas tinham na agricultura sua principal atividade econômica, embora também criassem animais, como a lhama, a vicunha e a alpaca.

No mundo andino, as pequenas comunidades políticas eram chamadas de aius. Cada família habitante do aiu recebia um lote de terra proporcional ao número de seus membros, no qual cultivava milho, quinoaglossário , algodão, abacate, amendoim, batata e batata-doce, entre outros produtos.

Cada aiu tinha um chefe, o kuraka, reconhecido como um descendente direto dos fundadores da comunidade e de seus deuses protetores. O kuraka devia administrar o aiu, distribuindo as terras entre as famílias, organizando a produção agrícola e garantindo o sustento daqueles que não pudessem trabalhar ou até mesmo de todos os membros da comunidade, caso a colheita no aiu fosse ruim.

Quando os incas passaram a conquistar outros povos, uma parte das terras dos aius foi destinada ao poder central como fórma de pagamento de tributos. Os chefes locais foram convencidos a colaborar com os dominadores em troca da preservação de seus bens e de suas terras e do recebimento de privilégios. Além disso, seus herdeiros eram educados em Cuzco para que se sentissem parte do império, facilitando assim o contrôle do aiu pelo Estado.

No Império Inca, os camponeses realizavam vários trabalhos compulsórios. O mais tradicional era a minca, uma espécie de serviço comunitário em favor de todo o aiu, como a abertura de canais de irrigação e a construção de pontes, por exemplo. Os camponeses ainda eram obrigados a entregar ao Estado parte de tudo o que fiassem e tecessem.

Havia também a mita, pela qual os camponeses deviam trabalhar nas terras dos kurakas ou nas terras destinadas à produção para os incas durante alguns meses do ano. O produto desse trabalho servia para sustentar as classes dirigentes (imperador, nobres e sacerdotes) e os exércitos do império, além de garantir estoques de alimento e vestuário nas épocas de más colheitas. Os homens adultos e aptos para o trabalho deviam ainda ficar à disposição do Estado em certas épocas do ano para participar da construção de grandes obras, como estradas, palácios, templos e aquedutos.

Gravura em preto e branco. Duas pessoas com trajes incas na colheita de cereais. No alto, inscrições em outro idioma.
Representação de incas trabalhando na agricultura, gravura da obra Nova crônica e bom governo, de Felipe guamán Poma de Ayala, cêrca de 1615. Museu Nacional de Antropologia, Arqueologia e História, Lima, Peru.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que eram os aius?
  2. Que estratégia os incas usaram para assegurar a obediência dos kurakas?
  3. Quais eram as principais fórmas de exploração do trabalho existentes no Império Inca?

Saberes incas

Os incas mantinham um estreito contrôle sobre tudo o que acontecia em suas terras. Grande parte desse contrôle era feito pelo uso do quipo, artefato que reunia um conjunto de cordões coloridos pendurados em uma haste, que funcionavam como livros contábeis, ou seja, eram usados para armazenar informações como a quantidade de homens, mulheres, crianças, lhamas etcétera existentes em determinado local. Também havia quipos com funções narrativas, empregados na transmissão das tradições orais e na preservação da memória e do passado dos incas.

Nos cordões eram feitos vários nós. Cada combinação de nós e cores tinha um significado e representava determinada quantidade. A manipulação dos quipos era complicada, e apenas especialistas dominavam a técnica para lidar com eles.

Fotografia. Haste de madeira pendurada. Nela estão amarrados e pendurados diversos cordões coloridos, com nós em variadas alturas.
Quipo inca do século quinze. Museu Etnológico, Berlim, Alemanha.

Os incas também eram conhecedores de engenharia, astronomia, matemática e medicina. Vários crânios encontrados pelos arqueólogos revelam que eles sabiam realizar diversos tipos de tratamento médico, inclusive cirurgias na cabeça. Essas cirurgias eram realizadas sobretudo para tratar os ferimentos sofridos durante os combates. Provavelmente eram bem-sucedidas, pois muitos crânios apresentam marcas de cicatrização, o que mostra que a pessoa continuou viva depois de operada.

Saiba mais

Terraços agrícolas

Como na região dos Andes há poucas áreas planas para a agricultura, os povos da região desenvolveram um sistema de construção de terraços nas encostas das montanhas e uma rede de aquedutos para garantir sua irrigação. Os terraços eram construídos de modo que a velocidade da descida das águas pelo terreno acidentado fosse reduzida, assegurando melhor aproveitamento dos recursos hídricos e evitando a erosão do solo. A invenção é tão eficiente que continua sendo usada. Hoje, a técnica do terraceamento é uma das principais promotoras da segurança alimentar das populações andinas. Isso significa que graças a ela há alimento saudável, de boa qualidade e em quantidade suficiente para todos, e sem causar prejuízos ao meio ambiente.


Fotografia. Vista aérea de região de plantio entre as montanhas. Ao centro, área verde separada por largos degraus circulares. Ao fundo montanhas.
Terraços agrícolas incas nas ruínas de Moray, sítio arqueológico no Vale Sagrado, na região de Cuzco, atual Peru. Foto de 2020.

O poder sobre o império

Os incas precisaram assegurar o contrôle sobre um vasto território. Para isso, além de contar com um exército poderoso, com aliados locais e com muitos funcionários públicos, o império era dividido em quatro províncias, correspondentes aos quatro pontos cardeais, e a administração de cada uma delas era feita por um governador. As províncias, por sua vez, estavam divididas em unidades territoriais menores, cada uma com seu líder.

Uma extensa rede de estradas era utilizada para controlar as áreas do império e permitir a comunicação entre os vales, além de garantir a circulação de produtos e o funcionamento de um sistema de correio.

Religião

Como outros povos andinos, os incas adoravam muitos deuses. Os principais eram Viracocha, o deus criador do universo e de todo o conhecimento humano, e o Sol, deus do Céu e fonte de vida. O Sapa Inca era considerado filho do Sol e, portanto, compartilhava sua divindade, o que justificava seus poderes absolutos.

Os incas acreditavam que o mundo estava dividido em três partes: um mundo terreno, habitado pelos seres humanos; um mundo superior, habitado por Viracocha, o Sol e a Lua, entre outros deuses; um mundo subterrâneo, onde permaneciam os seres que ainda estavam por nascer. Para eles, uma nova vida só vinha ao mundo quando um morto era enterrado, assim como é preciso semear a terra para que cresçam novas plantas. Os incas também mumificavam seus mortos e acreditavam que era função dos vivos cultuá-los, pois poderiam ajudar a resolver problemas do mundo terreno.

Fotografia. Pessoas em uma cerimônia, vestem túnicas e chapéus vermelhos. Carregam nos ombros um andor com um homem em pé. Ele segura um cetro com a ponta dourada e usa uma coroa de três pontas. Atrás dele, sobre o andor, um trono dourado. Mulheres com vestimentas coloridas e adorno de flores amarelas na cabaça acompanham a cerimônia.
Encenação da ínti ráimi em Cuzco, Peru. Foto de 2021. A cerimônia acontece no solstício de inverno, em 24 de junho, e expressa a saudação a ínti, o deus Sol.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Qual era a função do quipo inca?
  2. Tanto astecas quanto incas precisaram desenvolver técnicas para melhorar o aproveitamento da terra utilizada na agricultura. Que técnicas eram essas?
  3. O que legitimava o poder dos imperadores incas?

Povos nativos do atual território brasileiro

No final do século quinze, os grupos indígenas que viviam no território que atualmente corresponde ao Brasil estavam divididos, em sua maioria, em quatro grandes grupos linguísticos: Tupi, Jê, Aruaque e Caraíba. No litoral, predominavam os povos de língua Tupi.

A maior parte desses povos indígenas era composta de coletores-caçadores que se organizavam em sociedades de tendência igualitária. Eles viviam da coleta de recursos naturais, da caça, da pesca e também da agricultura.

A cerâmica, a tecelagem e a fiação eram bastante desenvolvidas e os conhecimentos técnicos variavam de uma cultura para outra. Utilizando ossos, fibras vegetais e madeira, os indígenas fabricavam ferramentas, armas, instrumentos musicais, redes e cestos, objetos religiosos, moradias e canoas. A maioria dos objetos fabricados atendia às necessidades de alimento e abrigo, além de servir para a realização de práticas rituais e para a guerra.

Povos indígenas do Brasil (século quinze)

Mapa. Povos indígenas do Brasil, século quinze. Destaque para o atual território brasileiro. Legenda: Povos Indígenas.
Amarelo: Tupi.
Laranja: Jê.
Verde: Aruaque.
Verde-claro: Caribe ou Caraíba.
Roxo: Cariri.
Ocre: Pano.
Rosa: Tucano.
Vermelho: Charrua.
Marrom: Outros grupos.
Linha cinza: fronteiras atuais do Brasil.
No mapa, os povos Tupi estão localizados no litoral e no interior das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, e em parte da Região Norte. A área correspondente ao povo Jê abrange parte do interior das regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. O povo Aruaque localiza-se em áreas descontínuas das regiões Centro-Oeste e Norte. O povo Caribe ou Caraíba localiza-se em uma extensa faixa no norte da Região Norte e em uma pequena área no interior da Região Nordeste. O povo Cariri localiza-se principalmente no interior da Região Nordeste. O povo Pano localiza-se no sudoeste da Região Norte. O povo Tucano localiza-se na Região Norte, em área próximo ao Rio Negro. O povo Charrua localiza-se no extremo sul da Região Sul. Outros grupos estão localizados em áreas descontínuas em todas as regiões do país.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros.

Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. de C. Atlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: fei , 1991. página 12.

Saiba mais

Espíritos protetores da comunidade

Os povos indígenas cultuavam várias divindades. A maior autoridade religiosa na comunidade era o pajé, visto ao mesmo tempo como médico, sacerdote e sábio. Além de intermediar os contatos entre a comunidade e os espíritos, o pajé atuava como curandeiro: rezava e curava doenças com plantas e com outros recursos da floresta. Nas aldeias, as celebrações e os rituais religiosos eram constantes e serviam para indicar a chegada de certas épocas do ano, comemorar a vitória em um combate com outro grupo, agradecer aos espíritos protetores ou marcar momentos de passagem na vida da comunidade.


Povos Tupi

Os Tupi viviam na parte do território sul-americano que corresponde à atual Venezuela, ao norte, até o Rio da Prata, no sul do continente. Eles se dividiam em várias etnias, como a dos Tupinambá, a dos Tupiniquim, a dos Caeté e outras menores. Estima-se que, no final do século quinze, a sociedade Tupi reunia aproximadamente 1 milhão de pessoas.

Eles eram seminômades e viviam em aldeias que tinham uma média de 500 a 750 habitantes. As aldeias eram unidades políticas independentes. No entanto, era comum a existência de coordenação política entre elas e, por vezes, confederações guerreiras. Em cada aldeia havia um líder, o cacique, que desfrutava de posição de destaque político e social e tinha a função de mediar conflitos, empreender alianças etcétera

Entre os Tupi, todos trabalhavam igualmente. As mulheres cuidavam das tarefas da casa e das plantações, e os homens fabricavam armas e instrumentos agrícolas e eram responsáveis pela guerra e pela caça. A confecção de adereços de penas, vasos de cerâmica, cestos e potes funerários, entre outros objetos, era realizada por homens e mulheres.

Os Tupi plantavam, entre outros produtos, milho, abacaxi, abóbora, batata-doce, amendoim e mandioca, e também pescavam e caçavam.

Refletindo sobre

As crianças indígenas são educadas por todos na aldeia. As regras de convívio social são aprendidas sem a aplicação de castigos. Uma criança irritada, por exemplo, pode se atirar ao chão e gritar, porém os adultos não farão mais do que observar e esperar que ela se acalme. Com o passar do tempo, ela aprenderá que esse comportamento não é adequado e o mudará.

O que você acha que os adultos esperam de você? Por que você acha que eles têm essa expectativa?

Guerra e antropofagia

Na cultura Tupi, praticava-se a antropofagia, um ritual de sacrifício humano feito com os inimigos de guerra.

Quando venciam os conflitos, os Tupi aprisionavam os perdedores, principalmente os mais fortes e corajosos, e os conduziam à aldeia para conviver com o grupo por algum tempo, até serem sacrificados em um ritual de antropofagia. O sacrifício ocorria em meio a uma celebração, da qual participavam convidados e o próprio prisioneiro. Para o prisioneiro, morrer em sacrifício significava unir-se aos ancestrais; para os vencedores, consumir a carne do inimigo era uma maneira de assimilar sua fôrça e poder e de reequilibrar as perdas causadas pela morte de parentes no conflito.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

17. Os povos Tupi organizavam-se em sociedades hierárquicas ou igualitárias? Justifique.


Indígenas no Brasil de hoje

Segundo o Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É), .817963 pessoas declararam-se indígenas no país. Ainda de acordo com o í bê gê É, os indígenas estão distribuídos em 305 etnias, que falam 274 línguas diferentes e estão espalhadas por todo o território nacional. A maior parte vive nas Terras Indígenas (tê Í), áreas coletivas demarcadas pelo governo federal para usufruto exclusivo das comunidades indígenas.

Muitas dessas terras ainda não foram regularizadas pelo governo. Mesmo as já demarcadas sofrem ataques constantes de mineradores, caçadores, madeireiros e posseiros, e algumas delas são cortadas por estradas e ferrovias. Por esses motivos, conflitos pela posse da terra têm ocorrido com frequência, resultando muitas vezes na morte de líderes e de outros membros das comunidades indígenas.

Além disso, os povos indígenas têm sido afetados por doenças, como a varíola e a aids, por mudanças de hábitos alimentares, como a ingestão de açúcar e de bebidas alcoólicas, e pela situação de miséria a que muitos deles foram reduzidos. O aumento da incidência de depressão entre os povos indígenas, como os Guarani-caiouá, os Karajá e os Tikuna, é motivo de preocupação para pesquisadores e entidades que atuam na proteção dessas populações.

Em face desses problemas, os indígenas continuam se organizando em movimentos políticos e sociais e lutando para manter suas terras e preservar suas línguas e seus modos de vida a fim de garantir condições plenas de existência, valendo-se também das novas tecnologias, como o telefone celular e a internet.

Fotografia. Indígenas agrupados na rua carregando faixas com os dizeres: MATO GROSSO DIZ NÃO AO MARCO TEMPORAL. NOSSA HISTÓRIA NÃO COMEÇA EM 1988. Utilizam adereços de pena na cabeça e colares. Todos estão com máscara de proteção facial.
Protesto de indígenas na 2ª Marcha Nacional de Mulheres Indígenas, em Brasília, Distrito Federal. Foto de 2021.

Saiba mais

Terras Indígenas

Segundo o artigo 231 da Constituição Federal, são Terras Indígenas “as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”. A constituição também estabelece que “as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes”.


Apesar de haver diferenças entre os vários povos indígenas que habitam o atual território brasileiro, alguns aspectos são comuns a todos eles. A terra, por exemplo, não tem dono e todos podem usá-la livremente. Aquilo que se obtém dela, seja como caça ou alimento cultivado, é consumido pela comunidade inteira. Assim, entre os povos indígenas, não há pobres nem ricos. Também não há pessoas que trabalham para outras: todos produzem para a comunidade, cada um fazendo a sua parte.

Outro aspecto comum à maioria dos povos indígenas é a fórma de morar. Embora as habitações indígenas variem de uma cultura para outra, costumam abrigar vários membros de uma família. Em geral, as pessoas dividem a moradia com irmãos, cunhados ou pais. No entanto, integrantes de muitas comunidades indígenas vivem em casas de alvenaria, da mesma fórma que os não indígenas.

Ilustração. Na parte superior, o título: Acre, aldeia indígena. Ao centro, duas grandes construções retangulares com cercas em forma de arco. Ao redor, diversas habitações triangulares, conectadas por caminhos representados nas cores branca e amarela.
Representação de aldeia indígena no Acre, produzida pelo professor indígena Paulo Lopes Siã caxinauá.

Fonte: GAVAZZI, Renato Antônio; RESENDE, Marcia spaier. Atlas geográfico indígena do Acre. Rio Branco: Comissão Pró-Índio do Acre, 1998. página 25.

A maneira como as sociedades indígenas se relacionam com o trabalho também é um aspecto importante. Entre as comunidades tradicionais, não há distinção entre as horas do dia destinadas ao trabalho e as destinadas ao descanso, uma vez que essas atividades não são separadas na vida cotidiana. Apesar disso, muitos indígenas estão adaptados ao modo de vida dos habitantes das cidades, e muitos deles têm empregos formais e frequentam universidades para se tornar advogados, professores, escritores etcétera

Fotografia. Destaque para um homem indígena sorridente, tem o rosto arredondado, cabelo liso e preto. Usa alguns colares. Está sentado à mesa com um livro nas mãos. Atrás dele, estante com muitos livros.
O escritor Daniel Munduruku na Fundação Bunge, no município de São Paulo, São Paulo. Foto de 2019. Nascido em Belém, no Pará, e pertencente à etnia Munduruku, Daniel é formado em história, filosofia e psicologia, e pós-graduado na área de educação.

Conexão

Memória viva Guarani

Ñande Reko Arandu. São Paulo: ême cê dê, 2005. 1 cedê.

cedê com canções tradicionais dos indígenas Guarani, cantadas por onze corais formados por 180 crianças de aldeias localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O cedê contém 15 faixas que tratam do mundo na concepção Guarani. Para os Guarani, as músicas do cedê foram ofertadas por nhanderú, Deus criador de tudo o que existe. Os cânticos foram ensinados pelos adultos às crianças, que os cantam pela manhã.


Leitura complementar

O roubo do fogo

No texto a seguir, o escritor Daniel Munduruku conta o mito Guarani que explica como os humanos se apossaram do fogo.

Em tempos antigos os Guarani não sabiam acender fogo. Na verdade eles apenas sabiam que existia o fogo, mas comiam alimentos crus, pois o fogo estava em poder dos urubus. reticências

Numa ocasião, quando o Sol estava bem fraquinho e o dia não estava muito claro, os urubus foram até lá e retiraram algumas brasas das quais tomavam conta com muito cuidado e zêlo. reticências

Um dia, o grande herói reticências nhanderequeí reticências decidiu que iria roubar o fogo dos urubus. Reuniu todos os animais, aves e homens da floresta e contou o plano que tinha para enfrentar os temidos urubus, guardiões do fogo. reticências

– Todos vocês sabem que os urubus usam fogo para cozinhar. reticências Por isso vou me fingir de morto bem debaixo do ninho deles. Todos vocês devem ficar escondidos e, quando eu der uma ordem, avancem para cima deles e os espantem daqui. Dessa fórma, poderemos pegar o fogo para nós.

Todos concordaram e procuraram um lugar para se esconder. Não sabiam por quanto tempo iriam esperar. nhanderequeí deitou-se. Permaneceu imóvel por um dia inteiro.

Os urubus, lá do alto das árvores, observavam com desconfiança. Será que aquele homem estava morto mesmo ou estava apenas querendo enganá-los? Por via das dúvidas preferiram aguardar mais um pouco.

O herói permaneceu o segundo dia do mesmo jeito. reticências Foi no fim do terceiro dia, no entanto, que as aves baixaram as guardas. Ficavam imaginando que não era possível uma pessoa fingir-se de morta por tanto tempo. Ficavam confabulando entre si:

– Olhem, meus parentes urubus – dizia o chefe urubu – nenhum homem pode fingir-se de morto assim. Já decidi: vamos comê-lo. Podem trazer as brasas para fazermos a fogueira.

Um grande alarido se ouviu. Os urubus aprovavam a decisão de seu chefe, e por isso imediatamente partiram para buscar as brasas. Trouxeram e acenderam uma fogueira bonita e vistosa. reticências

Eles colocaram nhanderequeí sobre o fogo, mas graças a uma resina que ele passara pelo corpo, o fogo não o queimava. Num certo momento, o herói se levantou do meio das brasas dando um grande susto nos urubus que, atônitos, voaram todos. nhanderequeí aproveitou-se da surpresa e gritou a todos os amigos que estavam escondidos para que atacassem os urubus e salvassem alguma daquelas brasas ardentes. reticências


lustração. Duas aves pretas no topo de uma árvore. Próximo a elas, uma tocha com fogo. Ao fundo, um jovem indígena deitado no chão, com as pernas encolhidas.

Ilustração. Duas aves pretas no alto de uma árvore. Uma delas segura uma tocha com o bico.

Acontece, no entanto, que na pressa de salvar o fogo, quase todas as brasas se apagaram por terem sido pisoteadas.

Quando tudo se acalmou, nhanderequeí chamou a todos e perguntou quantas brasas haviam conseguido. Uns olhavam para outros na tentativa de saber quem havia salvado alguma brasinha, mas qual não foi a tristeza geral ao se depararem com a realidade: ninguém havia salvado uma pedrinha sequer.

– Só temos carvão e cinzas – disse alguém no meio da multidão.

– E para que nos há de servir isso? – falou nhanderequeí. – Nossa batalha contra os urubus de nada valeu!

Acontece que, por trás de todos, saiu o pequeno cururuglossário , dizendo:

– Durante a luta os urubus se preocuparam apenas com os animais grandes e não notaram que eu peguei uma brasinha e coloquei em minha boca. Espero que ainda esteja acesa. Mas pode ser que...

– Depressa. Pare de falar, meu caro cururu. Não podemos perder tempo. Dê-me esta brasa imediatamente – disse nhanderequeí, tomando a brasa em suas mãos e a assoprando levemente.

Todos os animais ficaram atentos às ações do herói que tratava com muito cuidado aquele pequeno luzeiroglossário . Pegou-o na mão e colocou um pouquinho de palha e o assoprou novamente. Com isso ele conseguiu um pequeno riozinho de fumaça. Isso foi o bastante para incomodar os animais, que logo disseram:

– Se o fogo sempre faz fumaça, não será bom para nós. Nós não suportamos fumaça.

Dizendo isso, os bichos foram embora, deixando o fogo com os homens e com as aves.

nhanderequeí soprou de novo. Ele o fazia com todo o cuidado, com todo jeito. Logo em seguida à fumaça, aconteceu um cheiro de queimado. Isso foi o bastante para que as aves se incomodassem e dissessem:

– Nós não gostamos desse cheiro que sai do fogo. Isso não é bom para as aves. Fiquem vocês com este fogo.

Enquanto isso, nhanderequeí soprou ainda mais forte e, finalmente, as chamas apareceram no meio da palha e do carvão que sustentaram o fogo aceso para sempre.

MUNDURUKU, Daniel. Contos indígenas brasileiros. São Paulo: Global, 2004. página 15-19.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Qual é o tema do texto?
  2. Qual era a função dessa história na sociedade Guarani? Justifique sua resposta.
  3. Qual é a moral transmitida por essa história? Como você chegou a essa conclusão?
  4. Você conhece alguma história parecida com essa? Conte aos seus colegas.

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

  1. Identifique a afirmação incorreta. Depois, corrija-a em seu caderno.
    1. Os maias estavam organizados em cidades-Estado, ou seja, em cidades que funcionavam como unidades políticas independentes.
    2. A cidade de Teotiuacán formou-se pela união de várias aldeias por volta do ano 100 antes de Cristo
    3. Para planejar as atividades agrícolas, os maias desenvolveram calendários bastante precisos.
    4. Os astecas foram povos monoteístas, que veneravam Quetzalcóatl, a “serpente emplumada”.
    5. Acredita-se que os olmecas foram os primeiros povos mesoamericanos a desenvolver uma fórma de escrita e um calendário.
  2. Em abril de 2017, uma escavação arqueológica na região central do México revelou uma cidade com características incomuns para os padrões da Mesoamérica. tlács-cálãn, fundada no século treze, apresenta construções padronizadas, dispostas de maneira a facilitar a locomoção dos seus habitantes. Em nenhum bairro da cidade foi possível identificar habitações maiores ou mais luxuosas. Em tlács-cálãn também não se encontram grandes palácios ou pirâmides que se destaquem dos outros edifícios. Há várias praças espalhadas e a construção que parece ter abrigado um órgão político ficava afastada 1 quilômetro dos limites da cidade.
    1. Pense nas cidades da Mesoamérica que você já estudou. Em que aspectos tlács-cálãn é diferente delas?
    2. Considerando as características de tlács-cálãn, é possível deduzir que a cidade era governada por uma autoridade que concentrava o poder político? Justifique.
  3. Os textos a seguir foram publicados em 1609, quando o Império Inca já não existia mais porque fôra conquistado pelos espanhóis em meados do século dezesseis. Eles são de autoria do cronista peruano gômes suáres de Figueroa (1539-1616), conhecido como Inca Garcilaso de la Vega, filho de um conquistador espanhol e de uma princesa peruana. Baseado em textos de viajantes espanhóis que haviam estado no Novo Mundo e em relatos orais ouvidos durante sua infância e juventude, o autor fez uma extensa descrição dos costumes incas e de diversos aspectos da vida dos habitantes de Cuzco.

Texto um

Inca Roca foi o primeiro a colocar escolas na real cidade de Cuzco para que os professores ensinassem as ciências que alcançavam aos príncipes incas, e aos de seu sangue real, e aos nobres de seu império reticências para que soubessem os ritos, preceitos e cerimônias de sua reticências religião, e para que entendessem a razão e fundamento de suas leis e foros, e o número deles, e sua verdadeira interpretação para que alcançassem o dom de saber governar, e se fizessem mais urbanos e fossem de maior indústria para a arte militar, para conhecer os tempos e os anos, e saber pelos nós as histórias e dar conta delas, para que soubessem falar com ornamento e elegância, e soubessem criar seus filhos, governar suas casas.

BUSTO duturburú, José Antonio del. Peru incaico. Lima: Studium, 1977. página 171-172. (Tradução nossa).


Texto dois

Inca Roca pensou que convinha que os filhos da gente comum não aprendessem as ciências, as quais pertenciam somente aos nobres, para que não se ensoberbecessem e difamassem a república. Bastava que lhes ensinassem o ofício de seus pais.

BUSTO duturburú, José Antonio del. Peru incaico. Lima: stúdium, 1977. página 180. (Tradução nossa).

  1. Compare a educação oferecida aos nobres com a educação oferecida ao povo comum. Segundo o cronista, em que elas eram diferentes?
  2. De acordo com os textos, o sistema de educação incaico tinha por objetivo desenvolver as mesmas capacidades em todos os habitantes do império? Explique.

4. Copie o quadro a seguir no caderno e complete-o com informações sobre as populações indígenas do Brasil antes de 1500.

INDÍGENAS DO BRASIL ANTES DE 1500

Número aproximado de habitantes

Principais grupos e etnias

Formas de vida e organização política

Formas de obtenção de alimentos

Técnicas utilizadas na produção de utensílios

Características religiosas

Aluno cidadão

  1. Muitos grupos indígenas brasileiros utilizam as novas tecnologias e os meios de comunicação para divulgar suas lutas e manter vivas suas tradições por meio de livros, documentários, ensaios fotográficos, Cê dês, blogs e sites etcétera
    1. Qual é a importância de os indígenas utilizarem as modernas tecnologias de comunicação disponíveis na sociedade não indígena?
    2. Em sua opinião, é possível manter a identidade indígena e se inserir na sociedade não indígena? Converse com os colegas sobre isso.

Conversando com língua portuguesa

6. Estima-se que sejam faladas no Brasil mais de 270 línguas diferentes, a maioria delas é indígena. No entanto, apesar da proteção da lei e dos esforços de pesquisadores e de organizações, muitas dessas línguas estão sob risco de extinção, pois o número de falantes é pequeno. Realize uma pesquisa sobre as línguas indígenas ameaçadas de extinção no Brasil. Escolha uma delas e faça um levantamento de dados como o local de origem, o povo e o número de falantes, a região na qual ela é falada e as ações realizadas para que ela não se extinga. Ao final, apresente o resultado da pesquisa aos colegas.

Você é o autor

7. Ao longo do capítulo, você estudou uma série de temas sobre as populações nativas do continente americano. Pensando nisso, reúna-se com três colegas e criem uma música que trate dos povos indígenas americanos. Vocês podem abordar mais de um tema ou mais de um povo e fazer referência a diversos aspectos das culturas indígenas, com base no que vocês aprenderam. É possível fazer uma versão de uma música que vocês conhecem ou criar uma. Ao final, apresentem a música criada para os colegas, e, se possível, reproduzam-na utilizando instrumentos musicais.


Fazendo e aprendendo

Quadro comparativo

Há muitas fórmas de construir o conhecimento. Podemos, por exemplo, compreender algo por meio do estabelecimento de uma relação de causa e efeito: percebemos que, quando deixamos um objeto solto no ar, ele cai. Conseguimos, ainda, aprender alguma coisa por meio de relações comparativas: quando observamos os seres vivos, notamos que alguns têm o corpo revestido de pelos, enquanto outros têm escamas ou penas, e os classificamos em grupos distintos.

Podemos usar a comparação também para identificar semelhanças e diferenças entre as sociedades humanas e para compreendê-las separadamente. A elaboração de um quadro comparativo serve para organizar e sistematizar as informações. Para montar um, sugerimos que você siga estes procedimentos:

1. Desenhe um retângulo e deixe uma faixa horizontal superior para identificar as sociedades que você vai comparar. Faça isso no caderno ou em uma folha avulsa. 

Ilustração. Quadro horizontal com duas linhas.

2. Do lado esquerdo, separe uma faixa vertical para identificar os aspectos que serão comparados.

Ilustração. Quadro horizontal formado por duas linhas horizontais dividas em duas colunas.

3. Divida a faixa horizontal superior de acordo com o número de sociedades que você deseja comparar.

Sociedade 1

Sociedade 2

4. Liste os aspectos que deseja comparar, por exemplo, “atividade econômica principal”, “religião” etcétera Em seguida, divida a linha vertical à esquerda de acordo com o número de aspectos que listou e escreva-os nos espaços.

Sociedade 1

Sociedade 2

Atividade econômica principal

Forma de governo

Religião

Aspecto 4

Aspecto 5


  1. Preencha o quadro conforme as características de cada sociedade. Lembre-se de sempre comparar os mesmos aspectos das sociedades escolhidas; por exemplo, se você pretende caracterizar o tipo de governo de uma, deve caracterizar o tipo de governo de todas as outras.
  2. Ao final, para facilitar sua análise, pinte de uma cor os espaços em que você notar que as características das sociedades comparadas são as mesmas e de outra cor os espaços em que percebe que existem diferenças.

Tomando como base o quadro, você poderá avaliar as sociedades que apresentam mais semelhanças do que diferenças, as que apresentam mais diferenças do que semelhanças, o que existe de particular em cada uma etcétera


Responda em seu caderno.

Aprendendo na prática

Siga os procedimentos indicados para montar um quadro comparativo entre os povos da Mesopotâmia e os egípcios.

  1. Reúna-se com dois colegas.
  2. Definam os aspectos que vocês desejam comparar. Lembrem-se de respeitar a opinião dos demais integrantes do grupo: o trabalho é coletivo e as decisões devem ser tomadas em conjunto.
  3. Tracem seis linhas horizontais, dividindo-as em três colunas. Na primeira coluna, identifiquem os aspectos que utilizarão na comparação.
  4. Preencham cada campo com a informação correspondente. Lembrem-se de que a comparação só acontecerá se vocês mantiverem o mesmo critério para preencher todas as colunas.
  5. Preenchido o quadro, usem um lápis de cor para colorir todas as semelhanças e outro de cor diferente para colorir as diferenças.
  6. Observem o resultado: entre os povos da Mesopotâmia e os egípcios, havia mais semelhanças ou diferenças? No caderno, escrevam um parágrafo apontando as conclusões do trio sobre as civilizações comparadas.

Critério de comparação

Povos da Mesopotâmia

Egípcios

Atividade econômica principal

Aspecto 2

Aspecto 3

Aspecto 4

Aspecto 5


Glossário

Obsidiana
: tipo de vidro de origem vulcânica.
Voltar para o texto
Dique
: barragem para conter a invasão da água do mar ou de rio.
Voltar para o texto
Quinoa
: planta nativa das montanhas andinas que produz um grão muito nutritivo.
Voltar para o texto
Cururu
: na língua Tupi, nome genérico que identifica todos os sapos.
Voltar para o texto
Luzeiro
: aquilo que emite luz.
Voltar para o texto