CAPÍTULO 2  A origem da humanidade

Cena de animação. Dois grupos de pessoas em um ambiente cercado de vegetação. À direita, uma mulher com uma longa trança usando um vestido em tons de verde. Ao lado dela, um homem de barba, franja e o cabelo amarrado em um coque. Ele usa calça e uma blusa aberta, sem fechos, no mesmo tom de verde do vestido da mulher. Os dois olham atentamente para uma família à esquerda, vestida com roupas feitas de pele de animais. Todos da família estão em posição inclinada, com as mãos tocando o chão. À frente, um homem grande com o rosto comprido, olhos pequenos e de cavanhaque. Os braços são largos e fortes. Atrás dele, três crianças. Ao seu lado, uma senhora de cabelos brancos e um rapaz. Todos olham boquiabertos para o casal.
Cena da animação Os Croods 2: uma nova era (2020), do diretor djôl cróford.

A imagem desta abertura é a reprodução de uma cena da animação Os Croods 2: uma nova era, lançada em 2020. Ambientada na chamada Pré-história, a animação narra as aventuras da família Croods na procura por um novo lar e o encontro deles com outra família, com hábitos muito diferentes dos seus, os Bemelhores.

Assim como Os Croods, muitas outras animações, filmes e histórias em quadrinhos são ambientados no período conhecido como Pré-história. Eles procuram mostrar como era a vida dos seres humanos há centenas de milhares de anos. Porém, os estudos históricos sobre esse período baseiam-se em vestígios arqueológicos, que, muitas vezes, revelam informações pouco precisas. Assim, essas produções acabam mostrando mais elementos do modo de vida dos seres humanos do presente do que do passado.

  • Você conhece alguma outra produção ambientada na Pré-história?
  • O que você sabe sobre a vida dos seres humanos nesse período?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O capítulo contempla a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três (ao tratar das hipóteses científicas sobre a origem da espécie humana e apresentar o conceito de mito) e, parcialmente, a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero cinco (por descrever modificações da natureza e da paisagem realizadas pelos seres humanos). O trabalho para o desenvolvimento dessa habilidade se completa ao longo de outros capítulos conforme as indicações na tabela de habilidades do ano.

Objetivos do capítulo

  • Compreender o conceito de mito, identificando suas principais características e funções e sua importância na constituição da identidade de um povo específico.
  • Diferenciar as explicações míticas das explicações científicas sobre a origem dos seres humanos, definindo o campo do conhecimento e da experiência em que cada uma delas se estabelece.
  • Reconhecer a teoria da evolução como hipótese que fundamenta os trabalhos científicos sobre a origem da vida.
  • Perceber que o ser humano é resultado de um longo processo não linear de evolução e refletir sobre o papel da espécie humana na natureza.
  • Conhecer as principais características dos períodos Paleolítico e Neolítico, relacionando as transformações dos modos de viver dos grupos humanos aos desafios impostos pela necessidade de sobrevivência em diferentes ambientes e circunstâncias.
  • Compreender que as sociedades se desenvolvem de diferentes maneiras, respeitando o direito dos povos tradicionais de preservar seu modo de vida.

Abertura do capítulo

Ao apresentar a cena de uma animação ambientada na Pré-história, busca-se despertar o interesse dos alunos para o tema. Vale explicar a eles que as produções artísticas não têm o mesmo compromisso com o passado que os estudos e produções científicas. Por isso, elas não devem ser interpretadas como uma reprodução do passado.

As respostas dos alunos para os questionamentos apresentados fornecerão indicações importantes sobre seus conhecimentos prévios a respeito da Pré-história. Avalie se eles associam esse período às origens da humanidade. É possível que citem as habitações em cavernas, a alimentação baseada na caça e na coleta e o uso da pedra como a principal matéria-prima para a confecção de ferramentas. Comente que outros aspectos importantes foram desenvolvidos pelos seres humanos que viveram nesse período, como a agricultura, a domesticação de animais e o domínio do fogo, e que seu modo de vida é investigado por meio dos vestígios deixados por eles.

Os mitos de criação

Você já deve ter ouvido várias histórias sobre o surgimento dos seres humanos, dos animais e das plantas. Elas são chamadas mitos. Os mitos são narrativas cheias de elementos sobrenaturais, como deuses, animais falantes e acontecimentos mágicos. Por meio delas, as pessoas tentam explicar o porquê de as coisas serem como são e como os integrantes de cada sociedade devem se comportar.

Os mitos que contam a origem dos seres humanos variam bastante de uma cultura para outra, porém quase sempre atribuem a criação da humanidade à iniciativa de deuses e de outros seres fantásticos, que teriam criado os homens e as mulheres moldando-os no barro, esculpindo-os na madeira, utilizando milho ou outros materiais.

No Brasil, onde vivem mais de duzentos povos indígenas, há inúmeros mitos que explicam como o mundo e a humanidade foram criados. Leia a seguir um mito sobre a criação do mundo contado por indígenas do povo Desana, grupo étnico que habita a região do Rio Uaupés, no Amazonas.

No princípio, o mundo não existia. As trevas cobriam tudo. Quando não havia nada, brotou uma mulher de si mesma. Surgiu suspensa sobre seus bancos mágicos e cobriu-se de enfeites que se transformaram em uma morada. reticências

Essa mulher, depois de ter aparecido, pensou como deveria ser o futuro do mundo. reticências Seu pensamento começou a tomar fórma e levantar-se como se fosse uma esfera, que era o universo. Ainda não havia luz. Só no compartimento onde ela se fez havia luz, porque era todo branco, de quartzo.

Feito isso, ela chamou a esfera de ëmëkho patolé reticências. Era como se fosse uma grande malocaglossário . Depois ela quis povoar essa grande casa. reticências Tirou o ipaduglossário da boca e o fez transformar-se em homens reticências de pedra branca, que são eternos, não são mortais como nós.

cumu umúsin panlõn; keníri tolamãn. Antes o mundo não existia. São Paulo: Livraria Cultura, 1980. página 51-52.

Fotografia. Família indígena posando para foto. À esquerda um senhor idoso, de cocar e colar com grandes penas azuis. Usa também um colar com dentes de animais. Tem o centro da testa, as bochechas e a ponta do nariz pintados de vermelho. Veste uma espécie de saiote de tecido, com desenhos de figuras geométricas pintadas de vermelho. Ao seu lado, uma criança com o rosto e a barriga parcialmente pintados de vermelho e preto. Ao lado dela, uma mulher de cabelos longos, à frente do corpo, cobrindo os seios. Ela usa uma saia de palha, longos brincos de pena e vários colares. Tem pinturas pelo rosto. À direita, ao lado dela, um homem com um cocar de penas coloridas, bochechas desenhadas e colares atravessando seu corpo diagonalmente. Usa um saiote com formas geométricas pintadas de vermelho. Ao fundo, vista parcial de uma fachada de madeira.
Família indígena do povo Desana, Manaus, Amazonas. Foto de 2015.

Grafia dos nomes dos povos indígenas

Nos livros desta coleção, os nomes dos povos indígenas do Brasil foram escritos de acordo com a Convenção para a Grafia dos Nomes Tribais, aprovada na Primeira Reunião Brasileira de Antropologia, em 1953.

  • Com inicial maiúscula, quando usados como substantivo, e opcional quando usados como adjetivo.
  • Sem flexão de número ou de gênero.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três ao apresentar um mito de fundação.

Mitologia

Os mitos relatam desde a formação do mundo e dos seres que o habitam – os chamados mitos de origem – até a relação entre os seres humanos, a natureza e o universo, constituindo importante elemento identitário de um povo. Os mitos têm também a função de fornecer modelos de comportamento e definir as regras de convivência no interior do grupo. Por isso, na Grécia antiga ou em algumas sociedades indígenas do Brasil atual, por exemplo, os mitos fazem parte da educação das crianças, que ouvem repetidas vezes as narrativas contadas pelos mais velhos. Dessa fórma, os mitos acompanham o crescimento das crianças e permitem que elas reelaborem seu significado à medida que amadurecem.

É importante esclarecer aos alunos que os relatos míticos não são uma mentira, mas uma fórma específica de dar sentido ao mundo e de representar a experiência de um povo.

Atividade complementar

Solicite aos alunos que pesquisem narrativas míticas que tratem da origem do ser humano e as compartilhem com a turma. Depois, oriente-os a comparar as narrativas que pesquisaram com as dos colegas e a identificar semelhanças e diferenças entre elas. Essa atividade contribui para que os alunos compreendam que os mitos constituem uma narrativa de tradição oral, que pode apresentar variações e exprime as ideias de um povo a respeito de sua história, de sua cultura e do mundo natural.

A origem dos seres humanos

O ser humano sempre procurou conhecer ou imaginar suas origens. Perguntas como “Quando, onde e como surgiram os primeiros seres humanos?” ou “Como os seres humanos se espalharam pela Terra?” intrigaram muitas sociedades.

Quando você estuda os povos da Antiguidade, como os egípcios e os gregos, descobre que as respostas dadas por eles para essas questões se baseavam em mitos de origem. No entanto, com o passar do tempo, as sociedades humanas procuraram, com base em evidências materiais, elaborar explicações científicas para a origem da vida, sem levar em consideração crenças religiosas e acontecimentos sobrenaturais.

No mundo atual, predominam duas explicações para a origem do universo, da vida e do ser humano: uma religiosa – o criacionismo – e outra científica – o evolucionismo.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

1. Como a maioria dos mitos explica a origem dos seres humanos?

Criacionismo: o ser humano como criação divina

O criacionismo é uma explicação para a origem do universo e da vida que se baseia na fé. Para os criacionistas, todas as coisas existentes foram criadas exatamente como são por uma ou mais entidades sobrenaturais superiores, ou seja, um deus ou vários deuses.

No mundo ocidental, marcado pelas tradições do judaísmo e do cristianismo, a narrativa criacionista mais conhecida está contida no livro do Gênesis, que integra o Antigo Testamento da Bíblia.

De acordo com a narrativa bíblica, Deus levou sete dias para criar o mundo: no primeiro dia, criou os céus, a terra e a luz; no segundo, criou o firmamento, o qual chamou de céu; no terceiro, criou a terra seca, as plantas e as árvores frutíferas; no quarto, criou o Sol e as estrelas; no quinto e no sexto dia, criou as aves e os animais marinhos e terrestres, entre os quais o ser humano; no sétimo dia, Deus descansou, admirando tudo o que havia criado.

O criacionismo não é uma teoria porque não está amparado em evidências. Trata-se de uma narrativa mítica cuja aceitação depende das crenças religiosas das pessoas.

Ilustração. Obra em três quadros.
Quadro 1. Na parte superior da imagem um homem de cabelos longos e castanhos, vestindo uma túnica azul e laranja, está dentro de um círculo de borda ondulada azul. Ele olha para baixo e faz um gesto com a mão, na direção de aves e de peixes que estão na água.
Quadro 2. O homem com o corpo mais para fora do círculo estende a mão na direção de alguns animais e plantas terrestres.
Quadro 3. O homem em pé, fora do círculo, segura uma das mãos de uma mulher que parece sair da lateral de um homem que aparenta estar dormindo. Ambos estão nus.
Detalhe da obra A criação do mundo, ilustração de uma edição do século doze da Bíblia. Biblioteca Municipal de mulãns, França. O criacionismo judaico-cristão foi a principal versão elaborada no Ocidente para explicar a origem do mundo até o século dezenove.

Respostas e comentários

O criacionismo

Existem controvérsias mesmo entre os que defendem a validade das concepções criacionistas: alguns de seus defensores afirmam que a Terra tem pouco mais de 6 mil anos; outros defendem os métodos modernos de datação da idade geológica do planeta, mas discordam dos estudos sobre as mutações naturais das espécies. No entanto, todos afirmam que Deus é o único responsável pelas mudanças nas estruturas complexas que compõem os seres vivos.

Recapitulando

1. Nos mitos, em geral, a criação da humanidade é atribuída aos deuses. De acordo com várias narrativas míticas, os homens e as mulheres foram criados de matérias como o barro, a argila, o fogo, o milho, a mandioca etcétera

Leitura da imagem

No detalhe da obra A criação do mundo, Deus é representado no céu, aparentemente dentro do Sol. Abaixo dele, vemos no primeiro quadro a criação dos pássaros, ocupando o céu, e dos peixes, na água. Os seres estão todos no lugar onde Deus determinou que estivessem. Entre os peixes, há uma figura meio humana submersa, aparentemente uma sereia, personagem da mitologia de povos não cristãos, apesar de essa ilustração ser uma obra cristã.

Evolucionismo: o ser humano como resultado de um processo natural

Em meados do século dezenove, a explicação criacionista para a origem da vida em geral e dos seres humanos em particular foi contestada pelas descobertas de dois naturalistas britânicos: álfréd rãssel uólace e Chárles Dárvin. Suas ideias deram origem à teoria da evolução, também conhecida como evolucionismo.

Em 1831, Dárvin participou de uma expedição científica a bordo do navio Beagle. Durante a viagem, ele estudou e comparou espécies de animais e de plantas de diferentes regiões. Também coletou fósseis e percebeu semelhanças entre organismos extintos e vivos. Com base nessas observações, Dárvin concluiu que todas as espécies de seres vivos passam, no decorrer do tempo, por um processo natural de transformação.

Ilustração em preto e branco. Destaque para a cabeça de quatro pássaros, todos pretos, numerados de um a quatro.
1: Pássaro com a cabeça grande e bico largo. Olhos grandes e redondos.
2: Pássaro com a cabeça menor do que o primeiro, bico mais fino e olhos menores.
3: Pássaro com a cabeça e bico bem pequenos. Olhos redondos.
4: Pássaro com a cabeça pequena e estreita. Bico fino e comprido. Olhos redondos.
Ilustração de 1845 que mostra quatro tentilhões-de-galápagos estudados por Dárvin em sua viagem. Biblioteca da Universidade da Flórida, Gainesville, Estados Unidos. Entre setembro e outubro de 1835, Dárvin esteve nas Ilhas Galápagos, no Equador, e pôde observar que as características das aves variavam conforme as necessidades de sobrevivência impostas pelo ambiente.

uólace viajou para o Brasil, para a Indonésia e para a Malásia entre 1848 e 1852, e, assim como Dárvin, coletou plantas e animais para suas pesquisas. Com seus estudos, chegou às mesmas conclusões que Dárvin a respeito das transformações das espécies.

Com base nas correspondências trocadas com uólace, no conhecimento elaborado com outros cientistas e em suas pesquisas, Dárvin publicou, em 1859, o livro A origem das espécies. Nessa obra, ele apresentou um amplo estudo sobre a formação, a evolução e a extinção das espécies.

Doze anos depois, Dárvin publicou A origem do homem e a seleção sexual, que trata da evolução da espécie humana. Nesse livro, o naturalista inglês defendeu a ideia de que os seres humanos e os grandes primatas, como os gorilas e os chimpanzés, evoluíram de um ancestral comum. Ele nunca afirmou que descendíamos diretamente dos macacos, embora alguns críticos de seu trabalho tenham lhe atribuído equivocadamente essa ideia.

Caricatura. Dois macacos com cabeça de homem fazendo malabarismos no picadeiro de um circo. Um deles, de calça amarela, está sentado, tem a cabeça de um homem de cabelos pretos e lisos, e usa óculos. Ele está segurando dois aros amarelos no alto. O macaco que passa pelos aros usa uma sunga vermelha. Ele tem a cabeça de Charles Darwin, senhor careca de barbas brancas. Ao fundo, várias pessoas assistem à cena.
O homem descende do macaco, caricatura de André Gill publicada no periódico parisiense La Lune, 1878. Museu Carnavalet, Paris, França. Nessa caricatura, Dárvin, representado com o corpo de macaco, passa pelo aro “Credulidade” e segue em direção ao outro no qual está escrito “Superstições”, “Erros” e “Ignorância”.

Respostas e comentários

Evolução e transformação

Chárles Dárvin evitava, sempre que possível, o uso do termo evolução, preferindo a palavra transformismo, por exemplo. Segundo a teoria desenvolvida por ele e por álfréd rãssel uólace, as transformações não ocorrem durante o tempo de vida dos indivíduos de uma espécie, mas é necessário que várias gerações nasçam com determinadas características favoráveis à adaptação ao ambiente para que as mudanças se tornem predominantes.

Respeito e tolerância

O trabalho com a visão criacionista e a teoria da evolução é uma boa oportunidade para desenvolver entre os alunos o respeito em relação às diferenças. Ao trabalhar esse conteúdo com a turma, deixe claro que a explicação científica e a religiosa têm pressupostos e naturezas diferentes e incentive, na comunidade escolar, um ambiente de empatia, compreensão e tolerância entre todos.

Ampliando: Dárvin na América do Sul

“Durante sua permanência no país [Brasil], reuniu grande número de insetos, cuja variedade e análises sobre estratégias de ataque lhe chamaram a atenção para a disputa pelo ambiente e para a lei do mais forte. ‘Não resta dúvida de que a extraordinária biodiversidade de nossa natureza tropical, o exame de fósseis pré-históricos na Argentina, o estudo da geologia da América do Sul e a análise de animais em ilhas isoladas, como em Galápagos [Equador], foram fatores decisivos que levaram Dárvin a se questionar sobre a origem das espécies e a buscar uma hipótese que a explicasse’, ressalta [Ildeu de Castro] Moreira. Na introdução da Origem das espécies Dárvin escreveu: ‘Quando eu estava a bordo do êitch êm és bígol reticências fiquei muito impressionado com certos fatos na distribuição dos habitantes da América do Sul e com as relações geológicas dos habitantes presentes com os do passado, naquele continente. Esses fatos, me parecia, poderiam lançar alguma luz sobre a origem das espécies reticências’.”

mariuzo, Patrícia. Origem das espécies: pesquisadores recuperam passagem de Chárles Dárvin pelo Brasil. Ciência e cultura. São Paulo, volume 60, número 3, setembro 2008. página 61.

Seleção natural

De acordo com a teoria evolucionista, há muitas variações entre indivíduos da mesma espécie.

Algumas características aumentam as chances de reprodução ou de sobrevivência de um indivíduo, que, por isso, consegue deixar mais descendentes. Os indivíduos que não têm essas características vivem menos tempo e, portanto, têm menos descendentes. Após várias gerações, as características que aumentam as chances reprodutivas e de sobrevivência dos indivíduos da espécie estarão cada vez mais acentuadas e presentes na população. Dárvin chamou esse processo de seleção natural.

A seleção natural sucessiva, em uma escala extensa de tempo, pode levar a um acúmulo significativo de características selecionadas, resultando em novas espécies de seres vivos.

Dárvin não conhecia a causa dessas variações entre os indivíduos da mesma espécie. Atualmente, os cientistas reconhecem que a variação de características em uma espécie é causada por mutações nos genesglossário de alguns indivíduos. Essas mutações acontecem ao acaso na natureza, mas podem resultar também da intervenção humana.

Exemplo hipotético de evolução por seleção natural

Ilustração dividida em três quadros. Exemplo hipotético de evolução por seleção natural. A passagem de um quadro a outro é indicada por uma seta vermelha. Quadro um: diversos besouros, uns verdes outros marrons, sobre uma folhagem marrom. Abaixo, o texto: Besouros de uma mesma espécie vivem na folhagem caída sobre o solo de uma floresta. Alguns indivíduos dessa população são amarronzados e outros são verdes. Quadro dois: duas aves grandes de penas brancas e asas pretas, bico e pernas longas. Elas estão comendo besouros verdes, que se destacam em meio à folhagem seca. Abaixo, o texto: A migração de aves insetívoras para a região é uma ameaça para os besouros. Procurando entre as folhas secas de tons marrons, os pássaros encontram e capturam mais facilmente os besouros verdes, cuja coloração é mais contrastante com a folhagem. Quadro três: restaram sobre a folhagem seca apenas os besouros de coloração amarronzada. Abaixo o texto: Por serem menos visíveis, os besouros amarronzados são menos predados pelas aves. Dessa forma, suas chances de sobrevivência são maiores e, por isso, eles tendem a gerar mais descendentes.

Fonte: Evolução da vida, de Time-Life. São Paulo: Abril, 1994. página 14 e 15. (Coleção Ciência e natureza).


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Cite as duas explicações mais difundidas no mundo ocidental para a origem do ser humano.
  2. É correto dizer que os seres humanos evoluíram do macaco?
  3. De acordo com Chárles Dárvin, qual é o processo que provoca a evolução das espécies?

Respostas e comentários

A construção do conhecimento

É importante destacar que o conhecimento científico é consequência de uma trajetória intelectual ao longo da história, e não fruto da ação de um único indivíduo em um momento específico. Dárvin, por exemplo, consultou vários estudos no processo de formulação de sua teoria, como os do naturalista rênri bêits, que viveu no Brasil por onze anos e forneceu informações importantes sobre a fauna e a flora da Floresta Amazônica, e os do botânico djôséf ruquer sobre as plantas nativas do Himalaia e da Nova Zelândia.

Recapitulando

  1. As duas explicações são a criacionista e a evolucionista.
  2. Não. Os seres humanos e os macacos evoluíram de um ancestral comum, hoje extinto.
  3. O processo é conhecido como seleção natural.

África, berço da humanidade

A linhagem de primatasglossário que deu origem aos seres humanos se separou dos chimpanzés e bonobos, nossos parentes mais próximos no reino animal, há aproximadamente 7 milhões de anos, no continente africano. Por volta de 3,9 milhões de anos, seus descendentes passaram a caminhar sobre duas pernas e adotaram uma postura ereta. As espécies primitivas de primatas bípedesglossário são consideradas ancestrais dos homens modernos e identificadas como hominídeos.

Os primeiros hominídeos conhecidos até o momento foram os australupitécus. Existiram várias espécies desse gênero, das quais muitas se extinguiram em razão de mudanças ambientais, ao passo que outras evoluíram e deram origem a vários novos grupos de seres parecidos conosco.

Os hominídeos que conseguiram se adaptar às transformações ambientais e sobreviver apresentavam algumas características específicas, como cérebro maior, andar ereto e um formato de mãos e dedos que facilitava a manipulação de pequenos objetos e a fabricação de instrumentos. Ao longo do tempo, essas mudanças originaram o gênero ômo.

O processo de evolução dos seres humanos foi longo e complexo. Entre os primeiros hominídeos e nós, os Omo sápiens, houve muitas espécies que existiram por milhões ou milhares de anos antes de se extinguirem. Algumas nos transmitiram suas características, outras desapareceram sem deixar descendentes. Nesse percurso, nossos ancestrais fizeram diversas conquistas, como aprender a fabricar ferramentas, produzir o fogo e desenvolver a capacidade de fala.

Árvore genealógica humana

Ilustração. Árvore genealógica humana. À esquerda, linha cronológica vertical, com divisões em milhões de anos. À direita, ilustração de árvore com diversos galhos. Em cada galho é representado um grupo ou indivíduo de determinado gênero. De baixo para cima:
6 milhões de anos atrás: Gênero Sahelanthropus. Hominídeo de boca grande e pescoço lago. A testa é pequena e os olhos grandes.
5 milhões de anos atrás: Gênero Orrorin. Hominídeo de cabeça arredondada, nariz largo e testa estreita.
4 milhões de anos atrás: Gênero Ardipithecus. Hominídeo com pelagem comprida, boca grande e olhos pequenos.
3 milhões e 2 milhões de anos atrás: Gênero Australopithecus. Hominídeos mais semelhantes à espécie humana: poucos pelos, olhos, nariz e boca de tamanhos proporcionais entre si.
1 milhão de anos atrás: Gênero Paranthropus. Hominídeos com barba, nariz largo, lábios finos.
Presente: Gênero Homo. Fotografia de quatro pessoas, com características físicas diferentes.

Fonte: SMITHSONIAN NATIONAL MUSEUM OF NATURAL HISTORY. Human Family Tree. Disponível em: https://oeds.link/zNSvmp. Acesso em: 22 fevereiro 2022.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Em que região do planeta evoluíram os primeiros ancestrais do ser humano?
  2. Liste algumas características que diferenciaram os hominídeos dos demais primatas.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero três ao identificar as hipóteses científicas sobre a origem da espécie humana.

Evolução das espécies

Destaque para os alunos que a evolução do ser humano e de outros seres vivos não ocorreu linearmente, mas de maneira bastante ramificada, com espécies muito diferentes coexistindo durante longos períodos. Explique que as diferentes espécies do gênero ômo não eram piores, melhores, mais fortes ou mais fracas do que a do ser humano moderno, mas esta, em certo meio, era a mais bem adaptada a sobreviver e gerar descendentes. Ou seja, em um mundo diferente do nosso, outras espécies poderiam apresentar as características que garantiriam sua sobrevivência.

Recapitulando

  1. Os primeiros ancestrais humanos evoluíram no continente africano.
  2. Podem ser citados o cérebro maior do que o de outros primatas, o andar ereto e o formato de mãos e dedos que facilitava a manipulação de objetos pequenos e a fabricação de ferramentas.

História sem escrita

Como vimos no capítulo 1, até o início do século vinte, os historiadores entendiam que o conhecimento histórico só poderia ser produzido com base em documentos escritos. Por isso, chamaram o período anterior à invenção da escrita de Pré-história. Contudo, a maior parte da história humana transcorreu justamente nesse período, anterior à invenção da escrita.

Diante disso, como podemos estudar a chamada Pré-história? Como teria sido a vida dos seres humanos durante esse tempo? Para responder a essas perguntas, os pesquisadores precisam montar um quebra-cabeça baseado exclusivamente em vestígios materiais deixados por nossos antepassados.

Existem muitas técnicas e métodos para estudar a cultura material dos povos da Pré-história. Por exemplo, os estudiosos fazem comparações entre esses povos e as sociedades ágrafasglossário do presente. Porém, nem todos os pesquisadores consideram válidas essas comparações, pois afirmam que aspectos formais parecidos entre duas culturas podem ter significados bastante diferentes. Por essa razão, advertem que é preciso cautela para não transferir conhecimentos de um tempo para outro e de uma cultura para outra, como se as culturas ágrafas fossem todas iguais ou tivessem ficado “congeladas” no tempo.

Apesar das críticas ao método comparativo, algumas características parecem ser recorrentes nas sociedades sem escrita. Uma delas é o modo de tratar os idosos. Diferentemente do que acontece nas sociedades industriais de hoje, em que os idosos muitas vezes são considerados “improdutivos” e chegam até mesmo a ser abandonados pela família, nas sociedades ágrafas, eles assumem funções importantes, como a de conselheiros e guardiões da sabedoria dos antepassados.

Refletindo sobre

Vimos que os idosos são valorizados nas sociedades ágrafas. Como os idosos que você conhece são tratados? Em sua opinião, esse tratamento é justo? Por quê? Quando você envelhecer, como deseja ser tratado?

Saiba mais

Tradição oral e patrimônio imaterial

Nas sociedades ágrafas, o conhecimento é transmitido oralmente através das gerações. Técnicas, histórias dos antepassados, regras de convívio social, conhecimentos sobre a natureza, entre muitos outros saberes, são preservados sem a necessidade de escrita. Entre vários povos africanos, como os mandingas, os fulas e os hauçás, o contador de histórias, ou griô, tem o papel de transmitir oralmente esses conhecimentos.

Um griô geralmente pertence a uma família de contadores de histórias. Ele precisa ser iniciado por um griô mais velho para aprender o que deve transmitir à comunidade e que técnicas pode usar para fazer isso. Essas técnicas incluem o conhecimento de rimas, gestos, expressões faciais e utilização de instrumentos musicais, como a kora, para compor sua perfórmance. Os mitos, as lendas e as técnicas de transmissão do saber são parte da tradição de um povo e integram seu patrimônio cultural imaterial.


Fotografia. Mulher negra com os cabelos trançados e roupa vermelha. Ela segura um instrumento de base arredondada. Na parte superior, uma haste vertical e cordas, semelhante a um braço de violão, mas dispostos como em uma harpa.
A artista gambiana Sona Jobarteh tocando kora, instrumento musical usado pelos griôs. Nova iórque, Estados Unidos. Foto de 2019.

Respostas e comentários

Refletindo sobre

Converse com os alunos sobre o papel das pessoas idosas nas sociedades contemporâneas. Discuta com eles o problema do abandono dos idosos, principalmente nos meios urbanos, e incentive-os a estreitar os laços com os parentes mais velhos, como avós e tios-avós, buscando conhecer por meio deles a história de seus antepassados.

Bê êne cê cê

Ao incentivar os alunos a compreender e a reconhecer a diversidade humana e as próprias emoções e as dos outros, exercitando a empatia, o diálogo, a cooperação, o respeito e o acolhimento ao outro, essa atividade contribui para o desenvolvimento das Competências gerais da Educação Básica nº 8 e nº 9.

Por estimular a compreensão de si e dos outros como portadores de identidades diferentes que têm o direito de ser respeitados, valorizados e acolhidos na sociedade plural em que vivem (isto é, por promover a dignidade de diferentes saberes e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza), a atividade também contribui para o desenvolvimento das Competências específicas de Ciências Humanas nº 1 e nº 4.

Por tratar do processo de envelhecimento, as questões possibilitam o trabalho com o tema contemporâneo transversal Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.

Saiba mais

Ao abordar o texto do boxe, retome o capítulo 1 e chame a atenção dos alunos para o fato de que o conceito de patrimônio não se aplica apenas a edifícios e objetos materiais, mas também a saberes que integram os “bens” de um povo. Caso seja possível, exiba o documentário Sôtiguí Cuiátê: um griô no Brasil, dirigido por Alexandre Handfest (57 minutos), facilmente encontrado na internet.

Leitura complementar

Testemunhas da história

O texto a seguir, da historiadora francesa Colette suinen, trata dos vestígios materiais deixados pelos seres humanos primitivos.

Uma cultura se define através de coisas tão diversas como língua, culinária, vestimenta, religião. A cultura é um campo tão vasto que engloba todos os elementos da vida cotidiana. A partir do estudo dos vestígios de pedra, os arqueólogos elaboram hipóteses e reconstituições da vida de nossos distantes antepassados. Para entender melhor a dificuldade desse trabalho, imagine que nossa sociedade não deixasse nada além de objetos de plástico! Como se haveria de interpretar nossa civilização?

O pré-historiador se encontra nessa difícil situação. Ele dispõe de informações muito parciais sobre o legado que o homem pré-histórico nos deixou. As rochas se conservaram, mas as ossadas geralmente desapareceram, em razão da acidez do solo. Outros materiais orgânicos, como pele, cortiça, madeira, fibras vegetais, que se decompõem com rapidez, também desapareceram. reticências

Os utensílios de pedra são os indicadores mais confiáveis para acompanhar a evolução tecnológica e cultural dessas diferentes populações através do tempo. Cada período cronológico é representado pelo que os especialistas chamam de indústriaglossário . reticências

Diferentes tipos de rocha foram utilizados para fabricar esses objetos reticências. Esses materiais são encontrados facilmente na natureza, sob fórma de pedrinhas ou de blocos. reticências

reticências milhões de anos, o ômo ábilis produziu o primeiro utensílio de que temos notícia. Com uma pedra que funcionava como uma espécie de martelo (o percussor), ele bateu nas bordas de outra pedra para torná-las cortantes. Obteve, assim, uma ferramenta simples, mas eficaz, para cortar carne. Há 1,2um reais e vinte centavos milhão de anos, surgiu o biface reticências. Esse utensílio, criado pelo ômo eréctus, tinha ambas as faces trabalhadas. Servia para cortar quase tudo: madeira, pele, carne e por aí afora. reticências

O homem de Neãndertal alcançou um alto nível técnico. Seu novo método de córte reticências baseava-se no princípio de que, ao começar o trabalho, o artesão já sabia o que iria fazer. Assim, ele preparava seu bloco de pedra (o núcleo) de modo a produzir lascas nas fórmas e nas dimensões desejadas. Esse planejamento atesta o progresso da inteligência humana. O novo método reticências foi empregado durante centenas de milhares de anos.

suinen colete. A Pré-história passo a passo. São Paulo: Claro Enigma, 2010. página 36-39.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Por que os utensílios de pedra fabricados pelos humanos primitivos são as fontes mais confiáveis para estudar a vida das comunidades naquele período?
  2. Como o texto apresenta a evolução da espécie humana?
  3. Em sua opinião, que tipo de interpretação os pesquisadores do futuro poderiam fazer sobre nosso cotidiano com base nos objetos que descartamos, como o plástico?

Respostas e comentários

Leitura complementar

  1. Porque sobreviveram à ação do tempo. Objetos feitos com madeira, cortiça, pele de animais ou ossadas humanas decompõem-se naturalmente com o tempo.
  2. O texto apresenta a evolução da espécie humana relacionada ao desenvolvimento de ferramentas. Segundo o texto, o ômo ábilis foi a primeira espécie do gênero ômo a fabricar ferramentas de pedra. Depois dele, o ômo eréctus produziu bifaces, ferramentas de pedra com os dois lados trabalhados, utilizadas para cortar uma infinidade de coisas. Posteriormente, o ômo neãndertalêncis passou a confeccionar ferramentas, planejando-as com antecedência. Com blocos de pedra, os indivíduos dessa espécie produziam lascas na fórma e nas dimensões desejadas.
  3. Trata-se de um exercício de imaginação para que os alunos reflitam sobre o período em que vivem e o tipo de inferência possível na sociedade atual por meio da cultura material. Sobre as embalagens plásticas, espera-se que os alunos mencionem questões ambientais ou questões sociais – referindo-se ao que ou a quem elas se destinam, se todas as pessoas da sociedade têm acesso a produtos embalados, o que o uso dos produtos pode revelar sobre o modo de vida das sociedades atuais etcétera

Bê êne cê cê

Essa atividade encoraja o exercício da curiosidade por meio da análise crítica, da imaginação e da inferência e possibilita aos alunos a compreensão da intervenção do ser humano no ambiente, além da elaboração de hipóteses sobre contextos históricos específicos, contribuindo para o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 2, da Competência específica de Ciências Humanas nº 3 e da Competência específica de História nº 3.

Periodização da história sem escrita

Com base nos conhecimentos de que dispomos, podemos afirmar que os homens e as mulheres pré-históricos eram hábeis produtores de cultura e tecnologia. Aprenderam a trabalhar em grupo, a usar e a produzir fogo, a criar ferramentas, a construir abrigos e a adaptar-se às mudanças do ambiente.

No século dezenove, quando fizeram os primeiros estudos sobre a chamada Pré-história, os pesquisadores a dividiram em três períodos, usando como critério as mudanças tecnológicas de fabricação de artefatos. As técnicas identificadas foram, basicamente, o lascamento e o polimento da pedra e o desenvolvimento da metalurgia.

A divisão da Pré-história proposta pelos primeiros estudiosos continua sendo usada no presente.

  • Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada. Teve início há cêrca de 2,5 milhões de anos, com o surgimento do gênero ômo. Período mais longo da história humana, estendeu-se até por volta de 12 mil anos atrás. Os instrumentos utilizados para garantir a sobrevivência eram feitos de lascas de pedra e ossos. Provavelmente, também eram usadas a madeira e a palha, mas esses materiais se deterioram facilmente e, por isso, não há vestígios arqueológicos deles.
  • Neolítico ou Idade da Pedra Polida. Estendeu-se de 12 mil até cêrca de 6 mil anos atrás, quando foi inventada a escrita. Nesse período, os grupos humanos passaram a polir a pedra, produzindo instrumentos mais resistentes, começaram a praticar a agricultura e a domesticar animais e desenvolveram técnicas para a fabricação de cerâmica.
Fotografia. Pontas de lança e de flecha feitas de pedra. Duas são triangulares com duas cavidades na base. As outras duas são ovais com uma das extremidades mais fina.
Pontas de lança e pontas de flecha do período Neolítico encontradas em Kent, Reino Unido. Museu de Yorkshire, York, Reino Unido.

Idade dos Metais. Iniciou-se há cêrca de 8 mil anos e se estendeu até por volta do século três antes de Cristo Nesse período, o ser humano descobriu o uso do cobre, do bronze e, mais tarde, do ferro, metais que serviam para a fabricação de enfeites, esculturas, armas e diversas ferramentas.

É importante ressaltar o fato de que as transformações tecnológicas observadas pelos estudiosos para fazer essa periodização não ocorreram ao mesmo tempo em todos os grupos humanos. Além disso, o uso de uma nova tecnologia ou material não significou o abandono do mais antigo. Por exemplo, instrumentos feitos de pedra eram usados na mesma época em que se utilizavam instrumentos feitos de metal, da mesma fórma como hoje usamos ao mesmo tempo textos escritos em papel e digitais.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. De que maneira os pesquisadores podem reconstituir a vida das sociedades pré-históricas?
  2. Como o conhecimento é transmitido nas sociedades sem escrita?
  3. Quais são os períodos em que a Pré-história é comumente dividida? Qual foi o critério usado para definir esses períodos?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. Os pesquisadores podem reconstituir a vida dos integrantes das sociedades pré-históricas por meio do estudo dos vestígios materiais deixados por eles.
  2. O conhecimento é transmitido oralmente, sendo os idosos seus principais guardiões.
  3. Os períodos são o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. O critério foi a técnica de produção de artefatos.

O longo percurso do gênero humano

É provável que nossos antepassados da espécie ômo ábilis, que viveram entre 2,2 e 1,6 milhões de anos atrás, se alimentassem principalmente de folhas, frutas e grãos e de restos de animais mortos. Eventualmente, deviam matar e comer pequenos animais. Usavam ferramentas rudimentares, fabricadas sem uma finalidade específica.

A descoberta do uso do fogo pelos ômo eréctus, há mais de um milhão de anos, possibilitou o cozimento da carne, tornando-a mais fácil de ser digerida e favorecendo o aumento do consumo de proteína. Além disso, garantiu proteção aos grupos humanos, que utilizavam o fogo para afugentar animais e para iluminar ambientes escuros, sobretudo à noite. Os ômo eréctus foram também a primeira espécie humana a planejar os instrumentos de pedra lascada de acordo com funções predefinidas e a desenvolver a fala, o que fortaleceu a capacidade de organização dos bandos.

Das espécies humanas primitivas, o ômo neãndertalêncis foi o mais parecido com o Omo sápiens. Muito robustos e inteligentes, os neandertais foram habilidosos caçadores. Eles mantinham laços afetivos fortes no interior do bando, preocupando-se com os membros mais frágeis e enterrando seus mortos.

A vida no Paleolítico

Os grupos humanos do Paleolítico viviam basicamente da caça e da coleta. Os homens eram responsáveis pela caça, enquanto as mulheres faziam a coleta de frutos, sementes, folhas, mel, ovos e larvas. Como era preciso se deslocar para encontrar o alimento, os grupos humanos eram nômades, ou seja, mudavam-se constantemente. Por isso, não construíam moradias permanentes. Ocupavam cavernas e grutas ou faziam tendas para se abrigar. Por causa da dificuldade da vida nessas condições, os grupos humanos eram pequenos, com poucas crianças e idosos.

História em construção

Registros rupestres

Os registros rupestres são desenhos e gravuras feitos em paredes de rochas e no interior de cavernas. As imagens podem ser figurativas – representações de animais, seres humanos e plantas – ou não figurativas – grafismos e representações geométricas. As mais antigas já encontradas têm aproximadamente 40 mil anos e estão na França e na Indonésia.

Durante muito tempo, os pesquisadores acreditaram que as pinturas rupestres eram feitas com o objetivo de caça: representava-se o animal que se pretendia caçar para que isso favorecesse a caça. Porém, essa hipótese foi questionada no século passado, porque muitos animais representados não faziam parte da dieta dos caçadores e também porque havia representações de seres fantásticos e de figuras sem relação com a caça.


Fotografia. Pinturas rupestres na parede interna de uma caverna. À direita, animais com chifres, semelhantes a rinocerontes. Próximo a eles diversos traços.
Pinturas rupestres feitas há cêrca de 20 mil anos, encontradas na caverna Chauvet, em Vallon-Pont-d’Arc, na França.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. A evolução do gênero ômo até o surgimento do Omo sápiens ocorreu em qual dos períodos da Pré-história?
  2. Cite duas importantes consequências da descoberta do uso do fogo pelo ômo eréctus.
  3. Por que os grupos humanos do período Paleolítico viviam em moradias temporárias?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. A evolução do gênero Homo aconteceu no período Paleolítico.
  2. A descoberta do uso do fogo facilitou o preparo e, consequentemente, a digestão da carne e garantiu proteção aos grupos humanos, que o utilizavam para afugentar animais. O fogo também foi utilizado para iluminar ambientes escuros, sobretudo à noite.
  3. Os grupos humanos do período Paleolítico viviam em moradias temporárias porque, por serem caçadores-coletores, estavam sempre se deslocando em busca de alimentos.

História em construção

Peça aos alunos que reparem no fato de os animais estarem desenhados em várias camadas, uns sobre os outros, e notem que são bem representadas suas proporções e a ideia de movimento. Os desenhos foram feitos com técnicas variadas e apresentam recursos de sombreamento que dão volume às figuras.

Ampliando: a arte rupestre pré-histórica

“A discussão do valor como ‘arte’ dos registros rupestres pré-históricos tem sido objeto de polêmicas entre arqueólogos e historiadores da arte. A base dessa discussão reside na procura de respostas diferentes às mensagens que as pinturas e gravuras rupestres proporcionam. O arqueólogo não poderá ignorar os registros rupestres na sua dimensão estética, considerando-se a habilidade manual e o poder de abstração e de invenção que levaram o homem a usar recursos técnicos e operativos nas representações pictóricas pré-históricas. Mas, para o arqueólogo, o registro rupestre é, sobretudo, parte do contexto arqueológico ao qual se integra como fórma de identificar o grupo étnico que o realizara. reticências

Os registros rupestres são, sem dúvida, uma fonte inesgotável de informações antropológicas e podem e devem ser estudados sob vários aspectos, o etnológico, o estatístico, o cronológico ou como fórmas de apresentação e de comunicação e também como processo de desenvolvimento artístico e das faculdades estéticas humanas.”

MARTIN, Gabriela. A arte rupestre pré-histórica. Associação Brasileira de Arte Rupestre (abár). Disponível em: https://oeds.link/fLKmZ1. Acesso em: 20 abril 2022.

A Revolução Neolítica

cêrca de 12 mil anos, a elevação da temperatura e da umidade, decorrente do fim da última era glacialglossário , provocou mudanças na fauna e na flora, como a redução das savanas e a formação de florestas, além da extinção de grandes animais, como o mamuteglossário e a preguiça-gigante, que não se adaptaram ao novo clima.

Pressionados pelas mudanças no ambiente, os grupos humanos se fixaram às margens de rios e lagos, onde a disponibilidade de alimento era maior. Acredita-se que essa situação possibilitou às mulheres, responsáveis pela coleta, observar mais atentamente o ciclo de vida dos vegetais e perceber que uma nova planta brotava no local em que as sementes eram atiradas após o consumo dos frutos.

Assim, há aproximadamente 10 mil anos, os seres humanos começaram a praticar a agricultura e a domesticar animais como ovelhas, cabras, porcos, bois e galinhas.

A agricultura e a criação de animais (a partir de 8000 antes de Cristo)

Mapa. A agricultura e a criação de animais, a partir de oito mil antes de Cristo. Mapa com a representação de terras na América, África, Europa e Ásia, destacando áreas de cultivo de alimentos e criação de animais.
Na legenda, ilustrações representam os seguintes elementos: algodão, arroz, aveia, batata, cânhamo, centeio, cevada, ervilha, feijão, inhame, lentilha, mandioca, milho, painço, sorgo, trigo, cabra, carneiro, boi, cavalo, porco, galinha, ganso e lhama.
Em amarelo: área de origem das principais culturas agrícolas e da criação de animais.
Em vermelho: Crescente Fértil.
No mapa, na região do Crescente fértil, localizada no Oriente Médio, foram indicados os seguintes elementos: Criação de carneiros, oito mil antes de Cristo; criação de cabras, sete mil e quinhentos antes de cristo; cultivo de ervilhas, sete mil antes de Cristo; cultivo de trigo, seis mil antes de Cristo.
Áreas de origem das principais culturas agrícolas e da criação de animais foram indicadas nos quatro continentes representados. Na América central: Cultivo de milho, seis mil antes de Cristo; cultivo de feijão, três mil antes de Cristo. Na costa oeste da América do Sul: cultivo de batata, oito mil antes de Cristo; cultivo de feijão, sete mil antes de Cristo; criação de lhamas, quatro mil antes de Cristo; cultivo de algodão, três mil e trezentos antes de Cristo. Na costa leste da América do Sul: cultivo de mandioca, cinco mil antes de Cristo; cultivo de inhame, três mil antes de Cristo.
Na África: cultivo de cevada, oito mil antes de Cristo; cultivo de trigo, seis mil antes de Cristo; cultivo de sorgo, quatro mil antes de Cristo; cultivo de painço, três mil antes de Cristo. Na Europa: cultivo de centeio, oito mil antes de Cristo; criação de porcos, sete mil antes de Cristo; cultivo de aveia, seis mil e quinhentos antes de Cristo; criação de bois, seis mil e quinhentos antes de Cristo. Na Ásia, na região do Oriente Médio: criação de gansos, oito mil antes de Cristo. Na porção central da Ásia: cultivo de lentilhas, sete mil antes de Cristo; cultivo de cânhamo, cinco mil e quinhentos antes de Cristo; cultivo de algodão, quatro mil e quinhentos antes de Cristo; criação de cavalos, três mil e quinhentos antes de Cristo. No Sudeste asiático: criação de galinhas, oito mil antes de Cristo; cultivo de arroz, oito mil antes de Cristo; criação de porcos, sete mil antes de Cristo; cultivo de inhame, sete mil antes de Cristo; cultivo de painço, seis mil antes de Cristo.
No canto inferior direito do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.614 quilômetros.

Fonte: PARKER, Geoffrey (edição). Atlas da história do mundo. São Paulo: Times/Folha de São Paulo, 1995. página 38-39.


Responda em seu caderno.

Explore

  1. A agricultura se desenvolveu ao mesmo tempo em todos os lugares? Explique.
  2. Os vegetais cultivados na América do Sul eram os mesmos cultivados na África? Justifique.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao tratar do processo de sedentarização humana para a formação das primeiras cidades, o conteúdo desta e das demais páginas contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero cinco.

Explore

  1. Não. Em algumas regiões, como no norte da África e no Oriente Médio, o cultivo de vegetais desenvolveu-se por volta de 8000 antes de Cristo; em outras, como na América Central e no Sudeste Asiático, a agricultura desenvolveu-se por volta de 6000 antes de Cristo
  2. Não. Na África se cultivava o sorgo, o painço, o trigo e a cevada, enquanto na América do Sul os vegetais cultivados eram o feijão, a batata, a mandioca, o inhame e o algodão. É importante que os alunos exercitem a leitura de legendas e a localização geográfica. Por isso, ao fazer a correção, reserve algum tempo para explorar o mapa, dizendo o nome das diferentes regiões e pedindo aos alunos que as localizem: América, África etcétera

Para cuidar dos rebanhos e das plantações, muitos grupos humanos se sedentarizaram, isto é, fixaram moradia em um lugar, sem se deslocar constantemente como os caçadores-coletores. Nesses locais, desenvolveram novos instrumentos de trabalho, como pás e foices. Também começaram a fabricar recipientes de barro e cerâmica para transportar líquidos, cozinhar e armazenar alimentos.

Ao longo do tempo, as sociedades humanas desenvolveram tecnologias para aumentar a produção, a variedade e a qualidade dos alimentos cultivados: construíram canais de irrigação, ergueram celeiros para armazenar os grãos e passaram a selecionar sementes para o cultivo e animais para a domesticação. Isso aumentou a oferta de alimentos, o que tornou possível o estabelecimento de sociedades cada vez maiores e mais complexas.

O desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais causaram um impacto tão profundo na organização e no modo de vida dos grupos humanos que os historiadores se referem às transformações que acompanharam esses fatos como Revolução Neolítica. No entanto, é preciso ressaltar que nem todos os povos passaram por essas mudanças. Muitos permaneceram exclusivamente como caçadores-coletores e outros combinaram a caça e a coleta com a prática da agricultura. Ou seja, as sociedades diversificaram-se e selecionaram as práticas e atividades econômicas mais favoráveis à sua sobrevivência.

A vida no Neolítico

Ilustração. Representação de um vilarejo característico do período Neolítico acompanhada de textos que indicam algumas atividades. À esquerda, mulher de cabelos longos, ajoelhada com uma pedra nas mãos, que estão apoiadas em uma estrutura circular. Ligado a essa estrutura, o texto: Moenda para trituração de grãos. À frente da mulher, vasos e tigelas e o seguinte texto: Produção de cerâmica. Atrás da mulher, cabanas de palha. Uma segunda mulher está sentada próximo das cabanas com um tear à sua frente, e um texto indicando Tecelagem. No centro da imagem, um homem de barba comprida carrega uma tora de madeira nos ombros e uma mulher carrega ou feixe de cereais. Outra mulher, à direita, faz a colheita de cereais com as mãos. Ao fundo, outra mulher ara o terreno. Próximo a essas pessoas, o texto Área de cultivo. Atrás da mulher que ara o terreno, há animais como vaca, porco e cabras, e o texto Criação de animais. Ao fundo, dois homens pescam em um rio utilizado um arpão e uma rede. Junto a eles o texto Área de pesca.
Ilustração de órlo uãnders representando o cultivo de vegetais e a criação de animais no período Neolítico. Criação de 2018 com cores-fantasia.

Fonte: childe, G. O que aconteceu na história. Rio de Janeiro: zarrár, 1977. página 63.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Que importantes descobertas humanas deram início à Revolução Neolítica?
  2. Por que as comunidades do período Neolítico passaram a fabricar utensílios de cerâmica?

Respostas e comentários

O termo Revolução Agrícola

O termo Revolução Agrícola foi criado pelo arqueólogo australiano Vere górdon childe, que o consagrou em sua obra A evolução cultural do homem, publicada em 1936. Nesse estudo, childe afirmou que a possibilidade de produzir o próprio alimento transformou tão profundamente a vida das pessoas e a natureza que a agricultura pode ser considerada a primeira revolução humana.

Hoje, os pesquisadores admitem que não houve uma, mas várias revoluções agrícolas ao longo da história humana, sendo uma delas a que ocorreu na Idade Média, quando os camponeses passaram a usar a charrua, equipamento de tração animal utilizado para abrir sulcos na terra, preparando-a para a semeadura. A mais recente, segundo eles, foi a revolução agrícola contemporânea, com a utilização de máquinas, fertilizantes, sistemas modernos de irrigação e cultivo de plantas geneticamente modificadas.

Recapitulando

  1. As importantes descobertas que deram início à Revolução Neolítica foram o desenvolvimento da agricultura e da domesticação de animais.
  2. A fabricação de cerâmica favoreceu a conservação e o transporte de líquidos, grãos e sementes e também o cozimento dos cereais, que passaram a ser a base da alimentação humana após o desenvolvimento da agricultura.
A Idade dos Metais

O uso de metais para fabricar utensílios e armas foi uma das maiores realizações dos seres humanos do período Pré-histórico. Além de serem mais resistentes que a pedra ou a madeira, os metais podiam ser fundidos e moldados com o formato desejado, originando uma grande diversidade de objetos.

O primeiro metal a ser utilizado foi o cobre, há cêrca de 8 mil anos. Inicialmente, ele era moldado a frio, com golpes de martelo, e usado para fabricar estatuetas e enfeites. Tempos depois, os seres humanos desenvolveram a técnica de fundição do cobre, o que facilitou o trabalho de modelagem dos objetos.

Por volta de 5 mil anos atrás, os artesãos descobriram que a mistura de cobre e estanho resultava em uma liga mais dura e resistente: o bronze. O emprego desse metal revolucionou os equipamentos de guerra. Machados, escudos, espadas, lanças e flechas foram alguns dos instrumentos feitos com bronze.

O uso do ferro, por sua vez, só se difundiu em torno de 1200 antes de Cristo Durante centenas de anos, os ferreiros fizeram experiências para obter um metal de melhor qualidade. Descobriu-se, então, que o minério de ferro, misturado ao carbono existente no carvão vegetal e aquecido em altas temperaturas, produzia uma liga muito resistente. Com o ferro foi possível fabricar ferramentas e armas mais eficientes e aperfeiçoar instrumentos agrícolas, como a enxada e o arado.

Fabricação de objetos de metal

Ilustração. Homens trabalhando na fabricação de objetos de metal. Todos têm cabelos longos e barba, e estão sem camisa. As ilustrações são acompanhadas de textos explicativos.
À direita, dois homens jogam metal dentro de uma fornalha comprida, que possui um caminho no chão, pelo qual escorre o metal derretido. Junto a eles, o texto: 1. O metal é fundido em alta temperatura.
No centro, dois homens despejam o metal líquido em moldes retangulares. Junto a eles, o texto: 2. O metal líquido é despejado em um molde com a forma do objeto que se quer fabricar.
À direita, um homem bate no objeto feito de metal com um grande martelo, moldando-o. Junto a ele, o texto: 3. Uma vez frio, o objeto pode receber acabamento, ser polido e decorado.
Ilustração de órlo uãnders representando a fabricação de objetos de metais. Criação de 2018 com cores-fantasia.

Fonte: rênfil cólin; ban pou. Archaeology. Nova iórque: Thames & Hudson, 1991. página 65.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

15. Por que a metalurgia do bronze possibilitou uma notável evolução dos equipamentos de guerra?


Respostas e comentários

Recapitulando

15. Porque o bronze era mais duro e resistente do que os metais utilizados anteriormente. Esse material passou a ser empregado na fabricação de armas cortantes e perfurantes mais eficientes e mais difíceis de quebrar do que as produzidas até então.

Atividade complementar

Produzir alimentos para toda a comunidade foi, desde o Paleolítico, um dos principais desafios dos grupos humanos. Para que os alunos tenham ideia das dificuldades que se impuseram aos grupos primitivos e das técnicas desenvolvidas para aumentar a produção de alimentos, proponha a confecção de um jogo de trilha, no qual o ponto de partida seja a organização da caça e da coleta, e o ponto de chegada, a superação da fome. O jogo deve estar planejado como uma linha do tempo do Paleolítico até o presente.

  • Organize a turma em grupos de quatro ou cinco alunos. Instrua-os a desenhar a trilha em uma cartolina. Ela deve estar dividida em quatro períodos: da Pré-história à Revolução Neolítica; da Revolução Neolítica ao século onze; do século onze ao século dezenove; do século dezenove aos dias atuais. Cores diferentes podem indicar cada um dos períodos.
  • Peça aos alunos que pesquisem pelo menos duas dificuldades encontradas pelos grupos humanos para, em cada período, obter alimentos; e pesquisem também as soluções encontradas para esses problemas, além de suas vantagens e desvantagens.
  • Solicite aos grupos que, com os dados obtidos, definam as casas da trilha que farão o jogador avançar, ficar estacionado ou recuar. As informações básicas devem ser escritas no tabuleiro, que pode ser ilustrado com desenhos e colagens.
  • Ao final, peça aos grupos que troquem de tabuleiro e discutam os dados contidos em cada um. Nessa avaliação, eles devem responder às seguintes perguntas: os grupos listaram as mesmas soluções em cada período? Em que período da história os seres humanos tiveram maior dificuldade para obter alimentos?

Interdisciplinaridade

Para esse trabalho, os alunos podem receber orientação dos professores de geografia e de ciências, pois vão se deparar com problemas climáticos, desequilíbrios ecológicos, disputas por terras etcétera Essa atividade relaciona-se com o componente curricular ciências, especificamente com a habilidade ê éfe zero quatro cê ih zero quatro, pois, ao realizar o trabalho, os alunos podem compreender a posição ocupada pelos seres vivos nas cadeias alimentares e na produção de alimentos.

As primeiras aldeias e as trocas comerciais

Com o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais, há cêrca de 10 mil anos, parte dos grupos humanos passou a viver mais tempo no mesmo local. Para isso, eles precisaram construir moradias permanentes com materiais que estavam disponíveis na região onde viviam, como pedra, madeira e argila.

As casas podiam ser espaçosas e ter vários cômodos. Em geral, eram erguidas umas próximas às outras para resistirem melhor às chuvas, geadas etcétera Eram preferencialmente construídas perto dos rios para facilitar o acesso à água. Juntas, formavam uma aldeia.

A oferta regular de alimentos também favoreceu o aumento da população. A utilização de novas técnicas garantiu a produção de excedentes, ou seja, cada agricultor conseguia produzir mais do que precisava para seu consumo. Os produtos agrícolas que sobravam passaram a ser armazenados para períodos de escassez.

A possibilidade de fazer estoques de alimentos permitiu que parte dos aldeões se dedicasse a outras atividades, como a tecelagem e a carpintaria. O produto do trabalho desses especialistas era trocado pelos excedentes agrícolas produzidos pelos camponeses. As trocas também passaram a acontecer entre aldeias, dando início ao comércio.

Fotografia. Vista da parte interna de uma construção feita com pedras compridas empilhadas. A construção está abaixo do nível do terreno e não há teto. Dentro alguns objetos de pedra no chão e pequenas estruturas de pedra próximas às paredes. Ao fundo, o mar.
Moradia neolítica que teria sido habitada entre 3100 e 2500 antes de Cristo, no assentamento de Skaarah breí, Ilhas Órcades, Escócia. Foto de 2019. As moradias dessa aldeia estão entre as habitações humanas neolíticas em melhores condições de preservação.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

16. Cite duas consequências da produção de excedentes agrícolas nas aldeias neolíticas.


Respostas e comentários

Recapitulando

16. São consequências da produção de excedentes a especialização do trabalho e a estocagem de alimentos para os períodos de escassez. Os alunos podem citar também o início do comércio como consequência.

As primeiras cidades

Com a produção de excedentes, o comércio e a especialização do trabalho, as aldeias neolíticas modificaram-se, tornando-se maiores e mais complexas.

Diversos fatores, porém, ameaçavam a estabilidade e a segurança dos habitantes das aldeias, como catástrofes naturais e roubo dos estoques de alimentos. Tornou-se necessário, então, organizar a defesa da comunidade, coordenar a produção, o armazenamento e distribuição do alimento e administrar as obras contra enchentes ou secas prolongadas. Os responsáveis por essas atividades projetaram-se como líderes poderosos e destacaram-se das demais pessoas da comunidade.

Essas mudanças espaciais, administrativas, econômicas e sociais possibilitaram a formação das cidades.

O sítio arqueológico de xatál ruc, localizado na atual Turquia, e o de Jericó, na Palestina, contêm os vestígios mais antigos de vida urbana conhecidos. Eles datam, respectivamente, de 10 mil e 9 mil anos atrás. Contudo, não apresentam a mesma complexidade dos aglomerados urbanos formados mais tarde nas proximidades do Golfo Pérsico, como Ur e uruc. Por isso, nem todos os especialistas concordam em classificá-los como cidades.

Fotografia. Vista aérea de arqueólogos trabalhando em um solo terroso. No terreno escavado, há paredes e muros de pedra, indicando ambientes separados de tamanhos variados, em vários níveis diferentes. Sobre o solo, diversos sacos com terra.
Arqueólogos trabalhando no sítio arqueológico de xatál ruc, na Turquia. Foto de 2016. Esse sítio arqueológico foi declarado Patrimônio da Humanidade pela unêsco, em 2012.

Conexão

Rupestre

País: Brasil

Direção: Paulo Miranda

Ano: 2009

Duração: 20 minutos

A animação satiriza interpretações equivocadas das fontes históricas. Numa aldeia neolítica habitada apenas por pessoas com deficiência, nasce um garoto diferente, e as circunstâncias o obrigam a se isolar numa caverna. Nela, o garoto deixa as marcas de suas ações, que serão interpretadas de maneira distorcida por um arqueólogo interesseiro.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

17. Quais fatores ameaçavam a estabilidade das aldeias neolíticas? Como esses problemas foram solucionados?


Respostas e comentários

Recapitulando

17. A estabilidade das aldeias neolíticas era ameaçada por diversos fatores, como catástrofes naturais e roubo dos estoques de alimentos. Para solucionar esses problemas, foi necessário organizar a defesa da comunidade, coordenar a produção, o armazenamento e a distribuição do alimento e administrar as obras contra enchentes ou secas prolongadas.

Conexão

O curta possibilita um debate sobre as várias maneiras pelas quais se pode olhar o passado, bem como permite questionar os limites de sua reconstrução. Espera-se que os alunos entendam que a liberdade com a qual o passado foi reconstruído na animação não pode existir na ciência, a qual deve se pautar por informações resultantes de pesquisas.

Para iniciar essa reflexão, peça aos alunos que, com base no que estudaram, identifiquem as imprecisões da animação. Eles podem citar a ambientação do curta-metragem, que parece estar em um contexto mais parecido com o do Paleolítico do que com o do Neolítico, o fato de os personagens “lascarem pedras”, as moradias que aparecem no curta-metragem – tendas feitas de ossos, peles de animais e galhos de árvores – ou, ainda, o fato de o garoto, personagem principal da animação, passar a morar em uma caverna após o ataque sofrido em sua aldeia. Além disso, os personagens descobrem o uso do fogo após terem inventado o tecido, e se sedentarizam por causa dele, e não da prática da agricultura. Depois disso, peça aos alunos que avaliem se a falta de fidelidade em relação ao conhecimento histórico produzido até hoje sobre a Pré-história prejudicou de algum modo o filme.

É possível também discutir as atitudes do arqueólogo na animação: que consequências seus erros de interpretação causariam na vida real? Por que o personagem fez deduções tão equivocadas das pistas que encontrou? Existe a chamada “verdade histórica”? Como deve ser a postura correta de um historiador para que suas interpretações do passado não sejam fabulosas como as do arqueólogo da animação?

O curta-metragem também oferece a possibilidade de debater a inclusão de pessoas com deficiência e a relação dos veículos de comunicação com interesses econômicos.

Bê êne cê cê

O exercício da análise crítica de uma produção artística, no caso uma animação digital, favorece o desenvolvimento da Competência específica de História nº 7.

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

1. A tirinha a seguir faz humor com duas das explicações mais conhecidas sobre a origem da vida.

Tirinha dividida em seis quadros. Um senhor de roupa cinza e longa barba branca, está ao lado de outro senhor, de roupa amarela, barba longa e branca e cabeça ovalada.
Quadro 1. O senhor de amarelo segurando um pássaro laranja nas mãos diz: DARWIN, OLHE ISSO!
Quadro 2. O senhor de amarelo balança a mão e o pássaro cresce (PUF!) e sai voando.
Quadro 3. O senhor de roupa amarela diz: FAÇA MELHOR!
Quadro 4. O senhor de roupa cinza com um pássaro verde na mão diz: OLHE ISSO!
Quadro 5. O pássaro verde vai para o chão, ficando entre eles. O senhor de roupa amarela olha para o animal.
Quadro 6. O senhor de roupa amarela, com um olhar entediado, pergunta: VAI DEMORAR MUITO? O senhor de roupa cinza responde: NÃO, NÃO... SÓ MAIS ALGUNS MILHARES DE ANOS.
Dárvin, olhe isso!, tirinha de Carlos Ruas, 2009.
  1. Identifique os personagens vestidos de cinza e de amarelo. A que explicações para a origem da vida eles estão associados?
  2. Que elementos da tirinha ajudam a identificar as duas explicações? Explique.
  3. Por que, no último quadrinho, o personagem à esquerda afirma que a demonstração que deseja fazer demorará milhares de anos?

2. Copie e preencha a tabela em seu caderno.

Descritivo deste ícone: Ícone. Modelo

Paleolítico

Neolítico

Materiais e técnicas de fabricação de artefatos

Modo de vida

Características das habitações

  1. Leia as afirmativas a seguir e identifique as incorretas. Depois, corrija-as em seu caderno.
    1. O sedentarismo é o modo de vida dos povos que não têm moradia fixa, que se deslocam continuamente em busca de fontes de alimentos e de água.
    2. Durante o período Neolítico, a geração de excedentes agrícolas foi um dos fatores que proporcionaram o desenvolvimento do comércio baseado na troca.
    3. Nomadismo é o modo de vida dos povos que fixam moradia em determinado local. Esse estilo de vida se desenvolveu no Paleolítico.
    4. Metais como o cobre, o bronze e o ferro eram utilizados somente para a fabricação de ferramentas agrícolas.
    5. Com o surgimento das cidades no Neolítico, iniciou-se um processo de centralização política.

Respostas e comentários

Atividades

    1. O personagem de cinza representa o naturalista britânico Chárles Dárvin, e o personagem de amarelo representa Deus. Eles estão associados às explicações conhecidas como evolucionismo e criacionismo, respectivamente.
    2. Na tirinha, o personagem que representa Deus transforma um pássaro instantaneamente, transmitindo a ideia criacionista de que Deus criou todos os animais como são hoje. Dárvin, por sua vez, afirma que a transformação da espécie ocorrerá “em alguns milhares de anos”, conforme a teoria evolucionista, segundo a qual as fórmas de vida sofrem lentas transformações ao longo do tempo, originando seres mais complexos.
    3. Porque a evolução não acontece com indivíduos isolados, mas com espécies, que passam por transformações ao longo de milhares de anos.
  1. Ao preencher a tabela, os alunos devem considerar as seguintes informações:
    • Materiais e técnicas de fabricação de artefatos. Paleolítico: pedra lascada, ossos, madeira; Neolítico: pedra polida, ossos, madeira, cerâmica.
    • Modo de vida. Paleolítico: nômade (deslocavam-se constantemente); Neolítico: sedentário (viviam no mesmo lugar).
    • Características das habitações. Paleolítico: provisórias (cavernas e tendas feitas de ossos, peles e galhos); Neolítico: permanentes (cabanas e casas feitas de pedra, madeira e argila).
  2. As afirmativas incorretas são a, c e d. Correções: a. O nomadismo é o modo de vida dos povos que não têm moradia fixa, deslocando-se continuamente em busca de fontes de alimento e de água ou por outras razões. c. Sedentarismo é o modo de vida dos povos que fixam moradia em determinado local. Esse estilo de vida se desenvolveu no Neolítico. d. Metais como o cobre, o bronze e o ferro eram utilizados para a fabricação de instrumentos agrícolas, armas, estatuetas, enfeites, utensílios domésticos e outras ferramentas de trabalho.

4. Novas descobertas e estudos arqueológicos modificam o conhecimento que temos a respeito da Pré-história. Sobre esse assunto, leia o texto e responda às questões a seguir.

Um trabalho de campo realizado na Caverna Wonderwerk, no Deserto de kalarrári, África do Sul, identificou evidências de que ancestrais humanos estavam fazendo uso do fogo no local há 1,8um reais e oitenta centavos milhões de anos junto a ferramentas de pedra desenvolvidas no mesmo período.

reticências Na maioria das vezes em que se encontravam evidências de fogo, elas estavam associadas a locais ao ar livre; desta vez, os fragmentos de ferramentas foram recuperados em uma caverna.

reticências a pesquisa traz uma nova perspectiva para o uso do fogo pelos ancestrais humanos, se considerarmos que ele não era feito apenas em ambientes abertos conforme revelou a descoberta, colocando-a como de grande relevância para a comunidade científica. reticências

BARREIROS, Isabela. Caverna na África do Sul revela evidências de fogo de 1,8um reais e oitenta centavos milhões de anos. Aventuras na História. Disponível em: https://oeds.link/CC1853. Acesso em: 2 dezembro 2021.

  1. Segundo o texto, em que local foram encontradas evidências de fogo?
  2. O que essa descoberta revelou para os pesquisadores?
  3. Em sua opinião, essa descoberta foi importante? Por quê?

5. Leia o texto para responder às questões.

reticências o calendário é um dos avanços mais antigos da civilização. Para as populações nômades de caçadores-coletores era muito importante conhecer o tempo para acompanhar as migrações das espécies de caça ou conduzir os rebanhos para novas pastagens. E com a sedentarização e a invenção da agricultura tornou-se ainda mais crítico poder localizar o presente dentro dos ciclos a que está sujeito o nosso planeta, especialmente os ciclos anual e mensal.

A arqueologia comprova que métodos para marcar o tempo, por exemplo por meio da posição dos astros, remontam ao Neolítico, entre 12 mil e 6 mil anos atrás. Já os primeiros calendários conhecidos surgiram na Idade do Bronze, há cêrca de 5 mil anos, juntamente com a invenção da escrita, na Suméria, no Egito, na Babilônia e na Assíria.

VIANA, Marcelo. Calendários regulam a vida da humanidade há milênios. Folha de São Paulo, 2 janeiro 2019.

  1. De acordo com o texto, o que fez com que os seres humanos procurassem marcar a passagem do tempo?
  2. Como a domesticação de animais e plantas influenciou a relação dos seres humanos com o tempo?

6. Observe o cenário e os personagens desta charge e leia a legenda. Depois, responda às questões.

Charge. Um casal usando roupas feitas de pele de animal observa uma pedra de superfície lisa com algumas inscrições. A mulher tem o nariz comprido e cabelos cacheados, arrumados para cima. Ela carrega uma criança embaixo do braço. O homem, de nariz largo e cabeça pequena, observa a pedra e diz: É UM MARCO HISTÓRICO. DIZ QUE NA SEMANA PASSADA ALGUÉM DESCOBRIU O FOGO AQUI. Ao fundo, poucas montanhas, fumaça, céu azul e duas nuvens brancas.
Charge de glen e gueri macói, 2014.

Respostas e comentários
    1. Evidências de fogo foram encontradas na Caverna Wonderwerk, localizada no deserto de kalarrári, na África do Sul.
    2. A descoberta revelou que o uso do fogo não era feito apenas em ambientes abertos, ocorrendo também no interior da caverna.
    3. Espera-se que os alunos considerem as informações apresentadas no texto para construir seus argumentos, percebendo que a descoberta contribui para o desenvolvimento de novos estudos pela comunidade científica e, consequentemente, para a ampliação do conhecimento que temos a respeito da Pré-história.
    1. Os seres humanos procuraram marcar a passagem do tempo para aumentar suas chances de obter alimento e sobreviver.
    2. Com a domesticação de animais e plantas, os seres humanos precisaram prever com maior precisão quando aconteceria a mudança das estações para conseguirem planejar as tarefas agrícolas, como a época certa da semeadura e da colheita.

Para alguns especialistas, a descoberta da agricultura deixou os seres humanos menos dependentes da natureza e lhes deu segurança; para outros, ao contrário, os grupos humanos ficaram mais suscetíveis a experimentar períodos de carestia e epidemias. Tomando o problema do contrôle do tempo apresentado no texto como ponto de partida, incentive os alunos a debaterem essas duas compreensões do impacto da domesticação sobre as sociedades humanas.

  1. Que elementos dessa charge remetem à chamada Pré-história?
  2. Alguns elementos da cena sugerem que ela ocorreu na chamada Pré-história, mas a fala do personagem remete ao mundo contemporâneo. Explique por quê.
  1. Ordene as frases a seguir em seu caderno, de modo a formar um texto coerente.
    1. A construção de moradias permanentes feitas de pedra, argila e madeira originou a formação de aldeias.
    2. A troca de excedentes agrícolas e de produtos especializados também era realizada entre aldeias vizinhas, dando início ao comércio.
    3. Em troca de seu trabalho, artesãos, carpinteiros e outros profissionais especializados recebiam parte dos excedentes agrícolas.
    4. A melhora das técnicas agrícolas também possibilitou que parte dos aldeões se dedicassem a outras atividades, como a tecelagem e a carpintaria.
    5. A utilização de novas técnicas agrícolas nas aldeias possibilitou a produção de excedentes, que passaram a ser armazenados para períodos de escassez.
    6. O desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais geraram a oferta regular de alimentos, permitindo a sedentarização dos grupos humanos.

Aluno cidadão

8. Por onde passou, o ser humano modificou a paisagem para melhorar suas condições de vida. A ação humana na natureza cria o que chamamos paisagem cultural. Resultado das relações dos seres humanos com seu ambiente, essa paisagem reflete sua fórma de produzir, consumir, habitar etcétera

Nas grandes cidades, em que a presença de elementos naturais é menor, predomina a paisagem cultural urbana. Já onde vivem sociedades tradicionais, como as comunidades indígenas e quilombolasglossário , há menos interferência na paisagem natural.

Diante desse quadro, responda às questões a seguir.

  1. Qual é a diferença entre paisagem natural e paisagem cultural?
  2. Que tipo de modificações na natureza feitas pela ação humana você observa no lugar onde vive? Por que elas foram feitas?
  3. Debata com os colegas esta questão: Que estratégias podem ser adotadas para conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação das paisagens e dos recursos naturais?

Conversando com ciências

9. Você sabe como a biologia classifica os seres vivos? Em que lugar dessa classificação estão os seres humanos?

Com a ajuda do professor ou da professora de ciências, investigue os critérios para classificar os animais. Em revistas e jornais usados, recorte fotos de vários animais. Com base no que você descobriu, classifique os animais das figuras recortadas segundo os critérios explicados pelo professor ou pela professora.

Depois disso, responda: dos animais classificados por você, qual ou quais tem mais semelhanças com os seres humanos? Por quê?


Versão adaptada acessível

9. Você sabe como a biologia classifica os seres vivos? Em que lugar dessa classificação estão os seres humanos? Com a ajuda do professor de ciências, investigue os critérios para classificar os animais. Em revistas, jornais, sites ou outras fontes, pesquise sobre as características de vários animais. Com base no que você descobriu, classifique os animais pesquisados segundo os critérios explicados pelo(a) professor(a) e, por meio de um relato oral, exponha aos colegas o que foi apreendido. Depois disso, responda: dos animais classificados por você, qual ou quais possuem mais semelhanças com os seres humanos? Por quê?

Orientação para acessibilidade

Na etapa de compartilhamento das informações para os demais colegas e para responder à questão final, os alunos podem fazer uso de ferramentas digitais que permitem a gravação de áudio. Outra opção é solicitar a entrega da atividade por meio de um texto que explique a classificação dos animais e discorra sobre as semelhanças destes com os seres humanos.  

Mão na massa

10. Que tal criar um quadro vivo? Junte-se a cinco ou seis colegas para montar uma cena da vida no período Paleolítico e fotografá-la. Para isso, vocês precisarão planejar a produção: escolher um lugar para ambientar a cena, produzir o figurino dos personagens e o cenário completo do quadro vivo. Depois, repitam as etapas para criar uma cena do período Neolítico. Todos os integrantes do grupo deverão ter um papel nas duas cenas e aparecer nas fotografias.

Posteriormente, o professor ou a professora agendará uma data para a exibição das fotos de todos os grupos na sala de aula.


Respostas e comentários
    1. As roupas dos personagens, feitas de peles de animais, a descoberta do fogo e a pedra como documento principal para o estudo do período.
    2. O personagem diz que, naquela pedra, há um marco histórico; entretanto, as periodizações delimitadas por marcos cronológicos são criações da sociedade contemporânea. Ele diz também que, na semana anterior, alguém descobriu o fogo ali. Embora o contrôle do fogo tenha sido feito pelo Homo erectus, há mais de um milhão de anos, dificilmente os primeiros humanos que fizeram uso dele teriam consciência de que estavam fazendo uma descoberta que transformaria a história da humanidade. Também não existiam ainda o conceito de semana nem a escrita. Nesse sentido, os elementos que compõem a imagem e a fala do personagem são anacrônicos em relação ao período que se pretende representar na charge.
  1. A sequência correta é: f, a, e, d, c, b.
    1. A paisagem natural é formada pelos elementos não modificados pelo ser humano. A paisagem cultural é resultado da ação humana no ambiente por meio do trabalho.
    2. Espera-se que os alunos descrevam o local onde moram, identificando as possíveis intervenções humanas realizadas nele.
    3. Espera-se que os alunos debatam a questão, levando em consideração que muitos recursos naturais não são renováveis, e que argumentem com base em fatos, pensando na sustentabilidade como uma necessidade para o futuro e o bem-estar das próximas gerações. É esperado também que apresentem estratégias possíveis para que sejam conciliados o crescimento econômico e a preservação das paisagens e recursos naturais, desenvolvendo assim a autonomia de pensamento.

Bê êne cê cê

A questão contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero cinco, ao descrever modificações da paisagem realizadas por diferentes tipos de sociedade e discutir a natureza e a lógica das transformações ocorridas. Além disso, a reflexão proposta no item c se relaciona ao tema contemporâneo transversal Educação ambiental.

A questão também contribui para o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 10, ao incentivar os alunos a agir pessoal e coletivamente com autonomia e responsabilidade, promovendo um debate com base em princípios éticos e democráticos.

9. Espera-se que os alunos percebam o ser humano como um entre outros animais e familiarizem-se com a classificação taxonômica, a fim de melhor compreender a árvore evolutiva humana. Se possível, peça ao professor ou à professora de ciências que explique aos alunos os critérios de diferenciação e classificação da imensa diversidade de seres vivos que habitam o planeta. Se desejar simplificar a atividade, proponha apenas a classificação de acordo com as características conhecidas pelos alunos, sem considerar a classificação taxonômica. O exercício de identificação de critérios de análise, seleção e classificação de animais e de reconhecimento de características semelhantes aos seres humanos contribui para o desenvolvimento do pensamento computacional.

Interdisciplinaridade

Esse conteúdo se relaciona com o componente curricular ciências, especificamente com a habilidade ê éfe zero três cê ih zero seis, por possibilitar a comparação entre alguns animais e sua organização em grupos, fundamentada em características externas comuns.

10. Oriente os alunos a pesquisar fotos de encenações de quadro vivo. Durante a apresentação, pergunte a eles se as cenas reproduzem com fidelidade – de acordo com o que se sabe até hoje sobre a Pré-história – as características do período. Valorize a criatividade dos alunos e a engenhosidade das soluções que encontraram para recriar cenários pré-históricos.

Fazendo e aprendendo

Linha do tempo

Você provavelmente já fez uma linha do tempo na escola para organizar cronologicamente momentos de sua vida. Esse é um recurso utilizado para representar graficamente, de fórma resumida, qualquer sequência de eventos e/ou processos, como um intervalo de dias ou períodos históricos muito longos.


Linha do tempo horizontal. A linha está dividida em duas faixas. A faixa de baixo é dividida em duas partes pelas inscrições: PRÉ-HISTÓRIA, à esquerda, e HISTÓRIA, à direita. O marco que divide essas duas partes apresenta o seguinte texto: Cerca de quatro mil antes de Cristo – Invenção da escrita. Na parte da linha do tempo correspondente à pré-história, da esquerda para a direita, as seguintes informações: Cerca de 2 milhões de anos atrás – Surgimento dos primeiros representantes do gênero Homo. Cerca de 150 mil anos atrás – Surgimento do Homo sapiens, ou seja, o ser humano moderno. Cerca de 10 mil anos atrás – Desenvolvimento da agricultura. Cerca de 8 mil anos atrás – Uso dos metais. Na parte da linha do tempo correspondente à História, na faixa de cima, uma nova divisão, da esquerda para a direita: IDADE ANTIGA, IDADE MÉDIA e IDADE MODERNA. Os marcos utilizados para essa divisão são informados. Entre a Idade Antiga e a Idade Média, o texto:  Ano 476 – Queda do Império Romano do Ocidente. Entre a Idade Média e a Idade Moderna, o texto: Ano 1453 – Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Na parte correspondente à Idade Antiga mais um marco é acrescentado: Ano um – Nascimento de Jesus Cristo.
Linha do tempo ilustrativa. Os acontecimentos não foram representados em escala temporal.

Uma linha do tempo pode ser desenhada na horizontal, na vertical, em espiral etcétera Independentemente do formato, o importante é representar nela os principais marcos cronológicos de um período histórico.

Em muitos livros didáticos de história, é adotada uma concepção de tempo linear, ou seja, conta-se a história em sequência. Por isso, trabalharemos com a linha horizontal, na qual é possível perceber de fórma clara o modo como os fatos históricos se sucederam no tempo.

Para fazer uma linha do tempo, siga os procedimentos.

  1. No centro de uma folha de papel sulfite, de uma cartolina ou de uma tira de papel kraft, desenhe uma linha horizontal.
  2. Divida a linha horizontal em espaços iguais separados por tracinhos, como no modelo a seguir.

Linha do tempo horizontal. Linha azul com uma seta para a direita. Está marcada por pontos vermelhos em sequência.

Marque os espaços de acordo com o tamanho da folha utilizada para a produção da linha do tempo. O importante é que não haja variação do tamanho dos espaços.


Respostas e comentários

Fazendo e aprendendo

Espera-se que os alunos aprendam a construir uma linha do tempo, exercício importante no 6º ano do Ensino Fundamental, em que eles estão consolidando noções de tempo. A visualização do tempo histórico, representado na linha do tempo, auxilia os estudantes a desenvolver, aos poucos, a percepção das dimensões e das relações temporais. Vale reforçar aos alunos o fato de que um intervalo longo da história corresponde a centenas ou até a milhares de anos.

A linha do tempo também contribui para que os alunos consigam localizar melhor os principais eventos históricos de um período, ajudando-os a desenvolver a noção de todo, com um olhar mais abrangente sobre a história.

A produção da linha do tempo da escola é uma boa oportunidade para que os alunos revejam o conceito de sujeito histórico e o de história, o que pode contribuir para aprofundar os temas trabalhados no capítulo 1.

Para realizar o procedimento, os alunos deverão entender o que é uma escala. Esse conceito é trabalhado no 6º ano pelo componente curricular geografia, sendo necessária a habilidade ê éfe zero seis gê ê zero oito.

  1. Considere que cada espaço corresponde a um período predefinido: um ano, dez anos, cem anos, mil anos etcétera A relação entre o espaço e o intervalo de tempo também deve ser mantida.
  2. Terminada a linha do tempo e divididos os espaços, organize neles as datas com as quais vai trabalhar, como no exemplo a seguir.

Linha do tempo horizontal. Linha azul com uma seta para a direita. Está marcada por pontos vermelhos em sequência, com números. Da esquerda para a direita: 151, 141, 131, 121, 111, 101, 1, 101, 111, 121. Entre os números 101 e 1, um linha vertical preta e o seguinte texto: 44 antes de Cristo: Júlio Cesar é assassinado; Entre os números 1 e 101, um linha vertical preta e o seguinte texto: 79 depois de Cristo; Tito se torna imperador romano.
Linha do tempo ilustrativa. Os acontecimentos não foram representados em escala temporal.

Note que as datas anteriores ao nascimento de Cristo (antes de Cristo) estão em ordem decrescente e as posteriores (Depois de Cristo), em ordem crescente.

Com as datas organizadas na linha do tempo, você já pode perceber melhor as relações temporais entre os acontecimentos. Observe:

  • Que fatos ocorreram no mesmo período?
  • Que eventos estão mais distantes no tempo?

Responda em seu caderno.

Aprendendo na prática

Siga os procedimentos indicados para montar a linha do tempo da escola em que você estuda.

  1. Em uma folha de papel sulfite ou em uma cartolina, desenhe uma linha horizontal.
  2. Divida a linha que você desenhou em dez espaços. Depois, pesquise o ano de fundação da escola em que você estuda e anote-o no início da linha. Em seguida, decida se cada espaço corresponderá a um intervalo de cinco ou de dez anos.
  3. Na última marcação de sua linha do tempo, escreva o ano atual.
  4. De trás para a frente, vá escrevendo as datas anteriores. Se você representar intervalos de dez anos, sua linha do tempo ficará parecida com a do modelo a seguir.

Linha do tempo horizontal. Linha azul com uma seta para a direita. Datas demarcadas por pontos vermelhos. Da esquerda para a direita: 1920, 1930, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1990, 2000, 2010, 2020.

  1. Pesquise a história da escola e preencha a linha do tempo com os fatos mais importantes que ocorreram nos anos indicados.
  2. Compartilhe a linha do tempo com os colegas e justifique suas escolhas – por exemplo: por que representou determinado evento no ano 2000. Caso você tenha usado uma folha grande, como uma cartolina, ilustre sua linha do tempo com imagens dos eventos.

Versão adaptada acessível

Aprendendo na prática

Siga os procedimentos indicados para montar uma linha do tempo tátil da escola em que você estuda. 

  1. Selecione materiais de diferentes texturas. Com um material mais espesso, como papelão ou emborrachado, elabore uma linha horizontal. 
  2. Divida a linha horizontal em dez espaços iguais. Para isso, utilize materiais mais finos, como palitos ou pedaços de barbante. Depois, pesquise o ano de fundação da escola em que você estuda e registre-o no início da linha. Em seguida, decida se cada espaço corresponderá a um intervalo de cinco ou de dez anos.
  3. Na última marcação de sua linha do tempo, escreva o ano atual.
  4. De trás para a frente, vá escrevendo as datas anteriores. 
  5. Pesquise a história da escola e preencha a linha do tempo com os fatos mais importantes que ocorreram nos anos indicados.
  6. Compartilhe a linha do tempo com os colegas e justifique suas escolhas – por exemplo: por que representou determinado evento no ano 2000. 
Orientação para acessibilidade

Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais. Para facilitar a percepção em alto-relevo, sugerimos que linha principal seja feita com materiais mais espessos. Já os marcos temporais podem ser representados por materiais mais finos. Após a montagem dessa estrutura, oriente os estudantes a escrever as informações selecionadas e a colá-las próximo aos marcos temporais. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. Se considerar pertinente, adapte o nível de complexidade da atividade. Os estudantes também podem destacar a cronologia dos acontecimentos selecionados para a linha do tempo em forma de texto ou oralmente, desde que as relações de anterioridade, simultaneidade e posterioridade sejam evidenciadas.

Respostas e comentários

Aprendendo na prática

A linha do tempo dos alunos provavelmente incluirá início e término da construção da escola, sua inauguração e mudanças no edifício, entre outros fatos. Como muitos eventos-chave na história da escola podem ter acontecido em anos como 2003, e não 2000, por exemplo, sugira aos alunos que desenhem outros traços no interior dos espaços, respeitando a escala, para incluir esses fatos.

Bê êne cê cê

Espera-se, com a atividade desta seção, proporcionar aos alunos a oportunidade de utilizar a linguagem visual para o desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância e sucessão, contribuindo dessa fórma para o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas nº 7.

Glossário

Maloca
: habitação coletiva característica de vários povos indígenas brasileiros.
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Ipadu
: árvore pequena característica da região do Alto Amazonas.
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Gene
: segmento do dê êne á, responsável pela hereditariedade.
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Primata
: grupo de mamíferos que engloba lêmures, macacos e seres humanos.
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Bípede
: aquele que se apoia ou se desloca sobre dois pés.
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Sociedades ágrafas
: sociedades que não utilizam sistemas de escrita e têm sua cultura baseada na oralidade.
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Indústria
: nesse caso, conjunto de objetos fabricados pelo ser humano.
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Era glacial
: período geológico no qual ocorreu intenso resfriamento da superfície e da atmosfera terrestres.
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Mamute
: animal extinto pertencente à família dos elefantes. Tinha presas longas e curvadas e o corpo revestido por longos pelos.
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Quilombola
: referente a quilombo, comunidade formada por africanos e seus descendentes que fugiram da escravidão. Atualmente, existem milhares de comunidades quilombolas em todo o país.
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