UNIDADE 2  As primeiras civilizações

Sumário da unidade

Capítulo 3

Os primeiros habitantes da América, 52

Capítulo 4

Civilizações fluviais na África e na Ásia, 67

Capítulo 5

Sociedade, economia e cultura dos povos nativos americanos, 87

Fotografia. Pessoas visitando ruínas de pirâmides. Elas andam sobre as bases, formadas por grandes blocos sobrepostos, de tamanhos variados. À frente de cada base, uma grande escadaria. Ao fundo, uma enorme pirâmide, composta por grandes blocos sobrepostos. Uma escadaria se estende até o topo.
Sítio arqueológico da cidade de Teotihuacán, construída pelos astecas há cêrca de 2 mil anos. A imagem mostra pirâmides, como a do Sol e a da Lua, que faziam parte de um centro cerimonial religioso. Foto de 2020.

Respostas e comentários

Abertura da unidade

Esta unidade trata da formação e consolidação das primeiras civilizações americanas, africanas e asiáticas.

A observação da foto das pirâmides de Teotihuacán, apresentada nesta abertura, permite reconhecer a grandeza cultural e material dos astecas, estudados no capítulo 5. Além disso, pode servir como ponto de partida para a sondagem dos conhecimentos prévios dos alunos a respeito das antigas civilizações. Pergunte a eles com o que as construções da imagem se parecem. É possível que os alunos as associem às pirâmides construídas pela civilização egípcia. Aproveite para esclarecer que enquanto as pirâmides do Egito eram monumentos funerários, a Pirâmide do Sol, ao fundo, era um dos centros cerimoniais mais antigos da América. Comente que Teotihuacán possuía quinze pirâmides. A maior delas, a Pirâmide do Sol, media 70 metros de altura.

As outras fotos da abertura visam apresentar aspectos das culturas inca e maia que sobrevivem na atualidade, com o objetivo de despertar a curiosidade dos alunos para o estudo desses povos.

Durante o estudo dos conteúdos desta unidade, os alunos poderão reconhecer semelhanças e diferenças entre as civilizações analisadas e compreender a importância das relações de poder, do tipo de religiosidade e das práticas culturais e materiais (como a fórma de produzir alimentos e tecnologias) para desvendá-las.

Fotografia. Diversos homens reunidos em ambiente aberto. Eles vestem túnicas longas em tons de amarelo e vermelho e usam chapéus compridos e arredondados na ponta com detalhes em verde, vermelho e amarelo. Alguns homens carregam nos ombros um andor. Sobre ele, um homem em pé, segurando um cetro com a ponta dourada. Ele usa uma capa vermelha e uma espécie de coroa. Atrás dele, um trono dourado.
A festa do Sol, ou ínti ráimi, é uma celebração em homenagem ao deus Sol da religiosidade inca realizada há milhares de anos. A festa acontece ainda hoje no dia 24 de junho e representa o fim de um ciclo de colheitas e o início do ciclo seguinte. Cusco, Peru. Foto de 2018.
Fotografia. Pessoas aglomeradas em uma ampla área interna, escolhem legumes e verduras que estão expostos em grandes bancas ou agrupados em caixas plásticas.
O mercado de xixicastenãngo, na Guatemala, é considerado o maior mercado indígena da América Central e reúne descendentes dos maias, que comercializam artesanatos, alimentos e tecidos típicos de sua cultura. xixicastenãngo, Guatemala. Foto de 2021.

O que estudaremos na unidade

Quando e onde se desenvolveram as primeiras civilizações? O que elas criaram que até hoje nos fascina tanto? Ao final desta unidade você verá que esses povos, temporalmente tão distantes de nós, deixaram inúmeros conhecimentos que ainda estão presentes em nosso cotidiano. Além disso, conhecerá o grande desenvolvimento científico, artístico e cultural dos primeiros habitantes do continente americano e entenderá por que sua cultura, tão marcante quanto diversa, sobrevive atualmente.


Respostas e comentários

Unidade 2: justificativas

Na primeira página de cada capítulo desta unidade, estão listados os objetivos previstos para serem trabalhados com os alunos.

Os objetivos do capítulo 3 se justificam por estimular discussões relacionadas às hipóteses e teorias que tratam do início do povoamento do continente americano, bem como por incentivar a associação entre os vestígios arqueológicos produzidos pelas sociedades nativas americanas e suas possíveis características organizacionais, culturais e materiais.

No capítulo 4, a pertinência dos objetivos se deve à exploração dos principais aspectos da Mesopotâmia e do Egito antigo, considerando o conjunto de conceitos que possibilitam a análise das características de suas sociedades, e à compreensão da importância dos rios para essas regiões nos períodos estudados.

Os objetivos do capítulo 5 se justificam por relacionar-se ao reconhecimento das características dos povos maia, asteca e inca e ao estabelecimento de comparações entre eles e, também, por envolver a identificação das características dos povos indígenas brasileiros e a compreensão de suas lutas e dos direitos conquistados por eles.

CAPÍTULO 3  Os primeiros habitantes da América

Fotografia. Pintura rupestre de um animal de corpo ovalado com as patas esticadas e rabo curto. Ao lado, escritos em branco feitos recentemente na pedra, sobre pequenos desenhos rupestres.
Vandalismo em pinturas rupestres do sítio arqueológico Toca do Salitre, no Parque Nacional Serra da Capivara. São Raimundo Nonato, Piauí. Foto de 2021.

Um dos enigmas mais intrigantes que os estudiosos da história da América tentam esclarecer é o da chegada do ser humano ao nosso continente. Para tentar compreender quem foram, de onde vieram e como viviam os primeiros habitantes da América, pesquisadores analisam os vestígios do passado encontrados em sítios arqueológicos. No entanto, as respostas a essas questões não são definitivas. A cada descoberta arqueológica, teorias consagradas são rebatidas e outras hipóteses são elaboradas para explicar o povoamento do continente.

Os registros da presença humana na América são numerosos e bem antigos. Em países como o Brasil, o Chile e o Canadá, há sítios arqueológicos datados de mais de 20 mil anos. Pesquisadores afirmam ter encontrado, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, restos de fogueira e fragmentos de pedra lascada com mais de 30 mil anos. No entanto, parte da comunidade científica questiona essa datação e defende a ideia de que esses vestígios são resultado de incêndios e desmoronamentos naturais, ocorridos sem interferência humana.

  • Você já visitou um sítio arqueológico? Se sim, o que havia nele?
  • O que você pensa sobre danificar documentos históricos como esse?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo deste capítulo contempla as habilidades ê éfe zero seis agá ih zero quatro e ê éfe zero seis agá ih zero seis (ao abordar as diferentes teorias sobre a origem dos povos americanos e as possíveis rotas do ser humano pela América). Também contempla parcialmente as habilidades ê éfe zero seis agá ih zero cinco (ao descrever modificações da natureza e da paisagem realizadas por diferentes povos nativos americanos), ê éfe zero seis agá ih zero sete e ê éfe zero seis agá ih zero oito (por tratar de diferentes fórmas de registro dos povos indígenas americanos e identificar os espaços territoriais ocupados e alguns aportes culturais, científicos e sociais). O trabalho para o desenvolvimento dessas habilidades se completa ao longo de outros capítulos, conforme indicações na tabela de habilidades do ano.

Objetivos do capítulo

  • Discutir as hipóteses e teorias atuais sobre o início do povoamento do continente americano, reconhecendo a importância do diálogo entre a história e outras disciplinas na elaboração de novas explicações científicas.
  • Compreender as razões das controvérsias a respeito das datações feitas nos principais sítios arqueológicos americanos.
  • Entender e diferenciar as fórmas de organização dos primeiros habitantes do continente americano e os conhecimentos e tecnologias que eles desenvolveram.
  • Reconhecer e descrever modificações na natureza e na paisagem realizadas por diferentes povos nativos americanos.
  • Identificar aspectos materiais e culturais das sociedades nativas americanas do atual território brasileiro, como as fórmas de registro e o trabalho agrícola.
  • Discutir a importância da preservação dos vestígios arqueológicos das ocupações nativas americanas.

Abertura do capítulo

O objetivo dessa abertura é sensibilizar os alunos para a importância dos registros arqueológicos. Eles não precisam ter visitado um sítio arqueológico para realizar as primeiras reflexões sobre a temática proposta. Valorize os relatos pessoais e pergunte a eles se conhecem algum sítio arqueológico na unidade federativa em que se localiza a escola ou em outra localidade no Brasil.

Na imagem, há pinturas rupestres misturadas a intervenções feitas na atualidade. É possível que os alunos tenham dificuldade em localizar os registros rupestres menores por causa dessas interferências. Por isso, é importante destacar a diferença de cor, de padrões das figuras e a sobreposição delas, estimulando a habilidade de observação dos alunos.

Aproveite a oportunidade para discutir com os alunos sobre a importância de valorizar o patrimônio arqueológico. Questione-os sobre os prejuízos que atos de vandalismo como o registrado na imagem causam à pesquisa científica, à memória nacional e à atividade turística. Informe-os de que, de acordo com as leis de proteção ao patrimônio material e imaterial nacional, é crime danificar o patrimônio cultural, inclusive o arqueológico.

Bê êne cê cê

Ao incentivar a reflexão sobre os diferentes tipos de registro e seus significados com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, a proposta desta abertura se relaciona à Competência específica de Ciências Humanas nº 2.

As teorias sobre a ocupação da América

Ainda não se sabe ao certo como os seres humanos ocuparam o continente americano. Historiadores e arqueólogos analisam vestígios do passado para compreender as origens e os modos de vida dos primeiros habitantes da América.

Como você verá ao longo deste capítulo, as conclusões de várias pesquisas sobre a chegada dos seres humanos à América são motivo de polêmica entre os pesquisadores, e os estudos de algumas descobertas arqueológicas resultaram na contestação de teorias e na reelaboração de hipóteses. Apesar das discordâncias, um consenso une os cientistas: eles admitem que os seres humanos americanos não são autóctones, ou seja, eles vieram de outros lugares. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão porque até o momento nenhum vestígio de hominídeo anterior à espécie Omo sápiens foi encontrado no continente.

Os caminhos para a América

Segundo a teoria científica mais aceita, os primeiros habitantes do continente partiram das regiões das atuais Mongólia e Sibéria, na Ásia, no final da última glaciação. Naquela época, o nível da água do mar era mais baixo do que é hoje e grande parte da superfície terrestre estava coberta de gelo. Além disso, extensas planícies litorâneas, hoje submersas, davam aos continentes um contorno muito diferente do atual.

Essas condições climáticas teriam permitido a formação de uma passagem natural de terra e gelo entre a Ásia e a América, chamada Ponte Terrestre de Béring. Manadas de animais de grande porte e seus predadores, incluindo grupos humanos, teriam atravessado a passagem de Béring e entrado no continente americano.

Fotografia. Duas crianças sentadas sobre um suporte de madeira na neve. Elas vestem roupas peludas e compridas, estão apenas com o rosto à mostra. Suas bochechas estão avermelhadas por causa do frio.
Crianças do povo Nenets, que vive na região do Estreito de Béring. Okrug, Rússia. Foto de 2019.

As possíveis rotas do ser humano para a América

Mapa. As possíveis rotas do ser humano para a América. Planisfério com a representação dos continentes.  As possíveis rotas humanas são representadas por setas vermelhas e  pela silhueta de uma pessoa caminhando. A rota se inicia na África, indo em direção ao Deserto do Saara. De lá, duas rotas, uma para a esquerda em direção ao litoral e norte da Europa, outra para a direita, em passagem pelo Oriente Médio, entrando na Ásia. De lá, segue uma rota para o sul, de barco, em direção à Oceania. Outra rota segue para o norte, através da Sibéria, passando pelo Estreito de Bering, até o Alasca e a América do Norte, seguindo pela América Central até a América do Sul. Da costa leste da Ásia há, também, indicação de uma rota pelo Oceano Pacífico, em embarcações, até a costa oeste das Américas. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.740 quilômetros.

Fonte: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 14-15.


Responda em seu caderno.

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  1. De acordo com o mapa, qual é o local de origem do ser humano?
  2. Que possíveis caminhos, de acordo com o mapa, o ser humano usou para chegar à América?
  3. O que teria levado a espécie Omo sápiens a se espalhar por todo o planeta?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero quatro, ao apresentar as teorias sobre a origem do homem americano, e a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero seis, ao identificar geograficamente as rotas de povoamento da América.

Explore

  1. O local de origem do ser humano é a África.
  2. Os seres humanos podem ter se deslocado navegando pelas ilhas do Oceano Pacífico ou, por via terrestre, pelo Estreito de Béring.
  3. Provavelmente, os grupos humanos primitivos migraram da África para outros continentes com o objetivo de garantir recursos para a sobrevivência. Em uma época de muito frio e de intensa competição por alimentos, acredita-se que diferentes grupos humanos, perseguindo manadas de animais ou em busca de fontes de caça, tenham se espalhado lentamente por áreas cada vez mais distantes do núcleo original da espécie.

Rotas para a América

Durante a última era glacial, há milhares de anos, quando o nível do mar estava mais baixo, o Pacífico era salpicado de pequenas ilhas (hoje submersas), o que pode ter favorecido a navegação de uma à outra, até que os navegantes chegassem à costa oeste da América. Uma evidência que reforça essa hipótese é a presença de um verme parasita humano nas fezes fossilizadas de pessoas que habitaram o Brasil há milhares de anos. Uma fase reprodutiva desse parasita acontece no solo, fóra do corpo do hospedeiro. Nessa fase, em contato com o frio, as larvas morrem. Se o verme chegou vivo até o território do Brasil, não pode ter vindo pelo norte, porque teria morrido com o frio.

A arqueologia e a Pré-história americana

Os pesquisadores que apoiam a ideia de que os primeiros grupos humanos acessaram o continente americano pelo Estreito de Béring chegaram a essa conclusão depois de examinar artefatos de pedra e ossos de animais encontrados no sítio arqueológico de Clóvis, situado no estado do Novo México, no sudoeste dos Estados Unidos.

Com base na datação desses objetos, cientistas estadunidenses elaboraram a teoria chamada Clóvis-Primeiro. Segundo essa teoria, uma leva migratória de grupos humanos com traços asiáticos teria chegado à América por volta de .11500 anos atrás. Assim, ao longo de centenas de anos, os povos descendentes desses grupos teriam ocupado, na direção norte-sul, todo o continente. Descobertas arqueológicas mais recentes, no entanto, têm contestado essa teoria.

Novas questões sobre o povoamento da América

A teoria de Clóvis começou a ser questionada na década de 1970. A análise de fósseis e outros artefatos arqueológicos encontrados na América do Sul, datados de pelo menos .13500 anos, mostrou que o povoamento do continente teria começado muito antes do que essa teoria afirmava, ou seja, os habitantes de Clóvis não teriam sido os primeiros a chegar ao continente americano.

Nos últimos anos, esse questionamento ganhou fôrça com a descoberta de vestígios ainda mais antigos: uma equipe de arqueólogos encontrou milhares de artefatos de pedra provavelmente fabricados por mãos humanas, além de restos de fogueira e ossos de animais, com datação que varia entre 30 mil e 13 mil anos. Outro grupo de pesquisadores fez uma descoberta ainda mais fascinante na região do Novo México. Eles encontraram pegadas humanas datadas entre 23 mil e 21 mil anos atrás.

Fotografia. Marcas de pés na superfície de uma rocha clara. Os pés são finos e algumas marcas não têm os cinco dedos.
Vestígios arqueológicos de pegadas humanas de cêrca de 23 mil anos encontrados no Parque Nacional de White Sands. Novo México, Estados Unidos. Foto de 2021.

Saiba mais

A datação dos achados arqueológicos

Existem diferentes técnicas para definir a idade de um fóssil ou de um artefato arqueológico. Uma delas é a estratigrafia, por meio da qual se analisam as camadas do solo onde os objetos ou os vestígios foram encontrados, considerando que as camadas mais profundas são as mais antigas. Outro método é a datação por radiocarbono, também conhecido como carbono-14, que consiste na análise da quantidade de carbono radioativo encontrado no fóssil. Porém, esse método usando o carbono-14 não é confiável para a análise de objetos com mais de 60 mil anos.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Explique por que os primeiros seres humanos americanos não eram autóctones.
  2. O que é a teoria Clóvis-Primeiro?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. Porque não eram naturais do continente americano, mas de outros continentes. O Omo sápiens é natural da África.
  2. É a teoria de acordo com a qual a primeira leva migratória de grupos humanos com traços asiáticos teria chegado à América, por volta de 11.500 anos atrás, atravessando o Estreito de Béring.

Atividade complementar

Para desenvolver esta atividade, podem ser usadas as informações do boxe “Saiba mais”. Organize a turma em pequenos grupos e siga as etapas.

  1. Peça aos alunos que façam uma pesquisa, em livros, sites e outros materiais, sobre as principais etapas de uma escavação arqueológica.
  2. A seguir, entregue a cada grupo legendas recortadas em tiras com as etapas listadas, sem numeração e misturadas:
    • Prospecção.
    • Escavação do sítio arqueológico.
    • Limpeza, registro e medição das peças.
    • Recolhimento, análise e catalogação da peça.
    • Datação das peças.
    • Elaboração de relatório.
  3. Instrua os grupos a ordenarem as etapas, numerando-as de 1 a 6.
  4. A seguir, entregue a cada grupo uma folha retangular grande de papel pardo, revistas velhas, tesoura, cola e canetas coloridas e peça que elabore um infográfico descrevendo uma escavação arqueológica. Cada etapa deve ser identificada pela legenda devidamente numerada, e as ilustrações devem combinar desenho e colagem. As etapas de uma escavação arqueológica foram simplificadas na atividade para que os alunos possam assimilar o que é fundamental nela.

A habilidade de determinar uma ordem ou sequência de etapas para obter um resultado é importante para o desenvolvimento do pensamento computacional. Instigar os alunos a identificar e ordenar passos de um procedimento estimula o desenvolvimento dessa habilidade e prepara-os para desafios mais complexos.

Ampliando: questionando Clóvis

reticências Novas escavações feitas no Monte Verde, famoso sítio arqueológico [no Chile] reticências, indicam que humanos nômades habitaram ou ao menos passaram pela região há até .18500 anos. A pesquisa contraria uma visão tradicional no mundo científico: de que as primeiras migrações para a América do Sul ocorreram não antes de .14000 anos atrás. reticências

reticências As novas descobertas no Chile incluem 39 artefatos de pedras, nove deles com idade entre .18500 e .17000 anos. reticências As idades dos objetos foram descobertas graças a medidas de carbono e análise do solo onde foram escavados.

Os achados sacodem ainda mais a famosa ‘cultura Clovis’, teoria que por muito tempo ficou em voga no âmbito da arqueologia.

A maioria das ferramentas encontradas recentemente no Chile servia para raspar e cortar outros objetos, de acordo com os pesquisadores. Algumas pedras redondas poderiam ter sido utilizadas como estilingues. Ainda foram encontrados, na região da escavação, restos de animais cozidos, além de evidências de plantas e fogueiras. Todas as ferramentas encontradas diferem das utilizadas pelos povos da ‘cultura Clovis’. Também de acordo com a pesquisa, 34% dos objetos achados não eram locais, o que indica uma população altamente móvel.”

ARQUEÓLOGOS encontram peças de .18500 anos no Chile. uól, 30 novembro 2015. Disponível em: https://oeds.link/evC3TC. Acesso em: 11 março 2022.

Monte Verde, Chile

O sítio arqueológico de Monte Verde foi descoberto, por acaso, em 1976. Os objetos encontrados nesse local estavam bem preservados por causa da existência de turfas, materiais formados de restos de vegetais em decomposição, que preservam tudo que absorvem. Nesse sítio, os pesquisadores encontraram vestígios da presença humana datados de pelo menos .12500 anos. São pinturas rupestres, pontas de lança feitas de pedra, restos de fogueiras, objetos de madeira, plantas medicinais, ossos de mastodonte e até pegadas humanas.

Piedra Museo e Los Toldos, na Argentina

Piedra Museo é o sítio mais antigo da Argentina. Lá foram descobertas pinturas rupestres e instrumentos de caça de 13 mil anos atrás. Com os artefatos, foram encontrados restos de animais extintos há mais de 10 mil anos.

Nas cavernas de Los Toldos, arqueólogos demarcaram camadas do solo que revelam a passagem de diferentes grupos humanos. No interior dessas cavernas foram encontrados utensílios e restos de animais com cêrca de .12500 anos e pinturas rupestres com desenhos de mãos feitos entre .9500 e 13 mil anos atrás.

Fotografia. Pinturas rupestres feitas com marcas de mãos na rocha.
Pinturas rupestres no sítio arqueológico Cueva de las Manos, datadas entre 9.500 e 13 mil anos. Santa Cruz, Argentina. Foto de 2019.

Sítios arqueológicos sul-americanos com mais de .11400 anos

Mapa. Sítios arqueológicos sul-americanos com mais de onze mil e quatrocentos anos. Mapa da América do Sul com destaque para os territórios de Venezuela, Brasil, Chile e Argentina. Do norte ao sul do continente, foram indicados os seguintes sítios arqueológicos:  Taima-Taima, na Venezuela; Pedra Furada, no estado do Piauí, Brasil; Lagoa Santa, no estado de Minas Gerais, Brasil; Monte Verde, Chile. Los Toldos, Argentina; e Piedra Museo, Argentina.  No canto inferior direito, legenda com os nomes dos sítios arqueológicos indicados. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 670 quilômetros.

Fonte: NEVES, Walter; rube márc. Os pioneiros das Américas. Nossa História, São Paulo: Vera Cruz, número 22, página 18, agosto 2005.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

3. Por que, com base nas descobertas feitas nos sítios arqueológicos da América do Sul, os estudiosos contestaram a teoria de que a migração pelo Estreito de Béring teria ocorrido há 11.500 anos?


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero sete ao mencionar os registros rupestres em sítios arqueológicos latino-americanos.

Recapitulando

3. Porque o estudo dos vestígios encontrados nesses sítios arqueológicos revelou a presença humana no sul do continente americano há mais de 11.500 anos, o que indicou a ocorrência de deslocamentos populacionais para a América anteriores aos da cultura Clóvis.

Construindo o conhecimento

É importante que os alunos compreendam que os estudos sobre os primeiros povoadores da América se desenvolvem em um movimento complexo de abandono e retomada de hipóteses explicativas, apresentando-se como um complicado mosaico de evidências sobre a história dos povos americanos. Compreender a dinâmica de elaboração do conhecimento científico contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História nº 6.

Aproveite para relembrar os alunos sobre a natureza provisória do conhecimento, reforçando a noção de que a ciência se desenvolve com base na análise de evidências e na elaboração de explicações que não são definitivas. A compreensão de que as verdades científicas não são absolutas ajuda a entender que o equívoco integra o processo de descoberta, da elaboração de hipóteses e da verificação empírica. Essa compreensão é fundamental para que os alunos superem o receio de errar, assumindo maior protagonismo em sala de aula. Além disso, habitua os alunos a se familiarizar com a noção de que o conhecimento se desenvolve a partir de problematizações que, com frequência, precisam ser retomadas e reavaliadas segundo novas perspectivas.

Um continente, muitos povos

Ao longo de milhares de anos, os grupos humanos que chegaram à América se espalharam pelo continente, adaptando-se, interagindo e modificando diferentes ambientes. Para isso, desenvolveram conhecimentos e costumes adequados a cada realidade. Das terras geladas do Alasca às planícies argentinas, as sociedades americanas encontraram fórmas originais de aproveitar os recursos naturais para garantir sua sobrevivência.

Dessa maneira, formaram-se no continente muitos povos e culturas. Alguns desses povos viviam da caça, da pesca e da coleta; outros passaram a combinar a caça e a coleta com o cultivo de vegetais. Outros, ainda, transformaram a agricultura em sua principal atividade.

Os grupos de caçadores-coletores e alguns dos povos que se tornaram sedentários por causa da atividade agrícola eram sociedades igualitárias. Isso significa que nelas as pessoas dividiam o trabalho e os produtos gerados por ele de maneira relativamente igual.

Outros povos, por sua vez, construíram cidades, nas quais havia trabalhos específicos para cada camada social. Essas sociedades, portanto, eram hierarquizadas. Nelas, grupos de poucas pessoas assumiram a função de governar e passaram a concentrar a maior parte da riqueza e a exercer o poder por meio do estabelecimento das leis, da aplicação da justiça e do contrôle religioso.

Fotografia. Ruínas de uma grande construção de pedra entre a vegetação densa. No centro da construção, uma torre de aproximadamente três andares. Ao redor da construção, grandes muros e escadas externas.
Ruínas de palácio maia localizado no sítio arqueológico de Palenque. Chiapas, México. Foto de 2019. A presença de grandes construções indica que a sociedade que as construiu era hierarquizada.

Refletindo sobre

Você já teve de se mudar do lugar onde vivia? Como foi a adaptação ao novo local? Você encontrou alguma dificuldade? Se sim, qual ou quais?


Respostas e comentários

Refletindo sobre

Espera-se que, ao realizar essa atividade, os alunos reflitam sobre as mudanças de ambiente enfrentadas pelos primeiros habitantes da América, que se deslocavam constantemente em busca de melhores condições de vida. Aproveite esse tema para discutir com eles as mudanças de escola, de cidade ou mesmo de país que muitos deles podem ter enfrentado. A adaptação de crianças e adolescentes que mudam de domicílio pode ser conflitiva, pois são obrigados a abandonar amigos e parentes de que gostam para iniciar uma vida nova em lugares em que possivelmente não conhecem ninguém.

Bê êne cê cê

A proposta pode ser ampliada comparando o povoamento da América com o tema da imigração na atualidade (por exemplo, a de refugiados), favorecendo o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 10.

A vida dos primeiros americanos

Numerosos vestígios dos primeiros americanos foram descobertos em escavações feitas em todo o continente. A análise dos artefatos encontrados indica que os primeiros habitantes do continente se organizavam em pequenos grupos de caçadores-coletores. Provavelmente, eles migravam para outras regiões quando os recursos do local onde estavam se esgotavam; sabiam produzir fogo, com o qual se aqueciam, iluminavam seus acampamentos, cozinhavam e se protegiam de animais; habitavam cavernas e grutas ou construíam abrigos com galhos, folhas e peles de animais; fabricavam instrumentos variados de pedra, ossos e possivelmente madeira, palha e couro.

Em várias partes da América do Norte, como no sítio de Clóvis, foram encontradas ferramentas de pedra bifaciais, ou seja, lascadas dos dois lados, como pontas de flecha, pontas de lança e perfuradores, utilizados na caça de grandes animais.

No Brasil, artefatos parecidos, porém menores, foram achados em vários sítios arqueológicos localizados nas regiões Sul e Sudeste. Já os objetos encontrados nas regiões Nordeste e Centro-Oeste são unifaciais, ou seja, lascados em apenas um dos lados da pedra. Esses objetos são, em sua maioria, raspadores, furadores e cortadores.

Como o conhecimento utilizado para produzir as ferramentas é transmitido ao longo de gerações, foi possível encontrar objetos muito parecidos produzidos em várias épocas diferentes, mesmo que com pequenas alterações.

Fotografia. Seis artefatos de pedra, com tamanhos e formatos variados. 1: objeto de duas faces, pequeno e avermelhado, de formato retangular e arqueado em uma das extremidades. 2: objeto de duas faces, grande, comprido e pontiagudo em tons alaranjados. 3: objeto de duas faces, grande, em formato de seta em tons de marrom. 4: objeto de duas faces, pequeno, em formato de seta em material escuro e brilhante. 5: objeto de uma face, com estrutura clara e achatada de contorno irregular. 6: objeto de uma face, com estrutura comprida e ovalada.
Artefatos encontrados em diversas escavações arqueológicas no continente americano.

Responda em seu caderno.

Explore

Observe os artefatos. Para que esses objetos podem ter sido utilizados pelos primeiros americanos?

Conexão

A arqueologia passo a passo

rafael de Filippo. São Paulo: Claro Enigma, 2011.

Esse livro é um guia ilustrado sobre os diferentes ramos da arqueologia, o trabalho do arqueólogo, o processo de escavação e os métodos utilizados para encontrar e estudar os vestígios deixados pelos povos do passado. O livro também relata algumas descobertas sobre a história da Terra e do ser humano.


Capa de livro. Acima, título e nome do autor. Ao centro e abaixo, ilustração de pessoas trabalhando em uma escavação. Estão sobre tablados que passam entre as áreas descobertas. Uma das pessoas coloca a terra em uma esteira que a descarrega dentro da caçamba de um caminhão.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

4. O início da prática da agricultura na América significou o abandono das atividades de caça e de coleta? Justifique.


Respostas e comentários

Produção de ferramentas na Pré-história

Os pesquisadores da Pré-história americana agrupam e classificam os achados arqueológicos de acordo com as técnicas usadas na produção das ferramentas. As ferramentas bifaciais encontradas nos Estados Unidos foram consideradas em sua maioria pertencentes à tradição Clóvis por assemelhar-se às ferramentas encontradas no sítio de Clóvis. Já as bifaciais mais leves encontradas no Sul e no Sudeste do Brasil foram consideradas pertencentes à tradição Umbu. Por sua vez, no Nordeste e no Centro-Oeste brasileiros, os artefatos unifaciais encontrados foram considerados pertencentes à tradição Itaparica.

Apesar de as tradições identificadas até hoje no Brasil terem sido delimitadas geograficamente como “Sul-Sudeste” e “Nordeste-Centro-Oeste”, essa divisão não é rígida. Como exemplo, podemos citar os artefatos encontrados em Januária (Minas Gerais), na Região Sudeste, que foram considerados pertencentes à tradição Itaparica.

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Objetos bifaciais grandes: utilizados na caça de animais de grande porte. Bifaciais pequenos: utilizados na caça de animais de pequeno porte. Objetos unifaciais (raspadores, furadores e cortadores): utilizados na coleta de vegetais.

Recapitulando

4. Não. As atividades de caça e de coleta foram, em muitos casos, combinadas com a prática da agricultura.

Conexão

Proponha aos alunos a elaboração de um relatório sobre uma escavação fictícia. Para isso, escolha cinco povos estudados no capítulo e procure em sites três imagens de vestígios arqueológicos de cada um; por exemplo, a foto de um mural, de uma pirâmide e da estatueta de alguma divindade. Evite utilizar imagens de povos cujas culturas guardem muitas semelhanças para não confundir os alunos. Imprima e recorte as imagens e coloque cada conjunto em um envelope. Você terá ao final cinco envelopes com três imagens de cada povo. É importante que as culturas não sejam identificadas.

Na sala de aula, organize os alunos em cinco grupos e entregue um envelope a cada grupo. Em seguida, peça a eles que identifiquem a cultura/povo a que correspondem as figuras do envelope que receberam mediante a comparação delas com as imagens e informações contidas neste capítulo.

Depois, solicite que, com base nos conhecimentos adquiridos nas aulas e na leitura da obra A arqueologia passo a passo, escrevam um relatório contendo informações sobre:

a. o local escavado (cidade, estado, país, aspectos naturais da região);

b. o trabalho de escavação;

c. a análise dos achados incluindo uma descrição de cada peça, hipótese de sua utilidade e datação (oriente os alunos a colar as fotos no relatório);

d. a conclusão sobre a identidade do povo associado aos vestígios “escavados”;

e. o destino dos vestígios.

Ao avaliar o trabalho, considere se os alunos exploraram adequadamente as imagens e se utilizaram corretamente as informações deste capítulo e da obra recomendada.

As primeiras sociedades hierarquizadas da América

Na região Andinaglossário e na Mesoaméricaglossário desenvolveram-se sociedades hierarquizadas. A organização dessas comunidades baseava-se na divisão entre grupos de pessoas que comandavam e tomavam decisões e os grupos de pessoas que eram comandadas.

Localizado em região desértica do atual Peru, Caral é o mais antigo centro cerimonial descoberto na América. O local começou a ser habitado há cêrca de 5 mil anos, ou seja, na mesma época em que outras sociedades hierárquicas estavam se formando na China, na Mesopotâmia e no Egito.

A arquitetura de Caral é a principal evidência da organização da sociedade que o construiu. cêrca de trinta grandes conjuntos cerimoniais com imensos complexos em fórma de pirâmide impressionam por seu tamanho e pelo sofisticado trabalho humano envolvido na construção de templos, anfiteatros, túmulos e altares. Nas ruínas de Caral foi encontrada, também, uma extensa rede de aquedutos.

A presença dessas construções monumentais em Caral revela a existência de um nível de organização social complexo e de tecnologias agrícolas eficientes que garantiam ampla produção de alimentos para a subsistência de todos. Depois de Caral, outras sociedades hierárquicas formaram-se na região dos Andes.

Fotografia. Imagem de satélite de ruínas de uma cidade em meio a uma grande área coberta de areia. Há construções de formato retangular, piramidal e circular. A maior parte delas está concentrada na parte superior da imagem.
Imagem de satélite que mostra as ruínas da antiga cidade de Caral, no Peru. Foto de 2020. Na imagem, é possível observar as dimensões e a localização das construções: na parte central da cidade, ficava o centro cerimonial religioso.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

5. Que aspectos da civilização de Caral a presença de construções monumentais revela?


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero cinco por tratar da organização social de Caral, fator que permitiu a essa civilização realizar obras de irrigação que possibilitaram o cultivo de vegetais no solo árido do oeste do atual Peru.

Recapitulando

5. A presença de construções monumentais em Caral revela a existência de uma organização social complexa e de tecnologias agrícolas eficientes para garantir a subsistência.

Atividade complementar

Para sistematizar as informações sobre as fórmas de vida dos primeiros habitantes do continente americano, organize na lousa um quadro comparativo, composto de duas colunas, uma para descrever as características do modo de vida nômade e a outra para o sedentário.

  • Registre os dados apontados pelos alunos sobre os principais aspectos dos dois modos de vida, como os meios de obtenção de alimentos, os tipos de moradia, as ferramentas e os utensílios que fabricavam.
  • Destaque que as diferenças entre os dois modos de vida não exprimem etapas evolutivas diferenciadas, mas fórmas de viver que estão profundamente ligadas às necessidades e às condições ambientais em que vivia cada grupo.

Um dos alicerces do pensamento computacional é o reconhecimento de padrões, que pressupõe que o aluno seja capaz de fazer comparações para identificar diferenças e semelhanças entre situações variadas. A elaboração de tabelas comparativas é um recurso simples e eficiente no desenvolvimento dessa capacidade.

Os povos nativos do atual território brasileiro

Como já vimos, os primeiros habitantes do território que corresponde ao Brasil atual viviam da caça e da coleta. Contudo, à medida que se deslocavam, transformavam o ambiente e se adaptavam aos recursos naturais encontrados, esses povos foram se diferenciando e desenvolvendo novas fórmas de viver e de se organizar.

Os povos dos sambaquis

Por volta de 11 mil anos atrás, a temperatura terrestre começou a se elevar, provocando o gradativo derretimento das geleiras e, consequentemente, o aumento do nível dos oceanos. Com essa mudança climática, muitos grupos instalaram-se no litoral, pois o oceano tornou-se uma fonte de alimentos fundamental. Além de manter as atividades de caça e coleta, esses povos passaram a consumir peixes, moluscos e crustáceos.

As conchas dos mariscos que consumiam eram depositadas em determinados locais, formando montes que receberam o nome de sambaquis – palavra de origem tupi que significa “depósito de conchas” (tamba significa “concha” e qui, “depósito”). Os povos dos sambaquis tornaram-se, portanto, sedentários, mesmo não baseando sua subsistência na prática da agricultura.

Há sambaquis nas regiões Sul, Norte e Sudeste do Brasil, nos Estados Unidos, no Peru e no Chile. Alguns têm mais de 8 mil anos. Neles, os arqueólogos encontraram importantes vestígios da presença humana, como restos de alimentos (ossos de animais) e de fogueiras, artefatos e zoólitos (esculturas em fórma de animais da fauna local) feitos de pedra polida, além de vestígios de moradias e de sepultamentos.

Saiba mais

Sambaquis

Os sambaquis das regiões Sul e Sudeste são os mais conhecidos e estudados do Brasil. Existe, porém, grande quantidade de sambaquis na região da Amazônia, em especial no litoral do Pará. Nesses sítios arqueológicos foram encontradas peças feitas de cerâmica e artefatos de pedra polida.


Fotografia. Vista aérea de uma montanha branca parcialmente coberta por vegetação rasteira. Em segundo plano, faixa de areia com pequenas lagoas. Ao fundo, o mar e céu azul.
Vista aérea do Sambaqui Garopaba do Sul, o maior já encontrado no mundo. Jaguaruna, Santa Catarina. Foto de 2021.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que são sambaquis?
  2. Os povos dos sambaquis não praticavam a agricultura, mas desenvolveram um modo de vida sedentário. Qual foi a atividade que lhes possibilitou viver dessa fórma?
Titulo do Infografico

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    Respostas e comentários

    Bê êne cê cê

    O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero cinco por tratar do processo de sedentarização de povos que ocuparam o litoral do atual território brasileiro e formaram os sambaquis.

    Recapitulando

    1. Sambaquis são grandes montes compostos de conchas de mariscos e restos de outros animais formados ao longo de milhares de anos por povos que viviam no litoral. Neles, já foram encontrados vários vestígios da presença humana, como restos de alimentos e de fogueiras, objetos de pedra polida e marcas de moradias e de sepultamentos.
    2. Foi a coleta de recursos marinhos da costa litorânea.

    Ampliando: sambaquis amazônicos

    “Sambaquis são sítios arqueológicos caracterizados pela deposição de sedimentos, resíduos vegetais, restos de animais, artefatos arqueológicos e sepultamentos. reticências.

    No Brasil, os sambaquis datam de .8000 a .1000 anos Antes do Presente (á pê) e representam ambientes ocupados pelos grupos sociais pré-coloniais adaptados a ambientes costeiros e ribeirinhos em cenários deposicionais reticências. reticências os sambaquis brasileiros estão localizados ao longo de .2000 quilômetros da costa brasileira. Os mais estudados são os sambaquis situados nas regiões Sul e Sudeste reticências, e os menos documentados estão localizados no Pará (Pará), Norte do Brasil reticências. Os sambaquis encontrados na costa Norte e Nordeste são considerados diferentes, quando comparados aos localizados no Sul e Sudeste do Brasil, quanto à sua configuração, principalmente em decorrência da existência de fragmentos cerâmicos em todos os níveis ou camadas estratigráficas reticências. Porém, é importante ressaltar que os pescadores-coletores do litoral das regiões Norte, Sudeste e Sul integram um único sistema sociocultural, sem prejuízo das especificidades regionais e temporais reticências.”

    ALMEIDA, P. D êti ól Registros arqueobotânicos em um sambaqui amazônico: utilização de microalgas (Diatomáceas, Bacillariophyta) como indicadoras de alterações ambientais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, volume 15, número 3, página 2, setembro a dezembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/nDWGnr. Acesso em: 21 abril 2022.

    São Raimundo Nonato, no Piauí

    Na década de 1970, a arqueóloga niêde Guidon descobriu utensílios de pedra próximos a supostos restos de fogueiras no sítio arqueológico Boqueirão da Pedra Furada, na região de São Raimundo Nonato, no Piauí. Segundo a pesquisadora, os artefatos e restos de fogueiras têm mais de 33 mil anos. Com base na análise dessas peças, niêde Guidon concluiu que seres humanos chegaram à América há pelo menos 50 mil anos, vindos da África, pelo Oceano Atlântico.

    No entanto, ainda não foram encontrados esqueletos humanos com essa idade. Os principais críticos à teoria de Guidon afirmam que os restos de fogueira podem ser consequência de fogo causado por fatores naturais, como raios; por isso, não representam vestígios da ação humana.

    O sítio arqueológico Boqueirão da Pedra Furada localiza-se no Parque Nacional Serra da Capivara, criado em 1979 e inscrito, em 1991, na Lista do Patrimônio Mundial Cultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco). Nesse parque, há um conjunto de chapadas e vales que abriga mais de mil sítios arqueológicos com milhares de pinturas e gravuras rupestres – com representação de cenas de dança, animais, partos, caçadas etcétera –, além de outros vestígios do cotidiano pré-histórico. Com aproximadamente 130 mil hectares, o parque tem em seu entorno uma Área de Preservação Permanente (á pê pê) com 10 quilômetros de raio, que constitui um cinturão de proteção suplementar.

    Fotografia. Destaque para o rosto de uma senhora de cabelos curtos e grisalhos. Usa uma camiseta branca. Está sorrindo.
    A pesquisadora niêde Guidon durante entrevista em sua residência. São Raimundo Nonato, Piauí. Foto de 2016.

    História em construção

    Luzia

    Na década de 1990, um crânio de aproximadamente 12 mil anos foi encontrado na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. O crânio é de uma mulher jovem, que foi nomeada Luzia e chamada de “a primeira brasileira”. Após a datação e a localização do crânio, os pesquisadores levantaram a hipótese de ter havido mais de uma rota de chegada dos seres humanos ao continente e mais de uma leva migratória, inclusive de populações vindas de fóra da Ásia, ocorridas em datas diferentes.

    Entretanto, estudos genéticos recentes confirmam que o povo de Lagoa Santa descende dos migrantes da cultura Clóvis, da América do Norte. O dê êne á fóssil extraído dos mais antigos restos humanos mostra que o povo de Luzia tem genética totalmente ameríndia, ou seja, descende de populações que cruzaram o Estreito de Béring, da Sibéria para o Alasca, para então povoar a América. O dê êne á fóssil indica que os integrantes daquela corrente migratória tinham afinidade com os povos da Sibéria e do norte da China, ou seja, não apresentavam dê êne á africano ou da Australásia.


    Fotografia. Crânio humano, arredondado, com uma rachadura horizontal. Tem a cavidade dos olhos grande a arredondada. A cavidade do nariz é triangular. Tem alguns dentes.
    Crânio de Luzia exibido no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Foto de 2007. Em 2018, um incêndio destruiu 90% do acervo desse museu, mas o crânio de Luzia foi recuperado com poucos danos.

    Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.


    Transcrição do áudio

    Parque Nacional Serra da Capivara

    [Música instrumental de fundo]

    [Felipe]: Olá, pessoal! Olá, Daniel! No podcast de hoje vamos falar sobre o Parque Nacional Serra da Capivara e sua importância.

    [Daniel]: Olá, Felipe! Este é um assunto muito interessante. Vamos começar fazendo uma pergunta para os ouvintes: vocês já ouviram falar de registros rupestres?

    [Felipe]: Boa pergunta! Os registros rupestres são pinturas ou gravações feitas pelos seres humanos pré-históricos. 

    [Daniel]: Elas eram feitas em paredes e rochas com tintas feitas de carvão, argila, plantas e outros materiais encontrados na natureza.

    [Felipe]: De acordo com os arqueólogos, as pinturas rupestres eram uma forma de comunicação.

    [Daniel]: E qual é a ligação dos registros rupestres com o Parque Nacional Serra da Capivara? Vamos começar falando sobre esse parque.

    [Felipe]: O parque fica no estado do Piauí, e foi criado em 1979. Possui uma área de aproximadamente 130 mil hectares e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias.

    [Daniel]: E por que esse parque é tão importante?

    [Felipe]: Porque é um lugar de conservação ambiental e arqueológica. Além de muitas espécies de animais e plantas, nele encontram-se conservados cerca de 400 sítios com vestígios arqueológicos que revelam informações sobre os primeiros habitantes do continente americano.

    [Daniel]: Quais são esses vestígios?

    [Felipe]: Artefatos diversos, como fragmentos de pedras lascadas, restos de fogueiras e, claro, registros rupestres.

    [Daniel]: Felipe, me lembrei de algo que li em uma matéria na internet... O Parque Nacional Serra da Capivara tem uma das maiores concentrações de sítios arqueológicos por quilômetro quadrado do mundo! E que nesses registros são retratados animais e figuras humanas em movimento.

    [Felipe]: Isso mesmo! As pinturas rupestres do parque são muito variadas. Por exemplo, há muitos desenhos que representam capivaras e veados. E as figuras humanas aparecem em várias situações como em danças, em partos e, possivelmente, caçando animais.

    [Daniel]: Puxa, que legal! E esses registros são muito antigos?

    [Felipe]: Sim! Há pesquisadores que afirmam que os registros encontrados no Parque Nacional Serra da Capivara são datados de até 38 mil anos! Mas a maioria data de cerca de 7 mil anos. O estudo desses registros nos ajuda a entender mais sobre o povoamento do continente americano.

    [Daniel]: É mesmo, Felipe?!

    [Felipe]: De acordo com a teoria mais aceita sobre a ocupação da América, os primeiros habitantes do continente teriam vindo para cá da Ásia. Eles teriam atravessado uma faixa de terra chamada Estreito de Bering, que, no passado, ligava o continente asiático ao continente americano. Hoje, o Estreito, que fica no extremo Norte, entre a Ásia e a América, está submerso pelo oceano e não é mais uma passagem terrestre.

    [Daniel]: E quando essa travessia ocorreu?

    [Felipe]: Há aproximadamente 15 mil anos. Mas há outras teorias sobre a ocupação da América.

    [Daniel]: É agora que voltamos a falar do Parque Nacional Serra da Capivara?

    [Felipe]: Sim, Daniel! Uma das versões que contestam a teoria do Estreito de Bering é a da arqueóloga Niède Guidon. Ela descobriu artefatos e restos de fogueiras com mais de 30 mil anos. Essas descobertas foram feitas no sítio arqueológico Boqueirão da Pedra Furada, que faz parte do Parque Nacional Serra da Capivara. Note como as datas não batem. Se havia fogueira, havia pessoas há 30 mil anos nessa região. E a passagem pelo Estreito de Bering aconteceu há cerca de 15 mil anos. Por essa teoria, não poderia haver seres humanos no continente americano 30 mil anos atrás. Ou eles não vieram por lá.

    [Daniel]: Então, de onde eles vieram? 

    [Felipe]: Pois é. Essa é a pergunta levantada a partir das descobertas da Serra da Capivara. Há pesquisadores que discordam das conclusões de Niède. Eles afirmam que as fogueiras encontradas por ela podem ter ocorrido de maneira natural, pela queda de raios, por exemplo, e, por isso, não serem vestígios da presença humana.

    Uma das principais dificuldades para sustentar a teoria de Niède é a ausência de vestígios de ossadas humanas nos sítios da Serra da Capivara.

    Mas, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, foram encontrados crânios humanos datados de cerca de 10 mil anos. Esses achados arqueológicos têm esclarecido que os primeiros seres humanos podem ter chegado à América em várias ondas de migração, vindos de diferentes partes do mundo, em diferentes períodos, e não somente pelo Estreito de Bering. Além disso, as descobertas de Lagoa Santa têm revelado diversas informações sobre o modo de vida dos primeiros americanos. Por exemplo, a ausência de vestígios de cerâmica no local indica que ali viviam populações de caçadores-coletores nômades, e não de agricultores. Eles caçavam peixes, lagartos, roedores, tatus, porcos selvagens e pequenos cervos. Também se descobriu que realizavam complexos rituais de sepultamento dos mortos.

    Pesquisas em outras regiões da América têm encontrado vestígios humanos como ossadas e pegadas datadas de mais de 20 mil anos; por isso, as teorias sobre o povoamento da América estão sempre sendo revisadas.

    [Daniel]: Nossa! Que interessante!  

    [Felipe]: Sim! Uma das teorias afirma até que os seres humanos teriam vindo diretamente da África até a América, atravessando o Oceano Atlântico em embarcações.

    [Daniel]: Muito interessante, Felipe! Na matéria sobre a qual comentei, também li que o Parque Serra da Capivara é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1991.

    [Felipe]: Sim, Daniel! O local é muito importante.   

    [Daniel]: E sua preservação é essencial. Os artefatos e os registros rupestres encontrados na região nos ajudam a ter uma ideia de como era a vida na pré-história. Além de permitir lançar outras teorias sobre o povoamento do continente americano.

    [Felipe]: Muito bom, Daniel! Adorei o papo! Vamos ficando por aqui! Até a próxima, pessoal!

    [Daniel]: Até mais!


    Respostas e comentários

    História em construção

    Com base em estudos conduzidos desde o começo deste século com crânios escavados no México, concluiu-se que populações de traços negroides habitaram outras partes da América. Os crânios mexicanos têm entre 8 e 12,7 mil anos e levaram pesquisadores a formular a hipótese de que pode ter havido outras rotas migratórias para o continente americano. A arqueóloga mexicana Silvia gonzales defendeu a ideia de que grupos humanos atingiram a América por uma rota marítima entre a Polinésia e a costa Pacífica da América do Sul. Essa hipótese, conhecida como Malaio-Polinésia, não é bem-aceita pela comunidade científica, que tende a corroborar a existência de várias rotas migratórias pelo Estreito de Béring.

    Culturas ceramistas do atual território brasileiro

    Nas terras que hoje formam o Brasil, a agricultura começou a ser praticada há cêrca de 7 mil anos e parece ter sido quase sempre uma atividade complementar à caça e à coleta.

    Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, pesquisadores encontraram vestígios de povos que produziram peças de cerâmica escura relativamente pequenas e com paredes finas. Essa tradição ceramista, conhecida como Itararé-Taquara, desenvolveu-se há cêrca de 2 mil anos e tinha características semelhantes às de culturas nativas que existiram na mesma época na Argentina e no Uruguai.

    Os povos dessa tradição alimentavam-se de produtos coletados na região, como o pinhão, e da caça de pequenos animais. Há indícios de que cultivavam amendoim, feijão e abóbora. Suas casas eram subterrâneas e apresentavam túneis, onde eles guardavam alimentos e por onde fugiam ou se abrigavam quando eram atacados por inimigos.

    Habitações dos povos da tradição Itararé-Taquara

    Ilustração. Esquema representando a estrutura de habitações subterrâneas. Em primeiro plano, três túneis se cruzam construindo um trajeto que leva até três estruturas circulares, sustentadas por vigas de madeira com telhado de palha. Acima, três quados destacam detalhes da construção, da esquerda para a direita: telhado circular de palha, buraco circular na terra, túnel com parede externa de pedra.
    Ilustração de Ligia Duque representando o modelo de habitações construídas por povos da tradição Itararé-Taquara. Criação de 2018 com cores-fantasia.

    Fonte: GUARINELLO, Norberto Luiz. Os primeiros habitantes do Brasil. São Paulo: Atual, 1994. página 39.

    Também há cêrca de 2 mil anos, espalharam-se pela região central do Brasil grupos humanos da tradição Una. Esses povos fabricavam instrumentos de pedra polida e objetos de cerâmica e viviam da caça, da coleta de frutos silvestres, da pesca e do cultivo de alguns alimentos, principalmente o milho.

    Na região central do país também foram encontrados vestígios da tradição Aratu-Sapucaí. Ela é associada à construção de grandes aldeias, com cabanas dispostas em círculo, e à fabricação de tecidos e objetos de pedra, além de uma cerâmica bastante simples, constituída de vasilhas e urnas funerárias para sepultar os mortos.


    Responda em seu caderno.

    Recapitulando

    8. Qual é a diferença entre as habitações construídas pelos povos das tradições Itararé-Taquara e as feitas pelos povos da tradição Aratu-Sapucaí?


    Respostas e comentários

    Bê êne cê cê

    O conteúdo desta página e da seguinte contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero oito ao tratar de alguns dos aportes culturais, econômicos e sociais de antigas culturas que habitaram o atual território brasileiro.

    Recapitulando

    8. Os povos da tradição Itararé-Taquara construíam casas subterrâneas dotadas de túneis, locais em que estocavam alimentos e por onde fugiam ou se abrigavam do ataque de inimigos. Já os povos da tradição Aratu-Sapucaí construíam aldeias com cabanas dispostas em círculo.

    Culturas agrícolas da Amazônia

    A ideia que predominou entre arqueólogos durante o século vinte foi a de uma Amazônia despovoada. Todavia, pesquisas feitas no final do século vinte oferecem outro panorama. A região é riquíssima em sítios arqueológicos, que indicam uma ocupação iniciada há mais de 11 mil anos e dão pistas valiosas sobre os hábitos de seus primeiros habitantes, que viviam da caça, da pesca e da coleta.

    Pesquisadores encontraram na Amazôniaá traduzido vestígios de sementes e restos de plantas cultivadas, que são diferentes das plantas encontradas na natureza, datados de 5000 antes de Cristo Isso é um sinal de que ocorreu ali um processo de domesticação de vegetais. Contudo, a agricultura provavelmente só se tornou importante para as populações amazônicas por volta do ano 1000 antes de Cristo

    Nesse período, as sociedades estabelecidas nas várzeas do Rio Amazonas, no norte do Brasil, e do Rio Orinoco, na atual Venezuela, tornaram-se bastante numerosas e passaram a ser comandadas por elites dirigentes, formando os chamados cacicados complexos.

    Os cacicados eram uma fórma de organização social e política em que aldeias populosas estavam submetidas a um chefe poderoso, que cobrava tributos e liderava guerras contra os vizinhos pelo contrôle de recursos naturais. A sociedade era dividida em diferentes estratos, o que tornava algumas pessoas mais importantes que outras. Também havia quem se dedicasse a atividades específicas, como o artesanato, a pesca e a agricultura.

    Os cacicados eram formados por enormes áreas cultivadas com várias espécies de planta. Seus habitantes criavam tartarugas e peixes em viveiros e produziam um artesanato sofisticado, que era comercializado com outros povos. Além disso, eles realizavam obras de terraplenagem e irrigação. Na Ilha de Marajó, por exemplo, foram encontrados extensos morros artificiais construídos para evitar que as vilas, densamente povoadas, fossem atingidas pela cheia dos rios na época das chuvas.

    Saiba mais

    Culturas Marajoara e Santarém

    Na região de Santarém e na Ilha de Marajó, no atual estado do Pará, desenvolveram-se, respectivamente, as culturas Santarém e Marajoara, que eram sociedades hierarquizadas que tinham uma produção de cerâmica bastante sofisticada.

    A cerâmica Santarém apresenta variadas peças modeladas em fórma humana. A cerâmica Marajoara apresenta peças com muitos grafismos usando fórmas geométricas.


    Fotografia. Estatueta de superfície porosa em tons de bege. Tem formato humano: a cabeça grande, olhos e boca representados por um traço, nariz pontiagudo e protuberâncias na lateral da cabeça. Tem dois braços curtos.
    Estatueta da cultura Santarém datada de 1.000 a 1.400 anos. Santarém, Pará. Museu Paraense Emílio Guêldi, Pará.

    Fotografia. Urna cilíndrica de cerâmica, de base mais fina. É toda ornamentada por linhas que formam grafismos e lhe dão um tom avermelhado. Na parte superior, formato que se assemelha a uma cabeça, com dois grandes olhos desenhados.
    Urna funerária Marajoara datada de 400 a 1.400 anos. Ilha de Marajó, Pará. Museu Nacional, Rio de Janeiro.

    Responda em seu caderno.

    Recapitulando

    9. Defina o que eram cacicados.


    Respostas e comentários

    Recapitulando

    9. Cacicados eram uma fórma de organização social e política em que aldeias populosas estavam submetidas a um chefe poderoso, que cobrava tributos e liderava guerras contra os vizinhos pelo contrôle de recursos naturais. A sociedade era dividida em diferentes estratos e havia quem se dedicasse a atividades específicas, como o artesanato, a pesca ou a agricultura.

    Enquanto isso…

    Os primeiros habitantes do saúl

    Você já ouviu falar do saúl e dos primeiros habitantes dessa região? Quando observamos um mapa-múndi, percebemos que a Oceania é formada por diversas ilhas situadas entre o Oceano Índico e o Oceano Pacífico. Porém, aproximadamente 11 mil anos atrás, a configuração geográfica dessa região era bastante diferente.

    Por causa do baixo nível do oceano, algumas das ilhas que hoje compõem a Oceania eram ligadas por pontes terrestres, formando um território unificado ao qual os pesquisadores deram o nome de saúl. Entretanto, com o fim da era glacial, o nível dos oceanos começou a subir, aquelas pontes ficaram submersas e a Tasmânia foi separada da grande massa continental do saúl. Mil anos depois, ocorreu o mesmo com Papua-Nova Guiné.

    Acredita-se que os primeiros habitantes do saúl tenham sido austronésios, povos originários provavelmente da África ou do Sudeste Asiático. Uma das teorias a respeito disso é a de que, entre 60 mil e 40 mil anos atrás, esses povos teriam navegado em pequenas embarcações até as Filipinas e a Indonésia e atingido Papua-Nova Guiné, Vanuatu, Fiji e outras ilhas da Oceania.

    Com o transcorrer dos séculos, os austronésios teriam alcançado a ilha africana de Madagascar e a Ilha de Páscoa, deslocando-se e ocupando novos territórios, como fizeram os primeiros grupos humanos que chegaram ao continente americano. Os motivos que os levaram a realizar esses deslocamentos ainda são desconhecidos.


    Fotografia. Artefato de pedra de contorno irregular e cores claras.
    Artefato de cêrca de 9 mil anos atrás encontrado no abrigo de Loggers, Austrália. Universidade Nacional da Austrália, Camberra.

    Possíveis rotas seguidas pelos austronésios

    Mapa. Possíveis rotas seguidas pelos austronésios. Destaque para a região da Oceania, sul da Ásia e Oceano Pacífico. 
Legenda: 
Seta roxa: possíveis rotas seguidas pelos austronésios.
Laranja: região que fazia parte do Sahul.
A região que fazia parte do Sahul compreende os seguintes países atuais: Malásia, Indonésia, Papua-Nova Guiné e Austrália. 
As possíveis rotas seguidas pelos austronésios vão: de Taiwan em direção à Oceania; do litoral sul da Ásia, passando pela Malásia, Indonésia, Papua-Nova Guiné, se ramificando para o noroeste do Oceano Pacífico, para o Havaí e para Nova Zelândia, passando pelos territórios de Vanuatu e Fiji; do sul da Ásia até a Austrália, atingindo a ilha da Tasmânia. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.250 quilômetros.

    Fonte: ôveri ritchard. Atlas de l’histoire du monde: des origines de l’humanité au XXIe siècle. Bagneux: Sélection du Reader’s Digest, 2005. página 33.


    Respostas e comentários

    Bê êne cê cê

    O conteúdo da seção “Enquanto issoreticências” contribui para o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 3 por valorizar manifestações artísticas e culturais; e a Competência específica de Ciências Humanas nº 5 por desenvolver a noção de simultaneidade.

    Os primeiros habitantes da Oceania e da América

    A seção “Enquanto issoreticências” é importante para trabalhar a noção de simultaneidade, que amplia a percepção dos alunos para além de uma história feita pela sucessão de acontecimentos no tempo. Você pode organizar com os alunos um quadro comparativo entre a Pré-história brasileira e a da Oceania, com base no estudo deste capítulo e nos dados trazidos nesta seção. Nesse quadro pode aparecer também a situação atual dos povos indígenas brasileiros e dos aborígenes australianos, ambos submetidos, a partir de determinado momento de sua história, à dominação europeia. O quadro comparativo pode servir de registro sobre o conteúdo estudado e ficar exposto na sala de aula na fórma de cartaz.

    A arte nativa de uma terra distante

    Os austronésios são os ancestrais dos aborígenes australianos, população que habitava a Austrália quando exploradores europeus lá chegaram, no início do século dezessete. Boa parte dessa população vivia da caça e da coleta.

    A cultura aborígene permanece viva e atuante, como você pode perceber no texto.

    Superando um quase extermínio, as etnias que ainda vivem nos rincões do deserto australiano, ou que já habitam centros urbanos, mostram ao mundo a fôrça de sua arte reticências.

    A estética aborígene tem, hoje, lugar garantido reticências no Musée du Quai Branly, em Paris, reticências no Museu de Arte Moderna de Nova iórque, na Bienal de Veneza, [e] em diversos locais da Europa e no Japão reticências. ‘Ter nossa arte em museu de branco é como mostrar ao branco a fôrça de nosso povo’, dizem os anciãos do deserto. reticências

    Dezenas de cooperativas artísticas indígenas foram formadas por toda a Austrália. São geridas pelas próprias lideranças comunitárias, que – contando com funcionários ‘brancos’ contratados – administram atividades como fornecimento de material, revenda dos trabalhos, organização de exposições e repasses de verba que o governo australiano destina aos projetos. reticências

    [Os aborígenes] sabem que aquela arte é para os ‘brancos’. E, mesmo assim, encontraram um equilíbrio entre as demandas do mercado da arte e a prática de rememorar ou recriar seus símbolos, canções e histórias tradicionais.

    KUGLER, Henrique. A arte nativa de uma terra distante. Ciência Hoje, São Paulo, volume 50, número 298, página 42-43, novembro 2012.


    Fotografia. Homem em pé, observando um grande quadro na parede. A pintura é composta por formas não definidas e traçados de contorno irregular. Preenchida em sua maioria por tons de marrom, laranja e amarelo, que se sobrepõem.
    Homem observa a pintura Espírito sonhando através do país cochilando, do artista aborígene australiano clíford possum japaljarrí. Paris, França. Foto de 2012. Museu de Quai Branly.

    Responda em seu caderno.

    Questões

    1. Quais são as semelhanças entre a história dos aborígenes australianos e a dos nativos americanos?
    2. Você considera que a arte aborígene muda de função quando é exposta em museus ou vendida em galerias de arte? Explique.

    Respostas e comentários

    Enquanto issoreticências

    1. Os aborígenes australianos, assim como os nativos americanos, não são autóctones. A trajetória histórica também é semelhante, uma vez que eles estabeleceram contato com europeus durante o período da expansão marítima europeia e, após quase terem sido exterminados, seguem reafirmando sua cultura e exigindo o respeito a seus direitos.
    2. Para compor a resposta, os alunos podem retomar a discussão proposta no capítulo 2 sobre os registros rupestres (seção “História em construção”, na página 39), questionando se os registros feitos pelos seres humanos primitivos tinham ou não uma função específica, como a de facilitar as caçadas. Nesse caso, a discussão deve ser transferida para a permanência ou não do sentido da arte produzida pelos aborígenes ao ser exposta em museus ou galerias ou vendida a colecionadores de arte.

    Atividades

    Responda em seu caderno.

    Aprofundando

    1. Identifique as afirmações incorretas. Depois, corrija-as em seu caderno.
      1. Com a redução das temperaturas e do nível dos oceanos durante a era glacial, muitos povos da América tiveram de se mudar para o litoral em busca de alimentos.
      2. Os primeiros seres humanos que habitaram a América viviam em pequenos grupos, eram nômades e obtinham alimentos por meio da caça e da coleta.
      3. Os fósseis de hominídeos australupitécus encontrados no continente americano, datados de 200 mil anos, provam que o ser humano americano é autóctone.
      4. A teoria de Clóvis, que afirma que o ser humano chegou à América pelo Estreito de Béring, é a única teoria correta sobre o tema.
    2. Leia a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia que compararam espécies vegetais distribuídas por alguns sítios arqueológicos da região amazônica.

    Os Povos Indígenas aprenderam sobre os usos das plantas amazônicas ao longo de mais de 15 mil anos de vivência na região reticências Nas florestas amazônicas, várias espécies podem ter sido domesticadas em algum grau, como a castanha do Brasil (bertolécsia écssélça) ou a piquiá (cariócar vilóssum). É comum que estas espécies domesticadas ocorrem em agregações, formando castanhais e piquiazais, que geralmente comprovam o manejo humano passado.

    INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA (inpa). 84% das plantas arbóreas da Amazônia são úteis para os seres humanos, mostra estudo realizado no Inpa. 13 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/ipcR5E. Acesso em: 24 janeiro 2022.

    1. De acordo com o texto, a região amazônica foi ocupada por populações que se dedicavam a que atividade econômica?
    2. O texto reforça ou contradiz a ideia de que a Amazônia é um espaço natural intocado pela ação humana? Por quê?
    1. Sobre as primeiras sociedades hierarquizadas da América, responda às questões.
      1. O que caracteriza uma sociedade hierárquica?
      2. Em que regiões da América desenvolveram-se sociedades hierárquicas?
      3. Qual é o nome atual da cidade e do país que abrigam o mais antigo centro cerimonial da América?
    2. Os objetos apresentados foram produzidos por povos das culturas Santarém, Sambaqui e Itararé-Taquara. Com base nas informações deste capítulo, identifique o povo que produziu cada um deles.

    a)

    Fotografia. Espécie de jarra arredondada de coloração avermelhada com a base e o bocal estreitos. Tem alguns detalhes de grafismos em sua superfície.

    b)

    Fotografia. Vaso cilíndrico feito de cerâmica escura de superfície lisa. A abertura é circular e larga.

    c)

    Fotografia. Escultura em formato de peixe em pedra polida, com uma esfera no meio.

    Respostas e comentários

    Atividades

    1. As afirmativas incorretas são a, c e d. Correções: a. Com a elevação das temperaturas e o consequente aumento do nível dos oceanos ao final da última era glacial, muitos povos da América se instalaram no litoral, pois o oceano tornou-se grande fonte de alimentos. c. Nenhum fóssil de hominídeo de espécie anterior ao Omo sápiens foi encontrado no continente americano. Isso prova que o ser humano americano não é autóctone, ou seja, não surgiu no continente. d. Não há consenso sobre o local de entrada dos grupos humanos na América. A chegada dos seres humanos ao continente pelo Estreito de Béring é uma das hipóteses existentes, mas não a única.
      1. A região amazônica foi ocupada por grupos humanos que praticavam a agricultura.
      2. O texto contradiz a ideia de que a Amazônia é um espaço intocado pelos seres humanos porque afirma que a prática da agricultura pelas populações indígenas alterou a paisagem amazônica, favorecendo a difusão de certas espécies vegetais. Aproveite a oportunidade para incentivar os alunos a comparar os efeitos de práticas agrícolas sustentáveis com práticas predatórias e discutir as possibilidades e os limites da exploração econômica na região amazônica.
      1. A divisão social entre grupos de pessoas que comandam e tomam decisões e grupos de pessoas que são comandados, além da divisão interna do trabalho.
      2. Na região dos Andes e na região da Mesoamérica.
      3. A cidade é Caral, no Peru.
      1. Povo da cultura Santarém.
      2. Povo da tradição Itararé-Taquara.
      3. Povo da cultura Sambaqui.

    5. Com base no que você estudou sobre a Pré-história americana até aqui, pesquise em revistas e na internet fotografias de indígenas ou comunidades indígenas que comprovem a afirmação feita pelo autor deste texto.

    A imagem das sociedades indígenas comum ao público em geral é estática: indivíduos vivendo em pequenas aldeias isoladas na floresta, representando um passado remoto, uma etapa evolutiva de nossa espécie. Enfim, populações sem história. Nada mais errado. reticências Ao longo desse período essas populações desenvolveram diferentes modos de uso e manejo dos recursos naturais e diferentes fórmas de organização social reticências.

    NEVES, Eduardo Góes. Os índios antes de Cabral: arqueologia e história indígena no Brasil. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (organizador). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/Mari/ Unesco, 1995. página 171.

    Aluno cidadão

    1. Muitos sambaquis brasileiros foram destruídos e usados para a produção de cal e de calcário e para outros fins, como local de descarte de lixo. Os sítios arqueológicos do Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí, também estão sob risco de destruição. Reúna-se a alguns colegas para pesquisar e debater as questões.
      1. Quais são as ameaças à preservação dos sítios arqueológicos brasileiros?
      2. Que medidas podem promover a preservação do patrimônio arqueológico brasileiro?

    Conversando com geografia

    7. Leia o texto e faça o que se pede.

    reticências Os seres humanos modificaram as ecologias florestais por dezenas de milhares de anos, usando técnicas que incluem a queima controlada, o manejo de espécies de plantas e de animais e o desmatamento seletivo.

    Um detalhe interessante é que essa queima controlada criou ambientes abertos que incentivavam a presença de animais e o crescimento de plantas comestíveis. reticências

    Já o efeito oposto – o desmatamento promoveu a infertilidade do solo – poderia também ter acontecido no passado reticências.

    ‘O exemplo clássico disso [disse o pesquisador pétric róberts] reticências vê os maias causando desmatamento maciço, erosão do solo e construção contínua de edifícios para as elites com a visão de que só os céus poderiam salvá-los reticências’.

    BONALUME NETO, Ricardo. Humanos alteram florestas há 45 mil anos. Folha de São Paulo, São Paulo, 3 setembro 2017, página B8.

    1. Quais técnicas usadas pelos seres humanos modificaram o ambiente natural há milhares de anos?
    2. Cite um efeito positivo e um efeito negativo das modificações feitas pelos seres humanos no ambiente.

    Mão na massa

    8. Reproduza um dos objetos cerâmicos apresentados a seguir usando argila. Depois de moldar sua peça, pinte-a com tinta guache.

    Fotografia 1. Objeto de cerâmica redondo com o centro fundo. Todo decorado por linhas vermelhas formando grafismos de espessuras e caminhos variados.
    Fotografia 2. Estatueta representando uma mulher sentada com uma tigela sobre as pernas esticadas. Tem as orelhas compridas, olhos formados por um risco e boca curvada para baixo. Segura a tigela com os braços esticados.
    1. Alguidar da cultura Marajoara, 400-1350 Depois de Cristo 2. Estatueta antropomorfa da cultura Santarém, 1000-1400 Depois de Cristo Museu Paraense Emílio Guêldi, Belém.

    Versão adaptada acessível

    8. Ouça atentamente a descrição dos objetos cerâmicos. A seguir, reproduza um dos objetos apresentados usando argila. Lembre-se que sua peça deve conter áreas em alto-relevo ou delimitadas por formas geométricas. Depois de moldar sua peça, pinte-a com tinta guache.

    Orientação para acessibilidade

    A representação tátil de um objeto relacionado a culturas antigas tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. O uso do alto-relevo e de formas geométricas na confecção das peças facilita a identificação, pelos estudantes, das diferentes partes a serem pintadas. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, também favorecem a percepção tátil dos estudantes. Oriente-os quanto a escolha das cores na etapa de pintura das peças.

    Respostas e comentários
    1. Espera-se que os alunos selecionem em suas pesquisas imagens de indígenas e/ou comunidades indígenas que assimilem recursos tecnológicos ou elementos da cultura não indígena sem renunciar à sua identidade.
      1. Os sítios arqueológicos brasileiros sofrem com a ameaça de deterioração ou de destruição por causa da falta de consciência dos cidadãos, da omissão dos órgãos públicos, da ausência de fiscalização ou da falta de verba estatal para preservá-los.
      2. Após a pesquisa, os alunos podem citar: garantia do contrôle de entrada e visitação turística nas áreas em que existem sítios arqueológicos; maior investimento do Estado em pesquisa para a descoberta de novos sítios e preservação dos sítios já descobertos; maior fiscalização governamental sobre a atividade econômica nessas áreas; e conscientização da população em geral sobre a necessidade de preservação do patrimônio arqueológico nacional e mundial.

    Bê êne cê cê

    A atividade se relaciona ao tema contemporâneo transversal Educação ambiental. Durante o debate, realize a mediação, organizando a vez de cada aluno se pronunciar – prezando pelo respeito à opinião dos colegas – e sinalizando a coerência dos argumentos apresentados por eles. Desse modo, a atividade contribuirá para o desenvolvimento das Competências gerais da Educação Básica nº 7 e nº 9.

      1. A queima controlada, o manejo de espécies de plantas e de animais e o desmatamento seletivo.
      2. Como efeito positivo, os alunos podem mencionar que a queima controlada pode produzir terrenos com solos férteis e criar ambientes abertos que propiciam a presença de animais e o crescimento de plantas comestíveis. Como efeito negativo, eles podem mencionar que os desmatamentos promovem a infertilidade do solo.

    Interdisciplinaridade

    A atividade contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis gê ê um um ao abordar distintas interações das sociedades com a natureza, incluindo as transformações da biodiversidade local e mundial.

    8. Espera-se, com essa atividade, contribuir para que os alunos exercitem a capacidade de observação, habilidades motoras e a percepção de que, para produzir cerâmica, os indivíduos das culturas antigas desenvolveram vários conhecimentos técnicos e destreza. O objetivo é questionar a ideia preconcebida de que esses povos eram “primitivos” e de que seus saberes eram simplórios e sem valor.

    Interdisciplinaridade

    A atividade relaciona-se com o componente curricular arte, promovendo o desenvolvimento da habilidade ê éfe seis nove á érre zero cinco, ao propor que os alunos experimentem técnicas de produção de um objeto cerâmico.

    Glossário

    Andina
    : referente à Cordilheira dos Andes, cadeia de montanhas que atravessa a América do Sul desde a Venezuela, ao norte, até o sul do Chile e da Argentina.
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    Mesoamérica
    : região da América que inclui os atuais El Salvador, Guatemala, Belize, o sul do México e parte de Honduras, Nicarágua e Costa Rica.
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