UNIDADE 3  Antiguidade Clássica

Fotografia. Ruínas de uma cidade. Diversas construções de pedra, com grandes arcos. Ao fundo duas torres cilíndricas e o mar.
Vista das ruínas da antiga cidade de Cartago, em Túnis, Tunísia. Foto de 2018.

Respostas e comentários

Abertura da unidade

Esta unidade trata de temas relacionados à Antiguidade Clássica, base da civilização ocidental. Traços culturais e políticos das culturas grega e romana antigas atravessaram o tempo e fazem parte da rotina da civilização ocidental, ainda que com modificações, como o conceito de democracia, o direito e, nas artes, o teatro.

Os temas abordados na unidade relacionam-se aos processos de expansão, às mudanças de cenário político, às batalhas, aos conflitos, às negociações e ao declínio das culturas grega e romana.

Por meio da imagem das ruínas de Cartago, no norte da África, às margens do Mediterrâneo, e das imagens de objetos da cultura material produzidos por povos que dominaram essa região, como fenícios, cartagineses e romanos, os alunos podem conhecer fontes de estudo da Antiguidade Clássica. Além disso, o trabalho com as imagens pode favorecer a percepção sobre as trocas materiais e culturais e as disputas ocorridas no Mar Mediterrâneo. Da costa norte da África, nas proximidades da atual cidade de Túnis, na Tunísia, os cartagineses disputaram territórios e poder com os romanos. Nos séculos três antes de Cristo e dois antes de Cristo, na busca pelo contrôle comercial do Mediterrâneo, esses povos entraram em guerra, as chamadas Guerras Púnicas. Com a vitória dos romanos, em 146 antes de Cristo, Cartago se tornou uma província romana.

Vale comentar com os alunos que as ruínas de Cartago são, desde o fim dos anos 1970, consideradas patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco).

Fotografia. Vaso cilíndrico, com a base achatada e parte do meio larga. Tem duas alças no topo. Ele é azul com grafismos amarelos.
Vaso de vidro fenício, século cinco antes de Cristo Museu do Lúvri, Paris, França.
Mosaico. No centro uma construção dourada com quatro torres arredondadas na ponta. À esquerda, uma pessoa montada em um cavalo e outra atrás dela. Acima, adultos e crianças carregam pequenos animais e objetos. Na parte de baixo, uma mulher com um longo vestido observa um colar que uma pessoa à sua frente está segurando. Ao redor, árvores frutíferas.
Detalhe de mosaico romano encontrado na antiga cidade de Cartago, produzido entre os séculos quatro e cinco. Museu Nacional do Bardo, Túnis, Tunísia.
Fotografia. Pingente no formato de uma cabeça humana amarela. Tem os olhos redondos, grandes e arregalados. A sobrancelha é grossa. O nariz é comprido e a boca pequena.
Pingente de vidro cartaginês, produzido entre os séculos cinco e três antes de Cristo Museu Metropolitano de Arte, Nova iórque, Estados Unidos.

O que estudaremos na unidade

Você estudou na unidade 2 que grandes civilizações da Antiguidade se desenvolveram próximas a grandes rios. Nesta unidade, estudaremos povos que tiveram como característica comum o fato de terem se desenvolvido e prosperado explorando o Mar Mediterrâneo.

A exploração marítima do Mediterrâneo por fenícios, etruscos, cretenses, micênicos, gregos e romanos na Antiguidade contribuiu para transformar esse mar em um espaço de circulação de pessoas, mercadorias e culturas, integrando uma região povoada por diferentes povos. Até hoje é possível encontrar vestígios arqueológicos dos vários povos que transitaram pelo Mediterrâneo na Antiguidade, como você pode ver nas imagens desta abertura.

Sumário da unidade

Capítulo 6

Origens da Antiguidade Clássica, 110

Capítulo 7

Transformações no mundo grego antigo, 125

Capítulo 8

Roma republicana, 146

Capítulo 9

Roma imperial, 163


Respostas e comentários

Unidade 3: justificativas

Na primeira página de cada capítulo desta unidade, estão listados os objetivos previstos para serem trabalhados com os alunos.

Os objetivos do capítulo 6 se justificam por contribuir para o entendimento da região do Mar Mediterrâneo como um espaço de circulação e de trocas entre diferentes povos e por favorecer a compreensão do conceito de Antiguidade Clássica e a identificação das influências desse período na tradição ocidental, destacando o estudo sobre a formação da Grécia e de Roma.

No capítulo 7, a pertinência dos objetivos se deve à exploração dos princípios da democracia grega e à comparação entre esse sistema e o conceito de democracia atual, à proposição de discussões pautadas em mecanismos democráticos de participação coletiva e ao exercício de análise das características sociais, políticas e culturais da Grécia antiga.

No capítulo 8, os objetivos se justificam por favorecer o entendimento do conceito de república, por ampliar a compreensão do conceito de cidadania e por incentivar a reflexão sobre a escravidão, com base na análise da civilização romana.

No capítulo 9, a pertinência dos objetivos é justificada pelo aprofundamento dos estudos relacionados à civilização romana durante os períodos republicano e imperial, com destaque para o funcionamento das instituições, a questão da cidadania, a expansão pelo Mar Mediterrâneo, a difusão do cristianismo, o contato com outros povos e a desagregação do império.

CAPÍTULO 6  Origens da Antiguidade Clássica

Fotografia. Mulher ergue tocha olímpica acesa. Ela veste bermuda e camiseta branca. Atrás dela a grande pira de fogo dentro de uma estrutura arredondada.
Tenista japonesa naômi ossáca acende a pira olímpica durante as Olimpíadas de Tóquio, no Japão. Foto de 2021.

No fim do século dezenove, o pedagogo e historiador francês Pierre de Frédy, o barão de cúbértã, conseguiu apoio internacional para resgatar um antigo festival religioso e esportivo grego, que não era realizado havia mais de .1500 anos. Assim, em 1896 foram celebrados em Atenas, na Grécia, os primeiros Jogos Olímpicos da modernidade.

A primeira participação brasileira em Jogos Olímpicos aconteceu na cidade de Antuérpia, na Bélgica, em 1920. Os brasileiros voltaram para casa com três medalhas: uma de ouro, uma de prata e uma de bronze. Desde então, o país melhorou continuamente seus resultados na competição, conquistando em 2021, em Tóquio, no Japão, a 12ª posição entre todos os países participantes, com vinte e uma medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e oito de bronze.

  • Qual é a origem dos Jogos Olímpicos?
  • Em sua opinião, os Jogos Olímpicos mantiveram-se como um festival religioso e esportivo ao longo do tempo? Explique.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Este capítulo contempla parcialmente as habilidades ê éfe zero seis agá ih zero nove, ê éfe zero seis agá ih um zero, ê éfe zero seis agá ih um um, ê éfe zero seis agá ih um dois e ê éfe zero seis agá ih um cinco (ao tratar dos povos do Mediterrâneo e da circulação de pessoas e mercadorias que antecederam a formação da Grécia e da Roma antigas). O trabalho para o desenvolvimento dessas habilidades se completa ao longo de outros capítulos, conforme indicações na tabela de habilidades do ano.

Objetivos do capítulo

  • Perceber as diferentes fórmas de registro da história.
  • Entender o conceito de Antiguidade Clássica e perceber seu alcance e limite na tradição ocidental.
  • Compreender como a interação entre povos diferentes dinamizou as práticas econômicas, sociais, políticas e culturais da região do Mediterrâneo, promovendo muitas transformações.
  • Conhecer e descrever a dinâmica de circulação de pessoas, produtos e culturas no Mediterrâneo e seu significado.
  • Entender a formação da Grécia antiga, decorrente de encontros e conflitos entre diferentes povos na região dos Bálcãs.
  • Compreender e descrever a gênese e o desenvolvimento das pólis gregas.
  • Caracterizar o processo de formação de Roma e suas configurações sociais e políticas no período monárquico.
  • Conhecer as diferenças econômicas e sociais existentes na Grécia e na Roma antigas e relacioná-las com o direito à participação política.

Abertura do capítulo

Ao discutir o tema de abertura, incentive os alunos a compartilhar os conhecimentos prévios deles sobre os Jogos Olímpicos atuais. Promova a associação desses com os Jogos Olímpicos da Antiguidade, iniciados na Grécia antiga, em 776 antes de Cristo, em homenagem a Zeus, deus principal do panteão grego. Aproveite a ocasião para retomar a discussão sobre os mitos. Relembre a concepção cíclica do tempo, de acordo com a qual os rituais cumprem o papel de reviver acontecimentos fundadores.

Os Jogos Olímpicos atuais apresentam alguns dos ritos realizados na Antiguidade, sobretudo na cerimônia de abertura. O acendimento da chama olímpica no Templo de Hera, em Olímpia, representa um antigo ritual que relembra o mito da entrega do fogo sagrado aos humanos. Uma vez acesa, a tocha olímpica é transportada até a cidade-séde. Na cerimônia de abertura, a chama é usada para acender a pira olímpica, que permanece acesa até o encerramento dos jogos, como era feito na Antiguidade.

Apesar das semelhanças, há diferenças importantes. Atualmente, as Olimpíadas envolvem vários povos, e não só os gregos, o número de modalidades esportivas praticadas é maior, as mulheres participam das competições e os atletas não competem nus, como acontecia na Antiguidade.

Conceituando a Antiguidade Clássica

Certamente você já ouviu o termo clássico ser empregado para designar músicas, jogos, espetáculos etcétera Essa palavra é frequentemente utilizada para indicar algo que serve de modelo, que é referência. A cultura ocidental, da qual a maioria de nós participa de algum modo, foi profundamente influenciada pelos gregos e pelos romanos da Antiguidade. Deles herdamos as noções de belo, de verdade e de justiça e as instituições políticas, entre muitas outras coisas. É por causa dessa influência que nos referimos às civilizações da Grécia e da Roma antigas como clássicas.

No entanto, apesar de gregos e romanos terem sido os principais responsáveis pelo desenvolvimento da cultura ocidental, eles não foram os únicos. Ao longo de toda a costa do Mar Mediterrâneo, que banha a Europa, a África e a Ásia, migrações, guerras, alianças e trocas comerciais colocaram em contato populações de origens diferentes, favorecendo o intercâmbio de conhecimentos, crenças, ideias e mercadorias. Do contato entre tantas culturas, línguas, religiões e sistemas políticos e econômicos distintos se originou a chamada cultura clássica.

Atualmente, com uma possibilidade maior de intercâmbio entre os povos graças às modernas tecnologias, cresceu o contato entre grupos culturais e étnicos que se moldaram segundo padrões distintos. Diante disso, precisamos ter cuidado para não acreditar que determinados valores e fórmas de viver são melhores do que outros e que, por isso, devem ser impostos. Para manter a convivência pacífica entre tantos povos, precisamos refletir sobre os modelos que adotamos e ser mais flexíveis quando formos confrontados por modelos diferentes dos nossos.

Mar Mediterrâneo na Antiguidade

Mapa. Mar Mediterrâneo na Antiguidade. Destaque para parcela dos territórios da Europa, África e Ásia localizados ao redor do Mar Mediterrâneo.
Legenda:
Vermelho: Povos itálicos.
Laranja: Etruscos.
Verde: Colônias gregas.
Rosa: Fenícios e colônias fenícias.
No mapa, os povos itálicos localizam-se na porção central da Península Itálica, abarcando a cidade de Roma. Os Etruscos localizam-se no norte da Península Itálica e em uma pequena área à sudoeste da cidade de Roma. As colônias gregas estão localizadas no nordeste da ilha da Córsega; em pequeno trecho do litoral da Europa, na atual França; pequeno trecho no norte da África, na atual Líbia; na Península Balcânica, incluindo as cidades de Corinto, Esparta e Atenas; no oeste da Anatólia, incluindo a cidade de Ílion (Troia); na ilha de Creta, incluindo a cidade de Cnossos; na costa oeste de Chipre e em todo o litoral do Mar Negro. Os fenícios e colônias fenícias localizam-se no litoral sul da Península Ibérica; no litoral norte da África, do atual Marrocos à atual Líbia, incluindo a cidade de Cartago; na ilha da Sardenha; no oeste da ilha da Córsega; em pequeno trecho da costa oeste da Sicília; na costa leste de Chipre; e no litoral do atual Líbano, incluindo as cidades de Biblos, Sídon e Tiro. 
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros.

Fontes: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. de C. Atlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: fei , 1991. página 87; Ríguelmãn, Vérner; Quínder, Rérmãn. Atlas historique: de l’apparition de l’homme sur la terre à l’ère atomique. Paris: Perrin, 1992. página 68.

Refletindo sobre

Você conhece alguém que tenha sido criado em uma cultura diferente da sua? Você acha que o contato entre pessoas de culturas diferentes é positivo? Justifique.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

1. De que maneira o Mar Mediterrâneo contribuiu para a formação da Antiguidade Clássica?


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero nove, ao discutir o conceito de Antiguidade Clássica e a influência de povos da Antiguidade, sobretudo gregos e romanos, na formação da cultura ocidental.

Refletindo sobre

A questão introduz o tema do contato com outras culturas a fim de discutir e combater os preconceitos e mostrar que as trocas culturais podem enriquecer a experiência humana, contribuindo para a construção de um mundo mais tolerante e empático.

Bê êne cê cê

Essa atividade contribui para o desenvolvimento parcial das Competências gerais da Educação Básica nº 1 e nº 9, da Competência específica de Ciências Humanas nº 1 e da Competência específica de História nº 5.

Recapitulando

1. O Mar Mediterrâneo foi o principal meio pelo qual os povos da Antiguidade Clássica realizaram trocas comerciais, intercambiando não apenas mercadorias, mas também conhecimentos, crenças e ideias.

Ampliando: clássico

“Clássico é um termo que em História designa a cultura greco-romana da Antiguidade, sendo assim um conceito histórico delimitado no tempo e no espaço. Mas tal termo também é muito empregado em outras áreas humanistas, como a Literatura e a Arte. Outra definição do clássico muito comum no Ocidente é aquela relacionada às obras de arte: clássica é a obra que serve de modelo, que é considerada de importância fundamental para a humanidade, inovadora, fundadora, e quase sempre antiga. A obra clássica é o consenso, aquela obra sobre a qual ninguém em determinada cultura discorda.”

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. segunda edição São Paulo: Contexto, 2009. página 21.

Origens da civilização grega: a civilização cretense

A civilização cretense ou minoica floresceu entre 2000 antes de Cristo e 1400 antes de Cristo, na Ilha de Creta, ao sul da Grécia continental. Por meio da navegação, ela estabeleceu relações com o Egito e com os povos vizinhos da Ásia Menor. Exercendo o contrôle sobre o Mar Egeu, os cretenses acumularam muito poder e impuseram um pesado sistema de tributos às outras cidades da região.

A civilização cretense atingiu um elevado grau de desenvolvimento. Nas escavações realizadas no sítio arqueológico de nossos, foram encontrados palácios luxuosos que guardavam joias, peças de cerâmica, pinturas e estatuetas de grande valor artístico. Suas paredes são decoradas com afrescos delicados e coloridos, muitos deles representando a vida marinha. No sítio há evidências de que os cretenses desenvolveram um sistema de canalização para transportar água e coletar esgoto.

Fotografia. Destaque para a pintura de uma parede representando golfinhos azuis e outros peixes menores. A parte inferior esquerda da pintura está danificada. Abaixo da pintura principal, duas entradas decoradas com pinturas circulares azuis.
Afresco localizado no Palácio de nossos, em Creta, Grécia. Foto de 2019.

Em Creta, a vida econômica, social e política girava em torno desses palácios. Os pesquisadores acreditam que na ilha havia uma forte ligação entre política e religião, como acontecia nas cidades do Antigo Oriente. Os reis, governantes dos palácios, eram associados à figura do touro – animal que ocupava lugar de destaque nos rituais religiosos cretenses – e eram chamados de Minos. No entanto, não se sabe se a palavra era um título ou o nome de uma dinastia.

Os cretenses elaboraram um tipo de escrita chamada pelos estudiosos de Linear A. Essa escrita ainda não foi totalmente decifrada e, por isso, muitos aspectos da cultura cretense são motivos de controvérsia entre os especialistas.

Por volta de 1450 antes de Cristo, o poder de Creta entrou em declínio. Provavelmente desastres ambientais fragilizaram a civilização cretense, facilitando a invasão da ilha pelos aqueus, povo indo-europeu seminômade originário do norte da Europa. Os aqueus impuseram aos dominados sua economia e sua língua, mas também incorporaram muitos aspectos da cultura cretense.

Saiba mais

Povos indo-europeus

O termo indo-europeu engloba um conjunto de povos falantes de línguas aparentadas que, ao longo de vários séculos, ocuparam grande parte da Europa e da Ásia Ocidental. Segundo os estudiosos, a língua-mãe de todos esses povos, o protoindo-europeu, originou dezenas de idiomas antigos e atuais, como o grego, o latim, o português, o francês, o espanhol, o russo, o persa, o inglês e o alemão.


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo das páginas 112 a 116 contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um zero, ao apresentar as civilizações cretense e micênica, que contribuíram para a formação da civilização grega antiga, discutir a chamada “Guerra de Troia” e sua importância para a formação da cultura grega, e abordar o processo de formação das pólis e de expansão colonial dos gregos por outras regiões além da Península Balcânica. A habilidade será totalmente contemplada no capítulo seguinte, com a discussão sobre a consolidação das pólis e as transformações políticas, sociais e culturais ocorridas na Grécia antiga.

Ampliando: o fim da sociedade micênica

“Os séculos onze e nove que se sucederam às invasões dóricas são um tanto obscuros. Os três séculos que seguiram ao declínio da civilização micênica são conhecidos, principalmente, por alguns poucos vestígios arqueológicos. reticências Mas para o conhecimento de um período sem escrita, como este, nem tudo fica esclarecido com os objetos. Assim, nesse período reticências, a população parece ter diminuído e empobrecido. Os antigos súditos dos palácios micênicos parecem ter continuado a viver em aldeias. Não havia mais grandes construções. Com o desaparecimento dos escribas desapareceu também a escrita, substituída pela poesia recitada em público. Houve, entretanto, certa continuidade no uso de técnicas, pois o cultivo da terra e o fabrico de vasos de cerâmica davam sequência a tradições anteriores. Os novos dominadores da região continuaram a adorar os mesmos deuses e a realizar rituais que já existiam antes. Entretanto, o ferro passou a ser bem mais utilizado, substituindo o bronze que predominava anteriormente na confecção de materiais de metal. A sociedade organizava-se agora de fórma diferente, criando novos valores: no lugar de palácios, surgia uma sociedade, com menos hierarquias, de camponeses e guerreiros.”

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. quinta edição São Paulo: Contexto, 2013. página 19-20.

Micenas, a cidade dos aqueus

Os aqueus fundaram a cidade de Micenas, na Península do Peloponeso, por volta do século quinze antes de Cristo Por esse motivo, sua civilização foi chamada de micênica. Eles dominavam a arte da guerra e empregavam avançadas técnicas de combate, sendo temidos por outros povos da época. Os soldados usavam armaduras de bronze, lanças, escudos e elmosglossário .

As cidades eram governadas por um rei e uma elite guerreira, que viviam em palácios. Em torno dos palácios se desenvolveram núcleos urbanos, habitados por artesãos e cercados por muralhas. fóra das muralhas havia aldeias de camponeses, que eram obrigados a entregar parte das colheitas ao rei. Também havia escravizados, que se dedicavam sobretudo à produção de tecidos.

Os micênicos desenvolveram um sistema de escrita conhecido como Linear Bglossário . Trata-se da fórma mais antiga de escrita grega, utilizada nos registros contábeis. Por razões ainda não compreendidas, a civilização micênica foi destruída por volta de 1200 antes de Cristo Os palácios foram substituídos por construções mais simples e as aldeias camponesas passaram a ser organizadas em genos, pequena comunidade unida pela crença em um antepassado comum, em geral um herói ou uma divindade.

Cada genos era comandado por um rei, que governava auxiliado por uma assembleia de guerreiros. Os reis consideravam-se descendentes diretos daquele antepassado comum e chamavam a si mesmos de aristói (“os melhores”), palavra grega da qual deriva o termo aristocraciaglossário .

Fotografia. Ruínas de um grande muro em formato circular. Dentro dele, outra construção circular em ruínas, feita com placas de pedras retangulares. Ao fundo, árvores e montanhas.
Ruínas da antiga cidade de Micenas, Grécia. Foto de 2019.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Por que os conhecimentos sobre a civilização cretense são motivos de controvérsia entre historiadores?
  2. A invasão de Creta pelos aqueus significou o desaparecimento da cultura cretense? Justifique.
  3. O que eram os genos?
  4. Quem compunha a aristocracia dos genos?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. Porque a escrita cretense, conhecida como Linear A, ainda não foi totalmente decifrada.
  2. Não. Apesar de impor sua economia e sua língua ao povo dominado, os aqueus incorporaram muitos aspectos da cultura cretense.
  3. Genos, ou comunidades gentílicas, eram comunidades agrícolas formadas na região do Mar Egeu (sudeste da Europa e Ásia Menor) após a decadência da civilização micênica. Os membros dessas comunidades estavam ligados por laços de parentesco e se consideravam descendentes de um antepassado comum.
  4. A aristocracia era composta de membros das comunidades gentílicas que se consideravam descendentes diretos de um antepassado comum que originou a comunidade. Eles formavam a elite dessas sociedades e detinham as melhores terras.

Atividade complementar

Sugira uma pesquisa, em grupos, a respeito dos sítios arqueológicos da Antiguidade, incentivando os alunos a trabalhar com imagens. Combine com eles um dia para a apresentação das pesquisas e proponha um debate sobre os aspectos míticos e históricos da fundação das civilizações micênica, grega e romana.

Formação do povo grego

Na mesma época da destruição da civilização micênica, outros povos indo-europeus chegaram à região: os jônios e os eólios estabeleceram-se na Grécia continental e os dórios fixaram-se no sul, na Península do Peloponeso e na Ilha de Creta, por volta do século doze antes de Cristo

A migração desses povos foi acompanhada de guerras e de alianças entre os recém-chegados e as populações que já ocupavam a região. Dessa dinâmica, aos poucos, formou-se uma cultura com características originais, que se tornou o principal elo entre os habitantes da região da Ásia Menor, da Península Balcânica e das ilhas do Mar Egeu. Esses habitantes passaram a se identificar como helenos, e as terras que ocupavam foram chamadas de Hélade, mas nós as conhecemos como Grécia, nome dado pelos romanos.

A lendária Guerra de Troia

Uma das histórias mais famosas da Grécia antiga envolve a cidade de Troia (chamada de Ílion pelos gregos), que teria sido destruída pelos aqueus (gregos) após uma guerra que durou dez anos. Não se sabe ainda se a guerra é obra da imaginação poética ou se de fato aconteceu. Escavações arqueológicas feitas na província de Çanakkale, na Turquia, revelaram a existência de uma cidade reconstruída sucessivamente no mesmo local. É possível que essa cidade tenha sido a lendária Troia.

Localizada em uma importante rota comercial entre o Mar Negro e o Mediterrâneo, a cidade encontrada na Turquia era muito rica, e tudo indica que tenha sido alvo de constantes ataques de povos que tentavam saqueá-la. Nas escavações também foram encontrados vestígios de uma imensa muralha, o que comprova que a cidade possuía um eficiente sistema de defesa.

Uma das principais fontes para o estudo da formação do povo grego são dois poemas épicos, a Ilíada e a Odisseia, atribuídos ao poeta Homero, que teria vivido por volta do ano 800 antes de Cristo A Ilíada narra os acontecimentos do último ano da Guerra de Troia. A Odisseia relata as aventuras do herói grego Odisseu (ou Ulisses) na viagem de retorno a sua terra natal após lutar na guerra.

Segundo a tradição mítica, a guerra foi motivada pelo rapto de Helena, esposa de Menelau, rei grego, pelo príncipe troiano Páris. Os gregos organizaram uma expedição, reunindo os heróis Aquiles e Odisseu, e partiram para Troia, dispostos a resgatar Helena. Agamenon, rei de Micenas, assumiu o comando do exército. Os gregos venceram graças à estratégia elaborada por Odisseu: enviar um enorme cavalo de madeira como oferenda a Troia. Acreditando que se tratava de uma rendição, os troianos aceitaram o presente, que, em seu interior, levava escondidos os melhores guerreiros gregos.

Fotografia. Vaso largo e arredondado no centro, e de base achatada. Na parte superior, duas alças antes da abertura. Ele é amarelo com detalhes em preto.  No centro o desenho de uma pessoa com vestes escuras e o rosto coberto por um elmo, colocando a ponta de uma lança no pescoço de uma pessoa ajoelhada, trajada com vestes de soldado.
Aquiles e Pentesileia representados em ânfora grega produzida no século cinco antes de Cristo Museu Britânico, Londres, Reino Unido.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

6. Quem eram os helenos?


Respostas e comentários

Fonte histórica

Na Ilíada e na Odisseia, há informações de tempos históricos diferentes. Misturam-se elementos característicos da civilização micênica com outros do período posterior. Historiadores defendem a hipótese de que, antes de serem escritas, as narrativas contidas nos poemas eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. Não se sabe se os fatos relatados nas narrativas homéricas realmente aconteceram nem se Homero existiu, mas o contexto histórico dos poemas é sustentado por vestígios arqueológicos. A Guerra de Troia pode não ter acontecido exatamente como foi contada, mas armas, muralhas e outros vestígios, revelados pelas escavações, confirmam que houve um conflito militar na cidade de Troia, na Anatólia, por volta do século treze antes de Cristo

Recapitulando

6. Os helenos eram os habitantes da região da Ásia Menor, da Península Balcânica e das ilhas do Mar Egeu que partilhavam a mesma cultura (principal elo entre essas pessoas).

Ampliando: o lugar da religião na organização espacial da pólis

“Primeiro, o aparecimento do templo como construção independente do abitá humano, palácio real ou casa particular. Com seu recinto a delimitar uma área sagrada (têmenos), com seu altar exterior, o templo constitui desde então um edifício separado do profano. O deus vem residir permanentemente no lugar por intermédio de sua grande estátua cultual antropomorfa ali instalada para ficar. Contrariamente aos altares domésticos, aos santuários privados, essa ‘casa do deus’ é coisa pública, bem comum a todos os cidadãos. Consagrado à cidade que o erigiu em local preciso a fim de marcar e confirmar sua posse legítima sobre um território: no centro urbano, acrópole ou ágora; às portas dos muros que circundam a aglomeração ou em sua periferia próxima; na zona do agrós e das exatíai, das terras selvagens e dos confins, que separa cada cidade grega dos seus vizinhos. A edificação de uma rede de santuários urbanos, sub e extraurbanos, balizando o espaço com lugares sagrados, fixando, do centro até a periferia, o percurso de procissões rituais, mobilizando em data fixa, na ida e na volta, toda a população ou parte dela, visa modelar a superfície do solo segundo uma ordem religiosa. Pela mediação de seus deuses instalados nos respectivos templos, a comunidade estabelece entre homens e território uma espécie de simbiose, como se os cidadãos fossem filhos de uma terra da qual teriam surgido originariamente sob a fórma de autóctones e que, por essa ligação íntima com aqueles que a habitam, se vê ela mesma promovida ao nível de ‘terra de cidade’. reticências A ocupação do santuário e sua vinculação ao centro urbano têm valor de posse legítimo. Ao fundar seus templos, a pólis, para garantir uma solidez inabalável à sua base territorial, implanta raízes até no mundo divino.”

vernã jeãn piérre . Mito e religião na Grécia antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2009. página 42-43.

A pólis grega

Por volta do século oito antes de Cristo, a dissolução dos genos deu origem a outra fórma de organização social e política: a cidade-Estado, chamada pelos gregos de pólis. O surgimento da pólis é explicado, em parte, pelas condições geográficas da Grécia. Com um relevo montanhoso e solo predominantemente pobre, a população grega acabou se concentrando nos vales, onde as condições para a agricultura eram mais favoráveis. Separadas umas das outras pelas montanhas, as comunidades desenvolveram-se de modo independente. No entanto, não permaneceram isoladas, uma vez que o litoral recortado e a existência de bons portos naturais facilitaram a navegação e a atividade comercial.

Embora tivessem elementos culturais comuns, como a língua e a religião, elas adotavam leis, moedas, sistemas de impostos e de governo diferentes. Também tinham os próprios exércitos e podiam entrar em guerra umas com as outras ou estabelecer alianças entre si. Algumas das pólis gregas se destacaram pelo prestígio e pela liderança junto às demais, como Esparta, Atenas, Corinto e Mileto.

A pólis era constituída por um centro urbano, por uma zona rural e, quase sempre, por uma área portuária. O centro urbano dividia-se entre a acrópole e a ásti. A acrópole, ou “cidade alta”, era uma colina fortificada onde ficava o principal centro religioso da pólis. A ásti era a “cidade baixa”, que abrigava os prédios públicos, as oficinas e as habitações urbanas. Nela se localizava a ágora, que era a praça na qual aconteciam as reuniões públicas e o mercado. A maior parte da população vivia em aldeias na zona rural e dedicava-se à agricultura e à criação de animais.

Representação de uma pólis grega

Ilustração. Representação de uma pólis grega. À frente, embarcações no mar. Em terra, grandes muros separam as plantações nas laterais do núcleo urbano, que está ao centro. O caminho principal é largo e termina na Ágora, grande praça. Ao redor dela, a Ásty, conjunto de casas. Ao fundo, sobre um morro, a Acrópole, onde se encontra o templo religioso. O acesso a ela era feito através de uma escadaria.
Ilustração de Roko e Hector Gómez representando uma pólis grega. Criação de 2018 com cores-fantasia.

Fonte: mossê clôde. Atenas: a história de uma democracia. Brasília: Editora da ú êne bê, 1997. página 4.


Responda em seu caderno.

Explore

Observe a representação de uma pólis grega. Depois, descreva a função dos locais identificados nela.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Explique a formação das pólis na Grécia.
  2. Como as pólis funcionavam?

Respostas e comentários

Cidades-Estado

Assim como feito nos capítulos 4 e 5, retome com os alunos as civilizações já estudadas que eram organizadas em cidades-Estado, estabelecendo nexo entre conhecimentos adquiridos e o novo conteúdo, além de exercitar a fixação do conceito.

Recapitulando

  1. A dissolução dos genos, em torno do século oito antes de Cristo, originou a cidade-Estado chamada de pólis pelos gregos. O surgimento das pólis está relacionado, em parte, com as características do relevo da Grécia que, por apresentar áreas de altitudes elevadas, condicionou a ocupação populacional das regiões de vale, onde as terras eram mais férteis e mais favoráveis para o desenvolvimento da agricultura. Os grupos de população, apesar de terem sido separados pelas montanhas e vivido de fórma independente, desenvolveram fórmas de contato facilitadas pelo litoral recortado e pela existência de portos naturais na Grécia, que permitiram a navegação e a atividade comercial entre eles.
  2. Embora os agrupamentos populacionais apresentassem aspectos culturais comuns, como a língua e a religião, as pólis funcionavam como unidades políticas independentes, com leis, moedas, governos e sistemas de impostos diferentes, além da formação de exércitos próprios.

Explore

Acrópole: local no qual se localizava o principal centro religioso da pólis; ásti: abrigava os prédios públicos, as oficinas e as habitações urbanas; ágora: praça na qual aconteciam as reuniões públicas e o mercado.

Expansão colonial grega

No século oito antes de Cristo, a Grécia passou por intenso crescimento demográfico. As terras mais férteis foram se tornando insuficientes para produzir alimentos para toda a população. Além disso, camponeses pobres, donos de terras pouco férteis, endividaram-se e perderam suas propriedades para os aristocratas. Muitos acabaram escravizados por causa de dívidas acumuladas.

Para reduzir as tensões sociais, os gregos dominaram terras fóra da Grécia. Assim, muitos gregos empobrecidos abandonaram suas cidades e fundaram dezenas de colônias na costa do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.

As colônias eram politicamente independentes das cidades-mães, mas mantinham vínculos culturais e comerciais estreitos com elas. A expansão territorial foi importante para o mundo grego na medida em que intensificou as trocas comerciais e culturais entre diferentes regiões.

Expansão colonial grega (séculos oito-seis antes de Cristo)

Mapa. Expansão colonial grega, séculos oito a seis antes de Cristo. Destaque para terras na Europa, na Ásia e na África ao redor do Mar Mediterrâneo. 
Legenda:
Amarelo: Áreas de colonização grega.
Rosa: Grécia peninsular.
Vermelho: Grécia insular.
Verde: Grécia continental.
Círculo rosa: Colônias gregas.
Círculo verde: Cidades-mães.
No mapa as áreas de colonização grega localizam-se na costa leste das ilhas da Sardenha e da Córsega; na região litorânea no sul da atual França, incluindo a colônia de Massília; no litoral sul da Ilha da Sicília, incluindo as colônias de Agrigento e Siracusa; no litoral sul da Península Itálica, incluindo as colônias de Nápoles e Tarento; no noroeste do Egito, incluindo as colônias de Cirene, Apolônia e Baska; em todo o litoral ao redor do Mar Negro, incluindo as colônias de Bizâncio, Odessa, Ólbia, Trebizonda e Calcedônia; no norte da ilha de Chipre; no sul da Península Balcânica, na região da Trácia; e em todo o litoral da Anatólia, na região da Lídia, incluindo as cidade-mãe de Mileto e a colônia de Pérgamo. A Grécia peninsular abrange toda a Península do Peloponeso, incluindo as cidades-mães de Esparta, Corinto e Olímpia. A Grécia Insular abrange Creta, Rodes e pequenas ilhas na costa da região da Lídia, incluindo as cidades-mães de Rodes e Samos. A Grécia continental abrange o sul da região da Trácia, incluindo as cidades-mães de Megara e Atenas.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 250 quilômetros.

Fonte: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 34.


Responda em seu caderno.

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  1. Compare o mapa com um mapa político atual da região do Mar Mediterrâneo. Identifique os continentes onde os gregos estabeleceram colônias.
  2. Cite exemplos de colônias gregas estabelecidas em cada continente.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

9. Qual foi a consequência do crescimento demográfico na Grécia no século oito antes de Cristo?


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao tratar da expansão colonial grega propondo a leitura do mapa da região do Mediterrâneo e do Mar Negro, o texto contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um cinco. A expansão colonial grega também contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um zero, conforme foi mencionado no comentário da página 112.

Recapitulando

9. Com o aumento da população em uma região de poucas terras férteis, a aristocracia se apropriou das melhores terras. Parte da população abandonou suas cidades de origem e fundou colônias em todo o litoral do Mar Mediterrâneo, o que contribuiu para espalhar a cultura grega pela região.

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  1. As colônias gregas foram fundadas no norte da África, na Ásia ocidental e na costa sul europeia. Incentive os alunos a notar que o contato das colônias com outros povos que habitavam ou frequentavam a costa mediterrânica contribuiu para intenso intercâmbio de mercadorias, costumes, crenças e conhecimentos na região.
  2. Para resolver a atividade, os alunos devem consultar a legenda e, a seguir, identificar as colônias gregas no mapa. Alguns exemplos que podem ser citados são: Massília, Nápoles e Agrigento, na Europa; Apolônia, Náucratis e Cirene, na África; Calcedônia, Pérgamo e Rodes, na Ásia.

A fundação de Roma

No século doze antes de Cristo, enquanto os dórios se instalavam na Península do Peloponeso, outros povos ocupavam a Península Itálica. Entre eles estavam os etruscos e os itálicos.

Os itálicos, povo de origem indo-europeia, eram formados por um agrupamento de povos que reunia os sabinos, os samnitas, os latinos e os úmbrios, entre outros. Eles se fixaram na Planície do Lácio, às margens do Rio Tibre, onde estruturaram pequenas aldeias de pastores e agricultores. Por volta do século oito antes de Cristo, essas aldeias cresceram e se fundiram, originando a cidade de Roma.

Já as origens dos etruscos ainda permanecem incertas. Sabe-se que estavam estabelecidos na região ao norte do Rio Tibre desde pelo menos o século nove antes de Cristo Os etruscos beneficiaram-se da fertilidade do solo da região que habitavam, produzindo e exportando trigo, azeite e vinho.

O processo de expansão etrusca pela Península Itálica começou no século seis antes de Cristo Os etruscos fundaram várias cidades-Estado pela península e ligaram-se por meio do matrimônio aos povos itálicos e aos gregos, estabelecidos em colônias no sul da península desde o século oito antes de Cristo

Os etruscos dominaram Roma de 616 antes de Cristo a 509 antes de Cristo Eles promoveram o crescimento urbano da cidade, construindo canais de irrigação, sistema de esgotos, pontes e uma grande muralha para protegê-la. Além disso, estimularam a participação romana no comércio mediterrânico.

Povos da Península Itálica

Mapa. Povos da Península Itálica. Destaque para a região da Península Itálica, na Europa.
Legenda:
Amarelo: Etruscos.
Roxo: Gregos.
Rosa: Cartagineses.
Verde: Povos itálicos.
Laranja: Outros.
No mapa, os etruscos localizam-se no norte da Península Itálica, abrangendo as cidades de Felsinha (Bolonha), Perúsia, Vetulônia, Tarquínia, Caere, Cápua e Veios. Os gregos localizam-se no litoral sul da península, abrangendo as cidades de Paestum, Tarento, Síbaris (Túrio), Crotona, Rhegio, Messina, Siracusa e Agrigento. Os cartagineses localizam-se no oeste da Sicília e no norte da África, incluindo a cidade de Cartago. Os povos itálicos na porção central da península, abrangendo a cidade de Roma. Outros povos localizam-se na costa leste da península, como os úmbrios, samnitas e oscos.
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos. No canto inferior direito, escala de 0 a 160 quilômetros.

Fonte: HADA, Moses. Roma imperial. Rio de Janeiro: Time-Life/José Olympio, 1969. página 37.

História em construção

Lupa Capitolina

A Lupa (ou Loba) Capitolina é uma das esculturas mais importantes da história de Roma. A imagem refere-se ao mito de fundação da cidade, segundo o qual a princesa e sacerdotisa da cidade de Alba Longa, Reia Sílvia, teve com o deus Marte filhos gêmeos. Amúlio, rei de Alba Longa e tio de Reia Sílvia, determinou a execução dos recém-nascidos, que foram colocados em uma cesta e atirados no Rio Tibre. Uma loba resgatou os bebês e os amamentou até serem encontrados por um pastor de ovelhas, que decidiu criá-los. Quando ficaram adultos, os gêmeos descobriram sua origem, destronaram Amúlio e tornaram-se príncipes de Alba Longa. Depois, decidiram fundar a própria cidade, que recebeu o nome de Roma.

Até 2006, acreditava-se que a estátua da loba era uma obra etrusca, datada do século cinco antes de Cristo Porém, pesquisas recentes mostraram que a obra foi feita por volta do século doze Depois de Cristo, e tudo indica que os gêmeos foram acrescentados somente no século quinze, pelo escultor Antonio Pollaiuolo. A dúvida sobre a originalidade da peça já tinha sido levantada por estudiosos no século dezenove. O avanço das técnicas de datação e de análise química de vestígios arqueológicos possibilita, hoje, esclarecer muito sobre o passado.


Escultura. Estátua de bronze de uma loba, amamentando duas crianças pequenas.
Lupa Capitolina, estátua de bronze. Museus Capitolinos, Roma, Itália.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo das páginas 117 e 118 contempla parcialmente as habilidades ê éfe zero seis agá ih um um e ê éfe zero seis agá ih um cinco, ao apresentar o processo de fundação e desenvolvimento da cidade de Roma, bem como sua organização social e política durante o período monárquico, levando em conta o contato dos latinos com outros povos que ocupavam territórios na região do Mediterrâneo.

Roma

Roma foi fundada no mesmo período em que houve a expansão dos gregos pelo Mediterrâneo e dos etruscos pela Península Itálica. Diante disso, os historiadores propuseram a hipótese de que a união das aldeias itálicas foi resultado da necessidade de unir fôrças para resistir às investidas dos vizinhos.

É importante sublinhar a simultaneidade entre acontecimentos da história grega e romana a fim de que os alunos entendam que essas civilizações não se desenvolveram de maneira isolada nem apartadas uma da outra, mas que houve, entre elas, muitos pontos de encontro. Para que o aluno tenha clareza disso, explore e compare os mapas das páginas 116 e 117, chamando a atenção especialmente para a presença dos gregos na Península Itálica.

História em construção

O mito da fundação de Roma dialoga com os mitos de origem das cidades gregas. Explique aos alunos que a versão dos historiadores para a fundação da cidade confronta elementos da mitologia com as pesquisas arqueológicas. Exponha a diferença entre a narrativa mítica e a científica, chamando a atenção dos alunos para o fato de existirem maneiras diferentes de interpretar o passado, e incentive-os a discutir como os mitos são criados. Deixe claro que os mitos são narrativas transmitidas pela tradição oral, enquanto os conhecimentos históricos são produzidos com base em análises de fontes do passado, como vasos, construções, pinturas, cartas e livros. Apesar dessas diferenças, tanto os relatos míticos como os históricos são importantes para compreender o modo de vida dos nossos antepassados e refletir sobre ele.

Monarquia romana (753-509 antes de Cristo)

Existem poucos registros dos primeiros séculos da existência de Roma, e neles não é clara a fronteira entre lenda e história. Segundo a tradição, entre os séculos oito antes de Cristo e seis antes de Cristo, Roma teria sido governada por sete reis, sendo Rômulo o primeiro. Os reis tinham a responsabilidade de comandar o exército e as cerimônias religiosas, declarar guerras e legislar.

O poder dos reis, no entanto, era limitado pelo Senado, conselho de cem anciãos pertencentes às famílias mais ricas e influentes de Roma. Esses anciãos, chamados senadores, tinham as funções de escolher o monarca, discutir as leis criadas por ele e aprová-las ou vetá-las, caso contrariassem os interesses dos donos de terras ou os costumes tradicionais romanos.

Organização social

A sociedade romana do período monárquico estava dividida em três grupos principais: os patrícios, os plebeus e os clientes.

Os patrícios acreditavam descender dos primeiros povoadores de Roma. Eles eram indivíduos muito ricos, donos de grandes propriedades rurais, e formavam a aristocracia romana. Apenas os patrícios podiam tornar-se sacerdotes e ocupar cargos importantes na administração pública.

Os plebeus formavam a maior parte da população romana. Eles podiam ser pequenos agricultores, comerciantes, artesãos ou pastores. Mesmo sendo livres e, algumas vezes, donos de grandes fortunas, os plebeus não podiam ocupar cargos administrativos. O casamento entre plebeus e patrícios era proibido.

Muitos plebeus pobres tornavam-se clientes de famílias patrícias, que ofereciam a eles terras, trabalho, comida e proteção em troca de lealdade e de prestação de serviços. O prestígio de um aristocrata era medido pelo número de pessoas que ele protegia, de modo que, quanto mais clientes ele tivesse, mais influente seria.

Como em todo o mundo antigo, havia escravizados em Roma. Mas no período monárquico formavam um grupo bem pequeno. Eles eram considerados mercadorias, podendo ser vendidos, trocados ou alugados. Os escravizados não tinham direitos e não podiam se casar.

Escultura. Estátua de mármore branco de um homem careca, de cabeça arredondada e queixo estreito. Ele veste uma grande túnica ao redor de todo o corpo. Em uma das mãos ele segura o busto de um homem, e com a outra mão ele apoia outro busto.
Togatus Barberini, estátua romana do século um. Museus Capitolinos, Roma, Itália. A estátua representa um patrício e seus ancestrais: na mão direita ele segura a escultura da cabeça do avô e, na esquerda, a do pai.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Avalie a importância dos etruscos na formação de Roma.
  2. Descreva o sistema de governo adotado pelos romanos entre os séculos oito antes de Cristo e seis antes de Cristo
  3. Identifique os principais grupos sociais de Roma durante o período monárquico.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O conteúdo desta página contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um dois, ao apresentar a diferenciação social na Roma antiga, bem como algumas das limitações legais impostas a plebeus durante o período monárquico.

Recapitulando

  1. Os etruscos promoveram o crescimento urbano de Roma, melhorando sua infraestrutura e estimulando a participação da cidade no comércio mediterrânico.
  2. Os romanos estavam organizados em uma monarquia na qual o poder real era limitado por um conselho de anciãos, o Senado, formado pelos chefes das principais famílias patrícias.
  3. Em Roma, havia uma nobreza formada pelos patrícios, que eram donos de grandes extensões de terra e a elite dirigente da cidade. A maior parte da população era formada por plebeus, indivíduos livres que desempenhavam muitos papéis em Roma: eram artesãos, pequenos proprietários, comerciantes e trabalhadores em outras funções. Os plebeus podiam ser ricos ou pobres, mas nenhum gozava de direitos políticos. Uma parte da sociedade romana era ainda formada pelos clientes, pessoas muito pobres, que, não podendo assegurar o próprio sustento, dependiam dos patrícios, aos quais prestavam diversos serviços. Na base da sociedade estavam os escravizados, geralmente prisioneiros de guerra ou pessoas que perdiam a liberdade por causa de dívidas acumuladas. No período monárquico, o número de escravizados em Roma era pequeno.

Práticas religiosas no mundo mediterrânico

Até o século um, o politeísmo foi o sistema religioso predominante entre os povos que viveram na região do Mar Mediterrâneo ou transitaram por ela. Aqueus, jônios, etruscos e latinos, entre outros, acreditavam na existência de vários deuses, e o intercâmbio de divindades era bastante comum. Prova disso são os registros de adoração da deusa egípcia Ísis em Roma ou a associação entre deuses gregos e romanos. No entanto, as religiões desses povos não eram idênticas, tendo guardado diferenças importantes entre si.

Há poucas informações sobre as religiões minoica e micênica, mas parte dos historiadores defende a ideia de que existiu uma continuidade entre elas. Os cretenses adoravam divindades ligadas às fôrças da natureza e realizavam seus cultos em santuários nos bosques e nas montanhas. A descoberta em Creta de várias estatuetas de mulheres com seios e quadris grandes aponta para a existência de uma Deusa-Mãe, ligada à fertilidade. Outra imagem que aparece nas representações cretenses e está relacionada a contextos religiosos é a do Touro Divino.

Representações dessas duas divindades foram encontradas em sítios arqueológicos de Micenas. Contudo, a figura da Deusa-Mãe foi enfraquecida. Na religião micênica havia predominância das divindades masculinas, sendo Posídon, o senhor dos mares, a mais importante. Desde a formação das pólis, a religião afirmou-se como um fator importante de unidade entre os gregos, e a divindade principal passou a ser Zeus, deus do céu, das nuvens e das montanhas.

Escultura. Estatueta dourada de uma mulher. Ela está com os seios à mostra e veste uma longa saia rodada. Está com os braços esticados para os lados. Em cada uma das mãos ela segura uma serpente.
Deusa-Mãe, estatueta produzida entre 1650 e 1550 antes de Cristo Museu Arqueológico de eráclion, Creta, Grécia. As estatuetas da Deusa-Mãe cretense costumam representá-la manuseando duas serpentes. Por isso, essa divindade também ficou conhecida como Deusa das Serpentes.
Cartaz de filme. Em primeiro plano, um rapaz em uma tempestade. Ele veste uma armadura cinza e segura um tridente luminoso. Ao fundo uma cidade.
Posseidon representado em cartaz do filme Pârci Diéksân e o ladrão de raios (2010), dirigido por cris colómbus. A divindade micênica Posídon pode ser associada a Posseidon, na Grécia antiga, e a Netuno, em Roma. Atualmente, é comum encontrar representações dessas divindades em elementos da cultura juvenil, como filmes, games e agá quês.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

13. Que característica religiosa comum os povos que viviam na região do Mediterrâneo apresentavam?


Respostas e comentários

Recapitulando

13. Os povos da região do Mediterrâneo eram predominantemente politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses.

Ampliando: o simbolismo sagrado cretense

“Dando continuidade a uma tradição que vem do paleolítico, o simbolismo sagrado cretense estava ancorado na Deusa-Mãe. Uma sociedade complexa como a minoica estava amadurecida para a sofisticação do seu imaginário e assim ela foi naturalmente capaz de construir um simbolismo refinado. A civilização minoica assumiu várias expressões da Deusa-Mãe, interlocutoras do diálogo simbólico que o homem mantinha com o sagrado. A multiplicidade das manifestações do sagrado aparecia na diversidade dos cultos prestados a certas grutas, árvores, rochas e fontes, ao machado de dupla face, escudo bilobado, deus Velcano (Galo), deus Touro, à deusa das Serpentes, ao jovem Zeus e outros. Entre os minoicos, os deuses, que estavam ligados à fertilidade natural, morriam e renasciam, refletindo o caráter imanente dessas divindades, já que, na natureza, as coisas seguem o ciclo nascimento, vir-a-ser e perecimento. Por outro lado, a evolução da realidade socioeconômica em Creta fez surgir deuses celestes, mesmo que subordinados ao princípio feminino, como o deus Touro, o deus Velcano, o jovem Zeus e a própria Deusa-Mãe. A riqueza cultural da civilização minoica legou uma primeira geração do que veio a tornar-se, mais tarde, o sofisticado panteão grego (deuses celestes e masculinos), apesar de as divindades cretenses serem ctônias, subordinadas ao princípio feminino.”

SILVA, J. C. Avelino da. A Deusa-Mãe minoica, a harmonia e o confronto. Caminhos, Revista do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, volume 4, número 1, página 145-146, janeiro até junho 2006.

A religião na Grécia antiga

Os gregos acreditavam que as divindades habitavam o Monte Olimpo e estavam ligadas por laços de parentesco. Elas interferiam nos assuntos terrenos e eram muito parecidas com os seres humanos na aparência, nos sentimentos e nas atitudes.

Os deuses podiam ter filhos com os mortais, e da união deles nasciam os heróis, como Aquiles, Teseu, Odisseu e Héracles (Hércules para os romanos). Os heróis eram poderosos como os deuses, mas mortais como os humanos. Por sua audácia e virtude, eram celebrados e relembrados nos cultos e na poesia.

Na Grécia, havia dois tipos de cultos: os domésticos e os públicos. Os domésticos, realizados dentro dos lares, eram mais livres e incluíam a adoração aos antepassados. Os cultos e ritos públicos tinham caráter cívicoglossário e eram celebrados nos templos. Cada cidade tinha sua divindade protetora, que era homenageada com festas pagas com recursos públicos, ocasião importante para firmar os laços entre os membros da comunidade e manter a liderança da aristocracia.

Parte importante dos cultos cívicos eram os Jogos Olímpicos, realizados de quatro em quatro anos em homenagem a Zeus, na cidade de Olímpia. Em todas as cidades-Estado gregas eram promovidos periodicamente jogos em honra à divindade protetora. A vitória nas competições levava a glória não só ao atleta vencedor, mas também a sua cidade, e era interpretada como resultado de uma decisão divina.

A religião grega teve grande influência sobre a religião etrusca e, mais tarde, sobre a romana, havendo nítida correspondência entre os deuses cultuados na Grécia e em Roma. Os romanos também realizavam oferendas em templos e santuários domésticos e cultuavam seus antepassados.

Saiba mais

Os oráculos

Os gregos acreditavam que podiam adivinhar a vontade dos deuses consultando os oráculos. As consultas ocorriam em santuários, onde as pitonisas, mulheres que serviam aos deuses, entravam em transe. Nesse estado, os gregos acreditavam que elas podiam comunicar o desejo dos deuses. As respostas enigmáticas dadas pelas pitonisas eram interpretadas por sacerdotes. O oráculo mais famoso foi o de Apolo, localizado em Delfos.

Conexão

Ruth Rocha conta a Odisseia

Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2011.

O livro é uma adaptação do poema épico Odisseia, de Homero. A autora transforma o texto poético em uma narrativa leve, que apresenta ao leitor os obstáculos enfrentados por Odisseu para retornar a sua terra natal. Atente à posição dos homens e das mulheres no livro, e na fórma como cada um soluciona os problemas. Tente identificar as virtudes que um guerreiro aqueu deveria ter.


Capa de livro. Composta por cinco partes. À direita, a parte onde o título foi escrito está preta. As demais partes, em cinza e amarelo, contêm o nome da autora e desenhos de soldados, deuses e pessoas com suas tradições.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Caracterize as divindades gregas.
  2. Que relação existia entre a religião grega e a romana?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. As divindades gregas eram parecidas com os seres humanos em aspecto físico, sentimentos e atitudes; no entanto, eram imortais e possuíam poderes sobrenaturais.
  2. Os deuses gregos foram cultuados pelos romanos, porém receberam nomes na língua latina. Ao corrigir a questão, lembre os alunos de que havia colônias gregas na Península Itálica e que o contato entre gregos e romanos se intensificou depois do século quatro antes de Cristo

Conexão

A leitura da obra Ruth Rocha conta a Odisseia pode enriquecer os estudos deste capítulo. Se julgar conveniente, organize os alunos em grupos e atribua a cada um deles a pesquisa sobre determinado aspecto da obra, como a relação entre homens e deuses na Grécia antiga, os papéis feminino e masculino nas sociedades do período, o papel da guerra e o lugar do guerreiro, cultos e rituais religiosos, criaturas mitológicas, heróis e valores morais. Solicite a cada grupo que selecione uma passagem do livro na qual seja possível discutir o tema que lhe foi destinado. É possível, também, propor a cada grupo que dramatize o trecho escolhido, enquanto os demais alunos tentam descobrir o tema em questão.

Interdisciplinaridade

Essa atividade pode ser enriquecida com o aporte dos professores de língua portuguesa e arte, que podem auxiliar os alunos a ler a narrativa, selecionar trechos e definir os aspectos da obra que podem ser pesquisados e dramatizados. A atividade relaciona-se às habilidades ê éfe seis sete éle pê dois oito, ê éfe seis sete éle pê dois nove, ê éfe seis nove á érre dois sete e ê éfe seis nove á érre três zero.

Atividade complementar

Proponha aos alunos que assistam à animação Hércules (Estados Unidos, 93 minutos, 1997), dirigida por ron clements e djón mãsquer. O filme narra as aventuras de Hércules, filho de Zeus e o mais famoso herói grego. Criado como mortal, o herói deseja voltar ao lar dos deuses, mas para isso ele tem de enfrentar grandes desafios.

Chame a atenção dos alunos para a presença de elementos da cultura grega antiga que aparecem logo no início do filme: o relato mítico sobre a origem do mundo e dos deuses; as cerâmicas decoradas com cenas da tradição mítica; as musas (entidades míticas protetoras das artes e das ciências).

Demonstre à turma que os deuses gregos têm fórma humana e, como os homens, têm qualidades e defeitos, mas são imortais e têm poderes especiais. Questione o motivo pelo qual Hades, o deus da morte, e o seu reino são representados em tons sombrios, ao contrário da representação do Olimpo. Comente que os deuses gregos não se dividiam entre “bons” e “maus”, como o filme pode sugerir. Esclareça que a animação retrata apenas algumas das doze tarefas consideradas irrealizáveis que o herói deveria executar.

Enquanto isso…

Os fenícios

A antiga civilização fenícia, uma das mais importantes a se estabelecer na costa do Mediterrâneo, desenvolveu-se onde estão atualmente o Líbano e partes da Síria e de Israel. Acredita-se que esse povo tenha se estabelecido no local por volta de 2000 antes de Cristo

Espremidos entre o Mar Mediterrâneo e uma cadeia de montanhas que dificultava a comunicação com o interior, os fenícios dispunham de poucas áreas de terras férteis, nas quais cultivavam azeitona e trigo. Porém, a existência em seu território de bons portos naturais e extensas florestas de cedro – madeira leve e resistente apropriada para a construção de embarcações – impulsionou-os para a navegação e o comércio marítimo.

Assim, os fenícios estabeleceram uma vasta rede comercial ligando diversos pontos da costa mediterrânica, em que comerciavam produtos originários da África, da Europa e da Ásia ou fabricados por eles mesmos, como cerâmica, vidro, tecidos, joias, perfumes e armas. Entre os principais itens de comércio estavam cereais (como o trigo e a cevada) e algodão, do Egito; ouro, ébanoglossário e marfim, de regiões ao sul do Deserto do Saara, na África; azeite e vinho, da Grécia; e metais (como o cobre, o estanho e o ferro), da Ásia Menor.

As redes de comércio estabelecidas pelos fenícios favoreceram trocas culturais com diversos povos na Antiguidade. Uma das principais contribuições dos fenícios para a cultura ocidental foi a criação do alfabeto, por volta de 1700 antes de Cristo O alfabeto fenício tinha 22 sinais, que representavam consoantes. Posteriormente, as vogais foram acrescentadas pelos gregos. Esse alfabeto foi muito importante para o desenvolvimento e a expansão do comércio e o intercâmbio entre os mais diversos povos. Ele serviu de base para o desenvolvimento de outros alfabetos, como o grego, o aramaico, o hebraico e o árabe, constituindo a origem da escrita usada pela maioria dos povos do mundo moderno.


Relevo. Barco a vela esculpido em alto relevo em uma superfície terrosa.
Relevo representando navio comercial fenício. Museu Nacional, Beirute, Líbano. Por serem grandes navegadores, os fenícios estabeleceram uma ampla rede de comércio ao longo do Mar Mediterrâneo.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao explorar a noção de simultaneidade da história das civilizações grega e fenícia, a seção favorece o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas nº 5. Além disso, ao apresentar as rotas comerciais dos fenícios no Mediterrâneo, na página 122, contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um cinco.

Ampliando: o alfabeto fenício

“O alfabeto fenício podia ser adaptado para expressar os sons de uma variedade de línguas reticências. A alfabetização não ficou mais limitada aos escribas profissionais reticências. O novo alfabeto deu aos mercadores fenícios uma vantagem na competição. Permitiu que mantivessem livros de escrituras com esforço mínimo. Sem precisar de escribas, podiam corresponder-se uns com os outros e com os parceiros de além-mar. Da mesma fórma, o alfabeto ajudou a manter unidos os postos e colônias fenícios estabelecidos em lugares distantes, dentro e fóra do Mediterrâneo.”

udrréd rênri direção Marés bárbaras: 1500-600 antes de Cristo quarta edição Rio de Janeiro: Abril, 1993. volume 2, página 107-108.

Colônias e rotas comerciais fenícias (séculos nove-sete antes de Cristo)

Mapa. Colônias e rotas comerciais fenícias, séculos nove a sete antes de Cristo. Destaque para terras na Europa, na Ásia e na África ao redor do Mar Mediterrâneo.
Legenda:
Vermelho: Território fenício.
Rosa: Colônias fenícias.
Seta vermelha: Rotas comerciais fenícias.
Seta roxa: produtos e matérias-primas importados pelos fenícios.
Ilustrações representando cada um dos seguintes elementos: algodão, azeite de oliva, cereais, cobre, ébano, escravos, estanho, ferro, gado, lã, marfim, moluscos, ouro, perfume, prata, produtos exóticos e vinho.
No mapa, o território fenício localiza-se na costa leste do Mar Mediterrâneo, abrangendo as cidades de Ugarit, Arado, Simyra, Biblos, Beirute, Tiro, Acco e Jopé. As colônias fenícias localizam-se principalmente à noroeste da Fenícia, incluindo as cidades de Amatus e Chipre; no norte da África, incluindo as cidades de Leptis, Dea, Sabrata, Tacape, Cartago, Utica, Hipona, Icósio, Cartena e Tânger; na Península Ibérica, incluindo as cidades de Cádiz, Calpe, Abdera, Cartagena e Sagunto e nas ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília, incluindo as cidades de Cagliari e Palermo. As rotas comerciais fenícias saem de Simyra e Sídon em direção ao Chipre. De lá seguem ao continente europeu. Saem também de Acco para Cidônia, Creta e pequenas ilhas no litoral da Grécia; e de Jopé, passando por Gaza, Sais, Cirene, Leptis, Dea, Sabrata, Tacape, Cartago, Utica, Hipona, Icósio, Cartena e Tânger. Em Cirene a rota se bifurca e segue também por Malta e Cartago. De Cirene partem rotas diretamente para Malta e Cartago. De Utica saem rotas para Palermo, Cagliari, Sardenha e Ilhas Baleares. De lá a rota se estende por Cartagena, Abdera, Calpe e Cádiz, seguindo ao norte pelo Oceano Atlântico.
Produtos e matéria-prima importados pelos fenícios: do Egito eram importados ébano, perfume, ouro, produtos exóticos, marfim, escravos, algodão e cereais. De Chipre: cobre e moluscos. Da região correspondente a atual Turquia eram importados estanho, ferro, cobre, gado e escravos. Da Grécia, vinho e azeite de oliva. Do litoral da África, moluscos, cereais e, próximo à cidade de Tânger, ouro e marfim. Da ilha da Sardenha, cereais e vinho. Da ilha da Sicília, moluscos. Da Península Ibérica, prata, cobre, azeite de oliva, perfume e lã.
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 310 quilômetros.

Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e do Brasil. São Paulo: Cipiône, 2011. página 36.

O comércio fenício

Os fenícios dominaram portos de importância estratégica e comercial no norte da África, na Península Itálica e em várias ilhas do Mar Mediterrâneo. Entre os séculos nove antes de Cristo e sete antes de Cristo, fundaram numerosas colônias, que serviram de base para a atividade mercantil. A mais importante foi Cartago, situada no norte da África.

O texto a seguir, sobre o modo como os fenícios realizavam o comércio com outros povos, foi escrito pelo grego Heródoto de Halicarnasso, que viveu no século cinco antes de Cristo Heródoto viajou por muitos lugares do mundo antigo, como Egito e Babilônia, e escreveu sobre o que testemunhou.

Após [os fenícios] chegarem e descarregarem as mercadorias, dispondo-as em ordem na praia, voltam às suas embarcações e fazem sinais de fumaça. Os nativos veem a fumaça e, aproximando-se do mar, colocam ao lado das mercadorias o ouro que oferecem em troca, retirando-se a seguir. Os fenícios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se julgarem que a quantidade do ouro corresponde ao valor das mercadorias, tomam-no e partem; do contrário regressam aos navios e aguardam. reticências Nenhuma das partes prejudica a outra.

HERÓDOTO. Comércio e transportes na Antiguidade. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. História da civilização. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1975. página 44.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Pelo texto, é possível saber se Heródoto é fenício ou tem outra identidade cultural? Justifique.
  2. Repare que Heródoto escreveu esse relato usando o verbo no tempo presente. O que isso sugere ao leitor?
  3. O autor oferece ao leitor uma opinião sobre os fatos que relata? Justifique.
  4. Que papel os fenícios tiveram na dinâmica cultural da região do Mediterrâneo?

Respostas e comentários

Pai da História

A Heródoto foi atribuído o título de “pai da História” em razão dos relatos extensos e detalhados que fez de acontecimentos de seu tempo e do passado, registrando diferentes versões dos fatos e buscando explicar suas razões. Porém, ele não se preocupava em verificar a veracidade de suas fontes; por isso, muitos de seus escritos hoje são considerados fantasiosos.

Enquanto issoreticências

  1. Pelo texto sabemos que Heródoto tem outra identidade cultural, pois ele se refere aos fenícios como “o outro”. Seu relato indica curiosidade em relação a práticas diferentes daquelas com as quais estava familiarizado. O autor não se identifica com o povo que descreve.
  2. O uso do verbo no tempo presente sugere que Heródoto testemunhou os fatos descritos.
  3. Sim. O autor afirma que um povo não tentava enganar o outro, pois as trocas e seus respectivos valores eram aceitos se fossem considerados justos por ambas as partes.
  4. Os fenícios favoreceram o intercâmbio de crenças, conhecimentos e mercadorias em toda a região por meio de suas práticas comerciais. Além disso, foram os criadores do alfabeto que serviu de modelo para o desenvolvimento de outros, constituindo a base da escrita usada pela maioria dos povos no mundo moderno.

As atividades dessa seção exigem que o aluno perceba algumas informações implícitas no texto, promovendo a sensibilização para a análise de discurso. Na questão 1, o aluno deverá diferenciar o sujeito do objeto que é descrito; na questão 2, deverá perceber que o uso do tempo verbal no presente indica que Heródoto é contemporâneo dos fatos que descreve e assume o papel de testemunha ocular deles; e, na questão 3, identificará a emissão de opinião do autor em relação àquilo que descreveu.

Atividade complementar

Peça aos alunos que identifiquem no mapa desta página o Mar Mediterrâneo e as áreas ocupadas por colônias fenícias. Ajude-os a associar a colonização fenícia aos continentes asiático, africano e europeu. Oriente-os na leitura das legendas e, a seguir, solicite que localizem as regiões fornecedoras de determinados produtos. Por exemplo: onde os fenícios comercializavam perfumes? Em qual continente obtinham lã?

Bê êne cê cê

A observação e a análise dessas informações no mapa facilitarão a compreensão da circulação de pessoas, mercadorias e culturas pelo Mediterrâneo, o que permite o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis agá ih um cinco.

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

  1. Identifique a qual civilização cada alternativa se refere.
    1. Os reis eram chamados de Minos e eram associados à imagem do touro.
    2. Desenvolveram a fórma mais antiga de escrita grega, utilizada para contabilidade.
    3. A vida econômica, social e política dessa civilização ocorria em torno de luxuosos palácios.
    4. Seu território foi dominado pelos aqueus, que incorporaram muitos aspectos culturais desse povo.
    5. Dominavam avançadas técnicas de combate e dispunham de recursos para guerra, como armaduras, lanças, escudos e elmos.
  2. Identifique as afirmações incorretas. Depois, reescreva-as, corrigindo-as.
    1. A acrópole era um conjunto de terras onde se praticavam a agricultura e a pecuária.
    2. As pólis gregas eram unidades políticas independentes entre si. Elas tinham governo, moeda e exército próprios.
    3. Os genos eram pequenas comunidades urbanas que se formaram durante o período de hegemonia da civilização micênica.
    4. Nas cidades-Estado da Grécia antiga, a ágora era uma praça onde os cidadãos reuniam-se para discutir os assuntos de interesse para a cidade.
  3. Analise a tirinha, leia o texto e, em seguida, responda às questões.
Tirinha. À esquerda, ao fundo, uma cidade fortificada. Ao centro, soldados montados em cavalos de madeira com rodinhas. Um soldado com um adereço no capacete está com uma folha nas mãos com um desenho de um cavalo e o título Cavalo de Troia. Ele diz a um construtor: EU ACHO QUE VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO O CONCEITO.
Frenc end Érnest, tirinha de Bob Teives, 2005.

Odisseu reticências teve então uma ideia: mandou fazer um enorme cavalo de madeira. Esse cavalo foi colocado em frente às portas, como se fosse um presente. reticências

Quando os troianos viram isso, acharam que os gregos tinham desistido da guerra. Vieram logo olhar o presente. reticências

reticências Mas eles não sabiam que dentro do cavalo estavam escondidos os melhores guerreiros gregos reticências.

ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Ilíada. São Paulo: Salamandra, 2010. página 131-132.

  1. Qual é o desfecho dessa história?
  2. O fim da história condiz com o retratado pelo cartunista na tirinha? Justifique.
  3. A Guerra de Troia originou duas expressões muito utilizadas ainda hoje: “presente de grego” e “agradar a gregos e troianos”. Explique-as.
  4. Você já ouviu falar dos “cavalos de troia” da informática? Que relação há entre eles e o cavalo citado na narrativa da Guerra de Troia?

Respostas e comentários

Atividades

    1. Civilização cretense.
    2. Civilização micênica.
    3. Civilização cretense.
    4. Civilização cretense.
    5. Civilização micênica.
  1. Alternativas incorretas: a, c. Correções: a) A acrópole era um centro religioso fortificado em que a população se refugiava em caso de ataques. c) Os genos eram pequenas comunidades rurais, em que havia um chefe, e seus membros acreditavam descender de um ancestral comum. Foi essa a fórma de organização social que predominou na Grécia após o fim da civilização micênica.
    1. Mesmo diante da desconfiança de alguns, os troianos resolveram levar o enorme cavalo de madeira para a cidade. Durante a noite, os guerreiros escondidos no cavalo saíram, destruíram a cidade e venceram a guerra.
    2. O cartunista “modifica” o final da história da guerra para criar um efeito humorístico ao representar os guerreiros gregos cada um em seu cavalo de madeira, em vez de desenhar apenas um cavalo com todos os guerreiros dentro. O tom humorístico é definido pela fala do general, que mostra ao fabricante de cavalos que sua produção não condiz com a ideia original do projeto.
    3. A expressão “presente de grego” faz referência ao cavalo “recheado” de soldados e é usada para designar um presente desagradável ou uma surpresa ruim. Já a expressão “agradar a gregos e troianos” é utilizada quando, diante de uma discussão em que há posições divergentes, procura-se agradar a ambos os lados.
    4. Os “cavalos de troia” são programas maliciosos que, instalados nos computadores, possibilitam o roubo de dados. Eles agem como o cavalo da lenda: são programas “disfarçados” que permitem a invasão aos computadores alheios.
  1. Consulte o mapa “Povos da Península Itálica”, na página 117, e responda às questões.
    1. Que povo ocupava a maior parte do norte da península?
    2. Em que região foi fundada a cidade de Roma? Que povo a fundou?
    3. Que povos exerceram grande influência sobre a sociedade romana?
  2. Identifique a qual grupo social de Roma no período monárquico cada alternativa se refere.
    1. Proprietários de grandes extensões de terra.
    2. Indivíduos livres que constituíam a maior parte da população.
    3. Pessoas que perdiam a liberdade em guerras ou por causa de dívidas.
    4. População pobre que prestava serviço aos mais ricos em troca de proteção.

Conversando com educação física

  1. O barão de cúbértã propôs a retomada dos Jogos Olímpicos porque considerava que a prática esportiva, muito valorizada na educação grega, havia sido um fator importante para o desenvolvimento da Grécia antiga. Para ele, o incentivo ao esporte e a interação entre os cidadãos durante as competições formavam pessoas mais competitivas e capazes de enfrentar as dificuldades. Sobre esse tema, responda às questões.
    1. Segundo cúbértã, qual deveria ser o papel da educação física nas escolas?
    2. Que aspecto presente nos Jogos Olímpicos da Grécia antiga não foi incorporado aos jogos da modernidade?
    3. Como é a prática da atividade física na escola em que você estuda? Você imagina qual é o objetivo dessa prática?

Aluno cidadão

  1. Na monarquia romana, o poder dos reis era limitado pelo Senado, conselho formado por anciãos. Os idosos participavam dos mais importantes assuntos de Estado. No Brasil atual, a Câmara dos Deputados lançou 2018 como “Ano de valorização e defesa dos direitos humanos da pessoa idosa”. Segundo os deputados, a realidade dos idosos no país não é de consideração e respeito. Promovam um debate sobre isso com base nestas questões.
    1. Durante a monarquia romana, apenas os idosos ricos recebiam privilégios. Atualmente, há um esforço de valorização de todos os idosos. Explique de que fórma essa mudança é importante para a afirmação da cidadania.
    2. Os direitos dos idosos de sua família e comunidade são respeitados? Existem aspectos que precisam ser melhorados? Quais?

Você é o autor

  1. Ao longo do litoral do Mar Mediterrâneo existem diversos sítios com vestígios arqueológicos dos vários povos que o habitaram ou transitaram por ele na Antiguidade, como fenícios, etruscos, cretenses, micênicos, gregos e romanos. Você já imaginou como seria viajar para essa região? Que tal elaborar um roteiro turístico?
    1. Com a ajuda de um mapa, que pode ser consultado em um atlas geográfico ou pesquisado na internet, escolha pelo menos quatro lugares no litoral do Mediterrâneo.
    2. Pesquise informações sobre ruínas, templos, sítios arqueológicos e museus localizados nos lugares escolhidos. Lembre-se de selecionar informações de locais relacionados às civilizações que estudamos neste capítulo.
    3. Com os dados pesquisados, escreva um roteiro de viagem pelo Mediterrâneo. Apresente informações como: que objetos arqueológicos podem ser vistos nesse museu? A que povo pertenceram? Para que serviam? Que idade o sítio arqueológico ou a ruína tem? Quem ocupava o sítio e por quê?
    4. Caso deseje, ilustre o roteiro com desenhos, mapas ou fotos.

Respostas e comentários
    1. O povo etrusco.
    2. Roma foi fundada na Planície do Lácio, pelos latinos.
    3. Os etruscos e os gregos.
    1. Patrícios.
    2. Plebeus.
    3. Escravizados.
    4. Clientes.
    1. Para Coubertin, a educação física deveria ser valorizada nas escolas com o intuito de estimular o enfrentamento de desafios e formar pessoas mais competitivas.
    2. O aspecto de celebração religiosa.
    3. A proposta é refletir sobre a necessidade da educação física nas escolas. A prática de atividades físicas em geral pode promover o espírito de cooperação, resgatar tradições e aprofundar laços de pertencimento.

Interdisciplinaridade

Essa atividade relaciona-se com o componente curricular educação física, especificamente com a habilidade ê éfe três cinco ê éfe zero seis.

    1. A conquista da cidadania foi um processo histórico longo. As sociedades antigas e contemporâneas são diferentes nesse aspecto, uma vez que o conceito moderno de cidadania só se consolidou após a Revolução Francesa. Contudo, a comparação entre essas sociedades evidencia o avanço na garantia de deveres e direitos a todos. O esforço de estender a cidadania efetiva e plena aos idosos é um fenômeno recente no Brasil, que ocorreu após a redemocratização do país e a Constituição de 1988.
    2. Caso seja possível, indique aos alunos a leitura de alguns artigos do Estatuto do Idoso (Lei número 10.741) para nortear suas respostas e ajudá-los a verificar se o tratamento recebido pelos idosos com os quais convivem se adequa à legislação brasileira.

Bê êne cê cê

Essa atividade possibilita o trabalho com o tema contemporâneo transversal Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso e contribui para o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 6, da Competência específica de Ciências Humanas nº 6 e da Competência específica de História nº 4.

8. Embora o roteiro possa ser ilustrado, o objetivo é desenvolver o texto descritivo e a coesão da escrita. Portanto, espera-se que os alunos explorem ao máximo as informações sobre os locais que pesquisaram para utilizá-las de maneira articulada no roteiro de viagem. A atividade, além de exercitar a escrita, ajuda a construir uma noção espacial da região mediterrânica, perceber as distâncias e proximidades físicas e temporais entre povos estudados e relacionar cada povo a determinado tipo de vestígio, como palácio, templo, aqueduto etcétera

Glossário

Elmo
: espécie de capacete que compunha a armadura utilizada pelos soldados.
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Linear B
: escrita silábica (os sinais indicavam sílabas) feita em tabletes de argila, inspirada pelo sistema de escrita cretense.
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Aristocracia
: grupo de pessoas que detêm privilégios e controlam o poder em determinada sociedade; nobreza; elite dirigente.
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Cívico
: nesse caso, faz referência às funções dos cidadãos como membros de uma cidade-Estado.
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Ébano
: árvore de origem africana que produz uma madeira nobre com coloração escura.
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