CAPÍTULO 8  Roma republicana

Fotografia. Ponte composta por três andares. Os andares de baixo tem arcos grandes e largos. O andar de cima tem arcos menores e mais próximos um do outro. Ela passa sobre um rio. Nas margens vegetação e pedras.
Ponte do Gard, aqueduto romano do século um antes de Cristo, na região sul da França. Foto de 2020.

Na cidade em que você mora, existem pontes de concreto, estradas pavimentadas, sistemas de esgoto e abastecimento de água e grandes construções, como prédios públicos e estádios? Você sabia que, no século dois antes de Cristo, obras como essas já faziam parte do cotidiano da população que vivia em Roma?

Roma foi uma das maiores cidades do mundo antigo, e as obras nela realizadas resultaram do desenvolvimento de técnicas aprimoradas de construção. Os romanos criaram o concreto: uma pasta feita de areia, cascalho e cal utilizada para fixar blocos de pedra. Também construíram arcos, ou seja, estruturas que distribuem o peso da construção e permitem a edificação de grandes obras.

Observe a fotografia do aqueduto romano.

  • Você sabe qual era a função dessa construção?
  • O que era necessário para que uma construção como essa fosse realizada?
  • Em sua opinião, qual é a importância de preservar construções antigas como essa?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Este capítulo conclui o estudo relacionado à habilidade ê éfe zero seis agá ih um um (ao tratar das configurações sociais e políticas da Roma antiga) e contempla parcialmente as habilidades ê éfe zero seis agá ih um dois, ê éfe zero seis agá ih um cinco, ê éfe zero seis agá ih um seis, ê éfe zero seis agá ih um sete e ê éfe zero seis agá ih um nove. O trabalho para o desenvolvimento dessas habilidades se completa ao longo de outros capítulos, conforme indicações na tabela de habilidades do ano.

Objetivos do capítulo

  • Compreender o processo de formação da civilização romana.
  • Caracterizar a República Romana, apreendendo os conceitos de república e de cidadania.
  • Compreender as razões dos conflitos sociais entre patrícios e plebeus.
  • Identificar as causas da expansão territorial romana, bem como seus desdobramentos.
  • Relacionar as conquistas territoriais com a crise do regime republicano em Roma.
  • Caracterizar a escravidão romana e aprofundar a compreensão desse conceito.
  • Compreender e analisar o papel social da mulher na Roma antiga.
  • Aprofundar o estudo sobre o conceito de Antiguidade Clássica.

Abertura do capítulo

Pretende-se, com a imagem de abertura, demonstrar a relevância da organização e da ação do Estado no empreendimento de grandes construções voltadas para o bem público. É importante esclarecer aos alunos o fato de que a fotografia é de um aqueduto, construção utilizada para levar água às cidades romanas na Antiguidade. Construções como essa transportavam água em terrenos irregulares, como depressões ou vales, o que era possível graças à sua inclinação. Os arcos serviam para sustentar os dutos de passagem da água e o volume do líquido.

A segunda pergunta possibilita a reflexão sobre o material, a mão de obra e, principalmente, a necessidade de ação de um Estado organizado para a captação e a gestão de recursos. É importante também que os alunos percebam que a distribuição de água pela cidade era feita para atender às necessidades da população. Essa compreensão é fundamental para introduzir o conceito de república, que será trabalhado no capítulo.

A terceira questão possibilita reforçar a discussão sobre a importância da preservação do patrimônio material. Destaque que, por meio do estudo dos aquedutos, é possível identificar áreas de ocupação romana, técnicas de construção, materiais utilizados, entre outros aspectos da sociedade que os construiu. Comente que, desde 1985, a Ponte do Gard é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco.

A República Romana

O regime monárquico romano foi extinto em 509 antes de Cristo, quando uma rebelião dos patrícios expulsou o último rei etrusco da cidade. Roma tornou-se, então, uma república, palavra de origem latina (rés pública) que significa “coisa pública”. Ou seja, o governo romano passou a ter como função atender às necessidades do conjunto dos cidadãos e não aos interesses particulares do governante ou de determinado grupo de indivíduos. A preponderância dos interesses públicos sobre os privados era garantida pelas leis.

As instituições políticas republicanas em Roma

A instituição mais poderosa da República Romana era o Senado, que existia desde os tempos da monarquia. Ele era composto de trezentos membros das famílias mais influentes de Roma e se encarregava da administração, das finanças, das declarações de guerra e dos acordos de paz. O cargo de senador era vitalício.

Os principais cargos da administração de Roma eram exercidos por magistrados eleitos pelas assembleias de cidadãos. Os magistrados que detinham maior poder eram os cônsules. Eles decidiam questões ligadas à aplicação da justiça, comandavam o exército em tempos de guerra, convocavam o Senado e presidiam os cultos religiosos públicos. A cada eleição, eram eleitos dois cônsules. Consulte na ilustração os principais cargos da magistratura romana.

Principais magistrados

Ilustração. Principais magistrados. Estão representados por homens em degraus, todos vestindo túnica branca. No topo, um homem de cabelos brancos, sentado em uma cadeira com um cetro na mão. Ao lado dele, o texto: 1. Cônsul. Comandava o exército, além de presidir o Senado. Abaixo do cônsul, um homem sentado em uma cadeira segurando uma balança. Ao lado dele, o texto: 2. Pretor. Era o responsável pela justiça. Um pouco abaixo dele, à esquerda, outro homem sentado. Próximo a esse homem o texto: 3. Censor. Levantava o número de habitantes, supervisionava a conduta dos cidadãos e as despesas públicas. Abaixo do Pretor, um homem em pé segurando um bastão. Ao lado dele, o texto: 4. Edil. Dirigia os serviços públicos. Abaixo do edil, um homem em pé segurando um pote com moedas de ouro. Ao lado dele, o texto: 5. Questor. Cuidava das finanças.
Ilustração de Roko representando os principais cargos da magistratura romana antiga. Criação de 2011 com cores-fantasia.

Fonte: FERREIRA, Olavo Leonel. Visita à Roma antiga. São Paulo: Moderna, 2003. página 11-13.

Em Roma, a cidadania estava atrelada à participação no exército: o cidadão romano era antes de tudo um soldado. Como no início da república o exército romano não tinha caráter permanente nem profissional, os soldados não recebiam pagamento e financiavam o próprio equipamento. Por isso, apenas os patrícios tinham condições de integrar a infantaria pesada e, por decorrência, eram a única classe social com direito à cidadania ativa, o que significa que só eles podiam se eleger para cargos públicos.

Os soldados se organizavam na Assembleia Centuriata para votar as leis e eleger os principais magistrados. Todos os soldados participavam dessas assembleias, que aconteciam no Campo de Marte. Contudo, o sistema de votação beneficiava somente os patrícios, de maneira que seus interesses sempre prevaleciam.

Além da Assembleia Centuriata, havia ainda a Assembleia Curiata, que examinava as questões religiosas, e a Assembleia das Tribos, que elegia os magistrados ligados aos assuntos municipais.


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao tratar das configurações sociais e políticas de Roma nos períodos monárquico e republicano e sobre as dinâmicas sociais no mundo antigo associadas ao conceito de cidadania, complementa-se o estudo relacionado ao desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis agá ih um um. Ao abordar a estrutura política e os pré-requisitos para ser considerado cidadão em Roma, contempla-se parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um dois. Esse conteúdo também contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História nº 1.

República Romana

No início da república, os soldados arcavam com os custos de compra e manutenção de seus equipamentos. A cavalaria romana, uma das formações mais importantes e custosas do exército, era composta de patrícios. A partir do século quatro antes de Cristo, a infantaria pesada, equipada com elmos, escudos, couraças e lanças, passou a ser composta de plebeus enriquecidos, envolvidos em atividades comerciais, artesanais e bancárias. Essas atividades eram desprezadas pelos patrícios, para os quais o sustento do homem deveria vir essencialmente da terra, o que o tornaria moralmente superior. Essa ideia foi defendida por Catão, o Velho, e por Cícero e se manteve até a época imperial.

Ampliando: o início da República Romana

“A expulsão da dinastia etrusca, que nossa tradição coloca em fins do século seis antes de Cristo, não produziu qualquer modificação radical na Constituição da cidade reticências. Roma já era um poder, principalmente militar, com uma aristocracia que governava uma população predominantemente agrícola. O domínio etrusco fôra-lhe útil: ela se tornara maior, mais forte e mais civilizada, sua vida mais variada. A cidade de Roma, o centro do Estado, adquiria grande importância comercial. Houve, portanto, maiores modificações nas relações sociais e econômicas do que na constituição. A única modificação constitucional de destaque foi esta: a aristocracia vitoriosa, ao invés de escolher um novo rei, colocou em seu lugar dois líderes eleitos – pretores ou cônsules – por um mandato de um ano e com plena autoridade sobre os assuntos civis, militares e religiosos. reticências Dessa fórma, o Senado e a assembleia popular adquiriram maior importância. A segunda, que se reunia simplesmente para registrar os editos reais, passou a votar ‘sim’ ou ‘não’ nas questões que lhe eram submetidas pelos cônsules: Deveria haver guerra ou paz? Deveria determinado cidadão ser punido com a morte? Deveriam ser admitidos novos cidadãos?”

rástófzéfifi miquíl. História de Roma. quarta edição Rio de Janeiro: Jorge zarrár, 1977. página 34.

As conquistas plebeias

No início do período republicano, os plebeus, que apoiaram os patrícios contra o último rei etrusco, esperavam aumentar sua presença nas instituições políticas romanas. Porém, contrariando essa expectativa, os patrícios ampliaram seu contrôle sobre o Estado e restringiram a participação política da plebe, que constituía a maior parte da sociedade.

Diante disso, em protesto, os plebeus retiraram-se de Roma e ameaçaram fundar uma nova cidade. Em razão das tensões geradas pelo embate entre os dois grupos, os patrícios tomaram uma série de medidas que ampliaram, progressivamente, os direitos dos plebeus. Entre elas, estavam as seguintes:

  • 494 antes de Cristo Os plebeus conquistaram o direito de eleger o tribuno da plebe, um magistrado que os representava. O poder desses magistrados era inviolável. Os tribunos podiam vetarglossário as decisões dos demais magistrados, ou do Senado, que contrariassem os interesses dos plebeus.
  • 450 antes de Cristo Os plebeus conseguiram aprovar a Lei das Doze Tábuas, que estabelecia a igualdade jurídica dos cidadãos. Essa lei regulava vários aspectos da vida cotidiana, como o casamento, o divórcio e as punições pelos crimes cometidos.
  • 445 antes de Cristo A publicação da Lei Canuleia permitiu o casamento entre patrícios e plebeus, antes proibido. Entretanto, não houve modificação da situação social dos mais pobres, pois as famílias patrícias casavam os filhos apenas com integrantes de famílias de plebeus enriquecidos.
  • 367 antes de Cristo Uma nova lei permitiu o acesso dos plebeus a todas as magistraturas e ao Senado e aboliu a escravidão por dívidas, situação que afetava muitos plebeus.

Mesmo com essas conquistas, somente os plebeus mais ricos exerciam alguma influência política. Com a união entre plebeus ricos que ingressavam nas altas magistraturas e os patrícios, formou-se uma nova aristocracia, conhecida como nobilitas.

Saiba mais

O casamento entre os antigos romanos

Em Roma, o casamento entre os membros da elite era um acordo feito pelos pais dos noivos ou pelo pai da noiva e seu futuro genro. O objetivo era aumentar o patrimônio familiar e manter um sistema que garantia privilégios aos patrícios e plebeus ricos por meio da transmissão de herança aos filhos do casal.

Entre os pobres, o amor também não era o fator mais importante. A união pelo casamento servia de estratégia de sobrevivência e para gerar filhos a fim de aumentar a fôrça de trabalho da família.


Escultura. Imagem em alto relevo feito em pedra. Representa duas pessoas apertando as mãos. Atrás delas, outra pessoa observa.
Detalhe de relevo representando cerimônia de casamento e aperto de mãos selando compromisso, século três. Museu Nacional Romano, Roma, Itália.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que significa a palavra república?
  2. Quem administrava a República Romana?
  3. Todos os romanos tinham plenos direitos à cidadania no início do governo republicano? Explique.
  4. Qual era a função do Senado Romano?
  5. Por que os plebeus se rebelaram contra os patrícios?
  6. Quem formava a camada social nobilitas?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. República significa “coisa pública”.
  2. Os cidadãos administravam a República Romana.
  3. Não. Apenas os patrícios gozavam de direitos políticos.
  4. O Senado romano encarregava-se da administração, das finanças, das declarações de guerra e dos acordos de paz. Além disso, cabia aos senadores acatar ou rejeitar as decisões das assembleias e as ordens dos magistrados.
  5. Os plebeus rebelaram-se porque, depois da expulsão dos reis etruscos, os patrícios não concederam mais direitos a eles, buscando mantê-los à margem das decisões políticas em Roma.
  6. Essa camada era formada pela nova nobreza, produto de casamentos entre integrantes de famílias patrícias e plebeias ricas.

A expansão romana

Os romanos iniciaram o processo de expansão territorial no período republicano. Em cinco séculos, Roma dominou toda a Península Itálica e grande parte do continente europeu e estendeu seus limites até o norte da África e os territórios que hoje chamamos de Oriente Médio.

Ao conquistar novas terras, os romanos garantiram mais áreas para a agricultura e para a criação de animais, a exploração de riquezas minerais, novas fontes de alimentos e muitos escravizados.

As Guerras Púnicas

Com a expansão pelo sul da Península Itálica e pelo Mediterrâneo, Roma transformou-se na principal rival da cidade de Cartago, potência naval de origem fenícia que controlava a costa do norte da África, o sul da Espanha e as ilhas de Córsega, Sardenha e grande parte da Sicília.

Por causa da disputa pelo contrôle comercial do Mediterrâneo, as duas potências se enfrentaram, nos séculos três antes de Cristo e dois antes de Cristo, em três guerras conhecidas como Guerras Púnicasglossário . Ao final da terceira guerra, em 146 antes de Cristo, Cartago e seus domínios tornaram-se províncias romanas.

No Mediterrâneo oriental, os romanos expandiram-se em direção à Grécia e aos demais territórios macedônicos. Ao final da república, os romanos dominavam quase todo o Mediterrâneo, da Espanha, a oeste, até a Síria, a leste. O Mar Mediterrâneo transformou-se, para os romanos, no máre nóstrum (“nosso mar”, em latim).

A expansão romana até o século um antes de Cristo

Mapa. A expansão romana até o século um antes de Cristo. Destaque para porções do território da Europa, Ásia e África. 
Legenda:
Em roxo: Roma e suas possessões em 201 antes de Cristo, após a Segunda Guerra Púnica.
Estrela preta: Destruição de Cartago e de Corinto em 146 antes de Cristo.
Em verde: Conquistas de Roma no século dois antes de Cristo.
Em laranja: Conquistas do século um antes de Cristo.
No mapa, a área de Roma e suas possessões em 201 antes de Cristo, após a Segunda Guerra Púnica abrange a Itália, as ilhas de Sicília, Córsega e Sardenha, e todo o litoral sul da Hispânia. A estrela preta indica a localização das cidades de Cartago, no norte da África, e de Corinto, na Macedônia.
A área referente às conquistas de Roma no século dois antes de Cristo abrange a Hispânia, a sul da Gália, a Ilíria, a Macedônia, incluindo as cidades de Corinto e de Atenas, a Ásia Menor, a ilha de Creta e uma porção da Numídia, incluindo a cidade de Cartago. A área referente às conquistas do século um antes de Cristo abrange a Gália, na Europa; a Numídia, Cirenaica, e parte do Egito, incluindo a cidade de Alexandria, na África; a Judeia, incluindo a cidade de Jerusalém, a Síria, incluindo a cidade de Antioquia, na Ásia, a ilha de Chipre, no Mar Mediterrâneo; e Bitínia e Ponto, no litoral do Mar Negro.
Na parte inferior, ao centro, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.

Fonte: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 46-47.


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao apontar a importância e o impacto da conquista de territórios nas configurações sociais e políticas romanas, complementa-se o estudo da habilidade ê éfe zero seis agá ih um um. Ao abordar o Mar Mediterrâneo como espaço de conquista de território e expansão romana, o conteúdo contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um cinco.

Cartografia

Ao tratar das Guerras Púnicas, é possível perguntar aos alunos por que Roma e Cartago desejavam tanto o contrôle do mar e verificar se compreenderam o papel dele para as atividades militares e comerciais que envolviam os continentes africano, europeu e asiático. Nesse sentido, o mapa da página pode auxiliar na análise ao evidenciar a extensão e a delimitação das possessões e conquistas romanas no período representado, bem como a localização das principais cidades e regiões mediterrâneas.

Resultados das conquistas

Os soldados romanos saqueavam os territórios conquistados e levavam para Roma ouro, prata, cabeças de gado, obras artísticas e outros bens de valor. Um governador nomeado por Roma administrava as novas províncias formadas e estabelecia a cobrança de impostos da população dominada.

As guerras de conquista representavam a principal fonte de escravizados para os romanos. Com a expansão territorial, muitos plebeus acumularam grandes fortunas com o fornecimento de armas, alimentos e vestimentas para o exército, com o comércio marítimo, com a cobrança de impostos e com a venda de escravizados. Esses plebeus ingressaram na ordem equestre ou ordem dos cavaleiros e passaram a integrar o grupo social dominante em Roma, encabeçado pela nobreza, representada na ordem senatorial.

Mudanças culturais

As conquistas territoriais promoveram muitas mudanças na cultura de Roma e dos povos dominados. Nos territórios ocupados, ocorreu um processo de romanização, ou seja, a população assimilou muitas características do modo de vida romano, como o uso do latim e o gosto pelo teatro; e as cidades foram moldadas de acordo com as características dos centros urbanos romanos, recebendo aquedutos, pontes, anfiteatros etcétera

Os romanos também se apropriaram de práticas e costumes dos povos conquistados. O contato mais intenso se deu com a Grécia, a Macedônia e outras regiões do mundo helenístico. A cultura grega exerceu muita influência nos valores, na religião e nas artes romanas. Esse processo é chamado helenização de Roma.

Muitos romanos ricos entregavam a instrução dos seus filhos aos cuidados de oradores e filósofos de origem grega. Do mundo grego, também chegavam obras de arte, móveis e adornos, tomados como butimglossário de guerra ou como pagamento de tributos. Grandes obras da arte grega, como a escultura de Esculápio (deus da medicina), chegaram aos dias atuais por meio das cópias feitas pelos romanos.

Escultura. Imagem de um homem com a parte superior do corpo à mostra. O restante do corpo está envolto em uma túnica. Ele tem cabelos e barba ondulados. Usa sandálias. Está com uma das mãos apoiadas em uma haste vertical. Uma cobra, enroscada na haste está perto da mão do homem.
Esculápio, cópia romana produzida com base na escultura original grega, cêrca de 400 antes de Cristo Museu Arqueológico Nacional, Nápoles, Itália.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Por que Roma entrou em conflito com a cidade de Cartago?
  2. Por que a derrota de Cartago foi um passo fundamental para a expansão territorial de Roma?
  3. Quais foram os resultados econômicos e o que as conquistas proporcionaram?
  4. Diferencie “romanização” de “helenização”.

Respostas e comentários

Cavaleiros romanos

Durante o período monárquico, somente os patrícios podiam ser cavaleiros. Ao longo do período republicano, ao ascender economicamente com as conquistas, parte dos plebeus qualificou-se para compor a cavalaria do exército romano. Com o tempo, os plebeus muito ricos tornaram-se maioria entre os cavaleiros. Outra fórma de se tornar cavaleiro era pelo mérito, após uma longa carreira militar. Além das funções militares, os cavaleiros podiam exercer os cargos públicos de juízes e oficiais.

Recapitulando

  1. O conflito teve como motivação a disputa pelo comércio mediterrânico.
  2. Porque a derrota de Cartago possibilitou aos romanos dominar o comércio no Mediterrâneo e deslocar suas legiões para a conquista de territórios na Península Ibérica, na Sicília e na Ásia.
  3. Por meio da pilhagem, Roma apropriava-se dos metais preciosos e de outros bens de valor dos territórios conquistados, além de administrar as novas províncias e estabelecer a cobrança de impostos. As conquistas tornaram-se fonte de escravizados para Roma e oportunidade de ascensão econômica para muitos plebeus comerciantes.
  4. “Romanização” foi o processo de assimilação de elementos da cultura romana por parte dos povos dominados. Já a “helenização” foi o processo em que os romanos foram influenciados culturalmente pelos povos do mundo helenístico.

Ampliando: de federação a império

“Uma vez iniciada a trilha da anexação, era difícil a Roma deter-se, especialmente pelo fato de que os Estados helênicos estavam dispostos a vir ao encontro de seus desejos. Da Grécia passou à Ásia Menor. O reino de Pérgamo há muito não passava de um vassalo obediente, e seus reis tinham disso perfeita consciência, tal como mostra a atitude de Átalo terceiro, o último de sua dinastia. Legou seu reino a Roma e, quando morreu em 133 antes de Cristo, seu herdeiro o transformou na província da Ásia. Essa transferência de parte da Ásia para Roma não se fez, na verdade, sem derrame de sangue. Como na Macedônia, houve alguma oposição. Um grupo reticências lutou vários anos pela liberdade. Mas também essa revolta foi finalmente esmagada.

Assim, em pouco mais de meio século, o Estado romano deixara de ser uma federação de cidades italianas e de clãs e se tornara um grande império sem qualquer rival, no Ocidente ou no Oriente.”

rástófzéfifi miquíl. História de Roma. quarta edição Rio de Janeiro: Jorge zarrár, 1977. página 78.

A crise agrária

A expansão territorial romana causou empobrecimento da plebe. Ao ser convocados para servir nas legiões romanas, os pequenos agricultores precisavam se afastar de suas terras. Ao retornar, encontravam os campos devastados e, às vezes, a propriedade invadida. Além disso, a concorrência dos bens produzidos nas províncias com mão de obra escravizada lhes causava sérios problemas econômicos.

Para saldar as dívidas, muitos pequenos proprietários precisavam vender suas terras, que se acumulavam nas mãos dos patrícios ou dos plebeus enriquecidos. Estes também se assenhoravam das terras conquistadas nas guerras de expansão (aguêr públicus), tornando-se cada vez mais ricos e poderosos.

Muitos camponeses que perderam suas terras migraram para as cidades, principalmente para Roma, agravando os problemas urbanos. Alguns deles passaram a trabalhar como artesãos em pequenas oficinas, mas muitos ficaram sem ocupação fixa e sobreviviam com imensa dificuldade. A grande desigualdade social e econômica entre patrícios e cavaleiros, de um lado, e plebeus pobres, de outro, gerou rebeliões sociais. Para contê-las, Tibério e Caio Graco, que ocuparam o cargo de Tribunos da Plebe na última metade do século dois antes de Cristo, propuseram a realização de uma reforma agrária em Roma.

Escultura. Imagem esculpida em alto relevo em superfície rochosa. Representa um homem guiando bois que puxam uma carroça com uma grande sacola dentro. Atrás da carroça uma criança caminhando.
Relevo romano representando carro de bois carregado de mercadorias, cêrca de século um. Museu da Civilização Romana, Roma, Itália.

Saiba mais

A reforma agrária hoje

Reforma agrária é um conjunto de medidas adotadas pelo Estado com o objetivo de tornar mais justa a distribuição de terras. Com essa reforma, espera-se diminuir as desigualdades sociais, gerar renda para os povos do campo, criar postos de trabalho e combater a fome. Até 2018, no Brasil, a reforma agrária estava sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (íncra). Em janeiro de 2019, o íncra – antes ligado à pasta da Casa Civil – foi transferido para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Refletindo sobre

As profundas desigualdades sociais marcam muitas sociedades atualmente. Você considera a sociedade brasileira desigual? Que aspectos você observou para chegar a essa conclusão? Converse com os colegas a respeito disso.


Respostas e comentários

Refletindo sobre

A partir do estudo da crise agrária romana, pretende-se fazer com que os alunos reflitam sobre a realidade social brasileira e problematizem a situação dos indivíduos que são desprovidos de moradia, saneamento básico, alimentação, educação e saúde de qualidade e lazer a fim de responderem à situação-problema proposta pela atividade.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (pê nádi) Contínua 2018, realizada pelo í bê gê É, apontou que apenas 29,9% de pretos ou pardos ocupavam cargos de gerência e que o rendimento médio mensal de pessoas pretas ou pardas ocupadas era de R$ 1um reais.608seiscentos e oito reais ante R$ 2dois reais.796setecentos e noventa e seis reais do de pessoas brancas.

A desigualdade revela-se também ao compararmos dados entre homens e mulheres. Segundo a pê nádi Contínua 2019, proporcionalmente, mais mulheres concluíram o nível superior em relação aos homens (19,4% contra 15,1%). Contudo, as mulheres são minoria no mercado de trabalho e na vida pública e possuem rendimento médio mensal inferior: no mesmo ano, as mulheres receberam 77,7% do rendimento dos homens.

Os temas relativos à desigualdade e à inclusão social têm sido constantemente abordados pelas mídias tradicionais e sociais e pelos movimentos coletivos que reivindicam direito à moradia e à terra, por exemplo. Os dados apresentados foram obtidos em: í bê gê É. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Estudos e pesquisas: informação demográfica e socioeconômica, Rio de Janeiro, número 41, 2019. Disponível em: https://oeds.link/RAzYmB; í bê gê É Educa jovens. Matérias especiais. Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/CKVFvb. Acessos em: 26 maio 2022.

Bê êne cê cê

A questão está relacionada às Competências gerais da Educação Básica nº 1 e nº 7.

Ampliando: a luta dos povos do campo no Brasil

“Os conflitos por terras marcam a história brasileira, em particular o século vinte reticências.

Importante destacar legislações que dão ênfase ao trabalho do pequeno agricultor, como é o caso da Lei número .11326, de 24 de julho de 2006, que estabelece diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais reticências.

São conquistas no âmbito da legislação que abrem espaço para políticas de valorização do trabalho dos povos do campo. São frutos das inúmeras lutas históricas dos movimentos sociais e das denúncias feitas por pesquisas de viabilidade econômica e social nos assentamentos da reforma agrária.”

SOUZA, Maria Antônia de. Educação do campo, desigualdades sociais e educacionais. Educação e Sociedade, Campinas, volume 33, número 120, página 750, 2012.

A política dos irmãos Graco

Com a expansão territorial, passou a haver grave desequilíbrio social em Roma, pois a riqueza se concentrou nas mãos dos grandes proprietários e dos grandes comerciantes. Diante disso, os plebeus, cada vez mais pobres, não conseguiam mais custear equipamentos de guerra, o que reduzia o número de soldados no exército romano. No século dois antes de Cristo, dois tribunos da plebe, Tibério Graco e Caio Graco, defenderam um projeto de reforma agrária com o objetivo de reduzir esse desequilíbrio.

Tibério Graco procurou validar uma antiga lei que limitava o tamanho das terras que um cidadão romano poderia possuir. Para isso, apresentou no Senado um projeto segundo o qual o Estado se apropriaria das terras que excedessem o limite determinado pela legislação e as distribuiria aos pobres. A lei foi aprovada, mas os grandes proprietários de terra não a aceitaram e promoveram uma revolta para que ela não fosse aplicada, mobilizando milhares de clientes. Tibério Graco e mais trezentos defensores da reforma agrária foram assassinados em razão do conflito.

Dez anos mais tarde, em 123 antes de Cristo, Caio Graco, irmão de Tibério, apresentou outro projeto de reforma agrária, que vigorou por algum tempo. Com o apoio do grupo dos cavaleiros, ele conseguiu ampliar a participação popular no governo e baratear o trigo para os pobres. Além disso, propôs estender a cidadania romana aos povos aliados na Península Itálica.

As propostas de Caio Graco também contrariaram os ricos proprietários de terras. Os senadores, temendo o rumo das reformas populares, começaram a conspirar contra o tribuno. Em novos conflitos, partidários de Caio Graco foram assassinados, e o tribuno pediu a um escravizado que o matasse para impedir seus inimigos de fazerem isso.

Fotografia. Dois pedaços irregulares de tabuletas. A superfície é lisa e completamente preenchida por textos.
Tabuletas romanas da léx atília repêtundárum, cêrca de 123-122 antes de Cristo Museu Arqueológico Nacional, Nápoles, Itália. Provavelmente criada pelo tribuno Caio Graco, a léx atília transferia dos senadores para os cavaleiros a tarefa de julgar as denúncias de crimes de extorsão nas províncias e de punir os agentes públicos acusados desses crimes.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Por que a expansão romana promoveu o aumento do número de escravizados?
  2. Quem formava a ordem equestre em Roma?
  3. De que maneira os pequenos proprietários foram afetados pela expansão romana?
  4. Qual foi a solução proposta pelos irmãos Graco para a crise social da República Romana no século dois antes de Cristo?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. A expansão romana teve como consequência o aprisionamento da população derrotada e, consequentemente, sua escravização.
  2. A ordem equestre era formada por plebeus enriquecidos principalmente pela ampliação do comércio no Mediterrâneo.
  3. Ao exercer a atividade de soldados, os pequenos proprietários deixavam de cultivar suas terras e, muitas vezes, perdiam a produção e acumulavam dívidas, o que os obrigava a se desfazer de suas propriedades.
  4. Os irmãos Graco propuseram uma reforma agrária por meio da limitação do tamanho da propriedade de terras que um cidadão romano podia acumular e pela redistribuição do excedente ao povo.

A importância das leis escritas

As leis escritas substituíram as orais e, embora não tenham solucionado os problemas sociais, impediram que as normas fossem manipuladas ou mudadas pelos poderosos de acordo com seus interesses. Essas leis foram, também, resultado de lutas sociais e do apoio da ordem equestre (cavaleiros). Uma vez escritas, não podiam mais ser ignoradas.

Ampliando: justiça social em Roma

“Os animais da Itália possuem cada um sua toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que combatem e morrem pela Itália estão à mercê do ar e da luz e nada mais: sem lar, sem casa, erram com suas mulheres e crianças. Os generais mentem aos soldados quando, na hora do combate, os exortam a defender contra o inimigo suas tumbas e seus lugares de culto, pois nenhum destes romanos possui nem altar de família, nem sepultura de ancestral. É para o luxo e enriquecimento de outrem que combatem e morrem tais pretensos senhores do mundo, que não possuem sequer um torrão de terra.”

PLUTARCO. Tibério Graco. In: Pínsqui, Jaime. 100 textos de história antiga. nona edição São Paulo: Contexto, 2009. página 20.

A crise da república

No século um antes de Cristo, Roma atravessava um período de grande instabilidade. Em todo o território ocorriam revoltas de escravizados e de povos que exigiam a ampliação de direitos ou buscavam se libertar do domínio romano. Para controlar os diversos conflitos, o Estado tornou-se cada vez mais dependente da atuação do exército, o que conferiu mais poder aos generais.

A profissionalização do exército, promovida em 107 antes de Cristo pelo general Mário, e o prestígio que os oficiais conquistavam com as vitórias em guerras contribuíram para que os militares se tornassem a maior fôrça política de Roma. Nessa condição, o general Mário, apoiado pela ordem equestre, entrou em conflito com o general Sila, que representava os interesses da ordem senatorial, iniciando-se em Roma uma prolongada guerra civil.

Os triunviratos

Para tentar pôr fim às disputas sangrentas pelo poder, os romanos criaram os triunviratos, isto é, governos compostos de três indivíduos, os triúnviros, que estabeleciam entre si uma aliança político-militar.

O Primeiro Triunvirato foi formado pelos generais Pompeu, Crasso e Júlio César. Crasso, enviado para o Oriente, morreu lutando contra adversários de Roma. Júlio César dirigiu-se para a Gália, venceu os gauleses, que impunham dura resistência ao avanço romano, e se afirmou como grande conquistador. A grande popularidade de César preocupou Pompeu, que, com apoio do Senado, tentou anular o poder do rival. No entanto, César enfrentou Pompeu com suas tropas, derrotando-o.

Depois disso, César concentrou poderes e passou a ocupar vários cargos simultaneamente, o que contrariava a tradição republicana. Em 46 antes de Cristo, ele recebeu o título de ditadorglossário vitalício. No governo, César distribuiu terras para os soldados, estimulou a ocupação das províncias romanas e promoveu a reforma do calendário e a doação de trigo aos pobres, o que lhe rendeu muito apoio popular.

Pintura. Em primeiro plano, um homem de cabelos claros e longos está montado em um cavalo branco. Ele está com os braços esticados para baixo, jogando suas espadas e lanças ao chão. À sua frente, um homem de manto vermelho com uma coroa de folhas douradas na cabeça está sentado. Ao redor deles diversos homens de túnica azul e soldados observam o homem montado a cavalo. No canto direito, próximo aos pés do homem de manto vermelho, um homem ajoelhado, sem camisa, com os braços amarados para trás e vários ferimentos no corpo.
Vêrtíndjêtórics depõe armas aos pés de Júlio César, pintura de liunél nôél ruaiê, 1899. Museu Crozatier, Le Puy-en-Velay, França. A conquista da Gália pelos romanos durou de 58 antes de Cristo a 52 antes de Cristo

Responda em seu caderno.

Explore

  1. Em que ano foi produzido o quadro Vêrtíndjêtórics depõe armas aos pés de Júlio César? Quanto tempo se passou entre a data do evento representado e a data da criação da pintura?
  2. O artista francês liunél nôél ruaiê criou uma versão idealizada do evento para glorificar a atuação do líder gaulês Vêrtíndjêtórics. Que elementos da pintura confirmam essa afirmação?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao abordar a crise agrária e a organização da vida social em Roma (educação, lazer, trabalho, justiça), contempla-se parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um seis.

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  1. O quadro foi produzido no ano de 1899; portanto, 1.951 anos após o evento representado.
  2. O líder gaulês ocupa o primeiro plano da imagem, em posição mais destacada que a de Júlio César; todos os personagens representados estão olhando para ele; Vêrtíndjêtórics depõe suas armas aos pés de Júlio César de maneira altiva, sem demonstrar abatimento, mantendo a cabeça erguida, como um vencedor, mesmo diante da derrota. No século dezenove, os franceses consideravam os gauleses seus ancestrais. Ao representar o líder gaulês, o pintor o caracterizou de fórma positiva.

Calendário juliano

Se achar necessário, retome a leitura do texto da seção “Leitura complementar” apresentada no capítulo 1 (página 22), que trata sobre a reforma do calendário promovida por Júlio César, relacionando o assunto com os conteúdos anteriormente estudados.

Ampliando: a Gália

“Toda a Gália está dividida em três partes, uma habitada pelos belgas, outra pelos aquitanos, a terceira por aqueles que nós chamamos gauleses reticências. Essas nações diferem entre si pela língua, pelos costumes e pelas leis. reticências São os belgas os mais valorosos desses povos; estranhos aos elegantes costumes e à civilização da Província Romana, não recebem, do comércio exterior, os produtos de luxo que contribuem para enfraquecer a coragem; além disso, vizinhos dos germanos que vivem do outro lado do [Rio] Reno, estão continuamente em guerra com eles. Pela mesma razão, os helvécios superam em valor os demais gauleses: lutam, cotidianamente, com os germanos para repeli-los, ou para invadir seu território.”

JÚLIO CÉSAR. Guerra das Gálias. In: Pínsqui, Jaime. 100 textos de história antiga. nona edição São Paulo: Contexto, 2009. página 128.

O fim da República Romana

Os senadores romanos, convencidos de que Júlio César pretendia dar um golpe e restaurar a monarquia, organizaram uma conspiração contra o magistrado que culminou com seu assassinato em 44 antes de Cristo Os senadores procuraram justificar o ato alegando que defendiam a república, mas a população rebelou-se e não permitiu que eles assumissem o poder. Formou-se, então, o Segundo Triunvirato, composto de três generais leais ao governante morto: Marco Antônio, Lépido e Otávio, sobrinho de César e adotado por ele como filho. Marco Antônio ficou responsável pelo contrôle do Oriente, enquanto Otávio assumiu o comando do Ocidente. Lépido, por sua vez, tornou-se pontífice máximo, cargo mais importante da religião romana.

Os integrantes do novo triunvirato, porém, logo entraram em conflito, e os generais do Oriente e do Ocidente passaram a disputar o poder. Em 31 antes de Cristo, Otávio venceu os exércitos de Marco Antônio e de Cleópatra, rainha do Egito, que havia se aliado a ele. Quando retornou a Roma, Otávio foi saudado com todas as honras e recebeu do Senado, em 27 antes de Cristo, os títulos de Augusto, que significa “venerado”, de príntxéps sênátus (primeiro dos senadores) e de Imperátor, ou seja, comandante absoluto do exército. A subida de Otávio ao poder marcou o fim da república e o início do Império Romano.

Legionário – soldado do exército romano

Ilustração. Legionário, soldado do exército romano. Veste armadura feita por camadas sobrepostas e presas por fivelas douradas. Veste um saiote vermelho com um cinto dourado. Usa um capacete que protege toda a cabeça e o rosto, deixando apenas boca, olhos e nariz à mostra. Utiliza diversos acessórios, explicados por meio de textos. Na cintura tem pendurada uma pequena espada. Junto a ela o texto: O gladio, a espada curta, servia para apunhalar o inimigo. Nos pés, sandálias. Junto a elas o texto: A sandália, de couro, possuía cravos de ferro na sola. Com uma das mãos apoia uma haste de madeira. Na ponta dela, picareta e utensílios pendurados. Junto a esses utensílios o texto: Os equipamentos e os mantimentos do legionário ficavam com ele no acampamento militar. Na outra mão carregava uma haste cilíndrica e pontiaguda. Junto a ela o texto: O dardo, ou pilum, que podia ser arremessado para atacar o inimigo à distância. Com a mesma mão segura um grande escudo vermelho, com um brasão dourado desenhado. Junto a ele o texto: O escudo, feito de madeira, era forrado com couro.
Ilustração de Roko representando legionário romano. Criação de 2015 com cores-fantasia.

Fonte: GANERI, Anita. Como seria sua vida na Roma antiga? São Paulo: Cipiône, 1996. página 37.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Como se explica o aumento da importância dos generais na vida política romana?
  2. O que foram os triunviratos?
  3. Como Otávio tornou-se imperador de Roma?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. A necessidade de conter revoltas nos territórios conquistados por Roma, o aumento do prestígio em razão das vitórias em guerras e o contrôle sobre legionários explicam o aumento do poder político dos generais romanos.
  2. Os triunviratos foram governos constituídos por três pessoas. Foram instituídos para tentar evitar a eclosão de guerras civis como as que ocorreram entre os partidários de Mário e Sila.
  3. Otávio tornou-se imperador após um período de forte instabilidade, quando enfrentou e venceu Marco Antônio e a rainha egípcia Cleópatra. Em seguida, o Senado aprovou o aumento de seus poderes.

A vida cotidiana em Roma

As cidades eram o principal centro da vida cultural, econômica e política da civilização romana. Nelas ocorriam atos cívicos, cerimônias religiosas e atividades comerciais.

Acredita-se que na cidade de Roma viviam cêrca de 1 milhão de pessoas vindas de diferentes partes do império: da Ásia, da África e de outras regiões da Europa.

Em Roma, a ocupação do espaço expressava as diferenças sociais. A aristocracia patrícia e os grupos enriquecidos com as conquistas moravam, em geral, nas colinas, especialmente nos montes Aventino e Palatino, em residências amplas e decoradas com mosaicos e relevos.

A população pobre vivia nos vales, em prédios divididos em aposentos mínimos. Comparados às residências das elites, eles apresentavam pouco conforto, problemas graves de saneamento e risco de incêndio.

Festividades e entretenimentos

Na cidade de Roma existia uma rede de diversões, que incluía combates de gladiadoresglossário até espetáculos teatrais e corridas de carros puxados por cavalos. Durante a república, esses eventos eram geralmente realizados em datas religiosas importantes. Na época do império, contudo, muitos deles passaram a ser patrocinados pelo Estado com o objetivo de entreter a multidão ou por pessoas ricas que desejavam conquistar popularidade para se eleger a algum cargo público.

As cidades romanas também contavam com termas (locais para banhos públicos), em que havia piscinas e saunas. O maior prazer dos romanos, contudo, era assistir a corridas de carros puxados por cavalos e a lutas entre gladiadores. Desses espetáculos participava toda a sociedade, desde o magistrado principal até o plebeu mais pobre. Um dos mais frequentados locais de entretenimento era o Circo Máximo, destinado às corridas de bigasglossário e de quadrigasglossário . Com 620 metros de comprimento, ele podia receber 250 mil espectadores.

Mosaico. Três homens dentro de um carro de madeira de duas rodas, puxado por quatro cavalos.
Mosaico romano retratando corrida de quadrigas, século três. Museu Arqueológico Nacional, Madri, Espanha.

Respostas e comentários

Atividade complementar

Proponha uma atividade de pesquisa sobre a arquitetura e a organização das cidades romanas. Divida os alunos em pequenos grupos para procurar textos e imagens sobre o tema. Proponha-lhes, entre outras, as seguintes questões para orientar a pesquisa.

  • Que elementos eram característicos das antigas construções romanas?
  • A cidade tinha uma organização similar à que conhecemos atualmente?
  • Quais são as principais diferenças entre as cidades modernas e a cidade de Roma?

O resultado da pesquisa poderá ser apresentado por meio de isláidis com imagens, vídeos e áudios, por exemplo. Caso na escola não exista sala de informática ou computadores para a apresentação, ela poderá ser feita por meio de cartazes. A atividade é importante para que os alunos desenvolvam habilidades relativas ao método científico, como pesquisa e seleção de fontes e informações relevantes sobre um tema, organização e sistematização dos dados levantados e comunicação dos resultados.

As crenças religiosas

A religião romana passou por muitas mudanças ao longo do tempo. Originalmente, as crenças estavam centradas nos espíritos da natureza, com os quais os romanos deviam manter sempre boas relações. Com o tempo, três deuses começaram a se destacar: Júpiter, deus dos céus (associado ao deus grego Zeus), Marte, deus da guerra (correspondia ao deus grego Ares), e Quirino, que representava o povo romano.

Do contato com os gregos, no século quatro antes de Cristo, os romanos assimilaram muitas tradições da mitologia helênica. Divindades gregas receberam outros nomes e passaram a ser cultuadas pelos romanos. No entanto, diferentemente da tradição grega, os deuses romanos não eram associados a disputas nem a relacionamentos com os humanos.

Os romanos também cultuavam deuses do lar. Os cultos domésticos eram dirigidos pelos pais das famílias e incluíam a adoração aos deuses Lares (protetores do lar e do campo), Manes (alma dos antepassados) e Penates (protetores da alimentação dos animais).

Escultura. Imagem esculpida em alto relevo. Homens de túnicas compridas aglomerados se entreolhando. Na frente deles um porco, uma ovelha e um boi.
Relevo representando o sacrifício de um porco, de um carneiro e de um boi em homenagem ao deus Marte, século um. Museu do Louvre, Paris, França.
A condição das mulheres

Embora tivessem uma posição social mais elevada que as atenienses, as mulheres romanas não possuíam direitos políticos nem podiam votar. A sociedade atribuía a elas os papéis de esposas, conselheiras e mães.

As mulheres pobres podiam trabalhar ao lado dos maridos ou administrar negócios próprios. Além disso, a participação feminina era aceita em certas festas e atividades públicas. Algumas mulheres chegavam a adquirir propriedades rurais.

As mulheres romanas costumavam tingir os cabelos de loiro e maquiar os olhos com grafite ou açafrão. As tinturas eram feitas com sebo de carneiro e cinzas. No caso de cabelos muito escuros, era comum o uso de perucas, feitas com cabelos de mulheres germânicas ou gaulesas.

As romanas também apreciavam os perfumes, que podiam ser feitos de rosas, flores da manjerona ou açafrão. As mais ricas preferiam aromas obtidos da mistura de vários ingredientes, como a mirra, a canela, a amêndoa e o bálsamo, alguns deles importados do Oriente.

Pintura. Mulher de perfil. Veste um longo e largo vestido. Seu rosto é pequeno e o nariz fino. Tem os cabelos curtos e enfeitados com folhas. Seu rosto está inclinado em direção a uma tela.
Afresco encontrado nas ruínas de Pompeia representando uma mulher pintando, século um. Museu Arqueológico Nacional, Nápoles, Itália.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao abordar o papel da mulher na sociedade romana, contempla-se parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um nove.

Mulheres romanas

Na Roma antiga, a mulher exercia diversos papéis sociais e, embora tivesse como função primordial o zêlo doméstico e a procriação, há exemplos, na história romana, de luta feminina por liberdade política.

A historiadora Maria Luiza Corassin, em seu artigo “Manifestações de protesto em Roma: a participação feminina” (In: Clássica, Belo Horizonte, nº 1, 1992, página 109-115), apresenta duas situações registradas por Tito Lívio, Apiano e Valério Máximo em que mulheres romanas enfrentaram tribunos e cônsules para reivindicar seus direitos. Embora esses enfrentamentos tenham sido episódicos e a pauta de reivindicações fosse bastante específica, para Corassin eles sinalizavam consciência política, pois os argumentos apresentados operavam no campo da política e dos direitos e deveres que cabiam aos cidadãos romanos.

Outros terrenos abertos à participação das mulheres, como os jogos e as arenas, também eram espaços de cidadania previstos na ordem política romana. Nota-se, portanto, que as mulheres tinham espaços de participação na vida romana além do ambiente doméstico.

Ampliando: famílias nada tradicionais

“Os romanos não tinham um termo específico para designar o que chamamos ‘família’. A palavra família englobava todos aqueles que viviam sob a autoridade do pater familias, crianças e adultos, homens e mulheres, livres e escravos. Empregavam também a palavra domus (casa), que representava todos que moravam em uma mesma habitação.

Em Roma existiam três estruturas distintas: a família nuclear, a tríade pai-mãe-filho; a família ampliada – várias gerações que coabitavam sob a autoridade do patriarca; e finalmente a família múltipla, que congregava pessoas e outras famílias nucleares unidas por contratos de casamento.

Nas classes médias e populares, as famílias eram muito mais estáveis do que na aristocracia. Nas inscrições funerárias há elogios frequentes às mulheres que viveram em paz com seus maridos durante 20, 30, até 60 anos. Mas também existiram famílias reconstituídas. A morte de um dos cônjuges levava o sobrevivente a assumir uma nova união. Alguns documentos mencionam mulheres que foram casadas várias vezes.

Já nas classes dominantes, o casamento era equivalente a um acordo político. Não significava uma aliança afetiva, mas obedecia, na maior parte das vezes, às flutuações táticas das fôrças atuantes.”

sále catrín. Famílias nada tradicionais. História Viva, edição 59, página 46, setembro 2008.

A educação das crianças

Como acontecia na Grécia, a educação das crianças romanas variava de acordo com o grupo social e o sexo. Os filhos dos aristocratas aprendiam a ler e a escrever em latim e grego. Além disso, estudavam história, geografia, matemática, agricultura, astronomia, religião, retóricaglossário e arquitetura. As mães ensinavam as meninas a fiar, a tecer e a cozinhar. As meninas também recebiam lições de cálculo, leitura e escrita até por volta dos 13 anos de idade.

As crianças pobres não tinham muito tempo para estudar. Aquelas que conseguiam frequentar a escola recebiam alguma instrução em leitura e escrita. A maioria delas trabalhava para ajudar no sustento da família e aprendia um ofício manual, como a marcenaria e a carpintaria.

Escultura. Imagem de crianças esculpida em alto relevo, em mármore. Elas usam túnicas. Algumas estão olhando para o lado. Outras estão inclinadas, com a mão à frente do corpo, como se arremessassem algum objeto.
Detalhe de relevo em sarcófago representando crianças romanas brincando, cêrca de 170-180. Museu de História da Arte, Viena, Áustria.

Saiba mais

A adoção em Roma

Em Roma, a adoção era uma prática frequente. Leia o trecho de um texto escrito pelo historiador pôu vêine sobre o assunto.

Há dois meios de se ter filhos: gerando-os ou adotando-os; este podia ser um modo de impedir a extinção de uma estirpeglossário e também de adquirir a condição de pai de família exigida por lei dos candidatos a honras públicas e aos governos das províncias: tudo que o casamento propicia é propiciado igualmente pela adoção. Assim como um testador tornava seu continuador aquele a quem instituía herdeiro, assim também, ao adotar um jovem bem escolhido, elegia-se um sucessor digno de si.

veine pou. O Império Romano. In: Arriés Filíp; dubí jórj direção História da vida privada: do Império Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. volume um, página 28.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Compare a situação da mulher romana com a da mulher ateniense na Antiguidade.
  2. Compare a educação dada às meninas em Roma com a que as meninas recebiam em Atenas durante a Antiguidade.

Respostas e comentários

Atividade complementar

Reproduza o trecho do texto de catrín sále e peça aos alunos que comparem as concepções de família e as relações familiares na Roma antiga e na atualidade. Espera-se que identifiquem que ainda hoje temos a noção de família nuclear e de família ampliada. Contudo, a concepção de núcleo familiar transformou-se e hoje é entendida como pessoas unidas por laços afetivos ou ancestralidade, podendo corresponder a pai, mãe e filho, a mães e filhos, avós, e a famílias multiparentais, entre outras. Além disso, os membros da família nuclear podem ou não habitar o mesmo espaço, como no caso de pessoas que saem para trabalhar ou estudar em outras cidades e retornam ao seio familiar regularmente. Da mesma fórma, a noção de família ampliada ainda existe, mas não necessariamente relacionada à figura de um patriarca.

Bê êne cê cê

Ao abordar transformações nas estruturas sociais e valorizar a diversidade, a atividade permite o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 9 e da Competência específica de História nº 2, respectivamente. Além disso, permite a abordagem do tema contemporâneo transversal Vida familiar e social.

Recapitulando

  1. Embora em Roma seu papel também fosse o de esposa e mãe, e não lhes fossem concedidos direitos políticos, as mulheres romanas tinham mais autonomia do que as atenienses, podendo participar de festividades públicas e assumir propriedades.
  2. Assim como em Atenas, na Roma antiga a educação variava de acordo com o grupo social e o gênero. Geralmente, apenas as crianças ricas tinham acesso à educação formal. Diferentemente do que ocorria em Atenas, onde as meninas eram educadas para as atividades domésticas, em Roma elas eram alfabetizadas e recebiam lições de cálculo.

A escravidão em Roma

Na Antiguidade, a prática da escravidão era amplamente difundida. Em Roma, assim como na Grécia, os escravizados e seus filhos podiam ser vendidos, comprados ou alugados. A condição de cativo era hereditária, ou seja, passava de pai para filho.

No período da fundação de Roma, havia poucos escravizados, que trabalhavam principalmente em atividades agrícolas e na criação de animais. Eles eram prisioneiros de guerra ou pessoas que não tinham como quitar suas dívidas. A escravidão por dívidas foi suspensa a partir do século quatro antes de Cristo

Com a expansão romana, o número de escravizados aumentou. Eles foram utilizados nos mais variados tipos de trabalho: na mineração, na agricultura, nos trabalhos domésticos, no comércio etcétera Escravizados também atuavam como gladiadores, músicos, pedagogos, poetas e filósofos. Nas atividades em que era necessário estabelecer laços de confiança com o senhor, os cativos podiam receber uma comissão e até comprar a liberdade. Um escravizado liberto por um cidadão romano podia tornar-se cidadão.

História em construção

A revolta de Espártaco

Espártaco nasceu na Trácia, região ao norte da Grécia, por volta de 113 antes de Cristo, onde trabalhou como pastor e soldado. Por deixar o exército, foi escravizado e vendido a uma escola de gladiadores. Em 73 antes de Cristo, liderou a última grande revolta escrava do mundo romano, reunindo cêrca de 90 mil escravizados sob seu comando. As autoridades romanas precisaram mobilizar 10 legiões para derrotar os rebeldes. Leia um relato sobre essa revolta escrito por Orósio, historiador e teólogo que viveu entre os séculos quatro e cinco na Hispânia romana, atual Espanha.

No ano [73 antes de Cristo], 74 gladiadores fugiram da escola de nêus lentúlus. Imediatamente, sob a chefia dos gauleses crícsus e Oenomaus e do trácio Espártaco, apoderaram-se do Monte Vesúvio. reticências em pouco tempo, juntaram uma tropa de 10 mil homens crícsus e 30 mil Espártaco reticências. reticências [Depois de vários combates e de grande morticínio de escravizados revoltados] os outros [escravizados] erravam à aventura e acabaram por cair nas muitas armadilhas que lhes estabeleceram uma multidão de generais, e foram esmagados.

ORÓSIO. Histórias. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1977. página 95.


Escultura. Homem jovem, cabelos penteados para trás. Os braços são musculosos. Tem lábios finos. Está com os braços à frente do corpo. Com uma das mãos segura uma faca.
Escultura representando Espártaco, produzida em 1830. Museu do Louvre, Paris, França.

Responda em seu caderno.

Questões

  1. Orósio foi testemunha ocular da revolta que relata?
  2. Como Orósio pode ter obtido informações sobre a revolta liderada por Espártaco?
  3. A descrição de Orósio pode ser considerada uma fonte histórica? Se sim, que cuidados devem ser tomados ao utilizá-la?

Responda em seu caderno.

Recapitulando

20. O que podia acontecer ao escravizado após a sua libertação por um cidadão romano?


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao caracterizar a escravidão no mundo romano, contempla-se parcialmente a habilidade ê éfe zero seis agá ih um sete.

Recapitulando

20. Após ser liberto, um escravizado podia se tornar cidadão.

História em construção

  1. Não, pois nasceu mais de quatrocentos anos após o fato relatado.
  2. Orósio pode ter obtido informações sobre a revolta por meio de outros textos de época ou de relatos transmitidos oralmente.
  3. Sim, a descrição de Orósio pode ser considerada fonte histórica. No entanto, sua utilização, como a de qualquer outra fonte, requer alguns cuidados, como, por exemplo, confrontar esse relato com outras fontes e estudar as análises de outros historiadores sobre o tema. Comente com a turma que a narrativa de qualquer evento histórico é influenciada pela percepção do narrador.

Bê êne cê cê

Ao trabalhar com os processos de construção da narrativa historiográfica e com a reflexão sobre fontes históricas, problematizando-as, a seção contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História nº 6.

Direito romano

Nos primeiros séculos da história de Roma, o direito era ditado pelos costumes e estava intimamente ligado à religião. O Estado só intervinha na relação entre os cidadãos em casos extremos, e os conflitos eram resolvidos entre os envolvidos. O rei podia propor leis que, para serem validadas, precisavam ser aprovadas em Assembleia e ratificadasglossário pelo Senado. Essas leis, porém, só diziam respeito a situações específicas.

Foi somente na República Romana, especialmente com a aprovação da Lei das Doze Tábuas, em 450 antes de Cristo, que o direito romano começou a se organizar de maneira mais formal. As leis romanas passaram a regular a atividade política, a vida dos cidadãos e dos estrangeiros e as relações destes com os romanos. Uma característica do direito romano era a preocupação em proteger a propriedade privada.

O direito dividia-se entre público e privado. O direito público dizia respeito às magistraturas e às diferentes instituições políticas de Roma. Já o direito privado regia as relações entre os cidadãos em diferentes esferas, como propriedade, família e comércio.

A influência do direito romano sobre os direitos nacionais europeus e o sistema jurídico nos países latino-americanos perdura até hoje. Ele inspirou a criação de diversos códigos de lei modernos, como o Código Civil francês (1804) e o Código Civil alemão (1900).

Escultura. Imagem esculpida em alto relevo. Casal de mãos dadas. Ambos usam longas túnicas. Entre eles, na frente uma criança pequena. Ela está nua e segura uma pequena tocha nas mãos.
Detalhe de relevo em sarcófago representando casal romano, século dois. Gliptoteca, Munique, Alemanha. As questões relacionadas ao casamento e à família eram regidas pelo direito privado em Roma.

Conexão

asterics e obelics contra César

Países: França, Alemanha e Itália

Direção: clôd zidí

Ano: 1999

Duração: 109 minutos

Em 50 antes de Cristo, os personagens asterics e obelics vivem em uma aldeia da Gália (atual França) e lutam para defender a vila dos ataques romanos. Para isso, contam com uma arma secreta: uma poção mágica que dá aos gauleses uma fôrça gigantesca. A história desses gauleses é inspirada nas batalhas da conquista da Gália pelo exército de Júlio César


Cena de filme. Diversos homens correndo em um campo gramado. À frente, Asterix, homem de estatura baixa, com o cabelo curto e avermelhado. Usa um colete marrom e calça vermelha. Ele está com a boca aberta. Ao lado dele, Obelix, homem alto e barrigudo. Tem o cabelo avermelhado e arrumado em longas tranças. Veste um colete aberto e uma calça de cintura bem alta, com listras azuis e brancas.
Cena do filme asterics e obelics contra César, dirigido por clôd zidí, 1999.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

21. Qual era a diferença entre direito público e direito privado em Roma?


Respostas e comentários

Recapitulando

21. O direito público referia-se às magistraturas e às diferentes instituições políticas de Roma. Já o direito privado regia as relações entre os cidadãos e legislava sobre diversas esferas, como propriedade, família e comércio.

Conexão

O filme é uma adaptação para cinema dos quadrinhos criados por renê gôciní e albért uderzo, que narram com humor a história das investidas de Roma à Gália.

asterics e obelics contra César conta a história de uma aldeia gaulesa que resistia à dominação romana, negando-se a pagar impostos para Roma. Diante das tentativas fracassadas dos romanos em submeter a aldeia, Júlio César decide ir até lá com suas legiões. O plano estabelecido para derrotar os gauleses era capturar o druida panorámics e o valente guerreiro obelics.

Para analisar o filme, pode-se solicitar aos alunos que comparem o exército gaulês ao romano, destacando o fato de que o último era composto de soldados profissionais.

Pergunte aos alunos: quais foram as impressões deles em relação às tropas comandadas por Júlio César? Qual seria o interesse de Roma em conquistar o território gaulês? Qual foi o custo de manter as tropas nessa incursão?.

O filme possibilita ainda que se explore a questão do entretenimento entre os romanos com base nas perguntas: Qual era a formação da plateia? Como se comportava essa plateia? Que lugar era ocupado pelas autoridades romanas?. Por fim, podem-se apontar as disputas que envolviam o exercício do poder em Roma no final do período republicano.

Enquanto isso…

O povo celta

Os primeiros fragmentos que os arqueólogos encontraram da cultura celta datam de cêrca de 800 antes de Cristo, ou seja, mesmo período em que Roma é fundada. Nessa época, os celtas formavam um conjunto de tribos espalhadas entre os rios Reno e Danúbio, no sudoeste da atual Alemanha. Eram povos guerreiros que utilizavam o cavalo com muita habilidade. Isso lhes deu ampla vantagem comercial e bélica em relação aos povos vizinhos. É provável que essa vantagem tenha permitido a expansão dos celtas por várias regiões da Europa e pela Ásia Menor.

O povo celta nunca formou um Estado centralizado como os romanos. Viviam em um ambiente rural e sua economia baseava-se na agricultura e no pastoreio. As ferramentas que eles produziam para uso no campo eram refinadas e muito eficientes para o cultivo de trigo, cevada e aveia. O comércio e os saques resultantes das guerras também eram fontes de riqueza importantes para os celtas.

Nas florestas, locais sagrados para os celtas, as cerimônias religiosas eram conduzidas pelos druidas, sacerdotes com muito poder político, que eram responsáveis por guardar e ensinar as tradições e aplicar a justiça. A sabedoria dos druidas era transmitida oralmente, por meio de cânticos, poemas ou histórias. Por isso, eles estavam sempre acompanhados pelos bardosglossário .


Fotografia. Escudo dourado, de formato retangular com as extremidades arredondadas. Tem desenhado três círculos. O círculo central é maior. Dentro de cada um deles, arabescos e pedras brilhantes.
Escudo de bronze celta produzido entre os séculos dois e um antes de Cristo encontrado no Reino Unido. Museu Britânico, Londres, Reino Unido.

A expansão celta na Europa

Mapa. A expansão celta na Europa. Destaque para o continente europeu. Legenda:
Em rosa: Celtas primitivos, século oito antes de Cristo.
Em laranja: Principal área de povoamento e influência celta em 200 antes de Cristo.
Diferentes setas verdes indicam as  principais migrações celtas. Seta contínua: principais rotas para passagem e povoamento. Seta tracejada: Penetração de povos de língua celta - séculos oito antes de Cristo e sete antes de Cristo. Seta de fundo claro: Introdução céltica - século quatro antes de Cristo.
No mapa, os celtas primitivos localizam-se entre a Gália e a Germânia, em área parcial das atuais França, Alemanha e Suíça. A principal área de povoamento e influência celta em 200 antes de Cristo abrange toda a região centro-leste da Europa, em territórios hoje pertencentes à França, Países Baixos, Alemanha, Bélgica, República Tcheca, Itália, Suíça, Áustria, Eslovênia, Hungria, Eslováquia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia e Bulgária, e a região da Galácia, atual Turquia, na Ásia Menor. As principais rotas para passagem e povoamento celta partem da Trácia, na atual Bulgária, para a Galácia, em 276 antes de Cristo. Da Trácia para Macedônia, na Península Balcânica. Do norte da Trácia em direção ao leste europeu. Da região central da Europa para Roma em 390 antes de Cristo, avançando até o sul da Península Itálica. A penetração de povos de língua celta partiu da região central da Europa em direção à Hispânia, atuais Portugal e Espanha, na Península Ibérica. A introdução céltica, no século quatro antes de Cristo, partiu do norte da Europa para a ilha da Bretanha, atual Reino Unido.
No canto direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 360 quilômetros.

Fonte: parquer djéfri (edição). Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995. página 84.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Qual era a importância da guerra para os celtas?
  2. Com base no mapa da expansão celta na Europa, identifique as regiões desse continente provavelmente marcadas pela antiga cultura celta.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao analisar os celtas, a seção “Enquanto issoreticências” contribui para o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas nº 5.

Enquanto issoreticências

  1. A guerra era uma fonte de renda para os povos celtas.
  2. De acordo com o mapa, os celtas espalharam-se por quase toda a Europa. Ao compará-lo com um mapa político atual, pode-se identificar a presença celta nos territórios em que atualmente se localizam o Reino Unido, países de origem eslava, Portugal, a Espanha, a França, os Países Baixos, a Bélgica, a República Tchéca, a Suíça, a Áustria, a Eslovênia, a Alemanha, a Hungria e a Eslováquia, além de no norte da Península Balcânica.

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

  1. Sobre a expansão territorial romana, responda às questões.
    1. Que instituição romana foi essencial na conquista de novas terras?
    2. É correto afirmar que as conquistas possibilitaram o intercâmbio cultural entre Roma e suas províncias? Dê exemplos.
  2. Transcreva em seu caderno os acontecimentos de acordo com a sequência cronológica.
    1. Otávio derrotou as forças de Marco Antônio e Cleópatra e concentrou poderes em suas mãos com autorização do Senado.
    2. Cartago foi derrotada nas Guerras Púnicas e Roma iniciou um vigoroso processo de expansão pela região do Mediterrâneo.
    3. Uma revolta de escravizados se espalhou pela Península Itálica mobilizando milhares de cativos contra o poder de Roma.
    4. Eleito tribuno da plebe, Tibério Graco propôs leis que beneficiavam os camponeses.
    5. Foi autorizado o casamento entre pessoas de famílias plebeias e patrícias.
    6. Os romanos derrubaram o último rei etrusco e instauraram a república.
  3. O texto a seguir trata de alguns aspectos da condição de escravizado no final da república e início do império em Roma.

O escravo é inferior por natureza, não importa quem seja e o que faça; isso acompanha uma inferioridade jurídica. reticências Os romanos estavam tão seguros de sua superioridade que consideravam os escravos como crianças grandes; geralmente os chamavam de ‘pequeno’, ‘menino’ (pais, puer) mesmo quando eram velhos. reticências Criaturinhas sem importância social reticências, seus amores e proles são como os dos animais de um rebanho: o dono ficará contente de ver o rebanho crescer, só isso.

veine pou. O Império Romano. In: Arriés Filíp; dubí jórj direção História da vida privada: do Império Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. volume 1, página 68-70.

  1. Por que o escravizado, independentemente de quem fosse ou do que fizesse, era considerado inferior na sociedade romana?
  2. Qual é o tipo de comparação que o autor do texto faz entre os escravizados e as crianças em Roma?
  3. Por que a esposa e os filhos de um escravizado representavam o aumento do rebanho do senhor? Explique.

Aluno cidadão

  1. A alimentação dos romanos se diversificou e foi muito influenciada pela culinária de outros povos. Os patrícios dispunham de mais recursos para ter uma alimentação variada, com carnes (peixes, porcos, cordeiros, aves), legumes e verduras diversas, azeites, cereais, vinhos, queijos, ovos, frutas do Oriente (damasco, melancia, romã, pêssego) etcétera Já os plebeus se alimentavam de um tipo de mingau de trigo ao qual podiam adicionar pedaços de carne, além de ovos, queijo, verduras e legumes cultivados em suas hortas e, em alguns casos, de carnes de animais que criavam (como galinhas, bodes e vacas). O pão também estava presente na mesa romana.
    1. Havia diferença de hábitos alimentares entre patrícios e plebeus?
    2. Que diferenças e semelhanças você nota entre a alimentação dos romanos antigos e o hábito alimentar das pessoas do município e do estado em que você mora?
    3. Você consome algum alimento que considera pouco saudável? Por quê?
    4. Em 2020, 15,9% dos menores de 5 anos e 31,8% das crianças entre 5 e 9 anos tinham sobrepeso, e, dessas, 7,4% e 15,8% apresentavam obesidade, respectivamente, algo prejudicial ao crescimento saudável. Debata com os colegas: que hábitos podem ser adotados para evitar a obesidade infantil?

Respostas e comentários

Atividades

    1. O exército.
    2. Sim. Os romanos levaram para as províncias o latim vulgar, seu estilo arquitetônico, o direito, as práticas comerciais etcétera Das províncias, os romanos importaram costumes, crenças e valores: por exemplo, da Grécia, as divindades, a filosofia e os padrões de arte e ensino; das côrtes helenísticas do Oriente, o luxo e os cultos a Ísis, Osíris e Mitra. Tanto nas províncias quanto em Roma houve uma síntese entre o que veio de fóra e as tradições locais.
  1. A sequência cronológica é: f) 509 antes de Cristo; e) 445 antes de Cristo; b) 146 antes de Cristo; d) 133 antes de Cristo; c) 73 antes de Cristo; a) 31 antes de Cristo
    1. O escravizado, por sua condição, era considerado inferior por natureza pelos romanos. Para eles, a escravidão era natural e regulamentada por lei, não havendo nenhum impedimento para tratar o escravizado como mercadoria, castigá-lo ou mesmo executá-lo.
    2. Os escravizados, assim como as crianças, não respondiam por si e estavam sob a tutela de pais ou senhores. Ambos eram considerados inferiores, sem importância social. Suas opiniões e vontades não eram dignas de ser consideradas.
    3. Sendo o escravizado uma mercadoria, que podia ser comercializada, não cabia ao cativo constituir família – pelo menos não o modelo de família reconhecido pela lei. A escravidão era hereditária, de modo que o filho do escravizado era propriedade do senhor. Por essa razão, a prole do escravizado representava para o senhor a multiplicação de seu patrimônio.
    1. A alimentação dos patrícios era mais variada e completa, com vários tipos de carnes, legumes e verduras, ao passo que os plebeus se alimentavam de um tipo de mingau de trigo.
    2. Espera-se que os alunos reflitam sobre os hábitos alimentares contemporâneos, identificando mudanças e permanências em relação aos hábitos alimentares romanos.
    3. Alguns exemplos de alimentos pouco saudáveis são os refrigerantes, os embutidos e os ultraprocessados.
    4. Espera-se que os alunos reflitam sobre o que causa a obesidade infantil e o que pode ser feito para combatê-la, como evitar o consumo de alimentos industrializados (excessivamente doces ou salgados e repletos de conservantes), comer porções adequadas e fazer exercícios físicos.

Bê êne cê cê

A atividade aborda a obesidade infantil, que está relacionada ao tema contemporâneo transversal Educação alimentar e nutricional.

Conversando com arte

5. Observe as imagens e responda às questões.

Fotografia 1. Escultura. Três pessoas sobre um altar. Todas vestem túnicas compridas. Na parte de baixo do altar inscrições. A escultura é toda decorada nas extremidades por arabescos.
Fotografia 2. Escultura. Imagem de um homem forte de cabelos e barba grandes e cacheados. Está com a parte superior do corpo descoberta. Seu corpo tem formas e proporções realistas. Uma mão está na cintura e a outra está no alto, segurando um feixe.
1. Altar romano dedicado a Lares, século dois antes de Cristo, Museu da Civilização Romana, Roma, Itália; 2. Júpiter de Esmirna, escultura em mármore, século dois antes de Cristo Museu do Louvre, Paris, França.
  1. Quais influências da cultura grega é possível observar na imagem 2?
  2. Das imagens, qual representa a religião da família e qual representa a da vida pública?
  3. Que característica importante da religiosidade do período é evidenciada na representação de figuras como essas? Justifique sua resposta.

Você é o autor

6. Os franceses albért uderzo e renê gôciní criaram, em 1959, dois personagens até hoje famosos no mundo dos quadrinhos: asterics e obelics. Partindo da história da resistência gaulesa às investidas romanas na Idade Antiga, os dois trataram com muito humor de temas políticos e culturais de seu tempo. Nos quadrinhos, obelics apresentava incrível capacidade de resistência devido a uma fórmula mágica secreta preparada pelo druida de sua aldeia, em que ele caiu quando era um garotinho. Observe.

Tirinha em três quadros. Asterix é um homem de estatura baixa, nariz grande. Usa um chapéu com duas asas. Obelix é um homem grande e barrigudo. Usa calça de cintura alta. Ela tem listras azuis e brancas. Ele tem os cabelos longos e vermelhos, arrumados em duas tranças.
Quadro 1. Asterix e Obelix estão conversando com um homem de blusa verde, calça azul e um chapéu com dois pequenos chifres nas laterais. O homem diz: QUE FORÇA! ELE DEVE ISSO À MÁGICA POÇÃO? Asterix responde: SIM, OBELIX CAIU NUM CALDEIRÃO DE POÇÃO MÁGICA QUANDO ERA BEBÊ!  Obelix retruca: PRONTO! TINHA QUE CONTAR!
Quadro 2. Gesticulando com as mãos, o homem continua falando. JUSTAMENTE, PRIMO ASTERIX, NÓS NECESSITAMOS DA MÁGICA POÇÃO PARA COMBATER OS ROMANOS EXÉRCITOS.
Quadro 3. Asterix andando diz: VENHA, CINEMAX. VAMOS CONVERSAR COM ABRACURCIX, NOSSO CHEFE! Obelix pergunta para o homem: POR QUE É QUE VOCÊ DIZ TUDO AO CONTRÁRIO? O homem responde com uma pergunta: EU PEÇO O SEU PERDÃO?
Tirinha da obra asterics entre os bretões, escrita por R. Goscinny e ilustrada por A. Uderzo, publicada no Brasil em 1985.

Agora, junte-se a um colega para criar uma história em quadrinhos inédita. Imaginem as situações que seriam vividas na história, com quem os personagens se relacionariam e como se comportariam. Retomem a leitura do capítulo para extrair o contexto da história e caracterizar os personagens.


Respostas e comentários
    1. O deus representado na imagem (Júpiter, deus dos céus) é a versão romana de Zeus, o mais importante dos deuses gregos. Percebe-se também o padrão estético dos gregos que a escultura expressa (corpo viril representado de fórma realista).
    2. A imagem 1 representa a religião da família, e a imagem 2, a religião da vida pública.
    3. O politeísmo, ou seja, a crença em vários deuses.

Ao exigir que os alunos deduzam informações não explícitas durante o processo de leitura das imagens, as atividades contribuem para o desenvolvimento da leitura inferencial.

Interdisciplinaridade

Essa atividade relaciona-se com o componente curricular arte, especificamente com a habilidade ê éfe seis nove á érre zero um, ao possibilitar que os alunos observem, analisem e desenvolvam a percepção de obras de arte da tradição grega.

6. Espera-se que, ao realizar essa atividade, os alunos retomem os conhecimentos deles sobre a composição social e o cotidiano na Roma antiga (o papel social da mulher, as crenças religiosas, o entretenimento e a alimentação). Eles podem se inspirar na iconografia apresentada no capítulo para desenhar os personagens. Nesse trabalho, devem ser avaliadas a coerência da história criada e a correção das informações apresentadas.

Interdisciplinaridade

Essa atividade relaciona-se com os componentes curriculares língua portuguesa, especificamente com a habilidade ê éfe seis sete éle pê três zero, ao propor aos alunos a criação de narrativa ficcional dentro do gênero textual história em quadrinhos, e arte, especificamente com a habilidade ê éfe seis nove á érre zero cinco, ao propor que os alunos se expressem artisticamente para compor as ilustrações.

Glossário

Vetar
: não autorizar.
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Púnico
: nome pelo qual os cartagineses eram conhecidos pelos romanos; punícos em latim.
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Butim
: produto de roubo ou de pilhagem.
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Ditador
: em Roma, era o indivíduo que recebia plenos poderes do Senado em épocas de crise.
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Gladiador
: lutador que combatia, em anfiteatros, outros lutadores ou animais para o divertimento da plateia.
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Biga
: carro de duas ou quatro rodas puxado por dois cavalos.
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Quadriga
: carro puxado por quatro cavalos emparelhados.
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Retórica
: arte de discursar e argumentar com perfeição.
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Estirpe
: nesse caso, linhagem familiar.
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Ratificada
: nesse caso, confirmada pelo Senado.
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Bardo
: poeta ou declamador celta.
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