CAPÍTULO 6  A colonização portuguesa na América

Fotografia. Grupo de pessoas indígenas reunidas em uma grande roda na praia. No centro, alguns indígenas de camiseta laranja.
Conferência indígena realizada em resposta às comemorações dos 500 anos do Brasil, em Santa Cruz Cabrália, Bahia. Foto de 2000. Os indígenas aparecem reunidos diante da cruz instalada no local da primeira missa católica realizada pelos colonizadores portugueses nas terras do atual território brasileiro em 1500.

Em 1500, após 44 dias de viagem, os navegadores portugueses chefiados por Pedro Álvares Cabral aportaram em terras da América do Sul.

Leia o relato de Pero Vaz de Caminha, que era escrivão da frota de Cabral, descrevendo essa chegada.

E assim seguimos nosso caminho por este mar – de longo – até que reticências houvemos vista de terra! Primeiramente um grande monte, muito alto e redondo; reticências ao qual reticências o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à terra, Terra de Vera Cruz! reticências

Ao domingo de Pascoelaglossário pela manhã, determinou o capitão ir ouvir missa e sermão reticências. reticências estaria na praia outra tanta gente reticências com seus arcos e flechas, e andava folgando. E olhando-nos, sentaram. E depois de acabada a missa reticências, levantaram-se muitos deles e tangeramglossário corno ou buzina, saltando e dançando por um bom tempo.

CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. segunda edição São Paulo/Porto Alegre: Ele e Pê ême, 1987. volume 4, página 75-83.

  • Qual teria sido a motivação dos portugueses ao celebrar a missa relatada por Caminha?
  • Como os indígenas reagiram a essa celebração segundo o relato?
  • Como você explica a manifestação indígena realizada no ano 2000?

A expedição de Pedro Álvares Cabral

Em março de 1500, o capitão-mor Pedro Álvares Cabral partiu do porto de Lisboa com a missão de chefiar uma nova expedição às Índias. O caminho seguido por ele deveria ser o mesmo percorrido por Vasco da Gama, contornando a costa africana. Entretanto, Cabral se afastou da Róta e velejou em direção ao sudoeste. Em 22 de abril de 1500, ele e seus homens avistaram terra e aportaram no litoral sul do atual estado da Bahia, como estudamos na abertura do capítulo.

O desvio da frota foi grande: do litoral africano até a América do Sul, os navegadores percorreram mais de 3 mil quilômetros em mar aberto. Para alguns historiadores, isso indica que a coroa portuguesa pretendia estabelecer domínio sobre terras situadas a leste da Linha de Tordesilhas, como lhe garantia o tratado firmado com a Espanha em 1494.

Durante os dez dias que passaram nas terras chamadas pelos povos Tupi de Pindorama, os portugueses fizeram contatos amistosos com mais de quatrocentos nativos, segundo o relato de Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei de Portugal.

Grafia dos nomes dos povos indígenas

Nos livros desta coleção, os nomes dos povos indígenas do Brasil foram escritos de acôrdo com a Convenção para a Grafia dos Nomes Tribais, aprovada na Primeira Reunião Brasileira de Antropologia, em 1953.

  • Com inicial maiúscula, quando usados como substantivo, e opcional quando usados como adjetivo.
  • Sem flexão de número ou de gênero.
Gravura em preto e branco. Pedro Álvares Cabral em cima de uma tábua, descendo de um pequeno barco. Ele tem barba grande, usa calça justa, blusa com mangas bufantes e gola de babados. Tem uma espada pendurada na cintura e um chapéu com uma pena na cabeça. Ele se apoia no ombro de um rapaz que está em pé, fora do barco. Atrás dele descem outros homens. À esquerda, pessoas indígenas observam. Ao fundo grandes embarcações.
Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil, gravura de Maurício José do Carmo Sendim, 1839. Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa.

História em construção

Os indígenas segundo Pero Vaz de Caminha

O fidalgo Pero Vaz de Caminha, na condição de escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral, enviou uma carta ao rei de Portugal discorrendo sobre a terra de Pindorama e sua população. Leia mais um trecho dela.

reticências deduzo que é gente bestial e de pouco saber, e por isso tão esquiva. Mas apesar de tudo isso andam bem curados, e muito limpos. reticências

Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. reticências porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. reticências

Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha reticências. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. reticências

Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo, a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados reticências. Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente.

CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. segunda edição São Paulo/Porto Alegre: Ele e Pê ême, 1987. volume 4, página 88, 94, 97-98.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. A função de Pero Vaz de Caminha pode ter influenciado a escolha dos fatos e informações que ele relatou? Por quê?
  2. Dois dos principais objetivos da colonização portuguesa eram a exploração de riquezas e a expansão da fé cristã. Identifique no documento trechos relacionados a esses objetivos.

Os primeiros contatos

Os portugueses não encontraram de imediato os tão cobiçados metais preciosos. Por essa razão, nas terras americanas, a coroa limitou-se inicialmente a enviar expedições com o fim de estudar a costa do território.

Nos primeiros anos, a relação entre portugueses e indígenas foi marcada por um estranhamento mútuo. Os europeus não compreendiam o modo de vida, a organização social dos povos indígenas e a ausência de propriedade privada da terra, e ficavam chocados com a antropofagia. Por sua vez, os indígenas estranhavam a aparência dos portugueses, de pele clara, com barbas longas e muitas roupas.

Apesar do espanto e da incompreensão mútua, os primeiros contatos entre as duas culturas foram pacíficos. Contudo, com o passar do tempo, os portugueses passaram a escravizar os nativos para obter mão de obra para seus empreendimentos na América, o que gerou violentos conflitos, nos quais morreram milhares de indígenas.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Qual era o objetivo da coroa portuguesa ao patrocinar a expedição de Pedro Álvares Cabral?
  2. Como foram os primeiros contatos entre portugueses e indígenas?
  3. Por que a relação entre portugueses e indígenas se tornou conflituosa?

Sociedades indígenas e a ação colonizadora

Quando os portugueses chegaram às terras que viriam a ser o Brasil, no final do século quinze, milhões de indígenas viviam no território, distribuídos em mais de mil povos, que falavam cêrca de uma.trezentas línguas.

As sociedades indígenas não se organizavam em tôrno de um Estado. Os diversos grupos dividiam-se em aldeias de instalação temporária. Em cada uma delas, havia um pajé, responsável pelos rituais religiosos, e um cacique, como líder. No entanto, essa liderança não era absoluta. Caso os membros da aldeia discordassem de uma decisão do cacique, poderiam ignorá-la.

Para os portugueses, a falta de hierarquia social e a inexistência de cidades ou de comércio, bem como algumas práticas culturais (como a antropofagia e a poligamia), faziam dos nativos “selvagens”, cujo modo de vida contrariava os padrões da vida “civilizada”, orientada pelos valores cristãos. Segundo essa perspectiva, cabia aos portugueses evangelizá-los e sujeitá-los às regras da sociedade europeia. Com esse objetivo, em 1549, a coroa autorizou a instalação de missões jesuíticas em seus domínios coloniais na América.

Desse modo, embora os portugueses tenham utilizado os conhecimentos indígenas para sobreviver em suas possessões – como técnicas de caça e coleta e de percepção da aproximação de animais perigosos –, eles reproduziram na colônia o modêlo administrativo europeu. Além disso, como outros colonizadores europeus, aproveitaram-se das rivalidades entre os vários povos indígenas, estabelecendo alianças com alguns grupos para enfrentar os que eram considerados seus inimigos. Assim, aliaram-se, por exemplo, aos Tupiniquim para combater o grupo dos chamados Botocudos, que apresentavam maior resistência à colonização portuguesa – e, por isso, foram exterminados ou expulsos das regiões em que viviam.

Fotografia. Sala de aula com o chão de terra e as paredes feitas com placas de madeira fina. Os alunos são crianças indígenas, e estão sentados em carteiras escolares. Estão de frente para uma lousa branca. No canto da sala, uma professora indígena sentada à mesa.
Sala de aula em escola de indígenas da etnia uaurá, na aldeia Piiulága, em Gaúcha do Norte, Mato Grosso. Foto de 2019.

Refletindo sobre

Diante da diferença de costumes entre portugueses e indígenas, os colonizadores impuseram a cultura europeia sobre a nativa. Atualmente, o Estado reconhece o direito de os povos indígenas preservarem sua língua, tradições e costumes. Em sua avaliação, a conquista desse direito pelos povos indígenas fortalece a cultura brasileira? Debata o assunto com os colegas.


A extração do pau-brasil

Embora o interesse pelas terras americanas não fosse de início muito grande, a coroa portuguesa decidiu enviar algumas expedições para reconhecer o território. Os exploradores perceberam que uma árvore nativa, abundante no território, poderia ser explorada comercialmente: o pau-brasil.

O pau-brasil é uma árvore originária da Mata Atlântica, alta e coberta de espinhos. Os europeus extraíam de seu tronco um pigmento vermelho, que era muito valorizado na Europa, porque servia para tingir tecidos.

Além disso, a extração do pau-brasil não exigia a fixação dos portugueses no território. Por isso, como já faziam na costa da África, eles não se preocuparam em fundar povoados, mas instalaram feitorias, que serviam para estocar a madeira, abastecer os navios e proteger os exploradores de ataques indígenas e de incursões estrangeiras.

A prática do escambo

A exploração do pau-brasil foi a principal atividade econômica dos portugueses nos primeiros anos após a chegada à América. Os indígenas trabalhavam na extração e no transporte da madeira e, em troca, recebiam roupas, facas, ferramentas e outros objetos trazidos pelos portugueses. Essa prática comercial é conhecida como escambo.

Sabendo do valor comercial do pau-brasil, a coroa decretou o monopólio real sobre o produto. Isso significava que, para explorar a madeira, era necessária a autorização do rei de Portugal. Fernão de Noronha, um dos principais comerciantes portugueses daquela época, foi o primeiro a conseguir autorização para comerciar o produto, em 1503. Ele se comprometeu a enviar ao Brasil seis navios por ano para explorar a costa e a construir feitorias para proteger o litoral contra possíveis invasões.

Saiba mais

Os diversos nomes do Brasil

Antes da chegada dos portugueses, os povos Tupi chamavam o local em que viviam de Pindorama, que em Tupi significa “Terra das Palmeiras”. Após a primeira missa rezada em Porto Seguro, Cabral deu ao território o nome de Ilha de Vera Cruz, logo substituído por Terra de Santa Cruz. Outros nomes não oficiais também eram usados, como Terra dos Papagaios. Somente em 1503 o nome Terra do Brasil começou a ser utilizado, em razão da abundância do pau-brasil.

Charge. À esquerda, árvore em uma pequena ilha. Ao redor dela muitas folhagens e flores coloridas, e em cima dela está escrito Pindorama. À direita, uma cruz feita com estacas de madeira em uma pequena ilha cinzenta. Sobre a cruz uma coroa de flores. Em cima dela está escrito Brasil.
Pindorama – Brasil, charge de Gilmar, 2020.

Responda em seu caderno.

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Como você interpreta a charge?


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Como os portugueses viram a ausência de Estado nas sociedades indígenas? Essa visão teve impacto sobre a colonização?
  2. No processo de colonização, como os portugueses aproveitaram os conflitos existentes entre povos indígenas nativos?
  3. De que fórma era feita a extração de pau-brasil no período colonial?

O início da colonização

Ingleses, holandeses e franceses não reconheciam a divisão estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas e não aceitavam o monopólio português no comércio do pau-brasil. Por isso, as invasões de exploradores europeus na costa brasileira eram constantes e ameaçavam o domínio de Portugal sobre as terras americanas.

Outros problemas afetavam igualmente as atividades comerciais de Portugal. Mercadores turcos, holandeses e da Península Itálica disputavam o contrôle do comércio de especiarias do Oriente. Os muçulmanos retomaram o norte da África e tornaram-se importantes concorrentes dos comerciantes portugueses lá estabelecidos. Desse modo, para assegurar ao menos o contrôle das terras americanas, a coroa portuguesa decidiu colonizar efetivamente o Brasil.

A expedição de Martim Afonso de Sousa

Em dezembro de 1530, o rei de Portugal, dom João terceiro, enviou ao Brasil uma expedição comandada pelo militar português Martim Afonso de Sousa com o objetivo de colonizar as terras do Brasil. A expedição formada por cêrca de quinhentos homens tinha a intenção de expulsar os franceses do litoral, fundar núcleos de povoamento e avançar na exploração do território da colônia.

Os primeiros núcleos de povoamento fundados no Brasil foram São Vicente, no litoral, e Santo André da Borda do Campo, no Planalto de Piratininga, ambos no território correspondente ao do atual estado de São Paulo. Em São Vicente, os colonizadores tiveram sucesso ao cultivar cana-de-açúcar. Martim Afonso de Sousa, entusiasmado com a descoberta de prata na América espanhola, também enviou alguns homens para o interior da colônia com o objetivo de encontrar metais preciosos.

Fotografia. Vista aérea de uma cidade com muitas casas e prédios. Ao fundo, várias montanhas.
Vista do município de São Vicente, São Paulo, com a Serra do Mar ao fundo. Foto de 2021.

As capitanias hereditárias

A partir de 1534, o rei dom João terceiro implantou na colônia o sistema de capitanias hereditárias. A colônia foi dividida em quinze faixas de terra, que iam do litoral até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas.

As capitanias foram entregues a indivíduos chamados capitães-donatários. Eles eram a principal autoridade na sua capitania e tinham o compromisso de torná-la produtiva. Por não serem os proprietários das terras que recebiam, só tinham o direito de explorá-las. Caso um donatário morresse, a capitania era transferida a seu filho mais velho. Para isso, era estabelecido um compromisso por meio da Carta de Doação.

Os direitos e deveres dos donatários foram instituídos pelo Foral. De acôrdo com esse documento real, os capitães-donatários podiam ficar com uma parte dos tributos arrecadados, fundar vilas, alistar colonos para fins militares e conceder sesmarias (grandes extensões de terra doadas àqueles que tinham condições de torná-las produtivas).

Capitanias hereditárias (século dezesseis)

Mapa. Capitanias hereditárias, século dezesseis. Destaque para a costa leste do Brasil. 
Sem legenda.
As capitanias são porções de território dispostos na horizontal, agrupados de cima para baixo e tendo como limite, à esquerda, a Linha do Tratado de Tordesilhas (1494). As capitanias são: Maranhão, Ceará, Rio Grande, Itamaracá, Pernambuco, Bahia de Todos-os-Santos, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, São Vicente, Santo Amaro e Santana. As capitanias do Maranhão e São Vicente possuem mais de uma porção de território. Destaque no mapa para as cidades de Olinda, na capitania de Pernambuco, Porto Seguro, na capitania de mesmo nome, e São Vicente, na capitania de São Vicente. 
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de zero a 310 quilômetros.

Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M. de; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. de C. Atlas histórico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: fei , 1991. página 16.

O govêrno-geral

Apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco progrediram. As demais falharam em razão da falta de recursos, da falta de integração entre as capitanias e da dificuldade de comunicação com a coroa portuguesa, além dos conflitos com os indígenas. Diante desse quadro, em 1548, a metrópoleglossário decidiu centralizar a administração da colônia. Para isso, criou o govêrno-geral.

Tomé de Sousa foi o primeiro governador-geral do Brasil. Ele chegou à Bahia em 1549, acompanhado de um grupo de funcionários reais, trabalhadores, degredadosglossário e jesuítas liderados pelo padre Manuel da Nóbrega. Na capitania, Tomé de Sousa fundou a cidade de Salvador, que se tornou a primeira capital da colônia.

O governador-geral tinha a obrigação de promover a exploração econômica da colônia, proteger o território e incentivar a evangelização dos indígenas. Três outros administradores auxiliavam o governador-geral: o ouvidor-mor, que cuidava da justiça; o provedor-mor, que cobrava os tributos e zelava pelo Tesouro Real; e o capitão-mor, responsável pela defesa da colônia.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Por que o rei de Portugal decidiu efetivar a colonização das terras do Brasil?
  2. O que foram as capitanias hereditárias? Elas obtiveram sucesso?
  3. Defina as diferenças entre o sistema de capitanias hereditárias e o govêrno-geral.

As Câmaras Municipais

Câmaras Municipais são órgãos do Poder Legislativo que existem desde o período colonial. Elas foram criadas para administrar as vilas e as cidades da colônia portuguesa na América. Somente os homens brancos e proprietários de terras podiam participar das eleições para ocupar os cargos em uma Câmara. Identificados pelo termo “homens bons”, eles eram os indivíduos mais importantes da política local e dominavam as ações na colônia. Indígenas, negros escravizados, mestiços, pessoas que exerciam trabalhos manuais e mulheres eram excluídos da política.

As Câmaras Municipais legislavam sobre a administração e a vida nas cidades, como a limpeza urbana, o fornecimento de alimentos, a segurança contra os ataques de inimigos e a construção de obras públicas. Elas também fiscalizavam a cobrança dos impostos devidos à coroa e podiam criar outras taxas e arrecadações. Isso demonstra que tinham certo grau de autonomia.

Com o tempo, a metrópole portuguesa criou mecanismos para reduzir o poder local das Câmaras Municipais, como a instituição dos juízes de fóra. O juiz de fóra era um magistrado nomeado pelo rei de Portugal para presidir os trabalhos das Câmaras. Assim, estabelecia-se um vínculo direto entre o govêrno local e a coroa portuguesa.

Fotografia. Vista aérea de uma vila com casas térreas e coloridas. No centro, uma igreja e alguns carros estacionados. Ao redor da vila, vegetação densa.
Vista de construções históricas, em Olinda, Pernambuco. Foto de 2021. Olinda é uma das cidades mais antigas do Brasil. Em 1548, a existência de sua Câmara Municipal foi citada pela primeira vez em carta do capitão-donatário Duarte Coelho ao rei de Portugal.

Saiba mais

Os jesuítas na América portuguesa

Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, com a expedição de Tomé de Sousa. Seus principais objetivos eram evangelizar os indígenas e zelar pela conduta cristã dos colonos e de seus filhos. Na colônia, fundaram núcleos jesuíticos e colégios onde hoje se localizam as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Salvador, Olinda e São Luís.

Em 1570, os jesuítas conseguiram convencer o rei de Portugal a assinar uma Carta Régia proibindo a escravização dos indígenas. A lei, porém, consentia a escravização em caso de guerra justa, quando portugueses ou seus aliados fossem hostilizados por algum grupo de nativos. O consentimento, nesse caso, era apoiado até por alguns jesuítas, como Manuel da Nóbrega. Contudo, na prática, a escravização acabou sendo permitida também quando os nativos se opunham à conversão ou reagiam à ocupação de suas terras.


A Confederação dos Tamoios

Em meados do século dezesseis, os franceses invadiram a região do atual Rio de Janeiro, onde fundaram a França Antártica. Nesse contexto, em 1555, iniciou-se a Guerra dos Tamoios, ocorrida na área compreendida entre Cabo Frio e São Vicente. Os portugueses, preocupados em recuperar o território, aliaram-se aos povos Tupiniquim e Temiminó. Já os franceses se uniram aos Tamoios (grupo constituído por indígenas Tupinambá e aliados), formando a chamada Confederação dos Tamoios, para defender a colônia francesa recém-criada. Com isso, além do esforço de grupos indígenas para se livrar da dominação portuguesa, a guerra se configurou como uma disputa entre rivais europeus (portugueses contra franceses) e rivais indígenas (Tupiniquim e Temiminó contra Tupinambá).

O governador-geral organizou expedições para combater os invasores. Em 1565, os portugueses tomaram a Guanabara e fundaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. No entanto, os conflitos estenderam-se até 1567, quando ocorreu a conquista lusitana definitiva.

Vitoriosos nessas guerras, os portugueses escravizaram os indígenas derrotados. A Guerra dos Tamoios, portanto, foi mais um episódio em que os portugueses utilizaram a rivalidade entre os povos indígenas em benefício da colonização.

Gravura. Dois grupos de pessoas indígenas em uma batalha no rio. Elas estão agrupadas em canoas. A maioria tem arco e flecha. Alguns corpos estão boiando no rio.
Batalha entre tribos indígenas, gravura colorizada de teôdór de brí, 1564. Arquivo Histórico da Marinha Francesa, vãncêne, França.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Explique a função das Câmaras Municipais.
  2. Por que foi criado o cargo de juiz de fóra?
  3. O que foi a Guerra dos Tamoios?

Mulheres portuguesas na colônia

No início do período colonial, o número de mulheres que chegou à América portuguesa era muito menor que o de homens. A maioria dos primeiros colonos havia deixado suas famílias na expectativa de enriquecer e um dia retornar à Europa. Esse cenário favoreceu a existência de relações entre colonos e mulheres indígenas ou de origem africana. Porém, muitas vezes essas relações aconteciam por meio de violência sexual.

Em 1551, o padre Manoel da Nóbrega solicitou a vinda de meninas órfãs para as terras do Brasil com o objetivo de arranjar casamentos entre elas e os colonos, como fórma de moralizar o comportamento dos portugueses que viviam na colônia. Até o final do século dezesseis, as mulheres chegaram aos poucos, sempre em número menor do que o de homens. Muitas delas eram órfãs criadas por freiras em mosteiros e orfanatos e eram mandadas para as terras do Brasil ainda crianças.

As mulheres brancas, segundo a cultura europeia da época, deviam ocupar-se da educação das crianças e dos cuidados com a casa e a família. No entanto, algumas ousaram contrariar essa tradição e exerceram atividades que eram atribuídas aos homens. Na década de 1580, por exemplo, Inês de Souza, esposa do governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, comandou a defesa da cidade contra uma tentativa de invasão de corsários franceses.

Outro caso conhecido é o de Brites de Albuquerque, esposa de Duarte Coelho Pereira, primeiro capitão-donatário da capitania de Pernambuco. Dona Brites chegou ao Brasil em 1535 com o marido e o irmão, Jerônimo de Albuquerque, e nunca mais voltou a Portugal. Com a morte do marido e na ausência do filho mais velho, em 1554, foi nomeada capitã interina de Pernambuco, cargo que exerceu até 1561. Durante seu govêrno, Brites de Albuquerque pacificou as relações entre os colonos e os indígenas, contribuiu para o desenvolvimento da economia açucareira e promoveu a urbanização de Olinda, séde da capitania.

Fotografia. Pessoas aglomeradas em um protesto. A maioria é formada por mulheres. Estão em uma grande avenida segurando uma faixa roxa com a frase: 'MULHERES PELA DEMOCRACIA'.
Protesto de mulheres em favor da democracia realizado no município de São Paulo, São Paulo. Foto de 2020. Atualmente, as mulheres ainda precisam lutar por direitos, segurança e mais participação na política brasileira.

Conexão

Brasil, 500

Disponível em: https://oeds.link/LXjAD0. Acesso em: 18 maio 2022.

Nesse site, produzido pelo jornal Folha de semPaulo para lembrar os 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, é possível acessar informações, reportagens especiais e textos de historiadores, entre outros conteúdos relacionados à nossa história e às nossas tradições.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

13. É possível afirmar que Inês de Souza e Brites de Albuquerque contrariaram as regras sociais da época em que viveram? Justifique.


Leitura complementar

A sêca na origem da colonização do Ceará

Em 1603, a coroa portuguesa concedeu ao capitão-mor Pero Coelho de Souza autorização para organizar uma expedição exploradora das capitanias do norte, inclusive a do Ceará.

Pero Coelho fundou, às margens do Rio Ceará, o Forte de São Tiago e o povoado de Nova Lisboa. Entretanto, esse primeiro núcleo colonial do Ceará fracassou por causa das dificuldades de comunicação, dos ataques e fugas de indígenas, da deserção de soldados e da primeira grande sêca registrada na região (1605-1607), fenômeno que se repetiria várias vezes nos séculos seguintes.

Leia o relato da última viagem de Pero Coelho, em 1606, quando partiu do Rio Jaguaribe, no atual Ceará, para o Forte dos Reis Magos, no atual Rio Grande do Norte, acompanhado de sua esposa e filhos, dezoito soldados e um indígena.

No segundo dia, o capitão-mor teve que carregar os dois filhos, que não podiam mais andar, e começou a falta de água. Só no terceiro, encontraram uma cacimbaglossário , junto à qual descansaram dois dias. reticências

Dentro em pouco, porém reticências, a fome e a sêde [começaram] a fazer vítimas.

A primeira foi um carpinteiro, e nesse transe os que não podiam mais andar disseram ao capitão-mor que os deixasse ficar reticências.

Animados por Pero Coelho, prosseguiram, mas logo morreu outro homem e dona Maria Tomazia, mulher do capitão-mor, o aconselhou a salvar-se, deixando-a morrer ali com os filhos.

O capitão-mor animava a todos, assegurando que, dentro em pouco, encontrariam água.

Duas cacimbas, porém, que encontraram, eram salgadas. reticências

Deste ponto saíram para Mossoró [no atual Rio Grande do Norte] e ali chegando após muitos dias de caminho, [acabou] morrendo o filho mais velho do capitão-mor.

SANTOS, João Brígido dos. Ceará: homens e fatos. Rio de Janeiro: Besnard, 1919. página 11-12.


Fotografia. Vegetação seca e baixa, característica do semiárido, sobre solo seco. Ao fundo, céu azul com poucas nuvens.
Vegetação de caatinga na região de Potiretama, no Ceará. Foto de 2017. A sêca ainda afeta milhares de famílias que vivem no Nordeste.

Responda em seu caderno.

Questões

  1. Por que era importante para a coroa portuguesa ocupar a região do Ceará?
  2. Cite uma conquista e uma derrota de Pero Coelho ocorridas em sua viagem.
  3. O que a viagem do capitão-mor revela sobre a ocupação do território que hoje corresponde à Região Nordeste?

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

1. Leia o texto para responder às questões.

A varíola podia manifestar-se sob uma fórma fulminante, denominada ‘púrpura variolosa’, cuja vítima era rapidamente levada à morte reticências. Esta terrível apresentação da varíola reticências foi a provável fórma que ocorreu entre os indígenas reticências no grande surto de 1563-64. Nele, os nativos morreram aos milhares reticências. A epidemia, iniciada em Portugal em 1562, chegou primeiramente a Itaparica [atual Bahia] e em menos de um ano foi reintroduzida em Ilhéus. Daquele local espalhou-se de norte a sul do Brasil reticências, não poupando sequer os mais fortes guerreiros.

GURGEL, Cristina B. F. Martin. Índios, jesuítas e bandeirantes: medicinas e doenças no Brasil dos séculos dezesseis e dezessete. 2009. Tese (Doutorado em Clínica Médica) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. página 123-124.

  1. Qual foi a origem da epidemia de varíola que se verificou na Bahia, entre 1563 e 1564?
  2. Por que os indígenas eram tão gravemente afetados pela varíola?
  3. Quais foram as consequências do surto de varíola para as populações nativas do Brasil?
  1. Consulte o mapa da página 109 e compare-o com um mapa atual do Brasil. Identifique estados ou municípios que mantêm o nome da época das capitanias hereditárias.
  2. Leia o trecho e, em seu caderno, classifique cada uma das afirmações em verdadeira ou falsa.

O govêrno-geral correspondia à necessidade de se uniformizar a administração, corrigir os abusos dos capitães-donatários contra os gentios, regular as relações entre as diversas capitanias, submetendo os donatários a uma autoridade superior, expulsar os corsários; em suma, organizar a política portuguesa na América.

NEVES, Cylaine Maria das. A vila de São Paulo de Piratininga: fundação e representação. São Paulo: Annablume; fapésp, 2007. página 231.

  1. O govêrno-geral foi fundado como alternativa ao fracasso do sistema de capitanias hereditárias.
  2. Ao reformar as capitanias-gerais e nomear capitães-donatários, o govêrno-geral foi desativado.
  3. A figura do governador-geral foi criada para organizar a colonização, centralizando sua administração.
  4. Muitos capitães-donatários venderam as terras da coroa para estrangeiros, por isso foi criado o cargo de governador-geral.
  1. Identifique a afirmação correta sobre as relações estabelecidas entre europeus e indígenas na Guerra dos Tamoios (1555-1567).
    1. Os franceses se uniram aos Tupiniquim para proteger a França Antártica dos ataques dos portugueses.
    2. Os Tupinambá se aliaram aos Temiminó para expulsar franceses e portugueses de suas terras.

  1. Os portugueses se aproveitaram da rivalidade entre os Tupiniquim e os Tupinambá para combater os invasores franceses.
  2. Os Tupiniquim foram incentivados pelos portugueses a capturar inimigos Tupinambá e franceses para realizar rituais antropofágicos.

Aluno cidadão

5. Apesar do uso generalizado da moeda, o escambo nunca desapareceu e tem se tornado cada vez mais popular com o surgimento de sites e aplicativos que facilitam a conexão entre pessoas que desejam trocar objetos e serviços.

Faça uma pesquisa sobre economia colaborativa ou compartilhada. Com base nela, responda às questões.

  1. O que é economia colaborativa/compartilhada?
  2. Qual é o papel da prática do escambo nesse tipo de economia?
  3. Qual é a importância dos recursos digitais para esse tipo de economia atualmente?
  4. Em sua opinião, que benefícios a economia colaborativa/compartilhada pode ter para as sociedades contemporâneas?

Conversando com geografia

  1. Desde o início do século dezessete existem registros sobre a dificuldade de encontrar exemplares de pau-brasil nas matas próximas ao litoral. Apesar de a resina do pau-brasil ter deixado de ser utilizada na tinturaria no século dezenove, no início do século seguinte a espécie estava ameaçada de extinção.
    1. Reúna-se em grupo para fazer uma pesquisa e responder às seguintes questões:
      • A que se deve a escassez de exemplares da árvore pau-brasil nas florestas do litoral brasileiro?
      • Quais são os atuais usos da árvore pau-brasil?
      • Por que é importante preservar essa espécie de árvore?
    1. Após a pesquisa, organizem as informações levantadas, elaborando um esquema ilustrado.
    2. Preparem uma apresentação, por meio de cartazes ou recursos digitais, para os demais colegas.
    3. Ao final das apresentações, debatam a questão: Como extrair recursos da natureza de maneira sustentável?

Você é o autor

7. A carta de Pero Vaz de Caminha dirigida ao rei de Portugal tinha o objetivo de informar as possibilidades de exploração das novas terras além-mar. Depois de Caminha, outros funcionários da coroa vieram para as terras do Brasil a serviço dos monarcas portugueses e encaminharam ao rei relatórios de suas atividades na colônia. Imagine que você foi designado para ocupar o cargo de governador-geral do Brasil em meados do século dezesseis e escreva uma carta ao rei de Portugal relatando as dificuldades que encontrou na colônia e as decisões que tomou. Mas lembre-se: você não pode inventar nada! Sua carta deve conter informações históricas confiáveis, que podem ser pesquisadas neste capítulo, em outros livros, em sites da internet ou em revistas de história.


Fazendo e aprendendo

Resumo

Resumir um texto ou trecho de uma obra significa torná-lo mais curto, sintetizando as ideias principais e os conceitos mais importantes, e eliminando o que é secundário. A prática de resumir, portanto, exige a habilidade de selecionar as partes mais importantes do texto-base ou original.

Leia o trecho de um texto.

A adesão mais ou menos sincera das camadas dirigentes à sociedade dos vencedores, o papel ativo dos índios de igreja, o desaparecimento do aparato dos antigos cultos substituído por instituições cristãs, a exploração colonial sob suas fórmas mais diversas e mais brutais e, para culminar, a colossal perda demográfica, transtornaram a existência cotidiana de todos os indígenas. As políticas de ‘congregações’, por sua vez, contribuíram para abalar o enraizamento territorial dos grupos que haviam escapado da morte. Ao longo da década de 1620, a população indígena do México central atingia seu ponto mais baixo, setecentas e trinta mil pessoas, representando apenas 3% do que fôra às vésperas da conquista. Se acrescentarmos a isso os efeitos da anomia causada pelo questionamento das normas e hierarquias tradicionais, se considerarmos o impacto da desorientação cultural produzida pela introdução de novos modelos de conduta (os rituais cristãos, o casamento e a aliança, o trabalho etcétera), todos os elementos de uma vertiginosa agonia humana e cultural pareciam reunidos no final do século dezesseis. reticências

Mas não podemos ignorar o outro aspecto dessa derrocada: a aculturação progressiva dos nobres cristianizados no âmbito dos pueblos coloniais, em tôrno das igrejas e dos conventos, e sob o jugo de um clero cada vez mais numeroso diante de fiéis em vias de extinção. Os oitocentos regulares [religiosos] de 1559 eram 1500 por volta de 1580 e aproximadamente 3 mil por volta de 1650. Essa aculturação suscitou desde cedo o triunfalismo, que estimava mal a falta de meios e de efetivos por parte da Igreja e, mais ainda, as profundas distâncias que separavam as culturas que se enfrentavam. reticências

gruzínski, Serge. A colonização do imaginário. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. página 218.

Agora, leia o resumo do mesmo trecho.

Nesse trecho, sérge gruzínsqui afirma que a colonização, por meio de suas variadas práticas, e a perda populacional causaram enorme transtorno à vida de todos os indígenas. Além disso, fatores como a desorientação cultural causada pelo questionamento às normas e hierarquias indígenas, transformadas por modelos europeus, foram responsáveis por uma enorme agonia humana e cultural no final do século dezesseis.


Para fazer um bom resumo, você pode seguir estes passos.

  1. A princípio, leia e releia atentamente o texto-base a ser resumido quantas vezes achar necessário.
  2. Se houver palavras desconhecidas, procure o significado delas no dicionário.
  3. Transcreva o texto-base em seu caderno e identifique as ideias principais e os conceitos-chave, grifando-os com um marca-texto; faça isso em cada parágrafo.
  4. Resumir não significa copiar: você deve abreviar o conteúdo e escrever com suas palavras as ideias principais e os conceitos-chave que aparecem no texto-base.
  5. Apresente as ideias na mesma ordem do texto original.
  6. Releia o resumo e verifique se ele apresenta as ideias principais do texto-base. Caso necessário, faça ajustes, excluindo ou acrescentando trechos, até chegar ao resultado ideal.

Responda em seu caderno.

Aprendendo na prática

A função do resumo é tornar o estudo mais proveitoso, permitindo a compreensão do conteúdo por meio do levantamento das ideias principais e dos conceitos-chave acerca do tema tratado no texto original.

Agora que você sabe o que é um resumo, para que ele serve e como fazê-lo, é hora de colocar a mão na massa.

Elabore o resumo de um texto apresentado nesta unidade, por exemplo, o texto “Mulheres portuguesas na colônia”, da página 112 deste capítulo.

Siga os procedimentos e lembre-se: o resumo é um texto abreviado e escrito com suas palavras.

  1. Selecione o texto original a ser resumido. Evite um texto-base muito curto, pois não propiciará muitas possibilidades de resumo.
  2. Escolhido o texto-base, resuma-o em tópicos. Dessa fórma, você conseguirá organizar as ideias principais do texto original na ordem em que elas aparecem. Isso facilitará a elaboração do seu resumo.
  3. Elabore o resumo. Para isso, de preferência, utilize lápis, que permite apagar e reescrever trechos com facilidade, até chegar ao formato final do resumo.
  4. Revise o resumo para corrigir possíveis erros ortográficos e confronte-o com o texto original para verificar se as principais ideias realmente foram apresentadas.
  5. Quando considerar o trabalho concluído, apresente-o ao professor ou à professora.

Versão adaptada acessível

Aprendendo na prática

A função do resumo é tornar o estudo mais proveitoso, permitindo a compreensão do conteúdo por meio do levantamento das ideias principais e dos conceitos-chave acerca do tema tratado no texto original.

Agora que você sabe o que é um resumo, para que ele serve e como fazê-lo, é hora de colocar a mão na massa.

Elabore o resumo de um texto apresentado nesta unidade, por exemplo, o texto “Mulheres portuguesas na colônia”, da página 112 deste capítulo.

Siga os procedimentos e lembre-se: o resumo é um texto abreviado e escrito com suas palavras.

  1. Selecione o texto original a ser resumido. Evite um texto-base muito curto, pois não propiciará muitas possibilidades de resumo.
  2. Escolhido o texto-base, resuma-o em tópicos. Dessa forma, você conseguirá organizar as ideias principais do texto original na ordem em que elas aparecem. Isso facilitará a elaboração do seu resumo.
  3. Elabore o resumo. Para isso, se possível, utilize ferramentas que permitam apagar e reescrever trechos com facilidade, até chegar ao formato final do resumo.
  4. Revise o resumo para corrigir possíveis erros ortográficos e confronte-o com o texto original para verificar se as principais ideias realmente foram apresentadas.
  5. Quando considerar o trabalho concluído, apresente-o.

Glossário

Pascoela
: domingo seguinte ao da Páscoa dos cristãos.
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Tanger
: fazer soar instrumento, tocar.
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Metrópole
: nesse caso, refere-se a Portugal, centro do Império Português, em oposição às colônias.
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Degredado
: expulso do país de origem; exilado.
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Cacimba
: buraco no chão que dá acesso a águas subterrâneas.
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