CAPÍTULO 9  Expansão das fronteiras da América portuguesa

Fotografia. Encontro de dois grandes rios. Um se estende verticalmente pela paisagem e o outro passa horizontalmente. Nas margens, vegetação densa.
Encontro dos rios Paraná e Iguaçu. Foto de 2022. O encontro desses rios é chamado de Marco das Três Fronteiras, pois o Rio Iguaçu marca a fronteira entre o Brasil e a Argentina; e o Rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai.

Quando você pensa no mapa do Brasil, provavelmente imagina um território com fronteiras fixas e bem estabelecidas. Porém, a conformação do território brasileiro como você conhece é recente. Nossas fronteiras já foram bem diferentes e passaram por diversas mudanças ao longo do tempo.

No período inicial da colonização, os limites políticos seguiam as determinações do Tratado de Tordesilhas, de 1494, e o interior da então América portuguesa era pouquíssimo conhecido. No entanto, criadores de gado, religiosos, bandeirantes, entre outros colonos portugueses, desrespeitaram o tratado e avançaram nas direções sul e oeste do que hoje é o Brasil.

Ao longo da história, as fronteiras do território brasileiro foram redefinidas várias vezes por meio de tratados políticos, invasões de terras, conflitos e compras de território.

  • Você sabe como é definida a fronteira de um país atualmente?
  • Como a foto pode ser relacionada à expansão das fronteiras da América portuguesa?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Este capítulo contempla a habilidade ê éfe zero sete agá ih um um (ao analisar a expansão das fronteiras da América portuguesa por meio da exposição e análise de mapas históricos). Contempla também, parcialmente, as habilidades ê éfe zero sete agá ih zero oito e ê éfe zero sete agá ih zero nove (ao tratar da resistência indígena contra os portugueses, de seus confrontos, bem como das alianças entre eles) e ê éfe zero sete agá ih um dois (ao tratar do deslocamento de parte da população colonial do litoral para o interior do Brasil). O trabalho para o desenvolvimento dessas habilidades se completa ao longo de outros capítulos, conforme indicações no quadro de habilidades do ano.

Objetivos do capítulo

  • Compreender a importância da pecuária para a expansão da América portuguesa e do território que viria a ser o Brasil.
  • Problematizar a figura do bandeirante e seu papel na interiorização da colonização portuguesa.
  • Avaliar o papel dos jesuítas e das missões na lógica colonial e os motivos da expulsão deles da América portuguesa.
  • Compreender as primeiras revoltas na América portuguesa como expressão do choque de interesses entre as elites locais e as medidas mercantilistas da coroa portuguesa.

Abertura do capítulo

Avalie os conhecimentos prévios dos alunos sobre o conceito fronteira, destacando que barreiras naturais, como rios e montanhas, muitas vezes são utilizadas para a definição das fronteiras de um país. Em seguida, com base na análise da fotografia, destaque o uso dos rios na definição das fronteiras entre o Brasil e a Argentina (Rio Iguaçu) e entre o Brasil e o Paraguai (Rio Paraná). Comente que, segundo o Tratado de Tordesilhas, os territórios mostrados na fotografia pertenceriam à Espanha.

Reforce que o estudo deste capítulo permitirá aos alunos conhecer de que maneira a vasta porção a oeste do tratado foi incorporada aos domínios da colônia portuguesa, a posição da Espanha nesse processo, as rótas trilhadas para incorporar essas terras e quem foram os sujeitos históricos envolvidos na formação do território brasileiro.

A expansão para o interior

Durante o século dezesseis, a colonização da América pelos portugueses limitou-se às áreas litorâneas. A coroa portuguesa tinha receio de que um movimento para o interior do continente pudesse desproteger a costa e facilitar as invasões.

Em pouco tempo, porém, os colonos avançaram em direção ao interior e ampliaram as fronteiras portuguesas. A ocupação do interior do que hoje corresponde à parte da Região Nordeste foi obra principalmente dos criadores de gado, que partiram sobretudo das capitanias de Pernambuco e da Bahia. Mais ao sul, o avanço em direção à região atual de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso teve como ponto de partida a capitania de São Vicente, de onde saíram os bandeirantes. No Sul, a ocupação foi resultado da iniciativa da coroa, com a fundação da Colônia do Sacramento, combinada com a ação de paulistas perseguidores de indígenas, de jesuítas espanhóis e de criadores de gado de origem portuguesa.

Aspectos físico-naturais retardaramglossário a ocupação do vale amazônico, que só se iniciou efetivamente na segunda metade do século dezessete. A iniciativa coube a ordens religiosas e aos exploradores das drogas do sertão e de outros recursos da floresta.

Desenvolvimento da pecuária (século dezoito)

Mapa. Desenvolvimento da pecuária, século dezoito. Destaque para o atual território brasileiro.
Legenda: 
Verde: área de pecuária: caminhos de gado, currais e estâncias.
Pequena cabeça de gado marrom: feiras de gado.
Grande cabeça de gado laranja: centros de indústrias de carnes: carne-seca do Ceará e do Piauí e charqueadas de Pelotas.
Linha cinza: limites atuais do Brasil.

Feiras de gado: Itabaiana, no atual estado da Paraíba; Santana, no atual estado da Bahia; e Sorocaba, no atual estado de São Paulo.
Área de pecuária: caminhos de gado, currais e estâncias: abrange área no extremo sul da região Sul, se estende a pouca distância do litoral das atuais regiões Sul e Sudeste, com destaque para as cidades de Viamão, Vacaria, Lajes, Curitiba, São Paulo, São Vicente, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, avançando para o interior do atual estado de Minas Gerais, com destaque para São João del-Rei e Vila Rica, e segue pelo interior da atual região Nordeste pelas margens do Rio São Francisco, atingindo Salvador e Oeiras. Focos de pecuária também são observados na área central do país e em dois pontos do extremo norte, nos atuais estados de Roraima e Pará. 
Centros de indústria de carnes: carne-seca do Ceará e do Piauí e charqueadas de Pelotas: próximo às cidades de Fortaleza, no Ceará, Oeiras, no Piauí, e Pelotas, no Rio Grande do Sul.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala indicando 360 quilômetros.

Fonte: RESENDE, Maria Efigênia Lage de; MORAES, Ana Maria. Atlas histórico do Brasil. Belo Horizonte: Vigília, 1987. página 37.


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao tratar do deslocamento de parte da população colonial do litoral para o interior da América portuguesa, o conteúdo contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero sete agá ih um dois e, ao analisar a expansão das fronteiras da América portuguesa promovida pelo desenvolvimento da pecuária por meio de mapas históricos, contempla a habilidade ê éfe zero sete agá ih um um.

Mapas históricos

A interpretação dos mapas históricos apresentados no capítulo permite aos alunos reconhecer os agentes sociais que participaram da ocupação do território brasileiro, bem como identificar as atividades econômicas desenvolvidas na colônia entre os séculos dezesseis e dezoito. Essa possibilidade favorece o trabalho com o componente curricular geografia e o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero sete gê ê zero nove.

Ampliando: a expansão da pecuária nordestina e o curso dos rios

“Completa-se assim a ocupação de todo o interior nordestino. Ocupação muito irregularmente distribuída. De fórma geral, escassa e muito rala: o pessoal das fazendas de gado, únicos estabelecimentos da região, não é numeroso, como já foi descrito. Donde também um comércio, afora a condução de gado, pouco intenso; resultando disso aglomerações urbanas insignificantes e largamente distanciadas umas das outras. Mas dentro dessa baixa densidade demográfica geral, o povoamento e as atividades econômicas se concentram mais em algumas áreas. Os fatores naturais, em particular a ocorrência da água, tão preciosa nesse território semiárido, têm aí um papel relevante. É sobretudo na margem dos poucos rios perenes que se condensa a vida humana: no São Francisco, nos rios do Piauí e do alto Maranhão. Intercalam estas regiões mais favorecidas, extensos desertos a que somente as vias de comunicações emprestam alguma vida.”

PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2008. página 67.

Penetração do vale amazônico

A penetração do vale amazônico foi retardada por dificuldades impostas pelas características físico-naturais da região. Por esse motivo, só se iniciou efetivamente na segunda metade do século dezessete. A iniciativa coube a ordens religiosas e exploradores das drogas do sertão (anil, baunilha, castanha-do-pará, cacau e urucum) e de outros recursos da floresta.

O desenvolvimento da pecuária

No início da colonização, o gado era criado solto próximo aos canaviais e servia para suprir as necessidades dos moradores dos engenhos. A pecuária completava a dieta básica da população com carne e leite, além de fornecer couro para a produção de artefatos. O gado também era utilizado para movimentar as moendas dos engenhos e transportar pessoas e mercadorias.

À medida que se expandiu, a criação de gado passou a ocupar o espaço dos canaviais e era comum os animais invadirem as plantações de cana e destruírem o cultivo, causando prejuízos aos colonos. Em razão disso, a coroa portuguesa, em 1701, proibiu a criação de gado na faixa litorânea, local de maior concentração das plantações de cana-de-açúcar.

Assim, partindo principalmente da Bahia e de Pernambuco, a criação de gado avançou em direção ao Rio São Francisco e se espalhou pela área correspondente à ocupada pelos atuais estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará, do Piauí e do Maranhão. Nas fazendas de gado eram empregados trabalhadores livres (indígenas, mestiços e negros libertos) e negros escravizados. Os responsáveis por conduzir e cuidar do gado, chamados vaqueiros, geralmente eram pagos com animais: a cada quatro bezerros nascidos em determinado período, um era destinado a esse pagamento. Caso os bezerros morressem ou se perdessem, o trabalhador poderia ficar sem remuneração.

Fotografia. Três homens montados à cavalo. Eles usam casacos de couro e chapéus arredondados. O chão é de terra. Ao redor deles uma névoa formada pela terra seca. Ao fundo, árvores secas.
Vaqueiros montando cavalo em meio à caatinga na comunidade do Muquém, em Petrolina, Pernambuco. Foto de 2021. A atividade de vaqueiro ainda é realizada no sertão nordestino.

O comércio e a abertura de estradas

Os moradores do sertão nordestino mantinham contato frequente com os do litoral. Os donos das fazendas geralmente residiam nos grandes centros litorâneos, deixando a propriedade aos cuidados de administradores.

Para facilitar a comunicação entre o litoral e o interior, foram abertas muitas estradas, que atravessavam áreas onde havia pastagem e água para o gado. Por elas circulava o comércio de carne-sêca e, principalmente, de couro. Além de ser exportado para Portugal, o couro tornou-se a principal matéria-prima para a confecção de roupas, acessórios e outros artigos usados pelos sertanejos.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Por que durante o século dezesseis a colonização portuguesa na América se concentrou no litoral?
  2. Qual foi o motivo da interiorização da criação de gado no período colonial?
  3. Quem desempenhava o trabalho de vaqueiro e como era remunerado?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao explorar a historicidade da formação territorial brasileira, apresentando características culturais (no caso, a importância da pecuária) e analisando o movimento de populações e mercadorias, o conteúdo favorece o desenvolvimento das Competências específicas de História nº 2 e nº 5. Além disso, fornece subsídios para a abordagem do tema contemporâneo transversal Diversidade cultural.

Recapitulando

  1. Porque a coroa portuguesa temia uma invasão, caso povoasse o interior da colônia e deixasse a área litorânea desprotegida.
  2. A criação de gado no litoral passou a ser um problema porque os animais ocupavam muito espaço, o que limitava o crescimento dos canaviais. Além disso, muitos deles pisoteavam e comiam as plantações de cana-de-açúcar, causando prejuízos.
  3. O trabalho de vaqueiro era desempenhado principalmente por pessoas livres (indígenas, mestiços e negros libertos), embora negros escravizados também fossem empregados nas atividades pecuárias. Os vaqueiros eram responsáveis por conduzir e cuidar do gado, e eram remunerados com a quarta parte dos bezerros nascidos em determinado intervalo de tempo.

A mão de obra escravizada na pecuária

Durante muito tempo, a historiografia defendeu que teria sido irrisória a presença de africanos escravizados na pecuária pela incompatibilidade desse tipo de mão de obra com a atividade.

Nas últimas décadas, contudo, com base na análise de inventários, testamentos e cartas de alforria, diversos autores identificaram o emprego de mão de obra escravizada na pecuária em muitas regiões do país, inclusive na função de vaqueiro, que demandava liberdade de atuação e a confiança dos proprietários das fazendas. Esses pesquisadores defendem que muitos escravizados vaqueiros conseguiam comprar sua alforria e a de seus familiares por meio do pecúlio acumulado com as cabeças de gado que recebiam como pagamento pelo trabalho executado. Desse modo, vivenciavam uma situação diversa da dos escravizados das regiões de plantation, que eram submetidos a vigilância e castigos constantes e tinham pouca chance de obter a manumissão.

Para mais informações sobre o tema, consultar VIEIRA, Antonio Roberto Alves. Família escrava e pecuária: revisão historiográfica e perspectiva de pesquisas. 2011. Dissertação (Mestrado em História Econômica). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

A pecuária no Sul

Nos campos do Rio Grande do Sul, a pecuária desenvolveu-se no comêço do século dezoito. Como o gado pastava solto pelos campos da bacia do Rio da Prata, a pecuária sulina ocupava grandes propriedades, nas quais se formaram as estâncias, como eram chamadas as fazendas de gado gaúchas. Como o objetivo inicial era a produção de couro, todo o resto do animal abatido era abandonado nos campos.

Ainda no século dezoito, com a introdução da indústria do charque (carne salgada e sêca ao sol), destinada a abastecer a região das Minas Gerais, a carne passou a ter importância. No final daquele século, o Sul já havia se transformado no principal fornecedor de couro, animais e charque da colônia.

O Sul também se destacou na criação de cavalos, fundamentais para a realização do “rodeio” do gado, ocasião festiva em que os peões reuniam o gado selvagem para marcá-lo e castrá-lo. As mulas foram outra especialidade da criação sulina, destinadas principalmente à região das Minas Gerais, na qual serviam como animais de carga.

A criação de gado no Sul do Brasil impulsionou o movimento dos tropeirosglossário e a criação de caminhos que ligavam as áreas produtoras aos centros de comércio na colônia. Trataremos desse assunto no capítulo 10.

Gravura. Homem indígena com lenço ao redor da cabeça. Sobre ele um chapéu. Tem um tecido longo atravessado diagonalmente sobre o corpo. Carrega em um dos braços uma corda enrolada, e na outra mão traz uma boleadeira. Usa botas com babados.
Detalhe de Charruas, gravura de Jãn Batiste Dêbret, 1834. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro. Indígenas da etnia Charrua trabalhavam como condutores de tropas do Rio Grande do Sul.

Saiba mais

O boi e a cultura brasileira

O boi teve importância econômica e cultural na formação do Brasil, tornando-se tema de músicas, festas e celebrações populares.

De norte a sul do país são realizadas festas de boi, que recebem variados nomes. No Norte e no Nordeste, existe o Bumba meu boi. Na Região Sul chama-se Boi de mamão. As festas têm elementos culturais de origem europeia, indígena e africana e são uma representação artística da lenda folclórica em tôrno da morte e da ressurreição de um boi.

No Amazonas é realizado o Boi de Parintins, um festival folclórico em que, por meio de desfile alegórico, competem os bois Garantido e Caprichoso. Durante a celebração, o município de Parintins é decorado com as cores dos bois, o vermelho do Garantido e o azul do Caprichoso, e atrai milhares de turistas.


Fotografia. Em primeiro plano, um personagem representando um boi. Ele é branco, tem orelhas grandes. As pontas dos chifres escuras e um coração vermelho na testa. Em segundo plano, pessoas de vermelho tocam instrumentos musicais.
Desfile do boi Garantido, em Parintins, Amazonas. Foto de 2019.

Respostas e comentários

Artefatos utilizados pelos Charrua

No detalhe da gravura de debrê apresentada nesta página, podemos ver um indígena Charrua utilizando um chapéu, vestindo botas com esporas e carregando cordas. O chapéu é essencial para proteger do Sol durante o trabalho com o gado, que pasta em grandes descampados. A espora é um artefato de metal que se prende no calcanhar do calçado e serve para estimular o animal na montaria, iniciando a cavalgada ou acelerando-a. Por fim, as cordas são usadas para laçar os animais.

Pecuária paulista

Os paulistas também se dedicaram à pecuária. A partir do sécu-lo dezoito, eles realizaram os primeiros contatos com o Sul pelo litoral e, por volta de 1719, fundaram as primeiras estâncias de Viamão. Anos depois, foi descoberto o caminho que ligava São Paulo ao Sul pelo Planalto de Curitiba, dando início à ocupação dos campos de Vacaria, no Rio Grande do Sul, em 1735.

A ação missionária dos jesuítas

Nas colônias de Portugal e da Espanha, a Igreja Católica foi representada principalmente por padres da Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada pelo espanhol Inácio de Loyola em 1534.

A Companhia de Jesus, no contexto da Contrarreforma, atuou para expandir a fé católica e conter o avanço do protestantismo. Em 1553, a América portuguesa foi alvo das atividades evangelizadoras e pedagógicas dos jesuítas. As capitanias da Bahia e de São Vicente foram os primeiros núcleos da ação da Companhia de Jesus.

Na Bahia, os jesuítas chegaram com a comitiva do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, em 1549. Dirigidos pelo padre Manuel da Nóbrega, eles receberam da coroa portuguesa o monopólio das atividades de catequização dos indígenas. Em São Vicente, o padre Leonardo Nunes fundou a primeira escola-seminário, que funcionava como igreja e colégio. O objetivo era formar sacerdotes e instruir os nativos e os colonos.

Mais tarde, outros colégios foram fundados. No Planalto de Piratininga, os jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega inauguraram o Colégio de São Paulo (marco inicial da cidade de São Paulo), em 1554, que se tornou um dos principais núcleos de evangelização dos nativos da região. No Rio de Janeiro, a construção do primeiro colégio jesuíta começou em 1567, por iniciativa do padre Inácio de Azevedo e Nóbrega.

No século dezessete, os jesuítas chegaram ao Ceará, ao Piauí, ao Maranhão e ao Pará. As casas que fundavam convertiam-se em novos colégios. Isso aconteceu em Olinda (1576), São Luís (1622), Belém (1626) e Recife (1655). No Sul, as ações missionárias foram iniciadas pelos jesuítas espanhóis, que, em 1635, chegaram à aldeia indígena de Caibi, próximo à atual cidade de Porto Alegre.

Fotografia. Construção comprida horizontalmente, com dois andares. É toda branca com janelas e portas azuis. Em uma das extremidades uma torre. Algumas pessoas estão aglomeradas na porta. Ao redor da construção, grades.
Pateo do Collegio, no centro da cidade de São Paulo, São Paulo. Foto de 2019. Originalmente, o local foi residência dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. Entre as décadas de 1950 e 1970, o Pateo do Collegio passou por grandes reformas e atualmente abriga o Museu Anchieta e um centro cultural.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que eram as estâncias, que se desenvolveram na região do Sul do território que hoje é o Brasil?
  2. Qual era o objetivo das ações da Companhia de Jesus na colônia portuguesa na América no século dezesseis?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. As estâncias eram grandes propriedades voltadas para a pecuária, desenvolvida no Sul do Brasil. Principalmente a partir do século dezoito, elas eram responsáveis pela produção de charque e couro e pela criação de animais para transporte, como cavalos e mulas.
  2. A Companhia de Jesus atuou na contenção do crescimento do protestantismo e na promoção da fé católica; por isso, empreendeu forte campanha evangelizadora dos nativos na América portuguesa e se dedicou a garantir que os colonos orientassem sua conduta moral e seus hábitos cotidianos pelos ditames da religião católica.

Ampliando: a percepção jesuíta dos nativos

“A tarefa de conversão dos gentios à fé católica colocava desafios inéditos para os religiosos. Desconhecendo as sociedades nativas, os europeus tinham a impressão de que os índios viviam ‘sem Deus, sem lei, sem rei reticências’. O grande mérito dos jesuítas consistiu na percepção da humanidade dos nativos da América. Foi ela que os incentivou a desenvolver procedimentos capazes de atingir a sensibilidade dos nativos, aproximando-os da cultura cristã, como, aliás, fariam logo depois em seus colégios. Essa estratégia assentava sobre três convicções básicas: a de que os índios eram tão capazes dos sacramentos quanto os europeus; a de que eram ‘livres por natureza’; e a de que tinham o caráter de um ‘papel branco’, em que poderia ser impressa a palavra de Deus.”

NEVES, Guilherme Paulo Castagnoli Pereira das. Jesuítas. In: VAINFAS, Ronaldo direção Dicionário do Brasil colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. página 326-327.

A catequização dos nativos

Para a conversão dos nativos, os padres jesuítas criaram, em várias partes da colônia, aldeamentos indígenas conhecidos como missões ou reduções.

Nas missões, os padres reprimiam os costumes dos nativos, como a poligamia e a antropofagia, visando transformar os hábitos dessas populações. Contudo, mesmo quando pareciam aceitar a fé católica, os indígenas persistiam na sua cultura. A solução encontrada pelos religiosos foi adaptar celebrações, utilizar as línguas nativas nas pregações, promover aulas de canto e encenações teatrais, traduzir obras religiosas para a língua-geralglossário e admitir costumes não prejudiciais ao trabalho missionário, criando um ambiente de trocas culturais.

Nas missões, além de participar das atividades pedagógicas e religiosas, os indígenas cuidavam das tarefas agrícolas e artesanais, construíam igrejas e outras edificações e criavam animais. Os nativos também produziam instrumentos musicais de sopro e corda.

As missões religiosas (séculos dezesseis a dezoito)

Mapa. As missões religiosas, séculos dezesseis a dezoito. Destaque para o atual território brasileiro.
Legenda: 
Cruz roxa: missões portuguesas.
Cruz vermelha: missões espanholas.
Linha cinza: limites atuais do Brasil

Em vermelho, Linha do Tratado de Tordesilhas (1494).

Missões portuguesas: à leste da Linha do Tratado de Tordesilhas, na porção norte do território, nas proximidades das cidades de Belém, Gurupi, Turiaçu, São Luís e à norte da Paraíba; à oeste da Linha do Tratado de Tordesilhas, ao redor dos rios Madeira, Amazonas, e Tapajós.
Missões espanholas:  à oeste da Linha do Tratado de Tordesilhas, nas regiões de Tape, Sete Povos das Missões, Guairá e Itatim, além de territórios hoje pertencentes à Bolívia, nas proximidades de Santa Cruz de la Sierra, Paraguai, Argentina e Uruguai. 

No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala indicando 370 quilômetros.

Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. de C. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: fei , 1991. página 57.


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao analisar a expansão das fronteiras da América portuguesa promovida pela ação das missões religiosas por meio da interpretação de mapas históricos, o conteúdo contempla a habilidade ê éfe zero sete agá ih um um.

Atividade complementar

O Padre José de Anchieta escreveu uma peça teatral intitulada Auto da Festa de São Lourenço. Dividida em cinco atos, ela foi representada em 1583 e tinha o intuito de ser um instrumento para a catequização dos nativos. Trata-se da história da luta entre o bem e o mal, apregoando a dualidade entre Deus (a salvação) e o demônio (a perdição, o pecado).

Se possível, solicite aos alunos que leiam o texto da peça (disponível em: https://oeds.link/N1MI9g; acesso em: 23 fevereiro 2022) e analisem a maneira como a luta entre o bem e o mal é apresentada aos indígenas. O trabalho pode ser realizado em grupos, cada um sendo responsável por analisar um dos atos da peça, um dos personagens ou um grupo de personagens (os demônios, os santos e o anjo, os imperadores romanos etcétera), entre outros aspectos. Com base na análise, discuta com a turma se a cultura indígena era valorizada ou depreciada pelos jesuítas e que impacto os jesuítas esperavam que a encenação da peça poderia causar nos nativos em relação a suas crenças e à assimilação de valores europeus.

Ampliando: o cotidiano nas missões

“‘Se [os indígenas] ouvem tanger missa reticências já acodem e tudo que nos veem fazer, tudo fazem. Assentam-se de joelhos, batem nos peitos, levantam as mãos para o céu.’ reticências. As atividades consistiam em recitar juntas, na igreja, ladainhas ou Salve-Rainha reticências. Nas sextas-feiras, disciplinavam-se em cerimônias de autoflagelação e, com o corpo coberto de sangue, saíam em procissão. Cantavam hinos como o Dominus Creator e revezavam-se entre aulas de flauta e canto. A Gramática, feita de perguntas e respostas, era o livro básico para a instrução, além de aprenderem a escrever. Confessavam-se de oito em oito dias reticências.”

PRIORE, Mary del; VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. página 37-38.

A expulsão dos jesuítas

Nos países ibéricos, a Igreja estava subordinada à coroa e cabia ao Estado prover a subsistência das missões. Em 1564 foi criada a redízima, uma taxa descontada dos impostos cobrados pela coroa para ser repassada à Companhia de Jesus. Porém, como os fundos não eram suficientes para manter as missões, os jesuítas procuravam gerar os próprios recursos utilizando o trabalho indígena.

Beneficiados por essas condições, os missionários desenvolveram uma próspera atividade agropecuária nos aldeamentos. Na região amazônica, a ordem religiosa tornou-se uma das principais exploradoras das drogas do sertão, que eram enviadas diretamente à Europa sem o recolhimento de impostos aos cofres portugueses.

Com o tempo, a Companhia de Jesus acumulou terras, engenhos, gado e africanos escravizados. Sua riqueza e seu prestígio social cresceram tanto que a ordem se transformou em um poder paralelo e foi vista pelo govêrno português como uma ameaça ao poder real.

Entre os séculos dezessete e dezoito, os jesuítas foram acusados de abuso de poder, de desrespeito ao exclusivo comercial metropolitano e de monopólio do trabalho indígena, que causava escassez de mão de obra nas lavouras dos colonos.

As tensões entre a Companhia de Jesus e o govêrno português cresceram a ponto de se tornar um dos principais fatores para o decreto de 1759, que determinou a expulsão dos jesuítas dos territórios portugueses.

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Sete Povos das Missões

No final do século dezessete e no início do século dezoito, no Rio Grande do Sul, jesuítas espanhóis estabeleceram um grupo de sete aldeamentos Guarani que ficou conhecido como Sete Povos das Missões. As missões organizavam-se como comunidades relativamente autossuficientes, em que, além da igreja, havia hospital, asilo, escola, plantações, criação de gado e oficinas. Os aldeamentos constituíram verdadeiras cidades e se transformaram no modêlo missionário desenvolvido pelos jesuítas na América.


Ilustração. Casas agrupadas em quadrantes. No centro uma praça. Atrás uma construção grande toda cercada.
Plano da redução de São João Batista, localizada no atual município de Entre-Ijuís, Rio Grande do Sul, 1753. Arquivo Geral de Simancas, Espanha.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. De que maneira ocorria a evangelização nas missões ou reduções?
  2. Por que os jesuítas foram expulsos da América portuguesa no século dezoito?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. A evangelização era feita por meio do batismo, das missas, das músicas e do teatro. Os padres reprimiram práticas culturais dos indígenas, como a poligamia e a antropofagia. No entanto, quando os nativos resistiam em abandonar seus costumes, os clérigos desenvolviam algumas adaptações, como fazer pregações na língua dos nativos.
  2. Os jesuítas foram expulsos porque, devido ao acúmulo de posses e ao poder e prestígio social adquiridos, a Companhia de Jesus se transformou em uma ameaça ao poder real na colônia. Além disso, os jesuítas passaram a ter problemas com os colonos, que reclamavam de escassez de mão de obra indígena, já que os religiosos concentravam os nativos em suas missões.

As bandeiras paulistas

Em 1553, com o objetivo de se aproximar dos indígenas estabelecidos nas aldeias distantes do litoral, os padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta chegaram ao Planalto de Piratininga e instalaram uma escola para os nativos denominada Real Colégio de Piratininga de São Paulo.

A maioria dos portugueses instalados na colônia vivia na região litorânea, dedicando-se à produção açucareira. Mas, na capitania de São Vicente (no atual estado de São Paulo), a baixa qualidade do solo, a distância em relação aos portos europeus e a presença da Serra do Mar, que dificultava ou impedia a expansão das áreas de cultivo agrícola, levaram os colonos a explorar terras em direção ao interior. Assim, ao redor do colégio de Piratininga, formou-se o povoado de São Paulo, reunindo os padres jesuítas, colonos portugueses, indígenas e mestiços.

Nesse povoado, elevado a vila em 1560, os colonos cultivavam algodão, frutas, cana-de-açúcar, milho, mandioca e trigo e criavam animais para abastecer o mercado interno. A mão de obra básica era a do indígena escravizado.

Com a constante falta de mão de obra, os paulistas passaram a organizar expedições de apresamentoglossário de indígenas pelo interior – as chamadas bandeiras. Os integrantes dessas expedições foram chamados de bandeirantes. Essas expedições eram financiadas pelos próprios colonos, mas também existiram as que recebiam recursos da coroa. Nesse caso, eram chamadas de entradas e aconteceram principalmente nos primeiros tempos da colonização, declinando no início do século dezessete.

As bandeiras foram impulsionadas, em parte, pela posição geográfica da vila de São Paulo, que se situava na ligação das rótas para o interior, e pela presença dos rios Tietê e Paraná, usados como vias de transporte.

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Monções a caminho do Centro-Oeste

As monções foram expedições realizadas pelos paulistas através dos rios Tietê, Paraná e Grande em direção ao Centro-Oeste para a comercialização de alimentos e roupas, a exploração científica da fauna e da flora e a demarcação territorial. Elas começaram em 1710, depois da descoberta de ouro perto do Rio Coxipó, afluente do Rio Cuiabá, e da criação do primeiro núcleo minerador na região.

Como já ocorria com as bandeiras, as monções aproveitavam técnicas e conhecimentos indígenas sobre os recursos naturais para facilitar o deslocamento pelas áreas do interior da colônia. Essas travessias eram feitas em grandes barcos, chamados “batelões”. A viagem costumava durar cêrca de sete meses e ocorria entre março e abril, quando os rios estavam mais favoráveis à navegação.


Fotografia. Pessoas indígenas navegando no rio em uma canoa. Um adulto está em pé, remando. Algumas crianças estão sentadas na embarcação.
Indígenas da etnia uaurá seguindo para pesca em Gaúcha do Norte, Mato Grosso. Foto de 2019. Os conhecimentos indígenas sobre o curso dos rios, a navegação e o aproveitamento dos recursos naturais foram fundamentais para a realização das monções.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Por que os paulistas, diferentemente dos colonos de outras regiões do Brasil, direcionaram-se para o interior da colônia?
  2. Qual era o objetivo das expedições de apresamento? Como elas eram organizadas?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. Os paulistas direcionaram-se para o interior da colônia em razão da baixa qualidade do solo da capitania de São Vicente, da distância em relação aos portos europeus e da presença da Serra do Mar, que impedia a expansão das lavouras.
  2. O objetivo das expedições de apresamento era prender indígenas para escravização, buscando compensar a escassez de mão de obra nas lavouras. Em geral, elas eram organizadas com financiamento dos próprios colonos, mas a coroa portuguesa também incentivou as expedições até o início do século dezessete.

Ampliando: o “Arraial de Paulistas” no Nordeste

“A colonização do Piauí se deu na ‘pata do boi’. A pecuária extensiva dos sertões da Bahia e de Pernambuco expandiu-se rumo ao norte a partir de 1676, com a concessão de sesmarias na região.

Mas onze ou doze anos antes do surgimento das primeiras fazendas, um grupo de paulistas já se encontrava estabelecido na bacia do Parnaíba, em poderoso arraial às margens do riacho de Santa Catarina, de onde saíam em busca de pedras preciosas e de índios para serem escravizados. Desde sua fundação, o ‘Arraial de Paulistas’ foi governado por Domingos Jorge Velho (1641-1703), típico bandeirante descendente de índios tupiniquins e tapuias cruzados com sangue lusitano. reticências

O ‘Arraial de Paulistas’ foi o único centro urbano do Piauí no século dezessete, e sucumbiu ante a escassez de índios para serem capturados como escravos. Mas a ação desses paulistas foi tão implacável que em meados do século dezenove já não existiam mais índios no Piauí.”

SILVA, Reginaldo Miranda da. Piauí de paulista. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, número 34, página 36, julho 2008.

Por que bandeirantes?

Nas expedições de apresamento, os colonos, seguindo um costume indígena, erguiam uma bandeira em sinal de guerra. Por isso, os integrantes dessas expedições foram chamados bandeirantes.

Monções

Para mais informações sobre o tema das monções, consultar HOLANDA, Sérgio Buarque de. Monções. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. O livro, cuja primeira edição é de 1945, é um clássico da historiografia brasileira a respeito da expansão da América portuguesa por meio de expedições fluviais.

A busca por “negros da terra”

As bandeiras de apresamento de indígenas, chamados à época de “negros da terra”, ocorreram inicialmente nas aldeias próximas à vila de São Paulo. Entretanto, à medida que aumentava a procura por cativos para servirem de mão de obra nas plantações, os paulistas passaram a buscá-los em territórios cada vez mais distantes.

As bandeiras direcionavam-se para os territórios dos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Por volta de 1620, elas atingiram a região das missões jesuíticas, começando pela do Guairá, situada no atual estado do Paraná (consulte o mapa). Depois disso, os ataques às missões tornaram-se frequentes, pois os nativos aldeados estavam mais adaptados ao trabalho braçal. Os assaltos dos bandeirantes às missões e a oposição dos religiosos à escravidão indígena provocaram vários conflitos entre paulistas e jesuítas.

A partir de 1630, quando os holandeses conquistaram áreas da capitania de Pernambuco e os principais portos de abastecimento de mão de obra escrava na África, houve um aumento da demanda pela mão de obra indígena escravizada. Os plantadores paulistas foram duramente afetados porque não tinham condições de custear o alto preço dos escravizados. Para agravar a situação, a coroa proibiu a escravização dos indígenas, que era admitida apenas nos casos de “guerra justa”, isto é, quando os nativos atacavam os colonos.

O sertanismo de contrato

O declínio da atividade de apresamento de indígenas na segunda metade do século dezessete modificou a atividade dos bandeirantes. Eles passaram a usar o conhecimento adquirido sobre os caminhos do sertão e as técnicas de enfrentamento a grupos indígenas hostis para prestar serviço aos grandes proprietários de terras e às autoridades coloniais do Nordeste. Por esse serviço, conhecido como sertanismo de contrato, os bandeirantes recebiam pagamento ou terras.

O avanço bandeirante (séculos dezesseis a dezoito)

Mapa. O avanço bandeirante, séculos dezesseis a dezoito. Atual território brasileiro dividido verticalmente em duas partes pelo Meridiano de Tordesilhas.
Legenda:
Seta vermelha: apresamento de indígenas.
Seta verde: sertanismo de contrato.
Seta roxa: mineração.
Linha cinza: limites atuais do Brasil.

Apresamento de indígenas: Rota que sai das proximidades de São Paulo, Santos e Sorocaba, no atual estado de São Paulo, e avança para oeste do Meridiano de Tordesilhas, atingindo a região do Tape e Lagoa dos Patos, no atual estado do Rio Grande do Sul. Outra rota tem a mesma origem e segue para Itatim e Santiago do Xerez, no atual Mato Grosso do Sul. Uma das Rotas atravessa o oeste dos atuais estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, avançando pelo Amazonas e Pará até Gurupá.
Sertanismo de contrato: Rota que sai de Santos, segue pelo mar até Salvador, na atual Bahia. Lá ela se divide e segue rumo ao sertão nordestino. Rotas menores saem do Nordeste: do Recife para Palmares; De Olinda para Fortaleza.
Mineração: Rotas que saem das proximidades de São Paulo, Porto Feliz e Taubaté, no atual estado de São Paulo, e seguem para Cuiabá, no atual Mato Grosso, e Vila Boa, no atual estado de Goiás, ambas à oeste do Meridiano de Tordesilhas, para Belém, no atual estado do Pará, e para a região perto de Sabará, no atual estado de Minas Gerais.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de zero a 400 quilômetros.

Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M.; REIS, Arthur C. F.; CARVALHO, Carlos D. de C. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: fei , 1991.


Responda em seu caderno.

Explore

  1. O Tratado de Tordesilhas, que definiu as terras da América pertencentes a Portugal e Espanha, limitou o avanço dos bandeirantes? Justifique.
  2. De acôrdo com o mapa, que tipo de bandeirismo predominou no Sul? E no Nordeste?

Respostas e comentários

Explore

  1. Não. Os bandeirantes ultrapassaram a linha do Tratado de Tordesilhas e, na prática, estenderam a área ocupada pelos colonos portugueses para o oeste do continente.
  2. De acôrdo com o mapa, no Sul predominou o bandeirismo de apresamento de indígenas e no Nordeste, o sertanismo de contrato.

Bê êne cê cê

Ao analisar a expansão das fronteiras da América portuguesa promovida pela ação dos bandeirantes em um mapa histórico, a atividade contempla a habilidade ê éfe zero sete agá ih um um.

Substituição de mão de obra

Durante a invasão holandesa no Nordeste, no século dezessete, o cativo indígena, além de trabalhar nas lavouras paulistas, passou a suprir a escassez de mão de obra africana escravizada em outras partes da colônia.

Como viviam os bandeirantes

A bandeira era uma expedição numerosa, composta de um chefe, um capelão, homens brancos, mamelucos e indígenas. Na viagem, que podia durar anos, os bandeirantes levavam arcabuzesglossário , pistolas, chumbo e pólvora, machados, facas, foices e cordas para prender e conduzir os indígenas escravizados.

Os exploradores paulistas, em sua maioria mamelucos, adotavam muitos costumes das populações nativas. Andavam descalços e em fila indiana, percorrendo longos caminhos a pé, pois o cavalo era impróprio para o deslocamento em meio à vegetação densa e em terrenos irregulares. Eles empregavam técnicas indígenas de caça e coleta, de localização de alimentos e água, de uso de ervas curativas e de identificação de animais perigosos. Sabiam, ainda, como fabricar canoas com troncos de árvores, manejar o arco e flecha e construir habitações temporárias.

Em busca dos metais preciosos

Na segunda metade do século dezessete intensificaram-se as bandeiras que partiam em busca de pedras e metais preciosos. Essas expedições, conhecidas como bandeiras de prospecção, já existiam desde os primeiros anos da colonização, quando a coroa portuguesa passou a incentivar as buscas de ouro e prata no Brasil.

Entrando cada vez mais no interior em busca dessas riquezas, os bandeirantes paulistas chegaram a Minas Gerais no final do século dezessete e, ultrapassando os limites do Tratado de Tordesilhas, atingiram Mato Grosso e Goiás.

História em construção

As tropas bandeirantes

Ao longo do tempo, criou-se uma imagem dos bandeirantes como homens portugueses brancos e robustos. Contudo, além de os bandeirantes andarem frequentemente descalços e famintos, suas tropas eram diferentes do imaginário que se formou, como mostra este texto.

reticências a maioria dos integrantes era constituída de escravos indígenas, geralmente Guarani ou Carijó, que formavam tropas auxiliares encarregadas de combater e capturar índios no sertão. reticências Os mamelucos, descendentes de pai branco e mãe índia, muitas vezes atuavam como guias e intérpretes, pois falavam a ‘língua-geral’ reticências.

A primeira bandeira de grande porte saiu de São Paulo em 1628, reticências com cêrca de 900 paulistas e 2 mil guerreiros Tupi.

KOK, Glória. Descalços, violentos e famintos. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, número 34, página 23, julho 2008.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Em que as tropas bandeirantes diferiam do imaginário que se criou sobre elas?
  2. Segundo o texto, que papel desempenharam os mamelucos?

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que provocou o aumento da demanda por mão de obra indígena no século dezessete?
  2. Explique como o conhecimento dos indígenas foi utilizado pelos bandeirantes para realizar as expedições.

Respostas e comentários

História em construção

  1. Em vez de compostas de homens fortes, brancos e portugueses, as tropas bandeirantes eram formadas por homens descalços e famintos, indígenas escravizados em sua maioria.
  2. Os mamelucos, por serem filhos de pai branco e mãe indígena, atuavam como guias e intérpretes, pois falavam a língua-geral, em que predominavam os dialetos Tupi.

Bê êne cê cê

Ao propor uma análise documental, a atividade favorece o desenvolvimento da atitude historiadora e do exercício dos procedimentos e método próprios da ciência histórica e, por isso, contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História nº 3.

Recapitulando

  1. O aumento da demanda por mão de obra indígena aconteceu pela crise de abastecimento de africanos escravizados, visto que os holandeses, a partir de 1630, dominaram os centros africanos fornecedores de mão de obra cativa.
  2. Os bandeirantes souberam utilizar os conhecimentos aprendidos com os indígenas para viabilizar suas expedições. Tais conhecimentos, que incluíam andar descalço e em fila indiana para trafegar nas matas, as técnicas de caça e coleta, as fórmas de perceber a aproximação de animais perigosos, a localização de alimentos e água, o uso de ervas curativas e a fabricação de canoas com troncos de árvores, otimizaram o desempenho das expedições dos bandeirantes.

Bandeiras

Para mais informações sobre as bandeiras, consultar BONOME, José Roberto; LEMES, Fernando Lobo. Bandeiras, mitos e História nos sertões da América portuguesa. Revista Mosaico, Goiânia, volume 7, número 2, página 165-172, julho a dezembro. 2014. Disponível em: https://oeds.link/C1uPkQ. Acesso em: 25 maio 2022.

A expedição de 1674

Uma das expedições bandeirantes mais famosas foi a comandada por Fernão Dias Paes Leme, que partiu de São Paulo em 1674 e, durante sete anos, explorou várias regiões do centro-sul, acompanhado por Matias Cardoso de Almeida, Manuel de Borba Gato e outros exploradores. Esses bandeirantes abriram caminhos que facilitaram expedições posteriores, como a que descobriu ouro na região de Minas Gerais, no final do século dezessete.

Enquanto isso…

A resistência indígena na Confederação Cariri

A Confederação Cariri, também chamada Guerra dos Bárbaros, foi um longo movimento de resistência da nação indígena Cariri (ou Kiriri), ocorrido entre 1687 e 1720, à invasão de suas terras e à tentativa de escravização.

As batalhas ocorreram no sertão nordestino, em terras que correspondem ao atual território do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do Ceará. Os primeiros conflitos foram vencidos pelos indígenas, que mataram vários colonos e milhares de cabeças de gado.

Diante da resistência indígena, em 1688 as autoridades portuguesas contrataram os serviços do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Seu objetivo era claro, como é relatado na carta que recebeu do governador-geral do Rio Grande: “Espero que Vossa Mercê me repita novas de outros maiores sucessos, até finalmente me vir a última, e mais gloriosa de se ter acabado a guerra, e ficarem totalmente extintos os ‘bárbaros’.”

Enquanto crescia o número de combatentes, um novo conflito começava: bandeirantes paulistas e colonos passaram a disputar as terras tomadas dos indígenas. Mais do que a mão de obra nativa, interessava aos colonos ocupar as terras indígenas com a criação de gado e garantir o contrôle estratégico dos caminhos terrestres do Nordeste.

Além de usar cavalos e armas de fogo, obtidas pelo comércio com piratas, os indígenas criaram estratégias e táticas de guerra imprevisíveis. Mas, apesar da resistência, a maioria dos que formavam a Confederação Cariri foram exterminados.

Os Tapuia que escaparam migraram ou foram aldeados por missionários e se aliaram aos portugueses. Desta fórma, o sertão nordestino estava ‘limpo’ para a exploração da pecuária, que era a principal atividade econômica da região reticências, e mais um capítulo do processo colonizador português no Brasil estava escrito.

DIAS, Leonardo Guimarães Vaz. A guerra dos bárbaros: manifestações das fôrças colonizadoras e da resistência nativa na América portuguesa. Revista Eletrônica de História do Brasil, Juiz de fóra, volume 5, número 1, página 17, janeiro até junho 2001.

Pintura. Homens indígenas nus reunidos com lanças na mão. Estão com o corpo inclinado para frente, realizando uma dança. À direita, mulheres indígenas observam a dança.
Dança Tapuia, pintura de âubert équirráut, 1643. Museu Nacional de Arte da Dinamarca, Copenhague. Os Cariri eram chamados pelos portugueses e pelos povos Tupi de Tapuia.

Responda em seu caderno.

Questões

  1. O que os indígenas unidos na Confederação Cariri buscavam? Em que região essa confederação foi formada?
  2. Qual foi o resultado das batalhas entre indígenas e colonos?
  3. Em sua opinião, o Estado brasileiro deveria ressarcir de alguma fórma os descendentes dos indígenas expulsos das terras em que viviam no período colonial? Discuta essa questão com os colegas.

Respostas e comentários

O conteúdo da carta do governador-geral do Rio Grande pode ser consultado em: BIBLIOTECA NACIONAL. Documentos Históricos: 1671-1692. Rio de Janeiro: Augusto Porto e companhia, 1929. volume 10, página 312-315.

Bê êne cê cê

Ao tratar da resistência indígena contra os portugueses no âmbito da América portuguesa, considerando confrontos e alianças entre os dois grupos, o conteúdo contempla as habilidades ê éfe zero sete agá ih zero oito e ê éfe zero sete agá ih zero nove, e contribui para o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas nº 5.

Enquanto isso...

  1. Os indígenas unidos na Confederação Cariri lutavam contra a invasão de suas terras pelos colonos. Eles combateram os bandeirantes paulistas que invadiam as terras e capturavam indígenas para escravizá-los. A confederação foi formada nas terras dos atuais estados do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do Ceará.
  2. Vários povos indígenas, principalmente do Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), foram exterminados, e as terras transformaram-se em grandes pastos. Os indígenas que sobreviveram migraram ou foram para os aldeamentos dos missionários.
  3. Espera-se que os alunos reflitam sobre a dívida histórica do Estado brasileiro em relação às populações indígenas e selecionem argumentos baseados no que aprenderam sobre o tema para defender sua posição na discussão.

O nome Tapuia

Tapuia era o nome dado pelos indígenas Tupi aos povos que falavam línguas que não pertenciam ao tronco Tupi. Os colonizadores apropriaram-se da divisão Tupi-Tapuia para acirrar ainda mais as guerras entre povos rivais.

Ampliando: os Cariri hoje

“A pequena comunidade com cêrca de 50 famílias remanescentes dos índios Kariri, povos considerados desaparecidos, passam primeiramente por um processo de autorreconhecimento. Esse trabalho vem sendo feito a partir da descoberta da presença da comunidade de Poço Dantas por uma índia, Rose Kariri reticências. Ela esteve recentemente na região [município do Crato no Ceará] à procura de seus familiares e a primeira providência foi ir até um cartório para verificar os registros de nascimento de pessoas com o sobrenome Kariri. reticências

Com os estudos, a questão indígena toma corpo na região do Cariri e índios estão em processo de organização e fortalecimento de sua identidade.”

SANTOS, Elizângela. Índios Kariri lutam por reconhecimento da tribo. Diário do Nordeste, Fortaleza, 5 setembro 2008. Disponível em: https://oeds.link/FAy7fg. Acesso em: 26 abril 2022.

A colônia portuguesa cresceu

No início do século dezoito, a América portuguesa tornara-se bem maior do que a área delimitada pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494. Ao longo do tempo, criadores de gado, jesuítas, exploradores das riquezas da Amazônia e bandeirantes tinham avançado pelo interior, alcançando territórios pertencentes à coroa espanhola e, assim, ampliando os limites coloniais portugueses.

Durante o século dezoito, as relações entre as duas coroas foram marcadas por conflitos e negociações diplomáticas. O principal motivo de atrito envolvia a disputa pela Colônia do Sacramento (no atual Uruguai) e pela região dos Sete Povos das Missões (no atual Rio Grande do Sul). Em 1801, pelo Tratado de Badajoz, definiu-se o contrôle português sobre a região dos Sete Povos e o domínio espanhol sobre a Colônia do Sacramento.

Fotografia. Rua de pedra com construções simples coloridas. Uma tem muro laranja e a outra é branca com janelas e portas verdes. Na frente delas duas árvores de tronco largo. Entre as árvores, dois canhões. Ao fundo, ruínas de um muro e uma torre cilíndrica com um farol marítimo em cima.
Vista do centro histórico de Colônia do Sacramento, Uruguai. Foto de 2019.

A Colônia do Sacramento (séculos dezessete e dezoito)

Mapa. A colônia do Sacramento, séculos dezessete e dezoito. Destaque para a região sul da América do Sul. 
Legenda: 
Cruz vermelha: Sete Povos das Missões.
Linha tracejada cinza: Limites atuais entre os estados brasileiros.
Linha cinza: Limites atuais entre os países.

Sete povos das Missões: oeste do Rio Grande do Sul.
Destaque para as cidades de Colônia do Sacramento e Montevidéu no atual Uruguai. À oeste da Colônia do Sacramento, Buenos Aires, na Argentina. Ao norte, Assunção, no Paraguai.
No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala indicando 230 quilômetros.

Fonte: PIMENTA, João Paulo G. Estado e nação no fim dos impérios ibéricos no Prata: 1808-1828. São Paulo: Ucitéc/fapésp, 2002. página 123.

As rebeliões coloniais

A expansão das fronteiras da América portuguesa teve sua fase de mais vigor na segunda metade do século dezessete, momento em que a economia colonial e as finanças portuguesas eram atingidas pela queda nos preços do açúcar no mercado internacional.

A concorrência do açúcar produzido nas Antilhas por holandeses, ingleses e franceses resultou na queda das vendas e dos preços do açúcar brasileiro. Portugal, que já tinha perdido para a Holanda possessões coloniais na Ásia e na África, ficou em uma situação econômica difícil.

Para equilibrar as finanças portuguesas, a coroa decidiu extrair mais recursos de sua colônia americana, elevando os impostos e aumentando o contrôle sobre o comércio colonial. A insatisfação dos colonos com essas medidas, somada aos conflitos de interesses entre membros da elite colonial, provocou reações violentas, entre elas a Revolta de Bécman e a Guerra dos Mascates.


Respostas e comentários

Ampliando: portugueses e castelhanos na Colônia do Sacramento

“A instalação de Sacramento na margem setentrional do Rio da Prata, em frente a Buenos Aires, constituiu-se no primeiro núcleo urbano e de povoamento efetivo por parte de um império europeu na costa da Banda Oriental. Tal fato provocou mudanças profundas em Buenos Aires. Desde o princípio do século dezessete até 1640, as relações entre os portugueses e castelhanos de Buenos Aires haviam sido bastante profícuas. A existência de Sacramento, a partir de 1680, fez com que os antigos laços comerciais e sociais entre lusos e portenhos fossem reativados, repercutindo no desenvolvimento de fortes intercâmbios entre agentes sociais de ambas as margens do Prata.”

PRADO, Fabrício Pereira. Colônia do Sacramento: a situação na fronteira platina no século dezoito. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, número 19, página 81, julho 2003.

A Revolta de Bécman

No final do século dezessete, o Maranhão sofria com a falta de recursos e a distância dos principais portos europeus, que dificultavam o acesso a africanos escravizados para trabalhar nas lavouras. Por isso, assim como os paulistas, os colonos do Maranhão recorreram à escravização de indígenas, realizando uma série de ataques às missões jesuíticas.

A metrópole comprometeu-se a resolver o problema da mão de obra com a criação, em 1682, da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, responsável por abastecer a região com africanos escravizados. Porém, a companhia não cumpriu o acôrdo e ainda elevou o preço de produtos que monopolizava, como bacalhau, vinho e trigo.

Descontentes, em 1684 proprietários e comerciantes, liderados pelos senhores de engenho Manuel e tômas béquiman, ocuparam o armazém da companhia, depuseram o governador do Maranhão e expulsaram os jesuítas do local. Porém, reprimida pela metrópole e sem apôio de outras capitanias, a revolta fracassou.

A Guerra dos Mascates

A Guerra dos Mascates teve início em 1710 e se originou das mudanças ocorridas em Pernambuco depois da expulsão dos holandeses em 1654. A Câmara de Vereadores de Olinda era dominada por senhores de engenho, os quais estavam sendo prejudicados pela concorrência do açúcar das Antilhas. Recife, por sua vez, prosperava graças às melhorias trazidas pelo govêrno holandês e ao comércio controlado pelos portugueses lá residentes; porém, como não tinha condição de vila, subordinava-se a Olinda.

Os senhores de engenho olindenses, além das dívidas contraídas com os comerciantes do Recife – chamados pejorativamente de mascates –, usavam o contrôle da câmara somente a seu favor, o que agravava a tensão. Descontentes, os comerciantes do Recife solicitaram ao rei a elevação do povoado à condição de vila. O pedido foi atendido.

Os fazendeiros de Olinda, inconformados com a decisão, invadiram Recife e assumiram o govêrno. A guerra durou até 1711, quando os mascates, com o apôio das tropas da coroa, venceram o conflito. Recife manteve a condição de vila e tornou-se séde da capitania de Pernambuco.

Conexão

Bandeirantes

Regina Helena de Araújo Ribeiro e vanderlei Loconte. São Paulo: Saraiva, 2004.

O livro apresenta a trajetória de Diogo Fernandes de Sá, um jovem que vive com sua família na Vila de São Paulo de Piratininga. O garoto estuda em um colégio jesuíta e tem um amigo indígena, araráigui. A ficção é permeada por diversas situações ocorridas no período colonial do Brasil.


Capa de livro. No centro o título. Na parte de cima a ilustração de um homem com uma arma no ombro. Ao fundo, pessoas indígenas em fila. Na parte inferior da capa a ilustração do mapa de um aldeamento indígena.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que foi o Tratado de Badajoz?
  2. Explique o objetivo da criação da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão e relacione-a com a Revolta de Bécman.
  3. O que provocou a Guerra dos Mascates?

Respostas e comentários

Recapitulando

  1. Foi o tratado em que Portugal e Espanha decidiram que a região dos Sete Povos das Missões ficaria sob domínio português e a região da Colônia do Sacramento seria de posse espanhola.
  2. O objetivo da companhia era abastecer a região do Maranhão com mão de obra africana escravizada. Como a companhia falhou no cumprimento de sua função e ainda aumentou o preço de produtos como bacalhau, vinho e trigo, os proprietários e comerciantes locais deflagraram a Revolta de Bécman.
  3. O que provocou a Guerra dos Mascates foi principalmente o fato de os senhores de engenho olindenses não aceitarem a elevação do Recife à condição de vila e, consequentemente, sua independência de Olinda.

Movimentos locais

Tanto a Guerra dos Mascates quanto a Revolta de Bécman não foram movimentos separatistas, pois não propunham a ruptura com a metrópole. A Revolta de Bécman envolveu interesses divergentes entre colonos, jesuítas e a metrópole portuguesa, relacionados principalmente à escravização dos indígenas. A Guerra dos Mascates foi motivada pelas disputas econômicas e políticas entre a elite de Olinda e a do Recife. Nenhum dos dois movimentos questionou a condição colonial do Brasil ou mesmo da capitania.

Conexão

O livro paradidático romanceia a história dos bandeirantes por meio do protagonista que deseja ser bandeirante como o pai dele e que recebe educação jesuítica, mas tem uma visão diferente dos indígenas por sua amizade com araráigui. A leitura oferece a oportunidade de os alunos conhecerem alguns fatos históricos, como a educação colonial no contexto da Inquisição e das missões jesuíticas, por meio de uma narrativa leve e envolvente.

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

1. Analise a imagem, leia a legenda e faça o que se pede.

Escultura. Nossa Senhora da Conceição, mulher de cabelos longos, escuros e lisos, divididos ao meio. Seus olhos são amendoados e a pele avermelhada. Está com um manto sobre os ombros. As mãos estão juntas à frente do corpo, unidas em sinal de oração.
Escultura de Nossa senhora da Conceição, século dezessete. Museu Julio de Castilhos, Porto Alegre.
  1. Em sua percepção, os traços do rosto dessa escultura lembram uma mulher europeia, africana ou indígena?
  2. Considerando que essa obra integra o acervo do Museu Julio de Castilhos, que reúne peças feitas nas missões jesuítas do Sul do Brasil, levante uma hipótese para explicar por que ela tem essas características físicas.

2. Leia o texto e responda às questões.

A fundação da Colônia do Sacramento, no Rio da Prata, reticências foi a materialização do processo de expansão territorial e comercial do Estado lusitano e das elites mercantis luso-brasileiras rumo ao [Rio da] Prata. Sacramento devia viabilizar e restabelecer os vínculos com o Prata rompidos após o fim da União Ibérica em 1640.

PRADO, Fabrício. Colônia do Sacramento: a situação na fronteira Platina no século dezoito. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, número 19, julho 2003. página 80.

  1. O que significou a fundação da Colônia do Sacramento?
  2. Qual era a importância da Colônia do Sacramento para Portugal?
  3. Como Sacramento voltou a ser território da América espanhola?

3. Leia o texto para responder às questões.

Em São Paulo não se realizaram os desígnios gerais da colonização portuguesa no Brasil; reticências O bandeirante foi fruto social de uma região marginalizada, de escassos recursos naturais e de vida econômica restrita, e suas ações se orientaram no sentido de tirar o máximo proveito das brechas que a economia colonial eventualmente oferecia para a efetivação de lucros rápidos e passageiros em conjunturas favoráveis reticências ou no sentido de buscar alternativas econômicas fóra dos quadros da agricultura voltada para o mercado externo reticências.

davidóf, Carlos. Bandeirantismo: verso e reverso. São Paulo: Brasiliense, 1994 . página 25.

  1. Por que o autor afirma que “em São Paulo não se realizaram os desígnios gerais da colonização portuguesa no Brasil”?
  2. Que alternativas econômicas se apresentaram aos paulistas?

Aluno cidadão

  1. Em 2013, na cidade de São Paulo, manifestantes jogaram tinta vermelha sobre o Monumento às bandeiras, obra do escultor Victor brêchêrê em homenagem aos bandeirantes. Eles protestavam contra a Proposta de Emenda Constitucional (péqui) 215, que transferia a competência de demarcar as terras indígenas e ribeirinhas do Poder Executivo para o Legislativo. Algumas pessoas consideraram o protesto uma violação do patrimônio público; outras destacaram o simbolismo do ato ao lembrar que a atuação dos bandeirantes resultou na morte e na exploração de povos indígenas. Considerando que monumentos têm como função perpetuar a memória de personagens ou acontecimentos relevantes da história de uma comunidade, responda às questões.
    1. Em sua opinião, o protesto mencionado no texto é justificável? Por quê?
    2. Você conhece outro monumento histórico que foi alvo de protestos?
    3. Que destino devem ter monumentos que se tornam alvo de protestos por desagradarem a comunidade?

Respostas e comentários

Atividades

    1. Uma mulher indígena porque ela tem cabelos longos, lisos e escuros, olhos amendoados e pele avermelhada.
    2. A produção da estátua com características físicas indígenas sugere a tentativa dos jesuítas de aproximar os santos da religião católica dos indígenas por meio de uma identificação cultural entre eles. Essa identificação visava facilitar a aceitação das crenças e práticas cristãs pelos nativos. É possível que a imagem tenha sido esculpida por um artesão indígena orientado pelos religiosos da missão.
    1. Significou a materialização do processo de expansão territorial e comercial da América portuguesa em direção ao Rio da Prata, restabelecendo os contatos rompidos após o fim da União Ibérica.
    2. Sacramento foi um importante ponto de comercialização, no qual escoavam-se produtos luso-brasileiros e compravam-se produtos estrangeiros, como o couro e a prata que vinham das minas de Potosí no Alto Peru.
    3. Em 1801, por meio do Tratado de Badajoz, acordou-se que a Espanha ficaria com a Colônia do Sacramento.
    1. São Paulo não oferecia atividade rentável à coroa, como era o caso, por exemplo, da produção do açúcar no litoral nordestino e a exportação desse produto para o mercado europeu.
    2. Dedicar-se ao apresamento de indígenas para serem escravizados, buscar metais preciosos e oferecer serviços a grandes proprietários e autoridades do Nordeste para combater indígenas.
    1. Espera-se que os alunos reflitam sobre a função dos monumentos, que é preservar a memória coletiva em relação a determinados eventos ou personagens históricos, e argumentem se concordam com a imagem construída em tôrno dos bandeirantes materializada no monumento.
    2. Em 2020, a estátua de éduardi côlstôn (1636-1721), responsável pelo tráfico de mais de 80 mil africanos escravizados no final do século dezessete, foi derrubada em Bristol, Inglaterra. Em 2021, a estátua que homenageava o bandeirante Manuel de Borba Gato (1649-1718), obra assinada por Júlio Guerra, foi incendiada por manifestantes no município de São Paulo, em São Paulo. Caso os alunos não se recordem desses casos, oriente-os a pesquisar o tema e fazer uma breve apresentação do resultado da pesquisa.
    3. Promova a reflexão sobre a falta de unanimidade em relação à perpetuação da memória de determinados personagens ou eventos históricos e incentive a atitude cidadã dos alunos, ressaltando que vandalismo é crime e que existem fórmas mais diplomáticas de protesto político, como manifestação pacífica nas ruas, organização de debates, de campanhas, a realização de petições solicitando a retirada do monumento, entre outras.

Bê êne cê cê

Ao incentivar a cidadania, promover o exercício da empatia e do diálogo na resolução de conflitos e possibilitar a análise crítica em relação à construção da memória histórica, a atividade contribui para o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 9 e da Competência específica de História nº 2.

Conversando com geografia

5. O mapa a seguir apresenta as cinco Grandes Regiões brasileiras, regionalização produzida pelo í bê gê É em 1990 e tida como oficial até os dias atuais. Compare-o com os mapas apresentados nas páginas 150 e 157 para responder às questões.

Grandes Regiões do Brasil (í bê gê É)

Mapa. Grandes regiões do Brasil (IBGE)
Legenda: 
Roxo: Região Norte.
Vermelho: Região Nordeste.
Amarelo: Região Centro-Oeste.
Verde: Região Sudeste.
Laranja: Região Sul.
O mapa apresenta os estados brasileiros e suas respectivas capitais. 

Na Região Norte: Roraima, capital Boa Vista; Amazonas, capital Manaus; Acre, capital Rio Branco; Rondônia, capital Porto Velho; Pará, capital Belém; Amapá, capital Macapá; Tocantins, capital Palmas. 
Na Região Nordeste: Bahia, capital Salvador; Sergipe, capital Aracaju; Alagoas, capital Maceió; Pernambuco, capital Recife; Paraíba, capital João Pessoa; Rio Grande do Norte, capital Natal; Ceará, capital Fortaleza; Piauí, capital Teresina; Maranhão, capital São Luís. 
Na Região Centro-Oeste: Mato Grosso, capital Cuiabá; Mato Grosso do Sul, capital Campo Grande; Goiás, capital Goiânia; Distrito Federal, onde está localizada a capital federal, Brasília. 
Na Região Sudeste: Minas Gerais, capital Belo Horizonte; Espírito Santo, capital Vitória; Rio de Janeiro, capital Rio de Janeiro; São Paulo, capital São Paulo. 
Na Região Sul: Paraná, capital Curitiba; Santa Catarina, capital Florianópolis; Rio Grande do Sul, capital Porto Alegre.

O litoral é banhado pelo Oceano Atlântico.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de zero a 400 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 90.

  1. A atividade pecuária no século dezoito ocorria principalmente em quais regiões do Brasil atual?
  2. O ponto de partida das bandeiras corresponde à parte do território de qual estado do Brasil atual?
  3. Que semelhança existe entre a ocupação pelos portugueses das terras que hoje integram a Região Sul e a das terras que fazem parte do interior do Nordeste?
  4. Quais estados atuais, cujos territórios estariam fóra das terras destinadas à coroa portuguesa pelo Tratado de Tordesilhas, foram ocupados com a expansão pecuária e as expedições de apresamento?

Mão na massa

6. Imagine que você é um artista e recebeu a encomenda de fazer um monumento histórico representando uma cena ou um personagem do período da expansão das fronteiras da América portuguesa. Para realizar o trabalho, escolha um evento histórico ou personagem relativo ao tema. É importante que seu monumento não seja ofensivo a descendentes de indígenas, africanos, portugueses, entre outros povos. Primeiro faça em papel um esboço do monumento que você idealizou, em seguida escolha um material para esculpi-lo: pode ser papel machê, argila ou massa de modelar. Depois de modelar, você pode pintá-lo. Quando estiver pronta, apresente sua criação à turma e explique o motivo da escolha do evento histórico ou do personagem representado no monumento.


Versão adaptada acessível

6. Imagine que você é um artista e recebeu a encomenda de fazer um monumento histórico representando uma cena ou um personagem do período da expansão das fronteiras da América portuguesa. Para realizar o trabalho, escolha um evento histórico ou personagem relativo ao tema. É importante que seu monumento não seja ofensivo a descendentes de indígenas, africanos, portugueses, entre outros povos. Primeiro faça um modelo do monumento que você idealizou e, em seguida, escolha um material para esculpi-lo: pode ser papel machê, argila ou massa de modelar. Depois de modelar, você pode pintá-lo. Quando estiver pronta, apresente sua criação à turma e explique o motivo da escolha do evento histórico ou do personagem representado no monumento.

Orientação para acessibilidade

Oriente os estudantes no passo a passo da produção dos monumentos. Para essa atividade, podem ser utilizados materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Oriente os alunos quanto a escolha das cores na etapa de pintura dos monumentos. Recomenda-se que o objeto produzido tenha áreas em alto-relevo ou delimitadas por formas geométricas, facilitando a identificação, pelo aluno, das diferentes partes a serem pintadas. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, também tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes.

Respostas e comentários
    1. A atividade pecuária no século dezoito ocorria principalmente nas atuais regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
    2. São Paulo.
    3. Nos dois casos, a ocupação das terras pelos portugueses ocorreu, principalmente, com a expansão da pecuária, destinada ao abastecimento do mercado interno.
    4. Os territórios ocupados durante a expansão da pecuária e as expedições de apresamento correspondiam aos atuais estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas, Pará, Rio Grande do Sul e Roraima.

Bê êne cê cê

Ao analisar a formação territorial da América portuguesa por meio de mapas históricos, a atividade contempla a habilidade ê éfe zero sete agá ih um um e contribui para o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas nº 7.

Interdisciplinaridade

Ao solicitar a análise de mapas para a compreensão do impacto das atividades econômicas na formação territorial do Brasil, a atividade desenvolve as habilidades ê éfe zero sete gê ê zero dois e ê éfe zero sete gê ê zero nove do componente curricular geografia.

6. A atividade tem o objetivo de colocar os alunos como protagonistas da produção de conhecimento ao produzir um monumento histórico fictício com base no que estudaram, favorecendo, assim, sua autonomia no processo de aprendizagem. Caso o material escolhido para a produção seja o papel machê, explique que ele pode ser feito com papel higiênico ou jornal picados imersos em água, escorridos e amassados com cola branca para formar uma massa moldável.

Fazendo e aprendendo

Organizador gráfico

Você sabe o que é um organizador gráfico? Trata-se de uma fórma de dispor informações e conceitos de modo que as ideias principais sobre um assunto sejam destacadas e resumidas. Os organizadores gráficos – também chamados de resumos esquemáticos – são bastante eficientes para estudar e fixar conteúdos. Existem vários formatos de organizadores gráficos, que podem ser usados conforme a natureza do assunto estudado. Confira alguns exemplos.

1. Rede de tópicos.

Esquema. No centro, retângulo laranja com o texto: Mercantilismo. Ao redor, quatro retângulos com borda laranja ligados por um fio laranja ao texto central. Cada um dos retângulos trás um dos seguintes termos: Metalismo; Colonialismo; Balança comercial favorável; Protecionismo alfandegário.

Esse organizador gráfico é utilizado quando um conceito central aglutina diferentes características. Por exemplo, as diferentes características do mercantilismo.

2. Processo.

Esquema. Retângulos de borda verde ligados por setas verdes, alinhados em sequência. Cada um dos retângulos trás um texto, nessa ordem: Moenda; Caldeira; Casa de purgar; Banho de sol; Caixaria; Porto.

Esse formato de organizador gráfico apresenta uma sequência de caixas ligadas por setas, indicando fatos que se sucedem. No exemplo, temos as etapas de produção do açúcar.

3. Semelhanças, diferenças e aspectos em comum.

Esquema. Duas formas ovais. Uma, azul, com o título América espanhola. Outra, laranja, com o título América portuguesa, As formas estão dispostas lado a lado, com uma área de intersecção, ao centro. Há textos divididos em tópicos no interior de cada uma das formas e na área de intersecção. Na área da América espanhola, os textos: Chegada em 1492; Organização em vice-reinos. Na área da América portuguesa, os textos: Chegada em 1500; Organização em capitanias-gerais. Na área de intersecção, comum à América espanhola e à América portuguesa, os textos: Catequese de indígenas; Exploração de mão de obra indígena.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

A atividade desta seção proporciona aos alunos a oportunidade de se aprofundar nas técnicas de produção de resumos, identificando, sintetizando e hierarquizando informações e, por isso, favorece o desenvolvimento das habilidades ê éfe seis sete éle pê dois quatro e ê éfe seis sete éle pê dois cinco do componente curricular língua portuguesa e da Competência específica de Ciências Humanas nº 7.

Fazendo e aprendendo

A ordenação de informações por meio de organizadores gráficos pode ajudar na sistematização dos conteúdos estudados. Por meio deles, os alunos podem recapitular os conteúdos e trabalhar os temas com relativa autonomia, desenvolvendo as habilidades de compreensão e síntese. Além disso, podem desenvolver a habilidade de leitura de gráficos e infográficos.

Espera-se que os organizadores gráficos produzidos apresentem boa disposição visual e contemplem o conteúdo selecionado. É importante avaliar a capacidade dos alunos de apresentar as ideias principais e os conceitos-chave, que serão naturalmente objeto de avaliação ao longo do processo de ensino e aprendizagem.

Esse modêlo de organizador gráfico representa semelhanças, diferenças e aspectos em comum de dois ou mais elementos. Por exemplo, a comparação entre a colonização da América espanhola e a da América portuguesa.

Para ler e analisar um organizador gráfico, pode-se seguir estes procedimentos.

  1. Identificar o assunto que se desejou resumir e a sua natureza. Verificar se o organizador gráfico apresenta uma explicação de um processo composto de etapas, uma classificação ou comparação entre elementos, características de um conceito central, semelhanças e diferenças entre conceitos ou eventos, ou uma explicação de relação de causa e efeito.
  2. Reconhecer as conexões e hierarquias entre as partes do diagrama. Um bom organizador gráfico deve deixar evidentes as relações entre partes, temas e conceitos, mostrando claramente a relação de subordinação entre seus elementos.
  3. Verificar a clareza e a precisão do organizador gráfico. Conferir o formato escolhido, o uso das palavras-chave e a subordinação entre os elementos do organizador gráfico.

Responda em seu caderno.

Aprendendo na prática

Agora, você e seus colegas deverão avaliar os diversos assuntos estudados nesta unidade e sintetizar as principais informações em um organizador gráfico.

Reúnam-se em grupos e sigam os passos sugeridos.

  1. Selecionem um tema para estudar e sintetizar. Considerem os diferentes capítulos da unidade e escolham um capítulo completo ou um assunto tratado neles.
  2. Leiam pelo menos duas vezes o texto selecionado e façam um resumo identificando as ideias principais. Procurem não copiar trechos do texto, mas parafrasear, isto é, reescrever com suas palavras o conteúdo lido.
  3. Com base no resumo, escolham um formato de organizador gráfico. Lembrem-se de que o organizador deve ter sentido sozinho, por isso é importante que todos os pontos referentes ao assunto selecionado estejam presentes. Usem esse momento para observar os detalhes de síntese e de conexão feitos no resumo.
  4. Elaborem o organizador gráfico atentando para as conexões estabelecidas entre conceitos, características ou fatos e a hierarquia.
  5. Apresentem aos colegas os organizadores gráficos criados. A exposição pode ser feita em folhas avulsas no tamanho que desejarem. Troquem os organizadores gráficos entre vocês, permitindo que as informações circulem, facilitando, assim, a fixação dos conteúdos estudados.

Respostas e comentários

Aprendendo na prática

A atividade visa despertar a atenção dos alunos para a importância de tomar nota e de resumir os conteúdos que estudam. Se possível, proponha que produzam e compartilhem a tarefa utilizando recursos digitais.

A proposta de realização de um organizador gráfico, com base nas informações estudadas nos capítulos desta unidade, permite aos alunos exercitar a capacidade de sintetizar informações e organizá-las visualmente. Essa estratégia didática favorece o desenvolvimento da autonomia dos alunos em relação ao aprendizado.

Oriente os alunos a escolher capítulos ou assuntos diferentes, pois assim os grupos poderão trocar entre si o que foi produzido, de modo que todos possam estudar com os organizadores feitos pela turma.

Glossário

Retardar
: atrasar, fazer chegar mais tarde.
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Tropeiro
: condutor de tropas de carga ou de gado.
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Língua-geral
: expressão utilizada para designar tanto as línguas originadas da miscigenação entre portugueses e indígenas (como a língua-geral paulista e a língua-geral amazônica) quanto a codificação dos dialetos Tupi pelos jesuítas, segundo a gramática portuguesa, para promover a catequização.
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Apresamento
: aprisionamento.
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Arcabuz
: antiga arma de fogo portátil.
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