UNIDADE 2  Revoluções e independências

O que estudaremos na unidade

A segunda metade do século dezoito foi marcada por dois grandes acontecimentos no mundo ocidental que trouxeram impactos em diferentes regiões do planeta: a independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa. Nesta unidade, você investigará de que fórma esses eventos mudaram a ordem estabelecida na época e contribuíram para acelerar os movimentos de independência na América espanhola. Também estudará como a liberdade, tão almejada por diferentes grupos sociais, começou a ser reivindicada e, para alguns, concretizada. Vamos iniciar essa trajetória?

Fotografia. Quatro homens de uniforme militar desfilam em rua em um dia de sol. Eles usam farda azul com detalhe amarelo no ombro, quepe e luvas brancas. Os dois homens da ponta carregam armas no ombro. Os dois homens do meio carregam bandeiras. Uma delas é azul e a outra é a dos Estados Unidos, com listras brancas e vermelhas na horizontal e um quadrado azul com estrelas no canto superior. Na calçada, pessoas observam. Algumas estão com pequenas bandeiras dos Estados Unidos.
Desfile em comemoração do Dia da Independência dos Estados Unidos (4 de julho), na cidade de Saugerties, Estados Unidos. Foto de 2021.

Respostas e comentários

Abertura da unidade

Esta unidade trata dos processos revolucionários que mudaram a fórma de governar na Europa e influenciaram a emancipação das colônias no continente americano. O capítulo 3 aborda a Revolução Americana, que gerou a independência dos Estados Unidos da América, e a influência das ideias iluministas e liberais nesse processo. O capítulo 4 analisa a Revolução Francesa, que incutiu os preceitos de liberdade, fraternidade e igualdade, colocando fim ao absolutismo e instaurando o ideal burguês com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder. Esses ideais repercutiram e influenciaram os processos de independência na América espanhola, estudados no capítulo 5.

As imagens da abertura mostram comemorações referentes à Independência dos Estados Unidos, à Queda da Bastilha, marco da Revolução Francesa, e à Independência da Venezuela, que foi colônia da Espanha. Questione os alunos a respeito dessas imagens: O que elas revelam? O que elas têm em comum? Vocês já participaram ou conhecem celebrações semelhantes aqui no Brasil? Utilize as respostas dos alunos para demonstrar que as pessoas que vivem em um mesmo território tendem a criar laços por meio da memória coletiva. No caso das fotografias apresentadas, trata-se da ideia de nação.

Em seguida, pergunte aos alunos se eles sentem que são parte de uma coletividade brasileira e se essas comemorações de cunho político têm alguma relação com o dia a dia deles, para além dos feriados nacionais. Transponha a mesma questão para as pessoas que aparecem nas fotografias: Que elementos podem levar as pessoas a ter orgulho de fazer parte de uma coletividade associada à ideia de um Estado e de uma nação? Aproveite a oportunidade para sondar os conhecimentos prévios dos alunos sobre esses dois conceitos que serão aprofundados ao longo do estudo da unidade.

Fotografia. No centro da imagem, militares perfilados desfilando em uma larga avenida. Nas laterais, bandeiras da França por toda a extensão da avenida. Atrás delas, grandes árvores. Ao fundo, um arco do triunfo, grande construção em formato de arco. No céu, nove aviões soltam fumaça nas cores da bandeira da França, azul, branco e vermelho.
Desfile militar na avenida Champs-Élysées em comemoração do Dia da Bastilha (14 de julho). Paris, França. Foto de 2021.
Fotografia. Grupo de militares desfila por uma avenida, alguns carregam bandeiras. Próximo a eles, tanques de guerra. Nas laterais, grandes banners com dados, fotos de alguns homens e bandeiras da Venezuela, com faixas amarela, azul e vermelha na horizontal, e um arco com estrelas brancas na faixa azul, no meio.
Desfile em comemoração do Dia da Independência da Venezuela (5 de julho). Caracas, Venezuela. Foto de 2021.

Sumário da unidade

Capítulo 3

A independência dos Estados Unidos, 52

Capítulo 4

França: revolução e era napoleônica, 65

Capítulo 5

Independências na América espanhola, 89


Respostas e comentários

Unidade 2: justificativas

Na primeira página de cada capítulo desta unidade, estão listados os objetivos previstos para serem trabalhados com os alunos.

Os objetivos do capítulo 3 se justificam por estimular a compreensão dos fatores que levaram à Independência dos Estados Unidos, considerando a influência do Iluminismo e do liberalismo nesse processo, as características da Declaração de Independência do país e os grupos excluídos da cidadania.

No capítulo 4, a pertinência dos objetivos se deve à associação entre a crise do Antigo Regime na França e a organização do processo revolucionário francês, bem como ao reconhecimento das fases da Revolução Francesa, considerando seus principais atores e vieses políticos, a participação das mulheres e a presença de ideias iluministas no processo revolucionário. Além disso, os objetivos são justificados pela análise dos desdobramentos da Revolução Francesa e das condições que culminaram na ascensão, governo e queda do Império de Napoleão Bonaparte.

No capítulo 5, a pertinência dos objetivos é justificada pelo estímulo ao reconhecimento das principais características dos processos de independência na América espanhola, pela análise da independência do Haiti e de sua influência nos demais movimentos emancipacionistas americanos e pela identificação dos projetos políticos, grupos e líderes envolvidos nesses processos, considerando o impacto da independência para as populações indígenas.

CAPÍTULO 3  A independência dos Estados Unidos

Fotografia. Multidão de pessoas assiste queima de fogos de artifício que colorem o céu noturno. Grandes feixes curvos e coloridos se espalhando pelo céu. No centro um obelisco, grande torre pontiaguda.
Queima de fogos de artifício durante as comemorações do Dia da Independência dos Estados Unidos, em uóshinton. Foto de 2021.

Quando você pensa nos Estados Unidos, quais são as primeiras referências que vêm à sua mente? Para você, o que melhor caracteriza esse país e seus habitantes?

Os Estados Unidos exercem influência política, econômica e cultural sobre muitos países. Essa importância global resultou de um longo processo, que se iniciou com a independência do país na segunda metade do século dezoito.

Os Estados Unidos foram o primeiro país do continente americano a conquistar a independência política, influenciando os processos de emancipação no restante da América. A independência, contudo, no início não significou união e consenso entre as regiões que formaram o país. Por causa disso, foram criados símbolos nacionais a fim de desenvolver na população um sentimento de identidade nacional.

  • De que modo a foto desta abertura se relaciona ao conceito de identidade nacional?
  • Para você, o conceito de identidade nacional pode entrar em conflito com as ideias de diversidade étnica, cultural e religiosa? Por quê?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

O capítulo contempla parcialmente as habilidades ê éfe zero oito agá ih zero um, ê éfe zero oito agá ih zero seis e ê éfe zero oito agá ih zero sete (ao tratar do processo de independência dos Estados Unidos e da influência dos valores iluministas e liberais nesse contexto). O capítulo também contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero oito agá ih um nove (ao analisar a situação atual da população negra estadunidense à luz da história da escravidão nos Estados Unidos). O trabalho para o desenvolvimento dessas habilidades se completa ao longo de outros capítulos, conforme indicações na tabela de habilidades do ano.

Objetivos do capítulo

  • Caracterizar a política colonial britânica em relação às Treze Colônias.
  • Analisar os fatores de conflito entre a Grã-Bretanha e as Treze Colônias.
  • Explicar o processo de independência dos Estados Unidos.
  • Identificar de que fórma o iluminismo e o liberalismo influenciaram a independência das Treze Colônias.
  • Aplicar os conceitos Estado, nação, país e identidade nacional ao analisar o processo de emancipação dos Estados Unidos.

Abertura do capítulo

Sugerimos aproveitar essa abertura para sensibilizar os alunos para os conceitos de nação e de identidade nacional, essenciais para compreender a formação dos Estados Unidos. Os termos Estado-nação, Estado e nação têm definições independentes. O conceito de Estado deve ser mais familiar aos alunos, pois foi estudado no contexto da Antiguidade. Assim, vale lembrar que o Estado é um complexo que organiza política e administrativamente uma sociedade para, em seguida, tratar da diferença entre Estado e nação, explicando que o termo nação se refere à união identitária de um povo por vínculos étnico-culturais (por isso, também é utilizado para designar as nações indígenas e/ou africanas, independentemente da existência de um Estado), os quais podem ser reforçados pelos chamados símbolos nacionais. Incentive-os a perceber que a comemoração da independência, mostrada na foto, é uma fórma de expressar e celebrar a identidade nacional. Comente que, ao longo do processo de definição das identidades nacionais, fatores de inclusão e de exclusão foram forjados, resultando em conflitos, que podem ser sentidos na atualidade.

A opressão britânica nas Treze Colônias

As Treze Colônias pertencentes à Grã-Bretanha tinham considerável autonomia em relação à metrópole. No entanto, essa situação começou a mudar na segunda metade do século dezoito. Como você estudou no primeiro capítulo, a Revolução Industrial em curso provocou amplas mudanças no sistema produtivo, sendo necessários o envio de mais matérias-primas para as indústrias britânicas e a ampliação do mercado consumidor para seus produtos.

Na perspectiva britânica, seguindo os princípios da política mercantilista, suas colônias americanas podiam atender a essas necessidades. Para que isso ocorresse, porém, era preciso reduzir a autonomia das colônias e subordiná-las aos interesses econômicos metropolitanos.

Outro fator que contribuiu para modificar a política colonial britânica foi o desdobramento da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) no continente americano. O conflito teve como causa imediata a disputa entre britânicos e franceses por áreas indígenas no Vale do Rio Ohio. Apesar de derrotar os franceses e ampliar seus domínios na América do Norte, a Grã-Bretanha teve de arcar com os altos custos da guerra.

Pintura. Indígenas norte-americanos em batalha com armas de fogo. Alguns estão ajoelhados em meio ao mato. Ao fundo uma névoa densa e branca encobre soldados montados a cavalo.
Batalha do Forte duquésne, pintura do século dezoito. Sociedade Histórica de Madison, Estados Unidos. A pintura representa indígenas aliados dos franceses lutando contra os britânicos durante a Guerra dos Sete Anos, em 1756.

Para compensar as perdas financeiras, o Parlamento britânico elaborou leis que visavam criar novos impostos nas Treze Colônias. A imposição desses tributos não era apenas uma fórma de captar recursos rapidamente; com eles, a coroa também pretendia frear as atividades manufatureiras nas colônias e, assim, ampliar o mercado para os produtos britânicos. Os impostos foram usados ainda para custear e manter um exército regular na América.


Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao abordar as questões específicas das tensões e dos conflitos que levaram ao processo de independência dos Estados Unidos e também por aplicar os conceitos de Estado e nação, o conteúdo contempla parcialmente as habilidades ê éfe zero oito agá ih zero seis e ê éfe zero oito agá ih zero sete.

Grã-Bretanha

Retome com os alunos a diferença entre Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido apresentada no capítulo 1. Informe a eles que, devido ao recorte temporal dos temas a serem estudados, neste capítulo utilizaremos a denominação Grã-Bretanha.

Guerra dos Sete Anos

Resumidamente, a principal causa da Guerra dos Sete Anos foi a disputa entre britânicos e franceses pelos territórios coloniais e pela hegemonia comercial marítima. O conflito ocorreu entre 1756 e 1763. A aliança comandada pelos britânicos era formada pelos reinos da Grã-Bretanha, da Prússia, de Portugal, de rãnôver, pelo Estado de résse cassél e pelo Ducado de Brunsvique. Do lado oposto, além do Reino da França, estavam o Sacro Império Romano-Germânico, o Império Russo, os reinos da Suécia, da Espanha, de Nápoles, a Saxônia e o Ducado de Württemberg. Além do conflito em território europeu, França, Grã-Bretanha e os respectivos aliados se enfrentaram em regiões da América do Norte e do Caribe, da Índia, da África e do Mar Mediterrâneo. Apesar de vitoriosa, a Grã-Bretanha se enfraqueceu muito economicamente por causa dos altos custos do conflito. Esse é um fator a ser destacado nas explicações sobre as medidas de endurecimento da política colonial britânica.

A questão das terras indígenas

A Guerra dos Sete Anos trouxe outras consequências tanto para os nativos quanto para os colonos da América do Norte, como aponta o historiador Leandro Karnal neste trecho.

O final da Guerra dos Sete Anos também trouxe novos problemas entre colonos e índios. Vencido o inimigo francês, os colonos queriam uma expansão mais firme entre os Montes Apalaches e o Rio Mississípi, áreas tradicionais de grandes tribos indígenas. O resultado disso foi uma nova fase de guerra entre os índios e os colonos.

KARNAL, Leandro êti ól História dos Estados Unidos: das origens ao século vinte e um. São Paulo: Contexto, 2007. página 75.

Com a vitória na Guerra dos Sete Anos, a Grã-Bretanha expandiu seu território colonial na América do Norte até o Vale do Rio Mississípi. O objetivo era ocupar as áreas recém-conquistadas da França e avançar em direção ao oeste. Vários povos indígenas que viviam na região, porém, uniram-se contra as investidas coloniais utilizando táticas de guerrilhaglossário . Para combater as fôrças indígenas, os colonos empregaram todos os recursos, até mesmo a distribuição de objetos infectados para espalhar doenças entre os nativos.

Mesmo com a derrota dos indígenas, a coroa britânica não permitiu o acesso de colonos às terras dos nativos situadas entre os Apalaches e o Mississípi. Com essa proibição, a metrópole pretendia assegurar o contrôle do comércio de peles na região.

A restrição ao avanço dos colonos para as terras do oeste, somada aos novos impostos, provocou o aumento da tensão entre as Treze Colônias e o governo metropolitano.

Gravura. Indígenas norte-americanos vestindo calça comprida, botas e camisa. Carregam fardos de peles de animais. Ao fundo, atrás das árvores, colonos de chapéu estão perto de uma canoa. Ao fundo, um rio.
Indígenas carregando peles para serem comercializadas com os colonos, gravura do século dezenove.

Respostas e comentários

Ampliando: a disputa pelas terras indígenas

“Para agradar os estrangeiros e seus costumes estranhos, [sámosset, chefe dos pemaquíd] participou de uma cerimônia em que cedeu a terra e colocou sua marca num papel. Era a primeira transferência por documento de terra índia a colonos ingleses.

A maioria dos outros povoadores, chegando aos milhares, não se incomodou em realizar tal cerimônia. Na época em que mazazóit, grande chefe dos uãnpãnoágues, morreu, em 1602, seu povo estava sendo expulso para as florestas. Seu filho mêtacôn previu que os índios chegariam ao fim, se não se unissem para resistir aos invasores. Embora os habitantes da Nova Inglaterra tentassem agradar mêtacôn, coroando-o rei Filípe de pocãnoquét, ele dedicou a maior parte do seu tempo à formação de alianças com os narragansetts e outras tribos da região.

Em 1675, depois de uma série de ações arrogantes por parte dos colonos, o rei Filípe levou sua confederação índia a uma guerra destinada a salvar as tribos da extinção. Os índios atacaram 52 acampamentos, destruíram completamente doze, mas depois de meses de luta o poder de fogo dos colonos exterminou virtualmente os uãnpãnoágues e néregânséts. O rei Filípe foi morto e sua cabeça exibida publicamente em plímáuf, por vinte anos. Juntamente com outras mulheres e crianças índias capturadas, sua mulher e seu filho foram vendidos como escravos nas Índias Ocidentais.”

bróun, di. Enterrem meu coração na curva do rio: uma história índia do oeste americano. São Paulo: Melhoramentos, 1986. página 21-22.

A metrópole britânica impõe novas leis

Para recuperar as perdas financeiras causadas pela Guerra dos Sete Anos e aumentar o contrôle sobre suas colônias, o governo britânico criou diversos impostos, que geraram muito descontentamento entre os colonos.

Em 1764, o Parlamento britânico aprovou a Lei do Açúcar, também conhecida como Lei da Receita, por meio da qual estabeleceu tarifas alfandegárias para a importação de açúcar, vinho, café e produtos têxteis e de luxo, bem como limitou as exportações de madeira. Com essa lei, a metrópole procurou ainda controlar as importações de melaço.

Em 1733, com a Lei do Melaço, a coroa britânica já havia tentado impor altos impostos sobre o produto, caso fosse adquirido fóra de suas possessões. Contudo, essa lei nunca foi cumprida porque a Grã-Bretanha não conseguia controlar o comércio feito pelas colônias.

Em 1765, foi criada a Lei do Selo, determinando que todos os impressos (livros, jornais, documentos oficiais, certidões, cartazes etcétera) deveriam conter um selo real para comprovar que sua circulação havia sido autorizada. Os colonos reagiram com violência, destruindo agências postais, e muitos comerciantes britânicos protestaram, pois os conflitos provocados pela lei atrapalhavam seus negócios. Pressionado, o Parlamento suspendeu a lei no ano seguinte.

Gravura. Pessoas aglomeradas em uma rua. Os homens estão erguendo seus chapéus. Ao centro, um boneco é exibido no alto de um mastro. Objetos são lançados na sua direção. Ao redor, muitas casas.
Protesto contra a Lei do Selo, em New Hampshire, simulando a morte do cobrador de impostos, gravura de 1765.

As tensões entre os colonos e o governo da metrópole aumentaram com a Lei do Chá, de maio de 1773. Com base nessa lei, a Companhia Britânica das Índias Orientais assumia o monopólio do fornecimento de chá para a América, acabando com o comércio interno do produto. O governo britânico pretendia, com essa medida, fortalecer a companhia, que enfrentava dificuldades em seus negócios no Oriente. Além disso, visava articular os dois lados do império colonial britânico, que se estendia do Oceano Índico ao Atlântico.

Saiba mais

A importância do melaço

O melaço era um importante produto para o chamado comércio triangular entre as Treze Colônias, as Antilhas (Caribe) e a África. Em geral, os colonos do norte compravam açúcar e melaço das Antilhas e os transformavam em rum para ser trocado por escravizados na África. Os cativos, por sua vez, eram vendidos para as colônias britânicas do sul e das Antilhas com elevada margem de lucro.

Refletindo sobre

Para superar as dificuldades econômicas após a Guerra dos Sete Anos, a coroa britânica aumentou os impostos sobre as Treze Colônias. Você sabe para que servem os impostos? Em sua opinião, o governo brasileiro tem aplicado de fórma adequada o dinheiro arrecadado com os impostos pagos pela população? Discuta esse tema com os colegas e elabore argumentos para defender sua posição.


Respostas e comentários

Refletindo sobre

Os impostos são tributos que todas as pessoas físicas e jurídicas devem pagar ao Estado, e eles são investidos em serviços públicos e coletivos, como educação, saúde, transporte, saneamento básico, lazer, atividades culturais etcétera Para responder à segunda questão, os alunos podem avaliar os serviços públicos do local em que vivem: se há, por exemplo, hospitais e postos de saúde públicos suficientes e de qualidade, assim como transporte coletivo, escolas municipais e estaduais, entre outros serviços. A atividade propõe uma situação-problema e desenvolve o pensamento crítico e a capacidade de argumentação dos alunos.

Bê êne cê cê

Ao propor uma discussão sobre a cobrança de impostos, conectando o tema abordado com a atualidade, a atividade se relaciona com o tema contemporâneo transversal Educação fiscal e favorece o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 1 e das Competências específicas de Ciências Humanas nº 2 e nº 6.

A importância do melaço

A relativa autonomia das Treze Colônias em relação à Grã-Bretanha permitiu que os colonos estabelecessem relações comerciais independentes da metrópole, como o chamado comércio triangular. Retome com os alunos esse assunto apresentado no capítulo 5 do 7º ano desta coleção. Em um mapa que represente os continentes americano e africano, trace as linhas gerais das rotas desse comércio: das Antilhas (América Central) saíam o melaço e o açúcar para as Treze Colônias. Nas colônias, o melaço era transformado em rum, que, ao lado de tecidos e armas, era trocado na África por pessoas escravizadas. Os escravizados eram enviados para as Antilhas e, de lá, seguiam também para as colônias estadunidenses do sul. Ao traçar o “triângulo” no mapa, destaque a importância do melaço na dinâmica da economia internacional da época.

O acirramento dos conflitos

As reações coloniais contra a Lei do Chá foram intensas. A manifestação mais conhecida, a Festa do Chá de bóston, ocorreu na noite de 16 de dezembro de 1773. Disfarçados de indígenas, colonos invadiram navios britânicos ancorados no porto de bóston, capital da colônia de Massachusetts, e despejaram no mar toda a carga de chá.

Fotografia. Homens de casaco escuro com muitos botões na frente, chapéu triangular e lenço claro no pescoço. Estão em um ambiente fechado, sentados em duas filas de bancos. Entre eles, hastes compridas com frase em inglês. Um dos homens está em pé, entre os bancos.
Encenação da Festa do Chá de bóston, no Bóston Tí Párdi Ships & miusíum (Museu e Navios da Festa do Chá de bóston), em Massachusetts, Estados Unidos. Foto de 2018.

Em resposta, o governo britânico adotou medidas drásticas, que ficaram conhecidas como Leis Intoleráveis. O porto de bóston foi ocupado e fechado até que os colonos ressarcissem o valor da mercadoria destruída à Companhia Britânica das Índias Orientais. A colônia de Massachusetts foi tomada por tropas metropolitanas, e sua assembleia, fechada.

As demais colônias tiveram de se submeter ao contrôle militar britânico. Decretou-se também que os participantes do ataque aos navios seriam julgados por tribunais britânicos, e não pelas côrtes coloniais. Mais do que a disputa pelo abastecimento de chá, estava em jogo o domínio britânico na região.

Inicialmente, as reações contra o governo metropolitano foram isoladas. Em razão das diferenças econômicas e sociais entre as Treze Colônias e de sua autonomia, foram adotadas posturas diferentes em relação à ideia de independência. Não havia na América do Norte um consenso em relação ao assunto.

As colônias do sul exportavam sua produção de gêneros agrícolas para a metrópole. O algodão era fundamental para a crescente indústria têxtil da Grã-Bretanha, e a condição colonial facilitava o escoamento da produção. Já a economia manufatureira e comercial do norte, firmada na diversificação da produção e dos parceiros comerciais, era prejudicada pelas leis que exigiam obediência à metrópole e privilegiavam as companhias britânicas.

Apesar dessas diferenças, as elites do norte e do sul compartilhavam o mesmo temor: o de que um movimento pela independência se radicalizasse e se transformasse em um conflito incontrolável, em que os escravizados exigissem a liberdade.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Responda às questões sobre a política colonial britânica nas Treze Colônias.
    1. Como era a relação entre a coroa britânica e as Treze Colônias antes da segunda metade do século dezoito?
    2. Que mudança ocorreu na política britânica em relação às Treze Colônias na segunda metade do século dezoito? Que circunstâncias explicam essa mudança?
    3. Que efeito essa mudança trouxe para a presença colonial britânica na América do Norte?
  2. Cite e explique duas leis criadas pela coroa britânica que reduziram a autonomia das Treze Colônias.
  3. Por que o governo britânico criou as Leis Intoleráveis?

Respostas e comentários

Recapitulando

    1. Desde o início da colonização, a coroa britânica não havia exercido contrôle rígido sobre suas colônias na América do Norte. Diferentemente das colônias ibéricas, controladas segundo as regras do exclusivo colonial mercantilista, as Treze Colônias tinham bastante autonomia, o que possibilitou a elas, principalmente às do norte e às do centro, desenvolver uma próspera atividade manufatureira e comercial.
    2. Na segunda metade do século dezoito, a Grã-Bretanha tentou submeter as Treze Colônias ao exclusivo comercial metropolitano. Nesse período, o avanço da industrialização na Grã-Bretanha demandava o fornecimento contínuo de matérias-primas e a expansão do mercado consumidor. Assim, submeter as colônias ao exclusivo comercial metropolitano garantiria à Grã-Bretanha o algodão necessário para as indústrias e um mercado consumidor para os tecidos; além disso, havia a necessidade de repor as perdas financeiras causadas pela participação britânica na Guerra dos Sete Anos.
    3. A redução da autonomia das Treze Colônias em relação à metrópole aumentou a insatisfação dos colonos, que passaram a se organizar para defender sua independência.
  1. Os alunos podem citar: a Lei do Açúcar (1764), que estabeleceu tarifas alfandegárias para a importação de açúcar, vinho, café e produtos têxteis e de luxo, além de limitar as exportações de madeira; a Lei do Selo (1765), que determinou que todos os impressos deveriam conter um selo real para comprovar que sua circulação havia sido autorizada; a Lei do Chá (1773), que estabeleceu o monopólio da Companhia Britânica das Índias Orientais sobre o fornecimento de chá para a América, acabando com o comércio interno do produto.
  2. As Leis Intoleráveis foram uma reação da coroa britânica à Festa do Chá de bóston, e impuseram aos colonos o ressarcimento do valor da mercadoria destruída no evento, o fechamento da assembleia de Massachusetts, o aumento do número de soldados britânicos nas colônias e o julgamento dos participantes da revolta por tribunais britânicos.

Ampliando: as Treze Colônias e o chá

“Para favorecer a Companhia das Índias Orientais, que estava à beira da falência, o governo britânico lhe concede o monopólio da venda do chá para as colônias americanas.

Os colonos tinham o mesmo hábito britânico do chá. Tal como na Inglaterra, o preço da bebida vinha baixando, tornando-a cada vez mais popular. Com o monopólio do fornecimento de chá nas mãos de uma companhia, os preços naturalmente subiriam.

A reação dos colonos à lei foi, pelo menos, original. Primeiro a população procurou substituir o chá por café e chocolate para escapar ao monopólio. Além disso, na noite de 16 de dezembro de 1773, 150 colonos disfarçados de índios atacaram 3 navios no porto de bóston e atiraram o chá ao mar. Era a Boston Tea Party (Festa do Chá de bóston). cêrca de trezentas e quarenta caixas de chá foram arremessadas ao mar. Um patriota entusiasmado disse: ‘O porto de bóston virou um bule de chá esta noitereticências’.”

KARNAL, Leandro êti ól História dos Estados Unidos: das origens ao século vinte e um. São Paulo: Contexto, 2007. página 79.

A independência dos Estados Unidos

Em setembro de 1774, representantes de doze das Treze Colônias, com exceção da Geórgia, reuniram-se no Primeiro Congresso Continental da Filadélfia. As diferentes posições diante do domínio britânico impediram os colonos de decidir pela independência. As principais resoluções do evento foram a desobediência às Leis Intoleráveis, a igualdade de direitos entre os habitantes das colônias e o direito de rebelião.

Em resposta, o governo britânico aumentou a repressão, enviando mais soldados para a América. A fórma como a metrópole reagiu às decisões do Primeiro Congresso só aumentou a insatisfação dos colonos. No Segundo Congresso da Filadélfia, realizado em 1776 com a participação da Geórgia, a proposta de emancipação prevaleceu. George Uashington foi indicado comandante das tropas emancipacionistas, e os colonos foram chamados a lutar contra a metrópole.

Em 4 de julho de 1776, foi aprovada a Declaração de Independência. O texto foi redigido sob a direção de Thomas Jefferson e teve como princípio a defesa da liberdade e da igualdade entre as pessoas, nos moldes iluministas. No documento, defendia-se também o direito dos indivíduos à vida e à liberdade, assim como o de resistir contra a tirania e contra qualquer governo que desrespeitasse esses direitos.

A Declaração de Independência foi apenas o início da luta pela emancipação. A guerra contra as fôrças metropolitanas estendeu-se por mais oito anos. No combate aos britânicos, os colonos receberam, após 1777, auxílio militar de franceses, holandeses e espanhóis. Somente em 1783, com a assinatura do Tratado de Paris, a independência dos Estados Unidos foi reconhecida pelo governo britânico.

Fotografia. Canhão em uma exposição. Ele tem duas rodas grandes em uma estrutura metálica. A parte de cima é cilíndrica e está apoiada horizontalmente na estrutura das rodas. Ao fundo, pintura de soldados. À frente do canhão, pequenas placas informativas no chão.
Canhão utilizado na Batalha de Yorktown (estado da Virgínia), ocorrida em 1781, durante as guerras de independência dos Estados Unidos. Parque Histórico Nacional Colonial, Yorktown, Estados Unidos. Foto de 2015. Em menos de um mês de combate, as fôrças americanas, apoiadas por franceses, tomaram a fortaleza em Yorktown, marcando o fim da resistência armada britânica à independência do país.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

4. O Primeiro Congresso Continental da Filadélfia decidiu imediatamente pela independência das Treze Colônias? Explique.


Respostas e comentários

O fim da côrte Geral de Massachusetts

Desde a promulgação da Carta Régia de 1691, os cidadãos de Massachusetts podiam eleger representantes para a côrte Geral, composta de duas câmaras. O governador, escolhido pela coroa britânica, tinha autoridade para vetar as leis formuladas por essa côrte. Com a aplicação das Leis Intoleráveis, em 1774, a côrte Geral foi abolida e o poder passou a ser exercido unicamente pelo governador – mais um episódio que exemplifica a perda de autonomia que precedeu a independência das Treze Colônias.

Recapitulando

4. Não. Doze das Treze Colônias participaram desse evento, e os colonos apresentavam diferentes posições em relação ao domínio britânico. Naquele momento, as resoluções estabelecidas foram: a desobediência às Leis Intoleráveis, a igualdade de direitos entre os habitantes das colônias e o direito de rebelião. Foi apenas diante do aumento da repressão britânica que os colonos decidiram pela independência, no Segundo Congresso da Filadélfia.

A Batalha de Yorktown

Entre 26 de setembro e 19 de outubro de 1781, três mil rebeldes americanos, chefiados por George Uashington e apoiados por quatro mil franceses, venceram os britânicos em Yorktown, no estado da Virgínia.

A Declaração de Independência

A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi inspirada nas ideias liberais e no pensamento iluminista. Esses princípios circulavam entre as elites econômicas e intelectuais da América do Norte que frequentavam universidades europeias e os difundiam nas colônias.

Leia este trecho, que apresenta algumas dessas ideias.

Quando, no curso dos acontecimentos humanos, torna-se necessário a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.

Consideramos estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveisglossário , que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer fórma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando os poderes pela fórma que lhe pareça mais conveniente para realizar a segurança e a felicidade.

DECLARAÇÃO de Independência dos Estados Unidos da América. Filadélfia: djôn dãnlépi, 1776. Disponível em: https://oeds.link/R8d1Xy. Acesso em: 31 janeiro 2021. (Tradução nossa).

No entanto, ainda que a Declaração de Independência se iniciasse afirmando que “todos os homens são criados iguais”, na prática valia a tradição, assentada em uma visão patriarcal e elitista da sociedade. “Todos os homens” significava indivíduos brancos, livres e do sexo masculino. Por essa razão, os negros escravizados não foram libertados, as mulheres continuaram excluídas da atividade política e os indígenas continuaram a ser vistos como um obstáculo para o crescimento econômico do país.

Tirinha. Quatro homens usando casacos com muitos botões na frente. Usam também sapato preto comprido com fivela dourada. Três deles usam perucas brancas. Dois deles seguram um papel na mão, e um deles diz: NÓS COMEÇAMOS DIZENDO: ‘TODOS OS HOMENS FORAM CRIADOS IGUAIS’, BEN. NINGUÉM ESTÁ INTERESSADO EM UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO PARA AS MULHERES.
Frenc end Érnest, tirinha de Bob Teives, 2009. “bên” é uma referência a bênjalmin frânquilin, um dos principais líderes da independência dos Estados Unidos e defensor radical dos ideais iluministas. Ele chegou a propor a concessão de direitos políticos às mulheres.

Responda em seu caderno.

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  1. Que princípios do Iluminismo e do liberalismo estão presentes na Declaração de Independência dos Estados Unidos?
  2. Que contradição da Declaração de Independência dos Estados Unidos é evidenciada na tirinha?

Respostas e comentários

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  1. O direito do povo de se revoltar contra um governo opressor, destituindo-o; a igualdade entre os homens; o direito à vida, à liberdade, à segurança e à procura da felicidade; a ideia de que o poder emana do povo e a de que os governantes devem atender às necessidades da coletividade.
  2. O autor da tirinha faz uma crítica ao uso do termo homens no texto da Declaração de Independência – que, apesar de suas pretensões universalistas, excluía de seu escopo as mulheres, além de indígenas e negros escravizados.

Bê êne cê cê

Ao retomar as ideias iluministas e liberais presentes na Declaração de Independência dos Estados Unidos, a atividade favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero um. Além disso, a análise da tirinha, em contraponto ao trecho do documento apresentado, contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História nº 3.

Da Confederação à constituição

Durante a guerra contra a Grã-Bretanha, os treze estados se organizaram em torno de um governo. Essa união foi estabelecida por meio dos Artigos da Confederação, que teriam validade até que a constituição do país fosse elaborada. O documento, aprovado em 1777, assegurava a autonomia dos estados e atribuía ao Congresso os principais poderes do governo central.

O governo, durante o período da Confederação, teve muita dificuldade para unificar as ex-colônias, que foram fundadas e se desenvolveram de maneira autônoma. Algumas delas relutaram em abrir mão de sua liberdade e chegaram a criar moedas e milícias próprias.

A redação da constituição foi concluída somente em setembro de 1787. Nela foi adotado o modelo federativo, que, embora submetesse os estados ao poder do governo federal, garantia a eles autonomia administrativa, legislativa e de organização militar. O texto constitucional também estabeleceu a divisão do Estado em três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Executivo era exercido pelo presidente da república, o Legislativo foi dividido em duas câmaras (Senado e Câmara dos Representantes), que se reuniam para compor o Congresso, e o Judiciário era conduzido pela Suprema côrte.

A Constituição dos Estados Unidos foi elaborada com o propósito de afirmar e proteger os direitos dos cidadãos estadunidenses. No entanto, a noção de cidadania no século dezoito era bastante diferente da que temos hoje. A palavra “cidadão” referia-se aos indivíduos do sexo masculino livres, brancos e que atuavam politicamente na sociedade. Alguns estados, como Massachusetts, exigiam ainda um mínimo de renda ou de propriedades para a pessoa participar da vida política.

A constituição redigida no final do século dezoito continua em vigor, tendo sido acrescidas a ela, até o momento, 27 emendas. O primeiro conjunto de emendas foi introduzido em 1789 e ficou conhecido como Bill of Rights (Carta de Direitos). Ele assegurou a liberdade de expressão, de imprensa, de crença, de reunião em espaços públicos e de protesto contra o governo. No entanto, mulheres só conquistaram o direito ao voto nos Estados Unidos em 1920 e os negros, apesar de terem esse direito estabelecido pela 15ª emenda desde 1870, foram frequentemente impedidos de votar até 1965, quando uma lei federal proibiu a existência de qualquer dispositivo de discriminação racial no processo eleitoral.

História em construção

O direito ao porte de armas

As guerras pela independência favoreceram a convicção dos estadunidenses de que devem estar preparados para se defender de um Estado tirânico. Por isso, a segunda emenda da Constituição dos Estados Unidos, de 1791, estabeleceu o direito ao porte e ao uso de armas para todos os cidadãos.

Esse direito, porém, acarreta o aumento de mortes provocadas por armas de fogo no país. Em 2021, se excluirmos os suicídios, o número chegou a .20726. Além disso, são frequentes os episódios de tiroteios em locais públicos.

Em razão desses números, há movimentos que defendem o contrôle da venda de armas no país ou a proibição da posse de armas. De acordo com uma pesquisa feita pela gálup, em 2020, 52% dos estadunidenses apoiavam o endurecimento de medidas restritivas para a compra de armas.


Responda em seu caderno.

Questão

Atualmente, tem-se debatido a flexibilização das leis brasileiras sobre o porte de armas. Considerando a experiência dos Estados Unidos, que consequências isso poderia ter no Brasil? Como isso pode afetar os índices de violência e a promoção da cultura de paz no país?


Respostas e comentários

Confederação

Vale esclarecer que o termo confederação designa uma associação de Estados soberanos que podem adotar uma constituição. Resumidamente, uma confederação é formada para que os Estados membros assumam uma única política monetária e definam parâmetros para a política, o comércio internacional, a defesa, entre outros. Contudo, os Estados não perdem autonomia para legislar em seu território; portanto, ele difere da federação. Na Federação do Brasil, por exemplo, a soberania de todos os Estados membros é transferida para o Estado Federal.

História em construção

A atividade tem o objetivo de estimular a habilidade de argumentação com base em fontes e dados. Para isso, peça aos alunos que pesquisem dados sobre a violência e sobre acidentes e crimes com armas de fogo no Brasil. A pesquisa pode ser feita nos sites dos órgãos públicos de segurança e no Atlas da violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipéa) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (éfe bê ésse pê). Após a pesquisa, solicite que relacionem os dados com a promoção da cultura de paz, sugerindo propostas para reduzir a violência social no país.

Os dados apresentados no texto foram extraídos de: braunlí, tchip. Gun Violence in 2021, By the Numbers. In: THE TRACE. 27 dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/i05ISu. Acesso em 29 março 2022.

Bê êne cê cê

Ao promover a discussão sobre a posse de armas, com base em dados estatísticos, a atividade contribui para o desenvolvimento da Competência geral da Educação Básica nº 7, da Competência específica de Ciências Humanas nº 2 e das Competências específicas de História nº 1 e nº 2.

Construindo a nação

A união entre as antigas colônias britânicas durante as lutas de independência mostrou-se temporária. Isso aconteceu, principalmente, porque os estados do norte e do sul tinham interesses diferentes e muitas vezes conflitantes, resultado das condições particulares de colonização das duas regiões.

Desse modo, a união promovida pela guerra de independência não foi suficiente para criar o sentimento de identidade nacional entre os habitantes das ex-colônias, ou seja, a ideia de que eles pertenciam a uma nação. As tensões se tornaram crescentes, e o debate político parecia incapaz de superar as diferenças.

Às tensões políticas somaram-se os problemas econômicos. As batalhas pela independência deixaram o país devastado, com inflação e dívidas enormes. Aqueles que lutaram pela independência saíram da guerra sem nenhuma recompensa, a não ser títulos de propriedade de terras indígenas no oeste do país.

Outro fator importante a ser lembrado é que a independência dos Estados Unidos não garantiu o fim da escravidão nem incluiu os indígenas como cidadãos no novo Estado.

No entanto, do ponto de vista político, a independência foi revolucionária. Com ela, nasceu a democracia moderna, fundada nos ideais do Iluminismo. A experiência estadunidense serviria de exemplo de vitória da soberania popular sobre o jugo metropolitano, especialmente para o restante das colônias na América.

Gravura em preto e branco. À esquerda, homem de chapéu e casaco com muitos botões sentado atrás de uma mesa. Sobre ela, uma tigela. Ao lado da mesa, um homem em pé, com vestimentas parecidas com a do primeiro homem. À direita, homens vestindo tangas, próximos a barris. Alguns seguram folhas de tabaco nas mãos, outros empurram os barris. Ao fundo, uma plantação de tabaco e algumas construções.
Africanos escravizados encaixotando tabaco na Virgínia, nos Estados Unidos, para ser vendido na Europa, gravura do século dezoito. Os direitos de cidadania garantidos pela Constituição dos Estados Unidos excluíram escravizados, mulheres e indígenas.

Saiba mais

Símbolos nacionais

Com a independência, foi criada uma bandeira para o país. A primeira bandeira estadunidense apresentava treze listras vermelhas e brancas alternadas, representando cada uma das antigas colônias, e treze estrelas brancas em círculo, num fundo azul, no canto superior esquerdo. Com o tempo, outras estrelas foram acrescentadas à medida que novos estados foram sendo incorporados ao país. Hoje, os Estados Unidos têm cinquenta estados. Outros símbolos adotados pela nação foram a águia-calva, ave típica da América do Norte, e o lema em latim “e plúribus únum”, que significa “De muitos, um”.


Respostas e comentários

Ampliando: a situação dos negros

“A era que parecia ser da emancipação acabou assistindo ao crescimento da escravidão num ritmo sem precedentes. reticências

Durante o período de uma vida, dos anos 1780 a 1860, senhores e traficantes americanos levariam um milhão de pessoas pelas trilhas escravistas que iam do sudeste ao sudoeste. Alguns foram por terra, outros pelo mar. Outros tantos, pelos rios. Outros ainda foram com seus primeiros proprietários. Muitos mais foram com traficantes profissionais de escravos, uma classe de empresários que surgiu com toda a fôrça no início da década de 1820. A maioria dos imigrantes forçados era jovem, tendo sido separada de seus entes queridos e suas comunidades de origem. Sua experiência era uma ferida coletiva gigante no corpo social e cultural da vida afro-americana.”

béptist, éduard. Seres humanos escravizados como sinédoque histórica: imaginando o futuro dos Estados Unidos a partir de seu passado. In: MARQUESE, Rafael; SALLES, Ricardo (organizador). Escravidão e capitalismo histórico no século dezenove: Cuba, Brasil e Estados Unidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. página 263.

As minorias esquecidas

Para os povos nativos, a independência dos Estados Unidos significou o aumento das invasões de suas terras. O governo estadunidense, por exemplo, autorizou campanhas militares contra os povos indígenas que lutaram ao lado dos britânicos. Mesmo aqueles que haviam contribuído para a independência do país sofreram com as investidas expansionistas dos não indígenas. Com isso, os Estados Unidos expandiam suas fronteiras.

A emancipação do país em nada mudou a condição de vida dos negros por conta da manutenção da escravidão, que só seria abolida em 1863. A mão de obra escravizada ainda era a base das atividades econômicas, principalmente nos estados sulistas. Esse dado revela como o processo de independência dos Estados Unidos foi elitizado, de modo que afastou a adesão popular para evitar uma possível revolução social.

Em razão desse histórico, em muitas cidades dos Estados Unidos, principalmente no sul e no meio-oeste, os séculos de escravidão e discriminação hoje se manifestam no alto índice de pobreza da população afrodescendente e em fortes tensões raciais entre negros e brancos.

Segundo dados da Pew Research Center, em 2019 a média salarial das famílias negras representava apenas 12,75% da média salarial das famílias brancas. No mesmo ano, a taxa de pobreza entre os negros era de 19% e de 7% entre os brancos. Além disso, um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional do Câncer (níqui) dos Estados Unidos concluiu que a pandemia da covid-19, iniciada em 2020, afetou de três a quatro vezes mais as populações estadunidenses negra e indígena do que a branca.

Fotografia. Pessoas reunidas posando para foto. Uma parte está em pé e a outra está abaixada à frente. Há homens e mulheres, vestindo roupas variadas. Todos estão com o braço direito levantado e o punho cerrado, e usam máscara protetora. Alguns seguram faixas e cartazes com textos em inglês. Ao fundo, uma construção grande, de formas curvilíneas.
Grupo protestando em frente ao Museu do Índio Americano em prol dos direitos indígenas em uóshinton, Estados Unidos. Foto de 2021.

Conexão

O último dos moicanos

Direção: máicâl mén

País: Estados Unidos

Ano: 1992

Duração: 112 minutos

Com base no romance homônimo de djêimes fenimór cúper, de 1826, o filme tem como contexto o desdobramento da Guerra dos Sete Anos. Britânicos e franceses disputavam territórios a oeste dos Montes Apalaches auxiliados por fôrças indígenas. Em meio ao conflito, um homem branco que havia sido criado por indígenas moicanos se envolveu na luta e se apaixonou pela filha de um oficial britânico.


Cena de filme. Soldados de casaco vermelho com muitos botões na frente e chapéu triangular. Todos carregam uma arma sobre os ombros. No centro, dois homens algemados. Um deles tem o cabelo longo e roupas sujas. O outro usa uniforme de soldado.
Cena do filme O último dos moicanos, de máicâl mén, 1992.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que foram os Artigos da Confederação?
  2. O sentimento de identidade nacional não se manifestou nos Estados Unidos logo após a independência. Por quê?
  3. A independência dos Estados Unidos significou uma vitória da democracia defendida pelos iluministas. No entanto, essa democracia era contraditória. Explique.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Ao analisar a atual situação da população negra estadunidense à luz da história da escravidão nos Estados Unidos, o conteúdo contempla parcialmente a habilidade ê éfe zero oito agá ih um nove.

Desigualdade nos Estados Unidos

Os dados integrais da pesquisa desenvolvida pelo Pew Research Center, citada nesta página, estão disponíveis em: https://oeds.link/idpfHt. Os dados sobre o impacto da pandemia de covid-19 nos Estados Unidos foram extraídos do estudo do Centro de contrôle e Prevenção de Doenças do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, disponível em: https://oeds.link/maZSgj. Acessos em: 9 maio 2022.

Recapitulando

  1. Foram leis registradas em um documento de 1777 que determinaram a união dos estados até que a constituição do país fosse elaborada. Tal documento demarcava a autonomia dos estados e atribuía ao Congresso os principais poderes do governo central.
  2. Porque os treze estados que se formaram com a independência tinham muitas diferenças políticas e econômicas, decorrentes das condições particulares da colonização no norte, no centro e no sul, que não foram solucionadas logo após a emancipação.
  3. A Constituição dos Estados Unidos consagrou os ideais iluministas de liberdade, soberania popular e organização do Estado em três poderes. No entanto, os indígenas não foram considerados cidadãos. Assim, não tiveram seus direitos reconhecidos nem puderam preservar suas terras tradicionais. O mesmo tratamento excludente tiveram as mulheres e os negros escravizados – esses porque a escravidão foi mantida no país até 1º de janeiro de 1863.

Conexão

O último dos moicanos é um filme épico, que contém cenas de aventura, imaginação e história, com uma trilha sonora que revela muito dos sentimentos dos personagens. Contextualizado no período da Guerra dos Sete Anos, o filme permite explorar com os alunos a relação estabelecida entre indígenas e brancos e como os nativos são representados ao longo da narrativa.

Enquanto isso…

Os iroqueses: nativos da América do Norte

Enquanto as Treze Colônias lutavam para conquistar sua independência, na região dos Grandes Lagos existia uma grande nação indígena que se caracterizava pela sua organização matriarcal: a nação iroquesa. No fim do século quinze, esse povo havia criado a Confederação Iroquesa, formada por seis nações indígenas (sêneca, caiúga, Onondaga, Oneida, môrróc e Tuscarora), que perdurou por séculos. Os objetivos principais eram cessar as guerras entre esses grupos e criar laços de proteção mútua contra perigos internos e externos.

A linhagem dos chefes era definida pelas mulheres, que tinham poder político, econômico, religioso e social. Elas partilhavam com os chefes a responsabilidade de manter o funcionamento dos conselhos, convocando reuniões e gravando na memória tudo o que era decidido nelas. Por sua capacidade intelectual, que era valorizada naquela sociedade, as mulheres iroquesas eram responsáveis por transmitir a história e as tradições de seu povo de geração a geração.

O sistema político iroquês estava dividido em três áreas: local, tribal ou das nações, e federal. No governo local, cada povoamento de Iroquoia tinha o seu conselho, que cuidava dos assuntos da aldeia, como a estipulação das áreas de caça, de cultivo, a mudança da aldeia para outro local e a organização de expedições de guerra. O governo da aldeia era presidido por um homem, o chefe principal, que representava o clã e que tinha sido escolhido pela matrona. Estes chefes faziam o possível por manter a harmonia e minimizar a hostilidade interna.

Em assuntos importantes, os membros do conselho reuniam-se com o povo, mantendo-se fiéis às suas decisões e desejos. Os homens ou mulheres dos diferentes clãs podiam levar qualquer assunto à atenção do conselho, tendo o direito de formar comissões e designar delegados que transmitissem as suas questões. Estes conselhos locais reuniam-se na casa do chefe ou numa casa própria para estas assembleias reticências. Quando a reunião era realizada em casa do líder, duas matronas elegiam duas mulheres para cozinharem para o chefe e visitas, mas, se a mulher do chefe concordasse, prepararia ela própria a comida reticências. A hospitalidade era uma lei fundamental desta cultura reticências.

No Conselho das Nações reticências debatiam-se questões de política externa, como a venda de terrenos, a guerra e a paz. As nações eram independentes umas das outras e, como os iroqueses afirmavam, cada uma tinha o seu próprio fogo, à volta do qual os seus chefes se reuniam para deliberar os problemas da sua nação reticências.

Assuntos onde se previsse dificuldade em alcançar consenso ou se antecipasse uma decisão impopular seriam apresentados à nação para que todos pudessem expressar a sua opinião reticências. Na sociedade iroquesa não existia hierarquização social. Por consequência, a liberdade de expressão era um direito que todos podiam exercer.

FILIPE, Maria José de L. P. N. O papel da mulher na sociedade iroquesa. 2001. Dissertação (Mestrado em Estudos Americanos) – Universidade Aberta, Lisboa, 2001. página 90-92.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Como era a organização política dos iroqueses no âmbito local e no das nações?
  2. As mulheres tinham muita importância e respeito na Confederação Iroquesa. Explique essa afirmação.
  3. É possível identificar princípios da Confederação Iroquesa na Constituição dos Estados Unidos? Se sim, quais?

Respostas e comentários

Bê êne cê cê

Por comparar eventos ocorridos simultaneamente em espaços diferentes, o conteúdo da seção contribui para o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas nº 5.

Enquanto issoreticências

  1. Os iroqueses estavam organizados em torno de uma Confederação, na qual o sistema político estava dividido em três áreas: local, tribal (ou das nações) e federal. No âmbito local, cada povo tinha um conselho próprio, chefiado por um homem, escolhido pela matrona, que discutia as questões da comunidade, como as atividades agrícolas e as guerras. O conselho se reunia na casa do chefe ou em um espaço próprio para isso. Nas decisões mais importantes, toda a população podia participar dos conselhos. Já no Conselho das Nações, eram debatidas questões de política externa, como a venda de terrenos, a guerra e a paz. As questões polêmicas eram levadas a toda a nação para que se criasse um consenso na decisão, havendo, assim, liberdade de expressão.
  2. A sociedade iroquesa era matriarcal, de modo que o pertencimento à família de cada pessoa era definido pela linhagem da mãe. Além disso, as mulheres participavam das decisões dos conselhos e tinham responsabilidade na transmissão dos saberes.
  3. Sim. Espera-se que os alunos identifiquem a ideia de autonomia das nações, mesmo quando fazem parte de um governo mais abrangente (a Confederação, para os iroqueses, e a Federação, para os estadunidenses), e a de que o governo deve atender às necessidades do povo e a de liberdade de expressão.

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

1. Observe a pintura que foi exibida na comemoração do centenário da independência dos Estados Unidos, em 1876. Depois, responda às questões.

Pintura. Três homens de pele branca tocando instrumentos em meio a uma batalha. À esquerda, um menino toca um tambor pendurado ao seu corpo. Ao seu lado, no centro, um senhor de cabelos brancos também toca um tambor. À direita, um homem adulto toca um instrumento fino de sopro. À frente deles um soldado caído sobre uma roda quebrada. Ao fundo, uma bandeira dos Estados Unidos, e alguns soldados empunham baionetas.
O espírito de 1776, pintura de árquibôld uílard, cêrca de 1876. Comissão Histórica Marblehead – Abbot Hall, Massachussetts, Estados Unidos.
  1. De acordo com a pintura, quem eram os sujeitos da luta pela independência dos Estados Unidos?
  2. Como o artista representou o “espírito” da luta pela independência? Essa visão corrobora a ideia de nação e identidade nacional? Por quê?

2. Leia o texto. Depois, responda às questões.

A constituição criou uma república federalista presidencial. O governo de cada colônia (agora estado) procura se equilibrar com o governo federal. Além disso, os poderes estão, dentro da tradição ensinada pelo filósofo Montesquiê, divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário. reticências

À Suprema côrte dos Estados Unidos iria caber, no futuro, o papel de interpretar a constituição e decidir sobre a constitucionalidade ou não das leis estaduais e das decisões presidenciais.

KARNAL, Leandro êti ól História dos Estados Unidos: das origens ao século vinte e um. São Paulo: Contexto, 2007. página 94.

  1. O que é o federalismo presidencial?
  2. De que fórma o poder foi organizado na Constituição dos Estados Unidos?

3. Leia algumas emendas da Constituição dos Estados Unidos. Depois, responda às questões.

EMENDA um − O Congresso não legislará no sentido de estabelecer uma religião, ou proibindo o livre exercício dos cultos; ou cerceando a liberdade de palavra, ou de imprensa, ou o direito do povo de se reunir pacificamente, e de dirigir ao governo petições para a reparação de seus agravos.

EMENDA dois – Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido. reticências

EMENDA quatro − O direito do povo à inviolabilidade de suas pessoas, casas, papéis e haveres contra busca e apreensão arbitrárias não poderá ser infringido; e nenhum mandado será expedido a não ser mediante indícios de culpabilidade confirmados por juramento ou declaração, e particularmente com a descrição do local da busca e a indicação das pessoas ou coisas a serem apreendidas.

A CONSTITUIÇÃO dos Estados Unidos da América. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Recursos didáticos de História. Londrina: uél, 2014. Disponível em: https://oeds.link/VlY8Fp. Acesso em: 2 fevereiro 2022.

  1. Quais são os direitos sociais dos cidadãos estadunidenses estabelecidos nessas emendas da constituição?
  2. Quais dessas três emendas dizem respeito ao direito à propriedade defendido pelos liberais? Justifique.

Respostas e comentários

Atividades

    1. Homens brancos e pobres de diferentes idades.
    2. A palavra espírito é empregada para tornar evidentes a fôrça moral e a virtude dos combatentes, qualidades sobre as quais a nação estadunidense teria sido fundada. Acrescenta-se a isso o sentimento patriótico que teria movido os colonos a combater o domínio britânico, simbolizado na bandeira que tremula, no alto, por trás dos três personagens. A inserção dessa bandeira, criada na segunda metade do século dezenove (muitas décadas após o fim do contrôle da metrópole, ou seja, posterior à cena representada), foi feita para construir uma memória pública das lutas pela independência, atribuindo àquele processo um sentimento de unidade e de pertencimento nacional que não existia no século dezoito.
    1. O federalismo presidencial é um sistema de governo em que vários estados se reúnem em torno de uma nação soberana. No entanto, cada um deles mantém sua autonomia, desde que não afete o interesse comum.
    2. O poder foi organizado na Constituição dos Estados Unidos em três esferas: o Executivo, exercido pelo presidente, o Legislativo, composto de duas Câmaras, e o Judiciário, conduzido pela Suprema côrte.
    1. O direito de escolher a própria religião, o direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa, à manifestação pública e o de protestar contra o governo.
    2. A emenda dois, que determina o direito de possuir armas, e a emenda quatro, que trata do direito dos cidadãos sobre eles mesmos e em relação a seus bens, que não podem ser arbitrariamente apreendidos. Nesta questão, pode-se retomar a reflexão feita sobre a segunda emenda na seção “História em construção”, na página 59.

4. No evento conhecido como Festa do Chá de bóston, em 1773, alguns colonos se vestiram como indígenas e lançaram ao mar cargas de chá da Companhia Britânica das Índias Orientais. O fato de os colonos se fantasiarem de nativos teve um significado. Com base no que você estudou, levante hipóteses que expliquem essa atitude.

Aluno cidadão

  1. A liberdade foi um dos princípios iluministas que alicerçaram a fundação dos Estados Unidos. Hoje, esse é um direito humano definido em declarações internacionais.
    1. Que tipo de liberdade era almejada pelas Treze Colônias? Ela favoreceu quais grupos sociais? Que setores foram excluídos desse direito?
    2. Consulte a Declaração Universal dos Direitos Humanos e identifique as liberdades às quais todos têm direito.
    3. Com base no texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, argumente por que a liberdade de todos deve ser garantida por lei. Relacione sua resposta ao ditado “A minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro”.

Conversando com geografia

6. Estado, nação e território são conceitos fundamentais para compreendermos a formação dos países que conquistaram a independência, como os Estados Unidos. Agora você vai problematizar essas ideias no mundo atual. Para isso, junte-se a dois colegas, leiam o texto e façam o que se pede.

A constituição do Estado-nação pressupõe o isomorfismoglossário entre povo, território e soberania legítima, que se encontra ameaçado reticências. O trabalho, tanto do tipo intelectual reticências como aquele do proletário mais humilde, leva as pessoas a migrar reticências.

reticências o território como base para a lealdade e o sentimento nacional está cada vez mais divorciado do território como lugar da soberania e contrôle estatal da sociedade civil. reticências Isto não é um bom presságio sobre o futuro do Estado-nação na sua fórma clássica, na qual os dois são imaginados como coexistentes e sustentando-se mutuamente. reticências

Para muitos cidadãos nacionais, reticências as referências territoriais de lealdade civil tornam-se reticências cada vez mais divididas entre diferentes horizontes espaciais: lealdades de trabalho, de residência e de religião podem criar registros distintos de afiliação.

apadurái, ardjún. Soberania sem territorialidade: notas para uma geografia pós-nacional. Novos Estudos, São Paulo, número 49, página 35 e 37, novembro 1997.

  1. Segundo o texto, o que caracteriza um Estado-nação? Expliquem essa ideia com base no que vocês estudaram.
  2. De acordo com o texto, qual é a importância do território para um Estado?
  3. A ideia clássica de Estado-nação, que tem base no território, está sendo ameaçada por uma questão atual. Identifiquem-na e expliquem por que essa ameaça existe.

Enem e vestibulares

  1. (ú éfe ême gê) Em 1776, após uma série de conflitos, parcela expressiva das sociedades das Treze Colônias se articulou no sentido de romper com o domínio inglês. Considerando-se esse processo, bem como seus desdobramentos, é correto afirmar que ele se:
    1. notabilizou pela consolidação do latifúndio, o que atendia aos interesses das elites religiosas, que se apropriaram de grandes glebas de terras.
    2. caracterizou, desde o início, pela intransigente defesa da escravidão por parte dos americanos, no que eram contraditados pelos interesses ingleses.
    3. configurou como uma primeira tentativa de instalação de um regime socialista anticolonial, o que contrariava seriamente os interesses dos comerciantes.
    4. destacou pela repercussão internacional alcançada, tornando-se uma referência, na prática, para outras colônias americanas.

Respostas e comentários

4. Os alunos devem realizar inferências para levantar as hipóteses exigidas. Os colonos podem ter se fantasiado de indígenas para demonstrar a união das Treze Colônias na luta contra a opressão metropolitana. Outra hipótese, mais provável, é a de que os colonos se vestiram de indígenas porque queriam se disfarçar para não sofrer punição.

Bê êne cê cê

Ao propor o levantamento de hipóteses com base no estudo de um contexto histórico específico, a atividade contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História nº 3.

    1. Trata-se da liberdade política e econômica. O processo de independência favoreceu os grupos sociais que já participavam do governo colonial. A independência, portanto, não significava a libertação dos escravizados nem a liberdade das mulheres.
    2. Liberdade de expressão, de opinião, de pensamento, de consciência, de crença e religião, de vida a salvo do terror, de locomoção e residência, de reunião e associação pacífica, de voto. A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser consultada no site: https://oeds.link/eF4z7A. Acesso em: 29 março 2022.
    3. A atividade promove uma reflexão crítica sobre os limites entre direitos individuais e coletivos no que se refere à liberdade. Espera-se que os alunos argumentem no sentido de reconhecer a liberdade individual como um direito humano que deve ser garantido e limitado por lei para permitir a vida em sociedade, isto é, a liberdade igualitária de todos.

Bê êne cê cê

A atividade se relaciona com o tema contemporâneo transversal Educação em direitos humanos e contribui para o desenvolvimento das Competências gerais da Educação Básica nº 7, nº 8 e nº 9, assim como das Competências específicas de Ciências Humanas nº 1, nº 2 e nº 6.

    1. Um Estado-nação se caracteriza pela relação entre povo, território e soberania, ou seja, existe quando há o reconhecimento de uma coletividade, que se une por ter origem, cultura e língua comuns, sentindo-se pertencente a um território governado por um poder soberano.
    2. O território é a base de legitimidade e poder de um Estado; é o lugar da soberania e do contrôle estatal da sociedade civil.
    3. A questão é a imigração, pois, ao imigrar, as pessoas se desconectam da ideia de lealdade e de sentimento nacional ligada a determinado território e, portanto, a um Estado-nação. Os indivíduos deslocam a lealdade civil para a lealdade de trabalho, residência, religião etcétera

Interdisciplinaridade

A atividade desenvolve habilidades do componente curricular geografia, especificamente a habilidade ê éfe zero oito gê ê zero cinco.

7. Alternativa d.

Glossário

Guerrilha
: tipo de guerra não convencional que se caracteriza pela ocultação e pela extrema mobilidade dos combatentes. Sem armas potentes, os guerrilheiros recorrem a ações de emboscada e a ataques-surpresa, em uma guerra de resistência que obriga o inimigo a lutar por um tempo bem maior.
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Inalienáveis
: que não podem ser vendidos ou cedidos; intransferíveis.
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Isomorfismo
: nesse caso, combinação de elementos distintos que se relacionam.
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