CAPÍTULO 6  A Segunda Guerra Mundial

Fotografia. Crianças em uma fila. Elas têm  os cabelos pretos. Vestem roupas de manga comprida. Ao fundo, a porta larga e parcialmente aberta de um estabelecimento.
Crianças em fila para receber refeição gratuita em Sana, capital do Iêmen. Foto de 2022. Desde 2014, o país passa por uma guerra civil que opõe o govêrno oficial do Iêmen e uma coalização militar sunita liderada pela Arábia Saudita aos Ráufis, grupo rebelde xiíta que domina a capital e outros territórios iemenitas.

Não, agora realmente está péssimo – uma semana inteira de bombardeios! E todo mundo diz que vai piorar, que eles começarão a bombardear também durante o dia. reticências Uma amiga da minha irmã veio hoje se despedir. Foi convocada. Um de nossos primos também. Meu Deus! Todas essas vidas jovens, será que vale a pena? É tudo por nosso país e não se pode hesitar nem por um segundo. reticências

São 21horas30. Não vou me deitar. Não vale a pena. Segundo nossas fontes, haverá um ataque dentro de meia hora. Estou vestida e pronta para descer ao porão. Eu irei, mas não sei se conseguirei voltar. Tudo pode acontecer esta noite. É possível que dentro de algumas horas a casa onde me encontro esteja destruída, e este caderno no qual escrevo, e, sim, é possível que eu me tenha ido tambémreticências ó Que pensamentos mais pessimistas!

DIÁRIO da jovem polonesa Vanda Pichibilsca, de 14 anos, 28 de julho de 1944. In: Uális, Séra; Pálmer, Isvétlana Éramos jovens na guerra: cartas e diários de adolescentes que viveram a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. E-book.

A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, marcou profundamente a vida de milhões de pessoas que foram forçadas a vivenciar os constantes bombardeios, a perda de amigos e familiares, a falta de alimentos e de itens básicos, as fugas e a violência desmedida. Para as crianças e jovens essa situação era ainda mais assustadora, pela sensação de impotência, medo e falta de perspectiva diante do conflito. Atualmente, pessoas de diversos locais do mundo ainda vivenciam diariamente situações como essa.

  • Que sentimentos você acredita que foram experienciados por Vanda Pichibilsca no momento em que ela escrevia essa página do diário?
  • Uma das consequências mais graves da guerra para crianças e jovens é perder o direito de estudar. Quais podem ser os prejuízos disso para as crianças? Discuta com os colegas.

A formação do Eixo

Como você estudou no capítulo anterior, após chegar ao poder, Rítler iniciou um processo de rearmamento da Alemanha com o intuito de estender os domínios do país e conquistar o “espaço vital”. Essa pretensão também existia na Itália, onde era forte o sentimento de que os poucos ganhos territoriais obtidos pelo seu apôio à Tríplice Entente (Reino Unido, Rússia e França), durante a Primeira Guerra Mundial, não compensaram o enorme custo material e humano gerado pelo conflito. Assim, unidos por ressentimentos e ambições comuns, Rítler e Mussolini assinaram um tratado de amizade na cidade de Berlim, em outubro de 1936. A aliança ficou conhecida como Eixo Roma-Berlim.

Essa aliança seria reforçada quatro anos depois pelo Japão. O país, que havia se industrializado no século dezenove, saiu da Primeira Guerra Mundial como a maior potência militar do Oriente. No entanto, a escassez de reservas de recursos naturais, como ferro e carvão, motivou o govêrno a invadir e anexar territórios vizinhos com o objetivo de sustentar o crescimento econômico japonês.

Em 1931, os japoneses iniciaram a ocupação da Manchúria, região chinesa rica em minério de ferro. Porém, essa investida representou uma grande violação do Pacto das Nações e foi condenada pela Liga das Nações. Com isso, em 1932, o Japão retirou-se da liga. Politicamente isolado e mantendo relações tensas com a União Soviética, o govêrno japonês decidiu se aliar à Alemanha como estratégia de defesa. Assim, em novembro de 1936, firmou com a Alemanha o Pacto Anticomintern para barrar o comunismo soviético.

Mais tarde, em 1940, Japão, Alemanha e Itália estabeleceriam uma aliança militar, o Eixo Roma-Berlim-Tóquio, ou simplesmente Eixo.

Charge em preto e branco. Hitler partindo o globo terrestre com um facão sobre mesa à luz de velas. À frente dele, Hideki Tojo, homem baixo, vestindo roupas militares e com a boca aberta, saliva ao olhar para o globo repartido. Segura um prato vazio. Ao lado, Benito Mussolini, homem grande com roupas militares e uma espada ao lado do corpo, segura o prato com uma fatia do globo terrestre em cima.
Charge da década de 1940 que representa ádolf rítler dividindo o mundo com seus aliados Benito Mussolini, da Itália, e Ridéqui Tôjo, do Japão. Museu dos Arquivos Nacionais, Washington, Estados Unidos.

Responda em seu caderno.

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  1. A charge faz referência a que acontecimento histórico?
  2. Qual era o objetivo dos personagens representados na charge? Explique sua resposta citando elementos da imagem.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

1. Quais foram os motivos da formação do Eixo?


A expansão nazista e a eclosão da guerra

Rítler deu início ao seu plano de expansão territorial com o objetivo de recuperar os territórios perdidos após a Primeira Guerra Mundial, ampliar as fronteiras alemãs com a conquista de terras com recursos naturais abundantes e unir todos os alemães que viviam nos países vizinhos em uma grande nação “ariana”.

Em 1936, o exército nazista ocupou a Renânia, região da Alemanha situada na fronteira com a Bélgica e a França. De acôrdo com o Tratado de Versalhes, a Renânia deveria permanecer desmilitarizada.

Em 1938, a Alemanha anexou a Áustria e passou a reivindicar os Sudetos, região da Tchécoslováquia habitada por maioria alemã.

Cartão postal. Ilustração de mapa da Alemanha unificada com a Áustria, dividido em regiões e com o nome de cidades alemãs e austríacas e o busto de Hitler, de perfil. Na parte superior, uma águia de asas abertas segurando uma suástica com as patas. Embaixo, a data de 13 de março de 1938 e inscrições em alemão.
Um povo, um império, um líder, cartão-postal produzido para celebrar a anexação da Áustria pela Alemanha, 1938.

Diante das investidas territoriais de Rítler, os governos da França e do Reino Unido reuniram-se com alemães e italianos na Conferência de Munique, em setembro de 1938, para negociar e evitar uma nova guerra. Ao final das negociações, o acôrdo permitiu que a Alemanha anexasse os Sudetos. Em março do ano seguinte, Rítler ocupou o restante do território Tiéco. Na Eslováquia, declarada independente em 1939, formou-se um govêrno aliado à Alemanha.

Com o objetivo de neutralizar a União Soviética e evitar, a curto prazo, uma frente de guerra no leste, Rítler aproximou-se de Istálin. Em 23 de agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto Molotóv Ribentróp, mais conhecido como Pacto Nazi-Soviético de Não Agressão, por meio do qual os dois governos se comprometiam a manter uma política de não agressão. Assim, contando com a neutralidade soviética e a passividade anglo-francesa, no dia 1º de setembro de 1939 as tropas alemãs invadiram a Polônia.

França e Reino Unido, que haviam assinado um tratado de defesa da Polônia em caso de agressão externa, formando o bloco dos Aliados, declararam guerra à Alemanha dois dias depois. Era o início da Segunda Guerra Mundial.

A expansão da Alemanha nazista (1935-1944)

Mapa. A expansão da Alemanha nazista, 1935-1944. Destaque para países do centro e do leste do continente europeu. Legenda: Verde: Alemanha em 1935. Verde escuro:  Regiões de maioria alemã (Sudetos). Verde claro: Regiões eslavas. Amarelo: Anexações húngaras. Linha vermelha: Limites da Alemanha (primeiro de setembro de 1939). Linha preta: Polônia em 1938. Linha verde: Fronteira germano-soviética de 28 de setembro de 1939 a 26 de junho de 1941. Linha lilás: Tchecoslováquia antes de 1938. Círculo preto: Anexação polonesa. Territórios incorporados ao Reich. Roxo: Tropas alemãs ocupam e remilitarizam a Renânia (1936). Laranja claro: Em 1939. Laranja: Em 1941. Laranja escuro: Zona de administração polonesa (1939-1944). Marrom: Região anexada à administração polonesa em 1941. No mapa, Alemanha em 1935: território alemão anterior à guerra, com destaque para as cidades de Berlim, Munique e Dantzig, na Prússia Oriental, e Viena na Áustria. Regiões de maioria alemã (Sudetos): sudeste do território alemão, em territórios que margeiam a fronteira entre a Alemanha e a Tchecoslováquia. Regiões eslavas: território da atual República Tcheca, com exceção da região dos sudetos e incluindo a capital, Praga. Anexações húngaras: regiões do leste e do sudoeste da atual Eslováquia, incluindo a capital Bratislava, na fronteira entre a Eslováquia e a Hungria. Limites da Alemanha (primeiro de setembro de 1939): território das atuais Alemanha e Áustria, incluindo regiões da atual Polônia e a Prússia Oriental. Polônia em 1938: territórios das atuais Polônia, Ucrânia e Bielorrússia, incluindo as cidades de Varsóvia e Cracóvia. Fronteira germano-soviética de 28 de setembro de 1939 a 26 de junho de 1941: fronteira entre Polônia e Bielorrússia, Ucrânia e Lemberg. Tchecoslováquia antes de 1938: território das atuais República Tcheca e Eslováquia, incluindo a região dos Sudetos e as cidades de Praga e Bratislava. Anexação polonesa: cidade de Teschen, em 1939. Territórios incorporados ao Reich. Tropas alemãs ocupam e remilitarizam a Renânia (1936): região da Renânia, no oeste da Alemanha. Em 1939: região oeste da Polônia. Em 1941: pequeno território a oeste da Bielorrússia. Zona de administração polonesa (1939-1944): região leste da Polônia, incluindo as cidades de Varsóvia e Cracóvia. Região anexada à administração polonesa em 1941: região de Lemberg, sudeste da Polônia. Do lado direito, no canto inferior rosa dos ventos e escala de 0 a 150 quilômetros.

Fonte: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 286-290.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

2. Que ação militar alemã deu início à Segunda Guerra Mundial? Por quê?


O desenrolar da Segunda Guerra Mundial

As tropas alemãs avançaram rapidamente sobre a Polônia e, em poucos dias, tomaram o chamado “corredor polonês” – faixa de terra que separava as duas porções do território alemão e possibilitava o acesso da Polônia ao Mar Báltico. Em menos de trinta dias, o govêrno polonês assinou a rendição.

Ao lado da ação da Alemanha ocorreu a operação da União Soviética, que invadiu a região leste da Polônia, seguindo o que determinava uma das cláusulas do Pacto Nazi-Soviético de Não Agressão. Essas invasões foram seguidas de combates que causaram a morte de cêrca de 70 mil poloneses e deixaram mais de 130 mil pessoas feridas.

Após a conquista da Polônia, os alemães voltaram-se para a Europa Ocidental. Em abril de 1940, invadiram a Dinamarca e a Noruega. No mês seguinte, tomaram a Bélgica, a Holanda e Luxemburgo, preparando-se para invadir a França.

A estratégia alemã de atrair os exércitos dos Aliados para a fronteira da Bélgica com a França e cercá-los foi bem-sucedida e facilitou a invasão do território francês. Em junho de 1940, as tropas de Rítler tomaram Paris, capital da França. O país foi, então, dividido em duas partes. O norte foi submetido ao contrôle direto alemão e o sul passou a ser administrado por um govêrno pró-nazista. Essa região ficou conhecida como República de Vichy.

Depois de dominar a França, a fôrça aérea alemã (Luftwaffe) atacou o Reino Unido. Na Batalha da Inglaterra, travada entre julho e outubro de 1940, os britânicos conseguiram defender seu território.

Enquanto isso, o Eixo abria outra frente de guerra na região do Mediterrâneo. Em junho, a Itália entrou na guerra ao lado da Alemanha, invadindo o norte da África com o objetivo de colonizar a região. Porém, como as tropas britânicas, que defendiam a região, eram mais potentes que as italianas, Mussolini pediu auxílio a Rítler. Assim, no início de 1941, os exércitos nazifascistas ocuparam boa parte do norte da África.

Fotografia em preto e branco. Soldados perfilados em uma longa fila. Estão com os braços em movimento e carregam baionetas sobre os ombros.
Desfile de soldados africanos que serviram no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Foto de cêrca de 1939-1945. Assim como na Primeira Guerra Mundial, nesse conflito as grandes potências europeias recrutaram soldados de suas colônias na África.

Saiba mais

O saque de obras de arte

Rítler tinha a pretensão de criar um grande museu de arte europeia com o espólio da guerra. À medida que ocupavam militarmente os territórios, os alemães se apropriavam de obras de museus, palácios, igrejas e coleções particulares, que eram confiscadas para serem levadas para a Alemanha. Estima-se que os nazistas tenham se apropriado de 100 mil obras de arte somente da França.

As obras pilhadas eram selecionadas para o museu e para a coleção pessoal de Rítler e de outros comandantes alemães.


A invasão da União Soviética

Nos primeiros meses de 1941, as tropas nazistas avançaram na Frente Oriental, ocupando a Romênia, a Bulgária, a Grécia e a Iugoslávia. Assim, Rítler se preparava para atacar seu principal alvo: a União Soviética.

A invasão de território da União Soviética, conhecida como Operação Barbarróssa, começou em junho de 1941 e marcou o rompimento dos alemães com o Pacto Nazi-Soviético de Não Agressão. Em resposta, a União Soviética entrou na guerra ao lado dos Aliados.

Para enfrentar os alemães, os soviéticos adotaram a chamada tática da terra arrasada, que consistia em destruir as plantações e tudo o que fosse necessário à sobrevivência dos inimigos nos territórios dominados.

No final de 1941, a chegada do inverno dificultou o avanço do exército nazista. Os soldados de Rítler não estavam preparados para enfrentar o rigoroso inverno russo, que alcançava 40 grauscélsius negativos.

Apesar da grande mobilização militar e do rápido avanço pelo território soviético, a Alemanha sofreu imenso desgaste e passou a acumular importantes derrotas na Frente Oriental, que se tornaram determinantes para o desfecho do conflito.

Avanços nazifascistas (1939-1942)

Mapa. Avanços nazifascistas, 1939-1942. Destaque para o território europeu e norte da África. Legenda: Verde: Territórios do Eixo, primeiro de setembro de 1939. Amarelo: Territórios ocupados pelo Eixo. Verde claro: Estados coligados ao Eixo. Cinza: Países neutros. Laranja: Países e territórios dos Aliados. Seta vermelha: Avanços alemães, 1939-1941. Seta preta: Avanços italianos. Seta verde: Ataque do Eixo na União Soviética, 1941-1942. Quadradinho roxo: Cidades fortemente castigadas pelos bombardeios. Linha tracejada: Limite de ocupação do Eixo na União Soviética. No mapa: Territórios do Eixo, primeiro de setembro de 1939: Líbia, no norte da África, incluindo as cidades de Trípoli, Bengazi e Tobruk; Itália, incluindo as ilhas da Sardenha e da Sicília e as cidades de Veneza, Gênova e Roma; Alemanha, incluindo as cidades de Viena, Munique, Berlim, Hamburgo e Königsberg, na Prússia Oriental; Albânia. Territórios ocupados pelo Eixo: norte da França, incluindo as cidades de Paris, Dijon e Bordeaux; Bélgica, incluindo a cidade de Bruxelas; Holanda, incluindo a cidade de Roterdã; Noruega, incluindo as cidades de Narvik, Namsus, Oslo, Gerger e Stavanger; Dinamarca, incluindo a cidade de Copenhague; República Tcheca, incluindo a cidade de Praga; Polônia, incluindo a cidade de Varsóvia; Estônia; Letônia, incluindo a cidade de Riga; Lituânia, incluindo a cidade de Vilnius; União Soviética, incluindo as cidades de Leningrado, Kiev, Stalingrado, Rostov e Odessa; Bessarábia, atual Moldávia; Iugoslávia, incluindo as cidades de Belgrado e Sarajevo; e Grécia, incluindo a cidade de Atenas e a Ilha de Creta. Estados coligados ao Eixo: Finlândia, incluindo a cidade de Helsinque; República de Vichy, no sul da França, incluindo as cidades de Lyon e Marselha e a Ilha da Córsega; Eslováquia; Hungria, incluindo a cidade de Budapeste; Romênia, incluindo a cidade de Bucareste; Bulgária, incluindo a cidade de Sófia; Argélia e Tunísia, no norte da África. Países neutros: Suécia, incluindo a cidade de Estocolmo; Suíça; Espanha e Turquia, incluindo a cidade de Istambul. Países e territórios dos Aliados: União Soviética, incluindo a cidade de Moscou; Reino Unido, incluindo a cidade de Londres; Iraque (Ocupado pelas forças britânicas, 1941); Síria (Controle dos Aliados, junho 1941); Egito, incluindo a cidade de Alexandria; Palestina (Controle dos Aliados, junho 1941); Líbano e Transjordânia. Avanços alemães, 1939-1941: da Itália para Trípoli, na Líbia, seguindo para o Egito. Da Bulgária para a Grécia. Da Bulgária para a Iugoslávia. Da Romênia para a Iugoslávia. Da Hungria para a Iugoslávia. Da Alemanha para a Polônia. Da Alemanha para a Noruega. Da Alemanha para a França. Avanços Italianos: da Itália, da Alemanha e da Albânia para a Iugoslávia. Do Egito para a Líbia. Ataque do Eixo na União Soviética, 1941-1942: da Polônia para a União Soviética, Letônia, Estônia, Lituânia. Da Finlândia para a União Soviética. Da Alemanha para Lituânia, Estônia, Letônia até Leningrado. Da Romênia em direção à Bessarábia e à União Soviética. Cidades fortemente castigadas pelos bombardeios: Varsóvia, Belgrado, Londres, Roterdã. Limite da ocupação do Eixo na União Soviética: Em destaque, na divisa as cidades de Leningrado, ao norte, e Stalingrado, ao sul, até o litoral do Mar Negro. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.

Fontes: CHALIONDE, Gerrádi; RAGEÚ, Jean Piérre. Atlas politique du XXe siècle. Paris: Seuil, 1988. página 62-64; dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 288.


Responda em seu caderno.

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  1. Que países mostrados no mapa permaneceram neutros na Segunda Guerra Mundial?
  2. Que cidades europeias foram fortemente castigadas pelos bombardeios durante o conflito?

O que foi o Holocausto?

O govêrno nazista adotou uma política de perseguição política, social, étnica e religiosa com base na ideologia ariana, segundo a qual os alemães representariam uma “raça superior”. Quando Rítler assumiu o poder na Alemanha, homossexuais, ciganos, negros e principalmente judeus foram impedidos de continuar atuando na vida pública e nas atividades econômicas do país.

A maior parte dos judeus teve os bens expropriados e foi obrigada a viver em guetosglossário . Como estudamos no capítulo anterior, o regime nazista também perseguiu outros grupos considerados “inferiores”, como os eslavos, as pessoas com deficiência, além de comunistas e opositores políticos do nazismo. Segmentos religiosos, como o das testemunhas de Jeová, também foram vítimas da intolerância nazista.

Com a expansão nazista durante a guerra, os judeus que viviam na Polônia e em outros países ocupados pelos alemães passaram a ser perseguidos pela Gestapo (polícia política) e pela Schutzstaffel ou ésse ésse (guarda pessoal de Rítler) e confinados em guetos.

Em julho de 1941, Rítler ordenou a “solução final”, que significava proceder ao extermínio programado e sistemático dos judeus. No ano seguinte, quase todos os guetos da Europa nazista foram destruídos, e seus moradores, enviados aos campos de concentração e de extermínio.

Os campos de concentração e extermínio

Entre 1933 e 1945, o govêrno alemão construiu cêrca de 20 mil campos de concentração e/ou de extermínio no país e nos territórios ocupados da Europa. Nesses locais, homens e mulheres perseguidos pelos nazistas eram submetidos a extenuantes jornadas de trabalho, que podiam ultrapassar 12 horas por dia. Os prisioneiros eram levados para trabalhar em áreas de mineração, em fábricas ou na construção de estradas e barracões dentro do campo. A alimentação era escassa, limitada a pequenas raçõesglossário diárias, muitas vezes insuficiente para os prisioneiros suportarem a rotina de trabalho.

A falta de alimentação e de higiene adequadas provocavam desnutrição, doenças e morte. Além disso, milhões de pessoas foram mortas por fuzilamento ou em câmaras de gás, salões nos quais os presos eram confinados e morriam pela inalação de um gás letal.

Entre 1941 e 1945, seis milhões de judeus foram executados pelo Estado nazista. Esse genocídio ficou conhecido como Holocausto.

Fotografia em preto e branco. Três fotos em sequência de Czeslawa Kwoka, moça de cabelos curtos e rosto arredondado. Ela veste uma roupa listrada. Na primeira foto ela está de perfil, com uma placa de identificação. Na segunda foto ela está de frente. Na terceira foto, usa um lenço xadrez na cabeça.
Diferentes ângulos de Chéslava Cuvôca, presa em campo de concentração aos 14 anos de idade. áuchvitz, Polônia. Foto de 1942.

Refletindo sobre

Em 2018, uma empresa ucraniana de games foi investigada por criar um jôgo em que os participantes podiam assumir o papel de um soldado nazista e escolher prisioneiros para serem enviados para a câmara de gás. O jôgo foi duramente criticado, mas não é o único desse tipo. Você acredita que um jôgo que simula a morte de pessoas perseguidas pelo nazismo pode ser ofensivo para a memória dessas pessoas? Esse tipo de jôgo pode tornar o jogador menos empático em relação ao sofrimento humano e afetar a consciência sobre os direitos humanos? Qual é o limite entre a diversão e a promoção da violência? Discuta essas questões com os colegas.


Saiba mais

A resistência contra o nazismo

Em muitos países ocupados pelas tropas nazistas formaram-se diversos movimentos de resistência. Um deles foi o dos partisans (partidários), que atuaram na França, na Iugoslávia, na Itália, na Grécia, na Albânia e na Bielorrússia, entre outros países.

Na França, esses grupos organizavam sabotagens aos trens e meios de comunicação, recorriam à espionagem e a uma grande rede de informações sobre os avanços militares nazistas, realizavam greves e destruíam cartazes da República de vichí, entre outras ações. Na Iugoslávia, os partisans utilizaram táticas de guerrilha para conter os alemães. Além de lutar contra os nazistas, eles pretendiam derrubar a monarquia no país. Por sua atuação, foram muito apoiados pelos Aliados. Já na Bielorrússia, os partisans formaram uma grande resistência judaica. Eles ajudaram os judeus a fugir dos nazistas e criaram comunidades escondidas nas florestas.


Fotografia em preto e branco. Homens empunhando armas em uma esquina. Um deles está ajoelhado, apontando a arma, com o corpo parcialmente atrás da parede de uma construção. Outros observam.
Partisans em ação em Roma, Itália. Foto de 1945.
Os Estados Unidos entram na guerra

A guerra na região do Pacífico foi marcada pelas ofensivas japonesas no leste asiático. Como vimos, desde a década de 1930, o Japão havia adotado uma política expansionista em busca de recursos naturais para atender à crescente demanda de suas indústrias.

A primeira conquista japonesa foi a Manchúria, em 1931. Seguiu-se a ocupação do leste da China, incluindo as cidades de Xangai, Nanquim e Pequim, a capital. Em junho de 1941, o Japão dominou a Indochina, área de interesse estratégico dos Estados Unidos. Como retaliação, os Estados Unidos congelaram os bens de todos os japoneses que viviam em território estadunidense e cortaram o envio de petróleo para o país. O govêrno japonês decidiu, então, eliminar a influência dos Estados Unidos na Ásia. Para isso, no dia 7 de dezembro de 1941, empreendeu um grande ataque aéreo à base naval estadunidense de Pearl Harbor, no Havaí. No ataque foram destruídas dezoito embarcações e mais de trezentas aeronaves. cêrca de 2 mil soldados estadunidenses morreram.

Um dia após o ataque a Pearl Harbor, o Congresso estadunidense aprovou a declaração de guerra ao Japão. Com isso, a Alemanha e a Itália, aliadas do govêrno japonês, declararam guerra aos Estados Unidos. Outros países do Ocidente, por sua vez, seguindo a orientação dos Estados Unidos, declararam guerra ao Eixo.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Que relação existe entre a ocupação do norte da África e a Segunda Guerra Mundial?
  2. O que foi a Operação Barbarossa?
  3. O que significava a expressão “solução final” usada pelos nazistas? Como ela foi executada?
  4. O que levou os Estados Unidos a entrarem na guerra? Explique.

O Brasil na Segunda Guerra Mundial

Desde o início da guerra, o govêrno brasileiro procurou manter uma posição de neutralidade, sem apoiar a base dos Aliados nem a do Eixo. Essa política garantiu boas exportações de produtos brasileiros para os países em conflito, de ambos os lados. Além disso, o então presidente Getúlio Vargas negociava tanto com a Alemanha quanto com os Estados Unidos para obter recursos e tecnologia para a construção de uma usina siderúrgica no Brasil.

A Alemanha se dispôs a enviar mão de obra especializada e dinheiro para financiar a instalação da usina no Brasil. Em reação a essa oferta alemã, o presidente dos Estados Unidos, Frânclin Rúsvelt, ofereceu uma ajuda de 20 milhões de dólares ao govêrno brasileiro, que foi aceita de imediato por Getúlio Vargas.

Após a entrada dos Estados Unidos no conflito, em 1941, o govêrno brasileiro foi pressionado a apoiar publicamente as fôrças aliadas em troca dos investimentos estadunidenses na usina. Além disso, deveria ceder pontos estratégicos no Nordeste do país para a instalação de bases aéreas estadunidenses.

Em 22 de agosto de 1942, navios brasileiros carregados de mercadorias e alimentos destinados aos Aliados foram atacados por submarinos alemães. Depois desse episódio, o presidente Vargas declarou guerra ao Eixo.

Para participar dos conflitos na Europa, em 1943, foi criada a fôrça Expedicionária Brasileira (féb), uma divisão de guerra da infantaria do exército brasileiro. As tropas da féb, treinadas pelos estadunidenses e incorporadas às fôrças da base dos Aliados, foram enviadas para combater na Itália. Compunham a féb cêrca de 25 mil soldados, que ficaram conhecidos como pracinhas.

Desde o início das hostilidades na Europa os países das Américas se mantiveram neutros. reticências

Mas esta situação mudaria imediatamente após o ataque japonês a Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, que traria os Estados Unidos da América para a guerra. [Estes evocariam] a unidade política dos países americanos frente à ameaça estrangeira na terceira Reunião dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, ocorrida em janeiro de 1942, na qual as nações americanas concordaram em romper relações diplomáticas com os países do Eixo. A atitude do Brasil daria início a uma sucessão de eventos que o levariam ao conflito na Europa.

MERON, Luciano Bastos. Memórias do frôn: relatos de guerra de veteranos da féb. 2009. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009. página 25.

Fotografia. Nestor da Silva, senhor de terno e boina azul com o símbolo da FEB na frente. Está sentado perto de um mastro com uma bandeira do Brasil enrolada.
Nestor da Silva, veterano da Segunda Guerra Mundial, participando de desfile cívico-militar em comemoração ao feriado da Independência do Brasil em Brasília, Distrito Federal. Foto de 2019.

Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. De que fórma os estadunidenses pressionaram o Brasil a apoiar os Aliados na Segunda Guerra Mundial?
  2. Como foi a participação da féb na guerra?

Fotografia colorizada. Soldados andando sobre uma camada densa de neve. Vestem sobretudo, capacete e carregam pequenas bolsas no cinto. Ao fundo, um tanque de guerra ao lado de uma casa.
Soldados alemães dirigindo-se a Moscou, União Soviética, para tentar conquistar a cidade. Foto de 1941.

A mudança nos rumos do conflito

A primeira derrota alemã em solo soviético ocorreu na Batalha de Moscou, entre outubro e dezembro de 1941, quando as fôrças de Istálin impediram a conquista da capital. Nos três meses seguintes, o exército nazista perdeu mais de 300 mil homens em combate; outros 600 mil foram afastados por estarem feridos ou doentes.

O comando militar nazista não se intimidou com as estatísticas desfavoráveis e não deu a devida atenção aos relatórios de seu serviço de espionagem, que confirmavam a produção intensa de armamentos, especialmente tanques blindados, por parte dos soviéticos. Assim, Rítler ordenou a tomada da cidade de istalingrado (atual Volgogrado), ponto estratégico para o acesso aos poços de petróleo do Cáucaso. Além disso, a conquista da cidade – que levava o nome do líder soviético – teria uma grande fôrça simbólica para o moral dos combatentes alemães.

As ofensivas rumo a istalingrado foram iniciadas em junho de 1942 e, em novembro, as fôrças nazistas entraram na cidade depois de um ataque vitorioso.

Além dos militares, a defesa de istalingrado mobilizou toda a população civil e, em pouco tempo, os soviéticos conseguiram cercar as tropas alemãs.

As baixíssimas temperaturas do inverno russo e a falta de alimentos, água e medicamentos causaram muitas mortes, enfraquecendo as tropas nazistas.

A Batalha de istalingrado, como ficou conhecida, terminou em fevereiro de 1943 com a vitória soviética. Os cêrca de 100 mil soldados nazistas que sobreviveram, extremamente debilitados pelo frio, pela fome e pelas doenças, foram presos pelos soviéticos.

A vitória soviética em istalingrado trouxe nova motivação para as tropas dos Aliados e marcou o início da derrocada nazista. Porém, apesar da importância dessa batalha, a vitória soviética na guerra se efetivou somente quando o exército alemão foi barrado em Quírsqui, entre julho e agosto de 1943.

Fotografia em preto e branco. Homens andando em fila. Estão agasalhados com grandes casacos e mantas sobre as costas. Ao fundo, ruínas de casas.
Combatentes alemães capturados pelas tropas soviéticas durante o inverno, em istalingrado, União Soviética. Foto de 1943.

O desembarque aliado na Normandia

Enquanto o exército soviético e movimentos de resistência local derrotavam as tropas de Rítler no leste da Europa, os Aliados planejavam a retomada da parte oeste, que ainda estava sob domínio nazista.

A derrota definitiva das fôrças nazistas na Frente Ocidental ocorreu durante o ataque à costa da Normandia, no noroeste da França, no dia 6 de junho de 1944, conhecido como Dia D. Comandada pelo general estadunidense duáit aizênrráuer, a operação mobilizou mais de 150 mil soldados organizados em cinco frentes, cêrca de 6 mil navios, mais de 10 mil aeronaves e milhares de paraquedistas.

Para confundir as defesas nazistas, os Aliados divulgaram informações contraditórias sobre o local e o dia do ataque. A estratégia do ataque surpresa funcionou, mas os nazistas resistiram, causando muitas mortes de soldados aliados. Mesmo assim, os Aliados conseguiram vencer e chegar a Paris em agosto de 1944. O sucesso da operação deu início a uma nova ofensiva aliada em direção à Alemanha.

Quanto aos soldados de Rítler na França, ‘na manhã de 6 de junho, vimos todo o poderio dos ingleses e dos americanos’, escreveu um homem numa carta para sua mulher encontrada junto com seu cadáver. ‘A frota estava parada perto da costa; um número ilimitado de navios grandes e pequenos reunia-se como se fossem participar de um desfile, um espetáculo grandioso. Quem não viu nunca poderia acreditar. O sibilar das granadas e as explosões que arrebentavam à nossa volta produziam a pior espécie de música. Nossa unidade sofreu terrivelmente – você e as crianças ficarão felizes por eu ter sobrevivido. O que restou de nossa companhia foi uma parcela minúscula.’

Rêistins, Máquis . Inferno: o mundo em guerra, 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012. página 555.

Fotografia. Grandes navios de guerra próximos à praia. Na longa faixa de areia, diversos soldados, caminhões e outros veículos militares. Um dirigível está sobre a praia. Ele carrega um grande pacote pendurado. Ao fundo, no céu, outros dirigíveis.
Soldados aliados desembarcando na Praia de Omaha, Normandia, França. Foto de 6 de junho de 1944.

Responda em seu caderno.

Explore

Analise a imagem. Ela confirma ou contraria o relato do soldado alemão reproduzido na obra de Máquis Rêistins? Explique.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. Qual foi a importância da Batalha de Stalingrado para a definição dos rumos da guerra?
  2. O que foi o Dia D?

A rendição da Alemanha

Desde o segundo semestre de 1942, as cidades alemãs sofriam bombardeios da Real fôrça Aérea britânica. Pelo leste, as tropas soviéticas libertaram do domínio nazista a Polônia, a Hungria, a Romênia, a Bulgária, a Eslováquia e a Áustria e, em janeiro de 1945, deram início à marcha para Berlim.

Diante da gravidade da situação, Rítler convocou crianças, idosos e soldados da reserva para participar do conflito. O Ministério da Propaganda da Alemanha, sob o comando de iôzef guêbels, atuava para que a população se mantivesse convencida da importância da guerra. O govêrno solicitava a doação de mantimentos, cobertores, dinheiro e objetos de valor para a manutenção das tropas alemãs.

Nas frentes de batalha, as tentativas para deter o avanço soviético foram inúteis. A falta de munição e alimentos e o grande número de deserções inviabilizaram a resistência alemã contra as fôrças de Istálin.

Em 30 de abril de 1945, diante da iminente derrota, Rítler e sua esposa, Eva Bráun, suicidaram-se. No dia 5 de maio, as tropas soviéticas anunciaram a tomada de Berlim, enquanto tropas alemãs ainda resistiam em vários pontos da Europa. Na Batalha de Praga, o último grande reduto da resistência alemã, mais de 8 mil soldados soviéticos e quase o dobro de alemães perderam a vida. Após sucessivas rendições localizadas, no dia 9 de maio a Alemanha rendeu-se incondicionalmente.

Fotografia em preto e branco. Soldado no beiral do topo de um prédio. Está hasteando uma bandeira. Nela uma foice e um martelo sobrepostos e acima uma pequena estrela. Ao fundo, cidade em ruínas.
Soldado hasteando a bandeira soviética no tôpo do Reichstag, o Parlamento alemão, em Berlim, após sua tomada pelo exército vermelho, em maio de 1945 (cena reconstituída).

História em construção

A banalidade do mal

Antes mesmo de terminar o conflito, os Aliados decidiram julgar os nazistas por crimes de guerra e contra a humanidade. No primeiro julgamento, ocorrido em Nuremberg, Alemanha, entre novembro de 1945 e outubro de 1946, algumas autoridades alemãs foram condenadas à morte por enforcamento, outras, à prisão perpétua e outras, ainda, ao cárcere de dez, quinze e vinte anos. Tempos depois, em 1961, houve o julgamento de Ádolf Áichiman, um dos responsáveis pela elaboração da política de “solução final” contra os judeus. Para cobrir o caso, uma revista estadunidense enviou a Jerusalém, local do julgamento, a filósofa alemã de origem judaica Râna Árent, que escreveu o livro Áichiman em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal.

Nessa obra, Râna Árent não negou a responsabilidade de Eichmann pelo Holocausto, mas afirmou que ele não era um monstro, e sim um bom subordinado, que obedecia às ordens de Rítler e foi incapaz de refletir e de distinguir o bem do mal. Para ela, nesse caso, houve a eliminação de um povo sem causa ideológica ou patológica. Eichmann acreditava que estava cumprindo um dever e deixou de pensar no que fazia. Essa afirmação tornou-se polêmica, e a filósofa foi duramente criticada por intelectuais e pela comunidade judaica. Entretanto, ela propôs uma questão fundamental: a importância da autorreflexão para evitar a banalidade do mal.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. O que seria a “banalidade do mal”, segundo Râna Árent?
  2. Por que a afirmação de Râna Árent foi criticada por intelectuais e pela comunidade judaica?

A derrota do Japão

No início de agosto de 1945, o Japão seguia em guerra no Pacífico de fórma isolada. Mesmo sabendo que a rendição japonesa estava próxima, os estadunidenses decidiram usar uma nova arma de guerra para abreviar os combates: a bomba atômica.

A primeira bomba atômica foi lançada contra a cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. cêrca de 70 mil pessoas morreram imediatamente e mais da metade das construções da cidade desapareceu em razão do calor gerado pela explosão. No dia 9 de agosto, outra bomba foi lançada na cidade de Nagasaki, matando instantaneamente cêrca de 80 mil pessoas.

Fotografia. Vista aérea de Hiroshima completamente arrasada com apenas algumas ruínas de construções que se mantiveram de pé. No centro da cidade, um rio sinuoso.
Vista da cidade de iroshíma, no Japão, após a explosão da bomba atômica. Foto de 1945.

Estima-se que mais de trezentas mil pessoas tenham morrido dias após os ataques. Ainda hoje, milhares de japoneses sofrem com efeitos da radiação das bombas projetadas sobre as duas cidades.

‘Vi de relance um grande clarão azul. E ouvi um grande estrondo. reticências A terra tremia e não paravam de cair coisas em cima de mim. Finalmente vi um pouco de luz e saí à rua’ reticências. ‘Quando começou a cair chuva ácida, gotas de água negra, a vizinha me protegeu com um pedaço de lata porque meu rosto ardia. Ela morreu meses depois, doente por causa da radiação reticências’, lembra-se [Tacachí] Teramotó.

Minôru Iochicané também viu o clarão de relance. reticências ‘Vi o que parecia ser um exército de fantasmas vindo até mim. Dezenas de feridos, queimados, com os rostos destroçados, não pareciam humanos. reticências’.

, Macarena Vidal. Sobrevivente de Hiroshima: “um exército de fantasmas veio até mim”. El País, São Paulo, 6 agosto 2015. Disponível em: https://oeds.link/yd5jrg. Acesso em: 13 março 2022.

Em 14 de agosto de 1945, o imperador japonês Riroíto anunciou publicamente a capitulaçãoglossário e, no dia 2 de setembro, assinou a rendição incondicional. A Segunda Guerra Mundial chegava ao fim com a soma de 50 milhões de mortos e mais de 20 milhões de mutilados.

Fotografia. Ruínas da estrutura de um prédio. No topo, uma cúpula circular sem cobertura. Ao redor da construção, um portão e arbustos.
Cúpula Guembacú, em iroshíma, Japão. Foto de 2019.

Refletindo sobre

Um dos poucos edifícios que resistiram à explosão da bomba atômica em iroshíma tornou-se o Memorial da Paz de iroshíma, chamado Cúpula Guembacú pelos japoneses. Em 1996, o prédio foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco). Em sua opinião, qual é a importância desse reconhecimento?


Leitura complementar

Repercussões da rendição japonesa entre os imigrantes

No estado de São Paulo, um grupo de imigrantes japoneses, que não acreditava na rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial, promoveu uma série de atos violentos contra os chamados “corações sujos” ou “derrotistas”.

Era difícil encontrar na comunidade japonesa alguém que acreditasse que o Japão tivesse perdido a guerra – ou, pelo menos, que dissesse isso em público. A minoria que aceitava a versão oficial temia fazê-lo em público e ser tachada de ‘traidora’ ou ‘derrotista’. Embora todos os jornais brasileiros tivessem divulgado na íntegra o Rescrito Imperial, os japoneses que se dispunham a falar sobre o assunto tinham uma resposta pronta: ‘Isso é propaganda americana’. reticências De um lado, em franca minoria, estavam os maquegumí, ‘esclarecidos’ ou ‘derrotistas’, ala formada por japoneses reticências [que] falavam português e não alimentavam sonhos de retornar à pátria. No extremo oposto ficava a maioria da comunidade, aqueles que se autointitulavam catigumí, ‘patriotas’ ou ‘vitoristas’ – reticências pessoas de formação modesta que tinham imigrado para o Brasil com um só objetivo: arrumar a vida e voltar para o Japão. reticências

Na cabeça de [Diúndi] Quicáua, era chegada a hora de alguém ‘unificar de novo a colônia em torno do Iamatodamachí’, o ‘espírito japonês’. reticências

[Quicáua] Pediu que todos ficassem de pé e o acompanhassem ‘espiritualmente’ no brinde que ele levantava:

‘No tempo de guerra, a única fórma de mostrar nossa fidelidade à pátria é cumprir com as obrigações dos súditos do trono. reticências Hoje nasceu a Chindoremêi, a Liga do Caminho dos Súditos.’ reticências

Durante os anos de 1944 e 1945, a Shindo realizou um silencioso porém frenético trabalho de catequese patriótica e de aliciamento de associados. reticências ‘um verdadeiro exército de colonos, verdureiros, tintureiros, vendedores ambulantes e sapateiros’ varou o estado de ponta a ponta. reticências as malas dos falsos mascates escondiam boletins, panfletos e recortes de jornais e de revistas cujo conteúdo poderia ser resumido em uma ideia fixa: o desempenho da pátria na Segunda Guerra Mundial tinha sido excelente, o Japão nunca perdera uma guerra, o imperador continuava vivo etcétera reticências a Chindo nascera para ‘repelir e corrigir os japoneses derrotistas reticências’.

Nas semanas seguintes a temperatura parecia ter subido ainda mais na colônia. reticências Em Santópolis, então bairro da cidade de Coroados, um agricultor pediu autorização ao delegado para andar armado depois que sua casa amanheceu pichada com inscrições em japonês: ‘Chirá gurá traidor! reticências Vem aí o castigo divino! Deixe o pescoço lavado!’. As margens das estradas nas regiões de grande concentração de imigrantes amanheciam com inscrições nacionalistas em japonês, como ‘Viva a elevação do espírito nipônico!’, ‘Viva o Japão!’, ‘Grande vitória militar!’. reticências

A matança já havia começado, a polícia é que ainda não sabia. A primeira vítima fatal da Chindoremêi tombara 25 dias antes, em Bastos reticências. E foi também em Bastos que chegaram as primeiras notícias de uma estranha arma que vinha sendo usada por ‘vitoristas’ contra ‘derrotistas’: as bombas de mostarda.

MORAIS, Fernando. Corações sujos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. ibúk.


Responda em seu caderno.

Questões

  1. Como a colônia de imigrantes japoneses no estado de São Paulo estava dividida em relação ao fim da Segunda Guerra Mundial?
  2. Por que muitos imigrantes japoneses não acreditaram que o Japão havia se rendido na guerra? Levante hipóteses.
  3. Atualmente, vivemos o problema das fake news, que são notícias falsas criadas para convencer as pessoas sobre determinado assunto. Você já foi convencido por fake news? Se sim, como percebeu que a notícia era falsa?

O encontro das grandes potências

Após a derrota do nazismo, os chefes de govêrno dos principais países vencedores reuniram-se em Potsdam, Alemanha, entre julho e agosto de 1945.

Nesse encontro, conhecido como Conferência de Potsdam, decidiu-se a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação: soviética, francesa, britânica e estadunidense. A capital, Berlim, foi igualmente dividida entre os quatro grandes vencedores da guerra (consulte o mapa). Outras questões, como o pagamento de indenizações e a definição de fronteiras dos países atingidos pelo conflito, também foram acertadas na conferência.

A Alemanha no pós-guerra

Mapa. A Alemanha no pós-guerra. Destaque para o território alemão. Legenda: Linha verde: Limites da Alemanha em 1937. Amarelo: Territórios cedidos à Polônia após o fim da guerra. Marrom: Território cedido à União Soviética após o fim da guerra. Zonas de ocupação: Verde: Britânica. Verde claro: Francesa. Lilás: Estadunidense. Rosa: Soviética. No mapa, limites da Alemanha em 1937: corresponde ao território da Alemanha antes do início da guerra. Territórios cedidos à Polônia após o fim da guerra: território a leste da Alemanha e parte da antiga região da Prússia Oriental. Território cedido à União Soviética após o fim da guerra: parte do território da antiga região da Prússia Oriental, incluindo a cidade de Kaliningrado, antiga Königsberg. Zonas de ocupação – Britânica: noroeste da atual Alemanha, incluindo as cidades de Hamburgo e Bonn. Estadunidense: sul da atual Alemanha, incluindo a cidade de Munique. Francesa: no sudoeste da Alemanha, incluindo as cidades de Mayence e Friburgo. Soviética: leste da Alemanha, incluindo as cidades de Erfurt e Berlim. Destaque para a cidade de Berlim, mostrando a cidade dividida em quatro setores: francês, a norte; britânico, a oeste, estadunidense, no sul, e soviético, a leste. Ao redor dos setores francês, britânico e estadunidense, linha vermelha indicando o Muro de Berlim a partir de 1961. Do lado esquerdo, no canto inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 100 quilômetros. Dentro do destaque que mostra Berlim, escala indicando de 0 a 17 quilômetros.

Fonte: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 299.

A Conferência de Potsdam marcou o alinhamento do Reino Unido aos Estados Unidos e mostrou sinais do desgaste das relações entre o govêrno estadunidense e o soviético. O presidente dos Estados Unidos, Réri Trúman, deixou claro que não manteria relação de amizade com os soviéticos, como fez seu antecessor. Dessa fórma, a conferência evidenciou a polarização do mundo em dois blocos de influência: o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, sob o comando da União Soviética.

A criação da Organização das Nações Unidas (ônu)

Com o objetivo de promover a tolerância e a paz mundial, foi criada, em outubro de 1945, a Organização das Nações Unidas (ônu), ou simplesmente Nações Unidas, substituindo a Liga das Nações.

Na carta de fundação da organização, foram determinados seus principais objetivos: promover a paz mundial, proteger os direitos humanos, estimular o desenvolvimento econômico e social das nações, reforçar os laços entre Estados soberanos e estimular a autodeterminação dos povos.

Fotografia em preto e branco. Homens vestidos socialmente, em pé, ao redor de uma grande mesa oval. Um homem está sentado à mesa. Sobre ela, alguns papéis. Ao fundo, diversas bandeiras em mastros e o símbolo da ONU na parede.
Assinatura da carta de fundação da ônu em São Francisco, Estados Unidos. Foto de 26 de junho de 1945. A organização só começou a existir oficialmente em 24 de outubro daquele ano.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Assembleia Geral, principal órgão deliberativo da ônu, aprovou em dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O documento deveria servir de base para a luta internacional contra a opressão, a discriminação e a intolerância, e por uma vida digna aos indivíduos de todo o mundo. Leia alguns artigos desse documento.

Artigo 1. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2. parágrafo 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, côr, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. reticências

Artigo 4. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas fórmas.

Artigo 5. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. reticências

Artigo 19. Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias reticências.

Artigo 25. parágrafo 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis reticências.

DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Brasília, Distrito Federal: unêsco, 1998. Disponível em: https://oeds.link/Ukn7hz. Acesso em: 13 março 2022. (Adaptado).

Fotografia. Um homem e uma mulher conversando em Libras. Estão um de frente para o outro. Na parede, atrás deles, uma placa com a informação: CAS – WILSON LINS Centro de capacitação de profissionais da educação e atendimento às pessoas com surdez.
Pessoas conversando na Língua Brasileira de Sinais (Libras), em Salvador, Bahia. Foto de 2017. A Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê a igualdade de direitos para todas as pessoas, sem distinção de condição, e isso inclui as pessoas com deficiência. Contudo, é necessário estabelecer políticas públicas para assegurar o cumprimento desses direitos.

Refletindo sobre

Mesmo com a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ônu, ainda existem violações desses direitos, especialmente em contextos de guerra. Você já ouviu alguma notícia sobre esse assunto? Se sim, de que ela tratava? Converse com os colegas sobre o tema.


Os reflexos da guerra na África e na Ásia

A Segunda Guerra Mundial afetou significativamente a dominação colonial na Ásia e na África. O prestígio e a capacidade militar e econômica das potências imperialistas europeias foram abalados, pois algumas metrópoles foram ocupadas durante a guerra – caso da Holanda, da Bélgica e da França. Outras saíram enfraquecidas do conflito – caso do Reino Unido. Os povos colonizados, cujos indivíduos muitas vezes foram convocados a compor as tropas das nações colonizadoras na guerra, passaram a manifestar cada vez mais o desejo de romper com uma Europa arruinada pela guerra.

A perda de poder e influência por parte das nações europeias e a crescente mobilização pela liberdade levaram os povos subjugados em diferentes colônias da África e da Ásia a interpretar os debates políticos internacionais do período de acôrdo com seus interesses.

Foi o que ocorreu, por exemplo, em relação ao princípio da autodeterminação dos povos, evocado pelo presidente estadunidense Franklin Rusevélt e pelo primeiro-ministro britânico uinstãn tchãrtchil, em 1941, na Carta do Atlântico. No documento, os dois governantes manifestaram apôio ao direito de um povo escolher, sem pressão externa, sua fórma de govêrno e suas leis internas.

Após a Segunda Guerra Mundial, os povos colonizados passaram a se basear nos princípios defendidos pelos colonizadores para exigir a independência de seus territórios. Assim, as colônias de domínio francês reivindicavam igualdade e liberdade e as colônias inglesas reivindicavam o direito à autonomia política e econômica.

A polarização entre Estados Unidos e União Soviética também favoreceu a luta das colônias africanas e asiáticas pela independência.

Fotografia em preto e branco. Três soldados em meio a escombros. Dois usam gorro e um usa um turbante na cabeça. Seguram nas mãos uma bandeira nazista.
Soldados indianos com bandeira nazista encontrada em meio a escombros na Líbia. Foto de cêrca de 1939-1945.

Conexão

Enciclopédia do Holocausto

Disponível em: https://oeds.link/FyGdUc. Acesso em: 9 agosto 2022.

Organizada pelo Museu Estadunidense Memorial do Holocausto, a Enciclopédia do Holocausto reúne artigos, fotos, mapas, vídeos e relatos de sobreviventes da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O material é organizado por temas, como “govêrno e contrôle nazista”, “Os judeus na Alemanha antes da Guerra”, “A ‘solução final’”, “Sistema nazista de campos” e “Resgate e resistência”.


Responda em seu caderno.

Recapitulando

  1. O que foi a Conferência de Potsdam? Que nova ordem mundial o evento sinalizou?
  2. Por que a ônu foi criada?
  3. Qual é a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos?

Atividades

Responda em seu caderno.

Aprofundando

1. Durante a guerra os governos recorreram a diferentes recursos de propaganda para conquistar o apôio da população para o conflito. Analise o cartaz e identifique, entre as afirmações, aquelas que correspondem corretamente às estratégias de propaganda usadas nele.

Cartaz. Ilustração de três crianças brincando em um gramado com o símbolo da suástica como uma sombra no chão. O menino maior está em pé, segurando um avião de brinquedo. Usa camisa branca, colete bege e calça marrom. O menor usa um chapéu feito de jornal e segura uma pequena bandeira dos Estados Unidos. Veste camiseta listrada de mangas compridas e shorts azul. A menina está sentada segurando um boneco. Veste um vestido vermelho com barrado branco. Abaixo os dizeres: DON’T LET THAT SHADOW TOUCH THEM. BUY WAR BONDS.
Cartaz produzido pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Nele lê-se: “Não deixe a sombra tocá-los, compre títulos de guerra”.
  1. Convencer a população sobre a existência de um inimigo externo da nação.
  2. Convencer os cidadãos aptos a combater da importância de sua participação nos conflitos.
  3. Convencer a população civil a ajudar a financiar o conflito para o benefício coletivo.
  4. Apelo emocional, especialmente em relação aos laços afetivos com a família.

2. Em dupla, leiam o trecho de um texto do filósofo têodór adôrno sobre o que devemos aprender com áuchvitz. Depois, respondam às questões.

A exigência que áuchvitz não se repita é a primeira de todas as metas para a educação. reticências Milhões de pessoas inocentes – e só o simples fato de citar números já é humanamente indigno, quanto mais discutir quantidades – foram assassinadas de uma maneira planejada. Isso não pode ser minimizado por nenhuma pessoa viva como sendo um fenômeno superficial, como sendo uma aberração no curso da história, que não importa, em face da tendência dominante do progresso, do esclarecimento, do humanismo supostamente crescente.

Adôrno, Tíodor. Educação após áuchvitz. In: Adôrno, Tíodor. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. página 119-154.

  1. A que fato marcante da Segunda Guerra Mundial o texto se refere?
  2. Qual é a principal ideia defendida pelo autor?
  3. A escola é um meio de combater a barbárie e a violência? Justifiquem a opinião de vocês.

Aluno cidadão

3. Em 1955, um grupo de intelectuais e cientistas, entre eles Albert ainstain, assinaram um manifesto idealizado pelo pensador Bêrtrand Ruéssel apelando aos líderes mundiais para que não investissem em tecnologia militar atômica. Leia um trecho do manifesto.

Ninguém conhece qual o alcance da difusão dessas partículas, mas as autoridades mais competentes concordam unanimemente que uma guerra com bombas H [de hidrogênio, como as lançadas no Japão em 1945] poderia ser o fim da espécie humana. reticências Eis aí, portanto, o dilema que apresentamos sem nuanças, inquietante e inescapável: vamos acabar com a espécie humana, ou vamos renunciar à guerra? reticências

O MANIFESTO Ruéssel Áinstain In: BARROS, Fernando de Souza. O manifesto rússel-ainstain e as Conferências de Pugwash. Física na Escola, São Paulo, volume 6, número 1, página 20, 2005. Disponível em: https://oeds.link/qX218X. Acesso em: 14 março 2022.

Em grupo, pesquisem informações para responder às questões.

  1. Esse manifesto fez cessar a produção de armas atômicas no mundo? Expliquem.
  2. O desenvolvimento tecnológico e científico deve respeitar limites éticos? Por quê?
  3. De acôrdo com as notícias da geopolítica mundial, qual seria a resposta a esta pergunta: “Vamos acabar com a espécie humana, ou vamos renunciar à guerra?”.

Conversando com língua portuguesa

4. Leia um trecho do diário escrito pelo jovem alemão Cláus Grânzu, quando ele tinha 15 anos, em agosto de 1943. Depois, responda às questões.

reticências Doris é efetivamente nossa nova professora. Logo tratou de demonstrar os novos e rígidos métodos que adotará conosco. ‘Heil Rítler!’ [Salve, Rítler!] foi dizendo, ao entrar. ‘Heil Rítler!’ respondemos, em uníssono, e voltamos a nos sentar, mas ela gritou: ‘Cavalheiros, começaremos nossa aula com uma mensagem do Führer [líder]!’ Tivemos, assim, de nos levantar do banco de novo e ficar em posição de sentido enquanto ela lia um parágrafo de Mein Kampf [“Minha luta”]. reticências. Ficamos todos falando dela no intervalo do almoço. reticências Naturalmente, ninguém gostava dela na época reticências. Certa vez, ela mediu a cabeça das meninas para descobrir quem tinha um crânio mais nórdico, mas não divulgou o resultado porque se revelou que as gêmeas judias méier é que apresentavam as características mais tipicamente alemãs. reticências

DIÁRIO do jovem alemão Cláus Grânzu, 15 anos, agosto de 1943. In: Uális, Séra; Pálmer, Isvétlana Éramos jovens na guerra: cartas e diários de adolescentes que viveram a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. E-book.

  1. Cláus Grânzu vivia na área rural do nordeste da Alemanha, de modo que a sua rotina não foi completamente alterada durante a Segunda Guerra Mundial. Ao analisar o relato desse garoto, o que é possível inferir sobre a posição dele acerca do nazismo e do govêrno de Rítler?
  2. Selecione as passagens do texto nas quais o jovem alemão usa fórmas do discurso direto para descrever as vivências dele e transcreva-as em seu caderno.
  3. O relato de Cláus revela um aspecto contraditório da ideia de “raça ariana” defendida pelos nazistas. Identifique o trecho no qual ele comenta essa questão e explique qual é a contradição.

enêm e vestibulares

5. (enêm-Méqui)

Com sua entrada no universo dos gibis, o Capitão chegaria para apaziguar a agonia, o autoritarismo militar e combater a tirania. Claro que, em tempos de guerra, um gibi de um herói com uma bandeira americana no peito aplicando um sopapo no Führer só poderia ganhar destaque, e o sucesso não demoraria muito a chegar.

COSTA, C. Capitão América, o primeiro vingador: crítica. (Adaptado).

Ilustração. Capa da revista do Capitão América. No centro, o Capitão América acerta um soco em Hitler. Ele veste macacão azul com listras vermelhas e brancas, e uma estrela branca. Seu escudo tem listras verticais azuis, brancas e vermelhas, e uma faixa horizontal azul com uma estrela branca no alto. Hitler veste um casaco bege com uma suástica no braço, e está caindo para trás por causa do soco. Outros militares nazistas, na frente e atrás da cena, atiram na direção do Capitão América. Um dos tiros desvia em seu escudo. No chão, perto do embate uma folha com o mapa dos Estados Unidos. Ao fundo, suásticas espalhadas pela parede.
Capa do primeiro número da revista do Capitão América, lançada nos Estados Unidos em 10 de março de 1941.

A capa da primeira edição norte-americana da revista do Capitão América demonstra sua associação com a participação dos Estados Unidos na luta contra:

  1. a Tríplice Aliança, na Primeira Guerra Mundial.
  2. os regimes totalitários, na Segunda Guerra Mundial.
  3. o poder soviético, durante a Guerra Fria.
  4. o movimento comunista, na Guerra do Vietnã.
  5. o terrorismo internacional, após 11 de setembro de 2001.

Glossário

Gueto
: área de uma cidade, fortemente policiada, na qual determinados grupos sociais são obrigados a residir, à margem da sociedade.
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Ração
: nesse caso, porção individual de comida.
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Capitulação
: convenção para rendição militar de um país, com ou sem condições, durante um conflito de guerra.
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