Capítulo 4 – Para contar o que aconteceu

É provável que você já tenha acompanhado, em telejornais, vídeos com pessoas relatando experiências provocadas por fenômenos naturais. Eles costumam complementar reportagens ou notícias.

Leitura RELATO DE EXPERIÊNCIA

Você conhecerá um relato divulgado em um portal de notícias. Nele o professor Rogério Quintanilha, que, na ocasião, estava com a ­família em Santiago, no Chile, conta sua experiência durante um terremoto.

  1. Vocês já presenciaram uma situação de catástrofe natural ou se recordam de alguma?
  2. Quais foram as consequências do evento para a comunidade atingida?

Leia a transcrição do relato de Rogério. Aproveite seus conheci­mentos para reconhecer as marcas de oralidade no texto.

Investigue

O Chile é um país da América do Sul constantemente atingido por terremotos. Você sabe por que isso acontece? Quais medidas são tomadas pelas autoridades chilenas para minimizar as mortes e os danos materiais? Faça uma pesquisa, em fontes confiáveis, para reunir dados sobre o tema.

Oi. Meu nome é Rogério. Eu estou com a minha esposa e o meu filho pequeno aqui em Santiago. Ontem nós estávamos numa farmácia e dentro de um xópin cênter durante o tremor ontem à noite eeereticências nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eeereticências fiquei com medo que alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, masreticências daí eu peguei o meu filho e minha esposa e nós saímos pela saída de emergênciareticências era um xópim. Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam tranquilos.

Durante a noite a gente voltou pro hotel e sentiu algumas vezes, duas ou três vezes, novamente ressonâncias do primeiroreticências éreticências tremor, masreticências agora já está tudo bem e a cidade parece estar funcionando normalmente. Obrigado.

PERES, Mariane. ‘Fiquei com medo’, diz prudentino que testemunhou terremoto no Chile. gê um. Presidente Prudente: 17 setembro 2015. Transcrição do vídeo de 3 segundos a 55 segundos. Disponível em: https://oeds.link/hxuHtN. Acesso em: 1 junho 2022.

DESVENDANDO O TEXTO

  1. Rogério Quintanilha relatou um terremoto ocorrido no Chile.
    1. O evento aconteceu em um passado distante ou próximo em ­relação ao relato de Rogério? Justifique sua resposta.
    2. No momento do relato, o acontecimento ainda preocupa o falante? Explique sua resposta.
    3. O falante diz que “a cidade parece estar funcionando normalmente”. Por que ele usa a palavra parece?
Respostas e comentários

1 e 2. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

1a. Aconteceu em um passado próximo, como indicam a palavra ontem e a expressão ontem à noite.

1b. Não. Ele afirma, no final do relato, que naquele momento já estava tudo bem.

1c. O falante sugere que não tem certeza de que tudo já esteja normalizado; está relatando uma impressão que ele tem a esse respeito.

CAPÍTULO 4

Leia sobre o percurso de aprendizagem proposto para este capítulo na parte específica deste ême pêponto

Leitura

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4 e 9.

cê e éle : 1 e 2.

cê e éle pê : 1 e 3.

Orientações didáticas

Nesta seção, será estudado um relato de experiência de um brasileiro que estava no Chile quando ocorreu um terremoto.

Questões 1 e 2 – As questões de antecipação promovem o compartilhamento de experiências entre os estudantes e os sensibilizam para a situação apresentada. Sabemos que, em algumas regiões do Brasil, a conversa sobre catástrofes naturais e suas consequências pode trazer relatos pessoais bastante doloridos. Se for o caso, permita que os estudantes detalhem fatos e expressem sentimentos conforme suas necessidades e cuide para que os colegas acolham respeitosa e empaticamente os eventuais comentários. Situações como essa são importantes para o reconhecimento do outro e para o desenvolvimento da empatia e da solidariedade.

Após a discussão, se possível, exiba o vídeo para que possam observar a fala do brasileiro no contexto original e os recursos envolvidos na expressão oral. Caso não seja viável, para que possam se familiarizar com o conteúdo e com as imagens, oriente uma leitura silenciosa, seguida por uma leitura de estudante em voz alta.

Investigue – O Chile fica em uma região com muita instabilidade geológica, causada pelo choque direto entre as placas tectônicas de Nazca, sob o oceano Pacífico, e a Sul-americana. Desde crianças, os chilenos participam de simulações nas escolas para saber como deixar áreas de risco de modo eficaz e calmo. Além disso, leis determinam como construir casas e edifícios para impedir que desabem durante os terremotos. Sugerimos que essa atividade seja feita interdisciplinarmente com o professor de Ciências. Para isso, será necessária uma reunião prévia com esse colega sobre a participação dele. O ideal seria que ele estivesse presente na aula em que os alunos trarão os resultados de suas pesquisas para orientar a feitura de cartazes sobre o tema. Caso não seja possível essa ação interdisciplinar, veja a seguir como proceder.

Peça aos estudantes que façam a pesquisa como tarefa de casa. Auxilie-os a selecionar fontes confiáveis: pergunte que tipo de publicação consideram adequado para a pesquisa e avalie coletivamente as respostas. Caso a escola disponha de uma biblioteca, estimule os estudantes a consultar o acervo dela.

No retorno, anote, na lousa, as principais informações encontradas pela turma e verifique se há contradições. Se houver, peça uma nova pesquisa especificamente para resolver as dúvidas. Com as informações já organizadas e confirmadas, peça aos estudantes que, em grupo, produzam cartazes sobre o tema. Eles devem escolher e efetivar uma estratégia que lhes permita uma comunicação clara, ágil e precisa dos dados, que pode contar com ilustrações, fotos, mapas e outros recursos que empreguem linguagem visual. Afixe os cartazes na lousa, no mural ou na parede. Analise com os estudantes as estratégias de exposição para identificar aquelas que parecem mais eficientes. O objetivo é ampliar o repertório de soluções de apresentação da turma.

2. Releia este trecho:

Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam tranquilos.

  1. Que palavra mostra que o evento não foi único, isto é, que já havia acontecido algo parecido antes?
  2. Que palavra descreve a reação dos chilenos?
  3. Redija uma frase para comparar a reação do produtor do relato com a dos chilenos. Inclua nela as duas palavras que você usou para responder aos itens a e b.

3. O relato lido é uma transcrição, isto é, um texto que reproduz a fala conforme ela aconteceu. Releia um trecho do texto.

Ontem nós estávamos numa farmácia e dentro de um xópim durante o tremor ontem à noite eeereticências nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eeereticências fiquei com medo que alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, masreticências daí eu peguei o meu filho e minha esposa e nós saímos pela saída de emergênciareticências era um xópim.

  1. O falante repetiu a informação de que estava em um xópim. Levante uma hipótese: o que o fez repetir isso?
  2. Observe que, em dois momentos, o falante alonga a vogal e antes de continuar a fala. O que esse alongamento mostra?

COMO FUNCIONA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA?

Continue refletindo sobre o relato feito por Rogério Quintanilha.

  1. O evento narrado é real ou fictício?
  2. O evento parece ter sido impactante para Rogério? Justifique sua resposta.
  3. O falante apresenta o fato como um participante ou como um ­observador? Justifique sua resposta com palavras do texto.
  4. Se o fato fosse relatado em terceira pessoa, o efeito causado no leitor seria o mesmo? Explique sua resposta.
  5. Em sua opinião, por que o portal se interessou em apresentar esse relato?

Da observação para a teoria

No gênero textual relato de experiência, o falante conta uma experiência real e marcante. O texto, que pode ser falado ou escrito, apresenta o fato a partir de um ponto de vista pessoal. É comum a presença de trechos descritivos, que ajudam, por exemplo, a expor as consequências de determinados fatos.

Fala aí!

Em sua opinião, para se informar, é mais interessante assistir a um relato de experiência em vídeo, observar fotografias ou ler uma notícia? Por quê?

Respostas e comentários

2a. Acostumados.

2b. Tranquilos.

2c. Sugestões de resposta: 1. Rogério Quintanilha teve medo dos tremores, enquanto os chilenos permaneceram tranquilos porque já estão acostumados com o fenômeno. 2. Os chilenos estão acostumados com tremores, portanto ficaram tranquilos, mas Rogério Quintanilha sentiu medo.

3a. Resposta pessoal. É possível imaginar que o falante tenha esquecido o fato de já ter mencionado a informação ou que a tenha repetido porque citou uma “saída de emergência”, algo que só costuma existir em locais públicos, o que o levou a reafirmar que estava em um xópim.

3b. O alongamento mostra que o falante está buscando a melhor maneira de continuar sua fala.

1. Real.

2. Sim. Rogério afirma ter sentido medo e relata que precisou deixar o xópim às pressas. Ele também contrasta sua reação com a dos chilenos, que ficaram mais tranquilos.

3. Como um participante, pois emprega pronomes de primeira pessoa: eu, minha, meu, nós.

4. Provavelmente o impacto do relato em terceira pessoa seria menor. O relato em primeira pessoa aproxima o espectador da situação relatada, porque o põe em contato com quem vivenciou diretamente a situação.

5. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Desvendando o texto – Questão 2c Sugerimos que duas ou três respostas sejam anotadas na lousa de modo que se possam destacar conectores de causa ou de consequência para relacionar os termos tranquilos e acostumados e conectores de comparação ou de oposição para contrastar a reação do falante com a dos chilenos.

Como funciona um relato de experiência? – Questão 4 – Verifique se os estudantes compreendem o que é um relato em primeira pessoa e em terceira pessoa.

Questão 5 É esperado que os estudantes mencionem, por exemplo, que muitas pessoas ficam interessadas em conhecer uma experiência real envolvendo um terremoto; outras podem ficar sensibilizadas com situações que envolvem sofrimento de outras pessoas etcétera Caso eles respondam que o público fica “curioso”, pergunte se essa atitude é, em alguma medida, condenável. Ajude-os a perceber que o fato de algo não acontecer conosco ou com pessoas próximas não deve anular a possibilidade de sentirmos empatia.

Fala aí! – Solicite aos estudantes que justifiquem suas preferências. Entre outros fatores, podem apontar a maior impressão de veracidade do relato oral, uma vez que o público vê e ouve o falante, conhecendo a maneira como realmente formulou suas falas. Podem justificar a preferência pelas fotografias considerando que são mais impactantes por registrar visualmente o acontecimento e oferecer uma compreensão imediata. Já a notícia pode interessar porque oferece as principais informações que cercam o fato: o que aconteceu, quando, onde, quem estava envolvido, quais foram as consequências etcétera A pergunta põe luz sobre características dos gêneros mencionados.

Textos em CONVERSA

O vídeo com o relato do professor Rogério Quintanilha foi incluído em uma notícia. Leia um trecho dela e responda às questões.

‘Fiquei com medo’, diz prudentino que testemunhou terremoto no Chile

Professor Rogério Quintanilha vive com a família em Santiago. ‘Sentimos o chão tremer e vimos as prateleiras balançarem’, contou.

Um forte terremoto que atingiu o Chile durante a noite desta quarta-feira (16), ao norte de Santiago, próximo à região de Coquimbo, ­causou estragos e deixou pelo menos dez mortos. O professor universitário Rogério Penna Quintanilha, de 33 anos, de Presidente Prudente, está no país e relatou que a situação foi “assustadora”.

Segundo o prudentinoglossário , no momento do tremor, ele estava dentro de uma farmácia, em um shopping center de Santiago. “Nós, eu, minha esposa e meu filho pequeno, sentimos o chão tremer e vimos as prateleiras balançarem. No momento, fiquei com medo de que algo pudesse cair, mas isso não aconteceu”, contou.

Para deixar o centro comercial, Quintanilha relatou que usou uma das saídas de emergência para fugir com a família. “Todos os clientes do local foram para a rua, pois os chilenos parecem ser mais acostumados a esse tipo de situação. Com a diminuição dos tremores, eles ficaram mais tranquilos”, afirmou ao gê um.

reticências

Porém, os abalos de terra não pararam por aí. Conforme o professor, ao retornar com a família para o hotel, ele percebeu que houve terremotos mais duas vezes. “Sentimos ressonâncias do primeiro tremor. Mas, nesta quinta-feira [17], percebemos que tudo está sendo ­normalizado. Os chilenos estão retomando à sua rotina”, explicou Quintanilha, que também é arquiteto.

reticências

Fotografia. Rogerio Quintanilha, homem de aproximadamente 40 anos. Cabelo longo e liso. Tem barba e sobrancelhas escuras.
Rogério Quintanilha relatou que estava em uma farmácia quando houve o tremor.

PERES, Mariane. ‘Fiquei com medo’, diz prudentino que testemunhou terremoto no Chile. gê um. Presidente Prudente: 17 setembro 2015. Disponível em: https://oeds.link/hxuHtN. Acesso em: 12 agosto 2022.

Respostas e comentários

Textos em conversa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 4 e 9.

cê e éle : 1 e 2.

cê e éle pê : 3.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero três, ê éfe seis nove éle pê um seis e ê éfe seis nove éle pê três zero.

Orientações didáticas

A interpretação de fenômenos naturais, como os terremotos, com base na exploração do modelo das placas tectônicas, é citada na habilidade ê éfe zero sete cê ih um cinco, a ser desenvolvida pelo componente curricular Ciências no 7º ano. Este capítulo oferece material oportuno para a abordagem interdisciplinar com Ciências: além do relato de experiência trabalhado na seção Leitura, aqui na seção Textos em conversa é apresentada uma notícia em que o respectivo relato foi incluído. Mostre os textos ao professor de Ciências, que, em função de um eventual interesse dos estudantes, poderá decidir por antecipar a abordagem ou retomar o relato no ano indicado.

Nesta seção, os estudantes vão explorar aspectos de gêneros que circulam no campo jornalístico/midiático: o relato de experiência, a notícia e as fotografias com fins jornalísticos. Estarão em foco, entre outros, a relação entre a notícia e os demais gêneros, a discussão sobre a não neutralidade nos textos jornalísticos e a introdu­ção de outras vozes no texto como fonte de informação e recurso de credibilidade.

Sugerimos que a discussão seja feita, inicialmente, em grupos e depois com toda a turma. Você pode escolher algumas das questões para registro por escrito após a etapa de correção. Solicite a alguns estudantes que leiam algumas respostas e avalie, com a turma, se são precisas em relação aos enunciados e à discussão realizada. Sugerimos que sejam escolhidas questões que motivaram boas discussões ou que revelaram dificuldades da turma.

  1. Releia o título da notícia e a linha fina, que o complementa, e observe o que a produtora da notícia escolheu destacar.
    1. Que visão sobre o fato é construída pelos dados usados nesse trecho? ­Explique sua resposta.
    2. As informações oferecidas no lide, que ocupa o primeiro parágrafo, confirmam a visão sugerida pelo título e pela linha fina? Explique.
    3. Por que o início da notícia e o relato de Rogério provocam duas impressões diferentes sobre o terremoto no Chile?
  2. Compare um trecho do relato oral com um trecho da notícia que o retoma.

Trecho do relato oral

Eu estou com a minha esposa e o meu filho pequeno aqui em Santiago. Ontem nós estávamos numa farmácia e dentro de um shopping center durante o tremor ontem à noite eeereticências nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eeereticências reticências saímos pela saída de emergênciareticências era um shopping. Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados reticências.

Trecho da notícia

Segundo o prudentino, no momento do tremor, ele estava dentro de uma farmácia, em um shopping center de Santiago. “Nós, eu, minha esposa e meu filho pequeno, sentimos o chão tremer e vimos as prateleiras balançarem. reticências Todos os clientes do local foram para a rua, pois os chilenos parecem ser mais acostumados a esse tipo de situação reticências”, afirmou ao gê um.

  1. O trecho da notícia apresenta duas vozes: a de quem a escreveu e a de Rogério, que fez o relato. Que sinal de pontuação foi usado para separar a voz de Rogério?
  2. Qual é o sentido da palavra segundo nesse contexto? Qual é sua finalidade?
  3. Que outras palavras foram usadas na notícia com a mesma finalidade de segundo?
  4. Que adaptações da linguagem foram feitas pela produtora da notícia na fala de Rogério?
  5. Qual é a contribuição da fala do brasileiro para a construção da credibilidade da notícia?
Respostas e comentários

1a. A escolha reforça o caráter assustador do evento, uma vez que destaca o medo do professor e a sensação de perigo ao mencionar os efeitos do tremor de terra.

1b. O lide confirma a visão sugerida porque indica que o terremoto teve grande magnitude (“forte”) e destaca consequências como mortes e estragos.

1c. O relato de Rogério é tranquilizador e fala de uma cidade que está retornando à vida normal, enquanto a notícia destaca a catástrofe e o medo.

2a. As aspas.

2b. Essa palavra tem o sentido de “de acôrdo com”, e sua finalidade é introduzir a fala do entrevistado.

2c. Com a mesma finalidade, foram usados diz, contou, relatou, contou, afirmou, conforme e explicou.

2d. A produtora da notícia incluiu informações que faltavam (vimos as prateleiras balançarem), tornou a linguagem mais precisa (os chilenos todos versus todos os clientes do local), eliminou marcas de oralidade, como pausas, entre outras.

2e. As falas revelam o que foi observado por alguém que presenciou o fato noticiado, o que contribui para a confiabilidade do texto.

Orientações didáticas

Questão 2d – Ajude os estudantes que souberam apenas citar exemplos. Indique como podem transformar suas observações em descrição.

3. No mesmo dia em que o vídeo do relato foi divulgado, o portal publicou a notícia acompanhada por uma galeria de fotografias. Veja uma delas.

Fotografia. Destroços espalhados por uma região litorânea. À frente, grande acumulado de pedaços de madeira e outros objetos. Entre eles um carro amassado.
Carro destruído entre escombros após terremoto de magnitude 8,3 que atingiu a cidade de Coquimbo, a 445 quilômetros de Santiago, no Chile, em 17 de setembro de 2015. O epicentro do tremor foi a cêrca de 55 quilômetros a oeste de Illapel, capital da província de Choapa, localizada na região de Coquimbo.
  1. Comparando os dados oferecidos no relato do professor e na legenda da foto, explique por que o terremoto produziu consequências tão ­diferentes em Santiago e em Coquimbo.
  2. Por que esse tipo de fotografia é também um trabalho jornalístico, como uma notícia?
  3. Que aspectos do fato estão destacados na fotografia? Explique sua resposta.
  4. A foto a seguir faz parte da mesma galeria da qual foi extraída a ­imagem dos escombros. Em sua opinião, o que ela pretende destacar?
Fotografia. Jorge Castro, homem de aproximadamente 50 anos. Tem cabelo curto, pele clara. Nariz grande e olhos pequenos. Segura um cachorrinho de pelo marrom nas mãos.
O chileno Jorge Castro resgata cachorro perdido durante o tissunãmi que sucedeu o terremoto. Coquimbo, Chile, 18 de setembro de 2015.
Respostas e comentários

3a. Coquimbo foi mais atingida pelo terremoto por estar perto do epicentro, enquanto a capital, Santiago, mais distante, sofreu um abalo mais leve.

3b. Porque cumpre a função de informar sobre um fato de interesse social.

3c. Espera-se que os estudantes reconheçam que a foto destaca a fôrça do terremoto, como sugerem os escombros vistos na cena e, mais especialmente, o carro lançado sobre eles. Também permite ao leitor inferir que a população enfrentará dificuldades severas.

3d. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes notem a intenção de ressaltar o aspecto humano da tragédia, mostrando a alegria do homem que conseguiu resgatar o animal.

Orientações didáticas

Questão 3c – Aproveite a atividade para comentar com os estudantes que, ao definir o enquadramento e a distância que ficará do objeto retratado, entre outros aspectos, o repórter fotográfico apresenta um ponto de vista pessoal sobre o fato, que vai destacar aquilo que mais lhe interessa. Não há, portanto, neutralidade absoluta nas atividades que dependem de escolhas.

Questão 3d – Veja se os estudantes incorporaram a discussão sobre neutralidade que você promoveu no item anterior.

Falando sobre a NOSSA LÍNGUA

Frase, oração e período

Para nos comunicarmos usando a linguagem verbal, em situações de fala ou de escrita, escolhemos e organizamos palavras. A relação entre elas é um dos fatores responsáveis por construir o sentido do que comunicamos. Nesta seção, estudaremos a construção das frases e seus usos.

COMEÇANDO A INVESTIGAÇÃO

Conheça parte do relato de experiência da brasileira jana dark de Oliveira e Silva que acompanhou a erupção de um vulcão na ilha La Palma (Espanha), em setembro de 2021. Leia a transcrição dele (Texto 1) e uma reelaboração (Texto 2) e responda às questões.

Texto 1

Esta é a proteção [apontando a máscara de plástico] que a gente tem que tá usandoreticências éééreticências esse tipo de óculos, que tampa aqui em cima [mostra a testa]. Éreticências essa máscara é a mais recomendável para não entrar nenhum tipo de pó, de terra, né? do póreticências Eeeeeereticências e é assim. E, principalmente pra gente que trabalha na rua, temos que tá cooom essa proteção. Todo dia.

GUTIERREZ, Felipe. Brasileira que vive em ilha com vulcão em erupção mostra como ficou La Palma coberta por cinzas; veja vídeo. gê um. [sem local], 25 setembro 2021. Transcrição do vídeo de 29 segundos a 1 minuto. Disponível em: https://oeds.link/Xf7Vrj. Acesso em: 15 março 2022.

Texto 2

Esta é a proteção que a gente tem de usar. E esse tipo de óculos, que tampa a testa. É essa a máscara mais recomendável para não entrar nenhum tipo de pó, de terra. E principalmente a gente, que trabalha na rua, precisa estar com essa proteção. Todo dia.

Fotografia. Máscara de proteção larga e clara. Tem uma válvula no centro. Tem ajuste nasal e um único elástico, comprido.
Exemplo de máscara de proteção contra cinzas vulcânicas.

1. Os dois textos são igualmente eficientes na construção do sentido, mas são adequados a situações comunicativas diferentes. Cite uma situação em que você esperaria encontrar a ­reelaboração e não a transcrição.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem que a reelaboração é esperada em comunicações escritas. Ela poderia aparecer, por exemplo, como um comentário incluído em uma reportagem.

Falando sobre a nossa língua

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1 e 2.

cê e éle : 1, 2 e 3.

cê e éle pê : 1, 2, 3 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero cinco, ê éfe seis nove éle pê um três, ê éfe seis nove éle pê um quatro, ê éfe seis nove éle pê um cinco, ê éfe seis nove éle pê cinco seis, ê éfe seis sete éle pê dois sete, ê éfe zero seis éle pê zero sete, ê éfe zero seis éle pê zero oito, ê éfe zero seis éle pê zero nove e ê éfe zero seis éle pê um zero.

Tópicos trabalhados na parte de linguagem deste capítulo

Frase, oração e período.

Orientações didáticas

Estão em foco, nesta seção, a constituição das orações por sintagmas nominais e verbais e a formação de períodos. Destaca-se, ainda, o estudo da composição do sujeito, aspecto necessário para a ampliação ou ratificação dos conhecimentos acerca da concordância verbal.

Como estratégia, sugerimos que os estudantes leiam, em duplas, do início da seção até o fim, procurando responder às questões e compreender a exposição didática. Em seguida, verifique se compreenderam o conceito de frase e as características dos quatro tipos. Solicite exemplos para verificar se não estão se limitando à reprodução do texto por paráfrase.

Apresente exemplos contextualizados de interjeições para verificar se conseguem explicar por que também são frases, o que permite conferir a compreensão do conceito.

Para o estudo da constituição da oração e do período, sugerimos que os exemplos apresentados sejam anotados previamente na lousa e que sua exploração seja feita conforme a leitura da exposição didática progride.

Começando a investigação – Na apresentação dos conceitos de frase e de oração, seguimos o que é exposto por José Carlos de Azeredo em Gramática Uáis da Língua Portuguesa (São Paulo: Publifolha, 2018). A nomenclatura sobre esse tópico varia bastante em decorrência da vertente linguística em foco, sendo usados enunciado, sentenças, orações complexas, entre outros.

  1. Releia o Texto 2.
    1. O texto é formado por cinco frases. O que as separa?
    2. Uma das frases não apresenta verbo. Qual?
    3. A ausência de verbo nessa frase compromete a compreensão do sentido? Por quê?

Todos os cinco segmentos que formam a reelaboração (Texto 2) são ­frases, isto é, conjuntos de palavras organizadas de modo a fazer sentido em um contexto.

As frases não apresentam um único tipo de estrutura. Observe.

Esquema. Todo dia: Frase sem verbo. Esquema. O vulcão esteve ativo por quase três meses. Frase constituída em torno de um único verbo. esteve: verbo. Esquema. A gente tem de usar esta máscara. Frase constituída em torno de uma locução verbal. tem de usar: locução verbal. Esquema. 'É essa a máscara mais recomendável para não entrar nenhum tipo de pó, de terra.' Frase constituída em torno de dois verbos. 'É' e 'entrar': verbos.

A extensão das frases também pode variar, apresentando desde uma única palavra até uma sequência bem longa.

Frase é uma palavra ou um conjunto de palavras organizadas de acôrdo com as regras da língua e capazes de expressar um sentido completo em uma situação de comunicação.

Tipos de frase

Compare, agora, mais estas duas frases atribuídas a jana dark, transcritas do mesmo relato.

“Horrível, horrível!”

“Nessa reta aí, nessa direção, tá o vulcão.”

GUTIERREZ, Felipe. Brasileira que vive em ilha com vulcão em erupção mostra como ficou La Palma coberta por cinzas; veja vídeo. gê um. [sem local], 25 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/pbLnD5. Acesso em: 15 março 2022.

1. A entonação é a melodia da frase. Você acha que a falante entoou as duas frases da mesma maneira? Por quê?

Respostas e comentários

2a. O ponto-final.

2b. “Todo dia.”

2c. Não. O contexto é suficiente para que se compreenda o sentido da frase. Ela apresenta uma circunstância de tempo que complementa o que foi expresso na frase anterior.

1. Resposta pes­soal. Espera-se que os estudantes afirmem que a segunda frase é uma declaração, não revelando, em sua entonação, uma emoção, como faz a primeira frase.

Orientações didáticas

Questão 2 – Optamos por realizar a exposição didática usando a reelaboração na modalidade escrita para que os estudantes não precisem lidar com as marcas típicas da oralidade evidenciadas na transcrição, as quais impactam a fluência das frases. Caso perguntem se o texto 1 também é formado por frases, devolva a questão para que eles transfiram o que aprenderam. O texto é formado por quatro frases.

Tipos de frase – Questão 1 – Espera-­se que os estudantes reconheçam que a segunda frase é uma declaração, não revelando, em sua entonação, a mesma emoção manifestada na primeira.

A maneira como pronunciamos as frases, associada ao contexto, permite a nosso interlocutor compreender as intenções e os sentimentos que envolvem a comunicação. Na escrita, essa função é expressa pela pontuação, que ajuda a diferenciar os quatro tipos de frase. Veja.

Frase declarativa – relata fato ou apresenta ideia ou informação de maneira afirmativa ou negativa; costuma ser encerrada por ponto-final.

Fizemos o trabalho antes do prazo previsto.

Não posso me responsabilizar pela entrega do relatório.

Frase imperativa – apresenta ordem, pedido ou sugestão; é ­encerrada por ponto-final ou ponto de exclamação.

Envie o conto para o blógui da turma, por favor.

Silêncio!

Frase exclamativa – traduz sentimento (­surpresa, admiração, tristeza etcétera) de maneira expressiva; é ­encerrada por ponto de exclamação.

Que jogo incrível!

Fiquei arrasado com essa história!

Frase interrogativa – expressa um pedido de informação; é encerrada por ponto de interrogação, quando a pergunta é direta, ou por ponto-final, quando é indireta.

Onde estão nossas mochilas?

Diga-me onde estão nossas mochilas.

Ilustração. Pessoa sorrindo. AO redor dela diversos balões de fala com pontos de interrogação, pontos de exclamação e ponto final.

Interjeições: elas valem por frases

Interjeições são sons, palavras e expressões usadas para traduzir ­emoções ou reações, como susto, satisfação, raiva, chamamento, encorajamento etcétera Quando formadas por mais de uma palavra, são chamadas de locuções ­interjetivas. Veja, nesta tira, o emprego de uma interjeição.

Tirinha. Duas moscas conversando. Quadrinho 1: nessas horas eu NÃO queria ser uma MOSQUINHA. Quadrinho 2: Uma mosquinha com os olhos em espiral diz: AI!. Quadrinho 3: Outra mosquinha, também com os olhos em espiral, se aproxima e diz: AI! Quadrinho 4: NA HORA DE ENCARAR UMA JANELA DE VIDRO. Uma das moscas diz: POR QUE CONTINUAMOS COM ISSO? Batendo no vidro a outra diz: É UMA TRADIÇÃO!

GOMES, Clara. Mosquinhas – Parte 1. 17 agosto 2015. uma tirinha. Disponível em: https://oeds.link/DFwog5. Acesso em: 5 julho 2022.

Ai! expressa dor e equivale a uma frase, porque, nesse contexto, tem ­sentido completo.

As interjeições e locuções interjetivas costumam vir acompanhadas pelo ponto de exclamação: Oh!, , Oi!, Vamos lá!, Pois não! etcétera

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Boxe Interjeições: elas valem por frases – A êne gê bêtrata a interjeição como uma classe de palavras. Seguimos, no entanto, outros estudiosos, que reconhecem nas interjeições as características de frase. Celso Cunha e lindlei Cintra tratam-nas como “vocábulos-frases”; Vilela e córh, como “expressão com valor frásico”, mas sem fórma frásica; Mattoso Camara Júnior, como “palavras-frases”.

Oração e período

Além de classificar as frases em tipos, considerando o objetivo e a entonação, podemos classificar as frases segundo a sua estrutura. Veja os exemplos a seguir.

Esquema. ‘Horrível, horrível!’. Classifica-se como frase nominal porque não apresenta verbo. Esquema. As cinzas tomaram as ruas da cidade. Tomaram: verbo. Classifica-se como oração, porque apresenta um único verbo. Também é chamada de período simples. Esquema. Brasileira relata como moradores se protegem das cinzas em La Palma. Oração 1: Brasileira relata. Oração 2: como moradores se protegem das cinzas em La Palma. Classifica-se como período composto, porque é formado por mais de uma oração.

As orações podem ser constituídas por uma unidade (o predicado) ou por duas unidades (o sujeito + o predicado). O predicado é a unidade que contém o verbo e seus eventuais complementos e é obrigatório em qualquer oração. O sujeito é a unidade que contém o ser ou objeto sobre o qual se declara algo e nem sempre está presente. Veja.

Esquema. As cinzas tomaram as ruas da cidade. Sujeito: As cinzas. Predicado: tomaram as ruas da cidade. O sujeito está explícito. Esquema. Frase Caíram por toda a região. Predicado. O sujeito está implícito na desinência do verbo e pode ser identificado pelo contato. Esquema. Frase Ventava pouco na ilha. Predicado. Não há sujeito ao qual se possa atribuir o processo verbal.

INVESTIGANDO MAIS

1. Leia um trecho de reportagem. Nela, o ponto-final, o ponto de exclamação e o ponto de interrogação foram retirados do texto e substituídos por números.

Por que alguns mosquitos são transmissores de doenças?

Zika, chicungunha e dengue (1) Três doenças, um mosquito transmissor: aédis aêgipiti (2) Trata-se de um inseto superpoderoso (3) Nada disso (4) Ele apenas tem as características necessárias para conservar no seu organismo os vírus que causam essas doenças e acaba por transmiti-los quando pica as pessoas (5) Vamos entender a razão pela qual alguns mosquitos transmitem certas doenças (6)

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Oração e período – Os casos de sujeito determinado serão estudados no Capítulo 7. Basta, neste momento, que os estudantes compreendam que a oração é uma unidade constituída em torno de um núcleo verbal.

Atividade complementar

Sugerimos uma atividade complementar para consolidação da diferença entre frase nominal e oração.

Proponha aos estudantes que, em grupos, escrevam uma narrativa usando apenas frases nominais, capazes de sugerir uma sequência de ações sem usar um único verbo. Não há limite mínimo ou máximo de linhas, mas o texto deve apresentar, com precisão, começo, meio e fim.

No final, os grupos devem ler as produções para que seja possível à turma conhecer as várias soluções textuais encontradas.

Investigando mais – Sugerimos que os estudantes realizem, individualmente, as atividades 1 e 3. Espera-se que não tenham dificuldade em sua resolução: ambas exploram o emprego da pontuação como um dos recursos que constroem o sentido do texto. Esse estudo pode ser completado com o Desafio da Linguagem, que propõe atividade com uso da pontuação como recurso expressivo.

Para começar, precisamos ter em mente que a vida dos vírus que causam essas doenças não é fácil (7) Quando o mosquito transmissor se alimenta do sangue de uma pessoa com dengue, por exemplo, ele adquire o vírus que chega ao seu estômago (8) Dentro do mosquito, o vírus precisa driblar as defesas do organismo do inseto para sobreviver e alcançar sua glândula salivar (9) Quando o vírus alcança essa glândula, o mosquito está pronto para transmiti-lo na próxima picada (10)

Ilustração. Mosquito com pintas claras na parte de trás do corpo. Ele tem olhos esbugalhados, duas asas e patas finas.

CAMAR, Tamara Nunes de Lima. Por que alguns mosquitos são transmissores de doenças? Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, edição 275, página 12, 2016.

  1. Anote os números no caderno e ponha a pontuação adequada ao lado de cada um.
  2. Esse trecho da reportagem apresenta uma explicação. Qual efeito o autor do texto obteve ao empregar frases de vários tipos e não apenas frases declarativas?

2. Leia esta tirinha.

Tirinha. Quadrinho 1: UMA LINDA MANHÃ COM BRISA SUAVE, SOL BRILHANDO, PÁSSAROS CANTANDO, AROMA FRESCO DE FLORES... Menina deitada na cama, está com os olhos entre abertos. Pela janela entram notas musicais. Quadrinho 2: NESSA HORAS A GENTE REFLETE... ainda deitada na cama, com os olhos arregalados ela diz: ONDE É QUE FOI PARAR MEU CELULAR?!?

SANTOS, Cibele. Uma linda manhã! 2 dezembro 2020. uma tirinha. Disponível em: https://oeds.link/XkAb4s. Acesso em: 5 julho 2022.

  1. Como a personagem se sente ao acordar? O que provoca essa sensação?
  2. Por que, no segundo quadrinho, esse sentimento é abandonado?
  3. Observe as notas musicais desenhadas na lateral direita do ­primeiro quadrinho. Explique o que elas representam e por que foram desenhadas nessa posição.
  4. O uso de reticências no final das frases das legendas sugere uma continuação. Por que a fala da personagem produz uma quebra de expectativa?
  5. O que a presença de um ponto de exclamação sugere na ­pergunta do segundo quadrinho?

Fala aí!

A tirinha possibilita refletir sobre a dependência de alguns em relação aos celulares e às redes sociais. Você observa essa dependência nas pessoas próximas a você?

Respostas e comentários

1a. A pontuação do texto original da revista é esta: (1) e (2) = ponto-final; (3) = ponto de interrogação; (4) = ponto de exclamação; (5) = ponto-final; (6) = ponto de interrogação; (7) = ponto de exclamação; (8), (9) e (10) = ponto-final. Contudo, os números (4), (6) e (7) podem ser substituídos por ponto-final.

1b. O autor obteve o efeito de uma conversa, conseguindo maior proximidade com os leitores, que são majoritariamente crianças.

2a. A personagem se sente feliz, sensação promovida pelo clima agradável e pela possibilidade de ouvir o canto dos pássaros e sentir o aroma das flores.

2b. Porque a personagem percebe que não sabe onde está seu celular.

2c. As notas musicais representam o canto dos pássaros e foram desenhadas nessa posição para sugerir que o som está entrando pela janela.

2d. A fala quebra a expectativa ao transformar o que parecia ser uma reflexão sobre a vida em uma preocupação banal.

2e. Sugere que a pergunta traduz também um sentimento; no caso, o medo de ter perdido o celular.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Investigando mais – Questão 1b – Caso os estudantes não caracterizem os leitores, chame atenção para a fonte do texto e peça a relação entre esse dado e as escolhas do autor.

Fala aí! – Ajude os estudantes a refletir sobre as vantagens e os danos gerados pela tecnologia atual. É esperado que comentem comportamentos que observam no dia a dia, como o fato de certas pessoas se comunicarem por mensagem de celular mesmo quando estão próximas de seus interlocutores, por exemplo. Eles devem notar que o celular é um aparelho muito útil na vida moderna, mas que deve ser usado com moderação para que não se torne um vício. Caso a comparação não tenha aparecido, pergunte a eles se o celular poderia subs­tituir o videogame na animação The easy life, que estudaram no Capítulo 2.

Desafio da linguagem

A expressão de sentimentos ocorre, muitas vezes, por meio de frases exclamativas. Entretanto, também é possível sugerir emoções em um texto com frases interrogativas. Escreva um parágrafo usando predominantemente este tipo de frase para dar continuidade ao seguinte trecho: “Será que todos tinham visto a cena?”. O texto pode expressar preocupação ou grande felicidade. Prepare-se para realizar uma leitura interpretativa de seu texto, como se estivesse fazendo um monólogo, isto é, uma peça teatral que conta com um único personagem.

3. Leia a tirinha.

Tirinha. Quadrinho 1: Homem de rosto largo, pouco cabelo, orelhas pequenas. Tem o nariz largo e as narinas redondas para frente. Usa óculos de armação redonda e pequena. Veste uma blusa amarela. Está com as mãos sobre a mesa. Ele diz: AVESTRUZ NÃO PODE VOAR! Quadrinho 2: uma mulher loira, de corpo reto e uma bolsa pendurada. Um homem baixinho de cabeça redonda e um avestruz estão em uma fila para falar com o de blusa amarela. O avestruz bravo diz para ele: PAGUEI A PASSAGEM, TENHO PASSAPORTE, TOMEI AS VACINAS! O homem responde: SEM EXCEÇÃO!

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. 2015. uma tirinha.

  1. O que o leitor provavelmente imagina quando lê o primeiro quadrinho?
  2. O humor se constrói pela quebra de expectativa. O que levou, de fato, o personagem do primeiro quadrinho a dizer aquela frase?
  3. Por que as três falas da tira podem ser consideradas frases?
  4. Essas três frases são de um único tipo. Qual? O que explica essa predominância?
  5. Quais são as fórmas verbais ou locuções verbais presentes em cada fala? Com base nessa informação, como se classificam as frases, considerando sua estrutura?
  6. Releia:

“Paguei a passagem, tenho passaporte, tomei as vacinas!”

Qual é, no contexto, o objetivo das orações que constituem essa fala?

O período formado por orações independentes, separadas por vírgula, é chamado de período composto por coordenação assindética.

Chama-se período composto por coordenação sindética aquele que apresenta um conectivo entre elas: Paguei a passagem, mas não tenho passaporte.

Respostas e comentários

3a. O leitor imagina que o personagem está fazendo uma declaração sobre a capacidade ou não de o avestruz voar como as demais aves.

3b. O personagem estava contestando um avestruz que desejava voar de avião.

3c. Porque apresentam sentido completo.

3d. São frases exclamativas. Essa predominância é explicada pelo fato de os dois personagens estarem discutindo.

3e. 1ª fala: pode voar (locução) – oração; 2ª fala: paguei, tenho, tomei – período composto; 3ª fala: não há verbo nem locução verbal – frase nominal.

3f. As orações mencionam ações que funcionam como argumentos para tentar convencer o funcionário.

Orientações didáticas

Desafio da linguagem – Peça a quatro ou cinco estudantes que leiam seus textos para que a turma conheça diferentes soluções para a proposta. É interessante que tentem inferir a narrativa pressuposta nas perguntas apresentadas. Verifique se os textos têm coerência.

Questão 3 A atividade permite verificar se os estudantes se apropriaram dos conceitos de frase nominal, oração e período. Sugerimos que seja corrigida antes da solicitação das questões 4 a 6, para verificar se é necessário reapresentar a exposição didática.

Boxe sobre período formado por orações independentes – Conforme a Bê êne cê cê (ê éfe zero seis éle pê zero sete), no 6º ano os estudantes devem identificar e nomear como períodos compostos por coordenação aqueles cujas orações são separadas por vírgula. Nos anos seguintes, o estudo do mecanismo de coordenação será ampliado.

4. Leia a seguir um texto de Esopo, escritor da Grécia Antiga a quem foram atribuídas várias fábulas.

O burro disfarçado com pele de leão

Um burro vestira uma pele de leão e andava por todo o lado a assustar os outros animais irracionais. E, ao avistar uma raposa, tentava também aterrorizá-la. Mas ela – pois aconteceu tê-lo ouvido antes a zurrar – disse para ele: “Ora, podes bem ter a certeza de que também me assustaria contigo, se não tivesse escutado o teu zurro”.

Da mesma fórma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém pela sua vaporosaglossário aparência exterior, são desmascarados pela sua própria tagarelice.

Ilustração. Leão deitado. Ele está com os olhos arregalados e tem orelhas de burro.

FERREIRA, Nelson Henrique da Silva. Aesópica: a fábula esópica e a tradição fabular grega. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014. página 189. (Coleção Autores Gregos e Latinos – Série Textos).

  1. As fábulas costumam ter animais como personagens. Qual comportamento humano é representado pela ação do burro?.
  2. A raposa é um animal muito presente em fábulas e, geralmente, destaca-se pela astúcia (esperteza). Essa também é sua característica nessa fábula? Explique sua resposta.
  3. A fala da raposa é um período composto. Copie-o em seu caderno, grife os verbos e locuções verbais e divida suas três orações usando barras (/).
  4. As três orações possuem sujeitos reconhecíveis por meio da desinência dos verbos. Eles se referem ao mesmo personagem? Justifique.
  5. É comum, nos períodos compostos, que algumas orações sejam interrompidas por outras, que se colocam em seu interior. Observe.

Da mesma fórma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém pela sua vaporosa aparência, são desmascarados pela própria tagarelice.

Qual palavra é responsável por ligar a oração destacada àquela que já estava começada?

f. Do ponto de vista do sentido da fábula, qual é a função do segundo parágrafo em relação ao primeiro?

Versão adaptada acessível

Atividade 4, item e.

É comum, nos períodos compostos, que algumas orações sejam interrompidas por outras, que se colocam em seu interior. Observe.

Da mesma forma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém pela sua vaporosa aparência, são desmascarados pela própria tagarelice.

Qual palavra é responsável por ligar a oração "que parecem ser alguém pela sua vaporosa aparência" àquela que já estava começada?

Respostas e comentários

4a. A tentativa de parecer algo que, na verdade, não é.

4b. Sim. A raposa prova ser um animal mais esperto que os demais ao desmascarar o burro.

4c. “Ora, podes bem ter a certeza / de que também me assustaria contigo, / se não tivesse escutado o teu zurro.”

4d. Não, o primeiro refere-se ao burro; os demais, à raposa.

4e. A palavra que relaciona as orações.

4f. O parágrafo relaciona o comportamento de algumas pessoas com o caso do burro narrado no parágrafo anterior.

Orientações didáticas

Questão 4 – Esta questão pode ser realizada em duplas. O gênero fábula costuma ser tratado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Aproveite a atividade para fazer uma revisão. Esta questão propõe a análise de períodos com relativa complexidade sintática. O objetivo é que os estudantes, mesmo pouco habituados com esse tipo de análise, mobilizem seus conhecimentos da língua para perceber relações entre as palavras. Sugerimos que os trechos em análise nos itens c, d e e sejam anotados na lousa para facilitar a visualização das relações em foco.

Questão 4c – Mostre aos estudantes que, embora o verbo auxiliar e o principal da primeira oração não estejam em sequência, eles formam uma locução, já que indicam uma única ação.

Questão 4e – Ajude os estudantes a perceber que a segunda oração caracteriza o termo ignorantes.

5. Leia uma fábula escrita em versos pelo poeta Mario Quintana.

Das falsas posições

Com a pele do leão vestiu-se o burro um dia.

Porém no seu encalço, a cada instante e hora,

“Olha o burro! Fiau! Fiau!” gritava a bichariareticências

Tinha o parvo esquecido as orelhas de fóra!

QUINTANA, Mario. Das falsas posições. ín: PAES, José Paulo êti áli. Poesias. décima sétima ediçãoSão Paulo: Ática, 2002. página 19. (Para Gostar de Ler 6). cópiráiti bái Elena Quintana.

  1. Qual desejo é revelado pela atitude do burro?
  2. O que faz com que o animal seja desmascarado?
  3. No caderno, escreva o sujeito e o predicado dos períodos ­contidos nos ­primeiro e último versos.
  4. Agora, reescreva os mesmos versos usando a ordem direta.

A ordem direta é caracterizada pela sequência sujeito [quando houver] + verbo + complementos [quando houver]. Por exemplo: Ana telefonou para a mãe ontem à noite. Uma oração como Ontem à noite, telefonou Ana para a mãe apresenta ordem indireta.

  1. Qual ideia foi destacada pela ordem como foram organizadas as palavras no primeiro verso?
  2. Releia a fábula em voz alta, prestando atenção ao som dos versos. Com que finalidade a ordem indireta foi usada no ­ter­ceiro verso?
  1. Para finalizar, compare a fábula de Esopo com a de Mario Quintana.
    1. Embora os acontecimentos não sejam os mesmos, as fábulas apresentam um ensinamento comum. Qual?
    2. O disfarce do burro obtém o mesmo efeito nas duas fábulas? Explique sua resposta.
    3. Compare os títulos das fábulas. Os dois esclarecem qual é o ensinamento da fábula? Justifique sua resposta.
    4. Compare agora a maneira como os períodos das fábulas foram ­redigidos. Em sua opinião, é correto afirmar que o tipo de construção usado na ­primeira fábula é mais facilmente entendido do que o usado na segunda? Justifique sua resposta.
Ilustração. Destaque para a cabeça do leão. Ele está com os olhos arregalados com uma das patas nas orelhas.
Respostas e comentários

5a. O desejo de se passar por um leão, isto é, de parecer um animal forte e imponente diante dos outros animais.

5b. O fato de esquecer as orelhas de fóra da pele de leão compromete o sucesso de seu disfarce.

5c. Primeiro verso – Sujeito: o burro; predicado: com a pele do leão vestiu-se um dia. Último verso – Sujeito: o parvo; predicado: tinha esquecido as orelhas de fóra!

5d. O burro vestiu-se com a pele do leão um dia. O parvo tinha esquecido as orelhas de fóra!

5e. A ideia de que a pele de leão tinha sido usada.

5f. A ordem indireta permitiu a rima de bicharia com dia, do primeiro verso.

6a. Espera-se que os estudantes percebam que as fábulas costumam transmitir uma lição moral ou um ensinamento. Neste caso, sugere-se que não é possível assumir uma posição falsa, porque nossas características pessoais nos denunciam.

6b. Não. Na primeira fábula, ele chega a enganar boa parte dos animais, enquanto, na segunda, todos rapidamente reconhecem seu disfarce.

6c. Não. Apenas “Das falsas posições” esclarece o ensinamento. “O burro disfarçado com pele de leão” revela informações da narrativa.

6d. Resposta ­pessoal. Ver comentário nas Ori­entações didáticas.

Orientações didáticas

A questão 5 pode ser realizada em dupla.

Questão 5c – Auxilie os estudantes no processo de identificação dos termos da oração. Pode ser que apresentem dificuldade diante das inversões nos períodos analisados. Explique que a língua portuguesa permite algumas inversões sem a alteração de sentido. Esse é um recurso comum em poemas e outros textos literários, que utilizam a inversão como ­figura de linguagem para aumentar a expressividade ou a musicali­dade de um texto.

Questão 5e – Observe se os estudantes compreendem que a ante­cipação dessa informação põe o foco mais no disfarce e menos em quem se disfarçou.

Após a correção das questões 4 e 5, a questão 6, que promove uma comparação entre textos, pode ser feita coletivamente. Se achar necessário, solicite aos estudantes que registrem a discussão posteriormente.

Questão 6d – Ajude os estudantes a perceber que a ordem direta favorece a compreensão do ­texto, mas a ordem indireta também pode ser um recurso interessante para obter um efeito poético.

Se eu quiser aprender MAIS

Relações de causa e conclusão

Para nos comunicar, produzimos frases que se articulam para ­formar os textos. Algumas dessas frases, por sua estrutura, são ­períodos ­compostos. Eles podem ser formados por orações independentes, separadas por vírgulas, ou por orações conectadas por palavras ou expressões específicas. Nesta seção, trataremos dessa conexão.

1. Leia a história da cantora lírica grega Maria Callas.

MARIA CALLAS 

Cantora de ópera

Maria era uma menina desajeitada e nada popular.

Ela tinha certeza de que a mãe amava mais a irmã, já que ela era mais magra, mais bonita e mais popular.

Um dia, sua mãe descobriu que Maria possuía uma voz incrível. Ela a encorajou a cantar para ganhar dinheiro e ajudar a família.

Sua mãe tentou matriculá-la no Conservatório Nacional, em Atenas, mas Maria foi rejeitada porque não possuía formação na área. Então, a mãe contratou uma professora particular.

Quando a professora ouviu Maria cantar pela primeira vez, ficou atônita. Era a voz mais impressionante que já ouvira. Não apenas a menina conseguiu dominar as áriasglossário mais difíceis em apenas poucos meses, como seu estilo de canto era muito emocionante.

Uma noite, ela fez sua estreia no palco de uma das mais prestigiosas casas de ópera do mundo: La Scala, em Milão. A plateia ficou embevecida com cada nota e cada palavra, enquanto sua voz levava todos para um lugar cheio de paixão, ira, alegria e amor. Ao final, aplaudiram de pé, ovacionando e gritando, e encheram o palco com rosas.

Maria se tornou conhecida como La Divina, a soprano mais famosa de todos os tempos.

2 de dezembro de 1923-16 de setembro de 1977

Grécia

FAVILLI, Elena. Histórias de ninar para garotas rebeldes: 100 fábulas sobre mulheres extraordinárias. São Paulo: Vergara & Riba, 2017. página 116.

Fala aí!

Esse texto apresenta uma versão da história de Maria Callas. O que você sentiu em relação à fórma como a mãe de Maria foi representada?

a. O subtítulo do livro em que o relato sobre a vida de Maria Callas foi publicado é “100 fábulas sobre mulheres extraordinárias”. Na sua opinião, por que Maria foi incluída entre as 100 mulheres selecionadas para o livro?

Respostas e comentários

1a. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam o talento para o canto lírico como uma qualidade que projetou a artista, que se tornou “a soprano mais famosa de todos os tempos”.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Se eu quiser aprender mais

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2 e 8.

cê e éle : 1, 2 e 3.

cê e éle pê : 2 e 3.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê cinco seis e ê éfe seis sete éle pê três sete.

Orientações didáticas

As atividades da seção ampliam o estudo do período iniciado na seção anterior, explorando-o por meio das relações de causa e conclusão, estabelecidas por meio de conectores. Julgamos que não é necessário diferenciar, neste momento, causa/explicação e conclusão/consequência, termos que ganham especificidade quando tratados na perspectiva da análise sintática de períodos.

Ainda nesse sentido, lembramos que o linguista Evanildo ­Bechara diferencia conectores, usados para relações de coordenação, de transpositores, relativos às rela­ções de subordinação. A Bê êne cê cê emprega conectivos ao tratar da coordenação. Cremos que a distinção não é relevante nesta etapa de aprendizagem e trataremos, indi­ferentemente, como conectores ou conectivos as conjunções. Para aprofundar-se no assunto, consulte Gramática escolar da língua portuguesa, de Evanildo Bechara, página 321 e 322.

Fala aí! – Essa questão possibilita discutir vários aspectos. De um lado, o fato de o texto ser uma versão de muitas que poderiam ser apresentadas. Ele atribui sentimentos à menina que não estão sustentados por fontes e cria uma sequência que parece sugerir que a mãe quis se aproveitar da criança. O destaque no fato de a mãe, reconhecendo o talento da filha, buscar alternativas para que pudesse estudar canto poderia levar a outra versão da história.

Outra discussão diz respeito a como Maria enxergava a mãe, segundo essa versão. Não são apresentados fatos que justifiquem a crença de que a mãe a preteria. Os estudantes devem perceber que essa poderia ser uma impressão contaminada pelo fato de ela não se sentir popular ou de se sentir menos interessante que a irmã. É importante que os estudantes reflitam sobre essa hipótese para que possam perceber que alguns sentimentos podem ser despertados por uma impressão equivocada das situações que vivemos.

  1. Leia o período a seguir, já dividido em orações. (1) Maria achava (2) que a mãe gostava mais da irmã, (3) já que ela era mais magra, mais bonita e mais popular.
    1. O período apresenta uma relação de causa e conclusão ou efeito. Qual oração indica a causa do que é declarado?
    2. Qual expressão é usada para relacionar essa oração à anterior?

c. Escreva um período unindo as informações a seguir, na ordem em que estão apresentadas. Entre elas, use uma ou mais palavras que indiquem que a segunda parte é uma conclusão ou efeito do que se declarou na primeira parte. .A irmã era mais magra, mais bonita e mais popular. .Maria achava que a mãe gostava mais da irmã.

Existem palavras responsáveis por ligar ideias, estabelecendo uma relação lógica entre elas. São conectivos. Ao usá-los, organizamos ­melhor o texto e ajudamos nossos interlocutores a compreender nosso pensamento.

Nesta seção, estamos estudando conectivos que expressam relações de causa e de conclusão. Veja como funcionam.

Ilustração. Maria, moça de cabelo longo e escuro. Os olhos são grandes e ovais. Ela usa um vestido claro e longo. Está cantando e os braços estão abertos lateralmente. Esquema. Texto 'Maria foi rejeitada porque não possuía formação na área.' Seta aponta para a palavra 'porque' indicando que, no exemplo, o 'porque introduz uma oração que indica a causa do que foi declarado antes'.
Ilustração. Moça negra, com o cabelo amarrado em o coque no alto da cabeça, usando brincos de argola, está com os braços cruzados e uma baqueta na mão. Ela observa Maria cantar. Maria está de vestido verde, olhos fechados e mãos para frente. Ao redor dela duas notas musicais. À frente, a letra apoiada em um suporte. Esquema. Texto 'Maria foi rejeitada no conservatório, então a mãe contratou uma professora particular.' Seta aponta para a palavra 'então' indicando que, no exemplo, 'então introduz uma oração que apresenta uma conclusão, um resultado do que foi dito anteriormente'.
Respostas e comentários

1b um A terceira.

1b dois Já que.

1c. Sugestão: A irmã era mais magra, mais bonita e mais popular, por isso Maria achava que a mãe gostava mais da irmã.

Há também conectivos de condição, de oposição, de adição, entre outros que você estudará depois.

Conheça, agora, mais alguns conectivos de causa e de conclusão que você pode empregar em seus textos escritos e orais.

Conectivos de causa: já que, porque, como (no início das frases), pois, visto que, uma vez que.

Conectivos de conclusão: então, portanto, por isso, logo, assim, desse modo, dessa fórma.

  1. Reúna as orações a seguir em um único período, estabelecendo entre elas uma relação de causa. Use conectivos diferentes em cada item.
    1. A professora de música ficou atônita. Era a voz mais impressionante que já ouvira.
    2. A menina conseguiu dominar as árias mais difíceis em poucos meses. Ela tinha um talento natural para o canto.
    3. A mãe encorajou Maria a cantar. A mãe descobriu que Maria ­possuía uma voz incrível.
  2. Complete as frases estabelecendo relações de consequência.
    1. Maria tinha a voz mais impressionante que a professora de música já ouvira,
    2. Maria tinha um talento natural para o canto,
    3. A mãe descobriu que Maria tinha uma voz incrível,

Dica de professor

Costuma-se usar a vírgula antes dos conectivos de conclusão.

Meu relato de experiência NA PRÁTICA

Você já conheceu três relatos de experiência neste volume: no Capítulo 1, o do médico Jayme murarovitch, que falou sobre o fim da Segunda Guerra Mundial; neste, o do professor brasileiro que estava no Chile quando ocorreu um terremoto e o da brasileira que presenciou a erupção de um vulcão na ilha de La Palma.

Agora é sua vez de compor um relato de experiência. Procure se lembrar de um evento que tenha sido marcante para você enquanto estudante: uma aula inesquecível, a inauguração de espaços escolares, sua participação em festas, trabalhos de campo ou eventos na escola, a apresentação de trabalhos, o convívio com colegas ou até mesmo algo que tenha sido um problema, como um desastre natural que ­tenha atingido a escola, entre outros. Você vai contar sua experiência e gravar o relato em áudio.

Seu relato vai fazer parte de um acervo de áudios sobre a memória coletiva de eventos importantes da comunidade escolar, que poderá ser consultado no futuro. Ele deve durar entre 1 minuto 20 segundos e 2 minutos.

Sabia?

O Museu da Pessoa é um museu virtual, ou seja, seu acervo existe apenas na internet. O site colhe e mantém relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de vida. Qualquer pessoa pode colaborar e contribuir para a preservação da memória coletiva. Por meio de um buscador, é possível encontrar o site do museu na internet.

Respostas e comentários

2a. Sugestão: A professora de música ficou atônita, porque era a voz mais impressionante que já ouvira.

2b. Sugestão: A menina conseguiu dominar as árias mais difíceis em poucos meses, já que tinha um talento natural para o canto.

2c. Sugestão: A mãe encorajou Maria a cantar, pois descobriu que ela tinha uma voz incrível.

3a. Sugestão: Maria tinha a voz mais impressionante que a professora de música já ouvira, por isso ela ficou atônita.

3b. Sugestão: Maria tinha um talento natural para o canto, assim conseguiu dominar as árias mais difíceis em poucos meses.

3c. Sugestão: A mãe descobriu que Maria tinha uma voz incrível, dessa fórma a encorajou a cantar.

Orientações didáticas

Se eu quiser aprender mais Questão 2 – As respostas apresentadas são sugestões. Se preciso, ofereça outros exemplos para os estudantes que demonstrarem dificuldade.

Meu relato de experiência na prática

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 4 e 5.

cê e éle : 1, 2 e 6.

cê e éle pê : 1, 3, 5 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero sete, ê éfe seis nove éle pê zero oito, ê éfe seis nove éle pê um dois, ê éfe seis sete éle pê três seis, ê éfe zero seis éle pê um um e ê éfe zero seis éle pê um dois.

Orientações didáticas

A produção de um relato de experiência permite ao estudante vislumbrar sua participação no campo jornalístico/midiático e instrumentaliza-o para tal. Além disso, pode estimular sua participação em práticas sociais diversas, inclusive práticas cidadãs, por meio da produção responsável e ética de conteúdo digital com fins informativos ou opinativos.

Para a gravação do áudio, ferramentas disponíveis em celulares são suficientes. Caso não seja possível gravar, peça aos estudantes que ensaiem e apresentem o relato ao vivo. Nesse caso, para não ocupar muito tempo das aulas, a turma deverá ser dividida em grupos de cinco estudantes e a apresentação deve ser feita para os integrantes, que a avaliarão logo na sequência. Para viabilizar apresentações simultâneas, os estudantes poderão usar outros espaços da escola e não apenas a sala de aula.

Sugerimos, para a divulgação desse trabalho, a montagem de um blog da turma (ver tutorial no ême pê geral) com os depoimentos dos estudantes e sua oferta à escola, para que seja alimentada ano a ano. A iniciativa permite documentar a memória da escola e poderia ser acessada por toda a comunidade escolar. Sugerimos que, além dos relatos dos estudantes, sejam incluídos alguns relatos de profissionais. A página pode conter, ainda, fotografias de eventos ocorridos na escola, trechos de notícias ou reportagens que a tenham mencionado etcétera

Sabia? – Se possível, acesse o sáite do Museu da Pessoa e mostre alguns relatos aos estudantes. Disponível em: https://oeds.link/47Korj. Acesso em: 16 maio 2022.

MOMENTO DE PRODUZIR

Planejando meu relato de experiência

Para compor seu relato de experiência, considere as orientações apresentadas a seguir.

Quadro. Equivalente textual a seguir. Da teoria para a...: Os relatos de experiência apresentam um ponto de vista pessoal. ... prática: Coloque-se na posição de protagonista, enfatizando como você vivenciou o evento. Empregue a primeira pessoa e palavras que mostrem sua visão particular dos acontecimentos. Da teoria para a...: Os relatos de experiência tratam de eventos marcantes. ... prática: Procure explicitar onde e quando aconteceu o evento. Seus ouvintes devem reconhecer a situação a que você está se referindo. Da teoria para a...: Essa produção oral é planejada. ... prática: Liste os fatos que deseja compartilhar na ordem mais apropriada de modo a conseguir um relato claro e direto, com poucas pausas, hesitações, repetições etc. Da teoria para a...: O relato é uma fala pública. ... prática: Uma boa organização das ideias e um bom uso da voz e do corpo contribuem para uma apresentação mais clara. Da teoria para a...: O relato de experiência pode se valer de uma linguagem mais informal ou mais formal dependendo da situação de comunicação. ... prática: Seu relato poderá ser ouvido pela comunidade escolar de hoje e do futuro. Planeje sua linguagem de modo a conseguir um relato interessante para o ouvinte, mas não excessivamente informal. Não exagere no uso de gírias.

Elaborando meu relato de experiência

  1. Inicie o relato cumprimentando o público, apresentando-se e introduzindo o assunto. Você pode começar relatando brevemente o fato e explicando por que escolheu contar essa experiência.
  2. Apresente as informações em ordem, mantendo a lógica. Evite repetições e lembre-se de usar conectivos de causa e de conclusão, que ajudam a organizar as ideias.
  3. Apoie-se nos itens que anotou na etapa de planejamento, mas evite ler ao gravar o áudio.
  4. Finalize o relato contando como o evento marcou sua relação com a escola.
  5. É importante que sua fala possa ser entendida. Procure ser claro e pronuncie bem as palavras. Cuidado para não fazer pausas ­muito longas, que podem levar o ouvinte a perder o foco. Use uma entonação adequada, que enfatize os aspectos mais importantes do conteúdo.

Dica de professor

Ensaie sua apresentação. Você não deve escrever um texto e memorizá-lo, porque ele não soará natural. Organize previamente suas ideias no papel e formule algumas frases que considere interessantes. Marque o tempo de gravação.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Elaborando meu relato de expe­riência Se possível, solicite a cola­- boração de outros professores da turma para a produção desse material. O professor de Artes, por exemplo, pode desenvolver um projeto com os estudantes voltado à diagramação da página e ao uso de recursos visuais. O professor ou o técnico em Informática pode ajudar com a publicação desses conteúdos também.

A página pode ser apresentada aos pais, mães e responsáveis nas reuniões. Como os relatos são curtos, é possível apresentar dois ou três deles para motivar o acesso.

Caso existam estudantes que entraram há pouco tempo na escola, oriente-os a produzir o relato partindo de uma experiência vivida na escola anterior e a finalizá-lo comentando suas expectivas de viver experiências igualmente marcantes na escola atual.

MOMENTO DE REELABORAR

Avaliando meu relato de experiência

Forme grupo com mais três ou quatro colegas. Vocês devem ouvir o aúdio do relato de um dos integrantes e comentá-lo logo na sequência, usando os critérios anotados no quadro a seguir. Indiquem os pontos de que mais gostaram e sugiram fórmas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios.

A

O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente?

B

A experiência foi relatada de maneira clara e organizada?

C

O relato apresenta um fechamento, ou seja, não acaba abruptamente?

D

O relato revela uma visão pessoal da experiência?

E

O texto apresenta linguagem adequada à comunicação oral e à apresentação escolar?

F

A fala é repetitiva ou confusa? Há trechos que são difíceis de compreender?

G

O falante está seguro?

H

O ritmo, a entonação e a altura da voz estão adequados?

Reelaborando meu relato de experiência

  1. Reflita sobre sua produção. Após conversar com os colegas, ouvir outros relatos e discutir pontos positivos e pontos a serem aprimorados, é possível que você tenha observado aspectos que poderiam ser melhorados e que tenha tido ideias de como fazer isso.
  2. Use o quadro de critérios para fazer uma autoavaliação. Esse processo ­torna você mais consciente de sua própria produção, de seus pontos fortes e daqueles em que precisa investir mais.
  3. Aproveite bem os comentários feitos por seus colegas, sobretudo as críticas construtivas. Alguns deles podem ser boas sugestões.
  4. Se preciso, utilize mais conectivos para ajudar a organizar as ideias.
  5. Se tiver gostado de alguma estratégia usada por um colega, procure incorporá-la à sua apresentação.
  6. Grave novamente seu relato de experiência, efetuando os aprimoramentos que planejou. Se for o caso, regrave até estar satisfeito. Seu relato fará parte da memória da sua escola.
Ilustração. Jovens sorridentes sentados ao redor de uma mesa. À esquerda, uma menina está com uma das mãos apoiadas sobre a mesa e gesticulando com a outra. O menino ao lado dela está olhando atento para uma folha. Ao lado dele, uma menina de coque conversa com um menino cadeirante. Sobre a mesa, folhas de papel e celulares.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Avaliando meu relato de experiência – Se possível, peça aos estu­- dantes que usem os próprios ­smartphones para reproduzir as gravações. Se não for viável, repro­duza todos eles usando computadores ou dispositivos de áudio disponíveis na escola. Indique, previamente, os estudantes que deverão fazer a avaliação de cada produção.

Reelaborando meu relato de experiência – A intenção da atividade é oferecer aos estudantes a possibilidade de rever suas produções e pensar em fórmas de tornar a comunicação ainda mais eficaz. Após a reelaboração proposta neste momento, escolha dois ou três relatos e exiba-os aos estudantes. Analise com eles essas produções, observando os elementos relacionados à fala (modulação de voz, ritmo, altura etcétera) e ao conteúdo (progressão das ideias, sequência lógica). Leve-os a perceber a progressão do texto, a clareza e a variedade linguística empregada. Convide os estudantes a regravarem suas produções, se considerarem conveniente.

Fora da caixa

Produção de notícia escrita

Neste capítulo, lemos a transcrição de um trecho do relato de uma brasileira que vivenciou a erupção de um vulcão na ilha de La Palma. A mesma ­pessoa foi a fonte de informações que compuseram várias notícias e reportagens. Como você imagina que repórteres e jornalistas trabalhem para conseguir essas informações e levá-las até o público? Nesta atividade, você atuará como jornalista.

Etapa 1 Preparando-se para a experiência

Leia alguns trechos de notícias a seguir e observe as semelhanças entre elas.

Texto 1

Reprodução de página de internet. Na parte superior o nome do site: O POPULAR. Ao lado, links de busca e de login. Na barra abaixo subcategorias. O item CIDADES está selecionado. Abaixo o conteúdo. Folhapress. CIDADES. Asfalto cede e abre cratera na marginal Tietê ao lado de obra do Metrô. Pistas local e central estão interditadas para veículos. 01/02/2022 – 14:34. Fotografia aérea de uma cratera no asfalto ao lado de um duto cilíndrico encaixado no subsolo. Uma cratera se abriu no asfalto na marginal Tietê, na altura da ponte do Piquerí, zona norte de SP, na manhã desta terça-feira (1º), bem ao lado da obra da linha 6-laranja do Metrô.

ASFALTO cede e abre cratera na marginal Tietê ao lado de obra do Metrô. O Popular, Goiânia, 1 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/rfrO5N. Acesso em: 7 abril 2022.

Respostas e comentários

fóra da caixa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1 e 4.

cê e éle : 1, 2, 3 e 6.

cê e éle pê : 1, 2, 3 e 5.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero seis, ê éfe seis nove éle pê zero sete, ê éfe seis nove éle pê zero oito, ê éfe seis sete éle pê zero três, ê éfe seis sete éle pê zero nove, ê éfe seis sete éle pê um zero e ê éfe zero seis éle pê um um.

Orientações didáticas

O objetivo da seção é familiarizar os estudantes com as possibilidades de produção dentro do campo jornalístico-midiático e com suas consequências. Após compreenderem o papel das agências de notícias eles escreverão uma notícia apoiados em material publicado, com base no qual levantarão ­dados e farão a curadoria. Portanto, em lugar de uma “cobertura autoral”, com trabalho investigativo em campo, como farão no 7º ano, são orientados a produzir com base em informações compartilhadas. O objetivo é mostrar que o mesmo fato pode ser transmitido de diferentes fórmas, chamando atenção para a importância da postura crítica.

Etapa 1 – Conceda alguns minutos, no início, para que os estudantes possam ler os textos silenciosamente e observar sua composição.

Texto 2

Reprodução de página de internet. Na parte superior o nome do site: TRIBUNAONLINE. Ao lado o MENU e links de redes sociais, busca e login. Em uma barra abaixo informações sobre o tempo e links de acesso, TRÂNSITO AGORA, COLUNAS, BLOGS, TRIBUNA DIGITAL, TV AO VIVO. Abaixo o conteúdo. SÃO PAULO. Obra do metrô cede, abre cratera e interdita parte da Marginal Tietê. Imagens feitas por moradores e helicópteros de emissoras de TV mostram a cratera que se formou. Agência Folhapress 01/02/2022. 10:48 h. Um desmoronamento nas obras da linha 6-Laranja do metrô de São Paulo interditou um trecho da Marginal Tietê, na manhã desta terça-feira (1). Imagens feitas por helicópteros da TV Globo e TV Record mostram uma cratera que se formou na lateral da pista, com pedaços de asfalto cedendo. uma caixa-d’água acabou sendo engolida. Ainda não há o registro de feridos, mas três ambulâncias estão no local. com o incidente, registrado por volta das 9h, um trecho da via está interditado no sentido da rodovia Ayrton Senna, entre as pontes do Piquerí e da Freguesia do Ó. A linha 6-Laranja faz parte de uma Parceria Público-Privada e deve ter 15 km, ligando a Vila Brasilândia à estação São Joaquim. A Polícia Militar de São Paulo, que está no local, informou que um equipamento de escavação subterrâneo usado na obra atingiu o leito do Rio Tietê, gerando o desmoronamento. Há risco de três faixas da Marginal serem atingidas.

OBRA do metrô cede, abre cratera e interdita parte da Marginal Tietê. Tribunaônláine, Vitória, 1 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/1aZPI7. Acesso em: 7 abril 2022.

Texto 3

Reprodução de página de internet. Na parte superior o nome do site: A GAZETA©. Abaixo o conteúdo. Brasil. Desmoronamento. Obra do metrô cede, abre cratera e interdita parte da Marginal Tietê em SP. Um equipamento de escavação usado na obra atingiu o leito do Rio Tietê, gerando o desmoronamento. Há risco de três faixas da Marginal serem atingidas. Agência FolhaPress. <pesquisa@folhapress.com.br>. Publicado em 01/02/2022 às 11h00. Um desmoronamento nas obras da linha 6 – Laranja do metrô de São Paulo interditou um trecho da Marginal Tietê, na manhã desta terça-feira (1). Imagens feitas por helicópteros da TV Globo e TV Record mostram uma cratera que se formou na lateral da pista, com pedaços de asfalto cedendo. Uma caixa-d’água acabou sendo engolida. Ainda não há registro de feridos, mas três ambulâncias estão no local. Fotografia aérea de uma cratera no asfalto ao lado de um duto cilíndrico encaixado no subsolo.

OBRA do metrô cede, abre cratera e interdita parte da Marginal Tietê em São Paulo. A Gazeta, Vitória, 1 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/PWCJMV. Acesso em: 7 abril 2022.

Texto 4

Reprodução de página de internet. Na parte superior o nome do site: O TEMPO. Abaixo barra com subtítulos. Em seguida o conteúdo. INCIDENTE. Obra do metrô cede, abre cratera e interdita parte da Marginal Tietê em SP. Ainda não há registros de feridos, mas três ambulâncias estão no local. Um desmoronamento nas obras da linha 6 - Laranja do metrô de São Paulo interditou um trecho da Marginal Tietê, na manhã desta terça-feira (1). Imagens feitas por helicópteros da TV Globo e TV Record mostram uma cratera que se formou na lateral da pista, com pedaços de asfalto cedendo. Uma caixa-d’água acabou sendo engolida. Ainda não há registro de feridos, mas três ambulâncias estão no local.

OBRA do metrô cede, abre cratera e interdita parte da Marginal Tietê em São Paulo. O Tempo, Belo Horizonte, 1 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/vgwPsC. Acesso em: 1 fevereiro 2022.

  1. Qual é o fato noticiado?
  2. Onde e quando o fato ocorreu?
  3. Que informações se repetem nas notícias?
  4. As informações noticiadas em todos os textos foram disponibilizadas pela mesma agência de notícias. Com base no que você observou, como funciona a relação entre a agência de notícias e as empresas de jornalismo que ela atende?

As agências de notícias comercializam textos, fotografias, infográficos e colunas de articulistas para jornais, revistas, programas de rádio e de tê vê e sites noticiosos de todo o mundo. Elas possuem escritórios locais, em várias cidades e países, onde trabalham repórteres que colhem as informações.

  1. De que fórma você acha que os repórteres das agências conseguem as informações necessárias para elaborar as notícias?
  2. Você acha que a comercialização de notícias pelas agências é uma prática aceitável? Por quê?
Respostas e comentários

1. O desmoronamento de parte de uma obra do metrô de São Paulo e a cratera que se abriu em decorrência dele.

2. O fato ocorreu na obra da construção da Linha 6-Laranja do metrô, na Marginal Tietê, na capital paulista, numa manhã da terça-feira, 1 fevereiro 2022.

3. Nas notícias, repetem-se o lugar, quando o fato ocorreu e as consequências imediatas (caixa-d’água engolida, pedaços do asfalto caindo e a presença de ambulâncias).

4 a 6. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questões 1 a 6 – Sugerimos que as questões sejam discutidas coletivamente.

Questão 4 – Se necessário, auxilie os estudantes a localizar o nome da agência logo após os títulos. Espera-se que eles notem que a agência disponibiliza um conjunto de informações que são utilizadas pelos profissionais das empresas de jornalismo na construção de suas notícias.

Questão 5 – É esperado que os estu­dantes reconheçam que os fatos noticiados precisam ser verificados, o que acontece com a visita ao local, conversa com testemunhas ou envolvidos, recolha de provas, pesquisas em arquivos públicos ou em material produzido pela imprensa. As agências de notícias fazem esse trabalho e depois vendem essas informações.

Questão 6 – É importante que os estudantes reconheçam que o trabalho das agências de notícias é lícito e importante, não havendo problema desde que a agência seja uma fonte de informação bastante confiável e que as empresas de jornalismo não distorçam as informações recebidas.

Para finalizar, peça aos estudantes que identifiquem as regiões em que circulam os jornais que divulgaram as notícias estudadas. Eles podem verificar, nos créditos, que são de Goiânia, Vitória e Belo Horizonte. Peça a eles que relacionem essas regiões à opção por se valer do trabalho de uma agência. Eles devem notar que a publicação da notícia precisa ser feita rapidamente e que as agências permitem cobrir fatos que ocorrem em outras regiões.

Etapa 2 Pesquisando

Assim como fazem os jornalistas que se apoiam em agências de notícias, você e seus colegas vão produzir uma notícia com material disponível em outras fontes. Juntos, vão escolher o tema da notícia; depois, formarão grupos para fazer a curadoria das informações e escrever o texto, procurando adequá-lo a uma ­publicação em jornal.

Iniciem a pesquisa.

  1. Façam um levantamento de fatos interessantes que tenham ocorrido recentemente no bairro ou na cidade em que estão.
  2. Selecionem o fato a ser noticiado.
  3. Façam um levantamento dos dados disponíveis sobre o fato. Lembrem-se de buscar informações que respondam às ­perguntas básicas de toda notícia: O que aconteceu? Onde? Como? Quando? Com quem? Por quê?
  4. Completem a pesquisa, consultando documentos oficiais, livros, sáites de organizações públicas, sáites confiáveis etcétera Registrem as informações encontradas e a sua fonte completa. As informações serão compartilhadas entre todos os grupos.

Etapa 3 Fazendo a curadoria

Nesta etapa, vocês já vão trabalharar em grupos. É a hora de fazer a curadoria das informações, ou seja, selecionar, entre as ­informações levantadas, aquelas que o grupo vai usar para escrever a notícia. Sigam as etapas:

  1. Selecionem e anotem as informações que vocês consideram que devem fazer parte da notícia. Destaquem com uma cor as principais e com outra, as secundárias.
  2. Verifiquem se as informações anotadas são fatos ou opiniões sobre o fato. Destaque com uma terceira cor as opiniões. Elas podem fazer parte da notícia, desde que os nomes dos falantes sejam citados.
  3. Verifique se há alguma informação que o grupo considera ­importante e não apareceu nas fontes consultadas. Se for o caso, consultem outros materiais para complementar os dados.
  4. Selecionem fotografias que possam contribuir para informar melhor sobre o fato.
  5. Reúnam todo o material selecionado e verifiquem a necessidade de cortar ou adicionar informações.

É lógico!

Para escolher e hierarquizar as informações, você usará a abstração, uma das habilidades do pensamento computacional. Será preciso reconhecer, no conjunto, os dados que são essenciais.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Etapa 2 – Para essa etapa, será necessário que você reúna vários jornais impressos, coletados na semana que antecede a atividade. Verifique se a escola pode adquirir o material e peça a colegas que assinem jornais que os guardem para o trabalho da turma.

Oriente os estudantes a ouvir notícias no rádio ou assistir a telejornais no mesmo período, anotando fatos noticiados que consideram interessantes. Pergunte também se a família compra jornais e se podem trazer para a escola os jornais desse período.

Se for difícil conseguir as edições impressas, considere a possibilidade de listar vários temas para a análise dos estudantes. Após a escolha, você pode imprimir notícias de alguns jornais para viabilizar a atividade.

Etapa 2 – Itens 1 a 3 – Esses passos devem ser realizados coletivamente, com sua mediação.

Distribua os jornais pela turma e permita que os estudantes se agrupem livremente para aproveitar o material disponível.

Após a escolha do tema, inicie o levantamento das informações na lousa, pedindo a alguns estudantes que leiam as notícias, reportagens, fotorreportagens, legendas em galerias de fotos e outras matérias disponíveis. Os demais estudantes deverão levantar as mãos quando identificarem uma informação que deve fazer parte do levantamento. A primeira leitura deverá resultar em muitos itens anotados, mas a quantidade será reduzida nas leituras seguintes, em que prova­velmente se repetirão com ­nenhum ou poucos acréscimos.

Nesse processo, ajude os estudantes a identificar informações complementares; elas podem ser anotadas juntas na lousa. Ajude-os, igualmente, a observar contradições; nesse caso, será preciso fazer uma checagem para conferir qual é a informação correta. A fim de não tornar a atividade excessivamente complexa para o 6º ano, sugerimos que você se responsabilize pela checagem e apresente aos estudantes, na aula seguinte, não apenas a informação confiável como também o percurso que você percorreu para averiguá-la.

Sugerimos o uso de recursos de checagem virtual, como o disponível em: https://oeds.link/lzO4A4 (acesso em: 7 abril 2022).

Etapa 2 – Item 4 – Essa etapa pode ser feita como tarefa de casa, já que os estudantes precisam realizar pesquisas. No retorno, repita o procedimento de anotar os dados na lousa, consultando a turma acerca da relevância do dado e da confiabilidade, que deve ser atestada pelo exame da fonte. Novamente, os estudantes deverão fazer anotações em seus cadernos.

Etapa 3 – Em tese, as informações já estarão predefinidas nesta etapa, mas é possível que ocorra a busca de informações complementares. Caso algum grupo faça isso, verifique se checaram os dados.

Etapa 4 Elaborando a notícia

  1. Escrevam o texto, organizando-o em parágrafos:
    • 1º parágrafo: escrevam o lide, informando o que aconteceu, quando e onde.
    • 2º parágrafo: apresentem como e por que o fato ocorreu e quais foram suas consequências.
    • 3º parágrafo: incluam outras informações necessárias para a compreensão do fato.

Se considerarem necessário, acrescentem mais parágrafos.

Os depoimentos de pessoas que estiveram envolvidas ou presenciaram o fato podem ser incluídos no segundo ou no ­terceiro parágrafo. Elas ajudam a complementar ou a confirmar as infor­mações com uma visão pessoal.

  1. Baseando-se nos dados selecionados, elaborem o título da notícia. Ele costuma ser uma frase curta, que antecipa algumas das informações presentes no primeiro parágrafo.
  2. Verifiquem se o texto procura ser isento, isto é, se não expressa a opinião dos autores da notícia.
  3. Façam uma leitura atenta do texto em voz alta para perceber se as estruturas das frases estão completas. Depois, leiam mais uma vez para verificar se não há equívocos na ortografia, na concordância etcétera Observem também se vocês fizeram bom uso dos conectivos de causa e de conclusão.
  4. Escolham uma ou mais fotografias para incluir na notícia. Indiquem em que parte da notícia elas podem aparecer e escrevam ­legendas para contextualizá-las.
Ilustração. Alunos de uniforme sentados ao redor de uma mesa retangular. Alguns tem livros nas mãos. Sobre a mesa, livros, papéis e uma caneca de coração com lápis de cor.

Lembra?

As falas de terceiros podem ser reproduzidas entre aspas ou reformuladas pelo autor da notícia. Nos dois casos, usam-se verbos de dizer para identificá-las, como contou ou afirmou, ou expressões como segundo, de acôrdo com etcétera

Respostas e comentários

Etapa 4 – Para esta etapa, relembre os estudantes de que o ideal jornalístico é a busca pela neutralidade, mas que a neutralidade absoluta dificilmente é alcançada, porque o ponto de vista acaba se revelando pela escolha de palavras e de informações. Ainda assim, recomende que o grupo evite expressar sua opinião.

Etapa 5 Fazendo uma autoavaliação

Iniciem, agora, a etapa de autoavaliação. Leiam, mais uma vez, o texto e observem os seguintes aspectos:

  • As informações estão claras e completas?
  • O texto está organizado em parágrafos?
  • As principais informações sobre o fato estão concentradas no início do texto?
  • O título esclarece qual é o fato noticiado?
  • O texto e a linguagem estão adequados a uma notícia de jornal?
  • Há palavras ou expressões repetidas que podem ser substituídas por pronomes ou sinônimos?
  • Foram usados conectivos que estabelecem relações de causa e de consequência?
  • A pontuação está adequada e ajuda a fluidez da leitura?

Após discutirem as perguntas, reescrevam o texto, incorporando as melhorias cabíveis. Se possível, digitem-no e insiram as fotografias selecionadas.

É lógico!

A sequência de perguntas constrói um algoritmo que você pode seguir para avaliar as notícias que precisará escrever em outras ocasiões e poderá ser adaptado para outros gêneros.

Etapa 6 Divulgando o texto

Cada grupo vai ler a notícia em voz alta de modo a ser possível compará-las.

Depois das leituras, discutam:

  • Todos os grupos utilizaram as mesmas fontes. Elas resultaram em notícias iguais?
  • Vocês acham que alguma notícia apresentou informações que não correspondem à verdade?
  • Acham que um ou mais textos podem ter conduzido a uma compreensão muito particular dos fatos, revelando a opinião do grupo?
  • Considerando essa experiência, que cuidado um leitor de notícias deve ter?

Após terminarem as discussões, afixem as notícias em um mural ou parede da sala de aula para que vocês possam reler as produções, observar as fotografias, comparar mais uma vez as ideias etcétera

Dica de professor

Escolham o membro do grupo que fará a leitura em voz alta e ajudem-no a ensaiar para que o tom de voz, as pausas e a entonação estejam adequados. Esses fatores são importantes para que o sentido do texto seja bem compreendido.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Etapa 5 – É importante que os estudantes se acostumem a fazer autoavaliações. Oriente o processo e verifique se há, de fato, uma discussão atenta dos itens, que deve se materializar na produção de uma nova versão do texto.

Etapa 6 – Valorize os aspectos positivos de cada apresentação e sugira correções ou mudanças para enriquecer os trabalhos.

Essa etapa é fundamental para que os estudantes compreendam o sentido da atividade, que se iniciou com o conhecimento do trabalho das agências de notícias e se finaliza com a comparação entre os textos produzidos, que partem do mesmo conjunto de informações, mas resultam em diferentes elaborações, com dados e ênfases distintas. Chame atenção para o fato de a experiência que viveram ser semelhante ao que ocorre no campo jornalístico-midiático, o que deve levá-los a assumir uma postura atenta diante do conteúdo a que têm acesso. Faça perguntas para verificar a análise que fazem do processo e complete os comentários.

Glossário

Prudentino
: pessoa nascida em Presidente Prudente (São Paulo).
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Vaporosa
: presunçosa, vaidosa.
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Árias
: composições musicais escritas para um solista, geralmente, dentro de uma obra maior, como uma ópera.
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