Capítulo 8 – Opinar com responsabilidade

CAPÍTULO 8

Leia sobre o percurso de aprendizagem proposto para este capítulo na parte específica deste MPême pê.

E se a gente...reticências discutisse uma notícia?

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Orientações didáticas

O percurso deste capítulo põe em evidência a argumentação. As atividades desta seção provocam os estudantes a se posicionar em um debate e, posteriormente, em um comentário de leitor, exigindo a mobilização de habilidades que já desenvolveram e de que devem estar conscientes para que possam revê-las e aprimorá-las. Além disso, preparam os estudantes para a seção Leitura, cujo foco é o gênero comentário de leitor.

Etapa 1 – Introduza a atividade pedindo aos estudantes que comentem o que sabem sobre os debates, compartilhando conhecimentos prévios. É esperado que tenham alguma familiaridade com o gênero, conheçam sua função social e identifiquem o momento do debate como uma situação de fala formal, com regras próprias. Depois, aborde o gênero notícia por meio de perguntas que os façam identificar sua função social e contextos de produção e circulação e levantar os elementos que compõem o lide, preparando a leitura que será realizada. Proponha a leitura da notícia individualmente, de formafórma silenciosa. Depois, peça aos estudantes que se revezem na leitura em voz alta de cada parágrafo, orientando os demais a acom­panhar no livro. Aproveite a ocasião para avaliar a fluência de leitura. Oriente, por fim, a realização individual das atividades.

1a. Sobre a tenista japonesa Naomi Osaka.

1b. Naomi Osaka abandonou o torneio Roland Garros.

1c. Em 31 de maio de 2021, segunda-feira.

1d. Em Paris, na França.

1e. Após ter estreado vitoriosa, Naomi Osaka abandonou o Grand Slamgrrein slem francês e reclamou em seu perfil em uma rede social.

1f. Porque Naomi declarou que não concederia mais entrevistas e, por isso, foi multada e ameaçada de desclassificação.

2a. Não. A postagem da atleta foi traduzida do inglês para o português e inserida na notícia.

2b. Ele confere maior credibilidade ao fato noticiado porque explicita a fonte de informação utilizada para construir o texto da notícia e direciona o leitor para a publicação original da atleta.

3a. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam negativamente e expliquem que, embora de maneira implícita, a notícia mostra maior empatia com a situação da atleta.

3b. Espera-se que os estudantes mencionem que é mais fácil identificar o posicionamento expresso pelo colunista, pois o título destaca uma reação pessoal.

Orientações didáticas

Questão 1e – A questão permite variações nas respostas, relativas a mais ou menos detalhamento.

Questão 2 – Aproveite para aprofundar o estudo dos recursos empregados na construção da notícia e dos efeitos de sentido que provocam. Conduza a observação com perguntas: por que a fala da tenista aparece antes da declaração do presidente da Federação Francesa de Tênis? Qual das falas é mais formal? O que explica essa diferença? Por que o autor da notícia teria escolhido essa fotografia, e não uma de Naomi jogando? Espera-se que os estudantes observem que a fala de Naomi é uma postagem em rede social, portanto mais íntima e informal, enquanto o presidente da Federação produziu uma nota oficial. A foto de Naomi a mostra em situação de fala e é possível reconhecer uma atitude tensa, o que coincide com o que é abordado na notícia. Se for possível, localize outras fontes que tenham noticiado o mesmo fato e proponha uma comparação. Convide os estudantes a observar os recursos empregados nos outros textos, como layout da página, destaques e cores em algumas frases e perceber se essas informações visuais constroem algum sentido específico. Eles podem também observar os hiperlinks e verificar a que remetem.

Questão 3 – Aproveite a reflexão proposta para colocar em discussão a importância de o leitor identificar pontos de vista implícitos nos textos jornalísticos a fim de não ser manipulado pelos veículos de comunicação. Ajude os estudantes a perceber que, por não ser explícita, a notícia parece ser neutra (embora não seja) em relação ao fato relatado. Dessa formafórma, pode sugestionar o leitor sem que ele perceba isso.

Questão 3a – É possível perceber que a notícia mostra mais empatia com a situação da atleta por meio do destaque dado à postagem em que se explica e da presença do depoimento do presidente da Federação ­Francesa de Tênis, que lamenta o ocorrido e reforça a preocupação com o bem-estar dos atletas por parte da ­Federação. Insista que os estudantes justifiquem sua resposta com dados do texto. Reforce que não há palavras de apoioapôio ou elogio à atleta, mas a seleção das informações constrói um sentido favorável a ela.

Questão 3b – Comente com os estudantes que, mesmo que não tenham lido o texto escrito pelo colunista, o título indica uma reação pessoal, inclusive usando a primeira pessoa (“Estou cansado”).

Orientações didáticas

Etapa 2 – O debate é um gênero oral que permite observar pontos de vista que se opõem e se complementam, e seu exercício, no ambiente escolar, tem, entre outros, o objetivo de fortalecer a preparação para a cidadania.

Acompanhe a preparação das equipes para o debate, orientando a escolha de argumentos e contra-argumentos. Se for possível, disponibilize meios para que os estudantes possam pesquisar mais informações sobre o assunto ou solicite a pesquisa como tarefa de casa.

Defina a ordem e o tempo disponível para as falas de cada equipe a fim de que possam se preparar. Sugerimos que cada uma tenha três momentos de fala, com revezamento, e que a ordem seja definida por sorteio pouco antes do início do debate. Após as primeiras falas das duas equipes terem sido apresentadas, o público pode fazer uma pergunta para cada representante. Escolha dois entre os estudantes interessados em fazê-las. Esse procedimento pode ser repe­tido após a segunda rodada de falas. No final, o público deverá avaliar as falas de cada grupo, elegendo o posicionamento que considerar mais convincente.

Etapa 3 – Os três grupos devem escrever um comentário de leitor que expresse o ponto de vista escolhido, considerando uma suposta postagem na página da notícia em estudo, no sitesáite do jornal. Os grupos de debatedores podem manter a opinião que defenderam no debate ou assumir outra posição e, ainda, se dividir caso não exista consenso. O objetivo é que possam rever suas posições considerando a forçafôrça dos argumentos apresentados.

Não é preciso, neste momento, apresentar características do gênero comentário de leitor. Os estudantes devem realizar a tarefa valendo-se de conhecimentos prévios. Trata-se de uma atividade de preparação para a leitura a ser realizada na próxima seção.

Leitura

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Orientações didáticas

Neste capítulo, foram incluídos vários comentários de leitor. Os nomes dos autores foram substituídos por suas iniciais para preservar suas identidades.

Os comentários de leitor tendem a reproduzir, independente­mente do tema, o contexto em que estão sendo produzidos, como a pola­- rização política. Houve uma escolha cuidadosa para formação da sequência didática, que propõe um tema que pode interessar ao 6º ano, de comentários que permitem boa reflexão sobre a argumentação e um trecho de debate que se refere à mesma interação polêmica, permitindo um trabalho amplo e interessante.

1. Não. Alguns leitores compreendem e apoiam a atitude da tenista, outros condenam e acham que ela deveria cumprir a regra de dar entrevistas.

2. Primeiro comentário. O leitor considera necessário respeitar o momento da tenista.

3. O leitor considera errada, embora não compreenda o propósito das entrevistas em um torneio esportivo.

4. Ele afirmou que “faz parte do pacote”, pois as transmissões são vendidas, e as emissoras precisam das entrevistas para complementar as apresentações dos jogos.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o leitor fez pouco caso da dificuldade da atleta em dar entrevistas e que tomou sua atitude como exagerada, como revela a palavra torturar, mas não ofendeu ou incitou o ódio contra ela.

6a. No terceiro comentário.

6b. Ao afirmar que o atleta precisa “servir de bobo da cortecôrte”, o leitor deixa subentendido que o papel do atleta é jogar e que as perguntas dos jornalistas são irrelevantes, servindo apenas para dar visibilidade aos patrocinadores. O leitor do quinto comentário acredita que dar entrevistas faz parte do trabalho dos atletas e que reduzir a atuação deles ao esporte pode parecer robótico, ou seja, não permite enxergar também o aspecto humano.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

1a. Ponto de vista: Naomi deve dar entrevistas; argumento: ela aceitou participar do torneio, portanto, deve seguir suas regras.

1b. O autor do comentário acrescenta a ideia de que atletas não deveriam ser obrigados a conceder entrevistas, já que sua função é jogar e as entrevistas não acrescentam nada ao torneio.

2a. As palavras também e tal.

2b. A ideia de que as entrevistas de atletas não acrescentam nada ao torneio.

Orientações didáticas

Desvendando o texto – Questão 5 – Aproveite a oportunidade para diferenciar o que pode ser considerado um discurso de ódio de um de liberdade de expressão. O discurso de ódio está baseado na intolerância e contém preconceito contra determinado grupo, o que não ocorre nesse contexto. Caso ocorresse, deveria ser combatido e, dependendo da situação, denunciado.

Fala aí! – A próxima seção vai ampliar a discussão sobre a sustentação da opinião. Use esta atividade como aquecimento, estimulando os estudantes a encontrar argumentos para sustentar seu ponto de vista. Questione-os se fizerem generalizações indevidas, comentários grosseiros etc.etcétera

Como funciona um comentário de leitor? – Questão 1b – Verifique se os estudantes perceberam que a pergunta feita no quarto comentário é retórica, isto é, trata-se de uma afirmação transformada em pergunta para obter um efeito mais marcante.

Questão 2b – Examine o comentário 5 com os estudantes para mostrar que ele retoma o argumento do quarto comentário e introduz uma contra-argumentação, iniciando-a por mas. Para contra-argumentar não é preciso discordar totalmente do argumento, mas sim mostrar que ele não é suficiente para sustentar um ponto de vista. Leia o boxe Dica de professor para os estudantes.

Entrevista com Leonardo Sakamoto.

Locutora: Leonardo Sakamoto é jornalista e cientista político, e desde 2006 escreve sobre direitos humanos, política e cotidiano em seu blog.

Em 2015, ele desativou a opção de os leitores comentarem seus textos e explicou essa decisão em um artigo intitulado “Por que fechei meu blog para comentários”.

Nesta entrevista, ele faz uma retrospectiva sobre o que aconteceu depois dessa mudança, comenta a questão da liberdade de expressão e dá conselhos sobre como ter uma postura responsável na Internet.

Leonardo Sakamoto: O espaço havia se transformado não mais em um lugar em que as pessoas davam sua opinião, ouviam, liam a opinião dos outros, um espaço em que as pessoas podiam trocar ideia, construir conhecimento. Mas havia se tornado apenas um ringue de luta e um ringue de luta sem nenhuma regra. Não estou falando do MMA ou do boxe que você tem regras. Então, eu achei por bem, fechar.

É claro que muitos leitores não gostaram, até hoje sou criticado e o mais, mais engraçado é que primeiro: eu sou hoje criticado pelas pessoas que naquela época atacavam as outras, ou seja, muita gente quer a liberdade para tirar a liberdade de outras pessoas. O que não é aceitável. Em segundo lugar, uma curiosidade, quando eu fechei a caixa de comentários minha audiência subiu, ela não caiu. O que a gente pode tirar de uma conclusão é que havia muita gente que havia deixado de lado o meu blog fugindo do ataque dos outros, e a partir do momento que se tornou um ambiente mais legal de novo, as pessoas voltaram.

Locutora: Leonardo Sakamoto, que também é professor de jornalismo em São Paulo, explica ainda por que sua decisão não fere o direito à liberdade de expressão.

Leonardo Sakamoto: Em nenhum momento existe uma regra dizendo que todo texto jornalístico, ou que todo texto de opinião, ele tem que ser obrigatoriamente acompanhado de uma caixa de comentários. Não existe essa regra. O direito de liberdade de expressão é o direito ao poder de expressar sua opinião, deixar claro o que você pensa, seus pontos de vista. Contudo, a liberdade de expressão, ela demanda responsabilidade, ou seja, você não pode usar o seu direito à liberdade de expressão para passar por cima do direito de outras pessoas à vida, à existência, a amar quem quiser, a ser quem as pessoas quiserem, à alimentação, a tantos outros direitos. Ou seja, você não pode ser calado se quer falar algo, mas se você falar algo que acabe criando um problema muito grave para a qualidade de vida de outra pessoa, para a integridade, para a segurança dela, você pode ser responsabilizado por isso.

Locutora: O jornalista comenta ainda os pontos positivos da Internet e fala sobre a importância de se expressar com responsabilidade nas redes sociais.

Leonardo Sakamoto: A Internet possibilitou coisas incríveis, sensacionais. Conectou pessoas, trouxe informações, possibilita que a gente não apenas se informe, como se divirta, traga pessoas distantes para perto. Mas ao mesmo tempo também possibilitou que as pessoas atacassem umas às outras, de uma forma mais fácil do que antes, que o ódio que estava reprimido fluísse mais facilmente.

Eu gosto de fazer uma comparação que é a seguinte: antes de você falar qualquer coisa nas redes sociais, pensa que você está num palco na frente de mil pessoas desconhecidas e que você vai gritar sozinho a plenos pulmões aquilo que você vai digitar nas redes sociais. Se depois de você imaginar isso, você ainda tiver coragem de postar, poste. Caso contrário, pense que é a mesma coisa. Porque ninguém controla até onde vai uma postagem sua.

Imagina só, daqui a 10 anos você procurando emprego e o teu chefe acha um tweet, uma postagem na rede social extremamente racista e violenta. “Ah, mas vai ser preconceito dele se não me contratar”. Não. Vai ser simplesmente uma forma que ele teve para não botar dentro da empresa dele um funcionário que não é uma pessoa legal. Então, pense duas vezes. Então, antes de postar, pense duas vezes. E o contrário, ao receber conteúdos de redes sociais, pensem duas vezes também ao acreditar neles. Desconfie. Essa é a grande palavra da Internet.

Locutora: Ao finalizar suas reflexões, Sakamoto orienta sobre como atuar diante das ofensas online e conta quais são suas expectativas em relação ao futuro das interações na Internet.

Leonardo Sakamoto: E é isso que as pessoas também têm que lembrar, e é uma dica que eu estou dando para quem está ouvindo a gente: uma coisa é te xingarem, uma coisa é reclamarem de você, mas se estão fazendo uma campanha sistemática contra um grupo do qual você pertence e que sempre foi vítima e alvo, por exemplo, você é negro e está sofrendo ataques sistemáticos de outra pessoa por você ser negro, você tem que encaminhar isso às autoridades, porque é um discurso de ódio e isso não é brincadeira. A gente às vezes fala: “Ah, mas é só Internet”. Não é só Internet. A Internet é uma camada da nossa vida. Então tudo o que acontece lá acontece aqui também.

Eu sonho com o dia que a gente chegue e perceba que a coisa mais legal da nossa sociedade é a diferença, a pluralidade. É ser diferente. Porque é na diferença que você cresce. Se fosse todo mundo igual, vestindo a mesma roupa, calçando o mesmo sapato, amando do mesmo jeito, falando da mesma forma, com as mesmas ideias, seria a coisa mais chata do mundo. Ou seja, mais do que tolerar, amar a diferença é a melhor receita contra o ódio.

Locutor: Crédito:  Estúdio: Spectrum.

3a. O sentido de espanto ou estranhamento.

3b. O sentido é coerente porque, para o leitor, a reação da atleta é exagerada, não se justifica. Aceite outras respostas igualmente coerentes.

4a. Comentários 1 e 3.

4b. Sugestão: A substituição da palavra que pela letra q, como abreviação (quinto comentário); a gíria cara e a expressão Eu hein! (sexto comentário).

4c. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que os produtores dos textos escrevem como se estivessem debatendo, expondo a sua opinião.

5. Os comentários geralmente ficam no final da página, depois do texto que os motivou.

6. O leitor pode “curtir” a publicação, caso tenha gostado do comentário; “responder”, se desejar se posicionar favorável ou contrariamente; e “denunciar”, para reportar ao site que o comentário apresenta fake news, discurso de ódio, incitação à discriminação de determinados grupos, ataque a direitos ou outra situação que possa ferir os direitos humanos ou os princípios democráticos.

7. O símbolo é uma bandeirinha, representando a ideia de sinalizar.

Orientações didáticas

Questão 4c – Para que os estudantes percebam as características da interação oral, sugerimos que você reescreva, com eles, o segundo comentário, usando formulações da modalidade escrita. Eles devem perceber, por exemplo, que simples, nesse contexto, serve para reforçar a ideia, mas esse não é um uso comum em textos escritos.

Textos em conversa

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Orientações didáticas

Nesta seção, os estudantes devem analisar um trecho de debate para continuar observando a escolha de argumentos e de recursos linguísticos que contribuem para a prática da argumentação. Acrescenta-se, agora, a análise de efeitos de sentido produzidos por recursos próprios da modalidade oral, como a gestualidade e a expressão facial. Por isso, é importante que os estudantes assistam ao trecho do debate, cuja duração é de aproximadamente 2 minutos. Caso não seja possível a exibição na sala de aula, verifique se há possibilidade de usar equipamentos disponíveis em outro espaço da escola ou forme grupos para que os integrantes compartilhem equipamentos pessoais. Sugerimos que, antes da exibição do vídeo, os estudantes leiam a transcrição para se familiarizar com o contexto do debate. Depois, preferencialmente, devem assistir à exibição e responder às questões 1 a 6. Após a correção, exiba o vídeo dividindo-o em trechos para permitir as observações necessárias à discussão das questões 7 e 8.

1. Renata Saporito e Flávio ­Saretta concordam que ­entrevistas fazem parte do trabalho do atleta, ­enquanto Renato Messias acha que a obrigatoriedade deveria existir apenas para os vencedores.

2. Sim. As falas dos comentaristas apresentam os pontos de vista diretamente, não sendo preciso que o público os deduza a partir do que é dito.

3. Não concorda. Flavio alega que o público quer ouvir os atletas, principalmente em derrotas durante torneios importantes ou quando há alguma vivência significativa.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente, reconhecendo que, ao mostrar que o público teria perdido uma entrevista importante com um atleta de destaque, Flávio prova sua ideia.

5. Renato afirma que o sucesso financeiro de Naomi depende da propaganda gerada nos Grand Slams; por isso, ela deveria pensar melhor e conceder as entrevistas.

6a. Ao usar “Da história”, Renata reforça os ganhos financeiros da atleta e, nesse sentido, confere mais forçafôrça ao argumento de Renato, que se referiu aos prêmios para justificar a necessidade de ela conceder entrevistas.

6b. A palavra mas sugere oposição e, por isso, revela que será introduzido um argumento contrário à linha de argumentação que está sendo desenvolvida.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Fala aí! – Solicite aos estudantes argumentos que justifiquem o ponto de vista. São esperadas divergências. Seguindo os comen­tários de leitor estudados e o próprio debate, alguns estudantes podem defender que obrigações contratuais devem ser seguidas ou que as entrevistas garantem publicidade e, consequentemente, dinheiro. Outros, também apoiados no debate, podem mencionar que alguns atletas sentem mais a pressão e têm dificuldade para enfrentar as entrevistas, como Naomi alega, e que a obrigação prejudica sua saúde mental. Espera-se, ainda, que alguns discutam o valor que se atribui à derrota quando se diz que um atleta que não venceu precisa ser poupado; a derrota faz parte do esporte, sendo preciso lidar com ela. Aproveite essa oportunidade para conversar com os estudantes sobre alguns momentos de fracasso; embora sejam difíceis e dolorosos, não são definitivos e não definem a pessoa. Então, é preciso conseguir lidar com eles de maneira mais natural, vivendo a dor e se preparando para superá-los. As discussões sobre os fracassos e a necessidade de ser resiliente para poder ultrapassá-los é essencial no trabalho com projeto de vida (leia mais sobre esse tópico na parte geral deste MPême pê).

Questão 5 – Ajude os estudantes a perceber que Messias defende que o jogador derrotado não precisa dar entrevistas, mas não que elas nunca devam ser concedidas.

Questão 7 – Caso não seja possível exibir o vídeo, procure assistir a ele antes da aula para imitar os gestos dos comentaristas, ajudando os estudantes a visualizá-los.

7a. O movimento de forafóra para dentro corresponde à ideia, expressa no texto verbal, de que Naomi recebe dinheiro; o movimento das mãos para forafóra, à ideia de exposição, que se articula com “ela aparece para o mundo”.

7b. Esse gesto expressa que o que está sendo dito é algo que se deve aceitar, não pode ser discutido.

7c. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que esses recursos têm forçafôrça expressiva, dizendo tanto quanto as palavras.

8a. Renato tentou iniciar sua fala antes que Flávio ­concluísse. Ao perceber isso, ele se calou, portanto não houve prejuízo para o debate.

8b. Flávio vira seu corpo para Renato e pousa os braços, mostrando, com isso, que encerrou a fala e deu a vez a Renato.

8c. Flávio interrompe Renato e diz duas vezes que o ponto de vista que ele defende está errado, mas, depois, permite que a fala seja concluída antes de voltar a contestar.

8d. Renato afirma que se trata da opinião dele (“na minha opinião”).

8e. A palavra trabalho. A ênfase reforça a informação principal do argumento.

8f. Renato parece estar considerando que o exemplo dado por Flávio constitui um argumento consistente.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 7c – Comente com os estudantes que a gesticulação faz parte de nossa comunicação e que, geralmente, a usamos mesmo sem planejar, de formafórma espontânea. Em situações de fala pública, no entanto, elas precisam ser monitoradas, assim como a linguagem verbal. De um lado, devemos evitar gestos que distraiam o ouvinte, como mexer repetidamente no cabelo; de outro, devemos valorizar nossa fala, usando gestos que possam, por exemplo, evidenciar algumas ideias.

Questão 8 – Oriente os estudantes a acessar o vídeo do debate pelo link (disponível em: https://oeds.link/0xOUCz; acesso em: 22 abr.abril 2022), que consta na referência do texto, na primeira página desta seção.

Questão 8d – Pergunte aos estudantes qual é o efeito de “na minha opinião”. Eles devem perceber que, com isso, Messias sugere que outras pessoas podem pensar de modo diferente.

Fala aí! – Solicite aos estudantes que apresentem suas opiniões. Eles podem mencionar, por exemplo, o fato de Saretta ter dito, sem certeza, que Naomi pretendia pagar uma multa considerando que ela seria doada para uma boa causa e de Messias ter afirmado que a tenista só havia ganhado destaque há poucos anos. Há também uma referência a valores. Depois, pergunte aos estudantes por que é importante fazer essa checagem para que eles reflitam sobre a importância de analisar os argumentos, verificando se estão construídos baseados em dados verdadeiros.

Quanto à segunda questão do boxe, os estudantes poderiam, por exemplo, dizer que fariam perguntas sobre a condição emocional da atleta, tema que não foi incluído neste trecho do debate por ­nenhum dos comentaristas.

Atividade 1, item a.

Releia este trecho do primeiro comentário.

Coloquem apresentadores de TV e políticos (que falam muito bem, né?) para jogar tênis!

A frase "que falam muito bem, né?" contribui para a discussão do caso envolvendo Naomi? Justifique sua resposta.

1a. Não. É um comentário irônico sobre a habilidade de fala dos políticos, que não aprofunda a discussão sobre a situação vivida pela tenista.

1b. Essa sugestão é uma estratégia para mostrar que, assim como atletas não se sentem bem falando em público, apresentadores e políticos, que falam em público, não são bons jogadores de tênis.

1c. Ele afirma que alguém com privilégios não deveria ter depressão e ansiedade, considerando que algumas pessoas enfrentam dificuldades reais, como a obrigação de trabalhar muito ou de enfrentar uma guerra.

1d. O leitor não está discutindo a atitude de Naomi, mas, sim, rejeitando a possibilidade de que ela e outras pessoas com privilégios sofram de depressão e ansiedade, portanto está desconsiderando um fato e impondo uma opinião sem base.

Se eu quiser aprender mais

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Orientações didáticas

As atividades desta seção destacam características que contribuem ou não para que uma opinião seja considerada válida pelos interlocutores. Estão em foco algumas qualidades que levam os argumentos a receber atenção do ouvinte ou ser descartados rapidamente.

Sugerimos que as questões 1 e 2 sejam feitas oralmente para favorecer a troca de observações. Se julgar conveniente, solicite aos estudantes o registro das conclusões a que chegaram, após a discussão proposta em Fala aí!, na página 230. Depois, peça a leitura de alguns desses registros para que a turma comente sua precisão e completude.

2a. A erosão costeira que vem atingindo o distrito de Atafona, no Rio de Janeiro, o que leva a localidade a ser pouco a pouco engolida pelo mar.

2b. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam negativamente e justifiquem que a referência ao município paulista contribui para discutir a erosão costeira em geral, ampliando a discussão. Há uma conexão clara entre a informação que ele apresenta e a notícia que comenta.

2c. O perigo de se entrar na água, em virtude dos restos das construções, que podem ferir os banhistas.

Fala aí! Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes digam que o comentário sobre a erosão costeira se mantém conectado ao tema, favorecendo a aceitação da opinião expressa, e que os comentários da questão 1 desviam do tema, contribuindo pouco para a discussão.

Orientações didáticas

Questão 2 – O professor de Geografia pode ser envolvido na realização desta atividade, se você julgar pertinente. Avise-o de que haverá uma referência rápida ao caso de Atafona para que ele planeje uma ou mais atividades com seus estudantes. Caso desejem trabalhar em parceria, há boas reportagens sobre a região, que articulam resultado de pesquisa, depoimentos de moradores e fotografias documentais.

Questão 2b – Ajude os estudantes a observar que o comentário traz mais informações para a discussão.

Fala aí! – A discussão deve ser feita após a correção das atividades. Saliente aos estudantes que o comentário sobre a erosão costeira demonstra conhecimento sobre o assunto discutido. Já os comentários da questão 1 sobre Naomi ­Osaka desviam do tema ou partem de pressupostos equivocados.

1. O leitor utiliza os substantivos moça e tenista.

2. Ele emprega o adjetivo fenomenal.

3. Apenas moça precisaria ser modificada para exprimir o gênero masculino; tenista e fenomenal não se alterariam.

Falando sobre a nossa língua

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Orientações didáticas

No Capítulo 5, os estudantes estudaram grupos nominais, reconhecendo o substantivo como seu núcleo e verificando como ad­jetivos, artigos e numerais o modificam. Nesse processo, observaram o fenômeno da concordância, iniciando uma abordagem que agora se amplia com o estudo da flexão dos substantivos e dos adjetivos. A seção trata das noções de gênero e número, contem­plando aspectos relativos à estrutura das palavras, especificamente desinências e sufixos, ou à sua combinação. Também está em foco a variação de grau, considerando a maneira como se expressa e os valores que eventualmente adquire.

Sugerimos, como estratégia, que você escolha um texto que possa interessar a seus estudantes e, com eles, o examine para verificar as flexões de gênero e de número e eventuais palavras e construções que expressem grau. Outra possibilidade é, com o mesmo objetivo, explorar os comentários de leitor que aparecem ao longo da seção. Se preferir, pode, ainda, solicitar que iniciem o estudo realizando as atividades e recorrendo à exposição teórica, se necessário.

Se achar conveniente, no final do estudo, após a correção das atividades, solicite aos estudantes que façam uma leitura atenta da exposição e preparem-se para apresentar suas dúvidas. Optamos pelo detalhamento de informações considerando que os estudantes, em geral, não dispõem de uma gramática, cabendo ao livro didático oferecer material que sistematize o conteúdo e permita consultas básicas.

Começando a investigação – Questão 1 – Caso os estudantes apontem a expressão ser humano, explique que ela é formada pelo substantivo ser + o adjetivo humano.

Orientações didáticas

Se considerar conveniente, cite a classificação dos substantivos uniformes. Os três conjuntos de palavras exemplificam, respectivamente, os substantivos sobrecomuns, os epicenos e os comuns de dois gêneros. Optamos por privilegiar a observação de que a noção de gênero se manifesta de maneira bastante variada no conjunto dos substantivos.

Flexão de número – Ao explorar com os estudantes o boxe sobre a flexão de número e gênero, chame a atenção deles para o fato de que a norma-padrão preconiza a concordância em gênero e número entre o substantivo e os termos que o modificam, inclusive o adjetivo. Esse tipo de concordância vigora nas variedades urbanas de prestígio e é estudado na escola para que possa ser usado nas situações formais, que exigem maior monitoramento. Reforce a ideia de que conhecer certos usos amplia a possibilidade de participação em mais práticas sociais.

1. O comentário descreve, por meio do relato pessoal, como era Atafona antes de ser severamente afetada pela erosão costeira.

2. A imagem de uma cidade pequena e bonita, com boas praias e cheia de casinhas de veraneio.

3. Ele usou a palavra cidadezinha.

4. A palavra cidadezinha sugere não só tamanho, mas também afeto, carinho.

Orientações didáticas

Variação de grau – O grau é um fenômeno associado à semântica. Expressam-se, por meio dele, não apenas a noção de tamanho, mas também de avaliação e intensidade, entre outros. Se desejar conhecer mais sobre o tema, sugerimos a leitura de O grau em perspectiva: uma abordagem centrada no uso (São Paulo: Cortez, 2015.), do professor José Romerito Silva.

Mostre aos estudantes que, ao se fazerem acréscimos para formar o aumentativo ou o diminutivo dos substantivos, podem ser necessárias acomodações gramaticais, como em boquinha, em que o c de boca se transforma em qu.

1a. A palavra grama também designa ervas que formam jardins, pastagens etc.etcétera

1b. Ela empregou o artigo o antes de grama.

1c. Passou quatrocentos gramas.

1d. Não. Caso o excesso fosse de cem gramas, não haveria distinção entre masculino e feminino.

1e. Feminino: a alface, a cal; masculino: o dó, o eclipse.

1f. Não. A irritação veio também do fato de a mulher não ter aceitado a quantidade de carne que excedeu o pedido.

1g. Sim. O termo guspir não existe nos dicionários da Língua Portuguesa nem no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (ABLá bê éli).

1h. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

2a. A descoberta de um cadáver bastante preservado em um convento francês em 2014.

2b. O título traz o termo cadáveres, cujo plural sugere a existência de vários casos.

2c. “Embora pareça estranho, não é o primeiro caso de um cadáver encontrado em estado de conservação extraordinário.”

2d. Arqueólogos, Jacobinos, restos, anos, músculos, órgãos.

2e. Escavação (escavações); órgão (órgãos).

2f. O prefixo in- tem valor de negação (não crível, inacreditável). A palavra foi usada para destacar o caráter incomum dos cadáveres mencionados, que não se decompõem como os demais.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Fala aí! – Podem ser citadas discussões ofensivas no trânsito, por exemplo. Enfatize aos estudantes que, em uma sociedade saudável, as pessoas procuram agir com tolerância e de modo condizente com a civilidade e a boa educação. Essa é uma forma de evitar situações de violência, que geram consequências negativas para todos.

Orientações didáticas

Investigando mais – Questão 1a – Comente com os estudantes que o significado de alguns substantivos muda conforme o gênero, como ocorreu com o grama – a grama. Pergunte se conhecem outros exemplos. Eles podem citar, por exemplo: o caixa – a caixa; o lotação – a lotação; o capital – a capital; entre outros.

Questão 1c – Comente com os estudantes que a concordância em “Passou duzentos gramas” não segue a norma-padrão e pergunte por quê. Os estudantes devem observar que o sujeito duzentos gramas está no plural e passou no singular. Mencione que a posição do verbo antes do sujeito pode explicar esse desvio: temos mais facilidade em estabelecer a concordância quando o sujeito está antes do verbo.

Questão 1g – Comente com os estudantes que, apesar da inexistência da palavra guspir no dicionário, seu uso é constatado na fala como variação popular em situações informais.

Questão 1h – A pergunta permite retomar a noção de adequação linguística e de preconceito linguístico. Espera-se que os estudantes mencionem que a interação em uma situação de compra como essa não exige um alto monitoramento da língua e que a correção por parte da cliente pode provocar a intimidação do funcionário. Ajude-os a perceber que muitas pessoas acabam ficando com receio ou vergonha de usar a língua em certas ocasiões porque temem “falar errado”. Amplie a discussão, perguntando se, na opinião deles, a correção se justifica em alguma situação. Eles devem perceber que se justifica, por exemplo, na escola, que é um ambiente dedicado à aprendizagem, ou no trabalho, quando visa a ajudar alguém a se comunicar de modo mais adequado às interações de que precisa participar. Nesses casos e em outros semelhantes, é sempre muito importante que a correção seja feita de modo delicado e respeitoso. Ressalte que o preconceito linguístico tem um efeito muito negativo porque contribui para silenciar alguns grupos sociais e reforçar preconceitos, o que não é aceitável.

2g. Cadáver; incrível. O plural da primeira foi formado com o acréscimo de -es, e o da segunda, com a troca de -l por -is.

3a. A primeira pergunta expressa um convite; a segunda interpreta uma suposta reação do leitor.

3b. O grau diminutivo.

3c. O diminutivo, nesse caso, tem valor afetivo, com a intenção de tornar o convite mais amável.

3d. São desenhos em sequência, geralmente usados em narrativas como as tirinhas.

4a. Grau aumentativo. Ele expressa a qualidade excepcional do gol.

4b. Antológico significa “histórico, memorável”. O uso do adjetivo confirma a opinião favorável expressa pelo grau aumentativo em golaço.

5a. O substantivo geraçãozinha. O grau expressa desprezo, desdém.

5b. O adjetivo fraca, nesse contexto, também tem valor negativo. Está sendo usado para depreciar a geração de que fala o autor do comentário.

Desafio da linguagem. Resposta pessoal. Sugestão: Achei que o personagem é um heroizinho muito sem graça. / Essa empresa só vende carrões!

Orientações didáticas

Questão 3c – É provável que os estudantes intuam esse valor, mas não saibam expressar essa ideia. Outras formulações são possíveis, mas procure apresentar à turma o conceito de valor afetivo, pois ele será útil em análises futuras.

Questão 3d – Comente com os estudantes que alguns sufixos que costumam indicar grau aumentativo e grau diminutivo podem criar palavras novas. Por exemplo, bandeirinha é o assistente de um árbitro de futebol, e filhote, a cria dos animais.

Questão 5b – Aproveite a atividade para avaliar a leitura. Verifique se há estudantes relacionando fraca apenas a uma noção física, associada a uma suposta ideia de tamanho expressa por geraçãozinha. Se houver, recolha o caderno dos estudantes para verificar como têm respondido às questões e se estão conseguindo anotar adequadamente as correções. Planeje mais atividades de leitura e acompanhe de perto o desenvolvimento dos estudantes.

Desafio da linguagem – Trata-se de uma atividade de consolidação. Peça aos estudantes que troquem os cadernos para que um colega confirme se o valor pretendido foi expresso pela variação de grau. Eles devem recorrer a você caso discordem da avaliação.

6a. Sugestão: Muito importantes; importantes demais.

6b. Muito boa.

6c. Sugestão: Incrível, excelente, magnífica, extraordinária.

6d. Lili se valeu de emojisemôjis, figuras que expressam emoções.

6e. Na notícia mais que ótima, repete-se o ponto de exclamação quatro vezes, sugerindo uma fala ainda mais eufórica do que a expressa pelos dois pontos de exclamação que caracterizam a notícia ótima.

6f. Verde, escorregadio, venenoso e redondo descrevem características de algo (uma espécie de sapo, por exemplo), enquanto importantíssimas, ótima, ruim e horrível revelam opiniões.

6g. O texto é um e-mailimêiou destinado a uma amiga, a quem ela conta situações íntimas, portanto não se justifica o uso formal da língua.

6h. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que a continuação mostrará a frustração dos planos de Lili, já que ela antecipou que haveria também as notícias “ruim” e “horrível”, além de anunciar, no campo do assunto, que os beijos esperados não acontecerão.

Meu comentário de leitor na prática

BNCCBê êne cê cê em foco

Orientações didáticas

A ação argumentativa é explorada desde o início do volume, em atividades orais que instigam a expressão de um posicionamento e a justificativa dele. Neste capítulo, ela é privilegiada em razão do gênero e se comunica com as práticas contemporâneas pertinentes à comunicação nas redes sociais e no campo jornalístico-midiático.

A atividade será feita em duas etapas: na primeira delas, os estudantes produzirão, individualmente, comentários baseados em uma reportagem. Experimentarão os processos de planejamento, elaboração, revisão, avaliação, reelaboração e divulgação entre pares. Na segunda etapa, eles produzirão comentários em grupo e um deles será postado em área reservada ao leitor em sites noticiosos, jornais ou revistas on-line. Para que essa exploração seja possível, os estudantes precisam interagir com material jornalístico divulgado no próprio dia ou nos dias anteriores, portanto será preciso que você organize a atividade, conforme as orientações a seguir.

1. Selecione, preferencialmente em publicações on-line, notícias e reportagens adequadas à faixa etária e com espaço para publicação de comentários, sem exigência de assinatura.

2. Providencie cópias desse material ou permita que os estudantes o acessem usando equipamentos da escola ou próprios.

3. Após a elaboração do comentário e eleição daquele que representará a turma, poste-o, se possível mostrando o processo aos estudantes.

4. Acompanhe a inclusão do comen­tário e selecione outros comen­tá­rios da página, com opiniões semelhantes ou diferentes das que a turma formulou e que tenham boa sustentação, e leia para que os estudantes percebam o contexto em que seu comentário está sendo lido pelos demais leitores.

5. Verifique se o comentário recebeu respostas e, se forem interessantes e respeitosas, leia-as para a turma.

6. Verifique se houve “curtidas” no comentário.

Nossa sugestão propõe a filtragem dos comentários a serem mostrados para a turma, considerando, de um lado, a faixa etária e, de outro, o ambiente nem sempre cordial que tem cercado as interações. Não obstante, vale a pena verificar se o conjunto é adequado e produtivo e, se for, procurar formasfórmas de projetá-lo para tornar a experiência mais efetiva. Considere, ainda, a possibilidade de tentar a publicação do comentário em jornais impressos.

Orientações didáticas

Avaliando minha produção – Op­tamos pela autoavaliação para reforçar procedimentos de revisão e ampliar a autonomia dos estudantes.

Orientações didáticas

Divulgando meu comentário de leitor – Além de permitir a circulação dos textos, esta etapa reforça a ação argumentativa ao propor uma análise do efeito dos argumentos, relacionando-os com outros. Além disso, reafirma a importância da leitura crítica ao orientar os estudantes a checar e descartar o que não podem comprovar. Sugerimos que você chame um integrante de cada grupo para apresentar, no final da atividade, o resultado da discussão: hierarquização dos argumentos e possibilidade ou não de consenso. Conforme as apresentações forem se sucedendo, faça comentá­rios estabelecendo relações ­entre as ideias apresentadas pelos grupos: similaridades e divergências.

1. Não. As informações são precisas, especificando detalhadamente as orientações, como é possível perceber na delimitação do lado da via que pode ser utilizado, por exemplo.

2. O tempo verbal predominante é o futuro. Exemplos: obedecerá, far-se-á, deverá.

Forafóra da caixa

BNCCBê êne cê cê em foco

Orientações didáticas

Nesta seção, os estudantes mobilizarão conhecimentos prévios acerca do gênero regulamento e criarão um texto para moderar comentários no blog da turma. Dentro do esperado para o 6º ano, a discussão deve pôr em pauta valores democráticos, que valorizem a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, coíbam manifestações de intolerância e ódio.

Etapa 1 – Antes de iniciar a atividade, convide os estudantes para conversar sobre os regulamentos: qual é a finalidade de um regulamento? Por que e para que é criado um texto como esse? Como costuma ser sua organização? Quais regulamentos foram estudados durante o ano? A turma estudou um trecho do Código Brasileiro de Trânsito e outro do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor.

O trecho do regulamento com regras de trânsito, reproduzido na seção, já foi estudado no ­Capítulo 6. Retome, com base nele, recursos empregados para marcar obrigatoriedade e permissibilidade e reforce a expectativa de uso de linguagem formal, examinando algumas de suas marcas, como o vocabulário preciso.

Orientações didáticas

Etapa 2 – Incentive a troca de ideias e a participação. Faça perguntas que levem os estudantes a refletir sobre as relações entre a moderação e a liberdade de expressão para que compreendam que a liberdade de opinião não dispensa o respeito aos direitos humanos. Faça-os considerar o contexto em que o regulamento será aplicado – relação entre colegas de turma em um ambiente que precisa gerar confiança e permitir o confronto respeitoso de opiniões.

Etapa 3 – Se for possível projetar o texto enquanto é produzido, convide um estudante para registrar as decisões da turma, fazendo a primeira versão do texto. Depois, na fase de revisão, assuma o processo para agilizá-lo. A revisão deve ser feita contando com a ajuda da turma.

No momento da produção do texto, oriente o uso da modalização, levando os estudantes a observar os recursos que empregam para indicar o que é permitido e o que é proibido.

Publique o regulamento no blog da turma e providencie uma cópia dele para manter na sala de aula. Comente com os estudantes que o regulamento criado será apresentado para os estudantes que chegarão ao 6º ano no ano seguinte e os ajudará a saber o que postar no blog até que criem seu próprio regulamento. Além disso, seguirá com a turma para o ano seguinte. Nossa sugestão é que o regulamento produzido pelo 6º ano A atual, por exemplo, seja, no próximo ano, herdado pelo novo 6º ano A e levado para o 7º ano A, e assim também com as demais turmas. Ainda que os estudantes sejam redistribuídos na passagem do ano letivo, haverá o reconhecimento da circulação efetiva do texto.