Capítulo 5 – Opinar com consistência

Como saber se um filme, livro, game, álbum musical vai nos agradar? Neste capítulo, falaremos desse tipo de decisão.

E se a gentereticências

reticências opinasse sobre esta agá quê?

Conheça parte da agá quê Astronauta: Magnetar. Parece interessante?

Página de história em quadrinhos, formada por quatro quadros. As cenas são no espaço sideral; predominam os tons de azul. Quadrinho 1: Astronauta com roupa espacial e capacete arredondado transparente. Com uma mão, ele carrega uma haste comprida e com a outra, uma caixa. Ao redor dele, diversas pedras flutuando. Ao fundo, uma nave circular pousada. O Astronauta diz: ACHO QUE, DEPOIS DESSA DESCIDA, POSSO COMEÇAR A INSTALAR OS SENSORES. Em um retângulo, outra fala: ZZZZ... SHH... INTERFERÊNCIA... COMUNICAÇÃO... PSHHH... O Astronauta diz: OK, ENTENDIDO. É EFEITO DO MAGNETAR. MESMO COM O COMUNICADOR ABERTO, VAI SER DIFÍCIL FALAR. Quadrinho 2: Entre as pedras flutuantes, o Astronauta olha para cima, na direção de um foco espiral luminoso. Ele diz: INCRÍVEL. PARECE UM GIGANTESCO DIAMANTE! SOU O PRIMEIRO HUMANO A PRESENCIAR ISSO AO VIVO! Quadrinho 3: O Astronauta, abaixado, coloca a caixa na superfície. Ele diz: BEM, AO TRABALHO. ESSES SENSORES NÃO VÃO SE INSTALAR SOZINHOS. COM OS DADOS COLETADOS, VAMOS APRENDER MUITO SOBRE MAGNETARES E, QUEM SABE, ATÉ PREVER SUAS EMISSÕES DE RADIAÇÃO. Quadrinho 4: Destaque para o rosto do Astronauta dentro do capacete. Ele é loiro, tem queixo quadrado e nariz fino. Continua dizendo: UM PRONTO. AGORA, SÓ FALTAM 29.
Respostas e comentários

CAPÍTULO 5

Leia sobre o percurso de aprendizagem proposto para este capítulo na parte específica deste ême pê.

E se a gentereticências opinasse sobre esta agá quê?

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 3 e 4.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 2, 3, 5, 6, 7 e 9.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero seis, ê éfe seis nove éle pê quatro cinco, ê éfe seis nove éle pê quatro seis e ê éfe seis sete éle pê dois oito.

Orientações didáticas

O objetivo desta seção é que os estudantes façam uma análise apreciativa de uma agá quê, valendo-se de critérios e de procedimentos que já dominam. Adiante, eles lerão uma resenha crítica escrita e assistirão a uma resenha em vídeo sobre a mesma obra. É nossa intenção didática chamar a atenção dos estudantes para alguns dos primeiros movimentos que fazemos ao construir uma opinião.

Continuação. Página de história em quadrinhos formada por seis quadros. Quadrinho 5: Ainda abaixado, com a mão nos equipamentos, o Astronauta diz: MAIS UM... Quadrinho 6: Abaixado, instalando outro equipamento longe do anterior, ele diz: MAIS UM... Quadrinho 6: O Astronauta está no alto de uma grande pedra. Ao redor dele muitas outras menores, flutuando. Diversos aparelhos estão instalados e brilhando. Quadrinho 7: O Astronauta ouve um barulho: CRZZZ... ASTRZZZ PZZZ... Com as mãos em uma haste com a ponta ramificada e estruturas circulares, ele diz: ESPERE, COMPUTADOR, ESTOU FIXANDO O SENSOR PRINCIPAL. ISSO DEVE MELHORAR A RECEPÇÃO. Quadrinho 8: A haste está brilhando intensamente. Um barulho: BEEP! Quadrinho 9: Destaque para o rosto assustado do Astronauta. Ele está iluminado por um intenso clarão. Alguém fala com ele: ASTRO, RETORNE AGORA MESMO PARA A NAVE. ESTOU CAPTANDO NÍVEIS MUITO ELEVADOS DE ATIVIDADE VINDOS DO MAGNETAR.
Continuação. Página de história em quadrinhos formada por seis quadrinhos. Quadrinho 10: A voz continua dando informações: AS LEITURAS APONTAM QUE VOCÊ ESTÁ BEM NO CAMINHO DE UMA DESCARGA MORTAL! Correndo, o Astronauta repete: DROGA! DROGA! DROGA! DROGA! Quadrinho 11: Com os olhos arregalados, dentes cerrados e suor na testa, ele pensa: QUE OUTROS EXPLORADORES SE VIRAM NESSA SITUAÇÃO, DE ESTAR FRENTE A FRENTE COM O DESASTRE E A PERCEBER QUAL FOI O SEU ERRO FATAL? A voz fala com ele: MAIS RÁPIDO, ASTRO! Ele então continua pensando: EU DEVIA TER AFIXADO A ANTENA PRIMEIRO! AÍ, TERIA COMUNICAÇÃO COM A NAVE! UM DESCUIDO IDIOTA... QUE PODE ME CUSTAR A VIDA! Quadrinho 12: A voz avisa: ASTRO, SE VOCÊ NÃO FOR MAIS RÁPIDO, NÃO CHEGARÁ A TEMPO NA NAVE! Ainda correndo, ele continua pensando: NO MAR, A FALTA DE ATENÇÃO A UM DETALHE PODE PÔR TUDO A PERDER. E, COMO O MAR, O ESPAÇO NÃO PERDOA! A voz continua informando: SENSORES INDICAM PICO DE ENERGIA SE FORMANDO NA SUPERFÍCIE DO MAGNETAR. Quadrinho 13: Destaque para o rosto apavorado do Astronauta. Os olhos brilham arregalados, o suor escorre pelo rosto e os dentes estão cerrados. A voz continua: ONDA DE RADIAÇÃO EM T MENOS 5... Ele pensa: NUNCA VOU CHEGAR À NAVE A TEMPO. PENSE! Quadrinho 14: Correndo, o Astronauta pensa: A RADIAÇÃO VAI CHEGAR AQUI SEGUNDOS DEPOIS DE DEIXAR A SUPERFÍCIE, E ESTE TRAJE NÃO AGUENTA UMA EMISSÃO DIRETA TÃO GRANDE. PENSE! PENSE! A voz continua informando: ONDA DE RADIAÇÃO EM T MENOS 3... Ele então continua com o pensamento: PENSE! Quadrinho 15: Destaque para um dos olhos do Astronauta. Ele continua: PENSE!
Continuação. Página de história em quadrinhos formada por dois quadros grandes. Quadrinho 16: O Astronauta está no topo de uma grande pedra. Várias outras flutuam ao seu redor. Há diversos raios brancos. A voz informa: T MENOS ZERO, IMPACTO IMINENTE. O Astronauta pensa: ALGUMAS DECISÕES, VOCÊ TOMA NUMA FRAÇÃO DE SEGUNDO, SEM TER TEMPO DE CONSIDERAR AS SUAS CHANCES. IMPRENSADO ENTRE A ONDA RADIOATIVA E O ASTEROIDE... Quadrinho 17: O Astronauta voa rapidamente, escapando da pedra onde estava. Ele continua pensando: ... VOU TENTAR SAIR DO CAMINHO DA ONDA!

. Astronauta: Magnetar. São Paulo: gréfiqui ême ésse pê, 2012. página 16-19.

  1. Produza em seu caderno um comentário opinativo sobre essa história em quadrinhos, deixando claro se você se interessou ou não por ela. Escreva as suas primeiras impressões, considerando o texto verbal, as imagens, as cores, o formato dos quadrinhos e outros detalhes que chamaram a sua atenção.
  2. Seguindo a orientação do professor, troque seu comentário com mais três colegas. A ideia é que vocês comparem as impressões. Será que, de maneira geral, elas são próximas? Ou algum colega registrou opinião divergente da dos demais?

Sabia?

Você já viu o personagem Astronauta nas revistas da Turma da Mônica? Ele foi criado por Mauricio de Sousa em 1963, dois anos após Iuri Gagarin, astronauta soviético, fazer o primeiro voo espacial da história.

O personagem era um fazendeiro, mas, por se chamar Astronauta Pereira, foi levado, por engano, para viagens espaciais. No começo, ele não estava preparado para as aventuras em foguetes e em outros planetas, mas, por ser bastante inteligente e habilidoso, logo se habituou à nova vida, embora se sinta solitário durante as expedições.

Ilustração. Astronauta Pereira da turma da Mônica. Ele tem o cabelo loiro e arrepiado e olhos grandes. Está dentro de um traje arredondado e azul com um capacete grande e transparente. No topo, uma pequena antena. As partes do traje que cobrem braços e pernas são amarelas.
Personagem Astronauta, da Turma da Mônica.
Respostas e comentários

1 e 2. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 1 Convide os estudantes a realizar a leitura da agá quê de maneira individual e bastante atenta, a fim de levantar dados e construir sua argumentação, que deverá ser escrita no caderno. Essa é uma experiência introdutória ao estudo de textos opinativos, como a resenha crítica.

Questão 2 Ao compartilharem os textos que escreveram, os estudantes têm a oportunidade de conhecer outros recursos para elaboração de um texto opinativo.

Proporcione um momento de conversa coletiva para que essas observações sejam compartilhadas. Convide estudantes que manifestaram opiniões divergentes das dos demais para expor seu posicionamento. É interessante que notem que, sendo individuais e particulares, as apreciações costumam evidenciar divergências. Considerando o conjunto de opiniões, peça aos estudantes para concluírem se houve boa aceitação da obra. Pergunte, por fim, se há, na turma, fãs de agá quês e de ficção científica. Eles podem falar do tipo de obra que costumam ler e comparar com a agá quê Astronauta: Magnetar. É uma oportunidade para realizar a exposição de interesses e o reconhecimento de afinidades.

Sabia? – Comente com os estudantes que Astronauta: Magnetar é a primeira produção do projeto Graphic, dos estúdios do cartunista brasileiro Mauricio de Sousa. O projeto propõe que as histórias dos personagens desse cartunista sejam recontadas por artistas nacionais consagrados, que imprimem a elas os seus estilos próprios.

Leitura 1 RESENHA CRÍTICA

Você pôde ler parte da agá quê Astronauta: Magnetar. Foi o suficiente para saber se ela é realmente interessante? Você conseguiu decidir se valeria a pena dedicar seu tempo à leitura completa?

Existem textos que são escritos justamente para auxiliar o leitor na escolha de livros, espetáculos teatrais, games, filmes, álbuns musicais etcétera O texto a seguir foi produzido com esse objetivo.

Resenha: “Astronauta – Magnetar” de Danilo beirute e cris péter

Enquanto faz a pesquisa de um magnetarglossário , o Astronauta acaba se envolvendo em um acidente que acaba destruindo a sua nave. Ele vai precisar de toda a sua perseverança e conhecimentos para sobreviver ao fato de ter se tornado um náufrago no espaço.

Quadro de história em quadrinhos. Nele, o Astronauta projeta seu corpo na direção do espaço. Abaixo dele, um intenso foco de luz e pedras flutuando.
Reprodução de quadro da HQ Astronauta: Magnetar.

Sinopse:

O Astronauta, personagem que singraglossário o espaço sideral sozinho em sua nave há anos, visita uma galáxia distante para estudar um magnetar, uma estrela de nêutronsglossário que possui um campo magnético estimado em 1 bilhão de teslasglossário . Mas ele comete um erro que pode custar sua vida. Agora, com a nave danificada e sem comunicação, ele está “náufrago no espaço” e precisa encontrar uma fórma de escapar antes de ser derrotado pela insanidade que insiste em tomar sua mente. E a saída pode estar em aliar a tecnologia aos ensinamentos de seu velho avô, há tanto tempo falecido.

Respostas e comentários

Leitura

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 3, 4, 6, 7 e 9.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 4, 5 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê um seis, ê éfe seis nove éle pê um sete, ê éfe seis nove éle pê quatro cinco, ê éfe seis sete éle pê zero cinco, ê éfe seis sete éle pê zero seis, ê éfe seis sete éle pê zero sete e ê éfe zero sete éle pê um quatro.

Orientações didáticas

Existem diversos tipos de resenha (informativa, acadêmica etcétera), mas, em geral, o termo resenha refere-se à resenha crítica. Observamos que os textos do gênero descrevem e avaliam objetos artísticos. A seleção deles, na coleção, não tem o objetivo de propaganda.

A resenha de Astronauta: Magnetar emprega termos e expressões que não são familiares aos estudantes. Sabemos que alguns deles poderão ter dificuldade para lidar com textos que representem um desafio em relação às suas experiências anteriores de leitura, mas entendemos que é necessário criar situações de enfrentamento da dificuldade para que possam encontrar procedimentos de leitura adequados à situação e tornar-se mais receptivos a um universo maior de textos.

Sugerimos que a resenha seja lida em partes: título, linha fina e sinopse; parágrafos 1 a 3; parágrafos 4 a 7. A leitura pode ser individual, com apresentação de paráfrase, feita por um ou mais estudantes, no final de cada parte. Pergunte aos estudantes se estão compreendendo o texto e se o glossário está sendo suficiente para explicar as palavras que não conhecem. Caso indiquem que não compreendem as explicações ou que há outras palavras desconhecidas, solicite ajuda de outros estudantes, que podem expor os significados, bem como suas estratégias para descobri-los. Explique a eles que nem sempre todas as informações de um texto são compreendidas em uma primeira leitura e que alguns textos são mais desafiantes por seu vocabulário, tema ou extensão. É preciso aprender a enfrentá-los.

Após finalizar a leitura, proponha uma conversa sobre as impressões iniciais acerca de como o resenhista escreve. É interessante que os estudantes percebam que o autor do texto conhece bem agá quês e ficção científica e escreve para um público que, aparentemente, também domina esse universo. Ainda assim, parte significativa do que explica é bastante acessível.

Pergunte aos estudantes se, na opinião deles, o texto cumpriu sua função de orientar a escolha do leitor quanto a ler ou não Astronauta: Magnetar. Questione, por fim, os estudantes que não mostraram interesse pela agá quê: caso tivessem lido antes a resenha, ela teria feito com que eles entrassem em contato com a agá quê?

O objetivo da conversa pós-leitura é destacar alguns elementos do gênero e manter os estudantes conectados com a sequência didática.

Apesar de esta ser a quarta Graphicglossário que eu leio, cronologicamente ela foi a primeira. E eu demorei um pouco para pegá-la porque sou um enorme fã de ficção científica. Vários colegas tinham me dito que Astronauta era uma das melhores gréfics da série por conta do roteiro de Danilo beirute. Me preocupei com o fato de ir a uma agá quê com muito hypeglossário e acabar me decepcionando ou esperando mais do que ela poderia prometer. Deixei o hype arrefecerglossário e então finalmente peguei para ler. E não me arrependi nem um pouco. A narrativa de beirute entrega para o leitor tudo o que alguém que curte scifiglossário poderia esperar: altas ideias, uma narrativa tensa e pequenos easter eggsglossário colocados aqui ou ali. Terminei a história bastante satisfeito.

A narrativa é bem simples e direta e nos coloca ao lado do Astronauta, que está explorando um magnetar, um fenômeno espacial nunca antes visto por um explorador. Algo que é derivado de uma estrela de nêutrons. Ele pousa sua nave em um dos asteroides de gelo maiores e começa a posicionar instrumentos de medição por vários locais de fórma a obter leituras e realizar pesquisas. Só que a estrutura instável do magnetar faz com que esta seja uma missão arriscada. E, em algo imprevisto pelo Astronauta, um enorme menirglossário cai em cima de sua nave, danificando-a de fórma fatal. Sem nave, sem ter como entrar em contato com alguma missão de resgate, o Astronauta vai precisar de todas as suas forças para sobreviver em um ambiente hostil.

Quem gosta de exploração espacial vai ter um prato cheio com esse quadrinho. É importante destacar que a história é bem fácil de ser compreendida e mesmo os altos conceitos são bem explicados ao longo da história. O leitor não se sente perdido sendo que mesmo quem não é fã do gênero pode gostar do que está sendo lido. fóra que essa é uma narrativa bastante humana que vai se debruçar sobre sentimentos de solidão e saudade diante de um homem que abandonou várias coisas na Terra para se dedicar a uma vida no espaço. Mais do que explorar lugares inacreditáveis, vamos analisar o quanto a relação com outras pessoas é importante para manter nossos pés no chão. Não se deixem levar por todo o pano de fundo de ficção científica; é uma história sobre sentimentos, sobre o quanto algumas pessoas preenchem um vácuo em nossos corações. Tem alguns momentos desesperadores da história em que nos perguntamos se o Astronauta vai conseguir sair ileso de toda essa experiência. A narrativa de beirute consegue nos deixar sempre nos nossos calcanhares e desejando virar a página para saber o que irá acontecer a seguir.

A arte [a seguir] mostra um pouco do que podemos esperar na agá quê. A arte do beirute é bem polida e ele consegue nos ilustrar um personagem expressivo e que demonstra seus sentimentos através

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Easter egg, expressão utilizada no primeiro parágrafo, pode ser uma referência a outra produção (por exemplo, uma imagem de um filme que aparece ao fundo em uma cena de outro filme), ou uma mensagem secreta em um jogo, que só é revelada depois que o usuário digitar algum código, entre outras possibilidades. Esse termo vem da tradição estadunidense da caça aos ovos, em que as famílias escondem os ovos de Páscoa das crianças e incentivam-nas a procurá-los, às vezes criando pistas a serem desvendadas. Em plataformas de vídeos, é possível encontrar alguns que mostram esse recurso em animações. Verifique a possibilidade de assistirem juntos a alguns deles.

de seus gestos, expressões faciais e corporais e de sua interação com o ambiente. Se estou falando do design do personagem, que faz jus à criação de Mauricio de Sousa, preciso comentar também sobre o cenário que ele cria. É absolutamente insano, repleto de tudo aquilo que um fã de ficção científica saliva por ver. Ele conseguiu criar algumas cenas lindíssimas com explosões de asteroides, os mistérios do espaço ou até mesmo quando ele começa a imaginar coisas em sua mente. Algumas das splash pagesglossário apresentadas são inacreditáveis e atestam a qualidade da penaglossário de beirute.

Quadro de história em quadrinhos. Astronauta segurando um equipamento comprido com ramificações e estruturas circulares na ponta. Atrás dele, uma luz intensa em tons de amarelo.
Reprodução de quadro da agá quê Astronauta: Magnetar.

Gostei também da quadrinização do artista que varia bastante por toda a história. Em momentos mais calmos ele emprega a quadrinização tradicional com 5 a 8 quadros, mas quando ele precisa apresentar alguma cena mais insana, ele não se arroga de empregar quadrinizações exóticas ou experimentalismos. Um exemplo bem legal é quando ele demonstra a passagem do tempo para o Astronauta quando ele se vê sem saída. Ele cria uma rotina diária de 9 quadros, cada uma com uma ação. Inicialmente essa sequência se desdobra em uma página inteira. Aos poucos ele vai reduzindo essa cena para que caibam mais delas em uma página. Isso até ele criar todo um mosaicoglossário com repetições ad infinitumglossário dessa rotina. O efeito disso é nos mostrar algo tedioso e monótono, demonstrando a decadência do personagem à medida que ele percebe o quanto essa rotina parece não ter fim.

A colorização da cris péter também está lindíssima. Ela conseguiu colocar vivacidade nas cenas criadas por beirute. O emprego de uma palhetaglossário focada no azul, no rosa e no amarelo ajudou a dar um grau ainda maior de insanidade ao que está sendo apresentado em cena. Só que a cena que mais me agradou e que mostra a potência das cores da cris péter é uma que se passa na mente do Astronauta.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Ao utilizar o verbo arrogar-se, no quinto parágrafo do texto, o autor provavelmente pretendia exprimir que o quadrinista Danilo beirute não se furtou de “empregar quadrinizações exóticas ou experimentalismos”, enfrentando e tomando para si o desafio. Arrogar-se, por sua vez, significa “tomar como seu”, “atribuir a si”.

São quatro quadros em widescreenglossário em uma que nos apresenta o Astronauta perseguindo uma pessoa. A cada quadro, ele aparece mais próximo do seu objetivo. O uso da cor rosa dá um ar de abstração necessária para compreendermos que aquilo não se passa no mundo real, mas no subconsciente de um personagem afetado por tudo aquilo que está acontecendo ao seu redor.

reticências

Consegui me divertir bastante com Astronauta – ­Magnetar e realmente foi uma das melhores gréfiqui ême ésse pê que eu li. Principalmente por eu ser fã de ficção científica e de o autor ter pirado bastante nas cenas e nos conceitos. Mas, muito mais do que ser uma história que explora o espaço e seus fenômenos maravilhosos, esta é a história de um homem que está há muito tempo longe de seus paresglossário . E ele começa a se questionar se esta foi uma escolha certa e o que ele precisou sacrificar para poder alcançar os seus objetivos. Sem falar nas cores insanas empregadas pela cris péter.

Capa de história em quadrinhos. No centro, a imagem do Astronauta sentado dentro da nave segurando os controles. Ao fundo, estrutura da nave composta por hexágonos encaixados. Acima, o nome do autor e o título:  DANILO BEYRUTH, ASTRONAUTA II. Na parte inferior, o logotipo da editora.
Reprodução de quadro da agá quê Astronauta: Magnetar.

VINICIUS, Paulo. Resenha: “Astronauta – Magnetar” de Danilo beirute e cris péter. Ficções humanas: compartilhando o amor pela leitura. [sem local], [2010 década certa]. Disponível em: https://oeds.link/8keT5G. Acesso em: 4 abr. 2022.

DESVENDANDO O TEXTO

  1. O texto apresenta ao leitor informações sobre a agá quê Astronauta: Magnetar. Com base na leitura feita, responda ao que se pede.
    1. Caracterize o protagonista da agá quê.
    2. Qual é o problema que ele enfrenta e em torno do qual se constrói o enredo?
    3. Na linha fina, que aparece após o título, o personagem é definido como um náufrago. O que há em comum entre ele e um náufrago?
    4. Na sinopse, afirma-se que o personagem precisa lutar para não ser “derrotado pela insanidade que insiste em tomar sua mente”. Que condição do personagem é descrita nesse trecho?
    5. No segundo parágrafo, a palavra hostil é usada para descrever o ambiente. O que você imagina, estimulado por essa palavra?
  2. A resenha destaca o fato de que a narrativa não foca apenas o universo da ficção científica, mas principalmente questões humanas. Releia, a seguir, um trecho do terceiro parágrafo.
Respostas e comentários

Trata-se de um astronauta que viaja sozinho em missões intergalácticas.

1b. O personagem tem sua nave destruída e precisa encontrar uma maneira de se salvar.

1c. A palavra náufrago refere-se a uma vítima de acidente com embarcação, o que remete à situação vivida pelo Astronauta.

1d. O trecho sugere que a solidão e a situação perigosa perturbam o personagem e estão provocando desespero e loucura.

1e. Resposta pessoal. É possível que os estudantes associem a palavra a um lugar ruim, perigoso, que coloca a vida do personagem em risco.

reticências O leitor não se sente perdido sendo que mesmo quem não é fã do gênero pode gostar do que está sendo lido. fóra que essa é uma narrativa bastante humana que vai se debruçar sobre sentimentos de solidão e saudade diante de um homem que abandonou várias coisas na Terra para se dedicar a uma vida no espaço. Mais do que explorar lugares inacreditáveis, vamos analisar o quanto a relação com outras pessoas é importante para manter nossos pés no chão. Não se deixem levar por todo o pano de fundo de ficção científica; é uma história sobre sentimentos, sobre o quanto algumas pessoas preenchem um vácuo em nossos corações. reticências

  1. Segundo o resenhista, que sentimentos humanos estão em destaque na história?
  2. Que expressão usada pelo resenhista para comparar o universo da ficção científica e as relações humanas mostra que a agá quê privilegia o segundo?
  1. Além de abordar o enredo, o resenhista analisa os recursos visuais da agá quê.
    1. Segundo o autor, a arte de Danilo beirute é “polida”. Qual das palavras a seguir tem sentido equivalente a “polida”: correta, cortês, refinada ou linda?
    2. Para ele, o que torna a representação do personagem “polida”?
    3. O autor afirma que o cenário está “repleto de tudo aquilo que um fã de ficção científica saliva por ver”. Que palavra do trecho foi usada com sentido conotativo? Que palavra ou expressão de valor denotativo poderia substituí-la?
    4. Muitas agá quês são produzidas por um conjunto de profissionais. Além de Danilo beirute, que outro profissional participou dessa produção? Descreva sua função e a avaliação que recebeu do resenhista.
  2. Analise a relação do resenhista com o leitor.
    1. Transcreva as marcas de primeira pessoa presentes no primeiro parágrafo.
    2. Na sua opinião, que efeito é produzido pelo uso da primeira pessoa?
    3. Releia atentamente o último parágrafo. Algumas palavras sugerem que o autor se dirige, principalmente, a um público jovem. Identifique-as.

COMO FUNCIONA UMA RESENHA CRÍTICA?

Reflita um pouco mais sobre a resenha que você leu.

  1. As resenhas costumam ser escritas por conhecedores de um segmento cultural (literatura, games, teatro etcétera).
    1. A análise dos recursos visuais, que se estende do quarto ao sexto parágrafo, focaliza alguns elementos bem específicos. O que o resenhista analisa?
    2. Se alguém não habituado com o universo do gênero agá quê e da ficção científica lesse a resenha, poderia ter dificuldade para compreender o texto? Justifique sua resposta.
Respostas e comentários

A solidão e a saudade.

2b. A expressão mais do que.

Refinada.

3b. O autor afirma que o personagem é expressivo e que seus sentimentos são percebidos por meio dos gestos, expressões faciais e corporais e de sua interação com o ambiente.

3c. Saliva. Anseia, deseja muito.

3d. cris péter é a profissional responsável pela colorização, ou seja, pela aplicação de cores no desenho feito por Danilo. Segundo o resenhista, o trabalho dela não apenas contribui para a beleza como também ajuda a construir o sentido da narrativa. Suas cores ajudam, por exemplo, a distinguir momentos de vida real de outros que se passam na mente do personagem.

Pronomes: eu, me; fórmas verbais: leio, demorei, sou, preocupei, deixei, peguei, arrependi, terminei.

4b. Cria-se certa proximidade ou familiaridade entre o autor da resenha, que se expõe, e o leitor.

4c. Pirado e insanas.

Como funciona uma resenha crítica?

O resenhista analisa tecnicamente as ilustrações, a quadrinização e a colorização.

1b. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes confirmem a possibilidade de o leitor ter dificuldade principalmente por causa das informações e do vocabulário técnicos, específicos do universo das agá quês e da ficção científica, ainda que a maior parte do texto seja acessível. Apesar de haver palavras e expressões mais específicas no primeiro parágrafo, o restante da resenha apresenta o contexto da obra e traz linguagem mais acessível, permitindo boa compreensão por parte de outros leitores. É possível que alguns trechos sejam mais direcionados a um público-alvo no qual o resenhista se encaixa.

Orientações didáticas

Desvendando o texto – Questão 3d Reforce a informação de que as produções de agá quês podem resultar de trabalho setorizado: roteiro, desenho, colorização e letreiramento. Mencione que colorista é uma profissão.

Questão 4b – Comente com os estudantes que o uso da primeira pessoa reflete a intenção do crítico resenhista de buscar a confiança do leitor.

Como funciona uma resenha crítica? – Questão um á Aproveite a questão para reforçar que todos esses elementos são recursos da linguagem visual. Texto verbal, desenho, cor, traços e outros elementos constroem, de modo articulado, o sentido do texto.

  1. O gênero resenha prevê que o autor do texto explicite uma opinião.
    1. Qual expressão usada no primeiro parágrafo revela a opinião do resenhista sobre Astronauta: Magnetar?
    2. O resenhista apresenta uma experiência pessoal com o objetivo de valorizar a obra. Explique essa ideia com base no primeiro parágrafo.
    3. A opinião do resenhista foi sustentada com argumentos objetivos? Explique sua resposta.
    4. Os dados apresentados na resenha são suficientes para que você decida entre ler ou não ler a agá quê? Justifique sua resposta.
  2. Para organizar a exposição do conteúdo, algumas resenhas são ­divididas em partes, com subtítulos.
    1. Proponha uma divisão do texto em blocos, considerando o conteúdo desenvolvido nos parágrafos.
    2. Sugira títulos coerentes com cada uma das partes.
  3. No início do texto há uma sinopse, que também é um gênero textual que contribui para a seleção de obras. Que diferença você identificou entre a sinopse e a resenha?
  4. Alguns sites e blogs que publicam resenhas trazem classificações em fórma de ícones, geralmente usando a nota de um a cinco, conforme aumenta a qualidade. Veja a avaliação sobre a agá quê Astronauta: Magnetar, feita por Paulo Vinicius, que consta na resenha lida.
Captura de tela. Cada ilustração de coruja representa um ponto. Arte: cinco corujas. Personagens: cinco corujas. Enredo: cinco corujas.
Reprodução da avaliação do resenhista Paulo Vinicius sobre a agá quê Astronauta: Magnetar.
Você acha que a avaliação é coerente com o que foi expresso na resenha? Justifique sua resposta.

Fala !

Alguns leitores usam a classificação para decidir se lerão ou não a resenha e, por consequência, se conhecerão ou não o objeto cultural de que trata. Quais são as vantagens e as desvantagens de proceder assim?

Da observação para a teoria

O gênero textual resenha crítica tem como objetivo orientar o leitor quanto à decisão de conhecer ou não um objeto cultural: filme, exposição, livro, game, show, série, álbum musical etcétera As resenhas, geralmente escritas por especialistas ou conhecedores de determinado segmento, expõem o conteúdo do objeto cultural, comparam-no com outras produções do mesmo gênero (cinema, música, literatura etcétera), avaliam sua qualidade e argumentam para sustentar a opinião emitida.

Quando feitas para divulgação em publicações especializadas, que contam com um público iniciado naquela área cultural, as resenhas podem empregar vocabulário técnico e análises aprofundadas. Quando escritas para um público heterogêneo, oferecem linguagem e descrições mais acessíveis.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Henrique Sampaio e a resenha de games

 

Locutora: Você gosta de jogar videogame? Já pensou em escrever sobre aquele jogo que você adorou ou, então, sobre aquele outro que você não achou tão bom assim? Nesta entrevista, Henrique Sampaio discute sobre alguns aspectos relacionados à produção e à publicação de resenhas críticas de games.

Henrique é um dos criadores de um site independente especializado em conteúdos sobre games, como podcasts, vídeos e textos, que analisam jogos e o impacto cultural dessa indústria no Brasil e no mundo.

Henrique Sampaio: Eu me chamo Henrique Sampaio, eu sou jornalista de jogos desde 2004 aproximadamente. Sou formado em design digital – trabalhei inclusive nesse meio de design voltado à web durante algum tempo, mas eu sempre me foquei bastante na escrita sobre jogos. A crítica de jogos é um aspecto importante do jornalismo de jogos. Então, além de me considerar um jornalista que atua como jornalista, que faz entrevistas, que cobre eventos, que cobre notícias, que grava podcasts, eu também critico jogos. Com essa visão crítica eu exploro os aspectos técnicos, narrativos, concretos ou subjetivos de jogos.

Na minha carreira eu passei por diferentes portais de Internet.

Bem, a resenha, review ou a crítica nada mais é do que as avaliações de alguém que jogou um jogo sobre aquele jogo. Ele vai reparar nos aspectos técnicos do jogo, ele vai reparar nos aspectos artísticos, ele vai trazer um pouco à tona também a sua própria experiência com o jogo, porque jogos são mídias interativas, e às vezes a experiência de cada jogador é diferente da de outro jogador. A experiência de cada jogador é única. Então, isso acaba vindo à tona na crítica de jogos. Mas, em geral, eu acredito que uma resenha, um review de jogos tem bastante semelhança, sim, com a crítica como um todo.

Bem, esse gênero, ele surgiu basicamente com as primeiras formas de cobertura da indústria de games de que se tem notícia, como revistas, que já cobriam um pouco da cena de computadores e, conforme jogos eletrônicos foram surgindo, começaram a surgir os primeiros colunistas que davam alguma atenção a essa forma, essa nova linguagem, essa nova mídia. Isso lá na década de 1970.

Os videogames surgiram basicamente como indústria no finzinho dos anos 1960, começo dos anos 1970. Então, a crítica surge, a crítica e a cobertura jornalística em geral surgem no final dos anos 1970; comecinho dos anos 1980 ela se estabelece.

Bem, no passado era mais publicado em revistas, por razões óbvias. Antes da Internet a gente tinha basicamente os veículos impressos cobrindo esse mercado. Conforme a Internet foi se estabelecendo, esse tipo de texto passou a surgir com mais frequência em sites online.

O crítico, ele deve estar preparado para isso com, obviamente, uma base mais acadêmica, uma base intelectual, ele tem que ter as referências, ele tem que conhecer não apenas da linguagem dos jogos, mas também os campos que permeiam essa linguagem, desde a psicologia, história da arte. Enfim, o videogame é uma mídia multidisciplinar. Então o crítico tem que ter um conhecimento geral sobre vários aspectos que concernem essa linguagem. Então essa é a maior diferença, eu acredito, entre a crítica que vem do público, digamos, aquela crítica que está lá dando nota num site de loja, por exemplo, todo mundo pode ir lá postar o que achou sobre o jogo numa loja online, mas o crítico tem esse outro lado que, eu diria, que consegue ser importante para a linguagem em si. Ele consegue apontar por que uma pessoa pode achar aquele jogo bom ou ruim, e não apenas se o jogo é bom ou ruim.

Eu acredito que a pessoa que está escrevendo sobre jogos, ela não precisa ter necessariamente uma formação acadêmica. Ela tem que escrever muito bem, ela tem que se comunicar muito bem, com muita clareza, e ela tem que entender também diferentes aspectos dos jogos, não apenas dos videogames, mas dos jogos, da linguagem lúdica. Ela tem que entender como mecânicas funcionam, ela tem que entender por que um jogo é divertido ou não, por que um jogo é frustrante ou não, se a frustração é um elemento importante no jogo para que exista também a gratificação, um outro espectro, um outro aspecto do jogo.

Bem, eu acho importante de – a leitura na verdade – de outros gêneros críticos também – a crítica literária, de música, de cinema. Eu particularmente gosto muito da crítica musical porque ela consegue transformar em palavras aquilo que a gente percebe de maneira mais abstrata ou mais subjetiva, porque música, se a gente tira o elemento verbal, a gente tem sons, e sons são abstratos. Então a crítica, ela é importante para ajudar a gente a entender por que a gente gosta daquilo, por que a gente acha aquilo bonito e por que aquilo move a gente. E videogame tem um pouco desse aspecto também. A gente consegue jogar um jogo e se divertir, mas por que você está se divertindo? E é importante a gente consumir outras formas de crítica justamente para a gente entender outras linguagens e outros meios de transmitir essas ideias e também reparar no que eles observam, quais são os elementos mais importante num filme ou numa música, numa peça de teatro – tudo isso serve para inspirar o crítico de jogo a fugir daquele senso comum e fugir da sua zona de conforto e avaliar também outros aspectos que inicialmente podem não ser tão importantes para ele, como a própria narrativa. A narrativa em jogos foi por muito tempo colocada num segundo plano, sucateada porque é uma linguagem que tem dificuldade de contar histórias. Mas, conforme os desenvolvedores vão tentando contar novas formas de história com interatividade e fugindo daquilo que já era conhecido no passado, a gente também tem que reconhecer esse tipo de avanço e destacar às vezes acima dos aspectos técnicos do jogo; às vezes a narrativa e os elementos dramáticos são mais importantes do que a interatividade ou o ato de jogar em si. Então, o crítico tem que ter noção de que isso é importante, tem que saber destacar esses elementos, e para isso eu acho que a crítica de outras mídias acaba sendo fundamental nesse processo para ele enxergar esses diferentes elementos.

O crítico, ele acaba esclarecendo muitas coisas para a pessoa que consumiu aquela experiência. Então, eu acredito que esse seja o aspecto mais importante da crítica, e o desenvolvedor acaba entendendo onde ele acertou, onde ele falhou e, num próximo projeto, ele acaba geralmente mais acertando do que falhando. Ele aprende com esses erros que muitas vezes foram apontados pela crítica. Então, esse é um aspecto bastante positivo, eu acredito, não apenas da crítica dos jogos, mas também da crítica literária, musical, cinematográfica, toda forma de crítica.

Com relação aos aspectos ruins, eu acredito que, se a crítica não for bem elaborada, se o autor não for bem esclarecido, se ele não entender tão bem sobre aquilo que ele está falando, se ele inclusive não tiver a responsabilidade de terminar o jogo e entender plenamente sobre aquele jogo que ele está avaliando, ele acaba mais errando do que acertando. Ele acaba muitas vezes sendo leviano, ele acaba sendo injusto com o autor ou com o público dele e isso acaba se tornando um ruído, né?

Locutor: Crédito: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Respostas e comentários

Bastante satisfeito.

2b. O resenhista relatou que temia acreditar nas opiniões favoráveis à agá quê porque é um grande admirador da ficção científica e não queria se decepcionar, mas a obra o satisfez plenamente.

2c. Sim. Existe uma análise atenta do conteúdo da agá quê, que destaca a boa articulação da aventura com temas ligados às questões humanas, e dos aspectos técnicos, como as ilustrações, as cores e a quadrinização.

2d. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a resenha é bastante detalhada, abordando vários aspectos da obra, o que permitiria ao leitor decidir se deseja ou não conhecê-la.

Sugestão: Parágrafos 1 a 3; 4 a 6; 7.

3b. Sugestão: Parágrafos 1 a 3: Aventura e reflexão; 4 a 6: Visual em sintonia com a história; 7: Conclusão: por que vale a pena ler essa gréfiqui nóvel.

4. Sugestão: A sinopse se concentra em apresentar o enredo, sem analisá-lo, enquanto a resenha é mais abrangente: analisa o enredo e a linguagem visual, apresentando explicitamente uma opinião sobre eles.

5. Resposta pessoal. Espera-se uma resposta afirmativa dos estudantes, tendo em vista que os três aspectos analisados – arte, personagens e enredo – mereceram muitos elogios, o que justifica a nota máxima.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 2a – Peça aos estudantes que localizem na resenha outras evidências que mostrem que o autor gostou da agá quê e recomenda sua leitura. Eles podem indicar “O leitor não se sente perdido sendo que mesmo quem não é fã do gênero pode gostar do que está sendo lido.” e “Consegui me divertir bastante com Astronauta – Magnetar e realmente foi uma das melhores gréfiqui ême ésse pê que eu li.”.

Questão 3 A intenção desta atividade é trazer a reflexão sobre o conteúdo do texto, a maneira como foi desenvolvido e a fórma como se mantém coerente e coeso. Espera-se que os estudantes reconheçam que os diferentes temas e contextos são tratados por blocos, construindo assim uma sequência textual eficiente. Solicite a mais de um estudante que apresente suas respostas para que seja possível comparar soluções.

Fala aí! – É interessante que os estudantes observem que a classificação em fórma de ícone permite economia de tempo, mas recorrer unicamente a ela pode privar o leitor de uma obra da qual poderia gostar. Pergunte a eles se lembram de algum filme ou álbum musical que tenha recebido uma crítica positiva ou negativa da qual eles discordaram.

Textos em CONVERSA

Além das resenhas escritas, existem as resenhas orais, apresentadas em programas de televisão, rádio e canais de vídeos da internet.

Leia a transcrição de parte de uma resenha oral que também fala de Astronauta: Magnetar. Ela foi divulgada em um vlog. Observe como a linguagem pode ser diferente daquela apresentada no texto escrito.

rrélou, pessoal, tudo bem com vocês? Eu sou a Laíse Lima reticências e hoje a gente vai falar sobre Astronauta: Magnetar e Astronauta: Singularidade. É isso aí, os dois volumes de Danilo beirute do selo gréfiqui ême ésse pê, que recriam a história do nosso astronauta de roupa e nave de bolinha reticências.

[Laíse lê.]

“Mundos opostos, diria um neófitoglossário , o de um navegador e o de um astronauta. Oceanos vastos, de movimentos intérminosglossário , mas finitos e agarrados pela gravidade a um pequeno planeta curiosamente dotado de vida, eis o hábitat dos nautasglossário que viajam por mar. Ao contrário, o dos viajantes do espaço, mais que vasto ou desconhecido, mostra-se infinito e livre de atrito e gravidade. No entanto, seguramente, a experiência do pleno isolamento em ambos não será diferente.”

Esse texto que vocês ouviram é do Amyr Klink, navegador e escritor, e tá aqui no Astronauta: Magnetar, na sinopse dele. Astronauta: Magnetar e Astronauta: Singularidade são dois volumes do selo Graphic que recontam ou recriam a história do nosso tão conhecido Astronauta, criada pelo Mauricio de Sousa.

Essa releitura do Astronauta teve a sua história e a sua arte feita pelo Danilo beirute. Danilo beirute é um publicitário paulista e quadrinista conhecido pelos seus trabalhos em Necronauta e São Jorge. Sua arte é única e bem característica, daquele tipo de arte que agrada qualquer um. As cores maravilhosas dessas duas edições foram feitas pela cris péter, muito conhecida também pelo seu trabalho em Casanova e Fundação Futuro.

Mas antes da gente falar da recriação do Astronauta do Danilo beirute, vamos falar do nosso Astronauta. É, o nosso astronauta de roupa de bolinha e nave de bolinha.

Quadro de vídeo. Laíse, moça de cabelo curto e cacheado. Usa óculos de armação retangular. Está de colar e brincos. Segura nas mãos duas revistas do Astronauta. Ao fundo, uma estante com livros.
Reprodução de quadro do vídeo, em que Laíse mostra a capa dos volumes Astronauta: Magnetar e Astronauta: Singularidade.
Quadro de vídeo. Laíse gesticulando com uma das mãos. Ao lado dela, a ilustração sobreposta do Astronauta da Turma da Mônica.
Reprodução de quadro do vídeo, no qual aparece o Astronauta Pereira, personagem da Turma da Mônica.
Respostas e comentários

Textos em conversa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 3, 4, 5, 6 e 9.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 6, 7 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê um nove e ê éfe seis sete éle pê zero cinco.

Orientações didáticas

O objetivo desta seção é oferecer aos estudantes a oportunidade de analisar uma resenha produzida para um vlog. É importante que eles assistam ao vídeo para que possam perceber como as linguagens se articulam. Se possível, exiba do início até 5 minutos 25 segundos. Observe que a questão 7 vai explorar alguns dos elementos da oralidade; se não for possível o acesso ao vídeo na escola ou como tarefa de casa, dispense-a.

Oriente os estudantes a fazer comentários sobre o ritmo da fala, a nitidez da pronúncia, a altura da voz, a gesticulação e as expressões faciais durante a exibição do vídeo. Eles podem levantar a mão caso queiram fazer algum comentário.

Como os estudantes já realizaram, em Leitura, uma análise de resenha com propostas de interpretação e reflexão sobre o gênero, aproveite essa oportunidade para pedir que as atividades dessa seção sejam feitas individualmente. Ela pode, assim, servir de ferramenta de avaliação processual para a verificação da competência leitora e compreensão dos elementos do gênero.

Com relação ao terceiro parágrafo do texto, se achar conveniente, comente que a resenhista se confunde: ela mostra a quarta capa, mas a identifica equivocadamente como sinopse. Adiante, usa o termo correto. Peça aos estudantes que diferenciem os dois gêneros. Eles devem dizer que a sinopse traz uma síntese do objeto cultural, com a finalidade de auxiliar o apreciador a decidir se quer conhecê-lo mais a fundo ou não, enquanto o texto de quarta capa de livros pode fazer uma breve apresentação da obra, contando sempre com uma avaliação positiva que visa instigar o leitor a lê-la. O gênero sinopse foi visto em Leitura; talvez o gênero quarta capa não seja familiar.

Astronauta Pereira, integrante da Brasa (Brasileiros Astronautas), foi criado pelo Mauricio de Sousa em 1963. No início ele aparecia em tirinhas, no Diário de São Paulo, em páginas coloridas dominicais. Antes mesmo do Brasil sonhar em ter um astronauta, o nosso querido Marcos Pontes, o nosso astronauta dos quadrinhos já navegava pelo espaço, solitário, em busca de novas descobertas.

E é exatamente o tema “solidão” que o Danilo beirute trabalhou em Astronauta: Magnetar. Em Astronauta: Magnetar, o nosso herói tem a missão de pesquisar um corpo celeste chamado magnetar. Imagina o Solreticências gigantescoreticências mais do que gigantescoreticências comprimido em uma massa minúsculareticências para o tamanho dele, é claro. Essa massa maciça, com escudo, semelhante ao escudo de um diamante, é carregada de radiação e de um campo magnético monstruoso. O Astronauta sai nessa missão em pesquisa do magnetar, que é mais ou menos isso aquireticências [Laíse mostra a imagem a seguir.] Olha que cor maravilhosa que a cris péter deu à arte fantástica do Danilo beirute!

E lá, por causa do campo magnético e da radiação encontrada nesse corpo celeste, ele perde a comunicação, há uma interferência na nave e na comunicação da nave, ele perde a comunicação com a base aqui na Terra. Como se não bastasse essa interferência na comunicação, ele ter que se virar por conta própria, um asteroide acaba caindo perto da nave dele e acaba destruindo a nave do Astronauta e aí, além de ter que pesquisar o magnetar sozinho, ele vai ter que lutar pela própria sobrevivência, sozinho no espaço, como um náufrago. Por isso, a sinopse do navegador Amyr Klink na contracapa do livro.

E é exatamente esse tema da solidão que o Danilo beirute vai trabalhar aqui, um tema que já é explorado nas histórias do Mauricio de Sousa, só que lá na história do Mauricio de Sousa ele é carregado de humor, então a história fica um tanto quanto mais leve. Aqui o Danilo beirute deixa um pouco esse humor de lado justamente pra trazer a emoção e o sofrimento que o Astronauta passa, como um náufrago no meio do espaço, no meio do nada, tentando sobreviver. Cê tem ideia do que é passar cinco meses no meio do espaço, sem comunicação nenhuma com ninguém, tendo que lutar pela sobrevivência e lutar pela sua sanidade também?

Essa história do Astronauta é carregada de emoção, e a gente sente na pele, como se fosse o próprio Astronauta, o sofrimento que ele está sentindo sozinho, isolado lá no espaço. O enredo é fantásticoreticências Depois que o Astronauta fica sozinho, a gente começa a ver os pensamentos dele e o que ele tenta fazer para preservar a sua sanidade mental.

É uma história que não agradou tanto a algumas pessoas por não ter tanta ação, a história é um pouco mais parada. Em compensação a história é carregada de emoção, carregada de sentido de vida, de busca por quem o Astronauta é e por que que ele precisa sobreviver.

Quadro de vídeo. Laíse sorrindo e mostrando duas páginas do livro.
Reprodução de quadro do vídeo, em que Laíse mostra a imagem colorida por cris péter.

DOBRADINHA: Astronauta Magnetar e Astronauta Singularidade – gréfiqui ême ésse pê. 2015. Publicado pelo canal Oficinas Lúdicas – Laíse Lima. Transcrição do vídeo do início a 0 minuto 17 segundos e 0 minuto 55 segundos a 5 minutos 25 segundos. Disponível em: https://oeds.link/JxodUn. Acesso em: 28 maio 2022.

  1. Laíse conversa com os espectadores de maneira descontraída. Transcreva algumas marcas de informalidade.
  2. Logo no início do vídeo, Laíse lê parte da quarta capa da agá quê, escrita por Amyr Klink, famoso navegador brasileiro.
    1. Que relação Amyr Klink estabelece entre um navegador e um astronauta?
    2. A citação desse trecho faz parte da estratégia de Laíse para estruturar sua resenha. Em que momento ela retoma o trecho e por que é um momento adequado para a retomada?
  3. Sabemos que o protagonista de Astronauta: Magnetar é uma releitura de Astronauta Pereira, de Mauricio de Sousa.
    1. Que elementos de Astronauta Pereira permanecem em ­Magnetar?
    2. Apesar de Danilo beirute ter usado o Astronauta da Turma da Mônica como referência, a agá quê não se parece com as histórias de Mauricio de Sousa. Que diferenças são evidenciadas na resenha de Laíse?
    3. A resenhista apresenta uma justificativa para a falta de humor na agá quê de beirute. Qual é essa justificativa?
  4. A vlogueira analisa a recepção da obra.
    1. Embora a recomende, Laíse reconhece que ela não alcança todos os públicos. O que ela diz sobre isso?
    2. Que argumento ela usa para refutar essa opinião?
  5. Na seção Leitura, você leu a resenha de Paulo Vinicius sobre a mesma obra.
    1. Há semelhanças entre as resenhas lidas? Justifique sua resposta.
    2. Os trechos lidos não focam os mesmos aspectos. Aponte diferenças.
    3. Os dois resenhistas expressam uma apreciação positiva da obra. Comprove essa afirmação com um exemplo de cada texto.
  6. Assista ao trecho do vídeo que corresponde à transcrição.
    1. A apresentação do texto de Amyr Klink diferencia-se bastante das demais partes. Comente algumas dessas diferenças.
    2. Observe o trecho que aparece logo após o final da citação do texto de Klink. Que recursos usados por Laíse sugerem que ela está conversando descontraidamente com o leitor?
    3. A resenhista também interage com o material que escolheu mostrar. Além de manusear os livros, o que mais ela faz?
    4. Preste atenção à maneira como Laíse pronuncia a frase “Olha que cor maravilhosa que a cris péter deu à arte fantástica do Danilo beirute”. Que recurso usa para enfatizar o conteú­do verbal?

Fala aí!

Você teve a oportunidade de conhe­cer duas resenhas sobre Astronauta: Magnetar. Alguma delas mudou sua primeira impressão sobre a obra?

Respostas e comentários

1. Sugestão: Hello, É isso aí, ter que se virar, e (está e você, respectivamente).

Tanto o navegador quanto o astronauta são solitários em suas missões rumo ao desconhecido.

2b. Laíse retoma o trecho após explicar que Astronauta ficou preso e sem comunicação com a base na Terra, o que evidencia um paralelo entre a situação do personagem e a de um náufrago.

Ambos são solitários, estão há anos no espaço e dependem apenas de si para resolver problemas.

3b. O personagem de beirute tem características emocionais mais profundas, não vive situações carregadas de humor como o personagem original nem tem os mesmos traços.

3c. Para Laíse, a falta de humor contribui para o texto ser mais emotivo e expressar o sofrimento vivido pelo Astronauta.

Ela comenta que algumas pessoas consideraram a obra muito monótona, com pouca ação.

4b. A resenhista menciona que o objetivo da obra era lidar mais com o mundo interno, os sentimentos.

Sim. Os dois resenhistas apresentam o enredo da obra e a articulação entre a aventura vivida pelo personagem e questões humanas.

5b. Paulo Vinicius detalha elementos visuais da agá quê e destaca a relação com a ficção científica. Laíse Lima, por sua vez, menciona outras obras de Danilo beirute e cris péter e faz comparações entre o protagonista e o personagem que o inspirou.

5c. Sugestão: Paulo Vinicius: “uma das melhores Graphic que eu li”; Laíse: “O enredo é fantásticoreticências”.

O trecho é lido, e não falado, em ritmo mais lento, enquanto se mostra um trecho de vídeo com imagens de mar e som de ondas, o que não aparece nas demais partes.

6b. Laíse faz referência ao espectador (vocês), bem como aponta e mostra a obra.

6c. Ela aponta na direção das fotos que aparecem na tela.

6d. Laíse pronuncia a frase de modo mais lento, se comparado ao ritmo usado até então.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 3b Ajude os estudantes a observar que Laíse não fala da mudança nos traços, já esperada porque a obra é uma releitura, com a estilização do personagem. No entanto, ao mostrar a imagem do personagem de Mauricio de Sousa e reforçar a ideia de que usa “roupa de bolinha”, chama a atenção para a diferença em relação ao personagem de beirute, apresentado em outras imagens.

Questão 5b Em relação aos elementos visuais que compõem a agá quê, Paulo Vinicius trata da quadrinização e do uso das cores, descrevendo-os com detalhes e associando-os a algumas passagens da narrativa. Já Laíse Lima toca brevemente na colorização feita por cris péter.

Explique aos estudantes que a resposta que estão construindo leva em conta apenas o trecho que, por motivos didáticos, foi oferecido para leitura, portanto não permite comparações justas sobre a completude ou a escolha das informações.

Destaque que, ao usar o pronome você e olhar para a tela, Laíse age como se estivesse interagindo frente a frente com o leitor.

Fala aí! Essa resposta depende da experiência pessoal dos estudantes. Alguns deles podem ter gostado de saber que se relaciona com a ficção científica, mas o mesmo fator pode afastar outros leitores. A referência à ausência de humor e a um tom mais introspectivo também pode levar a reações diferentes. O importante é que os estudantes consigam mobilizar informações que obtiveram durante o estudo das resenhas.

Falando sobre a NOSSA LÍNGUA

Advérbio e adjunto adverbial

Como você já sabe, as resenhas descrevem e avaliam objetos culturais. Nesse processo, são usadas palavras e expressões que marcam o ponto de vista do falante em relação àquilo que escreve ou fala. Nesta seção, conheceremos uma das classes de palavras responsáveis por essa marcação e por outras funções.

COMEÇANDO A INVESTIGAÇÃO

Releia um trecho da resenha que Paulo Vinicius produziu a respeito da agá quê Astronauta: Magnetar.

reticências Se estou falando do design do personagem que faz jus à criação de Mauricio de Sousa, preciso comentar também sobre o cenário que ele cria. É absolutamente insano, repleto de tudo aquilo que um fã de ficção científica saliva por ver. Ele conseguiu criar algumas cenas lindíssimas com explosões de asteroides, os mistérios do espaço ou até mesmo quando ele começa a imaginar coisas em sua mente. Algumas das splash pages apresentadas são inacreditáveis e atestam a qualidade da pena de beirute.

  1. Segundo o resenhista, a “pena” de beirute, ou seja, seu modo de desenhar, tem grande qualidade. Qual palavra é usada para caracterizar positivamente o cenário? O que ela significa no contexto?
  2. Para qualificar cenas, o resenhista empregou o termo lindíssimas. Que recurso indica que a qualidade aparece em grau elevado?
  3. O resenhista considera que certas cenas (as isplésh peiges) são “inacreditáveis”. É correto afirmar que, para ele, essas cenas não são convincentes? Justifique sua resposta.

As palavras que você examinou ao responder às questões revelam uma avaliação ou apreciação feita pelo resenhista. De alguma fórma, todas elas, pelo seu significado, sugerem um valor positivo acentuado, mas, no caso de insano, o resenhista reforçou o sentido da palavra empregando junto dela o termo absolutamente. Essa palavra que modifica o sentido do adjetivo, acentuando-o, é um advérbio.

Releia, agora, parte do texto que Amyr Klink escreveu para a quarta capa da agá quê Astronauta: Magnetar, prestando atenção nas palavras destacadas em negrito.

“Mundos opostos, diria um neófito, o de um navegador e o de um astronauta. Oceanos vastos, de movimentos intérminos, mas finitos e agarrados pela gravidade a um pequeno planeta curiosamente dotado de vida, eis o hábitat dos nautas que viajam por mar. Ao contrário, o dos viajantes do espaço, mais que vasto ou desconhecido, mostra-se infinito e livre de atrito e gravidade. No entanto, seguramente, a experiência do pleno isolamento em ambos não será diferente.”

Ilustração. Astronauta de ponta-cabeça. Tem um fio longo ligado à ele. Ao lado, olhando para ele, um marinheiro de braços para trás. Usa uniforme e quepe. À frente dele, um timão. O fundo da cena é azul com pequenas manchas brancas.
Respostas e comentários

1. A palavra é insano, gíria que significa “muito legal”.

2. A terminação (sufixo) -íssimas intensifica o sentido do adjetivo.

3. Não. Inacreditável não tem o significado de “falso”, “não convincente”. O termo significa “extraor­dinário”, “fóra do comum”.

Falando sobre a nossa língua

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 6, 8 e 9.

cê e éle : 1 e 2.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 5 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero três, ê éfe seis nove éle pê zero cinco, ê éfe seis sete éle pê três dois, ê éfe seis sete éle pê três seis, , ê éfe zero sete éle pê um três e ê éfe zero sete éle pê um quatro.

Tópicos trabalhados na parte de linguagem deste capítulo

  • Advérbio.
  • Adjunto adverbial.

Orientações didáticas

Nesta seção, as atividades têm como objetivo levar os estudantes a perceber o valor semântico de advérbios e adjuntos adverbiais e a maneira como podem acrescentar informações às ideias expressas por verbos, adjetivos, advérbios e mesmo orações inteiras. Mostram, ainda, como, além dos advérbios, grupos nominais podem exercer a função de adjuntos adverbiais.

Destacamos, como foco de reflexão, o mecanismo de modalização, um dos responsáveis por indicar a apreciação ideológica sobre o conteúdo expresso ou as posições implícitas ou assumidas em textos diversos. A identificação de verbos e de adjetivos é um conhecimento prévio necessário para que os estudantes percebam mais facilmente como os advérbios atuam. O estudo do predicado verbal, no Capítulo 3, ajudará a analisar a constituição da oração, necessária para a melhor compreensão da função dos adjuntos adverbiais.

Algumas palavras e expressões, como aliás, ou melhor, inclusive e por exemplo, têm sido classificadas como “palavras denotativas”. Esse nome tem origem no Manual de análise: léxica e linguística, do professor José Oiticica, que chamou atenção para um conjunto de palavras inclassificáveis no quadro tradicional. A Nomenclatura Gramatical Brasileira (êne gê bê) não usa o termo, mas acrescenta a seguinte nota ao item que trata dos advérbios: “Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que ­denotam exclusão, inclusão, situação, designação, retificação, realce, afetividade etcétera”, disponível em: https://oeds.link/mJIif2, acesso em: 9 abril 2020. Nesta obra, intencionalmente, optamos por não apresentar essa classificação, mas as palavras desse grupo e seu emprego são explorados nas atividades de leitura e sugeridos como recursos a serem aproveitados nas atividades de produção textual. 

Questão 1 – Retome com os estudantes a ideia de adequação linguística. Eles devem observar que o autor fez uso de uma gíria comum ao grupo de leitores ao qual parece se dirigir, jovens adultos (como já foi visto no estudo da resenha).

Questão 3 – Retome com os estudantes o valor de negação do prefixo in-.

A palavra curiosamente revela o ponto de vista de Amyr Klink acerca do fato de haver vida na Terra; é algo que o intriga. Já a palavra seguramente indica, para o leitor, que Klink não tem nenhuma dúvida quanto ao conteúdo que expressa. Essas palavras são advérbios.

Além de intensificar o sentido de palavras e de indicar a relação do ­falante com o conteúdo expresso, modificando adjetivos, advérbios e mesmo períodos inteiros, a classe dos advérbios adiciona circunstâncias – de tempo, de lugar, de modo etcétera – a processos verbais.

Advérbio

Acompanhe a análise dos exemplos a seguir, observando as relações entre os termos em destaque e as palavras a que eles estão ligados.

Esquema. A história não agradou a algumas pessoas. não: advérbio agradou: verbo Uma seta liga 'não' a 'agradou'.

O advérbio destacado modifica o verbo agradar: não indica a negação do processo verbal.

Esquema. A cor é impressionante demais. impressionante: adjetivo demais: advérbio Uma seta liga 'demais' a 'impressionante'.

O advérbio demais acrescenta o valor de intensidade ao ­adjetivo impressionante.

Esquema. Danilo Beyruth desenha muito bem. desenha: verbo muito: advérbio bem: advérbio Uma seta liga 'bem' a 'desenha' e outra liga 'muito' a 'bem'.
Ilustração. Jovem de moletom, calça e tênis sentado em uma cadeira de escritório com rodinhas. Está com um livro nas mãos. As pernas estão esticadas e os pés apoiados na escrivaninha à frente. Sobre ela, um notebook aberto e folhas. Atrás da escrivaninha, uma mochila aberta.

O advérbio bem acrescenta a ideia de modo ao processo expresso pelo verbo desenhar. Ao mesmo tempo, o advérbio bem é modificado por outro advérbio – muito –, que expressa intensidade.

Esquema. '[...] seguramente, a experiência do pleno isolamento em ambos não será diferente.' seguramente: advérbio a experiência do pleno isolamento em ambos não será diferente: oração.

Nesse caso, o advérbio seguramente não modifica apenas o verbo ou outra palavra em particular, mas toda a oração, evidenciando o ponto de vista do falante. Ele reforça, para o leitor, a confiança do falante naquilo que expressa.

Os advérbios não apresentam flexão de gênero e número.

Estava muito atarefada.

Estavam muito atarefadas.

Respostas e comentários

Biblioteca do professor

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Nomenclatura Gramatical Brasileira. Rio de Janeiro: Cades, 1958. Disponível em: https://oeds.link/pZYgsw. Acesso em: 31 maio 2022.

OITICICA, José. Manual de análise: léxica e linguística. Rio de Janeiro: Baptista de Souza, 1923. Disponível em: https://oeds.link/X9W20K. Acesso em: 31 maio 2022.

Classificação dos advérbios

Como você pôde observar, os advérbios expressam diferentes ­circunstâncias. Veja um quadro com exemplos de advérbios e de ­locuções adverbiais (conjuntos de palavras que funcionam como advérbio).

Exemplos

Advérbios

Locuções adverbiais

Tempo

ontem, hoje, amanhã, sempre, antes, depois, já, ainda, jamais, nunca, raramente, inicialmente

à noite, de manhã, de vez em quando, em breve, às vezes, hoje em dia

Lugar

aqui, ali, lá, aí, longe, fora, abaixo, acima, além, atrás, através, dentro, junto, perto

à direita, à esquerda, de longe, por fora, em cima, por baixo, a distância, ao lado

Intensidade

bastante, bem, demais, muito, pouco, meio, completamente, apenas, menos, mais

por completo, em excesso,
de muito, em demasia

Afirmação

sim, certamente, realmente, decerto, seguramente

com certeza, sem dúvida, de fato

Negação

não, nem, nunca, tampouco

de modo nenhum, de forma alguma, de jeito nenhum

Dúvida

possivelmente, provavelmente, talvez, porventura

-----

Modo

assim, depressa, bem, devagar, pior, melhor, mal e quase todos os terminados em -mente: velozmente, suavemente, tranquilamente, curiosamente

à toa, à vontade, às pressas, a pé,
às escondidas, por acaso, de cor


Alguns advérbios são empregados em orações interrogativas diretas e em orações interrogativas indiretas e, por isso, são chamados de advérbios interrogativos. Veja.

Onde fica a prefeitura desta cidade?

Meus pais perguntaram quando ficará pronto meu histórico escolar.

Por que a vacinação de cães foi cancelada?

Gostaria de saber como acessar o resultado do exame.

Os adjetivos podem funcionar como advérbios e modificar um verbo. Veja.

Esquema. Ouvimos um som baixo.
Uma seta liga "baixo" a "som". O adjetivo caracteriza o substantivo. Esquema. Aquele professor falava baixo.
Uma seta liga "baixo" a "falava".
O adjetivo acrescenta a ideia de
modo à ação expressa pelo verbo,
funcionando como advérbio.

Desafio da linguagem

Na linguagem colo­quial, ­costumamos usar alguns ­ad­vérbios na fórma ­diminutiva, com a função de intensificação. Tente criar um ­exemplo.

Respostas e comentários

Desafio da linguagem. Sugestão: Eu entro na escola cedinho. Ele entrou no quarto devagarinho. Espero que você faça isso depressinha.

Adjunto adverbial

Você já sabe que advérbio é uma classe de palavras e conhece suas características, como o fato de ser invariável. Agora, vamos analisá-lo sob a perspectiva sintática, observando seu comportamento nas orações.

Acompanhe a análise.

Esquema. A nave quebrou. A nave: sujeito quebrou: verbo intransitivo e predicado

O verbo quebrar está sozinho no predicado. Algumas circunstâncias poderiam ser acrescentadas, como uma referência a tempo (quebrou ontem) ou uma negação (não quebrou). Essas circunstâncias completam a ideia transmitida pelo enunciado, mas não são necessárias para completar o sentido do verbo, que é um verbo intransitivo (seis). Os advérbios são termos acessórios.

O mesmo ocorre nesta outra oração, com verbo transitivo.

Esquema. Eu nunca vi um magnetar. Eu: sujeito vi: verbo transitivo direto: um magnetar: objeto direto nunca vi um magnetar: predicado.

Nunca acrescenta ao verbo uma circunstância de tempo, mas não completa seu sentido, função do objeto direto (um magnetar).

Na análise sintática, os advérbios são chamados de adjuntos adverbiais. Essa função sintática não é exercida apenas por advérbios e locuções adverbiais, mas também por grupos de palavras que se comportam como advérbio. Observe.

Esquema.
Cheguei de lá ontem.
lá: circunstância de lugar
ontem: circunstância de tempo
Esquema. Cheguei da casa de minha madrinha na semana passada.
casa de minha madrinha: circunstância de lugar
na semana passada: circunstância de tempo

Na primeira oração, advérbios exercem a função de adjuntos ­adverbiais; na segunda, a mesma função é exercida por grupos nominais.

Veja mais alguns exemplos de adjuntos adverbiais e de circunstâncias que eles expressam.

  • modo: Preparou a festa com grande capricho.
  • meio: Ele viajou de avião para Recife.
  • instrumento: Fez a prova a caneta.
  • companhia: O menino foi ao mercado com sua mãe.

A língua nas ruas

Ana, traga o livro que deixei aí no quarto, por favor! Nesse enunciado, o advérbio expressa a noção de lugar. No entanto, é comum, na fala informal, que a palavra seja usada com outra função. Preste atenção à fala das pessoas e anote exemplos desse outro uso.

Respostas e comentários

A língua nas ruas. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Adjunto adverbial – Acerca da nomeação das circunstâncias expressas por adjuntos adverbiais, o estudioso Adriano da Gama Kury, em Novas lições de análise sintática, alerta que “somente num caso concreto se consegue dar a denominação mais expressiva” (página 56). Ainda segundo ele, devemos levar em conta todas as considerações que revelem compreensão inteligente por parte do estudante, sem forçá-lo a se valer de uma suposta classificação única.

Biblioteca do professor

KURY, Adriano da Gama. Novas lições de análise sintática. 3. edição São Paulo: Ática, 1987.

Grupos nominais Os estudantes estudam grupos nominais no 6º ano.

A língua nas ruas – Provavelmente, os estudantes trarão exemplos de como conector dentro do discurso, usado sobretudo para organizar acontecimentos no tempo quando contamos algo. Observe: Eu estava entrando na escola, aí percebi que tinha esquecido o livro. Trata-se de um exemplo bastante frequente na linguagem coloquial. Aponte-lhes que esse uso não deve ocorrer na linguagem escrita formal, já que existe a possibilidade de fazer um bom planejamento antes de escrever e, assim, utilizar termos mais variados e precisos.

INVESTIGANDO MAIS

1. Leia um trecho do diário de uma adolescente que viveu em ­Diamantina (Minas Gerais) no final do século dezenove.

Segunda-feira, 20 de novembro

Hoje tive uma alegria enorme depois de uma semana de raiva. Vovó está passando uns dias na casa de tio Geraldo, que adoeceu. Eu tenho que ir todo dia tomar-lhe a bênção. Se falhar um dia que seja, o céu vem abaixo.

Estou com umas botinas cheias de pregos, que têm ferido o pé e não me deixam andar direito. Fui à casa de meu tio mancando. Vovó ficou incomodada e só falando naquilo, tomou as botinas e mandou bater os pregos, mas não melhoraram. Eu tenho voltado todos os dias mesmo assim. Que poderia fazer? Vovó sempre incomodada e meus primos ricos sempre a falarem: “É só para a senhora ficar com pena e lhe dar outra, vovó!”.

MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. páginas cento e cinco e cento e seis.

Biblioteca cultural

Como pensava uma menina no final do século dezenove? Publicado em 1942 e elogiado por autores importantes, como Carlos Drumôn de Andrade, o diário Minha vida de menina explora o cotidiano de Helena Morley (pseudônimo de Alice dáirel Caldeira brânti) em Diamantina (Minas Gerais) entre 1893 e 1895.

  1. O diário de Helena destaca a relação da jovem com sua avó. O que se pode deduzir dessa relação?
  2. No gênero textual diário, costuma-se informar quando e onde ocorreram as ações relatadas. Copie o quadro a seguir no caderno e preencha-o com os adjuntos adverbiais de tempo e de lugar ligados às fórmas verbais transcritas.
Ícone Modelo

Formas verbais

Adjuntos adverbiais

Tempo

Lugar

tive

tenho que ir

fui... mancando

tenho voltado

falarem

  1. Quais outros adjuntos adverbiais de tempo estão presentes no trecho e são bastante típicos do gênero diário?
  2. Foi reproduzido apenas o começo dessa página de diário. Como você imagina a continuidade do relato? Que elemento do texto é uma pista para sua dedução?
Respostas e comentários

Há um cuidado mútuo entre elas: a menina visita a avó diariamente, apesar de sentir dor ao usar as botinas estragadas; a avó fica incomodada com o fato de a neta sentir dor e procura resolver a situação.

1b. Tive: tempo – Hoje, depois de uma semana. Tenho que ir: tempo – todo dia. Fuireticências mancando: lugar – à casa de meu tio. Tenho voltado: tempo – todos os dias. Falarem: tempo – sempre.

1c. Segunda-feira; 20 de novembro.

1d. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem que a menina ganhará um par de botinas novo ou terá as suas definitivamente consertadas, uma vez que o início do texto menciona “uma alegria enorme”.

Orientações didáticas

Investigando mais – Sugerimos que as atividades sejam produzidas em três etapas: questões 1 a 3; 4 e 5; 6. O primeiro bloco pode ser feito individualmente para que os estudantes trabalhem a localização de informações expressas por advérbios e os efeitos produzidos por seu uso no texto. A correção lhe permitirá observar eventuais dificuldades da turma, sobretudo em relação ao significado específico de determinados advérbios. As questões do segundo bloco podem ser realizadas em duplas: elas acrescentam ao trabalho anterior a revisão de alguns tópicos de análise sintática que vêm sendo apresentados desde o Capítulo 3. A correção deve ser feita focando essa revisão. A questão 6 pode ser usada de duas maneiras: como atividade de consolidação ou como avaliação, uma vez que seus tópicos permitem observar tanto o domínio de conteúdo relativo à análise sintática como à capacidade de mobilizá-lo no processo de construção do sentido do texto. Caso use como avaliação, sugerimos o tratamento das notas por questão, de modo a verificar quais conteúdos e habilidades precisam ser mais trabalhados.

Questão 1b – Embora seja possível, pelo contexto, identificar o lugar a que se referem algumas das fórmas verbais (tenho voltado, por exemplo), ele não deve ser citado porque não está no período e, por isso, não se liga sintaticamente à fórma verbal destacada. Explique isso aos estudantes.

2. Leia um fragmento de texto sobre os celtas e o personagem rei Artur.

4. As tribos celtas foram as primeiras a utilizar o ferro, e faziam isso muito bem. Foram encontrados magníficos caldeirões, joias, espadas, jarras e armaduras, que os celtas forjaram, fundiram e decoraram há milhares de anos. Alguns estavam nos túmulos de seus príncipes e princesas – os celtas deviam acreditar, portanto, que seus nobres precisavam de riquezas e armas após a morte. Outras relíquias foram pescadas do fundo de lagos. Talvez eles considerassem sagrados estes lagos, e oferecessem a eles seus melhores ornamentos. Pode ter sido por isso que Artur obteve sua espada da Senhora do Lago – ela estava apenas jogando uma delas de volta!

símpson, márgarêt. Dez mais: lendas do rei Artur. Tradução Daniel Galera. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. página 75.

a) Que vestígios históricos revelam o amplo uso do ferro pelos celtas?

b) O fragmento lido indica que temos bom conhecimento sobre o que pensavam os celtas? Justifique sua resposta comprovando-a com uma palavra do texto.

c) No trecho “os celtas deviam acreditar, portanto, que seus nobres precisavam de riquezas e armas após a morte”, apresenta-se uma informação que não é uma certeza. Reescreva-o usando um advérbio de dúvida e faça as adaptações necessárias.

d) No trecho “e faziam isso muito bem”, o advérbio muito intensifica o sentido de bem. Reescreva o trecho empregando um único advérbio que transmita a mesma ideia.

e) Identifique os referentes dos pronomes destacados com cor no texto.

Versão adaptada acessível

Atividade 2, item e.

Identifique os referentes dos pronomes “eles”, “ela” e “delas” em: “Talvez eles considerassem sagrados estes lagos, e oferecessem a eles seus melhores ornamentos. Pode ter sido por isso que Artur obteve sua espada da Senhora do Lago – ela estava apenas jogando uma delas de volta!”

f) O rei Artur ficou conhecido pela façanha de retirar uma espada presa em uma pedra. O texto se refere a esse fato? Justifique.

Sabia?

O rei Artur está associado a duas espadas: a que lhe foi dada pela Senhora do Lago e a que retirou da pedra, ação que provou sua linhagem nobre e lhe deu direito ao trono da Grã-Bretanha. Na maioria das versões, trata-se de duas espadas diferentes.

3. Leia agora um trecho de uma notícia.

Em 2016, uma equipe de manutenção da Universidade de Kênbridi, na Inglaterra, trabalhava instalando cabos elétricos em uma área comum do prédio do , quando encontrou, sem querer, incrustado entre a chaminé e a janela, um inusitado objeto: um sapato masculino de tamanho 37 de aparência muito antiga. Intrigada com a descoberta, a equipe de obras levou o achado para o arqueólogo rríchárd niuman, professor da universidade. analisou o objeto e revelou que realmente se tratava de um calçado muito antigo. O sapato, ele explicou, havia sido colocado ali, provavelmente, entre o final do século dezesseis e meados do século dezessete.

Respostas e comentários

Os utensílios de ferro encontrados em túmulos de nobres e em lagos de regiões onde esse povo vivia.

2b. Não. Há hipóteses, mas não confirmação de dados, como indica o advérbio talvez.

2c. Sugestão: Os celtas provavelmente (possivelmente) acreditavamreticências / Os celtas talvez acreditassemreticências

2d. Sugestão: Faziam isso perfeitamente (maravilhosamente, magnificamente).

2e. Eles: os celtas; eles: estes lagos; ela: a Senhora do Lago; (d)elas: as espadas.

2f. Não. O texto afirma que Artur recebeu sua espada de um ser mágico que estava em um lago.

Orientações didáticas

Questão 2 – Essa questão menciona o rei Artur, talvez já faça parte da “biblioteca cultural” dos estudantes. Pergunte se alguém quer apresentar o personagem lendário e uma de suas aventuras. Sugerimos que você busque, na biblioteca da escola, algum livro com as histórias da Távola Redonda (verifique a adequação ao público juvenil) e leve para mostrar aos estudantes, sugerindo a leitura. Você pode também indicar obras disponíveis em outras bibliotecas ou livrarias. Sugerimos os títulos Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda, de ráuárd páuil; Rei Artur, de djeimes riórdan; As fabulosas histórias de Merlin e do rei Artur, de gíle massárdiê e ; e Lendas do rei Artur, de .

Questão 2e – Sugerimos que você percorra as carteiras para verificar essa resposta. A identificação incorreta dos referentes sugere dificuldade no estabelecimento de relações entre as partes do texto.

Retome a ideia de que o sentido de um pronome depende de seu contexto de uso. Mostre que o pronome eles, repetido na mesma frase, recupera dois referentes distintos e que o leitor consegue reconhecê-los graças ao contexto. Reforce a importância de os pronomes empregados na escrita dos textos terem referentes claros e sugira aos estudantes que releiam sempre o que escreveram prestando atenção a isso.

O que aconteceu em Kênbridi tem se repetido com alguma frequência em outros lugares da Inglaterra e da Europa. Equipes especializadas em reformas estruturais têm encontrado em meio a vigas, concreto e madeira calçados que pertenceram a outras épocas históricas. E esses objetos não foram parar ali por algum descuido de seus antigos donos. Eles foram colocados ali propositalmente. Trata-se de uma superstição que tem chamado a atenção dos historiadores e que remonta ao século treze.

LEAL, Bruno. Os sapatos contra os maus espíritos. Café História. [sem local], 12 julho 2021. Disponível em: https://oeds.link/V8m9pS. Acesso em: 4 abr. 2022.

  1. Na sua opinião, por que a equipe de manutenção concluiu que o objeto encontrado na construção deveria ser analisado por um arqueólogo?
  2. Inusitado significa “incomum”, “surpreendente”. Por que um sapato foi considerado um “inusitado objeto”?
  3. Com base no texto, é correto afirmar que, para os historiadores, encontrar sapatos incrustrados em antigas construções é algo inusitado? Justifique sua resposta.
  4. A equipe de manutenção encontrou o objeto “sem querer”. Qual advérbio poderia expressar esse mesmo sentido?
  5. No final do trecho, é apresentada uma explicação para o fato. Qual é essa explicação?
  6. Em sua explicação, o arqueólogo empregou o advérbio provavelmente. Qual destes advérbios pode substituí-lo sem alteração de sentido: provisoriamente, hipoteticamente, evidentemente, possivelmente ou eventualmente?
  7. A inclusão do advérbio provavelmente na explicação revela uma atitude adequada do arqueólogo na comunicação com o interlocutor. Por quê?

4. Leia parte de uma reportagem sobre a comunicação dos macacos.

O menino e o macaco

Na década de 1930, acreditava-se ser possível fazer um macaco falar. Bastaria ensiná-lo. Em 1933, o psicólogo , da Universidade de Indiana, adotou o chimpanzé guá, com 7 meses de idade. O animal passou a viver com o pesquisador, ao lado de sua esposa e do filho, dônald, então com 10 meses de idade. ­Criados praticamente à mesma maneira, dônald e guá tinham seus comportamentos analisados diariamente. O cientista monitorava e comparava aspectos como pressão arterial, tamanho do corpo, reflexos, vocalização, locomoção, fôrça e equilíbrio. Nove meses depois, sem notar evolução nos estudos, o psicólogo interrompeu a pesquisa. O chimpanzé até respondia a comandos verbais, mas não falava uma única palavra.

Respostas e comentários

Em virtude da idade do prédio em que a manutenção estava sendo feita, da posição do sapato e de sua aparência, a equipe deduziu que se tratava de um objeto muito antigo.

3b. Porque foi encontrado dentro das paredes da construção, o que não é esperado.

3c. Não. O texto afirma que esse tipo de achado “tem se repetido com alguma frequência”.

3d. Acidentalmente, inesperadamente.

3e. No fim do trecho, explica-se que calçados eram colocados dentro das paredes propositalmente, em virtude de uma superstição que remonta ao século treze.

3f. Possivelmente.

3g. O especialista está apresentando uma hipótese ainda não comprovada. O advérbio provavelmente explicita essa condição e é fundamental para que a informação seja compreendida corretamente.

Orientações didáticas

Questão 3a Verifique se todos os estudantes sabem o que é um arqueólogo. A falta dessa informação pode prejudicar a compreensão do texto.

Questão 3c Ajude os estudantes a perceber que não há incoerência no texto. Os parágrafos revelam pontos de vista diferentes. No primeiro, o termo inusitado foi usado para representar a reação de uma equipe de manutenção específica, surpreendida pelo achado; no segundo, o ponto de vista dos historiadores, que têm recebido esse tipo de material com frequência.

Questão 3d – É possível que os estudantes encontrem diferentes advérbios para substituir a expressão. Com o auxílio da turma, examine as várias possibilidades para indicar se são, de fato, equivalentes. Compartilhar as sugestões e analisar sutilezas de sentido ampliam o repertório de palavras conhecidas.

Questão 3e – Para reforçar o respeito à diversidade cultural, explique aos estudantes que os povos têm diferentes crenças e que essas se alteram ao longo do tempo. Mesmo que não tenhamos as mesmas crenças ou as mesmas práticas, devemos assumir uma postura de respeito, baseada na tentativa de compreensão dos contextos, e não de rejeição.

Questão 3f – Uma maneira interessante de verificar qual das possibilidades apresenta o sentido buscado é solicitar aos estudantes que testem todas as opções, discutindo o sentido que a frase tomou. Eles perceberão que, dependendo do advérbio, a frase ganha novos sentidos.

dônald, por sua vez, começava a fazer barulhos de macaco. O psicólogo achou melhor parar por ali. Décadas mais tarde, primatologistasglossário americanos chegaram à conclusão de que macacos jamais falariam. A explicação? Primatas têm a língua menos flexível que a nossa, além de laringe (órgão que é responsável pela vibração da garganta e emissão de sons) grande demais. Por isso, o máximo que eles conseguem produzir são urros. Jamais poderiam gerar sons com a delicadeza necessária à fala.

GARATTONI, Bruno; LACERDA, Ricardo; PUJOL, Leonardo. Koko, a gorila que fala. Superinteressante, São Paulo, 20 abril 2017 [atualização: 29 junho 2021]. Disponível em: https://oeds.link/fv9BgQ. Acesso em: 4 abril 2022.

a. Copie o esquema a seguir no caderno e complete-o com as informações da reportagem.

Ilustração. Busto de macaco de pelagem preta e longa. Tem o rosto marrom. Os olhos são arredondados e o nariz, pequeno. Está fazendo bico com os lábios. Ao lado dele, um balão de fala com reticências.
Ícone Modelo
Esquema vertical. Macacos podem falar? – Em – Espaço para resposta – Espaço para resposta – observou – pressão arterial, tamanho do corpo, reflexos, vocalização, locomoção, força e equilíbrio – concluiu – espaço para resposta. Macacos podem falar? – Em – décadas depois - Espaço para resposta – observaram – língua menos flexível e laringe grande demais – concluíram – macacos só podem urrar.
  1. A expressão na década de 1930 é um adjunto adverbial. Que ­circunstância ele expressa?
  2. Transcreva do texto, no caderno, outras expressões que traduzem a mesma circunstância e foram colocadas na mesma posição no período. O que você conclui quanto ao uso da pontuação?
Respostas e comentários

À esquerda, de cima pa- ­ra baixo: 1930; ; macacos não conseguem falar; à direita: primatologistas americanos.

4b. A circunstância de tempo.

4c. Em 1933, Nove meses depois, Décadas mais tarde. Os adjuntos adverbiais, quando colocados no início do período, aparecem separados por vírgula.

  1. Compare os trechos “o cientista monitorava” e “o psicólogo interrompeu”. Qual das fórmas verbais sugere uma ação que se repete no tempo? Que advérbio empregado no texto expressa a mesma ideia?
  2. Como se classifica o adjunto adverbial destacado em “O psicólogo achou melhor parar por ali”?
  3. Nesse enunciado, o que significa parar por ali?
  4. Para afirmar que a impossibilidade de falar era uma característica imutável, o produtor do texto empregou o adjunto adverbial jamais, que expressa duas circunstâncias ao mesmo tempo. Quais são elas?

5. Leia uma tirinha da quadrinista curitibana Pryscila Vieira.

Tirinha formada por três quadrinhos. As personagens são: jovem ruiva, de rosto comprido e nariz grande, e Depryzinha, uma bola de fumaça preta, com braços, pernas, olhos, sobrancelhas e boca.  
Quadrinho 1: A jovem, deitada na cama, lê um trecho de um livro, em cuja capa se lê "AUTOAJUDA": “O SOL NASCE PARA TODOS”. Depryzinha diz: VOCÊ NUNCA MOROU EM CURITIBA NO INVERNO, NÉ?
Quadrinho 2: A jovem continua lendo: “É PRECISO AMAR COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÔ. Com um dos olhos mais fechados e o dedo indicador para cima, Depryzinha diz:  QUERO VER AMAR COMO SE NÃO HOUVESSE ONTEM.
Quadrinho 3: A jovem continua a leitura: “O AMOR É LINDO”. Com os olhos baixos e as mãos atrás da cabeça, Depryzinha diz: VOCÊ AINDA NÃO O VIU SEM MAQUIAGEM.

Sol. 2015. uma tirinha. Disponível em: https://oeds.link/122yhh. Acesso em: 29 julho 2022.

  1. O que são as frases que a jovem menciona?
  2. A personagem ao lado dela, Depryzinha, é uma representação do estado de depressão. Como ela se comporta em relação à jovem?

Fala aí!

A cartunista Pryscila Vieira contou que as tirinhas com a personagem Depryzinha são autobiográficas. Na sua opinião, outras pessoas podem se identificar com ela?

  1. No segundo quadrinho, qual diferença é provocada pela troca dos adjuntos adverbiais de tempo?
  2. No terceiro quadrinho, qual é a função sintática de o na fala da Depryzinha? Qual é seu referente?
  3. Retome um dos períodos produzidos por Helena, no texto de diário reproduzido na atividade 1:

“É só para a senhora ficar com pena e lhe dar outra, vovó!”.

.Qual é a função sintática de lhe? Como se classifica o verbo dar nesse período?
  1. O emprego dos pronomes o ou lhe depende da função sintática que desempenham. Reveja as respostas aos itens d e ê e explique qual é a regra de uso.
  2. Como o efeito de humor da tirinha é construído?
Respostas e comentários

4d. fórma verbal: monitorava; advérbio: diariamente.

4e. Adjunto adverbial de lugar.

4f. Parar naquele ponto da pesquisa, interromper a continuidade da pesquisa.

4g. Tempo e negação.

São citações retiradas de um livro de autoajuda.

5b. Depryzinha procura entristecer a jovem, expressando a ideia de que as frases positivas são enganadoras e de que a realidade é sempre ruim.

5c. Na frase original, recomenda-se amar sem medo, sem preocupação com o futuro, enquanto na frase modificada sugere-se que é difícil amar quando se conhece o passado ou seja, quando já se sabe qual é o resultado das relações amorosas.

5d. É um objeto direto e refere-se a o amor.

5e. É objeto indireto. O verbo é transitivo direto e indireto (vê tê dê í).

5f. O pronome o é usado sempre como objeto direto, e lhe, como objeto indireto.

5g. O efeito de humor é construído pela contraposição entre a tentativa da personagem deitada de se motivar com a leitura de frases positivas e as prontas respostas espirituosas, engraçadas, da personagem que representa a depressão.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 5c – É provável que os estudantes precisem de sua ajuda para chegar a essa interpretação. Faça perguntas para ajudá-los: com que sentido normalmente é usada a oração “como se não houvesse amanhã”? Qual é o sentido de ontem na fala? Por que o ontem prejudica a visão que temos do amor?

Fala aí! – Ouça os comentários e ajude os estudantes a distinguir a depressão do sentimento de tristeza, que é, em geral, temporária, e nos atinge quando sofremos uma perda ou enfrentamos um problema. Grosso modo, a depressão é uma espécie de estado de tristeza permanente, que tira do sujeito o interesse por qualquer atividade. É um problema de saúde mental bastante complexo e sério que atinge milhões de indivíduos no mundo e foi agravado pelo período de isolamento durante a pandemia de covid-19 e por suas consequências de ordem econômica. É importante que os estudantes entendam que as pessoas com a doença devem contar com o apoio dos amigos e familiares e com ajuda profissional.

6. Leia o trecho de um romance do escritor haitiano déni laferriérre. O narrador-personagem acaba de voltar para casa, no Haiti, depois de passar anos na América do Norte, e já não encontra sua avó Ba.

A toalete

Tia rrenê encheu de água morna a bacia de Ba.

— A água está boa, tia rrenê.

— Ela estava no sol, Velhos Ossos. Eu tinha colocado nela ­algumas folhas de laranjeira, é bom para relaxar os músculos. Você não sente o cheiro da flor de laranjeira?

Inclino-me para experimentar a água.

— Sintoreticências Ba me preparava banhos assim quando eu tinha febre.

Lavo o rosto, o peito e as axilas. “Principalmente as axilas”, me dizia sempre Ba. Por causa do calor.

Com certeza, meu primeiro banho foi nessa bacia amassada. Passei vinte anos , para falar como minha mãe. Hoje, tenho quarenta e três.

E Ba já se foi.

Ilustração. Bacia redonda cheia de água. Nela, boiam algumas pétalas. A bacia está sobre chão de ripas de madeira. Atrás dela, no beiral da porta, os pés de uma pessoa de chinelo. Nas laterais da porta, vasos com planta. Do interior do cômodo emana uma forte luz amarelada.

láfêrriérre, dâni. País sem chapéu. Tradução Heloisa Moreira. São Paulo: Editora 34, 2011. página 26.

  1. Com quantos anos o narrador deixou o Haiti?
  2. Que situação da infância é lembrada nesse trecho?
  3. Que advérbio a mãe do narrador usava para se referir ao lugar onde o filho havia vivido nos últimos anos?
  4. A escolha desse advérbio revela um sentimento por parte da mãe. Qual é esse sentimento? Explique.
  5. O verbo estar expressa ação nas duas orações a seguir? Explique sua resposta.

— A água está boa, tia rrenê.

— Ela estava no sol, Velhos Ossos.

  1. Qual é a função sintática do pronome oblíquo me em “Ba me preparava banhos assim reticências”? Reescreva a oração, substituindo o pronome por outro com o mesmo sentido e a mesma função sintática.
  2. Releia este trecho:

Lavo o rosto, o peito e as axilas. “Principalmente as axilas”, me dizia sempre Ba. Por causa do calor.

.O trecho mistura fatos de diferentes tempos. Quais são esses ­tempos? Explique sua resposta.

Biblioteca cultural

Pesquise em sites confiáveis resenhas do romance País sem chapéu. Uma bem interessante foi elaborada por Adriano coéler.

Respostas e comentários

Com vinte e três.

6b. Os banhos que Ba lhe dava na velha bacia, principalmente quando ele tinha febre.

6c. .

6d. Espera-se que os estudantes mencionem desgosto, mágoa ou raiva, já que a mãe do narrador prefere nem mencionar o nome do lugar.

6e. Não; estar expressa estado (verbo de ligação) na primeira oração, porque liga uma característica (boa) ao sujeito (a água). Na segunda, é um verbo de ação, significando “encontrar-se”, acompanhado de um adjunto adverbial de lugar.

6f. Objeto indireto. Ba preparava banhos assim para mim.

6g. O primeiro período mostra o presente, a ação que o narrador apresenta como se ocorresse no momento da narrativa; já a fala de Ba foi recuperada do passado, das lembranças do narrador.

Orientações didáticas

Questão 6g – Comente que a expressão por causa do calor mistura as falas do narrador e de Ba. É uma fala dele, mas retoma uma observação dela (que está entre aspas).

Se eu quiser aprender MAIS

A resenha crítica e seus recursos complementares

As resenhas críticas publicadas em jornais e revistas impressos costumam contar com recursos complementares, como fotografias do objeto analisado. Quando divulgadas na internet, podem se valer também de outros recursos. Links para trailers, por exemplo, são comuns em resenhas de documentários, animações e filmes. Nas resenhas de álbuns musicais, pode ser incluído o link para ouvir uma de suas faixas.

Você vai analisar, a seguir, a função desse material.

  1. Muitas resenhas de livros vêm acompanhadas pelas capas ou ilustrações internas das edições. Reveja as imagens que acompanham as duas resenhas deste capítulo, em Leitura e Textos em conversa.
    1. Paulo Vinicius incluiu, em sua resenha, três reproduções de ilustrações da agá quê Astronauta: Magnetar. Qual é a contribuição delas para o conhecimento da obra?
    2. E qual é a contribuição das ilustrações para a aceitação da opinião expressa na resenha?
    3. Observe os quadros do vídeo de Laíse reproduzidos. Com que objetivo ela manuseia a edição da agá quê na reprodução do último quadro?
    4. Na reprodução do segundo quadro do vídeo de Laíse, foi incluída, por meio de um editor de vídeo, outra imagem na cena. O que é mostrado nessa imagem e qual é a finalidade dessa inclusão?
    5. Muitas das resenhas disponíveis na internet contêm links que permitem o acesso a outros conteúdos. Caso a resenhista Laíse quisesse inserir links para complementar sua ideia ou ajudar o espectador na compreensão do conteúdo, quais materiais ela poderia indicar?
  2. As resenhas orais variam conforme as características de seu produtor, o ­assunto, o público-alvo, a fórma como chega ao público, entre outros fatores. Conheça mais uma resenha oral sobre dois filmes, lendo sua trans­crição e vendo alguns dos quadros do vídeo.

Carol Prado: [no estúdio] Olá! Um filme brasileiro premiado no importante Festival de Cannes é o principal destaque no cardápio de estreias dessa semana.

Fotografia. Carol Prado, moça de cabelo comprido e escuro. Está com a boca aberta, falando. Usa um pequeno microfone na camisa. Ao fundo, pessoas na redação do jornal.
A repórter Carol Prado no estúdio do telejornal.
Respostas e comentários

As imagens revelam características do personagem e do cenário, além de mostrar o estilo dos desenhos.

1b. As imagens confirmam a boa qualidade do desenho e das cores empregadas, argumentos usados para defender a leitura da obra.

1c. Laíse mostra a ilustração para explicar o que é o magnetar de que fala e aproveita para avaliar positivamente os recursos visuais.

1d. No segundo quadro do vídeo, é incluída a imagem do personagem Astronauta Pereira, da Turma da Mônica. Essa imagem complementa a fala, contribuindo para a compreensão da informação e, simultaneamente, para o envolvimento do espectador.

1e. Sugestão: Ela poderia indicar links que dessem acesso às tirinhas do Astronauta Pereira, por exemplo, para que o espectador pudesse conhecer um pouco mais o personagem original. Poderia, ainda, mostrar alguma reportagem sobre o projeto Graphic.

Se eu quiser aprender mais

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 4, 5, 6 e 7.

cê e éle : 1, 2, 5 e 6.

cê e éle pê : 1, 3, 7 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê um seis, ê éfe seis nove éle pê um sete, ê éfe seis nove éle pê quatro cinco, ê éfe seis sete éle pê zero um, ê éfe seis sete éle pê zero quatro e ê éfe seis sete éle pê zero oito.

Orientações didáticas

As atividades desta seção objetivam aprofundar o conhecimento do gênero resenha analisando como a articulação de linguagens contribui para a construção do sentido do texto e do efeito sobre o leitor. Simultaneamente, completa o estudo dos dois textos selecionados para leitura.

Questão 2 – Alguns gêneros são limítrofes, não têm fronteiras rigorosas. Esta resenha, por exemplo, aproxima-se do gênero notícia, uma vez que relata um fato – as estreias da semana – e é reduzida ou mais sutil a expressão de uma avaliação. Entretanto, considerando sua função – informar o público sobre os objetos culturais disponíveis para que optem por conhecê-los ou não –, a prevalência da descrição do objeto cultural e os traços de avaliação, optamos por tratá-la como resenha.

O filme citado, Gabriel e a montanha, é indicado para 12 anos. Se possível, apresente o vídeo da resenha aos estudantes e peça-lhes que resolvam as atividades com base nele apenas. A inclusão das imagens responde à preocupação em oferecer a possibilidade de realização da atividade também para os estudantes que não possam acessar o vídeo.

Nos casos em que o vídeo for exibido, observe a qualidade das respostas. Se notar dificuldade na identificação de informações ou na compreensão dos recursos empregados na composição da resenha, planeje outras situações que permitam atividades semelhantes. Alguns portais da internet mantêm catálogos de vídeos com notícias, reportagens e resenhas como essa.

Reprodução de cena de filme. Rapaz branco de cabelo castanho e bigode correndo em uma rua de terra. Ele está vestido com tecidos coloridos Ao fundo, pessoas negras, em bancas de roupas, observam.
Reprodução de cena do filme Gabriel e a montanha.

Carol Prado: [enquanto imagens do filme são mostradas] Gabriel e a montanha é inspirado na história real do brasileiro Gabriel , que morreu durante uma viagem à África em 2009. Sem a ajuda de um guia, ele tentou subir ao pico mais alto do maláui, com mais de 3 mil metros de altitude.

Reprodução de cena de filme. O rapaz com tecidos coloridos no corpo está de braços e boca aberta, com o corpo projetado para frente, na direção de algumas crianças negras. Elas estão sorrindo.
Reprodução de cena do filme Gabriel e a montanha.

Carol Prado: [no estúdio] O diretor Fellipe Barbosa é um amigo de infância do protagonista.

Carol Prado: [em off] O roteiro é baseado em anotações, em mensagens de Gabriel pra mãe, pra namorada e também no testemunho de pessoas que cruzaram seu caminho no continente.

Carol Prado: [em off] Em Cannes o filme foi eleito revelação na Semana da Crítica, uma amostra paralela à premiação principal. Também ganhou o prêmio da Fundação , uma ajuda financeira pra distribuição na França.

Carol Prado: [no estúdio] Já Depois daquela montanha tem elenco estrelado, com Idris Elba e quêite uinslêt.

Carol Prado: [em off] O filme retrata um acontecimento trágico que dá origem ao romance.

Carol Prado: [em off] Até então desconhecidos, os dois embarcam juntos em um jatinho e sofrem um acidente aéreo quando o piloto tem um ataque cardíaco em pleno voo.

Carol Prado: [em off] A relação surge enquanto eles tentam sobreviver, feridos e perdidos em uma área montanhosa coberta por neve.

Carol Prado: [no estúdio] E se você quiser saber mais sobre essas e as outras estreias da semana passa lá no gê um.

Reprodução de cena de filme. O rapaz está sem camisa usando uma bermuda vermelha e um colar. Carrega uma câmera fotográfica pendurada no ombro e uma bolsa ao redor do quadril. Anda na rua abraçado com várias crianças negras.
Reprodução de cena do filme Gabriel e a montanha.

FILME “Gabriel e a montanha” estreia nos cinemas. Programa Bom Dia São Paulo. São Paulo: tê vê Globo, 2017. Transcrição do vídeo de 0 minuto 19 segundos a 2 minutos 4 segundos. Disponível em: https://oeds.link/riG5h1. Acesso em: 4 abril 2022.

  1. Essa resenha foi apresentada na página de vídeos de um site de notícias. Você acha que o texto foi lido ou foi falado? Explique sua resposta.
  2. Identifique marcas de interlocução (conversa com o ouvinte) empregadas pela jornalista.
  3. A resenha não expõe uma opinião explícita sobre Gabriel e a montanha, mas o apresenta de modo favorável. Como isso é percebido?
  4. Nesse vídeo, a imagem da jornalista aparece no início, no final e em dois breves momentos ao longo da fala; na maior parte do tempo, ouve-se sua voz, enquanto são apresentados trechos dos filmes. Qual é a vantagem dessa composição?
  5. Observe os quadros reproduzidos do filme Gabriel e a montanha. O que os trechos selecionados pela resenha destacam?
  6. Ainda com base nos quadros reproduzidos, escreva duas hipóteses que você levantaria acerca do filme Gabriel e a montanha. Você pode falar de figurino, cenário, ritmo da narrativa, recursos técnicos, elenco etcétera Use o seguinte modelo: Provavelmente, o filme conta com ­figurinos simples.

Fala aí!

Há algumas décadas, as resenhas eram publicadas apenas em jornais e revistas impressos e eram escritas por especialistas. Hoje essa publicação é muito comum em blogs e canais de vídeos mantidos por pessoas interessadas em determinada área cultural. Que vantagem existe na ampliação dos meios de divulgação? Que cuidados devemos ter ao ler as resenhas publicadas nesses canais?

Respostas e comentários

Provavelmente foi lido, já que não há marcas de formulação do discurso, como pausas, hesitações, autocorreções etcétera

2b. Olá, você e passa lá.

2c. A resenha coloca o filme como destaque entre as estreias da semana e menciona os prêmios recebidos por ele.

2d. Esse recurso permite ao público conhecer alguns aspectos dos filmes, como ritmo, a personalidade dos personagens, a fotografia etcétera, complementando aquilo que está sendo apresentado por meio da fala.

2e. As características comportamentais de Gabriel, que é retratado como um jovem afável, que faz amizade facilmente.

2f. Sugestão: Provavelmente, o filme não conta com efeitos especiais. Provavelmente, as cenas mostram muitas pessoas que realmente residem na região.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 2e – Caso os estudantes tenham visto o vídeo, também poderão mencionar o destaque dado à região em que Gabriel se perdeu e à relação com a namorada.

Fala aí! – Ajude os estudantes a perceber que, por um lado, essa ampliação possibilita que não sejam privilegiados apenas os objetos culturais já consagrados ou que atendam aos interesses comerciais das empresas de comunicação. Por outro, dá voz a pessoas que podem não ter conhecimento suficiente para emitir uma opinião bem fundamentada.

Minha resenha crítica NA PRÁTICA

Neste capítulo, você e seus colegas vão produzir uma revista cultural formada por resenhas críticas. Escolha um objeto cultural que esteja disponível ao público e prepare sua avaliação. Sua resenha deve ter, no máximo, 35 linhas. O título e os subtítulos não são contados. A revista ficará disponível para a leitura dos estudantes e dos visitantes de sua escola.

MOMENTO DE PRODUZIR

Planejando minha resenha crítica

Como você já sabe, o planejamento do texto é uma etapa fundamental para uma produção textual eficiente. Reflita sobre os comentários e as orientações disponíveis no esquema a seguir antes de iniciar seu texto.

Esquema. Da teoria para a prática. Teoria: As resenhas tratam de objetos culturais bem diversos. Prática: Escolha o objeto cultural considerando a validade de uma resenha sobre ele. Trata-se de uma boa produção que merece ser conhecida pelo público? É uma produção de grande sucesso, mas cabem críticas a sua qualidade? Tem tido destaque e merece uma análise cuidadosa? Teoria: Os critérios para a análise de um objeto cultural são definidos pelo segmento em que ele se insere. Prática: O que é importante observar quando se quer avaliar, por exemplo, uma peça teatral ou uma série de TV? Para identificar os critérios importantes, você pode ler outras resenhas sobre o mesmo tipo de objeto cultural. Teoria: O tipo de público define se a resenha deverá ser menos ou mais técnica e sua linguagem menos ou mais formal. Prática: Quanto seus leitores conhecem do segmento cultural em foco? Essa informação é importante para a escolha do vocabulário e das informações que devem ser apresentadas. Teoria: O produtor de uma resenha é alguém que conhece bem um segmento cultural. Prática: Pesquise o contexto de produção. Quais profissionais estão envolvidos na produção do objeto cultural? Que obras produziram antes? Como foi a crítica desses trabalhos? O objeto cultural em análise é inovador? Como tem sido avaliado? Teoria: Muitas resenhas possuem recursos complementares como fotografias de capas de livros ou links para acessar o trailer de um filme. Prática: Quais materiais contribuiriam para tornar a resenha mais atraente e completa?
Respostas e comentários

Minha resenha crítica na prática

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 7, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 5 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero seis, ê éfe seis nove éle pê zero sete, ê éfe seis nove éle pê zero oito, ê éfe seis nove éle pê um seis, ê éfe seis nove éle pê um oito, ê éfe seis nove éle pê quatro nove, ê éfe seis nove éle pê cinco seis, ê éfe seis sete éle pê um um, ê éfe seis sete éle pê um dois, ê éfe seis sete éle pê três seis, ê éfe seis sete éle pê três sete e ê éfe zero sete éle pê um zero.

Orientações didáticas

Se considerar uma boa estratégia, indique um objeto cultural comum a todos os estudantes. Pode ser uma animação, um documentário ou curta-metragem exibido em aula, uma exposição que eles visitaram etcétera Uma sugestão que pode facilitar esse momento de escolha é que você faça uma prévia seleção de diferentes objetos, como curtas-metragens que possam ser vistos em plataformas de vídeos na internet, livros que a turma já tenha lido em outro momento, sites de games ou de outros assuntos do interesse dos estudantes, e faça um sorteio. Assim, você garante que todos os trabalhos sejam feitos sobre matérias que estejam de acôrdo com a faixa etária da turma.

Se reconhecer que sua turma mostrou interesse em diferentes objetos culturais, permita que os estudantes selecionem sua própria obra para análise, porém verifique, antes da produção, se os objetos escolhidos são adequados à faixa etária e relacionados a temas que possam agregar ao coletivo.

Elaborando minha resenha crítica

  1. Escreva um parágrafo de apresentação do objeto cultural escolhido. Identifique-o e expresse uma opinião favorável ou desfavorável.
  2. Amplie sua descrição. Você pode resumir o conteúdo, descrever a organização (quantos poemas tem uma coletânea ou quantas faixas tem um álbum, por exemplo), apresentar o contexto de produção do objeto cultural (novo volume de uma coleção, por exemplo) etcétera
  3. Desenvolva o texto, mesclando descrição e avaliação.
  4. Julgue se vale a pena dividir a análise em blocos, com subtítulos que destaquem o que está sendo abordado em cada parte. Embora não seja obrigatório segmentar a resenha, a divisão em partes pode contribuir para a organização das informações.
  5. Durante a escrita, tenha atenção à maneira como expressa suas ideias. Faça uso de advérbios para marcar a apreciação, por exemplo: A trilha sonora é, infelizmente, um ponto negativo no filme.
  6. Redija um parágrafo de conclusão, recomendando ou não ao público o objeto cultural.
  7. Releia a resenha para verificar se os argumentos que você utilizou no texto comprovam a opinião que você emitiu. A resenha não pode ser apenas a expressão de seu gosto pessoal.
  8. Crie um título que destaque a informação mais importante do texto.
  9. Inclua recursos complementares em sua resenha. Não deixe de colocar legendas se introduzir imagens.

Revisando minha resenha crítica

A revisão é uma etapa importante, pois demonstra a preocupação com aquilo que foi escrito. Releia o texto para observar se está de acôrdo com o que é esperado em uma resenha e se as ideias estão expressas com clareza.

Observe também aspectos importantes na comunicação escrita, como o uso da ortografia-padrão e da concordância entre sujeito e verbo e entre o substantivo e os termos que o determinam (adjetivos e artigos, por exemplo).

Preste atenção, ainda, ao uso de pronomes oblíquos como complementos de verbos. Você já sabe que os pronomes o, a, os e as exercem a função de objeto direto: desenha o personagem; desenha-o. Lembre-se de que algumas adaptações podem ser necessárias para seu uso. Veja.

Após verbos terminados em -r, -s ou -z – essas letras são eliminadas, acrescentamos -lo, -la, -los, -las e acentuamos as fórmas verbais quando necessário:

Esquema. fazer mais a: fazer-la (um corte diagonal indicando a supressão do r): fazê-la
encontramos mais a: encontramos-la (um corte diagonal indicando a supressão do s): encontramo-la

Após verbos terminados em som nasal – acrescentamos -no, -na, -nos, -nas:

Esquema. trouxeram mais a: trouxeram-na

É lógico!

Os verbos e os pronomes átonos se modificam seguindo um padrão. Use-o para fazer formulações semelhantes às desses exemplos.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Elaborando minha resenha crítica – Os estudantes devem exercitar a autonomia na produção, mas fique à disposição para dirimir possíveis dúvidas. Faça leituras pontuais dos rascunhos e elabore perguntas para motivar a identificação de elementos que necessitem de alguma verificação. Mostre aos estudantes que, ao longo do processo, é possível fazer alguns ajustes.

Revisando minha resenha crítica – Este momento de análise é bastante importante, pois se trata do olhar dos próprios estudantes sobre sua produção, antes que seja avaliada pelos demais colegas. Acompanhe-os enquanto fazem essa leitura analítica e faça questionamentos que os ajudem na revisão.

MOMENTO DE REESCREVER

Avaliando minha resenha crítica

As resenhas serão avaliadas por grupos de estudantes. Cada estu­dante lerá seu texto em voz alta e ouvirá a avaliação dos colegas embasada no quadro de critérios a seguir. Eles também devem fazer recomendações com a intenção de ajudar o autor a aprimorar a resenha.

Depois, cada estudante lerá o texto de um parceiro e anotará, a lápis, correções relativas a segmentação de frases, ortografia, concordância, uso de pronome átono etcétera

A

O objeto cultural foi identificado por seu título e seu(s) produtor(es)?

B

O texto descreve o objeto cultural?

C

Está clara a opinião do resenhista acerca do objeto cultural?

D

Os argumentos justificam bem essa opinião?

E

A resenha está organizada em partes? Deveria estar?

F

Os recursos complementares contribuem para a boa qualidade da resenha?

G

A linguagem é compatível com a divulgação em uma revista cultural destinada ao público jovem?

H

O tipo de informação apresentado é compatível com o público?

Reescrevendo minha resenha crítica

  1. Reflita sobre as observações e as sugestões dos colegas e pense em alterações que tornem sua resenha ainda mais eficiente. Verifique também quais alterações são necessárias para adequar o uso da linguagem.
  2. Digite seu texto. Escolha um layout que o valorize: formatação em colunas, inserção de imagens, título em destaque etcétera Imprima-o em uma folha a quatro.
Ilustração. Jovens reunidos ao redor de uma mesa. Dois deles estão organizando papeis sobre ela. Os outros três observam.

MOMENTO DE APRESENTAR

Preparando a revista cultural

Sob a orientação do professor, elejam uma equipe de editores que ficará responsável por produzir a revista cultural. As resenhas serão ­organizadas por segmentos: cinema, música, literatura, games etcétera

A equipe deverá criar uma capa para a publicação, escolhendo um título e uma imagem atraentes. Na primeira página, fará uma apresen­tação da atividade, com sua descrição, nome do professor que a orientou e ano de produção. Na sequência, entrará o sumário da revista seguido das páginas com as resenhas de todos os estudantes.

Dica de professor

Deixem para inserir o número das páginas no sumário depois de organizar todos os textos.

O original da revista ficará disponível para leitura na sala de aula. Uma cópia ficará na biblioteca para consulta de todas as turmas e outra na recepção da escola para que os visitantes possam conhecê-la.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Avaliando minha resenha crítica – Organize a troca de materiais entre os estudantes. Lembre-os de que esse momento é de ajuda, de colaboração, e que é importante que mostrem aos colegas a melhor maneira de enriquecer o texto.

Preparando a revista cultural – Oriente a equipe sobre como obter as cópias e as encadernações (a revista pode ser apenas grampeada ou costurada) usando os equipamentos da escola.

Atividade complementar

Uma sugestão de ampliação de proposta é selecionar algumas resenhas produzidas para tentar uma publicação em sites, jornais ou revistas da sua região. Essa é uma maneira eficiente de explorar a função social do gênero textual. Para isso, é preciso fazer uma pesquisa para identificar oportunidades. Existem também alguns sites que recebem colaboração de fãs que produzem resenhas relacionadas a materiais por eles publicados. Recomendamos que você faça previamente uma pesquisa para indicação e encaminhamentos, visto que nem todos eles são adequados para a faixa etária dos estudantes. Busque veículos que não demandem assinatura nem pagamento.

Conversa com arte

Experimentando ser vlogueiro

Você já teve uma experiência como resenhista quando ­escreveu uma resenha para compor a revista cultural. A ideia agora é experimentar a comunicação como vlogueiro, ou seja, produzir uma resenha considerando sua divulgação por vídeo. Você o produzirá adaptando a resenha que escreveu, e ele ficará disponível no blog da turma.

Você pode utilizar qualquer aparelho de gravação de vídeos, como um smartphone ou uma câmera. Sua produção deve durar de dois a quatro minutos.

Etapa 1 Preparando o vídeo

Produza um roteiro para organizar sua fala e os recursos que se articularão a ela. Você pode criar um quadro com três colunas. Por exemplo:

Tempo de duração

Fala

Outros recursos

0’05’’ a 0’15’’

Cumprimento e pergunta para o público

Mostrar capa do livro


Aos poucos, detalhe esse planejamento. Lembre-se de que você está produzindo um vídeo, portanto não basta ler a resenha escrita já preparada. Você deve selecionar as informações, reorganizá-las e encontrar formulações que sejam próprias das interações orais.

As perguntas a seguir podem ajudá-lo a refletir sobre essa produção e a planejá-la.

  1. Como você vai iniciar o vídeo? Vai cumprimentar o público e anunciar o assunto? Vai fazer uma pergunta para estimular a reflexão ou contar uma curiosidade? Vai apresentar um pequeno trecho da obra a ser analisada?
  2. Você vai mostrar o objeto cultural: capa do livro, cartaz do filme etcétera?
  3. Que recursos de edição você vai utilizar? Vai incluir fotos ou outras imagens?
  4. Quais são as informações necessárias para familiarizar o público com esse objeto cultural?
  5. Quais argumentos você usará para convencer o público da validade de sua opinião?
  6. Onde você fará o vídeo para que nenhum ruído ou intervenção o atrapalhe?

Dica de professor

Quando achar que seu roteiro está pronto, ensaie em frente ao espelho para conferir as melhores expressões faciais e gestos e testar as brincadeiras que pode fazer para prender a atenção do espectador.

Versão adaptada acessível

Boxe Dica de professor

Quando achar que seu roteiro está pronto, ensaie bastante expressões faciais e gestos e teste as brincadeiras que pode fazer para prender a atenção do espectador.

Respostas e comentários

Conversa com arte

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3, 5 e 6.

cê e éle pê : 1, 3, 5, 7, 9 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero seis, ê éfe seis nove éle pê zero sete, ê éfe seis nove éle pê zero oito, ê éfe seis nove éle pê um zero, ê éfe seis nove éle pê um dois, ê éfe seis nove éle pê quatro seis, ê éfe seis nove éle pê quatro nove, ê éfe seis sete éle pê um um, ê éfe seis sete éle pê um dois e ê éfe seis sete éle pê dois três.

Orientações didáticas

Nesta seção, os estudantes utilizarão o texto que produziram para a revista cultural e farão uma retextualização para uma situação de oralidade, com possibilidade de articulação com outras linguagens. A atividade desenvolve habilidades relativas ao planejamento, produção e avaliação de conteúdo em formato digital. Auxilie os estudantes no uso da tecnologia e, se precisarem de mais repertório sobre os formatos possíveis para resenhas em vídeo, promova pesquisas em sites. Valorize o conhecimento que alguns estudantes possam ter sobre o uso do celular como ferramenta de produção de vídeo, pedindo-lhes que compartilhem com os demais o que sabem.

A avaliação deverá ser feita em grupo e exigirá que os estudantes se relacionem colaborativamente, exercitando a escuta atenta e reflexiva.

Caso não seja possível usar um equipamento para filmar e reproduzir o vídeo na sala de aula, apresentamos duas opções: 1. fazer um podcast, que envolve apenas a voz e pode ser feito com tecnologia mais simples; 2. pedir aos estudantes que façam suas apresentações ao vivo, diante de pequenos grupos.

Etapa 2 Produzindo o vídeo

Lembre-se de que um vídeo não pode ser uma leitura rígida de um texto escrito. Mesmo que você se apoie na leitura de alguns trechos da resenha, precisa falar com naturalidade, aproveitando recursos como modulação de voz, gestos, expressões faciais etcétera Fale de maneira descontraída e com clareza. Marcas de oralidade poderão aparecer em sua fala, mas tenha cuidado para não exagerar no uso de marcadores como tipo ou tá? e use gírias com moderação.

Se necessário, peça ajuda a alguém para fazer o enquadramento da imagem e apertar o botão para iniciar e finalizar a gravação.

Ao terminar, assista ao vídeo e verifique se há necessidade de gravar novamente, caso tenha faltado algum detalhe ou ocorrido algum problema técnico, como o som ter ficado baixo.

Por fim, faça a edição do vídeo, inserindo recursos complementares, a fim de aprimorá-lo. Há aplicativos e softwares gratuitos de edição de vídeo, disponíveis para celular ou computador, que oferecem diversas ferramentas. Escolha um e veja as opções que oferece; se tiver dificuldade para usá-lo, consulte tutoriais na internet.

Dica de professor

Alguns editores de vídeo permitem incluir legendas e estilizá-las, incluir fotos ou vídeos de fundo, aplicar filtros, cortar ou inserir trechos, acelerar ou diminuir a velocidade do vídeo etcétera Em geral, seus menus têm ícones que sinalizam a função da ferramenta, como uma nota musical para indicar o recurso de inserção de música.

Etapa 3 Avaliando os vídeos

A avaliação será feita em trios. Vocês assistirão aos vídeos uns dos outros para conversar sobre os resultados. Lembrem-se de respeitar os turnos de fala durante a avaliação dos vídeos.

  1. Está clara a opinião sobre o objeto cultural?
  2. A opinião foi sustentada com argumentos válidos?
  3. É possível compreender facilmente a linha de raciocínio?
  4. O vídeo capta e mantém o interesse do espectador?
  5. A fala é segura e descontraída, mas adequada a uma comunicação informativa, em ambiente culto?
  6. A filmagem está livre de ruídos e intervenções no ambiente?

Envie o vídeo para o professor, que o postará no blog da turma. Caso você sinta necessidade de regravar o vídeo para aprimorá-lo, avise-o.

Por fim, divirta-se assistindo e comentando os vídeos de seus colegas.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Etapa 3 – Sugerimos que uma comissão fique responsável por organizar o material: receber todos os vídeos e enviar, em bloco, para o professor; preparar uma explicação da atividade; e criar uma lista com a identificação dos vídeos (citando o objeto cultural e o autor da resenha).

Glossário

Magnetar
: tipo de estrela que apresenta forte campo magnético.
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Singra
: navega, percorre.
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Nêutrons
: partículas que fazem parte dos átomos, que formam tudo o que existe ao nosso redor.
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Tesla
: unidade de medida usada para indicar magnetismo, ou seja, a capacidade de atrair ou afastar outros corpos.
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: redução da expressão em inglês gréfiqui nóvel, usada para designar uma história em quadrinhos com narrativa mais longa.
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: termo em inglês que significa “moda”, usado como gíria para se referir a algo que está em alta, fazendo sucesso.
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Arrefecer
: esfriar, ficar mais brando.
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: abreviação de sáiênce fiquition, expressão em inglês que significa “ficção científica”.
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: expressão em inglês que, em tradução literal, significa “ovos de Páscoa”, sendo bastante utilizada no mundo dos jogos, séries, filmes etcétera, para se referir a algo que está parcialmente oculto em algumas cenas.
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Menir
: monumento de pedra em formato alongado.
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: expressão em inglês do universo das histórias em quadrinhos usada para se referir a cenas que ocupam uma página inteira.
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Pena
: traço do desenhista.
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Mosaico
: construção de obra de arte com pequenas peças.
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: expressão em latim que significa “indefinidamente”, “sem fim” ou “sem limite”.
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Palheta
: conjunto de cores utilizadas por um artista.
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: palavra em inglês para indicar uma imagem panorâmica, larga.
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Pares
: semelhantes.
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Neófito
: principiante, aprendiz.
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Intérminos
: intermináveis.
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Nautas
: navegantes.
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Primatologistas
: especialistas que estudam os primatas, ordem dos mamíferos que inclui o ser humano e os macacos, entre outros seres relacionados.
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