Capítulo 8 – Viajar é preciso

Quando fazemos uma viagem, muitas vezes deparamos com realidades bastante diferentes da nossa. Isso fica mais evidente quando estamos em outro país e passamos a conhecer hábitos distintos e a ouvir outra língua, mas também é verdadeiro quando pensamos na própria região em que moramos. Neste capítulo, vamos falar de viagens.

E se a gentereticências

reticências conhecesse lugares muito legais?

Espaços arquitetônicos singulares e suas histórias são alguns dos aspectos que mais atraem as pessoas quando viajam. Palácios, museus, mausoléus, torres, pontes e outras construções provocam nossa curiosidade.

Etapa 1 Conhecendo lugares

Vamos começar nossa viagem conhecendo um dos mausoléus mais famosos do mundo. É o Taji Marral.

Fotografia. Taj Mahal, grande palácio de estrutura clara, com três cúpulas no topo. A central é a maior. As janelas são grandes e, ao redor delas, há aberturas gigantes na estrutura, em formato de arco. O palácio é cercado por uma muralha. Nas quatro pontas dela, torres compridas. À frente, um espelho d’água com árvores ao redor. Perto das árvores, estão dispostas algumas pessoas. O tamanho delas, pequeno, destoa do tamanho da estrutura do monumento. O céu, ao fundo, está azul.
Taji Marral, Patrimônio Mundial da unêsco, em Agra, Índia. Foto de 2018.

O Taji Marral é um monumento funerário erguido no século dezessete para abrigar o corpo da rainha , esposa do rei shá ján. Sua construção iniciou-se em 1632, um ano após a morte da rainha, e foi finalizada em 1654. Nessa imagem, avistam-se parte do jardim, o mausoléu e os minaretes (torres). O conjunto é formado, ainda, por um portal de acesso, tumbas menores, uma mesquita (edifício para a prática religiosa) e pátios.

Respostas e comentários

CAPÍTULO 8

Leia sobre o percurso de aprendizagem proposto para este capítulo na parte específica deste ême pê.

E se a gentereticências conhecesse lugares muito legais?

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 3, 4, 5, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3, 5 e 6.

cê e éle pê : 3, 5 e 10.

Habilidades: ê éfe seis sete éle pê zero oito, ê éfe seis sete éle pê dois zero e ê éfe seis sete éle pê dois três.

Orientações didáticas

Nesta seção, será destacada a arquitetura, especialmente de monumentos, entendidos aqui como edificações que se distinguem pela dimensão, arquitetura e imponência e despertam admiração. As leituras deste capítulo são constituídas de dois relatos: o primeiro remete à cultura da Índia contemporânea; o segundo, à visita ao Brasil feita pelo naturalista chárlis Dárvin, escrito na primeira metade do século dezenove. Assim como fizemos na escolha dos textos, nas reflexões desta seção colocamos em evidência diferentes culturas e chamamos atenção para as diversas visões de mundo e contextos que explicam cada monumento. O estudante poderá comparar, por exemplo, o uso de uma construção suntuosa, como um mausoléu, dentro de uma perspectiva própria da Índia do século dezessete, e a construção de um museu voltado à consciência socioambiental, no Brasil do século vinte e um. A observação considera, também, a maneira como as ideias dos artistas ganharam materialidade, um aspecto sempre observado no uso da linguagem verbal e das multissemioses e que aqui se desdobra no universo da arte.

Observe agora a imagem do conjunto arquitetônico e participe da discussão oral proposta por seu professor com base nas questões a seguir.

Fotografia. Taj Mahal cercado por um longo muro ornamentado. Em cada extremidade do muro, um palácio menor que o principal, com várias janelas e cúpulas arredondadas no topo. Todo o conjunto está refletido nas águas de um rio, à frente. O céu, ao fundo, apresenta tons de azul, lilás e cinza, bem claros.
Taji Marral refletido nas águas do rio Yamuna. Em cada extremidade do complexo há uma tumba secundária e uma mesquita. Foto de 2019.
  1. O que o tamanho das pessoas que aparecem nas fotos do Taji Marral nos ajuda a perceber sobre as dimensões do monumento?
  2. O Taji Marral é conhecido por sua simetria. Você consegue percebê-la? Explique sua resposta.
  3. O conjunto arquitetônico está à margem de um rio, distante de outros edifícios. Além disso, o mausoléu, que é a construção principal, ocupa uma parte mais ao fundo do terreno. Qual é o efeito dessa organização?
  4. O conjunto arquitetônico ocupa um total de 17 mil métros e só a cúpula do mausoléu tem 35 metros de altura. Que recursos você imagina que foram necessários para uma construção desse porte?
  5. O edifício foi construído com tijolos comuns, mas foi coberto com placas de mármore branco revestido com pedras preciosas e semipreciosas. Sua cúpula foi costurada com fios de ouro. Qual é o efeito do uso desses materiais?
  6. Nas paredes, além das pedras preciosas e semipreciosas, há também textos religiosos, desenhos de flores e vegetais e figuras geométricas. As tumbas do rei e da rainha, porém, estão no subsolo, que recebeu decoração bem simples. Nas paredes, estão anotados apenas textos religiosos ou elogios à rainha. O que pode explicar essa diferença?
  7. O Taji Marral é considerado Patrimônio da Humanidade pela unêsco. O que justifica, na sua opinião, a importância dada a ele?

Sabia?

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco) é um dos organismos da ônu. Ela avalia e define as áreas que serão consideradas Patrimônio da Humanidade devido ao seu valor histórico, cultural, arquitetônico, natural ou ambiental. O reconhecimento da unêsco contribui para a maior conservação e segurança de um patrimônio.

Respostas e comentários

1. As pessoas aparecem minúsculas nas fotos, o que nos ajuda a perceber a grandiosidade do Taji Marral.

2. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente e comentem que, se dividido ao meio por uma linha imaginária vertical, o conjunto mostra os mesmos elementos espelhados dos dois lados.

3. A visão do conjunto não tem a concorrência de outros elementos, o que garante mais destaque à sua imponência. E, ao colocar o edifício principal ao fundo, amplia-se a noção de profundidade.

4. Espera-se que os estudantes mencionem arquitetos competentes, muitos trabalhadores, grande quantidade de material, meios de transporte para carregar peso etcétera

5. Esses materiais criam um efeito de luxo, destacando o Taji Marral entre outras construções.

6. O desejo de separar o espaço mundano, com seu luxo, do espaço espiritual, reservado e simples.

7. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 7 – Comente que a destaca as qualidades estéticas ­únicas e as inovações propostas pelos arquitetos e considera o Taji Marral a construção mais importante da arquitetura indo-islâmica.

No site da unêsco, existem várias fotografias e dois vídeos sobre o conjunto arquitetônico. Como não há narração em português, o espanhol pode ser uma alternativa. Os estudantes que não conhecem a língua enfrentarão o desafio de se apoiar nas palavras conhecidas e nas imagens para obter algumas informações, o que pode ser bastante enriquecedor e estimulante. Caso, em sua turma, haja imigrantes ou descendentes de imigrantes que conheçam essa língua estrangeira, essa é uma boa oportunidade para colocá-los em posição de protagonistas – eles podem ser os tradutores. O vídeo é curto, mas se vale de algumas informações mais sofisticadas relativas à descrição da arquitetura.

Se achar conveniente, apresente aos estudantes mais dados da história do rei e da rainha sepultados no Taji Marral. Conforme o costume e a cultura indianos, o rei tinha sete esposas, e se tornou a preferida dele. Essa esposa era tão influente que o convenceu a não ter mais filhos com as demais mulheres e a construir para ela uma tumba esplendorosa. Após sua morte, durante o parto do 13o filho, o rei dedicou-se a construir o Taji Marral, e, de acôrdo com antigas lendas, pretendia construir um segundo , de mármore negro, do outro lado do rio, que seria seu próprio mausoléu. Entretanto, a guerra com seus descendentes teria impedido seu plano: ele foi deposto e preso por seu filho. Hoje, está enterrado ao lado de , no Taji Marral. Se os estudantes considerarem a narrativa excessivamente machista, converse com eles e ouça suas posições. Não deixe de contemplar o aspecto cultural pelo qual a narrativa é atravessada, mas também não perca a oportunidade de problematizar determinados hábitos e comportamentos.

Veja agora outros exemplos de edifícios ou conjuntos arquitetônicos imponentes e responda às questões.

A Torre êifel localiza-se no Campo de Marte, em Paris, e foi construída para a Exposição Universal de 1889, que reuniu pavilhões de diversos países, nos quais se apresentavam aos visitantes aspectos da economia e da cultura. O evento estendeu-se de maio a outubro.

Fotografia. Torre Eiffel, estrutura comprida de base larga feita em metal. A base tem a forma de um arco. Ao redor da torre, pessoas em um longo gramado e muitas árvores na lateral. O céu, ao fundo, está azul.
Torre êifel, Paris, França. Foto de 2016.
  1. Descreva o formato da torre.
  2. Como você imagina que os visitantes sobem por ela? Até que ponto você acha que podem subir?
  3. A Torre êifel foi construída no final do século dezenove, período marcado pelo grande avanço da industrialização e da ciência. Como esse contexto pode estar relacionado à escolha do ferro como principal material para a construção da torre?
  4. A torre foi planejada como uma construção temporária, que seria desmontada após 20 anos. O que, na sua opinião, a mantém em funcionamento até hoje?

A sídni ópra raus (Casa da Ópera de Sídni) fica na Austrália. Ela foi projetada pelo dinamarquês djorn útzon. Sua construção se iniciou em 1959 e terminou em 1973.

Fotografia. Casa da Ópera de Sydney, grande construção retangular à beira-mar. O telhado é branco e tem o formato de grandes conchas sobrepostas. O céu, ao fundo, está azul.
Casa da Ópera de Sídni, Austrália. Foto de 2015.
  1. Por estar destinado à apresentação de concertos, peças teatrais, balés e outros espetáculos, quais podem ter sido as principais preocupações de quem planejou o edifício?
  2. O telhado é formado por uma estrutura em cascas, que o destacam visualmente. Na sua opinião, com o que elas se parecem? O que justificaria a escolha desses elementos?
  3. Você gosta do resultado visual desse projeto?
Respostas e comentários

8. Há quatro vigas que se unem em dois pontos intermediários e depois seguem juntas até o topo.

9. Sugestão: As pessoas usam escadas e elevadores. Para o terceiro nível, quase no topo, apenas o elevador está disponível.

10. A construção em ferro, e não em alvenaria, como é mais tradicional, tem relação com o mundo industrial.

11. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

12. Sugestão: A acústica, a visibilidade do palco e o conforto de artistas, técnicos e plateia.

13 e 14. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 8 Comente com a turma que a torre mede cêrca de 320 metros de altura.

Questão 11 Explique aos estudantes que a torre se tornou um símbolo da França, admirado não só pelos franceses, mas igualmente por visitantes de todo o mundo.

Questão 13 Comente com os estudantes que o arquiteto pretendeu criar uma semelhança entre esses elementos e velas de embarcações, para que dialogassem com o mar próximo.

Questão 14 Informe à turma que a House é um dos locais mais visitados da Austrália e é um marco da arquitetura mundial.

O Museu do Amanhã, projetado pelo arquiteto espanhol , localiza-se na cidade do Rio de Janeiro e foi inaugurado em 2015. É um museu de arte e de ciência, cujo objetivo maior é levar o visitante a refletir sobre o futuro a partir dos perigos que afetam o planeta nos campos social e natural nos dias de hoje.

Fotografia. Museu do Amanhã, estrutura de base circular construída à beira-mar. O teto tem um prolongamento em direção ao mar. A estrutura do teto é toda aberta por grandes fendas. Ao fundo, ao redor, grandes prédios.
Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, Brasil. Foto de 2017.
  1. O que mais chama a sua atenção na construção do museu?
  2. O projeto procurou seguir o conceito de “arquitetura sustentável”, por isso usa recursos como o aproveitamento da água da Baía de Guanabara para climatizar seu interior. Que relação há entre essa opção e o objetivo do museu?
  3. Observe o grande telhado, formado por estruturas de aço que se movimentam. Qual seria a função delas?
  4. Segundo o arquiteto, ele buscou um formato que tornasse o museu “etéreo”, isto é, discreto, menos pesado materialmente. Você acha que ele conseguiu esse efeito? Por quê?

Etapa 2 Fazendo uma visita

Vamos conhecer o Museu do Amanhã um pouco mais? Siga as orientações para acessar o site do museu e realizar uma visita virtual.

  1. Em um site de busca, pesquise o link “Museu do Amanhã, tour virtual 360”.
  2. Abra a página principal e leia a coluna da esquerda: ela contém informações sobre os diferentes espaços do museu que você poderá conhecer, como a fachada do prédio, a entrada da exposição e os espaços de exposição com seus vários temas.
  3. Além de visualizar os espaços como se estivesse caminhando dentro do museu, você pode ler textos com informações sobre as exposições.

a. Para se deslocar entre as salas e percorrer as diversas exposições, você encontrará uma seta como esta:

Ilustração. Retângulo marrom com um botão circular no centro, em que está desenhada uma seta apontando para cima.

b. Para acessar os textos, procure um ponto de exclamação como este:

Ilustração. Retângulo amarelo com uma exclamação preta no centro.

c. Para escutar informações relativas a cada parte da exposição, acesse:

Ilustração. Retângulo laranja com um triângulo branco no centro.
Respostas e comentários

15 e 18. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

16. O museu tem o objetivo de mostrar os riscos do planeta em termos naturais, ambientais, o que é coerente com um projeto sustentável.

17. Elas captam a energia solar.

Orientações didáticas

Questão 15 Comente que o museu tem 15 mil métros e é cercado por jardins, ciclovia e espelhos d’água, ocupando uma área total de 30 mil métros.

Questão 18 – Diga aos estudantes que a fórma longilínea e a cobertura elevada foram pensadas para que o prédio não ocultasse as construções da região e a paisagem natural.

Etapa 2 – Essa é uma atividade que visa estimular o interesse dos estudantes por continuar aprendendo. A visita virtual potencializa o acesso a práticas da cultura digital, considerando a identificação dos adolescentes com ela e as possibilidades de aproveitamento do amplo conteúdo disponível, a fim de incentivar que se lancem a descobertas, motivados por seus interesses particulares. Sugerimos que a atividade seja feita como tarefa de casa para que os estudantes despendam o tempo que considerarem necessário. Caso não disponham dos equipamentos e também não haja a possibilidade de usar equipamentos da escola, verifique se é oportuno propor a realização da atividade em grupos.

Explique aos estudantes que os temas das exposições variam de tempos em tempos. Antes de orientar a visita virtual, acesse o site e pesquise sobre a exposição que estiver em cartaz. Se achar interessante, convide um professor da área de Ciências ou Geografia para participar do compartilhamento dos registros e impressões dos estudantes. Durante o compartilhamento, observe se os estudantes respeitam os turnos de fala, se se expressam com linguagem adequada à situação e se demonstram interesse pela exposição dos colegas.

Sugerimos que, além da visita virtual, você organize uma visita a um museu da região. Assim como farão na visita virtual, os estudantes poderão analisar o conteúdo exposto, a organização do espaço e a relação entre o acervo e o público (presença de textos informativos, folhetos, instrutores etcétera). Poderão, ainda, ser convidados a escrever uma resenha, indicando ou não ao leitor a visita ao museu. Se a visita física for possível, não deixe de envolver o professor de Arte nessa atividade.

Se houver condições, faça uma reunião com seu colega para organizar a visita. Vocês podem propor questões norteadoras que os estudantes responderão ao fazer a visita ao museu. Se a parceria interdisciplinar não for viável, procure conhecer o museu previamente a fim de organizar o percurso dos estudantes durante a visita.

  1. Durante a visita virtual, identifique o tema da exposição principal e observe como está organizada. Aproveite para avaliar aspectos relacionados à navegação: é fácil transitar entre as áreas da exposição? O conteúdo é exposto em linguagem acessível? A fala gravada tem bom ritmo e entonação? As palavras são pronunciadas com clareza? Faça anotações sobre o que achou mais interessante, tanto pela fórma de visitar o Museu do Amanhã quanto pelas informações que leu e ouviu.
  2. No dia marcado pelo professor, compartilhe algumas anotações, além de suas impressões sobre a visita. Ouça com atenção o que os colegas têm a dizer, tire dúvidas e troque informações.

Leitura 1 RELATO DE VIAGEM

Nesta primeira leitura, você encontrará o trecho de um relato da jornalista Teté Ribeiro sobre a experiência que ela teve em uma viagem à Índia, país onde fica o Taji Marral, que você conheceu na seção anterior. Antes de ler o relato, responda:

  1. Você já estudou a Índia?
  2. Já assistiu a algum filme, série, novela ou animação que se passe no país?
  3. Que adjetivo poderia caracterizar a Índia considerando o que você sabe ou imagina sobre o país?

Investigue

Em que continente fica a Índia? No ranking que classifica os países por tamanho, que lugar ela ocupa? E no ranking que considera o número de habitantes?

Vanita e Sandip

A chegada dos meses mais frios inaugura a temporada de casamentos na Índia. Como quase nunca chove entre outubro e março, e as temperaturas ficam mais amenas, entre dezoito e trinta graus, o clima é perfeito para festas ao ar livre. O hotel maduban, onde estamos, é especializado em casamentos. Os noivos muito abastados reservam todos os quartos por dois ou três dias, com um ano de antecedência, mesmo que não ocupem tudo com convidados. É mostra de poder.

Durante as comemorações, os hóspedes que estiverem por lá são obrigados a procurar outro pouso. Já aconteceram alguns casamentos no hotel desde que chegamos do hospital – as meninas estão com dez dias – e até hoje ninguém nos expulsou. “Os noivos não eram tão ricos”, me disse o Senhor udêi. Espiei as três festas que aconteceram. Numa delas, uma cena me marcou: indianas pobres, vestidas com sárisglossário , trabalhavam segurando postes para iluminar o espaço. Ficavam imóveis, como postes mesmo, a noite inteira, sem dar um pio, sem tomar água, sem parar um pouco para fazer xixi, sustentando a iluminação extra da pista.

A música fica por conta de uma bandinha de homens uniformizados. O sujeito que puxa o canto se mantém no escuro, não é nem o líder da banda nem a estrela, é quase um roadieglossário , o cara indispensável mas invisível.

“Amanhã quem vai se casar é o rei do diamante de Mumbaiglossário ”, conta o Senhor udêi. A festa, para mil convidados, se estenderá por dois dias e duas noites. Durante os preparativos, consigo ver um pouco da decoração, toda com rosas e cristais. O noivo chega na festa em uma carruagem enfeitada de pedras que já está no hotel, e será puxada por dois cavalos brancos. Um Cinderelo étnicoglossário .

Respostas e comentários

1 a 3. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Investigue. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Leitura 1

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 6 e 9.

cê e éle : 1, 3 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 5, 6 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê quatro quatro, ê éfe seis nove éle pê cinco quatro e ê éfe seis sete éle pê dois oito.

Orientações didáticas

Questões 1 a 3 – Conduza a discussão das questões de antecipação de modo que muitos estudantes possam se manifestar. Após a leitura, pergunte a eles se mudariam o adjetivo escolhido para caracterizar a Índia.

Apresente, se possível, o relato de viagem da jornalista Teté Ribeiro para o professor de Geografia. Ele pode se interessar, entre outros objetivos, por comparar a economia do Brasil e da Índia, construindo conhecimentos prévios para a abordagem dos países conhecidos como bríquis (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) indicada, na Bê êne cê cê, para o 8º ano.

Investigue – A Índia fica no continente asiático. É o sétimo maior país em extensão e, em 2022, era o segundo mais populoso do planeta. Segundo projeções da ônu, a Índia deve ultrapassar a China e se tornar o país mais populoso do mundo em 2027.

Modelos mais simples dessas festas de casamento acontecem a toda hora pela cidade. Sempre que saímos para comprar fraldas ou leite em pó passamos por um evento desses. A carruagem do noivo está presente em todos eles.

A chegada dos convidados é anunciada e festejada por um trio de tocadores de tambor que ficam parados na porta principal, vestidos com um uniforme combinando com o resto da decoração. E, além da batucada, eles fazem uns passos de dança típica, meio roda, meio bumba meu boi. A cada um que chega, dez minutos de tum-dum-dum. Como a comemoração dura dois ou três dias, há gente chegando quase o tempo todo, e o clima de Carnaval toma conta do lugar.

Desde a semana passada percebi que o número de pessoas no hotel aumentou muito. As alamedas onde ficam os chalés ao redor da piscina estão todas decoradas com guirlandas de flores de verdade, um trabalho interminável. Há uma turma mais executiva, duas mulheres e um homem, que andam sempre juntos. Eles dão ordens e supervisionam os mínimos detalhes. Na entrada principal, além do trio da batucada, aparece a cada dia um novo arranjo de pétalas de flores feito no chão, em fórma de mandalaglossário . E um pôster em um cavalete de mais ou menos dois metros por um, como aqueles de eventos corporativosglossário , anuncia a união dos noivos.

Desta vez, teremos que encontrar outro lugar para ficar. E os hotéis da região estão todos lotados, por causa desse casamento. A família do noivo está toda no maduban; a da noiva, menos rica, se acomodou em outro lugar, mais barato. A diária no maduban é muito cara para os padrões indianos, mas razoável em termos brasileiros – sete mil e quinhentas rupias por dia, em torno de 375 reais. Cada rupiaglossário vale cinco centavos de real (ou cada real vale 18,5 rupias, em média). Dividido esse valor por quatro, estamos pagando perto de 93 reais por noite por pessoa. E cada dia mais acostumados com a vida boa.

RIBEIRO, Teté. Minhas duas meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. páginas sessenta e sete e sessenta e oito.

De quem é o texto?

Fotografia. Teté Ribeiro, mulher de cerca de 40 anos, ruiva de cabelo ondulado. Tem o rosto fino e olhos arredondados.
Foto de 2014.

Teté Ribeiro (1970-) nasceu em São Paulo e é formada em Filosofia. Trabalha como jornalista e já publicou algumas obras de não ficção. O livro Minhas duas meninas, de autoria dela, mistura relato de viagem, reportagem e relato pessoal, tendo como inspiração sua experiência ao tornar-se mãe.

Fotografia. Mulheres indianas sorridentes. Estão sentadas lado a lado. Usam roupas largas e coloridas. Cobrem o cabelo com tecidos grandes. Usam adereços brilhantes no pescoço e braços. À direita, uma delas está em pé, de braços cruzados.
Mulheres indianas em festival em , Índia. Foto de 2007.

DESVENDANDO O TEXTO

1. Nesse trecho do livro, a autora fala dos casamentos típicos da Índia, país que está visitando. .No caderno, copie e finalize o esquema a seguir, substituindo as palavras escritas em azul por informações obtidas no texto. A expressão quando acontecem, por exemplo, deve ser substituída por meses frios.

Esquema. Casamento de noivos indianos abastados – quando acontecem (meses frios) – motivo 1 – motivo 2 – cerimônias ao ar livre. Casamento de noivos indianos abastados – onde acontecem – serviços especializados – exemplo 1 – exemplo 2 – exemplo 3.

Dica de professor

Os esquemas facilitam a visualização de dados e da relação entre eles. Recorra a esquemas quando precisar sintetizar (resumir) textos, principalmente os expositivos, como aqueles dos livros didáticos.

Ilustração de monumento com torres que terminam em cúpulas arredondadas, com uma pequena ponta no topo. Em frente, as silhuetas de algumas pessoas. A cena, vista à distância, tem tons de amarelo, azul e roxo.
  1. De acôrdo com informações fornecidas pelo texto, a fórma como se realizam os casamentos na Índia revela diferenças econômicas entre os indianos.
    1. O que são noivos abastados? Como essa característica é comprovada pelas informações fornecidas no primeiro parágrafo?
    2. Afortunado pode ser considerado um termo sinônimo de ­abastado? Consulte um dicionário para chegar a uma conclusão.
    3. A autora do texto comparou os noivos abastados com a personagem de ficção Cinderela. O que justifica essa comparação?
  2. Teté Ribeiro informa que ficou hospedada no maduban.
    1. O que se deduz sobre esse hotel, considerando que ele foi o escolhido pelo “rei do diamante de Mumbai” para se casar?
    2. No final do trecho, a autora comenta: “A diária no maduban é muito cara para os padrões indianos, mas razoável em termos brasileiros”. Como ela, em seguida, justifica essa afirmativa?
    3. Quem, provavelmente, é o Senhor udêi, citado algumas vezes no texto?
    4. Há duas falas do Senhor udêi no texto, uma no segundo e outra no quarto parágrafo. Qual delas foi usada como justificativa para a autora e a família dela terem de trocar de hotel? Explique.
Respostas e comentários

1. Motivo 1: quase nunca chove; motivo 2: temperaturas amenas; onde acontecem: hotéis especializados; exemplo 1: recepção por músicos; exemplo 2: decoração caprichada; exemplo 3: supervisão dos preparativos.

Abastados é o mesmo que ricos, característica confirmada pelo fato de que os noivos reservam todos os quartos de um hotel para hospedar seus convidados durante as festividades do casamento.

2b. Afortunado é um termo mais amplo. Pode indicar quem é rico, como sinônimo de abastado, mas também quem tem boa sorte.

2c. O fato de os noivos chegarem em carruagens enfeitadas, como Cinderela.

Deduz-se que, provavelmente, é um hotel muito caro e luxuoso.

3b. A autora apresenta o valor da diária do hotel em rupias, a moeda da Índia, e em reais, a moeda do Brasil, além de indicar quanto cada rupia vale em real.

3c. Provavelmente, é o gerente do hotel maduban ou alguém com um cargo administrativo no estabelecimento.

3d. “Amanhã quem vai se casar é o rei do diamante de Mumbai.” Por ser o casamento de alguém muito rico, todos os quartos do hotel foram reservados por ele.

Orientações didáticas

Desvendando o texto – Antes de iniciar as atividades, faça uma prática oral. Peça aos estudantes que formulem perguntas dirigidas a Teté Ribeiro imaginando uma situação em que a autora esteja na escola para fazer uma palestra. Eles têm dúvidas em relação ao que ela relatou? Têm curiosidades quanto à estada dela na Índia? Verifique se as perguntas foram formuladas com clareza e se o conteúdo e a linguagem são adequados à situação de comunicação (média formalidade).

Questão 1 Sugerimos que, após a realização da atividade, você anote na lousa o esquema a ser preenchido e o complete com a ajuda dos estudantes, validando todas as soluções que sejam coerentes com os comandos. Ajude-os a reconhecer a utilidade dessa organização.

Questão 2b Veja se os estudantes entenderam que a palavra fortuna, a que se associa afortunado, não significa apenas riqueza material; ela nomeia a fôrça que supostamente atua para que tenhamos êxito ou sucesso. Comente que está relacionada a uma divindade romana, Fortuna, que era considerada a deusa da boa ou da má sorte.

COMO FUNCIONA UM RELATO DE VIAGEM?

Observe, agora, outras informações que podem ser encontradas nesse relato de viagem.

  1. A autora do relato deparou-se com um tipo de casamento diferente dos que já conhecia.
    1. Como ela obteve informações sobre os casamentos dos indianos abastados?
    2. O que permitiu a ela saber como eram outros modelos de festas na Índia?
    3. Releia estes dois trechos:

Espiei as três festas que aconteceram.

A chegada dos convidados é anunciada e festejada por um trio de tocadores de tambor reticências.

.Por que, no segundo trecho, a autora trocou o uso do tempo ­pretérito (passado) pelo tempo presente?
  1. No segundo parágrafo, Teté Ribeiro conta uma situação que a marcou.
    1. O que aconteceu?
    2. Explique por que a situação relatada sugere que pessoas são tratadas como objetos.
    3. Como a autora do texto parece ter se sentido? Explique sua resposta.
    4. Você já viu uma situação como essa em uma cerimônia de casamento ou em algum outro tipo de festa no Brasil?
  2. Em sua opinião, qual é a principal diferença entre os casamentos indianos e os brasileiros?
Ilustração. Jovem casal indiano. Ela veste roupas coloridas e um lenço no cabelo. Usa colares, brinco e uma pequena pedra na testa. Ele veste um casaco de gola alta com botões no meio. Na cabeça, usa um turbante. Atrás deles, um painel ornamentado colorido.

Fala aí!

Reflita novamente sobre o tipo de trabalho que impactou a jornalista. Você acha que esse dado da cultura indiana a diferencia muito da realidade brasileira? Por quê?

Da observação para a teoria

Os relatos de viagem são gêneros textuais que circulam no campo jornalístico-midiático e no artístico-literário, apresentando experiências reais de um viajante, assim como informações sobre determinado lugar. O relato inclui explicações e descrições, além de impressões e opiniões, que são elementos mais subjetivos.

É muito comum que o relato de viagem apresente um choque entre culturas, já que a pessoa que está viajando entra em contato com hábitos e valores diferentes dos seus.

Respostas e comentários

Ela observou, no hotel onde estava hospedada, os preparativos e parte das cerimônias, além de ter conversado com o Senhor udêi.

1b. Os deslocamentos que fez pela cidade para comprar fraldas ou leite em pó para as filhas.

1c. A autora está, no segundo trecho, relatando algo que se repete, é um hábito, e não algo que ocorreu pontualmente.

Ela viu indianas pobres cujo trabalho era segurar postes de iluminação durante uma festa.

2b. Porque as mulheres citadas precisavam ficar imóveis, sem poder falar nem satisfazer necessidades básicas, como beber água ou ir ao banheiro.

2c. Espera-se que os estudantes indiquem que, provavelmente, a autora ficou chocada ou triste, porque ela disse ter sido uma experiência marcante, e a descrição que faz sugere estranhamento.

2d. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam negativamente.

3. Sugestão: É provável que a turma se refira ao longo período de comemorações e ao uso de uma carruagem enfeitada pelo noivo.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 3 A pluralidade religiosa no Brasil resulta em cerimônias diferentes; peça aos estudantes que descrevam os casamentos a que já assistiram.

Fala aí! Ajude os estudantes a perceber que, no Brasil, não ocorre uma situação idêntica a essa. No entanto, em algumas cidades do país, existem trabalhos que apresentam certa semelhança com aquele realizado pelas mulheres indianas (por exemplo, aqueles nos quais as pessoas passam horas portando em seus corpos placas de propaganda). Embora os estudantes possam problematizar essa atividade, fique atento para que não haja um tom de discriminação em relação a quem realiza esse tipo de trabalho.

Finalize perguntando se o conhecimento que tinham sobre a Índia ou aquilo que imaginavam foi confirmado pelo texto. Conversem sobre as perguntas de antecipação, confrontando-as com o que leram.

Leitura 2 RELATO DE VIAGEM

O texto que você vai ler a seguir foi escrito por Chárles Dárvin durante a estada dele no Rio de Janeiro, em 1832.

Viagem de um naturalista ao redor do mundo

CAPÍTULO dois

RIO DE JANEIRO

reticências

9 de abril – Antes do nascer do sol, deixamos o local miserável em que passamos a noite. A estrada passava ao longo de uma planície estreita e arenosa que se estendia entre o mar e as lagunas salgadas interiores. Um grande número de belas aves ribeirinhas, como as garças e os grous, e as plantas suculentas que assumiam fórmas fantásticas davam ao cenário um interesse que de outra fórma não possuiria. As poucas árvores atrofiadas que se viam estavam cobertas de plantas parasitas, entre as quais se podiam admirar a beleza e deliciosa fragrância de algumas orquídeas. À medida que o sol se erguia, o dia se tornou intoleravelmente quente, e a areia branca, refletindo a luz e o calor, causou-nos um mal-estar intenso. Fizemos a refeição em Mandetiba, com o termômetro marcando 28 graus Célsius à sombra. Daí, viam-se morros distantes, cobertos de arvoredo, que se espelhavam nas águas tranquilas de uma extensa lagoa, algo que nos reconfortou.

Como a Venda em que ficamos era ótima e me produziu uma reminiscência agradável, ainda que vaga, de um excelente almoço, farei a seguir, a fim de provar minha gratidão, a sua descrição, como típica no gênero. Essas casas geralmente são espaçosas, construídas com postes verticais entrelaçados de ramos que são depois rebocados. Raramente possuem soalho; janelas com vidraças, nunca. São, entretanto, geralmente muito bem cobertas. Como via de regra, a parte da frente é toda aberta, formando uma espécie de alpendre, em cujo interior se colocam mesas e bancos. Os dormitórios são contíguos de cada lado, e neles os hóspedes podem dormir, com o conforto que lhes for possível, sobre uma plataforma de madeira e um magro colchão de capim. A Venda ficava no quintal em que os cavalos eram alimentados. Costumávamos, ao chegar, desarrear os animais e lhes dar sua ração de milho. Em seguida, curvando-nos reverentemente, pedíamos ao senhor que nos fizesse a gentileza de nos dar qualquer coisa para comer: “O que quiserem, senhores!”, era sua resposta habitual. Nas primeiras vezes, dei em vão graças à Providência por nos haver guiado à presença de tão amável pessoa. Prosseguindo o diálogo, porém, o caso invariavelmente assumia o mesmo aspecto deplorável.

— Pode fazer o favor de nos servir peixe?

— Oh, não, senhor.

— Sopa?

— Não, senhor.

— Algum pão?

— Não, senhor.

De quem é o texto?

Pintura. Charles Darwin, senhor calvo, de cabeça oval, cabelos, barba e sobrancelhas brancos. Tem olhos arredondados. Os lábios são finos.
Retrato de Chárles Dárvin pintado por em 1881 e colorido por em 1922.

Durante quase cinco anos, o naturalista inglês Chárles Dárvin (1809-1882) participou de uma expedição marítima ao redor do mundo, fazendo paradas em alguns pontos para que pudesse entrar em contato com os nativos, estudar plantas e animais, além de coletar material para as pesquisas que rea­lizava. As anotações detalhadas do cientista deram origem, entre outras obras, ao livro Viagem de um naturalista ao redor do mundo.

Respostas e comentários

Leitura 2

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 5 e 6.

cê e éle : 1, 3, 5 e 6.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 6 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê quatro quatro, ê éfe seis nove éle pê cinco quatro e ê éfe seis sete éle pê dois oito.

Orientações didáticas

Antes de iniciar a leitura, pergunte aos estudantes o que esperam ler em um relato feito por um cientista inglês que veio estudar a natureza brasileira no século dezenove. Em seguida, promova a leitura em voz alta e confronte as expectativas com o conteúdo do texto.

Observe que vamos propor uma atividade de consulta ao dicionário (questão 1), que deve ser realizada após a leitura, mas antes das demais questões. Utilize os dicionários disponíveis na biblioteca da escola e/ou peça aos estudantes que os tragam de casa. A atividade também pode ser feita como tarefa de casa.

Se achar conveniente, convide o professor de Ciências para falar brevemente sobre a expedição que o jovem naturalista chárlis Dárvin fez na América do Sul. Ele acompanhou a tripulação de um navio que veio mapear a região e aproveitou para observar a fauna e a flora e coletar material, ações que contribuíram para seus estudos futuros. O professor poderá construir conhecimento prévio para a abordagem, no 9º ano, das explicações de Dárvin sobre a diversidade biológica (ê éfe zero nove cê ih um zero).

— Carne-sêca?

— Oh! Não, senhor!

Se tivéssemos sorte, esperando umas duas horas poderíamos conseguir frango, arroz e farinha. reticências Quando, extenuados de cansaço e de fome, dávamos timidamente a entender que ficaríamos satisfeitos de ver a mesa posta, a resposta pomposa usual (se bem que verdadeira), ainda que desagradável em demasia, era: “Ficará pronto quando estiver pronto”. Se ousássemos insistir mais, acabaria por nos mandar seguir viagem por nossa impertinência. Os anfitriões possuíam péssimas maneiras e eram muitíssimo descorteses. Suas casas e suas roupas frequentemente eram imundas e malcheirosas. A carência de talheres também era total, e tenho certeza de que não se encontraria na Inglaterra nenhuma cabana ou casebre assim destituídos dos mais simples confortos.

Ilustração. Senhor calvo de cabelo, bigode e sobrancelhas brancos. As sobrancelhas estão arqueadas e ele tem uma caneta encaixada na parte superior da orelha. Veste um casaco verde, camisa branca e está com os braços apoiados em um balcão. Ao lado dele, duas garrafas. Ao fundo estante com garrafas e caixas.

. Viagem de um naturalista ao redor do mundo. São Paulo: éleepê ême Póquét, 2008.

Biblioteca cultural

Busque na internet o vídeo produzido pela érre tê pê (Rede de Televisão Portuguesa) sobre as viagens de Chárles Dárvin. Faz parte da série “érre tê pê Ensina”.

REFLETINDO SOBRE O TEXTO

1. Algumas palavras do texto estão escritas em azul. Crie um glossário com elas, explicando-as de maneira clara e breve. Veja um exemplo. Lagunas: lagos que ficam perto do litoral, de água salgada e com pouca profundidade.

Versão adaptada acessível

Atividade 1.

As seguintes palavras aparecem destacadas no texto: “lagunas”, “grous”, “atrofiadas”, Venda”, “soalho”, “alpendre”, “contíguos”, “desarrear”, “deplorável”, “descorteses” e “destituídos”. Crie um glossário com elas, explicando-as de maneira clara e breve. Veja um exemplo.

Lagunas: lagos que ficam perto do litoral, de água salgada e com pouca profundidade.

  1. Observe a maneira como o relato é apresentado.
    1. Em que pessoa gramatical ele é feito?
    2. Por que os relatos de viagem costumam ser apresentados nessa pessoa gramatical?
    3. Cite uma passagem que destaque uma opinião ou um sentimento de Dárvin.
  2. O texto de Dárvin é iniciado por uma data, como o gênero diário. Que outras semelhanças há entre o relato e o diário?
  3. As explicações que o cientista incluiu no relato são acessíveis a um público comum ou apenas outros cientistas podem entendê-las? Explique sua resposta.
  4. Releia o seguinte trecho.

Como a Venda em que ficamos era ótima e me produziu uma reminiscência agradável, ainda que vaga, de um excelente almoço, farei a seguir, a fim de provar minha gratidão, a sua descrição, como típica no gênero.

.No gênero relato de viagem, conforme indicado nesse trecho, é comum a existência de descrição. Você percebeu a presença de descrição no relato da jornalista Teté Ribeiro? Explique sua resposta.
Respostas e comentários

1. Grous: aves de grande porte, com pernas e pescoço bastante longos. Atrofiadas: debilitadas, murchas. Venda: antigo estabelecimento humilde onde eram servidas refeições e no qual os viajantes podiam passar a noite; tipo de pousada. Soalho: piso com revestimento de tábuas. Alpendre: varanda coberta. Contíguos: vizinhos. Desarrear: tirar os arreios (conjunto de peças próprias para a montaria ou o trabalho de carga). Deplorável: horrível, lamentável. Descorteses: rudes, grosseiros, indelicados. Destituídos: desprovidos, privados.

Em primeira pessoa.

2b. Porque esses relatos trazem experiências e opiniões do próprio viajante.

2c. Sugestão: “reticências e as plantas suculentas que assumiam fórmas fantásticas davam ao cenário um interesse que de outra fórma não possuiria” (opinião de Dárvin sobre a paisagem); “reticências o dia se tornou intoleravelmente quente” (confissão de mal-estar em virtude do calor excessivo).

3. Ambos apresentam um relato que mescla fatos, descrições objetivas e impressões e podem, eventualmente, funcionar como fonte de informações para estudos e pesquisas.

4. As explicações são acessíveis a um público comum porque não foram usados termos técnicos nem exigem que o leitor tenha conhecimento prévio a respeito delas.

5. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente, já que Teté Ribeiro dedicou-se, no relato que fez, a descrever alguns aspectos que observou, como a decoração do hotel ou a iluminação das festas durante os casamentos dos indianos ricos.

Atividade complementar

Depois que os estudantes realizarem individualmente a questão 1, peça que formem grupos e produzam um glossário único, formulado com as informações obtidas pelos integrantes. Assim, há mais uma oportunidade de lidar com os termos e a possibilidade de autocorreção. Na correção, solicite que cada grupo leia uma das definições e que os demais a corrijam, se for o caso. Em seguida, peça aos estudantes, ainda organizados em grupos, que façam uma leitura em voz alta do texto e a suspendam no final de cada frase que contenha uma palavra estudada; eles devem explicar o trecho com as próprias palavras. Por fim, peça que desenhem a venda descrita por Dárvin. Apenas um dos estudantes deverá desenhar; os demais serão responsáveis por orientá-lo. Os desenhos devem ficar afixados na sala de aula até a finalização do estudo do capítulo. Essa atividade será retomada na questão 6b.

Orientações didáticas

Questão 3 – Pergunte aos estudantes se eles se recordam da obra Diário de isláta: a vida de uma menina na guerra, com a qual entraram em contato no Capítulo 1 do 6º ano. Pelo contexto a que se referia, a guerra na ex-Iugoslávia, o diário da garota também serve como um registro de acontecimentos históricos.

6. Agora, releia o trecho a seguir.

Essas casas geralmente são espaçosas, construídas com postes verticais entrelaçados de ramos que são depois rebocados. Raramente possuem soalho; janelas com vidraças, nunca. São, entretanto, geralmente muito bem cobertas. Como via de regra, a parte da frente é toda aberta, formando uma espécie de alpendre, em cujo interior se colocam mesas e bancos. Os dormitórios são contíguos de cada lado, e neles os hóspedes podem dormir, com o conforto que lhes for possível, sobre uma plataforma de madeira e um magro colchão de capim.

Ilustração. Silhueta de uma pessoa de chapéu na porta de um casebre. Ao fundo, o céu está alaranjado e lilás.
  1. Quais pistas indicam que o trecho não descreve um estabe- lecimento em particular?
  2. Imagine que um cenógrafo fosse produzir um cenário com uma venda típica do interior do Rio de Janeiro no século dezenove. O relato de Dárvin seria uma boa fonte de pesquisa? Por quê?

Lembra?

O cenógrafo é o profissional responsável pela criação do cenário de uma peça, filme, show etcétera

7. Volte ao texto e releia as falas introduzidas por travessão.

Versão adaptada acessível

Atividade 7.

Releia o seguinte diálogo do texto, cujas falas são introduzidas por travessão:

— Pode fazer o favor de nos servir peixe?

— Oh, não, senhor.

— Sopa?

— Não, senhor.

— Algum pão?

— Não, senhor.

— Carne-seca?

— Oh! Não, senhor!

  1. O que o diálogo revela sobre as tentativas dos viajantes de se alimentar?
  2. Substitua o diálogo por uma frase que, mantendo as infor­mações dele, poderia vir no final do parágrafo que o antecede.
  3. Por que é interessante, em um relato, o uso do discurso direto?
  1. Dárvin finaliza o texto apresentando uma opinião.
    1. Segundo ele, os anfitriões são “descorteses”. Como esse adjetivo foi formado? Qual é o sentido de cada parte dessa palavra?
    2. Que outra palavra do mesmo parágrafo tem formação semelhante à de descortês? Por que é correto afirmar que as duas palavras estão ligadas a uma mesma sensação de Dárvin em relação ao Rio de Janeiro?
    3. O que a comparação com a Inglaterra, terra natal de Dárvin, ­mostra sobre o Brasil do século dezenove?
    4. Em conclusão, o que se pode dizer sobre o ponto de vista de Dárvin: é reprovador, elogioso ou indiferente?
  2. No segundo parágrafo, o naturalista afirma que deseja provar sua gratidão a uma venda específica e, em seguida, passa a descrever uma venda típica. Como você imagina que Dárvin vai continuar seu relato?

Da observação para a teoria

O produtor de um relato de viagem deseja transmitir sua experiência ao leitor, estimulando-lhe a imaginação e a sensibilidade. Ele procura tornar a leitura dinâmica, atraente, e construir uma visão nova, com pontos de vista que ainda não foram explorados. Sua linguagem é monitorada, mas não é excessivamente formal, porque o que ele conta é pessoal.

Respostas e comentários

O uso do plural essas casas e dos advérbios geralmente e raramente sugere a descrição do conjunto, e não de uma venda em particular.

6b. Espera-se uma resposta afirmativa, já que o texto é bastante rico em detalhes.

O diálogo revela que era difícil se alimentar e que havia pouca variedade de alimentos disponíveis.

7b. Sugestão: Era muito difícil conseguir alguns tipos de alimento; O atendente respondia negativamente a todos os nossos pedidos de alimentos.

7c. Porque o discurso direto revela os fatos de modo mais exato, torna a exposição mais dinâmica e fiel aos acontecimentos. No relato de Dárvin, reforça a ideia de dificuldade que o cientista quis transmitir.

8d. Reprovador.

O adjetivo foi formado pelo acréscimo do prefixo des-, que adiciona o valor de negação à palavra cortês, que significa “educado”, “gentil”.

8b. A palavra é desagradável e, assim como descortês, sugere que Dárvin não estava gostando da experiência.

8c. A comparação sugere que o Brasil estava em condição inferior à da Inglaterra, onde mesmo as pessoas pobres teriam alguns confortos.

9. Espera-se que os estudantes reconheçam que, para garantir a coerência do relato, a continuidade deve incluir algo positivo relacionado à fórma como foram recebidos na venda a que Dárvin desejava agradecer.

Orientações didáticas

Questão 6b Retome os desenhos feitos pelos grupos na atividade complementar à questão 1 e discuta a precisão das informações oferecidas no relato de viagem de Dárvin.

Questão 7c Ajude os estudantes a perceber os efeitos do discurso direto. Leia o final do parágrafo anterior ao trecho indicado (comece em Nas primeiras vezes); nas falas, procure usar uma entonação própria das conversas.

Questão oito á Não é necessário, neste momento, exigir precisão na nomenclatura dos morfemas. Esse tópico gramatical será tratado adiante, neste mesmo capítulo.

Da observação para a teoria Existem discussões acerca do domínio textual em que se enquadra o gênero relato de viagem. Para alguns, ele estaria inserido no domínio jornalístico, sendo um gênero não literário; para outros, faria parte do domínio literário. Consideramos que se trata de um gênero misto, que utiliza elementos do jornalismo, como o relato de uma história real, ancorado em depoimentos e na observação, mas que ultrapassa os limites do cotidiano e a preocupação com o que é atual, pois transmite informações que ativam a sensibilidade e a imaginação do leitor, elementos que caracterizam os gêneros literários. Entendemos que essa discussão não precisa ser levada aos estudantes de 7º ano.

Ao final das atividades, converse com os estudantes sobre o fato de os textos das Leituras 1 e 2 terem sido escritos em contextos bem diferentes. Peça que comparem as percepções dos viajantes para indicar semelhanças. Veja se observaram que ambos lançam um olhar curioso em relação às diferenças culturais, revelando prazer em algumas observações e crítica em outras.

Se eu quiser aprender MAIS

Várias fórmas de descrever

Descrever equivale a desenhar, mas com o uso de palavras. A descrição permite ao produtor de um texto apresentar a seu interlocutor as características de um objeto, de um ser, de um ambiente etcétera, de modo mais objetivo ou subjetivo. Nesse último caso, revela suas impressões ao falar do elemento. Vamos observar essa diferença nos textos a seguir.

1. Releia este trecho do relato de viagem produzido por chárlisDárvin.

9 de abril – Antes do nascer do sol, deixamos o local miserável em que passamos a noite. A estrada passava ao longo de uma planície estreita e arenosa que se estendia entre o mar e as lagunas salgadas interiores. Um grande número de belas aves ribeirinhas, como as garças e os grous, e as plantas suculentas que assumiam fórmas fantásticas davam ao cenário um interesse que de outra fórma não possuiria. As poucas árvores atrofiadas que se viam estavam cobertas de plantas parasitas, entre as quais se podiam admirar a beleza e deliciosa fragrância de algumas orquídeas. À medida que o sol se erguia, o dia se tornou intoleravelmente quente, e a areia branca, refletindo a luz e o calor, causou-nos um mal-estar intenso. Fizemos a refeição em Mandetiba, com o termômetro marcando 28 graus Célsius à sombra. Daí, viam-se morros distantes, cobertos de arvoredo, que se espelhavam nas águas tranquilas de uma extensa lagoa, algo que nos reconfortou.

Ilustração. Silhueta de uma pessoa de chapéu, em pé sobre uma canoa. Segura um bastão. Ao fundo, o sol e pássaros no céu, que está alaranjado.
  1. Nesse trecho, quais adjetivos foram usados para descrever a planície e as lagunas por onde Dárvin passou?
  2. As características indicadas por esses adjetivos dependem da ­opinião de Dárvin? Explique sua resposta.
  3. Veja agora os adjetivos que determinam o substantivo aves. Eles dependem da opinião do naturalista?
  4. Compare o trecho do texto “o dia se tornou intoleravelmente quente” com a frase o dia se tornou quente. Qual é subjetivo? Por quê?

É lógico!

Para responder ao item d, você precisa recorrer a um padrão, isto é, considerar características que são comuns aos textos subjetivos e verificar se coincidem com as expressões.

  1. A expressão dia intoleravelmente quente está relacionada à expressão mal-estar intenso. Que tipo de relação existe entre elas: a primeira é consequência da segunda, é causa da segunda ou é oposta à segunda?
  2. Uma boa descrição permite ao leitor experimentar sensações parecidas com as que o produtor do texto sentiu ou ­inventou. Quais dos sentidos – visão, audição, olfato, paladar e tato – são estimulados pelo trecho? Explique sua resposta.
Respostas e comentários

Planície: estreita, arenosa; lagunas: salgadas interiores.

1b. Não. Esses adjetivos descrevem características físicas do cenário.

1c. O adjetivo belas depende da opinião de Dárvin; já ribeirinhas é uma descrição objetiva.

1d. O trecho “o dia se tornou intoleravelmente quente” é subjetivo, porque revela a sensação do produtor do texto diante da temperatura; a frase o dia se tornou quente apenas descreve a temperatura.

1e. A primeira é causa da segunda.

1f. A visão é estimulada pela descrição do cenário; o olfato, pela referência à fragrância das orquídeas; e o tato, pela sensação térmica de calor.

Se eu quiser aprender mais

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1 e 5.

cê e éle : 1, 2 e 6.

cê e éle pê : 1, 2, 3 e 7.

Habilidade: ê éfe seis nove éle pê quatro sete.

Orientações didáticas

As atividades da seção exploram a tipologia descritiva e as noções de subjetividade e objetividade. Também é trabalhado o conceito de aposto, que, entre suas funções, contribui para explicitar e especificar, efeitos que também concorrem para a descrição.

Questão 1f – Alguns leitores podem também ter sua audição estimulada pela referência às aves, que emitem sons, embora eles não tenham sido mencionados.

2. Leia agora esta letra de canção do rapper e cantor paulista Criolo.

Tói ói ói

Eu tenho um sobrinho

Ele é tão clarinho

Tão cabeludinho

De cachinhos tói ói ói


Ele é tão beiçudinho

Tem olhos de índio

Come feijão-preto

E tem cachinhos tói ói ói


Eu sou um café com leite

Sei que tenho um gringo

O avô é lindo

De cachinhos tói ói ói


Igual a todo brasileiro

Uma mistureba

A coisa mais linda

É o meu sobrinho de cachinhos tói ói ói

Ilustração. Criança de cabelo grande, castanho e cacheado. Tem grandes olhos castanhos e puxados. Os lábios são grossos. Usa camiseta roxa com detalhes em amarelo e bermuda azul-clara, também com detalhes em amarelo. Está correndo na praia, entre os coqueiros. Ao fundo, vê-se o sol.

CRIOLO. “Tói ói ói”. Disponível em: https://oeds.link/oerGrS. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

  1. A descrição do sobrinho é objetiva ou subjetiva? Por quê?
  2. Nas duas primeiras estrofes, alguns substantivos e adjetivos aparecem no grau diminutivo. Quais são eles? Esse grau é usado para indicar tamanho, mostrar afeto ou sugerir ironia?
  3. Tói ói ói exerce a mesma função de um adjetivo. Explique por quê.
  4. Que adjetivo poderia ser usado no lugar de tói ói ói?
  5. Por que a opção por tói ói ói é mais expressiva?
  6. Na segunda estrofe, a descrição do sobrinho associa dois grupos raciais. Quais são eles? Justifique.
  7. A descrição de algo ou de alguém também pode ser feita com o relato de suas ações. Dê um exemplo retirado da segunda estrofe.
  8. Como você interpreta o verso “Eu sou um café com leite”? E os versos “Igual a todo brasileiro / Uma mistureba”?

Biblioteca cultural

Fotografia. Criolo, homem de cabelo preto e curto. Tem barba e bigode escuros. Os olhos são pequenos e o nariz é largo. Os lábios são grandes.
Criolo. Foto de 2017.

Busque, na internet, a canção “Tói ói ói” para conhecer sua melodia.

3. Leia o trecho de uma reportagem e responda às questões.

Nobres caminhos

Duas horas de carro desde Paris são suficientes para chegar à região, que se esparrama no entorno do rio lôárr, o maior do país. De orlêans a Turs, foram oito castelos em cinco dias

Respostas e comentários

A descrição é predominantemente objetiva, porque são apresentadas características físicas da criança.

2b. Clarinho, cabeludinho, cachinhos, beiçudinho. O grau é usado para mostrar afeto.

2c. Tói ói ói caracteriza o substantivo cachinhos.

2d. O adjetivo enrolados (enroladinhos).

2e. Espera-se que os estudantes percebam que ela é mais visual porque remete à ideia de mola.

2f. Os indígenas e os africanos. Os olhos têm traços indígenas, e os lábios, traços dos africanos.

2g. “Come feijão-preto”.

2h. Espera-se que os estudantes respondam que o primeiro verso citado indica que o eu lírico é mestiço de negro com branco, e que percebam que os dois outros versos se referem à miscigenação do povo brasileiro, com a mistura de indígenas, negros e brancos resultando em grande diversidade étnica.

Orientações didáticas

Questão dois á – Ressalte a possibilidade de usar palavras e expressões como predominantemente, em grande parte, de modo geral etcétera quando se deseja alcançar maior precisão. Não se pode dizer que a descrição é inteiramente objetiva, por isso a palavra predominantemente torna essa resposta mais exata.

No final da correção, reforce a percepção de que alguns recursos, entre eles o uso de adjetivos junto de substantivos, contribuem para que o leitor de um texto visualize os cenários, as pessoas e os objetos apresentados pela escrita. Mencionar ações, estimular os órgãos dos sentidos, entre outras estratégias, também contribuem para esse objetivo.

A monarquia terminou na França, no século 18. Mas suas marcas seguem bem vivas no vale do lôárr, região que vai do centro do país ao oceano Atlântico. Reis, rainhas e suas côrtes estão presentes em dezenas de castelos, em fortalezas medievais e em construções renascentistasglossário .

AFFONSO, Julia. Nobres caminhos. O Estado de São Paulo, São Paulo, ano 137, número 44751, 26 abril 2016. Viagem, página dê seis.

  1. Quais sentidos podem ser atribuídos a “nobres caminhos”, no título?
  2. A reportagem mostra atrações da região do vale do lôárr. Onde fica essa região?
  3. Que expressão foi empregada para descrever o rio lôárr?

São chamadas de aposto palavras ou expressões que se referem a um substantivo ou pronome para dar uma explicação, a qual, em muitos contextos, contribui para a descrição. Os apostos podem ter várias funções.

Explicar uma palavra ou expressão:

O rio lôárr, o maior do país, corta todo o vale.

Desenvolver uma ideia por meio de enumeração:

A região é cheia de belezas: castelos, fortalezas medievais e construções renascentistas.

Resumir uma sequência de elementos:

Castelos, fortalezas medievais e construções renascentistas, todos estão abertos à visitação.

Especificar uma palavra ou expressão genérica por meio do nome próprio:

Esquema. Os oito castelos localizam-se no entorno do rio Loire, o maior do país. Há uma seta que liga "Loire" a "rio".

Em geral, os apostos vêm separados por vírgulas, travessões ou dois-pontos. Apenas o aposto que especifica uma palavra com sentido genérico não é separado.

Desafio da linguagem

Copie o parágrafo em seu caderno e inclua as informações destacadas como apostos. Faça as adaptações necessárias.

O estado de São Paulo é um dos destinos mais interessantes do país para quem gosta de esportes de aventura, contato com a natureza e atividades voltadas à preservação ambiental. Em Brotas, podem ser realizadas diversas atividades radicais. Socorro é referência no turismo de aventura e ecoturismo para portadores de mobilidade reduzida e necessidades especiais. Os parques estaduais paulistas têm rios, cachoeiras, grutas, cavernas e paisagens estonteantes.

Mapa turístico do estado de São Paulo. Folheto com informações turísticas em 16 minipáginas encartadas. [anos 2000].

  • A cidade de Brotas é considerada a capital nacional do ecoturismo.
  • Nela praticam-se boia-cross, rafting, tirolesa, rapel, mountain bike e voo livre.
  • Os parques estaduais de São Paulo são áreas protegidas por lei.

Sabia?

Atualmente, não se usa o termo portador, já que as pessoas com deficiência ponderam que não portam uma deficiência, como algo que às vezes se carrega ou não (como um objeto). As expressões recomendadas são: pessoa com deficiência e pessoa com mobilidade reduzida.

Respostas e comentários

Pode-se entender que os caminhos da região do vale do lôárr são majestosos, elegantes, ou que eram caminhos percorridos pela nobreza.

3b. Na França, a duas horas de carro de Paris, indo do centro do país em direção ao oceano Atlântico.

3c. O maior do país.

Desafio da linguagem. Sugestão: reticências Em Brotas, capital nacional do ecoturismo, podem ser realizadas diversas atividades radicais: boia-cross, rafting, tirolesa, rapel, mountain bike e voo livre. Socorro é referência no turismo de aventura e ecoturismo para pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida. Os parques estaduais paulistas, áreas protegidas por lei, têm rios, cachoeiras, grutas, cavernas e paisagens estonteantes.

Orientações didáticas

Desafio da linguagem – Observe se os estudantes estão incluindo expressões que tenham um nome como núcleo, e não orações. Verifique também a pontuação.

Falando sobre a NOSSA LÍNGUA

Derivação e composição

No relato da viagem ao Brasil (Leitura 2), o naturalista Chárles Dárvin comen­tou que os anfitriões eram descorteses e que suas respostas eram ­desagradáveis. Os dois adjetivos são formados com o acréscimo do segmento des-, que ­expressa a ideia de negação. A língua conta com esse e com outros processos para se ­expandir e renovar. Nesta seção, você estudará alguns deles.

COMEÇANDO A INVESTIGAÇÃO

Releia um trecho transcrito da Leitura 1.

reticências Espiei as três festas que aconteceram. Numa delas, uma cena me marcou: indianas pobres, vestidas com sáris, trabalhavam segurando postes para iluminar o espaço. Ficavam imóveis, como postes mesmo, a noite inteira, sem dar um pio, sem tomar água, sem parar um pouco para fazer xixi, sustentando a iluminação extra da pista.

A música fica por conta de uma bandinha de homens uniformizados. O sujeito que puxa o canto se mantém no escuro, não é nem o líder da banda nem a estrela, é quase um roudi, o cara indispensável mas invisível.

  1. No primeiro parágrafo, a autora revela seu estranhamento diante da obrigação de as indianas contratadas para os casamentos permanecerem imóveis. Que recurso contribui para reforçar a intenção crítica do comentário?
  2. No segundo parágrafo, a autora afirma que a pessoa que “puxa o canto” é “indispensável mas invisível”. Por que ela relacionou os dois adjetivos usando o conectivo mas?
  3. Compare os adjetivos imóvel, indispensável e invisível.
    1. Quais são os antônimos dessas palavras?
    2. Imóvel é aquilo que não se pode mover. Usando a mesma lógica, explique o que é indispensável e invisível.

As palavras imóvel, indispensável e invisível são parecidas entre si. Elas se formam a partir de verbos por meio do acréscimo de -vel e se iniciam com os segmentos i- e in-, que exprimem o valor de negação. O que as diferencia é o radical, a parte da palavra que contém seu sentido básico.

Radical, afixo e desinência

Para descobrir o radical de uma palavra, compare-a com outras da mesma família e veja qual é a parte comum a todas elas. Observe.

dispensar – dispensa – dispensei - indispensável

chuva – chuvarada – chuvisco – chuveiro

desenhista – desenho – desenhar

Respostas e comentários

1. A autora desenvolve a ideia expressa em imóveis, fazendo uma comparação entre as mulheres e os postes, bem como descrevendo situações que sugerem que a impossibilidade de se mover é desumana.

Móvel, dispensável e visível.

3b. Indispensável é aquilo que não se pode dispensar, e invisível, aquilo que não se pode ver.

Falando sobre a nossa língua

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 3 e 4.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3 e 5.

Habilidades: ê éfe seis sete éle pê três dois, ê éfe seis sete éle pê três quatro, ê éfe seis sete éle pê três cinco, ê éfe zero sete éle pê zero três.

Tópico trabalhado na parte de linguagem deste capítulo

Processos de formação de palavras.

Orientações didáticas

A seção analisa o processo de formação de palavras, centrado na composição e na derivação. Atendendo à distribuição indicada pela Bê êne cê cê, o exame mais detido da composição será feito no volume de 8º ano. A distinção entre substantivos simples e compostos e primitivos e derivados, estudada no 6º ano, pode ser considerada como facilitadora do estudo agora proposto.

Sugerimos que você conduza o estudo das duas primeiras partes da seção (Começando a investigação e Radical, afixo e desinência), ajudando os estudantes a resolver oralmente as questões e analisando, na lousa, as palavras em foco para garantir que se familiarizem com os conceitos centrais. As partes Derivação e Composição podem ser lidas em dupla para compreensão dos conceitos, o que dependerá da transferência do que foi exposto na primeira parte. Após a leitura e discussão da dupla, solicite aos estudantes que expliquem os processos de formação de palavras em foco. As atividades podem ser feitas em etapas, com correção intermediária para que falhas de compreensão não produzam erros em cadeia.

Os termos com o mesmo radical são chamados de termos cognatos e mantêm semelhança na significação.

Esquema. Chuva. Chuva fenômeno atmosférico. Chuvarada chuvarada chuva forte, em geral rápida. Chuveiro chuveiro aparelho usado para banhos, com bocal que jorra água, de modo
semelhante à chuva

Observe, agora, a terminação -ista, que foi acrescentada ao radical para indicar o profissional ligado a essa arte, o desenhista. É a mesma que aparece no nome de outros profissionais.

desenhista – dentista – pianista – florista

O nome de profissões também pode ser formado com as terminações -eiro, -eira. Veja.

enfermeiro – padeira – engenheira – pedreiro

As terminações -ista e -eiro/-eira criam palavras quando se anexam aos radicais. Por isso, são afixos.

Há outros segmentos que se anexam no final dos radicais, mas sem formar palavras novas. São as desinências. Elas guardam informações relativas à flexão dos verbos e dos nomes (substantivos e adjetivos, principalmente). Relembre.

Esquema. venderás
"rá" - futuro do presente do indicativo
"s" - segunda pessoa do singular
vendíamos
"ía" - pretérito imperfeito do indicativo
"mos" - primeira pessoa do plural
vendessem
"sse" - pretérito imperfeito do subjuntivo
"m" - terceira pessoa do plural
gato
"o" - gênero masculino
gata
"a" - gênero feminino
gato
número singular
A ausência de desinência indica o número singular.
gatas
"s" - número plural
Ilustração. Gatinhos de cores diferentes brincando com novelos de lã. Um está se espreguiçando com as patas dianteiras esticadas. Outro gatinho lambe uma das patinhas dianteiras. À direita, um gatinho deitado de barriga para cima.

Diferentemente das palavras gato e gata, em que as terminações são desinências de gênero, em livro, mesa e ­tapete a terminação é uma vogal temática. É um elemento que completa o radical ou prepara-o para receber outros elementos, como as desinências de número plural nos nomes. Exemplo: livr-o-s.

Os radicais carregam o sentido básico das palavras. Os afixos juntam-se ao radical para formar novas palavras. As desinências indicam a flexão das palavras (gênero, número, pessoa, tempo e modo). Esses três elementos são morfemas, unidades da língua que, sozinhas ou articuladas a outras, formam as palavras.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Optamos, neste momento, por tratar apenas dos processos de derivação com acréscimo de afixos (prefixos e sufixos), os quais favorecem a observação das partes que formam as palavras e de suas inter-relações.

Seguimos o estudioso Valter , que aponta -o como desinência de gênero firmemente associada à noção de masculino, conforme comprovam algumas construções populares, como “crianço” ou “corujo”. Alguns linguistas descrevem a terminação -o como vogal temática e indicam a desinência zero para o gênero masculino.

Biblioteca do professor

quêdi, Valter. Morfemas do português. São Paulo: Ática, 1990.

Se desejar ler mais sobre o tema desinência de gênero, consulte a página 30, que trata desse tópico.

Derivação

Leia esta postagem do blogueiro paulista Wagner de Alcântara Aragão, criador do blog Macuco.

Por que Pelé não é deste planeta

Pepe se autointitula o maior artilheiro da história do Santos Futebol Clube. Ele só não tem mais gols do que Pelé mas, diz o Canhão da Vila, Pelé não conta. Pelé não é deste mundo, é de outro planeta.

Desde cedo Pelé mostrou que era extraterrestre.

Num 29 de junho como hoje, mas em 1958, com apenas 17 anos de idade, o atacante do Peixe matava a bola no peito e, dentro da grande área, dava um chapéu no marcador adversário, para na sequência marcar um golaço, na final Brasil por Suécia da Copa daquele ano.

Éramos, enfim, campeões mundiais, pela primeira vez.

Sábado retrasado, dia 21, estive no recém-inaugurado Museu Pelé, no Valongo, em Santos.

É uma obra extraordinária. Além do típico acervo de museu – são centenas de peças e objetos pessoais do Rei Pelé –, há espaços interativos e exposições sobre as Copas do Mundo.

Ilustração. Pelé, rapaz negro, de cabelo curto e escuro. Veste uniforme da seleção brasileira: camisa amarela e calção azul. Está de meias brancas e chuteiras. Chuta a bola com o pé direito. Está iluminado pela luz de um disco voador acima dele.

ARAGÃO, Wagner de Alcântara. Estão ali as evidências de que Pelé é o imbatível Rei do Futebol. Macuco Blog. 29 junho 2014. Disponível em: https://oeds.link/fgX9sd. Acesso em: 16 março 2022.

  1. Qual evento motivou essa postagem?
  2. O fato de ser um texto produzido para circular na internet levou seu autor a utilizar termos próprios da linguagem informal? Justifique sua resposta.
  3. O ex-jogador Pepe se considera o maior artilheiro da história da equipe do Santos. Essa consideração é incoerente? Justifique.
  4. Qual é o radical da palavra extraterrestre? Cite dois termos cognatos que contribuam para sua identificação.
  5. Que expressões usadas no texto apresentam o mesmo sentido de extraterrestre?
  6. Releia a frase a seguir.

É uma obra extraordinária.

.O afixo extra também está presente na palavra extraordinária. Com base nele, explique o sentido da palavra.
Respostas e comentários

1. A visita do blogueiro ao Museu Pelé, que tinha sido recentemente inaugurado.

2. Não. O blogueiro usou um registro formal, marcado pelo uso de um vocabulário mais complexo e variado, sem presença de gírias ou expressões coloquiais.

3. Não. Pepe sabe que não fez mais gols que Pelé, o verdadeiro artilheiro, mas não o considera um jogador comum e, por isso, não o inclui na lista dos concorrentes a esse título.

4. Sugestão: Terra, terreno, térreo, terreiro, terrinha. A comparação com esses termos permite reconhecer que o radical de extraterrestre é .

5. “Não é deste planeta”, “Não é deste mundo”, “é de outro planeta”.

6. Extra é o que está fóra. Extraordinária é algo que está fóra do ordinário, isto é, fóra do comum.

A palavra extraterrestre é formada pelo acréscimo de dois afixos ao radical. Conforme a posição, os afixos são classificados como prefixos (antes do radical) ou sufixos (depois do radical).

Esquema. extraterrestre extra - prefixo terr - radical estre - sufixo

Prefixos e sufixos criam palavras novas em um processo chamado ­derivação. Eles modificam um vocábulo ao incluir um sentido específico, como faz o sufixo -estre, que fórma adjetivos relacionados a lugares: terrestre, campestre, silvestre etcétera O prefixo extra-, por sua vez, expressa a ideia “fóra de”, também vista em extraordinária, extraclasse ou extracurricular, por exemplo.

Conheça três tipos de derivação.

Derivação prefixal ou prefixação: ocorre com a introdução de um prefixo.

Esquema. descontente:
des - prefixo

ilegal
i - prefixo

hipermercado
hiper - prefixo

Derivação sufixal ou sufixação: ocorre com o acréscimo de um ou mais sufixos.

Esquema. brasileiro
eiro - sufixo

curiosidade
idade - sufixo

amorosamente
rosa - sufixo
mente - sufixo

Derivação parassintética ou parassíntese: ocorre com o acréscimo simultâneo de um prefixo e de um sufixo.

Esquema. subterrâneo
sub - prefixo
âneo - sufixo

abotoar
a - prefixo
oar - sufixo
Ilustração. Alienígena vestindo um macacão laranja. Ele tem a pele verde, a cabeça pequena, olhos grandes e arredondados. Tem nariz e boca pequenos. Está com os braços para trás, observando, no alto, o planeta Terra, rodeado por outros corpos celestes.

A parassíntese difere das derivações em que o prefixo e o sufixo foram introduzidos em dois momentos diferentes, como ocorre com a palavra extraterrestre. Nela, o prefixo extra- juntou-se à palavra terrestre, já existente. Portanto, extraterrestre foi formada por derivação prefixal e sufixal, e não por parassíntese. Não há possibilidade do uso de apenas um dos afixos na formação de palavras por parassíntese.

Dica de professor

Quando tiver dúvida, leia a palavra incluindo apenas o prefixo ou o sufixo. Se pelo menos uma das fórmas existir, trata-se de derivação prefixal e sufixal.

Esquema. deslealdade desleal - tique verde lealdade - tique verde derivação prefixal e sufixal. Esquema. atemporal atempo - xis vermelho temporal - tique verde derivação prefixal e sufixal. Esquema. conterrâneo conterrâ - xis vermelho terrâneo - xis vermelho derivação parassintética.

Pelo processo de derivação, formam-se palavras de outras já existentes. Chama-se palavra primitiva a que dá origem a outra e palavra derivada a que se fórma de uma primitiva.

Composição

Leia, agora, este post.

Ilustração. Página com mensagem escrita em letras azuis: E PARA OS DIAS SEM COR, GUARDA-CHUVA DE FLOR. Abaixo da mensagem, a ilustração de um guarda-chuva florido com um coração cor-de-rosa no cabo. O fundo é branco.
Post com frase motivadora e ilustração.

A ilustração mostra um guarda-chuva cuja cobertura é estampada com ­flores. Seguindo a delicadeza da imagem, o texto recomenda um “guarda-chuva de flor” como solução para aqueles dias “sem cor”, ou seja, os dias tristes, em que nos aborrecemos.

Diferentemente das palavras formadas por derivação, guarda-chuva é ­formada pelo processo de composição, que se caracteriza pela junção de dois ou mais radicais. Nesse processo, a unidade formada tem um sentido novo, que não corresponde à soma das palavras envolvidas. Veja.

Esquema. guarda-chuva - objeto que protege as pessoas da chuva guarda - ato de proteger chuva - fenômeno atmosférico girassol - tipo de flor gira - ato de girar sol - estrela da Via Láctea estrela-do-mar - tipo de animal marinho estrela - corpo celeste que emite luz mar - vasta extensão de água salgada
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Diante da impossibilidade de confirmar a autoria de alguns posts e solicitar autorização de uso, criamos este especialmente para fins didáticos.

INVESTIGANDO MAIS

1. Leia o título e a linha fina da reportagem a seguir.

Parte de página de reportagem. No canto superior direito, o nome do jornal, em letras azuis: O ESTADO DE S. PAULO. No canto superior esquerdo, o nome do caderno do jornal: D4 Viagem. Abaixo, a palavra Europa, um trecho da matéria e o título. Texto: Observar as estrelas é um dos melhores programas na natureza singular das Ilhas Canárias – o astroturismo virou até tema de festival que mistura rock e astronomia. Título: Sob o céu do Atlântico. O título está sobre parte de uma foto em que se vê um observatório circular na ponta de uma encosta. À esquerda, o sol no horizonte, o mar e algumas nuvens.

O Estado de São Paulo, São Paulo, 31 maio 2016. página. D4.

  1. À direita da imagem, vemos um observatório. Identifique, na linha fina, a palavra a partir da qual foi formada a palavra observatório.
  2. Por qual processo de formação de palavras foi formada observatório?
  3. Astroturismo e astronomia são palavras compostas. O que significa o radical astro-?
  4. Cite mais duas palavras formadas com esse radical.
  5. Astroturismo é o turismo feito para observar astros; agricultura é o conjunto de técnicas relacionadas à produção no campo. Que palavra composta designa o turismo feito para conhecer o campo?
  6. Que palavra derivada poderia designar os frequentadores do festival, considerando sua preferência musical?

2. Leia esta tirinha da quadrinista gaúcha Fabiane Langona.

Tirinha formada por três quadrinhos lado a lado. Quadrinho 1: Em tarja amarela, na parte superior, lê-se: DESCONSTRUIR PARA RECONSTRUIR. Uma moça com as roupas sujas, os olhos arregalados e os dentes cerrados segura um quadro. No chão, um quadro quebrado, pedaços de papel rasgado, uma mala e um saco com objetos. Quadrinho 2: Na tarja amarelada, lê-se: CONSTRUIR PARA DESCONSTRUIR. A moça está de camiseta e calcinha no topo de uma escada. Ela sorri e está com as mãos no lustre. Quadrinho 3: Na tarja amarelada, lê-se: QUANDO O PROBLEMA É VOCÊ, AS OBRAS SÃO CONSTANTES. A moça está aflita dentro de uma caixa de papelão. Ao redor dela, sujeira e outras caixas.

LANGONA, Fabiane. Desconstruir para reconstruir. [2010 década certa]. uma tirinha.

Respostas e comentários

Observar.

1b. Por derivação sufixal.

1c. Significa “estrela”.

1d. Sugestão: Astronauta, astrofísico, astrólogo, astrologia, astrônomo.

1e. Agroturismo.

1f. Roqueiros.

  1. Que palavra da última fala sintetiza o tema da tirinha? Como ela é representada pelos elementos não verbais dos quadrinhos?
  2. Foram empregadas três palavras cognatas. Que processo de ­formação deu origem a desconstruir e reconstruir?
  3. Qual sentido é expresso pelo prefixo re- na palavra reconstruir? Cite mais três palavras em que tenha o mesmo valor.
  4. O prefixo des- pode ter o sentido de “ação contrária” ou de “negação”. Qual é seu valor em desconstruir? Esse sentido ­também está presente em deslealdade ou desenterrar?

3. Leia uma tirinha com os personagens Calvin e Haroldo.

Tirinha formada por quatro quadrinhos. Os desenhos são em preto e branco. Os personagens são Calvin, menino de aproximadamente 6 anos, com a cabeça arredondada, cabelo espetado e camiseta listrada, e Haroldo, um tigre que anda em pé, sobre as patas traseiras. Quadrinho 1: Com os braços levantados, Calvin diz: INSETOS ME IRRITAM! Haroldo observa. Quadrinho 2: Calvin continua: O JEITO TONTO COM QUE ZUNEM POR AÍ, O BARULHO AGUDINHO QUE FAZEM, O TAMANHOZINHO INSUPORTÁVEL... TUDO NELES ME IRRITA! Quadrinho 3: Haroldo, com as patas para trás e olhando para cima, comenta: ... FALOU O MENININHO HIPERATIVO E RECLAMÃO. Calvin arregala os olhos e estica os braços para o lado. Acima de sua cabeça, uma exclamação. Quadrinho 4: Calvin corre atrás de Haroldo, do qual só se vê o rabo no canto direito do quadrinho.

uáresân bíu. Calvin e Haroldo. [2015]. uma tirinha.

  1. Quais sentimentos as expressões faciais de Calvin indicam?
  2. Qual é a função da fala do segundo quadrinho em relação à do primeiro?
  3. No contexto da fala de Calvin, que valor têm os sufixos -inho e -zinho em agudinho e tamanhozinho?
  4. Qual é o prefixo presente em hiperativo? O que ele significa?
  5. O que significa reclamão?
  6. Haroldo, em sua fala, usa um contraste. Explique como esse efeito foi criado, observando as respostas dos três últimos itens.

As imitações de sons são onomatopeias, e algumas delas acabaram originando palavras da língua, como zunem, presente na tira, miado e pingue-pongue.

4. Leia um poema em prosa de Manoel de Barros.

sete

Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas.

Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptorglossário , esse gosto esquisito.

Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.

– Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável, o Padre me disse.

Ele fez um limpamento em meus receios.

O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença, pode muito que você carregue para o resto da vida um certo gosto por nadasreticências

Biblioteca cultural

Conheça, no site da revista digital Bula, os dez melhores poe­mas de Manoel de Barros eleitos pelos leitores da revista.

Respostas e comentários

A palavra obras, que se refere a reforma, conserto, e está representada nos quadrinhos pelos objetos sendo colocados em alguns lugares ou retirados deles e pelos recipientes usados para levá-los (malas e caixas).

2b. A derivação prefixal.

2c. O prefixo tem o sentido de “repetição” (construir novamente, de novo). Outros exemplos: refazer, recomeçar, renascer, reanimar.

2d. É de “ação contrária” (desfazer o que foi construí­do). O mesmo sentido está presente em desenterrar.

Primeiro e segundo quadro: irritação; terceiro quadro: surpresa; quarto quadro: raiva.

3b. É uma explicação, uma justificativa.

3c. Valor pejorativo, que indica desprezo.

3d. O prefixo é hiper- e significa “em excesso”.

3e. Reclamão é alguém que reclama muito.

3f. Para imitar Calvin e sugerir que incomoda tanto quanto os insetos, Haroldo refere-se a ele usando um diminutivo e, em contraste, inclui duas palavras (hiperativo e reclamão) que indicam características negativas em excesso no garoto.

Orientações didáticas

Questão 4 Sugerimos que, antes de pedir aos estudantes a realização da atividade, o poema seja lido e discutido pela turma para que todos entendam o processo de escrita explicado e adotado pelo poeta. Você pode fazer uma leitura completa e, em seguida, dividir o poema em grupos de versos-parágrafos – 1 a 3; 4 a 7; 8 a 12 – e pedir a eles que façam paráfrases. Os estudantes podem fazer a atividade individualmente e depois formar grupos para chegarem a um consenso sobre as respostas. Escolha algumas das questões para a correção coletiva. Sugerimos os itens d, f e h. Muito provavelmente os demais itens terão sido resolvidos na correção por pares; passe pelos grupos para observar o andamento do trabalho.

E se riu.

Você não é de bugreglossário ? – ele continuou.

Que sim, eu respondi.

Veja que bugre só pega por desvios, não anda em estradas –

Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas e os ­ariticunsglossário maduros.

Há que apenas saber errar bem o seu idioma.

Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de agramática.

BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. páginas trezentos e dezenove e trezentos e vinte.

a. Leia parte do verbete escaleno, apresentado em um dicionário.

escaleno () adjetivo 1. geometria Diz-se do triângulo que tem todos os ângulos e lados desiguais.

ESCALENO. : AULETE Digital. Rio de Janeiro: Lexikon. Disponível em: https://oeds.link/R8a0pq. Acesso em: 9 maio 2022.

.No poema, o termo é empregado no sentido denotativo ou conotativo? Por quê?
  1. A palavra limpamento não é usada com frequência. Qual termo cognato e sinônimo é mais empregado?
  2. O sufixo -mento fórma substantivos derivados de verbos. Use-o para formar palavras a partir dos verbos estacionar, ferir e acampar.
  3. Sem repetir as palavras do poema, explique qual era o “gosto esquisito” do eu lírico.
  4. Na palavra desvio, pode-se reconhecer o prefixo des-, que tem o sentido de “afastamento”, e o termo via. Copie o trecho do poema que expressa uma ideia semelhante a “desvio”.
  5. Por que a ideia de “pegar por desvios” é uma metáfora para a fórma como o poeta escreve?

Lembra?

Metáfora é o emprego expressivo, não usual, de uma palavra, com base em uma semelhança entre termos.

  1. O Padre Ezequiel ensinou ao menino a “agramática”. O que significa essa palavra?
  2. Explique o conselho dado pelo padre ao dizer que é preciso “saber errar bem o seu idioma”.
  1. Ao estudar a origem e a história das palavras da língua portuguesa, observa-se que muitas delas são formadas a partir de radicais e afixos do grego e do latim.
    1. Identifique o radical comum às palavras a seguir. .ciclovia  bicicleta  triciclo  ciclone
    2. Explique o significado de cada palavra e identifique o sentido comum a todas elas, definido pelo radical.

A língua nas ruas

Você já reparou que, às vezes, palavras de outras línguas aparecem nas comunicações em português? Bullying e Autdór são exemplos de estrangeirismo, outro processo de formação de palavras. Anote os estrangeirismos que ler ou ouvir durante o período que o professor vai estipular.

Respostas e comentários

No sentido conotativo, porque não se refere a um tipo de triângulo; sugere a ideia de alguém que é “imperfeito” por não seguir padrões estabelecidos.

4b. Limpeza.

4c. Estacionamento; ferimento; acampamento.

4d. O eu lírico não gostava de frases bonitas; preferia as que pareciam estar erradas.

4e. O trecho “não anda em estradas”.

4f. “Pegar por desvios” significa seguir caminhos novos, e o poeta busca usar a língua de maneira inusitada, afastando-se das construções comuns.

4g. Significa “fóra da gramática”, “diferente da gramática”.

4h. O padre não está valorizando o erro, cometido por desleixo ou desconhecimento, mas a busca de fórmas novas e expressivas dentro das possibilidades do idioma.

O radical é .

5b. As palavras remetem ao movimento circular. Bicicleta e triciclo são veículos com rodas, duas ou três, respectivamente; ciclovia é o espaço criado para circulação de bicicletas; ciclone é um fenômeno em que o vento se desloca de modo circular.

A língua nas ruas. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

A língua nas ruas Determine uma data para que os estudantes compartilhem os estrangeirismos que anotaram. Eis alguns exemplos frequentes: delivery, best­‑seller, shopping, sale, bike, selfie, site e mouse. Explique a eles que termos estrangeiros podem ser usados para atender a uma necessidade da língua ou para satisfazer o estilo do falante. Mostre que muitas palavras do português foram emprestadas de outras línguas e passaram por um processo de adaptação, como ocorreu com futebol e suéter, originados do inglês football e sweater, e abajur, do francês abat-jour.

Questão 5b Explique que o radical deriva do grego , que no latim é sáiclus (que se refere a coisas redondas ou algo disposto em círculo). Solicite aos estudantes que lembrem outras palavras formadas com o mesmo radical, como cíclico ou ciclicamente. A palavra ciclo também está relacionada à ideia de período ou duração em muitas expressões usadas no dia a dia, como ciclo lunar, ciclo de chuvas, ciclo econômico etcétera

c. Leia este esquema ilustrado.

Esquema ilustrado em três colunas. Na primeira, o título: CICLOFAIXA. Há uma pista com duas faixas pintadas de vermelho ao lado da faixa de veículos. Na pista vermelha, há, no chão, desenhos de bicicletas. Alguns ciclistas utilizam a via. Na segunda coluna, o título: CICLOVIA. Demarcação tracejada em amarelo com faixas estreitas ao lado da faixa de veículos. Um ciclista utiliza a faixa da direita. Na terceira coluna, o título: CICLORROTA. Demarcação tracejada em branco, ao lado da faixa de carros. Na ciclorrota, veem-se desenhos de bicicletas no chão. Um ciclista utiliza a via.
Esquema feito pelo detrân-Rio de Janeiro em 2016 para explicar como funcionam as vias de circulação de bicicletas.
.Qual é o objetivo do texto?

d. Observe a formação das palavras: ciclofaixa – ciclo + faixa; ciclovia – ciclo + via; ciclorrota – ciclo + rota. .O que justifica a escrita de ciclorrota com rr?

Desafio da linguagem

Agora, redija um parágrafo, transformando o esquema em texto verbal. Explore a relação entre as imagens e os títulos que diferenciam os tipos de faixa para trânsito de ciclistas.

  • Inicie apresentando os tipos de faixa.
  • Descreva características e funções de cada uma.
  • Para finalizar, faça um comentário sobre a importância de ações para incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte.

6. Leia estes títulos de notícia e preste atenção às palavras com o prefixo anti-.

Título de notícia sobre fundo cinza, semelhante a papel de jornal. Defesas antiaéreas da Síria abatem mísseis, diz televisão estatal.

O Estado de São Paulo. São Paulo, 16 abril 2018. Disponível em: https://oeds.link/LMclEE. Acesso em: 16 março 2022.

Título de notícia sobre fundo cinza, semelhante a papel de jornal. Polícia da África do Sul dispersa protesto violento anti-imigrantes.

O Globo. Rio de Janeiro, 24 fevereiro 2017. Disponível em: https://oeds.link/3A9Kmc. Acesso em: 16 março 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Desafio da linguagem – Sugestão: Os ciclistas podem contar com ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas. A ciclofaixa é uma faixa separada para a circulação de bicicletas e sinalizada com pintura de solo; a ciclovia é usada exclusivamente por bicicletas e é separada fisicamente das demais vias; a ciclorrota é uma “sugestão” de via para uso dos ciclistas, compartilhada com os veículos motorizados. É importante que existam opções para os ciclistas como fórma de estimular a troca dos carros por meios não poluentes.

Peça a alguns estudantes que leiam os parágrafos produzidos e, ao final de cada leitura, avalie a maneira como foi explorada a relação entre as imagens e os diferentes tipos de faixa de ciclista. Observe, em particular, como cada estudante manifesta seu posicionamento em relação a ações que favoreçam o uso de bicicleta. Retome com os estudantes as reflexões realizadas na seção Se eu quiser aprender mais sobre os recursos que podem ser usados na descrição. Se for possível, recolha os textos para avaliação e levantamento de aspectos de análise ou de escrita que precisam ser abordados ou revisitados por seu curso.

Questão 6 – Ajude os estudantes a generalizar a partir das atividades com o prefixo anti-. Nas palavras derivadas, emprega-se hífen quando o primeiro elemento termina pela mesma vogal que inicia o segundo (auto-observação, anti-idade, mas anteontem, superpovoada, semicírculo), e quando o segundo é iniciado por h (pré-história, super-homem etcétera). Neste momento, não é necessário tratar das exceções nem dar excessivo destaque a esse conteúdo. Entendemos que os estudantes estarão mais sensibilizados para o processo de formação de palavras e poderão sanar suas dúvidas perguntando a você ou consultando dicionários e gramáticas. Aos poucos, a grafia correta será internalizada.

Título de notícia sobre fundo cinza, semelhante a papel de jornal. A tradição do romance mundial está no anti-herói.

cê bê êne. 25 dezembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/4LTyo8. Acesso em: 16 março 2022.

Título de notícia sobre fundo cinza, semelhante a papel de jornal. Usar sabonete antibacteriano todos os dias tira proteção natural da pele?

uól Viva Bem. 10 outubro 2018. Disponível em: https://oeds.link/lEnr4W. Acesso em: 9 maio 2022.

Título de notícia sobre fundo cinza, semelhante a papel de jornal. Deoesp divulga imagens de ação antissequestro.

O Tempo. Belo Horizonte, 4 julho 2013. Disponível em: https://oeds.link/vphzhQ. Acesso em: 16 março 2022.

Título de notícia sobre fundo cinza, semelhante a papel de jornal. Campanha antirruído ganha prêmio.

Jornal Zona Sul. São Paulo, 12 outubro 2017. Disponível em: https://oeds.link/izHk7g. Acesso em: 16 março 2022.

  1. Que sentido tem o prefixo anti- nas palavras destacadas ­nesses títulos?
  2. Explique o significado dessas palavras formadas com o prefixo anti-.
  3. Nos dois primeiros títulos, as palavras formadas por anti- são antiaéreas e anti-imigrantes. Compare-as com as palavras a seguir. .micro-ondas contra-ataque .extraescolar extraoficial .O que se conclui em relação ao uso do hífen nessas palavras? Para responder, observe as vogais destacadas.

É lógico!

Para responder aos itens dessa questão, você observa padrões, isto é, uma repetição que pode ser prevista.

  1. Observe o emprego do hífen na palavra anti-herói, no terceiro título. Anote outras palavras iniciadas por anti- seguido por h. Escreva a regra.
  2. Nas palavras destacadas nos três últimos títulos – antibacteriano, antissequestro e antirruído –, observe que o prefixo anti- aparece antes de radicais iniciados por consoante e não há o emprego de hífen. Que modificação deve ser feita nos vocábulos cujo segundo elemento começa com r ou s quando não há hífen? Por quê?
Respostas e comentários

O sentido de “contra”.

6b. Antiaéreas: que protegem de ataques aéreos; anti-imigrantes: que repudiam pessoas vindas de outros países; anti-herói: que tem comportamento contrário ao de um herói; antibacteriano: que elimina bactérias ou evita o desenvolvimento delas; antissequestro: que é usado para evitar raptos e sequestros; antirruído: que anula ou diminui ruídos.

6c. Conclui-se que o hífen é usado em palavras cujo primeiro elemento termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.

6d. Sugestão: Anti-horário, anti-higiênico, anti-histórico. Usa-se hífen em compostos com o prefixo anti- e palavras iniciadas por h.

6e. A duplicação da consoante, para preservar seu som.

Meu relato de NA PRÁTICA

Você vai escrever um relato que ficará disponível no blog da turma. Nele, vai contar uma viagem interessante, oferecendo informações que revelem suas descobertas a respeito de outro modo de viver.

Caso prefira, pode produzir um relato de viagem ficcional. Nesse caso, você usará apenas a estrutura do gênero, pois seu texto terá outro contexto de ­produção e outro objetivo. As imagens a seguir deverão servir de estímulo para a produção de seu texto. Escolha uma delas e imagine-se no lugar representado. Os relatos vão compor uma coletânea formada por duas partes. Na primeira, ­entram os relatos reais, com o título “Quando eu estive lá”; na segunda, ­aparecem os relatos ficcionais, com o título “Imagine que eu estive lá”. O título geral é “Nossa viagem”. Seu texto deve ter, no máximo, 60 linhas.

Fotografia aérea de uma piscina natural arredondada no meio da mata. É possível observar algumas pessoas dentro da água.
Fervedouro Bela Vista, no Parque Estadual do Jalapão, localizado em Mateiros, no Tocantins. Os fervedouros são piscinas naturais, de água morna e cristalina, com fundo de areia fina e branquíssima. Neles, é impossível afundar porque a pressão da água lança o corpo de volta para a superfície. Foto de 2018.
Fotografia. À frente jardim com flores e arbustos. No centro, estátua de uma família. Ao fundo, construção branca de dois andares, com muitas janelas marrom e telhado triangular, também marrom. À esquerda, um letreiro digital em uma estrutura de madeira no formato de uma casinha.
Treze Tílias, no oeste de Santa Catarina, guarda fortes marcas da cultura austríaca. Suas casas ostentam sacadas, floreiras e entalhes em madeira. Em outubro, mês de aniversário da cidade, há desfiles e apresentações de danças folclóricas e bandas que guardam as tradições. Foto de 2016.
Fotografia. População aglomerada. Passando entre as pessoas, dois grandes bonecos de dragão: um azul com chifres dourados e o outro vermelho.
São Paulo tem uma população estimada de 13 milhões de pessoas. É uma das cidades mais globalizadas do planeta. Nela, juntam-se brasileiros de outras partes do país e imigrantes do mundo todo, além de muitos turistas, interessados em eventos culturais e gastronomia variada, entre outros atrativos. Foto de 2017.
Fotografia. Praia isolada no mar. Faixa de areia horizontal, distante da costa. É possível observar montes brancos em partes da praia.
A praia de Galinhos, no Rio Grande do Norte, só pode ser acessada por barco e caminhada ou por veículos 4pôr4, pelas dunas. A região carece de infraestrutura, mas compensa pela beleza natural. No meio da vegetação desponta uma imensa montanha que parece coberta de neve, mas é uma parede de sal, extraído do mar dessa praia. Foto de 2014.
Respostas e comentários

Meu relato de viagem na prática

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 4, 5 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3 e 6.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 5 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero sete, ê éfe seis nove éle pê zero oito, ê éfe seis nove éle pê cinco um e ê éfe seis sete éle pê três seis.

Orientações didáticas

O gênero relato de viagem prevê a retomada de uma experiência real, por isso o ideal é que os estudantes produzam seus textos com base em experiências efetivamente vividas. Incentive-os a isso. Não obstante, sabemos que alguns estudantes ainda não tiveram a oportunidade de viajar. Dessa fórma, preferimos incluir informações que permitam a realização da atividade (pensando em não os excluir). A turma pode ampliar os dados, fazendo uma pesquisa prévia sobre o lugar escolhido.

Caso não seja possível utilizar o blog, as produções poderão compor uma coletânea que ficará disponível na biblioteca da escola. Veja orientações sobre a coletânea em papel em Reescrevendo meu relato de viagem e Incluindo meu relato de viagem no blog.

MOMENTO DE PRODUZIR

Planejando meu relato de viagem

Comece seu relato fazendo um bom planejamento. Anote os dados que você vai usar para escrever o texto.

Esquema. Da teoria para a prática. Teoria:  Os relatos de viagem apresentam informações reais, experiências efetivamente vividas pelo viajante. Prática: Nesta produção, você deverá se colocar como um viajante e apresentar informações reais sobre o lugar visitado. Caso tenha optado por imaginar essa experiência, cuide para que fatos, personagens e falas sejam verossímeis. Teoria: Grande parte dos relatos de viagem é elaborada por um viajante que observa a cultura do local visitado e conversa com os residentes. Prática: Inclua vários dados sobre o lugar escolhido: informações
interessantes, aspectos particulares da aparência do lugar, de sua culinária, dos costumes etc. Se for o caso, pesquise. Teoria: Nos relatos de viagem, deve haver a intenção de informar, mas também de explicar ideias, de apresentar opiniões e de revelar impressões e sentimentos sobre o local visitado. Prática: Escolha uma situação para contar: o período que passou na casa de um amigo, a ida a um estabelecimento comercial, o deslocamento em um meio de transporte etc. Pense no conhecimento que adquiriu e nas experiências que teve. Teoria: Os relatos de viagem costumam apresentar diferenças culturais, porque o viajante entra em contato com uma realidade diferente da dele. Prática: O que faz com que o local visitado seja diferente da realidade conhecida por seus colegas, os leitores de seu relato? Teoria: O relato de viagem deve ter uma narrativa atraente, que desperte a curiosidade e a imaginação do leitor. Prática: Procure usar algumas técnicas dos textos literários. Crie falas e faça descrições que despertem os sentidos (cheiros, cores, temperaturas etc.).

Elaborando meu relato de viagem

  1. Faça um parágrafo com a apresentação inicial de algum aspecto bem interessante do lugar escolhido.
  2. Desenvolva o assunto, misturando informações sobre sua estada e dados sobre o lugar.
  3. Mostre como você entrou em contato com determinadas informações a respeito desse lugar. Por exemplo, para saber sobre a alimentação local, você perguntou a alguém, observou as pessoas se alimentando, foi con­vidado a experimentar algum prato?
  1. Procure maneiras de tornar seu texto mais interessante, incluindo trechos de falas, fazendo descrições detalhadas, simulando uma conversa com o leitor, entre outros recursos.
  2. Na organização de seu texto, observe com atenção as conjunções que você escolherá para acrescentar informações (e, nem, não sóreticências como também etcétera) ou criar contrastes (mas, porém, todavia, no entanto, contudo etcétera). Lembre-se das reflexões sobre as relações de adição e oposição estudadas anteriormente.
  3. Finalize o texto apresentando alguma diferença cultural marcante entre sua realidade e a que conheceu durante a viagem.
  4. Crie um título que desperte o interesse do leitor e que seja coerente com seu relato de viagem.
  5. Lembre-se de que o relato de viagem não é um texto excessivamente formal, já que traz experiências pessoais.

Revisando meu relato de viagem

A revisão da produção é uma etapa importante, que evidencia um comprometimento com a qualidade do material criado.

Ao finalizar a primeira versão de seu texto, releia para verificar se ele está adequado à proposta de produção: características do gênero, tema, linguagem, número máximo de linhas etcétera

Verifique também se as ideias estão bem organizadas e articuladas. Além de relações de adição e oposição, você pode se valer de:

  • relações de finalidade – Viajei de ônibus para economizar.
  • consequência – Chegamos tão tarde que o restaurante já tinha fechado.
  • comparação – Aquela cidade era tão ensolarada quanto a minha.

Outras relações também podem ser exploradas.

Verifique, por fim, se sua letra está legível e se não há rasuras dificultando a leitura do texto.

MOMENTO DE AVALIAR

O relato será avaliado em grupos de quatro estudantes. Leia seu texto para os três colegas de seu grupo. Eles devem indicar quais dos itens do quadro a seguir foram bem realizados por você e explicar por que os demais não foram. Após todas as leituras e comentários, troquem os textos entre vocês e façam anotações a lápis para indicar falhas de ortografia, de pontuação e de concordância, repetição evitável de palavras etcétera

Ilustração. Quatro jovens ao redor de uma mesa redonda. Um deles está em pé com uma folha nas mãos. Sobre a mesa, um porta-lápis e algumas folhas.

A

O relato de viagem apresenta informações reais sobre o lugar visitado?

B

O relato de viagem inclui fatos que envolvem seu produtor?

C

O texto apresenta as impressões e as opiniões de seu produtor?

D

Estão claras as diferenças entre a cultura do produtor do relato e a do local visitado?

E

Existe coerência entre os dados apresentados?

F

O relato é interessante e o leitor é estimulado a conhecer as experiências
do viajante?

G

O título é coerente com o conteúdo do relato?

H

A leitura do texto é fluente, sem palavras ilegíveis e trechos rasurados?

Reescrevendo meu relato de viagem

  1. Considere os comentários do grupo e faça alterações no texto com a finalidade de corrigir falhas ou aprimorar determinados trechos.
  2. Verifique as correções relativas à linguagem e procure o professor para sanar dúvidas, se necessário.
  3. Escreva a nova versão do relato no computador e capriche no layout. Para isso, defina se o texto será organizado em colunas ou não, a fórma de destaque do título, a inclusão de alguma fotografia com legenda etcétera

MOMENTO DE APRESENTAR

Incluindo meu relato de viagem no blog

  1. Os textos digitados devem ser enviados a um grupo de estudantes que organizará os arquivos.
  2. Uma dupla de estudantes deverá escrever um texto de apresentação da ­coletânea. Ele ficará na página inicial do blog e deve ser acompanhado por uma imagem que chame a atenção para o conteúdo da postagem e seja coerente com ela: mapa, montagem com objetos ligados à ideia de viagem (malas, mochilas etcétera) ou outra solução.
  3. Outra dupla preparará uma lista com os títulos dos textos e os nomes dos ­autores, os quais funcionarão como links para os vários textos. Também deverá haver um link entre essa lista e o post.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Reescrevendo meu relato de viagem – Caso tenha optado pela coletânea em papel, combine com os estudantes a produção das páginas. Definam, coletivamente, o tipo de papel a ser usado (folha de fichário, sulfite etcétera) e se o texto deverá ser digitado ou manuscrito. Eles devem definir o layout, como orienta o item 3.

Incluindo meu relato de viagem no blog – Caso tenha optado pela coletânea em papel, oriente a turma da seguinte maneira:

1. Forme uma comissão para montar a coletânea.

2. Uma dupla de estudantes deverá escrever um texto de abertura para explicar a produção.

3. Um terceiro estudante preparará um sumário com os títulos dos textos e os nomes dos autores.

4. Outro estudante deve providenciar a capa, que pode ser composta de mapas, colagem de fotos dos lugares, montagem com objetos ligados à ideia de viagem (mala, mapa etcétera) ou outra solução.

5. O material deve ser colado ou grampeado e ficará disponível na biblioteca da escola ou em outro lugar de acesso público.

Textos em CONVERSA

Embora mantenha pontos de contato com o fotojornalismo – em que o fotógrafo registra, com seu equipamento, de fórma objetiva, uma imagem relacionada a um fato de interesse público –, na fotografia documental o fotógrafo faz um registro pessoal do que vê, de modo a fornecer uma interpretação artística e particular da realidade.

O estadunidense istive mécãrry escolheu a Índia para produzir uma série de fotografias documentais. Segundo ele, seu trabalho procura obter imagens que tenham algum sentido próprio. Veja duas das fotografias produzidas por ele e leia as legendas.

Fotografia. Pessoas dentro de um trem vermelho com janelas abertas. Do lado de fora, duas bicicletas estão penduradas. Algumas pessoas se projetam levemente para fora das janelas.
Trem no estado de Bengala Ocidental, na Índia, com bicicletas penduradas do lado de fóra. Foto de 1983.
Fotografia. Homem em uma enchente, está apenas com a cabeça para fora da água. Ele tem cabelo e barba brancos e sorri. A testa tem marcas de expressão. Carrega uma máquina de costura enferrujada.
Alfaiate carregando sua máquina de costura pelas águas das monções, porbandar, gujará. Foto de 1984.
Respostas e comentários

Textos em conversa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 3, 4, 6 e 9.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 3 e 5.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê dois um e ê éfe seis nove éle pê quatro seis.

Orientações didáticas

Esta seção aborda a fotografia documental em diálogo com o gênero textual explorado no capítulo: o relato de viagem. As duas primeiras fotografias dialogam com as Leituras 1 e 2 na medida em que retratam cenas observadas e situações vivenciadas durante uma viagem a um país estrangeiro, como se realizassem um testemunho relacionado a essas vivências; as duas últimas mostram o registro de quem está familiarizado com o local.

A análise detalhada de imagens dá continuidade ao trabalho iniciado em E se a gentereticências conhecesse lugares muito legais? Sugerimos que a atividade seja feita coletivamente para que todos possam aproveitar detalhes de observação que devem surgir a partir dos vários olhares. Se for possível, convide o professor de Arte para realizar uma atividade interdisciplinar. Ele poderá contribuir com seu conhecimento técnico para a análise formal do material apresentado na seção.

Biblioteca cultural

istive mécãrry é famoso pela fotografia batizada de “Menina afegã”, que foi capa da revista Náchional Geográfique, na edição de junho de 1985. Acesse o site do fotógrafo para conhecer este e outros registros fotográficos realizados em países como África do Sul, Afeganistão, Itália e Portugal.

  1. As duas fotografias são parte do livro Índia e demonstram um olhar ­pessoal do fotógrafo istive mécãrry em relação ao país. Por que elas são um registro subjetivo?
  2. Observe, atentamente, a primeira fotografia.
    1. Quais elementos evidenciam que as pessoas estão em um trem?
    2. Um dos elementos estéticos interessantes da imagem são as janelas. Com o que elas se parecem nessa composição? Por que produzem um efeito interessante?
  3. Observe a segunda fotografia, que registra as águas das monções. As monções são um fenômeno atmosférico que provoca chuva intensa em determinado período do ano.
    1. Você nota forte contraste entre as cores? Que efeito de sentido o uso das cores provoca?
    2. Observe o enquadramento. O fotógrafo procurou captar apenas o homem, sem mostrar o cenário ao redor. Que efeito essa escolha produz?
    3. Na sua opinião, o fotógrafo está, por meio da fotografia, fazendo uma crítica, uma denúncia? Por quê?
  4. Leia um comentário do fotógrafo istive mécãrry sobre seu ­trabalho.

Eu quero contar histórias através das minhas fotos. Eu tenho trabalhado em todo o mundo nos últimos trinta anos documentando momentos cruciais em países como Afeganistão, Líbano, Camboja, Índia e tibét. Eu também fico fascinado com as culturas anuladas e como a modernidade e a globalização estão se espalhando aos quatro cantos do planeta.

istive mécãrry. Olhavê, São Paulo, 9 maio 2010. Disponível em: https://oeds.link/ftX7PQ. Acesso em: 4 julho 2022.

  1. Explique as ideias do fotógrafo com suas palavras.
  2. Que relação você estabeleceria entre o comentário do fotógrafo e o que percebeu em suas fotografias?

5. De que modo esse trabalho fotográfico se aproxima dos relatos de viagem que você leu neste capítulo?

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes notem que as fotografias registram situações do cotidiano que não se referem a um fato a ser noticiado; tratam de algo que chama a atenção do fotógrafo por não ser familiar a ele, ser inusitado ao olhar estrangeiro.

Os trilhos, as janelas padronizadas e os números anotados nos vagões.

2b. Espera-se que os estudantes observem que as janelas se parecem com as molduras (ou limites) de quadros ou retratos. Em duas delas, as pessoas estão enquadradas; nas outras duas, estão “escapando”, como se fosse um efeito especial.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes notem que não há contraste. Predominam cores próximas: tons de marrom e cinza. Desse modo, os elementos da imagem – homem, máquina de costura e água – parecem não se distinguir.

3b. Toda a atenção do olhar é colocada no homem e na água, reforçando a ideia de que seu deslocamento se dá no limite do que é possível; os outros elementos do contexto não são relevantes.

3c. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes tratem do interesse do fotógrafo por culturas “anuladas”, ou seja, que não costumam ser retratadas pela mídia, e pela influência da globalização. Eles podem mencionar também o objetivo dele, que é o de contar histórias por meio de seu trabalho.

4b. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

5. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 1 – Retome com os estudantes o conceito de fotografia documental: trata-se de uma linguagem artística em que o fotógrafo expressa um tipo de testemunho relativo a determinada realidade social, por isso a imagem captada é subjetiva, resultado de um olhar pessoal.

Questão 3b – Ajude os estudantes a perceber que o efeito seria diferente se observássemos outras pessoas próximas do homem também se deslocando na água.

Questão 3c – Os estudantes podem fazer leituras diferentes. De um lado, podem sugerir que a foto destaca a pobreza, como sugere a condição do instrumento de trabalho do alfaiate e a ausência de um modo adequado de deslocamento. Nesse sentido, a foto teria uma intenção crítica. Por outro lado, podem apontar que o rosto do alfaiate expressa tranquilidade, assim a foto estaria revelando um aspecto do cotidiano com o qual os moradores da região estariam acostumados.

Questão 4b – Estimule os estudantes a falar sobre suas hipóteses acerca do trabalho de : é um trabalho solitário? É interessante? É perigoso? Tem uma função social? É o trabalho de um artista ou de um jornalista? Algum dos estudantes gostaria de ter um trabalho semelhante?

Questão 5 – Estimule os estudantes a tecerem comparações entre as fotografias e os textos de Leitura 1 e Leitura 2. Provavelmente, apontarão que os relatos de viagem, assim como as fotografias, retratam cenas observadas e situações vividas durante uma viagem a um país estrangeiro, figurando como um testemunho. Em particular, as fotografias e a Leitura 1 retratam situações típicas da Índia e revelam uma visão pessoal de seus autores sobre o país.

Diferentemente das imagens anteriores, as que seguem são registros realizados por fotógrafos brasileiros nascidos e criados em territórios periféricos e que usam a fotografia para narrar a própria história. Veja.

Fotografia. Folhagens naturais e secas penduradas com especiarias em uma barraca na feira. Um senhor e uma senhora observam.
Feira Messejana, em Fortaleza, Ceará, 2012. Foto de Gustavo Costa.
Fotografia. Crianças brincando em uma rua alagada. Na água, é possível observar o reflexo de uma árvore grande. Ao fundo, encostadas em um muro de tijolos, muitas pedras grandes. Toda a paisagem está encoberta por uma rede quadriculada.
Crianças brincando no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, Ceará, 2018. Foto de Joyce S. Vidal.

6. As imagens fazem parte da mostra denominada “A periferia narrada pelos periféricos”. Pelo título, qual parece ser a finalidade da exposição fotográfica?

7. Observe a fotografia produzida por Gustavo Costa.

b) Embora não sejam o elemento central da composição, as pessoas são fundamentais para o efeito que se quer produzir. Explique essa ideia.

a) As pessoas não são o elemento central da composição. Explique por quê.

8. Observe, agora, a fotografia produzida por Joyce S. Vidal. O olhar da fotógrafa captou a beleza em uma cena cotidiana. Na sua opinião, o que produz o efeito do belo nessa fotografia?

9. Para você, mostras como essa são interessantes? Explique sua resposta.

10. Considerando o contexto de produção, que diferenças você vê entre as imagens feitas pelo fotógrafo estadunidense e as feitas pelos brasileiros?

Respostas e comentários

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a mostra reú­ne fotos sobre a periferia produzidas por pessoas que a conhecem bem.

Elas não estão no centro da fotografia; estão quase ocultas. O destaque está nos produtos à venda, cujo arranjo chama a atenção pela harmonia entre as cores, pelas texturas variadas, pelos elementos sobrepostos etcétera

7b. As pessoas ajudam quem vê a foto a compreen­der o contexto (uma feira). A presença delas evidencia que o elemento estético que chama a atenção (os produtos pendurados) faz parte do universo cotidiano, ou seja, não foi produzido com a intenção de ser fotografado.

8. Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar, por exemplo, os reflexos na água, que cobrem o chão de várias cores e o efeito do alambrado, que se assemelha ao de um filtro.

9. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

10. Sugestão: As fotografias do estadunidense estão associadas ao relato de viagem, mostrando situações que, diante do olhar estrangeiro, parecem inusitadas, ao passo que as fotografias dos brasileiros revelam as sutilezas de um cotidiano que passariam despercebidas ao olhar do espectador.

Orientações didáticas

Questão 6 – Comente com os estudantes que os fotógrafos brasileiros são da periferia da cidade de Fortaleza. Gustavo Costa é estudante de Geografia e membro do Movimento Negro periférico e Joyce S. Vidal é graduada em Audiovisual e Novas Mídias e seu trabalho tem como foco questões voltadas para o povo negro e a mulher negra, em especial.

Se achar conveniente, comente com os estudantes que, muitas vezes, a realidade social das comunidades mais pobres é registrada por artistas que não fazem parte dela. A mostra inverte isso ao permitir que o próprio morador registre sua relação com o lugar. Assim, torna os moradores de periferia – “os periféricos” – protagonistas, na medida em que valoriza seu olhar em relação à comunidade em que vivem.

Questão 9 – As respostas da turma vão depender do local em que moram e do maior ou menor contato com o ativismo e com discursos que denunciam o preconceito em relação à periferia. Além de acolher os comentários sobre a qualidade das imagens ou o interesse pelo que é representado, ajude os estudantes a perceber que esse tipo de fotografia provoca a reflexão das pessoas. Ao mostrar a periferia, as fotos chamam atenção para a existência, a despeito das dificuldades enfrentadas pelos moradores, de riqueza cultural e de beleza, muitas vezes ignoradas pelas pessoas que moram no centro. Ajudam, assim, a combater preconceitos.

fóra da caixa

Divulgando minha região

Neste capítulo, estudamos textos que fornecem registros sobre diferentes espaços físicos e sociais, como os relatos de viagem e as fotografias. Agora, vocês vão criar uma campanha publicitária relacionada com a área do turismo.

Etapa 1 Refletindo sobre o turismo

O texto a seguir levanta uma reflexão sobre o efeito do turismo em uma comunidade.

Desenvolvimento regional através do turismo: geração de emprego e renda

O turismo está em pauta nas principais discussões que giram em torno dos caminhos tomados pela sociedade atualmente. Registra-se o crescimento do número de viajantes por todos os lugares do mundo e dos benefícios econômicos e sociais gerados por essa movimentação de pessoas. A disponibilidade de novas rotas aéreas, facilidades na compra de passagens, informações sobre os destinos disponíveis no mercado, as diversas propostas de entretenimento, entre outros, estão entre os responsáveis pelo aumento do número de deslocamentos motivados por lazer e turismo. Economistas, políticos e gestores dos setores vinculados ao turismo se dedicam a direcionar seu foco de atuação e investimento em áreas que têm ligação com a atividade turística.

Assim, o turismo consolida-se como atividade geradora de emprego, renda e desenvolvimento econômico, principalmente em países que apostaram nesse ramo de atividade e realizaram investimentos de todas as ordens – capacitações profissionais, revitalizações tanto de áreas públicas quanto privadas, além da oferta de novos serviços e produtos turísticos direcionados a todas as faixas etárias e para todos os gostos da população.

Sandra Guerra; FAGUNDES, Camila. Desenvolvimento regional através do turismo: geração de emprego e renda. : SEMINÁRIO DE PESQUISA EM TURISMO DO Mercosúl, 2010, Caxias do Sul. Disponível em: https://oeds.link/dTzf2P. Acesso em: 25 março 2022.

  1. O artigo apresenta um ponto de vista positivo em relação ao turismo. Qual é a tese defendida pelas autoras?
  2. Leia as afirmações a seguir e procure se lembrar de exemplos que as comprovem ou que as refutem. Faça anotações para compartilhar, posteriormente, com os colegas de turma.
    1. O turismo pode contribuir para a preservação do meio ambiente.
    2. O turismo pode contribuir para a preservação da história da região.
    3. O turismo pode contribuir para a melhoria da infra­estrutura local.

Etapa 2 Pesquisando informações

Nesta etapa do trabalho, vocês, em grupos, deverão pesquisar sobre o turismo na região em que moram. O instrumento para obter as informações é a entrevista: vocês devem conversar com alguém que trabalhe na área.

Respostas e comentários

1. O artigo defende a tese de que o turismo gera desenvolvimento econômico, o que traz benefícios para a comunidade.

2. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

fóra da caixa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 3, 4, 6, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 5 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero seis, ê éfe seis nove éle pê zero nove, ê éfe seis nove éle pê três nove, ê éfe seis sete éle pê um três e ê éfe seis sete éle pê dois zero.

Orientações didáticas

A atividade foi planejada com o objetivo de estimular a reflexão sobre aspectos particulares da região em que moram os estudantes.

É composta de uma discussão inicial, que levanta conhecimento de mundo e provoca reflexão por meio de exemplos; de uma entrevista antecedida por planejamento autônomo; e de uma campanha publicitária. Habilidades desenvolvidas ao longo do ano – análise de peças publicitárias, elaboração de roteiro de entrevista, adequação da interação, entre outros – são retomadas e consolidadas.

Etapa 1 – Para introduzir a reflexão, seria interessante fazer um levantamento dos conhecimentos e das vivências dos estudantes em relação ao turismo. Comente que o turismo explorado comercialmente é uma atividade relativamente nova, mas que tem se intensificado nas últimas décadas, pelas facilidades advindas da criação de meios de transporte cada vez mais rápidos e eficientes. No século vinte e um, já existe até o turismo espacial. Levante questões como: o que leva as pessoas a buscar cada vez mais as viagens como opção de lazer? Que tipo de sentimento as move? Que lugares você já conheceu ou gostaria de conhecer como turista?

Questão 2 – Essa é uma oportunidade de incentivar os estudantes a manifestar seu conhecimento de mundo.

Para comprovar as afirmações, é possível mencionar que algumas prefeituras passam a se preocupar com evitar que o esgoto chegue às praias ou com fazer a limpeza da orla, o que favorece o meio ambiente; que são criados museus, o que significa esforço para obter e estudar o material que testemunha a história da região; que serviços são melhorados (caixas eletrônicos, horários ampliados de farmácias etcétera) para atender o fluxo de turistas, com benefício para os moradores.

Continua

Continuação

Para problematizar as afirmações, os estudantes podem falar dos impactos no modo de vida da população local, como o encarecimento de produtos e serviços, a lotação de praias, a maior quantidade de lixo, entre outros aspectos.

Sugerimos que a atividade seja realizada primeiramente em duplas para que a interlocução ajude os estudantes a pensar em exemplos. Após esse primeiro momento, é importante que essas informações sejam compartilhadas para que os estudantes se preparem para a exploração delas na campanha publicitária que realizarão.

Etapas 2 e 3 – Essas etapas serão feitas em grupo. Sugerimos que, no caso de turmas grandes, com mais de 45 estudantes, estes se organizem em grupos maiores de modo a viabilizar os momentos de compartilhamento de informações.

O primeiro passo para realizar com sucesso essa atividade é fazer uma lista de instruções ou ações que organize o processo. Apoiem-se na experiência de entrevista que tiveram no Capítulo 3 e levem em conta que a finalidade da conversa com o profissional é coletar dados; não haverá a divulgação da entrevista.

Ao planejar as perguntas, tenham em mente tudo o que já discutiram sobre o turismo na etapa 1 e considerem que se trata de uma atividade econômica diversificada – existe o turismo histórico, o ecoturismo, o de aventura, o de praia e lazer etcétera Os dados obtidos por meio da entrevista devem ser registrados de modo organizado, em folha avulsa, pois serão compartilhados com a turma.

Etapa 3 Produzindo a campanha publicitária

Vocês produzirão peças para uma campanha publicitária. A turma pode optar entre duas possibilidades: divulgar pontos de turismo da região ou conscientizar os turistas sobre a importância de preservar o ambiente e respeitar a rotina e os costumes das pessoas que vivem nos lugares visitados.

Preparação

Como vocês sabem, uma campanha publicitária é formada por diferentes peças, unificadas por alguns elementos que criam uma identidade. Por isso, os grupos devem compartilhar as decisões e colaborar entre si. Analisem os exemplos a seguir, com base nas questões propostas.

É lógico!

Para resolver um problema, podemos decompô-lo em partes menores e fazer uma lista de ações com etapas que devem ser cumpridas.

Cartaz de campanha publicitária. Fotografia de uma paisagem. No centro, um rio passando entre pedras e vegetação. Ao longo do percurso, árvores floridas e colinas. O céu está azul e com poucas nuvens brancas. 
Sobrepostas à foto, as informações: GOVERNO DO RIO GRANDE DO NORTE. Geoparque Seridó GEOSSÍTIO EM CURRAIS NOVOS. SEU SONHO AQUI VOA MAIS ALTO.
Cartaz de campanha publicitária. Fotografia de uma paisagem. À frente pessoas andando de jipe vermelho em uma grande duna de areia. Ao fundo, a cidade, com muitos prédios, e o céu azul com poucas nuvens brancas. Sobrepostas à foto, as informações: GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Jenipabu. SEU SONHO AQUI VOA MAIS ALTO.
Reprodução de anúncios de uma campanha publicitária de turismo no Rio Grande do Norte realizada em 2017.
  1. Comparem os anúncios: que elementos os tornam visualmente muito semelhantes?
  2. A parte verbal dos anúncios é composta, basicamente, do nome da região, da identificação do estado brasileiro onde fica e da frase “Seu sonho aqui voa mais alto”. Esse conjunto é suficiente para a comunicação da ideia? Por quê?
Respostas e comentários

1. Ambas mostram pontos turísticos naturais do Rio Grande do Norte; a metade superior retrata o céu azul, que funciona como fundo para o texto verbal; o nome da região é escrito com um tipo de letra que lembra o cursivo, está em destaque, centralizado e ligeiramente inclinado; o slogan aparece logo abaixo, em tamanho menor e em letra de fórma, também centralizado e inclinado; a identificação do produtor da campanha aparece no alto, centralizada.

2. Resposta pessoal. Espera-se uma resposta positiva, considerando que a beleza da imagem, a identificação do local e a referência a sonho são suficientes para sugerir o convite ao turismo.

Orientações didáticas

Enfatizamos que o parecer cê êne Ê/sébnorteº 15/2000 afirma que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas fórmas de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações gerais da legislação nacional e às específicas da educação brasileira, com comparecimento módico e variado”. Guiamo-nos por essa orientação oficial para selecionar os textos deste capítulo.

Etapa 2 – Nessa etapa, os estudantes devem montar uma lista de ações a serem executadas para que possam fazer uma entrevista voltada ao levantamento de informações, ou seja, uma entrevista com fins de pesquisa. Eles devem se apoiar, principalmente, na experiência que tiveram no Capítulo 3, quando entrevistaram um adulto para saber como era a escola no século passado. A lista de ações deve contemplar o processo de seleção do entrevistado, contatos iniciais, agendamento, elaboração de roteiro e registro.

O objetivo da atividade, em diálogo com o pensamento computacional, é desenvolver e/ou tornar consciente a percepção de que a resolução de problemas pressupõe sua decomposição, ou seja, a divisão em partes menores, que podem ser resolvidas progressivamente ou, em alguns casos, simultaneamente com o devido planejamento. A elaboração de uma lista finita de instruções ou ações corresponde à produção de um algoritmo.

Reserve um tempo para que os grupos elaborem sua lista de ações. Depois, peça que cada um deles leia a lista. O segundo grupo a ler deve indicar se incluiu, na própria lista, algo dito pelo grupo anterior. Todos os grupos devem fazer o mesmo e, no final, o primeiro deve dizer se alterou sua lista com as contribuições dos demais.

Marque um dia para que os estudantes tragam para a sala de aula o registro organizado dos dados coletados na entrevista. Esses registros devem circular entre os grupos para que todos conheçam as informações obtidas.

Etapa 3 – As campanhas publicitárias podem ser formadas por diferentes gêneros – anúncio, jingle, spot, filme etcétera – ou por várias peças do mesmo gênero, como é o caso da campanha de turismo no Rio Grande do Norte usada como exemplo. Se achar interessante, busque, usando a frase principal, outras peças da mesma campanha na internet.

Insista, na etapa de planejamento, na referência aos dados obtidos por meio da entrevista. Qual é, de fato, a situação do turismo na região? O que é mais importante fazer: divulgar ou conscientizar os turistas que já frequentam a região? Se o objetivo for divulgar, qual deve ser o foco: o tipo de turismo disponível (turismo de aventura, por exemplo), os lugares, a infraestrutura? Se for conscientizar, qual é o principal problema causado pelo fluxo de turistas? Ajude os estudantes a refletir bastante sobre o tema, considerando a economia regional.

Continua

Planejamento

A campanha de vocês será formada por anúncios a serem publicados em páginas de revistas. Se os anúncios tiverem como objetivo divulgar o turismo na região, considerem revistas de circulação nacional; se pretendem orientar os turistas que já visitam a região, pensem em revistas locais.

Coletivamente, tomem algumas decisões.

  1. Definam o objetivo da campanha.
  2. Levantem todas as informações pesquisadas para ajudar a definir o conteúdo das peças.
  3. Criem uma frase curta e expressiva para ser repetida em todas as peças.
  4. Avaliem se as peças precisam de um ou mais blocos de textos comple­mentares. Se for o caso, usem recursos que garantam a persuasão.
  5. Selecionem os recursos visuais que serão usados para a composição das peças: tipo de imagem (se for essa a escolha); posição das frases; tipo, tamanho e cor de letra; presença de linhas etcétera O layout deve ser atraente.

Produção e avaliação

Agora, em grupos, criem as peças, procurando executar o que foi planejado.

Essa primeira versão pode ser feita em computador ou em papel, com o recurso do desenho e da colagem. Como haverá uma etapa de revisão pela turma antes da versão definitiva, será preciso imprimir o que foi feito em computador. No caso da produção em papel, façam apenas um esboço, indicando exatamente como seria composta a peça, de modo a não estragar materiais selecionados (como imagens ou recortes de letras).

As peças devem ser afixadas no mural ou na parede da sala de aula de modo a todos os grupos poderem observar o conjunto. Façam anotações que possam servir como apoio para seus comentários.

Depois, coletivamente, discutam as perguntas e definam ajustes necessários:

  • As peças, em conjunto, conseguem atingir o objetivo definido?
  • Elas são adequadas para a circulação em páginas de revista?
  • As peças garantem leitura confortável?
  • A linguagem é adequada?
  • O conjunto chama a atenção do leitor?
  • O conjunto de peças reflete a identidade da campanha?
  • Há necessidade de ajuste em alguma peça específica?

Após a discussão, façam a versão final da peça.

Publicação

As peças originais podem ser afixadas no corredor da escola, próximo da sala de aula da turma. Assim, outras turmas podem ver a campanha feita por vocês, assim como vocês conhecerão as delas.

Ilustração. Mulher de saia longa e regata, com o cabelo preso em um coque. Está em pé na calçada, fazendo um registro, com o celular, de uma menina de mochila nas costas e os braços abertos para cima. Atrás da garota, uma construção de tijolos beges, o sol e a praia.
Respostas e comentários

Continuação

Para a criação de peças da campanha, é importante os estudantes levarem em conta: previsão do público/espectador e mobilização de recursos linguístico-discursivos adequados aos gêneros e aos suportes. Eles podem produzir as peças em computador, manipulando editores de texto ou de imagem, ou em papel, usando desenho e colagens. Lembre-os de que já estudaram campanhas publicitárias no Capítulo 3 e podem recorrer àquele estudo: anotações de aula, respostas de atividades etcétera

Se for possível, para divulgar o trabalho dos estudantes, ofereça o material para algum órgão da prefeitura, como os responsáveis pela educação ou turismo ou, ainda, pela comunicação.

Biblioteca cultural em expansão

Viagem de um naturalista ao redor do mundo – 1 e 2, de Chárles Dárvin. Porto Alegre: éleepê ême, 2008.

Por que devo ler esses livros?

Para conhecer outras passagens em que o naturalista inglês relata a coleta de materiais durante a expedição de cinco anos que o levou para a África, a América do Sul e a Austrália.

Cem dias entre céu e mar, de Amyr Klink. São Paulo: Companhia de Bolso, 2005.

Por que devo ler esse livro?

Para conhecer uma das histórias de viagem realizada pelo navegador brasileiro Amyr Klink. No livro, ele conta os desafios vencidos e suas impressões sobre a natureza no trecho que navegou desde o porto de Lúderrits, no sul da África, até a praia da Espera, no litoral da Bahia, em um pequeno barco a remo.

Deslocamento: um diário de viagem, de lúci níslei. São Paulo: Nemo, 2017.

Por que devo ler esse livro?

Para ler histórias em quadrinhos criadas pela famosa quadrinista estadunidense lúci níslei, em que ela conta sobre um cruzeiro de sete dias realizado na companhia dos avós.

Compartilhe com os colegas uma dica de leitura que também envolva uma viagem. Em grupo, gravem um áudio de até um ­minuto com essa sugestão. Aproveitem a experiência como vlogueiros que vocês tiveram no Capítulo 5.

Respostas e comentários

Biblioteca cultural em expansão

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 3 e 6.

cê e éle : 2 e 5.

cê e éle pê : 8 e 9.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê quatro seis e ê éfe seis nove éle pê quatro nove.

Orientações didáticas

Oriente os estudantes a produzir juntos o texto de apresentação da dica. A gravação pode ser feita por um ou mais estudantes.

Os áudios podem ser postados no blog da turma ou compartilhados usando aplicativos de mensagens, caso os estudantes façam uso deles. Antes, junte três ou quatro grupos, para que ouçam e comentem as dicas dos colegas, dizendo se as aceitariam ou não e apresentando uma justificativa.

Glossário

Sáris
: vestimentas femininas indianas formadas por uma peça de pano bastante longa para que possa ser enrolada em torno do corpo, dos ombros aos pés.
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: profissional que, em um evento teatral, de música, de tê vê etcétera, é responsável, entre outras atribuições, pela montagem dos equipamentos de áudio e pela passagem de som.
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Mumbai
: cidade mais populosa da Índia e de grande importância para o país.
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Étnico
:pertencente a uma cultura específica.
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Mandala
: figura composta de fórmas geométricas para representar o mundo simbolicamente. Em certas religiões e movimentos filosóficos, costuma ser usada como instrumento de meditação.
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Corporativos
:organizados por empresas.
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Rupia
: moeda da Índia.
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Renascentistas
: relativas ao Renascimento, movimento intelectual iniciado em meados do século catorze, marcado pela valorização da racionalidade e da ciência.
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Preceptor
: mestre, professor.
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De bugre
: descendente de indígenas; aquele que é íntimo do mato.
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Ariticuns
: frutos nativos do cerrado. A grafia registrada nos dicionários é araticum.
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