Capítulo 6 – Opinar, mas com propriedade

Ouvir uma notícia, ler uma resenha, assistir a um pronunciamento de autoridade, presenciar uma injustiça, observar uma nova modareticências Embora muito diferentes entre si, essas situações provocam em muitos de nós o mesmo desejo: dizer ao outro o que pensamos sobre aquilo. Neste capítulo, falaremos sobre o ato de opinar.

E se a gentereticências

reticências criasse uma cena teatral?

Você lerá um trecho do romance juvenil Um lençol de infinitos fios, de Susana Ventura, em que se cruzam histórias de um grupo de jovens de nacionalidades diferentes que vivem no Brasil. Quem narra é Maria, uma garota boliviana que vive com a família em São Paulo e sonha ser escritora. Por isso, traz sempre consigo um caderno em que anota ­histórias e pensamentos com ela compartilhados. Os outros personagens são Juan, Manoela e Jun. Os quatro têm uma tarefa escolar: apresentar os resultados de uma pesquisa sobre a América Latina.

O trecho será a base para a criação de uma cena teatral. Essa produção será feita em grupos de cinco estudantes e apresentada aos colegas de turma. Leiam o texto, imaginem a situação vivida pela narradora e transformem esse material em um diálogo que se inicia com a chegada dos personagens à Biblioteca Mário de Andrade.

Um lençol de infinitos fios

Então cheguei na Mário de Andrade e fui para aquele jardim sob a escada, onde a gente se encontra ereticências Fui a primeira a chegar, como sempre, e fiquei um tempo só sentada, pensando. Abri o caderno, tirei uma caneta do estojo, fiquei mordendo a tampa, pensando se era o caso de fazer uma lista de qualquer coisa (adoro fazer listas). Foi quando vi o Ruán descendo a escada. Achei sorte demais – eu ser a primeira a chegar e ele, o segundo. Ele disse um “oi” e sentou ao meu lado. Camisa da seleção argentina: além de bonito, é corajoso. Por que, né? Camisa da ­ARGENTINA? Os pais dele são argentinos e ele também veio pequeno para cá.

Ruán, você é argentino ou brasileiro?

– Sou argentino, cem por cento!

– Cem por cento? Mas e brasileiro? Você não é, não?

– Não, só estamos aqui por acaso. Qualquer hora a gente volta a Salta.

– Salta?

– Salta, la linda é nossa província, terra das empanadas e dos gauchosglossário .

– Aqui no Brasil também temos empanadas e gaúchos.

– Não é gaúcho, é gaucho. Qualquer hora te explico. Olha a Manoela aí!

Manoela, Manoela, que péssima hora para você chegar!, eu pensei.

Mas, bom, ela chegou e fui logo pedindo o celular para dar uma olhada no Face antes de começarmos o trabalho.

Jun foi o último a aparecer na biblioteca (como sempre também). Ele ajuda o pai numa loja de comida na descida para o Mercadão e é difícil sair quando tem movimento (e como a loja vive cheia, ele se atrasa sempre, até para o treino do handebol, que ama). Jun trouxe quatro pacotes de bolinhos recheadosreticências além do tablet (em que só ele mexe, claro).

Foi uma tarde legal. Dividimos os tópicos do trabalho sobre Geografia Humana (palavra bonita essa, “tópicos”) para o nosso Dia da Imigração e eu fiquei com populações de dois países cortados pelos Andes para dar conta. Até a semana que vem. Andes, está aí outra palavra bonita. Para nós, bolivianos, a Cordilheira dos Andes é quase como alguém da família (dos quatro, aliás, só o Jun escapou da influência andina). Ainda pensava nas palavras e qual seria a diferença entre gaúcho e gaucho (não achei no Google) quando cheguei na porta da escola para buscar o Pedro.

VENTURA, Susana. Um lençol de infinitos fios. São Paulo: Gaivota, 2019. página 8-10.

Biblioteca cultural

A escritora e professora Susana Ventura () já recebeu diversos prêmios, como o Jabuti e o Melhor Livro de Recontos éfe êne éle í jóta. Acesse o vídeo com a narração de sua obra Um lençol de infinitos fios, no canal De lá pra cá. Disponível em: https://oeds.link/0ljqqa. Acesso em: 14 maio 2022.

Etapa 1 Produção do texto

Em geral, nos textos teatrais não há um narrador: a história é contada por meio de falas e de ações deduzidas a partir das falas. Há também as rubricas, escritas entre colchetes, que informam, principalmente, a entrada e a ­saída dos personagens do palco, os elementos que compõem o cenário e o tom de algumas falas em cena.

Para produzir a cena teatral, sigam as orientações.

1. Imaginem, com base no texto, a interação dos personagens. Pensem em como eles são, no que estão fazendo e no espaço em que estão.

Fotomontagem. Dois jovens sorridentes atrás de uma mesa, lado a lado. A menina tem o cabelo cacheado e usa óculos de armação grande e redonda. Ela está lendo um livro. O menino de cabelo arrepiado e um dos braços apoiado sobre a mesa. Atrás deles, grande estante com livros. Ao fundo, manchas azuis.
  1. Redijam a primeira rubrica da cena teatral. Em geral, ela costuma indicar o ambiente em que ocorrem as ações, além da posição inicial dos ­personagens. Transformem o cenário descrito no texto em rubrica e indiquem os primeiros movi­mentos dos personagens em cena.
  2. Lembrem-se de que os nomes dos personagens devem ser indicados antes das falas. Anotem, usando apenas letras maiúsculas, o nome do personagem que fala, seguido por dois-pontos. Na sequência, anotem a fala.
  3. Imaginem o diálogo entre Maria e Juan que abre a cena. Recriem o encontro com as pistas fornecidas pelo trecho do romance. Como as falas vão revelar o que acontece? Quais são os sentimentos e as reações dos personagens?
  4. Desenvolvam a história escrevendo o diálogo. Cuidem para que a sequência seja lógica e revele a história ao leitor.
  5. Redijam as rubricas para caracterizar as reações emocionais dos personagens; indiquem a entonação de algumas falas e os gestos que as acompanham.
  6. Releiam o texto para verificar se a linguagem empregada nas falas de cada personagem se mantém coerente em toda a cena.

Etapa 2 Ensaio e apresentação

É hora do ensaio!

  1. Distribuam as funções e os papéis. Quem serão os atores? Quem fará a direção?
  2. Planejem a cena. Como será o figurino? Haverá um cenário? Que objetos de cena são importantes? O caderno de Maria, por exemplo? Lembrem-se de estar atentos às dicas do texto.
  3. Durante os ensaios, é importante observar a postura corporal, a gestualidade, o tom de voz adequado, a inflexão dada a cada uma das falas, a movimentação em cena. O diretor deve orientar os atores nesse processo.
  4. Com o professor, organizem um cronograma para que todas as equipes se apresentem. A participação e o espírito colaborativo são fundamentais.

Etapa 3 Roda de conversa

Após as apresentações, avaliem a atividade coletivamente e conversem sobre as seguintes questões:

  • Quem já havia lido obras literárias sobre a vida de refugiados e imigrantes no Brasil?
  • O trecho lido despertou o interesse pela leitura do livro Um lençol de infinitos fios? Por quê?
  • O que vocês sabem sobre como vivem crianças e adolescentes refugiados e imigrantes no Brasil?
  • Há imigrantes na escola ou no bairro? Como parecem se sentir diante da mudança ocorrida em suas vidas? Vocês reconhecem, no texto, diferentes posicionamentos quanto a estar no Brasil?

Leitura ARTIGO DE OPINIÃO

Como você já sabe, as notícias relatam fatos recentes e de ­interesse público. Outros textos jornalísticos são produzidos para expressar pontos de vista sobre esses mesmos fatos. Um dêsses gêneros é o artigo de opinião.

Leia este artigo de opinião escrito por três estudantes e publicado em um jornal impresso que conta também com versão digital.

O poder dos jovens 

Não precisamos cruzar um oceano para entender a dor por trás do refúgio 

A enorme crise humanitária atual – que, segundo o áquinur, a agência da ônu para refugiados, já afeta mais de 82 milhões de pessoas em todo o mundo – sempre nos pareceu muito distante. Ouvimos falar de refugiados em países asiáticos, africanos, no Oriente Médio ou mesmo na Europa, mas as notícias, de maneira geral, raramente mencionam aqueles que estão próximos de nós. 

Então imaginem a nossa surpresa – e indignação! – ao descobrir que existem mais de 260 mil refugiados e imigrantes venezuelanos vivendo no Brasil. São homens, mulheres, idosos, crianças e adolescentes que se viram forçados a deixar um país vizinho ao nosso. Não precisamos cruzar um oceano para entender a dor, o drama e todo o sofrimento por trás do refúgio. Ele está bem ao nosso lado. 

Diante dessa realidade alarmante, fazer parte de um projeto como o “Mi Casa, Tu Casa * Minha Casa, Sua Casa” nos pareceu natural e até esperado. Construir bibliotecas nos abrigos para os refugiados venezuelanos em Roraima não só dá a jovens como nós uma opção de lazer como permite que eles aprendam a língua portuguesa mais depressa – e esse é um fator crucial para que eles possam continuar seus estudos no Brasil e recomeçar suas vidas. 

Quando nos juntamos ao projeto, nossas expectativas eram de que estaríamos ali só para auxiliar em um processo liderado pelos adultos. Mas foi o oposto disso. Da arrecadação de livros às mídias sociais, passando pela formação de parcerias e pelo levantamento de fundos, tudo tem a participação dos jovens. E ela foi, e ainda é, decisiva. 

Para começar, arrecadamos quase 40 mil livros – de uma meta de 5.000! Falamos com nossos amigos e escolas, fomos atrás de empresas e editoras. E não parou por aí. Vejam o caso do Thomas, que, com 16 anos e morando na Inglaterra, arrecadou R$ 7sete reais.000zero reais para a causa depois de organizar uma corrida. Outro exemplo é o de Alma, João Pedro e Bia, que angariaram R$ 5cinco reais.000zero reais com uma rifa na escola. Ou o dêivid, que mobilizou uma comunidade inteira em Osasco (São Paulo) para doar mais de 600 livros em plena pandemia. Quando você percebe o quão longe é possível chegar e o tamanho da diferença que pode fazer, o mundo fica com outra cara. 

Sabia?

A denominação refugiado foi estabelecida pela ônu em 1951. O termo refere-se à pessoa que sai de seu país por conta de “fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”, em situações nas quais “não possa ou não queira regressar”.

Nós também aprendemos muito. Uma das nossas responsabilidades é cuidar do perfil do “Mi Casa, Tu Casa” no Instagram (letra á contornada por uma linha curvamicasatucasabrasil). Ali percebemos como é importante trabalhar em equipe, respeitar opiniões divergentes, solucionar conflitos e dilemas por meio do diálogo e acolher quem é diferente. É um aprendizado que vamos levar para a vida. 

A gente sempre diz que a leitura nos tornou quem somos: jovens curiosas, que sonham em mudar o mundo. Esperamos que esses livros possam inspirar os jovens venezuelanos a fazer o mesmo com relação a seus destinos. E que outras tantas crianças e adolescentes pelo Brasil tenham a certeza de que podem agir para mudar as coisas. Somos mais fortes e capazes do que pensamos. Quando agimos juntos, ninguém nos para. 

zígmondi, Clara; álteman, Maria Luiza; KALIKS, Mariana. O poder dos jovens. Folha de São Paulo, São Paulo, ano 101, número 33853. 11 novembro 2021. Tendências e debates. A3.

DESVENDANDO O TEXTO

  1. O que justifica o uso da primeira pessoa do plural no artigo?
  2. Releia os três primeiros parágrafos.
    1. Qual é a função do primeiro e do segundo parágrafos em relação ao terceiro?
    2. Com que intenção foram usados o ponto de exclamação e os travessões no segundo parágrafo?
  3. As autoras argumentam que o acesso dos jovens refugiados a livros, no projeto “Mi Casa, Tu Casa * Minha Casa, Sua Casa”, é fundamental para minimizar os impactos da imigração.
    1. Por que elas têm essa opinião?
    2. Segundo as autoras, era “natural e até esperado” que elas fizessem parte do projeto. Que ponto de vista está implícito nesse comentário?
  4. A partir do quarto parágrafo, as autoras falam da participação dos jovens no projeto.
    1. Qual era a expectativa inicial sobre essa participação?
    2. Como foi a real atuação dos jovens?
    3. Releia o trecho a seguir.

Para começar, arrecadamos quase 40 mil livros – de uma meta de 5 000!

O artigo cita o resultado de uma das ações promovidas. Por que a apresentação de dados precisos é relevante?

d. Segundo as autoras, a participação no projeto foi positiva não somente para os imigrantes favorecidos por ele, mas também para elas mesmas. Por quê?

Fala aí!

Leia um comentário de leitor sobre o alto índice de refugiados registrados no Brasil em 2021: “Favelados nós temos os nossos e não damos conta de resolver esse problema! Procurem outro lugar!” (L. B. Comentário extraído do Portal gê um). Na sua opinião, esse posicionamento pode ser considerado um discurso de ódio? Por quê? Você sabe quais são os limites entre a liberdade de expressão e o discurso de ódio?

  1. Analise, agora, a organização dos dados no texto.
    1. O artigo pode ser dividido em três partes: introdução, nos parágrafos 1, 2 e 3; desenvolvimento, nos parágrafos 4, 5 e 6; e conclusão, no parágrafo 7. Nomeie cada parte de modo a explicitar seu conteúdo.
    2. Releia o título e a linha fina. Por que ela é importante para informar o ­leitor sobre o conteúdo do texto?
    3. Na sua opinião, o tema do texto é a situação dos refugiados, a possi­bilidade de o jovem contribuir para o bem da sociedade ou outro? Justifique sua resposta.
  2. Os infográficos a seguir contêm outras informações sobre o acolhimento de refugiados. Leia-os.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Depoimento de um imigrante

Locutora: A década de 2010 viu crescer consideravelmente o fluxo migratório de haitianos para o Brasil.

Devido à instabilidade política, às catástrofes ambientais e às mazelas sociais e econômicas, dezenas de milhares de pessoas, a maioria delas homens jovens, deixaram sua terra natal em busca de melhores condições de vida no Brasil, país que abriu suas portas por questões humanitárias.

No entanto, ao chegarem aqui, os haitianos se deparam com um grande problema: a língua. Falantes sobretudo do crioulo, mas também do francês, essas pessoas encontram um abismo linguístico, têm muita dificuldade de se comunicar com a população local e, por consequência, de conseguir habitação e emprego.

A seguir, vamos ouvir um depoimento concedido em 2018 pelo haitiano Jean Caleb Tibert, morador do município de Itapevi, em São Paulo.

Entrevistado: Cheguei aqui no Brasil dia 12 de julho do ano 2016. No Haiti, eu era professor durante dois anos, depois eu era diretor da escola. Eu dirigi uma escola com meu pai.

Lá é um pouco complicada a vida, porque você pode fazer faculdade, você pode estudar, mas ficar ruim para você achar emprego. Lá tem muita, muita, muita gente desempregada.

Aqui e lá, há diferença. O trabalho aqui é bem diferente. Lá no Haiti, se você trabalha em uma empresa, você não vai receber o vale-transporte, você não recebe. Você tem que pagar o transporte do seu salário. Aqui, quando eu cheguei, eu recebi uma coisa assim.

Meu primeiro trabalho foi na Lapa. Foi a primeira empresa que eu trabalhei. E é uma empresa que faz reparação de aparelhos eletrônicos.  E eu trabalhava lá, eu lixava peça, eu polia peça também, eu ajudava também na pintura. Eu trabalhava como auxiliar de produção.

Depois de um ano e dois meses, eu recebi o seguro-desemprego e, lá no Haiti, não tem.

Na minha opinião, o Brasil é melhor do que o Haiti. A vida é melhor.

Eu fui à Embaixada do Brasil lá no Haiti. Lá é mais fácil para ter o visto brasileiro, porque o Brasil quer ajudar o Haiti. Se você vai lá, você vai ver.

O visto americano, o visto francês, o visto para o Canadá é mais complicado. Mas, lá no Haiti, o visto brasileiro é mais fácil para ter, só que você precisa dos documentos.

Quando cheguei aqui, eu tinha muita dificuldade, porque tem que falar a língua portuguesa. Você não pode achar emprego, se você não falar mais ou menos a língua portuguesa.

Quando eu cheguei, eu não conseguia entender nada. E, às vezes, deram risada de mim, porque eu não conseguia entender nada, nada. E ficou ruim para eu achar emprego.

Nos primeiros dias que eu estava aqui no Brasil, por causa da língua portuguesa, porque há empresa que exige, você tem que falar mais ou menos, você tem que entender um pouco para achar um emprego.

Nos primeiros dias que eu estava aqui no Brasil, eu fui em uma escola para fazer aula de português. Então, eu já fiz o básico 1 e já fiz também o básico 2. E, agora, estou fazendo o básico 3, porque eu gosto da língua portuguesa. Eu gosto.

Depois, quando eu estou na minha casa, eu estou sempre assistindo TV e estou pesquisando sempre na internet, e eu tenho uns livros também em português para ler.

Eu gosto de ler também para fazer a prática, porque, se você não pratica, você vai achar ruim, vai ficar difícil para você falar.

Desde minha chegada aqui no Brasil, eu me sinto na minha casa, me sinto no Haiti, porque os brasileiros, as brasileiras são muito legais. Eu posso falar isso, porque eles me tratam como brasileiro. Eu me sinto, posso falar isso, me sinto brasileiro, porque eu tenho o mesmo direito, posso fazer documento, posso trabalhar como todo mundo.

Só que há lugar aqui no Brasil que tem racista, porque há gente que não gosta de estrangeiro. Mas, aqui onde eu estou morando, há muita gente boa. Lá, não tem questão de racista, não tem.

Eu pretendo fazer faculdade aqui. Mas por enquanto, não. Porque eu acho que, se eu fizer faculdade agora, eu acho que vai dar problema. Vou enfrentar muitas dificuldades, porque tem que falar bem, tem que entender bem a língua portuguesa.

Por isso que eu estou fazendo aula agora, estou fazendo aula de português agora, e eu quero melhorar. Quando eu me sentir capaz, aí eu vou fazer faculdade.

Locutor: Crédito: Estúdio: Spectrum.

Infográfico. Casal de bonecos sobre o mapa do Brasil. O homem carrega uma bolsa transversal no corpo e uma trouxa de roupa no ombro. A mulher carrega uma criança nos braços. BRASIL ACOLHEU MAIS REFUGIADOS EM 2019 E 2020 QUE EM TODOS OS OUTROS ANOS DA DÉCADA SOMADOS. Entre 2019 e 2020, o Brasil acolheu 46,8 mil refugiados vindos de vários países; entre 2011 e 2018, foram menos de 6,4 mil. Um boneco carregando uma bolsa transversal e uma trouxa de roupa no ombro representa 1 mil refugiados no Brasil. No prato esquerdo de uma balança, oito ampulhetas seguidas da frase Acumulado entre 2011-2018 e seis bonecos e meio. No prato direito da balança, duas ampulhetas seguidas da frase Acumulado entre 2019-2020 e quarenta e sete bonecos.

COSTA, João Gado F.; FERREIRA, Daniel T.; BUONO, Renata. O Brasil dos refugiados. Piauí, [sem local], 14 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/k2IBmb. Acesso em: 18 abril 2022.

Infográfico. Famílias de bonecos ao redor do planeta Terra, com setas indicando deslocamento. POPULAÇÃO DE REFUGIADOS NOS ESTADOS UNIDOS É CINCO VEZES A DO BRASIL. EM 2021 HAVIA 337,8 MIL REFUGIADOS VIVENDO NOS ESTADOS UNIDOS, ENQUANTO NO BRASIL HAVIA 60,8 MIL. 2021, um ponto verde e um ponto laranja, ambos representando mil refugiados. Os verdes representam refugiados vivendo nos Estados Unidos e os laranja representam refugiados vivendo no Brasil. À esquerda, o mapa dos Estados Unidos, formado por pontos verdes. Família composta por dois adultos e três crianças, sendo uma de colo. Refugiados vivendo nos EUA. Aproximadamente 340 mil. À direita, mapa do Brasil, formado por pontos laranja. Família composta por dois adultos e três crianças, sendo uma de colo. Refugiados vivendo no BRASIL. Aproximadamente 61 mil.

COSTA, João Gado F.; FERREIRA, Daniel T.; BUONO, Renata. O Brasil dos refugiados. Piauí, [sem local],14 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/k2IBmb. Acesso em: 18 abril 2022.

  1. De que modo a imagem da balança representa os dados sobre os refugiados acolhidos pelo Brasil nos últimos anos?
  2. A contextualização do número de refugiados no Brasil ganha outro sentido quando se observa o segundo infográfico. Por quê?
  3. Na sua opinião, por que o número de refugiados que pede asilo aos Estados Unidos é maior do que no Brasil?

COMO FUNCIONA UM ARTIGO DE OPINIÃO?

Responda a outras questões para refletir sobre o gênero artigo de opinião.

  1. O que predomina no texto lido: narrativa de fatos, ­instruções para resolver o problema ou argumentos para provar uma ideia?
  2. Os artigos de opinião frequentemente dialogam com fatos de ­interesse ­público, relatados nas notícias que circulam na mídia. Qual fato motivou a escrita dêsse artigo?

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

3. A estrutura dos artigos de opinião é composta de introdução, desenvolvimento e conclusão.

a) Com bastante frequência, a tese é declarada na introdução. Isso ocorre nesse artigo? Explique sua resposta.

A tese é a formulação que explicita, de fórma sucinta, o ponto de vista defendido.

b) O desenvolvimento apresenta os argumentos que sustentam a tese. Nele são usadas estratégias como a citação de dados, a análise de exemplos ou as perguntas retóricas para ­persuadir o leitor. Releia os parágrafos 5 e 6. Que argumentos são apresentados e desenvolvidos em cada um deles?

c) A conclusão retoma o título. Explique.

d) Na sua opinião, os dados do artigo e a maneira como foram organizados levam o leitor a considerar válido o ponto de vista defendido pelas autoras? Por quê?

  1. Na esfera jornalística, são frequentes os textos sem assinatura, principalmente notícias. Os artigos, pelo contrário, são sempre assinados.
    1. Por que a identificação do autor é importante?
    2. Na publicação original, após os nomes das autoras do artigo, é colocada a informação de que elas são “estudantes de 17 anos”. Na sua opinião, por que esse dado é relevante?
    3. Observe um detalhe da página do jornal em que o artigo foi publicado.
Manchete de jornal. TENDÊNCIAS/DEBATES. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Segundo o jornal, qual é o objetivo de uma seção com artigos de opinião?

Da observação para a teoria

O artigo de opinião é um gênero textual do campo jornalístico-­midiático. Tem como objetivo principal argumentar sobre um tema, defendendo um ponto de vista. Nele, expõe-se uma tese, cuja validade é provada por meio de argumentos.

Esse gênero textual pode apresentar marcas de primeira pessoa, mas seu foco não é a expressão de sentimentos ou o relato de experiências pessoais. O articulista reflete sobre questões de interesse da sociedade. Sua ­linguagem é formal e predominantemente objetiva.

Textos em conversa

As escolas recebem bem os imigrantes? Esse é o tema de um podcast que você vai explorar agora. O professor apresentará o áudio ou alguns de vocês farão a leitura da transcrição. Façam anotações dos principais pontos discutidos enquanto ouvem o texto. Apenas depois leiam a transcrição.

[breve áudio instrumental]

Fábio ai: Atualmente no mundo tem mais de 7 milhões de crianças e adolescentes refugiadas. Mas a metade delas não estão na escola.

Ricardo Abud: É, não deve ser fácil mesmo pros dois lados. A escola brasileira já tem um monte de problemas, e aí recebe alunos estrangeiros que nem falam português. E por outro lado tem os alunos estrangeiros que muitas vezes fugiram de seus países e chegam aqui sem entender uma palavra do que tá sendo dito em sala de aula. A Flávia cita um relatório de uma organização chamada I Know My Rights, que fala um pouquinho sobre a dificuldade das crianças estrangeiras de se integrar nas escolas brasileiras.

[breve áudio instrumental]

Flávia Mantovani: Existe uma diferença, umareticências um estranhamento que elas têmreticências em relação à diferença. No sistema de ensino daqui pro de seus países, porque são são de sistemas diferentes. Éreticências muitas escolas na África são muito rígidas com as crianças, os professores ainda batem, sabe? E aí o que diz esse relatório é que alguns pais éreticências acham ruim que as escolas brasileiras sejamreticências nareticências nas palavras deles muito frouxas, entendeu?, com as crianças, eles esperavam que que os professores aqui fossem mais rigorosos, e outros não, as próprias crianças em geral elasreticências elas se sentem queridas e acolhidas pelos professores daqui porque eles acham que são professores quereticências que acolhem mais do que nos países deles, entendeu? Então tem alguns relatos de situações triiistes assim de bullying que que algumas dessas crianças sofreram. Então tem uma adolescente muçulmanareticências éreticências dereticências de 13 anos, uma síria, que ela chegou a parar de estudar durante um ano porque ela não aguentoureticências ééé o bullying mesmo que ela sofreu. Então ela falou que os colegas ficavam tentando tirar o véu da cabeça dela, ficavam chamando ela de cabeça de bomba, ééééreticências e aí elareticências ela falou “olha eureticências eu já tinha parado de estudar quando eu tava no campo de refugiados e aqui eu não aguentei essa pressão e parei por um ano. Agora eu voltei porque eu sei que preciso disso pro meu futuro”.

Isso aqui em São Paulo. E teve umaaaareticências teve um outro caso, por exemplo, de uma criança congolesa queee acabou se tornando um poucooo agressiva com os colegas, mas aí a a os pais diziam o seguinte que quando ela chegava em casa cheia de arranhões éééé que os colegas brasileiros tinham feito nela a escola naturalizava e falava que tinha sido brincadeira de criança. Quando era ela queee arranhava um colega a escola repreendiaaa a criança e os pais. Então os pais alegaram que tavam sofrendo uma discriminação, sabe?

Ricardo Abud: Sendo fácil ou não, é obrigação da escola receber esse imigrante.

[breve áudio instrumental]

AS ESCOLAS brasileiras recebem bem os imigrantes? [sem local]: Folha na Sala, 28 outubro 2019. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/5qZdIl. Acesso em: 16 maio 2022.

  1. Compare o artigo de opinião que você estudou em Leitura com o conteúdo exposto nesse trecho do podcast.
    1. Uma comparação precisa analisar um ponto comum a dois elementos. Que tema é comum aos dois textos?
    2. A comparação evidencia semelhança ou diferença? Explique.
  2. Releia a primeira fala de Ricardo Abud.

a) Ricardo reconhece que o processo de integração é dificultado tanto pelos próprios problemas da escola quanto pelos das crianças e dos adolescentes refugiados. Por que reconhecer isso é importante para a discussão?

Versão adaptada acessível

Atividade 2, item b.

Releia o trecho, observando as expressões “monte de” e “nem”:

b) Releia o trecho, observando as palavras destacadas:

A escola brasileira já tem um monte de problemas, e aí recebe alunos estrangeiros que nem falam português.

Explique o efeito que elas produzem na expressão da opinião.

  1. Flávia Mantovani é uma repórter especializada na cobertura de fatos envolvendo refugiados.
    1. Qual é a contribuição dos casos que apresenta, com base no relatório produzido pela organização I Know My Rights, para a compreensão do tema?
    2. Os casos apresentados mostram que diferenças culturais interferem na relação entre os grupos. Escolha um exemplo que evidencie isso e explique-o.

Fala aí!

Você já acompanhou situações que envolvam preconceito contra estudantes refugiados? Como você se comportou? Que análise faz do próprio comportamento?

  1. O podcast que você ouviu tem caráter jornalístico. Avalie sua qualidade, respondendo a cada pergunta com “sim”, “não” e “em parte”. É preciso justificar.
    • As informações apresentadas são confiáveis?
    • A repórter convidada a falar é representativa para a discussão?
    • Os dados foram apresentados de modo imparcial ou tendencioso?
    • O ritmo da fala e a maneira como as palavras são pronunciadas permitem compreender bem o conteúdo?
    • A linguagem dos falantes é adequada à situação comunicativa?
    • Os recursos sonoros são bem utilizados?

Falando sobre a nossa língua

O processo de substituição e os pronomes relativos 

Para escrever um texto coeso, isto é, com uma boa articulação, é muito ­importante ter domínio de alguns recursos da língua. Esse é o assunto desta seção.

COMEÇANDO A INVESTIGAÇÃO

Releia o terceiro e o quarto parágrafos do artigo de opinião “O poder dos jovens”.

Diante dessa realidade alarmante, fazer parte de um projeto como o “Mi Casa, Tu Casa * Minha Casa, Sua Casa” nos pareceu natural e até esperado. Construir bibliotecas nos abrigos para os refugiados venezuelanos em Roraima não só dá a jovens como nós uma opção de lazer como permite que eles aprendam a língua portuguesa mais depressa – e esse é um fator crucial para que eles possam continuar seus estudos no Brasil e recomeçar suas vidas.

Quando nos juntamos ao projeto, nossas expectativas eram de que estaríamos ali só para auxiliar em um processo liderado pelos adultos. Mas foi o oposto disso. Da arrecadação de livros às mídias sociais, passando pela formação de parcerias e pelo levantamento de fundos, tudo tem a participação dos jovens.

  1. Nos dois primeiros parágrafos do artigo, as autoras contextualizaram a situação dos refugiados. Identifique, no primeiro parágrafo transcrito (o terceiro do texto), a expressão que retoma o conteúdo exposto nos parágrafos anteriores e já exprime um ponto de vista sobre ele.
  2. A que ideia a expressão fator crucial se refere? Justifique o uso do adjetivo crucial nesse contexto.
  3. Releia o trecho: “para que eles possam continuar seus estudos no Brasil e recomeçar suas vidas”. Os pronomes eles, seus e suas retomam refugiados venezuelanos ou jovens refugiados venezuelanos? Explique sua resposta.
  4. Que expressão é usada para retomar quando nos juntamos ao projeto?
  5. Qual é a função da palavra tudo, no segundo parágrafo transcrito?

Como você deve ter notado, entender a relação entre as partes do texto é fundamental para o processo de leitura. Se o leitor deixa de observar que uma palavra retoma outra, terá dificuldade para entender o texto. Ele ­também deve notar que as substituições podem construir sentidos, como ocorre, por exemplo, com o uso da expressão realidade alarmante, que não apenas ­retoma a situação dos refugiados como também revela a opinião das autoras sobre a situação.

A coesão do texto não se dá apenas por meio de recursos que retomam ou antecipam palavras ou segmentos; ela também depende do emprêgode conjunções e outros articuladores textuais. Nesta seção, no entanto, o foco estará nos recursos que permitem a referência a termos anteriores.

Sinônimos, hiperônimos e hipônimos

Versão adaptada acessível

Releia este parágrafo do mesmo artigo, observando a palavra "refugiados".

Releia este parágrafo do mesmo artigo, observando a palavra em destaque.

A enorme crise humanitária atual – que, segundo o áquinur, a agência da ônu para refugiados, já afeta mais de 82 milhões de pessoas em todo o mundo – sempre nos pareceu muito distante. Ouvimos falar de refugiados em países asiáticos, africanos, no Oriente Médio ou mesmo na Europa, mas as notícias, de maneira geral, raramente mencionam aqueles que estão próximos de nós.

  1. Você teria usado a palavra imigrantes em lugar de refugiados? Por quê?
  2. Que expressão você usaria se desejasse substituir o bloco “países asiáticos, africanos, no Oriente Médio ou mesmo na Europa”, nesse contexto?

Para evitar a repetição do termo refugiados, as autoras empregaram a palavra pessoas. Trata-se de um hiperônimo, nome dado a um termo com sentido amplo, que pode substituir outro com sentido mais restrito, o hipônimo. Observe-os nesta construção:

Há notícias sobre a entrada de refugiados na Europa, mas esse continente está distante de nós.

As palavras destacadas foram usadas para fazer a mesma referência no texto, mas não têm significados equivalentes, ou seja, não são sinônimos. Caso a palavra distante, presente no mesmo exemplo, fosse substituída por longe, teríamos um sinônimo, já que o significado é o mesmo.

Apesar da equivalência de sentidos, os sinônimos não são rigorosamente idênticos em razão das particularidades de uso. Compare, por exemplo, dinheiro e grana. São termos que se equivalem, mas correspondem a registros de linguagem diferentes: o segundo termo é usado apenas em contextos informais.

As substituições devem ser cuidadosas. No artigo, as autoras evitaram substituir refugiados por imigrantes, porque, como se sabe, refugiados refere-se a um grupo cuja saída do país ocorreu por motivos muito específicos. Assim, ainda que se possam considerar os termos sinônimos em alguns contextos, ou mesmo tratar a palavra imigrantes como hiperônimo de ­refugiados, seu uso exige cautela.

Pronomes relativos

Os pronomes relativos também são recursos de coesão importantes para estabelecer relações entre partes do texto. Releia mais um trecho do artigo.

A gente sempre diz que a leitura nos tornou quem somos: jovens curiosas, que sonham em mudar o mundo. Esperamos que esses livros possam inspirar os jovens venezuelanos a fazer o mesmo com relação a seus destinos.

As autoras usaram a oração “que sonham em mudar o mundo“ para especificar a palavra jovens. Tal oração funciona como um adjetivo, da mesma maneira que o termo curiosas, que também acompanha a palavra jovens, caracterizando-a.

O pronome relativo introduz uma oração que se refere a um termo expresso na oração antecedente. Ele conecta as orações e evita a repetição. Acompanhe essa demonstração.

Esquema. O projeto que promove a criação de bibliotecas é organizado por jovens brasileiros.
que: refere-se a projeto
que promove a criação de bibliotecas: A oração caracteriza projeto

O pronome relativo mais empregado é que, mas outras palavras também desempenham essa função. Veja estes exemplos.

Esquema. Conheça a casa onde a biblioteca está sendo montada.
onde: refere-se a casa

Onde equivale a em que, no qual, na qual, nos quais e nas quais e retoma termos que indicam lugares.

Esquema. Veja a capa deste livro, o qual foi enviado pelo próprio autor.
o qual: refere-se a livro

O qual, a qual, os quais e as quais equivalem a que. 

Esquema. Esta é a bibliotecária de quem lhe falei. quem: refere-se a bibliotecária
de: preposição

Quem é equivalente a que, mas só é usado para retomar termos que designam pessoas. Ele vem sempre antecedido por preposição. Na frase anterior, a preposição foi exigida pelo verbo falar (falar de alguém).

Certas construções também vão exigir que os demais pronomes relativos sejam precedidos por preposição. Observe. 

O livro que recebi já foi entregue à biblioteca. (receber algo) 

O livro a que me refiro está sobre a mesa. (referir-se a algo) 

O artigo com o qual concordo valoriza o jovem. (concordar com algo) 

Esse é um projeto de que me orgulho. (orgulhar-se de algo)

O uso da preposição antes do pronome ocorre na linguagem monitorada e é preciso atenção para não a esquecer, sobretudo nos textos escritos. Nas comunicações mais informais, a preposição é, com frequência, desconsiderada. 

O uso de cujo, cuja, cujos e cujas 

Cujo e suas flexões também são pronomes relativos. Eles são usados em situações de uso bastante monitorado da língua. Observe.

Faço parte de um projeto cujo objetivo é criar bibliotecas.

O pronome cujo retoma o antecedente, projeto, e indica que ele possui o termo seguinte, objetivo. O sentido de projeto cujo objetivo equivale a objetivo do projeto. 

Acompanhe a análise de mais alguns exemplos para observar como se estabelece a relação de posse e a concordância do pronome.

Esquema. Deixei na sala os livros cujas capas precisam ser restauradas.
cujas: refere-se a capas dos livros; concordância: feminino e plural. 
Esquema. O jovem cuja família chegou ontem já está integrado.
cuja: refere-se a família do jovem; concordância: feminino e singular.

Dica de professor

Note que não se emprega artigo após cujo e suas flexões: cuja casa e não cuja a casa.

INVESTIGANDO MAIS

1. Leia um trecho de uma reportagem que trata de hipóteses discutidas pelas pessoas, mas que não são levadas a sério pelos cientistas. 

Reprodução de página da internet.

Em 1968, o arqueólogo suíço Erik von dêniquen publicou o livro Eram os deuses astronautas?, no qual defende que ­extraterrestres foram responsáveis pela construção das pirâmides egípcias, ­astecas e maias, das linhas de Nazca e dos moais da Ilha de Páscoa. Para Däniken, esses seres vindos do espaço eram considerados deuses pelos povos antigos que habitavam a Terra – além disso, eles teriam cruzado com espécies primatas para dar origem aos humanos. 

Para a maioria dos historiadores, as teorias de dêniquen não têm mérito. Ignoram as práticas culturais, religiosas e sociais dos povos antigos, assim como sua capacidade em erguer pirâmides. Que, por colossal que tenha sido o trabalho, são uma ideia óbvia: uma pirâmide é uma pilha de blocos. É estruturalmente mais simples que uma casa com paredes verticais e um teto – como as que eram feitas por esses mesmos povos. Além disso, se extraterrestres tivessem construído esses monumentos (ou visitado a Terra consistentemente), eles ­certamente teriam deixado para trás qualquer vestígio, como ­ferramentas e materiais. 

Reprodução de página da internet.

Iásbequi, Letícia; lincolíns, Thiago. Pseudo-História: os fatos que nunca aconteceram. Aventuras na História, [sem local], 26 dezembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/lbbXC8. Acesso em: 18 abril 2022. 

  1. Qual informação sobre dêniquen justifica que suas teorias tenham certa credibilidade? 
  2. O que, provavelmente, leva pessoas a validar a hipótese de ­Däniken sobre construções feitas por extraterrestres? 
  3. Segundo a matéria, por que não tem cabimento essa crença? 
  4. Identifique, no início do segundo parágrafo, o termo empregado pelos autores para retomar, de modo sintético, o que foi exposto sobre as ideias do arqueólogo no parágrafo anterior.

Dica de professor

Em alguns casos, um longo relato sobre vários acontecimentos pode ser retomado, por exemplo, com uma expressão como tais eventos. Retomar segmentos de texto usando estruturas menores contribui para organizar o fluxo de informações.

e. Reescreva o primeiro período do fragmento, transcrito a seguir, separando a oração principal e aquela que é introduzida pelo ­pronome relativo. Faça apenas as alterações necessárias. 

Em 1968, o arqueólogo suíço éric von dêniquen publicou o livro Eram os deuses astronautas?, no qual defende que extraterrestres foram responsáveis pela construção das ­pirâmides egípcias, astecas e maias, das linhas de Nazca e dos moais da Ilha de Páscoa.

  1. Compare a formulação original com a reformulação que você fez. Do ponto de vista da clareza, pareceu vantajosa a substituição do período composto por períodos simples? Justifique sua resposta. 
  2. Releia os dois primeiros períodos do segundo parágrafo.

Para a maioria dos historiadores, as teorias de dêniquen não têm mérito. Ignoram as práticas culturais, religiosas e sociais dos povos antigos, assim como sua capacidade em erguer pirâmides.

Agora, reescreva-os de modo a transformá-los em um período composto. Para isso, insira o segundo período no primeiro e use um pronome relativo.

  1. A fórma verbal ignoram, no texto original, poderia se referir a dois termos da oração anterior. Quais são eles? A ­reformulação contribui para esclarecer qual é o antecedente correto? Justifique sua resposta. 
  2. Na continuação do segundo parágrafo, o emprêgo da conjunção que para iniciar um período prejudica a fluência da leitura. Veja.

Que, por colossal que tenha sido o trabalho, são uma ideia óbvia: uma pirâmide é uma pilha de blocos.

Reescreva o trecho para torná-lo mais claro.

2. Leia parte de um artigo de divulgação científica, observando os recursos usados para evitar a repetição de palavras ou ideias.

Reprodução de página da internet.

Afinal, o que é agrofloresta?

Agrofloresta– também chamado deagrossilviculturaousistema agroflorestal (Sáfi)– é um sistema de produção inspirado na dinâmica dos ecossistemas naturais, nos quais espécies florestais são plantadas junto com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, promovendo benefícios ecológicos, econômicos e sociais. Nesse modelo é possível conciliar a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas. Além de sustentáveis, essas ações são regenerativas. 

Reprodução de página da internet.

DOSSIÊ Agroflorestas: a alternativa para regenerar nossas terras. Ideia sustentável, [sem local],18 fevereiro 2021. Disponível em: https://oeds.link/CiyTvd. Acesso em: 17 maio 2022.

  1. Explique o conceito de agrofloresta.
  2. No segundo período, qual expressão retoma agrofloresta? Ela é um sinônimo, um hiperônimo ou um hipônimo em relação ao termo que substitui?
  3. Reescreva o período, substituindo essa expressão por agrossilvicultura. A substituição provoca mudança de sentido? Explique.

3. Observe uma ilustração produzida pela desenhista paranaense Bianca Pinheiro. 

Ilustração. Uma menina e um menino sorridentes. Ela tem o rosto comprido e amarelado, boca grande e olhos redondos. O cabelo dela é cor de rosa e azul. Ele é azul e tem o rosto arredondado, as orelhas são grandes e o cabelo é escuro. Estão sentados ao redor de uma mesa redonda. Sobre ela um livro. ACHAR ALGUÉM COM QUEM COMENTAR AQUELE LIVRO MARAVILHOSO.

PINHEIRO, Bianca. Pequenas satisfações. 2014. 1 ilustração. Disponível em: https://oeds.link/0lnSyZ. Acesso em: 12 julho 2022.

  1. A ilustração faz parte de uma série chamada “Pequenas ­satisfações”. Considerando esse título e a ilustração, conclua: o que caracteriza esse projeto da ilustradora? 
  2. No caderno, reformule o texto verbal presente na ilustração, acrescentando o trecho “é uma pequena satisfação” no final. Em seguida, divida suas orações. 
Versão adaptada acessível

Atividade 3, item c.

Observe o uso da preposição "com" antes do pronome relativo.

c. Observe o uso da preposição antes do pronome relativo.  

Achar alguém com quem comentar aquele livro maravilhoso.

Comentar é um verbo transitivo direto e indireto, com complemento regido pela preposição com: comentar algo com alguém.

Reescreva o período substituindo o verbo comentar por ­emprestar. Faça as alterações necessárias. 

4. Leia esta tirinha do cartunista Ricardo Jottas. 

Tirinha. Duas naves alienígenas com a parte de baixo circular e no centro uma estrutura triangular. Uma tem dois olhos circulares e a outra está com os olhos tampados por uma faixa metálica com uma mira em cima. Quadrinho 1: A nave com a mira diz: VAMOS DESTRUIR UMA COISA SEM A QUAL ELES NÃO CONSIGAM SOBREVIVER. Quadrinho 2: A outra então responde: O OXIGÊNIO? AS FLORESTAS? Quadrinho 3: A nave com a mira, agora com os olhos à mostra, responde: A CORRUPÇÃO! A outra, espantada, diz: VOCÊ É MAU!!

JOTTAS, Ricardo. Os invasores. [Entre 2012 e 2019]. uma tirinha.

  1. A quem se refere o pronome eles? O que permite essa conclusão? 
  2. No contexto da tirinha, o personagem está sendo irônico quando diz “Você é mau!!”? Explique sua resposta. 

Lembra?

A ironia é uma fórma de expressão caracterizada por dizer o contrário daquilo que deve ser entendido. 

Versão adaptada acessível

Atividade 4, item c.

Escreva as frases a seguir, substituindo cada estrela por a qual. Assim como na fala do primeiro quadrinho, essas reformulações também exigem o emprego de uma preposição antes do pronome relativo.

  1. Copie as frases a seguir no caderno, substituindo cada estrela por a qual. Assim como na fala do primeiro quadrinho, essas reformulações também exigem o emprêgo de uma preposição antes do pronome relativo. 
    1. Vamos destruir uma coisa espaço para resposta eles gostam. 
    2. Vamos destruir uma coisa espaço para resposta eles se apegaram. 
    3. Vamos destruir uma coisa espaço para resposta eles convivem bem. 
    4. Vamos destruir uma coisa espaço para resposta eles se interessam.

A língua nas ruas

Será que, de fato, empregamos as preposições antes dos pronomes ­relativos quando estamos falando? Escolha um telejornal ou outro programa de televisão em que seja usada, predominantemente, a linguagem formal. Acompanhe as falas durante cinco minutos e anote, nesse período, exemplos de construções em que a preposição ocorre ou deveria ocorrer.

Seus exemplos e os de seus colegas serão analisados na sala de aula.

5. Este exemplo foi citado em uma reportagem sobre as maiores coincidências já ocorridas. Leia. 

Bebê é salvo duas vezes pelo mesmo homem 

Em detróit [estado de Michigan, Estados Unidos da América] na década de 1930, uma mãe jovem reticências deve ter sido eternamente grata a um homem chamado djôuzef fíguilóqui. O bebê da mulher que caía por uma janela bem alta foi salvo em pleno ar por Joséf e ambos saíram incólumes. Um golpe de sorte por si só. Porém, um ano mais tarde o mesmo bebê caiu exatamente da mesma janela sobre o mesmo homem enquanto ele passava pela rua. Novamente ambos sobreviveram ao evento. 

Ilustração. Homem com as pernas para cima, cabeça para baixo e os braços esticados para frente, na direção de um bebê que está caindo. Ao fundo, paisagem de prédios.

jiuvascála. Dez maiores coincidências do mundo. Fórum Cifraclub, [sem local], 2010. Disponível em: https://oeds.link/FqAVI3. Acesso em: 18 abril 2022.

  1. O título antecipa a informação central da notícia. Se quisesse manter a expectativa em relação ao conteúdo do texto, que título você daria?
  2. No segundo período, o pronome relativo que poderia se referir a dois antecedentes, o que provoca uma ambiguidade. Quais são eles?
  3. Qual é, de fato, o antecedente e que informação do mesmo perío­do o evidencia? 
  4. Reescreva o período de maneira a evitar qualquer possível ambiguidade. 
  5. Ao falar da queda do bebê, o produtor do texto usou as fórmas verbais caía e caiu. Em que tempos verbais estão flexionadas? 
  6. Que diferença existe na maneira como o leitor imagina a cena ao ler cada verbo? 
  7. Elabore um período associando as duas orações a seguir. Ele deve ser iniciado com a expressão a jovem mãe.

A jovem mãe será eternamente grata a Joséf.

O bebê dessa mulher caiu da janela.

Se eu quiser aprender MAIS

Recursos que marcam o ponto de vista

O efeito persuasivo de um texto é resultado de um conjunto de estratégias. A escolha e a organização dos argumentos, o uso de comparações e relações de causa-consequência, o emprêgo de perguntas retóricas e citações, a apresentação de dados de ­pesquisa, entre outras ações, podem levar o leitor a compreender melhor o que o autor quer expressar.

Perguntas retóricas são aquelas feitas sem a expectativa de uma resposta. Seu objetivo é estimular o interlocutor a refletir.

A escolha vocabular também é uma estratégia importante porque pode contribuir para a modalização do discurso, isto é, para marcar o discurso com o ponto de vista de seu produtor. Vamos estudar esse aspecto nas atividades a seguir.

1. Releia a introdução do artigo de opinião “O poder dos jovens”, trabalhado em Leitura.

A enorme crise humanitária atual – que, segundo o áquinur, a agência da ônu para refugiados, já afeta mais de 82 milhões de pessoas em todo o mundo – sempre nos pareceu muito distante. Ouvimos falar de refugiados em países asiáticos, africanos, no Oriente Médio ou mesmo na Europa, mas as notícias, de maneira geral, raramente mencionam aqueles que estão próximos de nós. 

Então imaginem a nossa surpresa – e indignação! – ao descobrir que existem mais de 260 mil refugiados e imigrantes venezue­lanos vivendo no Brasil. São homens, mulheres, idosos, crianças e adolescentes que se viram forçados a deixar um país vizinho ao nosso. Não precisamos cruzar um oceano para entender a dor, o drama e todo o sofrimento por trás do refúgio. Ele está bem ao nosso lado.

  1. Tanto no primeiro quanto no segundo parágrafo, as autoras citam dados numéricos. Em qual das duas situações a informação tem maior poder de persuasão? Por quê?
  2. No segundo parágrafo, a quem o verbo imaginem se refere? Qual efeito de sentido o recurso provoca na leitura?
  3. Analise atentamente este trecho.

Não precisamos cruzar um oceano para entender a dor, o drama e todo o sofrimento por trás do refúgio.

Os substantivos dor, drama e sofrimento têm sentidos semelhantes no contexto. Qual efeito de sentido é produzido por essa enumeração?

2. Leia, agora, este depoimento da artista e designer Alexia Lara, publicado em reportagem sobre a atuação de artistas negras.

Na arte, a presença de mulheres negras sempre foi invisibilizada. Fomos esquecidas na história. Sabemos quem é Portinari mas não edimônia liuís [nascida em 1844, americana, foi a primeira mulher negra a alçar fama internacional e a ter reconhecimento como escultora e artista]. Existe um protagonismo que precisa ser ocupado. É necessário criar referências. Temos que recontar as histórias pela nossa perspectiva. Artistas negras precisam se manter juntas por questões de aquilombamento e para rotacionar o nosso crescimento, trocar conhecimento entre nós.  

reticências 

Atualmente faço mais caligrafia artística e letteringglossário do que ilustrações porque percebi que só a pintura também não me bastava. Com essas técnicas exploro uma comunicação mais direta que vai além do papel e posso me expressar em roupas e paredes.

Ilustração. Frase escrita a mão, com tipos de fontes diferentes. As palavras estão dispostas no formato de um coração. UMA MULHER NEGRA SE AMANDO É UM ATO REVOLUCIONÁRIO.
Reprodução de lettering de autoria da designer Alexia Lara.

MARTINELLI, Flávia. Nas periferias, artistas negras reinventam o mercado da arte. Blog Mulherias. [sem local], 1º março 2020. Disponível em: https://oeds.link/6AR26A. Acesso em: 3 maio 2022.

  1. Pelo relato da artista, pode-se inferir a função que atribui à arte. Explique essa ideia.
  2. Observe que a artista utiliza tanto a terceira pessoa quanto a primeira pessoa (do singular e do plural). Em fomos esquecidas, a que termo anterior ela se refere? Com qual intenção foi usada a primeira pessoa do plural?
  3. Releia.
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item c.

A quem o verbo "Sabemos" faz referência?

Sabemos quem é Portinari mas não edimônia liuís.

A quem o verbo destacado faz referência?

d. Agora releia estas frases.

É necessário criar referências.

Temos que recontar nossa história por nossa perspectiva.

Artistas negras precisam se manter juntas reticências.

Qual efeito é produzido pelas expressões destacadas?

Versão adaptada acessível

Atividade 2, item d.

Qual efeito é produzido pelas expressões "É necessário", "Temos que" e "precisam"?

3. Leia o trecho de um artigo de opinião sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada em 2022.

Reprodução de página da internet.

Quarta-Feira de Cinzas 

Para além da tragédia, as repercussões econômicas e sociais em todo o mundo serão graves e persistentes

É nessa data do calendário religioso que assisto apreensivo à injustificada e insana agressão, com ameaças de uso de armas nucleares, da Rússia ao heroico povo ucraniano, ratificando o entendimento do biólogoéduard O. Uílson (1929-2021) de que nossas emoções pouco evoluíram desde a Idade da Pedra, quando cotejadas com a evolução do conhecimento científico e tecnológico. 

Ninguém é capaz de prever os desdobramentos dessa agressão, especialmente quando combinada com uma insidiosa pandemia, ainda não totalmente debelada, e eventos climáticos extremos, decorrentes da desatenção com o meio ambiente. Desconheço precedente histórico de tão insólita combinação. 

Reprodução de página da internet.

MACIEL, Everardo. Quarta-feira de cinzas. In: MELO, Gilvan Cavalcanti. Blog Democracia política e novo reformismo. [sem local], 3 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/2fN7Gs. Acesso em: 3 maio 2022.

a. Releia o trecho a seguir.

É nessa data do calendário religioso que assisto apreensivo à injustificada e insana agressão, com ameaças de uso de armas nucleares, da Rússia ao heroico povo ucraniano reticências.

Que classe de palavras é a principal responsável por expressar o ponto de vista do autor sobre o fato que comenta? Explique sua resposta.

  1. No primeiro parágrafo, o autor apresenta uma teoria por meio de paráfrase. Identifique o trecho correspondente a ela e explique o caráter persuasivo dêsse recurso.
  2. Agora releia este outro trecho.

Desconheço precedente histórico de tão insólita combinação.

A que o autor se refere com a expressão insólita combinação? Qual é a contribuição do adjetivo para a construção do sentido?

d. Por que o adjetivo insidiosa, usado para qualificar pandemia, é coerente com a caracterização do contexto como insólito?

Preparando o terreno

Dominando o tema

Neste capítulo, você vai produzir um artigo de opinião sobre o seguinte tema: “As escolas devem ter um projeto para inclusão de adolescentes vindos de outros países?”. Seu texto vai ser publicado em uma revista produzida pela turma.

Para escrever um bom texto argumentativo e ser capaz de persuadir o leitor em relação ao seu ponto de vista, é fundamental ter argumentos que sustentem a sua tese. Assim, para se preparar para a tarefa, é fundamental pesquisar mais o assunto, ampliando o conhecimento que já tem sobre ele.

Etapa 1 Fazendo a pesquisa

Neste primeiro momento, você deverá trabalhar individualmente.

  1. Faça um levantamento de fontes que abordam o tema sobre o qual você escreverá, tanto em materiais impressos (como livros, jornais e revistas) quanto disponíveis em meios digitais (sites, blogs, ­podcasts). Você também pode entrevistar pessoas que, na sua opinião, apresentam ideias interessantes sobre o assunto, como professores da sua escola ou estudantes estrangeiros.
  2. Ao buscar informações na internet, lembre-se de acessar sites de instituições consideradas confiáveis, como órgãos públicos e univer­sidades, jornais e revistas de circulação nacional, instituições ­internacionais, como ônu, unicéfi, áquinur, entre outras.
Fotomontagem. Menino estudando. Ele tem o cabelo curto e usa óculos de armação grande e arredondada. Está olhando atentamente para a tela de um notebook com um lápis na mão. À frente dele, ao lado do notebook, um caderno aberto. Ao lado do caderno, pilha de livros. Ao fundo, recortes coloridos e com estampas geométricas.

Etapa 2 Organizando informações

  1. Registre os dados que considerar interessantes: resultados de pesquisas, fatos históricos passados que possam ser comparados com o presente, exemplos de acontecimentos atuais registrados pelas diferentes mídias, declarações de profissionais envolvidos com a questão da imigração, relatos de imigrantes e refugiados que poderiam ser citados etcétera
  2. Ao registrar informações, como dados numéricos, por exemplo, não se esqueça de anotar a fonte. Esse é um detalhe que pode fazer toda a diferença, pois dá credibilidade à sua argumentação.
  3. Ao fazer anotações, comece a pensar nas relações entre os dados e nos argumentos que eles podem sustentar. Imagine comparações, exemplos e citações que ajudem na construção dos argumentos.
  4. Lembre-se de que seu texto deverá ter três partes:
    • introdução (contextualização do tema e apresentação da tese);
    • desenvolvimento (apresentação dos argumentos que sustentam a tese);
    • conclusão (retomada da tese e apresentação de perspectivas para o tema).

Etapa 3 Compartilhando informações

  1. Em dia marcado pelo professor, reúna-se com três ou quatro colegas para trocar informações obtidas nesta etapa de trabalho.
  2. Apresente algumas das informações anotadas e, juntos, avaliem as fontes pesquisadas. Dessa conversa, podem surgir novas informações e ideias de onde buscar mais dados interessantes para a elaboração do seu artigo.
  3. Apresente ao professor suas fontes, justificando por que as considera ­confiá­veis. Aproveite para tirar suas dúvidas sobre informações lidas ou sobre o gênero artigo de opinião.
Fotomontagem. Crianças sentadas à mesa, estudando. Elas estão olhando atentamente para o livro que está nas mãos de uma delas. Ao fundo, recortes coloridos e com estampas geométricas.

Meu artigo de opinião NA PRÁTICA

Depois de estudar textos argumentativos sobre imigração, você vai escrever um artigo de opinião com, no máximo, 35 linhas, posicionando-se sobre a questão. Ele será publicado em uma revista dedicada ao tema: “As escolas devem ter um projeto para inclusão de adolescentes vindos de outros países?”. Para estimular sua reflexão, leia os três comentários a seguir.

Reprodução de página da internet.

“Precisamos garantir que o direito à educação seja assegurado para todos, independentemente da nacionalidade. Muitas das famílias que chegam ao Brasil não têm o conhecimento do processo de matrícula no ensino formal brasileiro. É fundamental que elas tenham acesso às informações e o apoio necessário para seguirem com o pedido de adesão às escolas”, afirma a oficial de Educação do unicéfi em Roraima, Julia Caligiorne. 

Reprodução de página da internet.

QUASE mil crianças e adolescentes da Venezuela recebem apoio para continuar a estudar. Nações Unidas Brasil, [sem local], 11 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/whA57W. Acesso em: 4 maio 2022. 

Reprodução de página da internet.

A barreira linguística é uma das maiores dificuldades. Ela não pode representar impeditivo do acesso à educação e às próprias instituições de ensino, portanto, nesse aspecto, universidades e escolas têm responsabilidade de promover acessibilidade linguística e desenvolver instrumentos para minimizá-la.  

Reprodução de página da internet.

MUNIZ, Andressa; FADDUL, Juliana. Os desafios para inserir refugiados nas escolas brasileiras. Gazeta do Povo, [sem local], 19 setembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/khcaTf. Acesso em: 4 maio 2022. 

Reprodução de página da internet.

“A escola tem que se empenhar em dar oportunidade de aprendizado a essas crianças, com professores bem preparados, com apoio da gestão e currículos adaptados e que promovam a diversidade”, enfatiza Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco Brasil. “Dar condições para que o imigrante aprenda a língua local e promover ações que combatam a discriminação e aproxime culturas é essencial.”

Reprodução de página da internet.

OS DESAFIOS para a inclusão de refugiados nas escolas. Fundação Telefônica Vivo, [sem local], 30 janeiro 2019. Disponível em: https://oeds.link/Hrtwh5. Acesso em: 9 julho 2022.

MOMENTO DE PRODUZIR

Planejando meu artigo de opinião

As orientações apresentadas no esquema a seguir vão ajudar você a preparar seu texto. Faça anotações com os dados que deseja incluir para que possa organizá-los antes de iniciar a escrita do artigo.

Esquema. da teoria para... ...a prática:
A introdução é responsável por apresentar ao leitor o tema que será discutido no artigo.:
Releia a proposta e os comentários oferecidos para estimular sua reflexão. Identifique com precisão o que deve ser discutido no seu artigo.

Nos textos argumentativos, entre os quais o artigo de opinião, a tese
pode ser apresentada no começo, no final ou não aparecer de modo
explícito.:
Antes de iniciar o texto, avalie a qualidade de seus argumentos para se sentir seguro quanto à tese que vai defender. Não existe uma “opinião
certa”; são rejeitadas apenas aquelas que se revelam preconceituosas e desrespeitam os direitos humanos.

No desenvolvimento, são citados argumentos que sustentam o ponto
de vista, mostrando que ele é válido. O número de parágrafos é variável.:
Retome as informações que você obteve ao fazer a pesquisa e ao discutir com os colegas e o professor. Liste argumentos, escolha os mais fortes e organize-os.

A conclusão corresponde ao encerramento da linha de raciocínio. Ela não traz dados novos, apenas
indica o que se pode tirar do que foi apresentado.:
Na conclusão, você pode apresentar uma breve sugestão sobre como as pessoas devem lidar com o problema discutido.

Elaborando meu artigo de opinião

  1. Escreva uma introdução que ocupe o primeiro parágrafo. Inicie o texto indicando ao leitor a questão que motiva sua reflexão: “As escolas devem ter um projeto para inclusão de adolescentes vindos de outros países?”.
  2. Como você está iniciando suas produções de artigos de opinião, coloque sua tese na introdução, ainda nesse primeiro parágrafo, pois isso ajuda a organizar os argumentos e a indicar ao leitor o raciocínio que será desenvolvido.

3. Devido ao limite de linhas, organize apenas dois ou três parágrafos com argumentos. Cada parágrafo deve ter uma ideia central que justifique o seu ponto de vista. Você pode analisar exemplos, realizar comparações, fazer perguntas retóricas, citar dados baseados em pesquisa, mostrar relações de causa e consequência, entre outras maneiras de provar sua ideia.

Dica de professor

Veja se vale a pena usar o procedimento da contra-argumentação. Existe algum argumento contrário à sua linha de raciocínio que você possa incluir no desenvolvimento e, em seguida, desconstruir?

  1. Prepare uma conclusão em que você ressalte os pontos fortes de seu raciocínio, sem repetir as palavras que já utilizou. Se considerar adequado, lance uma sugestão sobre como lidar com o assunto abordado.
  2. Escreva um título que já sugira a tese que será defendida no texto. Abaixo dele será informado o seu nome, pois os artigos de opinião devem ser assinados.
  3. Verifique se a linguagem está adequada ao gênero. Mesmo destinando-se a leitores jovens, seus colegas, o artigo de opinião é um texto formal. Portanto, deve haver monitoramento da linguagem, evitando o uso de expressões coloquiais.
  4. Veja se é possível modalizar o discurso usando palavras que evidenciem seu ponto de vista ou mostrem o grau de certeza diante do que afirma, como realmente, provavelmente, certamente, entre outras. Não se esqueça de incluir adjetivos que destaquem suas ideias e opiniões.
  5. Utilize palavras e expressões que marquem as relações de sentido entre os parágrafos, como no entanto, entretanto, contudo, para indicar uma oposição de ideias; portanto, dêsse modo, assim, para introduzir uma conclusão etcétera

Revisando meu artigo de opinião

Para garantir que o texto esteja adequado à proposta de ­produção textual, revise-o atentamente. O quadro da próxima página pode ajudá-lo a fazer uma autoavaliação.

Também é preciso revisar os elementos linguísticos. Nesse processo, preste atenção à organização dos parágrafos e ao emprêgo dos recursos coesivos estudados no capítulo, como o uso de sinônimos, hiperônimos e outros mecanismos de substituição.

Observe, igualmente, equívocos nas relações de concordância entre o sujeito e o verbo. Dê especial atenção à acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados. Observe.

A escola tem interesse no projeto.

As turmas têm interesse no tema.

O novo aluno vem de Roraima.

Os livros vêm de Brasília.

A escola mantém um projeto de integração.

Os estudantes mantêm-se interessados no projeto.

MOMENTO DE REESCREVER

Avaliando meu artigo de opinião

Reúnam-se em quartetos. Três colegas vão ouvir sua leitura e ­indicar quais dos critérios a seguir foram bem realizados. Eles também vão ­explicar por que recomendam aprimorar algumas partes do texto.

A

O título informa o tema e o ponto de vista defendido?

B

A introdução esclarece o assunto que será abordado no artigo?

C

A tese está na introdução e deixa claro o ponto de vista?

D

O desenvolvimento apresenta argumentos coerentes com a tese?

E

A conclusão retoma os pontos mais fortes do desenvolvimento?

F

O texto convence o leitor sobre a validade da tese?

G

A linguagem é formal, sem expressões coloquiais ou, se estão presentes, elas são poucas e adequadas ao contexto?


Após a discussão, troque o texto com um colega, que anotará, a lápis, problemas de ortografia, pontuação, concordância e regência.

Reescrevendo meu artigo de opinião

  1. Avalie, com atenção, tudo o que foi indicado pelos colegas e veja com quais comentários você concorda.
  2. Reescreva alguns trechos para tornar a argumentação mais clara e o texto coeso.
  3. Verifique as anotações relativas à linguagem. Em caso de dúvida, consulte um dicionário, uma gramática, um colega ou o professor.
  4. Reescreva seu texto, conforme as orientações do professor.

MOMENTO DE APRESENTAR

Inserindo meu artigo de opinião na revista

  1. A turma deve escolher seis estudantes para produzir a revista. Eles ficarão responsáveis por receber e organizar todos os textos.
  2. A equipe deve produzir uma capa com o nome da revista, uma imagem que revele o tema central dos artigos e uma manchete que chame a atenção para ele.
  3. A equipe também deve preparar uma carta ao leitor, explicando a proposta de produção e, em linhas gerais, algumas reflexões feitas pelos autores. A carta é um convite à leitura.
  4. Na página seguinte, o grupo fará um sumário, contendo o título dos artigos, o nome do autor e o número da página de cada texto.
  5. A equipe deve, por fim, diagramar a revista, dispondo o texto em uma ou mais colunas, incluindo ilustrações, criando olhos etcétera Escolham uma revista visualmente interessante como modelo para a produção tanto da capa quanto do miolo.

Lembra?

O ôlho é um texto que aparece em destaque no meio de matérias jornalísticas. Ele serve para ressaltar uma opinião, destacar um comentário etcétera

Fora da caixa

Brasileiros no exterior

Neste capítulo, você leu um artigo de opinião sobre a participação de três jovens em um projeto de ajuda a refugiados venezuelanos em Roraima e ­ouviu um podcast sobre o acolhimento de estudantes estrangeiros por ­escolas brasileiras. Os movimentos migratórios, apesar de marcarem a história humana desde sempre, continuam a suscitar polêmicas e debates de todo tipo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Há séculos, o país tem recebido gente de todo canto do mundo. ­Entretanto, também é responsável por enviar contingentes de brasileiros para outros países, como Estados Unidos, Portugal, Reino Unido e Japão. O gráfico a seguir mostra que tem aumentado o número de pessoas que deixam o Brasil para tentar a vida em outros países. Veja.

Comunidade brasileira no exterior

Gráfico. Comunidade brasileira no exterior.  No eixo vertical, a quantidade em milhões. No eixo horizontal, o ano. Estimativa de brasileiros no exterior, segundo o Itamaraty. De 2009 a 2020. Em 2009 3,2 milhões. Nos anos de 2011 e 2012, um grande declínio para aproximadamente 2 milhões. Após isso, o índice volta a subir com pequenas variações. Em 2020, registra 4,2 milhões.

Fonte: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Comunidade brasileira no exterior: estimativas referentes ao ano de 2020. Brasília, Distrito Federal: ême érre ê, 2021. página 4. Disponível em: https://oeds.link/FaM08l. Acesso em: 7 junho 2022.

Vamos refletir um pouco mais sobre isso? Será que as pessoas de sua ­comunidade desejam sair do Brasil? E por quais razões elas fariam isso?

 Etapa 1 Preparando e aplicando a enquete

Uma enquete é um bom modo de analisar um fenômeno com base em dados. Essa pesquisa de opinião é mais precisa quando se define uma ­lista de perguntas com respostas fechadas, bem como um grupo específico de entrevistados.

Vamos definir o grupo considerando as idades de 20 a 50 anos, porque inclui a maioria das pessoas que têm desejo e também condições de emigrar. Utilizem como base as questões a seguir. Se desejarem, vocês podem ampliar ou reformular as questões da enquete.

  • Quantos anos você tem? (Organizem os entrevistados em faixas etárias: 20 a 30 anos; 31 a 40; 41 a 50.)
  • Você pretende sair do Brasil? (A resposta “não” já encerra a enquete.)
  • Para qual país você tem a intenção de mudar?
  • Já iniciou os preparativos para sair do Brasil?
  • Que atividade pretende exercer fóra do Brasil: estudar, trabalhar, estudar e trabalhar, viver de renda pessoal (aposentadoria, por exemplo), outras?
  • Por que você gostaria de se mudar do Brasil: aprender ­outra língua, conhecer outras culturas, estudar, conseguir um emprêgo, ter melhor qualidade de vida, outros motivos? (Deve ser indicado o principal motivo.)
  • Pretende levar toda a família?
  • Gostaria de ficar fóra do Brasil por quanto tempo: até dois anos, cinco anos, dez anos ou tempo indeterminado?

Cada estudante da turma ficará responsável por entrevistar dez pessoas da comunidade (família, vizinhos, funcionários da escola) dentro de uma das faixas etárias predefinidas.

Em sala, sob a liderança de um estudante escolhido pela turma, os dados deverão ser reunidos, tabulados (organizados em tabelas) e transformados em gráficos. Mostrem o trabalho feito por vocês ao professor de Matemática, que poderá dar sugestões ou fazer correções.

Fotografia. Passaporte. Documento retangular vertical. Tem a capa azul escura. Sobre ela, as informações em dourado: MERCOSUL. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. PASSAPORTE. No centro, o emblema do país.
Reprodução da capa do passaporte brasileiro.

Biblioteca cultural

Os desafios e dúvidas de brasileiros que decidem morar fóra do Brasil são alguns dos temas abordados pela jornalista Liliana béquer no podcast cê bê êne Longe de Casa, veiculado nos anos de 2020 e 2021. Para ouvir os programas, visite a página do referido podcast na internet.

Etapa 2 Produzindo e gravando o podcast

Após a produção dos gráficos, vocês farão, em grupos, podcasts sobre o tema, apresentando os resultados obtidos por meio da enquete e informações que ajudem o ouvinte a compreender melhor a experiência da emigração. O objetivo do podcast é ­divulgar conhecimento.

O professor distribuirá os países entre os grupos. A pesquisa deve tratar das seguintes questões:

  • O país recebe muitos imigrantes? De onde eles vêm?
  • Quais são as regras para a entrada no país?
  • É fácil conseguir um visto de trabalho?
  • Muitos brasileiros procuram esse destino para morar?
  • Os brasileiros conseguem se integrar à comunidade local?

1. Elaborem um roteiro para a gravação do podcast. Façam um planejamento considerando que o texto pode ser iniciado com a menção da enquete e de como foi feita. Em seguida, vocês podem apresentar os dados gerais obtidos e detalhar aqueles relativos ao país estudado pelo grupo. Introduzam, por fim, os dados obtidos na pesquisa.

É lógico!

Vocês têm feito várias pesquisas. As estratégias que utilizaram antes devem ser aplicadas na resolução dêsse novo problema. Revejam essas estratégias, empreguem novamente as que funcionaram bem e replanejem as que falharam.

  1. Releiam o planejamento e busquem fórmas de torná-lo mais interessante ao ouvinte. Vocês podem incluir perguntas retó­ricas, inserir trechos de áudios (depoimentos coletados por vocês, entrevistas com autoridades do país disponíveis na mídia, canções famosas do país, recursos sonoros etcétera).
  2. Após finalizar o planejamento, preparem o texto a ser lido, já considerando a anotação dos recursos complementares.
  3. Antes de gravar, façam uma leitura em voz alta do texto para se assegurar de que a linha de raciocínio está clara e o texto é capaz de prender a atenção do ouvinte.
  4. Testem vários leitores para verificar aquele que pode cumprir melhor essa tarefa. É preciso cuidar do ritmo da leitura, da boa pronúncia das palavras, da entonação adequada ao sentido, entre outros fatores.
  5. Definam um lugar silencioso para a gravação. Utilizem um bom gravador ou um celular com boa captação de áudio.
  6. Terminada a gravação, baixem o áudio utilizando um computador e façam a edição para incluir trechos de outros áudios ou resolver algum eventual problema. O áudio final, já editado, deverá ter em torno de 5 minutos.
  7. Criem um QR Code para permitir o acesso ao podcasts do grupo. Há instruções no Capítulo 1.

Etapa 3 Divulgando os resultados da enquete e o podcast

Nesta etapa, a turma vai preparar um cartaz com os gráficos que produziu. Avaliem se preferem gráficos feitos à mão ou aqueles produzidos por programas disponíveis na internet.

Os cartazes serão expostos no pátio, com os que foram produzidos ­pelas demais turmas. Ao lado de cada cartaz, será colocada uma folha com os QR Codes que permitem o acesso aos podcasts. Indiquem o país que é tema de cada um deles para orientar o público.

Etapa 4 Conversando sobre os resultados

Vocês concluíram um projeto: levantaram dados por meio de ­enquete, trataram esses dados, analisaram-nos considerando o contexto, isto é, a realidade de quem sai do país, e divulgaram todo esse conhecimento por meio de um podcast informativo.

É hora de falar um pouco sobre o que pensam do tema, ou seja, falar daquilo que chamou sua atenção e das inquietações que surgiram. Façam o debate conforme as instruções do professor.

  • Na opinião de vocês, o que motiva as pessoas a sair do Brasil é a busca de uma vida melhor ou a fuga de problemas?
  • Há apenas o desejo de sair do Brasil ou as pessoas realmente estão se preparando para concretizar esse plano?
  • As pessoas desejam uma saída temporária ou definitiva?
  • Que conselhos ou críticas vocês apresentariam a quem quer sair?
  • O que vocês pensam para o seu futuro?
  • Que responsabilidade sentem em relação ao futuro do Brasil?

Debatam essas e outras questões, procurando ouvir o colega e ­interagir com o que diz. Evitem ficar centrados no próprio pensamento, apenas aguardando o momento de expressá-lo. Interajam respeitosamente, ­problematizando ­opiniões com as quais não concordam e propondo ­perguntas ou exemplos para estimular o pensamento do outro.

Ilustração. Grande monitor com simulação de texto e a ilustração do planeta Terra com ícones ao redor. Dentre eles, uma lupa, uma lâmpada, um cifrão, um frasco de laboratório e engrenagens. Na parte superior esquerda do monitor, um chapéu de formatura. À frente do monitor, à esquerda, livros empilhados e um porta-lápis sobre eles. À direita, um rapaz sentado em uma poltrona arredondada com um notebook sobre as pernas.

Glossário

Gaucho
: morador da zona rural da Argentina e do Uruguai, que cria gado. No Brasil, o adjetivo gaúcho designa os nascidos no estado do Rio Grande do Sul.
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Lettering
: técnica baseada no desenho de letras para escrita de mensagens em materiais diversos, como camisetas, lenços, canecas etcétera
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