Capítulo 7 – Confronto respeitoso

No dia a dia, expressamos nossas opiniões e, muitas vezes, as defendemos diante de argumentos contrários. Quando esse ­confronto de ideias ocorre de fórma organizada, em situações públicas, nós o chamamos de debate. Os debates são importantes instrumentos para compreendermos melhor determinados assuntos e podem nos levar a influenciar a opinião dos outros ou a modificar nossa própria opinião.

Leitura DEBATE

Você vai ler a seguir a transcrição de trechos de um debate feito em um programa transmitido por uma rede social. O programa tem a seguinte estrutura: o mediador, que também é um debatedor, ­apresenta e defende um ponto de vista; os convidados procuram convencê-lo a mudar de opinião. A interação ocorre sempre em duplas.

Esse debate foi mediado pelo ator e ativista da causa animal Rodrigo Dorado e contou com a participação de Fabrício rassí, à época médico ­veterinário responsável pela Divisão de Veterinária do Zoológico de São Paulo, e de Mara Cristina Marques, então bióloga da Fundação Parque Zoológico de São Paulo () e presidente da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (azábi).

Antes de ler a transcrição, responda.

  1. Você já assistiu a um debate? Já participou de algum?
  2. O debate cuja transcrição você vai ler discute se zoológicos são ou não ­necessários. Qual é sua opinião sobre isso?

Zoológicos são importantes para as espécies ou não deveriam existir?

Parte 1 – 2 minutos 28 segundos a 5 minutos 32 segundos

reticências

Rodrigo Dorado: A princípio o que que significa zoológico e qual é a função dele? Basicamente uma das funções é entretenimento.

Fabrício rassí: Não, porque a etimologiaglossário , né?, na parte etimológica mesmo, cê tá vendo que zoológico é uma coleção de animal para estudo.

Rodrigo: Simreticências exato.

Fabrício: Entãoreticências exato. óquêi?? Só que não é estudo científico de abrir um animal. Estudoreticências é conhecerreticências zoológico, né? estudo zoológico do animal.

Rodrigo: Mas essa pesquisa só acontece no zoológico ou acontece em outros lugares?

Fabrício: Podem acontecer em qualquer lugar, principalmente até mesmo na natureza.

Rodrigo: Então a gente não precisa de zoológico para isso?

Fabrício: Não, mas elas se associam, elas se somam. O conhecimento que a gente obtém no zoológico pelas vias, né?, facilitadas pela proximidade no zoológico, às vezes a gente não consegue obter de outra situação. Não tem como você fazer um estudoreticências

Rodrigo: reticências mas ao mesmo tempo que é um resultado que não é tão preciso, porque um animal em cativeiro ele não tá vivendo a plenitude, ele po pode ser um resultado um tanto quanto artificial.

Fabrício: Então, isso são isso podereticências

Rodrigo: Eu no meu apartamento vivo de um jeito, agora, eu no parque, de outro.

Fabrício: Isso! Pode ter alguns viesesglossário nessa análise, dependendo do que reticências qual teu objetivo nessa pesquisa ou qual teu objetivo nessa análise, tá? Mas nos fundamentos básicos, sejam anatômicos, fisiológicos, e até mesmo ­comportamentais, o que que tá interagindo com esse animal, fazendo uma compa­ração com o animal glossário in situ, ex situglossário , seja ele, né?, vida livre ou mantido sob cuidados humanos, isso é muito importante de a gente obter essas essas informações.

Rodrigo: Não é triste você ver um indivíduo se sacrificar por toda uma espécie? Porque, pra salvar a espécie, glossário felinus leonisglossário num sei que lá, éreticências a gente tá deixando no zoológico três ou quatro porque reticências o natural deles seria andar não sei quantos quilômetros por dia, só quereticências ali ele está num recinto de 100 métros, 200 métros, ereticências eu tô aumentando os números, porque tô falando do Zoológico de São Paulo, porque eu sei de zoológicos do interior de São Paulo que é, de fato, uma um recinto minúsculo prum animal que anda quilômetros, só pra reticências e e vai convencê-lo: “Olha, leão, fica aí, porque isso é para o bem da sua espécie. Você vai se ferrar, mas todos os seus descendentes vão ficar muito felizes”. Não é triste?

Fabrício: Não. [rindo]

Rodrigo: Enquanto veterinário, você não vê, você não ficareticências

Fabrício: Não!

Rodrigo: reticências revoltado?

Fabrício: Essa questão de trazer que aquele animal foi escolhido para ser o mártirglossário , pra ele poder se doar, isso não existe.

Rodrigo: Ele é o herói, então?

Fabrício: Ele nãoreticências Ele, no fim, o resultado que vai trazer pode ajudar bastante a espéciereticências

Rodrigo: Mas ele não escolheu ser o herói! [risos]

Fabrício: Isso, mas acontece que ele não foireticências aí é o único, é o ponto delicado e que eu acho que a gente tem que trabalhar bastante essa situação, porquereticências porque esse fundamento é um fundamento que fica muito claro na cabeça de boa parte da população em quereticências então aquele animal, a gente foi até a selva, a gente foi até a floresta, a gente foi até a savana e a gente escolheu um animalreticências

Rodrigo: Não, isso éreticências

Fabrício: reticênciasponto fez a captura dêsse animal e trouxe.

Rodrigo: Seria gravereticências

Fabrício: Dessa fórma, é esse seu raciocínio, de escolher um animal pra ele ser o mártir.

Rodrigo: [concorda com a cabeça]

Fabrício: reticências aí seria e isso não pode existir. Isso só existe em situações extremamente pontuais e necessárias, onde uma espécie está conhecidamente chegando ao processo de extinção, onde praticamente já não existe mais indivíduo, talvez essa espécie venha, sim, pra ser trabalhada, pra poder reproduzir, pra poder dar um revigoramento maior a essa população, pra depois retornar ao local.

Parte 2 – 7 minutos 25 segundos a 8 minutos 40 segundos

Rodrigo: Eu não acho que tá tudo errado no zoológico. Eu acho que tem coisas muito boas e devemos preservar essas coisas. O Zoológico de São Paulo, exemplo, faz um lindo trabalho com mico-leão-dourado, que foque no mico-leão-dourado, deixa o elefante pra África, deixa o urso-polar pro Polo Norte, deixa os animais cada um no seu lugar. E o Zoológico de São Paulo cuida do mico-leão-dourado e vai reintroduzir na natureza. Qual seria a vantagem da gente manter ou reproduzir em cativeiro uma espécie que não é brasileira?

Mara Cristina Marques: Conservação não tem fronteira. Tem um ­animal que tá aqui, no Brasil, ele pode cruzar a Argentina e ser argentino, um animal que tá no Peru, ele pode cruzarreticências então assim quando a gente entende ­conservação nessa concepção, ela não tem fronteira. Vamos pegar um exemplo aqui nosso, eu acho que é um exemplo bem clássico e todo o mundo conhece: o mico-leão-douradoreticências

Rodrigo: reticências hum, humreticências

Mara: Você já ouviu falar do mico-leão-douradoreticências

Rodrigo: reticênciasSim, graças aos zoológicos, elereticências

Mara: reticências ele foi salvo por conta disso. Por investimento ou por investimento não só de recursos humanos, de recursos finan­ceiros de instituições internacionais também, que não trabalham com a espécie deles porque é uma espécie exóticaglossário . A gente tem éreticências vários outros exemplos em que a gente pode trabalhar com espécie exótica, desde que ela tenha uma finalidade. Além do mico-leão-dourado, a gente tem por exemplo no Zoológico de São Paulo o programa da arara-azul-de-lear, já ouviu falar?

Rodrigo: Sim, já, que inclusive conseguiu reproduzir em cativeiroreticências

Mara: reticências e está indo pra solturareticências

Rodrigo: Maravilhosoreticências

Mara: reticências né? Então, sãoreticências a gente já recebeu, por exemplo, animais ­repatriadosglossário que veio do Loro Parque da Espanha que reproduz láreticências agora cê pergunta por que tá reproduzindo lá uma espécie exótica? É exótica da Espanha, mas que tá ­devolvendo pra nós animais que em algum momento foram traficados pra fóra do Brasil, reproduziram lá, estão devolvendo pra cá para que a gente solte no Boqueirão da Onça, esse é um programa de conservação.

reticências

Parte 3 – 18 minutos 55 segundos a 20 minutos 7 segundos

Fabrício: Se a gente minimalizarglossário essa essa aproximação, daqui a pouco a gente vai chegar ao ponto de que “pra que que a gente tem um cachorro em casa”?

Rodrigo: Não, pera! [risos]. Aí é bastante diferente.

Fabrício: [risos] Qual é a diferença? É um animreticências é um ser sencienteglossário que é mantido sob uma condição que na maioria das vezes também pode não ser dita como ideal.

Rodrigo: Bom, você como veterinário deve saber o nome, é Caninus lupus familiaresglossário , ele evoluiu de lobo para um animal que escolheu ficar ao meu lado. Nenhum leão evoluiu pra “ah, agora eu evoluí o suficiente, vou morar nesse zoológico”.

Fabrício: Isso!

Rodrigo: Nenhum leãoreticências

Fabrício: Ele ele escolheu, ele escolheu ficar ao seu lado, mas o seu lado tipo se você tiver um cão ele não está ao seu lado agora, que você passa 8, 10, 12 horas fóra de casa e ele está em casa sozinhoreticências

Rodrigo: É verdadereticências

Fabrício: Então, isso muda muito o aspectoreticências é uma questão muito ética, filosófica, que é bastante complicadareticências Você entende.

Rodrigo: Éreticências eu entendo, eu entendoreticências

Fabrício: Se é pra ele ficar junto, cadê seu cachorro cuidando dele aqui? Então essa questãoreticências

Rodrigo: Ele tem o livre arbítrioglossário delereticências

Fabrício: De ficar entre o quarto e a cozinha e o quarto e a sala? Cê acha que esse é o livre arbítrio dele? Em vez dele ficar ao seu lado? Ele quer tá ao seu lado.

Rodrigo: Então, a solução seria soltar ele junto com o leão na cidade de São Pauloreticências

Fabrício: Nãoreticências

Rodrigo: reticências e verreticências

Fabrício: Não, soltar nãoreticências

Rodrigo: reticências o que que vai dar.

Fabrício: Mas é essa concepção de que cuidar de um animal, manter um animal sob cuidados humanos no zoológico é [imita outra pessoa falando] “extremamente grave, porque a gente está mantendo um animal”. Está mantendo um animal sob cuidados.

Parte 4 – 23 minutos 23 segundos a 25 minutos 5 segundos

Mara: Agora, quando a gente fala, por exemplo, nas grandes reservasreticências ­africanas, lindas, as reservas são cercadas. Quando você vê um militar, um ­paramilitar, dormindo 24 horas por dia do lado de um rinoceronte para que ele não tenha o corno cortado, cê tá privando ele de liberdade.

Rodrigo: Sim, os dois, né?

Mara: Os dois.

Rodrigo: E e aíreticências

Mara: Você entende o que eu quero dizer?

Rodrigo: Um tema interessantereticências o rinoceronte-branco foi extinto na natureza, tinham três na reservareticências

Mara: Uma espécie.

Rodrigo: reticências aí eles reproduziram, conseguiram um número suficiente de exemplares pra soltar novamente, não teve consciência social e tudo mais, caçaram de novo, extinguiu outra vez. Então, aí eu entendo “Vamos preservar os micos ou o que for”, mas, se não der educação, vai preservar pra quê?

Mara: Concordo.

Rodrigo: E aíreticências esse animal tá sofrendo duas vezes, porque se ele for solto ele vai ser extinto, mas preso ele vai ter uma vida angustiante presa, porque não é a condição ideal pra elereticências

Mara: reticências hum, humreticências.

Rodrigo: reticências pra quem sabe, no futuro, sermos soltos, então e aí?

Mara: Aí a gente para o mundo que a gente quer descer, a gente não acredita em mais nada!

Rodrigo: Não, eu acredito em tudo!

Mara: Concorda?

Rodrigo: Concordo, eu concordo.

Mara: Então assim, então assim, o que que nós estamos fazendo aqui hoje: discutindo política públicareticências

Rodrigo: Sim.

Mara: reticências discutindo preservação, discutindo o que todos nós, como leigos e profissionais, queremos pro nosso futuro. Então, passa no momento da gente preservar os nossos meios ambientes, preservar os nossos ecossistemas, por isso que a gente corre e, assim, eu não falo eu falo pra você que isso é diário, o que tem de biólogo e veterinário que pega avião e vai apagar incêndio no Pantanal e vai apagarreticências é todos os dias.

Rodrigo: Sim.

Mara: Eu acho que a chance é assim a gente alinhar crescimento do nosso país com qualidade, com educaçãoreticências

Rodrigo: E coexistir, né?, com os animaisreticências

Mara: Né? coexistir com o meio ambiente. Tá! O zoológico pode não ser a ferramenta ideal, mas é o que nós temos hoje pra trabalhar a ­conservação. Esse processo que nós tamos fazendo agora de fazer com que os zoológicos virem centros de conservação é imputar aos zoológicos maior responsabilidade do que simplesmente ter um ambiente pra o animal pras pessoas verem.

ZOOLÓGICOS são importantes para as espécies ou não deveriam existir? Mude Minha Ideia. [sem local]: Rede Globo, 2022. 1 vídeo (28 minutos). Publicado pelo canal gê êne tê. Disponível em: https://oeds.link/24aR6T. Acesso em: 26 abril 2022.

DESVENDANDO O TEXTO

  1. O debate em estudo apresenta um confronto de ideias. Identifique os ­argumentos utilizados pelo veterinário Fabrício Rassy para rebater cada ideia do ativista Rodrigo apresentada a seguir.
    1. O zoológico serve para entretenimento.
    2. A pesquisa pode ser feita em qualquer lugar.
    3. O resultado da pesquisa não é preciso, porque o animal não está vivendo nas mesmas condições que na natureza.
  2. Releia este trecho da transcrição e responda às questões a seguir.

Rodrigo: Não é triste você ver um indivíduo se sacrificar por toda uma espécie? Porque, pra salvar a espécie, felinus leonis num sei que lá, éreticências a gente tá deixando no zoológico três ou quatro porque reticências o natural deles seria andar não sei quantos quilômetros por dia, só quereticências ali ele está num recinto de 100 métros, 200 métros, ereticências eu tô aumentando os números, porque tô falando do Zoológico de São Paulo, porque eu sei de zoológicos do interior de São Paulo que é, de fato, uma um recinto minúsculo prum animal que anda quilômetros, só pra reticências e e vai convencê-lo: “Olha, leão, fica aí, porque isso é para o bem da sua espécie. Você vai se ferrar, mas todos os seus descendentes vão ficar muito felizes”. Não é triste?

Fabrício: Não. [rindo]

Rodrigo: Enquanto veterinário, você não vê, você não ficareticências

Fabrício: Não!

Rodrigo: reticências revoltado?

Fabrício: Essa questão de trazer que aquele animal foi escolhido para ser o mártir, pra ele poder se doar, isso não existe.

Rodrigo: Ele é o herói, então?

Fabrício: Ele nãoreticências Ele, no fim, o resultado que vai trazer pode ajudar bastante a espéciereticências

Rodrigo: Mas ele não escolheu ser o herói! [risos]

Fabrício: Isso, mas acontece que ele não foireticências aí é o único, é o ponto delicado e que eu acho que a gente tem que trabalhar bastante essa situação, porquereticências porque esse fundamento é um fundamento que fica muito claro na cabeça de boa parte da população em quereticências então aquele animal, a gente foi até a selva, a gente foi até a floresta, a gente foi até a savana e a gente escolheu um animalreticências

Rodrigo: Não, isso éreticências

Fabrício: pontoreticências fez a captura dêsse animal e trouxe.

Rodrigo: Seria gravereticências

Fabrício: Dessa fórma, é esse seu raciocínio, de escolher um animal pra ele ser o mártir.

Rodrigo: [concorda com a cabeça]

Fabrício: reticências aí seria e isso não pode existir. Isso só existe em situações extremamente pontuais e necessárias, onde uma espécie está conhecidamente chegando ao processo de extinção, onde praticamente já não existe mais indivíduo, talvez essa espécie venha, sim, pra ser trabalhada, pra poder reproduzir, pra poder dar um revigoramento maior a essa população, pra depois retornar ao local.

  1. Por que o leão que vive no zoológico poderia ser comparado a um mártir ou herói, na visão de Rodrigo Dorado?
  2. Por que, segundo Fabrício rassí, o argumento de Rodrigo não é válido?
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item c.

Releia a última fala de Fabrício Rassy desse trecho, observando as palavras “extremamente”, “conhecidamente” e “praticamente”.

Por que esses termos contribuem para marcar o posicionamento?

c) Releia a última fala de Fabrício rassí trecho, observando as palavras destacadas.

Por que esses termos contribuem para marcar o posicionamento?

3. Releia a Parte 2 da transcrição do debate, em que Rodrigo discute suas ideias com a bióloga Mara Cristina Marques.

a) O ativista apresenta um aspecto positivo do trabalho dos zoológicos para, em seguida, questionar a maneira como esse trabalho é aplicado. Segundo ele, o que é positivo? Qual deveria ser o limite dêsse trabalho para que ele se justificasse?

Versão adaptada acessível

Atividade 3, item b.

Identifique e escreva a frase do trecho que resume o pensamento da bióloga Mara Cristina Marques para rebater o argumento de Rodrigo Dorado.

  1. Localize e transcreva a frase que resume o pensamento da bióloga Mara Cristina Marques para rebater o argumento de Rodrigo Dorado.
  2. Que exemplo a bióloga utiliza para justificar sua posição nesse trecho?
  3. Releia estes dois trechos da fala da bióloga.

Vamos pegar um exemplo aqui nosso, eu acho que é um exemplo bem clássico e todo o mundo conhece: o mico-leão-douradoreticências

Além do mico-leão-dourado, a gente tem por exemplo no Zoológico de São Paulo o programa da arara-azul-de-lear, já ouviu falar?

Que estratégia emprega a bióloga quando apresenta seus exemplos? Qual é a vantagem dessa estratégia?

  1. Fabrício rassí compara os animais selvagens vivendo em zoológicos aos cães domésticos, afirmando que, se evitássemos tirar os animais da ­natureza, também não deveríamos ficar com os cachorros em casa. Releia a Parte 3 da transcrição.
    1. Que argumentos o ativista Rodrigo Dorado utiliza para discordar do ­interlocutor?
    2. De que fórma o veterinário refuta essa ideia?
    3. Que ponto de vista o veterinário reforça por meio da comparação com o cachorro doméstico?

5. Releia a última fala de Mara Cristina Marques.

Mara: Né? coexistir com o meio ambiente. Tá! O zoológico pode não ser a ferramenta ideal, mas é o que nós temos hoje pra trabalhar a ­conservação. Esse processo que nós tamos fazendo agora de fazer com que os zoológicos virem centros de conservação é imputar aos zoológicos maior responsabilidade do que simplesmente ter um ambiente pra o animal pras pessoas verem.

  1. Qual é a solução apontada pela bióloga para justificar a existência dos zoológicos?
  2. Mara Cristina Marques, à época, era presidente da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (azábi). Você acha que ela pode ter sido tendenciosa ao defender a existência dos zoológicos?

6. Em sua opinião, qual dos participantes do debate apresentou argumentos mais fortes? Justifique seu posicionamento.

Fala aí!

Você gostaria de problematizar algum argumento lançado no debate? Retome, com suas palavras, o argumento e apresente o motivo de você não o considerar válido.

COMO FUNCIONA UM DEBATE REGRADO?

1. O debate que você acabou de ler foi transcrito de um dos episódios do programa “Mude minha ideia”, transmitido por um canal em uma rede social de vídeos. Observe, a seguir, a reprodução de um banner que estava exposto na mesa do debate.

Cena de vídeo. Banner. ZOOLÓGICOS NÃO DEVERIAM EXISTIR. MUDE MINHA IDEIA.
Banner exposto na mesa do debate.

No texto do banner, são apresentados o tema da discussão e o nome do programa. Com base neles, é correto concluir que o objetivo é um debate acirrado e sem consenso? Justifique sua resposta.

2. Nos debates, os participantes costumam ser apresentados antes de iniciarem a discussão. Leia a apresentação do mediador Rodrigo Dorado, feita por ele mesmo.

Fotomontagem. Cena de vídeo. À esquerda, homem de cabelo cacheado e barba. Ao lado dele, um balão de fala com as informações: OLÁ! EU SOU O RODRIGO DORADO. EU SOU ATOR, ATIVISTA DA CAUSA ANIMAL, VEGANO HÁ 7 ANOS. [MÚSICA]. EU ACHO QUE OS ZOOLÓGICOS NÃO DEVERIAM EXISTIR. À direita, manchetes sobrepostas. A DÉCADA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS. EM DEFESA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS, ATIVISTAS DÃO ARGUMENTOS A FAVOR E CONTRA OS ZOOLÓGICOS.
Reprodução de quadro do vídeo “Zoológicos são importantes para as espécies ou não deveriam existir? Mude Minha Ideia”.

Qual é a qualificação do mediador para defender a não existência dos ­zoológicos?

3. Os participantes Fabrício e Mara são suficientemente qualificados para defender a posição favorável aos zoológicos? Justifique sua resposta.

4. É comum que, em certos momentos dos debates, o turno de fala passe rapidamente de um a outro debatedor, que se complementam ou se contrapõem. Observe essa alternância no trecho a seguir. O destaque foi usado para indicar trechos com vozes sobrepostas.

Fabrício: Ele ele escolheu, ele escolheu ficar ao seu lado, mas o seu lado tipo se você tiver um cão ele não está ao seu lado agora, que você passa 8, 10, 12 horas fóra de casa e ele está em casa sozinhoreticências

Rodrigo: É verdadereticências

Fabrício: Então, isso muda muito o aspectoreticências é uma questão muito ética, filosófica, que é bastante complicadareticências Você entende.

Rodrigo: Éreticências eu entendo, eu entendoreticências

Fabrício: Se é pra ele ficar junto, cadê seu cachorro cuidando dele aqui? Então essa questãoreticências

Rodrigo: Ele tem o livre arbítrio delereticências

Fabrício: Ele ficar entre o quarto e a cozinha e o quarto e a sala? Você acha que esse é o livre arbítrio dele? Invés dele ficar ao seu lado? Ele quer tá ao seu lado.

Rodrigo: Então, a solução seria soltar ele junto com o leão na cidade de São Pauloreticências

Fabrício: Nãoreticências

Rodrigo: reticências e verreticências

Fabrício: Não, soltar nãoreticências

Rodrigo: reticências o que que vai dar.

Fabrício: Mas é essa concepção de que cuidar de um animal, manter um animal sob cuidados humanos no zoológico é [imita outra pessoa falando] “extremamente grave, porque a gente está mantendo um animal”. Está mantendo um animal sob cuidados.

Lembra?

Chamamos de turno de fala aquilo que um falante diz ou faz (ruídos, silêncio etcétera) enquanto está com a fala. Mesmo expressões como ã-hã podem ser consideradas um turno, porque, com um sinal de concordância, o falante mostra seu envolvimento na comunicação e contribui para o desenvolvimento do assunto abordado.

  1. Como percebemos que, a partir do sexto turno de fala, os falantes estão disputando o turno?
  2. Qual é o objetivo de Rodrigo no sexto turno de fala?
  3. Qual é a função das perguntas feitas por Fabrício no sétimo turno?
  4. Que prejuízo a sobreposição de turnos pode trazer a um debate?

Da observação para a teoria

O debate é um gênero oral produzido pela interação dos falantes e tem como principal objetivo ampliar o conhecimento sobre um tema, podendo, muitas vezes, levar a um consenso e à tomada de uma decisão. Os debates podem conter opiniões complementares ou divergentes. Quando o tema é polêmico, predominam divergências; quando a ideia é aprofundar a discussão, prevalecem ideias complementares. Nos dois casos, os debatedores devem respeitar o turno conversacional dos demais convidados e permitir que todos expressem seu ponto de vista.

E se a gentereticências

reticências comparasse informações?

Você considerou verdadeiras todas as informações apresentadas no debate sobre a validade dos zoológicos? Nenhuma dúvida surgiu ao longo da leitura e das discussões? Como saber se as informações são confiáveis?

Comparar informações obtidas em várias fontes é um procedimento importante.

Nesta atividade, você e seus colegas vão checar as informações apresentadas pelos participantes do debate. Realizem as atividades a seguir.

Etapa 1 Entrevistando um especialista

Uma maneira de obter bons dados sobre um tema é conversando com um especialista no assunto ou profissional da área. Então, preparem-se para realizar uma entrevista com o objetivo de coletar informações a respeito dos zoológicos, tais como organização, funcionamento e projetos desenvolvidos.

  1. Escolham um profissional que possa lhes oferecer boas informações. Podem ser veterinários, funcionários de zoológico, ativistas em ôngui ambiental, pesquisadores da área etcétera
  2. Depois de escolhido o profissional, façam contato para verificar se ele tem disponibilidade para responder às perguntas. A entrevista poderá ser realizada presencialmente, por videoconferência ou por telefone, a depender da disponibilidade do entrevistado.
  3. Elaborem o roteiro com as perguntas que serão feitas, considerando que poderão ser alteradas durante a entrevista, caso uma resposta motive outras dúvidas. Não se esqueçam de que o objetivo de vocês é verificar as informações lançadas no debate; portanto, é importante que consigam retomar, com as palavras de vocês, aquilo que os debatedores expuseram. Também é importante obter novos argumentos para defender a manutenção ou não dos zoológicos.
  4. Anotem as respostas junto às perguntas no roteiro ou, se possível, gravem a entrevista com um aparelho celular. Mas não se esqueçam de solicitar ao entrevistado uma autorização para uso do depoimento. Registrem também o nome completo e a qualificação do entrevistado, pois são dados necessários para a elaboração da apresentação sobre ele.
  5. Após a entrevista, reúnam-se para organizar as informações coletadas. Se a entrevista tiver sido gravada, ouçam e façam sua transcrição no caderno.

Etapa 2 Comparando os dados

Agora é o momento de comparar as informações do debate e da entrevista com outros textos.

Leia um trecho de um artigo de divulgação científica e outro de um artigo de opinião.

Texto 1

O que faz um Zoológico?

Além do lazer, zoológicos e aquários devem ter como pilares de ação a educação ambiental, a pesquisa e a conservação.

  • Educação Ambiental: Os zoológicos proporcionam o contato do público com animais que nunca veriam na natureza. Visitas a estes espaços podem aprofundar a compreensão e permitir que as pessoas ajam de maneiras novas e positivas para salvar a biodiversidade e proteger o meio ambiente. A missão dos educadores em instituições zoológicas deve ir além da informação sobre as espécies na instituição e da conscientização, promovendo também comportamentos em prolglossário da conservação.
  • Pesquisa: Os zoológicos e aquários oferecem uma oportunidade única para aumentar a compreensão das espécies selvagens, suas necessidades ambientais e sua capacidade de adaptação. Isto pode preencher uma lacuna importante no conhecimento que não pode ser adquirido a partir de populações selvagens por causa do comportamento animal, de ambientes inacessíveis, do acesso limitado, dos custos de estudar um grande número de indivíduos e a probabilidade de o próprio estudo impactar os animais que estão sendo observados.
  • Conservação: Não há dúvidas que a maior ameaça às espécies da fauna mundial é perda de seus habitats naturais. Dada a impossibilidade de vida na natureza em razão da devastação de ecossistemas, a manutenção de indivíduos em cativeiro é fórma de evitar a completa extinção da espécie. Existem inúmeros e bem documentados exemplos de espécies extintas na natureza que foram recuperadas graças ao trabalho de reprodução em cativeiro feito por zoológicos. Alguns casos notáveis são o condor da Califórnia (Estados Unidos), o cavalo de Przewalski (Mongólia), o furão-de-patas-negras (Estados Unidos) e o mico-leão-dourado (Brasil): são bons exemplos de como o trabalho cooperativo entre zoos possibilitou reintroduções e melhoria do status de conservação da espécie.

O QUE FAZ UM ZOOLÓGICO. Dicionário Ambiental. ((o))eco. Rio de Janeiro, 29 outubro 2020. Disponível em: https://oeds.link/2CLMAe. Acesso em: 27 abril 2022.

Texto 2

Devemos fechar todos os zoológicos?

Sociedade debate o futuro dêsses espaços, ecoando a reivindicação dos defensores dos animais

Um relatório sobre os zoológicos da u ê elaborado pela bórn fri Foundation, uma sociedade britânica que pesquisa a situação dos animais em cativeiro, concluiu que apenas 0,23% dos animais enjaulados na Europa estão extintos na natureza, 3,53% estão em grave perigo de extinção e 6,28% em perigo. Por outro lado, também existem zoológicos modelares como o  na ilha de Djerzí, onde as estatísticas se invertem em até 90%. A instituição mantém projetos em 18 países e foi capaz de reintro­duzir numerosas espécies como o mico-leão-dourado, a pomba-rosada da ilha Maurício, os morcegos da ilha Rodrigues, os íbis-calvos de Marrocos ou espécies da fauna local de Djerzí.

Os defensores dos animais renunciam ao fechamento total dos zoológicos, mas querem transformá-los em lugares mais pedagógicos, científicos e dedicados à conservação in locoglossário .

Para associações dêsse tipo, como a éfe a a dê a, os zoológicos promovem uma mercantilizaçãoglossário dos animais e uma mascotizaçãoglossário da vida selvagem que deforma a mensagem pedagógica, aponta a ­bióloga Andrea Torres. Dar nomes a orcas, gorilas ou ursos panda, ou ­anunciá-los no metrô como atração turística não contribui para conferir maior pêso científico a essas instituições. A maioria (especialmente as filiadas à eáza) não realiza mais espetáculos com cetáceosglossário , mas a questão se concentra principalmente em eliminar a criação de espécies que nunca serão reintroduzidas em seu meio natural. Pouquíssimos zoológicos são capazes de implementar um programa in loco com as espécies ameaçadas ou reintroduzi-las em seu hábitat natural (o zoológico de Barcelona o faz atualmente com a gazela-dorcas saaria­na, e investe 300.000 euros por ano em programas dêsse tipo).

VERDÚ, Daniel. Devemos fechar todos os zoológicos? El país. Barcelona, 29 setembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/QdCdhd. Acesso em: 27 abril 2022.

1. Copie o quadro a seguir no caderno. Na primeira coluna, devem ser anotadas as informações sobre as práticas positivas e negativas dos zoológicos apresentadas no debate. Nas demais, anote “confirma”, quando o dado reaparece; “refuta”, quando o dado é desmentido; “problematiza”, quando o dado não é considerado totalmente correto. Veja o modelo.

Debate

Entrevista com especialista

Texto 1

Texto 2

Zoos são fundamentais para preservar espécies em extinção.

(Depende da entrevista)

Confirma

Problematiza


  1. Façam uma lista com as informações apresentadas pelo especialista entrevistado que não aparecem no debate. Em seguida, verifiquem se podem ser confirmadas ou refutadas com os dados do Texto 1 e do Texto 2.
  2. A educação ambiental é uma função do zoológico que não foi mencionada no debate e é muito enfatizada no Texto 1. O Texto 2 confirma essa função? Justifique sua resposta.

Fala aí!

Agora que você já conheceu argumentos de ambos os lados, sua opinião se manteve ou se modificou? Os zoológicos são importantes para as espécies ou não deveriam existir? Discuta com seus colegas, lembrando-se de usar fórmulas como “Concordo parcialmente com”, “Discordo totalmente” etcétera

Se eu quiser aprender MAIS

Como contra-argumentar?

Nos debates, é comum um participante ouvir de seu interlocutor um argumento que está correto e não pode ser contestado, embora não seja definitivo para uma conclusão. Em outros casos, ele mesmo já prevê que certas informações contrárias ao que diz serão citadas. Como agir em situações assim? Para refletir sobre isso, faça as próximas atividades.

1. Releia este trecho do debate sobre os zoológicos.

Rodrigo: Eu não acho que tá tudo errado nos zoológicos. Eu acho que tem coisas muito boas e devemos preservar essas coisas. O Zoológico de São Paulo, por exemplo, faz um lindo trabalho com mico-leão-dourado, que foque no mico-leão-dourado, deixa o elefante pra África, deixa o urso-polar pro Polo Norte, deixa os animais cada um no seu lugar. E o Zoológico de São Paulo cuida do mico-leão-­dourado e vai reintroduzindo na natureza. Qual seria a vantagem da gente manter ou reproduzir em cativeiro uma espécie que não é brasileira?

Fotomontagem. Cena de vídeo. 
À esquerda, Rodrigo Dorado, homem de cabelo cacheado e barba. À direita, manchetes sobrepostas. A DÉCADA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS. EM DEFESA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS, ATIVISTAS DÃO ARGUMENTOS A FAVOR E CONTRA OS ZOOLÓGICOS.
Reprodução de quadro do vídeo “Zoológicos são importantes para as espécies ou não deveriam existir? Mude Minha Ideia”.
  1. No debate, qual é o ponto de vista defendido pelo ativista Rodrigo?
  2. Qual argumento contrário a seu ponto de vista ele reconhece como verdadeiro?
  3. Após apresentar concordância, de que fórma Rodrigo discorda da prática desempenhada pelos zoológicos?
  4. Complete o período a seguir, mantendo coerência com a linha de argumentação de Rodrigo.

É verdade que alguns zoológicos contribuem para a preservação de espécies, ...

Versão adaptada acessível

Atividade 1, item e.

Identifique, entre as afirmações a seguir, aquelas que explicam corretamente por que um debatedor deve incorporar à sua fala alguns argumentos contrários ao ponto de vista que defende.

I. Para revelar que fez uma reflexão ampla sobre o assunto e conhece os argumentos contrários.

II. Para mostrar que é sensível a outros pontos de vista.

III. Para evidenciar sua neutralidade em relação ao tema.

e) Identifique e transcreva no caderno, entre as afirmações a seguir, aquelas que explicam corretamente por que um debatedor deve incorporar à sua fala alguns argumentos contrários ao ponto de vista que defende.

  1. Para revelar que fez uma reflexão ampla sobre o assunto e conhece os argumentos contrários.
  2. Para mostrar que é sensível a outros pontos de vista.
  3. Para evidenciar sua neutralidade em relação ao tema.

Em um debate, as opiniões precisam ser sustentadas por argumentos convincentes, capazes de convencer o ouvinte de sua validade, bem como por contra-argumentos consistentes.

A contra-argumentação é um procedimento que prevê a introdução de argumentos contrários ao ponto de vista defendido e a desconstrução deles na sequência.

2. Leia este trecho de um artigo que discute o plantio de árvores em áreas urbanas e responda às questões.

Calçadas arborizadas encantam ainda mais na primavera

No entanto, é preciso conhecimento e cuidado para evitar o plantio errado e problemas nas vias públicas

É indiscutível que as árvores deixam as áreas urbanas mais bonitas e mais inspiradoras, principalmente na época de primavera, quando as flores deixam os ambientes ainda mais graciosos. Porém, a plantação de árvores vai além da beleza, trazendo também qualidade de vida, causando melhoria do ar com diminuição da poluição, mais sombreamento e frescor, o que permite uma temperatura mais agradável. As árvores também reduzem o excesso de ruídos das grandes cidades ou regiões próximas a rodovias.

Mesmo assim, ninguém pode sair plantando qualquer espécie nas calçadas. reticências

A paisagista [Daniela Sedo] ressalta que o planejamento ornamental no plantio de árvores exige cuidado e conhecimento técnico para que elas não se tornem impróprias ao local depois de crescidas. Para isso, as espécies devem ser muito bem escolhidas, pois a ausência de um plano antecipado pode acarretar quebra da calçada, danos à rede elétrica e compro­metimento de edificações.

Fotomontagem. Três árvores frondosas, de folhagem colorida. A árvore da frente tem a copa toda preenchida por flores rosa. Atrás dela, as outras duas árvores com folhagens em tons de verde diferentes. Ao fundo, colagem com a ilustração de aves e recortes coloridos e geométricos.

CALÇADAS arborizadas encantam ainda mais na primavera. Jornal de Gramado. Gramado, 5 novembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/vRf7RN. Acesso em: 2 maio 2022.

  1. Qual é a principal finalidade do artigo?
  2. Por que é correto afirmar que o primeiro parágrafo amplia o que foi afirmado no título?
  1. Releia o primeiro parágrafo e identifique a expressão usada pelo autor do texto para marcar certeza em relação ao conteúdo que expõe.
  2. Explique por que os parágrafos seguintes iniciam uma nova linha de argumentação, que desconstrói a expectativa construída no primeiro.
  3. É correto afirmar que, ao fazer essa desconstrução, o produtor do texto invalida o que já havia dito? Explique sua resposta.
  4. Qual expressão foi usada para iniciar a nova linha de argumen­tação? Cite um termo ou expressão de sentido equivalente.
  5. Produza um único período com o resumo das ideias centrais do texto. Inicie com embora ou apesar de.
Versão adaptada acessível

Atividade 2, item h.

Agora, elabore um esquema como o apresentado a seguir e complete-o com informações do texto, observando o sentido das palavras que unem as informações colocadas nas caixas.

h. Agora, copie o esquema a seguir no caderno e complete-o com informações do texto, observando o sentido das palavras que unem as informações colocadas nas caixas. Use o caderno na posição horizontal.

Esquema. Plantio de árvores em áreas urbanas – oferece – beleza; Plantio de árvores em áreas urbanas – oferece – melhora do ar – graças a – 3; Plantio de árvores em áreas urbanas – oferece – 1 – graças a – 4; Plantio de árvores em áreas urbanas – oferece – 2; Plantio de árvores em áreas urbanas – exige – 5 – para evitar danos a – 6 e 7 e edificações.

Dica de professor

Os esquemas com palavras de ligação são ferramentas mais interessantes que os esquemas simples (com traços ou flechas apenas), porque, além de organizar os dados, esclarecem as relações entre eles. Experimente usá-los em seus estudos de Ciências e Geografia, por exemplo.

Desafio da linguagem

Vamos treinar a elaboração de argumentos e de contra-argumentos? Retome a discussão sobre o trabalho dos zoológicos e elabore um parágrafo sobre o tema “educação ambiental”. Siga as etapas.

  1. Defina seu ponto de vista em uma frase.
  2. Pense em um argumento que refute esse ponto de vista.
  3. Pense, agora, em um argumento que possa rebatê-lo e confirmar seu ponto de vista.
  4. Por fim, selecione um ou mais exemplos para reforçar seu ponto de vista e concluir o parágrafo.
  5. Organize o parágrafo com a seguinte estrutura:
    • use uma expressão como “não se pode negar”, “é verdade que”, “muitos afirmam que” ou similar para introduzir o argumento contrário à sua posição;
    • acrescente ao período seu ponto de vista, iniciando-o com um conectivo de oposição, como mas, porém, contudo etcétera;
    • escreva mais um ou dois períodos para sustentar seu ponto de vista.

Textos em conversa

Na Leitura, você leu a transcrição de um debate sobre a necessidade ou não de haver zoológicos, com foco na preservação e nos cuidados com os animais. Agora, leia uma reportagem de divulgação científica que aborda a preservação do meio ambiente sob outra perspectiva.

Peixe-leão invade o meio ambiente brasileiro e coloca espécies nativas em risco

Animal não tem predadores e pode ter chegado naturalmente por meio do Mar do Caribe; pesca, coleta e proteção ambiental são as principais alternativas para controlar o predador

Fotografia. Peixe-leão. Tem listras avermelhadas e brancas. Os olhos são esbugalhados. As nadadeiras são finas e largas.
Segundo Hudson Tercio Pinheiro, pesquisador do Centro de Biologia Marinha, “as nossas espécies nativas não são adaptadas para evitar esse tipo de predação, elas acabam se tornando presas fáceis” – Foto: Peixe-leão Picsabei

Peixe-leão é o nome popular de um gênero de peixes marinhos e venenosos. A espécie mais famosa é a piteróis vólitans, originária da região do Indo-Pacífico. O animal foi avistado no Brasil pela primeira vez em 2014. Agora, um novo estudo analisou a captura da espécie e confirma que o peixe-leão está invadindo o meio ambiente brasileiro. O problema já é enfrentado na região do Caribe e em países como Estados Unidos e México.

Conhecido por seu formato diferente e suas cores vivas, o láion fíchi se tornou uma espécie ornamental muito comercializada por aquaristas. É provável que um dêsses exemplares de aquário tenha sido despejado no mar, o que deu início à invasão nos Estados Unidos no final da década de 1980. Outra possibilidade é que o furacão éndrú, que atingiu o Estado da Flórida em 1992, tenha destruído um aquário e acidentalmente os peixes acabaram no março Desde então, o animal se espalhou pela região e causa prejuízos ambientais e econômicos.

râdson Tercio Pinheiro, pesquisador do Centro de Biologia Marinha (cébiMar) da úspi, comenta que o peixe-leão tem um comportamento predatório bem específico. Ele fica imóvel em recifes de corais, até que uma presa passe na frente, então ele ataca e por meio de sucção engole o animal.

“As nossas espécies nativas não são adaptadas para evitar esse tipo de predação, elas acabam se tornando presas fáceis”, afirma. Outro problema é que o peixe-leão se reproduz em taxas elevadas e não tem predadores nos ambientes invadidos. Por esses motivos, ele desequilibra a cadeia alimentar.

É provável que esses animais tenham chegado no Brasil vindos naturalmente do Caribe, onde ele também é invasor, através de correntes marítimas. Entretanto, a possibilidade de introdução no mar por aquaristas não foi descartada. Nos últimos meses foram capturados três peixes-leões na costa brasileira: dois na foz do rio Amazonas, no Amapá, e um no arquipélago de Fernando de Noronha. Os registros anteriores foram feitos no Rio de Janeiro.

Invasão biológica

A bioinvasão é um fenômeno que acontece quando uma espécie se estabelece e se espalha por uma região da qual ela não é nativa. Segundo Ricardo Augusto Dias, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (éfe ême vê zê) da úspi, esse processo pode ocorrer naturalmente, mas é intensificado pela atividade antrópica.

“O que ocorre quando há interferência humana, seja ela intencional ou não, é o aumento das taxas de invasão, além da possibilidade de introdução de indivíduos que não poderiam ser transportados sem o auxílio humano.” Dias comenta que o transporte internacional também pode intensificar a invasão biológica. É o caso, por exemplo, do coral-sol, introduzido no Brasil acidentalmente ao ser carregado por navios e plataformas de petróleo.

reticências

Manejo

Ao todo, são cêrca de quinhentas e quarenta espécies invasoras no Brasil, como o javali e a tilápia. Quando um animal invasor se estabelece, é quase impossível erradicá-loglossário . Entretanto, existem algumas estratégias que podem auxiliar no seu contrôle. Nos países que já enfrentam o peixe-leão, a pesca e a captura são as principais medidas de contenção. Apesar de ter espinhos venenosos, sua carne não tem toxinasglossário e é adequada para o consumo humano. 

O ideal, entretanto, é impedir a chegada e o estabelecimento de invasores. “A melhor fórma de se proteger de qualquer invasão é através da conservação dos ambientes naturais”, afirma Pinheiro. “Se você tem um ambiente mais preservado, você terá maior competição natural e resiliênciaglossário , ou seja, um ambiente capaz de se proteger por si só”, completa. A criação de áreas de proteção e manejo são alternativas para evitar o peixe-leão nos ambientes em que ele ainda não chegou.

Para o professor Dias, ainda não existem muitas ações concretas de contrôle das espécies invasoras no Brasil. Ele ressalta, entretanto, que essa discussão está ganhando espaço. “Isso traz muita esperança, mas trata-se somente de um primeiro passo no manejo da invasão biológica no Brasil. Ainda estamos muito atrasados nesse ponto.”

TAMMARO, Rodrigo. Peixe-leão invade o meio ambiente brasileiro e coloca espécies nativas em risco. Jornal da úspi no Ar. [sem local], 23 julho 2021. Disponível em: https://oeds.link/6slKlx. Acesso em: 4 maio 2022.

É lógico!

Mesmo sem ter informações sobre o javali e a tilápia, você já pode chegar a algumas conclusões sobre eles com base no fato de, assim como o peixe-leão, serem classificados como espécies invasoras. As classificações partem de padrões.

  1. Nessa reportagem, a preservação do meio ambiente é vista sob uma perspectiva diferente da que existe no debate estudado na Leitura. Explique a diferença.
  2. A reportagem trata do peixe-leão.
    1. Quais são as hipóteses dos cientistas para a origem do peixe-leão nas águas do Oceano Atlântico?
    2. Por que a presença do peixe-leão é perigosa para o equilíbrio ambiental?
  3. Releia este trecho e observe o hiperlink para responder às questões a seguir.

Os hiperlinks conectam informações complementares ao texto principal, permitindo uma leitura não linear e interativa.

râdson Tercio Pinheiro, pesquisador do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da úspi, comenta que o peixe-leão tem um comportamento predatório bem específico. Ele fica imóvel em recifes de corais, até que uma presa passe na frente, então ele ataca e por meio de sucção engole o animal.

Reprodução de página da internet. Na parte superior esquerda, o nome do site: CENTRO DE BIOLOGIA MARINHA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. CEBIMar. USP. Atrás, a fotografia de uma construção na praia. Ao redor, vegetação densa. Abaixo, links de acesso e parte do conteúdo.
Página de abertura do site do .
  1. Que informações o leitor encontra ao clicar no hiperlink?
  2. Qual é a contribuição dessas informações para o leitor?
  3. Observe outro hiperlink no trecho a seguir.

reticências É o caso, por exemplo, do coral-sol, introduzido no Brasil acidentalmente ao ser carregado por navios e plata­formas de petróleo.”

Que informações o leitor provavelmente obterá clicando nesse hiperlink?

d) Que outros hiperlinks você considera que seriam úteis ao ­leitor dessa reportagem?

  1. Releia o trecho com o intertítulo “Manejo”.
    1. Segundo o pesquisador râdson Pinheiro, de que fórma a criação de áreas de proteção e manejo poderia contribuir para evitar a invasão de espécies invasoras?
    2. Além de Hudson Pinheiro, qual outro especialista foi ouvido pela reportagem? Ele é igualmente qualificado para tratar do tema?

Sabia?

Para a ecologia, o termo manejo se refere à aplicação de medidas para o uso dos recursos ambientais, de maneira a não esgotá-los.

  1. Embora aborde um tema ligado às ciências, a reportagem não se destina a cientistas. Como a linguagem confirma essa ideia?
  2. Releia este trecho da reportagem.

A bioinvasão é um fenômeno que reticências pode ocorrer naturalmente, mas é intensificado pela atividade antrópica.

“O que ocorre quando há interferência humana, seja ela intencional ou não, é o aumento das taxas de invasão, além da possibilidade de introdução de indivíduos que não poderiam ser transportados sem o auxílio humano.” Dias comenta que o transporte internacional também pode intensificar a invasão biológica. É o caso, por exemplo, do coral-sol, introduzido no Brasil acidentalmente ao ser carregado por navios e plataformas de petróleo.

  1. O leitor que desconhece o significado do termo antrópica consegue compreendê-lo a partir dos dados do parágrafo seguinte. Que expressão corresponde à “atividade antrópica”?
  2. Que recurso foi usado para ajudar o leitor a compreender como ocorre a atividade antrópica?
  3. A reportagem continha fotografias, uma delas reproduzida neste livro. Por que fotografias como essas são um recurso didático nesse contexto?

7. Observe a imagem que consta na página da reportagem.

Reprodução de página da internet. Barra de acesso a recurso de áudio, com botão de tocar e de controle do som. Abaixo, os dizeres: Rádio USP. Ouça em tempo real.
Reprodução da imagem que dá acesso ao recurso de áudio da reportagem.

Na sua opinião, o acesso ao texto lido contribui para a disse­minação do conteúdo da reportagem?

Ícone. Lupa.

Investigue

Procure, na internet, outros textos de divulgação científica que tenham tratado da invasão do peixe-leão e identifique recursos usados por seus autores para aproximar o conteúdo científico, especializado, do público leigo.

Falando sobre a nossa língua

Coordenação e subordinação

Ao ler a transcrição dos debates, você provavelmente reparou que os debatedores expressam seu pensamento usando períodos com diferentes estruturas: alguns são mais longos, formados por várias orações, outros mais curtos, configurando períodos simples. O mesmo ocorre nos textos em geral. Nesta seção, retomaremos o estudo do período para observar como as orações se articulam.

COMEÇANDO A INVESTIGAÇÃO

Releia um trecho da transcrição do debate “Zoológicos são importantes para as espécies ou não deveriam existir?” e responda ao que se pede.

Mara: Você já ouviu falar do mico-leão-douradoreticências

Rodrigo: reticênciasSim, graças aos zoológicos, elereticências

Mara: reticências ele foi salvo por conta disso. Por investimento ou por investimento não só de recursos humanos, de recursos financeiros de instituições internacionais também, que não trabalham com a espécie deles porque é uma espécie exótica. A gente tem éreticências vários outros exemplos em que a gente pode trabalhar com espécie exótica, desde que ela tenha uma finalidade. Além do mico-leão-dourado, a gente tem por exemplo no Zoológico de São Paulo o programa da arara-azul-de-lear, já ouviu falar?

  1. Segundo o texto, o mico-leão-dourado foi salvo pela associação de dois fatores. Quais são eles?
  2. A oferta de recursos internacionais para o trabalho com o mico-leão-­ -dourado no zoológico brasileiro deve-se a uma característica das instituições internacionais. Qual?
Versão adaptada acessível

Atividade 3.

Para a bióloga, o trabalho de preservação de espécies exóticas não é um equívoco. Escreva o trecho do texto em que ela apresenta a condição que o legitima.

3. Para a bióloga, o trabalho de preservação de espécies exóticas não é um equívoco. Transcreva o trecho em que ela apresenta a condição que o legitima.

Você acha difícil ler transcrições de textos falados? Em geral, quando ouvimos a pessoa falando não temos dificuldade para compreender o sentido expresso, mas, quando lemos uma transcrição, nem sempre a entendemos rapidamente. Isso ocorre porque, na fala, além dos elementos verbais, existem recursos não verbais, como a entonação, que contribuem para a organização das palavras e, consequentemente, para a construção do sentido. Esses recursos não são registrados nas transcrições.

Leia uma reformulação da fala da bióloga, adaptada para uma situação de comunicação escrita formal.

O mico-leão-dourado foi salvo não só pelo investimento de recursos humanos, mas também de recursos financeiros de instituições internacionais, que não trabalham com a espécie porque é exótica. Há vários outros exemplos de casos em que podemos trabalhar com espécie exótica, desde que isso tenha uma finalidade. Além do mico-leão-dourado, temos, no Zoológico de São Paulo, por exemplo, o programa da arara-azul-de-lear.

Nessa reformulação, algumas relações de sentido ficaram mais claras, graças, entre outros fatores, à reorganização sintática das palavras nos períodos. Essa reorganização conta com dois importantes mecanismos, a coordenação e a subordinação.

Relações de coordenação e de subordinação

Releia o seguinte período, prestando atenção à oração em destaque.

O mico-leão-dourado foi salvo não só pelo investimento de ­recursos humanos, mas também de recursos financeiros de instituições inter­nacionais, que não trabalham com a espécie porque é exótica.

Como você estudou no capítulo anterior, a caracterização de um termo pode ser feita por meio de uma oração com valor adjetivo, introduzida por um pronome relativo. Note que essa oração não apresenta independência sintática, ou seja, ela está subordinada à oração anterior, em que está o termo a que se refere. Essa relação de dependência é chamada de subordinação.

Veja mais um exemplo de oração subordinada.

Há vários outros exemplos de casos em que podemos trabalhar com espécie exótica, desde que isso tenha uma finalidade.

A oração em destaque é introduzida por uma conjunção e apresenta uma condição para o que foi exposto na oração anterior: ela tem sentido equivalente a “se isso tiver uma finalidade”. Também aqui vemos uma relação de subordinação.

A conjunção é a palavra responsável por conectar termos ou orações. Quando formada por mais de uma palavra, é chamada de locução conjuntiva. As conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas.

Veja, agora, uma relação diferente entre orações.

O Zoológico de São Paulo investiu na conservação do mico-leão- -dourado e agora dedica-se à arara-azul-de-lear.

Nesse período, existem duas orações com declarações sobre a atua­ção do zoológico, articuladas por uma conjunção que expressa a ideia de adição. Não há dependência de uma oração em relação à outra; as duas orações têm o mesmo papel no período. Esse tipo de relação é chamado de coordenação.

A relação entre orações sintaticamente independentes em um período é chamada coordenação, e a relação que se estabelece quando há dependência sintática entre as orações é chamada subordinação.

Valores expressos pelas conjunções

Releia, agora, este outro trecho do debate, também adaptado para a modalidade escrita.

Eu não acho que está tudo errado no zoológico. Eu acho que tem coisas muito boas e devemos preservá-las. O Zoológico de São Paulo, por exemplo, faz um lindo trabalho com o mico-leão-dourado, portanto deveria focar nele.

Como você já sabe, a conjunção e relaciona orações coordenadas e expressa a ideia de adição. Também a conjunção portanto atua na coordenação; essa conjunção exprime a relação de conclusão.

Lembra?

Quando iniciada por uma conjunção, a oração coordenada é classificada como oração coordenada sindética; a que não se inicia assim é uma oração coordenada assindética.

Você também já havia observado o emprêgo da locução conjuntiva desde que, que atua na subordinação e expressa a ideia de condição, a mesma que poderia ser expressa pela conjunção se.

Em geral, as conjunções expressam relações de sentido ­específicas, conforme o contexto. No entanto, existem conjunções subordina­tivas cujo papel é apenas articular a oração subordinada e a oração principal, como é o caso da conjunção que, empregada no trecho do debate. Observe.

Esquema.
Frase. Eu acho: oração principal
que: conjunção
que tem coisas muito boas [...]: oração que funciona como complemento do verbo

Nesse caso, a conjunção introduz uma oração que está subordinada à anterior. Ela não expressa uma relação de sentido específica, por isso é chamada de conjunção integrante.

INVESTIGANDO MAIS

1. Leia o meme a seguir.

Meme. Página quadrada, com o texto: INTERPRETAÇÃO DE TEXTO NOS DIAS DE HOJE. Anúncio: Oi, meu nome é Paulo. Vou vender bolo de chocolate hoje das 14 h às 17 h na entrada da faculdade. Cada fatia é R$ 5,00. Interessados podem entrar em contato pelo 9999-9999. As pessoas perguntam: - O bolo é de quê? - Quanto custa? - Posso comprar as 18 h? - Onde você estará? - Como faço para comprar? Ao lado, a ilustração de uma fatia de bolo de chocolate.
Meme criado pelos autores especialmente para esta obra.
  1. Qual é o tema do meme?
  2. Explique como foi obtido o efeito de humor nesse meme.
  3. Os períodos do “anúncio” são simples ou compostos? Como a escolha dêsse tipo de período contribui para o humor?
  4. Por que a expressão nos dias de hoje, no título, é importante para que o leitor entenda o que, de fato, está sendo criticado? Em sua resposta, esclareça qual é o alvo da crítica.

2. Observe a capa de uma revista e o texto usado para a chamada da principal reportagem da edição.

Capa de revista. Na parte superior, o nome da revista: SUPER INTERESSANTE. Ao lado, outras informações. Abaixo, a fotografia de um gato peludo. Sobreposto à imagem do gato, o título da matéria principal: GATO. UM DEUS PARA CHAMAR DE SEU. Subtítulo: Ele saiu do mato para virar divindade no Egito, acabou perseguido pela Igreja e hoje reina nas nossas casas. Entenda como o gato ajudou a moldar a história da humanidade e tornou-se o pet mais popular do mundo.
Superinteressante, dezembro 2016, edição 369.
Parte de página de revista. Gato de pelo amarelo lambendo o próprio focinho. Ao lado, em destaque, as informações: DECIFRA-ME OU DEVORO-TE. Embaixo, em tamanho menor: Eles saíram do mato, mas o mato nunca saiu deles. Saiba como o Felis catus veio do Egito Antigo para se tornar o pet mais popular do mundo, sem nunca ter abandonado seu lado selvagem.
Superinteressante, dezembro 2016, edição 369.
  1. Explique a ideia expressa em “Eles saíram do mato, mas o mato nunca saiu deles”.
  2. Classifique as orações coordenadas dêsse período e explique a escolha da conjunção mas para conectá-las.
  3. Quem é o suposto produtor do enunciado “Decifra-me ou devoro-te”? Por que essa fala foi associada a ele?
  4. Explique o valor semântico da conjunção ou no contexto dêsse enunciado.
  5. Que relação semântica é estabelecida pela conjunção e entre as orações do período “Ele saiu do mato para virar divindade no Egito, acabou perseguido pela Igreja e hoje reina nas nossas casas”?

A língua nas ruas

A palavra mas é a conjunção adversativa mais usada nas conversações. Será que o mesmo acontece em outras produções textuais? Forme um grupo com mais quatro colegas e observem exemplares de um gênero textual para chegar a uma conclusão.

  1. É preciso repetir a conjunção e antes da segunda oração para que esse ­sentido fique claro? Explique sua resposta.
  2. Identifique as orações presentes no segmento: “Entenda como o gato ajudou a moldar a história da humanidade”. A relação entre as orações é estabelecida por coordenação ou subordinação? Justifique.

As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com a relação ­semântica (de sentido) estabelecida pelas conjunções coordenativas que as introduzem.

Aditiva: expressa a ideia de soma.

O zoo não só contou com recursos humanos como também recebeu investimento estrangeiro.

Alternativa: expressa a noção de alternância ou exclusão.

Garantam boas condições aos animais ou libertem-nos na natureza.

Adversativa: expressa a ideia de oposição.

O zoológico não é ideal, porém é a ferramenta de conservação disponível.

Conclusiva: expressa uma consequência lógica do que foi declarado antes.

A instituição devolve os animais à natureza, logo sua atuação é bem-vinda.

Explicativa: expressa a justificativa de uma declaração anterior, geralmente uma ordem, pedido ou opinião.

Fechem os zoológicos, porque os animais merecem viver soltos.

3. Analise a charge produzida pelo cartunista fluminense Arionauro da Silva Santos, mais conhecido por seu primeiro nome.

Charge. Homem de touca, com o rosto vermelho e suando. Está com uma machadinha na mão. Ao redor dele, árvores cortadas. O céu está avermelhado e Sol brilhando. Ele diz, irritado, para uma mudinha de planta a sua frente: CRESCE LOGO, PRECISO DE UMA SOMBRA!

ARIONAURO. Desmatamento. 2014. uma charge. Disponível em: https://oeds.link/hMNHxR. Acesso em: 27 julho 2022.

  1. Qual é o tema da charge e o posicionamento de seu produtor?
  2. A crítica da charge decorre da ingenuidade do personagem, da incoerência de seu comportamento ou da ação que praticou? Justifique sua resposta.
  3. As orações do período estão relacionadas por coordenação ou subordinação?
  4. Que relação semântica há entre as duas orações? Cite uma conjunção que poderia explicitá-la.
  5. A ausência de uma conjunção prejudicou a clareza da ideia expressa? Por quê?

Desafio da linguagem

Pratique a escrita redigindo um parágrafo de análise da charge. Siga o roteiro:

1. No primeiro período, exponha a crítica feita pelo chargista.

2. No segundo, descreva os elementos visuais usados para construir a crítica. Inicie com uma conjunção ou locução conjuntiva subordinativa que expresse finalidade, como para ou a fim de que.

3. No terceiro período, associe a fala do personagem à imagem. Inicie-o com a expressão de modo contrastante ou similar.

4. No quarto período, conclua o comentário analisando o comportamento mostrado e o relacionando ao objetivo da charge. Inicie a conclusão usando uma conjunção coordenativa adequada.

5. Releia seu texto para verificar a segmentação dos períodos e aprimorar a linguagem: evite a repetição de palavras; explicite, por meio das conjunções, as relações de sentido etcétera

4. Acompanhe o trecho da transcrição de um debate em que estudantes falam sobre diferenças e tolerância. O destaque foi usado para indicar trechos com vozes ­sobrepostas.

Fotomontagem. À direita, um rapaz cadeirante. No centro, uma moça de cabelo cheio e cacheado. Usa óculos de sol. Ao lado dela, à esquerda, rapaz de camisa, cabelo castanho claro e óculos. Ao fundo, recortes geométricos.

Falante 1: Todo mundo é diferentereticências lógico. Eu tenho uma coisa em comum com ele, mas é diferente de mim. Ele pensa diferente, eu penso diferente. Então, tem que respeitar. Eu tenho que respeitar a opinião dele e ele tem que respeitar a minha.

Falante 2: É difícil ser diferente?

Falante 1: A diferença eu acho quereticências

Falante 3: Nós criamos isso, né?reticências

Falante 4: E porque você acabareticências

Falante 3: reticências Não tinha isso há alguns anosreticências

Falante 4: reticências fica procurando onde eu me encaixo, onde eu vou. Então, você fica meio perdido. Aí você para pra pensar: será que ninguém gosta de mim? Será que sou uma pessoa de outro planeta, de outro mundo? Eu, por exemplo, eu sou a nerd da sala. Então, é difícil quando a pessoa está com você porque ela gostareticências

Falante 1: Ou por interessereticências

Falante 4: reticências Ou por interessereticências

Falante 1: Ou por interesse.

Falante 4: Então é difícil conciliar os dois. Então você tem de estar sempre esperto para saber o que você é e quem você quer ser; não copiar, mas ser o que você quer ser.

EM DEBATE, estudantes falam sobre bullying, diferenças e tolerância. São Paulo: Secretaria da Educação de São Paulo, 2012. 1 vídeo (5minutos). Disponível em: https://oeds.link/YdP5pp. Acesso em: 5 maio 2022.

  1. Apresente, de fórma resumida, as três opiniões expressas nesse fragmento do debate.
  2. Qual é a função dos períodos que seguem a declaração “Todo mundo é diferente”, no primeiro turno conversacional: apresentar uma contraposição a ela, uma explicação dela ou uma ­condição para que ela se realize?
  3. A falante 1 empregou as conjunções mas, então e e na primeira fala. O emprêgo está adequado nas três ocorrências? Analise cada uma delas.
  4. Em uma situação mais monitorada, a falante 1 poderia ter optado por construir o último período de outra fórma, também usando a coordenação aditiva. Proponha outra construção.
  5. A falante 4 repete a mesma estratégia para relacionar grande parte dos períodos que formam sua fala. Que palavra ela repete? Esse uso é adequado tanto do ponto de vista do sentido quanto do estilo?

Dica de professor

O estilo é o modo pessoal de expressão, tanto no falar quanto em outras atividades. No caso da expressão verbal, um vocabulário amplo nos dá a possibilidade de evitar repetições e de garantir um estilo menos monótono. Ainda assim, na fala, é comum a presença da repetição de palavras ou de ideias.

  1. Observe a primeira sequência marcada com a chave. O que aconteceu com os turnos de fala? Como a situação se resolveu?
  2. Observe a segunda e a terceira sequências marcadas por chaves, nas quais ocorre uma sobreposição de turnos. Como a falante 1 procura conquistar o turno?
Fotomontagem. Três jovens sorridentes. Sobre a cabeça de cada um deles, flores variadas. Ao fundo, recortes geométricos.

5. Leia esta tirinha do desenhista goiano Henrique Dantas Conrado.

Tirinha. Sobre um fundo azul-escuro desenhos e escritas feitos em branco. À esquerda, uma camiseta. No centro dela um ponto. Ao redor dela, um círculo pontilhado com setas indicando o interior do círculo. PARECE QUE ROUPAS SUJAS TÊM SUA PRÓPRIA FORÇA GRAVITACIONAL. Boneco jogando uma peça de roupa para cima. Uma linha curva para frente indica a trajetória até um montante de roupa no chão. NÃO ADIANTA ONDE VOCÊ A JOGAR, ELA VAI SER ATRAÍDA POR OUTRAS ROUPAS SUJAS E FAZER UM MONTINHO. Roupa no encosto da cadeira – FRACASSO; roupa em um corrimão – FRACASSO; roupa no chão – FRACASSO COMPLETO; roupa com a metade dentro do cesto – QUASE. LOGO, SE A PRIMEIRA ROUPA JOGADA CAIU NO CESTO, SUA SEMANA SERÁ UM SUCESSO.

CONRADO, Henrique Dantas. Mente Vazia. 2017. uma tirinha.

  1. O humor dessa tirinha é produzido pelo contraste entre a fórma como é feita a explicação e sua intenção real. Explique essa ideia.
  2. Reelabore, de duas maneiras, as ideias expressas no período que acom­panha a segunda figura.
    1. Para estabelecer uma relação de oposição, inicie a primeira reelaboração com mesmo que.
    2. Para construir uma relação de condição, inicie a segunda com se.
  1. Que relação de sentido há entre o segundo e o terceiro períodos? Que palavra o evidencia?
  2. A conjunção se tem, no último enunciado, um valor condicional. Relacione esse valor à regra que está sendo formulada.

As conjunções subordinativas podem estabelecer diferentes relações de sentido. Veja algumas delas.

Causa: porque, pois, já que, como (esta última em orações que antecedem a principal) etcétera

Como gosta de ler, minha irmã fez a carteirinha da biblioteca pública.

O rio transbordou porque choveu muito nos últimos dias.

Concessão: ainda que, embora, mesmo que, apesar de que etcétera

Embora estivéssemos abrigados, continuávamos sentindo frio.

Condição: se, caso, desde que, a menos que, contanto que etcétera

Caso o voo atrasasse, teríamos de avisar a empresa.

Consequência: tão... que, tanto... que, que, de modo que etcétera

O rio estava tão sujo que os peixes morreram.

Finalidade: para que, a fim de que etcétera

Encostou o carro para que a ambulância pudesse passar.

6. Veja a imagem e leia o texto-legenda publicados em uma revista.

Fotografia. Pedaço de pedra clara quebrada. Nela, o desenho entalhado de parte de uma mão e um braço. Está sobre o solo com outras pedras e galhos pequenos.

Ruína de um monumento assírio em ninrúdi, no Iraque, destruído pelo Estado Islâmico no começo de 2015. A região não está mais sob o domínio dos terroristas, mas saqueadores estão aproveitando para roubar os pedaços do sítio arqueológico de 3 mil anos – um dos mais importantes do Oriente Médio, e que foi escavado pelo marido da escritora Ágata Crísti – para vendê-los no mercado ilegal.

Superinteressante, fevereiro 2017, edição 371.

  1. Qual é a importância de um sítio arqueológico?
  2. O que se vê no pedaço de sítio arqueológico em destaque na foto? Que aspecto da cultura do povo que ele retrata está em evidência?
  3. Que relação de sentido é expressa pela conjunção mas, usada no segundo período?
  4. Reelabore o segundo período iniciando-o pela conjunção embora. Faça as alterações necessárias.
  5. Compare a redação original do segundo período com a reelaboração. Qual delas enfatiza o fato de que, mesmo sem os terroristas dominando a região, o sítio arqueológico não está protegido?
  6. Embora tanto travessões quanto vírgulas possam isolar orações, nesse texto os travessões são mais eficientes, pois evitam que haja ambiguidade. Que sentido indesejado seria produzido se, em lugar do travessão, ­houvesse uma vírgula após Ágata Crísti?

Preparando o terreno

Debate regrado

O debate sobre os zoológicos, que você conheceu em Leitura, ­envolveu interações entre dois debatedores. Um procurava convencer o outro quanto à validade de seus argumentos. Esse modelo não previa algumas condições que são típicas de outros tipos de debate.

Nos debates regrados, por exemplo, os debatedores seguem combi­nados prévios quanto à ordem das falas e sua duração. Um moderador atua para conduzir os debatedores, evitando que descumpram os combinados ou se afastem do tema. Além disso, ele assume um importante papel na proposição de ideias a serem debatidas, garantindo que o debate progrida.

Você e seus colegas vão, agora, preparar a realização de um debate regrado. O tema será: “A internet e a privacidade: o adolescente deve se preocupar com a imagem que ficará gravada no universo virtual?”.

Etapa 1 Definindo o formato do debate

Antes de iniciar a discussão, leiam atentamente as orientações que estão na seção Nosso debate regrado na prática. Elas poderão ser adaptadas às escolhas que farão, mas dão algumas dicas sobre aspectos que precisam ser considerados. Depois, iniciem o planejamento.

1. Haverá um debate ou vários? Se houver mais de um, haverá diferença na proposta de cada um deles?

Essa decisão deve considerar o número de estudantes da turma, o tempo disponível para a atividade e o formato do debate.

  1. Como será organizado o debate? Haverá um grupo respondendo “sim” e outro “não”, ou as posições serão livres? Os estudantes serão agrupados independentemente de sua posição pessoal?
  2. Como serão distribuídos os papéis? Essa decisão deve levar em conta que, além dos debatedores, pode haver mediadores, avaliadores e público, que pode ter direito a perguntas que motivem blocos do debate. Deve considerar, ainda, se serão vários debatedores ou alguns representantes preparados pelo grupo.
  3. As regras que aparecem em “Participando do debate regrado”, na próxima seção, serão mantidas ou vocês preferem alterá-las?
  4. Vocês conhecem o sistema de debates com pergunta – resposta – réplica – tréplica? Acham que seria um bom modelo?
  5. Que outras perguntas devem ser formuladas e respondidas para uma boa organização do debate?

É lógico!

Para resolver o problema – organizar um debate –, a turma está tomando uma série de decisões. O problema foi dividido em partes menores, o que facilita a resolução.

Etapa 2 Preparando-se para o debate

Já considerando a organização para o debate, formem grupos menores e conversem sobre o tema para antecipar aspectos que serão abordados na discussão, como privacidade, construção de imagem ­pública, autoexposição etcétera

Pesquisem informações em fontes confiáveis para construir argumentos sólidos e convincentes: dados estatísticos sobre o uso da internet e das redes sociais por adolescentes, depoimentos de especialistas (psicólogos, por exemplo) sobre os efeitos da exposição pessoal indevida nas redes sociais, explicações sobre aspectos legais envolvendo manifestações de opinião/discurso de ódio em ambiente digital etcétera

Dica de professor

Procurem informações sobre o “direito ao esquecimento”, que pode interessar à discussão.

Selecionem as informações pertinentes para a construção dos argumentos e de refutações. No modelo a seguir, apresentamos uma estratégia que pode ajudá-los a se preparar.

Esquema. A VIDA PESSOAL DEVE SER EXPOSTA NAS REDES SOCIAIS: SIM: É comum expor imagens pessoais na internet. NÃO: Existem pessoas mal-intencionadas que usam as redes sociais para obter informações pessoais dos internautas. SIM: A maioria dos internautas só quer curtir as postagens. NÃO: Algumas imagens são usadas fora de seu contexto original e expõem a pessoa. SIM: etc.
Fotomontagem. Quatro jovens olhando atentos para seus celulares. Um menino está sorridente. A menina ao lado dele está com cara de espanto e uma das mãos cobrindo a boca. Atrás deles, recortes de fotos de grupos de jovens e ícones de curtir e de coração.

Nosso debate regrado NA PRÁTICA

Dando continuidade ao estudo do gênero textual abordado no capítulo, você e seus colegas vão colocar em prática o planejamento feito na seção anterior. Relembrem o tema:

A internet e a privacidade: o adolescente deve se preocupar com a imagem que ficará gravada no universo virtual?

A seguir, como sempre ocorre nesta seção, vocês encontrarão orientações para a produção textual. Elas devem ser adaptadas ao formato de debate que vocês definiram coletivamente.

MOMENTO DE PRODUZIR

Planejando nosso debate regrado

Não é possível montar um roteiro fechado para o debate, mas há como planejar sua participação. Leiam as orientações a seguir a fim de se prepararem adequadamente para debater.

Esquema. da teoria para... ...a prática:

Debatedores:

O conhecimento do assunto a ser discutido é fundamental para uma boa participação em um debate.:
Retomem os dados levantados sobre o tema na seção anterior e, se necessário, ampliem a pesquisa lendo artigos de opinião ou editoriais que tenham discutido o tema e possam oferecer argumentos.

O ato de debater está geralmente
organizado em torno do refutar,
isto é, do contestar as informações
do outro debatedor.:
Imaginem como atuariam caso quisessem defender uma opinião oposta à sua. Pensem em argumentos que podem ser levantados para contestar o raciocínio que vocês estão expondo e encontrem formas de rebatê-los com argumentos
consistentes.

A contra-argumentação é um dos recursos mais importantes nos gêneros que propõem a defesa de um ponto de vista.:
Definam sua estratégia: quais argumentos vocês vão guardar para um momento especial do debate? Quais argumentos vão antecipar e tentar desconstruir logo no início?


O debatedor pode consultar anotações durante o debate.: Registrem aquilo que lhes parecer mais relevante para a argumentação: dados de pesquisas, trechos de depoimentos, comentários de autoridades no assunto, exemplos etc. O registro deve ser realizado de forma a facilitar a consulta no momento do debate.




Nos debates, certas expressões contribuem para relacionar o argumento que você introduzirá e o que já foi dito, além de evidenciar
seu posicionamento.: Treinem o uso de termos como concordo, discordo ou expressões como concordo/discordo em parte, no meu ponto de vista etc.
Esquema. da teoria para... ...a prática:

Mediadores:

O mediador tem a função de iniciar o debate, cumprimentando o público e apresentando o tema e os convidados, e de encerrar o debate, com uma
síntese dos argumentos apresentados
e o agradecimento aos debatedores e ao público.: Pesquisem sobre o tema, elaborem uma breve introdução e já formulem perguntas que possam contribuir para o desenvolvimento do assunto.

O mediador é uma figura central no debate e deve estar preparado para conduzir a discussão.: Assegurem-se de que conhecem bem as regras do debate para que possam reorientar adequadamente a participação no caso de descumprimento.

Público:

O público deve participar dos debates
por meio de perguntas.: Preparem-se para o debate, pesquisando sobre o assunto e elaborando questões que obriguem os debatedores a se posicionar quanto a aspectos polêmicos.


Avaliadores
A função dos avaliadores é verificar se os objetivos foram cumpridos, isto é, se a argumentação teve boa qualidade
e se os debatedores se comportaram de maneira adequada.: Durante o debate, observem os movimentos de sustentação e refutação. Verifiquem os tipos de argumentos utilizados e sua força e notem se os debatedores usam recursos linguísticos para marcar seu ponto de vista, como os termos realmente, indiscutivelmente, infelizmente etc.
Tomem notas das observações para que tenham material no momento de fazer a avaliação.

Participando do debate regrado

Dica de professor

Se possível, ensaiem antes do debate para corrigir falhas, como voz muito baixa, ritmo acelerado, excesso de gírias etcétera Procurem utilizar linguagem monitorada.

  1. O mediador deve iniciar o debate cumprimentando o público, apresentando o tema e os participantes e fazendo a primeira pergunta.
  2. A partir daí, os grupos devem se revezar para discutir o tema, cada qual apresentando e defendendo seu ponto de vista, conforme as regras combinadas. Procurem empregar expressões como concordo totalmente, concordo parcialmente, discordo em parte, no meu ponto de vista etcétera, que explicitam a fórma como vocês dialogam com o ponto de vista do outro.
  3. Durante o debate, utilizem linguagem monitorada e cuidem para que a comunicação seja clara e adequada, sem gesticulação ou altura de voz que sugiram descontrole emocional ou desrespeito.
  4. É fundamental que os turnos conversacionais sejam respeitados para manter a discussão em bons termos. dêsse modo, o público conse­guirá acompanhar as linhas de raciocínio e ocorrerá o aprofundamento do assunto.
  1. Os mediadores podem aproveitar o comentário de um debatedor para fazer uma pergunta, apresentar questões que destaquem um aspecto novo, apontar contradições ou pedir esclarecimentos sobre uma informação que não ficou clara. Não devem, porém, estender-se ou tomar a palavra muitas vezes, porque o espaço de discussão é dos debatedores.
  2. Os representantes do público devem pronunciar-se nos momentos previamente definidos para apresentar suas perguntas aos debatedores. É permitido fazer breves considerações sobre os argumentos que estão sendo lançados antes de fazer as perguntas que os problematizem.
  3. Os mediadores devem interferir sempre que observarem algum tipo de desrespeito, inclusive por parte do público. Não são permitidas críticas pessoais, insinuações constrangedoras etcétera
  4. No final do tempo previsto, o mediador encerrará o debate fazendo uma síntese do que foi apresentado, reafirmando a importância do tema e agradecendo aos debatedores e ao público. Por isso, devem ficar bem atentos aos argumentos que mais contribuíram para a reflexão do público.

Dica de professor

Para construir a refutação, utilize palavras como porém, embora, contudo ou locuções como apesar de, no entanto etcétera Elas mostram que estão sendo apresentadas duas ideias opostas.

Veja os exemplos:

É verdade que existem pessoas mal-intencionadas em busca de informações pessoais dos internautas, contudo a maioria dos usuários não tem segundas intenções.

Apesar de ser comum expor imagens pessoais na internet, deve-se tomar cuidado para não se colocar em risco.

MOMENTO DE AVALIAR

Avaliando nosso debate regrado

Em um primeiro momento, os avaliadores se reunirão e, usando os critérios A a L do quadro reproduzido na página a seguir, vão chegar a uma conclusão sobre quem teve o melhor desempenho. Depois, apresentarão ao público essa conclusão, sustentando-a.

O público poderá apresentar argumentos para contestar o posicionamento ou contribuir com argumentos que reforcem a decisão. Todos devem chegar a um consenso, que será apresentado à turma.

Ilustração. à esquerda silhueta de uma pessoa em pé, apontando com um dos dedos diversos balões de fala. Cada um dos balões é preenchido por formatos diferentes em combinações de azul e verde.

A

O planejamento foi seguido e garantiu um debate bem organizado?

B

As falas não se sobrepuseram?

C

Todos os participantes mantiveram uma atitude respeitosa?

D

Todos os participantes mostraram controle emocional?

E

O debate concentrou-se no tema indicado?

F

Os argumentos usados foram consistentes e mostraram bom preparo dos debatedores?

G

O debate contribuiu para a ampliação do conhecimento sobre o assunto?

H

O mediador introduziu adequadamente o tema e os convidados e dirigiu o início da discussão?

I

O mediador encerrou adequadamente o debate, com a síntese dos argumentos e os agradecimentos?

J

A linguagem empregada pelos participantes estava adequada à situação de debate regrado?

K

O público apresentou boas perguntas, que contribuíram para ampliação ou aprofundamento do debate?

L

Os avaliadores sustentaram com eficiência sua decisão sobre o resultado do debate?


No final, os itens K e L devem ser avaliados por todos.

Revendo nosso debate regrado

Nesta atividade não haverá revisão, mas vocês devem prestar atenção ao que foi apontado pelos colegas e àquilo que vocês mesmos notaram, de modo a corrigir eventuais falhas nas próximas oportunidades de debate. Registre suas considerações no caderno e recorra a ele em momentos de preparação para debates.

Documentando nosso debate regrado

O professor escolherá, entre avaliadores e público, três duplas de ­estudantes que ficarão responsáveis por documentar o debate, usando as anotações produzidas durante a atividade. As sínteses, que ficarão expostas na sala de aula, devem informar:

  • o tema debatido;
  • os principais argumentos de cada lado;
  • a fórma de atuação dos mediadores;
  • o julgamento do público/avaliadores e a justificativa.

O texto deve ter título e, se possível, deve ser produzido em computador.

Fora da caixa

Nesta seção, você vai ampliar seu conhecimento sobre o universo digital, apresentando e acompanhando a apresentação de seminários. Cada seminário deverá durar entre 10 e 15 minutos.

Etapa 1 Preparando o seminário

  1. Organizem-se em grupos.
  2. Escolham um dos temas a seguir:
    • O que é inclusão digital? O Brasil tem sucesso na inclusão digital de seus cidadãos?
    • O que é desinformação e como impacta a sociedade?
    • Como trabalham as agências de checagem de informações e qual é sua importância?
    • O que é algoritmo? Como os algoritmos determinam o que o usuário acessa?
    • O acesso à tecnologia na escola beneficia ou prejudica o aprendizado dos estudantes?
    • O que é o vício em celular e quais são suas consequências?
    • Quais são os benefícios e os prejuízos de estar fóra das redes sociais?
  3. Selecionem material de pesquisa: entrevistas, podcasts, reportagens, artigos de divulgação científica etcétera
    • Usem apenas fontes confiáveis.
    • Leiam o material, grifem as principais informações e anotem sínteses, conclusões e dúvidas nas margens do texto.
    • Lembrem-se de se valer dos procedimentos de pesquisa que vêm estudando: comparar várias fontes, descartar informações que não possam ser checadas, diferenciar fato e opinião etcétera
  4. Organizem a apresentação, estruturando-a em partes:
    • introdução: apresentação do tema;
    • desenvolvimento: apresentação das informações, organizadas em blocos;
    • fechamento: conclusão e abertura para perguntas do público.
Fotomontagem. Quatro jovens realizando atividades diferentes. À esquerda, jovem de cabelo tingido de loiro, de óculos, olhando o celular. À frente, um caderno e um porta-lápis sobre a mesa. Em seguida, jovem de cabelo preso em um rabo de cavalo. Está com a mochila nas costas e segura um jornal. À frente dela, livros empilhados sobre a mesa. Ao lado dela, uma jovem indígena, de cabelo longo. Está escrevendo em um caderno. À frente dela, um porta-lápis. Por fim, a direita, jovem de cabelo longo e castanho com partes loiras. Está usando um notebook com fones de ouvido.
  1. Preparem um suporte visual para a apresentação – slides ou cartazes. A função deles é ajudar o público a acompanhar o raciocínio.
    • Incluam informações sucintas, preferencialmente em fórma de itens ou esquemas (como o apresentado na página 228).
    • Sempre que for pertinente, incluam recursos visuais – fotografias, mapas, gráficos etcétera – que ajudem o público a compreender melhor a apresentação.
    • No último slide ou cartaz, coloquem as referências bibliográficas: listem todos os materiais consultados durante a pesquisa.

Dica de professor

Não escrevam textos longos nos slides ou cartazes. Além de dificultar a leitura, porque a letra fica reduzida, eles competem com a fala. O espectador fica em dúvida se deve prestar atenção ao que diz o apresentador ou ler o texto.

  1. Ensaiem a apresentação, controlando o tempo.
    • Cuidem da altura da voz, da articulação das palavras e do ­ritmo da fala e treinem a gesticulação para que seja expressiva.
    • Estejam atentos para identificar e evitar alguns comportamentos, como a repetição da palavra tipo, por exemplo, ou um determinado gesto, como coçar a cabeça.
    • Empreguem linguagem monitorada.

Etapa 2 Apresentando o seminário

  1. Realizem a apresentação conforme o planejamento.
  2. Durante o seminário, mantenham-se atentos às expressões faciais do público para verificar se é preciso explicar melhor determinadas ideias.
  3. Não demonstrem, com suas expressões faciais, a avaliação que estão fazendo do próprio grupo ou de si mesmos. Mantenham-se tranquilos.
  4. Intervenham na fala, delicadamente, se for preciso corrigir uma informação apresentada por um colega.

Etapa 3 Avaliando a apresentação

Ao final de cada apresentação, o público vai avaliar os trabalhos. Sigam o roteiro, respondendo “sim” ou “não” às perguntas listadas a seguir.

  • O grupo apresentou o tema que lhe cabe?
  • As informações foram explicadas com clareza?
  • Os slides ou cartazes continham quantidade de texto adequada e garantiram boa legibilidade?
  • Os recursos não verbais auxiliaram na compreensão do tema?
  • A linguagem utilizada estava adequada à situação de apre­sentação formal?
  • O tom de voz, o ritmo da fala, a gestualidade e as expressões faciais dos apresentadores permitiram ao público compreender bem a apresentação?
  • A apresentação despertou interesse do público?

Glossário

Etimologia
: estudo da origem e da evolução das palavras.
Voltar para o texto
Vieses
: desvios.
Voltar para o texto
In situ, ex situ
: A expressão latina in sítu refere-se à preservação do animal em seu lugar de origem; équis sítu, à conservação dele após deslocamento.
Voltar para o texto
Felinus leonis
: Por não conhecer o nome científico da espécie, o interlocutor arrisca um nome que não existe. O nome científico do leão é Pantéra léo.
Voltar para o texto
Mártir
: aquele que se sacrificou, ou foi morto, em nome de um ideal.
Voltar para o texto
Exótica
: que se encontra fóra da área de distribuição natural.
Voltar para o texto
Repatriados
: que retornaram ao local de origem.
Voltar para o texto
Minimalizar
: O interlocutor deve ter se enganado. Provavelmente, pretendia dizer minimizar, com o sentido de “diminuir de importância”, “desvalorizar”.
Voltar para o texto
Senciente
: que tem a capacidade de ter percepções conscientes do que lhe acontece.
Voltar para o texto
Caninus lupus familiares
: O interlocutor deve ter se enganado. O nome científico do cachorro é Canis lupus familiares.
Voltar para o texto
Livre arbítrio
: capacidade e poder de decidir livremente.
Voltar para o texto
Em prol
: em favor; em benefício.
Voltar para o texto
: expressão do latim que significa “no local”.
Voltar para o texto
Mercantilização
: comercialização.
Voltar para o texto
Mascotização
: transformação de animais em mascotes (bichos de estimação).
Voltar para o texto
Cetáceos
: mamíferos aquáticos como baleias, golfinhos e botos.
Voltar para o texto
Erradicá-lo
: eliminá-lo.
Voltar para o texto
Toxinas
: substâncias de origem biológica que provocam danos à saúde. 
Voltar para o texto
Resiliência
: capacidade de se adaptar às mudanças.
Voltar para o texto