Capítulo 4 – História de vida

Você deve ter observado, ao longo desta coleção, que nos boxes De quem é o texto? são oferecidas algumas informações sobre a história de vida dos produtores dos textos apresentados para leitura. Essas informações são típicas do gênero textual biografia, que você estudará neste capítulo.

Leitura 1 BIOGRAFIA

Leia, a seguir, parte da biografia de chárles monrôe chuz (1922-2000), o criador dos perso­nagens Tchárli Bráun e snúpi, ­entre outros. O trecho selecionado refere-se à adolescência do artista, cujo apelido era ínpárqui.

  1. Você costuma ler as tirinhas de pínãts (conhecido no ­Brasil como Minduim) e seus amigos? Algo chama a sua atenção nessas ­historinhas?
  2. O texto que você vai ler traz detalhes da vida pessoal de uma personalidade. Você tem curiosidade por dados desse tipo? Que tipo de publicação lê para conhecê-los?
  3. O que espera encontrar em um texto que diz ­respeito à adoles­cência de alguém?
Fotografia. Charles M. Schulz. Homem de aproximadamente 50 anos, cabelo curto e grisalho. Usa óculos e armação escura. Está com o corpo inclinado para frente, com os braços ao redor de bonecos do desenho Charlie Brown.
Xárlis Em Xúls com seus personagens em foto de 1962.

Seu pai notou que ínpárqui “nunca parecia se dar bem com garotas”, e se perguntou se “talvez seu tamanho fosse a razão”.

O tamanho era, de fato, um obstáculo. Em sua décima série, algum idiota de sua classe lhe deu o apelido de “o baixinho da Centralglossário ”.

Tirinha. Snoopy, cachorrinho branco de cabeça comprida e orelhas pretas. Woodstock, pássaro amarelo com contorno preto. Quadrinho 1: Snoopy e Woodstock estão sentados na grama. Woodstock diz traços. Snoopy então responde: SIM. SEI QUE VOCÊ NÃO GOSTA DE SER CHAMADO DE 'BAIXINHO'. Quadrinho 2: Com os braços abertos Snoopy continua: E NUNCA CHAMEI VOCÊ DE 'BAIXINHO'. CHAMEI? NÃO, NÃO CHAMEI... Quadrinho 3: Olhando para Woodstock Snoopy fala: MAS É CLARO QUE VOCÊ NÃO PRECISA SE ABAIXAR QUANDO A ATRAVESSA UMA PORTA, NÃO É? Quadrinho 4: Woodsctock dá um chute na bunda de Snoopy e faz TUM!.

chuls, tcharles em.pínãts. 1995. uma tirinha.

Respostas e comentários

1 a 3. Resposta pessoal. O objetivo dessas questões é contextualizar a leitura; por isso, não é preciso discuti-las. Peça aos estudantes que as leiam e pensem nas respostas.

CAPÍTULO 4

Leia sobre o percurso de aprendizagem proposto para este capítulo na parte específica deste ême pê.

Leitura 1

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 6, 7, 8 e 9.

cê e éle : 1, 2, 3, 4 e 5.

cê e éle pê : 1, 2, 3, 5, 6 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê um cinco, ê éfe seis nove éle pê quatro quatro, ê éfe seis nove éle pê quatro cinco, ê éfe seis nove éle pê quatro nove, ê éfe oito nove éle pê zero cinco, ê éfe oito nove éle pê três dois e ê éfe oito nove éle pê três três.

Orientações didáticas

Sugerimos uma primeira leitura silenciosa para que os estudantes tenham tempo de refletir sobre as relações entre o texto do ­biógrafo e as tirinhas de autoria do biografado. Na sequência, oriente-os a responder às questões.

Na seção E se a gentereticências ­debatesse essa experiência?, a turma será convidada a refletir sobre as questões da adolescência levantadas no texto.

Com as garotas, a timidez era o problema. Suas colegas de sala o ­julgavam marcado por uma extrema reservaglossário . As palavras empregadas pelas ­meninas que o conheciam na Central – “decorosoglossário e reservado”, “acanhado”, “­naturalmente tímido”, um “crânio” – descrevem um menino que “não era de muita diversão”. Uma garota popular da classe dele descreveu ínpárqui como “um garotinho sem personalidade”, acrescentando: “Gostávamos dele, mas ele não tinha muito a oferecer”.

Ele “não era infrequenteglossário no fato de que nunca convidava ninguém para sair”, disse uma colega de classe. “Havia alguns que saíam em casais, mas muita gente não saía.” O que era incomum era a inabilidade dele em iniciar uma conversa com soltura e desinibição. Até mesmo mandar um “olá” nos corredores era uma agonia. “Ele simplesmente não conseguia se colocar em evidênciaglossário ”, disse a colega de classe patríchia uisóqui. “Simplesmente não era da natureza dele se enfiar num grupo qualquer e dizer: ‘Oi, sou Chárli’. Isso não era ele de jeito nenhum.”

Tirinha. Peanuts. Charlie Brown e Linus conversando. Charlie é careca e tem a cabeça redonda, olhos pequenos e a boca é um traço. Tem orelhas pequenas. Usa uma camiseta amarela com uma linha em zigue e zague preta. Linus tem pouco cabelo. É liso e penteado para trás. Tem olhos pequenos e veste uma camiseta vermelha com traços horizontais. Quadrinho 1: Os dois estão sentados em um banco. Seguram sacos com lanche dentro. Charlie Brown diz: NÃO CONSIGO CONVERSAS COM AQUELA GAROTINHA RUIVA PORQUE ELA É ALGO E EU NÃO NADA. Quadrinho 2: Linus está mastigando e Charlie continua falando: SE EU FOSSE ALGO ELA NÃO FOSSE NADA, EU PODERIA CONVERSAR COM ELA, OU SE ELA FOSSE ALGO E EU FOSSE ALGO, DAÍ EU PODERIA CONVERSAR COM ELA... Quadrinho 3: Aflito com os braços abertos Charlie continua: OU SE ELA NÃO FOSSE NADA E EU NÃO FOSSE NADA, DAÍ EU TAMBÉM PODERIA CONVERSAR COM ELA... MAS ELA É ALGO E EU NÃO SOU NADA, ASSIM, NÃO CONSIGO CONVERSAR COM ELA. Linus continua mastigando o lanche. Quadrinho 4: Linus olha para o amigo e diz: PAR AUM NADA, CHARLIE BROWN, VOCÊ É ALGOO IMPRESSIONANTE!

chuls, tcharles em.pínãts. 1968. uma tirinha.

Quanto mais bonita a garota, mais petrificadoglossário ele ficava. Numa visita à família suânsãn em Wisconsinglossário , quando ele tinha 17 anos, passou uma boa parte do tempo em pé na janela da casa de seus primos para observar uma linda loira passando pelos lilasesglossário que se enfileiravam pela calçada. djêine guilbértson era uma amiga de dóróti, prima de ínpárqui, e ele quis muito conhecê-la, mas permaneceu paralisado. “Ele nunca saiu de verdade com ela”, disse lorêine, prima dele. “Ele ficava parado na janela e a observava passar pela St. Croixglossário . Ele dizia: ‘Ah, eu queria conhecê-la’. Bem discretamente para que ninguém mais escutasse isso.”

De certo modo, ele estava satisfeito em não ser visto, pois tinha uma ­convicçãoglossário quase mágica de que mais cedo ou mais tarde ele seria descoberto. A questão era: por quem? Quem apareceria e veria que ele tinha, como mais tarde Tchárli Bráun diria sobre si mesmo, “uma personalidade que provavelmente inspirará uma sinfonia heroica”?

O desaparecimento estudado é uma técnica poderosa de garantir presença, especialmente para um garoto que se acha feio. Ele era categoricamente crítico de sua aparência, especialmente de seu nariz, que ele considerava grande – embora, na realidade, fosse normal em tamanho e formato, descendo em linha reta até a extremidade, parecida com um botão arredondado. Por tudo isso, ele se comparava com um desfavor aguçado a outros garotos de sua vizinhança:

Eu tinha alguns amigos que eram fisicamente atraentes e sempre me sentia em desvantagem por isso, e sentia que ninguém jamais gostaria de alguém que se parecesse comigo”. Um de seus momentos favoritos do cinema era o famoso clímax da história do amor cego de Tcháplin, Luzes da Cidade, quando a jovem florista recobra sua visão e pela primeira vez vê seu herói como ele realmente é – e ainda assim, através do turbilhão de suas emoções, ainda ama o Vagabundoglossário . Para ínpárqui, essa cena manteria sua pungênciaglossário por toda a vida dele.

Tirinha. Peanuts. Charlie Brown e Linus conversando sentados em um banco. Quadrinho 1: Charlie diz: LINUS, ME FAÇA UM FAVOR... QUE QUE VOCÊ ASTUTAMENTE COMECE UMA CONVERSA COM AQUELA GAROTINHA RUIVA... Quadrinho 2: Eles estão levantados, Linus andando na frente. Charlie continua: SEM SABER O QUE VOCÊ ESTÁ TRAMANDO, DESCUBRA SE ELA JÁ REPAROU EM MIM OU O QUE ELA PENSA DE MIM... MAS LEMBRE-SE... SEJA ASTUTO... MUITO ASTUTO... Quadrinho 3:  Linus vira-se para trás e diz: FIZ ISSO, CHARLIE BROWN... FUI LÁ E DISSE A ELA TUDO SOBRE COMO VOCÊ ESTÁ LOUCAMENTE APAIXONADO POR ELA E... Quadrinho 4: Charlie sai correndo gritando: 'AAUGH!!'

chuls, tcharles em.pínãts. 1963. uma tirinha.

Ele ficava de olho numa bela garota que via de manhã no bonde da linha sélbi lêiqui que tomava para a escola: uma moreninha magrela com olhos castanho-escuros grandes e afetuosos. “Ele sabia o nome dela e queria saber mais sobre ela”, um amigo do time de golfe recordou, “mas ele não tinha coragem para isso”. Ele manteve laila – ­pronunciado Laila biscófi sob vigilância por dois anos, nunca reunindo a ­coragem para falar com ela. 35 anos depois, já um cinquentão, quando ele poderia ter se apresentado, chuls pediu a seu antigo colega de time, , que a procurasse durante uma visita às Twin Citiesglossário  e fizesse um par de perguntas: ela se lembrava dele do bonde? Ela tinha visto ele?

maiquélis deivid. chúz ênd pínâtis: a biografia do criador do snúpi. Tradução Denis de brôn Mattar e José Julio do Espírito Santo. São Paulo: Seoman, 2015. página cento e quinze a cento e dezessete.

De quem é o texto?

Fotografia. David Michaelis, homem branco e sorridente. Usa óculos de armação avermelhada e redonda. Está de boné.
Foto de 2009.

deivid maiquélis (1957-) é um biógrafo de destaque nos Estados Unidos da América. Ficou conhecido por sua biografia sobre o pintor êne sí uáifi, que viveu no início do século vinte.

DESVENDANDO O TEXTO

  1. O trecho destaca a adolescência de chuls .
    1. Quais características físicas são citadas?
    2. Que opinião ele tinha de sua aparência? Por quê?
    3. Qual característica psicológica ganha destaque no trecho?
    4. Como essa característica psicológica e as físicas influenciaram a adolescência do biografado?
  2. Segundo a biografia, chuls esqueceu as dificuldades da adoles­cência quando se tornou adulto? Comprove sua resposta com um fato.
  3. O que significa ser “uma personalidade que provavelmente inspirará uma sinfonia heroica”? O que isso revela sobre as expectativas do jovem chuls ?
Respostas e comentários

1a. A pequena estatura de chuls e o nariz que descia reto até a ponta arredondada.

1b. Ele se achava feio, principalmente por causa do nariz, que considerava grande.

1c. A timidez de chuls .

1d. Por ser pequeno, tímido e se achar feio, chuls tinha dificuldade para se relacionar com outros adolescentes, principalmente as meninas, e não era visto como alguém interessante.

2. Não. Já adulto, o ilustrador pediu a um amigo que procurasse pela menina por quem era apaixonado para saber se, 35 anos antes, ela havia se dado conta de que ele a paquerava no bonde. Além disso, o texto menciona uma cena de filme que mostrava o amor de uma moça por um homem que não representava a beleza ideal, a qual permanecia emocionando chuls .

3. Significa ser considerado alguém incrível, muito especial, o que revela que chuls esperava deixar de ser invisível, como pensava ser na adolescência, e tornar-se um grande sucesso.

  1. Além de caracterizar chuls , a biografia descreve aqueles que ­convivem com ele.
    1. Releia: “O tamanho era, de fato, um obstáculo. Em sua décima série, algum idiota de sua classe lhe deu o apelido de ‘o baixinho da Central’”. A identificação de quem o apelidou é objetiva ou subjetiva? Justifique.
    2. Entre os depoimentos está o de uma garota popular, expressão muito comum na cultura adolescente estadunidense. O que significa ser uma garota popular? Por que a fala de alguém com esse perfil é interessante nesse ponto da biografia?
  2. O texto apresenta muitos depoimentos.
    1. Que sinais de pontuação os separam?
    2. Quais pessoas produzem esses depoimentos? Qual é a função deles?
    3. A fala “Ele não era infrequente no fato de que nunca convidava ninguém para sair” apresenta uma formulação pouco clara no ­português brasileiro. Reescreva-a de modo a obter clareza, ­mantendo o sentido pretendido.
    4. O termo infrequente é formado pelo acréscimo de um prefixo ao radical. Quais outras palavras do quarto parágrafo contêm ­prefixos com o mesmo valor? Qual é esse valor?

Lembra?

O radical é a parte da palavra que concentra seu sentido básico. O prefixo é um morfema colocado antes do radical e que modifica seu sentido.

COMO FUNCIONA UMA BIOGRAFIA?

Para completar a análise do texto e refletir sobre as características da biografia, responda às questões.

  1. Considerando o conteúdo do texto e o modo de apresentá-lo, você diria que ele se parece mais com um artigo de opinião, um romance ou um verbete de enciclopédia? Por quê?
  2. O biógrafo deivid maiquélis optou por incluir tirinhas do próprio chuls no texto.
    1. Quais são os temas das tirinhas?
    2. O que o biógrafo procurou mostrar aos leitores com elas?
  3. Em sua opinião, por que a história de vida de chuls foi biografada? Quais leitores podem se interessar por essa biografia?
  4. Em sua opinião, quais motivos podem levar um escritor de ­biografia a escolher o biografado?

Fala aí!

Por que as biografias chamam a atenção dos leitores? Você já leu alguma biografia? Como foi essa escolha?

5. Leia um parágrafo transcrito de uma resenha sobre a biografia escrita por deivid maiquélis .

Acredito que a análise do autor acerca de cada personagem foi um dos melhores pontos da obra, pois é possível perceber que o desenho, apesar de gracioso e cômico, tem uma enorme carga de melancolia embutida em expressões e diálogos, e tal aspecto ­pessimista, e até bastante depressivo, ilustra fatores que podem ser

Respostas e comentários

4a. É subjetiva, já que a expressão algum idiota de sua classe indica um ponto de vista pessoal sobre o fato.

4b. A expressão garota popular é usada para indicar as meninas que se destacam no grupo, geralmente por sua beleza e liderança. O fato de considerar chuls “um garotinho sem personalidade”, que “não tinha muito a oferecer”, reforça a informação de que ele estava excluído, sozinho.

5a. As aspas.

5b. O pai de chuls , as meninas com quem ele estudou, sua prima lorêine, o personagem Tchárli Bráun, o próprio chuls e (um antigo colega do time de golfe). Os depoimentos revelam a impressão que chuls produzia quando adolescente e suas dificuldades de relacionamento e ajudam a tornar mais real aquilo que o biógrafo quer expor.

5c. Sugestão: Ele não era exceção por nunca convidar ninguém para sair.

5d. Incomum, inabilidade, desinibição. Valor de negação.

1, 3 e Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

2a. Na primeira tira, um personagem é ridicularizado por ser baixinho; nas demais, um personagem tem dificuldade em se aproximar da menina de quem gosta por se considerar desinteressante.

2b. O biógrafo mostrou que parte dos temas de chuls estava ligada à própria experiência de vida do artista.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que o escritor de uma biografia é alguém que tem interesse pela vida do biografado, mas há, também, pessoas que são contratadas para pesquisar e escrever sobre a vida de alguém.

Orientações didáticas

Desvendando o texto – Questão 5c – Esta atividade tem como foco a coerência, pois a formulação só será válida se os estudantes compreenderem o contexto dado pela continuação do parágrafo. Ajude-os a interpretar a fala.

Como funciona uma biografia? – Questão 1 – Espera-se que os estudantes mencionem o romance, já que o autor parece contar uma história, costurando relatos. chuls e as pessoas que conviveram com ele parecem personagens. Não há defesa explícita de um ponto de vista com argumentos, como nos artigos de opinião, nem a apresentação objetiva e distanciada de informações sobre um assunto, como nos verbetes de enciclopédia.

Questão 3 – Espera-se que os estudantes possam observar que, mesmo chuls tendo problemas em sua adolescência, conseguiu superá-los e tornar-se um escritor de grande prestígio, inclusive até usando essas questões para delinear as características de seus personagens e os enredos de algumas de suas histórias. Nessa etapa da vida, muitos estudantes passam por situações parecidas, e é de extrema importância que possam ter acesso a histórias que contribuam para seus processos de superação. Além disso, outros leitores que poderiam se interessar por essa biografia são os fãs de chuls ou de seus personagens.

Fala aí! – Espera-se que os estudantes possam perceber que os textos biográficos provocam curiosidade nos leitores, principalmente quando trazem fatos da vida de uma pessoa pública ou de grande importância por algo que realizou/conquistou. Retome a questão 2 da página 119 e pergunte aos estudantes se eles buscam informações sobre a vida pessoal de alguém em outras publicações. É possível que mencionem artigos de revistas, autopublicações em blogs e redes sociais, entrevistas etcétera

compreendidos ao sabermos sobre a vida de seu criador. Depois de tudo o que viu e viveu, é possível enxergarmos que chuls era um homem complexo, com feridas profundas o bastante para não serem totalmente apagadas e nem omitidas de suas criações.

PENIDO, Flavia. chuls e pínãts deivid maiquélis . Livros e chocolates. [sem local], 23 janeiro 2016. Disponível em: https://oeds.link/58mrOl. Acesso em: 24 março 2022.

  1. O trecho da biografia confirma essa observação do resenhista? Justifique sua resposta.
  2. A resenha é um dos gêneros ­textuais que contribuem para criar o desejo de conhecer uma obra. O que você achou dessa resenha? Com base nesse trecho, você teria ­vontade de ler a biografia? Por quê?
Ilustração. Homem sentado em uma poltrona com um livro nas mãos. Ao redor dele imagens de folhas, cartas, pessoas falando e fotografias.

Desafio da linguagem

Nas atividades anteriores, você refletiu sobre o que o biógrafo deivid maiquélis contou a respeito de chuls e sobre a fórma como o fez. Agora, vai escrever um parágrafo de análise crítica do texto, relacionando algumas das informações. Siga o roteiro.

  • Identifique o texto que será analisado.
  • Mencione o traço de personalidade de chuls abordado no texto e a consequência disso na adolescência do biografado.
  • Explique como o uso de depoimentos para a caracterização do entrevistado contribui para a exposição desse traço. Para isso, use orações como “Para comprovar isso” ou outra fórmula com sentido equivalente.
  • Explique como as tirinhas de chuls incluídas na biografia cumprem função semelhante à dos depoimentos. Introduza a explicação ­empregando algum conector (palavra, expressão etcétera) que evidencie que a informação nova está sendo comparada com a anterior.

É lógico!

Para resolver um problema – escrever um parágrafo de análise do texto –, você vai cumprir etapas. Elas decompõem o problema maior para que você possa resolvê-lo com mais facilidade.

Da observação para a teoria

O gênero textual biografia caracteriza-se por apresentar a história de vida de uma pessoa, geralmente uma figura pública: um artista, um líder político, um cientista, um esportista etcétera São relatados os principais fatos da vida do biografado, os motivos que o tornaram conhecido, as dificuldades que enfrentou e, muitas vezes, dados bastante particulares, que são desconhecidos do público. Os fatos são, geralmente, apresentados em ordem cronológica. Uma biografia pode ser escrita por um biógrafo ou pelo próprio biografado. Neste último caso, trata-se de uma autobiografia.

Respostas e comentários

5a. Sim. O trecho evidencia que a adolescência de chuls foi marcada pela dificuldade em estabelecer relacionamentos, o que marcou tanto suas experiências como adulto, como mostra o pedido que fez ao amigo em relação à jovem que via no bonde, quanto suas agá quês.

5b. Resposta pessoal. Estimule os estudantes a sustentar sua opinião e a diferenciar o desejo de leitura criado pela resenha e pela própria obra.

Orientações didáticas

Desafio da linguagem – Sugestão: A obra chuls e pínãts: a biografia do criador de snúpi foi escrita por . Na parte em que expõe a adolescência do quadrinista, o biógrafo destaca a timidez, que criava dificuldade em seus relacionamentos sociais. Para comprovar isso, micaélis se vale de depoimentos de parentes e antigos colegas, que expõem a pouca visibilidade de chuls e relatam situações em que ele não conseguiu expressar seus sentimentos. Com o mesmo objetivo, o biógrafo inclui na obra tirinhas do autor em que as situações vividas pelos personagens espelham igual dificuldade nas relações, mostrando a importância desse tema na vida do artista.

Sugerimos que esta atividade seja realizada após a correção das demais para que os estudantes tenham domínio do conteúdo a ser exposto, o que lhes permitirá dedicar-se à busca da melhor fórma de expressão.

Para a correção, os estudantes podem formar trios e avaliar as produções considerando: 1) o cumprimento das etapas indicadas no roteiro; 2) a coerência do conector empregado para introduzir a última parte do parágrafo; 3) a clareza da exposição; 4) a capacidade de ser conciso; 5) a adequação da linguagem à situação de comunicação (texto analítico, com circulação na escola, e, portanto, formal).

E se a gentereticências

reticências debatesse essa experiência?

Releia alguns trechos da biografia de chuls :

um“Em sua décima série, algum idiota de sua classe lhe deu o apelido de ‘o baixinho da Central’.”

dois“Suas colegas de sala o julgavam marcado por uma extrema reserva. As palavras empregadas pelas meninas que o conheciam na Central – ‘decoroso e reservado’, ‘acanhado’, ‘naturalmente tímido’, um ‘crânio’ – descrevem um menino que ‘não era de muita diversão’. Uma garota popular da classe dele descreveu ínpárqui como ‘um garotinho sem personalidade’, acrescentando: ‘Gostávamos dele, mas ele não tinha muito a oferecer’.”

Fotografia. Boletim escolar. Pedaço de papel amarelado e retangular. No topo as informações: HIGH SCHOOL MONTHLY REPORT. Semester Ending June 1940. Name: Schulz, Charles. Abaixo as notas em cada disciplina, variando entre A e B. No fim do boletim a assinatura do responsável.
Reprodução do boletim de Charles chuls, 1940.

As biografias acabam por também documentar o contexto em que uma pessoa viveu. A biografia de chuls , por exemplo, mostra as relações entre os adolescentes estadunidenses no final dos anos 1930.

Em grupos, discutam as experiências vividas pelo cartunista quando adolescente. As perguntas a seguir devem nortear o debate. Lembrem-se de:

  • ouvir as ideias dos colegas e apresentar seus argumentos.
  • formular perguntas para esclarecer dúvidas e organizar ideias.
  • observar a expressão facial e as entonações dos colegas a fim de ver como contribuem para reforçar as ideias apresentadas por eles.
  1. O que os trechos destacados da biografia nos revelam sobre a escola que chuls frequentava? Ao ler a biografia, vocês perceberam que o texto se referia a um contexto escolar tão antigo?
  2. Qual é a relação desses trechos com o que sabemos das escolas para adolescentes nos Estados Unidos (High School), que, muitas vezes, conhecemos por meio de filmes e séries? Quais produções artísticas embasam suas considerações?
  3. Estereótipo é uma imagem preconcebida e generalizada sobre alguém ou algo. Quais estereótipos vocês observam no texto? Por que é prejudicial categorizar as pessoas?
  4. chuls tinha problemas para se relacionar com outros adolescentes. Você acha que a culpa era dele? Por quê?
  5. Logo vocês serão estudantes do Ensino Médio, que corresponde a High School. Na opinião de vocês, as relações no Ensino Médio brasileiro são semelhantes às mostradas nas produções ­estadunidenses?
  6. Vocês estão particularmente preocupados com as relações que ­estabelecerão no Ensino Médio?
Cartaz de filme. À frente Moça ruiva de camiseta e calça jeans. Atrás dela três moças usando variações de rosa. Duas são loiras e uma é morena. Na parte superior o título: LINDSAY LOHAN E TINA FEY. MENINAS MALVADAS.
Reprodução do cartaz do filme Meninas malvadas, que destacou as relações entre estudantes em uma High School.
Respostas e comentários

1 a 6. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

E se a gentereticências debatesse essa experiência?

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3 e 4.

cê e éle pê : 1, 3, 5, 6 e 7.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê um um, ê éfe seis nove éle pê um três, ê éfe seis nove éle pê um quatro, ê éfe seis nove éle pê um cinco, ê éfe seis nove éle pê um nove e ê éfe oito nove éle pê um dois.

Orientações didáticas

Aproveitamos a leitura da biografia de chuls , na seção Leitura 1, para promover uma reflexão sobre aspectos ligados à saúde mental. Os adolescentes são convidados a refletir sobre as experiências do cartunista e a relacioná-las com informações atuais acerca dos contextos escolares estadunidense e brasileiro. Vão, ainda, considerar as suas expectativas em relação ao Ensino Médio.

Antecipe o tempo que os grupos terão para o debate e avise que será chamado um relator de cada grupo para apresentar parte das informações discutidas.

Após o debate, use as questões como mote para iniciar blocos de discussões. Chame um estudante para resumir o que seu grupo discutiu sobre aquele item e convide os demais integrantes para complementar ou corrigir informações. Em seguida, veja se os demais grupos querem contribuir, sem redundâncias, para a discussão do tópico.

Questão 1 – Espera-se que os estudantes observem que as relações exemplificam situações de bullying, dado que chuls se sentia intimidado pelo tratamento que recebia. Provavelmente, os estudantes mencionarão que o contexto descrito não destoa do atual. Retome a informação de que chuls viveu entre 1922 e 2000 e que essa biografia foi publicada em 2007.

Questão 2 – Provavelmente, os estudantes indicarão que certas figuras, como a “garota popular”, e o bullying são frequentemente representados em filmes e séries. É provável que citem séries como Eu nuncareticências, de 2020 (14 anos); glí, de 2009 (13 anos); rái iscúl miuzical, de 2006 (livre); Meninas malvadas, de 2003 (12 anos); ou clássicos como Curtindo a vida adoidado, de 1986 (livre).

Questão 3 – Espera-se que os estudantes reconheçam as figuras do sujeito tímido isolado, do que sofre por não se adequar a padrões de beleza e da “garota popular”. Além disso, o biógrafo repetiu o estereótipo da High School como ambiente confortável apenas para alguns tipos de estudantes.

Questão 4 – Discuta com os estudantes a questão do bullying. Deixe-os apresentar suas opiniões e ajude-os, com perguntas, a notar que, de um lado, a personalidade de chuls dificultava sua integração, já que ele não tinha iniciativa para se aproximar dos colegas. De outro lado, a provável reprovação de sua timidez reforçava o isolamento. O grupo poderia tê-lo ajudado a se integrar e a mostrar sua faceta artística, que o tornaria alguém interessante.

Continua

Leitura 2 BIOGRAFIA

Agora, na Leitura 2, leia o primeiro capítulo da biografia de um ­artista brasileiro muito famoso, que ficou conhecido como Grande Otelo (1915-1993). Observe diferenças e semelhanças em relação à biografia de chárles monrôe chuz, que você estudou na Leitura 1.

Uberabinha

Para se ter uma ideia de quanto Grande Otelo trabalhava na segunda metade da década de 1950, basta que se diga que, em 1957, foram lançados seis filmes com a sua participação: Metido a bacana; Brasiliana; Baronesa ­transviadaglossário ; Rio, Zona Norte; De pernas pro ar; e Com jeito, vai. E não era somente cinema: no dia 6 de agosto daquele ano, o produtor e diretor Carlos Machado promoveu na elegante boate Night and Day, no Centro do Rio, a estreia de Mister , um espetáculo que focalizava a vida e a obra de Ary Barroso, que tinha Grande Otelo entre os seus protagonistas.

Com a casa lotada de cariocas e de turistas vindos de todas as regiões brasileiras e de outros países, ele dividia com Elisete Cardoso, a estrela do show, a interpretação de “Boneca de picheglossário ”, um dos grandes êxitos da carreira de Ary. Grande Otelo e Elisete interpretavam essa canção havia vários anos, desde o tempo em que a grande cantora, ainda desconhecida do grande público, recebia a ajuda do amigo. Ele conseguia apresentações em clubes, circos, onde, enfim, houvesse um dinheirinho para socorrê-la naquela fase de tanta dificuldade financeira, para cantarem em dupla “Boneca de piche”.

Certa noite, o público percebeu que alguma coisa incomodava Grande Otelo. Desaparecera o brilho do seu rosto e a alegria de sempre. Ao cantar os versos “Boneca de piche / Da cor de azevicheglossário ”, calou a boca, começou a vomitar em pleno palco e correu para os bastidores. Um médico que assistia ao show levantou-se assustado e correu para o camarim. Depois de aplicar uma injeção de coraminaglossário , ensopou um algodão com amôniaglossário e levou-o ao nariz do paciente, que protestava com veemênciaglossário . Poucos minutos depois, com o brilho do rosto de volta, o artista manifestou a intenção de continuar o trabalho.

– Vou voltar para o palco.

– Não faça isso. Vamos saber o que você tem – advertiu o médico.

Otelo não levou a discussão adiante. Esperou apenas que Elisete Cardoso encerrasse a interpretação de “No rancho fundo” para voltar ao palco e dar continuidade ao número exatamente na parte interrompida.

“Boneca de piche

Da cor do azevichereticências

Elisete sorriu feliz e não escondeu a emoção, enquanto o público aplaudia cada verso do delicioso samba de Ary Barroso.

Terminado o show, o médico voltou ao camarim e os dois saíram pela noite carioca. Divertiram-se muito lembrando de casos que ambos viveram ou testemunharam na primeira infância em São Pedro de

Capa de livro. Ocupando toda a capa fotografia de um rapaz negro, de cabelo curto, sorridente. Usa bigode fino. Está apontando para cima, na direção do título: GRANDE OTELO uma biografia.
Reprodução de capa do livro Grande Otelo: uma biografia, de Sérgio Cabral. São Paulo: Editora 34, 2007.
Respostas e comentários

Leitura 2

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 6 e 7.

cê e éle : 1, 2, 3, 4 e 5.

cê e éle pê : 2, 3, 5, 6, 7, 8 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê quatro quatro, ê éfe seis nove éle pê quatro nove e ê éfe oito nove éle pê três três.

Orientações didáticas

Peça aos estudantes que façam uma leitura silenciosa do texto e o dividam em partes, conforme o tipo de informação que expõem. Eles devem atribuir títulos que identifiquem a ideia central de cada parte. Em seguida, forme duplas para que conversem sobre suas respostas. Não é preciso corrigir a atividade; a troca de informações é suficiente para que os estudantes chequem a validade de sua leitura e a coerência de sua segmentação e para que conheçam outras estratégias de abordagem do texto.

Observe se os estudantes comentam o caso de chuls fazendo generalizações pertinentes, ou se apontam para casos particulares e próximos, ação que deve ser coibida imediatamente, mas levada para discussão com os demais professores e a coordenação.

Questão 5 – Os estudantes devem justificar seu ponto de vista apresentando exemplos. Ajude-os a distinguir fato e opinião de fake news (desinformação). É provável que o tema da violência nas escolas estadunidenses apareça nessa resposta, bem como os dados sobre as ações antibullying no Brasil. É importante, nesta discussão, que sejam consideradas as características específicas da escola em que vocês estão e das relações sociais que se travam nela.

Questão 6 – A pergunta deve ser feita a toda a turma, sem a intermediação dos relatores dos grupos. É importante que os estudantes tenham a oportunidade de falar de suas expectativas e apreensões.

Uberabinha, a cidade onde nasceram, situada a 863 metros acima do nível do mar, no nordeste do Triângulo Mineiro. Em 1929, a cidade mudaria o nome para Uberlândia, por sugestão de um dos seus filhos ilustres, João de Deus Faria. O médico, chamado Josias de Freitas, era um menino de dois anos quando Otelo, filho da cozinheira da sua casa, Maria Abadia de Souza, nasceu. Em 1957, Josias vivia no Rio, onde abriu consultório e ganhou muito prestígio como cirurgião; mais tarde, viria a assumir a direção-geral do Hospital Grafée Guinle, que transformou na maior trincheira do país na luta contra a aids.

Por ter apenas dois anos quando Grande Otelo nasceu, Josias não se lembrava da data exata do nascimento do amigo. Nada de mais, pois o próprio Otelo também ignorava. E por isso acabou inventando uma: o dia e o mês, 18 de outubro, segundo justificava, seriam os mesmos do seu batizado. Já o ano, 1915, inventara mesmo. É que ele nunca recorrera à única fonte possível para conhecer toda a verdade, já que, na época, principalmente numa cidade do interior, quase sempre os filhos do povo deixavam de ser registrados nos cartórios oficiais. Se ele tivesse o cuidado de recorrer ao arquivo da paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Uberlândia, veria no livro número 11, de 150 folhas, com a relação de todos os batizados que deveriam ser realizados entre 1º de janeiro de 1915 e 19 de outubro de 1917, o dia certo em que veio ao mundo. Talvez por sobrar folhas em branco, o livro foi até janeiro de 1918. Na página 108, o registro número 42 dá conta de um batizado realizado pelo vigário da paróquia, cônegoglossário Pedro Pezzuto, com os seguintes dizeres: “A vinte e um de janeiro de 1918, batizei o inocente Sebastião, nascido a 18 de outubro do ano passado, filho legítimo de Francisco Bernardo da Costa e de Maria Abadia. Padrinhos: Marcelino Felipe de Campos e Maria de Pina”. Portanto, a versão do futuro ator sobre o seu nascimento estava correta pelo menos em relação ao dia e ao mês, embora não tivessem nada com a data do batizado, que foi dia 21 de janeiro. Ele só errou no ano em que nasceu. Na verdade, era dois anos mais novo, pois, segundo o registro da igreja, nasceu em 1917 e não em 1915, como dizia.

CABRAL, Sérgio. Grande Otelo: uma biografia. São Paulo: Editora 34, 2007. página dezenove a vinte e um.

De quem é o texto?

Fotografia. Sérgio Cabral, senhor de rosto oval, cabelos brancos. Tem nariz largo, marcas de expressão nos cantos da boca. Usa óculos.
Foto de 2011.

Sérgio Cabral (1937-), jornalista fluminense, escreveu biografias com informações precisas e muitas vezes inéditas de importantes artistas da cultura brasileira, como Tom Jobim e Nara Leão, com quem conviveu.

Biblioteca cultural

Grande Otelo foi o primeiro artista negro a fazer sucesso no cinema e na televisão brasileiros. Para saber mais sobre esse grande ator, você pode buscar uma biografia breve dele no site do Museu Afro Brasil: https://oeds.link/Yc760X. Acesso em: 25 março 2022.

REFLETINDO SOBRE O TEXTO

  1. O texto que você leu foi publicado em 2007. Nessa ocasião, quanto tempo havia decorrido desde a morte de Grande Otelo?
  2. O primeiro capítulo da biografia trata de qual época da vida do ­biografado? Que estratégia foi utilizada para focar esse momento?
  3. Releia o início do texto.
    1. Que imagem de Grande Otelo o leitor constrói com base no ­primeiro parágrafo?
    2. A relação que o artista mantinha com a cantora Elisete Cardoso acrescenta outra característica a essa imagem. Qual? Justifique.
Respostas e comentários

1. 14 anos.

2. O primeiro capítulo traz informações sobre o nascimento de Grande Otelo (como é comum na maioria das biografias). Para tratar dessas informações, o biógrafo relatou o episódio em que o artista passou mal durante um espetáculo e foi atendido por um médico que era, na verdade, seu amigo de infância, informação que permitiu retomar o relato do passado.

3a. A imagem de um homem que trabalhava muito e fazia bastante sucesso.

3b. A solidariedade, porque Grande Otelo procurava apresentações para ambos em clubes e circos para que a amiga pudesse ter rendimentos em uma fase de dificuldade financeira.

Investigue

Fotografia em preto e branco. Ary Barroso, senhor de rosto fino, cabelo grisalho. Tem nariz grande e lábios finos e usa óculos. Está vestindo terno e gravata.
Foto de 1959.

O texto menciona o compositor Ary Barroso. Qual é a importância dele no cenário artístico brasileiro?

  1. O capítulo foi iniciado com o relato de um espetáculo.
    1. Qual era o tema desse espetáculo?
    2. Que fato inesperado aconteceu durante a apresentação e como a situação se resolveu?
    3. A narração do que ocorreu durante o show pôs em ­destaque o médico Josias de Freitas. Por que ele é importante para o relato da vida de Grande Otelo?
    4. Há indícios no texto de que o médico também é uma figura de destaque social? Justifique.
  2. Localize, no capítulo, algumas informações sobre Grande Otelo.
    1. Qual é o primeiro nome dele?
    2. Onde ele nasceu?
    3. Considerando a verdadeira data de nascimento de Grande Otelo, quantos anos ele tinha em 26 de novembro de 1993, quando faleceu?
    4. Segundo a data que o próprio artista indicava como correta, ­quantos anos ele teria vivido?
    5. Que estratégia Sérgio Cabral, o autor da biografia, usou para ­descobrir a data exata de nascimento de Grande Otelo?
  3. O texto menciona a família de Grande Otelo.
    1. Qual era a condição financeira dessa família?
    2. Cite um fato que justifique sua conclusão.
    3. Conclua com base na resposta anterior: além de construir a imagem de uma pessoa, geralmente uma figura pública, que outro conhecimento as biografias podem oferecer ao leitor? Explique sua resposta.
  4. Em sua opinião, essa biografia mostrou uma imagem negativa ou positiva de Grande Otelo? Justifique sua resposta.
  5. Para você, por que Grande Otelo mereceu uma biografia? Que tipo de leitor teria interesse em lê-la? Por quê?

Fala aí!

Coloque-se no lugar de um biógrafo. Que meios você usaria se precisasse reunir informações para escrever uma biografia?

Da observação para a teoria

As biografias são textos que informam e, ao mesmo tempo, entre­têm e emocionam os leitores. Para tornar a leitura mais prazerosa, é comum que contem com recursos típicos da literatura, como a inserção de diálogos. Além disso, podem incluir trechos de documentos, cartas escritas ou recebidas pelo biografado, fotos etcétera Dependendo da opção do biógrafo, o texto pode ser mais neutro ou conter marcas que revelam uma opinião sobre a personalidade em foco. Uma biografia pode exaltar uma pessoa, mas também pode ser crítica.

Respostas e comentários

Investigue. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

4a. A vida e a obra de Ary Barroso.

4b. Grande Otelo sentiu-se mal e precisou ser atendido por um médico.

4c. Porque, além de ter ajudado a socorrê-lo, o médico fez parte do passado do artista.

4d. Sim. O médico Josias de Freitas foi diretor-geral do Hospital grafê guínle, que foi muito importante na luta contra a aids.

5a. Sebastião.

5b. Em São Pedro de Uberabinha, atual Uberlândia.

5c. 76 anos.

5d. 78 anos.

5e. Cabral consultou os registros da paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Uberlândia, que registrava a data de nascimento das crianças batizadas.

6a. Era uma família pobre.

6b. O fato de o nascimento do menino não ter sido registrado, como costumava acontecer com a população de baixa renda.

6c. As biografias podem também ajudar a construir uma visão de determinado momento histórico, como exemplifica a referência à ausência de registro de nascimento entre a população de baixa renda nas primeiras décadas do século vinte.

7. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que a imagem é positiva, já que a biografia mostra um artista trabalhador e bem-sucedido, devotado aos amigos, que respeitava muito o público, como revela o retorno ao palco após o episódio de mal-estar, e que superou a dificuldade relativa a uma origem pobre.

8. Resposta pessoal. Sugestão: Grande Otelo foi uma pessoa bastante conhecida e, por isso, sua biografia pode alcançar um público amplo, especialmente pessoas interessadas na música e no cinema brasileiros, bem como em uma personalidade negra de destaque.

Orientações didáticas

Investigue – Ary Barroso nasceu em Ubá, Minas Gerais. Foi um importante compositor da música popular brasileira e criador dos clássicos “Aquarela do Brasil”, “No tabuleiro da baiana”, “Boneca de piche” e “No rancho fundo”, entre outras canções. Muitos intérpretes importantes, como Carmen Miranda, gravaram suas canções.

Fala aí! – Espera-se que os estudantes, com base no que observaram nas duas biografias lidas, mencionem entrevistas com o próprio biografado, familiares, colegas de trabalho e conhecidos e o acesso a documentos. Também podem mencionar a consulta a reportagens sobre o biografado ou àquelas que o citaram, o acesso a entrevistas concedidas, a verificação de diários ou perfis em redes sociais etcétera Pergunte quais cuidados um biógrafo deve ter no uso desse material para ajudá-los a perceber, por exemplo, que entrevistas expressam opiniões e dependem da memória das pessoas, o que exige checagem dos dados. Essa observação deve ser transferida para a leitura de biografias e de outros textos, que exigem sempre uma postura crítica.

Se eu quiser aprender MAIS

As indicações de tempo

As indicações do momento em que ocorrem as ações são fundamentais para que uma narrativa seja coerente, além de serem importantes em outros gêneros que apresentam uma sucessão de acontecimentos. Uma falha nessa marcação pode resultar em um problema de lógica. Vamos observar esse aspecto nas duas atividades a seguir.

1. Releia um trecho da biografia de Grande Otelo, no qual se narra um acontecimento.

Certa noite, o público percebeu que alguma coisa incomodava Grande Otelo. Desaparecera o brilho do seu rosto e a alegria de sempre. Ao cantar os versos “Boneca de piche / Da cor de azeviche”, calou a boca, começou a vomitar em pleno palco e correu para os bastidores. Um médico que assistia ao show levantou-se assustado e correu para o camarim. Depois de aplicar uma injeção de coramina, ensopou um algodão com amônia e levou-o ao nariz do paciente, que protestava com veemência. Poucos minutos depois, com o brilho do rosto de volta, o artista manifestou a intenção de continuar o trabalho.

Ilustração. Rapaz negro suando muito. Está de olhos fechados com uma das mãos na testa. Atrás dele, pessoas o observam entre as cortinas do palco.
  1. Que palavra poderia ser usada para relacionar os dois primeiros períodos, de modo a uni-los: porque ou portanto?
  2. Considerando a relação entre as ações de perceber e desaparecer, qual expressa a causa e qual indica a consequência?
  3. O que ajudou você a chegar a essa conclusão?
  4. Qual foi a primeira ação do médico: aplicar a injeção ou fazer o paciente cheirar o algodão? Que palavra revela essa ordem?
  5. A ação de protestar com veemência iniciou-se antes ou depois do uso do algodão com amônia? Justifique a resposta observando o tempo dos verbos empregados no relato.
  6. Que expressão foi usada para indicar quanto tempo se passou entre o tratamento médico e seu resultado?

Palavras e expressões de tempo contribuem para organizar as ações narradas, pois indicam a sequên­cia em que aconteceram e o intervalo de tempo entre elas. Essa sequên­cia também pode ser revelada pelo tempo dos verbos, pela ordem em que as ações são citadas e pela relação de sentido entre elas.

2. Observe agora as expressões de tempo em uma receita culinária.

Canjica com raspas de laranja e mel

Canjica de Rita Lobo leva leite de coco e amendoim torrado a gosto

Ingredientes

uma xícara (chá) de canjica

1 litro de água

uma garrafa de leite de coco (200 ml)

xícara (chá) de açúcar

3 cravos-da-índia

duas canelas em rama

raspas de uma laranja-baía

mel (a gosto) para servir

amendoim torrado sem pele e sem sal (a gosto)

Respostas e comentários

1a. Porque.

1b. Desaparecer: causa; perceber: consequência.

1c. Há dois modos de notar que desaparecer é a primeira ação: o uso do verbo no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, que indica uma ação ocorrida no passado, antes de outra também ocorrida no passado ou a relação de sentido entre as ações, já que algo só pode ser percebido se já tiver acontecido.

1d. Aplicar a injeção. A palavra depois.

1e. Iniciou-se antes, como indica o uso do verbo no pretérito imperfeito do indicativo, que sugere ação em andamento.

1f. Poucos minutos depois.

Se eu quiser aprender mais

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2 e 4.

cê e éle : 1 e 2.

cê e éle pê : 1 e 3.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê quatro sete, ê éfe zero nove éle pê zero oito e ê éfe zero nove éle pê um um.

Orientações didáticas

Os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo são, frequentemente, abordados em análises de textos narrativos ficcionais. Sua relevância como articuladores das partes do texto é citada, na Bê êne cê cê, na habilidade ê éfe seis nove éle pê quatro sete. Nesta seção, aproveitando o gênero biografia, ampliaremos o estudo desses recursos observando-os na construção de um relato de caráter não ficcional, em que ocorre emprego semelhante, uma vez que também está em uso uma estrutura narrativa. Veremos seu emprego, igualmente, em uma receita culinária, promovendo novas observações sobre um gênero que os estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental estudam com o objetivo de se familiarizar com a estrutura própria de textos injuntivos instrucionais. Nesse processo, pretendemos dar foco a aspectos linguísticos, contribuindo para que os estudantes ampliem sua consciência acerca de como o sentido do texto é construído.

Modo de preparo

1. Em uma tigela grande, coloque a canjica e regue com a água. Cubra com filme (ou um prato) e leve para a geladeira. Deixe de molho por 12 horas.

2. Passado o tempo de molho, transfira a canjica com a água para a panela de pressão. Junte o leite de coco, o açúcar, o cravo, a canela e misture. Tampe a panela e leve ao fogo médio para cozinhar. Quando começar a apitar, diminua o fogo e deixe cozinhar por 25 minutos.

3. Enquanto a canjica cozinha, pique grosseiramente o amendoim e faça raspas da laranja – cuidado para não extrair a parte branca da casca, o que pode amargar a receita.

4. Após os 25 minutos de cozimento, desligue o fogo e espere toda a pressão sair antes de abrir a panela (se quiser acelerar o processo, levante a válvula com um garfo, mas saiba que isso diminui o tempo de vida útil da panela). Leve a panela sem a tampa de volta ao fogo baixo e deixe cozinhar por mais 10 minutos ou até engrossar o caldo.

5. Desligue o fogo e transfira a canjica para uma tigela. Sirva a seguir com as raspas de laranja, mel e o amendoim picado.

LOBO, Rita. Canjica com raspas de laranja e mel. Receitas. [sem local]. Disponível em: https://oeds.link/F7vwRu. Acesso em: 11 março 2022.

Ilustração. Etapas de uma receita. 1. Tigela grande. 2. Lata. 3. Frasco com furos na tampa. 4. Lata alimento. 5. Pequenas flores. 6. Pessoa com vestimenta e chapéu de cozinheiro. Em seguida uma panela de pressão no fogo. Do pino na tampa sai fumaça. Depois um relógio e a refeição pronta na tigela.
  1. O gênero textual receita exige grande precisão. Como isso é notado no texto?
  2. O que há em comum entre as etapas do modo de preparo e uma narrativa?
  3. Do ponto de vista da informação sobre o tempo, o que dife­rencia tais etapas do que lemos em contos, por exemplo?
  4. Qual recurso foi usado pela produtora da receita para separar os blocos de ações necessárias ao preparo?
  5. No segundo item, existem três indicações de tempo. Quais são elas?
  6. Qual dessas indicações de tempo é variável? Por quê?
  7. Que palavra foi usada na receita para indicar que duas ações devem ser feitas simultaneamente?
  8. Reescreva o trecho “Após os 25 minutos de cozimento, desligue o fogo e espere toda a pressão sair antes de abrir a panela”, iniciando-o com “Após os 25 minutos de cozimento, desligue o fogo e abra a panelareticências”. Justifique a alteração feita.
  9. Sirva a seguir é uma expressão que instrui o cozinheiro quanto ao momento de servir o prato. Como ele deve proceder?
Respostas e comentários

2a. O texto indica a quantidade exata dos ingredientes e o tempo necessário para cada etapa do preparo, assim como detalhes relativos às ações que devem ser feitas.

2b. Assim como nas narrativas, o “modo de preparo” relata uma sequência de ações que desembocam em um desfecho, no caso, o prato pronto.

2c. Nos contos, são narradas ações que já aconteceram, enquanto na ­receita as ações são indicadas como ­comandos que devem ser obedecidos e, portanto, estão projetados no futuro.

2d. Ela dividiu as ações em cinco blocos, parecidos com parágrafos, e os numerou.

2e. “Passado o tempo de molho”, “quando começar a apitar” e “por 25 minutos”.

2f. “Quando começar a apitar” é uma indicação variável, porque depende de algumas condições, como as diferentes potências do fogo.

2g. Enquanto.

2h. Após os 25 minutos de cozimento, desligue o fogo e abra a panela depois de toda a pressão sair. A troca de antes de para depois de é necessária para manter correta a ordem das ações.

2i. Ele deve servir o prato imediatamente.

Falando sobre a NOSSA LÍNGUA

O predicado nominal e o predicado verbo-nominal

COMEÇANDO A INVESTIGAÇÃO

Leia as orações transcritas da biografia de Grande Otelo com atenção:

um “Desaparecera o brilho de seu rosto e a alegria de sempre.”

dois “Otelo não levou a discussão adiante.”

três “e os dois saíram pela noite carioca.”

quatro “Portanto, a versão do futuro ator sobre o seu nascimento estava correta pelo menos em relação ao dia e ao mês”

Retome o estudo já feito sobre predicado verbal no Capítulo 1 e faça o que se pede.

  1. Identifique a oração que não apresenta esse tipo de predicado.
  2. Explique o que fez você distingui-la das demais.
  3. Forme uma dupla com um colega e observem outras orações transcritas das biografias lidas ou formuladas com base em seu conteúdo. Copiem o quadro a seguir no caderno e completem-no com essas orações, separando-as em grupos. Procurem encontrar padrões, isto é, semelhanças nas estruturas para lidar com os tipos de predicado que vocês ainda não conhecem.

GRUPO 1
Predicado verbal

GRUPO 2
Predicado nominal

GRUPO 3
Predicado verbo-nominal

“— Não faça isso.”

“Na verdade, era dois anos mais novo.”

“Elisete sorriu feliz.”

(1) “O tamanho era, de fato, um obstáculo.” (2) Suas colegas de sala o julgavam reservado. (3) “Gostávamos dele.” (4) “Oi, sou Chárli.” (5) “mais petrificado ele ficava.” (6) “Ele nunca saiu de verdade com ela.” (7) chuls observava a garota ansioso. (8) “Ele era categoricamente crítico de sua aparência, especialmente de seu nariz.” (9) “Ele sabia o nome dela.” (10) Anos depois, ele continuava interessado na opinião dela.

É lógico!

Para distribuir os predicados, você encontrou padrões. Essa é uma importante habilidade do pensamento computacional.

Respostas e comentários

1. Oração quatro: “Portanto, a versão do futuro ator sobre o seu nascimento estava correta reticências.”.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expliquem que, no predicado verbal, o verbo expressa ação ou fenômeno da natureza, o que não acontece com o verbo “estar”, nessa oração. Os estudantes também podem fazer referência a características do predicado nominal, que ainda não foi estudado sistematicamente, mas já foi apresentado.

3. Grupo 1: 3, 6 e 9; grupo 2: 1, 4, 5, 8 e 10; grupo 3: 2 e 7.

Falando sobre a nossa língua

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2 e 4.

cê e éle : 1, 2 e 3.

cê e éle pê : 1, 2 e 3.

Habilidades: ê éfe zero nove éle pê zero cinco e ê éfe zero nove éle pê zero seis.

Tópicos trabalhados na parte de linguagem deste capítulo

  • Predicado nominal.
  • Predicado verbo­‑nominal.
  • Verbo de ligação.
  • Predicativo do sujeito.
  • Predicativo do objeto.

Orientações didáticas

A seção estuda, de maneira produtiva e contextualizada, o predicado nominal e seus componentes, o verbo de ligação e o predicativo do sujeito, atendendo ao desenvolvimento das habilidades ê éfe zero nove éle pê zero cinco e ê éfe zero nove éle pê zero seis. Incluímos também o predicado nominal e o predicativo do objeto, a que o texto da Bê êne cê cê não faz referência em nenhuma das habilidades relativas ao Ensino Fundamental. Pela nossa experiência como professores, entendemos, porém, que os estudantes, ao ter contato com as estruturas oracionais dotadas de predicado nominal e predicado verbal, terão curiosidade em relação às formulações que apresentam uma organização diferente e estarão prontos para estudá-las; por isso, optamos por incluir o predicado verbo-nominal na coleção. Ressaltamos que, assim como nos demais estudos da morfossintaxe, a exploração desses tópicos tem como objetivo o desenvolvimento da leitura e da produção textual, que ganha nuances, por exemplo, com a compreensão de que o predicativo do objeto pressupõe, em vários casos, uma ação avaliativa. Observamos que a Bê êne cê cê, de modo coerente com sua proposta geral, ressalta os efeitos de sentido produzidos pelo uso desses termos.

São pré-requisitos desejáveis para a abordagem o reconhecimento dos termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbos e seus complementos e modificadores), a noção de verbo como núcleo das orações e o domínio da noção de transitividade, mencionados, em especial, nas habilidades ê éfe zero sete éle pê zero quatro, ê éfe zero sete éle pê zero cinco e ê éfe zero oito éle pê zero seis.

A seção inicia com uma atividade cujo objetivo é preparar os estudantes para a observação de determinados padrões na construção das orações, os quais determinam os tipos de predicado.

Começando a investigação – Sugerimos que os estudantes realizem, em duplas (ou trios, se forem turmas muito numerosas), as atividades da subseção. Eles deverão voltar às orações, para eventuais correções na distribuição, após o estudo da teoria. Oriente essa retomada e tire dúvidas. Ressaltamos que se trata de uma atividade introdutória, com foco na estrutura; os efeitos semânticos serão desenvolvidos na sequência imediata.

Como você deve ter observado, a ideia expressa pelo verbo e a presença de características atribuídas ao sujeito ou ao complemento do verbo deter­minam três diferentes tipos de predicado. Veja, na sequência, o que caracteriza o predicado nominal e o predicado verbo-nominal.

O predicado nominal

Leia e observe com atenção este anúncio.

Cartaz. Ilustração e texto. Um ser esquelético, com alguns tufos de cabelo liso, usando roupas esfarrapadas e sapatos furados está em pé, com as costas curvadas para a frente, o braço esquerdo dobrado e uma perna na frente da outra. No chão, caído perto de seus pés, está o braço direito do ser, ossos à mostra, a mão segurando notas de dinheiro. Ao lado, há uma bilheteria de cinema, dentro da qual o funcionário está com os olhos arregalados e a boca aberta. À direita da imagem, no alto, aparece o texto: “Você tem que ser zumbi pra ver filme de zumbi? Você tem que ser judeu pra ver o Festival de Cinema Judaico? De seis a onze de agosto, www.fcjsp.com.br. Décimo sétimo Festival de Cinema Judaico de São Paulo".

Festival de Cinema Judaico tem cartazes muito criativos. Veja. São Paulo, 1º agosto 2013. Disponível em: https://oeds.link/HD82TZ. Acesso em: 14 abril 2022.

  1. O que esse anúncio divulga?
  2. Qual resposta deve ser dada à primeira pergunta do anúncio? “Sim” ou “Não”? Por que essa pergunta funciona como argumento?
  3. No período “Você tem que ser zumbi pra ver filme de zumbi?”, a palavra zumbi tem a função de caracterização. Quais termos ela caracteriza em cada oração desse período?

No anúncio que você leu, o termo zumbi exerce duas funções sintáticas ­diferentes. Acompanhe a análise do primeiro período.

Esquema. Oração 1: Você tem que ser zumbi. Zumbi associa-se a Você. Você: sujeito. Tem que ser: locução verbal. Zumbi: predicativo do sujeito. Tem que ser zumbi: predicado nominal. À direita, outro esquema. Oração 2: pra (você) ver filme de zumbi? Zumbi associa-se a filme. (Você): sujeito. Ver: verbo transitivo direto. Filme de zumbi: objeto direto. Ver filme de zumbi: predicado verbal.
Respostas e comentários

1. O Festival de Cinema Judaico.

2. “Não”. É argumento porque o leitor deve concluir que não é preciso ter uma característica específica para assistir a certo tipo de filme. Logo, deve reconhecer que não é preciso ser judeu para assistir a filmes judaicos.

3. Na primeira oração, a palavra zumbi caracteriza o termo você; na segunda, o termo filme.

Na oração 2, a locução de zumbi acompanha e ­caracteriza o termo filme, funcionando como seu adjunto adnominal. O verbo ver, que exprime ação, é o termo principal do predicado, seu núcleo. Portanto, trata-se de um predicado verbal, como você já estudou.

Ilustração. Menina assustada com os olhos arregalados. Ela segura um copo com um líquido dentro. Atrás dela um zumbi torto, com manchas e ossos.

Lembra?

O predicado verbal tem como núcleo um verbo que indica ação ou fenômeno da natureza. O verbo se classifica como verbo intransitivo ou transitivo (direto e/ou indireto).

Agora, observe que, na oração 1, zumbi caracteriza o ­sujeito (você), mas não o está acompanhando. O termo aparece no predicado e exerce a função de núcleo, pois carrega a principal informação. A locução verbal não expressa uma ação; apenas relaciona esse núcleo ao sujeito. Trata-se, aqui, de um predicado centrado em um nome, por isso é chamado de ­predicado ­nominal.

Acompanhe a análise da agá quê a seguir, do quadrinista goiano Caetano Cury, para conhecer melhor o predicado nominal.

História em quadrinhos. Téo & O Mini Mundo. Téo é um menino de pele clara, cabelo vermelho e olhos pequenos. Veste um colete sobre uma camiseta de manga longa listrada. Quadrinho 1: Andando entre as árvores Téo pergunta para Eulália, uma borboleta branca com um coração vermelho na asa: EULÁLIA, A VIDA É BOA OU RUIM? Eulália então responde: A VIDA É. Quadrinho 2: Ele repete a pergunta: EU PERGUNTEI SE É BOA OU RUIM. E ela insiste: É. Quadrinho 3: Ele a observa voar. Quadrinho 4: Ele então muda a pergunta: VIDA ESTÁ RUIM? E ela diz: Boa, garoto!

CURY, Caetano. Téo e O Mini Mundo. 2021. Disponível em: https://oeds.link/H68ag3. Acesso em: 28 julho 2022.

O sentido da agá quê é produzido, em grande parte, pelo uso dos verbos ser e ­estar, que ligam o sujeito vida a características. No primeiro e no segundo quadrinhos, o menino pergunta à borboleta qual é a natureza da vida, solicitando que ela a qualifique. A borboleta opta por não o fazer e apenas declara a existência da vida. O menino, então, reformula a frase, trocando o verbo. Desse modo, em lugar de determinar a natureza da vida, caracteriza-a naquele determinado momento.

Na frase A vida está ruim?, há um predicado nominal, cujo núcleo, um ­termo caracterizador do sujeito, recebe o nome de predicativo do sujeito. O verbo, que nesse tipo de predicado tem a função de relacionar esse termo ao sujeito, é chamado de verbo de ligação.

Veja a análise a seguir.

Esquema. A vida está ruim? Ruim associa-se a A vida. A vida: sujeito. Está: verbo de ligação. Ruim: predicativo do sujeito (núcleo do predicado). Está ruim: predicado nominal.

Principais verbos de ligação: ser, estar, ­parecer, permanecer, ficar, continuar, virar, ­tornar-se e andar (este último indicando estado).

Embora não apresente a função de núcleo, o verbo de ligação tem um ­papel importante no enunciado, como mostra a diferença entre A vida é ruim? e A vida está ruim?. Ele também é relevante por expressar a noção de ­tempo. Dizer A vida é ruim? ou A vida será ruim? muda a relação entre o sujeito e o termo que o qualifica.

O predicado nominal tem como núcleo uma característica do sujeito, que r­ecebe o nome de predicativo do sujeito. Esse núcleo é conectado ao sujeito por um verbo de ligação.

O predicado verbo-nominal

Você conheceu na Leitura 1 parte de uma biografia de chuls , o criador do personagem pínãts. O foco do relato era a adolescência do cartunista e a opinião de colegas e familiares sobre ele, que poderia ser expressa em construções como:

Os colegas consideravam chuls tímido.

Uma garota popular o achava sem personalidade.

Para apresentar a imagem que as pessoas tinham de chuls , empregaram-se termos caracterizadores: tímido e sem personalidade. E, para indicar que se tratava de opinião, foram usadas as fórmas verbais consideravam e achava. As características, portanto, foram atribuídas a chuls por meio da ação verbal.

Compare estes enunciados.

chuls era tímido.

Os colegas consideravam chuls tímido.

No segundo enunciado, a atribuição da característica tímido a chuls depende da ação do sujeito. chuls , termo que funciona como objeto direto, é tímido segundo a opinião dos colegas. A palavra ­tímido é, então, um predicativo do objeto, e o predicado que se fórma é chamado de predicado verbo-nominal, porque tem dois núcleos: o verbo (­consideravam) e o nome (o adjetivo tímido). Acompanhe.

Esquema. Os colegas consideravam Schulz tímido. Tímido associa-se a Schulz. Os colegas: sujeito. Consideravam: verbo transitivo direto (núcleo do predicado). Schulz: objeto direto. Tímido: predicativo do objeto (núcleo do predicado). Consideravam Schulz tímido: predicado verbo-nominal.

Essa construção associa características do predicado verbal e do predicado nominal, que você já conhece.

O predicado verbo-nominal pode ser formado também por um verbo de ação seguido por um predicativo do sujeito. Nessas construções, a característica do sujeito está relacionada a uma ação praticada. Acompanhe.

Esquema. As crianças voltaram exaustas. Exaustas associa-se a As crianças. As crianças: sujeito. Voltaram: verbo intransitivo (núcleo do predicado). Exaustas: predicativo do sujeito (núcleo do predicado). Voltaram exaustas: predicado verbo-nominal.

Exaustas é uma característica do sujeito associada à ação de ­voltar. O predicado, portanto, tem dois núcleos: o verbo e o predicativo do sujeito. Trata-se de um predicado verbo-nominal.

O predicado verbo-nominal é formado por dois núcleos: um verbo de ação e um predicativo. O predicativo do sujeito expressa uma característica do sujeito durante a ação verbal. O predicativo do objeto indica uma característica do objeto atribuída a ele por meio da ação verbal.

INVESTIGANDO MAIS

  1. Analise este cartum do ilustrador paulista Orlando Pedroso.
    1. Ao usar os termos assim e assado, a personagem do cartum desejou indicar com precisão uma característica? Como o terceiro período confirma essa resposta?
    2. As frases sugerem que a personagem se sentiu pressionada a ter determinadas características. Qual desejo esse fato ­provocou nela? Justifique sua resposta.
Cartum. Silhueta de uma mulher com um longo cabelo preto em um rabo de cavalo, nariz curto e pontiagudo, olhos esticados, boca vermelha e brincos. Ela tem o pescoço fino. SE EU FOSSE ASSIM SE EU FOSSE ASSADO SE EU FOSSE... SE EU ME FOSSE

PEDROSO, Orlando. [Sem título]. [2010 década certa]. 1 cartum. Disponível em: https://oeds.link/BedujG. Acesso em: 28 julho 2022.

Respostas e comentários

1a. Não. No terceiro período, a personagem nem sequer menciona algo que possa indicar caracterização, usando, em vez disso, reticências.

1b. O desejo de fugir, de ir embora, como sugere o último enunciado.

Orientações didáticas

Investigando mais – Questão 1b – Outra leitura possível é aquela que aponta que “se eu me fosse” pode sugerir o desejo de morte. Caso apareça essa leitura, avalie se é preciso conversar com a turma sobre o tema.

  1. A ilustração confirma sua resposta ao item anterior? Explique.
  2. Nos três primeiros enunciados, fosse é uma das fórmas do verbo ser. E no último?
  3. Em qual dos casos a fórma verbal tem a função de verbo de ligação?

2. Leia o trecho de um texto explicativo da historiadora Marcela Telles sobre a música popular produzida em Minas Gerais.

Cantigas caipiras e causos

A viola portuguesa, instrumento de origem árabe, desde que chegou ao Brasil no século 16, aos poucos adquiriu personalidade própria. Uma personalidade moldável, adaptada a cada região do país. Podia ser caipira, cabocla, nordestina ou sertaneja. Utilizada pelos jesuítas como instrumento de catequese, foi na bagagem dos bandeirantes em suas investidas pelo sertão que o ­instrumento chegou às Minas. Nesse encontro a musicalidade portuguesa foi se misturando a ritmos já existentes na terra e à música trazida pelos negros. Tornou-se indispensável durante as viagens dos tropeiros, nas festas religiosas e nos mutirões.

Fotografia. Guitarra portuguesa. Estrutura semelhante a um violão, com a base mais larga e mais cordas. Na ponta do braço da guitarra diversos ajustes.
Guitarra portuguesa, com afinadores tradicionais de leque.

LIMA, Marcela Telles Elian de. Projeto República – ú éfe ême gê. Folheto distribuído com o Guia de Visitação do Memorial Minas Gerais Vale. Belo Horizonte, sem data.

Versão adaptada acessível

Atividade 2, itens a e b.

a) Qual é a classificação sintática dos termos “caipira”, “cabocla”, “nordestina” e “sertaneja” em “Podia ser caipira, cabocla, nordestina ou sertaneja”?

b) A que aspecto atribuído à viola estão relacionados esses termos citados no item anterior?

  1. Qual é a classificação sintática dos termos destacados em “Podia ser caipira, cabocla, nordestina ou sertaneja”?
  2. A que aspecto atribuído à viola estão relacionados esses termos destacados no item anterior?
  3. Que tipo de predicado ocorre em “Tornou-se indispensável durante as viagens dos tropeiros, nas festas religiosas e nos ­mutirões”? Explique sua resposta.
  4. Tendo em vista a relação de tempo sugerida pela locução verbal foi se misturando, a fórma verbal era poderia substituir a fórma tornou-se no último período? Justifique.
  5. Infira: o que faz da viola algo “indispensável”?

Fala aí!

O texto sobre a viola circula em um folheto de um museu de Belo Horizonte. Esse tipo de publicação pode ser considerado uma fonte de informações confiável? Por quê?

A língua nas ruas

Em suas conversas com amigos e familiares, procure observar o emprego do predicado nominal nas frases que vocês formularem e anote algumas delas. Depois, identifique os verbos de ligação mais comumente usados entre o sujeito e o predicativo.

Respostas e comentários

1c. Resposta pessoal. Espera-se uma resposta afirmativa, sustentada pelo fato de que a personagem aparece cabisbaixa, com expressão triste, o que sugere sofrimento.

1d. É uma das fórmas do verbo ir.

1e. Nos três primeiros enunciados.

2a. São predicativos do sujeito.

2b. Sua adaptabilidade às várias regiões do Brasil.

2c. Predicado nominal, pois tornar-se é verbo de ligação, e indispensável é predicativo do sujeito.

2d. Não. A fórma era não traduziria a ideia de mudança contida em foi se misturando.

2e. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante indique que a viola se torna um instrumento muito popular, usado para diversão, entretenimento.

Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

A língua nas ruas. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 2 – Comente com o professor de Arte a referência à viola. Ele pode aproveitar o texto do folheto para expor características desse instrumento musical, isoladamente ou em comparação com outros instrumentos de corda, e tratar do uso dele na produção de música no Brasil. Uma das habilidades desse componente curricular, a ê éfe seis nove á érre um nove, destaca a contextualização de diferentes estilos musicais no tempo e no espaço para o aprimoramento da capacidade de apreciação da estética musical. O professor pode sugerir a organização de uma exposição, orientar uma pesquisa feita por estudantes e/ou convidar estudantes e professores para fazer ou ver uma demonstração com o instrumento.

A língua nas ruas – Combine dois dias de observação. É bem provável que os estudantes apontem os verbos ser, estar, ficar, continuar e andar (no sentido de “estar”) como os mais frequentemente utilizados em suas conversas com amigos e familiares. Exemplos: “Estou desanimado hoje”; “Minha mãe é muito legal, mas às vezes também é durona”; “Meu irmão ficou doente na semana passada”; “O cachorro da vizinha continua agitado”; “Você anda muito chato ultimamente”. O objetivo da atividade é reforçar a identificação das orações com a estrutura sujeito – verbo de ligação – predicativo.

Fala aí! – Peça aos estudantes que identifiquem a formação da autora (o enunciado da questão 2 menciona que se trata de uma historiadora) e o museu citado. Eles devem concluir que o material é confiável.

3. Leia a agá quê a seguir, produzida pelo ilustrador fluminense Daniel Cramer, e responda às questões.

História em quadrinhos. Quadrinho 1: Casa feita com ripas de madeira clara horizontais. Tem o telhado triangular amarelo. A porta e janela são verdes e em arco. Acima delas um pequeno telhado de tijolos e uma cerca na varanda. Ao redor, muitas árvores. Quadrinho 2: Estrada em meio a natureza. ACHAVA A CASA PEQUENA DEMAIS E ESCOLHEU A ESTRADA. Quadrinho 3: Avião voando entre as nuvens iluminadas pelos raios de sol. ACHOU A ESTRADA CANSATIVA DEMAIS E ESCOLHEU OS CÉUS. Quadrinho 4: Cidade grande com muitos prédios e letreiros luminosos. ACHOU NUVENS UM TANTO ABSTRATAS E ESCOLHEU AS ESTRELAS. Quadrinho 5: Imagem desfocada de grandes prédios iluminados a noite. ACHOU AS ESTRLEAS INDIFERENTES E DISTANTES. Quadrinho 6: Mala na porta verde da casa. E VIU QUANTA FALTA FAZIA AQUELA CASA.

CRAMER, Daniel. trans-re-torno. 2013. uma história em quadrinhos. Disponível em: https://oeds.link/Z8LwLe. Acesso em: 28 julho 2022.

  1. Qual é o sujeito das orações dos quadros 2 a 5 e da primeira oração do­ ­quadro 6? E o da segunda oração deste último quadro? Como esses ­sujeitos se classificam?
  2. Como você caracterizaria psicologicamente a pessoa a que se referem as legendas dos quadros 2 a 5?
  3. A expressão casa pequena tem dois sentidos: um literal e outro figurado. Explique-os.
  4. Observe o último quadro. A mala parece estar dentro ou fora da casa? ­Explique sua resposta.
  5. Ainda observando o último quadro, compare a luz dentro e fora da casa. Qual dos lugares parece mais aconchegante?
  6. O que, provavelmente, está acontecendo dentro da casa?
  7. Qual foi o aprendizado da pessoa?
  8. Ao longo do texto, características são atribuídas a diferentes elementos. No segundo quadro, por exemplo, a casa é caracterizada como pequena demais. Cite outros exemplos.
  9. Essa caracterização é objetiva ou subjetiva? Justifique.
  10. Como são classificados sintaticamente esses termos caracterizadores?
Respostas e comentários

3a. Orações dos quadros 2 a 5 e primeira oração do quadro 6: sujeito desinencial (ele/ela/você); segunda oração do quadro 6: aquela casa (sujeito simples).

3b. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem a pessoa como inquieta ou ansiosa.

3c. O sentido literal refere-se ao pouco espaço que a casa pode ter; o sentido figurado sugere que estar nela implica ter uma vida limitada, restrita, em oposição à liberdade e às várias experiências que o mundo fora dela poderia oferecer.

3d. A mala parece estar fora da casa, o que pode ser indicado pela abertura da porta para o lado de dentro, pela luz que vem de seu interior e pela presença do corrimão da escada de uma varanda, a mesma vista no primeiro quadro.

3e. O lado de dentro.

3f. O morador retornou e está satisfeito, reencontrando seu lar e, provavelmente, as pessoas de quem havia se afastado.

3g. A pessoa reconheceu que sua casa era querida e lhe fazia falta, ao contrário da sensação mostrada no segundo quadro de que era pequena e limitava sua vida.

3h. Podem ser citados os exemplos “estrada cansativa demais”, “nuvens um tanto abstratas” e “estrelas indiferentes e distantes”.

3i. É subjetiva, porque depende da opinião do sujeito.

3j. São predicativos do objeto.

4. Leia um comentário sobre uma tela do pintor francês geórgi serrá (1859-1891).

Quando geórgi serrá mostrou ao mundo sua obra Um Domingo na lá grân játi, provocou escândalo no meio artístico. reticências

A técnica pontilhista de serrá consistia em aplicar a cor à tela em pequenos pontos de cor pura, formando um mosaico que, visto de longe, criava um efeito mais luminoso e vívido do que as paletas matizadas dos impressionistas.

reticências

Num primeiro momento, a reação foi de ultraje, disse o ­curador chefe da mostra, sérje lemoâne. “As pessoas acharam a tela escandalosa, totalmente incompreensível e bizarra”, disse. “Outras a consideraram extraordinária. O estilo foi imediatamente imitado na França, depois na Bélgica, Holanda e Alemanha.”

guéquer jósselin. Mostra no museu d’Orsay traça fio neo-impressionista. Tradução Clara Allain. Folha de São Paulo, ano 85, número 27.744, E13, São Paulo, 19 março 2005. Disponível em: https://oeds.link/aQBuMN. Acesso em: 12 abril 2022.

Agora, veja a tela de , que foi exposta ao público pela ­primeira vez em 1886 e hoje é uma das pinturas mais ­importantes do mundo. Depois, responda às questões.

Pintura. Pessoas no gramado a beira de um lago em dia ensolarado. Algumas mulheres usam sombrinhas e chapéus. Animais pequenos circulam entre as pessoas sentadas. Algumas estão em pé. Parte do gramado está encoberto pela sombra. No lago algumas pequenas embarcações a vela. As mulheres vestem longas saias e os homens estão vestidos socialmente. Ao fundo uma criança corre. Pintura. Destaque para a criança correndo. Estão ressaltados os pontos que juntos formam a pintura. Ela usa chapéu claro e tem um longo cabelo amarelo com alguns pontos mais escuros. Usa vestido comprido em tons de laranja. A grama tem variações no tom de verde. Em cada tom, mais claro ou escuro, há pontos de tinta mais escuros.
serrá, . Um domingo na lá grân játi. 1884­‑1886. 1 original de arte, óleo sobre tela, 207,5 pôr 308,1 centímetros. Coleção do Instituto de Arte de Chicago.
  1. De acordo com o texto, o que explica o “escândalo” provocado pela obra de serrá: o tema polêmico, a inovação no modo de pintar, a distorção das figuras humanas ou o uso de cores que não imitam a realidade?
  2. O fato de ter causado reações negativas fez com que a técnica pontilhista fosse abandonada? Justifique sua resposta.
  3. Releia o terceiro parágrafo. Quais foram os termos usados para descrever a tela?
  4. A que palavras esses termos estão associados e como elas se ­classificam sintaticamente?
  5. Esses termos produzem uma descrição objetiva ou subjetiva da tela? Justifique sua resposta.

Investigue

O pontilhismo surge ligado ao Impressionismo. Que particularidade havia na maneira como os pintores impressionistas trabalhavam as cores?

Respostas e comentários

4a. A fórma inovadora de pintar.

4b. Não. Ela foi imitada por artistas de outros países.

4c. Escandalosa, incompreensível, bizarra, extraordinária.

4d. Tela e a, que funcionam como objeto direto de acharam e consideraram, respectivamente.

4e. Subjetiva, porque expressam uma opinião, como indicam os verbos achar e considerar.

Investigue. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 4 – Se possível, para a melhor qualidade das imagens, projete a tela disponível no Google Arts & Culture, que permite uma boa ampliação de detalhes. Com isso será possível enxergar os pequenos pontos usados pelo pintor. Comente com o professor de Arte que os estudantes entraram em contato com um quadro de geórgi serrá que exemplifica o uso da técnica do pontilhismo. É possível que ele deseje retomar a obra para analisar alguns elementos visuais, como o ponto, a linha e a cor. O professor de Ciências também pode se interessar por trabalhar o quadro como base para observações acerca da luz.

Investigue – Os pintores impressionistas procuravam retratar a variação das cores da natureza sob o efeito da luz em momentos específicos do dia. Eles evitavam usar a cor preta, mesmo para pintar as sombras, e não misturavam os pigmentos: davam pequenas pinceladas com as tintas, cabendo aos olhos do espectador, ao apreciar a obra, combiná-las na formação das cores e dos tons. Para ampliar esse conhecimento, oriente os estudantes a, além de realizar a investigação proposta, escolher uma tela impressionista e pesquisá-la trazendo os dados anotados em um roteiro com tópicos. Sorteie três ou quatro estudantes, procure na internet a tela que foi analisada para projetá-la e peça que as informações sejam lidas. Sugerimos obras dos pintores Clôd Monê, Pierre Auguste Renoar, edigár degá e camí pissarrô. A atividade pode ser feita ao final do capítulo, em uma etapa de ampliação cultural.

5. Leia a transcrição de parte de um diálogo entre a jornalista Thais Dias e a psicóloga paulista Rosely Sayão, transmitido em um podcast. Observe a troca de turnos conversacionais.

Lembra?

Chamamos de turno cada momento de fala. Nesse diálogo, cada falante teve dois turnos.

Thais Dias: Espaço aberto para as crianças na coluna de hoje, Rosely. A Michele conta que mora com os pais em um apartamento e que eles não a deixam ter um cachorro. Ela, que não colocou a idade nesse e-mail, disse que fica pesquisando na internet que acha que está ficando depressiva, Roselyreticências palavras dela, tá?! Ereticências te pergunta se os pais devem ou não comprar um animalzinho por causa disso.

Rosely Sayão: (risos) Olha que esperta!

Taís Días: Éééééé! Já tem até um embasamento.

Rio Grande do Sul: Pois é! Olha essa internet, né? O que faz com as crianças (rindo)! Bom, vamos láreticências Pode ser legal ter um cachorrinho se a família inteira acolhe o cachorrinho, né? Não pode ser assimreticências só areticências o filho, a filha querer! Todo mundo tem que querer porque ter um cão em casa dá trabalho, né? Tem que alimentar, tem que levar ao veterinário, tem que limpar areticências quando ele faz xixi e cocô fora do lugar, tem que ensinar muitas coisas, então, é trabalhoso! Quando vai sair, precisa saber quando for viajar com quem vai ficar o cão. Enfim, é um trabalho da família toda e não só dela, né? Ter um animal em casa não é só brincar com ele, tem a parte que custa. Então, eureticências eu diria pra ela assimreticências em vez de ficar procurando na internet, primeiramente ela não tá depressiva, ela tá triste. Todo mundo que quer uma coisa e não consegue fica um pouco triste por um tempo, mas isso pode passar. Conversa de novo com a família, com os pais, vê se há possibilidade de ter o cão no apartamento, que tipo de cãoreticências Éééééreticências e se ela não conseguir convencer eu digo pra ela olhareticências é assim, uma hora você consegue na sua casareticências esse dia vai chegarreticências

PODCAST/27102017: Para ter cachorro em casa, não basta só o filho querer. [Locução de]: Thais Dias. [sem local]: Band níus éfe ême, 27 outubro 2017. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/eqIvhl. Acesso em: 28 março 2022.

  1. A jornalista fez uma pergunta a Rosely Sayão, mas voltou a falar após a psicóloga iniciar sua fala. Sua intervenção foi inadequada? Justifique sua resposta.
  2. O que significa a expressão pois é, empregada por Rosely? Qual é sua função nessa parte do diálogo?
  3. Thais Dias empregou o marcador de conversa tá? Qual é a ­função dele no diálogo?
  4. Como se classifica o termo depressiva na oração “[ela] está ficando depressiva”? Justifique sua resposta.
  5. Explique por que o riso da psicóloga está relacionado ao emprego da palavra depressiva.
  6. Se, no lugar da expressão destacada em “[ela] está ficando depressiva”, fossem usadas as fórmas está ou ficará, que diferença de ­sentido haveria na oração? Essa alteração mudaria também a classificação sintática? Explique sua resposta.
  7. A psicóloga não explica o que é depressão, mas a diferencia de tristeza. Com base na fala, qual é a principal característica da depressão?
Versão adaptada acessível

Atividade 5, item f.

Se, no lugar da expressão “está ficando”, em “[ela] está ficando depressiva”, fossem usadas as formas está ou ficará, que diferença de sentido haveria na oração? Essa alteração mudaria também a classificação sintática? Explique sua resposta.

Desafio da linguagem

Imagine que o sáite da emissora de rádio tenha uma seção com dicas da psicóloga, expressas em textos curtos. Reescreva a transcrição, considerando, agora, a seguinte pergunta: “Alguns pais não desejam ter um cachorro, mas seus filhos ficam tristes por isso. A família deveria ter um cachorrinho?”.

  • Elimine as referências ao caso particular da menina que escreveu para a emissora de rádio.
  • Exclua as marcas de oralidade e de interação.
  • Reorganize os períodos para que fiquem claros.
Respostas e comentários

Desafio da linguagem. Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

5a. Não. Rosely provocou uma situação de interação ao dizer “Olha que esperta!”, abrindo espaço para a jornalista fazer um comentário.

5b. A expressão significa “é verdade” e Rosely a usou para concordar com o comentário de Thais e retomar o turno.

5c. Confirmar se o interlocutor está atento e compreendendo o que está sendo dito.

5d. É um predicativo do sujeito, já que se trata de uma característica do sujeito expressa no predicado e associada àquele por meio de um verbo de ligação.

5e. A psicóloga riu porque entendeu que a referência à depressão é uma estratégia da menina para conseguir que sua família atenda seu desejo.

5f. A locução está ficando indica que a depressão está em processo de instauração, enquanto a fórma verbal está sugere que a menina já tem a doença e a fórma verbal ficará refere-se a uma possibilidade futura. Não há alteração da classificação sintática, já que o verbo continua ligando o predicativo ao sujeito.

5g. A depressão é um estado contínuo, que não está associado a um fato específico, como a tristeza por uma frustração. Verifique se os estudantes revelam empatia em relação às pessoas que têm essa doença, evitando comentários que as ridicularizem.

Orientações didáticas

Questão 5 – Se possível, apresente o áudio disponível em: https://oeds.link/eqIvhl (acesso em: 28 março2022) e peça aos estudantes que o ouçam sem o acompanhamento da transcrição. Faça perguntas sobre o conteúdo do texto: quem é a ouvinte que se dirige ao programa de rádio? O que ela deseja? Qual é o ponto de vista da psicóloga? Como ela o defende? Verifique também se compreenderam por que a apresentadora e a psicóloga riem da pergunta feita pela criança. Em seguida, apresente novamente o áudio para que o acompanhem com a transcrição. Caso não seja possível ouvi-lo, assuma a leitura, procurando reproduzir as marcas de oralidade.

Desafio da linguagem – Sugestão: Pode ser legal ter um cachorrinho se a família inteira o acolhe. Não pode ser uma decisão para agradar apenas aos filhos, já que cuidar de um animal é trabalhoso. É preciso alimentar, levar ao veterinário, limpar a sujeira, ensinar, encontrar alguém que possa ficar com ele quando a família viaja. É uma atividade que envolve todos e não só a criança, pois ter um animal em casa não se resume a brincar com ele. Então, mesmo que os filhos desejem muito um cachorro, devem superar sua frustração e, um dia, quando estiverem mais velhos ou em sua própria casa, podem tê-lo.

Sugerimos que a correção seja feita em quartetos, sobretudo em turmas numerosas. Um estudante deve ler para os colegas o texto produzido para que observem se não houve falta ou distorção de informações. Devem também dizer se o texto ficou claro e, em seguida, já em duplas, trocar os cadernos para verificar se não há necessidade de ajustes relativos à ortografia, às concordâncias verbal e nominal etcétera Escolha um texto produzido pelos estudantes, digite-o e projete-o ou anote-o na lousa, para tornar possível a análise das estratégias empregadas para evitar repetições e para conectar as partes do texto. Se preferir, projete ou copie a sugestão de resposta e examine os mesmos recursos.

Preparando o TERRENO

Como se organizar para uma entrevista?

Como você pôde perceber no estudo das biografias, a entrevista é uma ­estratégia fundamental para que o escritor possa coletar informações sobre a vida da pessoa biografada. Assim, ao elaborar uma entrevista, é preciso planejar e pensar nas perguntas que serão feitas para os entrevistados.

Na próxima seção, você será convidado a escrever uma biografia, com mais dois colegas. O biografado pode ser um funcionário da escola, alguém que trabalhe no comércio, uma figura ligada à religião, um artista etcétera As biografias devem mostrar a trajetória dessa pessoa no mundo do trabalho e vão compor uma exposição. Que tal iniciarmos esse planejamento?

  1. Para começar, reúnam-se e decidam: qual pessoa será biografada? Por quê?
  2. Consultem a pessoa escolhida para saber se ela deseja ser biografada e, em caso ­positivo, agendem a entrevista. Antes, decidam: ela ocorrerá presencialmente ou virtual­mente? Será gravada ou filmada? Se decidirem gravar ou ­filmar a ­entrevista, peçam autorização.
  3. Após o agendamento, planejem a entrevista: quais perguntas precisam ser feitas para que vocês possam conhecer melhor a pessoa escolhida?
  4. Produzam um roteiro de perguntas, ordenando-as de modo a construir uma sequência lógica. Em seguida, consultem o quadro da página 140. Ele orienta as perguntas considerando as características da biografia.
  5. Reflitam: s erá preciso entrevistar outras pessoas que possam trazer informações sobre a pessoa que será biografada? Se essa for a decisão, elaborem um roteiro para cada entrevistado.
  6. Lembrem-se de que o objetivo do grupo é reunir material para a biografia. Não haverá divulgação da entrevista.
  7. Para que a entrevista funcione bem, é preciso organizar a função de cada ­integrante do grupo:
    • Quem fará o contato e o agendamento das entrevistas?
    • Quem providenciará e operará os equipamentos?
    • Quem fará a entrevista?
    • Quem tratará o material, organizando os dados coletados?
    • Quem tentará conseguir materiais complementares, como fotografias do entrevistado em seu trabalho, por exemplo?
  8. No dia da entrevista retomem, com antecedência, o roteiro para que vocês possam se sentir mais seguros. Lembrem-se de que outras perguntas podem surgir, estimuladas por respostas ou reações do entrevistado. Incorporem essas novas perguntas ao roteiro de fórma organizada.
  9. Caso o entrevistado não tenha aceitado a gravação ou filmagem, mas tenha concordado com ser biografado, registrem por escrito as respostas e também as reações e as emoções que vocês forem ­percebendo.
  10. Ao final da entrevista, agradeçam a pessoa entrevistada pela disponibilidade e informem que compartilharão a biografia assim que ela estiver pronta.
  11. Com a gravação/filmagem pronta, façam a transcrição para que não percam as informações. Não é preciso registrar as marcas de oralidade.
Respostas e comentários

Preparando o terreno

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 5, 6, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3, 4 e 6.

cê e éle pê : 2, 3, 5, 6 e 10.

Habilidade: ê éfe seis nove éle pê três nove.

Orientações didáticas

Nesta seção, os estudantes vão iniciar o levantamento do material necessário para a escrita de uma biografia na próxima seção (Minha biografia na prática). Explique aos estudantes que, depois de decidir quem será o biografado, deverão conversar com ele para verificar se aceita participar do projeto, pois haverá divulgação de fatos da vida dele na comunidade (algumas pessoas podem se sentir incomodadas com essa exposição).

Minha biografia NA PRÁTICA

As biografias têm função de entretenimento, porque os biografados ­costumam ser pessoas por quem o público tem curiosidade. Mas elas também têm função ­documental: ao contar a vida de alguém, o biógrafo informa como era determinada época histórica.

Nesta produção, você e mais dois colegas produzirão uma biografia de uma pessoa de sua comunidade para compor uma exposição. O objetivo é mostrar a ­trajetória profissional do biografado e refletir sobre o mundo do trabalho. Esse recorte do tema é importante porque as biografias apresentam histórias de vida e, por isso, são, em geral, textos longos e detalhados. Concentrem-se nas passagens mais importantes, ocupando, no máximo, 60 linhas digitadas ou 80 manuscritas.

MOMENTO DE PRODUZIR

Planejando minha biografia

O quadro a seguir traz algumas orientações para a produção de uma biografia.

Quadro. Equivalente textual a seguir. Da teoria para a...: As biografias apresentam informações sobre o biografado que atendem à curiosidade do leitor e são também um documento de momentos históricos. ... prática: Entrevistem a pessoa que vocês vão biografar. O grupo deve montar um roteiro que leve o entrevistado a falar de sua experiência como trabalhador: quando e por que começou a trabalhar, motivações etc. Verifiquem se ele tinha ou tem outros planos, se mudou muito de emprego etc. Tirem uma fotografia dele. Da teoria para a...: Muitas biografias relatam casos, apresentam falas do biografado ou de quem o conheceu. ... prática: Peçam ao biografado que conte casos envolvendo sua profissão, como um momento de felicidade ou de intranquilidade. Vejam também se é possível conversar com outras pessoas  o chefe, um colega, um familiar  sobre seu biografado. Da teoria para a...: As biografias apresentam dados precisos: datas, nomes etc. ... prática: Enquanto conversam com o entrevistado, anotem as informações e peçam que complete o que não estiver preciso. Da teoria para a...: As biografias costumam seguir uma ordem cronológica. ... prática: Organizem os dados na ordem em que aconteceram. Decidam quais informações vão relatar e quais vão apresentar por meio de falas ou narrando casos. Da teoria para a...: A biografia relata fatos pessoais, mas é um texto com circulação pública. ... prática: Vocês podem empregar recursos que tornem o estilo interessante, mas devem manter um registro formal.
Respostas e comentários

Minha biografia na prática

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 6, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2 e 3.

cê e éle pê : 1, 2, 3 e 5.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê três nove, ê éfe seis nove éle pê cinco um e ê éfe zero nove éle pê zero quatro.

Orientações didáticas

Nesta seção, os estudantes experimentarão escrever uma biografia. A lida com esse gênero em contexto escolar exigirá ajustes para que possa fazer sentido para eles e não soar excessivamente artificial. Aproveitamos o recorte necessário para focar o mundo do trabalho, tendo em vista a escolha que os estudantes farão, já no próximo ano, do itinerário formativo que cursarão no Ensino Médio. O contato com profissionais contribui para que construam seus projetos de vida e investiguem seus desejos e afinidades.

Elaborando minha biografia

  1. A biografia que vocês estão produzindo enfoca a história de um ­trabalhador. Iniciem contando como ele é visto pelas pessoas e comprovando com um depoimento. Tentem conquistar a atenção do leitor.
  2. Desenvolvam o tema, relatando a trajetória desse trabalhador.
  3. Tentem incluir algo curioso: uma situação engraçada, por exemplo.
  4. Expliquem por que ele escolheu a profissão, por que gosta dela ou não etcétera
  5. Relacionem dados pessoais a fatos da sociedade, como o desemprego em um momento de crise econômica no país.

Revisando minha biografia

É comum, nas biografias, usarmos orações com a estrutura: sujeito – verbo de ligação – predicativo.

Muitas vezes, o verbo de ligação é o ser, que exige atenção para a concordância.

Veja dois casos que causam dúvidas.

Esquema. O responsável pelo setor sou eu. sou: verbo ser eu: pronome. Esquema. O responsável pelo setor é você. é: verbo ser você: pronome.

Observe nos exemplos que, quando o verbo ser é colocado entre um ­substantivo e um pronome pessoal, a concordância é feita com o pronome.

Agora, veja este outro exemplo.

Esquema. Quem são os responsáveis pelo setor? Quem: pronome responsáveis: substantivo

Note que, em uma pergunta, quando o verbo ser é colocado entre os ­pronomes quem ou que e um substantivo, ocorre a concordância com o substantivo.

Agora, releia seu texto com atenção e observe a concordância do verbo ser e dos demais verbos. Observe também:

  1. A ortografia e a pontuação.
  2. O uso dos pronomes para retomar informações e evitar repetição.
  3. A concordância verbal e a concordância nominal etcétera
Ilustração. Moça sentada de pernas cruzadas lendo um livro chamado: MINHA BIOGRAFIA. Nele a imagem de um menino, um rapaz, um homem e um senhor.
Respostas e comentários

Revisando minha biografia – Lembre os estudantes de que uma biografia como esta, produzida para uma exposição sobre o tema trabalho, exige maior monitoramento.

MOMENTO DE REESCREVER

Avaliando a biografia

Essa produção será avaliada em pares de trios: enquanto um trio lê a biografia preparada pelo outro, este faz o mesmo com a sua. Iniciem com uma leitura para compreender o texto. Depois marquem, a lápis, falhas relativas à ortografia, à pontuação e à concordância. Finalmente, usando o quadro de critérios, ­respondam “sim”, “mais ou menos” ou “não” e justifiquem, oralmente, suas respostas. Um relator as apresentará ao grupo avaliado.

A

O texto mostra a entrada do biografado no mundo do trabalho e sua trajetória?

B

O texto é composto de explicações precisas, relatos e depoimentos?

C

A ordem dos dados facilita a compreensão da história de vida do biografado?

D

O estilo do texto é atraente e mantém o leitor interessado na leitura?

E

A linguagem é formal?

F

A revisão garantiu poucos equívocos ou mesmo nenhum?

Reescrevendo minha biografia

  1. Façam os ajustes na linguagem indicados pelos colegas.
  2. Vejam as sugestões do grupo parceiro e ajustem o texto, digitando a versão final.

MOMENTO DE APRESENTAR

Preparando a exposição das biografias

A exposição será composta de cartazes afixados no pátio da escola, nos quais estará uma foto do biografado, seu nome completo e profissão. Também deve ser reproduzido, em letras grandes, um trecho da biografia que estimule o leitor a ler o texto integral. No cartaz haverá um QR Code que permite acesso à biografia e a imagens que a enriquecem. Coloquem uma cópia da biografia dentro de um saco de plástico preso ao cartaz. O público poderá retirá-la para leitura se não dispuser de celulares.

Para criar um QR Code em seu celular, siga os passos:

  1. Baixe em seu celular um aplicativo de código QR.
  2. Abra o app escolhido e toque em “Criar”.
  3. Escolha o que deseja incluir no seu código: link para o arquivo salvo na nuvem; o próprio arquivo, se estiver salvo no seu aparelho; ou você pode copiar e colar o texto direto no aplicativo.
  4. Pronto! Em alguns segundos, o app vai gerar o código solicitado. Imprima-o e cole-o no cartaz.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Preparando a exposição das biografias – Planejamos uma exposição usando cartazes com QR Code, uma ferramenta digital acessível. No entanto, se não for viável o uso dessa ferramenta, basta adaptar a atividade pedindo aos estudantes que providenciem cópias do texto manuscritas ou digitadas e impressas.

Textos em CONVERSA

Você já deve ter visto muitos gifs, a maioria deles bem ­engraçados, não é? Embora muitos gifs sejam produzidos com o objetivo de criar um efeito cômico, a combinação, o rearranjo e a edição de imagens podem ter outros propósitos, como uma expo­sição didática.

Composição de fotografias. Sequência de três imagens do Planeta Terra. Na primeira foto o continente sul-Americano em destaque. Na segunda foto o continente Africano em destaque. Na terceira foto o Oceano Índico, entre o sul da Ásia, leste da África e Oceania.

1. Que uso você imagina para um gif produzido com ­imagens da Terra, como estas?

Composição de fotografias. Cinco fotos de uma flor sobre fundo preto, uma ao lado da outra. Na primeira imagem, vê-se a haste e o botão; na segunda, a haste e a flor aberta, amarela; na terceira, a haste e uma espécie de pompom formado por minúsculas sementes com filamentos brancos; na quarta, a haste e o pompom, do qual parte das sementes se desprende; na quinta, a haste e o miolo sem pétalas nem sementes.

2. E com qual intenção as imagens desta planta, conhecida como dente-de-leão, podem ter sido combinadas?

Como vemos, é possível concluir que os gifs também podem ser usados para apresentar ideias.

Eles podem ser produtivos quando se quer contar uma história de modo sintético, apresentar o passo a passo a ser seguido para realizar determinada ação, entre outras funções. Uma que tem obtido destaque é a produção de biografias ou autobiografias, com a conjugação de imagens e frases.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. É esperado que os estudantes mencionem que o gif serve para uma aula de Geografia, por exemplo, em que o professor queira mostrar o formato dos continentes, sua distribuição no globo, a quantidade de água, o movimento de rotação da Terra etcétera

2. Resposta pessoal. Sugestão: Para sugerir que tudo na vida é passageiro; para o remetente indicar a quem envia o gif que está fragilizado; para mostrar o ciclo de vida de uma planta (em uma aula de Ciências, por exemplo).

Textos em conversa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 4, e 5.

cê e éle : 2 e 6.

cê e éle pê : 1, 3, 7 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê zero cinco e ê éfe oito nove éle pê zero dois.

Orientações didáticas

Nesta atividade, os estudantes vão comparar as biografias e os gifs biográficos em uma oportunidade de estudo desse gênero multissemiótico.

Observe a seguir uma sequência de imagens utilizadas para produzir um gif sobre o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga e responda às questões.

Fotografia em preto e branco. Luiz Gonzaga, senhor de nariz largo e sobrancelhas em arco. Usa chapéu de cangaceiro e camisa. Ele canta em um microfone e toca uma sanfona. Texto: PERNAMBUCANO, CANTOR E SANFONEIRO.
Fotografia em preto e branco. Luiz Gonzaga, de cabelo curto e óculos escuros. Está com a cabeça inclinada para trás, olhando para cima e apontando para cima com a mão. Texto: LUIZ GONZAGA ERA PRA LÁ DE BRASILEIRO.
Fotografia em preto e branco. Luiz Gonzaga, com chapéu de cangaceiro. Está sorrindo e posando para foto ao lado de dois outros homens. O homem do meio tem a cabeça arredondada e testa grande. O cabelo é curto e os olhos pequenos. Os lábios são grossos. Usa um bigode fino. O homem à direita tem cabelo curto, sobrancelha cheia e bigode. Texto: ASA BRANCA, JUAZEIRO E BAIÃO DE DOIS FORAM SUAS PRINCIPAIS CANÇÕES...
Fotografia colorida. Rapaz negro, de cabelo Black Power e barba cheia. Está tocando sanfona. Texto: COM SUAS MÚSICAS, INFLUENCIOU DIVERSAS GERAÇÕES.
Fotografia em preto e branco. Luiz Gonzaga em uma apresentação no palco. Uma plateia sentada assiste. Texto: DO NORDESTE PRO BRASILZÃO.
Fotografia em preto e branco. Luiz Gonzaga, com chapéu de cangaceiro e óculos escuros. Texto: O CABRA ERA O REI DO BAIÃO.

Biblioteca cultural

Para conhecer mais sobre a importância de Luiz Gonzaga na cultura brasileira e entender como ele continua influenciando novas gerações de músicos, ­pesquise na internet os episódios do podcast “Luiz Gonzaga – 110 anos de ­nascimento”. Nesses episódios que marcam as comemorações dos 110 anos de Luiz Gonzaga, ocorridas em 2022, diversos artistas participaram de um bate-papo sobre a obra do músico.

  1. O que você acha que a sequência de fotografias legendadas de Luiz ­Gonzaga quis destacar?
  2. Apesar de os gifs se caracterizarem pela repetição contínua (looping) das telas, é possível reconhecer, pelo conteúdo, aquela que inicia a sequência. Que aspecto da vida de Luiz Gonzaga a primeira imagem procura ­destacar? Justifique sua resposta.
  3. Você sabe quem é o músico representado na quarta foto? Com que intenção ele foi apresentado no gif, considerando o texto ­verbal que o acompanha?
  4. Que recurso foi empregado na construção do texto verbal do gif para torná-lo mais expressivo? Relacione esse recurso à perso­nalidade biografada.
  5. Que efeito o uso desse recurso expressivo produziu no gif?
  6. Considerando a linguagem verbal e a não verbal, qual é a função do último quadro nesse conjunto?
  7. Agora que você analisou detidamente o gif, responda: os gifs biográficos conseguem apresentar a vida de uma personalidade, como faz uma biografia? Justifique sua resposta.

É lógico!

Para responder à questão 7, você precisou identificar as características relevantes dos dois gêneros. Essa habilidade chama-se abstração.

Fala aí!

Vocês costumam compartilhar gifs? Qual critério usam para definir aqueles que são compartilhados?

8. Muitos gifs biográficos valem-se do humor, obtido principalmente com o contraste entre a fotografia e o texto verbal. Você acha que o gif sobre Luiz Gonzaga vale-se desse recurso? Justifique.

Desafio da linguagem

Você conheceu um gif biográfico sobre o cantor e compositor Luiz Gonzaga, conhecido como o “rei do baião”. Agora é sua vez de, com um colega, transformar uma das biografias lidas em gif. Você pode optar pelo ator Grande Otelo ou pelo quadrinista chuls , e seu gif deve ter como foco a personalidade do biografado. Siga as dicas a seguir.

  1. Pesquise informações no site oficial do biografado ou em enciclopédias on-line.
  2. Anote os traços de personalidade que deseja destacar.
  3. Selecione fotos que revelem esses traços. Elas devem ter a mesma orientação (vertical ou horizontal). Faça recortes, se precisar.
  4. Lembre-se de trabalhar a linguagem de modo criativo e expressivo. Você pode, por exemplo, construir frases que, associadas à imagem, criem um duplo sentido para gerar humor, mas sem desrespeitar o biografado.
  5. Pesquise em fontes confiáveis da internet um editor de gifs. Siga as orientações dadas e faça a sua produção.
  6. Poste o gif no blog da turma e apresente-o a todos os colegas da classe.
Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que o gif destaca a importância do compositor Luiz Gonzaga para a cultura brasileira.

2. A profissão de cantor e instrumentista.

3. A quarta foto mostra o músico Mestrinho, influenciado por Luiz Gonzaga. Ao comparar a primeira e a quarta foto, deve-se reconhecer que ambos os músicos estão tocando sanfona. A foto destaca a influência de Luiz Gonzaga em gerações mais contemporâneas da música brasileira.

4. Foram empregadas rimas entre pares de frases. Esse recurso de som pode ser associado ao universo do biografado, que era músico.

5. As rimas tornaram o texto mais divertido, descontraído.

6. A fotografia mostra Luiz Gonzaga com chapéu de couro de cangaceiro, acessório tradicional no Nordeste, e destaca a fórma como é conhecido nacionalmente: “rei do baião”, estilo musical popular no Nordeste brasileiro.

7, 8 e Fala aí! Resposta pessoal. Ver comentário nas Orientações didáticas.

Orientações didáticas

Questão 7 – Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente. Embora o gif se concentre nas principais informações, a apresentação da vida do biografado permite conhecer características e ações importantes. Além disso, as fotografias oferecem detalhes que podem completar informações e construir sentidos que não estão explícitos nos textos verbais curtos que caracterizam o gênero.

Questão 8 – Caso os estudantes respondam afirmativamente, solicite que sustentem sua análise com exemplos. Ajude-os a avaliar o texto, percebendo que as rimas, as expressões coloquiais (pra lá e brasilzão) e a marca de regionalismo (cabra) criam uma linguagem mais despojada, informal, mas não há contraste entre imagem e texto verbal nem intenção de provocar riso.

Fala aí! – Aproveite para discutir as práticas de compartilhamento com a finalidade de estimular uma presença mais crítica e ética nas redes. Converse com os estudantes sobre a produção e a recepção de gifs. Eles gostam desse gênero textual? Em geral, que tipo de gif recebem? Eles costumam compartilhar todos os recebidos? Costumam excluir gifs que veiculam mensagens preconceituosas e impõem humilhação a alguém? Eles produzem gifs? Em geral, de onde surgem as ideias para essa composição?

Desafio da linguagem – Nesta atividade, os estudantes produzirão um gif, gênero digital com o qual costumam ter bastante contato. A produção de um gif mobiliza habilidades ligadas à seleção e à síntese e tem como pressuposto a compreensão dos efeitos de sentido, geralmente efeitos de humor, que podem ser obtidos pelo emprego de determinados recursos multissemióticos. Contribui, assim, para o desenvolvimento da cê e éle pê 10, que trata do uso das ferramentas digitais, linguagens e mídias associadas à cultura digital para a produção de sentidos.

Além disso, a produção de um material como esse, em contexto escolar, determina construções reflexivas e éticas e, nesse sentido, contribui para a qualificação do trato com a informação e a opinião, facultando uma presença mais crítica nas redes sociais.

Fora da caixa

Pesquisa e podcast

Muito se tem discutido sobre o processo de exclusão pelo qual passaram (e passam) os afrodescendentes brasileiros ao longo da história. Apesar disso, muitos foram os negros que ultrapassaram as inúmeras barreiras do preconceito impostas a eles e se projetaram nas artes, na economia, na política, nas ciências, nos esportes etcétera, como é o caso do ator Grande Otelo, que você conheceu neste capítulo. Vamos conhecer outras personalidades notáveis?

Clementina de Jesus

(1901-1987)

Com sua inconfundível voz grave, que muito diferia da voz das populares cantoras do rádio de sua época, a fluminense Clementina de Jesus – conhecida como Rainha Quelé – foi uma grande sambista. Gravou 13 discos, com destaque para o trabalho O canto dos escravos.

Fotografia em preto e branco. Clementina de Jesus, mulher negra, rosto grande, cabelo penteado para trás. Está com um dos braços levantados se apresentando.
Foto de 1975.

Abdias Nascimento

(1914-2011)

O paulista nascido em Franca foi poeta, dramaturgo e artista plástico, além de ter sido professor em univer­sidades no Brasil e no exterior, político e ativista dos direitos civis e ­humanos das populações negras. Leia a biografia no site dele.

Fotografia. Abdias Nascimento, senhor negro de cabelo e barba brancos. Usa óculos.
Foto de 2002.

Zileide Silva

(1958-)

Uma das principais repórteres da Rede Globo e uma das primeiras mulheres negras a apresentar telejornais de destaque nacional, Zileide tem feito trabalhos importantes, como a cobertura histórica dos atentados a Nova iórque em 2001, quando era correspondente internacional. Veja o relato dessa cobertura em https://oeds.link/7UF135. Acesso em: 16 março 2022.

Fotografia. Zileide Silva, moça negra, cabelo curto e cacheado, tem olhos grandes e escuros.
Foto de 2010.
Respostas e comentários

Fora da caixa

Bê êne cê cê em foco

cê gê: 1, 2, 4, 5, 6, 8, 9 e 10.

cê e éle : 1, 2, 3 e 6.

cê e éle pê : 1, 3, 5, 6 e 10.

Habilidades: ê éfe seis nove éle pê um zero, ê éfe seis nove éle pê três zero, ê éfe seis nove éle pê três seis, ê éfe seis nove éle pê três sete, ê éfe oito nove éle pê dois quatro e ê éfe oito nove éle pê dois cinco.

Orientações didáticas

A atividade retoma a figura de Grande Otelo, tema da biografia estudada na Leitura 2, para destacar outras personalidades negras brasileiras. Elas serão tema de pesquisas cujos resultados serão divulgados em podcasts. Novamente, a orientação indica a importância da curadoria do material pesquisado.

A orientação também se concentra na sugestão da articulação entre linguagens como fórma de tornar ainda mais significativo o texto verbal oralizado que será a base do podcast. Essa produção mobiliza os conhecimentos acerca da oralidade, uma vez que os estudantes devem considerar os efeitos de sentido decorrentes da expressividade da fala, do volume e do timbre, das pausas etcétera, além de conhecimentos acerca de outras mídias, que poderão ser incorporadas. Desenvolvem-se, assim, as habilidades ê éfe seis nove éle pê três seis e ê éfe seis nove éle pê três sete.

O conjunto de ações contribui para que as práticas de linguagem dos estudantes se tornem cada vez mais autônomas e estimula seu interesse por divulgar produções autorais usando os vários recursos disponíveis no universo digital. No processo educativo, deve estar clara a preocupação com a participação ética na cultura digital, mas os estudantes não podem ser desestimulados a participar desse universo e, menos ainda, a separá-lo das práticas que serão consideradas sérias e de prestígio. Pelo contrário, trata-se, como propõe a Bê êne cê cê, de aproveitar o potencial de comunicação do universo digital e de fomentar a disposição dos jovens para a produção e a divulgação de bons textos noticiosos, opinativos, artísticos ou de divulgação de conhecimento.

Milton Santos

(1926-2001)

O geógrafo baiano foi também jornalista, bacharel em Direito e professor em renomadas universidades, além de diretor da Imprensa Oficial da Bahia e presidente da Fundação Comissão de Planejamento Econômico daquele estado. Muitos o consideram o maior pensador da Geografia no Brasil.

Fotografia. Milton Santos, homem negro, de cabelo curto e escuro. Tem lábios grandes e marcas de expressão ao lado da boca. Usa terno azul e gravata vermelha.
Foto de 1996.

Emicida

(1985-)

É considerado um dos rappers mais importantes do Brasil e uma das vozes mais expressivas na valorização da cultura negra. Emicida traz vivências pessoais para as suas composições. Conheça mais sobre ele no site https://oeds.link/Ees935. Acesso em: 14 março 2022.

Fotografia. Emicida, rapaz negro de cabelo Black Power e barba. Está sentado com tronco inclinado para frente e os braços apoiados nas pernas.
Foto de 2020.

Rebeca Andrade

(1999-)

Em 2020, nas Olimpíadas de Tóquio, Rebeca conquistou duas medalhas, tornando-se a primeira medalhista olímpica feminina da ginástica artística do Brasil. Para saber mais sobre sua trajetória, acesse o site https://oeds.link/BIDsiT. Acesso em: 14 março 2022.

Fotografia. Rebeca Andrade, ginasta negra. Tem o cabelo penteado para trás, usa collant e exibe suas medalhas.
Foto de 2021.

Agora, em grupos, vocês vão produzir podcasts para divulgar informações relativas a essas personalidades. Eles serão acessados por meio de QR Codes disponíveis em cartazes que vão compor uma exposição em uma área de uso coletivo da escola.

Lembra?

O podcast é se­melhante a um pro­­grama de rádio e, quando se desti­na a divulgar conhe­cimento, associa informatividade e entretenimento. 

1. Cada grupo é responsável por pesquisar um nome. A pesquisa será transformada em uma apresentação com dados biográficos e informações sobre a personalidade.

Titulo do carrossel
Imagem meramente ilustrativa

Gire o seu dispositivo para a posição vertical

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Esta seção pode ser desenvolvida em parceria com o professor de História. Esse componente curricular discute a lógica de inclusão e de exclusão das populações africanas (ê éfe zero nove agá ih zero sete) e as transformações ocorridas no debate sobre a diversidade no século vinte (ê éfe zero nove agá ih zero oito). As aulas também promovem a discussão acerca da Carta de Direitos Humanos e do processo de afirmação dos direitos fundamentais e de defesa da dignidade humana (ê éfe zero nove agá ih um seis) e do “pacto da sociedade brasileira de combate a diversas fórmas de preconceito” após a Constituição de 1988 (ê éfe zero nove agá ih dois três). Uma atividade conjunta propiciará o contexto necessário ao aprofundamento da reflexão acerca das figuras selecionadas para as biografias e dará maior significado a essa produção na medida em que a insere em uma fundamental discussão acerca dos direitos humanos.

  1. É importante que sejam utilizados sites oficiais, quando houver, acompanhados por três ou quatro fontes diferentes, que possam oferecer informações complementares. Vocês podem consultar sites de bibliotecas públicas e institutos culturais ou, ainda, acervos de jornais e revistas, mas é preciso checar sempre a validade das informações, confrontando fontes.
  2. Além disso, o grupo deve procurar, na internet, fragmentos de produções literárias, canções, áudios com entrevistas etcétera que ilustrem os trabalhos feitos pela personalidade ou que revelem opiniões fundamentadas sobre ela.
  3. Produzam o roteiro do podcast, “costurando” os dados obtidos na pesquisa com esse material ilustrativo. Será preciso tomar algumas decisões:
    • Vocês farão uma leitura expressiva do texto ou tentarão falar sem ler?
    • Acham interessante simular uma entrevista ou um debate?
    • Tentarão outra estratégia?
  4. Preparem o texto adequado à fórma escolhida: caso pretendam ler, escrevam o texto usando estratégias que o aproximem de uma fala, como perguntas ou comentários dirigidos ao leitor. Se forem falar, anotem, em tópicos, as informações que desejam mencionar.  A duração máxima é de quatro minutos.
  5. Iniciem o texto apresentando o tema do podcast ao público e planejem um encerramento.
  6. A linguagem informal é a mais comum nos podcasts, mas ela não deve ser descuidada. Gírias ou expressões coloquiais só devem ser utilizadas se a intenção for obter efeito expressivo. Seu ­propósito é divulgar um conhecimento e, por isso, deve ser construída a imagem de um falante confiável.
  7. Realizem alguns testes de gravação e observem se os dados estão claros e se a sequência é coerente. Avaliem, também, se o resultado ficou interessante para quem o ouve.
  8. Gravem o podcast em um lugar silencioso para evitar a intromissão de ruídos.
  9. Trechos de áudio, trilhas ou efeitos sonoros podem ser inseridos após a gravação para aprimorá-la, usando um editor de áudio.
  10. Postem o podcast no blog da turma.
  11. Para a exposição, façam um cartaz com uma fotografia da personalidade e incluam um QR Code. Assim, as pessoas que visitarem a ­exposição poderão usar seus próprios celulares para ouvir os podcasts.
  12. Escolham uma comissão para escrever o texto de abertura da exposição, com a explicação da atividade. O mesmo texto será usado no blog da turma para apresentar os podcasts.

É lógico!

As etapas para a produção dos podcasts correspondem a um algoritmo. Você pode recorrer a ele sempre que precisar produzir um podcast.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Você pode optar por ampliar a lista de nomes indicados e incluir, também, personalidades de sua cidade ou estado. Peça aos estudantes que pesquisem personalidades negras brasileiras e façam uma grande lista, da qual sairão os nomes que cada grupo pesquisará. Sugestões: Luís Gama, José do Patrocínio, Lima Barreto, Antonieta de Barros, Laudelina de Campos Melo, Ruth de Souza, Adhemar Ferreira da Silva, Edson Arantes do Nascimento (Pelé), Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elza Soares, Conceição Evaristo, Luiz Silva (Cuti), Carolina de Jesus, Glória Maria etcétera Caso você tenha poucas turmas, considere a possibilidade de realizar o trabalho em duplas, e não em grupos maiores.

Para criar o QR Code, volte às orientações da página 142.

Item 7 – Comente com os estudantes que é possível utilizar estratégias para obter o efeito de informalidade e, ainda assim, mostrar-se confiável, como fazem, por exemplo, alguns produtores de podcasts e vídeos de divulgação científica. No entanto, neste momento de aprendizagem, eles devem se valer de fórmas mais convencionais.

Glossário

Central
: Referência à cêntral rái iscúl, escola em que chuls estudou.
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Reserva
: discrição, recato.
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Decoroso
: decente, digno.
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Infrequente
: não frequente, raro.
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Colocar em evidência
: chamar a atenção.
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Petrificado
: imóvel, paralisado.
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:stado dos Estados Unidos da América.
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Lilases
: flores azuis, purpúreas ou brancas.
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:Árua da cidade de râdson, no uinscôncin.
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Convicção
:certeza.
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Vagabundo
: personagem de Tcharls Tcháplin no filme Luzes da cidade.
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Pungência
: sensação de angústia, aflição.
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: Gêmeas] Trata-se de mineápolis ê sâint póu, as duas cidades que integram uma região metropolitana às margens do rio Mississípi, no estado de Mineçota .
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Transviada
: sumida, desaparecida.
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Piche
: resina muito pegajosa, de cor preta.
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Azeviche
: substância mineral de cor muito preta, usada para fazer enfeites.
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Coramina
: substância usada como estimulante cardíaco e respiratório.
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Amônia
: gás solúvel em água, de odor intenso, que, no passado, era usado para reanimar pessoas que desmaiavam.
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Veemência
: força, ardor.
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Cônego
: padre, religioso.
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