CAPÍTULO 6 

Língua e significação (léxico)

Tópico 1 – Polissemia e contextos

O que você poderá aprender

Você já estudou que os textos que falamos ou escrevemos usando a língua e outras linguagens são produzidos com certas intencionalidades (criticar, fazer um pedido, convencer alguém de algo, fazer rir, enganar, elogiar, ofender etcétera). Por isso, é importante saber como as palavras podem ser usadas para produzir os sentidos que desejamos. Neste tópico você passará a discutir, então, as seguintes questões:

  1. As palavras que você usa no dia a dia para construir seus textos falados e escritos têm sempre um único sentido ou podemos usar uma mesma palavra com sentidos diferentes?
  2. E será que podemos usar diferentes palavras com um mesmo sentido?
  3. Você sabe o que são palavras sinônimas e palavras antônimas? Sabe da importância delas para produzirmos os nossos textos?

Leia as duas tiras a seguir, observando o uso da palavra cão.

Tira 1

Proféticos/Rafael Marçal

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagem Zíper, um cachorro de pelos bege, focinho preto redondo, com olhos e detalhes da pata em preto. As cenas se passam em local aberto com grama verde.  
Quadro um. O cachorro sentado sobre a grama, com livro à frente dele, de capa azul com o título: Filosofia. Ele olha para baixo, observando o livro. Na parte superior, texto: ZÍPER OBSERVA AQUELE OBJETO. NUNCA ANTES O NOSSO CÃO PREFERIDO VIU ALGO ASSIM. 
Quadro dois. O cachorro com a cabeça inclinada levemente para a direita, olhando para baixo. Na parte superior, texto: É UM LIVRO, DIZEM QUE ALIMENTA A ALMA, ENRIQUECE O CORAÇÃO, TRAZ ALEGRIA. 
Quadro três. O cachorro está sentado, com o livro na boca e de olhos fechados. Efeito de movimento de chacoalhar a cabeça. O cachorro diz: ZÍPER CONCORDA.
MARÇAL, Rafael. Proféticos. Disponível em: https://oeds.link/FaXkyW. Acesso em: 13 abril 2022.

Tira 2

Hagar, o Horrível/Diqui Bráun

Tirinha. Composta por oito quadros. Apresenta como personagens: Hagar: um homem gordo, branco, cabelos e barba ruivos, vestido com blusa de manga comprida branca e túnica amarela por cima, com  capacete cinza e par de chifre acima do capacete, escudo redondo cinza e uma espada na mão direita e soldados. As cenas se passam em local aberto, onde há neve e uma torre de castelo em marrom. 
Quadro um. Uma armação quadrada de galhos, com uma faixa estendida em amarelo. Texto: Hagar, o horrível. By DIK BROWNE. Na parte inferior, grama verde com flores de pétalas em azul e rosa e na ponta da direita, capacete branco com um pássaro azul em cima.  
Quadro dois. Hagar em cima de uma escada encostada sobre torre. Ele diz: SIGAM-ME, HOMENS!! Na parte superior, nuvens grossas e flocos de neve caindo. 
Quadro três. Hagar ainda sobre a escada, com a espada para frente, fala: VOCÊ ESTÁ CONDENADO A PERDER, INGLÊS!! Sobre a torre, um homem com coroa dourada sobre a cabeça, capa rosa e escudo lilás. Com os olhos fechados e dentes à mostra, responde: É O QUE VEREMOS, PORCO VIKING! 
Quadro quatro. Hagar e o homem vistos da cintura para cima. Hagar com cenho franzido, com a espada para frente contra a espada do homem sobre a torre. Hagar diz: LOGO A VITÓRIA SERÁ NOSSA, INGLÊS! O homem da torre fala: HA!  
Quadro cinco. Foco em Hagar com o corpo para a direita, visto da cintura para cima, com a espada na mão direita, vista parcialmente. Ele fala: MAS ANTES DE VENCERMOS... QUERO UM FAVOR! O outro homem, fala: O QUE É, CÃO VIKING? 
Quadro seis. Hagar e o outro homem visto da cintura para cima, um de frente para o outro, batendo nas duas espadas e com o cenho franzido. Hagar diz: MEUS HOMENS ESTARÃO LONGE DE CASA NO FERIADO... 
Quadro sete. Hagar visto da cintura para cima, com o corpo para a esquerda e a espada do outro homem passando perto. Hagar fala: ...COM FRIO E SOLITÁRIOS... 
Quadro oito. Vista geral de local com muita neve, a torre com o homem de coroa, soldados em pé com lanças e espadas e à esquerda, é visível o portão da torre com uma guirlanda de Natal, Hagar na ponta da escada e outros soldados em outros degraus de capacete e roupa preta com detalhes em amarelo e espada na mão esquerda. Hagar diz: ENTÃO, SE VOCÊS IRÃO DAR UMA FESTA, NÓS QUEREMOS SER CONVIDADOS! À esquerda, árvore cobertas por neve e céu escuro.
bráun díqui. Hagar, o Horrível. abre colchetesem localfecha colchete, 2009.

Converse com a turma

  1. A palavra cão refere-se a um mesmo ser nas duas tirinhas? Ou seja, foi usada para significar a mesma coisa nos dois casos? Explique.
  2. Em qual das tiras a palavra cão aparece com significado mais usual? E em qual ela foi empregada de fórma diferente, ganhando outro sentido?
  3. Esse novo sentido tem alguma relação com o sentido mais usual? Explique.
  4. Agora releia a primeira tira e identifique nela duas palavras que estão sendo empregadas com sentido diferente do mais esperado e usual.
  5. Na segunda tira, quando a personagem chamada de inglês dirige-se a Hagar pela primeira vez, ela utiliza outra palavra para referir-se ao váiquin. Localize essa palavra e explique qual é o sentido usual dela e qual é o sentido que ela assume na fala do inglês.
  6. As palavras usadas para fazer referência a Hagar sinalizam que o inglês pensa bem ou mal dele? Por quê?

Ao analisar o uso das palavras nas tirinhas, você percebeu que, conforme o contexto de uso, elas podem ter diferentes sentidos. Por isso, dizemos que elas são polissêmicas. A palavra polissemia vem do grego e significa poli (muitos) mais sema (sentido, significado). O fenômeno da polissemia é possível porque os sentidos que a palavra vai assumindo nas diferentes situações de uso mantêm certa relação entre si. Por exemplo, quando alguém emprega as palavras cão ou porco para referir-se a um ser humano, está atribuindo características desses animais irracionais à pessoa, com a intenção de ofendê-la.

No nosso dia a dia, é comum o emprego de uma mesma palavra com sentidos diferentes.

Observe o uso da palavra cabeça nas manchetes a seguir.

Título 1

Reprodução de página da internet.

São Paulo será cabeça de chave da Libertadores; veja como ficam os potes para o sorteio

Disponível em: https://oeds.link/j1n0L7 Acesso em: 5 fevereiro 2022.

Título 2

Reprodução de página da internet.

Bombeiros salvam cão com cabeça entalada em buraco na parede

Disponível em: https://oeds.link/kkRDOL Acesso em: 5 fevereiro 2022.

Título 3

Reprodução de página da internet.

Câmera é tão pequena que cabe na cabeça de um alfinete

Disponível em: https://oeds.link/mTusop Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Título 4

Reprodução de página da internet.

30 ideias para começar um papo-cabeça com seus filhos

Disponível em: https://oeds.link/HSDPpl/. Acesso em: 5 fevereiro 2022.

  1. Explique os sentidos que a palavra cabeça indica em cada título de notícia.
  2. Em qual dos títulos a palavra cabeça foi empregada com um sentido mais usual, aquele que geralmente damos a ela?

Denotação e conotação

Como você observou, entre os vários sentidos que uma palavra pode ter, existe pelo menos um mais usual e esperado. Ele é chamado de sentido literal e, quando usamos as palavras com esse sentido, ocorre a denotação.

Os outros sentidos são chamados de sentidos figurados e, quando as palavras são empregadas dessa fórma, ocorre a conotação.

Ilustração. Um menino em pé, cabelos encaracolados pretos, com camiseta  verde e blusa por baixo de mangas compridas em laranja, bermuda e par de tênis azuis. Ele está com o dedo indicador da mão esquerda perto do queixo, olhando para a esquerda e com cenho franzido. Perto da cabeça dele, uma nuvem de pensamento. Nela há um homem de cabelos pretos, camiseta verde, calça cinza, de cinto e sapatos pretos. Ele segura um saco de pipoca na mão direita e joga com a mão esquerda uma lata vermelha no chão. À direita do homem, um porco. No alto, texto em preto: PORCO.

Ao identificar em que título de notícia a palavra cabeça tinha sentido literal (parte do corpo) e em quais ela tinha sentidos figurados, você demonstrou que, como falante da língua portuguesa, tem conhecimento do léxico, isto é, das palavras que compõem a nossa língua e de seus usos e sentidos possíveis.

Organograma. 
Sentidos
literais: os mais usuais e esperados
- denotação: emprego da palavra em sentido literal
figurados: outros sentidos que a palavra assume no contexto de uso.
- conotação: emprego da palavra em sentido figurado

Os sinônimos e seus usos

Pense em uma pessoa conhecida sua que não tenha cabelo ou imagine uma situação assim. Como você a chamaria: de calva ou de careca? No uso cotidiano que você faz da língua, você diria que há dois carros ou dois automóveis parados no estacionamento da escola?

Quando usamos palavras diferentes para nos referir a uma mesma ideia ou ser, dizemos que estamos usando palavras sinônimas. Mas atenção: os sinônimos não são palavras exatamente com o mesmo sentido, como se costuma dizer por aí.

Na verdade, sinônimos têm sentidos parecidos, mas também sugerem diferenças de sentidos. Um dos fatores que influenciam a escolha dos sinônimos é o nível de formalidade da situação de comunicação. Por exemplo, as palavras calvo e automóvel geralmente são utilizadas em contextos mais formais do que seus respectivos sinônimos careca e carro.

Além disso, a escolha dos sinônimos pode ser influenciada pela época e pela idade dos falantes. Você provavelmente fala “tirar uma foto”, ao passo que seus avós podem falar “fazer um retrato”.

O fragmento da letra de canção a seguir traz uma escrita que busca representar a língua usada pelo eu lírico, em situação oral mais informal, com muitas marcas de como as palavras são faladas e, por isso, não segue exatamente as convenções ortográficas. Leia-o.

Reprodução de página da internet.

Filomena e Fedegoso

Eu bem que sabia

Que esse cabra era ruim

Filho de Filomena não devia ser assim


Filomena dá um jeito em Fedegoso

Tá fanhoso parecendo uma taboca

Passou quatro mês no Rio e vei simbora

E agora tá falando carioca


Jerimum ele diz que é abrobra

Macaxeira ele diz que é aipim

Arranjou mais um tal de bambolê

Pra quê? Pra fazer vergonha a mim

[reticências]

PANDEIRO, Djéksôn do; SOARES, Elias. Disponível em: https://oeds.link/PsZ8Ql. Acesso em: 5 fevereiro 2022. 

Quem é?

Fotografia em preto e branco. Jackson do Pandeiro, visto do busto para cima, negro, cabelos escuros, com camisa com listras.  Ele está com o cenho franzido e a boca aberta falando.
Djéksôn do Pandeiro, 1976.

O paraibano Djéksôn do Pandeiro (1919-1982), também conhecido como o “Rei do Ritmo”, foi cantor e compositor de forró e samba, assim como de seus diversos subgêneros (baião, xote, arrasta-pé, quadrilha, frevo etcétera). É considerado, ao lado de Luiz Gonzaga, um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas no Nordeste.

  1. Consulte um dicionário para saber os sentidos das palavras que você não conhece. Lembre-se de que algumas estão escritas tal como são faladas; assim, você precisa considerar como elas são escritas na ortografia vigente.
  2. Você sabe o sentido da palavra cabra? O que ela pode significar no texto? Por pessoas de qual região de nosso país ela costuma ser mais falada?
  3. Que palavras podem ser consideradas sinônimos de cabra?
  4. Na letra da canção, se houvesse a substituição de cabra por um desses sinônimos, o que se perderia?
  5. Por que o eu lírico está estranhando Fedegoso?
  6. Explique como o uso dos sinônimos jerimum e “abrobra” e macaxeira e aipim é sinal da mudança de Fedegoso.

Diferenças regionais e a escolha dos sinônimos

A escolha entre dois ou mais sinônimos pode se dar pela fidelidade às características regionais da fala. Se estamos escrevendo um conto, por exemplo, e queremos destacar que uma personagem é de uma região específica, podemos fazer isso também pela linguagem, inserindo na fala dela termos característicos dessa região.

Os antônimos e seus usos

Você já sabe que há, na língua, palavras que podem ser consideradas sinônimas por causa das semelhanças de sentidos que apresentam. Agora, vamos refletir sobre palavras que podem ser relacionadas pelos sentidos contrários que sugerem: os antônimos.

1. A seguir, leia o cartaz que fez parte de uma campanha de conscientização realizada em Salvador, na Bahia.

Cartaz. Formato horizontal. Fundo cinza e à esquerda, dois fantoches com linhas. À esquerda, menina de cabelos escuros em coques, com regata rosa, saia azul e sapatos em rosa. Ela segura um pacote de balas na mão esquerda. À direita, menino de cabelos escuros, de camiseta vermelha, bermuda azul e sapatos cinza, segurando na mão direita uma caixa  bege. Na parte superior, base dos fios seguradas por mãos de adultos.  
Texto: TRABALHO INFANTIL É ILEGAL. 
NÃO DEIXE UMA CRIANÇA FICAR NAS MÃOS DE QUEM A EXPLORA.  
LEGAL É A CRIANÇA BRINCAR. 
LEGAL É A CRIANÇA ESTUDAR. 
NÃO APOIE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL.
Cartaz de campanha contra o trabalho infantil, realizada pelo xópim da Barra, Rio de Janeiro, 2021.
  1. Qual é a finalidade de uma campanha com um cartaz como esse?
  2. O que as crianças ilustradas estão fazendo?
  3. Elas foram desenhadas como se fossem um tipo de brinquedo. Qual brinquedo?
  4. Relacione a ilustração à parte do cartaz com o texto verbal à direita e responda: por que as crianças foram desenhadas dessa fórma?
  5. Releia o slogan: “Trabalho infantil é ilegal”. Qual é o significado da palavra ilegal nessa frase?
  6. Leia o título da notícia a seguir e responda: qual é o significado da palavra legal nesse contexto?
Reprodução de página da internet.

Amamentar em público se torna legal em todos os 50 estados americanos

Disponível em: https://oeds.link/rvfQ2z Acesso em: 31 janeiro 2022.

Você diria que esse significado se opõe ao da palavra ilegal no contexto que você analisou no item e?

  1. Releia agora estas frases do anúncio: “Legal é a criança brincar. Legal é a criança estudar”.
    1. Podemos dizer que, nessas frases, a palavra legal tem dois sentidos. Um deles é igual ao do título da notícia. Qual é o outro sentido possível?
    2. Quando empregada com esse outro sentido, a palavra legal se opõe a ilegal?
  1. Explique como os antônimos legal e ilegal foram usados para reforçar a ideia defendida no cartaz.
  2. É possível afirmar que o uso da palavra legal com duplo sentido foi criativo. Por quê? Ao analisar o anúncio da campanha contra o trabalho infantil, você pôde perceber que a relação entre palavras antônimas também depende do contexto. Por exemplo, quando empregada com o sentido de “de acôrdo com a lei”, a palavra legal é o antônimo de ilegal (“contrário à lei”). Porém, quando empregada com o sentido de “bom, bacana”, não apresenta relação de antonímia com ilegal. Os pares de antônimos podem ser formados:
    • Pelo acréscimo de elementos que são fixados no início das palavras e por isso chamados de prefixos. Os prefixos usados na formação de antônimos têm sentido de oposição (i-, im-/in-, des-, a-): legal – ilegal; empatar – desempatar; normal – anormal;
    • Pelo acréscimo da palavra não: poroso – não poroso; reciclável – não reciclável;
    • Por palavras totalmente distintas: alto – baixo, gordo – magro.

2. Leia a tirinha e veja como os antônimos foram utilizados para produzir humor. Em seguida, responda às questões.

Tirinha. Composta por um quadro. Três robôs um ao lado do outro. À esquerda, robô grande vermelho, com detalhes em amarelo e cinza, segurando na mão esquerda um papel de frente para máquina em azul-claro em que está escrito: RELÓGIO DE PONTO. O robô olha para a direita e diz: VOCÊS VÃO ADORAR AQUI, O AMBIENTE DE TRABALHO É TOTALMENTE DESUMANO! Ao lado, um robô um pouco menor, verde-claro e detalhes em amarelo, segurando uma folha branca na mão direita, olhando para a máquina. Na ponta da direita, um robô pequeno lilás com botões amarelos e papel branco na mão direita. Ao fundo, à esquerda, vista parcial de uma sala.
THAVES, Bob. frênqui e Êrnest. O Estado de São Paulo 25 janeiro 2019.
  1. Em geral, quando se fala em um “ambiente de trabalho desumano”, o que se pretende dizer? Como seriam as características de um emprego assim?
  2. É surpreendente que alguém “adore” um ambiente de trabalho desumano. Como a linguagem não verbal (o desenho) da tira nos explica essa aparente contradição?
  1. A palavra humano pode ter como antônimos desumano ou não humano. Veja dois exemplos de uso dessas palavras. Os idosos recebiam um tratamento desumano naquele asilo. A nova vacina está sendo testada em primatas não humanos.
    • Esses dois antônimos da palavra humano têm o mesmo sentido? Explique.

d. Se a personagem da tirinha tivesse empregado o antônimo não humano no lugar de desumano, o efeito humorístico da tira se manteria? Por quê?

O que levo de aprendizagens deste tópico

Depois de estudar polissemia, sinonímia e antonímia, responda às questões a seguir em seu caderno.

  1. Do que dependem os sentidos das palavras?
  2. Qual é a importância de poder dar sentidos diferentes às palavras?
  3. O que é sentido literal e quando ele é usado?
  4. O que é sinonímia? Que tipo de relação de sentido existe entre palavras consideradas sinônimas?
  5. E o que é antonímia? Que tipo de relação de sentido existe entre palavras consideradas antônimas?
  6. Podemos substituir uma palavra sem alterar o sentido do que está sendo dito? Ou seja, podemos usar diferentes palavras para expressar exatamente a mesma coisa ou ideia ou o mesmo sentimento?

Tópico 2 – Processos de formação de palavras e novos sentidos: derivação e composição

O que você poderá aprender

Com o intuito de aprender mais sobre as palavras, vamos olhá-las mais de perto e entender como elas são formadas para significar.

  1. De onde vêm as palavras da nossa língua?
  2. Como elas são formadas?
  3. Como podemos formar novas palavras, com novos significados?
  4. Qualquer um de nós pode formar novas palavras?
  5. Para que precisamos de novas palavras?
Ilustração. Menino sentado, de frente para uma mesa cinza. Ele tem  cabelos castanhos com camiseta  verde e azul. Ele segura na mão esquerda, um lápis de escrever sobre caderno com folha branca. Perto do caderno, lápis e estojo verde, com detalhes em rosa e azul.

Língua, palavra e significação

Vimos anteriormente que a linguagem verbal é composta de palavras, as quais são formadas por sons, na fala, e por letras, na escrita. Além disso, vimos que damos significados às palavras.

Como será que apreendemos os significados delas?

Considere as palavras girar, mola, quebra, sol, cabeça e pau. Desde o seu nascimento, você aprendeu o que cada uma delas significa ao usá-las no seu dia a dia. Na maioria dos casos, não há nada nelas que sinalize os seus significados. Em geral, simplesmente aprendemos essas palavras e o que elas significam.

Agora, vamos pensar no que acontece quando juntamos duas dessas palavras para formar outras.

1. Observe novamente as palavras:

girar mola quebra sol cabeça pau

  1. Que outras palavras podem ser formadas a partir delas?
  2. Os significados dessas novas palavras têm relação com os significados das palavras que usamos para compô-las? Analise-as e explique o que você observou.

2. Observe as imagens e os nomes que as definem.

Fotografia. Vista de cima para baixo, sobre uma tábua de madeira redonda, três cachorros-quentes: pão comprido cortado no comprimento com uma salsicha no meio, dois com mostarda e um com ketchup por cima. Ao fundo, vista parcial de tecido em xadrez em branco e vermelho.
Cachorro-quente.
Fotografia. Pé de moleque, doce de formato quadrado com amendoins e caramelo marrom-escuro.
Pé de moleque.
  1. Os substantivos cachorro-quente e pé de moleque estão associados a imagens que os representam. Se as imagens não estivessem presentes, alguém poderia imaginar que os substantivos correspondessem, respectivamente, a um cachorro que está quente ou a um pé de menino?
  2. O que essas palavras significam, considerando que estão nomeando o que aparece nas imagens? Se necessário, consulte um dicionário.
  3. Escolha a alternativa que complete a frase a seguir e copie-a no caderno. O significado dessas palavras...
    • tem alguma relação com os significados das palavras que as compõem, por isso podemos inferi-lo.
  • não tem nenhuma relação com os significados das palavras que as compõem, por isso precisamos memorizá-lo.
  • tem alguma relação de semelhança (sentido figurado) com a fórma ou a característica do objeto que nomeiam ou designam.

3. Lembra-se de ter lido o poema “Pêndulo” no Capítulo 3, cujas letras formavam o movimento de um pêndulo? Esse tipo de poema que explora a disposição das letras e das palavras na página se chama poema visual. A seguir, leia um poema visual de Paulo Leminski e responda às questões.

Reprodução de poema concreto. Frases em preto, a maioria com desnível entre as letras: 
ATÉ ELA 
DE PÉ 
EM PÉTALA 
DE PÉTALA 
EM PÉTALA 
ATÉ DESPETALÁ-LA

LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. página 138.

Quem é?

Fotografia em preto e branco. Paulo Leminski, homem com corpo virado para a esquerda. Ele tem  cabelos escuros penteados para a esquerda e bigode, usa par de óculos de grau e blusa de mangas compridas escura. Ele segura com as mãos, um livro de capa aberta com páginas claras.
Paulo Leminski, em 1999.

Paulo Leminski (1944-1989) foi um escritor brasileiro, nascido na cidade de Curitiba, que se dedicou majoritariamente à poesia. Admirador e estudioso da cultura japonesa, escreveu também muitos haicais, poemas japoneses curtos e de fórma fixa.

  • Em sua opinião, qual pode ser a relação entre a fórma como algumas das letras estão dispostas na página e o sentido do poema?

4. Observe as palavras do poema:

pé, pétala, despetalar

  1. Em relação à grafia, o que há de igual e de diferente entre as duas últimas palavras do quadro?
  2. Quanto ao significado, qual é a diferença entre essas duas palavras?
  3. Ainda em relação ao significado, podemos dizer que há algo em comum entre essas duas últimas palavras. O que é?
  4. Preste atenção agora na primeira palavra do quadro – . Há algo em comum entre ela e as outras duas em termos de grafia e de significado? Explique sua resposta.
  5. A semelhança gráfica e sonora entre as três palavras do quadro é importante para a composição do poema? Por quê?

As palavras e suas partículas significativas

Ao analisar as palavras pétala e despetalar, você percebeu que elas possuem semelhanças e diferenças, tanto na grafia como no significado. Observe-as novamente:

pétala

despetalar

Essas duas palavras têm um pedacinho em comum – petal –, que carrega seu significado básico, o qual se refere a uma parte das flores. Já em despetalar, temos dois outros pedacinhos que carregam significado: o -r final indica que se trata de um verbo, ou seja, de um processo; e o des- inicial (que já vimos que é um prefixo) indica separação ou afastamento – nesse caso, o movimento de arrancar as pétalas da flor.

A cada um desses pedacinhos ou partículas que formam as palavras, damos o nome de morfemas ou elementos mórficos.

A partícula que carrega o significado básico da palavra e permanece em todas as palavras de uma mesma família é chamada de radical. Pétala e despetalar pertencem à mesma família e compartilham o radical petal.

Além do radical, existem outros tipos de morfemas que entram na formação das palavras. Conheça os principais:

Organograma. De cima para baixo: 
DESINÊNCIAS nominais e verbais
Nominais 
- Indicam gênero e número dos nomes: menino/menina/meninas.
Verbais 
- Indicam o tempo, o modo, o número e a pessoa dos verbos: despetalo, despetalaremos, despetalavam. 

Organograma. De cima para baixo:  
AFIXOS: prefixos e sufixos. 
Prefixos 
- Partículas que vêm no início: despetalar, ilegal, conviver. 
Sufixos 
- Partículas que vêm no fim: despetalar, plantação, filhote.

Família de palavras

Damos o nome de família de palavras ao conjunto de palavras que compartilham o mesmo radical (inclusive quando a ele se juntam outros radicais). Veja, por exemplo, algumas das palavras que compõem a família formada a partir de flor: flor, floreira, florista, floricultura, desflorar, flor-de-lis, flor-de-maio.

As palavras de mesma família têm algo em comum quanto ao significado.

Processos de formação de palavras

Você acabou de aprender sobre o radical e os outros morfemas que podem se juntar para formar as palavras. Agora, vamos voltar às palavras que analisamos no início deste tópico. Compare-as com algumas outras:

quebra-molas  cachorro-quente  pétala

despetalar  laranjada  girassol  filhote  laranja

  • Identifique no quadro:
    1. palavras formadas por dois radicais;
    2. palavras formadas por um único radical, sem morfemas antes nem depois;
    3. palavras formadas por um radical acrescido de morfemas antes e ou ou depois dele.

Como você observou, as palavras da língua portuguesa podem ser formadas de diferentes modos. Quando consideramos a maneira como as palavras são formadas, podemos classificá-las em:

  • Palavras primitivas – não se formam a partir de nenhuma outra e servem de ponto de partida para formar outras palavras: pétala, laranja, filho.
  • Palavras derivadas – são formadas a partir de outra palavra considerada primitiva: despetalar, laranjada, filhote.
  • Palavras simples – palavras (primitivas ou derivadas) que possuem apenas um radical na sua formação: laranja, alaranjado, laranjeira.
  • Palavras compostas – palavras que possuem dois ou mais radicais na sua formação: laranja-pera, cachorro-quente.

Derivação e composição

A nossa língua dispõe de dois mecanismos principais de formação de palavras: a derivação e a composição.

Derivação

Nos processos de derivação, as palavras, essencialmente, passam pelo acréscimo (ou exclusão) de algum morfema em sua estrutura. Veja o quadro a seguir:

Tipo de derivação

Quando ocorre

Exemplos

Prefixal

Acrescentamos um prefixo à palavra primitiva.

Desabrigar, recontar, semicírculo, percorrer.

Sufixal

Acrescentamos um sufixo à palavra primitiva.

Caseiro, chuvoso, imundice.

Parassintética

Acrescentamos ao mesmo tempo um prefixo e um sufixo à palavra primitiva, de modo que, sem um deles, a palavra não tem sentido.

Esverdear, enlouquecer, anoitecer.

Tipo de derivação

Quando ocorre

Exemplos

Regressiva

A palavra derivada tem algum morfema eliminado em relação à palavra primitiva.

(O) beijo (< beijar), (o) erro (< errar), (o) choro (< chorar), (a) perda (< perder).

Imprópria

A palavra muda de classe gramatical pelo uso que se faz dela na frase, sem alterar a sua forma. Um dos modos mais comuns de fazer isso é por meio da substantivação (transformação em substantivo) de palavras de outras classes gramaticais, com o uso do artigo masculino ou de um pronome adjetivo anteposto a elas.

O infeliz vivia se dando mal! (adjetivo passa a substantivo)
Comprou um terno cinza-chumbo. (substantivo passa a adjetivo)
Não fale grosso comigo! (adjetivo passa a advérbio)

Considerando as informações do quadro, leia o texto a seguir e responda às questões propostas.

As fases da lua

A lua

Aluada

Estuda

Tabuada.

A lua

Luneta

Estuda

Opereta.

A lua

De mel

Estuda

O céu.

A lua

Lunática

Estuda

Gramática.

Ilustração. Uma lua branca em fase crescente, virada para a direita com par de óculos de grau redondos. Ao redor da lua, estrelas de cinco pontas e folhas brancas. Na ponta da direita, um pergaminho longo branco.

CAPPARELLI, Sérgio. 111 poemas para crianças. sétima edição Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2007. página 135.

  1. Na definição das fases da lua, foram usadas várias palavras que fazem parte da mesma família. Quais são?
  2. Que processos de derivação foram usados na formação dessas palavras?
  3. Destaque os prefixos e os sufixos usados na formação dessas palavras.
  1. Os mesmos sufixos empregados na formação das palavras derivadas foram usados também em outras palavras do poema.
    1. Escreva no caderno as palavras que apresentam os mesmos sufixos.
    2. Que efeito a repetição desses sufixos provoca no poema? Copie no caderno a resposta adequada.
      • A repetição dos sufixos aproxima o sentido das palavras.
      • A repetição dos sufixos produz rima e ajuda a dar melodia ao poema.
  2. O que recebe mais destaque no poema: o trabalho com o som, com a grafia, com o visual ou com a significação das palavras?

Composição

Existem dois processos de composição: a justaposição e a aglutinação.

Tipo de composição

Quando ocorre

Exemplos

Justaposição

Duas ou mais palavras se justapõem e não sofrem alteração ao se combinarem. Elas podem aparecer com ou sem hífen.

guarda + roupa guarda-roupa
vai
+ vem vaivém

Aglutinação

Uma ou mais palavras aglutinadas sofrem alteração ao se combinarem.

filho + de + algo fidalgo
cabeça
+ abaixo cabisbaixo

Veja a tira a seguir:

Tirinha. Composta por um quadro. Em um local aberto, com uma fila à direita de quatro camelos virados para a esquerda. Entre eles, uma placa para a esquerda, onde está escrito: CAMELÁSTICA. Na ponta da esquerda, uma cama elástica onde há um camelo pulando com a onomatopeia SBRONG! SBRONG! SBRONG!

LAERTE. Classificados: livro 2. São Paulo: Devir, 2002.

  1. O humor pretendido na tira foi baseado na relação que podemos estabelecer entre a situação retratada e a palavra escrita na placa, à direita.
    1. Explique o sentido que essa palavra tem nessa situação.
    2. Numa situação normal, essa palavra é escrita de que maneira? E qual é o sentido dela?
  2. Percebemos, então, que a palavra da tira foi formada pelo processo de composição por aglutinação. Explique como o autor usou esse processo para juntar as duas palavras.

Outros processos de formação de palavras: onomatopeias e reduções

Há outros dois processos de formação de palavras em português: o processo de formação de onomatopeias e as reduções.

As onomatopeias (ou palavras onomatopaicas) são palavras que tentam reproduzir, por meio da linguagem verbal, o som de determinado ser do mundo.

Por exemplo: o tique-taque do relógio, o tim-tim das taças, o pássaro bem-te-vi.

O processo de redução ocorre quando apresentamos palavras de fórma reduzida. Há três fórmas:

  1. pela criação de siglas: quando é usada a letra inicial de uma palavra ou o conjunto de letras iniciais de diversas palavras dispostas lado a lado: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária cedê = disco compacto dêvedê = disco digital de vídeo
  2. pelas abreviações: grafamos apenas algumas das sílabas da palavra: cinema cine fotografia foto
  3. pelas abreviaturas: quando reduzimos uma palavra ou locução, na língua escrita, que se torna fixa e de uso geral. Nos documentos formais, temos, por exemplo:

   vê ponto ésse ponto – no lugar de Vossa Senhoria

   Doutor – no lugar de Doutor

A redução e as gírias

Muitas gírias e expressões coloquiais nascem da redução de outras palavras. Veja:

menina deu origem a mina

estrangeiro deu origem a estranja

professora deu origem a fessora

Flamengo deu origem a Mengo

Com os novos canais de comunicação, como as redes sociais e os aplicativos de mensagem instantânea, muitas novas abreviaturas surgem a cada dia.

O nosso léxico em constante ampliação

Ao conjunto de palavras que compõem uma língua, damos o nome de léxico. Você já sabe que a língua portuguesa teve a sua origem no latim, falado pelos romanos – povo que conquistou diversas regiões, incluindo a que hoje corresponde a Portugal. Do latim, herdamos grande parte das palavras que existem na nossa língua. Quando usamos palavras como amor, presente, mesa, casa, estamos fazendo uso dessa herança. Há muitas outras palavras que vamos incorporando ao nosso léxico e mesmo inventando, conforme temos necessidade, usando o nosso conhecimento linguístico. É o que vamos estudar agora.

Os empréstimos (estrangeirismos)

Leia a tirinha a seguir.

Chico Caco Galhardo

Tirinha. Composta por três quadros. Apresenta como personagem um pizzaiolo de bigode e sobrancelhas pretas, com chapéu e blusa de mangas compridas em branco. As cenas se passam em um balcão de uma pizzaria em tons de marrom, perto de um forno com chamas vermelhas. 
Quadro um. Texto: Chico Bacon Pizzaiolo. O pizzaiolo atrás do balcão, com telefone com fio sobre a orelha e na mão direita, caneta e um bloco de notas. A voz do telefone diz: POR FAVOR... FAZ ENTREGA? 
Quadro dois. O pizzaiolo responde com o cenho franzido: NÃO! 
Quadro três. Ele ainda falando ao telefone, com o dedo indicador da mão direita para cima, fala: SÓ DELIVERY! Perto dele, o bloco de nota e caneta.

GALHARDO, Caco. Chico bêicom.

  1. O que provoca humor na tirinha?
  2. Por que você acha que usamos palavras como delivery?

Emprestando e aportuguesando

Como podemos ver, uma das maneiras de aumentar ou renovar o nosso léxico ocorre pelos empréstimos que fazemos de outras línguas, como aconteceu com a palavra delivery, que hoje usamos com muita frequência.

Muitas palavras que tomamos emprestadas de outras línguas acabam passando por um aportuguesamento. Nesse processo, geralmente a base da palavra é mantida, mas sua pronúncia, morfologia e ou ou grafia são adaptadas aos padrões do português. É o caso de guglar, que mantém sua base vinda de Google, acrescida do sufixo formador de verbo no português -r. Veja outros casos de aportuguesamento:

  • Caubói: do inglês cowboy
  • Clicar: do inglês click
  • Ateliê: do francês atelier
  • Alfaiate: do árabe al raiá.
  • Quitute: do quimbundo quitutu.
  • Palhaço: do italiano pagliaccio
  • Jacaré: do tupi iacáré .

Neologismos – os novos significados e as novas palavras

Além dos empréstimos, podemos ampliar o nosso léxico criando novas palavras a partir de palavras que já existem na nossa língua ou, ainda, criando novos sentidos para palavras que já existem. Quando isso acontece, dizemos se tratar de um neologismo.

Vamos observar esse fenômeno nos trechos da reportagem a seguir.

Reprodução de página da internet.

UMA CIDADE INSTAGRAMÁVEL

Espaços criativos elevam autoestima dos maceioenses e aumentam buscas por Maceió na internet, o que pode refletir no turismo da capital alagoana

Por Thauane Rodrigues* ESTAGIÁRIA | Edição do dia 22/01/2022

Matéria atualizada em 19/01/2022 às 20horas41

Se a beleza de Maceió é instagramável por natureza, nos últimos dias ela ganhou um reforço e se tornou ainda mais irresistível. É que os cenários instagramáveis do projeto “Maceió é Massa” deram métch com as paisagens da capital alagoana e transformaram o jeito com que os momentos são registrados na cidade. reticências

Aumentando a ligação entre os moradores e a cidade, os pontos instagramáveis têm proporcionado aos maceioenses um maior sentimento de pertencimento com o local onde moram. Turistar e descobrir novas fórmas de aproveitar a cidade virou tendência nas redes sociais. reticências

Fotografia. Local com uma rua cinza e uma escultura de uma cadeira gigante, três vezes maior que um carro que passa ao fundo. A cadeira tem os contornos em branco, com imitação de tecido em azul e branco. Sobre ela, uma mulher de cabelos escuros e vestido vermelho, com a mão direita sobre a cintura em pé na cadeira posando para foto. Em segundo plano, rua com cones em laranja, um carro passando à esquerda em cinza e mais ao fundo, coqueiros: árvores de tronco fino marrom e folhas em verde. Em terceiro plano, mar em tons de verde e no alto, céu azul e nuvens brancas.
Cadeira gigante instalada na orla de Maceió como parte do projeto de desenvolvimento turístico “Maceió é Massa”.

RODRIGUES, Thauane. Uma cidade instagramável. Gazeta de Alagoas, 22 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/hTzHlt Acesso em: 5 fevereiro 2022.

  1. Qual é o assunto da reportagem, de acôrdo com o trecho que você leu?
  2. Releia as frases da reportagem a seguir.

“Se a beleza de Maceió é instagramável por natureza, nos últimos dias ela ganhou um reforço reticências.”

Turistar e descobrir novas fórmas de aproveitar a cidade virou tendência nas redes sociais.”

a. O que as palavras destacadas significam?

Versão adaptada acessível

Atividade 2, item a.

O que as palavras “instagramável” e “Turistar” significam?

b. Reescreva as frases mantendo um sentido semelhante, utilizando palavras diferentes das destacadas.

c. Compare as frases que você escreveu com as versões originais e responda: que vantagem essas novas palavras trazem para a comunicação?

Vamos lembrar

Os novos sentidos e a polissemia

A maioria das palavras é polissêmica, ou seja, apresenta significados diferentes conforme o contexto. Muitos desses significados nascem do uso figurado da linguagem. A palavra abacaxi pode ser usada com o sentido de “problema”, como em: “Ih! Deixaram um abacaxi pra você resolver...”. Quando isso acontece, as palavras ganham novos sentidos.

As gírias também são neologismos. No entanto, elas têm a característica de, geralmente, identificar o falante como pertencente a determinado grupo, seja ele etário, social ou regional.

  1. Compare as palavras instagramável e turistar com camelástica, que você analisou ao ler uma tirinha de Laerte. Quais dessas três palavras têm maior probabilidade de um dia fazer parte dos dicionários? Por quê?
  2. As palavras instagramável e turistar foram formadas por derivação sufixal, isto é, pelo acréscimo de sufixos. Explique como isso ocorreu.
  3. Reveja o nome do projeto comentado na reportagem: “Maceió é Massa”.
    1. Procure o substantivo massa em um dicionário e copie no caderno seus principais sentidos literais.
    2. No nome do projeto, qual novo sentido é atribuído a essa palavra? Se necessário, pesquise.
  4. Considerando o que você discutiu na exploração do texto, em sua opinião, o que nos leva a criar novas palavras ou dar novos sentidos a palavras que já existem?

As palavras instagramável e turistar, empregadas na reportagem, são neologismos – palavras criadas por meio dos mecanismos regulares da língua. Você observou que, em ambos os casos, elas são formadas por derivação sufixal.

A atribuição de novos sentidos a uma palavra já existente, como ocorre com massa, também é um neologismo. Seja pela criação de novas palavras, seja pela atribuição de novos sentidos às já existentes, o que vai determinar se o neologismo será incorporado definitivamente ao léxico da língua é a abrangência e a frequência com que ele é utilizado pelos falantes.

O que levo de aprendizagens deste capítulo

Pronto para sistematizar o que foi discutido?

Você poderá optar por fazer um esquema ou produzir um texto no qual aborde as questões propostas.

  1. De onde vêm as palavras da nossa língua?
  2. Como elas são formadas?
  3. Como podemos formar novas palavras, com novos significados?
  4. Qualquer um de nós pode formar novas palavras?
  5. Para que precisamos de novas palavras?