Capítulo 3 

Verbos: emprego e sentido dos tempos e modos verbais

O que você poderá aprender

Você já aprendeu que as palavras da língua portuguesa podem ser variáveis ou invariáveis. As palavras variáveis flexionam-se para expressar diferentes noções, como gênero, número etcétera Na expressão “gato bonito”, por exemplo, podemos observar que os substantivos e adjetivos variam, ou seja, podem ser flexionados em gênero (“gata bonita”), em número (“gatos bonitos”) e em grau (“gatão bonitinho”).

Como será que esses tipos de flexão ocorrem com os verbos?

Conceito de verbo

1. Leia a tirinha.

Tirinha. Composta por dez divisões. Apresenta como personagens: Calvin, menino pequeno de cabelos loiros, com camiseta vermelha com listras em preto na horizontal, calça preta e sapatos vermelhos e brancos; mãe de Calvin, mulher de cabelos curtos, camisa vermelha de mangas três quartos, calça preta e sapatos brancos. As cenas se passam em local aberto e dentro da casa de Calvin. Divisão um: Calvin, em pé, em local aberto com solo em tons de bege e um tronco de árvore visto parcialmente. Ele olha para cima, com a mão esquerda para frente, palma aberta por onde sente uma gota de chuva e diz: ÊPA. Divisão dois: À direita, Calvin, visto da cintura para cima, com o corpo para a esquerda, braço direito para cima e boca aberta. Mais gotas de chuva começam a cair. Ele diz: PARE ISSO IMEDIATAMENTE! EU TINHA PLANOS ENORMES AQUI FORA HOJE E NÃO QUERO VÊ-LOS ARRUINADOS! Divisão três: Calvin com o corpo para a direita, braços para cima, com as mãos sobre as bochechas em formato de concha, a boca bem aberta. Ele diz: EI! VOCÊ ESTÁ OUVINDO?! PARA DE CHOVER! ESTOU FALANDO SÉRIO!! A palavra “chover” está destacada. A chuva cai sobre ele, com gotas abundantes e fortes. Divisão quatro: Calvin, com as mãos na cintura, olhos fechados, cenho franzido, boca aberta com a cabeça para cima, diz: HAM HAM! VOCÊ QUER BRINCAR A SÉRIO, QUER?! TUDO BEM! Sobre ele, chuva ainda mais abundante e, acima, texto: BOOMM! Divisão cinco: Calvin, de costas com visão parcial da lateral esquerda e cabelos molhados, braços para cima, com os punhos fechados e boca bem aberta. Ele fala: É O HOMEM CONTRA OS ELEMENTOS! UM SER CONSCIENTE CONTRA A NATUREZA INSENSÍVEL! MINHA INTELIGÊNCIA CONTRA A SUA FORÇA! VAMOS VER QUE VAI TRIUNFAR! Divisão seis: Calvin, visto de frente, em pé, em tons de bege, de boca bem aberta, com a cabeça para cima, braços esticados em pontas opostas. As gotas de chuva continuam caindo sobre ele e ele diz: FAÇA O SEU PIOR! VAMOS, VAMOS VER O QUE TEM! VOCÊ NÃO PODE ESMAGAR O ESPÍRITO HUMANO! EM NOME DE TODA A VIDA TERRESTRE, EU O DESAFIO!! Divisão sete: Calvin em pé, sobre local com grama verde. Ele está sentado em uma poça de água, com as roupas espalhadas ao redor, braços abertos, olhando para cima, com olhos e boca bem abertos e diz: HA HA! ISSO É SÓ UM BANHINHO! GRANDE COISA! ACHO QUE VOU TIRAR A MINHA ROUPA E BRINCAR UM POUCO! O QUE VOCÊ ME DIZ DISSO?! As palavras “tirar” e “brincar” estão destacadas. Divisão oito: Calvin à esquerda, visto da cintura para cima, sem camiseta e mãos perto do rosto. Sobre ele, gotas de água e pedaços pequenos de gelo caindo. Ele diz: AI! AI! O QUE É ESSE GRANIZO?! ISSO É LUTAR SUJO! NÃO VALE!! Divisão nove: À esquerda, Calvin em tons de bege, correndo à direita, com os braços para frente, cabeça para trás, boca e olhos bem abertos, com muitas gotas de chuva e granizo caindo sobre ele. Ele diz: VOCÊ ESTÁ TENTANDO ME MATAR?! AI! O QUE HÁ DE ERRADO COM VOCÊ? AI! AI! EU DESISTO! EU DESISTO! Divisão dez: À direita, a mãe de Calvin em pé com a mão na maçaneta da porta aberta, Calvin, sem roupa, entra correndo na casa com as mãos sobre a cabeça, deixando gotas d’água no chão. A mãe o observa com o cenho franzido e diz: APOSTO QUE TEM UMA EXPLICAÇÃO PARA ISTO, E APOSTO QUE EU NÃO QUERO OUVIR. Calvin diz: MÃE, A NATUREZA ESTÁ DE PÉSSIMO HUMOR. A palavra “está” aparece com destaque.

WATTERSON, Bill. Os dias estão simplesmente lotados: um livro de Calvin e Haroldo. São Paulo: Best News, 1995. volume1, página 45.

2. Em sua opinião, quais traços de personalidade a personagem Calvin demonstra ter nessa tirinha? Justifique sua resposta.

teimosia

serenidade

conformismo

criatividade

  1. Por que a última fala de Calvin é surpreendente e ajuda a produzir um efeito humorístico na tirinha?
  2. As palavras sublinhadas nos balões da tirinha são verbos. Copie o quadro a seguir no caderno e escreva cada uma dessas palavras na coluna adequada.
Ícone. Modelo.

Verbos que expressam ação

Verbos que expressam estado ou mudança de estado

Verbos que expressam fenômenos meteorológicos

  1. Escreva mais um verbo em cada coluna. Não use verbos que aparecem na tirinha.
  2. Escreva com suas palavras o que é verbo, levando em conta os exemplos observados nas atividades anteriores.

Flexão de número e de pessoa

1. Leia a piada.

Mosquitinho

O mosquitinho pede à mãe para ir ao teatro, mas ela não deixa.

Ele insiste:

— Mas, mamãe! O que isso tem de mau?

E a mãe, cedendo, recomenda:

— Está bem, você pode ir. Mas muito cuidado com as palmas!

AVIZ, Luiz (organizador). As melhores piadas para crianças. Rio de Janeiro: Record, 2013. página 30.

  1. Por que o mosquitinho deveria ter cuidado com as palmas?
  2. Reescreva a piada substituindo mosquitinho por mosquitinhos.
  3. Compare a versão original da piada com a versão que você reescreveu.
    1. Que mudança ocorre nos verbos pedir, insistir e poder?
    2. Por que essa mudança foi necessária?
  1. Ao contar a resposta da mãe, o narrador diz: “ela não deixa”.
    1. E se ele tivesse escrito a fala da mãe do mosquitinho? Como seria essa fala?
    2. Que alteração o verbo deixar sofreu com essa mudança? Por quê?
  2. Os verbos observados nos exercícios anteriores sofreram flexão em relação a tempo, número, pessoa ou grau?
  3. Conclua: o que leva um verbo a sofrer esse tipo de flexão?

As pessoas do discurso

Existem três pessoas do discurso ou três pessoas gramaticais:

  • 1ª pessoa – aquela que fala: eu (singular), nós (plural);
  • 2ª pessoa – aquela para quem se fala: tu ou você (singular), vós ou vocês (plural);
  • 3ª pessoa – aquela de quem se fala: ele ou ela (singular), eles ou elas (plural).

Olha só que curioso!

Acabamos de falar sobre as mudanças que o verbo sofre para concordar com o sujeito em número e pessoa. Mas você sabe que a língua não é usada da mesma forma por todas as pessoas, em todas as situações, e isso também se aplica à concordância do verbo com o sujeito. Em variedades populares e também, às vezes, no registro informal, podemos observar combinações que não estão de acôrdo com as regras da gramática normativa. Por exemplo: “Tu vem” (em vez de “Tu vens”) ou “Os menino chegou” (em vez de “Os meninos chegaram”).

Na tirinha a seguir, quando o ratinho se declara para a ratinha, ele usa uma concordância que não obedece à gramática normativa.

NÍQUEL NÁUSEA/Fernando Gonsales

Tirinha. Composta por quatro quadros. Apresenta como personagem, Níquel Náusea, um rato de cor azul e rabo longo e rata em azul mais escuro, de cílios finos. A cena se passa em local aberto com grama e céu noturno preto com estrelas brancas. Quadro um:  Níquel Náusea visto de costas, sobre grama e olhando para o céu noturno com a mão esquerda na cintura e braço direito esticado para a direita. Ele pensa: GATINHA!! QUANDO TE VEJO, CADA PARTÍCULA DO UNIVERSO SE TORNA MAIS VIVA E CINTILANTE! Quadro dois: Níquel Náusea ainda de costas, com o braço esquerdo esticado e mão direita para cima. Ele pensa: GATINHA!! QUANDO TE VEJO, CADA PARTÍCULA DO UNIVERSO SE TORNA MAIS VIVA E CINTILANTE! Quadro três: A ratinha à esquerda e Níquel Náusea à direita, ambos vistos em  preto e olhos e dentes brancos, o chão também preto e fundo azul-claro. A ratinha diz: OI! Níquel Náusea diz: GATINHA! AS COISA FICA BRILHENTA! Quadro quatro: A ratinha e Níquel Náusea vistos um de frente para o outro, em cores. Níquel Náusea olha para frente e pensa: PRECISO ENSAIAR MAIS! A ratinha olha para Níquel Náusea.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea: vá pentear macacos! São Paulo: Devir, 1994. página 29.

  1. Como ficaria a fala do ratinho, se ele obedecesse às regras de concordância da gramática normativa?
  2. Discuta com os colegas como esse uso da concordância fora do padrão confere efeito de humor à tirinha.
  3. Em seguida, reflita: se essa ocorrência marca um uso que se faz da língua, as pessoas que fazem esse uso devem ser acusadas de usar a língua de forma errada?

Modos verbais

1. Leia o poema.

Paraíso

Se esta rua fosse minha,

eu mandava ladrilhar,

não para automóvel matar gente,

mas para criança brincar.


Se esta mata fosse minha,

eu não deixava derrubar.

Se cortarem todas as árvores,

onde é que os pássaros vão morar?


Se este rio fosse meu,

eu não deixava poluir.

Joguem esgotos noutra parte,

que os peixes moram aqui.


Se este mundo fosse meu,

eu fazia tantas mudanças

que ele seria um paraíso

de bichos, plantas e crianças.

PAES, José Paulo. Poemas para brincar. 17. edição São Paulo: Ática, 2011. página 12.

Ilustração. Imagem forma uma moldura, na parte esquerda, folhas de plantas verdes, na parte inferior rua de pedras cinzas, arredondadas, de tamanho variados. Ao fundo, vegetação em verde, flores de pétalas lilás, pequenas esferas e à direita, árvore com folhas verdes. Sobre a árvore, três pássaros amarelos.

Converse com a turma

Que outras ações seriam importantes para transformar o mundo em um paraíso? Dê outros exemplos.

  1. Como seria o paraíso para o eu lírico do poema?
  2. Copie o quadro a seguir em seu caderno e preencha-o com as formas verbais destacadas no poema. O que cada uma delas indica?
Versão adaptada acessível

Atividade 3.

Relacione as formas verbais "fosse", "joguem" e "fazia" a cada coluna do quadro a seguir. O que cada uma dessas formas verbais indica?

Ícone. Modelo.

Ordem, pedido ou convite

Certeza

Dúvida, hipótese ou possibilidade

4. Quando falamos, podemos expressar diferentes intenções. De acôrdo com cada uma delas, usamos o verbo em um modo verbal diferente. Veja.

Modo indicativo – expressa certeza. Exemplo: Eu sou poeta.

Modo subjuntivo – expressa dúvida, hipótese ou possibilidade. Exemplo: Se terminar a lição, vai ganhar um sorvete!

Modo imperativo – expressa ordem, pedido ou convite. Exemplo: Venha à minha festa!

  • Leia as frases a seguir e indique em que modo estão as formas verbais em destaque.
    1. Se cuidássemos de nosso planeta, não haveria mais poluição.
    2. Lutem por um mundo melhor todos os dias e sejam mais felizes!
    3. Toda pessoa de bem não maltrata bichos, plantas e crianças.
Versão adaptada acessível

Atividade 4.

  • Leia as frases a seguir e indique em que modo estão as formas verbais em destaque.
  1. Se cuidássemos de nosso planeta, não haveria mais poluição. Destaque em “cuidássemos”.
  2. Lutem por um mundo melhor todos os dias e sejam mais felizes! Destaque em “Lutem” e “sejam”.
  3. Toda pessoa de bem não maltrata bichos, plantas e crianças. Destaque em “maltrata”.

Tempos verbais

1. Leia a tirinha.

Tirinha em preto e branco. Tirinha composta por quatro quadros. Apresenta como personagens, um pai macaco, calvo, com barba grande e corpo todo coberto por pelos e o filhote, um macaquinho com o corpo coberto por pelos. As cenas se passam em uma sala. Texto: BUGIO, O PAI 2. Quadro um: O macaco pai, à esquerda, sentado sobre poltrona de pernas cruzadas, segurando nas mãos um jornal aberto. À frente dele, o filhote em pé, olhando para ele, diz: PAI, APRENDI NA AULA DE MATEMÁTICA QUE ALGORITMO É UM MODO DE FAZER UMA COISA. O pai olha para ele diz: É POR ISSO QUE VOCÊ ESTÁ TODO PIMPÃO. QUERENDO UM VIDEOGAME NOVO, NÉ. Quadro dois: O filhote ainda de frente para o pai, responde, com a pata direita sobre a boca: S-I-M!!! O pai à esquerda, com a pata esquerda debaixo do queixo, segurando na mão direita o jornal, fala para ele: ENTÃO, ME MOSTRE UM ALGORITMO PRA VOCÊ TIRAR BOAS NOTAS. Ao fundo, à direita, quadro pendurado na parede com ilustração de bananas. Quadro três: À direita, o filhote com os braços para trás que diz: SERÁ QUE EXISTE UM ALGORITMO PRA ENGANAR OS PAIS?  O pai à esquerda, visto dos joelhos para cima, segurando nas mãos o jornal, responde: VOCÊ É FILHO, COM CERTEZA ENCONTRARÁ UMA SEQUÊNCIA FINITA DE REGRAS QUE PERMITE RESOLVER ESTE PROBLEMA. Quadro quatro: O pai e o filhote na mesma posição de antes. Ao fundo, sobre parede, vê-se parcialmente o quadro com bananas. O filho pergunta: O QUE ELE QUIS DIZER COM ISSO? O pai fala: NADA DE VIDEOGAME.

Algoritmoglossário

SILVA, uilian Raphael. Bugio, o pai 2. Disponível em: https://oeds.link/UeUAdn. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

  1. O macaquinho afirma no primeiro quadro que aprendeu um conceito matemático. Que frase da tirinha comprova que isso não aconteceu de fato?
  2. Por que ele mentiu para o pai?

2. Observe as frases a seguir.

Aprendi na aula de Matemática o que é algoritmo.

“É por isso que você está todo pimpão.”

Com certeza, você encontrará uma sequência finita de regras.

  1. Qual delas faz referência a algo que já aconteceu?
  2. Qual delas faz referência a algo que vai acontecer?
  3. Qual delas faz referência a algo que está acontecendo no momento da fala?
  1. Em que você se baseou para responder às perguntas anteriores?
  2. Imagine que a personagem que representa o filho fosse seu amigo e ele lhe contasse por que não conseguiu ganhar o videogame. O amigo começaria a fala assim: “Não consegui ganhar o videogame porquereticências”. O que ele poderia dizer em seguida? Registre sua resposta no caderno.
  3. Sublinhe os verbos que você usou para responder à questão anterior.
    1. Em sua resposta, predominam verbos que indicam ação passada, presente ou futura?
    2. Por que você acha que isso ocorreu?

Tempos verbais

Os tempos verbais elementares são o presente, o pretérito (passado) e o futuro.

Os tempos do indicativo

1. Leia o conto.

Furto de flor

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.

Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.

Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.

Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico das flores. Eu a furtara, eu a via morrer.

Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:

— Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.página 80.

Ilustração. Um vaso de cor marrom com uma planta de caule e folhas em verde, com frutas redondas em vermelho e na parte superior, uma flor com pétalas de cor lilás e partes em rosa e a parte central em tons de amarelo, laranja e verde.

Converse com a turma

  1. Que sentimentos o narrador demonstrou ter em relação à flor roubada?
  2. Releia a fala do porteiro. O sentimento dele parece ser o mesmo que o do narrador? Explique.
  3. Levando em conta o desfecho da história, você acredita que o narrador se arrependeu de ter furtado a flor? Justifique.
  4. Leia o título do livro de onde foi extraído esse conto. Você considera que esse é, de fato, um “conto plausível”? Por quê? Se necessário, procure o adjetivo plausível no dicionário.

a. Na frase a seguir, as formas verbais destacadas indicam uma ação passada, presente ou futura?

Versão adaptada acessível

Atividade 1, item a.

Na frase a seguir, as formas verbais “cochilava” e “furtei” indicam uma ação passada, presente ou futura?

“O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.”

Ilustração. Homem visto dos ombros para baixo, de joelhos no chão. Ele veste camisa de mangas curtas e calça em tons de azul e par de sapatos em marrom. Ele segura com as mãos, o caule da planta com flor de pétalas em lilás. Ela está um pouco caída para a esquerda.
  1. Que forma verbal indica uma ação pontual, que teve início e fim num só momento?
  2. Que forma verbal indica uma ação que durou algum tempo e se prolongou?

2. Na frase a seguir, as formas verbais evidenciam duas ações ocorridas no passado.

“Eu a furtara, eu a via morrer.”

a. Copie no caderno o esquema a seguir e escreva dentro de cada retângulo qual forma verbal indica o passado 1 (que ocorreu primeiro) e o passado 2 (mais recente).

Esquema. Dois quadros na parte superior ligados a uma linha horizontal. Abaixo da linha outros dois quadros alinhados com os de cima. À esquerda da linha o texto: Passado No quadro superior à esquerda o texto: Passado 1 distante (ocorrido primeiro): No quadro inferior à esquerda quadro com hachuras. No quadro superior à direita o texto: Passado 2 recente (contínuo): No quadro inferior à direita quadro com hachuras. Na ponta da direita da linha horizontal os textos: Presente e Futuro.

b. Volte ao texto e encontre pelo menos mais um exemplo para preencher cada retângulo de seu esquema, ou seja, mais uma forma verbal que indique o passado distante (ocorrido primeiro) e outra que indique um passado mais recente e contínuo.

3. Qual das frases a seguir expressa uma ação ou um estado que ocorre no presente? Escreva-a no caderno.

“flor não é para ser bebida.”

“ela não estava feliz.”

“peguei-a docemente”

Ilustração. Mão de pessoa para a esquerda, segurando uma planta com caule e folhas verdes, e flor lilás e rosa.

4. Observe as frases a seguir.

Eu espaço para respostaminha bela flor para sempre.

Eu espaço para respostaminha bela flor para sempre se ela não tivesse morrido.

  1. Utilizando o verbo amar, reescreva no caderno as frases, completando-as de forma que indiquem uma ação futura.
  2. A terminação das formas verbais nas frases que você escreveu foi igual ou diferente? Explique.

Tempos do indicativo

As formas verbais estudadas anteriormente evidenciam os tempos do modo indicativo.

Presente – revela ação ou estado que ocorre no momento da fala ou é habitual. Eu ando de bicicleta todos os dias. Não quero copiar a lição da lousa.

Pretérito – revela ação ou estado que ocorreu antes do momento da fala, no passado. Ele se divide em três:

a. Pretérito perfeito – fato ocorrido em um momento pontual, marcado no tempo.

Ontem à noite, tomei um banho rápido, jantei e logo dormi.

b. Pretérito imperfeito – fato que teve uma duração, ocorrido por um certo período.

Quando eu era criança, brincava de boneca todos os dias.

c. Pretérito mais-que-perfeito – fato anterior a outro, também do passado.

Eu começara a fazer a prova, quando a diretora chegou na sala.

Futuro – revela ação ou estado que ocorrerá após o momento da fala. Está dividido em dois:

a. Futuro do presente – indica fato que com certeza ocorrerá no futuro.

No próximo fim de semana, eu cantarei no festival cultural do colégio.

b. Futuro do pretérito – indica fato dependente de uma condição.

Se eu terminasse toda a lição de casa, poderia ir ao cinema com meus amigos.

Olha só que curioso!

Alguns usos especiais dos tempos verbais

Leia o título e o fragmento inicial de uma notícia.

Reprodução de página da internet.

Filhote de preguiça é resgatado após aparecer na frente de casa no ES

Resgate aconteceu em São Mateus. reticências

A chuva que atingiu São Mateus, no Norte do Espírito Santo, neste domingo (13), levou à porta da dona de casa Danielly, no bairro Villages, um filhote de preguiça.

Assim que encontrou o animal, ela o levou para dentro de casa e acionou as autoridades. O resgate foi feito pela Polícia Militar Ambiental, na tarde desta segunda-feira (14). reticências

FILHOTE de preguiça é resgatado após aparecer na frente de casa no Espírito Santo, G1, 14 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/y7JQcC. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

No jornalismo, é comum o uso do verbo no tempo presente no título das notícias, para passar uma ideia de atualidade da informação e para atrair a atenção dos leitores. Ao longo da notícia, porém, é comum que os verbos sejam colocados no passado, pois o que é relatado já aconteceu. O uso do presente com referência a fatos do passado, como ocorre no título dessa notícia, é chamado de presente histórico.

Outra curiosidade é o uso de verbos no futuro do pretérito para expressar cortesia entre os usuários da língua. Na frase “Eu gostaria de saber mais sobre o resgate do filhote”, por exemplo, o verbo gostar não foi usado para indicar uma ação passada que ocorreu antes de outra também no passado. Indica apenas uma forma educada de fazer um pedido. Isso é comum em situações formais.

Os tempos do subjuntivo

1. Leia as frases a seguir e fique atento às formas verbais.

Dormi o dia todo ontem.

É provável que o time de futebol tenha ganhado.

Talvez seu pai venha mais cedo do trabalho.

Irei para a casa de minha avó.

Minha mãe anda cansada depois da cirurgia.

Duvido que você consiga me imitar.

Ilustração. Homem jogando futebol com o corpo para a direita em local com grama em verde e céu em amarelo. Ele tem cabelos e sobrancelhas em castanho, veste camiseta amarela, bermuda azul, meias longas em branco e chuteiras em branco e marrom. A bola próxima ao pé esquerdo, braço direito esticado para frente e olhos fechados.
  1. Que frases dão ideia de algo que vai acontecer com certeza?
  2. E quais transmitem incerteza quanto à sua realização?

Tempos do subjuntivo

No modo subjuntivo, os verbos indicam dúvida, possibilidade ou desejo.

Ele possui três tempos verbais:

  • Presente – costuma ser introduzido pela palavra que. Estou torcendo para que você melhore de saúde.
  • Pretérito imperfeito – costuma vir com a palavra se. Pode indicar condição.

Se eu tivesse juízo, voltaria para casa agora.

Futuro – costuma vir acompanhado das palavras quando e se. Quando eu for maior de idade, vou aprender a dirigir. Se eu ganhar muitas balas, dividirei com minha irmã.

Vamos lembrar

Oração é a frase ou parte da frase que se organiza em torno de um verbo ou locução verbal. Se a frase é construída com uma oração, é chamada de período simples. Se apresenta mais de uma oração, é chamada de período composto.

Em períodos compostos nos quais uma das orações tem verbo no subjuntivo, é comum na outra oração ser usado verbo no indicativo. Nesse caso, pelas regras da gramática normativa, o tempo verbal dos dois deve ser o mesmo (presente, pretérito ou futuro). Veja.

Esquema. Frase: Eu quero que você venha à minha festa. A palavra quero está sublinhada e ligada a um quadro com texto: Presente do indicativo. A palavra venha está sublinhada e ligada a um quadro com o texto: Presente do subjuntivo.
Esquema. Frase: Eu implorei para que você voltasse logo para me ver. 
A palavra implorei está sublinhada e ligada a um quadro com texto: Pretérito perfeito do indicativo. A palavra voltasse está sublinhada e ligada a um quadro com o texto: Pretérito imperfeito do subjuntivo.
Esquema. Frase: Se você bater o carro novo, pagará por todo o conserto A palavra bater está sublinhada e ligada a um quadro com texto: Futuro do subjuntivo A palavra pagará está sublinhada e ligada a um quadro com o texto: Futuro do presente do indicativo
Ilustração. Homem dentro de um carro vermelho conversível para a direita; Ele tem cabelos e sobrancelhas castanhos, e vestem camisa de mangas compridas verde. Na parte traseira do carro, grande quantidade de fumaça saindo da altura do escapamento.

Imperativo

1. Leia o cartaz.

Cartaz. Fundo em preto com texto NECESSITAMOS preenchido com fotografia de um adolescente em pessoa, em local aberto com grama verde. A pessoa usa lenço e camiseta em azul, com calça cinza. Perto da cintura, saco com frutas vermelhas pequenas redondas. Ao fundo, árvores de galhos finos e vegetação verde. Na parte inferior, texto: NÃO ACEITE DESCULPAS, DENUNCIE: LIGUE 181. NÃO ACEITE O TRABALHO IRREGULAR DE UM ADOLESCENTE. A MUDANÇA COMEÇA COM VOCÊ. Na ponta da direita, dois logotipos. Acima, texto em zoom: [DEFENDA O ADOLESCENTE].

CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Campanha combate violência contra adolescentes e trabalho precoce, 22 julho 2016. Disponível em: https://oeds.link/d4959n. Acesso em: 12 maio 2022.

Converse com a turma

  1. Considerando as informações verbais que compõem o cartaz, o que a pessoa da fotografia está fazendo?
  2. Segundo essas informações, a situação representada na imagem está de acôrdo com as leis brasileiras? Explique sua resposta.
  3. Qual é a relação entre o chamamento “Não aceite desculpas, denunciereticências” e a palavra necessitamos grafada em letras bem grandes no corpo do cartaz?
  4. Considerando sua resposta à pergunta anterior, explique a composição visual feita no cartaz entre a fotografia e a palavra necessitamos. Qual é o sentido dessa composição?
  1. Com que finalidade esse cartaz foi feito?
  2. Que formas verbais indicam as ações que o público deve tomar?
  3. E qual forma verbal indica aquilo que o público não deve fazer?
  1. Essas formas verbais expressam ideia de dúvida, certeza ou ordem?
  2. Por que formas verbais que expressam essa ideia são comuns em cartazes e anúncios publicitários?

Modo imperativo

Quando queremos indicar uma ordem, conselho, pedido, súplica, orientação, recomendação ou convite, usamos o verbo no modo imperativo. Esse recurso linguístico é muito utilizado em cartazes e anúncios publicitários, manuais de instruções e tutoriais, entre outros gêneros. Há duas formas do modo imperativo: afirmativo ou negativo. O uso de palavra negativa (não, nunca, jamais) antes do verbo nesse modo verbal caracteriza o imperativo negativo. Veja os exemplos.

Imperativo afirmativo – Defenda o adolescente!

Imperativo negativo – Não aceite desculpas!

Formas nominais

1. Leia as placas a seguir.

Placa. Na parte superior, fundo em vermelho com a palavra: AVISO. Texto: MANTER SILÊNCIO DAS VINTE E DUAS HORAS ÀS SETE HORAS. Placa. Na parte superior, fundo em laranja com texto: ESTAMOS ATENDENDO COM EQUIPE REDUZIDA. Na parte interior, texto: CONTAMOS COM SUA COMPREENSÃO.  Placa. Na parte superior, fundo em azul-claro com texto: AVISO. Na parte inferior, texto: MANTENHA A PORTA FECHADA.
  1. Em que contexto podemos encontrar placas como essas?
  2. Observe as formas verbais destacadas a seguir.
Versão adaptada acessível

Atividade 3.

Observe as formas verbais “Manter”, “atendendo” e “fechada”.

Manter silêncio

Estamos atendendo com equipe reduzida

Mantenha a porta fechada

  1. Qual delas transmite a ideia de uma ação que dura no tempo?
  2. Qual delas transmite a ideia de ação acabada e tem função de adjetivo?
  3. Qual delas refere-se a uma ação de forma genérica?

4. Leia a frase.

A placa é importante para evitar que a pessoa fique fazendo barulho.

  1. Reescreva-a, colocando os substantivos placa e pessoa no plural.
  2. Compare as formas verbais da frase reescrita com a original. Quais delas não sofreram alteração?

Formas nominais

Dizemos que estão na forma nominal os verbos que não sofrem flexão de tempo, número ou pessoa. Na língua portuguesa, temos três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.

Infinitivo

O infinitivo indica o processo verbal e pode exercer função de substantivo.

Esquema. Frase: Sorrir é muito legal A palavra sorrir está sublinhada e ligada a um quadro com texto: Função substantiva. Na sequência seta apontado a frase: O sorriso é muito legal. A palavra sorriso destacada.

Ele pode aparecer também em locuções verbais (grupos de dois ou mais verbos que se referem a um único processo).

Exemplo: Vou comprar doces.

Ilustração. Menino à esquerda de cabelos encaracolados, com camiseta em vermelho e listras brancas na horizontal, bermuda azul e tênis verde. Ele está com a mão direita sobre a cintura e mão esquerda sobre o queixo. Ele tem balão de pensamento sobre a cabeça, com um bolo vermelho e cobertura marrom com pedaços de morando no topo. Ao fundo, vitrine com bolos e outros doces e placa na parte superior escrito DOCERIA em rosa

Na locução destacada, o infinitivo comprar é o verbo principal, pois concentra a ideia do processo verbal. Já a forma vou é o verbo auxiliar, que recebe as flexões de número, pessoa, modo e tempo. Os verbos na forma do infinitivo sempre terminam em -r.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

Formas verbais no infinitivo
Ao observar o verbo no infinitivo, podemos classificá-lo de acordo com a
sua terminação. Veja:
1ª conjugação – verbos terminados em -ar: brincar, cantar, viajar.
2ª conjugação – verbos terminados em -er: vender, beber, comer.
verbos terminados em -or: pôr, compor, repor. Seta ligada de verbos a frase entre parênteses com o texto: derivados de uma antiga forma terminada em er poer.
3ª conjugação – verbos terminados em -ir: partir, sair, abrir.

Gerúndio

O gerúndio expressa uma ação que se prolonga no tempo.

Em “Estamos atendendo com equipe reduzida”, a locução verbal é composta pelo verbo auxiliar estar, flexionado no presente do indicativo, e pelo verbo principal atender, que está na forma do gerúndio. Dessa maneira, a locução nos dá a ideia de um processo que ocorre no presente e dura por algum tempo.

Os verbos na forma do gerúndio terminam em -ndo. Observe.

Não se deve ficar brincando o dia todo na piscina.

Andei cantando tanto que minha garganta está dolorida.

Estava saindo da festa, quando meu pai telefonou.

Ilustração. Menina vista da cintura para cima, com o corpo para a direita. Ela tem cabelos castanhos na altura dos ombros e franja, está de olhos fechados, boca aberta, ela veste camiseta rosa e brinco em formato de estrela. Ela segura na mão direita um microfone em cinza.

O gerúndio exerce função parecida com a de adjetivos e advérbios.

Esquema. Frase: Ana chegou chorando após acidente. A palavra chegou está sublinhada e ligada por uma seta à palavra chorando que está destacada. Abaixo da seta quadro com texto: (Função adverbial - modo). Esquema. Frase: A jovem, chorando, parecia machucada. A palavra jovem está sublinhada e ligada por uma seta à palavra chorando que está destacada. Abaixo da seta quadro com texto: (Função adjetiva)

Advérbios são uma classe de palavras que modificam o verbo, expressando as circunstâncias em que o fato ocorre. Exemplos: “Assisti ao filme ontem.” (circunstância de tempo), “O professor mora perto.” (circunstância de lugar), “A menina se mexia nervosamente.“ (circunstância de modo).

Particípio

O particípio é uma forma nominal do verbo que indica ação acabada.

Em “Mantenha a porta fechada”, o verbo fechar, acrescido da terminação -ada, evidencia uma ação finalizada. Quando usado desacompanhado de um verbo auxiliar, o particípio tem função de adjetivo e pode ser flexionado em gênero e número. Veja.

Mantenha as portas fechadas.

Mantenha o armário fechado.

Ele também pode aparecer em uma locução verbal e, nesse caso, é invariável. Exemplo: Não devia ter fugido ontem.

Os verbos na forma do particípio regular terminam em -ado ou -ido.

Queria ter errado menos na prova.

Se tivesse partido cedo, não perderia o trem.

O que levo de aprendizagens deste capítulo

Neste capítulo, você relembrou o conceito de verbo e aprendeu os modos e tempos verbais, tanto do indicativo quanto do subjuntivo. Também conheceu as três formas nominais do verbo.

Considerando tudo o que você estudou, converse com os colegas e responda:

De que forma os verbos podem se flexionar?

Atividades

1. Leia esta anedota.

Augusto: Estávamos ajudando a mamãe.

Papai: Que bom! O que estavam fazendo?

Joaquim: Eu lavei os pratos.

Manuel: Eu sequei.

Augusto: E eu, com a pá e a vassoura, juntei os cacos!

LITVIN, Aníbal; KOSTZER, Mário. Piadas do pequeno travesso. Tradução de Marcelo Barbão. Cotia: Vergara & Riba, 2008. página5.

a. Copie os critérios a seguir no caderno e classifique cada forma verbal que aparece na anedota de acôrdo com eles. No caso das locuções verbais, considere apenas o verbo auxiliar.

Verbo

Em que pessoa do discurso está flexionado?

A qual(is) personagem(ns) da piada ele se refere?

b. Assim como acontece nas tirinhas, nas piadas geralmente o desfecho é surpreendente e produz o humor. Isso ocorre na piada lida? Por quê?

Vamos lembrar

As locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar, que é flexionado nos tempos do indicativo ou do subjuntivo e nas várias pessoas do discurso, e por um verbo principal, que concentra o significado da locução e aparece em uma das formas nominais (infinitivo, particípio ou gerúndio). Por exemplo:

Esquema. Frase: Estou ouvindo. A palavra Estou está sublinhada e ligada a um quadro com o texto: Aux. A palavra ouvindo está sublinhada e ligada a um quadro com o texto: Principal

Leia as tiras a seguir. Depois, responda às questões 2 a 7.

Tira 1

MINDUIM/Charles Schulz

Tira. Tirinha  composta por três quadros. Apresenta como personagens: Snoopy, um cachorro de cor branca com manchas pretas e com orelhas e focinho em preto. Sally Brown, menina de cabelos loiros curtos com franja encaracolada, usa blusa de mangas compridas em lilás, calça azul e sapatos brancos. As cenas se passam em um local aberto, solo marrom, vegetação rasteira ao fundo, e céu azul-claro. Quadro um: À esquerda, Sally vista dos ombros para cima, com o corpo à direita, olhando para cima, em direção a Snoopy sobre telhado vermelho da casinha de cachorro. Sally diz para ele: ‘ESTÁ TUDO BEM!’ ESTA É MINHA NOVA FILOSOFIA! Snoopy olha para ela, com as orelhas para frente. Quadro dois: À esquerda, Sally, vista dos ombros para cima, olhando para frente, diz: SENDO UM CÃO, SUPONHO QUE VOCÊ TAMBÉM TENHA A SUA FILOSOFIA, NÃO É MESMO? À direita, o cachorro deitado sobre o telhado, com as orelhas para baixo. Quadro três: À esquerda, Sally, em pé, com o corpo para a direita, vista de corpo inteiro. À direita, Snoopy no chão, segurando com a boca um pote de comida em vermelho.

SCHULZ, Charles. Minduim. pínãts. [S. l.: s. n.], 1995.

Tira 2

NÍQUEL NÁUSEA/Fernando Gonsales

Ilustração. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens, Níquel Náusea, um rato de cor azul-claro e focinho preto; um cachorro  lilás, com manchas e focinho em preto. Um homem de olhos azuis e cabelos escuros. As cenas se passam em local aberto. Quadro um: À esquerda, Níquel Náusea olhando para o cachorro, diz, com cenho franzido: VOCÊ NÃO DEVE SER TÃO OBEDIENTE! NÃO SEJA CORDEIRINHO! À direita, o cachorro o responde: SIM! SIM! Quadro dois: Níquel Náusea à esquerda, com os braços para frente diz: DESAFIE SEU DONO! DESOBEDEÇA ELE! O cachorro à direita, fala: SIM! SIM! Quadro três: À esquerda, cabeça do homem virado para direita, visto do queixo para cima, fala para o cachorro: FINJA DE MORTO! JÁ!! À direita, cachorro deitado sobre o solo, de olhos fechados, dentes para fora, pensa: HÁ HÁ HÁ! EU ESTOU SÓ DESMAIADO!

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. [S. l.: s. n.], 1993.

Tira 3

HAGAR/Chris Browne

Ilustração. Tirinha composta por três quadros. Apresenta como personagens: Hagar, homem gordo, barba e cabelos ruivos, com capacete cinza com par de chifres, de roupa de pele de animal em amarelo e blusa de mangas curtas por dentro em branco. Eddie, homem magro, cabelos curtos em castanho, vestes longas em vermelho e capacete cinza. Um garçom, homem de cabelos curtos castanhos e na parte superior calvo, ele veste blusa de mangas compridas em preto, gola azul e avental branco na cintura e segura lápis e bloco de notas. As cenas se passam em um restaurante. Quadro um: Eddie e Hagar sentados um de frente para o outro ao redor da mesa redonda. À esquerda, Eddie com o dedo indicador para cima, diz em direção ao garçom em pé à frente e diz para ele: QUERO SOPA DE LEGUMES. O garçom, diz: SIM, SENHOR! Quadro dois: Foco em Eddie, visto do pescoço para cima, de olhos fechados e fala: MAS SEM LEGUMES! Quadro três: À esquerda, Eddie, com os olhos bem arregalados, com o dedo indicador da mão direita em direção ao garçom que anota sobre bloco de papel. Eddie fala: DETESTO LEGUMES, SABE? O garçom o observa, com a boca para baixo. Na outra ponta da mesa, Hagar sentado.

BROWNE, Chris. Hagar, o horrível. [S. l.: s. n.], 2018.

  1. No caderno, copie todos os verbos das tiras e separe-os de acôrdo com o modo em que estão flexionados: indicativo, subjuntivo ou imperativo. Desconsidere as formas nominais.
  2. Em cada tira, explique a escolha dos modos verbais de acôrdo com a intenção das personagens ao construir o enunciado.
  3. Na tira 3, ambos os verbos usados por Eddie estão flexionados no mesmo tempo e modo verbal, mas um expressa um fato que ocorre no momento da fala e o outro expressa um fato habitual ou permanente.
    • Qual dos verbos expressa um fato habitual e qual expressa um fato que ocorre no momento da fala?
  4. Em uma das tiras, aparece um verbo no gerúndio.
    1. Localize e copie no caderno a frase em que ele aparece.
    2. Essa forma verbal expressa um fato acabado ou um fato que se prolonga no tempo? Explique.
  5. Localize e copie no caderno uma frase de uma das tiras em que haja um particípio terminado com -ado ou -ido.
    1. Se a frase que você identificou tivesse sido dita por duas personagens do sexo feminino, como ela ficaria?
    2. O particípio está, portanto, exercendo o papel de que classe gramatical nesse caso?

7. Os particípios que terminam com -ado ou -ido são chamados de regulares. Mas também existem os particípios irregulares, que são mais curtos e têm terminações bem diferentes. Veja alguns exemplos.

O cachorro havia aceitado as ordens do dono.
O cachorro foi
aceito na matilha.

(particípio regular)
(particípio irregular)

Sally tinha limpado a tigela de Snoopy.
A tigela foi
limpa por Sally.

(particípio regular)
(particípio irregular)

A polícia havia prendido o bandido.
O bandido fora
preso pela polícia.

(particípio regular)
(particípio irregular)

Ilustração. Homem ao fundo, cabelos castanhos, com camiseta branca de gola, calça azul e par de tênis em vermelho e branco. Ele olha para frente, com o dedo indicador da mão direita para cima e mão esquerda para trás. À frente dele, cachorro de pelos marrons e focinho marrom-escuro, olhando para cima e ponta da língua para fora da boca.
  1. Na tira 2, para indicar sua desobediência, o cachorro poderia também ter dito, no último quadrinho: “Eu não estou morto”. Nesse caso, o particípio continuaria a ser regular? Por quê?
  2. O particípio que você classificou na questão anterior tem uma característica peculiar: ele é o particípio de dois verbos diferentes. Para descobrir de quais verbos estamos falando, copie as frases a seguir no caderno, substituindo o símbolo pela forma nominal adequada.

Os açougueiros mataram o porco.

O porco foi pelos açougueiros.

O menino morreu de medo.

O menino ficou de medo.

c. E então? Quais são os dois verbos que têm o mesmo particípio irregular?

Se liga nessa!

Os verbos que têm duplo particípio são chamados de verbos abundantes. Geralmente, usa-se o particípio regular com os verbos auxiliares ter e haver, e o irregular com os auxiliares ser e estar. Assim:

Eu tinha / havia imprimido o trabalho, mas o esqueci em casa.

O trabalho já foi / está impresso.

8. O site do planetário do Rio de Janeiro publicou o seguinte artigo sobre o que aconteceria se a Lua não existisse mais.

Reprodução de página da internet.

E se a Lua não existisse mais?

Por Naelton de Araujo – Astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

A Máquina do Tempo (2002), Oblivion (2013) e Espaço: 1999 (1975) são três filmes de ficção científica que têm algo em comum: nas histórias, a Lua é destruída ou tirada de órbita. O que mudaria se isso acontecesse de fato? E se a Lua nunca tivesse existido? Como seriam as coisas por aqui?

O diâmetro da Terra é pouco mais que quatro vezes o diâmetro da Lua. Confrontada com um mapa terrestre, a silhueta da Lua cobre facilmente a Austrália ou a Europa. Considerando os demais planetas do Sistema Solar, que possuem satélites, a Lua é muito grande comparada com o planeta que orbita. Já foi sugerido que o conjunto Terra-Lua seria um planeta duplo, tanto pela relação de tamanhos quanto à distância entre os astros.

Fotografia. À esquerda, esfera terrestre, com mares e oceanos em azul, continentes em verde e com partes em marrom e nuvens brancas. À direita, lua, com raio quatro vezes menor do que a terra em cinza-claro com manchas pequenas em cinza mais escuro. Ao fundo, espaço em preto.

Esta particularidade do sistema Terra-Lua faz com que a força gravitacional entre os astros seja tremenda. A influência mais notável pode ser facilmente visualizada pelas marés. A massa lunar também influencia o eixo de rotação da Terra. Sem a Lua as marés seriam irregulares e as estações do ano variariam abruptamente. Isso tudo causaria grandes problemas para os habitantes da Terra.

Outra função que a Lua exerce naturalmente é servir de escudo para nós. Muitos pequenos corpos celestes colidem com nosso satélite em vez de nos atingirem. Sem a Lua qualquer corpo que passasse suficientemente perto seguiria direto para o nosso planeta.

Daí concluímos que, se a Lua não existisse para regular ciclos de marés e estações climáticas, talvez a vida como conhecemos nem teria se desenvolvido na Terra. Se nosso satélite de repente sumisse, haveria terremotos, ameaças de meteoritos, tsunamis e perturbações climáticas enormes. Uma coisa é certa: os observadores de estrelas gostariam de não ter aquelas noites de lua cheia no céu ofuscando objetos menos brilhantes, como nebulosas e galáxias. Por outro lado os românticos teriam menos uma beleza no céu para cantar:

“Poetas, poetas, seresteiros, namorados, correi / É chegada a hora de escrever e cantar / Talvez as derradeiras noites de luar” (“Lunik 9” por Gilberto Gil, 1967)

PLANETÁRIO DO RIO. E se a Lua não existisse mais? Disponível em: https://oeds.link/Z3BYu9. Acesso em: 21 fevereiro 2022.

a. Na introdução do artigo, foram feitas referências a filmes e, na conclusão, a uma letra de música. Leia o boxe Vamos lembrar e responda: de que modo essas escolhas do autor se relacionam ao perfil do público-alvo do texto?

Vamos lembrar

Os artigos de divulgação científica apresentam resultados de pesquisas científicas para o público leigo.

  1. Escreva no caderno uma frase que poderia responder à pergunta do título, de acôrdo com as informações do texto.
  2. Que tempo verbal você utilizou em sua resposta? Por quê?
  3. Leia agora esta pergunta: “E quando a Lua não existir mais?”.
    1. O que mudou da pergunta original para essa, em termos de tempos verbais?
    2. E o que mudou em termos de significado?
    3. Escreva no caderno outra frase para responder a essa nova pergunta.
    4. Que tempo verbal você utilizou dessa vez? Por quê?

Glossário

Algoritmo
: conjunto de cálculos matemáticos que, executados em uma sequência predefinida, permite resolver determinado problema.
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